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1 ADILSON RICARDO SCHNEIDER TORMA ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO DE MARKETING PARA O GERENCIAMENTO DO PORTFÓLIO DE PRODUTOS DA EMPRESA ADIGEL CANOAS, 2008

ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO DE MARKETING PARA O … · formação da minha personalidade e valores, ... propor estratégias de promoção e distribuição para empresa ... relação

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ADILSON RICARDO SCHNEIDER TORMA

ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO DE MARKETING PARA O GERENCIAMENTO DO PORTFÓLIO DE PRODUTOS DA EMPRESA

ADIGEL

CANOAS, 2008

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ADILSON RICARDO SCHNEIDER TORMA

ESTRATÉGIAS DO COMPOSTO DE MARKETING PARA O GERENCIAMENTO DO PORTFÓLIO DE PRODUTOS DA EMPRESA

ADIGEL

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Administração – serviços do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração, habilitação em serviços, sob. orientação da Profa. Ms. Letícia Martins.

CANOAS, 2008

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus que me direcionou pelas

estradas da vida de modo seguro para que eu chegasse aqui;

Agradeço aos meus pais: Otacílio e Noeli Torma, que dedicaram muitos

anos de suas vidas a um motivo: oportunizar aos seus filhos educação, saúde, amor,

futuro e muito mais. Vocês são pessoas maravilhosas e um exemplo a ser seguido

por mim;

Agradeço aos meus irmãos Gelson e Sheila Torma, pelos momentos de

apoio compreensão e diversão;

Agradeço de forma muito especial a minha esposa, que me incentivou muito

para começar e concluir esta faculdade. Te amo demais;

Agradeço aos meus tios, padrinhos, sogros e amigos, pois vocês são os

pilares da minha vida;

Agradeço a minha professora orientadora Letícia Martins que foi sempre

muito atenciosa e preocupada com a melhor forma de fazermos este trabalho;

Quero aproveitar esta oportunidade e agradecer aos meus professores que

me orientaram desde o meu ensino fundamental até os dias de hoje, e, em especial

ao professor e grande amigo Antonio Carlos que foi uma pessoa muito importante na

formação da minha personalidade e valores, ao qual sou eternamente grato;

E por final quero agradecer a todas as pessoas que diretamente ou

indiretamente me auxiliaram na conquista de mais este troféu!!!!

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RESUMO

Na eterna busca de aumentar o relacionamento com os clientes, as empresas vivem se modificando, utilizando estratégias de marketing para descobrir e trabalhar atributos que possam atender essa busca. Para a empresa deste estudo não é diferente, a Adigel está a dezesseis anos no mercado de alimentos, e busca sempre fortalecer e ampliar o relacionamento com seus clientes. Para esta busca, fortalecer e ampliar este relacionamento, que foi desenvolvido este estudo, cujo objetivo é propor estratégias de promoção e distribuição para empresa ampliar as vendas de seus outros produtos, visto que mais da metade de seu faturamento está focado em apenas três itens. O método utilizado para descobrir os atributos que irão auxiliar este estudo a atingir o seu objetivo, utilizou-se da aplicação de duas pesquisas: uma de caráter qualitativo e outra de caráter quantitativo em seus clientes e administradores, os resultados destas pesquisas apontam para estratégias de marketing a serem utilizadas pela empresa afim de aumentar a aceitação do consumidor para com os seus produtos. Palavras Chaves: estratégias de marketing; composto de marketing; análise SWOT e administração de vendas.

ABSTRACT

In the search to increase relationships with costumers, companies evolutes everyday using marketing strategies, trying to discover and work with attributes to support this search. To the company of this article, the reality is the same. For 16 years, ADIGEL Company acts in food market, the company are looking to fortify and extend relationships with his costumers. Fortify the relationships was the objective of this article. This article proposes promotion and distribution strategies to increase other product’s sales, because most of ADIGEL’s sales have been concentrated in 3 items. The utilized method to reach the objective was the application of 2 researches: One qualitative and other quantitative to interview ADIGEL’S costumers and managers. The results of the researches, shown marketing strategies, to be utilized by the company to increase the acceptance of ADIGEL’s products. Key-words: marketing Strategies, Marketing MIX, SWOT Analysis, Sales management

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Níveis de distribuição..................................................................... 33 Figura 2 - Matrizes de ameaças e oportunidades........................................... 54 Figura 3 - Matriz BCG..................................................................................... 55 Figura 4 - Regras estratégicas........................................................................ 56 Figura 5 - Estrutura de vendas....................................................................... 61 Figura 6 - Organograma da Adigel................................................................. 74 Figura 7 - Vendas por linhas........................................................................... 90 Figura 8 - Vendas por produto: linha de doces............................................... 90 Figura 9 - Vendas por produto: linha de condimentos.................................... 91 Figura 10 - Vendas por produto: linha de conservas........................................ 91 Figura 11 - Vendas por produto: linha de molhos............................................. 92 Figura 12 - Vendas por produto: linha de temperos......................................... 92 Figura 13 - Vendas por produto: linha de frutas secas..................................... 93 Figura 14 - Principais atributos dos produtos................................................... 94 Figura 15 - Importância dos atributos vs desempenho da empresa................. 98 Figura 16 - Etapas............................................................................................ 102

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Diferenciação de vendas e marketing.......................................... 18 Quadro 2 - Formas de desconto..................................................................... 28 Quadro 3 - Preços diferenciados.................................................................... 30 Quadro 4 - Preço por composto de produto................................................... 30 Quadro 5 - Atacadistas negociantes............................................................... 35 Quadro 6 - Varejo com lojas........................................................................... 36 Quadro 7 - Marketing direto............................................................................ 37 Quadro 8 - Etapas para o desenvolvimento da propaganda.......................... 40 Quadro 9 - Vantagens e desvantagens das mídias utilizadas em

propaganda.................................................................................. 41 Quadro 10 - Estratégias de posicionamento.................................................... 51 Quadro 11 - Análise do ambiente interno......................................................... 53 Quadro 12 - Análise do ambiente externo........................................................ 53 Quadro 13 - Como medir o potencial de mercado............................................ 57 Quadro 14 - Diferenças entre representantes e vendedores........................... 63 Quadro 15 - Vantagens e desvantagens nos métodos de remuneração......... 65 Quadro 16 - Análise de dados.......................................................................... 70 Quadro 17 - Linha de produtos Adigel.............................................................. 73 Quadro 18 - Canais de distribuição da Adigel.................................................. 75 Quadro 19 - Níveis de distribuição da Adigel................................................... 76 Quadro 20 - Porque utilizar o canal de distribuição direta................................ 76 Quadro 21 - Especialização dos distribuidores................................................ 77 Quadro 22 - Existência de algum distribuidor exclusivo................................... 77 Quadro 23 - Atacadistas................................................................................... 77 Quadro 24 - Atacadistas de serviço completo ou funções limitadas................ 78 Quadro 25 - Varejo: Tipos de loja..................................................................... 78 Quadro 26 - Comercialização em varejo sem lojas.......................................... 79 Quadro 27 - Como a Adigel atua nas redes de varejo? ................................ 79 Quadro 28 - Tipos de promoções utilizadas pela Adigel................................. 80 Quadro 29 - Veículos utilizados nas promoções.............................................. 81 Quadro 30 - Propagandas de: categoria, marca ou institucional...................... 81 Quadro 31 - Controle sobre o retorno das propagandas.................................. 82 Quadro 32 - Promoções de venda: canal de distribuição ou consumidor........ 82 Quadro 33 - Ambiente interno: pontos fortes.................................................... 82 Quadro 34 - Ambiente externo: oportunidades de mercado............................. 83 Quadro 35 - Ambiente interno: pontos fracos................................................... 84 Quadro 36 - Ambiente externo: ameaças de mercado..................................... 84

Quadro 37 - O que a empresa está fazendo para anular as ameaças de mercado?.......................................................................................... 85

Quadro 38 - O negócio da Adigel é: ideal, especulativo, maduro ou arriscado?......................................................................... 85

Quadro 39 - Combinar oportunidades de mercado com pontos fortes............. 86 Quadro 40 - Possibilidade de ocorrência das ameaças e oportunidades........ 86

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Canais de distribuição de produto.................................................. 95 Tabela 2 - Tempo de relacionamento com a empresa.................................... 95 Tabela 3 - Compradores das linhas de produtos............................................. 95 Tabela 4 - Atributos importantes para os clientes........................................... 96 Tabela 5 - Importância dos atributos............................................................... 96 Tabela 6 - Importância dos atributos vs desempenho da empresa................. 97 Tabela 7 - Desempenho da Adigel nos atributos avaliados............................ 97

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA.................................................................................12 2.1 Situação Problemática ........................................................................................12 2.2 Justificativa..........................................................................................................13 2.2.1 Quanto à importância .......................................................................................13 2.2.2 Quanto à viabilidade.........................................................................................14 2.2.3 Quanto à oportunidade.....................................................................................14 3 OBJETIVOS ...........................................................................................................16 3.1 Objetivo Geral .....................................................................................................16 3.2 Objetivos Específicos ..........................................................................................16 4 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................17 4.1 Marketing.............................................................................................................17 4.1.1 Estratégias de marketing..................................................................................19 4.2 Composto de marketing ......................................................................................20 4.2.1 Estratégia de produto .......................................................................................20 4.2.2 Estratégias de preços.......................................................................................24 4.2.3 Estratégias de distribuição ...............................................................................31 4.2.4 Estratégia de promoção ...................................................................................38 4.3 Estratégia de segmentação.................................................................................47 4.3.1 Segmentação geográfica..................................................................................47 4.3.2 Segmentação demográfica...............................................................................48 4.3.3 Segmentação psicográfica ...............................................................................48 4.3.4 Segmentação Comportamental........................................................................49 4.3.5 Segmentação por multiatributos.......................................................................49 4.4 Estratégias de posicionamento ...........................................................................50 4.5 Análise SWOT.....................................................................................................52 4.6 Matriz de crescimento e participação no mercado (BCG) ...................................55 4.7 Administração de Vendas....................................................................................57 4.7.1 Potencial de mercado.......................................................................................57 4.7.2 Tamanho da força de vendas...........................................................................59 4.7.3 Estrutura da força de vendas ...........................................................................60 4.7.4 Recrutamento de vendedores ..........................................................................62 4.7.5 Remuneração da força de vendas ...................................................................64 5 METODOLOGIA.....................................................................................................67 5.1 Tipos de estudos .................................................................................................67 5.2 Área alvo e sujeito da pesquisa...........................................................................68 5.3 Coleta de dados ..................................................................................................68 5.3.1 Coleta de dados para pesquisa qualitativa.......................................................68 5.3.2 Coleta de dados para pesquisa quantitativa.....................................................69 5.4 Análise de dados.................................................................................................69

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6 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................................71 6.1 A Empresa...........................................................................................................71 6.2 A atual estrutura de promoção e distribuição .....................................................75 6.2.1 Estrutura de distribuição...................................................................................75 6.2.2 Estrutura de promoção.....................................................................................80 6.3 Pontos fortes e fracos da Adigel..........................................................................82 6.4 A atual estratégia de vendas da Adigel ...............................................................86 6.4.1 Estratégias de vendas dos produtos ................................................................88 6.4.2 Venda dos produtos .........................................................................................89 6.5 Os atributos da demanda ....................................................................................93 6.5.1 Etapa Qualitativa ..............................................................................................93 6.5.2 Etapa quantitativa.............................................................................................94 7 CONCLUSÃO.........................................................................................................99 REFERÊNCIAS.......................................................................................................104 APENDICÊS............................................................................................................106

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1 INTRODUÇÃO

A cada dia que passa o mercado fica mais concorrido. Empresas que antes

atuavam apenas em sua localidade estão ampliando suas áreas de atuação. Os

consumidores são constantemente bombardeados com novos produtos, marcas,

produtos substitutos, promoções, entre outros.

A venda, por muitas vezes, está sendo decidida por centavos. Os atacadistas

e varejistas freqüentemente decidem com quem farão suas compras considerando

os seguintes critérios: optam por empresas que possuam uma forte penetração no

mercado, que invistam em propagandas, que possuam marcas consolidadas com

seu público alvo, ou optam por empresas que apresentem a melhor proposta em

relação a preços condições de pagamento e entrega.

As empresas, tentando cada vez mais ampliar o elo de ligação com seus

clientes, ampliam suas linhas de produtos através da oferta de produtos novos, de

condições diferenciadas, de parcerias com fornecimento exclusivo para mercados

específicos, bem como através da produção de produtos com marcas próprias para

determinados clientes.

Para fortalecer as parcerias com seus clientes e ampliá-las para novos as

empresas investem em marketing, desenvolvendo estratégias específicas para

produtos, preços, distribuição e promoção, a fim de identificar necessidades nos

consumidores, gerar satisfação em seus clientes e retorno para a empresa. Na

empresa deste estudo não é diferente: ela possui uma gama de produtos bastante

ampla e que está aumentando anualmente; desenvolve parcerias com clientes que

considera chave; está expandindo para novos mercados e busca ampliar o elo de

ligação com novos e velhos clientes através de estratégias de marketing.

O presente estudo propõe-se a estudar as atuais estratégias de preços,

promoções, produtos e distribuição da empresa Adigel, bem como as suas

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estratégias de segmentação, posicionamento e de vendas. Além disso, visa analisar

seus pontos fortes e fracos, a fim de propor novas estratégias para aumentar o mix

de produtos que ela comercializa com seus atuais e novos clientes.

O segundo capítulo deste estudo trata da justificativa quanto a sua

importância, viabilidade e oportunidade para a empresa de aumentar as suas

vendas para novos e antigos clientes.

No terceiro capítulo, estão apresentados os objetivos, geral e específicos

deste estudo.

O quarto capítulo trata da revisão de literatura, onde foram abordados os

assuntos: marketing e seu composto, estratégias de segmentação, posicionamento,

análise SWOT, matriz BCG e administração de vendas.

O quinto capítulo apresenta a metodologia que será utilizada neste trabalho,

os tipos de estudo, público alvo e o plano utilizado de coleta de dados.

O sexto capítulo apresenta a empresa Adigel, as suas estratégias de

promoção, distribuição, vendas, seus pontos fortes e fracos assim como os atributos

de demanda de consumo e as análises das pesquisas qualitativas e quantitativas.

O sétimo capítulo apresenta as considerações finais deste estudo.

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2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Neste capitulo serão apresentadas as justificativas deste estudo a situação

problemática, a viabilidade e a importância da ampliação das vendas da empresa

Adigel.

2.1 Situação Problemática

Atualmente o número de micro e pequenas empresas vêm aumentando de

forma significativa a cada ano. Com a globalização, cada vez mais empresas

internacionais estão entrando no mercado brasileiro, aumentando a disputa pelo

cliente. Com este aumento as vendas no mercado acabam sendo divididas entre as

empresas ofertantes, forçando as empresas já constituídas a reverem toda sua

administração de marketing.

Kotler (1998, p. 32) define a administração de marketing como um processo

de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de

idéias, bem como de bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas

individuais e organizacionais.

A empresa Adigel produz 22 produtos com as suas marcas e mais 48 com

marcas de terceiros. Porém, 50,4% do faturamento dos produtos, com marcas da

Adigel, estão focados em apenas 3 produtos: mostarda e catchup e doces com leite

(Sheylita) quais representam, respectivamente, 24,63% e 25,77% do faturamento da

empresa. Isto constitui um fator de risco para a empresa, porque qualquer redução

na venda desses itens por perda de clientes, entrada de novos concorrentes,

produtos substitutos, entre outros, tem um alto impacto sobre o total do faturamento.

Em algumas cidades do Rio Grande do Sul há leis proibindo a utilização de

bombonas de 3kg (conhecido também por embalagens institucionais) de mostarda e

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de catchup pelas lancherias, visto que estes são os principais consumidores dos

mesmos. A oferta desses produtos por empresas de fora do estado, a um preço

mais baixo, aliado a esta lei, já reduziram em 18% e 9% o volume de vendas destes

itens, comparado, respectivamente, ao mesmo período dos anos de 2005 e 2006.

A empresa vem desenvolvendo e lançando no mercado novos produtos, que

completam e ampliam a sua linha de itens para suprir esta queda no volume de

vendas (mostarda e catchup em embalagens de 3 kg), a qual poderá aumentar,

caso estas leis municipais se tornem estaduais. Esta proposta está dando resultados

positivos como, por exemplo, com o lançamento do produto doce com leite, que hoje

é o líder de vendas. No entanto, muitos produtos que a empresa lança não

correspondem às suas expectativas, e os demais produtos de seu catálogo possuem

uma venda baixa.

Diante das informações sobre a diversidade de produtos fabricados pela

empresa e do fato de 50,4% de seu faturamento estar direcionado a apenas três

itens, bem como o interesse de a empresa aumentar o seu faturamento, através da

fabricação de novos e antigos produtos para os seus atuais e futuros clientes, este

trabalho pretende responder a seguinte pergunta:

Quais estratégias do composto de marketing que a em presa Adigel

poderá utilizar para gerenciar seu portfólio de pro dutos?

2.2 Justificativa

Esta seção apresenta as justificavas deste estudo quanto à importância,

viabilidade e oportunidade para ampliação das vendas da empresa Adigel.

2.2.1 Quanto à importância

Este estudo é importante para a empresa porque ela está passando por um

momento em que deverá tomar uma atitude para manter o seu crescimento.

Desde a sua fundação, a empresa vem crescendo basicamente através do

retorno financeiro da mostarda e do catchup, nas embalagens institucionais. Mas,

nos dois últimos anos, foi verificado que este produto não está contribuindo na

mesma proporção que contribuía anteriormente, devido ao aumento da concorrência

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e de leis municipais, proibindo a utilização dessas embalagens pelo seu principal

consumidor.

A Adigel, preocupada com aumento da concorrência e a possibilidade de

estas leis municipais se tornarem estaduais, vem se dedicando na ampliação de seu

mix de produtos, mas nem todos os itens lançados vem atendendo as expectativas

da empresa. Este trabalho pretende auxiliar no desenvolvimento de estratégias para

o composto de marketing afim de auxiliar a empresa no gerenciamento do seu

portfólio de produtos.

2.2.2 Quanto à viabilidade

Este estudo é viável para a empresa por quatro razões:

a) a empresa tem um grande interesse em ampliar seu crescimento. Até o ano

de 2005, os produtos da linha institucional, mostarda e catchup, vinham

tendo um crescimento considerável anualmente, porém a partir de 2005

estes produtos começaram a ter uma queda considerável de vendas;

b) a ao longo do tempo a empresa já adquiriu uma gama de clientes.

Atualmente conta com mais de 1700 clientes ativos no estado do Rio

Grande do Sul, divididos em atacadistas, varejistas e empresas de

transformação;

c) a empresa possui prestigio junto a esses clientes, sendo que alguns deles

compram seus produtos desde a sua fundação;

d) a empresa possui uma estrutura que possibilita um aumento da produção e

distribuição de seus produtos. Atualmente, com a sua filial em Harmonia, ela

possui uma capacidade produtiva de ampliar em até 30% sua produção.

