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CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO COMPUTACIONAL DAS LAJES DE UMA EDIFICAÇÃO EM CONCRETO ARMADO Daniel Macedo Cesar Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Sérgio Hampshire de Carvalho Santos Rio de Janeiro Julho de 2016

considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

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Page 1: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO COMPUTACIONAL DAS LAJES DE

UMA EDIFICAÇÃO EM CONCRETO ARMADO

Daniel Macedo Cesar

Projeto de Graduação apresentado ao

curso de Engenharia Civil da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio

de Janeiro, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientador:

Sérgio Hampshire de Carvalho Santos

Rio de Janeiro

Julho de 2016

Page 2: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

ii

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO COMPUTACIONAL DAS LAJES DE

UMA EDIFICAÇÃO EM CONCRETO ARMADO

Daniel Macedo Cesar

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Sergio Hampshire de Carvalho Santos

Professor Titular, D Sc., EP/UFRJ (Orientador)

________________________________________________

Prof. Bruno Martins Jacovazzo

Professor Adjunto, D Sc., EP/UFRJ

________________________________________________

Profª Cláudia Ribeiro Éboli

Professora Associada, D Sc., EP/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

Julho de 2016

Page 3: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

iii

AGRADECIMENTOS

A toda minha família, em especial aos meus pais, por todo carinho,

dedicação, incentivo e paciência durante todos os anos de minha vida. Agradeço

de coração, pois sem vocês não teria conseguido chegar onde cheguei.

A todos os amigos que eu fiz durante a faculdade, por terem não só me

salvado em diversas situações de dificuldade, mas também por terem sido a fonte

de vários momentos divertidos. Em especial um agradecimento a Paula, por todas

as caronas ao Fundão, a Karine, pela sua companhia em quase todos os almoços,

e ao Fábio, por ter sido a pessoa que até hoje mais me fez dar risadas.

Aos meus amigos do curso de japonês, Mayara, Marianna e João que

propiciaram os melhores momentos de amizade que eu já tive nos últimos anos.

A organização Sokka Gakkai e a todos os amigos que eu fiz nela, que me

incentivaram e me fizeram perceber que não há oração sem resposta, e que todo

o esforço é recompensado.

A todos os professores da Escola Politécnica por toda dedicação,

profissionalismo e conhecimentos transmitidos ao longo do curso, em especial ao

professor Sérgio Hampshire, meu orientador deste trabalho, à professora Cláudia

Éboli, minha orientadora da monitoria, e à minha professora e grande amiga

Alessandra Conde, do Departamento de Construção Civil.

E finalmente a todas as outras pessoas presentes na minha vida que

torceram por mim e que também não deixam de ser importantes. Muito obrigado a

todos.

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iv

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma edificação em

concreto armado

Daniel Macedo Cesar

Julho/2016

Orientador: Sergio Hampshire de Carvalho Santos

Curso: Engenharia Civil

O avanço e difusão da informática, nos últimos anos, tem sido cada vez mais

importante em diversas áreas da tecnologia, como na Engenharia Civil. Isso se dá,

por exemplo, pela ampla utilização de ferramentas computacionais especializadas

durante a fase de cálculo estrutural de um projeto. Entretanto, por mais simples que

o mesmo seja, é de vital importância saber interpretar e questionar os resultados

fornecidos pelo (s) programa(s) utilizado(s), para que se tenha certeza que as

decisões tomadas não comprometam a segurança e a funcionalidade da estrutura.

Para isso, podem ser utilizadas outras ferramentas como a análise manual ou um

segundo “software”, para efeitos de comparação. O presente trabalho tem como

objetivo apresentar os resultados obtidos na análise e dimensionamento

automatizados das lajes de um edifício de 30 pavimentos em concreto armado,

realizado em projeto de graduação passado, e suas devidas interpretações e

correções. Para isso foram utilizados os “softwares” CAD/TQS e SAP2000, assim

como foram feitos cálculos expeditos, seguindo os procedimentos e diretrizes

explícitos na ABNT NBR 6118:2014.

Palavras chave: dimensionamento, CAD/TQS, SAP2000, cálculos expeditos,

resultados, comparação

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v

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

Considerations in the Computational Design of Slabs in a Reinforced Concrete

Building

Daniel Macedo Cesar

July/2016

Advisor: Sergio Hampshire de Carvalho Santos

Course: Civil Engineering

The advancement and diffusion of computing in recent years has been increasingly

important in many areas of technology, such as in Civil Engineering. This happens,

for example, in the extensive use of specialized computer tools during the structural

design phase of a project. However, no matter how simple it is, the questioning and

interpretation of the results provided by the program used is of vital importance so

that it is certain that the decisions taken do not compromise the safety and

functionality of the structure. Therefore, other tools can be used such as a manual

analysis or a second software, for the sake of comparison. This work aims to present

the results obtained in the analysis and automated design of slabs of a building of

30 floors of reinforced concrete, developed in past projects, and their respective

interpretations and corrections. For that the software CAD/TQS and SAP2000 were

used and manual analysis were done, following the procedures and explicit

guidelines of ABNT NBR 6118: 2014 - Concrete Design of Structures - Procedure.

Keywords: design, CAD/TQS, SAP2000, manual analysis, results, comparison

Page 6: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

vi

Sumário

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

1.1. Objetivo ........................................................................................................ 1

1.2. Metodologia.................................................................................................. 1

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 3

2.1. Propriedades do concreto ............................................................................ 3

2.1.1. Classes .................................................................................................. 3

2.1.2. Massa específica ................................................................................... 3

2.1.3. Resistência à tração .............................................................................. 3

2.1.4. Módulo de elasticidade longitudinal ....................................................... 4

2.1.5. Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal ............... 5

2.2. Propriedades do aço de armadura passiva .................................................. 5

2.2.1. Categorias ............................................................................................. 5

2.2.2. Diagrama tensão-deformação ............................................................... 6

2.3. Análise estrutural ......................................................................................... 6

2.4. Estados-Limites ............................................................................................ 8

2.5. Lajes ............................................................................................................ 9

2.5.1. Conceituação e classificação ................................................................. 9

2.5.2. Lajes maciças ........................................................................................ 9

3. CRITÉRIOS DE PROJETO .............................................................................. 27

3.1. Combinação de Ações ............................................................................... 27

3.2. Dimensões mínimas ................................................................................... 30

3.3. Armaduras mínimas ................................................................................... 30

4. PROGRAMAS COMPUTACIONAIS UTILIZADOS .......................................... 32

4.1. CAD/TQS ................................................................................................... 32

Page 7: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

vii

4.1.1. Concepção estrutural ........................................................................... 32

4.1.2. Análise estrutural ................................................................................. 37

4.1.3. Dimensionamento e detalhamento ...................................................... 38

4.1.4. Emissão de Plantas ............................................................................. 38

4.2. SAP2000 .................................................................................................... 39

5. ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 40

5.1. Apresentação ............................................................................................. 40

5.2. Objetivos .................................................................................................... 41

5.3. Características gerais ................................................................................ 42

5.3.1. Parâmetros iniciais............................................................................... 42

5.3.2. Pré-dimensionamento .......................................................................... 43

6. CÁLCULO EXPEDITO ..................................................................................... 47

6.1. Método das Grelhas ................................................................................... 47

6.1.1. Pavimento Tipo .................................................................................... 47

6.1.2. Cobertura ............................................................................................. 49

6.2. Método das Charneiras Plásticas ............................................................... 51

6.2.1. Pavimento Tipo .................................................................................... 51

6.2.2. Cobertura ............................................................................................. 52

6.3. Dimensionamento a flexão ......................................................................... 53

6.4. Flechas ...................................................................................................... 56

7. ANÁLISE AUTOMÁTICA .................................................................................. 59

7.1. SAP2000 .................................................................................................... 59

7.1.1. Materiais .............................................................................................. 60

7.1.2. Seções ................................................................................................. 60

7.1.3. Geometria ............................................................................................ 63

7.1.4. Ações ................................................................................................... 65

Page 8: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

viii

7.1.5. Combinações de ações ....................................................................... 65

7.1.6. Análise ................................................................................................. 66

7.2. CAD/TQS ................................................................................................... 73

7.2.1. Momentos fletores ............................................................................... 74

7.2.2. Deslocamentos .................................................................................... 75

7.2.3. Consideração do momento volvente.................................................... 75

7.2.4. Consideração da fluência .................................................................... 79

8. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................. 81

8.1. Comparação entre os momentos fletores .................................................. 81

8.1.1. Pavimento Tipo .................................................................................... 81

8.1.2. Cobertura ............................................................................................. 82

8.2. Comparação dos deslocamentos ............................................................... 83

8.3. Comparação dos momentos volventes ...................................................... 84

8.3.1. Pavimento tipo ..................................................................................... 84

8.3.2. Cobertura ............................................................................................. 84

9. CONCLUSÕES ................................................................................................ 85

10. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 86

ANEXO ................................................................................................................. 88

Page 9: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

1

1. INTRODUÇÃO

A utilização de ferramentas computacionais na análise e dimensionamento

de estruturas é, atualmente, crucial no desenvolvimento de um projeto, não só

possibilitando maior rapidez, precisão e segurança em cada uma de suas etapas,

mas também permitindo projetar formas arquitetônicas cada vez mais complexas.

Cada ferramenta disponível no mercado contém recursos e finalidades

próprias. Algumas, como o SAP2000, são utilizadas somente para a parte de

análise, utilizando como base o método dos elementos finitos. Outras, como o

sistema CAD/TQS, oferecem também, ferramentas de detalhamento das

armaduras em cada elemento estrutural.

Entretanto, ter completa confiança nos resultados apresentados por tais

ferramentas não é uma prática adequada de engenharia. É preciso que o

engenheiro calculista tenha experiência e conhecimento suficientes para interpretá-

los, validá-los ou ajustá-los, quando for necessário.

1.1. Objetivo

Este trabalho tem como objetivo avaliar os resultados obtidos do cálculo

automatizado das lajes de um edifício em concreto armado tomado como estudo

de caso, por meio da utilização de outros métodos de análise e interpretação de

resultados, sendo ser dada especial atenção a situações em que o “software” gerou

um resultado incomum ou duvidoso, fazendo-se necessária uma investigação mais

detalhada, por meio de outro método de cálculo.

Este trabalho também tem como objetivo dar continuidade ao que já foi

apresentado em BELLAS (2015) em que foram realizadas análises automatizadas

do mesmo estudo de caso com ênfase nas lajes.

1.2. Metodologia

A metodologia utilizada para este trabalho engloba a norma brasileira NBR

6118: 2014 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento como referência

técnica, diversos programas computacionais como ferramentas principais, e

métodos de cálculo expeditos disponíveis na literatura.

Page 10: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

2

O estudo de caso em questão é um edifício comercial de 30 andares,

projetado em concreto armado e localizado na cidade do Rio de Janeiro. A análise,

dimensionamento e detalhamento iniciais de todos os elementos estruturais da

construção foram já apresentados em BELLAS (2015), assim como a arquitetura e

a concepção estrutural, bases para a realização do pré-dimensionamento.

Page 11: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

3

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2.1. Propriedades do concreto

2.1.1. Classes

Os concretos têm uma classificação com base em sua resistência

característica à compressão. Segundo o item 8.2.1 da NBR 6118:2014, os

concretos na classe C20 ou superior devem ser utilizados quando há somente

armadura passiva, na classe C25 ou superior quando há armadura ativa e na classe

C15 somente para obras provisórias ou para concreto sem fins estruturais.

2.1.2. Massa específica

Segundo o item 8.2.2 da NBR 6118:2014 os concretos de massa específica

normal, os quais ela se aplica, são aqueles cuja massa específica é compreendida

entre 2000 kg/m³ e 2800 kg/m³. Quando a massa específica real não for conhecida,

pode-se adotar, para efeito de cálculo, o valor de 2400 kg/m³ para o concreto

simples e 2500 kg/m³ para o concreto armado. Se a massa específica do concreto

for conhecida, pode-se acrescentar de 100 a 150 kg/m³ ao valor da massa

específica referente ao concreto simples para se obter a do concreto armado.

2.1.3. Resistência à tração

O concreto é um material predominantemente resistente à compressão,

enquanto que sua resistência à tração é muito baixa para fins de dimensionamento

estrutural. Entretanto, ela não deve ser desprezada, pois pode estar diretamente

ligada à capacidade resistente da peça em diversos aspectos.

O valor característico da resistência à tração direta pode ser avaliado através

das expressões a seguir, na ausência de ensaios:

����,��� = 0,7 ���,� (����� ��������) (1)

����,��� = 1,3 ���,� (����� ��������) (2)

Onde para concretos com classe até C50:

���,� = 0,3 ����/�

(����� ���) (3)

Page 12: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

4

E para concretos com classe de C55 a C90:

���,� = 2,12 �� (1 + 0,11���) (����� ���) (4)

2.1.4. Módulo de elasticidade longitudinal

Segundo o item 8.2.8 da NBR 6118, o módulo de elasticidade deve ser obtido

a partir do método de ensaio descrito na NBR 8522 – Concreto – Determinação do

módulo de elasticidade à compressão, sendo considerado nesta norma o módulo

de deformação tangente inicial, obtido aos 28 dias de idade.

Entretanto, quando não for possível realizar os ensaios, o valor do módulo

de elasticidade inicial pode ser estimado a partir das seguintes expressões:

Para fck de 20 MPa a 50 MPa:

��� = �� .5600���� (5)

Para fck de 55 MPa a 90 MPa:

��� = 21,3 .10� .�� .����

��+ 1,25�

�/�

(6)

os valores de Eci e fck são dados em megapascal. Os valores de α� são função do

agregado graúdo utilizado no concreto, e são os seguintes:

α� = 1,2 para basalto e diabásio

α� = 1,0 para granito e gnaisse

α� = 0,9 para calcário

α� = 0,7 para arenito

Já o módulo de deformação secante pode ser estimado pela expressão (7).

