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ETEC IRMÃ AGOSTINA ETIM QUÍMICA ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR ANDERSON FERNANDES RIBEIRO N.° 4 ANDERSON SILVÉRIO JUNIOR N.° 5 FRANCIELE NEVES N.° 15 RENAN SANTINI BARBOSA N.° 32 Relatório Final dos experimentos relacionados à espectrofotometria de absorção molecular, realizados nos dias 29/10 e 12/11nos laboratórios da ETEC Irmã Agostina. Orientado por: Me. Klauss Engelmann Prof.ª Márcia da Silva

Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

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Page 1: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

ETEC IRMÃ AGOSTINA

ETIM QUÍMICA

ESPECTROFOTOMETRIA DE ABSORÇÃO MOLECULAR

ANDERSON FERNANDES RIBEIRO N.° 4

ANDERSON SILVÉRIO JUNIOR N.° 5

FRANCIELE NEVES N.° 15

RENAN SANTINI BARBOSA N.° 32

Relatório Final dos experimentos

relacionados à espectrofotometria de

absorção molecular, realizados nos

dias 29/10 e 12/11nos laboratórios da

ETEC Irmã Agostina. Orientado por:

Me. Klauss Engelmann

Prof.ª Márcia da Silva

SÃO PAULO

2013

Page 2: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

Sumário

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................1

1.1 Métodos Espectroquímicos...................................................................1

1.2 Propriedades da radiação eletromagnética..........................................2

1.2.1 A Natureza de Partícula da Luz: Fótons.........................................2

1.3 Interação da radiação com a matéria...................................................3

1.3.1 Medidas Espectroscópicas.............................................................3

1.4 Absorção da Radiação..........................................................................4

1.4.1 O Processo de Absorção................................................................5

1.5 Instrumentos para a Espectrometria Óptica.........................................5

1.6 Espectrometria de Absorção Molecular................................................5

1.6.1 Absorção por Compostos Orgânicos..............................................6

1.6.2 Absorção por Compostos Inorgânicos............................................8

1.7 Ácido salicílico na Aspirina®.................................................................8

1.8 Sulfato ferroso em antianêmico............................................................9

2. OBJETIVOS...........................................................................................10

3. MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................11

3.1 Determinação de ácido acetilsalicílico em um comprimido de

Aspirina® 11

3.1.1 Materiais e reagentes...................................................................11

3.1.2 Procedimento................................................................................12

3.2 Determinação de Fe (II) em um antianêmico......................................13

3.2.1 Materiais e reagentes...................................................................13

3.2.2 Procedimento................................................................................14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................16

Page 3: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

4.1 Determinação de ácido acetilsalicílico em um comprimido de

Aspirina® 16

I – Preparo de uma solução de NaOH 0,1 mol L-1...................................16

II – Preparo da solução estoque (mãe) de ácido salicílico 1 g L-1............18

III - Preparo dos padrões para calibração................................................19

V – Medição da Absorbância...................................................................19

4.2 Determinação de Fe(II) em um antianêmico.......................................23

I - Preparo da solução mãe de (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O..............................23

II – Preparo das soluções padrão............................................................23

V – Medição da Absorbância...................................................................24

5. CONCLUSÃO........................................................................................28

6. BIBLIOGRAFIA......................................................................................29

7. ANEXOS................................................................................................30

7.1 ANEXO A............................................................................................30

2

Page 4: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

1. INTRODUÇÃO

1.1 Métodos Espectroquímicos

As medidas baseadas na luz e outras formas de radiação eletromagnética são

amplamente empregadas em química analítica. As interações da radiação com a

matéria são o objeto de estudo da ciência da espectroscopia. Os métodos

espectroscópicos de análise são baseados na medida da quantidade de radiação

produzida ou absorvida pelas moléculas ou pelas espécies atômicas de interesse.

Podemos classificar os métodos espectroscópicos de acordo com a região do

espectro eletromagnético envolvida na medida. As regiões espectrais que têm sido

empregadas incluem os raios γ, os raios X (ou raios de Röntgen), ultravioleta (UV),

visível, infravermelha (IV), micro-ondas e radiofrequência (RF). A Figura 1.1 mostra

as regiões do espectro eletromagnético.1

Figura 1.1: Regiões do espectro eletromagnético

De fato, o uso corrente estende mais ainda o significado da espectroscopia de

forma a incluir técnicas que nem mesmo envolvem o uso de radiação

eletromagnética, como a espectroscopia acústica, de massas e de elétrons.1

A espectroscopia desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento

da teoria atômica moderna. Além disso, os métodos espectroquímicos têm provido

talvez as ferramentas mais amplamente empregadas para a elucidação de

1

Page 5: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

estruturas moleculares, bem como a determinação qualitativa e quantitativa de

compostos orgânicos e inorgânicos.1

1.2 Propriedades da radiação eletromagnética

A radiação eletromagnética é uma forma de energia que é transmitida através

do espaço a velocidades enormes. Denomina-se a radiação eletromagnética nas

regiões do UV/visível e algumas vezes no infravermelho (IV) como luz, embora

estritamente falando o termo deveria se referir somente à radiação visível. A

radiação eletromagnética pode ser descrita como uma onda com propriedades como

comprimento de onda, frequência, velocidade e amplitude. Em contraste com as

ondas sonoras, a luz não requer nenhum meio de suporte para sua transmissão;

assim, ela facilmente passa pelo vácuo. A luz também se propaga cerca de um

milhão de vezes mais rapidamente que o som.1

O modelo ondulatório falha quando se considera os fenômenos associados

com a absorção e emissão de energia radiante. Para esses processos, a radiação

eletromagnética pode ser tratada como pacotes discretos de energia ou partículas

chamados fótons ou quanta. Essas formas de visualizar a radiação como partículas

e como ondas não são mutuamente excludentes, mas sim complementares,

segundo o Princípio da Complementaridade de Niels Bohr, elaborado em 1928. De

fato, a energia de um fóton é diretamente proporcional a sua frequência. De forma