Para isso, precisará contratar apenas mais mão de obra, sem haver a

necessidade de comprar maquinário, e a distribuição da empresa é feita

através de frota própria e de transportadoras, o que possibilita a ampliação

de suas vendas.

2.2.3 Quanto à oportunidade

Na concorrência acirrada do mercado, onde muitos compradores decidem as

compras apenas pelos preços, ou colocando-os como o primeiro requisito, muitas

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empresas acabam focando esse caminho para crescer, e, por isso, cada vez mais,

as empresas vendem com menores margens de lucro. Este estudo é oportuno

porque visa a propor estratégias de promoção e distribuição para empresa Adigel, de

modo que ela não dispute com seus concorrentes apenas através preços, mas sim,

através de diferenciais de marketing.

Além disso, este estudo é oportuno porque busca os motivos pelos quais a

maioria dos produtos do catálogo da Adigel não possui uma venda expressiva, e

muitos não correspondem ao pretendido volume quando de seu lançamento.

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3 OBJETIVOS

Neste capítulo, serão apresentados os objetivos deste estudo.

3.1 Objetivo Geral

Propor estratégias do composto de marketing, para a empresa Adigel

gerenciar o seu portfólio de produtos.

3.2 Objetivos Específicos

Este estudo visa identificar:

a) a atual estrutura de promoção e distribuição da empresa Adigel;

b) os seus pontos fortes e fracos;

c) a sua atual estratégia de vendas;

d) os atributos necessários para ampliar a demanda de seus outros produtos.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Roesch (1996, p. 97), a revisão da literatura permite levantar

soluções alternativas para tratar de uma problemática.

4.1 Marketing

Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros (KOTLER, 1998, p. 32).

As empresas com fins lucrativos, como o nome já diz, possuem como

finalidade os lucros, mas para a obtenção destes é necessária a venda de seus

produtos ou serviços para pessoas e / ou empresas que necessitem deles, mesmo

que eles não saibam.

Todas as empresas possuem um objetivo em igualdade, que é o de alcançar

um volume de vendas lucrativo. Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 11), destacam que

esse é o principal objetivo de uma empresa que visa lucros e que o conceito de

marketing é a soma de três crenças: o objetivo de desempenho da organização, a

orientação aos clientes e atividades coordenadas de Marketing, o resultado desta

soma é a satisfação do cliente e, por conseqüência, o sucesso organizacional.

Cobra (1990, p. 35), ressalta que o papel do marketing é identificar

necessidades não satisfeitas de forma a colocar no mercado produtos ou serviços

que atendam a três requisitos: gerar satisfação aos clientes, retorno financeiro aos

acionistas das empresas e a melhora da qualidade de vida das pessoas e da

comunidade.

Segundo Kotler e Keller (2006, p. 4), “o marketing envolve na identificação e

a satisfação das necessidades humanas e sociais”. O autor também refere que a

administração de Marketing é uma escolha de mercados–alvos, sua captação,

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manutenção e fidelização de clientes por meio da criação, da entrega e da

comunicação de um valor superior para o cliente.

Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 10), afirmam que os termos marketing e

vendas são utilizados alternadamente, o que levam muitos a pensar que são

sinônimos. Esses autores reforçam que a diferença básica entre marketing e venda

é que esta enfoca a parte interna, enquanto o marketing focaliza a parte externa.

Para diferenciar vendas de marketing eles desenvolveram o seguinte quadro.

Quadro 1 – Diferenciação de vendas e marketing

Vendas Marketing

Ênfase no produto. Ênfase no desejo do cliente.

A Cia. faz o produto e então

resolve vende-lo.

A Cia. determina os desejos do cliente e então

decide como fazer e entregar um produto que

satisfaça esses desejos.

A administração é voltada para o

volume de vendas.

A administração é voltada para lucro.

Planejamento a curto prazo em

termos de produtos e mercados

atuais.

Planejamento a longo prazo em termos de novos

produtos, mercados e crescimento futuros.

As necessidades dos

vendedores são salientadas.

Os desejos dos compradores são salientados.

Fonte: Etzel; Walker; Stanton 2001, p. 10.

No quadro acima os autores demonstram as diferenças básicas entre vendas

e marketing: as vendas estão completamente focadas na parte interna da empresa,

preocupando-se com o produto e o seu volume de vendas; enquanto o marketing

está focado na parte externa da empresa, na satisfação de seu consumidor e no

lucro da empresa.

Marketing é um processo social e gerencial cujo principal papel é identificar as

necessidades humanas ainda não satisfeitas, e colocar no mercado produtos e

serviços que atendam três requisitos mínimos: gerar satisfação aos clientes, retorno

financeiro aos acionistas e melhorar a vida da comunidade.

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Para satisfazer as necessidades dos consumidores e também as

necessidades de marketing da empresa, ela se utiliza do mix de marketing, também

conhecido como composto de marketing.

4.1.1 Estratégias de marketing

“Estratégia é o conjunto de movimentos da empresa em direção ao futuro”

(ROCHA; CHRISTENSEN, 1999, p. 248). Esses autores conceituam a formulação

da estratégia como um processo pelo qual se escolhe o futuro da empresa e os

meios para alcançá-lo.

Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 54) definem estratégia como um plano de

ação amplo pelo qual a organização pretende alcançar seus objetivos, e para

alcançar a conclusão dessa estratégia, a organização se utiliza de tática que

também é definida pelos autores como um meio pelo qual a estratégia é

implementada.

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 19), estratégia de marketing é uma parte

do plano de marketing que inclui formulações de objetivos de marketing, análises de

clientes e mercados e compostos de marketing sugeridos para atingir os objetivos.

Conforme Rocha e Christensen (1999, p. 247), a estratégia de marketing é

uma parte visível da estratégia empresarial, abrangendo as decisões sobre a

seleção do composto produto-mercado e a forma de competir.

Para Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 55 - 6), o planejamento das estratégias

de marketing deveria ser conduzido em três níveis diferentes:

a) planejamento estratégico da companhia: nele, a companhia deverá definir

sua missão, estabelecer seus objetivos a longo prazo e formular estratégias

para atingir esses objetivos;

b) planejamento estratégico de marketing: Devem estabelecer objetivos e

estratégias para o esforço de marketing de uma organização, ele

obviamente deve estar coordenado com o planejamento estratégico da

companhia;

c) planejamento anual de marketing: Planos de curto prazo (normalmente 1

ano) que são preparados para as maiores funções da empresa, este deverá

ser baseado no planejamento estratégico de marketing.

20

A estratégia de marketing está toda fundamentada no composto de marketing

e suas decisões deste composto.

Estratégia de marketing é um plano de ação que se responsabiliza pelas

formulações dos objetivos de marketing, análise dos clientes e mercados e

compostos de marketing utilizados para atingir esses objetivos, a forma como esse

plano será posto em prática se chama de tática.

4.2 Composto de Marketing

“É o conjunto de ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos

de marketing no mercado-alvo” (KOTLER, 1998, p. 97).

Para Rocha e Christensen (1999, p. 26), o composto de marketing é um

instrumento que o gerente de marketing utiliza para ajustar a oferta da sua empresa

com a demanda do mercado existente.

Conforme os autores Churchill e Peter (2000, p. 19), o composto de marketing

são combinações de ferramentas estratégicas utilizadas para se criar valor para os

clientes e alcançar metas organizacionais.

Segundo Kotler (1998, p. 97), as decisões do composto de marketing devem

ser tomadas considerando os canais de distribuição e os consumidores finais,

existindo diversas ferramentas utilizadas pelo composto classificadas como os 4 Ps:

Preço, Praça, Produto e Promoção.

Composto de marketing é um conjunto de ferramentas estratégicas divididas

em preço, praça, produto e promoção que são utilizadas para ajustar a oferta da sua

empresa com a demanda do mercado e criar valor para os clientes.

4.2.1 Estratégia de produto

“Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma

necessidade ou desejo” (KOTLER, 1998, p. 383).

Um produto pode ser uma mercadoria, serviço, lugar, pessoa ou uma idéia, e

cada vez que modificamos alguma de suas características, como design, cor,

tamanho ou embalagem, estamos criando um novo produto. Já para Etzel, Walker e

Stanton (2001, p. 197), o produto é muito mais que um conjunto de atributos físicos,

são diversos atributos tangíveis e intangíveis como marca, embalagem, desenho,

21

garantia, cor, reputação e serviços do vendedor, qualidade do produto e

características físicas do produto.

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 234), os produtos podem ser

classificados em dois tipos: Produtos de consumo e Produtos industriais, os de

consumos são vendidos diretamente para consumidores enquanto os industriais são

produtos comercializados para organizações.

Produto é algo que possa ser oferecido ao mercado com atributos físicos,

tangíveis e intangíveis que satisfarão as necessidades de seus consumidores.

4.2.1.1 Mix de produtos

Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 224), definem mix de produtos como o

conjunto de todos os produtos ofertados por uma companhia. A estrutura desse mix

é medida pela sua profundidade e sua amplitude. A amplitude é medida pelo

número de linhas de produto contida, e sua profundidade pela variedade dos

tamanhos, cores e modelos oferecidos dentro de cada linha de produto.

Para estes autores, uma empresa aumenta seu mix de produtos quando

realiza um aumento da profundidade dentro de uma linha particular e/ou o número

de linhas que a empresa oferece aos seus consumidores.

Para Kotler e Keller (2006, p. 374 - 5), mix de produto é um conjunto de todos

os produtos e itens que uma empresa põe à venda, e o mesmo é composto de

várias linhas.

Estes autores dividem os produtos em quatro dimensões, são elas:

a) abrangência: Refere-se a quantas linhas de produtos diferentes a empresa

oferece;

b) extensão: Refere-se ao número total de itens no mix;

c) profundidade: Refere-se a quantas opções são oferecidas em cada produto

na linha;

d) consistência: Refere-se à quão estreita é a relação entre várias linhas de

produtos em termos de uso final, exigência de produção, canais de

distribuição ou algum outro critério.

Mix de produto é o conjunto de todos os produtos ofertados por uma empresa

ao mercado. O tamanho deste mix pode ser medido pela sua amplitude e

profundidade.

22

4.2.1.2 Ciclo de vida do produto

“O ciclo de vida de um produto é um conceito importante de marketing que

fornece insights sobre a dinâmica competitiva de um produto” (KOTLER, 1998, p.

307).

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 230), o conceito de ciclo de vida

de um produto aplica-se a uma categoria genérica de produtos e não a marcas

específicas, ele consiste de demanda agregada sobre um longo período de tempo

para todas as marcas que compõem a categoria de um produto genérico.

Las Casas (1997, p. 178), argumenta que algumas empresas planejam e

programam o declínio da venda de alguns produtos para continuarem vendendo

através da repetição de compras.

Conforme Churchill e Peter (2000, p. 238 - 40), o ciclo de vida de um produto

é um modelo de quatro estágios dos históricos de vendas e lucros deste, esses

quatros estágios são o que caracterizam a vida do produto, são eles:

a) introdução: durante o estágio de introdução, os custos de produção e de

marketing costumam serem altos, sendo assim os lucros geralmente são

negativos, também pode ocorrer que neste estágio não existam

concorrentes, o que permite a empresa a trabalhar com altos preços, nesse

estágio o marketing visa enfatizar uma construção de demanda primária;

b) crescimento: neste estágio as vendas crescem rapidamente, os lucros deste

produto começam a aumentar, os desafios deste estágio é acompanhar a

demanda e evitar os concorrentes. A concorrência faz com que os

profissionais de marketing enfatizem a demanda secundária, demanda de

marca, baixando os preços ou melhorando a imagem de sua empresa;

c) maturidade: se afirma que um produto está no estágio da maturidade

quando se torna conhecido no mercado e suas vendas sobem mais

gradualmente até atingir o seu auge, pode-se no final deste estágio suas

vendas começarem a cair. Neste estágio é comum se procurar novos

mercados para os produtos, tendo em vista que a concorrência faz

estabilizar os lucros;

d) declínio: este estágio é caracterizado pela queda no volume de vendas do

produto, que se pode dar por diversos motivos como uma nova tecnologia

desenvolvida, mudança nas necessidades ou valores, a forma do produto

23

não seja mais atraente. Neste estágio os profissionais de marketing para

tentar diminuir esta queda, geralmente procuram novos usos ou mercado

para este produto.

Ciclo de vida de um produto é um modelo de quatro estágios dos históricos de

vendas e lucros desse produto, que por muitas vezes tem o declínio das vendas

projetadas pelas próprias empresas. Esse termo é aplicado apenas a produtos como

uma categoria genérica e nunca a marcas específicas.

4.2.1.3 Marcas

Uma marca é um nome, termo, design, símbolo ou qualquer outra característica que identifique o bem ou serviço de um vendedor como distinto dos bens ou serviços de outros vendedores (CHURCHILL; PETER, 2000, p. 244).

Conforme Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 247), uma das vantagens na

criação de uma marca é que ela reduz a decisão de compra de um produto baseado

apenas em seu preço, pois, conforme esses autores, a marca diferencia os produtos

e pode influenciar a lealdade dos consumidores com ela.

Segundo Kotler (1998, p. 394), marca não é apenas um nome, e quem a trata

assim comete o erro de não lhe dar destaque. O desafio da definição de uma marca

é de desenvolver um conjunto de significados profundos para ela, para este autor

uma marca pode conduzir a seis níveis de significados que irá diferenciá-la como

superficial ou profunda. As marcas consideradas profundas possuem bem claras as

dimensões: atributos, benefícios, valores, cultura, personalidade e usuário.

Para Rocha e Christensen (1999, p. 94 - 9), a marca é um bem intangível da

empresa que em muitos casos é o ativo mais importante. Estes autores remetem a

uma questão fundamental que é a de como configurar seu portfólio de marcas, e

para isto é importante tomar pelo menos quatro decisões:

a) quantas marcas usar e em que produtos utilizar uma marca única em seus

produtos para o consumidor identificar cada item daquela linha de produtos

como pertencente à mesma família, mantendo as suas características, ou

utilizar marcas múltiplas para atender diversas necessidades de

consumidores;

24

b) quando se usa o nome da empresa como marca deve-se ter muito cuidado

com a utilização de seu nome como marca, ou como endosso de marca,

para ela não correr riscos que possam denegrir a sua imagem;

c) vantagens em usar a marca do fabricante ou do distribuidor: para o

fabricante é interessante produzir com a marca do distribuidor porque ele

pode ocupar a capacidade ociosa de seu maquinário; para o distribuidor é

interessante comercializar produtos com a sua marca porque eles podem

melhorar sua margem e a movimentação na loja, tendo em vista que

estarão comercializando produtos mais baratos, sem os custos de marketing

do fornecedor; já para o consumidor é interessante comprar produtos com a

marca do distribuidor porque ele terá acesso a produtos de boa qualidade

com custos mais em conta e com respaldo garantido pelo comerciante;

d) para aumentar a confiança do consumidor para com marca do fabricante e a

marca de outros fabricantes realiza-se uma aliança entre as duas marcas.

A marca é para muitas empresas o seu ativo mais importante, pois ela é a

principal vantagem na redução do número de consumidores que decidem as suas

compras apenas pelo preço.

Todo produto, para que atenda as necessidades de seus consumidores, exige

um esforço de desenvolvimento em marketing, e para o consumidor adquiri-lo é

preciso pagar um preço.

4.2.2 Estratégias de preços

Preço é o único elemento do composto de marketing que produz receita; os demais produzem custos. Ele também é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez, ao contrario das características de produtos, dos compromissos com canais de distribuição e até das promoções. O preço também informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para seu produto ou marca. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 428).

Rocha e Christensen (1999, p. 108), definem preço de forma mais simples,

isto é, como sendo as condições básicas pelas quais o vendedor e o comprador

estão dispostos a realizar uma troca.

Segundo Cobra (1990, p. 469), o preço está diretamente ligado à demanda de

venda dos produtos. Uma redução de preços favoreceria ao consumo, sendo assim

havendo um aumento na demanda, um aumento nos preços diminuiria o consumo

deste item.

25

O preço também possui um objetivo muito importante, que por muitas vezes a

própria empresa não se preocupa, mas segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p.

281), o objetivo de preço que a empresa estabelece deve ser compatível com os

objetivos gerais estabelecidos pela própria empresa e os objetivos para o seu

programa de marketing.

O único elemento responsável pela produção de receita para uma empresa é

o preço, a ele também está incumbido a função de informar o posicionamento da

empresa perante ao seu cliente e as condições básicas de comercialização.

4.2.2.1 Objetivos dos preços

Conforme Churchill e Peter (2000, p. 336 - 40), a estratégia de preços usada

para determinados produtos e linhas de produtos deve apoiar os objetivos de

marketing desenvolvidos durante o planejamento estratégico de marketing e,

conforme estes autores, os objetivos de preços mais comuns incluem apoio a:

a) segmentação e posicionamento do produto: o preço auxilia a organização a

posicionar o seu produto de forma a atender determinados segmentos de

consumidores, sobretudo porque ele influencia quais clientes potenciais irão

comprá-lo;

b) obtenção de um nível desejável de vendas ou lucros: frequentemente as

empresa definem seus preços com a maior margem de lucro possível,

outras se preocupam com outros objetivos para atingirem o lucro, objetivos

como o aumento nas vendas ou na participação de mercado;

c) competitividade: quando diversas empresas oferecem ao mercado

basicamente os mesmos produtos, os consumidores decidem muitas vezes

pelo preço. Neste caso as empresas optam por duas estratégias, a primeira

de vender com o menor preço, pois cobrar mais poderia fazer o consumidor

comprar do concorrente, ou a segunda, que seria das empresas cobrarem a

mais que seus concorrentes para sua organização possuir uma imagem de

prestígio perante aos seus concorrentes;

d) sobrevivência da organização: nem sempre é possível cobrar preços que

atinjam objetivos de vendas e lucros, as condições de mercado podem

forçar a empresa, a curto prazo, vender produtos com o único objetivo de

sobreviver neste mercado até que a situação melhore;

26

e) responsabilidade social: os objetivos de responsabilidade social com

freqüência desempenham um papel importante nas decisões de preços do

governo e de muitas organizações sem fins lucrativos.

Para Kotler (1998, p. 437 - 8), a empresa pode perseguir seis grandes

objetivos na fixação de seu preço, são eles:

a) sobrevivência: o lucro é menos importante que a sobrevivência, esse

objetivo é utilizado pelas empresas a curto prazo quando enfrentam excesso

na capacidade de produção, concorrência intensa ou mudança nos desejos

dos consumidores;

b) maximização do lucro: muitas empresas estimam a demanda e os custos

associados a preços alternativos e escolhendo aquele que produz lucro

máximo, fluxo de caixa positivo ou maior retorno sobre o investimento. Um

problema relacionado a esta estratégia está na dificuldade de estimar suas

funções de demanda e custos;

c) maximização do faturamento: muitos administradores focam seus esforços

apenas na maximização do faturamento acreditando que assim terão a

maximização do lucro a longo prazo e ao crescimento da participação de

mercado;

d) maximização do crescimento de vendas: outras empresas acreditam que

um maior volume de vendas levará a custos unitários e lucros maiores a

longo prazo, essas empresas estabelecem um preço baixo assumindo que o

mercado é sensível ao preço;

e) maximização da desnatação do mercado: no lançamento do produto, a

empresa precifica o mais alto possível e cada vez que a venda cai ela reduz

o preço para alcançar a camada mais sensível a preço;

f) liderança de produto/qualidade: a empresa pode visar a liderar o mercado

com qualidade superior aos seus concorrentes;

g) outros objetivos de preços: empresas que não visam o lucro podem fixar

seus preços apenas para que cubram as despesas.

