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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Paula Barth Campani ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES NERVURADAS SIMPLES E DUPLAS POR ANALOGIA DE GRELHA Porto Alegre dezembro 2011

Especura Das Lajes

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Paula Barth Campani

    ANLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES NERVURADAS

    SIMPLES E DUPLAS POR ANALOGIA DE GRELHA

    Porto Alegre

    dezembro 2011

  • PAULA BARTH CAMPANI

    ANLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES NERVURADAS

    SIMPLES E DUPLAS POR ANALOGIA DE GRELHA

    Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento de

    Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal

    do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do

    ttulo de Engenheiro Civil

    Orientadora: Virgnia Maria Rosito dAvila Bessa

    Porto Alegre

    dezembro 2011

  • PAULA BARTH CAMPANI

    ANLISE COMPARATIVA ENTRE LAJES NERVURADAS

    SIMPLES E DUPLAS POR ANALOGIA DE GRELHA

    Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do

    ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pela Professora Orientadora e

    pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

    Porto Alegre, 10 dezembro de 2011

    Profa. Virgnia Maria Rosito dAvila Bessa Dra. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Orientadora

    Profa. Carin Maria Schmitt

    Coordenadora

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Roberto Domingo Rios (UFRGS)

    Dr. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Prof. Rubem Clcio Schwingel (UFRGS)

    Me. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Profa. Virgnia Maria Rosito dAvila Bessa Dra. pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul

  • Dedico este trabalho a meus pais, Carlos e Angela, pelo

    incentivo e apoio incondicional.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo Professora Virgnia Maria Rosito dAvila Bessa, orientadora deste trabalho, por

    sua dedicao e engajamento com este, por compartilhar seus conhecimentos com pacincia e

    entusiasmo.

    Agradeo Professora Carin Maria Schmitt, pela imensa dedicao e suporte ao longo deste

    ano, pela sua disposio e comprometimento no auxilio deste trabalho.

    Agradeo aos engenheiros da empresa de clculo estrutural Estdio 3, pela confiana

    depositada e dedicao em me passar conhecimentos.

    Agradeo aos meus pais, Angela e Carlos, pelo amor e incentivo que sempre me deram, pela

    boa educao e principalmente por sempre terem acreditado no meu potencial.

    Agradeo minha av Alsumira, uma pessoa to especial e um exemplo de superao e

    generosidade a ser seguido.

    Agradeo minha irm, Raquel, pelas boas risadas compartilhadas e por ser meu exemplo de

    determinao.

    Agradeo ao meu namorado Renan, pelo incentivo, compreenso, companheirismo e pelos

    momentos felizes que passamos juntos.

    Agradeo minhas amigas e colegas da Engenharia Civil, por tornar a faculdade mais fcil e

    divertida.

  • A mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao

    seu tamanho original.

    Albert Einstein

  • RESUMO

    Este trabalho versa sobre a anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas para

    diferentes configuraes estruturais, atravs da analogia de grelha. Analisando-se o consumo

    de concreto, ao e frmas para cada situao estrutural proposta, determinado o custo dos

    materiais para cada soluo construtiva em estudo. Para a obteno dos quantitativos de

    insumos, as lajes so dimensionadas atravs da ferramenta computacional CAD/TQS, que

    utiliza o mtodo da analogia de grelha para determinar esforos e deslocamentos da estrutura,

    podendo-se assim, definir a espessura mais indicada para cada laje, considerando o menor

    dispndio de materiais. So apresentadas caractersticas e definies das lajes nervuradas,

    simples e duplas, e lajes cogumelo. Os esclarecimentos acerca do funcionamento da analogia

    de grelhas so feitos para demonstrar o mtodo e suas caractersticas. Para o

    dimensionamento de lajes, so apresentadas as consideraes feitas para o projeto, de acordo

    com a Associao Brasileira de Normas Tcnicas, como as cargas acidentais mnimas de

    clculo, as dimenses pr-estabelecidas para as lajes nervuradas e as distintas armaduras a

    serem utilizadas nas lajes cogumelo. Ao longo do trabalho, esto dispostos quadros e grficos

    com resultados e comparaes das espessuras das lajes, dos volumes de concreto e EPS, dos

    pesos de ao e do custo com materiais em funo da configurao estrutural e do tipo de laje

    nervurada. Com isso, conclui-se, para as condies analisadas neste trabalho, que as lajes

    nervuradas duplas consomem mais concreto e ao que as lajes nervuradas simples, para a

    mesma configurao de laje e mesmo deslocamento mximo. Entretanto, esta diferena

    amortizada com o aumento das dimenses das lajes. Assim, para grandes vos entre apoios,

    acima de 9 metros aproximadamente, a diferena de custo entre as lajes nervuradas simples e

    duplas praticamente nula. Percebe-se tambm, com este trabalho, que as lajes nervuradas

    duplas necessitam menores espessuras de laje em relao simples.

    Palavras-chave: Lajes nervuradas. Lajes nervuradas simples. Lajes nervuradas duplas. Laje

    cogumelo. Analogia de grelha. Quantitativos de materiais.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 Diagrama das etapas do projeto de pesquisa .................................................. 15

    Figura 2 Laje nervurada simples com nervuras aparentes ............................................ 21

    Figura 3 Laje nervurada simples com superfcie plana ................................................. 21

    Figura 4 Laje nervurada contnua .................................................................................. 22

    Figura 5 Laje nervurada dupla com material inerte ...................................................... 23

    Figura 6 Runa por puno em laje cogumelo ............................................................... 26

    Figura 7 Armadura transversal modular ........................................................................ 26

    Figura 8 Laje nervurada com macio representada por uma grelha equivalente .......... 30

    Figura 9 Permetros crticos em pilares internos ........................................................... 35

    Figura 10 Disposio da armadura de puno e delimitao da superfcie crtica C`` . 36

    Figura 11 Armaduras de puno e contra colapso progressivo ..................................... 37

    Figura 12 Dimenses de vigas e pilares das lajes nervuradas em estudo ...................... 39

    Figura 13 Dimenses das nervuras e capas de concreto das lajes nervuradas em estudo .................................................................................................................

    40

    Figura 14 Exemplo de deslocamento da estrutura ........................................................ 41

    Figura 15 Dimenses variadas nas lajes nervuradas em estudo .................................... 42

    Figura 16 Espessuras das lajes em centmetros ............................................................. 50

    Figura 17 Diferena de espessura em centmetros ........................................................ 51

    Figura 18 Diferena de espessura em percentual .......................................................... 51

    Figura 19 Volume de concreto em metros cbicos ....................................................... 53

    Figura 20 Diferena de volume de concreto em percentual .......................................... 53

    Figura 21 Volume de EPS em metros cbicos .............................................................. 55

    Figura 22 Diferena de volume de EPS em percentual ................................................. 55

    Figura 23 Peso de ao em quilos ................................................................................... 57

    Figura 24 Diferena de peso de ao em percentual ....................................................... 57

    Figura 25 Taxa de armadura .......................................................................................... 59

    Figura 26 Custo com materiais em Reais ...................................................................... 60

    Figura 27 Diferena de custo com materiais em percentual ......................................... 60

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 Valores mnimos das cargas verticais ........................................................... 32

    Quadro 2 Limite para deslocamento ............................................................................. 33

    Quadro 3 Dimenses em planta das lajes nervuradas em estudo .................................. 43

    Quadro 4 Deslocamentos e espessuras das lajes nervuradas em estudo ....................... 44

    Quadro 5 Quantitativos de concreto EPS e frmas ....................................................... 45

    Quadro 6 Quantitativos de ao ...................................................................................... 46

    Quadro 7 Custos com materiais .................................................................................... 48

    Quadro 8 Comparao das espessuras das lajes ............................................................ 49

    Quadro 9 Comparao dos volumes de concreto .......................................................... 52

    Quadro 10 Comparao dos volumes de EPS ............................................................... 54

    Quadro 11 Comparao dos pesos de ao ..................................................................... 56

    Quadro 12 Taxas de armaduras ..................................................................................... 58

    Quadro 13 Comparao dos custos com materiais ........................................................ 60

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ........................................................................................................... 11

    2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 13

    2.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 13

    2.2 OBJETIVO DO TRABALHO ................................................................................... 13

    2.2.1 Objetivo principal ................................................................................................. 13

    2.2.2 Objetivo secundrio .............................................................................................. 13

    2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 13

    2.4 DELIMITAES ...................................................................................................... 14

    2.5 LIMITAES ............................................................................................................ 14

    2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 14

    2.6.1 Pesquisa bibliogrfica ........................................................................................... 15

    2.6.2 Definio das lajes a serem estudadas ................................................................. 16

    2.6.3 Dimensionamento das lajes .................................................................................. 16

    2.6.4 Quantitativos e custos dos materiais .................................................................... 16

    2.6.5 Comparao dos resultados .................................................................................. 16

    2.6.6 Anlise final e concluses ...................................................................................... 17

    3 LAJES DE CONCRETO ARMADO ........................................................................ 18

    3.1 LAJES NERVURADAS ............................................................................................ 19

    3.1.1 Lajes nervuradas simples ..................................................................................... 20

    3.1.2 Lajes nervuradas duplas ....................................................................................... 22

    3.2 LAJES COGUMELO ................................................................................................. 24

    3.2.1 Capitel .................................................................................................................... 25