similar, essa dualidade se aplica aos feixes de elétrons, prótons e outras partículas

elementares, as quais podem produzir efeitos de interferência e difração que são

tipicamente associados a um comprimento ondulatório.1

1.2.1 A Natureza de Partícula da Luz: Fótons

Em muitas interações entre a radiação e matéria, é mais útil considerar a luz

como constituída por fótons ou quanta. Podemos relacionar a energia de um fóton

com seu comprimento de onda, frequência e número de onda por

E=hv=hcλ

=hc v

2

Page 6: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

em que h é a constante de Planck (6,63 X 10-34 J s). Observa-se que o

número de onda e a frequência, em contraste com o comprimento de onda, são

diretamente proporcionais à energia do fóton. O comprimento de onda é

inversamente proporcional à energia. A potência radiante de um feixe de radiação é

diretamente proporcional ao número de fótons por segundo.1

O número de onda v em cm-1 (Kayser) é empregado com maior frequência

para descrever a radiação na região do infravermelho. A parte mais útil do espectro

infravermelho para a detecção e determinação de espécies orgânicas vai de 2,5 a 15

µm, que corresponde à faixa de número de onda de 4.000 a 667 cm-1. O número de

onda de um feixe de radiação eletromagnética é diretamente proporcional à sua

energia e, portanto, à sua frequência.1

1.3 Interação da radiação com a matéria

Os tipos de interação mais interessantes em espectroscopia envolvem

transições entre diferentes níveis energéticos das espécies químicas. Outros tipos

de interações, como a reflexão, refração, espalhamento elástico, interferência e

difração, são frequentemente mais relacionados com alterações das propriedades

globais dos materiais do que com os níveis energéticos de moléculas ou átomos

específicos. Os tipos específicos de interações que observamos dependem

fortemente da energia da radiação empregada e o modo de detecção.1

1.3.1 Medidas Espectroscópicas

Os espectroscopistas empregam as interações da radiação com a matéria

para obter informações sobre uma amostra. Muitos elementos químicos foram

descobertos por meio da espectroscopia. De alguma forma, a amostra é geralmente

estimulada aplicando-se energia na forma de calor, energia elétrica, luz, partículas

ou por uma reação química. Antes de se aplicar o estímulo, o analito se encontra

predominantemente em seu estado de energia mais baixo ou estado fundamental. O

estímulo então faz que algumas espécies do analito sofram uma transição para um

estado de maior energia ou estado excitado, nomeando-se tal fenômeno de salto

quântico. Obtemos informações sobre o analito medindo-se a radiação

eletromagnética emitida quando este retorna ao estado fundamental ou a quantidade

de radiação eletromagnética absorvida decorrente da excitação.1

3

Page 7: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

O analito é estimulado por calor ou energia elétrica ou por uma reação

química. A espectroscopia de emissão envolve geralmente métodos nos quais o

estímulo é o calor ou a energia elétrica, enquanto a espectroscopia de

quimiluminescência refere-se à excitação do analito por meio de uma reação

química. Em ambos os casos, a medida da potência radiante emitida quando o

analito retorna ao estado fundamental pode fornecer informações sobre a sua

identidade e concentração. Os resultados dessa medidas são frequentemente

expressos por meio do espectro, que se refere a um gráfico da radiação emitida em

função da frequência ou do comprimento de onda.1

Um exemplo familiar de quimiluminescência é o da luz emitida pelo vaga-

lume. Na reação promovida pelo vaga-lume, a enzima luciferase catalisa a

fosforilação oxidativa da luciferina com o trifosfato de adenosina para produzir

oxiluciferina, dióxido de carbono, monofosfato de adenosina e luz. A

quimiluminescência envolvendo as reações biológicas ou enzimáticas é

frequentemente denominada bioluminescência. Os populares bastões luminosos

constituem outro exemplo familiar de quimiluminescência.1

Quando a amostra é estimulada pela aplicação de uma fonte de radiação

eletromagnética externa, muitos processos são possíveis de ocorrer. Por exemplo, a

radiação pode ser espalhada ou refletida. Parte da radiação incidente pode ser

absorvida e promover algumas espécies do analito para um estado excitado. Na

espectroscopia de absorção, mede-se a quantidade de luz absorvida em função do

comprimento de onda. Isso pode fornecer tanto as informações qualitativas como

quantitativas sobre a amostra. Na espectroscopia de fotoluminescência, a emissão

de fótons é medida após a absorção. As formas mais importantes de

fotoluminescência para os propósitos analíticos são as espectroscopias de

fluorescência e fosforescência.1

1.4 Absorção da Radiação

Cada espécie molecular é capaz de absorver suas próprias frequências

características da radiação eletromagnética. Esse processo transfere energia para a

molécula e resulta em um decréscimo da intensidade da radiação eletromagnética

incidente. Dessa forma, a absorção da radiação atenua o feixe de acordo com a lei

da absorção, a Lei de Beer-Lambert ou somente Lei de Beer. Esta lei nos diz

4

Page 8: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

quantitativamente como a grandeza da atenuação depende da concentração das

moléculas absorventes e da extensão do caminho sobre o qual ocorre a absorção.1

1.4.1 O Processo de Absorção

À medida que a luz atravessa um meio contendo um analito que absorve, um

decréscimo de intensidade ocorre na proporção que o analito é excitado. Para uma

solução do analito de determinada concentração, quanto mais longo for o

comprimento do caminho do meio através do qual a luz passa (caminho óptico),

mais centros absorventes estarão no caminho, e maior será a atenuação. Também,

para um dado caminho óptico, quanto maior for a concentração de absorventes,

mais forte será a atenuação.1

1.5 Instrumentos para a Espectrometria Óptica

Os componentes básicos dos instrumentos analíticos para a espectroscopia

de absorção, bem como para espectroscopia de emissão e fluorescência, são

notavelmente semelhantes em sua função e nos seus requisitos de desempenho,

quer sejam desenhados para radiação ultravioleta (UV), visível ou infravermelha (IV).