��� = �� .��� (7)

onde o valor de α� é dado por (8).

�� = 0,8 + 0,2 .���

��≤ 1,0 (8)

Na tabela 8.1 da NBR 6118:2014 (Figura 2.1) podem ser encontrados os

valores estimados para os módulos de elasticidade longitudinal com dependência

à classe do concreto considerado.

Page 13: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

5

Figura 2.1 - Valores estimados de módulo de elasticidade longitudinal em função da resistência característica à compressão do concreto (considerando o uso de granito como

agregado graúdo)

(ABNT NBR 6118:2014)

A deformação elástica do concreto vai depender da composição de seu

traço, principalmente no que se refere à natureza dos agregados.

Para avaliação de um elemento estrutural ou seção transversal,

independentemente de esta estar sob tração ou compressão, pode-se utilizar um

valor de módulo de elasticidade único, igual ao módulo de deformação secante.

2.1.5. Coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade transversal

O coeficiente de Poisson deve ser considerado com valor igual a 0,2, e o

módulo de elasticidade transversal pode ser assumido como ���/2,4.

2.2. Propriedades do aço de armadura passiva

Segundo a NBR 6118: 2014, define-se, no âmbito das estruturas de concreto

armado, armadura passiva como aquela que não é utilizada para produzir forças

de protensão, isto é, que não seja previamente alongada.

2.2.1. Categorias

Em projetos de concreto armado, devem-se utilizar aços classificados pela

ABNT NBR 7480:2007 – Aço destinado a armadura para estruturas de concreto

armado – Especificação, com valor característico de resistência de escoamento nas

categorias CA-25, CA-50 e CA-60, conforme definido no item 8.3.1 da NBR

6118:2014.

Page 14: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

6

2.2.2. Diagrama tensão-deformação

Pelo item 8.3.6 da NBR 6118:2014 o valor característico da resistência ao

escoamento fyk para aços sem patamar de escoamento é o valor da tensão que

corresponde à deformação permanente de 0,2%.

Para cálculos nos estados limite último e de serviço, pode ser utilizado um

diagrama simplificado, mostrado na Figura 2.2, tanto para o caso de aços com

patamar quando sem patamar de escoamento.

Figura 2.2 - Diagrama tensão-deformação para aços de armaduras passivas

(ABNT NBR 6118:2014)

2.3. Análise estrutural

De acordo com a NBR 6118:2014, os métodos de análise estrutural são

diferenciados pelo comportamento admitido para os materiais constituintes da

estrutura, não perdendo de vista em cada caso as limitações correspondentes. Para

estruturas na situação de pequenos deslocamentos, podem ser divididos nas

categorias apresentadas a seguir:

i) Análise linear: admite-se o comportamento elástico-linear para os materiais

constituintes. Na análise global, as características geométricas podem ser

determinadas pela seção bruta de concreto dos elementos estruturais. Em análises

locais, como para cálculo dos deslocamentos, na eventualidade de fissuração, esta

deve ser considerada. Os resultados de uma análise linear são normalmente

empregados para verificação de estados-limites de serviço, podendo

eventualmente servir de base para o dimensionamento no estado-limite último,

desde que se garanta uma ductilidade mínima às peças.

Page 15: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

7

ii) Análise linear com redistribuição: os efeitos das ações, determinados em uma

análise linear, são redistribuídos na estrutura, para combinações de carregamento

de estado-limite último. Neste caso, as condições de equilíbrio e ductilidade devem

ser obrigatoriamente satisfeitas, por isso, todos os esforços internos devem ser

recalculados, de modo a garantir o equilíbrio de cada um dos elementos estruturais

e da estrutura como um todo. As verificações de combinações de carregamento de

estados-limites de serviço ou de fadiga podem ser baseadas na análise linear sem

redistribuição, sendo desejável que não haja redistribuição de esforços em serviço.

iii) Análise plástica: é denominada plástica a análise estrutural em que as não

linearidades podem ser consideradas, admitindo-se materiais de comportamento

rígido-plástico perfeito ou elastoplástico perfeito. Este tipo de análise deve ser

utilizado somente para verificações de estado-limite último. Em estruturas

reticuladas, a análise plástica não deve ser utilizada quando se consideram os

efeitos de segunda ordem global ou não houver suficiente ductilidade para que as

configurações adotadas sejam atingidas.

iv) Análise não linear: considera-se o comportamento não linear dos materiais.

Toda a geometria da estrutura, bem como todas as suas armaduras, precisam ser

conhecidas para que esse tipo de análise seja realizada, pois a resposta da

estrutura depende de como ela foi armada. Condições de equilíbrio, de

compatibilidade e de ductilidade devem ser necessariamente satisfeitas. Análises

não lineares podem ser efetuadas tanto para verificações de estados-limites de

serviço como para estado-limite último.

v) Análise através de modelos físicos: o comportamento estrutural é determinado

através de ensaios realizados com modelos físicos de concreto, considerando os

critérios de semelhança mecânica. Neste caso, a interpretação dos resultados deve

ser justificada por modelo teórico de equilíbrio nas seções críticas e análise

estatística dos resultados. Obrigatoriamente, devem ser obtidos resultados para

todos os estados-limites últimos e de serviço a serem empregados na análise da

estrutura. Todas as ações, condições e possíveis influências que possam ocorrer

durante a vida útil da estrutura devem ser convenientemente reproduzidas nos

Page 16: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

8

ensaios. Este tipo de análise é apropriado quando os modelos de cálculo são

insuficientes.

2.4. Estados-Limites

Segundo o item 12.5 da NBR 6118:2014, na verificação da segurança das

estruturas de concreto, devem ser atendidas as condições construtivas e as

condições analíticas de segurança.

Do ponto de vista das condições analíticas, define-se que as resistências

disponíveis não podem ser menores que as solicitações atuantes, com relação a

todas as seções estruturais, todos os estados-limites e a todos os carregamentos.

Ou seja: �� ≥ ��.

Define-se que uma estrutura, ou parte dela, atingiu um estado limite quando,

de modo efetivo ou convencional, se torna inutilizável, ou deixa de satisfazer as

condições previstas para sua utilização. Ou seja, em um estado limite: �� = ��. Em

um projeto de estruturas de concreto armado, a NBR 6118:2014 exige a

consideração dos estados limites últimos (ELU) e de serviço (ELS).

Os estados limites últimos tratam dos estados em que a estrutura é levada

ao colapso, ou qualquer tipo de ruína estrutural que leve à sua completa

inutilização. Um exemplo desse estado, é quando a capacidade resistente da

estrutura, no seu todo ou em parte, é esgotada.

Os estados limites de serviço (ou de utilização) são aqueles relacionados ao

pleno funcionamento, boa estética e conforto do usuário. Ou seja, ao ser atingindo

esse estado, a estrutura não necessariamente será levada a ruína, mas irá deixar

de funcionar de maneira adequada. Segue abaixo os ELS obrigatoriamente levados

em consideração para o concreto armado:

Estado limite de abertura de fissuras (ELS-W): situação em que as

fissuras atingem valores de abertura considerados como prejudiciais ao uso ou à

durabilidade das peças.

Estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF): situação em que

as deformações ultrapassam os limites aceitáveis para a utilização normal da

estrutura.

Page 17: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

9

Estado limite de vibrações excessivas (ELS-VE): situação em que as

vibrações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal da construção.

2.5. Lajes

2.5.1. Conceituação e classificação

As lajes são elementos estruturais definidos como elementos planos, ou

seja, elementos em que uma de suas dimensões, usualmente a espessura, é muito

menor em comparação com as outras duas. Elas se destinam a receber e resistir

os carregamentos aplicados a elas em uma construção, normalmente aplicados em

seu plano vertical, e então transmiti-los para os elementos estruturais que as

suportam, como vigas, pilares e paredes.

As lajes podem ser classificadas de acordo com seu método construtivo,

podendo ser então lajes maciças, lajes nervuradas ou lajes lisas (ou lajes

cogumelo, caso estejam apoiadas em um capitel).

Também pode-se classificar as lajes ou seu contorno de acordo com suas

condições de apoio, como simplesmente apoiadas, engastadas, isoladas ou em

balanço. Deve-se também considerar a influência desfavorável de apoios elásticos

se não for possível garantir as condições ideais de apoio simples e engastamento

perfeito.

De acordo com o método construtivo da laje (maciça, lisa ou nervurada),

prescrevem-se métodos diferenciados para realizar sua análise estrutural. Para

este trabalho, somente serão abordados os métodos referentes às lajes maciças.

Os conceitos abordados neste trabalho servem de complemento àqueles

abordados em BELLAS (2015), com os resultados obtidos nos respectivos cálculos

sendo utilizados como base de comparação. Portanto, somente serão descritos

neste trabalho os conceitos ausentes em BELLAS (2015), devendo o dito trabalho

ser consultado para possíveis esclarecimentos.

2.5.2. Lajes maciças

As lajes maciças são aqueles em que toda a espessura é composta por

concreto, contendo armaduras longitudinais de flexão e eventualmente armaduras

Page 18: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

10

transversais. Nas construções convencionais como nos edifícios de múltiplos

pavimentos, é o tipo mais difundido de sistema estrutural para as lajes.

2.5.2.1. Classificação quanto a armação

Especificamente para as lajes maciças retangulares com comportamento

linear elástico, pode-se fazer uma classificação com relação às direções das

armaduras principais, que serão as direções com esforços significativos de flexão,

com base na relação entre o comprimento de seus vãos �� e ��:

a) Laje armada em uma direção

� = ��

��> 2 (9)

b) Laje armada em duas direções

� =��

��≤ 2 (10)

2.5.2.2. Análise estrutural

Para a análise estrutural de elementos de placa, configuram-se basicamente

todos os tipos explicitados no item 2.3 deste trabalho, com exceção da análise por

modelos físicos. No caso de lajes maciças, pode-se dividir em dois grupos os

métodos de cálculos de esforços.

O primeiro grupo são os métodos baseados na teoria da elasticidade, que

supõem que o material é homogêneo e isotrópico. Nesse grupo, estão inclusos os

métodos computacionais como o método dos elementos finitos e o método dos

elementos de contorno, o método de resolução da equação diferencial das placas,

os métodos simplificados, como o método de Marcus e o método das grelhas, e os

métodos por tabelas, como as tabelas de Czerny.

O segundo grupo são os métodos em ruptura, baseados na teoria da

plasticidade, os quais julgam que o material se comporta como um corpo rígido-

plástico perfeito. Nesse grupo está incluído o método das linhas de ruptura, também

conhecido como método das charneiras plásticas.

Page 19: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

11

A seguir, serão descritos todos os métodos que se encontram no escopo

deste trabalho.

2.5.2.2.1. Tabelas de Czerny

As tabelas de Czerny são grupos de tabelas baseadas na teoria da

elasticidade, utilizadas para cálculo dos momentos fletores em lajes. Elas são

aplicáveis a lajes retangulares armadas em duas direções, perfeitamente apoiadas

ou engastadas em seu contorno, sujeitas a cargas uniformes.

Os momentos fletores, tanto positivos quanto negativos, e em ambas as

direções, podem ser calculados a partir do grupo de fórmulas descritas a seguir:

a) Momento na direção do menor vão:

��� =

� .ℓ��

− �� (11)

��� =

� .ℓ��

�� (12)

b) Momento na direção do maior vão:

��� =

� .ℓ��

− �� (13)

��� =

� .ℓ��

�� (14)

No caso, os parâmetros ��, − ��, �� e − ��, são retirados das tabelas nas

figuras 2.3 e 2.4 para os nove tipos de condições de apoio dos bordos e a partir da

relação entre os vãos da laje ℓ�/ℓ�, sendo ℓ� o maior vão.

Page 20: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

12

Figura 2.3 - Tabelas de Czerny para momentos fletores em lajes retangulares com carga distribuída – Tipos 1 a 5

Page 21: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

13

Figura 2.4 - Tabelas de Czerny para momentos fletores em lajes retangulares com carga distribuída – Tipos 6 a 9

2.5.2.2.2. Método das grelhas

O método das grelhas é um dos métodos simplificados para cálculo dos

esforços em lajes maciças, armadas em duas direções. Consiste em se considerar

que um painel de laje é constituído somente por duas faixas de larguras unitárias e

Page 22: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

14

ortogonais, com comprimentos iguais a seus vãos ℓ� e ℓ�, formando assim uma

pequena grelha (Figura 2.5)

Do estudo de grelhas, sabe-se que cada faixa é responsável por conduzir

parte (quinhão) do carregamento total � até os respectivos apoios. Uma vez

conhecidas as parcelas de carga em cada faixa (�� e ��), pode-se determinar os

diagramas de momentos e cortantes, conhecendo-se as condições de apoio do

contorno do painel.

Figura 2.5 - Modelo de laje utilizado no método das grelhas

Para a montagem do problema, fazem-se as seguintes hipóteses:

As faixas são independentes entre si;

Os quinhões de carga são constantes em cada direção;

O carregamento é uniformemente distribuído na faixa.

Logo, é possível escrever os valores das flechas no ponto central da laje,

comum às duas faixas (�� e ��).