    3.2.2 Vigas de borda ....................................................................................................... 27

    4 CONSIDERAES DE PROJETO .......................................................................... 28

    4.1 ANALOGIA DE GRELHA ....................................................................................... 28

    4.2 CRITRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS LAJES .................................. 31

    4.2.1 Critrios para lajes nervuradas ........................................................................... 34

    4.2.2 Critrios para lajes cogumelo ............................................................................... 35

    5 CLCULO DAS LAJES NERVURADAS ............................................................... 38

    5.1 QUANTITATIVOS DE MATERIAIS ....................................................................... 44

    5.2 CUSTOS COM MATERIAIS .................................................................................... 47

    6 COMPARAO DOS RESULTADOS .................................................................... 49

    6.1 COMPARAO DAS ESPESSURAS DAS LAJES ................................................ 49

  • 6.2 COMPARAO DOS VOLUMES DE CONCRETO ............................................. 52

    6.3 COMPARAO DOS VOLUMES DE EPS ............................................................ 54

    6.4 COMPARAO DOS PESOS DE AO .................................................................. 56

    6.5 TAXA DE ARMADURA .......................................................................................... 58

    6.6 COMPARAO DOS CUSTOS COM MATERIAIS ............................................. 59

    7 CONCLUSO ............................................................................................................. 62

    REFERNCIAS ............................................................................................................... 64

  • 11

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    1 INTRODUO

    A construo civil no Brasil passa por uma grande transformao, o mercado est em

    crescimento, o que exige dos engenheiros uma melhoria contnua nas tcnicas de construo,

    devido ampla concorrncia trazida por esta ascenso. Na busca de solues construtivas

    velozes e econmicas, a utilizao de lajes nervuradas cresce mundialmente, por apresentar

    menores custos em comparao s lajes macias convencionais, quando projetadas para

    vencer grandes vos.

    As lajes nervuradas podem ser classificadas conforme a posio das nervuras na sua seo

    transversal em simples, invertidas e duplas. De acordo com Arajo (2003, p. 144), as lajes

    nervuradas simples, com nervuras inferiores, funcionam como vigas T para momentos fletores

    positivos. Nos casos de lajes contnuas, observam-se, nas proximidades dos apoios

    intermedirios, trechos com momento fletor negativo, comprimindo a face inferior da nervura,

    regio em que a rea de concreto reduzida, tornando-se necessrio o uso de faixas macias,

    tambm conhecidas como capitis, para a absoro destes esforos.

    Segundo Souza e Cunha (1998, p. 208), em lajes em balano, nos quais os momentos

    negativos so predominantes, so comumente utilizadas lajes nervuradas invertidas, com

    nervuras superiores, que neste caso estaro tracionadas. Porm, em diversos casos, as lajes

    apresentam regies com momentos fletores positivos e outras, com negativos. Para tais

    situaes, as lajes nervuradas duplas, com seo transversal I, por funcionar como seo T em

    ambos os sentidos de momentos, apresentam bons resultados.

    Este trabalho tem como objetivo comparar as lajes nervuradas simples e duplas, em funo da

    espessura da laje, consumos de concreto, ao e frmas e custo desses materiais, para variadas

    configuraes estruturais. Para o clculo das lajes foram seguidas as prescries da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas e utilizada a ferramenta computacional

    CAD/TQS, que obtm esforos e deslocamentos da estrutura atravs da analogia de grelha.

    Com os quantitativos obtidos com o detalhamento da laje, foi realizada uma anlise de custos,

    utilizando os preos de mercado dos insumos envolvidos. Visando a melhor compreenso do

    leitor sobre as diferenas entre lajes nervuradas simples e duplas, os resultados esto dispostos

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

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    em quadros e grficos, possibilitando assim, a comparao entre os dois tipos de lajes

    nervuradas em questo.

    No captulo 2, aps a introduo, tem-se a apresentao das diretrizes de pesquisa do trabalho.

    Encontra-se a questo de pesquisa, objetivo principal e secundrio, pressupostos,

    delimitaes, limitaes e delineamento do trabalho. O terceiro captulo trata de um estudo

    terico sobre as lajes nervuradas, simples e duplas, e lajes cogumelo, apresentando suas

    definies, principais caractersticas, vantagens e desvantagens, obtidas atravs da pesquisa

    bibliogrfica.

    No quarto captulo, so apresentadas as consideraes utilizadas para a realizao do projeto.

    No seu primeiro item, apresentado o mtodo de clculo utilizado para o dimensionamento

    das lajes, o mtodo da analogia de grelha. Em seguida so apresentados os critrios utilizados

    para o dimensionamento das lajes, tais como, cargas acidentais a serem consideradas,

    condies para o dimensionamento das lajes nervuradas e verificaes feitas nas lajes

    cogumelo.

    No captulo 5, apresentado o dimensionamento das lajes e apresentados os quantitativos de

    concreto, ao e frmas, assim como o custo total com tais insumos para cada configurao

    estrutural. No sexto captulo, os resultados obtidos so comparados e analisados, em forma de

    quadros e grficos. O stimo captulo apresenta a anlise final e concluses que podem ser

    feitas, atravs deste trabalho, sobre as lajes nervuradas simples e duplas.

  • 13

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    2 DIRETRIZES DA PESQUISA

    Neste captulo, so apresentadas as diretrizes de pesquisa do trabalho, como a questo de

    pesquisa, objetivo principal e secundrio, pressuposto, limitaes e delimitaes. Por fim,

    apresentado o delineamento do trabalho, explicando as etapas que foram desenvolvidas para a

    realizao deste.

    2.1 QUESTO DE PESQUISA

    A questo de pesquisa deste trabalho : qual a diferena de custo dos materiais entre as lajes

    nervuradas simples e duplas, para as configuraes estruturais estudadas, nas quais ambos os

    tipos so passveis de uso?

    2.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

    Os objetivos do trabalho esto classificados em principal e secundrio e so apresentados nos

    prximos itens.

    2.2.1 Objetivo principal

    O objetivo principal deste trabalho a comparao entre lajes nervuradas simples e duplas,

    em funo do custo dos materiais, para variadas configuraes estruturais propostas.

    2.2.2 Objetivo secundrio

    O objetivo secundrio deste trabalho a verificao da possibilidade de uso das lajes

    estudadas e, quando adequadas, a determinao das espessuras das lajes para as diferentes

    configuraes estruturais estudadas, utilizando lajes nervuradas simples e duplas.

    2.3 PRESSUPOSTO

    O trabalho tem por pressuposto que o clculo atravs da analogia de grelha apresenta

    resultados satisfatrios para as lajes em questo, assim como o dimensionamento feito pelo

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

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    CAD/TQS, desde que seja adequadamente modelado e com critrios ajustados

    apropriadamente.

    2.4 DELIMITAES

    O trabalho delimita-se ao estudo de lajes lisas nervuradas, simples e duplas, retangulares, com

    carregamento distribudo e esttico, utilizados tipicamente no clculo de pavimentos

    destinados ao estacionamento de automveis.

    2.5 LIMITAES

    As limitaes do trabalho so abaixo apresentadas:

    a) o dimensionamento estrutural de cada configurao de lajes realizado

    somente utilizando a ferramenta computacional CAD/TQS;

    b) as lajes analisadas so lajes lisas, ou seja, apoiadas diretamente em pilares com

    macios de mesma espessura da laje e com vigas apenas nas bordas do

    pavimento;

    c) a anlise comparativa se refere apenas ao consumo de concreto, ao e frmas;

    d) para estimativa de custos dos materiais, foram utilizados preos mdios de

    mercado, obtidos junto a uma construtora de Porto Alegre;

    e) o trabalho ficou limitado ao clculo das lajes bidirecionais, isto , lajes armadas

    em duas direes;

    f) as lajes nervuradas simples e duplas utilizam EPS como material de

    enchimento.

    2.6 DELINEAMENTO

    O trabalho foi realizado atravs das etapas apresentadas a seguir, esquematizadas na figura 1:

    a) pesquisa bibliogrfica;

    b) definio das lajes a serem estudadas;

    c) dimensionamento das lajes;

    d) quantitativos e custos dos materiais;

    e) comparao dos resultados;

    f) anlise final e concluses.

  • 15

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 1 Diagrama das etapas do projeto de pesquisa

    (fonte: elaborado pela autora)

    As seis etapas dispostas na figura 1 so descritas e melhor detalhadas nos prximos itens.

    2.6.1 Pesquisa bibliogrfica

    Durante a pesquisa bibliogrfica, buscou-se o aprofundamento do conhecimento sobre lajes

    nervuradas e cogumelo, atravs de livros de estruturas de concreto armado, teses de doutorado

    a respeito de mtodos de clculo e normas relacionadas ao assunto, tudo isso com auxlio de

    professores e profissionais da rea de estruturas. Por ser uma etapa de obteno de

    informaes, teve maior durao do que outras, estendendo-se de antes mesmo do incio do

    trabalho at sua concluso.

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    16

    2.6.2 Definio das lajes a serem estudadas

    Na etapa de definio das lajes, primeiramente determinou-se a configurao estrutural das

    lajes utilizadas, as cargas acidentais e permanentes consideradas no clculo, a resistncia

    compresso do concreto, entre outros parmetros a serem empregados, visando obter

    resultados mais claros na anlise comparativa proposta.

