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Rev. Científica Eletrônica Estácio, Ribeirão Preto, v.10, n.10, p. 204-218, jul/dez. 2017
ESTRADA MUNICIPAL MORRO AGUDO - SÃO JOAQUIM DA BARRA:
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA VIÁRIA E SUGESTÃO DE
MELHORIAS
Gabriela Maria Alves Ceribelli – Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Estácio
Ribeirão Preto. email: [email protected]
Thiago Floriano Rosa - Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Estácio Ribeirão
Preto. email: [email protected]
Luiz Rodrigo Bonette – Docente do Curso de Engenharia Civil. Centro Universitário Estácio
Ribeirão Preto. email: [email protected]
Resumo: A estrada municipal de Morro Agudo- São Joaquim da Barra situada no Estado de São Paulo,
igualmente como outras estradas municipais que ligam cidades pequenas encontram-se sem
segurança alguma, aumentando assim, a estatística de acidentes. Desta forma, este trabalho,
teve a finalidade de avaliar a segurança deste trecho que liga as respectivas cidades. Para
analisar a qualidade da estrada foi utilizado o método de nota, divergindo de 1 a 10, para 34
quesitos considerados os mais importantes e primordiais para a segurança viária. Na
exposição dos resultados, identificou uma grande preocupação com a segurança viária e a
negligência em relação a manutenção periódica. Por fim, foi recomendada melhorias visando
alcançar maior segurança viária e conforto para os motoristas, usuários diários da referida
estrada.
Palavras-chave: Segurança viária; Estradas; Sinalização
Abstract:
The Morro Agudo-São Joaquim da Barra municipal road in the state of São Paulo, as well as
other municipal roads linking small towns, are without any security, thus increasing the
accident statistics. In this way, this work had the purpose of evaluating the safety of this
stretch connecting the respective cities. In order to analyze the quality of the road, the note
method was used, diverging from 1 to 10, for 34 items considered the most important and
most important for road safety. In the presentation of the results, he identified a great concern
with road safety and negligence in relation to periodic maintenance. Finally, improvements
were recommended in order to achieve greater road safety and comfort for drivers, daily users
of said road.
Keywords: Road safety; Roads; Signaling
Introdução
Com o crescente aumento da extensão urbana juntamente com a falta de manutenção e
conservação, tem gerado consequência negativa para a segurança das estradas brasileiras,
aumentando as estatísticas quando se trata de estradas municipais em cidades do interior. A
estrada municipal Morro Agudo/São Joaquim da Barra, além de ligar duas cidades, é uma das
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formas de acesso para a Usina Vale do Rosário, ocasionando grande número de veículos de
carga e ônibus para o transporte de trabalhadores.
O estudo visou identificar de maneira critica as condições física da estrada observando
sua estrutura de pavimentação, sinalizações de placas, acostamento, iluminação e existências
de buracos. Optamos por um método indutivo com argumentos em pesquisas bibliográficas.
Com isso avaliamos as condições da estrada em relação a sua segurança fazendo um modelo
de planilha de acordo com o método de Nodari (2013).
Muitas das rodovias rurais hoje existentes de pista simples foram planejadas e
executadas a mais de 30 anos atrás, e com isso surgiram mudanças e evolução nas estradas.
Sua dimensão é de aproximadamente 26 km, o DER foi o órgão responsável pela sua
construção, porém a manutenção é de responsabilidade dos municípios que ela abrange, no
caso Morro Agudo, Orlândia e São Joaquim da Barra.
As duas cidades possuem um número elevado de trabalhadores, que diariamente se
locomovem de uma cidade a outra, para trabalharem, estudarem ou até mesmo a passeio,
gerando maior desgaste na referida estrada e fazendo com que necessite ainda mais de
manutenção por parte dos administradores e conscientização dos usuários na conservação da
via.
O artigo possui dois objetivos, tem como objetivo principal, analisar as condições de
segurança viária da estrada municipal Morro Agudo/São Joaquim da Barra, destacando os
pontos críticos em relação à confiabilidade da via, e como objetivo complementar, dar
sugestão de soluções que possam ser economicamente viáveis nos pontos destacados como
preocupante, para melhorar a segurança e conforto dos usuários da mesma.