Os objetivos de marketing devem ser apoiados pela estratégia de preços no

que diz respeito à segmentação e ao posicionamento do produto: alcançar o nível

pretendido de vendas e lucros, manter a competitividade e ser fonte de verbas para

a responsabilidade social.

27

4.2.2.2 Método de estabelecimento de preços

Conforme Las Casas (1997, p. 204), a determinação do preço deve

considerar os objetivos e as políticas de preços a serem seguidos pela empresa. As

empresas podem estabelecer seus preços apartir de preços de mercado ou apartir

de seus custos de produção.

Kotler (1998, p. 443 - 8), analisa os seguintes métodos de estabelecimento de

preços:

a) preços de Markup. A empresa acrescenta um markup (taxa ou margem) ao

seu custo de produto, esse markup será o seu lucro. A principal vantagem

deste método é que a empresa não está vinculada à demanda do seu

produto, mas sim ao custo dele, ele é calculado da seguinte forma: (custo +

markup = preço de venda);

b) preço por retorno-alvo. A empresa determina o preço baseado numa

expectativa de vendas que irá dar de retorno o valor pretendido sobre o

investimento, neste método a empresa fica comprometida em acertar a

demanda, caso ela seja menor que a prevista, a empresa não irá atingir o

retorno alvo;

c) preço de valor percebido. A empresa não se baseia nos seus custos para

formular o preço e nem no retorno sobre o investimento, mas sim nas

percepções de valor dos compradores;

d) preço de valor. As empresas fixam um preço baixo para uma oferta de alta

qualidade, elas partem do pressuposto de que o preço deve representar

uma oferta de alto valor para os consumidores;

e) preço de mercado. As empresas formulam seus preços de acordo com os

preços dos concorrentes;

f) preço de licitação. As empresas estabelecem seu preço baseadas na

expectativa de como os concorrentes agirão, não levando em consideração

seus custos ou a demanda.

A determinação dos preços deve sempre considerar os objetivos e as

políticas de preços da empresa. Elas podem estabelecê-lo a partir de preços de

mercado ou a partir de custos de produção.

28

4.2.2.3 Adaptação de preços

Geralmente as empresas não estabelecem um preço único, mas elaboram uma estrutura de preços que reflita as variações na demanda geográfica e nos custos, as exigências dos segmentos de mercado, a época da compra, o volume de pedidos. E outros fatores como resultado dos descontos, concessões e gastos promocionais, uma empresa, raramente realiza o mesmo lucro em cada unidade de produto que vende (KOTLER, 1998, p. 450).

Para Churchill e Peter (2000, p. 345 - 6), o último passo na definição dos

preços é selecionar maneiras de ajustar os preços nas tabelas, eles devem ser

ajustados de forma a dar suporte às estratégias de marketing como um todo.

Para estes autores, uma das formas de se ajustar os preços é concedendo

descontos, que é simplesmente uma redução no preço, podendo ser oferecido ao

cliente antes de pagar ou após o pagamento, neste caso conhecido como

abatimento posterior, o quadro abaixo define os principais descontos.

Quadro 2 – Formas de desconto

Formas de Desconto Definição

Desconto por quantidade Redução do preço por unidade pela compra

em maior quantidade

Desconto sazonal Redução de preço oferecido durante períodos

de pouca demanda

Desconto comercial Redução percentual no preço de tabela

oferecido para revendedores

Desconto para pagamento

à vista

Incentivo para os compradores pagarem

rapidamente

Abatimento por troca Desconto pela oferta de um produto,

juntamente com um pagamento em dinheiro

Margem promocional Redução de preços em troca da realização de

certas atividades promocionais pelo

revendedor

Desconto promocional Desconto de curta duração para estimular as

vendas ou induzir os compradores a

comprarem o produto

Preço de mercadoria isca Estabelecimento de preços perto ou abaixo do

29

custo a fim de atrair clientes para a loja

Outros métodos de baixar

preços

As empresas podem optar por promoções

onde os clientes levem mais produto do que

realmente estão pagando ou fornecer cupons

de desconto

Fonte: adaptado de Churchill e Peter, 2000, p. 345 - 6.

O quadro acima demonstra as principais formas de se conceder descontos e

em quais horas cada tipo de desconto é utilizado.

Para estes autores (2000, p. 349), existe uma alternativa para não ter que

fazer essas reduções, que é a de optar pela estratégia de preço baixo todos os dias,

esta estratégia estabelece preços consistentemente baixos todos os dias sem fazer

promoções. Possuir uma estratégia de preços baixos não quer dizer vender por

menos que os concorrentes, mas transmitir aos clientes que podem contar com um

preço justo.

Kotler e Keller (2006, p. 452), ainda destacam mais algumas técnicas de

redução de preços como:

a) financiamentos a juros baixos: ao invés de baixar os preços as empresas

oferecem seus produtos a uma taxa de juros mais baixa;

b) maior prazo de pagamento: em determinados mercados as empresas

possuem o interesse em estender os prazos de pagamento para diminuir o

valor mensal das prestações e atingir um mercado potencial maior;

c) garantia de contrato de serviços: as empresas oferecem garantia ou

contrato de serviços gratuitos;

d) descontos psicológicos: esta estratégia envolve fixar um preço

extremamente alto para depois oferecer bons descontos na venda do

produto.

Além da possibilidade de adaptar os preços por descontos também existe a

possibilidade de se trabalhar com preços geográficos que conforme Churchill e Peter

(2000, p. 353), são utilizados para ajustar os preços de forma a compensar os custos

de transportes para clientes que estão localizados a uma distancia maior que os

outros.

Para Kotler e Keller (2006, p. 452 - 4), pode-se adaptar preços por

diferenciação, onde uma empresa vende um produto ou serviço a dois ou mais

30

preços que sua diferença não reflete em seus custos; ou pelo composto de produto

onde a empresa procura um preço que maximize o lucro deste composto.

O quadro abaixo apresenta e explica as cinco formas que assumem os preços

diferenciados.

Quadro 3 – Preços diferenciados

Preços diferenciados por: Explicação

Segmento de consumidores Cobra-se preços desiguais a diferentes grupos de

consumidores

Versão do produto Versões diferentes de produtos recebem preços

diferentes

Imagem Algumas empresas fixam seus preços

dependendo da imagem de seu produto

Localização O mesmo produto é vendido por preços diferentes

dependendo de sua localização

Período Os preços variam de acordo com dia, data ou

hora

Fonte: adaptado de Kotler e Keller, 2006, p. 454.

Este quadro, explica as cinco formas que o preço diferenciado assume: preço

por segmento de consumidores, por versão de produto, por imagem, por localização

e por período.

No próximo quadro os autores definem os preços por composto de produto.

Quadro 4 – Preço por composto de produto.

Preço por composto de

produto

Definição

Preço de linha de produtos Normalmente as empresas desenvolvem linhas de

produtos ao invés de produtos isolados

Preço de característica

opcional

Muitas empresas, oferecem o produtos e mais

características opcionais para ele

Preço de produto cativo Alguns produtos requerem o uso de outros

produtos cativos ex.: Filme fotográfico para

câmeras fotográficas

Preço de composto As empresas cobram uma taxa fixa mais uma taxa

31

variável para determinado serviço

Preço de subproduto Algumas empresas produzem um subproduto que

é proveniente da produção do seu principal

produto, e que pode ser vendido a terceiros

Preço de pacote Os vendedores reúnem vários produtos e

formulam um preço para todo o pacote de

produtos

Fonte: adaptado de Kotler e Keller 2006, p. 455.

Neste quadro, são explicadas as seis situações que envolvem o preço por

composto de produto, dentre elas o preço da linha desses produtos, de

características opcionais, de produto cativo, de composto, de subproduto e de

pacote.

As empresas não praticam um preço único em todo o território que atendem

em muitos lugares é preciso se fazer alterações nos seus preços, ou por custos

elevados de frete, ações de concorrentes, épocas de compras, ou por pedidos

diferenciados, para isso ela deve definir como fará esses ajustes de preços,

podendo ser por descontos, utilizando uma política de preços baixos todos os dias,

preços geográficos ou por diferenciação.

4.2.3 Estratégias de distribuição

Entende-se por distribuição ou por praça, uma parte externa a empresa que

cumpre as funções de negociação, tais como compra, venda, precificação e

estocagem de mercadorias; definida por Rocha e Christensen (1999, p. 129), como

uma organização externa negocial, gerenciada pela empresa para atingir os seus

objetivos de distribuição.

A existência do distribuidor é muito importante para o produtor porque ele é o

elo entre o produtor e o consumidor, e, conforme Cobra (1990, p. 491), ele é o

responsável por suprir e realizar promoções dos produtos e serviços nos mercados

em que atua, compra do estoque dos produtores, arrumando financiamento para

seus clientes e se responsabilizando pelo pagamento da mercadoria junto ao

fabricante.

32

Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 352 - 3), dividem o canal de distribuição em

dois tipos distintos, a distribuição direta onde não existem intermediários entre o

produtor e o consumidor final e a distribuição indireta onde existe pelo menos um

intermediário entre o produtor e o consumidor. Na mesma linha Kotler (1998, p. 466),

descreve a terminologia de intermediários utilizados nos canais de marketing:

corretores, facilitadores, representantes de fabricantes, comerciantes, varejistas,

agente de vendas, força de vendas e atacadista / distribuidor.

O terceiro P de marketing conhecido com distribuição ou também como praça

é uma parte externa a empresa, gerenciada por ela, com a função de distribuir seus

produtos. Essa distribuição pode ser feita de duas maneiras, distribuição direta,

empresa – consumidor final, ou indireta, empresa – atravessadores – consumidor

final.

4.2.3.1 Canais de distribuição

Segundo Czinkota (2001, p. 299 - 301), os determinantes da estrutura de um

canal de distribuição são três: as tarefas de distribuição que precisam ser

executadas, economia na execução dessas tarefas e o desejo de controlar a

distribuição. Para este autor as tarefas da distribuição são as funções de compra,

venda, risco, transporte, armazenagem, processamento de pedidos e

financiamentos.

Existem discrepâncias entre os compradores e os vendedores, as quais

precisam ser superadas através de realização das tarefas de distribuição, dentre

estas discrepâncias podem ser destacadas as quantidades que a empresa produz

são muito maiores que o cliente tem condições de comprar, o sortimento que a

empresa produz é menor que a necessidade do cliente, o tempo, pois nem todos os

produtos são produzidos para já serem consumidos imediatamente e lugar, pois os

clientes não estão no mesmo lugar que a empresa.

A estrutura do canal de distribuição precisa ser desenvolvida para se obter

economia na execução das tarefas de distribuição, apartir de economias de escala e

de escopo onde os custos de distribuição são divididos em uma grande quantidade

de produtos distribuídos ou por uma ampla variedade deles.

As empresas para terem maior controle sobre a distribuição de seus produtos

optam por canais curtos. Isso pode diminuir os custos de distribuição, porque o

33

produto passa por menos intermediários, ou devido ao grau de especialização dos

distribuidores.

Para Moreira (2005, p. 183 - 5), escolher um canal de atuação ou trabalhar

em mais de um canal é uma decisão estratégica para a empresa, pois o alcance dos

objetivos traçados depende muitas vezes da exploração correta de cada canal, cada

um possui características próprias que precisam ser bem avaliadas, antes, durante e

depois da implementação. Ele divide os tipos de distribuição em três formas:

Intensivamente, seletivamente e exclusivamente:

a) distribuição intensiva bastante utilizada por indústrias de consumo, e tem

como sua principal característica a pulverização nos pontos de venda;

b) distribuição seletiva caracteriza-se como a venda para mercados

específicos;

c) distribuição exclusiva os revendedores trabalham somente com produtos de

determinado fabricante.

Kotler (1998, p. 468), divide os canais de distribuição por níveis: os

intermediários, e, cada intermediário que desempenhe algum trabalho para levar o

produto ao consumidor final representa um nível deste canal, se o produtor e o

consumidor final desempenhar algum trabalho, eles também fazem parte do canal.

A figura abaixo irá apresentar os intermediários dos quatro níveis de

distribuição normalmente utilizados para os bens de consumo.

Figura 1 Níveis de distribuição Fonte: Kotler 1998, p. 470.

A figura apresenta os quatro níveis de distribuição normalmente utilizados

pelo fabricante. O canal de nível zero onde o produto é transferido direto do

fabricante para o consumidor, canal de um nível que é formado por um intermediário

até chegar ao consumidor final, canal de dois níveis que é formado por dois

34

intermediários e por ultimo o canal de três níveis que é formado por três

intermediários.

Os canais de distribuição podem ser divididos em diretos e indiretos, nos

indiretos existem atravessadores conhecidos como: atacadistas/distribuidores e

varejistas.

4.2.3.2 Atacado

Para Las Casas (1997, p. 222), atacadista é o intermediário que compra os

produtos dos fabricantes e vende a um intermediário ou a um usuário industrial,

Cobra (1990, p. 499), reforça que o atacadista é responsável por comprar em

quantidades grandes e oferecer ao varejo em pequena quantidade.

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 411), os atacadistas são divididos

em três categorias:

a) atacadista comerciante: Uma empresa independente que toma posse dos

produtos para distribuí-los;

b) agente intermediário atacadista: Uma empresa independente que não toma

posse dos produtos distribuídos, eles negociam a venda ou compra dos

produtos em nome de outras empresas;

c) instalação de venda do fabricante: Uma empresa coordenada pelo

fabricante, mas que fisicamente é separado das fábricas. Este ainda pode-

se dividir em outros dois tipos que são: Filial de vendas do fabricante, que é

um intermediário que possui um estoque do produto para venda e, o

Escritório de vendas do fabricante, que não possui um estoque de produtos

para venda, somente um show room.

Churchill e Peter (2000, p. 395 - 97) completam dividindo os atacadistas em

dois tipos: Atacadistas negociantes e Agentes corretores. Os atacadistas

negociantes estão divididos em: atacadistas de serviço completo e os de funções

limitadas. Os atacadistas de serviços completos estão subdivididos em dois tipos:

genéricos e especializados; os atacadistas de funções limitadas, por sua vez, estão

subdivididos em quatro categorias: atacadista consignador pegue - leve,

embarcadores diretos, e atacadistas volantes.

O quadro abaixo apresenta as subdivisões dos atacadistas negociantes.

35

Quadro 5 – Atacadistas negociantes

Atacadistas negociantes Subdivisões

Atacadista de serviço

completo

Executa todas as funções de distribuição

Atacadista genérico Comercializa uma variedade de bens em várias linhas

de produtos, interligadas ou não

Atacadista especializado Comercializa uma faixa estreita de produtos

Atacadista de função

limitada

Executa algumas funções de distribuição

Atacadista consignador Realizam muitas funções de distribuição, além de

fornecer mercadorias e manter estoques no ponto de

venda

Atacadista pegue-leve Oferece uma seleção limitada de produto e não

fornece transporte para eles

Embarcadores diretos Detêm direito de propriedade sobre os produtos que

negociam, mas não lidam com sua distribuição física

Atacadistas volantes Operam um pequeno depósito e caminhões que

transportam produtos para varejistas

Fonte: Adaptado de Churchill e Peter 2006, p. 396.

Neste quadro estão representadas as diferenças entre os diversos tipos de

atacados negociantes, como atacados que prestam os serviços completos de

distribuição, e aqueles que executam apenas parte da distribuição.

O atacado é o canal de distribuição responsável pela compra em grandes

quantidades do fabricante e pela venda de pequenas quantidades ao varejo.

4.2.3.3 Varejo

O VAREJO inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Um VAREJO ou LOJA DE VAREJO é qualquer empresa cujo volume de vendas decorre, principalmente, do fornecimento por unidade ou pequenos lotes (KOTLER, 1998, p. 493, grifo do autor).

Conforme Cobra (1990, p. 505), o varejo possui quatro características

importantes:

a) quem inicia a compra geralmente é o consumidor;

b) as pessoas desejam comprar e usar as mercadorias imediatamente;

36

c) a venda é efetuada geralmente em pequenas quantidades;

d) o varejo possui uma localização fixa e, por isso, precisa atrair compradores.

Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 378), conceituam varejo como, venda e

atividades voltadas para venda de produtos e serviços ao consumidor final, para uso

pessoal e não comercial, independentemente se esta venda for feita por lojas de

varejo ou por qualquer outra instituição.

Churchill e Peter (2000, p. 418 - 23), dividem o varejo em dois segmentos, os

com lojas e os sem lojas. O quadro abaixo demonstra os três tipos gerais de varejo

com loja e suas características, lojas especializadas, lojas de consumo em massa e

lojas de conveniência.

Quadro 6 – Varejo com lojas

Varejo com Loja Característica

Loja especializada Opera com uma seleção profunda em um número

limitado de categorias

Loja de consumo em

massa

Oferecem uma oferta mais ampla de categorias, mas

com pouca profundidade

Loja de Conveniência Atendem necessidades imediatas em horários variados

Fonte: adaptado de Churchill e Peter 2006, p. 418.

Mas nem todo varejo possui lojas. Existe também o varejo sem lojas que se

divide em marketing direto e máquinas de venda. Máquinas de venda constituem

uma comercialização automática, adequada a produtos que podem ser vendidos via

cartão de crédito ou por quantias pequenas. Conforme estes autores, a principal

fonte de valor para esta máquina é a sua conveniência.

O marketing direto consiste em campanhas que utilizam vendedores ou um

veículo impessoal como e-mail, telefone, televisão, rádios, correios e outras formas

de contato. Segundo esses autores, o marketing direto cria valor por diversas

maneiras, por conveniência, pois o cliente não precisa sair de casa para comprar,

por facilitar os vendedores com informações, pois os vendedores podem manter

registros de todos os contatos que fizeram com os clientes e avaliar a taxa de

retorno dos mesmos.

37

O marketing direto pode ocorrer de diversas formas: venda direta, mala direta,

telemarketing, anúncio para resposta imediata, marketing on-line e marketing direto

integrado, conforme mostra e define o quadro abaixo:

Quadro 7 – Marketing direto

Marketing Direto Definição

Venda Direta Explicação pessoal e demonstração de um produto,

com oportunidade de compra

Mala Direta Envio de folhetos, cartas e outros materiais que

descrevem um produto e solicitam pedidos

Telemarketing Sondagens telefônicas a procura de pedidos

Anúncio para resposta

imediata

Anúncios que contenham informações para pedidos

Marketing on-line Exibição e comercialização de produtos via rede de

computadores

Marketing indireto

integrado

É a combinação de diversos tipos de marketing direto

em um esforço combinado

Fonte: Adaptado de Churchill e Peter 2006, p. 420.

O quadro acima apresenta a definição de cada tipo de campanha, isto é, das

seis formas de varejo que não atuam junto aos seus clientes.