    2.6.3 Dimensionamento das lajes

    Aps a definio dos parmetros a serem utilizados, foram realizados os dimensionamentos

    das lajes, atravs da ferramenta computacional CAD/TQS, que utiliza o mtodo da analogia

    de grelha para esse clculo. Primeiramente foi feito o lanamento da estrutura no software,

    que, com as dimenses das lajes nervuradas e carregamentos aplicados, determina os esforos

    e deslocamentos por nervura da laje. Com estes esforos, so determinadas as reas de

    armaduras necessrias.

    2.6.4 Quantitativos e custos dos materiais

    Com o dimensionamento da estrutura foi possvel calcular o volume de concreto, a quantidade

    de ao (expressas em quilos), o volume de EPS, material de enchimento utilizado, e a rea de

    frmas para os dois tipos de laje nervurada. Aps a obteno dos respectivos preos de

    mercado de cada um dos insumos, foram calculados os gastos totais com materiais, para cada

    laje proposta.

    2.6.5 Comparao dos resultados

    Com os resultados das etapas anteriores, foi feita a comparao e anlise dos resultados

    obtidos, definindo-se qual a diferena de custo com materiais entre as lajes nervuradas

    simples e duplas e suas respectivas espessuras para cada configurao estrutural proposta. A

    comparao dos resultados feita para a espessura da laje utilizada, volume de concreto,

    volume de EPS, peso de ao e custo total da estrutura.

  • 17

    __________________________________________________________________________________________

    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    2.6.6 Anlise final e concluses

    Na ltima etapa, anlise final e concluses deste trabalho, foi feita a comparao das lajes

    com a pesquisa bibliogrfica. Na concluso do trabalho foi feita a anlise de quais as

    vantagens e desvantagens de cada um dos dois tipos de laje nervurada e em quais situaes

    so melhores aplicadas.

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    18

    3 LAJES DE CONCRETO ARMADO

    Figueiredo Filho (1989, p. 1) define laje como uma placa, folhas planas sujeitas

    principalmente a aes normais ao seu plano, feitas de concreto armado ou protendido. Souza

    e Cunha (1998, p. 23) classificam as lajes sob quatro critrios: forma, natureza, tipo de apoio

    e tipo de armao. Assim, quanto:

    a) forma, as lajes podem ser retangulares, quadradas, triangulares, em L,

    circulares, etc.;

    b) natureza, existem lajes macias, nervuradas, mistas, em grelha, duplas e pr-

    fabricadas;

    c) ao tipo de apoio, as lajes podem ter apoio contnuo, discreto e em apenas um

    trecho de sua rea;

    d) ao tipo de armao, elas podem ser armadas em uma s direo ou em duas,

    tambm chamada de armadas em cruz ou bidirecional.

    Segundo Takeya1 et alli (1985 apud FIGUEIREDO FILHO, 1989, p. 5):

    A principal finalidade de uma estrutura resistir s aes a ela aplicadas, de modo

    que seja possvel executar uma obra de engenharia que cumpra com as finalidades que dela se requer. Entretanto, no basta auma estrutura resistir satisfatoriamente a

    uma srie de aes para que seja considerada boa; preciso que o faa de uma

    maneira racional, com bom aproveitamento das caractersticas dos materiais e que

    atenda adequadamente s necessidades arquitetnicas e funcionais da edificao

    com custo aceitvel, sem prejuzo das condies de segurana exigidas.

    Comumente so utilizadas lajes macias nos pisos dos edifcios de concreto armado. Porm,

    quando projetadas para vencer grandes vos, essas lajes demandam espessuras to grandes

    que a maior parte do carregamento passa a ser constitudo por seu peso prprio, o que torna

    essa soluo antieconmica (ARAJO, 2003, p. 143).

    Figueiredo Filho (1989, p. 8) comenta que a reduo de custo uma premissa bsica na

    escolha de uma soluo estrutural e construtiva. Quando as possveis alternativas apresentam

    desempenhos estruturais, construtivos, de qualidade e segurana equivalentes, o fator custo

    ser determinante nesta escolha.

    1 TAKEYA, T. et alli. Recomendaes para o projeto e a execuo da estrutura em lajes-cogumelo

    pertencentes as UBS do plano metropolitano de sade. So Carlos: Escola de Engenharia de So Carlos,

    Universidade de So Paulo. 1985. Relatrio.

  • 19

    __________________________________________________________________________________________

    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Como visto anteriormente, as lajes podem ser de vrios tipos segundo seu mtodo construtivo

    (macias, nervuradas, duplas, cogumelo, etc.). Nesse trabalho ser feita a comparao entre

    lajes nervuradas simples e duplas, utilizando uma laje lisa com vigas apenas nas bordas. Com

    isso, nos prximos itens deste captulo, sero apresentadas algumas caractersticas e

    definies importantes em relao s lajes nervuradas e cogumelo.

    3.1 LAJES NERVURADAS

    As lajes nervuradas so definidas pela NBR 6118 da seguinte forma: [...] so as lajes

    moldadas no local ou com nervuras pr-moldadas, cuja zona de trao para momentos

    positivos est localizada nas nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 86). As lajes nervuradas

    demandam uma altura cerca de 50% maior que a das lajes macias, mas seu peso e consumo

    de concreto so inferiores. Estima-se que as lajes nervuradas tendem a ser mais econmicas

    quando projetadas para vencerem vos acima de oito metros, aproximadamente (ARAJO,

    2003, p. 144).

    Entre as vantagens das lajes nervuradas, pode-se relacionar segundo Souza e Cunha (1998, p.

    207):

    a) estruturas mais leves em grandes vos;

    b) quando utilizado o material de enchimento, normalmente apresentam melhores

    isolamentos trmicos e acsticos do que as lajes macias de concreto;

    c) a estrutura, para grandes vos, geralmente apresenta resultados mais

    econmicos que lajes macias e que as lajes cogumelo.

    Tambm de acordo com Souza e Cunha (1998, p. 207-208), as lajes nervuradas podem

    apresentar as seguintes desvantagens e/ou exigir cuidados especiais na execuo:

    a) quando utilizado tijolos como material de enchimento, se os mesmos no forem

    devidamente molhados antes da concretagem, poder ocorrer a absoro de

    gua do concreto, tornando mais difcil o adensamento, o que leva muitas vezes

    ao acrscimo de gua inapropriado durante a execuo, aumentando o fator

    gua/cimento, que acarreta na diminuio da resistncia do concreto;

    b) a passagem de eletrodutos, no deve ser feita na mesa de concreto da laje, pois

    pode vir a reduzir a resistncia desta;

    c) a distribuio das cargas concentrados no feita de forma to eficiente quanto

    nas lajes macias.

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    As lajes nervuradas podem ser classificadas de acordo com o espaamento entre suas

    nervuras. Se essas apresentam espaamentos diferentes nas duas direes, a laje ortotrpica.

    Nos casos nos quais os espaamentos so iguais, a laje isotrpica, assim como as lajes

    macias. A mesma classificao pode ser feita quanto s dimenses das nervuras nas duas

    direes (ARAJO, 2003, p. 147).

    As lajes nervuradas podem tambm ser classificadas em trs tipos, conforme a posio das

    nervuras na sua seo transversal:

    a) simples (seo T), mais comumente utilizada;

    b) invertida (seo T invertida), muito utilizada em lajes em balano;

    c) dupla (seo I), recomendada para lajes contnuas.

    Nos itens seguintes, sero mais bem definidas e conceituadas as lajes nervuradas simples e

    duplas, que so o enfoque da anlise comparativa deste trabalho.

    3.1.1 Lajes nervuradas simples

    Segundo Arajo (2003, p. 143):

    Para reduzir o peso prprio da estrutura, pode-se adotar a soluo em lajes

    nervuradas. Nessas lajes, a zona de trao constituda por nervuras entre as quais

    podem ser colocados materiais inertes, de forma a tornar plana a superfcie externa.

    Os materiais inertes devem ter peso especfico reduzido em comparao com o peso

    especfico do concreto, podendo ser empregados tijolos cermicos furados, blocos

    de concreto leve, isopor, etc. Alternativamente, os espaos entre as nervuras podem

    ser preenchidos com formas industrializadas que, aps sua retirada, deixam mostra

    as nervuras da laje.

    A figura 2 mostra um exemplo de laje nervurada simples com as nervuras aparentes, isto , na

    regio inferior da laje o concreto macio foi substitudo por nervuras intercaladas por espaos

    vazios. Na figura 3, os espaos vazios so preenchidos por um material inerte, com peso

    especfico menor que o concreto, para deixar plana a superfcie inferior e para facilitar a

    execuo desta laje.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 2 Laje nervurada simples com nervuras aparentes

    (fonte: ARAJO, 2003, p. 144)

    Figura 3 Laje nervurada simples com superfcie plana

    (fonte: ARAJO, 2003, p. 143)

    A substituio ou eliminao de concreto na parte inferior da seo possvel, pois, esta zona

    est tracionada. A resistncia trao do concreto aproximadamente 10% da sua resistncia

    compresso. Com isso, pode-se ignorar a resistncia a trao do concreto e dimensionar as

    nervuras para resistir a tais esforos.