�� = �� ��ℓ�

384 ��; �� =

�� ��ℓ��

384 �� (15�; 15�)

Entretanto, considerando a rigidez da laje a mesma nas duas direções

(isotrópica), e por compatibilidade de deformações (�� = ��), tem-se que:

�� ��ℓ�� = �� ��ℓ�

� (16)

Do fato que a carga total � é dividida entre duas parcelas, tem-se que:

Page 23: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

15

� = �� + �� (17)

Portanto, de (20) e (21), tem-se que:

�� =��

�=

1

�� ℓ��

��ℓ�� + 1

(18)

�� = 1 − �� (19)

�� = �� �; �� = �� � (20�; 20�)

Com os valores dados acima, pode-se calcular os esforços para cada uma

das faixas utilizando um modelo de viga de largura unitária, submetidas ao quinhão

de carga correspondente. Portanto:

a) Momento na direção do menor vão:

��� =

�� .ℓ��

�′� (21)

��� =

�� .ℓ��

�′� (22)

b) Momento na direção do maior vão:

��� =

�� .ℓ��

�′� (23)

��� =

�� .ℓ��

�′� (24)

Os valores de �, ��, ��� � são dados em função das condições de contorno

do modelo de viga adotado, explicitados nas figuras 2.6 e 2.7 abaixo:

Figura 2.6 - Valores de � em função das condições de contorno do modelo de viga

(SANTOS, 2015)

Page 24: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

16

Figura 2.7 - Valores de �, � e � em função das condições de contorno do modelo de viga

(SANTOS, 2015)

2.6.2.2.3. Método das charneiras plásticas

O método das charneiras plásticas é um método que permite avaliar a carga

de ruína das lajes baseando-se somente na sua etapa de comportamento plástico.

Esse método pode ser aplicado para lajes armadas em uma ou duas direções,

porém, somente para lajes subarmadas, devido a seu comportamento dúctil.

O método pode ser simplificado pelo seguinte procedimento: seja a laje

retangular, com condições de apoio quaisquer nos quatro bordos, definida na

Figura 2.8.

Figura 2.8 - Laje modelo para o método das charneiras plásticas

(SANTOS, 2015)

Supõe-se que os momentos positivos na duas direções sejam iguais a � e

��. Os momentos negativos em cada bordo são pré-definidos pelo projetista, a

partir dos momentos positivos � e �� e de coeficientes � , escolhidos

preferencialmente de forma a se obter momentos negativos próximos dos obtidos

pela Teoria da Elasticidade. Naturalmente, os coeficientes � podem ser iguais a 0,

se o bordo for apoiado. As fórmulas para cálculo dos momentos são dadas a seguir.

Page 25: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

17

� =� ����

8 �1 + ��

��+

��

���

(25); �� =2�

�1 + �� + �1 + ��

(26�);

�� =2�

��1 + �� + �1 + ���√� (26�)

�������� ���������:� � ��

�������� ��������:�� = ����; �� = ���; �� = ����; �� = ���

2.6.2.2.4. Método dos elementos finitos

O método dos elementos finitos é um método numérico com ampla aplicação

computacional, utilizado na análise de estruturas, inclusive lajes. Baseado no

método dos deslocamentos, ele tem como característica principal a discretização

da estrutura em elementos de dimensões finitas, usualmente retangulares ou

triangulares, com comportamento mais simples e mais adequado para seu estudo.

Existem diversos programas computacionais no mercado que realizam

análise estrutural com base nesse método. Um deles, o SAP2000, será utilizado

neste trabalho para a realização das análises.

2.6.2.2.5. Lajes armadas em somente uma direção

Nas lajes armadas em uma só direção, considera-se que as curvaturas na

direção do vão menor são preponderantes com relação às do vão maior, o que

conduz a que somente os esforços internos na direção do vão menor sejam

significativos.

As lajes contínuas armadas em uma só direção podem ser calculadas como

se fossem vigas contínuas. Quando isoladas e perfeitamente engastadas ou

apoiadas, a expressão utilizada para os momentos será a dada pela seguinte

equação:

� = ℓ�

�.(� + �)

� (27)

Sendo (g+q) as cargas permanentes e variáveis e β um parâmetro que depende

da condição de apoio da laje (Figura 2.9).

Page 26: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

18

Figura 2.9 - Valores de β de acordo com a condição de apoio da laje

(SANTOS, 2015)

Ainda, nos casos em que há engastamento em pelo menos um dos vãos

menores, surgem momentos negativos que não devem ser desprezados. Estes

momentos podem ser avaliados com base nas Tabelas de Czerny pela equação

abaixo:

��� =

� .ℓ��

− �� (28)

Os valores de My são definidos em função das condições de engastamento,

como apresentado abaixo na Figura 2.10.

Figura 2.10 - Valores de My de acordo com a condição de engastamento da laje

(SANTOS, 2015)

2.6.2.3. Flechas

O cálculo das flechas nas estruturas é necessário para a verificação do

estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF), cuja definição foi

apresentada no item 2.4. Para os cálculos nesse estado é necessário considerar a

possibilidade de fissuração do concreto, ou seja, a estrutura trabalhando no estádio

II, o que acarreta alterações na rigidez efetiva do elemento estrutural.

Segundo o item 17.3.1 da NBR 6118:2014, nos estados limites de serviço, a

estrutura trabalha parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II. A

separação entre esses dois comportamentos é definida pelo valor do chamado

momento de fissuração (��), cuja expressão é dada a seguir:

Page 27: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

19

�� =������

�� (29)

Sendo:

� = 1,2 para seções T ou duplo T

� = 1,5 para seções retangulares

Para ELS-DEF, o valor de ��� pode ser dado pelos valores de ���,�

encontrados em (3) e (4), dependendo da classe do concreto.

Caso o valor de �� seja menor que o momento fletor solicitante de

combinação quase permanente de serviço na seção em estudo, a seção está

trabalhando no estádio I, ou seja, não há fissuras. Caso contrário, ela está no

estádio II.

Após essa verificação, deve ser calculada a posição da linha neutra da seção

em seu respectivo estádio.

A expressão para o cálculo da linha neutra no estádio II encontra-se na

solução da equação de 2º grau dada em (30), a seguir:

Figura 2.11 - Seção retangular no estádio II

� ���

2+ ����

�(�� − ��) − ����(� − ��) ≡ 0 → �� (30)

Sendo que:

Page 28: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

20

�� =��

��� (31)

Em seguida, calcula-se o momento de inércia da seção fissurada (estádio

II):

��� =���

3+ ����(� − ��)� + ����

�(�� − ��)� (32)

Após esses cálculos, as flechas nas lajes podem ser avaliadas. Para este

trabalho, consideram-se as flechas imediatas e as flechas diferidas no tempo.

2.6.2.3.1. Flecha imediata

A flecha imediata é aquela que ocorre quando é aplicado o carregamento na

peça, sem levar em conta os efeitos de fluência. Para avaliar esta flecha, utiliza-se

a seguinte expressão de rigidez equivalente:

(��)�� = ��� ����

���

�� + �1 − ���

���

� ���� ≤ ��� �� (33)

Sendo �� , o momento fletor da seção em estudo na combinação quase

permanente.

Por fim, pode-se obter o valor da flecha imediata pela seguinte expressão:

�� =�

12

� ℓ��

�� (34)

Onde � é um valor extraído de tabelas que podem ser encontradas nos

anexos A1 a A4 deste trabalho, e:

Se �� > �� ⇒ �� = (��)��

Se �� < �� ⇒ �� = ��� ��

2.6.2.3.2. Flecha diferida no tempo

A flecha diferida no tempo é aquela que leva em conta o fato do

carregamento atuar na estrutura ao longo do tempo, causando a sua deformação

Page 29: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

21

lenta ou fluência. Ela pode ser avaliada multiplicando-se o valor da flecha imediata

pelo coeficiente ��, dado pela expressão abaixo:

�� =∆�

1 + 50�′ (35)

Sendo:

�� =��

�� (36)

∆� = �(�) − �(��) ���� � < 70 ����� (37�)

�(�) = 2 ���� � > 70 ����� (37�)

�(��) pode ser retirado da seguinte tabela presente no item 17.1 da NBR

6118:2014:

Figura 2.12 - Valores de �(��)

(ABNT NBR 6118:2014)

Sendo que:

� é a idade do concreto, em meses, no tempo em estudo

�� é a idade do concreto, em meses, quando da aplicação das cargas

2.6.2.3.3. Flecha total

O valor da flecha total é então dado por:

�� = �� (1 + ��) (38)

2.6.2.3.4. Flechas máximas admitidas

A NBR 6118:2014, em seu item 13.3, preconiza valores máximos de

deslocamentos para o ELS-DEF, visando um comportamento adequado da

estrutura. Tais valores podem ser encontrados nas tabelas das figuras 2.13 e 2.14

abaixo:

Page 30: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

22

Figura 2.13 - Limites para deslocamentos

(ABNT NBR 6118:2014)

Page 31: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

23

Figura 2.14 - Limites para deslocamentos (continuação)

(ABNT NBR 6118:2014)

2.6.2.4. Momento volvente

Nas lajes armadas em duas direções com pelo menos dois de seus bordos

adjacentes apoiados, ao ser submetida ao seu carregamento, existe uma tendência

de levantamento de canto do suporte. Caso haja restrição a esse movimento,

surgem esforços de momentos fletores positivos (causando tração na parte inferior

Page 32: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

24

da laje) e principais (sem componentes cisalhantes) na direção diagonal, e

momentos fletores negativos (causando tração na parte superior da laje) e

principais na direção perpendicular à diagonal.

O dimensionamento ideal de uma laje em concreto armado deve considerar

todos os esforços solicitantes, inclusive esses causados pelo fenômeno de

levantamento de borda. Entretanto, fazer o dimensionamento considerando os

valores dos momentos principais e dispor as armaduras das lajes segundo as

direções principais tem pouco sentido prático, visto que as direções principais

variam para cada ponto da laje. Do modo a contornar esse problema, define-se um

sistema de eixos fixo coincidente com as direções em que as armaduras serão

dispostas, e realizam-se os cálculos baseados nos esforços encontrados nesse

sistema.

No caso de lajes retangulares é prático admitir duas direções �� e ��

paralelas aos bordos e uma direção �� perpendicular ao plano. No novo sistema de

coordenadas, os momentos principais resultam no terno de esforços ���, ���, de

natureza de flexão, e ��� , de natureza torsional, usualmente chamado de

momento volvente. Os momentos ��� e ��� são positivos quando produzem

tração na face com coordenadas z negativas.

Figura 2.15 - Esforços, solicitantes, tensões e armaduras segundo direções � � e � �

(CELESTE, 2011)

Na literatura, são abordados alguns métodos para cálculo de esforços em

lajes considerando o momento volvente. Um deles é abordado em WOOD (1968),

Page 33: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

25

que se baseia no critério de resistência do momento normal, conhecido como

critério de Johansen ou critério das linhas de plastificação. O método tem como

objetivo final a elaboração de equações fechadas que simbolizam os momentos

resistentes a serem utilizados diretamente no dimensionamento das armaduras,

fazendo uma correção com o valor do momento volvente. Neste trabalho não serão

abordadas as deduções dessas equações, elas podem ser encontradas em

CELESTE (2011). Somente serão apresentadas, a seguir, as equações finais:

i. Momentos de dimensionamento da armadura positiva

�′�� = ��� + |���| (39�)

�′�� = ��� + |���| (39�)

ii. Momentos de dimensionamento da armadura negativa

�′′�� = ��� − |���| (40�)

�′′�� = ��� − |���| (40�)

iii. Momentos de dimensionamento das armaduras positivas e negativas com

sinais contrários

Podem ocorrer casos em que as equações (39) e (42=0) acima resultem em

valores de momentos com sinais contrários, ou seja, pode-se encontrar para a

armadura positiva valores de momentos negativos, e vice-versa. O significado físico

disso pode ser interpretado como tentar combater um momento positivo (com

tração no inferior da laje) com uma armadura na face superior. Desta forma, não há

necessidade de armadura positiva nesta direção, devendo ser considerado zero o

momento calculado.

Porém, esta não é a solução mais econômica. Por isso, o método de Wood,

propõe outra gama de equações para solucionar o problema, que são as seguintes:

Se �′�� < 0, impõe-se �′�� = 0 sendo �′�� = ��� +�� ��

��

� �� (41�)

Se �′�� < 0, impõe-se �′�� = 0 sendo �′�� = ��� +�� ��

��

� �� (41�)

Se �′′�� < 0, impõe-se �′′�� = 0 sendo �′′�� = ��� −�� ��

��

� �� (41�)

Page 34: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

26

Se �′′�� < 0, impõe-se �′′�� = 0 sendo �′′�� = ��� −�� ��

��

� �� (41�)

Em casos em que um momento principal é positivo e o outro é negativo,

devem ser verificadas tanto as equações (39) quanto as (40), podendo haver, em

um mesmo ponto da laje, armaduras positivas e negativas.

Page 35: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

27

3. CRITÉRIOS DE PROJETO

Na realização de qualquer projeto estrutural, é necessária a consideração de

diversos parâmetros e critérios para que a estrutura se mantenha segura e

funcional. Tais critérios são usualmente organizados nas chamadas normas

técnicas, que, no Brasil, são elaboradas pela ABNT.

Para o caso do presente projeto, que é uma estrutura em concreto armado,

a norma técnica em vigência correspondente é a NBR 6118:2014, que engloba

critérios relacionados com a análise estrutural, dimensionamento e detalhamento

das estruturas. A seguir, serão apresentados alguns desses critérios que serão

utilizados neste estudo.

3.1. Combinação de Ações

A combinação de ações é a consideração simultânea de diversos efeitos que

têm probabilidade não desprezível de atuar na estrutura. As ações devem ser

combinadas de diferentes maneiras, de modo com que possam ser determinados

os efeitos mais desfavorável para a estrutura, tanto no ELU quanto no ELS.

Em cada uma das combinações, as ações são divididas em três categorias:

permanentes, variáveis e excepcionais, de acordo com sua variabilidade no tempo.

As ações variáveis também podem ser divididas entre principais e secundárias, o

que leva em consideração a probabilidade das ações atuarem simultaneamente.

Para cada situação, existe um coeficiente de ponderação das cargas, e

somadas, fornecem o valor de cálculo a ser utilizado.

Para verificação da segurança no ELU realizam-se as chamadas

combinações últimas, e no ELS, as combinações de serviço.

a) Combinações últimas

Podem ser classificadas entre normais, especiais ou excepcionais.