Em razão dessas semelhanças, esses instrumentos são frequentemente designados

por instrumentos ópticos, mesmo sabendo-se que o olho humano é sensível

somente na região do visível.1

Muitos instrumentos espectroscópicos (Vide ANEXO A) para uso nas regiões

do UV/visível e IV apresentam cinco componentes: (1) uma fonte estável de energia

radiante; (2) um seletor de comprimento de onda que isola uma região limitada do

espectro para a medida; (3) um ou mais recipientes para a amostra; (4) um detector

de radiação, o qual converte a energia radiante para um sinal elétrico mensurável; e

(5) uma unidade de processamento e de leitura do sinal, geralmente constituída por

um circuito eletrônico e, nos instrumentos modernos, por um computador.1

1.6 Espectrometria de Absorção Molecular

A espectroscopia molecular baseada na radiação UV, visível e IV é

amplamente empregada para a identificação e determinação de muitas espécies

inorgânicas, orgânicas e bioquímicas. A espectroscopia de absorção UV/visível é

utilizada principalmente para análises quantitativas e é provavelmente aplicada nos

5

Page 9: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

laboratórios químicos e clínicos ao redor do mundo mais que qualquer outro método.

A espectroscopia de absorção de infravermelho é uma ferramenta poderosa para se

determinar a estrutura de compostos inorgânicos e orgânicos. Além disso,

desempenha atualmente um importante papel na análise quantitativa,

particularmente na área da poluição ambiental.2

1.6.1 Absorção por Compostos Orgânicos

A absorção de radiação por moléculas orgânicas na região de comprimento

de onda entre 180 e 780 ƞm resulta das interações entre fótons e elétrons que estão

participando diretamente da formação de uma ligação química (e são, assim,

associados a mais de um átomo) ou estão localizadas sobre os átomos como os de

O, S, N e halogênios.1

O comprimento de onda no qual uma molécula orgânica absorve depende de

quão fortemente seus elétrons estão ligados. Os elétrons compartilhados em

ligações simples carbono-carbono ou carbono-hidrogênio estão tão fortemente

presos que suas excitações requerem energias correspondentes ao comprimento de

onda da região do UV de vácuo, abaixo de 180 ƞm. Os espectros de ligações

simples não têm sido amplamente explorados para as finalidades analíticas em

razão das dificuldades experimentais de se trabalhar nessa região. Essas

dificuldades ocorrem porque tanto o quartzo como os componentes da atmosfera

absorvem nessa região, o que requer o uso de espectrofotômetros mantidos sob

vácuo com óptica de fluoreto de lítio.1

Os elétrons envolvidos em ligações duplas e triplas das moléculas orgânicas

não estão tão fortemente presos sendo, portanto, mais fáceis de serem excitados

pela radiação; assim, as espécies com ligações insaturadas geralmente exibem

picos de absorção úteis. Os grupos orgânicos insaturados que absorvem nas

regiões do UV e visível são conhecidos como cromóforos. A Tabela 1.1 lista alguns

cromóforos comuns e os comprimentos de onda aproximados nos quais eles

absorvem. Os dados para a posição e intensidade podem servir apenas como

orientação aproximada para a finalidade de identificação, uma vez que ambos são

influenciados pelo efeito do solvente, bem como por outros detalhes estruturais da

molécula. Além disso, a conjugação entre dois ou mais cromóforos tende a causar

deslocamentos no máximo do pico para comprimentos de onda mais longos.

6

Page 10: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

Finalmente, os efeitos vibracionais alargam os picos de absorção nas regiões do UV

e visível, o que frequentemente torna muito difícil a determinação precisa de um

máximo de absorção.1

Tabela 1.1: Características de Absorção de Alguns Cromóforos Orgânicos Comuns

Os compostos orgânicos saturados contendo heteroátomos, como O, N, S ou

halogênios, apresentam elétrons não-ligantes que podem ser excitados por radiação

na faixa de 170 a 250 ƞm. A Tabela 1.2 lista alguns exemplos desses compostos.

Alguns deles, como álcoois e os éteres, são solventes comuns, portanto sua

absorção nessa região impede a medida de absorção de analito dissolvidos nesses

compostos em comprimentos de onda mais curtos que 180 e 200 ƞm.

Ocasionalmente, a absorção nessa região é empregada para a determinação de

compostos contendo halogênios e S.1

Tabela 1.2: Absorção de Compostos Orgânicos Contendo Heteroátomos Insaturados

7

Page 11: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

1.6.2 Absorção por Compostos Inorgânicos

Em geral, os íons e os complexos dos elementos das primeiras duas séries

de transição absorvem as bandas largas da radiação visível em pelo menos um de

seus estados de oxidação e são, como resultado, coloridos. Nesse caso, a absorção

envolve a transição entre os orbitais d preenchidos e não-preenchidos com energias

que dependem dos ligantes dos átomos metálicos. As diferenças de energia entre

esses orbitais d (e, assim, a posição do pico de absorção correspondente)

dependem da posição do elemento na tabela periódica, seu estado de oxidação e

natureza do ligante.1

Os espectros de absorção dos íons das séries de transição dos lantanídeos e

actinídeos tem seus elétrons responsáveis pela absorção blindados de influências

externas por elétrons que ocupam orbitais com número quântico principal maior.