    Nas lajes nervuradas simples, com capa de concreto superior, em casos nos quais a laje for

    contnua, torna-se necessrio que as cubetas prximas aos apoios intermedirios, que geram

    picos de momentos fletores negativos, sejam preenchidas com concreto, tambm conhecidas

    como macios, conforme indicado na figura 4 (ARAJO, 2003, p. 144).

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    Figura 4 Laje nervurada contnua

    (fonte: ARAJO, 2003, p. 144)

    3.1.2 Lajes nervuradas duplas

    O projeto arquitetnico moderno exige o emprego de estruturas versteis e com liberdade de

    criao. O que conduz ao emprego de lajes com grandes vos sem nervuras aparentes,

    tambm conhecidas como teto liso. Este pode ser obtido por meio de lajes apoiadas

    diretamente sobre os pilares, formando a chamada laje cogumelo, ou por meio de lajes

    nervuradas duplas (ROCHA, 1988, p. 9).

    As lajes nervuradas duplas tm seo transversal I, ou seja, tanto para momento fletores

    positivos quanto para os negativos, as nervuras estaro funcionando como vigas T,

    comprimindo a mesa de concreto. Com isso, as lajes nervuradas duplas so recomendadas

    para lajes contnuas, nos quais ocorrem ambos os sentidos de momentos.

    A laje nervurada dupla composta por mesas de concreto superior e inferior, com parte do

    concreto interno substitudo por material inerte ou sem material algum, com o intuito de

    reduzir o peso prprio da estrutura. A figura 5 mostra um exemplo da seo transversal de

    uma laje nervurada dupla na qual, no seu interior, o concreto foi substitudo por material

    inerte, de baixo peso especifico em relao ao concreto, que ficar enclausurado dentro da

    laje.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 5 Laje nervurada dupla com material inerte

    (fonte: elaborado pela autora)

    Alternativamente utilizao de material inerte entre as mesas, h a recomendao de uso

    uma frma no interior da laje, tambm conhecido como caixo perdido, pois essa frma

    tambm no poder ser retirada aps a concretagem. Produzida na maioria das vezes em

    madeira, por ser um material de baixo custo, esse mtodo de execuo pouco utilizado

    atualmente, pois demanda muito tempo para a fabricao dessas caixas (ROCHA, 1988, p.

    48).

    De acordo com Rocha (1988, p. 59), As lajes em forma de teto duplo so muito leves e

    podem constituir um sistema extremamente barato quando for bem projetado, tirando-se o

    mximo partido dos processos modernos de clculo e execuo.. As lajes nervuradas duplas,

    por apresentarem capa inferior de concreto, dispensam o uso de forro ou revestimento da parte

    inferior da laje, solues utilizadas para encobrir o material de enchimento de lajes nervuradas

    simples.

    Segundo Souza e Cunha (1998, p. 208), a grande desvantagem das lajes nervuradas duplas,

    em relao s nervuradas simples, que a concretagem deve ser feita em duas etapas:

    primeiramente a concretagem da laje inferior, j com estribos posicionados quando

    necessrios, seguida da concretagem das nervuras e capa superior. O intervalo entre essas

    deve ser suficiente para a cura do concreto e posicionamento dos ferros e material de

    enchimento.

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    3.2 LAJES COGUMELO

    Conforme a NBR 6118, Lajes-cogumelo so lajes apoiadas diretamente em pilares com

    capitis, enquanto lajes lisas so as apoiadas nos pilares sem capitis. (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 86). Neste trabalho foram utilizadas lajes

    nervuradas com macios de mesma espessura das lajes, o que defini uma laje lisa. Porm, seu

    comportamento e dimensionamento so similares aos de lajes cogumelo.

    A laje cogumelo no um tipo de estrutura que pode ser utilizada em qualquer situao.

    Quando necessria a utilizao de clculos aproximados, conveniente que os pilares das

    lajes cogumelos estejam o mais alinhados possvel, formando uma malha ortogonal e

    proporcionando uma distribuio mais uniforme dos esforos (FIGUEIREDO FILHO, 1989,

    p. 13).

    Segundo Souza e Cunha (1998, p. 226), as principais vantagens das lajes cogumelo em

    relao tradicional soluo de lajes compostas por pilares e vigas so:

    a) geralmente mais econmicos para grandes carregamentos;

    b) reduz o p direito e facilita a passagens de dutos sob sua face inferior;

    c) frmas mais simples e econmicas;

    d) facilidade e agilidade na execuo;

    e) maior ventilao e iluminao, pela ausncia de vigas que interferem na

    circulao de ar e entrada de luz.

    As lajes cogumelo podem ser nervuradas, reduzindo o peso prprio, consumo de concreto,

    cargas nos pilares e fundaes, tornando-se mais econmicas. A regio dos apoios no deve

    ser nervurada, pois, h neste, uma grande concentrao de esforos, principalmente os de

    cisalhamento. Geralmente, as lajes cogumelo nervuradas so empregadas em casos nos quais

    as aes ou vos exigem lajes de grande espessura, principalmente na regio dos pilares

    (FIGUEIREDO FILHO, 1989, p. 15).

    No estudo comparativo desenvolvido nesse trabalho, ser utilizada uma laje lisa nervurada,

    com macios e vigas de borda de mesma espessura que as nervuras da laje. Nos prximos

    itens, ser descrita as funes dos capitis, principal elemento da laje cogumelo, em seguida

    determinadas as vantagens de se colocar vigas nas bordas, justificando a escolha da laje

    utilizada.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    3.2.1 Capitel

    Segundo Arajo (2003, p. 159), a capacidade de resistncia das lajes cogumelo determinada

    pelas tenses de flexo e principalmente pelas tenses tangenciais de puno geradas pelo

    apoio da laje sobre o pilar. funo do capitel, reduzir tais tenses de cisalhamento, evitando

    o puncionamento da laje pelo pilar. O capitel nada mais que um aumento da espessura da

    laje nas proximidades da ligao com o pilar.

    De acordo com Figueiredo Filho (1989, p. 87):

    Na regio da ligao da laje com o pilar, alm da fora cortante de alta intensidade

    atuante, pode ocorrer tambm a ao de grandes momentos fletores, que s no

    causam problemas em pilares interiores de lajes simtricas, carregadas tambm

    simetricamente e no sujeitas a esforos laterais, pois nesse caso os momentos na

    laje se auto equilibram.

    A puno o estado limite ltimo por cisalhamento entorno de foras concentradas. Sua

    anlise diferente daquela realizada para o estado limite ltimo por fora cortante. O clculo

    da puno de extrema importncia para o dimensionamento de lajes cogumelo, pois, a

    capacidade de resistncia destas lajes, esta limitada por essas tenses geradas nos apoio das

    lajes sobre os pilares (ARAJO, 2003, p. 163).

    Segundo Figueiredo Filho (1989, p. 86):

    O fenmeno da puno ocorre quando uma fora concentrada (ou agindo em uma

    pequena rea) aplicada em uma placa provoca a sua perfurao. No caso dos

    sistemas estruturais de lajes sem vigas o pilar aplica, diretamente na laje, uma fora

    concentrada de alta intensidade, o que pode causar a puno da laje pelo pilar e,

    consequentemente, a runa da estrutura. Essa runa ocorre na forma de uma ruptura

    frgil e abrupta, sem qualquer aviso prvio, o que impossibilita a tomada de medidas

    preventivas.

    Arajo (2003, p. 163) explica que A ruptura por puno se d com a propagao de fissuras

    inclinadas atravs da seo da laje, com uma inclinao na ordem de 30, como indicado na

    figura [...] [6]..

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    Figura 6 Runa por puno em laje cogumelo

    (fonte: ARAJO, 2003, p. 164)

    O uso de estribos convencionais e armaduras transversais, no so suficientes para evitar a

    ruptura do concreto devido puno. Para contornar essa dificuldade, faz-se o uso de estribos

    perfeitamente retilneos, com ancoragem mecnica nas extremidades. Essa armadura

    transversal modular, tambm chamada de studs, feita de chapas de ao soldada, com

    formato e exemplo de dimenses indicados na figura 7 (FUSCO, 1995, p. 273-274).

    Figura 7 Armadura transversal modular

    (fonte: FUSCO, 1995, p. 275)

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    3.2.2 Vigas de borda

    As bordas das lajes cogumelo podem ser livres ou apoiadas, em pilares ou em vigas.

    Entretanto, de acordo com Fusco (1995, p. 268), as bordas so regies crticas da laje

    cogumelo, particularmente em seus cantos, e so nelas que ocorre grande parte das

    deficincias estruturais. Com isso, o autor recomenda, sempre que possvel, o emprego de

    vigas de apoio nas bordas.

    Segundo Figueiredo Filho (1989, p. 20-21) as lajes com vigas apenas nas bordas dos

    pavimentos melhoram o comportamento do sistema em relao aos seguintes pontos:

    a) eliminam esforos de puno nos pilares externos, que so mais suscetveis a

    estes esforos, em funo de seu menor permetro crtico;

    b) diminuem deslocamentos transversais nas bordas externas dos pavimentos;

    c) ajudam a evitar a propagao de fogo em caso de incndios nos casos onde as

    vigas de borda so diretas (no invertidas);

    d) proporcionam maior rigidez s aes laterais, melhorando a estabilidade global

    do edifcio.