A pesquisa questiona qual o método relevante para detalhar os aspectos que limitam a
segurança viária da estrada de Morro Aguado, Orlândia e São Joaquim da Barra com o intuito
de prevenção a ocorrência de acidentes nesta estrada através das condições e características
físicas da via.
1. Segurança viária
A segurança viária mostra um grande impacto social, de uma forma ou de outra toda a
população está exposta, sendo ela com uma elevada ou baixa intensidade de risco, inerente ao
transporte. Rodovias de pistas simples antigas apresentavam poucos elementos de segurança,
e com o passar do tempo já foram modificados e evoluídos os métodos de planejamento e
execução. (NODARI, 2003).
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Sempre que se busca, minuciosamente, encontrar ou destacar uma única causa para
acidentes viários, esporádico foram os casos que se identificou uma causa única, as
estatísticas mostram que os acidentes viários, resultam de uma série de fatores que se aliam
para a ocorrência. Embora a falha humana esteja presente na maior parte dos acidentes, não
devemos focar apenas para as motoristas ações de prevenções. (NODARI, 2003).
Como dito anteriormente, é difícil especificar apenas uma causa para os acidentes
viários, na grande maioria são um conjunto de fatores que contribuem para a ocorrência.
Esses fatores são classificados em três categorias chamados de componentes do acidente,
componente humano, componente veicular e componente viário/ambiental.
Os fatores que contribuem para o componente humano estão relacionados com o uso
de bebidas alcoólicas, excesso de velocidade nas estradas e também as manobras arriscadas.
Quanto ao componente veicular se destaca a falta de manutenção dos veículos, ou seja, o
funcionamento dos freios e as circunstâncias dos pneus. Na categoria do componente viário-
ambiental os fatores que se destacam são as características geométricas da estrada, os efeitos
climáticos como: neblina, chuva e luminosidade (NODARI, 2003).
Dirigir é uma tarefa que requer muita atenção e um processamento visual de
informação. O Sistema de Apoio ao Motorista (Driver Support Systems – DDS) que fornece
informações sobre as sinalizações ao motorista, é extremamente importante tendo este um
papel fundamental da segurança. As estruturas de sinalizações proporcionam informações
sobre possíveis riscos, presença de animais, faixa continua.... Muitos dos motoristas não
respeitam essas sinalizações ou por falta de atenção ou por um estarem um trafico intenso.
(RODRIGUES, 2002).
A sinalização horizontal é uma das mais importantes pois tem a finalidade de fornecer
informações ao condutor que permitem determinados comportamentos adequados de modo
que aumentam a sua segurança e fluidez do transito. Além disso a sinalização conduz
mensagem para o motorista e ao pedestre possibilitando sua percepção e entendimentos, sem
desviar ou tirar o foco do leito da via. Por isso é importante saber também os critérios usados
para a escolha do material, sendo que cada um tem uma duração e um determinado
componente. (MOREIRA, 2006).
As estradas são concebidas normalmente por duas utilidades: econômicas e social.
Elas também podem gerar impactos sobre o meio ambientes, seja por passar no meio de uns
habitats de vida selvagem ou por destruir esses fragmentos do habitat. O Brasil é um dos
países ricos em ecossistema, como a fauna e flora, por isso a inclusão de estradas como
unidade de conservação é um tema que gera muita polemica pois não foi muito aprofundado.
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A Estrada – Parque pode gerar muito conflitos na região que for implantada, em razão de, de
um lado gera grande fluxos turísticos acarretando maior lucro, porem de outro lado, a
comunidade sofre em relação a criminalidade e especulação imobiliária e a inserção de
culturas externas. (DUTRA, 2008).
Autor Método Descrição
Rodrigues
(2002)
Localização e Reconhecimento de
placas de sinalização utilizando
um mecanismo de atenção visual e
redes neurais artificiais
O autor elabora uma maneira de
classificar a periculosidade da pista,
através de uma tabela montada pelo
mesmo, com dados de profissionais da
área da engenharia civil que são
classificados de maior perigo.