Como resultado, as bandas tendem a ser estreitas e, de forma relativa, não são

afetadas pelas espécies ligadas aos elétrons externos.1

Para analisar elementos nos Espectrofotômetros de Absorção Molecular

(EAM) é importante utilizar a técnica de Absorção por Transferência de Carga.

Muitos complexos orgânicos possuem alta absortividade molar e são, portanto,

denominados complexos de transferência de carga.1

Um complexo de transferência de carga consiste em um grupo doador ligado

a um receptor de elétron. Quando esse produto absorve radiação, um elétron do

doador é transferido para um orbital que está altamente associado com o receptor.

Assim, o estado excitado é produto de um tipo de processo de oxidação/redução

interna. Esse comportamento difere daquele de um cromóforo orgânico, no qual o

elétron excitado está em um orbital molecular que é compartilhado por dois ou mais

átomos.1

1.7 Ácido salicílico na Aspirina®

A Aspirina®, droga mais usada no mundo inteiro, é um analgésico (combate

às dores) e antipirético (combate à febre), com propriedades anti-inflamatórias

(combate inflamações). Ela é um grande exemplo de como um chá caseiro pode se

tornar um medicamento sintético com a evolução das pesquisas sobre o seu

princípio ativo.3

8

Page 12: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

No Egito Antigo, combatiam-se as inflamações com um extrato obtido da

casca do salgueiro (árvore do gênero Salix). No Brasil ainda é comum a ingestão de

chás como o de fedegoso (Cassia occidentalis).3

Com o passar do tempo, estudos foram feitos sobre esses chás. Em 1838, o

químico italiano Raffaele Piria conseguiu obter ácido salicílico da salicina, sendo que

esse último era um composto de estrutura complexa, o qual se acreditava ser o

princípio ativo da casca do salgueiro.3

Mas um marco mesmo ocorreu em 1859, quando o químico alemão Adolf

Hermann Kolbe (1818-1884) desenvolveu o método de sintetização do ácido

acetilsalicílico, a partir do ácido salicílico.3

1.8 Sulfato ferroso em antianêmico

Sulfato ferroso pode ser usado profilática ou terapeuticamente em situações

de deficiência. No primeiro caso, é dado quando há aumento da demanda, como em

gravidez, lactação, fases de crescimento rápido, recém-nascidos com baixo peso e

lactentes alimentados com fórmulas. O uso terapêutico se restringe à correção das

anemias ferroprivas, consequentes a sangramentos agudos ou crônicos ou em

razão de má-absorção ou, menos frequentemente, por déficit dietético. O sal ferroso

apresenta melhor absorção oral em relação ao férrico.4

9

Page 13: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

2. OBJETIVOS

Determinar a quantidade de ácido acetilsalicílico em um comprimido de

aspirina utilizando a técnica de espectrofotometria de absorção molecular na região

do ultravioleta. Além disso, determinar a quantidade de Fe (II) em um antianêmico

utilizando a mesma técnica na região do visível.

10

Page 14: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Os procedimentos são descritos separadamente abaixo, sendo determinação

de da quantidade de ácido acetilsalicílico em um comprimido de Aspirina® e

determinação de Fe (II) em um antianêmico, respectivamente. Tal medida é devido

os experimentos terem sido realizados em dias diferentes e possuírem um

determinado foco em casa caso.

3.1 Determinação de ácido acetilsalicílico em um comprimido de Aspirina®

3.1.1 Materiais e reagentes

Na tabela 3.1, abaixo, são descritos os materiais e reagentes necessários

para o procedimento experimental.

Tabela 3.1: Materiais e reagentes utilizados na determinação de ácido acetilsalicílico em

um comprimido de Aspirina®

Materiais Reagentes

Béquer de 100 mL Pipeta graduada de

10 mL

Solução de NaOH 0,1 mol L-1

Balão Volumétrico

de 100 mL

Pipeta graduada de

5 mL

Água destilada

Balão Volumétrico de 25 mL Etanol ((C2H6O) 96° Gay-Lussac

Frasco plástico Ácido salicílico (C7H6O3)

Proveta de 25 mL KHC8H4O4 (Biftalato (hidrogenoftalato)

de Potássio)

Proveta de 10 mL Comprimido de Aspirina® (AAS)

Almofariz e Pistilo

Espectrofotômetro de absorção molecular

11

Page 15: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

3.1.2 Procedimento

I – Preparo de uma solução de NaOH 0,1 mol L -1

Verificou-se no estoque de reagentes se havia uma solução de NaOH 0,1 mol

L-1 ou de maior concentração, e constatou-se uma solução de concentração

necessária para o experimento, não necessitando de diluição prévia. Padronizou-se

a solução de estoque para saber sua concentração real.

II – Preparo da solução estoque (mãe) de ácido salicílico 1 g L -1

Pesou-se 0,1 g de ácido salicílico em um béquer de 100 mL. Dissolveu-se em

5 mL de etanol, medidos com uma proveta de 10 mL. Transferiu para um balão

volumétrico de 100 mL. Em seguida adicionou-se agua destilada até a marca de

aferição.

Retirou-se uma alíquota de 5mL da solução preparada e transferiu-se para

um balão volumétrico de 100 mL novamente. Adicionou-se 40mL da solução de

NaOH 0,1 mol L-1, medidos com uma proveta. Completou-se até a marca de aferição

com água destilada.

III – Preparo dos padrões para calibração

Essa solução mãe foi utilizada para o preparo das soluções padrões para a

curva de calibração. Preparou-se 5 padrões em balão volumétrico de 25 mL. Os

padrões foram de 2,5; 5,0; 7,0; 10,0; e 12,0 mL da solução mãe, medidos com uma

pipeta graduada. Completou-se o volume com água destilada. Além disso houve a

necessidade de preparar o branco, que foi a adição de 40 mL de NaOH e 5 mL de

etanol em um balão volumétrico de 25 mL e completando com água destilada.