Mas, conforme Kotler (1998, p. 497), ainda existem uma terceira forma de

varejo que está crescendo que são as organizações de varejo, lojas de varejo

independentes estão tomando forma de varejo corporativo para obter economia de

escala aumentando o seu poder de compra, reconhecimento de marca e possuir

funcionários melhores treinados. Nesta terceira forma de varejo ele destaca como as

mais importantes:

a) rede corporativa: Estabelecimentos de propriedade e controle centralizados,

empregam central de compras e de merchandising e vendem linha de

produtos similares;

b) rede voluntária: Um grupo de varejistas independentes patrocinados por um

atacadista, engajado em comprar grandes lotes e compartilhar o serviço de

merchandising;

38

c) cooperativas de varejistas: Consistem em varejistas que se unem em uma

central de compras e adotam esforços promocionais conjuntos;

d) cooperativas de consumidores: Empresa varejista de propriedade de seus

consumidores;

e) organização de franchising: Associação contratual entre franqueador e

franqueados;

f) conglomerado de comercialização: Corporação que combina várias linhas

de varejos diversificados sob propriedade central.

O varejo é caracterizado pela venda ao consumidor final, geralmente em

pequenas quantidades, ele pode ser com ou sem lojas, e, existe um novo modelo de

varejo que são as organizações de varejo.

4.2.4 Estratégia de promoção

O administrador deve se preocupar com várias formas eficientes para

informar aos consumidores a respeito de seus produtos, serviços ou formação da

própria imagem da empresa e, por isso, conforme Las Casas (1997, p. 244), a

promoção de marketing toma conotação de comunicação.

Para Cobra (1990, p. 645), a propaganda é a forma de comunicação

persuasiva mais eficaz. O autor também afirma que por ordem de custo entre o mais

baixo e o mais alto, por pessoa atingida, podemos estabelecer a seguinte escala:

propaganda, relações públicas e promoção de vendas.

As metas da promoção de marketing são criar consciência no público, formar

imagens positivas sobre produtos marcas, lojas ou organizações, identificar

possíveis clientes, aumentar a cooperação entre membros do canal, criar valor para

o cliente, satisfazer seus desejos, necessidades e conquistar sua lealdade

(CHURCHILL; PETER, 2000, p. 447).

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 446 - 7), do mix de marketing de

uma empresa, a promoção é responsável por informar, lembrar e persuadir o

mercado de um produto e ou da organização que o vende. Existem cinco formas de

promoção: propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, relações públicas e

publicidade.

39

A promoção é a comunicação que a empresa terá com seus consumidores, e

dentre as metas de promoção são a de criar consciência no público, formar imagens

positivas, identificar clientes, satisfazer seus desejos e conquistar sua lealdade.

4.2.4.1 Propaganda

“Propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal e de

promoção de idéias, bens ou serviço por um patrocinador identificado” (KOTLER,

1998, p. 554).

Para Kotler (1998, p. 555), o administrador ao desenvolver uma campanha de

marketing deve sempre iniciar pela definição do mercado alvo e dos motivos dos

compradores. Depois pode-se tomar as cinco decisões envolvidas no

desenvolvimento, chamadas por Kotler de cinco M, que são: Missão, Quais os

objetivos da propaganda - Moeda ou Dinheiro, Quanto pode ser gasto – Mensagem,

Que mensagem deve ser divulgada – Mídia, em que veículos deve vincular –

Mensuração, como os resultados devem ser avaliados.

Rocha e Christensen (1999, p. 175), classificam propaganda em institucional

e de produto, conforme o seu enfoque, a propaganda de produto pode estar voltada

para o desenvolvimento da demanda primária (categoria de produto) ou demanda

seletiva (propaganda de marca):

a) propaganda de demanda primária. É geralmente utilizada por associações

de produtores, com o propósito de expandir a demanda de determinada

categoria de produto;

b) propaganda de demanda seletiva. É a forma de anunciar mais utilizada, ela

tem como propósito estimular o consumo de determinada marca e não a

categoria do produto.

Já a propaganda institucional pode estar classificada em três tipos: de propósito

comercial, relações públicas e de interesse público:

a) propaganda de Propósito Comercial. O propósito desse tipo de propaganda

é de criar nos clientes atuais e potenciais, uma atitude favorável a empresa,

na esperança dessa atitude venha a se transformar em preferência de

compra;

40

b) propaganda Institucional de Relações Públicas. Esse tipo de propaganda

está voltado para a solução de problemas de relação pública que se

apresentam as empresas;

c) propaganda Institucional de Interesse Público. Estas propagandas estão

relacionadas com a prestação de serviços públicos por parte da empresa,

quer pela divulgação de fatos de interesse público ou pelo suporte oferecido

ao governo.

Segundo Kotler (1998, p. 555 - 73), o desenvolvimento de uma

propaganda é composta por 5 etapas que são: o estabelecimento dos objetivos da

propaganda, decisão sobre o orçamento, escolha da mensagem, mídia e avaliação

da eficácia da propaganda. O próximo quadro explica as principais decisões de

cada etapa.

Quadro 8 - Etapas para o desenvolvimento da propaganda

Etapas Decisões

Objetivos da

propaganda

A propaganda pode ser classificada de acordo com seu

propósito: informar, persuadir ou lembrar o consumidor.

Decisão sobre o

orçamento

Para decidir o valor a ser investido na propaganda, se leva em

consideração o estágio do ciclo de vida deste produto,

participação de mercado da marca, saturação de anúncios,

freqüência da propaganda e grau de substituição do produto.

Escolha da

mensagem de

propaganda

Para a escolha de uma mensagem para a propaganda a idéia

deverá passar por quatro etapas que são: geração, avaliação,

execução e revisão da responsabilidade social da mensagem.

Decisão sobre

mídia

É responsável pela escolha de qual mídia será a mais eficaz

em termos de custo-benefício para levar o número desejado de

exposições à audiência alvo.

Avaliação da

eficácia da

propaganda

Há três principais métodos de pré-testes, o de avaliação direta,

onde é solicitado aos consumidores para avaliarem anúncios

alternativos; os testes de portfólio, os clientes ouçam/vejam um

portfólio de anúncios e depois destaquem quais se lembram e

os testes de laboratório, onde são empregados equipamentos

para realizar testes como batimento cardíaco, e reações

psicológicas enquanto o consumidor assiste ao anuncio.

Fonte: Adaptado de Kotler 1998, p. 555 – 73

41

O quadro acima apresentou os cinco passos para o desenvolvimento de uma

propaganda.

Para Churchill e Peter (2000, p. 480 - 85), na hora da escolha de qual mídia

utilizar é preciso prestar atenção, pois existem mídias que expressão melhor uma

idéia que outras. As principais opções de mídia são: Televisão, rádio, Imprensa

escrita, mala direta, outdoor e a internet. Estes autores ainda relacionam no quadro

abaixo as vantagens e desvantagens de cada uma.

Quadro 9 – Vantagens de desvantagens das mídias utilizadas em propagandas

Veículo Vantagens Desvantagens

Televisão - Audiência ampla

- Fornece informações

auditivas e visuais,

causando maior impacto

- Prende a atenção do

espectador

- Custo de exposição baixo

para uma mídia em massa

- Preços cobrados pela emissora e de

produção altos

- Capacidade limitada de selecionar o

público

- Tempo de exposição curto (maioria

dos casos)

- A propaganda pode ser evitada por

consumidores

Rádio - Mais barato em relação a

televisão

- Seletividade de

expectadores é maior que

na TV

- Fácil acesso (carro,

Walkman)

- Mensagens curtas

- Incapacidade de transmitir

informações visuais

- Atenção menor que comparado a

televisão

- Nenhuma estrutura de audiência

padrão

- A audiência se dedica a outras

atividades enquanto escuta

Imprensa

Escrita

- Pode proporcionar

exposição ampla ou

direciona-la

- O custo pode ser baixo

- O leitor pode estudar um

anuncio e rever informações

- Pode requerer apresentação com

muita antecedência em relação a

publicação

- Pode haver disparidades nas

imagens apresentadas, dependendo

da qualidade de impressão (jornais X

42

detalhadas

- Ampla aceitação e

prestigio

- Alta credibilidade

- Alta qualidade gráfica no

caso de revistas

- Capacidade de audiência

ampliada

revistas)

- Nas revistas, excluindo capa, contra

capa, primeira página, não há

garantia de onde estará inserido o

anúncio

- Os anúncios em jornais e revistas de

ampla circulação podem ser caros

- Freqüência limitada pela

periodicidade da publicação

Mala

Direta

- As mensagens podem ser

estritamente dirigidas

- As mensagens podem ser

bem detalhadas

- O desempenho pode ser

medido com facilidade

- Não existe anúncio do

concorrente

- É difícil os concorrentes

monitorarem os resultados

- Pode vir a se tornar um custo por

pessoa muito alto, caso o interesse

seja baixo

- Imagem negativa do veículo e

resistência entre muitos clientes

- Normalmente carece de material

editorial e não propagandistico

- O horário e data de entrega não são

garantidos

Outdoor - Barato

- Grande repetição da

exposição

- Poça concorrência

- O anuncio pode ser

vinculado próximo ao ponto

de venda

- Permite selecionar a audiência

apenas pela localização geográfica

- A mensagem é vista por um tempo

muito breve

- Existem outras coisas próximas que

podem desviar a atenção, fazendo

com que o outdoor não seja visto

- Imagem negativa entre grupo contra

a poluição visual

Internet - As mensagens podem ser

personalizadas

- Nenhum custo adicional

para alcançar o público

mundial

- Nem todos os usuários falam a

língua utilizada no anúncio

- A qualidade das imagens varia

- A audiência limita-se a usuários da

internet interessados pela companhia

43

- A mensagem pode incluir

figuras, palavras, sons e

vídeos

ou produto

Fonte: Churchill e Peter (2006, p. 485).

Neste quadro foram apresentadas as vantagens e desvantagens das sete

mídias mais utilizadas pelas empresas, para informar aos consumidores os seus

produtos.

Propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal que a

empresa faz de seus produtos ou serviços, a propaganda pode ser classificada em

institucional e de produto.

4.2.4.2 Promoção de vendas

Conforme Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 503), a promoção de venda é o

conjunto de instrumentos de estímulo que geram a demanda projetada para

completar a propaganda e facilitam a venda pessoal. Na prática, são os cupons,

displays em lojas, feiras comerciais, amostras, demonstração na loja e concursos em

geral.

Las Casas (1997, p. 259 - 60), reforça ainda que a promoção de vendas é

uma atividade de apoio e deve estar relacionada com as demais estratégias de

marketing, ela possui um caráter complementar, nesse mesmo sentido, Richers

(2000, p. 337), afirma que a promoção de vendas está interligada com a publicidade,

pois a ela é a responsável por chamar a atenção para produtos e serviços enquanto

a promoção de vendas induz a pessoa a comprar, afirma também que a decisão de

compra do comprador é altamente influenciada pela promoção de vendas do ponto

de venda.

Rocha e Christensen (1999, p. 189 - 90), focam a promoção de vendas no

varejo que podem ser feitas nas seguintes formas:

a) desconto por quantidade: Os descontos podem ser calculados de acordo

com a quantidade de caixas que o varejista compra do fabricante;

b) descontos em compensação por serviços de merchandising realizados pelo

varejista: As empresas compensam os varejistas pelos serviços prestados

44

em merchandising, quando os mesmos investem seus funcionários para

executarem as promoções de venda da empresa junto ao consumidor final;

c) descontos financeiros em compensação por perdas financeiras do varejista

em virtude de promoções de venda do fabricante: Os fabricantes

recompensam os varejistas com descontos referente a uma promoção cujo

o varejista tenha estoque dentro do seu depósito para ser vendida na

promoção;

d) desconto para produtos com demanda sazonal: Quando o produto

apresenta uma sazonalidade acentuada, e o fabricante pretende produzir de

forma mais uniforme, ele oferece descontos aos varejistas para estimular a

compra destas mercadorias até determinada data;

e) descontos para novos produtos: O fabricante fornece descontos para os

varejistas fornecerem espaços em suas prateleiras;

f) incentivo para a organização de vendas do varejista: O fabricante oferece

alguns estímulos para que a organização de vendas do varejista tenha uma

atitude favorável a seu produto. Estes estímulos podem ser em formas de

prêmios, concursos ou vendas de artigos mais baixos para os vendedores e

gerentes de lojas.

Já Czinkota (2001, p. 383), destaca as promoções de vendas que podem ser

feitas diretas no canal de distribuição:

a) para lançar produtos novos ou reformulados;

b) aumentar a distribuição de novas embalagens e novos tamanhos;

c) criar estoques no varejo;

d) manter ou aumentar sua parcela de espaço em prateleiras;

e) conseguir exposição fora do locais normais de prateleira;

f) reduzir o excesso de estoque e aumentar o giro bruto;

g) conseguir que o produto seja veiculado nos anúncios dos varejistas;

h) neutralizar atividades de concorrentes;

i) vender o máximo possível a consumidores finais.

Mas alerta que as promoções de vendas realizadas no canal são apenas o

primeiro passo em qualquer esforço promocional, e elas tendem a fracassar caso o

canal de distribuição não repasse os incentivos recebidos das empresas para o

consumidor final, o que nem sempre ocorre.

45

Promoção de vendas é o conjunto de instrumentos, destinados ao canal e ao

consumidor final, com o intuito de estimular a demanda, e desenvolvido para

completar a propaganda.

4.2.4.3 Publicidade

São estímulos não pessoais para criar a demanda de um produto ou unidade de negócio através de meios de comunicação como rádio, televisão e outros veículos, teoricamente com materiais não pagos pelo patrocinador. (LAS CASAS, 1990, p. 643).

Churchill e Peter (2000, p. 454) alertam que a publicidade possui dois lados,

um lado negativo, pois embora seja uma “propaganda gratuita”, os interessados na

sua circulação não têm nenhum controle sobre o que é dito e sobre o público que

recebe essa informação, e o lado positivo destaca que o público fica mais propenso

a acreditar que as informações são verídicas.

Segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 510), a publicidade pode auxiliar a

atingir qualquer objetivo de comunicação, ela pode ser utilizada para anunciar novos

produtos, informar novas políticas, oferecer reconhecimento a funcionários,

descrever avanços da pesquisa ou relatar o desempenho financeiro.

Publicidade são estímulos não pessoais não pagos com o objetivo de criar

demanda de um produto ou unidade de negócio, onde os interessados na

divulgação não possuem nenhum poder sobre ela.

4.2.4.5 Venda pessoal

Venda pessoal é o conjunto das atividades realizadas pelo vendedor com o propósito de informar, motivar e persuadir o cliente a adquirir um produto ou serviço da empresa, podendo incluir ou não a concretização da venda propriamente dita. (ROCHA; CHRISTENSEN, 1999, p. 151).

Segundo Czinkota (2001, p. 398), a venda pessoal é muito importante devido

a três motivos, dentre eles o fato de envolver a comunicação direta entre um

representante de vendas e um cliente potencial, a da venda pessoal permitir um

retorno imediato e de resultar em uma venda real. A mesma autora alerta para o fato

de que essa técnica é pouco utilizada nos mercados de consumo, porque as

compras individuais não sustentariam os custos de visita; mas ela é comumente

46

utilizada no mercado business to business, pois envolve geralmente compra de

produtos complexos e transações envolvendo negociações.

A venda pessoal pode ser a maior despesa operacional de uma organização,

e, freqüentemente, é a maior despesa de marketing (CHURCHILL; PETER, 2000, p.

507).

Cabe aos vendedores (pessoas que desenvolvem a venda

pessoal)entenderem a cultura das determinadas organizações, interagir com o

cliente a modo de buscar informações dos concorrentes, desempenharem um papel

fundamental na pesquisa de marketing e auxiliar na pós-venda.

Kotler e Keller (2006, p. 627 - 28), sugerem que todo tipo de venda bem

sucedida é composto de seis etapas ao qual são descritas abaixo:

a) prospecção e qualificação. A primeira etapa de uma venda bem feita está

em identificar e qualificar os clientes potenciais;

b) pré-abordagem. O profissional de vendas precisa saber o máximo possível

sobre a empresa que constitui um cliente potencial (suas necessidades) e

seus compradores (características pessoais e estilos de compra);

c) apresentação e demonstração. A terceira etapa está atrelada a

apresentação do produto que, conforme estes autores, deve seguir a

fórmula AIDA, que significa, obter a atenção do comprador, manter seu

interesse, aumentando seu desejo e levando-o a ação;

d) superação de objeções. A esta fase esta atrelada a superação das objeções

que os compradores fazem durante a apresentação, dentre elas a

resistência psicológica e lógica;

e) fechamento. Depois de aplicar essas quatro fases chega a mais esperada

de todas que é a conclusão da venda, onde o representante precisa saber

reconhecer as atitudes emitidas pelos compradores que o produto já esta

vendido;

f) acompanhamento e manutenção. Essa fase é a fase que diferencia os

representantes, aquele que presta acompanhamento ao seu cliente

facilmente terá seus produtos requisitados novamente, já aquele que fez a

venda e não prestou nenhum tipo de acompanhamento dificilmente terá

esse cliente de novo.

O propósito da venda pessoal é informar, persuadir e convencer o cliente a

comprar os produtos da empresa e suas principais características está no

47

envolvimento que o representante possui com o cliente, permitir o retorno imediato e

resultar em uma venda real.

4.3 Estratégia de Segmentação

Segmentação de mercado é o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais, que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamento de compra. (CHURCHILL; PETER, 2000, p. 204 - 05).

Segundo Rocha e Christensen (1999, p. 36), o processo de segmentação

consiste em separar os consumidores em grupos para atender necessidades

genéricas com características específicas, que sejam semelhantes para os que

pertencem ao mesmo grupo.

Segmentação é o processo de dividir o mercado global em grupos menores,

internamente homogêneos, segundo Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 160). Estes

autores ainda reforçam que a essência da segmentação está nos membros de cada

grupo, serem semelhantes no que diz respeito aos fatores que influenciam a

demanda.

Para Kotler (1998, p. 231 - 2), existem dois grandes grupos de variáveis

usados para segmentar o mercado de consumidores, o primeiro que analisa as

características geográficas, demográficas e psicográficas dos consumidores e o

segundo que analisa as respostas dos consumidores para benefícios percebidos.

Segmentação é o processo de dividir o mercado em grupos que possuam

características semelhantes.

4.3.1 Segmentação geográfica

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 213), para se utilizar a segmentação

geográfica, divide-se o mercado em regiões menores de acordo com a localização

ou com outros critérios geográficos como densidade populacional ou clima.

Para os autores Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 163), segmentação

geográfica é subdividir os mercados com base na localização como por regiões,

cidades e municípios onde as pessoas vivem e trabalham. A razão para essa

subdivisão, segundo os autores é que os desejos e utilização do produto, por parte

48

dos consumidores estão frequentemente interligadas com uma ou mais dessas

subdivisões.

Já Rocha e Christensen (1999, p. 39), enfatizam que é necessário existir

alguma diferença no comportamento dos consumidores para realmente se realizar

uma segmentação geográfica, que possibilite formular uma estratégia de marketing

focada para cada grupo, caso contrário não é uma segmentação de mercado, mas

apenas uma conveniência.