Page 36: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

28

Figura 3.1: Combinações últimas

(NBR 6118:2014)

b) Combinações de serviço

Podem ser classificadas entre quase permanente, frequentes e raras.

Figura 3.2: Combinações de serviço

(NBR 6118:2014)

Page 37: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

29

Os valores dos coeficientes de ponderação das cargas permanentes e

variáveis são definidos nas tabelas 11.1 e 11.2 da NBR 6118:2014, conforme

mostrado abaixo (Figuras 3.3 e 3.4).

Figura 3.3: Coeficientes γf = γf1.γf3

(NBR 6118:2014)

Figura 3.4: Coeficiente γf2

(NBR 6118:2014)

Page 38: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

30

3.2. Dimensões mínimas

A NBR 6118:2014, em seu item 13.2.4.1 determina dimensões mínimas para

a espessura de diversos tipos de laje:

a. lajes de cobertura não em balanço: 7cm;

b. lajes de piso não em balanço: 8cm;

c. lajes em balanço: 10cm;

d. lajes que suportem veículos com peso total menor ou igual a 30kN: 10cm;

e. lajes que suportem veículos com peso total maior que 30kN: 12cm;

f. lajes com protensão apoiadas em vigas: 15cm;

g. lajes lisas: 16cm;

h. lajes cogumelo, fora do capitel: 14cm.

Nas lajes em balanço, devem-se multiplicar os esforços solicitantes de

cálculo por um coeficiente adicional γn, dado na tabela 13.2 da NBR 6118:2014

(Figura 3.5).

Figura 3.5: Coeficiente adicional γn para lajes em balanço

3.3. Armaduras mínimas

O item 17.5.2.1 da norma NBR 6118:2014 trata sobre a armadura mínima de

tração que deve ser utilizada em elementos estruturais armados ou protendidos.

Tal armadura mínima é encontrada por meio do dimensionamento de um momento

fletor mínimo:

� �,��� = �, ��.� �.����,��� (42)

onde W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto,

relativo à fibra mais tracionada, respeitada a taxa mínima absoluta de 0,15%.

Page 39: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

31

fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração

Além desse método, a taxa de armadura mínima pode ser considerada

atendida se forem respeitadas as taxas mínimas de armadura dadas pela tabela da

Figura 3.6.

Figura 3.6 - Valores de taxa de armadura mínima para vigas com seções retangulares

Page 40: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

32

4. PROGRAMAS COMPUTACIONAIS UTILIZADOS

A seguir, são apresentados os programas computacionais utilizados no

desenvolvimento deste projeto.

4.1. CAD/TQS

O sistema CAD/TQS é um sistema computacional gráfico destinado a

elaboração de projeto de estruturas de concreto armado. Ele é desenvolvido e

comercializado pela empresa TQS informática Ltda., que há vinte anos tem se

comprometido a disponibilizar inovações tecnológicas na Engenharia Civil para os

seus usuários por meio desse sistema.

A utilização desse software engloba todas as etapas de um projeto estrutural,

desde a fase de concepção, passando pela análise, dimensionamento e

detalhamento, e chegando até a emissão das plantas finais. Todo seu

processamento está baseado nas prescrições das normas técnicas de concreto

armado e protendido, podendo ser feita a escolha de se utilizar a versão mais

recente (NBR 6118:2014) ou uma mais antiga (NBR 6118:2003). Os resultados

obtidos pelo cálculo estrutural são também avaliados com base na norma

escolhida.

O processo de realização do projeto é feito, dentro do TQS, por etapas, cada

uma associada a um subsistema. Faz-se a seguir, uma breve apresentação de

cada um deles.

4.1.1. Concepção estrutural

Na fase de concepção estrutural, que é a primeira na elaboração de um

projeto, definem-se os dados necessários para o cálculo da estrutura, como a

geometria e disposição dos elementos estruturais e os materiais a serem utilizados.

No TQS, essa etapa é realizada em três ambientes diferentes, sendo eles: “Editor

de dados do edifício”, “Modelador estrutural” e ‘Visualizador 3D”.

Page 41: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

33

Figura 4.1 - Editor de dados do CAD/TQS

No editor de dados do edifício são inseridos os parâmetros básicos do

projeto, como o número de pavimentos, o material a ser utilizado (concreto armado

ou protendido), a norma adotada (no caso, será a NBR 6118:2014), os cobrimentos

nominais, as cargas e o modelo estrutural.

Com relação ao modelo estrutural, necessário para a etapa de análise

estrutural, que será apresentada a seguir, o TQS possui um sistema diferenciado,

que permite a consideração dos elementos estruturais (lajes, vigas e pilares) de

diferentes maneiras, por meio da combinação de modelos de grelha e/ou pórtico.

Isso constitui uma ferramenta inovadora e muito útil para o engenheiro, de forma

que possa ser escolhido o modelo que melhor vá representar o comportamento real

da estrutural.

Cada um dos tipos de modelo, seis no total, são descritos a seguir:

I. Modo Manual: o processamento global da estrutura não é permitido e

cada etapa do cálculo deve ser iniciada manualmente, incluindo a

transferência de esforços entre os elementos.

Page 42: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

34

II. Esforços verticais por vigas contínuas ou grelhas, sem vento: o edifício

não será modelado por pórtico espacial, sendo os efeitos provenientes da

ação do vento nos pilares considerados de forma simplificada e os efeitos das

ações verticais calculados de acordo com o modelo escolhido para o

pavimento, acumulando-os de piso a piso.

III. Esforços verticais por vigas ou grelha, vento por pórtico espacial: o edifício

é modelado por um pórtico espacial associados aos modelos dos pavimentos.

As vigas e pilares são simulados pelos pórticos e para as lajes é incorporado

o efeito de diafragma rígido. Os efeitos das ações horizontais nas vigas e

pilares são calculados com o pórtico espacial e as ações verticais nas vigas,

pilares e lajes são calculadas de acordo com o modelo escolhido para o

pavimento, sendo acumulado de piso a piso. As cargas das lajes são

transferidas para as vigas do pórtico por quinhões de carga e não há interação

entre os modelos do pórtico e da grelha. Neste modelo não é possível realizar

análise global pelo método P-delta.

IV. Modelo de vigas e pilares, flexibilizado conforme critérios: o edifício é

modelado por um pórtico espacial mais os modelos dos pavimentos. As vigas

e pilares são simulados pelo pórtico e para as lajes é incorporado o efeito de

diafragma rígido. Os efeitos das ações horizontais e verticais nas vigas e

pilares são calculados como pórtico espacial. Somente os esforços verticais

nas lajes são calculados com o modelo selecionado para o pavimento. Nos

pavimentos simulados por grelhas de lajes os esforços resultantes das barras

de lajes sobre as vigas são transferidos como carga para o pórtico espacial,

havendo interação entre os modelos. Nos demais modelos de pavimento, as

cargas das lajes são transferidas por meio de quinhões de carga.

V. Modelo conjunto de pórtico/grelhas/vigas: As vigas e pilares são

dimensionados e detalhados com os esforços horizontais e verticais do

pórtico. O modelo trabalha como pórtico para esforços horizontais,

compatibilizando os esforços verticais nos modelos de grelha e viga. Este

modelo está desativado na criação de edifícios novos.

Page 43: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

35

VI. Modelo de vigas, pilares e lajes, flexibilizado conforme critérios: o edifício

é modelado como pórtico espacial com elementos que simulam as lajes, vigas

e pilares. Os esforços verticais e horizontais são calculados por esse modelo.

Desta forma, as lajes passam a resistir a parte dos esforços gerados pelo

vento. Mesmo os pavimentos sendo definidos como grelha de lajes, este

modelo de grelha não é utilizado e serve apenas como base para geração do

modelo espacial.

Sobre as cargas, o TQS abrange quase todas as consideradas normalmente

no projeto de edificações. Elas podem ser definidas tanto na janela de edição de

dados quanto no modelo estrutural. São consideradas automaticamente pelo

programa as cargas de peso próprio dos elementos, havendo a opção de se mudar

o fator de ponderação. A carga de vento é definida manualmente, inserindo-se os

parâmetros definidos na NBR 6123:1988. O cálculo do coeficiente de arrasto é feito

de forma automática pelo programa através de uma interface própria, para

edificações paralelepipédicas submetidas ao vento de alta e baixa turbulência. É

possível modificar os valores calculados, caso seja desejado. Podem ainda ser

consideradas cargas devidas a temperatura, empuxo, sismo, retração, fluência do

concreto, protensão, imperfeições geométricas, entre outras. As combinações de

ações são geradas automaticamente pelo programa, podendo ser criadas novas

combinações caso se deseje.

Existe ainda uma aba referente aos critérios do edifício, onde se podem

controlar os procedimentos utilizados para o cálculo, dimensionamento e

detalhamento da estrutura. São definidos critérios para os diversos elementos

estruturais e modelos considerados, podendo estes ser alterados posteriormente.

O ambiente seguinte é o do modelador estrutural (Figura 4.2). Neste, é feito

o lançamento de estrutura graficamente, definindo-se, portanto, todas as suas

características geométricas. Este lançamento pode ser feito no TQS ou pode ser

importado para ele a partir de um arquivo .DXF. Nesta fase, também são definidas

algumas das cargas, como as de alvenaria e acidentais. É possível ainda, pelo

modelador estrutural, fazer uma verificação de erros de lançamento a partir de uma

análise de consistência do programa.

Page 44: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

36

Por último, no ambiente visualizador 3D (Figura 4.3) pode-se observar a

estrutura gerada no espaço em qualquer direção. É possível também definir uma

seção de corte em qualquer posição caso se queira visualizar se, no interior da

estrutura, a geometria dos elementos foi adequadamente definida.

Figura 4.2 - Modelador Estrutural do CAD/TQS

Figura 4.3 - Visualizador 3D do CAD/TQS

Page 45: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

37

4.1.2. Análise estrutural

A fase seguinte à concepção estrutural, na elaboração de um projeto, é a

fase de análise estrutural. Ela trata de obter a resposta da estrutura decorrente da

aplicação do carregamento, por meio de valores de esforços internos e

deslocamentos. Por ser umas das fases mais importantes do projeto, tendo grande

influência nas etapas subsequentes, é necessário dedicar grande atenção a ela,

procurando-se obter valores de esforços os mais condizentes possíveis com a

realidade.

Pelo TQS, essa fase é executada por meio de um comando denominado

“Processamento Global”, em que todas as grelhas dos pavimentos são geradas e

analisadas e seus esforços transferidos como cargas para o pórtico espacial, que

são também gerados e analisados. Todas essas etapas são realizadas de forma

sequencial e automática, podendo, em conjunto, serem ativados o

dimensionamento e o detalhamento dos elementos estruturais.

Figura 0.4 - Processamento global do CAD/TQS

Para verificação dos resultados da análise, o programa fornece ferramentas

de edição interativa, relatórios e visualizadores gráficos, permitindo ao engenheiro

verificar se todos os resultados estão de acordo com o esperado.

Page 46: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

38

Na edição interativa, os dados dos modelos de grelha e pórtico espacial

podem ser visualizados e editados, sendo possível, por exemplo, checar e alterar

a conectividade dos nós, seções, materiais, cargas, etc.

Através dos relatórios, é possível acompanhar o passo-a-passo de como

cada resultado foi calculado, desde a análise até o dimensionamento e o

detalhamento.

Os visualizadores gráficos permitem a visualização dos diagramas de

deslocamento e esforços (normal, flexão, cortante e torção), além das reações de

apoio e carregamentos. Eles são divididos entre visualizadores de grelha e pórtico

espacial.

4.1.3. Dimensionamento e detalhamento

A etapa seguinte do projeto é a etapa de dimensionamento e detalhamento,

que se trata da resistência aos esforços solicitantes obtidos na análise estrutural,

nos elementos estruturais. Assim como na etapa de análise estrutural, essa etapa

também é feita de maneira automática pelo TQS, com base nos critérios de projeto

já definidos.

A visualização das plantas e dados gerados nesta etapa é dividida através

de subsistemas do TQS, um para cada tipo de elemento estrutural. Para

visualização do dimensionamento e detalhamento das vigas deve-se acessar o

CAD/Vigas, para as lajes o CAD/Lajes, para os pilares o CAD/Pilares e para as

fundações o CAD/Fundações.

Os desenhos das armaduras já são gerados de forma completa, entretanto

é possível que o engenheiro otimize e refine o dimensionamento e detalhamento

de acordo com o desejado, através dos editores gráficos.

São gerados ainda relatórios que apresentam, além dos dados utilizados no

dimensionamento, os resultados e ocasionais erros encontrados ao longo da

análise.

4.1.4. Emissão de Plantas

Após todo o processo de análise, dimensionamento, detalhamento, geração

e edição dos desenhos, o TQS gera os arquivos finais e os envia para qualquer

Page 47: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

39

dispositivo de saída. Além da geração das plantas de detalhamento das armaduras,

o programa pode gerar as plantas de formas, de locação e de cargas. Esses

desenhos podem ser gerados nos formatos .PLT, .DXF, .PDF e .DWF.

O Editor de Planta (Figura 4.5) é o responsável por agrupar os desenhos

finais, inserir as tabelas de ferro e carimbos e finalizar os arquivos para impressão.

Figura 0.5: Editor de Planta do CAD/TQS

4.2. SAP2000

O SAP2000 é um software integrado de análise estrutural e

dimensionamento cujo modelo de análise é baseado em elementos finitos, capaz

de realizar análises estáticas, dinâmicas e não-lineares, tanto em 2D quanto em

3D. Sua interface é simples, porém com grande capacidade de processamento o

que o torna um dos programas mais utilizados quanto se trata de análise estrutural.

No decorrer deste projeto, serão mostradas como são definidos a geometria

da estrutura a ser analisada, as propriedades dos materiais, os carregamentos, o

tipo de análise e diversos outros parâmetros que são relevantes para os resultados.