Nodari (2003)
Método de avaliação da segurança
potencial de segmentos
rodoviários rurais de pista simples
O autor criou um protótipo capaz de
reconhecer e analisar placas de
sinalização ao longo de uma estrada,
servindo com um auxílio para o motorista.
Moreira
(2006)
Os materiais e os métodos usados
para a aplicação da sinalização
horizontal
O autor mostra qual definição da
sinalização horizontal, com isso
mostrando também qual os tipos de
materiais que são mais usados e
consequentemente os fatores que são
considerados a serem escolhidos esses
materiais.
Dutra (2008)
A proposta é a aplicação
de Estradas - Parque como
unidade de conservação, isso
mostrando com dois diferentes
exemplos diferentes: como: a
Chapada dos Veadeiros e o
Jalapão. Os meios usados são
pesquisar bibliográficas e
entrevistas abertas.
O autor explica a origem da Estrada -
Parque e o jeito certo de sua aplicação,
com isso cita dois exemplos bem
diferentes de regiões que podemos dizer
que são consideras Estrada - Parque.
Mostrando também os benefícios e os
malefícios que levaram para a sociedade
que vivem ao seu redor.
Quadro 1 - Comparativo entre métodos aplicados por autores Fonte: próprio autor
(2017)
2. A interferência das condições e características físicas da via na ocorrência de
acidentes
A consciência adquirida sobre as características da via e sua real contribuição para os
acidentes ainda tem se mostrado muito escassa, se comparar, aos componentes humanos, os
aspectos físicos se tornam quase nulos. Algumas características são claras na influência da
segurança, no entanto à proporção que as mesmas influenciam ainda não foram mensuradas.
É apresentado nesta seção a revisão sobre os aspectos físicos das pistas, os quais
possam interferir na segurança viária dos automóveis, sendo essas as que foram elencadas
como pontos negativos na via estudada, para que seja possível identificar critérios teóricos
para compreensão dos trechos preocupantes.
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2.1 Buracos
Nas estradas pavimentadas e movimentadas os buracos são mais habituais do que o
normal, os buracos para serem formados precisam de dois elementos fundamentais: água e
tráfego. A introdução da água no asfalto juntamente com a passagem de veículos gera a
degradação da via. Estudos direcionados aos efeitos dos buracos e ondulações nas pistas são
constantes, porém a manutenção está ligada mais ao prejuízo econômico do que tange ao
prejuízo da segurança viária.
2.2 Sinalização
Branco (1999) explica que as sinalizações verticais por muito tempo existem para
transmitir técnicas de comunicação sendo de extrema importância à mensagem ser
direcionada advertindo o condutor sobre possíveis situações que vão apresentar logo a diante.
Bem planejadas e executadas as placas evitam acidentes, orientando os usuários nas estradas
assim, acaba abrangendo a paisagem, porém se mal desenvolvida ela acaba prejudicando,
provocando assim acidentes.
Partindo desse pressuposto, as placas precisam ser bem estudadas, regulamentadas e
projetadas de forma padronizada, para que cada informação possa ser passada da forma mais
adequada. É importante que a informação seja clara para o condutor e, o mesmo, dê uma
resposta consciente e rápida, nhoque diz respeito a informação transmitida.
2.3 Acostamento e Elementos Fixos
De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (2010)
esclarece que no trajeto de uma rodovia é comum encontrar elementos perigosos presentes em
suas laterais. Esses elementos podem ser: poste de iluminação, muros de contenção,
elementos de drenagem, árvores, taludes, entre outro. Apesar de todos os cuidados para evitar
a saída involuntária dos veículos é quase impossível impedir que isso aconteça. Estima-se que
entre 25 a 30 % do total de acidentes fatais registrados são colisões com elemento fixado na
lateral da via.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (2010) verifica que
em média 60% de todos os acidentes fatais em áreas rurais envolvem apenas um veículo,
dentro destes acidentes 70% ocasionaram porque veículos saíram da faixa de rolamento e
capotaram ou se colidiram em algum objeto fixado próximo a via, o motivo pelo qual esses
condutores vieram abandonar a pista não são intencionais, mas sim consequência de falhas
dos mesmos, como abuso de velocidade, falta de atenção, imprudência, sono ou até a
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combinação destas ações. No entanto, algumas retiradas são intencionais que os motoristas
têm necessidade de fazer com objetivo de desviar objeto que obstruía a via ou evitar algum
tipo de acidente.