Segmentação geográfica é a divisão do mercado em regiões menores, onde

seus consumidores possuam diferenças nos seus comportamentos.

4.3.2 Segmentação demográfica

Conforme Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 165), dados demográficos são a

base mais comum para segmentar os mercados de consumo, e as características

mais utilizadas para se segmentar um mercado demograficamente, são idade, sexo,

estágio do ciclo de vida familiar, renda e escolaridade que podem ser utilizadas

isoladamente ou em combinações. Kotler (1998, p. 233), afirma que as variáveis

demográficas são as bases mais comuns para distinguir grupos de consumidores

por dois motivos: primeiro porque os desejos, preferências e taxas de uso dos

consumidores estão freqüentemente associados a variáveis demográficas, e

segundo porque as variáveis demográficas são mais fáceis de serem mensuradas

que outras variáveis.

Segmentação demográfica é a base mais comum para se segmentar um

mercado, o qual é dividido levando-se em consideração os dados demográficos.

4.3.3 Segmentação psicográfica

As segmentações demográficas e geográficas, apesar de serem simples não

abordam diretamente as necessidades e desejos de seus consumidores. Conforme

Churchill e Peter (2000, p. 214), a segmentação psicográfica foi desenvolvida para

suprir esta lacuna que existia, ela envolve a medição dos estilos de vida dos

consumidores.

49

Kotler (1998, p. 234), reforça que apenas as segmentações demográficas e

geográficas não são as únicas que a empresa deve utilizar, pessoas do mesmo

grupo demográfico podem exibir perfis demográficos muito diferentes.

A segmentação psicográfica se utiliza da medição dos estilos de vida dos

seus consumidores para dividir o mercado.

4.3.4 Segmentação Comportamental

Algumas empresas tentam segmentar seu mercado com base nos

comportamentos relacionados com seus produtos. Neste sentido, Etzel, Walker e

Stanton (2001, p. 169 - 70), destacam dois comportamentos: benefícios desejados

pelo seu produto e a taxa de sua utilização pelo consumidor.

Já Las Casas (1997, p. 127), destaca outras três variáveis de

comportamentos, a influência na compra, hábitos de compra e a intenção de

compra.

Kotler (1998, p. 235), conceitua a segmentação comportamental num sentido

bem mais amplo, para ele os compradores são divididos em grupos, tomando-se

como base seus conhecimentos, atitudes, usos ou suas respostas para com um

produto.

A segmentação comportamental divide o mercado levando em consideração

os comportamentos dos consumidores no que se trata a influência, hábitos e

intenção de compra.

4.3.5 Segmentação por multiatributos

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 217 - 8), é comum as empresas

utilizarem mais de um dado para segmentarem o seu mercado. Segundo esses

autores, as comunidades são classificadas com base em sua demografia detalhada,

para que o produto, a mídia e as preferências de estilo de vida de cada aglomerado

possam ser obtidos para criar perfis das pessoas que moram nessas localizações.

Já, conforme Kotler (1998, p. 239), um dos desenvolvimentos mais

promissores na segmentação por multiatributos é o de conglomerados geográficos

que proporcionam descrições completas sobre os consumidores e vizinhanças e não

50

apenas os fatores demográficos, porque refletem o status socioeconômico e o estilo

de vida dos habitantes de um bairro.

A segmentação por multiatributos se dá quando a empresa não faz a sua

segmentação baseada em apenas um atributo, mas sim nos diversos atributos que

estão a ela associados.

4.4 Estratégias de Posicionamento

A estratégia de posicionamento do produto é fundamental para desenvolver o composto de marketing adequado. Criar e sustentar uma imagem forte, clara e consistente do produto para o consumidor em comparação com as de seus concorrentes é fundamental para diferenciar , que é essencial para desenvolver uma imagem de marca que leve a fidelidade de cliente (CZINKOTA et al, 2001, p. 209, grifo do autor).

Segundo Kotler e Keller (2006, p. 305), posicionamento é a ação de projetar

o produto e a imagem da empresa para ocupar um lugar diferenciado na mente do

público alvo, e o objetivo de posicionar a marca na mente dos consumidores, é que

com essa ação, ela maximizará a vantagem potencial.

Para Rocha e Christensen (1999, p. 51), posicionamento do produto é a

imagem obtida por ele na mente do consumidor, como resultado de três elementos:

a) produto: o que a empresa vai oferecer ao mercado deverá atingir tanto

aspectos tangíveis e intangíveis como benefícios funcionais e psicológicos;

b) grupo alvo: consiste na escolha do grupo de consumidores do mercado que

a empresa irá atuar;

c) concorrência: consiste em realizar uma comparação entre o produto da

empresa com os seus produtos substitutos e tentar descobrir algum nicho

que não esteja sendo explorado pelos seus concorrentes.

Para Simpson (2001, p. 209), o posicionamento efetivo significa determinar

três passos: descobrir o que os consumidores pensam sobre o produto em relação

aos concorrentes; definir o que a empresa quer que seus consumidores pensem

sobre o seu produto e o terceiro passo é o fechamento dessas duas idéias que

consiste em definir qual estratégia de posicionamento irá elevar a atual imagem do

consumidor até a imagem pretendida pela empresa.

Conforme Kotler (1998, p. 266 - 8), para as empresas se posicionar junto aos

seus consumidores-alvos ela podem promover diversos benefícios, que podem ser

únicos, duplos ou triplos. Geralmente utiliza-se mais de um benefício quando seus

51

concorrentes dão o mesmo aos seus clientes. Desta forma, torna-se mais difícil

diferenciá-lo, mas também é muito importante o controle do número de apelos que a

empresa oferece para não ficar desacreditada. Para o autor, as empresas devem

evitar quatro grandes erros de posicionamento:

a) subposicionamento: a marca é vista no mercado apenas como mais uma

em um mercado saturado, os consumidores não possuem nenhuma

percepção especial a ela;

b) superposicionamento: os consumidores podem possuir uma imagem muito

estreita sobre a marca;

c) posicionamento confuso: os compradores podem possuir uma imagem

confusa sobre a marca, resultante de mudanças de posicionamento e

apelos de propaganda;

d) posicionamento duvidoso: os consumidores não acreditam no

posicionamento que a empresa quer passar aos seus clientes.

Para Simpson (2001, p. 210 - 1), a estratégia de posicionamento não

determina apenas onde a empresa quer chegar, mas também o que fazer para

chegar lá, e, para isso, a autora classificou alguns tipos de posicionamento,

expressos no quadro abaixo.

Quadro 10 – Estratégias de posicionamento

Posicionamento Definição

Preço/Qualidade O posicionamento por preço/qualidade enfatiza o valor

derivado do produto, seja em termos da sua qualidade,

preço ou ambos.

Atributo do Produto As características ou atributos podem servir como base

para posicioná-los.

Usuário de produto O usuário típico do produto pode servir para posicioná-lo.

Utilização do produto Os produtos podem ser posicionados baseados nas

maneiras como ele é usado tipicamente.

Classe de produto Alguns produtos podem ser classificados de acordo com a

sua classe de produto.

Concorrência Baseia-se na comparação do produto da empresa com

o(s) de seu(s) concorrente(s).

52

Símbolo As empresas podem utilizar-se de um símbolo para

posicionar o seu produto nas mentes de seus

consumidores.

Fonte: adaptado de Simpson (2001, p. 210 - 11).

Posicionamento é a ação de projetar o seu produto/imagem da empresa na

mente do consumidor, como resultado da soma de três elementos: produto, grupo

alvo e concorrência.

Conforme Richers (2000, p. 102), posicionamento é muito confundido com

segmentação, porém esta segunda tenta mostrar para as empresas onde encontrar

os grupos de pessoas que têm características de consumo semelhantes, enquanto o

posicionamento é a operacionalização da segmentação, opera com a sensibilidade

das pessoas, provocando reação positiva para algum apelo que pareça ser digno de

aceitação. Este autor também destaca que as empresas devem posicionar a sua

marca perante os seus consumidores, mas sempre monitorar como ela está, pois em

decorrência das flutuações de mercado e do desgaste que as marcas sofrem,

poderá ser necessário posicionar a marca novamente (RICHERS, 2000, p. 110).

4.5 Análise SWOT

Avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças é denominada análise SWOT (dos termos em inglês strenghs, weaknesses, opportunities, threats). Ela envolve o monitoramento dos ambientes externo e interno (KOTLER; KELLER, 2006, p. 50, grifo do autor).

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 91 - 3), a análise SWOT, ou como eles a

denominam PFOA, é utilizada pela empresa para uma profunda avaliação

sistemática das forças (pontos fortes) e deficiências (pontos fracos) internas de uma

organização e de oportunidades e ameaças externas.

Os quadros abaixo mostram alguns exemplos dos tipos de questões

consideradas em uma análise SWOT.

53

Quadro 11 - Análise do ambiente interno.

Forças Fraquezas

Recursos financeiros Falta de direção estratégica

Marcas bem conhecidas Altos custos

Habilidades tecnológicas Instalações obsoletas

Fonte: Chruchill e Peter (2000, p. 91).

O quadro acima mostra alguns exemplos de forças e fraquezas que uma

empresa pode ter; como por exemplo: a força com recursos financeiros, marcas

conhecidas, habilidades tecnológicas e fraquezas como a falta da direção

estratégica, altos custos e instalações obsoletas. Os autores dividem forças e

deficiências em competências básicas que são as coisas que a empresa faz melhor

que as outras e as competências especialmente significativas que são as que

aumentam o valor para o cliente fortalecendo os membros dos canais e usuários

finais.

Quadro 12 - Análise do ambiente externo

Oportunidades Ameaças

Novos mercados potenciais Nova concorrência

Novos produtos potenciais Crescimento lento no mercado

Queda de barreiras comerciais

internacionais

Novas regulamentações

Fonte: Churchill e Peter (2000, p. 91).

O quadro acima demonstra alguns exemplos de oportunidades e ameaças

que uma empresa pode ter no mercado externo, dentre elas: novos mercados,

produtos, queda de barreiras comerciais, nova concorrência, crescimento lento no

mercado e novas regulamentações.

Segundo esses autores, o objetivo de se realizar uma análise SWOT é tentar

combinar as oportunidades de mercado com os pontos fortes da empresa.

Kotler (1998, p. 87 - 8), conceitua oportunidade de marketing como uma área

de necessidade do comprador, onde uma empresa pode atuar rentavelmente, e

ameaça ambiental como um desafio decorrente de uma tendência ou

desenvolvimento desfavorável, que a ausência de ação defensiva de marketing

resultaria na deterioração das vendas ou do lucro. O autor também sugere que as

54

ameaças e as oportunidades devem ser classificadas quanto ao seu grau de

relevância e probabilidade de ocorrência, e, para isso, ele sugere a seguinte matriz:

Figura 2 - Matrizes de ameaças e oportunidades Fonte: Kotler (1998, p. 88).

Nessas matrizes se classificam as ameaças e oportunidades em

probabilidade de ocorrência / sucesso e seu grau de relevância / atratividade.

Quando a ameaça tiver uma probabilidade de ocorrência alta e um grau de

relevância alto essa ameaça pode prejudicar seriamente a empresa, e, dessa forma,

com os outros quadrantes, uma ameaça com baixa probabilidade de ocorrência e

baixo grau de relevância não irá prejudicar seriamente a empresa. O mesmo ocorre

com oportunidade, probabilidade de sucesso alta com atratividade alta pode trazer

muitas vantagens para a empresa.

Kotler afirma que, após a empresa ter identificado as principais oportunidades

e ameaças enfrentadas por uma unidade de negócio, é possível classificar a sua

atratividade global de uma empresa em quatro categorias de negócios:

a) ideal: alto em termos de oportunidade e baixo em ameaças;

b) especulativo: alto em termos de oportunidade e ameaças;

c) maduro: baixo em termos de oportunidades e ameaças;

d) arriscado: baixo em termos de oportunidade e alto em termos de ameaças.

Em síntese, a análise SWOT é uma técnica utilizada pelas empresas para se

avaliar o ambiente externo (oportunidades e ameaças) e o ambiente interno (forças e

fraquezas).

55

4.6 Matriz de Crescimento e Participação no Mercado (BCG)

Segundo Tavares (2007, p. 32), a matriz de crescimento e participação no

mercado foi desenvolvida na década de 70, pelo grupo Boston Consulting Group; o

que origina o nome de Matriz BCG. Godet (1993, p. 312), afirma que o método BCG

não é o melhor, porém obteve grande êxito por ser simples na sua concepção e de

fácil compreensão. Conforme Tavares (2007, p. 32 - 3), o método BCG implica na

classificação dos produtos da empresa segundo sua posição nas variáveis:

participação de mercado e crescimento de vendas. As situações mais significativas

dessa matriz foram sintetizadas em quadrantes que contemplam todo o portfólio da

empresa. A figura abaixo apresenta os quadrantes em que os produtos podem ser

classificados:

Figura 3 – Matriz BCG

Fonte: Tavares (2007, p. 33).

A figura acima apresenta a matriz BCG e seus quadrantes (Estrela, Mina,

Criança problema e Abacaxis), cujos significados serão discriminados a seguir:

a) quadrante 1 – mina: Produtos com alta participação em mercados de baixo

crescimento; o mercado está em uma fase madura e é caracterizado pelo

crescimento vegetativo;

56

a) quadrante 2 – estrela: Produtos com alta participação em mercados de alto

crescimento;

b) quadrante 3 – criança problema: Produtos com baixa participação em

mercados de alto crescimento;

c) quadrante 4 – abacaxis: Produtos com baixa participação em mercado de

baixo crescimento.

Godet (1993, p. 313), acrescenta que no quadrante equivalente a “Estrelas”

figuram os setores portadores de esperança da empresa. Os produtos destes

setores, porém, possuem uma necessidade de financiamento elevada. Para que a

empresa possa acompanhar este crescimento é necessário que ela possua um

número suficiente de produtos “Vacas leiteiras”, ou nas palavras de Tavares (2007)

“Mina”, onde ela possui uma alta participação em mercados com baixo crescimento

e que necessitam de pouco investimento.

Além disso, Godet também afirma que no quadrante “Dilemas” (que

corresponde à “criança problema” em Tavares (2007)), a empresa precisa optar por

investir para se tornar líder, ou abandonar a corrida por este mercado que está em

rápido crescimento. No quadrante equivalente aos “Abacaxis” as empresas devem

abandonar este mercado, pois eles são mercados que possuem um baixo

crescimento e uma baixa participação de mercado por parte da empresa. Diante

disso, Godet criou regras estratégias a serem tomadas pelas empresas, após terem

classificado a sua carteira de produtos, estas regras estão apresentadas na figura

abaixo.

Figura 4 – Regras Estratégicas Fonte: Godet (1993, p. 314)

57

Na matriz BCG é possível, de forma muito simples, classificar toda a carteira

de produtos das empresas nos quadrantes: Mina / Vacas leiteiras, Estrelas, Criança

problema / Dilemas ou Abacaxis, de acordo com o cruzamento da participação de

mercado versus taxa de crescimento, e, após esta classificação, traçar estratégias

para o melhor aproveitamento dos investimentos das empresas.

4.7 Administração de Vendas

Conforme Churchill e Peter (2000, p. 518), cabe à administração de vendas o

planejamento, o direcionamento e o controle das atividades de vendas pessoais da

organização.

4.7.1 Potencial de mercado

Alem do mercado atual, já existente, os administradores devem estar atentos

ao mercado em potencial. Aaker (2001, p. 88), afirma que um mercado pode mudar

drasticamente o seu tamanho devido a criação de um novo uso para um

determinado tipo de produto, um novo grupo de usuários ou um comportamento de

compra mais freqüente.

Segundo Richers (2000, p. 84 - 5), a demanda do mercado por produtos, não

é fixa, ela pode variar com o tempo ou por interferência do composto de marketing,

como preços e promoções, como também a sua variação e a sua intensidade. Para

o autor, a empresa precisa conhecer a sua demanda efetiva, que é o volume de

produtos que cada segmento geográfico tem condições de absorver por um

determinado período. Essa demanda efetiva o autor denomina de potencial de

mercado, o qual nos apresenta o seguinte quadro para medir o potencial de uma

determinada região.

58

Quadro 13 - Como medir o potencial de mercado

Fonte: Richers (2000, p. 85).

O quadro acima apresenta o método para medir o potencial de mercado que

cada segmento geográfico tem condições de absorver. Segundo esse autor a

manipulação desses dados permite determinar os potenciais relativos de qualquer

bem de consumo ou serviço para cada unidade geográfica do Brasil.

Já Kotler (1994, p. 223 - 6), faz uma diferenciação entre potencial total de

mercado e potencial de mercado de área. Para o autor o potencial total de mercado

é o número total de vendas que todo o mercado faz durante certo período. Para

estima-lo utiliza-se a seguinte formula:

nqpQ =

Onde Q = Potencial de Mercado, n = ao número de compradores de um

determinado produto, q = quantidade comprada por um comprador médio e p =

preço médio de uma unidade.

Já o potencial de mercado de área, serve para estimar o potencial de

mercado de diferentes cidades, estados e nações. Existem dois métodos para se

calcular esse potencial: o método de desenvolvimento de mercado e o de indexação

por múltiplos fatores.

O método de desenvolvimento de mercado necessita da identificação de

todos os compradores potenciais em cada mercado e a estimativa de suas compras

potenciais. Esse método é bastante direto se a empresa possuir esses dados, o

problema é que geralmente um ou, os dois estão faltando.

59

O método de indexação por fatores múltiplos é calculado levando-se em

consideração que o número de pessoas de uma determinada localidade sobre o

total de um país, será responsável pela mesma porcentagem de consumo deste

país. Porém, Kotler afirma que levar em consideração um único fator para definir o

potencial de mercado raramente representa um indicador completo da oportunidade

de venda; é preciso também levar em consideração o poder de compra dessa

população e a renda pessoal disponível, a porcentagem que essa população

absorve sobre o total de vendas do país.

Um mercado nunca está fechado, ele está sempre se alterando para maior ou

menor devido a forças externas como, pela criação um novo uso para determinado

produto, pela interferência do composto de marketing entre outros. Esses motivos

dificultam o cálculo de uma previsão para o mercado.

4.7.2 Tamanho da força de vendas

Segundo Kotler (1998, p. 603), a empresa pode usar como técnica para

decidir o tamanho da sua equipe de venda uma abordagem de carga de trabalho.

Este método consiste em 5 passos:

a) agrupar os clientes em classes;

b) decidir o número de visitas anual que cada classe deverá receber;

c) multiplicar o número de clientes em cada classe pela freqüência de visitas

correspondentes;

d) determinar o número médio de visitas que um vendedor pode fazer por

ano;

e) para se ter o número necessário de vendedores, basta dividir o número total

de visitas pelo número de visitas médias dos vendedores, após somar todos

os vendedores necessários em cada classe.

Moreira (2005, p. 209), destaca outras duas maneiras de dimensionar o

número de vendedores: o método de duração da visita e o de Semlow.