Page 48: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

40

5. ESTUDO DE CASO

Após apresentados todos os conceitos fundamentais e informações

relevantes para o entendimento e desenvolvimento do projeto, inicia-se neste tópico

a parte principal deste trabalho, por meio da apresentação do modelo a ser

estudado.

5.1. Apresentação

O objeto de estudo deste trabalho é uma edificação em concreto armado,

com propósito comercial localizada na cidade do Rio de Janeiro. A arquitetura e o

lançamento estrutural foram fornecidos pela própria TQS, servindo como exemplo

de aplicação do programa. De modo a acentuar a influência de todos os tipos de

carregamentos que podem atuar na estrutura, e dessa forma obter resultados mais

generalizados, escolheu-se utilizar um edifício de dimensão vertical considerável,

com 30 pavimentos, sendo 29 pavimentos tipo e um pavimento de cobertura.

A seguir, apresentam-se a planta baixa do pavimento tipo (figura 5.1), e as

plantas de forma do tipo (figura 5.2) e da cobertura (figura 5.3).

Figura 0.1 - Planta baixa do pavimento tipo (unidades em cm)

Page 49: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

41

Figura 5.2 - Lançamento estrutural – Teto tipo

Figura 5.3 - Lançamento estrutural – Cobertura

5.2. Objetivos

O objetivo deste trabalho é, conforme já mencionado anteriormente, é dar

continuidade ao trabalho realizado anteriormente por BELLAS (2015), em que foi

realizada uma análise automatizada pelo TQS, incluindo análise estrutural,

dimensionamento e detalhamento, da mesma edificação apresentada no item 5.1.

A continuidade do estudo se dará segundo duas frentes: avaliação dos erros

e inconsistências encontradas nas análises dos trabalhos anteriores e análise,

automatizada ou não, das lajes por métodos diferenciados ou não abordados nos

Page 50: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

42

trabalhos anteriores. Eventualmente, será feita também uma comparação dos

resultados.

Dito isso, especifica-se a seguir, o que se propõe fazer neste projeto:

Cálculo expedito das lajes pelo Método das Grelhas

Cálculo expedito das lajes pelo Método das Charneiras Plásticas

Cálculo expedito do ELS-DEF (em BELLAS (2015) feita somente verificação

automatizada pelo TQS e SAP2000)

Consideração, com auxílio do SAP2000, e automática, pelo TQS, do

momento volvente

Explicitação de como é feita a análise estrutural pelo TQS

Eventual comparação dos resultados das análises

Portanto, de forma a poder prosseguir com esses objetivos, faz-se uma

revisão das características gerais do edifício, já apresentadas nos trabalhos

anteriores.

5.3. Características gerais

5.3.1. Parâmetros iniciais

Concepção: edificação em concreto armado, com propósito comercial.

Localização: Rio de Janeiro, RJ.

Número de pavimentos: 29 pavimentos tipo + 1 pavimento de cobertura = 30

pavimentos.

Pé-direito de cada pavimento: 3,00 m.

Resistência à compressão característica do concreto: ��� = 30 MPa

Tensão de escoamento característica do aço: ��� = 500 MPa

Classe de agressividade ambiental: II.

Cobrimento nominal:

Lajes - 25 mm

Vigas - 30 mm

Pilares - 30 mm

Quantidade de elementos estruturais:

Page 51: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

43

Pavimento tipo - 4 lajes (L1 a L4) + 9 vigas (V1 a V9) + 12 pilares (P1 a P12),

sendo os pilares P3 e P11 pilares-parede em U.

Cobertura - 3 lajes (L1 a L3) + 6 vigas (V1 a V6) + 12 pilares (P1 a P12),

sendo os pilares P3 e P11 pilares-parede em U.

5.3.2. Pré-dimensionamento

Já tendo em mãos o lançamento da estrutura (figuras 5.2 e 5.3), deve-se

realizar um pré-dimensionamento para se ter uma estimativa das dimensões dos

elementos e seus respectivos carregamentos, para em seguida prosseguir com o

dimensionamento. Usualmente, essa etapa do projeto é realizada baseando-se nos

valores de espessuras mínimas estabelecidas em norma e no bom senso e

experiência do engenheiro, pois a norma atual não define critérios específicos para

etapa.

Como os valores definidos no pré-dimensionamento já foram apresentados

em BELLAS (2015), neste trabalho somente serão apresentados os valores finais,

devendo-se consultar o trabalho mencionado caso se deseje entender o seu

processo de cálculo.

5.3.2.1. Dimensões dos elementos - Pavimento tipo

A seguir, apresentam-se a dimensões calculadas dos elementos estruturais

do pavimento tipo.

Lajes:

Tabela 5.1 - Dimensões das lajes - Pavimento tipo

� (��) �(��) �� (�) ��(�) Armadura

L1 10 8 3,40 1,50 Uma

direção

L2 16 14 8,21 6,70 Duas

direções

L3 16 14 8,21 6,70 Duas

direções

L4 10 8 3,4 2,85 Duas

direções

Page 52: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

44

Vigas:

Tabela 5.2 - Dimensões das vigas - Pavimento tipo

� (��) � (��)

V1 50 18

V2 30 12

V3 30 12

V4 30 12

V5 50 18

V6 50 18

V7 60 18

V8 60 18

V9 50 18

Pilares:

Tabela 5.3 - Dimensões dos pilares - Pavimento tipo

� (��) � (��)

P1 90 30

P2 90 30

P4 90 30

P5 90 30

P6 70 30

P7 70 30

P8 90 30

P9 90 30

P10 90 30

P12 90 30

5.3.2.2. Dimensões dos elementos - Cobertura

Lajes:

Tabela 5.4 - Dimensões das lajes - Cobertura

Laje � (��) � (��) �� (�) �� (�) Armação

L1/L3 16 14 8,21 6,70 Duas direções

L2 16 14 8,21 3,40 Uma direção

Page 53: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

45

Vigas:

Adotou-se uma altura de 50 cm e largura de 15 cm para todas as vigas da

cobertura.

Pilares:

Como todos os pilares do pavimento tipo seguem para a cobertura, suas

dimensões se mantém as mesmas.

5.3.2.3. Ações

As ações consideradas para o dimensionamento da edificação são divididas

entre ações permanentes e ações variáveis.

5.3.2.3.1. Ações permanentes

a) Peso próprio: obtido multiplicando-se a seção de cada elemento pelo peso

específico do material, explicitados na tabela 5.5 a seguir.

b) Revestimento: considerou-se que as lajes terão piso cerâmico com peso de 0,7

kN/m².

c) Alvenaria: de acordo com o item 2.1.1 da NBR 6120:1980 – Cargas para o

cálculo de estruturas de edificações, para paredes divisórias cuja posição não

esteja definida no projeto, deve-se utilizar um valor mínimo de 1,0 kN/m² para o

carregamento devido as paredes. Foi utilizado este valor para os cálculos expeditos

em BELLAS (2015), e o mesmo será feito para os cálculos expeditos neste trabalho.

Foi feita, em BELLAS (2015), uma consideração mais precisa levando em conta a

posição das paredes, portanto, o mesmo será feito nas análises automáticas deste

trabalho. Para esta consideração, utiliza-se o peso próprio dos materiais, conforme

a tabela a seguir:

Page 54: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

46

Tabela 5.5 - Peso específico dos materiais

Material Peso específico (kN/m³)

Concreto armado 25

Tijolo furado 13

Argamassa 19

5.3.2.3.2. Ações variáveis

Foi considerada somente uma carga acidental de 2,0 kN/m² em toda a

superfície das lajes.

5.3.2.3.3. Resumo

Faz-se, a seguir, uma tabela resumindo os carregamentos em todas as

lajes.

Lajes - Pavimento Tipo:

Tabela 5.6 - Resumo das ações - Lajes - Pavimento Tipo

Laje Peso próprio

(kN/m²) Alvenaria (kN/m²)

Revestimento (kN/m²)

Permanentes (g) (kN/m²)

Carga acidental

(q) (kN/m²)

L1 2,50 - 0,70 3,20 2,00

L2/L3 4,00 1,00 0,70 5,70 2,00

L4 2,50 1,00 0,70 4,20 2,00

Lajes - Cobertura:

Tabela 5.8 - Resumo das ações - Lajes - Cobertura

Laje Peso próprio

(kN/m²) Alvenaria (kN/m²)

Revestimento (kN/m²)

Permanentes (g) (kN/m²)

Carga acidental

(q) (kN/m²)

L1 2,50 - 0,70 3,20 2,00

L2/L3 4,00 1,00 0,70 5,70 2,00

Page 55: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

47

6. CÁLCULO EXPEDITO

Neste capítulo serão apresentados os cálculos expeditos propostos no item

5.2, para todos os elementos estruturais, visando já possuir balizadores para os

resultados que serão encontrados na análise automática, feita no capítulo seguinte

a este.

6.1. Método das Grelhas

6.1.1. Pavimento Tipo

Laje L1

Como a laje L1 é armada somente em uma direção, não houve necessidade

de dimensiona-la pelo Método das Grelhas, mantendo-se somente o

dimensionamento por vigas contínuas feito em BELLAS (2015), cujos resultados

obtidos foram os seguintes:

��� = 1,46 ���/�

��� = − 1,46 ���/�

Laje L2

ℓ� = 6,70 �

ℓ� = 8,21 �

� = 7,70 ��/��

� = 5

�′= 8

Utilizando-se (18), (19) e (20):

�� =1

�� ℓ��

��ℓ�� + 1

=1

�∙(�,��)�

�∙(�,��)� + 1= 0,307

Page 56: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

48

�� = 1 − �� = 0,693

�� = �� � = 0,693 × 7,70 = 5,34 �� ��⁄

�� = �� � = 0,307 × 7,70 = 2,36 �� ��⁄

Utilizando-se agora, (22) e (24)

��� =

�� .ℓ��

�′�=

5,34 �� ��⁄ × (6,70 �)�

8= 29,9 ��.�/�

��� =

�� .ℓ��

�′�=

2,36 �� ��⁄ × (8,21 �)�

8= 19,88 ��.�/�

Laje L3:

Idêntica a laje L2.

Laje L4:

ℓ� = 3,40 �

ℓ� = 2,85 �

� = 6,20 ��/��

����çã� �:

� = 5

�′= 8

����çã� �:

� = 1

�′= 24

�� = 12

Page 57: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

49

Utilizando-se as mesmas equações de antes:

�� =1

�� ℓ��

��ℓ�� + 1

=1

�∙(�,��)�

�∙(�,��)�+ 1

= 0,711

�� = 1 − �� = 0,289

�� = �� � = 0,711 × 6,20 = 4,41 �� ��⁄

�� = �� � = 0,289 × 6,20 = 1,79 �� ��⁄

Utilizando-se agora, (22), (23) e (24):

��� =

�� .ℓ��

�′�=

1,79 �� ��⁄ × (2,85 �)�

8= 1,82 ��.�/�

��� =

�� .ℓ��

�′�=

4,41 �� ��⁄ × (3,40 �)�

24= 2,12 ��.�/�

��� =

�� .ℓ��

�′�=

− 4,41 �� ��⁄ × (3,40 �)�

12= − 4,24 ��.�/�

6.1.2. Cobertura

Laje L1:

ℓ� = 6,71 �

ℓ� = 8,21 �

� = 6,70 ��/��

����çã� �:

� = 2

�′= 14,22

�� = 8

����çã� �:

Page 58: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

50

� = 5

�′= 8

�� =1

�� ℓ��

��ℓ�� + 1

=1

�∙(�,��)�

�∙(�,��)�+ 1

= 0,150

�� = 1 − �� = 0,850

�� = �� � = 0,150 × 6,71 = 1,01 �� ��⁄

�� = �� � = 0,850 × 6,71 = 5,70 �� ��⁄

Utilizando-se agora, (21), (22), (23) e (24):

��� =

�� .ℓ��

�′�=

5,70 �� ��⁄ × (6,71 �)�

14,22= 18,00 ��.�/�

��� =

�� .ℓ��

�′�=

5,70 �� ��⁄ × (6,71 �)�

8= − 32,0 ��.�/�

��� =

�� .ℓ��

�′�=

1,000 �� ��⁄ × (8,21 �)�

8= 8,42 ��.�/�

Laje L2:

Como a laje L2 da cobertura é armada somente em uma direção, não houve

necessidade de dimensiona-la pelo Método das Grelhas, mantendo-se somente o

dimensionamento por vigas contínuas feito em BELLAS (2015), cujos resultados

obtidos foram os seguintes:

��� = 3,23 ��.�/�

��� = − 6,45 ��.�/�

Laje L3:

Idêntica a laje L1.

Page 59: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

51

6.2. Método das Charneiras Plásticas

6.2.1. Pavimento Tipo

Laje L2

�� = �� = �� = �� = 0

� = 2/3

� = 7,70 ��/��

� = 6,70 �

� = 8,21 �

Utilizando-se (27), (28a) e (28b):

�� =2 ∙ 6,70 �

√1 + 0 + √1 + 0= 6,70 �

�� =2 ∙ 8,21 �

(√1 + 0 + √1 + 0) ∙ �0,25= 16,42 �

��� =

� ����

8 �1 + ��

��+

��

���

= 7,70 �� ��⁄ × 6,70 � × 16,42�

8 �1 + (�,�� �)

(��,�� �)+

(��,�� �)

(�,�� �)�

= 27,4 ���/�

��� = ���

� = 18,47 ���/�

��� = ��

� = 0

Laje L3:

Idêntica a laje L3.