Como informado acima, a faixa de acostamento é muito importante e utilizada pelos
condutores, caso não esteja construída de forma correta pode agravar em muitos e diversos
acidentes, os problemas mais comuns nela são, falta de nivelamento com a faixa de
rolamento, desnível muito alto, não pavimentação e objetos fixos.
2.4 Iluminação artificial
Para diminuir os problemas de segurança viária no período noturno o aconselhável a
instalação da iluminação artificial, mesmo que não exista uma base de dados efetivos sobre a
proporção das reduções de acidentes providos da iluminação, é considerado mundialmente
que as reduções são consideráveis.
A American Association of States Highway and Transportation Officials apud Nodari
(2003) realizou um estudo que mostrava que atualização da iluminação artificial é uma forma
economicamente viável de reduzir o número de acidentes noturnos que são três vezes mais
frequentes do que durante o dia.
Analisando estes fatores, o referido trabalho realizou um diagnóstico das atuais e
verdadeiras condições de segurança viária no trecho, afim de apresentar ais usuários e órgãos
competentes que administram mantem e garantem as condições de uso e segurança no trecho,
sendo preocupante o estado da via.
3. Estudo de caso da estrada municipal Morro Agudo/ São Joaquim da barra
O trabalho delimita-se em analisar a segurança viária da estrada municipal Morro
Agudo/ São Joaquim da Barra, no trecho do trevo para a usina Vale do Rosário até a cidade de
São Joaquim da Barra, no Estado de São Paulo (Figura 1).
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Figura 1 – Delineamento do trecho estudado Fonte: Google Maps (2017)
Embora seja a etapa inicial do trabalho, as revisões bibliográficas trabalharão em
conjunto com as demais etapas, para a pesquisa serão utilizados diversos meios, como
manuais de órgãos competentes que normalizam os requisitos mínimos de segurança que
devem estar presentes nas estradas, livros sobre segurança e opiniões de profissionais da área.
Na segunda etapa, foi realizado estudo de aspectos físicos de diversas estradas, que
causam grande número de acidentes, para que possam ser identificados na estrada estudada os
pontos mais perigosos.
A identificação visual dos trechos será dividida in loco, identificando as condições do
pavimento, sinalização horizontal e vertical, atenuadores de impactos, superelevações e etc.,
esses dados serão utilizados da etapa de identificação e classificação de segurança no trecho.
Com base na investigação de aspectos físicos que causam grande número de acidentes,
dividiu-se a estrada quilômetro a quilômetro, para que ser estudada e elencar o nível de
segurança de cada trecho observado, visualizando, assim os mais críticos e os que ainda estão
em condições de tráfego.
4. Métodos de avaliação da segurança viária
As Inúmeras são as ações desenvolvidas colocadas em prática para analisar e tratar o
componente viário-ambiental. Existem diversos modelos que tem como primórdio apresentar
e identificar as condições de segurança viária, usando determinadas características, de um
local específico.
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O método escolhido para a utilização no trabalho é o método de PITIS, Nodari (2013),
pois o mesmo não utiliza dados estatísticos de acidentes, e considera como base para a análise
as características físicas da via de forma a qualificar a segurança da mesma.
O método foi elaborado em dois módulos, o primeiro está relacionado à estimação da
segurança que traduz na elaboração do Índice de Segurança Potencial (ISP), no segundo
condiz com a inspeção da segurança, que representa na elaboração de um mecanismo para a
coleta de dados em campo para a obtenção do ISP.