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    4 CONSIDERAES DE PROJETO

    Neste captulo, ser apresentado o mtodo utilizado para o clculo das lajes utilizadas na

    anlise comparativa, o mtodo da analogia de grelha. Em seguida, sero apresentados os

    critrios utilizados para dimensionar as lajes cogumelo e nervuradas, segundo as

    recomendaes da NBR 6118/2007.

    4.1 ANALOGIA DE GRELHA

    De acordo com Figueiredo Filho (1989, p. 29), o crescente uso das tcnicas computacionais

    vem gerando grandes avanos nas anlises de placas, possibilitando o clculo aproximado de

    sistemas de lajes com formas, carregamentos e espessuras irregulares. Dentre os mtodos que,

    para sua aplicao a problemas reais necessitam o uso de computadores, o autor destaca os

    mtodos das diferenas finitas, elementos finitos e da analogia de grelha. Neste trabalho este

    ultimo mtodo ser detalhado.

    Segundo Carvalho (1994, p. 16), a anlise de placas por analogia de grelha um

    procedimento de fcil compreenso e aplicao, que pode ser usado para o clculo de

    deslocamentos e esforos em pavimentos de edifcios. Figueiredo Filho (1989, p. 52) ressalta

    que, o mtodo apresenta baixos custos de processamento e se mostra bastante preciso para

    uma grande variedade de placas.

    Segundo Timoshenko e Woinowsky2 (1959 apud CARVALHO 1994, p. 20) inicialmente, a

    analogia de grelha foi utilizada por Marcus, para calcular placas com bordas verticalmente

    indeslocveis. Porm, como Figueiredo Filho (1989) demonstra ao longo de sua tese, o

    conceito de analogia de grelha pode da mesma forma, ser estendido para o caso de lajes

    apoiadas diretamente sobre pilares, as lajes cogumelo anteriormente citadas no trabalho. Neste

    caso, os pilares so considerados apoios indeslocveis.

    O mtodo da analogia de grelha consiste em substituir uma placa por uma malha equivalente

    de vigas, formando a chamada grelha anloga. Nessa, cada encontro entre as barras da grelha

    considerado um n (FIGUEIREDO FILHO, 1989, p. 52).

    2 TIMOSHENKO, S.; WOINOWSKY, K. Theory of plates and shells. Tokyo: McGraw-Hill, 1959.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    As cargas distribudas, segundo Carvalho (1994, p. 20), se dividem entre os elementos da

    grelha de acordo com a rea de influncia de cada elemento. Nos casos nos quias a carga for

    concentrada, com seu ponto de aplicao no diretamente sobre um n da grelha, tal carga

    deve ser distribuda entre os ns prximos, utilizando-se valores equivalentes de cargas em

    cada ponto, adequando-se a malha.

    Na analogia de grelha, os elementos da estrutura so representados por barras. Com objetivo

    de simular a seo transversal de cada elemento, o modelo determina inrcias toro e

    flexo para cada componente da grelha.

    Carvalho (1994, p. 20) indica que:

    As rigidezes toro e flexo da placa nas duas direes so tratadas como concentradas nos elementos correspondentes da grelha equivalente. Devem ter

    valores tais que ao se carregar as duas estruturas, a real e a da grelha equivalente,

    obtenha-se a mesma deformao e esforos internos iguais em sees

    correspondentes das duas estruturas. Isto se d, em virtude da diferena de

    caractersticas das duas estruturas, apenas de forma aproximada. Usando malhas

    adequadas e definindo as rigidezes de maneira apropriada consegue-se obter valores

    razoveis para os deslocamentos e esforos.

    De acordo com o manual de critrios de projeto da ferramenta computacional CAD/TQS, no

    caso do clculo de lajes nervuras por analogia de grelha, cada nervura da laje corresponde a

    uma barra da grelha equivalente. As nervuras so calculadas com seo T. Os macios em

    volta dos pilares so compostos por dois tipos de barras, com diferentes divisores de inrcia a

    toro. A figura 8 apresenta um exemplo da gerao de uma grelha equivalente para uma laje

    nervurada com macio no entorno do pilar. As barras do tipo 1 reproduzem as nervuras, as de

    tipo 2, so da borda dos macios e as de tipo 3, representam a parte interna do macio (TQS

    INFORMTICA LTDA, [2002a?], p. 23, 29).

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    Figura 8 Laje nervurada com macio representada por uma grelha equivalente

    (fonte: TQS INFORMTICA LTDA, [2002a?], p. 29)

    O software permite a caracterizao das inrcias toro e flexo de cada barra da grelha.

    Tambm permite determinar o tipo de apoio a ser desempenhado pelo pilar.

    Segundo Carvalho (1994, p. 22, 33), o maior inconveniente na anlise do funcionamento de

    uma laje, atravs da analogia de grelha, a desconsiderao da deformao transversal das

    barras, que a principal caracterstica das placas. Isso faz com que surjam diferenas entre os

    resultados de esforos e deslocamentos obtidos atravs da analogia de grelha e pela teoria de

    placa, pois essa ltima considera o efeito do coeficiente de Poisson do concreto, que

    representado pela letra grega . Com intuito de contornar este inconveniente, o autor sugere

    correes para tornar os valores de coerentes.

    O concreto armado pode apresentar comportamento linear e no linear, dependendo dos

    carregamentos aplicados. O material se comporta linearmente, dentro do estdio I, em

    estruturas nas quais os deslocamentos so pequenos e os esforos internos no so de grande

    influncia. Neste estdio considera-se que o material tenha um comportamento linear na

    relao tenso-deformao. O fim do estdio I se d quando ocorre a primeira fissura de

    trao no concreto (CARVALHO, 1994, p. 44, 52).

    Carvalho (1994, p. 44, 55) comenta que, a fissurao do concreto d incio a no linearidade

    fsica do material e incio ao estdio II. Segundo o autor, neste estgio, o concreto, j

    fissurado, pode ter sua resistncia trao desconsiderada. Para se calcular a inrcia da seo

    fissurada, as resultantes de tenses de compresso do concreto e armadura devem ser

    igualadas s tenses de trao na armadura, obtendo-se uma inrcia equivalente menor do que

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    a calculada no estdio I. O autor ainda ressalta que na avaliao das deformaes finais da

    estrutura deve-se tambm levar em considerao o efeito da fluncia do concreto.

    A no-linearidade fsica nada mais que a no proporcionalidade entre as cargas aplicadas e

    os deslocamentos por esta gerados. Este comportamento ocorre devido fissurao do

    concreto (TQS INFORMTICA LTDA, [2002b?], p. 55).

    4.2 CRITRIOS PARA O DIMENSIONAMENTO DAS LAJES

    Para o dimensionamento das lajes, de extrema importncia o estudo dos critrios, isto , os

    procedimentos a serem adotados, considerando-se como referncia para o clculo as normas

    da Associao Brasileira de Normas Tcnicas.

    Um dos principais dados a ser determinado a carga mnima de utilizao que dever ser

    considerada no clculo, definida de acordo com o destino de utilizao da estrutura. A NBR

    6120 define, no seu item 2.2, tal carga acidental como a carga que pode vir a atuar sobre a

    estrutura, em funo do seu uso, ou seja, o peso de pessoas, mveis, veculos, etc.

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1980, p. 1). Alguns exemplos de

    valores mnimos definidos pela Norma so apresentados no quadro 1.

    Na mesma Norma, no item 2.2.1.6, determinado o valor do coeficiente de majorao,

    utilizado para o clculo das cargas mnimas verticais de garagens e estacionamentos, caso das

    lajes estudadas nesse trabalho (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS,

    1980, p. 4):

    O valor do coeficiente de majorao das cargas acidentais a serem consideradas no projeto de garagens e estacionamentos para veculos deve ser determinado do

    seguinte modo: sendo l o vo de uma viga ou o vo menor de uma laje; sendo lo=3

    m para o caso das lajes e lo = 5m para o caso das vigas, tem-se:

    a) = 1,00.....................................quando l lo;

    b) = lo/l 1,43 ..........................quando l lo.

    Nota: O valor de no precisa ser considerada no clculo das paredes e pilares.

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    Quadro 1 Valores mnimos das cargas verticais

    (fonte: adaptado de ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 1980, p. 3-4)

    Para o dimensionamento de estruturas em concreto armado de extrema importncia que a

    anlise de deslocamentos limite seja feita. Este valor nada mais que o mximo deslocamento

    que os elementos estruturais podem sofrer, levando em considerao a deformao lenta do

    concreto. Os valores de deslocamento limite, utilizados na verificao do estado limite de

    deformao excessiva da estrutura, esto apresentados no quadro 2 e so classificados,

    conforme a NBR 6118, em quatro tipos de efeitos (ASSOCIAO BRASILEIRA DE

    NORMAS TCNICAS, 2007, p. 69):

    a) aceitabilidade sensorial: os deslocamentos causam vibraes indesejveis ou

    efeito visual desagradvel;

    b) efeitos especficos: casos nos quais o deslocamento da estrutura impede sua

    utilizao, por exemplo, pistas de boliche;

    c) efeitos em elementos no estruturais: o deslocamento da estrutura causa mau

    funcionamento de elementos ligados a esta;

    d) efeitos em elementos estruturais: os deslocamentos podem afetar o

    comportamento do elemento estrutural, provocando afastamento das hipteses

    de clculo.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Quadro 2 Limite para deslocamento

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 70)

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    Outros critrios utilizados para o dimensionamento das lajes, obtidos atravs da mesma

    Norma, so apresentados a seguir, separado-se os para lajes nervuradas e para as lajes

    cogumelo, sendo nesse ltimo apresentadas as armaduras de puno e contra colapso

    progressivo.