No método de duração da visita, multiplica-se o número de clientes, que

pretendemos atender, pelo tempo de duração da visita e pela sua freqüência. Esse

resultado é dividido pelo número de horas disponíveis do vendedor, utilizando-se a

fórmula na seguinte estrutura:

60

vendedordosdisponíveihorasdenúmero

visitadafreqüênciaxvisitadaduraçãoxclientedenúmerovendedoresdeNúmero

.=

No método Semlow, também conhecido como método de potencial de

mercado, o número de vendedores é dimensionado de acordo com a previsão de

vendas da empresa, o giro do vendedor, sua previsão de vendas e o volume

desejado, ficando a formula da seguinte maneira:

vendedordosdisponíveihorasdenúmero

vendasdeprevisãoxestoquedegirovendasdeprevisãovendedoresdeNúmero

+=

Existem diversas formas de se calcular a necessidade de vendedores para

determinada região, neste trabalho foi abordada três métodos, o de agrupamento de

clientes, o de tempo de duração de uma visita e o método de Semlow..

4.7.3 Estrutura da força de vendas

Moreira (2005, p. 213 - 4), apresenta uma estrutura de força de vendas com

diversos níveis, esta estrutura esta apresentada na figura abaixo:

61

Figura 5 - Estrutura de vendas Fonte: Moreira (2005, p. 214).

Na figura apresentada por Moreira pode-se perceber que existem muitos

graus de organização da estrutura de vendas, desde as mais simples que possuem

ligação direta entre o vendedor e o dono da empresa até as mais complexas que

possuem até seis níveis que interligam o vendedor ao dono da empresa.

O autor também alerta que quanto maior a estrutura de vendas, maiores

serão os custos de venda e menor será a margem de contribuição do produto.

62

Indiferentemente do tamanho e da quantidade de níveis que possua a

estrutura de vendas ela deve ser ágil, eficaz e apta a atender as necessidades do

cliente, além de evitar ao máximo o desperdício com burocracia.

A estrutura da força de vendas está interligada à estratégia que a empresa

utiliza, Kotler (1998, p. 600 - 1), diferencia a estrutura da força de vendas por produto

e mercado, e alerta que essa estrutura deve ser revisada sempre que o mercado e

as condições econômicas mudem:

a) força de vendas estruturada por território: trata-se em, os vendedores

trabalharem em um território exclusivo para representar toda linha de

produtos da empresa;

b) por produto: é utilizado principalmente na venda de produtos técnicos, trata-

se de possuir um vendedor exclusivo para determinado produto

independente do território;

c) por mercado: as empresas especializam suas forças de vendas por setores

industriais ou por linhas de clientes;

d) estruturas complexas de forças de vendas: as empresas utilizam esse

formato de estrutura quando ela vende uma ampla variedade de produtos e

muitos tipos de clientes situados em uma ampla área geográfica.

Da mesma forma, os autores Churchill e Peter (2007, p. 520), salientam que a

estrutura organizada por cliente é bem adequada ao uso de equipes interfuncionais

e do marketing orientado para o valor.

4.7.4 Recrutamento de vendedores

Conforme Singuaw (2002, p. 410), o gerente de vendas deve contratar

vendedores com atributos como empatia, competitividade, orientação para metas,

para o atendimento ao cliente, entusiasmo, organização e automotivação. É

também muito importante que o novo candidato possua valores e metas que

combinem com os da empresa.

Para Churchill e Peter (2000, p. 520 - 1), o recrutamento de vendedores é

composto de quatro partes:

a) a empresa precisa decidir se irá atuar com representantes de vendas

autônomos ou com vendedores contratados: o quadro abaixo apresenta

diferenças entre os representantes autônomos e vendedores contratados;

63

Quadro 14 - Diferenças entre representantes e vendedores

Representantes Vendedores

Vendedores contratados que atuam

com contratos independentes e

recebem por comissões

Vendedores contratados com vínculos

empregatícios.

Cobertura de área bastante rápida,

sem o pesado desembolso para

manter uma força de vendas diretas

Cobertura de área bastante cara

Menos controle sobre o desempenho

de cada vendedor

Maior controle sobre a venda do seu

produto

Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2000, p. 520 - 1).

Este quadro mostrou as diferenças entre representantes e vendedores, suas

vantagens e desvantagens.

a) buscar candidatos: existem diversas maneiras de conseguir candidatos para

o cargo de vendas, como pedir sugestão a outros funcionários, contatar

agências de empregos, fixar anúncios em faculdades e universidades, que

sempre estão repletas de recém-formados entusiasmados e dispostos a

receber treinamento;

b) analisar o perfil do candidato: antes de se avaliar os candidatos a vaga, o

gerente de vendas deve delinear claramente o tipo de pessoa procurada,

para isso ele devera preparar uma análise do cargo e uma descrição deste,

para se criar um perfil do candidato a vendedor. Os autores reforçam que

um perfil de vendedor para uma região nem sempre é o mesmo para outra

região, principalmente perfis de vendedores para paises diferentes;

c) selecionar candidatos: as técnicas para se selecionar os candidatos são

análise de currículos ou formulários de inscrição, testes de personalidade ou

de aptidão ou entrevistas.

Kotler (1998, p. 604), sugere que um bom ponto de partida para se contratar

um representante é o de se fazer uma pesquisa junto aos clientes, procurando

descobrir que traços eles acham importante que um vendedor possua, o autor

também alerta que uma escolha errada em um vendedor/representante é um

prejuízo muito alto para a empresa, pois a mesma deverá realizar todo o processo

64

de recrutamento, seleção e treinamento novamente, e ainda assim terá mais as

vendas perdidas.

4.7.5 Remuneração da força de vendas

Moreira (2005, p. 275), propõe quatro tipos de recompensa ao vendedor, a

recompensa financeira direta que pode ser composta por salários, prêmios,

comissões e participações nos lucros da empresa; a financeira indireta que seria as

férias dos vendedores, gratificações, horas extras, 13º salários e benefícios sociais,

convênios, carro da empresa, celular, notebook entre outros e as remunerações que

seria o pagamento pelas tarefas ou serviços executados pelo profissional; e por

ultimo a recompensa não financeira que envolve questões motivacionais como

reconhecimento, auto estima, segurança no emprego e orgulho de pertencer a

organização.

Sob o mesmo ponto de vista, Kotler (1998, p. 603), destaca quatro

componentes: salário fixo, salário variável, pagamento de despesas e salário

indireto. O salário fixo é destinado a satisfazer as necessidades dos vendedores, o

variável tem por objetivo recompensar/estimular o esforço, o pagamento das

despesas permite ao vendedor enfrentar os custos envolvidos com as viagens,

custos como estadias e refeições, e o salário indireto como férias remuneradas,

seguro saúde, seguro de vida e de acidentes, o salário indireto se aplica a

vendedores contratados pela empresa e não a representantes.

Moreira (2005, p. 282 - 3) ainda apresenta algumas variações nas

remunerações dos vendedores /representantes:

a) totalmente variável: o vendedor/representante recebe comissão somente em

função do valor das vendas ou margem de contribuição realizada em um

período determinado, normalmente é utilizada quando a força de vendas é

composta por vendedores autônomos (representantes);

b) variável com ajuda de custo: inclui-se na remuneração uma parcela mensal,

que tem como objetivo amenizar os gastos realizados nas visitas,

geralmente utilizado quando se trabalha com vendedores autônomos;

c) fixo mais variável: o vendedor recebe um salário fixo abaixo do praticado no

mercado acrescido de uma comissão sobre as vendas, as principais

vantagens são que diminuem os custos fixos das vendas e possibilitam o

65

vendedor ter um salário acima da média, essa forma de pagamento é

normalmente utilizada por vendedores contratados;

d) fixo com atribuição de prêmios: leva a empresa a ter um custo de venda

mais alto, porem o fato de se premiar a vendedor ou a equipe de vendas por

metas alcançadas estimula os vendedores e possibilita a empresa a

aumentar o seu faturamento, consequentemente seus lucros;

e) fixo com participação no mercado: atribui-se ao vendedor o seu salário fixo

mais um percentual sobre o resultado financeiro da empresa, buscando do

vendedor comprometimento em todas as áreas da empresa, fazendo com

que haja maior integração entre os departamentos;

f) somente fixo: ocorre em empresas cujo produto tem um alto valor agregado

e o tempo de maturação do negócio é de médio a longo prazo.

Segundo Churchill e Peter (2000, p. 525), essas remunerações métodos de

remunerar um representante: fixa, variável (comissão) e as combinações das duas,

apresentam vantagens e desvantagens. O quadro abaixo apresenta algumas delas:

Quadro 15. Vantagens e desvantagens nos métodos de remuneração

Método de

Remuneração

Vantagens Desvantagens

Salário fixo ♦ Dá aos representantes

mais segurança

♦ Dá ao gerente de vendas

grande controle sobre os

representantes

♦ É fácil de administrar

♦ Gera despesas de

remuneração mais

previsíveis

♦ Não dá nenhum

incentivo

♦ Necessita de

supervisão mais

estreita sobre as

necessidades dos

representantes

♦ Durante o declínio das

vendas as despesas

continuam no mesmo

nível.

Comissões ♦ Propicia o máximo de

incentivo.

♦ Ao aumentar as taxas de

♦ Os representantes

desfrutam pouca

segurança financeira

66

comissões, os gerentes de

vendas encorajam os

vendedores a vender

produtos antes renegados

♦ As despesas de vendas

têm relação direta com os

recursos das vendas

♦ Os gerentes de venda

têm controle mínimo

sobre a força de

vendas

♦ Pode levar

fornecedores a terem

atendimento

inadequado a contas

menores

♦ Os custos de vendas

são menos previsíveis

Combinação

(salário +

comissão)

♦ Fornece certo nível de

segurança financeira

♦ Dá algum incentivo

♦ As despesas de vendas

flutuam com o retorno das

vendas

♦ Os gerentes de vendas

exercem algum controle

sobre as atividades extra-

venda

♦ As despesas de

vendas são menos

previsíveis

♦ Pode ser difícil de

administrar

Fonte: adaptado de Churchill e Peter (2000, p. 526).

67

5 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta o método de pesquisa utilizado neste trabalho.

5.1 Tipos de Estudos

Os métodos de pesquisa científica, segundo Roesch (1996, p.117), podem

ser elaborados sob um ponto de vista qualitativo ou quantitativo.

a) qualitativo: é apropriado para avaliação formativa, quando se trata de

melhorar a efetividade de um programa, ou até mesmo quanto é o caso de

proposição de planos;

b) quantitativo: é apropriado quando o propósito é medir relações entre

variáveis e avaliar resultados de um sistema ou projeto.

Já Vergara (1998, p. 44 - 5), propõe dois critérios básicos para dividir os tipos

de pesquisas: quanto aos fins e aos meios.

As pesquisas que possuem como critério básico os fins podem ser de caráter

exploratório, descritivo, explicativo, metodológico, aplicado e intervencionista. Já as

que possuem como critério básico os meios podem ser: pesquisas de campo, de

laboratório, telematizada, documental, bibliográfica, experimental, expost facto,

participante, pesquisa-ação e de estudo de caso.

Com o intuito de identificar os pontos fortes, as estratégias de promoção,

distribuição e de vendas da empresa foi utilizada a pesquisa qualitativa de caráter

exploratório que, segundo Vergara (1998, p. 45), utiliza-se onde há pouco

conhecimento acumulado e sistematizado, possuindo uma natureza de sondagem.

Já para identificar os atributos necessários de modo a ampliar a demanda dos

demais produtos e sugerir estratégias para a empresa não depender apenas dos

três produtos (responsáveis por mais da metade do faturamento da empresa) foi

68

utilizada a pesquisa quantitativa de caráter explicativa, pois, segundo Vergara (1998,

p. 45), uma investigação explicativa visa esclarecer fatores que, de alguma forma,

contribuem para a ocorrência de determinado fenômeno.

5.2 Área Alvo e Sujeito da Pesquisa

Para realizar as pesquisas de caráter qualitativo e quantitativo, a área alvo

deste estudo foi a empresa Adigel, e os sujeitos da pesquisa foram os sujeitos

envolvidos com as áreas administrativa e comercial da empresa e seus clientes:

a) Gerente de venda (1);

b) Diretores (2);

c) Clientes (138).

5.3 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada conforme o tipo de pesquisa aplicada.

5.3.1 Coleta de dados para pesquisa qualitativa

O meio utilizado para a coleta de dados foi a pesquisa de campo que,

segundo Vergara (1998, p. 52), é uma investigação empírica realizada no local onde

ocorre o fenômeno ou os elementos para explicá-lo.

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas,

baseadas na literatura consultada que, conforme Roesch (1996, p. 150), tem como

objetivo entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações

em contextos que não foram pesquisados anteriormente, a partir das suposições do

pesquisador.

As entrevistas foram aplicadas nos setores: interno e externo da empresa.

As entrevistas realizadas no interno (ver apêndice A e B) tiveram como

objetivo, colher, dos diretores contábil, financeiro e do gerente de vendas,

informações sobre as estratégias utilizadas em promoção, distribuição, vendas e os

pontos fortes e fracos da empresa. Essas entrevistas foram realizadas pelo autor

deste estudo através de um questionário de perguntas abertas.

69

As entrevistas realizadas no externo da empresa (ver apêndice C) tiveram

como objetivo, colher, dos clientes, informações sobre quais atributos eram

considerados importantes na hora da escolha de um fornecedor. Essas entrevistas

foram realizadas pelos representantes da empresa através de uma pergunta aberta

onde o cliente tinha a possibilidade de definir qualquer atributo que achasse

importante.

Também foi utilizada a pesquisa em documentos da empresa para identificar

estratégias de vendas e a agressividade de cada linha de produtos.

5.3.2 Coleta de dados para pesquisa quantitativa

Na pesquisa quantitativa o meio de coleta de dados utilizado foi a pesquisa de

campo.

Para coletar os dados da pesquisa quantitativa, aplicou-se, em uma parte dos

clientes da empresa (138), questionários que, de acordo com Roesch (1996, p. 134),

é uma ferramenta que busca mensurar algo, baseado em conceitos do problema e

do plano de pesquisa, além de informações advindas de pesquisas qualitativas.

As questões utilizadas neste questionário surgiram das respostas obtidas dos

clientes na pesquisa qualitativa e de informações importantes para ser possível

traçar o perfil do cliente da Adigel.

O questionário valeu-se de perguntas fechadas, as quais, segundo Roesch

(1996, p. 136), possuem um preenchimento mais fácil e uma análise mais rápida.

Este questionário foi aplicado pelos representantes da empresa quando os

mesmos visitavam seus clientes (ver apêndice D).

5.4 Análise de Dados

Na etapa da pesquisa qualitativa interna o método utilizado para se analisar

os dados foram as comparações das percepções dos entrevistados.

Na etapa da pesquisa qualitativa externa, o método utilizado para se analisar

os dados foi a análise de conteúdo que, conforme Roesch (1996, p. 157), “[...] busca

classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias de conteúdo”.

Já na pesquisa quantitativa o método utilizado foi a análise estatística que,

segundo Oppenheim apud Roesch (1996, p. 142), permite o cálculo de médias, a

70

computação de percentuais, o examine de dados para verificar se tem significância

estatística ou calcular se possuem alguma relação entre si. Em outras palavras, essa

técnica permite extrair ‘sentido dos dados’, ou seja, testar hipóteses e comparar

resultados para vários subgrupos.

O quadro abaixo demonstra os objetivos da pesquisa, assim como os tipos de

pesquisas utilizadas, os sujeitos de pesquisa, os métodos e a análise do conteúdo e

dos dados.

Quadro 16 - Análise de dados.

Objetivo da pesquisa Tipo de

pesquisa

Sujeitos de

pesquisa

Técnica de coleta

de dados

Análise

dos dados

Identificar a atual estrutura

de promoção e distribuição

da Adigel

Qualitativo Gerente de

vendas e

diretores

(financeiro e

contábil)

Entrevistas semi-

estruturadas

Comparação

das

percepções

dos

entrevistados

Identificar os pontos fortes e

fracos da Adigel

Qualitativo Gerente de

vendas e

diretores

(financeiro e

contábil)

Entrevistas semi-

estruturadas

Comparaçã

o das

percepções

dos

entrevistado

s

Identificar a atual estratégia

de vendas da Adigel

Qualitativo Gerente de

vendas

Entrevistas semi-

estruturadas e

pesquisas em

documentos da

empresa

Análise do

conteúdo e

documental

Identificar os atributos

necessários para ampliar a

demanda dos produtos

tradicionais para o varejo

Quantitativo Clientes Aplicação de um

questionário

Análise

estatística

Fonte: Autoria própria, 2007.

71

6 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

Em março de 2008, foi realizada uma pesquisa qualitativa, junto aos diretores

e ao gerente de vendas da empresa Adigel, a qual abordava as atuais estratégias de

promoção, distribuição e vendas da empresa, assim como seus pontos fortes e

fracos.

Neste capítulo, serão apresentados a empresa Adigel e os resultados desta

pesquisa.

6.1 A Empresa

A empresa Adigel é uma empresa familiar que foi fundada pelo casal Otacílio

Pacheco Torma e Noeli Schneider Torma, no ano de 1991, com sede na cidade de

Alvorada. A empresa iniciou suas atividades em um prédio com 60 m2 e apenas um

funcionário na temporada de entre-safra das conservas e dois na safra.

A empresa atua no ramo alimentício e seu mercado alvo são mercados de

pequeno, médio e grande porte, assim como atacadistas. Quando iniciou suas

atividades ela produzia apenas mostarda, pepino em conserva, cebola em conserva,

picles e azeitona. Com o passar do tempo, a empresa foi ampliando seu mix de

produtos, sua quantidade de clientes e contratando representantes comerciais.

No ano de 1995, ela já funcionava em um pavilhão de 350 m2 de área

produtiva, e mantinha o prédio antigo como depósito de matérias primas e produtos

acabados.

Em 1996, lançou o produto catchup que veio a ampliar a sua linha de

condimentos, iniciando aí a sua especialização em atendimento na linha

institucional, que seriam os produtos vendidos em embalagens grandes para serem

utilizados em lancherias e cozinhas industriais. Dois anos mais tarde, foi lançada a

72

linha de doces de frutas (Schimier) em quatro sabores: abóbora com coco, banana,

batata doce e goiaba.

Em 1999, a empresa construiu uma nova fábrica no local onde ela havia

iniciado as suas atividades; um prédio novo com área de produção equivalente a

600 m2, transformando a sua antiga fabrica em depósito.

Até o ano de 2001, a empresa estava localizada em uma área residencial. A

compra de terrenos para a sua expansão sempre era muito complicada; existiam

moradores que já moravam há mais de dez anos naquele endereço, e, quando

surgia uma oportunidade de compra de um terreno para a indústria, o preço sempre

ultrapassava muito o seu valor de mercado. Isso dificultava o seu crescimento até

que o prefeito de Harmonia, o Sr. Carlos Fink convidou a empresa para instalar uma

filial no município. Na proposta estava inclusa uma área equivalente a 1,5 hectar

com toda a infra-estrutura do distrito industrial que estava sendo construída.

Nessa proposta existiam duas grandes vantagens para a Adigel: havia

bastante espaço para poder crescer sem ter de investir em terras, e a sua

localização ficava próximo de alguns importantes fornecedores.