O módulo de estimação de Segurança viária se forma através de uma pesquisa
realizada com profissionais da área da engenharia civil juntamente e segurança viária,
nacional e internacional, respondendo a um questionário elaborado pelo próprio autor
contendo várias características julgadas perigosas pelo mesmo para a segurança viária. Eles
precisavam responder colocando uma nota para quais características seriam as mais perigosas
em suas respectivas opiniões.
Após a coleta das respostas Nodari seleciona 36 itens julgados mais relevantes para a
análise da segurança de rodovias brasileiras e elabora a tabela ISP.
O segundo módulo compreende em uma inspeção em campo, com um grupo de no
mínimo dois indivíduos no caso um motorista e um avaliador. Algumas características
avaliadas requerem um bom conhecimento na área, desta maneira a equipe deve conter
qualificação suficiente para que todas as características sejam devidamente julgadas. O trecho
de inspeção de ser percorrido com velocidade regular, definindo um ponto de inicialização e
finalização, deverá ser percorrido em um sentido de forma continua para uma observação
geral das condições da via. A avaliação será realizada no percurso de retorno ao ponto inicial.
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Tabela 1 – Aplicação do Modelo de Planilha de
inspeção
Fonte: Adaptado Nodari, 2003.
Inspecionou a via para a obtenção do ISP (Índice de Segurança
Potencial), foram executadas três vistorias, todas utilizando um carro, auxiliado de
um motorista, uma pessoa responsável pela filmagem e outra incumbida de fazer
anotações pertinentes.
Os primeiros dados das vistorias foram obtidos no período da manhã
com o tempo limpo sem chuva, a segunda no período da tarde com chuva leve e a
terceira no período da noite sem chuva.
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Como a via possuía uma grande deficiência de placas ao longo do
respectivo trajeto, quilômetro a quilômetro, foi demarcado à quilometragem do
veículo.
De acordo com o método utilizou como base a Tabela disponível no
anexo A, porém foram feitas algumas modificações da mesma para melhor
disposição e apresentação dos dados, a fim de avaliar os riscos de segurança viária
no período de reconhecimento, optou-se por fazer uma filmagem ao longo do
trecho, sem parar e após a filmagem voltar o percurso fazendo paradas em locais
selecionados para a captura de fotos. Após essa coleta de imagens, vídeo e dados,
atribuiu valores a Tabela do anexo A para a montagem da Tabela do Anexo B.
Analisando o Anexo B, observa-se um índice com muitas oscilações,
com segmentos do trecho ora boas e ora ruins sem certa continuidade, na pratica é
desejável que um ambiente viário possa oferecer homogeneidade nas condições
viárias. Em outras palavras em uma estrada ora boa e ora ruim requer uma atenção
redobrada do motorista, por ele estar esperando trechos bons ao longo da mesma,
no entanto em uma via com homogeneidade seja ela ruim ou boa o motorista está
sempre esperando trechos iguais e não será pego de surpresa.
Os trechos como um todo, se mostraram preocupantes em algumas
categorias, no entanto outros se mostraram com baixo potencial de acidente, visto
isso ainda que com baixa probabilidade de acidentes seja conveniente à
manutenção dos seus respectivos fatores físico.
Valor ISP Condição correspondente do
segmento
Cor
Correspondente
1 <ISP <3 Potencialmente mais inseguro Preto
3 <ISP <5 Potencialmente inseguro Vermelho
5 <ISP <7 Potencialmente razoavelmente
seguro
Laranja
7 <ISP <9 Potencialmente seguro Amarelo
9 <ISP <10 Potencialmente mais seguro Branco
Quadro 1 – Escala semântica e de cores ISP Fonte: Nodari (2003)
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5. Resultados e discussão
Analisando a estrada como um todo, percebe-se que os órgãos responsáveis pela
mesma têm tratado a segurança, a manutenção e atualização da via com certo desleixo, por
essa razão está via vem se tornando dia após dia mais perigoso para os usuários.