IV – Preparo da amostra de comprimido

Inicialmente pesou-se o comprimido e anotou-se o valor obtido. Com o auxílio

de um almofariz e pistilo, macerou-se o comprimido e pesou-se aproximadamente

0,1 g; dissolveu-se com etanol e transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL

e completou-se com água destilada até a marca de aferição. Filtrou-se a solução por

apresentar turbidez. Dessa solução, retirou-se uma alíquota de 2 mL com o auxílio

de uma pipeta graduada de 5 mL e transferiu-se para um balão volumétrico de 100

12

Page 16: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

mL; adicionou-se 40 mL da solução de NaOH 0,1 mol L -1 e a completou com água

destilada até a marca de aferição.

V - Medição da Absorbância

Mediu-se no Espectrofotômetro de Absorção Molecular o maior pico de

absorbância para o padrão de 7,0 mL de solução, a fim de determinar o

comprimento de onda de maior absorbância. Em seguida, mediu-se das outras

soluções e a amostra.

3.2 Determinação de Fe (II) em um antianêmico.

3.2.1 Materiais e reagentes

Na tabela 3.2, abaixo, são descritos os materiais e reagentes necessários

para o procedimento experimental.

Tabela 3.2: Materiais e reagentes utilizados na determinação de Fe2+ em uma amostra de

antianêmico

Materiais Reagentes

Béquer de 100 mL (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O (Amônio sulfato de ferro (II)

hexahidratado) – Sal de Mohr

Balão Volumétrico de 100 mL Água destilada

Balão Volumétrico de 25 mL HCl (ácido clorídrico) concentrado

Pipeta graduada de 10 mL H2O2 (peróxido de hidrogênio)10% v/v

Pipeta graduada de 1 mL Solução de KSCN (tiossulfato de potássio) 10%

Proveta de 25 mL

Proveta de 10 mL

Espectrofotômetro de

Absorção Molecular

13

Page 17: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

3.2.2 Procedimento

I – Preparo da solução mãe de (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O

Pesou-se aproximadamente 0,14 g de (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O em um béquer de

100 mL e dissolveu-se em água destilada, em seguida transferiu-se para um balão

volumétrico de 100 mL, que foi utilizado para a sala. Dessa solução, cada grupo

retirou uma alíquota de 10 mL, com o auxílio de uma pipeta graduada de 10 mL, e

transferiu-se para um balão volumétrico de 100 mL, completando o volume com

água destilada. Identificou-se essa solução como “solução mãe”.

II – Preparo das soluções padrão

Preparou-se 5 padrões em balão volumétrico de 25 mL. Adicionou-se 1,0; 1,5;

2,0; 2,5 e 3,0 mL da solução mãe. Na sequência adicionou-se em cada padrão, 2

gotas de HCl concentrado, 6 gotas de H2O2 10% (v/v) e 2 mL de KSCN 10%.

Finalizou completando o volume com água destilada.

III – Preparo da solução Branco

Adicionou-se em um balão volumétrico de 25 mL, na sequência, de 2 gotas de

HCl conc., 6 gotas de H2O2 10% V/V e 2mL de KSCN 10%. Finalizou completando o

volume com água destilada.

IV – Preparo da amostra de antianêmico

De uma amostra com aproximadamente 125 mg mL-1 de FeSO4, retirou-se 0,2

mL com o auxílio de uma pipeta graduada de 1 mL, e transferiu-se para um balão

volumétrico de 25mL e completou-se o volume com água destilada. Dessa solução,

retirou-se 0,5 mL e transferiu-se para um balão volumétrico de 25 mL novamente.

Nesse balão, adicionou-se, na sequência, de 2 gotas de HCl concentrado, 6 gotas

de H2O2 10% v/v e 2 mL de KSCN 10%. Finalizou-se completando o volume com

água destilada. Anotou-se o valor de absorbância obtido no Espectrofotômetro de

Absorção Molecular no comprimento de onda definido.

14

Page 18: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

V – Medição da Absorbância

Utilizando o padrão de 2,0 mL de solução, fez-se a calibração para o pico de

maior absorbância no Espectrofotômetro de Absorção Molecular. Após isso, mediu-

se a absorbância para as outras soluções e a amostra.

15

Page 19: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Determinação de ácido acetilsalicílico em um comprimido de Aspirina®

I – Preparo de uma solução de NaOH 0,1 mol L -1

Como forma de confirmação da concentração da solução de NaOH 0,1 mol L-1

foi necessário realizar a padronização.

Utilizou-se como padrão primário o KHC8H4O4, havendo a necessidade de

pesar em torno de 0,3 g deste sólido, de acordo com os seguintes cálculos. Utilizou-

se para o volume de viragem o valor de 15 mL (0,015 L), como forma de pesar uma

quantidade de sólido suficientemente estável na balança analítica e relativamente

pequena, economizando reagente.

NaOH (aq.) + C6H4(COOH)(COOK) (aq.) ⇌ C6H4(COONa)(COOK) (aq.) + H2O (l)

Portanto:

nNaOH=nC6H 4 (COOH )(COOK )

MNaOH×V NaOH=mBif .

MMBif .

⇔mBif .=M NaOH×V NaOH×MMBif .

mBif .=0,1mol L−1×0,015 L×204,221gmol−1

mBif .=0,3063 g

Partindo deste valor calculado, procurou-se pesar o valor mais aproximado

possível. Pesou-se duas massas, sendo 0,2996 g e 0,3001 g.

Por meio da titulação com uma solução de NaOH, obteve-se os seguintes

volumes, respectivos às massas pesadas, sendo 4,7 mL (0,0047 L) e 4,8 mL

(0,0048 L).