Page 60: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

52

Laje L4:

�� = �� =24

12= 2,00

�� = �� = 0

� = 1,165

� = 6,20 ��/��

� = 2,85 �

� = 3,40 �

Utilizando-se (27), (28a) e (28b):

�� =2 ∙ 2,85 �

√1 + 0 + √1 + 0= 2,85 �

�� =2 ∙ 3,40 �

(√1 + 2 + √1 + 2) ∙ �0,25= 3,93 �

��� =

� ����

8 �1 + ��

��+

��

���

= 6,20 �� ��⁄ × 2,85 � × 3,93 �

8 �1 + (�,�� �)

(�,�� �)+

(�,�� �)

(�,�� �)�

= 2,80 ��.�/�

��� = ���

� = 3,26 ��.�/�

��� = ���� = 2 × 0,132 = − 6,52 ��.�/�

6.2.2. Cobertura

Laje L1:

�� = − �� =14,22

8= 1,778

�� = �� = 0

� = 0,468

� = 6,70 ��/��

� = 6,71 �

� = 8,21 �

Page 61: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

53

Utilizando-se (25), (26a) e (26b):

�� =2 ∙ 6,71 �

√1 + 1,778 + √1 + 1,778= 4,02 �

�� =2 ∙ 8,21 �

(√1 + 0 + √1 + 0) ∙ �0,25= 16,42 �

��� =

� ����

8 �1 + ��

��+

��

���

= 6,70 �� ��⁄ × 4,02 � × 16,42 �

8 �1 + (�,�� �)

(��,�� �)+

(��,�� �)

(�,�� �)�

= 10,37 ��.�/�

��� = ���

� = 4,85 ��.�/�

��� = − ����

� = − 18,44 ��.�/�

6.3. Dimensionamento a flexão

Para o dimensionamento a flexão, utilizam-se os parâmetros tradicionais,

apresentados abaixo:

��� =��

� ∙ �² ∙ ���

(43)

�� =

1 − �1 −����

�,��

0,8 (44)

�� = 1 − 0,4 ∙ �� (45)

�� =��

�� ∙ � ∙ ��� (46)

Faz-se um resumo dos valores característicos dos momentos fletores obtido

nos cálculos:

Page 62: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

54

Tabela 6.1 - Resumo dos momentos fletores nas lajes do pavimento tipo

Laje Método ��

� (��.�)

���

(��.�) ��

� (��.�)

���

(��.�)

L1 - 1,46 - -1,46 -

L2/L3 Grelhas 29,90 19,88 - -

CP 27,40 18,47 - -

L4 Grelhas 1,82 2,12 - -4,24

CP 2,80 3,26 - -6,52

Tabela 6.2 - Resumo dos momentos fletores nas lajes da cobertura

Laje Método ��

� (��.�/�)

���

(��.�/�) ��

� (��.�/�)

���

(��.�/�)

L1/L3 Grelhas 18,00 8,42 -32 -

CP 10,37 4,85 -18,44 -

L2 - 3,23 - -6,45 -

Faz-se, portanto, o dimensionamento considerando os maiores valores de

cada situação. Os resultados são demonstrados abaixo. Convém lembrar que como

os momentos calculados foram característicos, multiplicou-se por 1,4 todos os

valores para se obter o valor de cálculo.

Pavimento tipo:

Tabela 6.3 - Armadura de flexão - Pavimento tipo - Laje L1

L1 Md

(kN.m/m) kmd kx kz

As (cm²/m)

���

(��.�/�) 2,04 0,0194 0,029 0,988 0,680

���

(��.�/�) -2,04 0,0194 0,029 0,988 0,680

Page 63: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

55

Tabela 6.4 - Armadura de flexão - Pavimento tipo - Lajes L2/L3

L2/L3 Md

(kN.m/m) kmd kx kz

As (cm²/m)

���

(��.�/�) 41,9 0,100 0,157 0,937 7,30

���

(��.�/�) 27,80 0,066 0,101 0,959 4,80

Tabela 6.5 - Armadura de flexão - Pavimento tipo - Laje L4

L4 Md

(kN.m/m) kmd kx kz

As (cm²/m)

���

(��.�/�) 3,92 0,029 0,043 0,983 1,15

���

(��.�/�) 4,56 0,033 0,05 0,980 1,34

���

(��.�/�) -6,52 0,048 0,072 0,971 1,93

Cobertura

Tabela 6.6 - Armadura de flexão - Cobertura - Lajes L1/L3

L1/L3 Md

(kN.m/m) kmd kx kz

As (cm²/m)

���

(��.�/�) 25,2 0,06 0,092 0,963 4,30

���

(��.�/�) 11,79 0,028 0,042 0,983 2,00

���

(��.�/�) -44,80 0,107 0,933 0,168 7,90

Tabela 6.7 - Armadura de flexão - Cobertura - Laje L2

L2 Md

(kN.m/m) kmd kx kz

As (cm²/m)

���

(��.�/�) 4,52 0,0125 0,019 0,992 0,81

���

(��.�/�) -9,03 0,0249 0,037 0,985 1,62

Page 64: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

56

6.4. Flechas

São feitos, a seguir, o cálculo das flechas nas lajes dos pavimentos do

edifício. É mostrado o passo-a-passo do cálculo para somente uma das lajes, sendo

apresentados, para as outras, os resultados em forma de tabela.

Laje L2 - Pavimento Tipo

Inicia-se pelo cálculo do momento fletor de fissuração, pela equação (29),

que é o correspondente ao surgimento da primeira fissura na laje, de forma a avaliar

em que estádio ela se encontra. Para isso, calcula-se, por (3), a resistência

característica do concreto à tração:

��� = ���,� = 0,3 ����/�

= 0,3 × (30)�/� = 2,896 ���

O momento de inércia da laje considerando seção homogênea não fissurada

é:

�� =�ℎ�

12=

(100 ��)(16 ��)�

12= 34.133 ���

Utiliza-se � = 1,5 por se tratar de uma seção retangular. A distância �� entre

o centro de gravidade da seção e a fibra mais tracionada é dada por h/2, ou seja:

�� = 16 �� 2⁄ = 8 ��.

Portanto, pode-se, agora, calcular o momento de fissuração:

�� =������

��=

1,5 × 2,896 ��� × 34.133 ���

8 ��= 18,53 ��.�

Para comparação com o ��, o momento fletor na laje deve ser calculado

considerando a combinação quase permanente. Logo, de acordo com a Figura 3.2

e com a Tabela 5.7:

��� = � + 0,4 ∙ � = 5,70 + 0,4 ∙ 2,00 = 6,50 ��/��

Refazendo-se os cálculos, considerando o maior momento, que é o da

direção x, tem-se que ��� = �� = 25,2 ��.� > ��, a laje está no estádio II em

serviço. Dessa forma, deve ser considerada a rigidez equivalente dada pela

equação (33). Portanto:

(��)�� = ��� ����

���

�� + �1 − ���

���

� ���� ≤ ��� ���

Page 65: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

57

�� = 0,8 +0,2���

80= 0,8 + 0,2 ×

30

0,8= 0,875

��� = �� .��� = �� ��5600���� = 0,875 × 1,0 × 5600 × √30 = 26.838 ���

�� =��

���=

210 ���

26.838 ���≅ 7,82

Desprezando-se a armadura de compressão da laje (��� = 0), calcula-se a

posição da linha neutra no estádio II pela equação (30):

� = 14 ��; �� = 7,30 ���;�� = 7,82;� = 100 ��; ��� = 0; �� = 0

100 ∙ ���

2− 7,82 ∙ 7,30 ∙ (14 − ��) ≡ 0 → �� = 3,74 ��

O momento de inércia da seção fissurada é então dado por:

��� =���

3+ ����(� − ��)� + ����

�(�� − ��)�

=100 ∙ (3,74 ��)�

3+ 7,82 ∙ (7,30 ���) ∙ (14 �� − 3,74 ��)� + 0

= 7753 ���

A rigidez equivalente será calculada pela equação (33):

(��)�� = ��� ����

���

�� + �1 − ���

���

� ���� ≤ ��� ��

��� �� = 2683,8 �� ���⁄ × 34.133 ��� = 91.606.145 ��.���

(��)�� = 2683,8 �� ��⁄ ��18,53 ��.�

25,2 ��.��

× 34.133 ��� + �1 − �18,53 ��.�

41,9 ��.��

× 7753 ���� = 48.955.219 ��.��� ≤ ��� ��� (��!)

Calcula-se agora a flecha imediata. Utilizando-se as tabelas do Anexo A para

o cálculo de �, tem-se que:

�� =�

12

� ℓ��

��=

6,86

12×

(6,50 ��/��) × (6,70 �)�

0,4896 ��.��= 1,529 ��

Levando em conta a fluência:

Page 66: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

58

�� =∆�

1 + 50��

�� =��

��= 0 ⇒ �� = ∆�

Assumindo que a carga de longa duração na laje começará a atuar cerca de

um mês após sua execução, pela tabela da figura 2.12:

∆� = 2,00 − 0,68 = 1,32

Portanto, a flecha total é:

�� = �� (1 + ∆�) = 1,529 × (1 + 1,32) ≅ 3,55 ��

Para as flechas máximas permitidas por norma, tem-se, pela figura 2.13:

Aceitabilidade sensorial (AS):

250=

670 ��

250= 2,68 ��

Como a flecha encontrada é maior que os limites, seria necessário refazer o

dimensionamento.

Resume-se, em seguida, as flechas calculadas para as outras lajes, em

tabela, assim como todas as informações relevantes para o cálculo:

Tabela 6.8 - Verificação das flechas para o pavimento tipo

Laje ���

(��/��)

�� (��.�)

�� (��.�)

����� (��.���)

����

(��.���)

�� (��)

��

(��)

AS (��)

Situação

L1 4,00 1,46 7,24 22365000 22365000 0,0118 0,03 0,60 OK

L2/L3 6,50 25,3 18,53 91607040 48955219 1,53 3,55 2,68 Não OK

L4 5,00 2,26 7,24 22365000 22365000 0,05 0,11 1,14 OK

A seguir, apresenta-se a verificação das flechas para as lajes da cobertura:

Tabela 6.9 - Verificação das flechas para a cobertura

Laje ���

(��/��) ��

(��.�) ��

(��.�) �����

(��.���)

����

(��.���) ��

(��) ��

(��)

AS (��)

Situação

L1/L3 4,00 − 22,5 18,53 91607040 51261027 0,55 1,27 2,68 OK

L2 6,50 − 6,45 18,53 91607040 91607040 0,025 0,06 1,36 OK

Page 67: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

59

7. ANÁLISE AUTOMÁTICA

Neste capítulo serão explicitadas todas as análises realizadas pelos

programas computacionais SAP2000 e CAD/TQS, de acordo com o que foi

proposto no item 5.2.

7.1. SAP2000

Com o SAP2000, foram desenvolvidos modelos do pavimento tipo e da

cobertura do edifício através do Método dos Elementos Finitos, de forma

semelhante ao que foi feito em BELLAS (2015), porém utilizando uma nova malha

de elementos. O objetivo é obter uma maior precisão nos resultados obtidos, além

de estabelecer um comparativo para resultados possivelmente duvidosos.

Adicionalmente, os modelos desenvolvidos serão utilizados para o cálculo

dos esforços de momentos fletores nas lajes com a consideração do momento

volvente, como será visto adiante.

Uma comparação com o número de elementos em cada um dos trabalhos

para cada um dos pavimentos encontra-se a seguir nas tabelas 7.1 e 7.2.

Tabela 7.1 - Comparação entre número de elementos em cada malha Pavimento tipo

Tipo de elemento Número de elementos

Este projeto BELLAS (2015)

Pórtico (para vigas) 9 9

Pórtico (para pilares) 10 10

Casca (para lajes) 3102 567

Casca (para pilares-parede)

1760 312

Page 68: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

60

Tabela 7.2 - Comparação entre número de elementos em cada malha - Cobertura

Tipo de elemento Número de elementos

Este projeto BELLAS (2015)

Pórtico (para vigas) 9 6

Pórtico (para pilares)

10 10

Casca (para lajes) 3444 630

Casca (para pilares-parede)

880 156

Nos itens seguintes, serão apresentadas algumas das etapas da criação dos

modelos, e posteriormente, suas análises e resultados.

7.1.1. Materiais

As propriedades do concreto utilizado, nomeado de C30, foram inseridas de

acordo com já fora estabelecido anteriormente, conforme explicita a Figura 7.1 a

seguir.

7.1.2. Seções

Os elementos estruturais tiveram suas seções transversais definidas através

de uma ferramenta do “software” que agrupa elementos com propriedades

semelhantes em uma seção única.

Page 69: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

61

Figura 7.1 - Definição das propriedades do concreto – SAP2000

As lajes e os pilares-parede foram modeladas com elementos finitos de

casca fina (“shell”), enquanto que as vigas e os pilares foram modelados com

elementos lineares de pórtico (“frames”).

Para as lajes foram criadas duas seções de nome L10 e L16, para o pilar-

parede uma seção de nome Pilar_parede, e para os pilares duas seções de nome

Pilar_30x70 e Pilar_30x90, para ambos os pavimentos. Para as vigas do pavimento

tipo, utilizaram-se três seções de nome Viga_12x30, Viga_18x50 e Viga_12x60, e

para as vigas da cobertura, uma seção com nome Viga_15x50, de acordo com suas

respectivas dimensões, conforme apresentado anteriormente.

Exemplifica-se nas figuras a seguir, a entrada de dados para a seção L10 e

para a seção Viga_18x50.

Page 70: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

62

Figura 7.2 - Definição da seção L10

Figura 7.3 - Definição da seção Viga_18x50

Page 71: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

63

7.1.3. Geometria

Com as seções e materiais definidos, pode-se então prosseguir para a

definição da geometria dos pavimentos. Foram incluídos nos modelos os pilares e

pilares-parede superiores (pavimento tipo) e inferiores (pavimento tipo e cobertura),

com uma altura de 3,0 m, engastados na base.

Os modelos no SAP2000, em 2D e 3D são apresentados a seguir, nas

figuras 7.4 a 7.7.