    4.2.1 Critrios para lajes nervuradas

    De acordo com a NBR 6118, nos itens 13.2.4.2, 14.7.7 e 20.1, as lajes nervuradas

    bidirecionais podem ser calculadas como lajes macias, desde que sejam obedecidas as

    seguintes condies (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 67,

    86, 153):

    a) o espaamento entre eixos de nervuras deve ser menor que 110 cm;

    b) a largura das nervuras deve ser superior a 5 cm, sendo que, nervuras contendo

    armadura de compresso devem ter espessura mnima de 8 cm;

    c) a espessura da mesa, quando no houver tubulaes horizontais embutidas,

    deve ser maior que 3 cm ou igual a 1/15 da distncia entre nervuras. Nos casos

    nos quais existirem tais tubulaes, com dimetros no maiores do que 12,5

    mm, a espessura mnima admitida para a mesa passa a ser 4 cm;

    d) a verificao da flexo da mesa pode ser dispensada para lajes com

    espaamento entre eixos de nervuras menores ou iguais a 65 cm, podendo-se

    adotar armadura mnima para a mesa, sem dimensionamento. Nas lajes nos

    quais esse valor ultrapassado, mas no maior que 110 cm, exige-se a

    verificao da flexo da mesa;

    e) a verificao ao cisalhamento das nervuras, quando a distncia entre eixos das

    nervuras for menor que 65 cm, pode ser feita considerando os critrio

    utilizados nas lajes. A mesma verificao permitida quando os eixos de

    nervuras forem espaados de at 90 cm e a largura mdia das nervuras for

    maior que 12 cm. Quando a distncia entre eixos for maior que 65 cm e menor

    que 110 cm, tal verificao deve ser feita como vigas, tornando o uso

    obrigatrio de estribos;

    f) os estribos em lajes nervuradas, quando necessrios, no devem ter

    espaamento superior a 20 cm.

    Conforme a mesma Norma, quando tais condies no forem verificadas, a laje nervurada

    deve ser projetada considerando a capa como laje macia apoiada na grelha de vigas.

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    __________________________________________________________________________________________

    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    4.2.2 Critrios para lajes cogumelo

    Em relao ao clculo de lajes cogumelo a NBR 6118, no seu item 14.7.8, indica que

    (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 86):

    A anlise estrutural de lajes lisas e cogumelo deve ser realizada mediante emprego

    de procedimento numrico adequado, por exemplo, diferenas finitas, elementos

    finitos e elementos de contorno.

    Nos casos em que os pilares estiverem dispostos em filas ortogonais, de maneira

    regular e com vos pouco diferentes, o clculo dos esforos pode ser realizado pelo

    processo elstico aproximado, com redistribuio, que consiste em adotar em cada

    direo prticos mltiplos, para obteno dos esforos solicitantes.

    De acordo com a NBR 6118, a verificao da necessidade de armaduras de puno para

    pilares internos com carregamentos simtricos deve ser feita primeiramente verificando a

    compresso diagonal do concreto na superfcie crtica C, representadas na figura 9, que

    corresponde ao contorno do pilar, atravs da tenso de cisalhamento. Na superfcie critica, C`,

    afastada de duas vezes a espessura da laje da face do pilar (figura 9), deve ser verificada a

    capacidade de ligao puno, associada resistncia trao diagonal do concreto. Nos

    casos nos quais a tenso aplicada for maior do que a resistente, o entorno do pilar deve ser

    armado puno. Em tais situaes, deve ser feita uma terceira verificao da resistncia ao

    cisalhamento do concreto, em um contorno C``, afastado de duas vezes do ltimo contorno de

    armadura, conforme ilustrado na figura 10 (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS

    TCNICAS, 2007, p. 145, 151).

    Figura 9 Permetros crticos em pilares internos

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 145)

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    36

    Figura 10 Disposio da armadura de puno e delimitao da superfcie crtica C``

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 151)

    A NBR 6118, no seu item 20.4, sobre as armaduras de puno indica que (ASSOCIAO

    BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 155):

    Quando necessrias, as armaduras para resistir puno devem ser constitudas por

    estribos verticais ou conectores (studs), com preferncia pela utilizao destes

    ltimos.

    O dimetro da armadura de estribos no pode superar h/20 e deve haver contato

    mecnico das barras longitudinais com os cantos dos estribos (ancoragem

    mecnica).

    As regies mnimas em que devem ser dispostas as armaduras de puno, bem como

    as distncias regulamentares a serem obedecidas esto mostradas na figura [...][11].

    A NBR 6118, no seu item 19.5.4, comenta que a armadura contra colapso progressivo tem

    como objetivo garantir a ductilidade local e a consequente proteo contra a ruptura frgil da

    estrutura (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 151).

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 11 Armaduras de puno e contra colapso progressivo

    (fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2007, p. 156)

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    5 CLCULO DAS LAJES NERVURADAS

    Este captulo apresenta o dimensionamento das lajes em estudo e os resultados obtidos com

    este, a partir da determinao das configuraes estruturais propostas. O clculo, atravs da

    analogia de grelha, foi desenvolvido utilizando-se a ferramenta computacional CAD/TQS.

    Para o clculo das lajes nervuradas simples e duplas, foram adotadas algumas consideraes:

    a) resistncia compresso do concreto de 30 MPa;

    b) carga acidental de 3 kN/m (referente a pavimentos destinados a garagens e estacionamentos);

    c) deslocamento mximo admissvel de /350, sendo o maior vo da laje, em centmetros;

    d) coeficiente de deformao lenta de 2,5.

    As lajes foram configuradas e calculadas de modo a apresentarem o menor dispndio com

    materiais possvel. Primeiramente foi determinada a utilizao de uma laje retangular, com

    configurao apresentada na figura 12, com vigas de borda de 19 cm de largura por 70 cm de

    altura, pilares de 40 cm por 19 cm nos cantos e no entorno da laje e pilares centrais de 30 cm

    por 30 cm, apoiados em regies macias de concreto, quadradas, de mesma espessura que a

    laje, com variadas dimenses em funo das dimenses em planta da laje.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 12 Dimenses de vigas e pilares das lajes nervuradas em estudo

    (fonte: elaborado pelo CAD/TQS)

    Para todas as lajes nervuradas, a distncia de eixo eixo das nervuras foi fixada em 60 cm e a

    largura das nervuras em 12 cm. Em todas as lajes nervuradas simples, foram utilizados 6 cm

    de espessura para a capa de concreto. Nas lajes nervuradas duplas, a capa superior foi fixada

    em 6 cm e a inferior em 5 cm.

    A figura 13 ilustra as dimenses fixas das lajes nervuradas em estudo. O corte transversal das

    lajes indica as espessuras das capas de concreto para as lajes nervuradas simples e duplas. A

    vista superior da laje igual para os dois tipos de laje nervurada. Tais dimenses foram

    adotadas respeitando a NBR 6118/2007 que indica que, nos casos nos quais existam

    tubulaes horizontais embutidas, com dimetros no maiores do que 12,5 mm, a espessura

    mnima admitida para a mesa de 4 cm.

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

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    Figura 13 Dimenses das nervuras e capas de concreto das lajes nervuradas em estudo

    (fonte: elaborado pela autora)

    Atravs do software CAD/TQS, foram estudadas diversas relaes entre as dimenses em

    planta da laje, a fim de que os valores dos deslocamentos mximos dos diferentes vos fossem

    o mais prximo possvel. Observa-se na figura 14 que, para esta relao escolhida entre vos,

    a laje em questo apresenta deslocamentos similares nos trs pontos indicados, A, B e C. Na

    escala de cores, a cor vermelha representa os maiores deslocamentos da estrutura.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 14 Exemplo de deslocamento da estrutura

    (fonte: elaborado pelo CAD/TQS)

    Na figura 15, est representada uma planta baixa genrica das lajes lisas nervuradas utilizadas

    neste trabalho. Nesta esto cotadas as medidas que esto sendo variadas, sendo A, a distncia

    entre pilares internos, o maior vo de cada laje. As medidas de B e C so os vos entre os eixo

    dos pilares contrais ao eixo das vigas de borda. A distncia D representa a regio macia da

    laje no entorno dos pilares, sempre com formato em planta quadrado. As medidas X e Y, so

    as dimenses, horizontais e verticais respectivamente, totais das lajes.

    A primeira laje calculada neste trabalho, L1, tem vos A, B e C medidos de eixo eixo de

    apoio, respectivamente de 600 cm, 585,5 cm e 525,5 cm. Esta foi a menor laje que se pode

    calcular com tal configurao que a diferena entre laje nervurada simples e dupla, fosse

    visvel. Para dimenses menores, a laje nervurada dupla teria espessura menor que 15 cm,

    sendo 11 cm de capa de concreto, com isso, o bloco de EPS teria 4 cm, o que seria

    praticamente uma laje macia.

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    Figura 15 Dimenses variadas nas lajes nervuradas em estudo

    (fonte: elaborado pelo CAD/TQS)

    O limitador da maior laje calculada neste trabalho, a L8, a armadura contra colapso

    progressivo, que deve ser colocada sobre os pilares de apoio. Esta armadura calculada em

    funo da rea do pilar e a carga suportada por este.