A instalação de sua filial neste município possibilitou a compra de matérias

primas junto aos fornecedores da região de forma exclusiva. Dois anos após a sua

instalação, a empresa lançou o produto ‘doce de leite’, que vem a ser um dos

principais produtos no seu faturamento.

Atualmente, a empresa está com duas fábricas e um Centro de Distribuição

(doravante CD); uma fábrica e o CD em Alvorada, e sua filial em Harmonia, os quais

distam 5 km e 70 km de Porto Alegre, respectivamente. Os três prédios totalizam

mais de dois mil m2.

Atualmente, a Adigel conta com 36 funcionários diretos, e ela possui uma

frota de três caminhões para realizar as entregas de seus pedidos mais próximos, e

as demais são feitas por transportadoras que trabalham em parceria com a empresa.

A empresa produz e comercializa, para o mercado em geral, 22 produtos com

marcas próprias, e 48 marcas de terceiros, comercializados exclusivamente para

eles. O quadro abaixo apresenta a linha de produtos que a empresa produz com

suas respectivas marcas e pesos.

73

Quadro 17 - Linha de Produtos

Produto Marca Pesos

Pepino em conserva Adigel 100gr. / 300gr. / 1,8kg.

Cebola em conserva Adigel 300gr. / 1,8kg

Picles em conserva Adigel 100gr. / 300gr.

Ovos de codorna em conserva Adigel 300gr. / 1,8kg.

Azeitonas Adigel 100gr. / 200gr. / 330gr /

2kg

Cogumelo (Champignon) Adigel 100 gr. / 200gr. / 2kg.

Cereja em calda Adigel 120gr.

Abóbora em calda Adigel 350gr.

Figo em calda Adigel 350gr

Temperos completos (Com pimenta, sem

pimenta, para aves e alho e sal).

Adigel 250gr. / 1,8kg.

Molho de alho Adigel 140ml. / 850 ml.

Molho de pimenta Adigel 140ml. / 900ml.

Frutas secas (Passas de uva, ameixa seca e

frutas cristalizadas).

Adigel 200gr. / 5kg

Doce de fruta (Abóbora com coco, banana, figo,

goiaba, maçã, tutti-fruti, uva, figo e batata doce).

Adigel 350gr. / 400gr. / 2kg. /

4,6kg.

Doce de leite Adigel 350gr. / 2kg. / 4kg.

Doce de leite com chocolate Adigel 350gr. / 4kg.

Doce com leite em pasta Sheylita 400gr. / 4,8kg. / 9,8kg

Doce com leite e chocolate em pasta Sheylita 400gr. / 4,8kg. / 9,8kg

Catchup Adigel 200gr. / 400gr./ 1kg. /

3kg.

Mostarda Adigel 200gr. / 400gr./ 1kg. /

3kg.

Catchup Ketdog 200gr. / 1kg. / 3kg.

Mostarda Mostardog 200gr. / 1kg. / 3kg.

Fonte: Adigel, 2007.

A Adigel trabalha com quatro marcas com funções diferenciadas. A marca

Adigel tem o compromisso de oferecer um produto de alta qualidade; já as marcas

74

Ketdog, Mostardog e Sheylita são marcas cujos produtos são focados para

mercados de combate, onde os clientes procuram produtos com preço baixo.

A missão da Adigel é: “Trabalhamos para superar as expectativas de nossos

clientes, fornecendo produtos de qualidade e bom gosto, a um preço acessível,

obtendo lucratividade adequada para a manutenção de nosso crescimento a longo

prazo e atendendo nossos compromissos com fornecedores e colaboradores.”

São valores da empresa:

a) comprometimento com clientes e fornecedores;

b) transparência;

c) foco no crescimento;

d) ética.

A administração da empresa é familiar, e o seu conselho administrativo é

composto pelos fundadores e seus filhos. A empresa possui o seguinte

organograma:

Figura 6 - Organograma da Adigel Fonte: Adigel 2008.

A empresa tem como seus principais clientes: a L.T. Distribuidora para quem

produz mostarda e catchup com marca própria, Letícia; a Nibia Lílian para quem

produzi mostarda, catchup e doce com leite com a marca do cliente para exportação;

o supermercado Baklise; Lowçucar para quem produz mostarda e catchup light e

outros clientes. A empresa está atuando no estado do Rio Grande do Sul, nas

75

regiões do litoral, da fronteira, da serra e metropolitana, e possui também um

representante na região do nordeste.

Nos ramos em que a Adigel atua existem diversos concorrentes locais e

regionais. Estes geralmente são pequenas empresas que focam seu atendimento na

região em que estão localizadas, porém também há concorrentes que atendem todo

ou quase todo o Brasil. Entre os seus principais concorrentes na linha de doces

cremosos e de leite destacam-se: Mu-Mu, Doces Bom Princípio, Áurea, Ritter,

Néctar, Piá entre outros; na linha de conservas seus principais concorrentes são a

Oderich, Conservas Coblens, Villena, e muitos concorrentes locais; já a linha dos

condimentos é caracterizada por apresentar grandes empresas como concorrentes

como, por exemplo, a Calcutá (Bebidas Wilson), Terra Boa, Lorenz, Oderich e

Áurea.

6.2 A Atual Estrutura de Promoção e Distribuição

Nesta seção, será apresentada a atual estrutura de promoção e distribuição

dos produtos da empresa.

6.2.1 Estrutura de distribuição

O quadro abaixo apresenta as respostas dos diretores, quando questionados

sobre os canais de distribuição da empresa: direto, indireto ou ambos.

Quadro 18 – Canais de distribuição da Adigel

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Distribuição indireta e

direta

Distribuição indireta e

direta

Distribuição indireta

Fonte: Coleta de dados, 2008.

O quadro acima mostra que a Adigel utiliza os dois canais de distribuição.

Segundo o gerente de vendas, o canal indireto é o principal canal de distribuição

porque ele representa um custo menor que o direto. Já o diretor financeiro destaca

que os clientes do canal direto são pessoas que vão à empresa para comprarem

76

produtos para festas ou seu próprio consumo, nisto o diretor contábil concorda, mas

lembra que neste canal o volume de vendas é muito pequeno.

No próximo quadro, serão apresentadas as respostas dos entrevistados,

quando questionados sobre o número de níveis existentes no canal de distribuição

indireta.

Quadro 19 – Níveis de distribuição da Adigel

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Zero, um e dois níveis Zero, um e dois níveis Um e dois níveis

Fonte: Coleta de dados, 2008

Sobre a quantidade de níveis no canal de distribuição fica claro que a

empresa atua com nível zero, um e dois níveis, e que, conforme o diretor financeiro,

normalmente utiliza-se o canal de dois níveis, Porém, o gerente de vendas discorda

deste ponto de vista e afirma que o maior volume das vendas está sendo negociado

junto aos varejistas, sendo assim, uma distribuição indireta de um nível.

O quadro abaixo apresenta as respostas, quando questionados sobre a

razão de atuar no canal de distribuição direta.

Quadro 20 – Porque utilizar o canal de distribuição direta

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Atender às necessidades

dos consumidores

Rentabilidade Rentabilidade

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Conforme o diretor financeiro, a atuação no canal de vendas direto visa a

atender consumidores que não encontram os produtos da empresa nos varejos, ou

porque acreditam existir um varejo junto à fábrica; para o diretor contábil a empresa

atua no canal de vendas diretas para aumentar a rentabilidade de seus negócios;

em contra partida, o gerente de vendas acredita que, apenas em alguns casos, a

venda direta ao consumidor é rentável. Pode-se inferir que existem divergências de

opinião quanto às vantagens de a empresa atuar neste canal, mais precisamente,

sobre os seus graus de rentabilidade.

77

No próximo quadro os diretores e o gerente respondem sobre o tipo de

especialização que os distribuidores precisam ter para distribuírem os produtos da

Adigel.

Quadro 21 – Especialização dos distribuidores

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Atuar com alimentos Nenhuma Nenhuma

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Quando questionados sobre a existência de alguma especialização para os

distribuidores, os diretores e o gerente concordam que, apesar de existirem

empresas especializadas para atender determinado foco, isso não é uma

necessidade. Nesse sentido, o diretor financeiro alerta para a necessidade de se

observar que os distribuidores estejam atuando no ramo alimentício.

Quando questionados sobre a existência de algum distribuidor exclusivo, os

diretores responderam:

Quadro 22 – Existência de algum distribuidor exclusivo

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Não Não Não

Fonte: Coleta de dados, 2008.

O quadro acima demonstra que não existe um distribuidor exclusivo para

empresa. E, na entrevista, o diretor financeiro revela a sua preocupação com a

saúde financeira de seus clientes, alegando que é muito melhor para o distribuidor

trabalhar na distribuição dos produtos de várias empresas para assim dividir os

custos de distribuição.

O quadro abaixo apresenta os tipos de atacadistas que compram da Adigel: o

atacadista que compra o produto e o revende e/ou aquele que negocia a venda em

nome do cliente.

Quadro 23 – Atacadistas

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Compram para

revendê-lo

Compram para

revendê-lo

Compram para

revendê-lo

Fonte: coleta de dados, 2008.

78

Em relação aos atacadistas vale destacar que a empresa trabalha apenas

com os que compram o produto e depois o revendem para os seus clientes.

Os diretores e o gerente foram questionados sobre se os atacadistas clientes

da Adigel prestam serviço completo para o seu cliente, ou se eles apenas exercem

algumas funções de distribuição. O quadro abaixo apresenta as suas resposta.

Quadro 24 – Atacadistas: serviço completo ou funções limitadas

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Serviço completo Serviço completo Serviço completo

Fonte: Coleta de dados, 2008.

O quadro acima mostra que, na visão dos diretores financeiro e contábil, os

atacadistas que compram da empresa prestam serviço completo ao seu cliente; já o

gerente de vendas informa que a grande maioria dos atacados que compra da

empresa presta um serviço completo, mas que também existem alguns que prestam

apenas algumas funções da distribuição.

O próximo quadro apresenta as respostas dos diretores e do gerente de

vendas, quando perguntados se os varejistas, que trabalham com os produtos da

Adigel, possuem uma loja: especializada, de consumo em massa, conveniência ou

por não existir loja.

Quadro 25 – Varejo: tipos de loja

Diretor Financeiro Diretor Contábil Gerente de vendas

Consumo em massa Consumo em massa Consumo em massa

Fonte: Coleta de dados, 2008.

No quadro acima o diretor financeiro afirma que a empresa vende

principalmente para o varejo com lojas de consumo em massa, o gerente de vendas

e o diretor contábil concordam, porém, o gerente de vendas acrescenta que podem

existir produtos da Adigel em lojas de conveniência que tenham sido vendidos por

atacadistas. O diretor contábil lembra que não existem lojas especializadas na

revenda dos tipos de produtos que a empresa Adigel produz e comercializa, isto é,

conservas, doces, condimentos, molhos, temperos e frutas secas.

Levando em conta que os produtos da empresa são vendidos, atualmente,

em varejo com lojas, surge a dúvida sobre a possibilidade de vendê-los num varejo

79

sem loja como em máquinas, ou através de um marketing direto. Em caso positivo,

quais modificações devem ser feitas? O próximo quadro apresenta os pontos de

vista dos diretores e o do gerente de vendas sobre esta questão.

Quadro 26 – Comercialização em varejo sem lojas

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Não seria possível Não seria possível Dificilmente se adaptaria

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Sobre a comercialização dos produtos da Adigel em varejos sem loja,

máquinas e telemarketing, o diretor financeiro acredita não ser possível devido à

fragilidade das embalagens e devido ao fato de os produtos terem um valor baixo

para comercialização por marketing direto. O diretor contábil concorda no que tange

a venda por máquinas e acredita que não existe tecnologia para trabalhar com o tipo

de embalagens utilizado pela empresa, porém, em relação à venda por marketing

direto, acredita ser possível efetuar vendas pelo site da própria empresa. Já o

gerente de vendas acredita que o produto não possui características que motivem o

cliente a comprar em uma máquina ou por marketing direto, pois a sua

comercialização sempre constitui um complemento de uma outra venda, o que não

empolgaria o cliente a comprá-lo.

O quadro abaixo apresenta as respostas dos entrevistados quando

perguntados sobre a existência de redes de varejo no mercado, no qual a empresa

Adigel está inserida, e como a empresa está atuando junto a essas redes.

Quadro 27 – Como a Adigel atua nas redes de varejo?

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Oferecendo vantagens

aos associados

Falta de um

relacionamento mais

estreito

Negócios

esporádicos

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Conforme afirma Kotler (1998, p. 497), o quadro acima mostra que existe uma

terceira forma de varejo que está em plena expansão: as organizações de varejo. No

mercado de atuação da Adigel não é diferente. Estas organizações já existem,

principalmente, as cooperativas como, por exemplo, a rede Unisuper que, segundo o

80

gerente de vendas e o diretor financeiro, constitui a maior cooperativa para quem a

Adigel produz com a marca Unisuper.

Quando questionados sobre como a empresa está atuando junto a estas

cooperativas, todos afirmam que a empresa cria facilidades de negociação, preços

diferenciados, encartes e até mesmo a possibilidade de fabricação de produtos com

marca do cliente. Porém, apesar destas vantagens, acaba fazendo negócios

esporádicos com estes clientes e sem criar um relacionamento mais estreito.

6.2.2 Estrutura de promoção

Quando questionados sobre o tipo de promoção que a empresa utiliza, os

diretores e o gerente de vendas responderam:

Quadro 28 – Tipos de promoções utilizadas pela Adigel

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Venda pessoal,

propaganda e promoção

de vendas

Venda pessoal e

promoção de vendas

Promoção de vendas,

publicidade e venda

pessoal

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Conforme demonstra o quadro acima, os diretores compartilham o mesmo

ponto de vista: o gerente de vendas concorda sobre a promoção de vendas e a

venda pessoal, mas lembra que já foi feito publicidade sobre a instalação de sua filial

no município de Harmonia; já o diretor financeiro lembra que já fizeram propaganda

em rádio há bastante tempo atrás.

Pode-se perceber que a empresa investe pouco dinheiro em promoção, a

venda pessoal é feita pelo vendedor, as promoções de vendas são feitas com

amostras e descontos para compras maiores ou lugares extras nos pontos de

revenda. A propaganda mais utilizada é a de “boca a boca” e a publicidade é

gratuita através de jornais locais.

Quando questionados sobre quais veículos (mídias) a empresa utiliza em

suas promoções, os diretores e o gerente de vendas responderam:

81

Quadro 29 – Veículos utilizados nas promoções

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Rádio, jornal e encartes Vendedores Jornal

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação à mídia utilizada pela empresa existe uma discordância nas

respostas: o diretor financeiro destaca que já foram feitas algumas propagandas em

uma estação de rádio, e nas publicidades os veículos utilizados foram o jornal e os

encartes para as promoções. O gerente de vendas concorda sobre o jornal, mas não

destaca nenhuma outra mídia. E, finalmente, o diretor contábil destaca como veículo

de promoção os vendedores que fazem a venda pessoal junto aos clientes.

A empresa quase não realiza propaganda, mas os diretores e o gerente foram

questionados sobre se a empresa acreditava ser melhor negócio investir em

propaganda de categoria, de marca, ou institucional (ROCHA; CHRISTENSEN,

1999, p. 175). Conforme vimos anteriormente, estes autores diferenciam entre as

propagandas de demanda primária (desenvolve a categoria do produto), as de

demanda seletiva (desenvolve a marca do produto) e as propagandas institucionais

que visam passar para o consumidor uma imagem positiva sobre a empresa. No

próximo quadro, estão relacionadas às suas respostas.

Quadro 30 – Propagandas de: categoria, marca ou institucional

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Categoria e marca Marca Marca

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Os diretores e o gerente de vendas concordam que o melhor para a empresa

é investir em propaganda de categoria e de marca do que em propaganda

institucional, principalmente, de marca porque, além de o produto já ser conhecido

pelos consumidores, este tipo de propaganda fortalece a sua marca no mercado.

O próximo quadro apresenta as respostas quando questionados sobre a

existência ou não de algum controle do retorno das propagandas.

82

Quadro 31 – Controle sobre o retorno das propagandas

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Não Não Pedidos

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Sobre o controle do investimento em propagandas, tanto o diretor financeiro

quanto o contábil afirmam não ter nenhum controle; já o gerente de vendas afirma

que este é medido pelo retorno de pedidos, pois está diretamente ligado ao tipo de

promoção que a empresa faz: promoção de vendas e a venda pessoal.

Quando a empresa faz as promoções de vendas; elas são feitas para o canal

de distribuição ou para o consumidor? O próximo quadro apresenta as respostas dos

diretores e do gerente de vendas

Quadro 32 – Promoções de vendas: canal de distribuição ou consumidor

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Canal Canal Canal

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Quanto à promoção de vendas, ela é feita somente para o canal de

distribuição, a empresa negocia vantagens como promoções, cartazes, pontas de

gôndolas, aumento de espaços, encartes e outros.

6.3 Pontos Fortes e Fracos da Adigel

Para analisar os pontos fortes e fracos da empresa foi considerado o

ambiente interno da empresa. O quadro abaixo apresenta as respostas dos diretores

e do gerente de vendas, em relação a esse ambiente.

Quadro 33 – Ambiente interno: pontos fortes

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Atendimento ao cliente

Entregas

Linha de produtos com

qualidade

Ambiente familiar

Relacionamento entre os

funcionários e a

administração

Localização

Custo

Tradição

Estrutura

83

Estrutura da empresa Linha de produtos

Colaboradores

Credibilidade

Fonte: Coleta de dados, 2008.

No quadro acima observa-se que o diretor financeiro e o gerente de vendas

concordam que a empresa possui uma ampla linha de produtos, e que este fator

constitui um ponto forte da empresa. Todos destacam que isto é muito importante,

apesar do fato de mais da metade do faturamento da empresa provir de três

produtos (mostarda, catchup e doce com leite), como já foi mencionado

anteriormente.

Quando questionados sobre os pontos fracos no ambiente interno, eles

responderam o seguinte:

Quadro 34 – Ambiente interno: pontos fracos

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Capital de giro Família

Capital de giro

Custo

Recursos financeiros

Falta de alguns itens

Representantes

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação aos pontos fracos do ambiente interno, todos concordam que há

uma necessidade de aumento do capital de giro, pois a empresa ainda está pagando

um financiamento referente à construção de sua filial em Harmonia, cujo término

está previsto para agosto de 2008.

Além disso, vale destacar que o diretor contábil aponta como ponto forte e

também como ponto fraco, o fato de a família toda trabalhar na empresa. Por um

lado, isso, às vezes, ocasiona problemas que tomam proporções muito maiores do

que deveriam e, por outro lado, há uma dedicação muito maior por parte de todos os

funcionários porque eles, simultaneamente, são proprietários.

O gerente de vendas também nomeou o custo como ponto forte e fraco: forte

porque os produtos de alto giro representam um custo baixo, porém, outros produtos

de baixo giro, por falta de uma linha de produção contínua, acarretam custos muito

84

elevados. Em relação aos representantes vale destacar que a empresa possui

alguns que trabalham com pouca dedicação e, além disso, possui algumas áreas

sem representantes.