16

Page 20: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

Sabendo que a reação é da proporção de 1:1, calculou-se a molaridade da

solução de NaOH, seguintes os seguintes cálculos.

MNaOH×V NaOH=mBif .

MMBif .

⇔M NaOH=mBif .

MMBif .×V NaOH

MNaOH' = 0,2996 g

204,221 gmol−1×0,0047 L⇔M NaOH

' =0,3121mol L−1

O mesmo cálculo foi feito para a segunda massa pesada e o volume

respectivo, obtendo o valor de 0,3061 mol L-1. Com esses valores, calculou-se a

média da concentração:

MNaOH=M NaOH

' +MNaOH' '

2⇔MNaOH=

0,3121mol L−1+0,3061mol L−1

2

MNaOH=0,3091mol L−1

Porém, percebeu-se que a concentração da solução estava maior do que o

ideal para o procedimento experimental, havendo a necessidade de diluição. Os

cálculos para a realização da diluição para 100 mL de solução 0,1 mol L -1 são

descritos abaixo:

MNaOHI ×V NaOH

I =M NaOHII ×V NaOH

II ⇔V NaOHI =

MNaOHII ×V NaOH

II

MNaOHI

V NaOHI =0,1mol L

−1×0,1L0,3091mol L−1 ⇔V NaOH

I =0,0323 L

Sabendo o valor calculado, diluiu-se 32,3 mL de solução 0,3091 mol L-1 para

100 mL. Tendo feito isso, calculou-se o valor da molaridade da solução diluída,

segundo os seguintes cálculos:

17

Page 21: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

MNaOHI ×V NaOH

I =M NaOHII ×V NaOH

II ⇔M NaOHII =

M NaOHI ×V NaOH

I

V NaOHII

MNaOHII =0,3091mol L

−1×0,0323 L0,1L

⇔MNaOHII =0,0998mol L−1

A padronização da solução de NaOH teve a participação de três grupos que

realizaram o mesmo procedimento, e posteriormente calculou-se a média de todas

as molaridades obtidas; os dados referentes são apresentados na Tabela 4.1,

abaixo.

Tabela 4.1: Padronização [NaOH]

Grupos Concentração [mol L-1]

1 (5) 0,0954

2 (6) 0,0998

3 (7) 0,0984

Média 0,0978

Com a solução diluída, pôde-se dar prosseguimento à análise..

II – Preparo da solução estoque (mãe) de ácido salicílico 1 g L -1

Cálculo da massa de ácido salicílico a ser pesada para preparar 100 mL de

uma solução 1 g L-1:

C AAS=mAAS

V⇔mAAS=C AAS×V

mAAS=1g L−1×0,1L⇔mAAS=0,1g

18

Page 22: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

Partindo deste valor calculado, pesou-se 0,1001 g. Tal valor pesado teve

baixíssima variação para os cálculos em relação à massa 0,1000 g.

A adição de NaOH foi necessária para a neutralização do ácido carboxílico

presente na molécula de ácido salicílico, uma vez que a variação de pH poderia

alterar a absorção do analito.

III - Preparo dos padrões para calibração

O cálculo para a determinação da concentração das soluções padrão,

utilizando primeiramente o padrão de 2,5 mL de solução é descrito abaixo; sabendo

que a massa contida em 5 mL de solução que foi diluída para 100 mL era 50 mg L -1,

calculou-se por:

C AAS1 ×V AAS

1 =CAAS2 ×V AAS

2 ⇔C AAS2 =

CAAS1 ×V AAS

1

V AAS2

C AAS2 =50mg L

−1×0,0025 L0,025 L

⇔CAAS2 =5mg L−1

O mesmo cálculo foi feito para os outros padrões, a saber 5, 7, 10 e 12 mL.

Os resultados obtidos foram, respectivamente, 10, 14, 20 e 24 mg L-1.

V – Medição da Absorbância

Para a determinação do pico de maior absorção, calibrou-se com a solução

de 14 mg L-1, obtendo o seguinte gráfico, expresso na Figura 4.1, na qual relaciona

os dados de absorbância com determinado comprimento de onda.

19

Page 23: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

175 225 275 325 375-0.100

0.000

0.100

0.200

0.300

0.400

0.500

0.600

Comprimento de onda (ƞm)

Abso

rbân

cia

Figura 4.1: Montagem do espectro de absorção do AAS

A partir do gráfico, é possível notar dois picos de absorção máxima. O

primeiro pico foi no comprimento de onda 232 ƞm, e está relacionado ao cromóforo

dieno conjugado ou cliclodieno que absorve aproximadamente neste comprimento

de onda e está presente na molécula de ácido salicílico, como demonstrado na

Figura 4.2. O segundo pico (296 ƞm) está relacionado à função ácido carboxílico, e é

característica para a identificação da quantidade de ácido salicílico.5

Figura 4.2: Fórmula estrutura do ácido salicílico

Tendo anotado os valores de absorbância correspondentes a cada um dos

padrões, obteve-se o seguinte gráfico, expresso na Figura 4.3, relacionando os

dados de absorbância respectivos às concentrações de ácido salicílico (AAS).

20

Page 24: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.0000

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

f(x) = 0.0282131147540984 x − 0.0623934426229509R² = 0.995607260591837

AAS [mg/L]

Abso

rbân

cia

Figura 4.3: Montagem da curva de calibração do AAS

Um gráfico ideal com essa relação deveria ter pelo menos 5 pontos. Porém,

devido erros na diluição dos padrões de 20 e 24 mg L-1, a linearidade da absorbância

não foi respeitada, havendo a necessidade de descartar tais valores.