    As lajes seguintes foram dimensionadas com incrementos de 60 cm nos vos das lajes,

    mantendo assim a relao entre vos estabelecida anteriormente. No quadro 3, esto

    relacionadas as lajes utilizadas neste trabalho, com suas respectivas dimenses em planta e

    seus diferentes tamanhos de macios.

  • 43

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Quadro 3 Dimenses em planta das lajes nervuradas em estudo

    (fonte: elaborado pela autora)

    Com as dimenses em planta das lajes definidas, arbitrou-se uma espessura inicial para cada

    laje. A aplicao do carregamento pr-estabelecido resultou em determinado deslocamento

    mximo. Caso o deslocamento obtido com esta espessura de laje fosse muito diferente do

    deslocamento ao longo do tempo mximo permitido para a laje em questo, definia-se uma

    nova espessura, at que o valor deste deslocamento fosse prximo e inferior ao valor limite

    estipulado pela NBR 6118/2007.

    Como o deslocamento mximo da laje depende apenas do seu maior vo, cada laje em estudo

    tem seu respectivo valor limite, independentemente de ser nervurada dupla ou simples. No

    quadro 4, so apresentados os oito tamanhos de lajes calculadas, com seus respectivos

    deslocamentos mximos e espessuras de laje, quando calculadas com a soluo nervurada

    simples e dupla. Percebe-se que as lajes nervuradas duplas necessitam menores espessuras

    que as nervuradas simples, para o mesmo vo e com o mesmo deslocamento mximo.

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    Quadro 4 Deslocamentos e espessuras das lajes nervuradas em estudo

    (fonte: elaborado pela autora)

    5.1 QUANTITATIVOS DE MATERIAIS

    Com as dimenses das lajes estabelecidas, puderam-se calcular os quantitativos de concreto e

    frmas para cada laje, na soluo simples e dupla. O quadro 5 apresenta os volumes de

    concreto e EPS, em metros cbicos, e a rea de frmas das lajes, em metros quadrados.

    A rea de frmas a serem colocados na base das lajes igual para os dois tipos de laje,

    simples e duplas, pois depende apenas da rea em planta desta. O material de enchimento

    utilizado nas lajes nervuradas o poliestireno expandido, tambm conhecido por EPS. Para o

    mesmo tamanho de laje, os dois tipos de laje nervurada apresentam o mesmo nmero de

    blocos. Estes blocos, para todos tamanho e tipos de lajes, tm dimenses em planta de 48 cm

    por 48 cm, porm, as espessuras destes so diferentes para as lajes nervuradas simples e

    duplas, variando em consequncia seus respectivos volumes.

  • 45

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Quadro 5 Quantitativos de concreto, EPS e frmas

    (fonte: elaborado pela autora)

    Aps a determinao das dimenses das lajes a serem analisadas neste trabalho, foi feito o

    clculo destas atravs do software CAD/TQS. Primeiramente foi feito o lanamento

    estrutural das lajes, vigas e pilares e inserida a carga distribuda de 300 kg/m atuante na laje.

    Com isso, foi gerada a grelha anloga para cada laje. Cada barra da grelha representa uma

    nervura da laje. Os macios, por serem regies de grande rigidez, so representados por dois

    tipos de barras, com diferentes divisores de inrcia.

    A laje nervurada simples, apresenta a mesma distribuio de barras na grelha anloga que a

    laje nervurada dupla, o que diferencia as duas grelhas o divisor de inrcia de cada barra. Na

    laje nervurada simples a inrcia da barra corresponde a uma seo T e na dupla corresponde a

    uma seo I.

    Em seguida foi feito o clculo dos esforos. Cada barra da grelha recebe um momento fletor

    mximo. Com este esforo e com a seo transversal da nervura calculada a rea de ao

    necessria para aquela nervura. necessrio fazer a unificao das armaduras, com intuito de

    homogeneizar a armadura da laje, facilitando sua execuo.

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    So tambm calculadas as armaduras transversais, que so os estribos e os studs. Tais

    armaduras so necessrias para resistir aos esforos cortantes e de puno, geralmente altos

    nas regies prximas aos apoios. Nota-se que, nas lajes em estudo, a distncia entre eixo das

    nervuras menor que 65 cm e a espessura das nervuras de 12 cm, com isso, a verificao ao

    cisalhamento das nervuras pde ser feita considerando os critrios utilizados nas lajes, ou seja,

    os estribos foram colocados apenas nas regies necessrias.

    Nas lajes nervuradas em estudo, o espaamento entre eixos de nervuras menor que 65 cm,

    com isso, no necessria a verificao da flexo da mesa, podendo-se adotar armadura

    mnima para esta, dispensando o dimensionamento. Para isto, utilizada uma tela soldada

    com barras de 4,3 mm espaadas de 15 cm em ambos os sentidos, posicionada na parte

    inferior da capa superior da laje. Tal armadura necessria e igual para os dois tipos de lajes

    nervuradas, pois depende somente da rea da laje.

    O quadro 6 apresenta os resultados dos quantitativos de ao, em quilos, para cada laje. Tais

    valores esto divididos em armadura superior, inferior, transversal e armadura inferior da capa

    superior da laje.

    Quadro 6 Quantitativo de ao

    (fonte: elaborado pela autora)

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    5.2 CUSTOS COM MATERIAIS

    Com os quantitativos de concreto, ao e frmas, e seus respectivos preos, obtidos junto a

    uma construtora de mdio porte localizada na cidade de Porto Alegre, pde-se calcular os

    custos com materiais das lajes, apresentados no quadro 7. Ressalta-se que o objetivo principal

    deste trabalho no a determinao exata do custo das lajes e sim a comparao dos custos

    com materiais das lajes nervuradas simples e duplas.

    O preo do concreto utilizado referente ao concreto usinado e inclui o preo do aluguel da

    bomba. O concreto especificado 30 MPa de resistncia compresso e seu preo de

    R$ 268,00/m.

    O sistema de frmas adotado para as lajes nervuradas em estudo igual para as solues

    simples e duplas e composto por chapas de compensado, blocos de EPS e o sistema de

    escoramento metlico alugado. As chapas de compensados plastificados de espessura de 14

    mm so utilizadas para fazer a base da laje, podendo ser reutilizadas nos prximos andares,

    quando existentes. O preo do compensado utilizado neste trabalho de R$ 13,38/m. O custo

    com compensado igual para as lajes nervuradas simples e duplas, pois, depende somente da

    rea da laje.

    Os blocos de poliestireno expandido, EPS, so utilizados como material de enchimento para

    dar o formato da laje nervurada, porm, so frmas perdidas, visto que, depois que a laje est

    pronta, os blocos no so retirados. O preo destes blocos, j cortados, de R$ 98,00/m.

    O nmero de escoras metlicas necessrias depende do peso da laje e de cargas acidentais a

    serem consideradas. Porm, a diferena do peso por metro quadrado, entre as lajes nervuradas

    simples e duplas baixa em relao carga suportada pelo sistema de escoramento. Com isso,

    neste trabalho, considerado que o escoramento das lajes nervuradas simples e duplas igual

    e que depende somente da rea da laje. O preo do aluguel do sistema de escoramento,

    calculado aproximadamente, incluindo todos os elementos deste, de R$ 14,00/m por ms.

    O preo do quilo do ao foi considerado de forma aproximada, utilizando-se uma mdia

    ponderada entre os preos das diversas bitolas utilizadas e incluindo os servios de corte e

    dobra, totalizando o preo de R$ 2,64/kg.

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    Quadro 7 Custos com materiais

    (fonte: elaborado pela autora)

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    6 COMPARAO DOS RESULTADOS

    Este captulo apresenta a comparao dos resultados obtidos e diferenas entre as lajes

    nervuradas duplas e simples, em funo da espessura das lajes, do volume de concreto e EPS,

    do peso de ao, das taxas de armadura e custos com materiais. Nota-se que as comparaes

    sempre so feitas comparando a laje nervurada dupla em relao simples.

    6.1 COMPARAO DAS ESPESURAS DAS LAJES

    Aps o clculo dos diversos tamanhos de laje propostas, para as solues simples e duplas,

    obteve-se o resultado das espessuras das lajes. No quadro 8, tem-se, para os oito tamanhos de

    lajes estudadas, as respectivas espessuras quando dimensionadas com laje nervurada simples e

    dupla. O mesmo quadro apresenta a diferena de espessura em centmetro entre os dois tipos

    de laje nervurada. A ltima coluna deste quadro apresenta a diferena de espessuras expressa

    em percentual, ou seja, quanto por cento a menos de espessura a laje nervurada dupla tem em

    relao simples, para a mesma configurao estrutural.

    Quadro 8 Comparao das espessuras das lajes

    (fonte: elaborado pela autora)

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    A figura 16 apresenta o grfico das espessuras das lajes nervuradas simples e duplas, sendo

    seu eixo horizontal as diferentes lajes propostas, em ordem crescente de dimenses em

    plantas, e no eixo vertical a espessura da laje em centmetros. Percebe-se que as espessuras

    aumentam proporcionalmente com o aumento dos vos das lajes e que a as lajes nervuradas

    duplas, para todas as situaes aqui estudadas, apresentam menores espessuras que as lajes

    nervuradas simples, para as mesmas dimenses de laje e mesmos deslocamentos mximos

    permitidos.