Tabela 2 – Aplicação do Modelo de Planilha de inspeção
Fonte: Adaptado Nodari (2003)
Logo, viu-se necessário a sugestão de melhorias, buscando o aumento na segurança no
trecho analisado e um conforto maior para os condutores.
Buracos: Como observado na rodovia a existência de buracos são bem
evidentes e perceptíveis em toda a via (Figura 2). Em algumas partes da estrada os
buracos são maiores e mais extensos já em outras o asfalto tem começo de fissuras
então uma proposta de melhorar a autoestrada seria a pavimentação. A
pavimentação é uma solução mais tradicional e é utilizada com o propósito de
recuperar a via urbana, rua, vicinais, segundo dados da Associação Brasileira das
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Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda), mais de 90% das estradas
pavimentadas nacionais são de revestimento asfálticos
Figura 2 – Buracos na pista Fonte: próprio autor (2017)
Acostamento: Ao longo de todo o trecho estudado, foi alarmante a
situação do acostamento, onde a pavimentação é inexistente, o desnível varia ao
longo da via, sendo que em alguns pontos é arriscado a entrada neste. Sua largura
tem constante oscilação de tamanho e em um certo trecho havia uma tubulação
aparente devido à ausência de pavimento e constante período de chuva (Figura 3).
Assim é de suma importância a implementação de asfaltos, a uniformização do
desnível entre a faixa e o acostamento, regulamentação da sua largura.
Figura 3 – Elemento no acostamento Fonte: próprio autor (2017)
Placas: Realizando o percurso por toda extensão da via, as sinalizações
de placas são bem precárias, em algumas situações não estão localizadas de forma
correta sendo revestida pela vegetação ou até mesmo não possuindo a referida
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sinalização (Figura 4). Com isso os motoristas sentem-se desorientados com a falta
de informação. No fato das placas se encontrarem sobre a vegetação, no caso
estudado, a grande vilã é a cana de açúcar, pois é uma área rural e voltada para a
produção das mesmas nas usinas, o correto seria realizar prévio planejamento para
que esses letreiros fiquem em um ponto que todos consigam visualizar a distância
correta independente da estação do ano, assim o condutor saberá como reagir
diante da situação que se apresentará a sua frente. Já pela falta de placas ao longo
do percurso, o mais seguro seria fazer um estudo de toda a estrada para que nos
pontos mais críticos e mais perigosos tenham uma sinalização correta.
Figura 4: Placa obstruída pela vegetação Fonte: próprio autor (2017)
Figura 5: Mapa com pontos críticos sobrepostos na estrada
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Tabela 3 – Semântica do ISP
Fonte: próprio autor (2017).
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Considerações finais
Com o propósito de entender as manifestações que ocasionam um elevado número de
acidentes, se faz necessário, aprimorar as pesquisas e projetos que trabalhem em conjunto
com a ampla diversidade de bibliografia existente para a segurança viária, a fim de se mitigar
os acidentes viários que muitas vezes tem ceifado a vida das pessoas.
Este artigo teve como meta principal avaliar o trecho proposto, sua respectiva
condição de segurança viária alcançado sucesso na pesquisa, concluindo que ocorre uma
grande oscilação ao longo do trecho tendo trechos de grande potencial de risco de acidentes e
trechos com potencial de risco intermediário de acidente. Constatou que a maioria dos trechos
considerados inseguros têm os mesmos problemas as estruturais.
REFERÊNCIAS
DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual
de projeto e práticas operacionais para segurança nas rodovias. Publicação IPR – 741,
Ministério dos transportes, Rio de Janeiro, 2010
HIGHWAY SAFETY DESIGN AND OPERATIONS GUIDE. Washington, D.C.: AASHTO,
1997 BRANCO, A. M. Segurança Rodoviária. São Paulo: Editora CL-A, 1999.
NODARI, C. T. Método de avaliação da segurança potencial de segmentos rodoviários rurais
de pista simples. 2003. 210 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2003
SCHOPF, A. R. Proposição de uma lista de verificação para revisão de segurança viária de
rodovias. 2006. 186 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de
Pós-Graduação em engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 20