Figura 7.4 - Pavimento tipo - 2D - SAP2000

Figura 7.5 - Cobertura - 2D - SAP2000

Page 72: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

64

Figura 7.6 - Pavimento Tipo - 3D - SAP2000

Figura 7.7 - Cobertura - 3D - SAP2000

Page 73: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

65

7.1.4. Ações

Para as ações verticais de revestimento e carga acidental nas lajes, foram

utilizadas cargas distribuídas nos elementos de casca, cuja magnitude é a mesma

do que foi apresentado no item 5.3.2.3. O peso próprio é considerado

automaticamente pelo SAP2000.

Entretanto, o carregamento relativo ao peso da alvenaria foi considerado

como carga linear nas vigas e como cargas concentradas nos nós das lajes.

Para as lajes, considerou-se o carregamento do peso de alvenaria como uma

parede de 3,00 m de altura, com 10 cm de espessura de tijolo furado e 5 cm de

argamassa. Utilizando-se o peso próprio dos materiais, tem-se:

����,���� = 0,10 � × 3,00 � × 1,30 ��/�3 + 0,05 × 3,00 × 1,90 = 6,75 ��/�

Como foram utilizados elementos finitos de 0,20 m x 0,20 m, pontualmente

tem-se que a carga inserida foi:

����,���� = 6,75 �� �⁄ × 0,20� = 1,35 ��

Para as vigas, considerou-se uma parede de 3,00 m de altura, com 20 cm

de espessura de tijolo furado e 5 cm de argamassa:

����,���� = 0,20 � × 3,00 � × 1,30 ��/�3 + 0,05 × 3,00 × 1,90 = 10,65 ��/�

7.1.5. Combinações de ações

Utilizando-se as ações já definidas no item anterior, foram consideradas

duas combinações para análise do pavimento no SAP2000, que são as seguintes:

ELU: ELU considerando com somente as cargas acidentes como

ação variável.

ELS: ELS de combinação quase permanente com somente as cargas

de ocupação como ação variável.

Os coeficientes de ponderação foram obtidos conforme definido no item 3.3,

e são resumidos na tabela 7.3 abaixo:

Page 74: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

66

Tabela 7.3: Combinações de ações –SAP 2000

Ações ELU ELS

Peso próprio 1,40 1,40

Revestimento 1,40 1,40

Alvenaria 1,40 1,40

Carga Acidental 1,40 0,30

7.1.6. Análise

7.1.6.1. Momentos fletores

Os diagramas de momentos fletores no SAP2000 são apresentados em

escala de cores. Apresentam-se a seguir, como exemplo, alguns dos diagramas

obtidos para o pavimento tipo e cobertura, sendo os valores relevantes destes e

dos outros diagramas apresentados em tabelas posteriormente. Para cálculo dos

momentos fletores, foi utilizada a combinação ELU.

Figura 7.8 - Diagrama de Momentos Fletores na direção x do pavimento tipo- SAP2000

Page 75: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

67

Figura 7.9 - Diagrama de Momentos Fletores na direção x da cobertura - SAP2000

São resumidos, nas tabelas 7.4 e 7.5 abaixo os valores máximos de

momentos fletores encontrados em cada uma das lajes de cada um dos

pavimentos.

Para todos os casos, os momentos máximos se localizam nos entornos do

centro da laje, porém, para as lajes do pavimento tipo, surgiram momentos

negativos concentrados de alta intensidade nas bordas, possivelmente

relacionados com o fenômeno do momento volvente, que será estudado mais

adiante. Dessa forma, foram desconsiderados nas tabelas a seguir esses casos de

momento concentrado.

Pavimento Tipo

Tabela 7.4 - Momentos fletores nas lajes do pavimento tipo - SAP2000

Momento/Laje L1 L2/L3 L4

���(��.�/�) 1,28 16,40 10,58

���(��.�/�) - 14,60 8,98

���(��.�/�) -13,49 - -

���(��.�/�) - - -4,70

Page 76: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

68

Cobertura

Tabela 7.5 - Momentos fletores nas lajes da cobertura - SAP2000

Momento/Laje L1/L3 L2

���(��.�/�) 16,54 2,00

���(��.�/�) 6,93 -

���(��.�/�) -26,02 -15,43

���(��.�/�) - -

7.1.6.2. Deslocamentos

Os deslocamentos foram obtidos utilizando-se a combinação ELS, sem a

consideração da fluência. Nas figuras a seguir, estão exemplificadas as deformadas

dos pavimentos tipo e da cobertura, assim como os ícones da interface do SAP2000

que auxiliam a leitura dos deslocamentos. O resumo dos valores será dado em

tabela, posteriormente.

Page 77: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

69

Figura 7.10 - Deslocamento da laje L2 - Pavimento tipo na combinação ELS - Vista superior -

SAP2000

Figura 7.11 - Deformada da laje L1 - Cobertura na combinação ELS - Vista superior -

SAP2000

Page 78: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

70

Figura 7.12 - Deslocamento da laje L1 - Cobertura na combinação ELS - Vista superior -

SAP2000

As tabelas abaixo apresentam os valores de flecha máximo encontrados

para todas as lajes de cada um dos pavimentos, assim como a verificação aos

deslocamentos máximos, já apresentados anteriormente.

Pavimento Tipo

Tabela 7.6 - Deslocamentos nas lajes do pavimento tipo - SAP2000

Laje � (��) �� (��) �� (��) AS (cm) Situação

L1 150 0,02 0,05 0,60 OK

L2/L3 670 0,70 1,62 2,68 OK

L4 285 0,15 0,35 1,14 OK

Cobertura

Tabela 7.7 - Deslocamentos nas lajes da cobertura - SAP2000

Laje � (��) �� (��) �� (��) AS (cm) Situação

L1/L3 670 0,45 1,04 2,68 OK

L2 340 0,02 0,05 1,36 OK

Page 79: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

71

7.1.6.3. Momentos volventes

O SAP2000 também disponibiliza diagramas de momento torsional, também

chamado, no estudo das lajes, de momento volvente. É possível fazer a

consideração desses momentos no dimensionamento das lajes por meio das

equações de Wood-Armer, conforme já apresentado em 2.6.2.4.

Para este projeto, no SAP2000, será feito um cálculo simplificado da

consideração do momento volvente em alguns pontos da laje, com o objetivo de

entender se com a consideração desses esforços o dimensionamento pode ser

otimizado. Posteriormente, os resultados obtidos serão comparados com os do

programa CAD/TQS, de forma a entender se esse último faz a consideração do

momento volvente.

Quanto aos pontos escolhidos para análise, como a concentração do

momento volvente é mais forte nas bordas entre lados apoiados, serão escolhidos,

para cada laje, sempre dois pontos nesses tipos de borda, assim como os pontos

de máximo momento fletor positivo e negativo.

Nas imagens abaixo, encontram-se exemplificados os pontos escolhidos

para a análise, sendo os resultados apresentados em tabelas, posteriormente.

Figura 7.13 - Pontos utilizados para consideração do momento volvente - Pavimento

Tipo

Page 80: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

72

Figura 7.14 - Pontos utilizados para consideração do momento volvente - Cobertura

A seguir, são apresentados os dados, em tabelas.

Pavimento tipo

Tabela 7.8 - Momentos fletores corrigidos com o momento volvente - Pavimento Tipo -

SAP2000

Ponto Localização (m)

��� (��.�)

��� (��.�)

|���| (��.�)

�′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′′�� (��.�) X Y

1 0,20 8,00 -15,10 -22,88 8,56 0,00 0,00 -23,66 -31,44

2 0,20 0,20 -16,90 -23,78 9,50 0,00 0,00 -26,40 -33,28

3 3,40 4,00 16,54 11,23 0,96 17,50 12,19 0,00 0,00

4 7,00 6,80 -2,47 -0,30 0,16 0,00 0,00 -2,63 -0,46

5 9,80 6,80 -2,41 -0,32 0,12 0,00 0,00 -2,53 -0,44

6 8,40 6,20 -1,28 0,02 0,01 0,00 0,02 -1,29 0,01

7 7,00 2,60 -5,79 -1,83 0,99 0,00 0,00 -6,78 -2,82

8 9,80 2,60 -5,59 -1,63 1,08 0,00 0,00 -6,67 -2,71

9 8,40 1,40 10,58 8,98 0,35 10,93 9,33 0,00 0,00

Page 81: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

73

Cobertura

Tabela 7.9 - Momentos fletores corrigidos com o momento volvente - Cobertura - SAP2000

Ponto Localização (m) ���

(��.�) ���

(��.�) |���|

(��.�) �′��

(��.�) �′��

(��.�) �′′��

(��.�) �′′��

(��.�) X Y

1 0,20 8,00 -8,89 -5,60 4,14 0,00 0,00 -13,03 -9,74

2 0,20 0,20 -9,75 6,08 4,39 0 8,06 -14,14 1,69

3 3,40 4,00 16,54 4,76 0,57 17,11 5,33 0,00 0,00

4 7,00 6,80 -1,25 -0,80 -0,04 0,00 0,00 -1,21 -0,76

5 9,80 6,80 4,16 2,93 0,01 4,17 2,94 0,00 0,00

Nas tabelas acima, as células em vermelho geraram, inicialmente, os

momentos principais corrigidos com sinais contrários (por exemplo, momentos

negativos para armadura positiva). Como isso não faz sentido de acordo com a

rotina de Wood-Armer, tomou-se nulo os valores para momentos nesses pontos,

invalidando a necessidade de armadura.

A única célula em verde trata-se do único caso em que os momentos

principais corrigidos em um ponto (�′11 � �′

22) foram de sinais trocados,

necessitando anular o momento com sinal conflitante e fazendo uma nova correção

do outro momento pela equação (46a).

7.2. CAD/TQS

Com o programa CAD/TQS, não houve necessidade de desenvolver um

novo modelo, como foi feito no SAP2000, sendo utilizado o mesmo modelo

apresentado em BELLAS (2015). A utilização do programa, neste caso, será dará

na comparação de resultados obtidos em BELLAS (2015) pelo CAD/TQS com

resultados calculados neste projeto, além de se tentar fazer algumas considerações

adicionais com relação aos resultados obtidos pelo CAD/TQS.

A comparação dos resultados mencionados acima será dada no próximo

capítulo. Para esta seção deste capítulo, listam-se abaixo os objetivos:

Page 82: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

74

Reapresentação dos momentos fletores calculados em BELLAS

(2015).

Reapresentação dos deslocamentos calculados em calculados em

BELLAS (2015).

Verificação da consideração do momento volvente pelo programa.

Verificação da consideração da fluência no cálculo das flechas nas

lajes.

7.2.1. Momentos fletores

O CAD/TQS realiza o cálculo dos esforços de momento fletores nas lajes

pelo Método das Grelhas. Dessa forma, é interessante fazer uma comparação com

os momentos obtidos pelo programa com o cálculo manual pelo Método das

Grelhas, assim como foi feito neste trabalho. Isso será feito posteriormente no

capítulo 8. Nesta seção, apresentam-se os resultados da análise de momentos

fletores obtido em BELLAS (2015). A seguir:

Tabela 7.10 - Momentos fletores nas lajes do pavimento tipo - BELLAS (2015)

Momento/Laje L1 L2/L3 L4

���(��.�/�) 2,70 18,50 4,70

���(��.�/�) -38,80 -59,30 -26,10

���(��.�/�) 12,50 9,90 4,60

���(��.�/�) -11,50 -17,20 -3,50

Tabela 7.11 - Momentos fletores nas lajes da cobertura - BELLAS (2015)

Momento/Laje L1/L3 L2

���(��.�/�) 18,20 1,50

���(��.�/�) -44,10 -35,60

���(��.�/�) 9,20 4,10

���(��.�/�) -12,30 -13,20

Page 83: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

75

7.2.2. Deslocamentos

Apresentam-se a seguir, os valores de deslocamento calculados para as

lajes, em BELLAS (2015).

Tabela 7.12 - Deslocamentos nas lajes do pavimento tipo -

Laje L (cm) f (cm) flim (cm) Situação

L1 150 0,05 0,6 OK

L2/L3 670 1,30 2,68 OK

L4 285 0,18 1,14 OK

Tabela 7.13 - Deslocamentos nas lajes da cobertura - BELLAS (2015)

Laje L (cm) f (cm) flim (cm) Situação

L1/L3 670 1,88 2,68 OK

L2 340 0,10 1,36 OK

7.2.3. Consideração do momento volvente

O CAD/TQS possui uma ferramenta para consideração dos momentos

volventes. Em seu ambiente de gerenciador de critérios de projeto, pode-se

escolher se os momentos torsores (volventes) que serão, independentemente,

processados pelo programa, serão considerados no detalhamento da laje, como

pode ser visto na Figura 7.15 abaixo:

Page 84: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

76

Figura 7.15 - Gerenciador de critérios de projeto - Momento volvente - CAD/TQS

Adicionalmente, em seu visualizador gráfico, podem ser verificados

diretamente os diagramas de momento torsor através da seleção do botão “��”,

além de ser possível verificar diretamente os diagramas de momento fletor

corrigidos com o momento torsor por Wood-Armer através da ferramenta “Seleção

de resultados”, como podem ser visto nas figuras adiante.

Figura 7.16 - Diagrama de momentos torsores - Pavimento tipo - CAD/TQS

Page 85: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

77

Figura 7.17 - Seleção de resultados - Seleção da correção dos momentos por Wood-Armer

Para este projeto, a consideração do momento volvente feita será

novamente simples. Utilizando os valores dos momentos fletores obtidos no modelo

de BELLAS (2015), será feita a correção com momento volvente diretamente

através da visualização dos diagramas. Os pontos escolhidos para a correção são

semelhantes em posição aos escolhidos em 7.1.6.3 para correção no SAP2000,

apesar de não serem exatamente os mesmos em coordenadas devido a limitações

na visualização dos diagramas no CAD/TQS. Dessa forma, ao invés de se localizar

os pontos por coordenadas, eles serão identificados por regiões, como “borda

superior esquerda” ou “centro” da laje.