    Figura 16 Espessuras das lajes em centmetros

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 17 ilustra o grfico da diferena de espessuras em centmetros entre as duas solues

    de laje nervurada. Percebe-se que a diferena de espessuras, em centmetros, aumenta com o

    aumento das dimenses em planta das lajes, ou seja, quanto maior o vo a ser vencido pela

    laje, maior a reduo de espessura apresentada pela laje nervurada dupla em relao

    simples.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 17 Diferena de espessura em centmetros

    (fonte: elaborado pela autora)

    Na figura 18, apresentada a diferena de espessura em percentual. Nota-se que tal diferena

    no estabelece uma relao linear com o aumento de dimenses das lajes, mas, em mdia, a

    reduo de espessura da laje, quando utilizada a laje nervurada dupla em relao simples,

    de 16%.

    Figura 18 Diferena de espessura em percentual

    (fonte: elaborado pela autora)

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    6.2 COMPARAO DOS VOLUMES DE CONCRETO

    O quadro 9 apresenta os volumes de concreto, expressos em metros cbico, necessrio para a

    execuo das lajes analisadas neste trabalho. No mesmo quadro, so apresentadas as

    diferenas de volume de concreto, expressas em percentual, ou seja, quanto por cento a mais

    de metros cbicos de concreto as lajes nervuradas duplas necessitam em relao s lajes

    nervuradas simples.

    Quadro 9 Comparao dos volumes de concreto

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 19 apresenta os volumes de concreto das lajes nervuradas simples e duplas em

    anlise, em forma de grfico. Nota-se que o volume de concreto aumenta proporcionalmente

    com o aumento do tamanho de lajes em planta.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 19 Volume de concreto em metros cbicos

    (fonte: elaborado pela autora)

    Na figura 20, est representada em forma de grfico a diferena em percentual do volume de

    concreto, entre as lajes nervuradas simples e duplas. Nota-se que a diferena de volume de

    concreto vai sendo amortizada com o aumento das dimenses das lajes, sendo esta diferena

    na L8, a maior laje em estudo, praticamente nula.

    Figura 20 Diferena de volume de concreto em percentual

    (fonte: elaborado pela autora)

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    6.3 COMPARAO DOS VOLUMES DE EPS

    No quadro 10, a comparao do volume de EPS necessrios para a construo das lajes

    nervuradas simples e duplas apresentada. Neste quadro, est representada a diferena em

    percentual do volume de EPS entre as lajes nervuradas simples e as duplas, ou seja, quanto

    por cento a menos de volume de EPS, a laje nervurada dupla necessita em relao simples.

    Quadro 10 Comparao dos volumes de EPS

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 21 apresenta, em forma de grfico, os diferentes volumes de EPS necessrios para

    cada laje nervurada estudada nos dois tipos de laje nervurada proposta. Nota-se que o volume

    de EPS, aumenta proporcionalmente com o aumento das dimenses das lajes, pois est

    diretamente ligada com o aumento das espessuras.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 21 Volume de EPS em metros cbicos

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 22 apresenta a diferena de volume de EPS em percentual das lajes nervuradas

    simples e duplas. Nota-se que a diferena de volume de EPS diminui com o aumento das

    dimenses das lajes. Porm, mesmo para a maior configurao em estudo, a reduo do

    volume de EPS, quando utilizada a laje nervurada dupla, de 32%.

    Figura 22 Diferena de volume de EPS em percentual

    (fonte: elaborado pela autora)

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    6.4 COMPARAO DOS PESOS DE AO

    No quadro 11, esto representados os pesos totais de ao necessrios para a construo das

    lajes em estudo. Este peso total de ao inclui armadura superior, inferior, transversal e inferior

    da capa superior. O mesmo quadro apresenta a diferena de peso de ao entre as lajes

    nervuradas simples e duplas, expressa em percentual. Desta diferena, pode-se analisar o

    quanto por cento a mais as lajes nervuradas duplas necessitam de ao em relao s simples.

    Quadro 11 Comparao dos pesos de ao

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 23 apresenta as quantidades de ao necessrias para as diferentes lajes analisadas em

    formato de grfico. Nota-se que a quantidade total de ao das lajes aumenta

    proporcionalmente com o aumento das dimenses destas.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 23 Peso de ao em quilos

    (fonte: elaborado pela autora)

    Na figura 24, observa-se a diferena de peso de ao em percentual, entre as lajes nervuradas

    simples e duplas. Nota-se que esta diferena no estabelece uma relao linear com o aumento

    das dimenses das lajes, mas em mdia em torno de 16%. Na laje 6, percebe-se um pico

    acentuado da reduo desta diferena, possivelmente devido ao aumento das dimenses dos

    macios.

    Figura 24 Diferena de peso de ao em percentual

    (fonte: elaborado pela autora)

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    6.5 TAXA DE ARMADURA

    A taxa de armadura o peso total do ao contido na laje, dividido pela rea da laje. A taxa de

    armadura utilizada como indicatvo de custos das estruturas. No quadro 12, esto

    relacionadas as taxas de armaduras para as lajes nervuradas simples e duplas.

    Quadro 12 Taxas de armadura

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 25 apresenta as taxas de armaduras para as lajes em estudo em forma de grfico.

    Nota-se que quanto maior as dimenses das lajes, maior a taxa de armadura, ou seja, mais

    quilos de ao por metro quadrado de laje. Percebe-se tambm neste grfico que as taxas de

    armaduras das lajes nervuradas duplas so sempre maiores que as taxas de armadura das lajes

    nervuradas simples.

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    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Figura 25 Taxa de armadura

    (fonte: elaborado pela autora)

    6.6 COMPARAO DOS CUSTOS COM MATERIAIS

    Visto que as lajes nervuradas duplas consomem mais concreto e ao que as simples, e menos

    EPS, foi feita a comparao dos custos com materiais para melhor analisar as diferenas entre

    os dois tipos de laje nervurada.

    O quadro 13 apresenta o custo total com materiais, em Reais, para cada laje estudada e a

    diferena de custo em percentual entre as lajes nervuradas simples e duplas. Neste quadro

    nota-se que, nas lajes nas quais a diferena de custo positiva, a laje nervurada simples possui

    menor custo com materiais que a laje nervurada dupla. Quando a diferena negativa, a

    nervurada dupla a menos dispendiosa.

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    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

    60

    Quadro 13 Comparao dos custos com materiais

    (fonte: elaborado pela autora)

    A figura 26 apresenta em forma de grfico os custos com materiais das lajes nervuradas

    simples e duplas. No grfico, as linhas que representam as lajes nervuradas simples e duplas

    esto praticamente sobrepostas, o que representa a pequena diferena de custo entre elas.

    Figura 26 Custo com materiais em Reais

    0

    10000

    20000

    30000

    40000

    50000

    60000

    70000

    80000

    90000

    L1 L2 L3 L4 L5 L6 L7 L8

    Cu

    sto

    co

    m m

    ate

    ria

    is (

    R$

    )

    Custo com materiais

    SIMPLES

    DUPLA

    (fonte: elaborado pela autora)

  • 61

    __________________________________________________________________________________________

    Anlise comparativa entre lajes nervuradas simples e duplas por analogia de grelha

    Na figura 27, est representada graficamente a diferena de custo com materiais em

    percentual entre as lajes nervuradas simples e duplas. Nota-se que, o aumento das dimenses

    das lajes implica na diminuio da diferena de custo, sendo esta negativa em duas das lajes

    em estudo. Novamente percebe-se um pico de reduo da diferena sobre a laje 6,

    possivelmente devido ao aumento das dimenses dos macios.

    Figura 27 Diferena de custo com materiais em percentual

    (fonte: elaborado pela autora)

  • __________________________________________________________________________________________

    Paula Barth Campani. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2011

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    7 CONCLUSO

    A escolha da soluo estrutural a ser adotada depende de fatores econmicos e questes de

    funcionalidade. Na maioria dos casos, cada alternativa apresenta suas vantagens e

    desvantagens. Cabe assim ao projetista, estudar e determinar a alternativa mais adequada para

    cada situao.

    Para as lajes estudadas neste trabalho, pde-se concluir, atravs da anlise dos quadros e

    grficos, que as lajes nervuradas duplas consomem mais concreto e ao do que as lajes

    nervuradas simples, porm, demandam menor volume de EPS.

    Para as lajes com vos menores que 9 metros, o custo das lajes nervuradas duplas superior

    ao das simples. Para estas lajes, a diferena de custo inversamente proporcional ao aumento

    do vo. Para as lajes com vos maiores que 9 metros, as lajes nervuradas duplas tm preo

    igual ou menor que a laje nervurada simples.

    Nota-se tambm que, para as lajes analisadas neste trabalho, com vo maiores que 8 metros

    aproximadamente, a diferena de custo com materiais, entre os dois tipos de laje,

    relativamente baixa. Com isso, pode-se concluir que, a escolha da utilizao de laje nervurada

    simples ou dupla determinada fundamentalmente por imposies arquitetnicas e funcionais

    da edificao, principalmente quando projetadas para grandes vos.

    Conclui-se que a maior vantagem da laje nervurada dupla, em relao simples, a sua

    menor espessura. Nas