Por meio do gráfico, obteve-se a equação da reta:

y=0,0282x−0,0624

Sabendo que o valor para absorbância da amostra teve valor de 0,362,

relacionou-se com a equação da reta:

0,362=0,0282x−0,0624

x=15,0496mg L−1

Desta forma, por meio da equação da diluição, calculou-se a concentração

nos 2 mL (0,002 L) de solução obtida de 0,1 g de comprimido.

21

Page 25: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

C AAS1 ×V AAS

1 =CAAS2 ×V AAS

2 ⇔C AAS2 =

CAAS1 ×V AAS

1

V AAS2

C AAS2 =15,0496mgL

−1×0,1 L0,002 L

⇔C AAS2 =752,4822mg L−1

Sabendo que a concentração de comprimido era de 1000 mg L-1 (1 g L-1),

calculou-se a porcentagem de AAS no comprimido, de acordo com a seguinte

relação matemática:

%AAS=CAAS2 ×1001000

⇔%AAS=752,4822mg L−1×100

1000

%AAS=75,248%

Tendo tal valor, calculou-se a massa de AAS no comprimido, sabendo que a

massa do comprimido analisado tinha valor de 0,5928 g (592,8 mg).

mAAS=mcomprimido×%AAS⇔mAAS=592,8mg×75,248%

mAAS=446,07mg

Comparando o valor obtido com o relatado pela empresa fabricante da

Aspirina®, a Bayer S.A., obteve-se a seguinte relação de valores, expressa na

Tabela 4.2.

Tabela 4.2: Comparação da concentração de AAS obtida com os dados da literatura

Concentração obtida

(mg)

Literatura*

(mg)

Erro relativo

(%)

446,07 461 -3.34

22

Page 26: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

* ASPIRINA. Curiosidades. Disponível em <http://www.aspirina.com.br/espaco-

aspirina/curiosidades/curiosidades.php>. Data de acesso: 30 de nov. 2013.

Como é possível observar, de acordo com o erro relativo, o valor encontrado

está muito próximo ao expresso pela empresa.

4.2 Determinação de Fe(II) em um antianêmico

I - Preparo da solução mãe de (NH4)2Fe(SO4)2.6H2O

A massa pesada foi determinada segundo o padrão de preparo de uma

solução 1,4 g L-1, de acordo com os dados aproximados obtidos na literatura para a

concentração do antianêmico. O cálculo para esta massa é dado por:

C sulfato=msulfato

V⇔msulfato=C sulfato×V

mAAS=1,4 g L−1×0,1 L⇔mAAS=0,14 g

A massa pesada foi 0,1432 g (143,2 mg).

II – Preparo das soluções padrão

O cálculo para a determinação da concentração das soluções padrão,

utilizando primeiramente o padrão de 1,0 mL de solução é descrito abaixo; sabendo

que a concentração contida em 10 mL de solução que foi diluída para 100 mL era

143,2 mg L-1, calculou-se por:

C AAS1 ×V AAS

1 =CAAS2 ×V AAS

2 ⇔C AAS2 =

CAAS1 ×V AAS

1

V AAS2

C AAS2 =143,2mg L

−1×0,001L0,025 L

⇔C AAS2 =5,728mgL−1

23

Page 27: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

O mesmo cálculo foi feito para os outros padrões, a saber 1,5; 2,0; 2,5 e 3,0

mL. Os resultados obtidos foram, respectivamente, 8,592; 11,456; 14,320 e 17,184

mg L-1.

A adição de HCl concentrado teve como função de acidular o meio, evitando a

formação de hidróxidos e a hidrólise do Fe2+. Já a adição de H2O2 10% (v/v) foi

necessária para a oxidação do Fe2+ a Fe3+, uma vez que o Fe2+ não reage com o

tiocianato para dar uma série de compostos intensamente coloridos. Como a

concentração de KSCN era de aproximadamente 0,10 mol L-1 a espécie

predominante formada foi o complexo [Fe(SCN)2]+, que tem uma coloração

alaranjada-rosa. O excesso de reagente é justificado pelo aumento da intensidade e

também a estabilidade da cor.6

V – Medição da Absorbância

Para a determinação do pico de maior absorção, calibrou-se com a solução

de 11,456 mg L-1, obtendo o seguinte gráfico, expresso na Figura 4.4, na qual

relaciona os dados de absorbância com determinado comprimento de onda.

400 420 440 460 480 500 520 5400.000

0.020

0.040

0.060

0.080

0.100

0.120

0.140

Comprimento de onda (ƞm)

Abso

rbân

cia

Figura 4.4: Montagem do espectro de absorção do [Fe(SCN)2]+

Tendo anotado os valores de absorbância correspondentes a cada um dos

padrões, obteve-se o seguinte gráfico, expresso na Figura 4.5, relacionando os

dados de absorbância respectivos às concentrações de [Fe(SCN)2]+.

24

Page 28: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

5.000 7.000 9.000 11.000 13.000 15.000 17.000 19.0000

0.05

0.1

0.15

0.2

0.25

0.3

f(x) = 0.0184357541899441 x − 0.0648R² = 0.976777430521492

Fe++ [mg/L]

Abso

rbân

cia

Figura 4.5: Montagem da curva de calibração do [Fe(SCN)2]+

Por meio do gráfico, obteve-se a equação da reta:

y=0,0184 x−0,0648

Sabendo que o valor para absorbância da amostra teve valor de 0,209,

relacionou-se com a equação da reta:

0,209=0,0184 x−0,0648

x=14,8804mgL−1

Desta forma, por meio da equação da diluição, calculou-se a concentração

nos 0,5 mL (0,0005 L) de solução obtida de 0,2 mL de antianêmico.