Apresentam-se portanto, os cálculos em tabelas, a seguir:

Page 86: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

78

Tabela 7.14 - Correção dos momentos fletores com os momentos volventes -

Pavimento Tipo - CAD/TQS

Ponto Laje Localização (m) ���

(��.�) ���

(��.�) |���|

(��.�) �′��

(��.�) �′��

(��.�) �′′��

(��.�) �′′��

(��.�)

1 L2/L3 Borda superior

esquerda -30,4 -0,3 3,96 0 3,66 -34,36 -4,26

2 L2/L3 Borda inferior

esquerda -33,5 -12,3 0,85 0 0 -34,35 -13,15

3 L2/L3 Centro 18,5 5,4 0 18,5 5,4 0 0

4 L1 Borda superior

esquerda -1,27 -2,57 0 0 0 -1,27 -2,57

5 L1 Borda superior

direita -2,21 2,03 0 0 2,03 -2,21 0

6 L1 Centro 2,71 -0,34 0 2,71 0 0 -0,34

7 L4 Borda superior

esquerda 0,95 0,58 0,81 1,76 0 0 -0,23

8 L4 Borda superior

direita 0,5 0,46 0,6 0 0 -0,1 -0,14

9 L4 Centro 3,91 2,92 0 3,91 2,92 0 0

Tabela 7.15 - Correção dos momentos fletores com os momentos volventes -

Cobertura - CAD/TQS

Ponto Laje Localização (m) ���

(��.�) ���

(��.�) |���|

(��.�) �′��

(��.�) �′��

(��.�) �′′��

(��.�) �′′��

(��.�)

1 L1/L3 Borda superior

esquerda -2,25 -1,83 2,95 0,7 0 -2,95 0

2 L1/L3 Borda inferior

esquerda -2,27 1,87 3,86 1,59 3,46 -3,86 0

3 L1/L3 Centro 18,1 7,62 0 18,1 25,72 0 -18,1

4 L2 Centro 0,61 1,61 0 0,61 2,22 0 -0,61

5 L2 Borda Inferior 1,32 2,1 0 1,32 3,42 0 -1,32

Da mesma forma que no SAP200, nas tabelas acima, as células em

vermelho geraram, inicialmente, ambos os momentos principais corrigidos com

Page 87: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

79

sinais contrários. Tomaram-se nulos, portanto, os valores para momento nesse

ponto, invalidando a necessidade de armadura.

7.2.4. Consideração da fluência

O CAD/TQS abrange uma ferramenta que considera a fluência do concreto,

ao se calcular as flechas. Essa consideração pode ser ativada ou desativada em

seu gerenciador de critérios, conforme pode ser visto na figura a seguir:

Figura 7.18 - Gerenciador de critérios de projeto - Consideração da Fluência -

CAD/TQS

A fluência pode ser considerada por dois métodos. Um pela majoração direta

das flechas imediatas pelos coeficientes ��, segundo a NBR6118:2014, e outro

pela correção do diagrama tensão-deformação do concreto pelos coeficientes de

fluência ∅ . Ambos os método somente podem ser utilizados através de uma

ferramenta do CAD/TQS chamada de “Grelha Não-Linear”, em que são

consideradas as não-linearidades do concreto para o cálculo de flechas.

Adicionalmente, pode ser feito também um cálculo elástico simplificado por

meio da utilização de um multiplicador para deformação lenta, que pode ser definido

pelo usuário. Esses resultados podem ser visualizados pela ferramenta

Visualização de Grelha, em que os resultados das flechas majoradas pelo

multiplicador são automaticamente calculadas e apresentadas pelo programa.

Portanto, apresentam-se a seguir duas análises feitas pelo programa para o

cálculo de flechas. Ambas são feitas pela “Grelha Não-Linear”, porém uma é feita

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80

pela majoração direta das flechas por �� (Método 1), e outra pela consideração da

fluência desativada, sendo os valores obtidos posteriormente majorados pelo

multiplicador para deformação lenta, de forma a simular o cálculo elástico (Método

2).

Apresentam-se a seguir, os resultados:

Método 1:

Tabela 7.16 - Cálculo de flechas considerando a fluência - Pavimento Tipo - CAD/TQS

Laje L (cm) f (cm) AS Situação

L1 150 0,09 0,60 OK

L2/L3 670 1,31 2,68 OK

L4 285 0,18 1,14 OK

Tabela 7.17 - Cálculo de flechas considerando a fluência - Cobertura - CAD/TQS

Laje L (cm) f (cm) AS Situação

L1/L3 670 1,08 2,68 OK

L2 340 0,05 1,36 OK

Método 2:

Tabela 7.18 - Cálculo de flechas sem considerando a fluência - Pavimento Tipo - CAD/TQS

Laje L (cm) �� (��) �� (��) AS Situação

L1 150 0,04 0,10 0,60 OK

L2/L3 670 0,55 1,38 2,68 OK

L4 285 0,08 0,20 1,14 OK

Tabela 7.19 - Cálculo de flechas sem considerando a fluência - Cobertura - CAD/TQS

Laje L (cm) �� (��) �� (��) AS Situação

L1/L3 670 0,48 1,2 2,68 OK

L2 340 0,2 0,5 1,36 OK

Page 89: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

81

8. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS

8.1. Comparação entre os momentos fletores

Apresenta-se uma comparação entre o resultado das análise fornecidas em

BELLAS (2015), e os momentos calculados pelos métodos deste trabalho, nas

tabelas abaixo.

8.1.1. Pavimento Tipo

Tabela 8.1 - Comparação entre os momentos fletores da laje L1 - Pavimento Tipo

Momento/Método

Este projeto BELLAS (2015)

Grelhas Charneiras Plásticas

SAP2000 CAD/TQS Manual

���(��.�/�) - - 1,28 2,70 1,46

���(��.�/�) - - -13,49 -38,80 -1,46

Tabela 8.2 - Comparação entre os momentos fletores das lajes L2/L3 - Pavimento Tipo

Momento/Método

Este projeto BELLAS (2015)

Grelhas Charneiras Plásticas

SAP2000 CAD/TQS Manual

���(��.�/�) 29,90 27,40 11,71 18,50 18,87

���(��.�/�) 19,88 18,47 10,43 9,90 11,70

Page 90: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

82

Tabela 8.3 - Comparação entre os momentos fletores da laje L4 - Pavimento Tipo

Momento/Método

Este projeto BELLAS (2015)

Grelhas Charneiras Plásticas

SAP2000 CAD/TQS Manual

���(��.�/�) 1,82 2,80 7,56 4,70 1,39

���(��.�/�) 2,12 3,26 6,41 4,60 1,58

���(��.�/�) -4,24 -6,52 -3,36 -3,50 -4,34

8.1.2. Cobertura

Tabela 8.4 - Comparação entre os momentos fletores das laje L1/L3 - Cobertura

Momento/Método

Este projeto BELLAS (2015)

Grelhas Charneiras Plásticas

SAP2000 CAD/TQS Manual

���(��.�/�) 18,00 10,37 11,81 18,20 12,62

���(��.�/�) -32,00 -18,44 -50,93 -44,10 -30,02

���(��.�/�) 8,42 4,85 4,95 9,20 6,05

Tabela 8.5 - Comparação entre os momentos fletores da laje L2 - Cobertura

Momento/Método

Este projeto BELLAS (2015)

Grelhas Charneiras Plásticas

SAP2000 CAD/TQS Manual

���(��.�/�) - - - 1,50 3,23

���(��.�/�) - - - -35,60 -6,45

Page 91: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

83

8.2. Comparação dos deslocamentos

Realiza-se também uma comparação dos deslocamentos calculados em

BELLAS (2015) pelos calculados neste projeto, que levaram em conta a fissuração

do concreto.

Tabela 8.6 - Comparação entre os valores de deslocamentos das lajes do pavimento tipo

Este projeto BELLAS (2015)

Manual SAP2000 CAD/TQS Manual

L1 (cm) 0,03 0,05 0,04 0,03

L2/L3 (cm)

3,55 1,62 1,57 2,10

L4 (cm) 0,11 0,35 0,18 0,11

Tabela 8.7 - Comparação entre os valores de deslocamentos das lajes da cobertura

Este projeto BELLAS (2015)

Manual SAP2000 CAD/TQS Manual

L1/L3 (cm)

1,27 1,04 1,40 1,08

L2 (cm) 0,06 0,05 0,06 0,05

Page 92: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

84

8.3. Comparação dos momentos volventes

8.3.1. Pavimento tipo

Ponto

SAP2000 CAD/TQS

�′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

1 0,00 0,00 -23,66 -31,44 0,00 3,66 -34,36 -4,26

2 0,00 0,00 -26,40 -33,28 0,00 0,00 -34,35 -13,15

3 17,50 12,19 0,00 0,00 18,50 5,40 0,00 0,00

4 0,00 0,00 -2,63 -0,46 0,00 0,00 -1,27 -2,57

5 0,00 0,00 -2,53 -0,44 0,00 2,03 -2,21 2,03

6 0,00 0,02 -1,29 0,01 2,71 0,00 0,00 -0,34

7 0,00 0,00 -6,78 -2,82 1,76 0,00 0,00 -0,23

8 0,00 0,00 -6,67 -2,71 0,00 0,00 -0,10 -0,14

9 10,93 9,33 0,00 0,00 3,91 2,92 0,00 0,00

8.3.2. Cobertura

Ponto

SAP2000 CAD/TQS

�′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

�′′�� (��.�)

1 0,00 0,00 -13,03 -9,74 0,70 -1,13 -2,95 2,25

2 -5,36 8,06 -14,14 1,69 1,59 3,46 -3,86 2,27

3 17,11 5,33 0,00 0,00 18,10 25,72 0,00 -18,10

4 0,00 0,00 -1,21 -0,76 0,61 2,22 0,00 -0,61

5 4,17 2,94 0,00 0,00 1,32 3,42 0,00 -1,32

Page 93: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

85

9. CONCLUSÕES

Observando os resultados obtidos das análises realizadas, tanto as

numéricas quanto as expeditas, e tanto as realizadas neste projeto quanto as

realizadas em BELLAS (2015), pode-se perceber que frequentemente existem

divergências, algumas vezes significativas o suficiente para se duvidar dos

resultados.

Na comparação para os resultados obtidos para os momentos fletores

calculados por cada um dos métodos, embora na maioria dos casos a ordem de

grandeza dos esforços tenha coincidido em todos os métodos de análise, não se

obteve o resultado esperado que era que a análise manual pelo método das grelhas

e pelo programa CAD/TQS fossem as mais coincidentes dentre todas.

Quanto a comparação dos deslocamentos nas lajes, embora

frequentemente os resultados obtidos em cada um dos métodos de cálculo tenham

se assimilado, também surgiram resultados discrepantes, como o deslocamento

nas lajes L2 e L3 do pavimento tipo, que ultrapassou os limites exigidos por norma.

Dessa forma, só se reforça a conclusão de que a capacidade do engenheiro

projetista em saber analisar e interpretar os dados fornecidos pelos programas de

computador e também por seus próprios cálculos é fundamental para a elaboração

de um projeto seguro e funcional.

Também se reforça a necessidade de sempre estudar e procurar novas

maneiras de realizar análise e dimensionamento de estruturas, pois novos métodos

podem soluções que eventualmente são tão, ou mais, seguras e econômicas

quantos as utilizadas atualmente.

Page 94: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

86

10. BIBLIOGRAFIA

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118 – Projeto de

estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6120 – Cargas para o

cálculo de estruturas de edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1980.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6123 – Forças devidas

ao vento em edificações. Rio de Janeiro: ABNT, 1988.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7480 – Aço destinado a

armadura para estruturas de concreto armado – Especificação. Rio de Janeiro,

ABNT, 2007.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8522 – Concreto –

Determinação do módulo de elasticidade à compressão. Rio de Janeiro, ABNT,

2008.

BASTOS, P.S.S., Lajes de Concreto, Notas de aula da disciplina Estruturas de

Concreto I do curso de Engenharia Civil, UNESP, Bauru, SP, Brasil, 2015.

BELLAS, B.F., Análise automatizada de uma edificação com ênfase no projeto de

lajes. 2015. Projeto de Graduação do Curso de Engenharia Civil, Universidade

Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

CELESTE, A.P., Análise de lajes retangulares à flexão considerando o acréscimo

de armadura devido aos momentos volventes. 2011. Projeto de Graduação do

Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2011.

GONZALEZ, R.L.M, Análise de lajes pela teoria das charneiras plásticas e

comparação de custos entre lajes maciças e lajes treliçadas. Dissertação de

Page 95: considerações sobre o projeto computacional das lajes de uma

87

Mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São

Carlos, 1997.

LONGO, H.I., Ação do Vento em Estruturas de Edificações, Apostila da disciplina

Estruturas de Concreto Armado II do curso de Engenharia Civil da UFRJ, Rio de

Janeiro, Brasil, 2014. (a)

LONGO, H.I., Pré-dimensionamento das Estruturas de Edificações, Apostila da

disciplina Estruturas de Concreto Armado I do curso de Engenharia Civil da UFRJ,

Rio de Janeiro, Brasil, 2014. (b)

SANTOS, S.H.C., Concreto Armado I, Apostila da disciplina Concreto Armado I do

curso de Engenharia Civil da UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2014.

SANTOS, S.H.C., Detalhamento de Estruturas de Concreto Armado, Apostila da

disciplina Detalhamento de Estruturas de Concreto Armado do curso de Engenharia

Civil da UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2015.

WOOD, R. H., The reinforcement of slabs in accordance with a predetermined field

of moments. Concrete Magazine, London, February 1968.

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88

ANEXO

ANEXO A-1

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89

ANEXO A-2

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