CFe ¿×V Fe¿=CFe¿×V

Fe¿⇔C

Fe¿=C

Fe¿×VFe¿

VFe¿

¿ ¿

¿ ¿ ¿¿¿¿

CFe ¿=

14,8804mgL−1×0,025L0,0005 L

⇔CFe¿=744,02mg L−1¿ ¿

25

Page 29: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

Essa concentração obtida é proporcional à concentração de 25 mL (0,025 L)

de solução contendo 0,2 mL (0,0002 L) de antianêmico. O cálculo que relaciona

esses dados é dado por:

CFe ¿=CFe ¿×

VFe¿

VFe¿⇔C

Fe¿=744,02mg L−1× 0,025L0,0002 L

¿¿¿¿ ¿

CFe ¿=93002,5mgL−1¿

Conversão deste valor para mg mL-1:

CFe ¿=93002,5 mg

L× 1L1000mL

⇔CFe¿=93,0025mg mL−1 ¿

¿

Comparando o valor obtido com o relatado pela empresa fabricante do

antianêmico Sulferbel®, a Belfar LTDA., obteve-se a seguinte relação de valores,

expressa na Tabela 4.3.

Tabela 4.3: Comparação da concentração de Fe2+ obtida com os dados da literatura

Concentração obtida

(mg mL-1)

Literatura*

(mg mL-1)

Erro relativo

(%)

93,0025 125,0 -34,40

Como é possível observar, o valor obtido difere muito do especificado na bula

do medicamento antianêmico Sulferbel®. Os motivos que podem justificar este fato

incluem um possível erro na hora da diluição da amostra, por distração do operador,

ou um erro na calibração do espectrofotômetro por parte do operador.

Outro possível motivo é o fato do tempo de uso deste medicamento ter sido

ultrapassado, e devido este produto possuir as substâncias mononitrato de tiamina e

riboflavina base, na qual podem por meio de reações específicas formar a

hidroxilamina (cloreto de hidroxilamônio), que reduz o Fe3+ à Fe2+, provocando a

perda de analito.6

26

Page 30: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

5. CONCLUSÃO

Por meio dos estudos prévios para estas experimentações, conclui-se que os

métodos baseados nas medidas espectrofotométricas têm ampla aplicação no ramo

da química analítica atualmente, sendo fáceis de serem executados, tendo a única

problemática a respeito dos métodos de preparo de amostra. Tais evidências foram

constatadas durante as experiências.

Com respeito ao valor encontrado para a amostra do comprimido de

Aspirina®, concluiu-se que fora obtido considerando os métodos corretos de análise,

estando dentro do padrão previsto e estipulado pela Bayer S.A., empresa fabricante,

tendo um erro relativo de -3,34%, ou seja, muito próximo de verdadeiro. Além disso,

constatou-se a efetividade do método de Espectrofotometria de Absorção Molecular

para os compostos orgânicos com alta e baixa absortividade molar.

No que diz respeito à amostra de antianêmico Sulferbel® da empresa Belfar

LTDA., obteve-se uma concentração abaixo do estipulado, sendo que fora

considerado os motivos relacionados às reações químicas que puderam ocorrer com

o analito. Além disso, pode se considerar a respeito deste baixo valor obtido, um

erro da empresa fabricante, tendo uma concentração superior ou inferior ao descrito

na bula do medicamento. Isto pode ser caracterizado como responsabilidade do

produtor, segundo Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Proteção e

Defesa do Consumidor, que diz:

“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o

importador respondem independentemente da existência de culpa, pela reparação

dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto,

fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou

acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua utilização e riscos.”

27

Page 31: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

6. BIBLIOGRAFIA

1. SKOOG, D. A. Fundamentos de química analítica. [et al.]; [tradução Marco Grassi; revisão

técnica Celio Pasquini]. – [8. Reimpr. da 1. ed. de 2006.] – São Paulo: Cengage Learning, 2013.

1124p. Capítulos 24-26.

2. MEEHAN, E. J., in Treatise on Analytical Chemistry, 2 ed., Parte I, v. 7, Capítulo 2, ELVING, P.J.;

MEEHAN, E. J. e KOLTHOOF, I. M., Eds. Nova York: Wiley, 1981; Techniques in Visible and

Ultraviolet Spectrometry, v. 1, BURGESS, C. e KNOWLES, A., Eds., Nova York: Chapman and Hall,

1981; INGLE, J. D., JR., e CROUCH, S. R., Spectrochemical Analysis, Capítulos 12-14. Upper Saddle

River, NJ: Prentice-Hall, 1988.

3. Brasil Escola. Ácido Acetilsalicílico (AAS). Disponível em

<http://www.brasilescola.com/quimica/Acido-acetilsalicilico-aas.htm>. Data de acesso: 28 de nov.

2013.

4. MedicinaNET. Antianêmicos. Disponível em

<http://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/3286/antianemicos.htm>. Data de acesso: 28

de nov. 2013.

5. OETTERER, M. Fundamentos de ciência e tecnologia de alimentos. – Barueri, SP : Manole,

2006. Página 291.

6. Departamento de Química – UFJF. Otimização de um método espectrofotométrico para

quantificação de Ferro. Disponível em < http://www.ufjf.br/nupis/files/2012/03/Apostila.pdf>. Data de

acesso: 29 de nov. 2013.

AMÉRICO, M. A.; MOSSIN, S. A. G. e NISHIYAMA, P. Perfil de Fármacos por espectrofotometria

no ultravioleta. Disponível em < http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_40_04/03.pdf>. Data de

acesso: 29 de nov. 2013.

LUZIA, D. M. M. e JORGE, N. Atividade antioxidante do extrato de sementes de limão (Citrus

limon) adicionado ao óleo de soja em teste de estocagem acelerada. Disponível em <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000400022&script=sci_arttext>. Data de acesso:

29 de nov. 2013.

Planejamento de Aula – Klauss Engelmann

28

Page 32: Espectrofotometria de Absorção Molecular (Relatório)

7. ANEXOS

7.1 ANEXO A

29