Após serem feitas as análises sobre os pontos fortes e fracos do ambiente

interno, perguntou-se sobre o ambiente externo. O quadro abaixo apresenta as

respostas dos diretores e do gerente de vendas e revela a sua percepção sobre as

possibilidades de crescimento no mercado.

Quadro 35 – Ambiente externo: oportunidade de mercado

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Licitações Indústrias de transformação

Licitações

Atuar em licitações

Fortalecer parcerias com

novos clientes

Aumentar a

comercialização dos

doces de leite

Fonte: Coleta de dados, 2008.

A mais destacada oportunidade de mercado vislumbrada pelos diretores e

pelo gerente é a atuação em licitações. Até o momento, a empresa atua em

licitações através de clientes que compram para revenderem, a partir de abril de

2008 uma empresa terceirizada atuará focada neste processo. O gerente e o diretor

contábil também destacaram o crescimento na linha doce de leite através do

fornecimento para indústrias de transformação.

Também sobre o ambiente externo foi questionado sobre as ameaças do

mercado, cujas respostas estão no próximo quadro.

Quadro 36 – Ambiente externo: ameaças de mercado

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Legislação Novo concorrente Legislação

Novo concorrente

Fonte: Coleta de dados, 2008.

85

Para o diretor financeiro e o gerente de vendas, a legislação que proíbe as

lancherias de utilizarem embalagens institucionais de maionese, mostarda e

catchup, constitui uma grande ameaça, pois atinge um dos principais produtos

comercializados pela empresa. O diretor contábil e o gerente de vendas também

destacam a entrada de novos concorrentes, o gerente de vendas nomeia o atual

concorrente Dusul do Paraná, que possui uma linha muito semelhante a da Adigel.

Em relação ao questionamento sobre o que a empresa está fazendo para

anular estas ameaças, os entrevistados responderam:

Quadro 37 – O que a empresa esta fazendo para anular as ameaças de mercado?

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Satisfação do

cliente

Relacionamento com o cliente

Entrega

Atendimento

Diversificação das linhas

de produtos

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação à atuação da empresa para anular as ameaças visualizadas, os

diretores e o gerente responderam que estão investindo na diversificação da linha de

produtos para compensar eventuais perdas, bem como no relacionamento com os

clientes, oferecendo-lhes condições especiais de pagamento.

Partindo do estudo de Kotler (1998, p. 88), perguntou-se aos diretores e ao

gerente se eles classificam o negócio da Adigel como ideal, especulativo, maduro ou

arriscado? As suas respostas estão descritas no quadro abaixo:

Quadro 38 – O negócio da Adigel é ideal, especulativo, maduro ou arriscado?

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Ideal Maduro Ideal

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação à classificação do negócio da Adigel, a opinião do diretor contábil

diverge da do diretor financeiro e do gerente de vendas. Ambos acreditam que o

negócio da Adigel constitui um negócio ideal por possuir muitas oportunidades e

poucas ameaças, e, além disso, o diretor financeiro destaca que, quando se trabalha

com alimentos, existem altas oportunidades. Porém, o diretor contábil já acredita que

86

o negócio da empresa é um negócio maduro por possuir poucas oportunidades e

ameaças.

Quando questionados sobre a combinação entre os pontos fortes com as

oportunidades de mercado, os diretores e o gerente de vendas responderam:

Quadro 39 – Combinar oportunidades de mercado com pontos fortes

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Sim Sim Sim

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação à pergunta se a empresa tenta combinar os seus pontos fortes

com as oportunidades de mercado, os diretores e o gerente de venda ressaltaram a

que tentam combinar as oportunidades de mercado com os pontos fortes da

empresa, destacando o atendimento, a pontualidade e a qualidade das entregas,

buscando sempre o fortalecimento das parcerias.

O próximo quadro apresenta as respostas sobre o posicionamento da

empresa em relação à possibilidade de ocorrências de ameaças e oportunidades.

Quadro 40 – Possibilidade de ocorrência de ameaças e oportunidades

Diretor financeiro Diretor contábil Gerente de vendas

Não Sim Sim

Fonte: Coleta de dados, 2008.

O quadro mostra que os diretores e o gerente de vendas não possuem uma

opinião única. Ambos acreditam que a ameaça (legislação) existe uma pequena

possibilidade de se tornar realidade, porem a ameaça (novo concorrente) destacada

pelo diretor contábil e pelo gerente de vendas é uma ameaça que já existe e vai

piorar.

Quanto as oportunidades de mercados, ambos estão prevendo o

acontecimento destas.

6.4 A Atual Estratégia de Vendas da Adigel

Para estudar a atual estratégia de vendas da Adigel foi realizada uma

entrevista com o gerente de vendas (ver apêndice B) e uma análise dos documentos

87

da empresa. Os dados obtidos através desses procedimentos permitem concluir

que:

a) a empresa não calcula o potencial do seu mercado;

b) não existe um número definido de representantes almejados pela; o que

baliza a quantidade de representantes é a capacidade atual de produzir

mais produtos e a necessidade de a empresa colocar um representante em

determinada área, ainda não atendida;

c) a estrutura de vendas da empresa é composta por um gerente de vendas e

os representantes que, de acordo com Moreira (2005, p. 213 - 14), é

classificada como sendo uma estrutura de dois níveis;

d) a empresa divide as áreas de vendas por território, e acredita que não seria

o momento de focar a área de vendas por produto, no mercado das

indústrias de transformação, porque as suas vendas ainda não são

suficientemente expressivas para este mercado. Sendo assim, focar as

vendas por produto, aumentaria o custo de visita para o representante e o

custo de entrega para a empresa;

e) os representantes são selecionados pelo próprio gerente de vendas, e, no

momento da seleção, é dado preferência aos representantes que já atuam

na região pretendida e que possuem uma empresa registrada, bens de

comunicação e transporte, conhecimento no mercado de alimentos e, por

último, é feito uma análise das atuais empresas que ele representa;

f) a empresa atua com representantes, pois considera que, em relação ao

custo, um representante custa mais barato se comparado a um vendedor,

pois ele representa mais de uma empresa, o que divide os custos de visitas

que, geralmente, estão divididos entre quatro a cinco empresas, porém,

neste caso, o gerente de vendas deve cuidar para que as empresas não

sejam concorrentes;

g) a remuneração paga aos representantes é a comissão; as vantagens que a

empresa vê nesta forma de remuneração é que o próprio representante luta

por bons resultados, pois é ele mesmo quem faz o seu salário, e para a

empresa o custo do representante fica fácil de calcular por ser sempre

igual;

h) o meio que a empresa utiliza para motivar os seus representantes são as

promoções, pois como eles são comissionados as promoções são um

88

impulso para as suas vendas, o qual pode representar um aumento de sua

comissão.

6.4.1 Estratégias de vendas dos produtos

O que ajudou bastante a empresa a crescer durante estes anos são as suas

estratégias de vendas de produtos. Segundo o seu gerente de vendas, a empresa

consegue atingir diversos tipos de públicos, pois atua com mais de uma marca,

sendo que cada uma possui um público alvo.

Na área de condimentos (mostarda e catchup), a empresa atua com duas

marcas: Adigel e a Dog (Ketdog e Mostardog). Cada uma atende a um determinado

público, o catchup e a mostarda Adigel são produtos fabricados para serem

vendidos em prateleiras de supermercado, onde o comprador, em geral, é o

consumidor desses produtos, o qual exige primeiramente qualidade e depois preço.

Já o Ketdog e a Mostardog são produtos focados na venda para distribuidores e

atacadistas, que trabalham com a linha institucional. Geralmente, os compradores

desses produtos não são os seus consumidores, o que faz com que eles busquem

primeiramente um preço competitivo e depois qualidade.

Outra linha de produtos da empresa com mais de uma marca é a dos doces

de leite sob as marcas Adigel e Sheylita. Ambas as marcas focam a prateleira de

supermercados, porém a marca Sheylita também vende muito para distribuidores e

atacadistas. O que diferencia esses produtos é a sua qualidade: o doce Adigel é um

autêntico doce de leite e, para tanto, possui o seu valor de comercialização; já o

doce Sheylita é um produto similar ao doce de leite, cuja composição contêm outros

componentes que o impedem de ser chamado como tal, mas sim, como doce com

leite.

Na linha de conservas, a empresa atua apenas com uma marca, focando os

produtos que mais vendem, como pepino, cebola, picles, azeitonas e champignon.

Nestes produtos a empresa procura trabalhar com um alto nível de qualidade e um

preço próximo ao de seus concorrentes.

A linha de doces de fruta, antes do lançamento do doce de leite, tinha como

estratégia concorrer por preço e vender em distribuidores e atacadistas. Esta linha

de produtos é vendida, principalmente, em dois tamanhos: 350g e 400g. Como a

grande parte da venda desta linha era para distribuidores e atacadistas que

89

requerem excelentes preços, ocorria que a venda era focada em embalagens

pequenas (350g), e com um padrão de qualidade que favorecesse uma a sua

comercialização por preços menores. Após o lançamento do doce de leite Adigel, e

implementado a estratégia de atuar com as duas marcas, o doce de fruta Adigel foi

sofrendo alterações na sua composição, preço e embalagens.

Atualmente, os doces de frutas são vendidos, em sua grande maioria, para

supermercadistas, em embalagens de 400g e com um foco em qualidade.

Na linha de temperos e molhos, a empresa entrou há pouco tempo com

apenas uma marca com qualidade e preço justo, e não tem interesse de incluir outra.

A linha de frutas secas a empresa incluiu em sua tabela, porém essa linha

vende, praticamente, só no final de ano; nas demais épocas a sua venda é quase

inexistente, porém a sua rentabilidade é bastante significativa.

6.4.2 Venda dos produtos

Os produtos da empresa Adigel se dividem em seis linhas:

a) conservas: pepinos, cebolas, picles, azeitonas, cogumelos e ovos de

codorna;

b) doces: doce de fruta, doce de leite, doce com leite e doce em caldas;

c) condimentos: duas marcas de mostarda e de catchup;

d) molhos: molho de alho e pimenta;

e) frutas secas: frutas cristalizadas, passas de uva e ameixa seca;

f) temperos: temperos com pimenta, sem pimenta e para aves.

Através da análise dos relatórios de vendas dos meses de janeiro a junho de

2007, pode-se constatar que as vendas da empresa estão divididas conforme a

figura abaixo.

90

Figura 07 – Vendas por linhas Fonte: Adigel, 2007.

A figura acima mostra a distribuição do total de vendas da Adigel, durante os

primeiros seis meses de 2007. A linha de doces contribuiu com 36,07%; a linha de

condimentos com 35,06%, a linha de conservas com 24,63%, a linha de molhos com

2,03%, a linha de temperos com 1,45% e a de frutas secas com 0,76%.

A figura abaixo mostra a divisão por produtos da linha de doces, que é

responsável por 36,07% do faturamento da empresa:

Figura 08 – Vendas por produtos: linha de doces Fonte: Adigel, 2007

Essa figura apresenta a distribuição de vendas na linha de doces: 71,45% de

doces com leite (Sheylita), 18,93% de doces de frutas, 5,40% de doces em caldas e

4,22% de doces de leite (Adigel).

A segunda linha de produtos da empresa que mais vende é a dos

condimentos, responsável por 35,06% do faturamento da empresa, cuja divisão está

representada abaixo.

24,63%

36,07%

35,06%2,03%

0,76%

1,45%Conservas

Doces

Condimentos

Molhos

Frutas Secas

Temperos

18,93%

71,45%

5,40%

4,22%

Doces de Fruta

Doce com Leite

Doce em Calda

Doce de Leite

91

Figura 09 - Venda por produtos: linha de condimentos Fonte: Adigel, 2007.

Nesta figura observa-se que na linha de condimentos existe uma grande

diferença entre as marcas Ketdog e Mostardog (73,33%) e os produtos catchup e

mostarda da marca Adigel(26,67%).

A terceira linha que mais vende é a linha de conservas, responsável por

24,63% do faturamento da empresa, e que tem o seu ápice de vendas entre

novembro e fevereiro. Na próxima figura estão apresentadas as vendas por produtos

desta linha.

Figura 10 - Vendas por produtos: linha de conservas Fonte: Adigel, 2007.

A figura acima apresenta a distribuição de vendas da linha de conservas, cujo

principal produto é o pepino em conserva, responsável por 61,55% do faturamento

dessa linha. O segundo produto mais vendido é o cogumelo com 9,74% de todos os

produtos dessa linha e ele possui o maior valor por caixa. O terceiro são os ovos de

codornas com 9,22% e eles possuem o segundo maior valor por caixa. O quarto são

as azeitonas com 7,87%, o quinto a cebola com 7,07% e o sexto produto são os

picles com 4,55%.

18,28%

8,39%

50,02%

23,31%

Catchup Adigel

Mostarda Adigel

Ketdog

Mostardog

61,55%

7,07%

4,55%

7,87%

9,74%

9,22%

Pepino

Cebola

Picles

Azeitona

Cogumelo

Ovos de Codornas

92

A linha dos molhos é responsável por 2,03% do faturamento total da empresa.

A próxima figura apresenta a distribuição da venda dessa linha por produto.

Figura 11 – Vendas por produto: linha de molhos Fonte: Adigel, 2007.

A linha de molhos é composta por apenas dois itens: o molho de alho que é

responsável por 69,41% e o molho de pimenta que contribui com 30,59% do

faturamento dessa linha de produtos.

A linha de temperos completos constitui a linha com menor valor agregado da

empresa e é responsável por apenas 1,45% do faturamento da Adigel. Esta linha é

composta por temperos em embalagens de 250g e 1,8kg nos sabores com e sem

pimenta e para aves. A distribuição de vendas nesta linha está apresentada na

figura abaixo.

Figura 12 – Venda por produtos: linha de temperos Fonte: Adigel, 2007.

A figura acima mostra a distribuição de vendas na linha de temperos: 42,19%

das vendas são temperos com pimenta, 35,42% são temperos sem pimenta e

22,39% são tempero para aves.

69,41%

30,59%

Molho de Alho

Molho de pimenta

42,19%

35,42%

22,39%

Tempero com Pimenta

Tempero sem Pimenta

Tempero para Aves

93

De todas as linhas de produtos da Adigel, esta é a que possui a maior

regularidade de vendas entre os seus produtos e também é a linha cujos preços são

iguais para todos os produtos.

A linha de frutas secas possui uma particularidade em relação à época de sua

comercialização: estes produtos são vendidos, em sua grande maioria, na época de

final de ano, porque eles são utilizados na fabricação de panetones, arroz a grega,

entre outros produtos característicos da época. A figura abaixo apresenta a

distribuição de vendas desta linha.

Figura 13 – Venda por produtos: linha de frutas secas Fonte: Adigel, 2007.

Conforme a figura acima, a linha de frutas secas, responsável por 0,76% do

faturamento total da empresa (ver o gráfico 1), distribuído da seguinte forma: 82,31%

da sua venda em dois itens (passas de uvas (41,25%) e ameixas secas (41,06%)) e

17,69% em frutas cristalizadas.

6.5 Os Atributos da Demanda

Nesta seção serão apresentadas as respostas obtidas das duas pesquisas

realizadas: qualitativa e quantitativa.

6.5.1 Etapa Qualitativa

No mês de abril de 2008, realizou-se uma pesquisa com 12 clientes da

empresa que foram perguntados: Quais os principais atributos que o produto deverá

ter para você comprá-lo? As respostas dos clientes foram classificadas em seis

grupos: qualidade, preço, embalagem, área comercial ativa, logística, aceitação pelo

consumidor. Em relação à área comercial ativa, os clientes destacaram que é

importante o representante prestar um bom atendimento e que a empresa deve

17,69%

41,06%

41,25% Frutas Cristalizadas

Passas de Uva

Ameixa seca

94

possuir um pós-venda que funcione e manter parcerias com clientes, além de

promover promoções para aumentar a venda dos produtos.

Ao se referirem-se à embalagem, os clientes destacaram que a apresentação

deve ter um visual “interessante e atraente” aos olhos dos consumidores e

“descrever com clareza as informações”.

O próximo gráfico apresenta a freqüência com que cada grupo de respostas

foi referido pelos clientes.

Figura 14 – Principais atributos dos produtos Fonte: pesquisa qualitativa 2008.

O gráfico acima mostra que os clientes consideram três atributos primordiais,

e que, quase se equivalem no quesito importância, são eles: a qualidade que

recebeu onze votos, o preço e a embalagem que contam com dez votos cada um.

Além da qualidade, preço e embalagem, existem outros três atributos que

foram destacados pelos clientes entrevistados: a área comercial ativa com quatro

votos, a logística com dois votos e a boa aceitação do cliente final com um voto.

6.5.2 Etapa quantitativa

Com base na pesquisa qualitativa, realizada em abril de 2008 com doze

clientes da empresa Adigel, foi formulada e aplicada uma nova pesquisa para 138

clientes. Esta pesquisa aborda o perfil do cliente, o relacionamento com a empresa e

a importância dos atributos e o desempenho da Adigel nestes atributos.

As tabelas com as respostas e suas análises serão apresentadas no decorrer

desta seção. A tabela a seguir apresenta o canal de distribuição que cada cliente

pertence:

1110 10

4

21

0

2

4

6

8

10

12

Qualidade Preço Embalagem ÁreaComercial

Ativa

Logistica Aceitaçãopelo

consumidor

95

Tabela 1 – Canais de distribuição de produtos

Canais Citações Percentual Varejo 108 78,3% Atacado 30 21,7% Total 138 100%

Fonte: Coleta de dados, 2008.

A tabela acima revela que dos 138 clientes entrevistados, 108 são clientes do

canal varejo, o equivalente a 78,3%, e 30 clientes são do canal atacado, o que

equivale a 21,7%. Portanto, a grande maioria dos clientes é varejista.

A próxima tabela abaixo mostra o tempo de relacionamento entre os clientes

e o fornecedor.

Tabela 2 – Tempo de relacionamento com a empresa

Fonte: Coleta de dados, 2008.

A tabela acima permite deduzir que 39,9% (55 clientes) entre os 138

entrevistados estão muito satisfeitos com o atendimento e a qualidade dos produtos

da Adigel, uma vez que um percentual bastante alto é seu cliente já há mais de

quatro anos.

A próxima tabela apresenta as linhas que os clientes compram da Adigel.

Tabela 3 – Compradores das linhas de produtos

Linhas de produtos Total de clientes das linhas de produtos Doces 119 Conservas 106 Condimentos 101 Temperos 51 Molhos 45 Frutas secas 21

Fonte: Coleta de dados, 2008.

A tabela acima apresenta as linhas de produtos que os clientes compram da

Adigel, sendo que um cliente geralmente compra mais de uma linha. A quantidade

de clientes de cada linha de produtos é diretamente proporcional à sua contribuição

no faturamento total da empresa, com exceção das conservas que representam o

Tempo Freqüência Percentual Até 1 ano 41 29,7% De 2 a 3 anos 42 30,4% De 4 a 8 anos 43 31,2% Mais de 8 anos 12 8,7% Total 138 100%

96

terceiro maior faturamento dessas linhas, apesar de estarem no segundo lugar em

clientes.

Na tabela a seguir estão apresentados os atributos considerados importantes

pelos clientes.

Tabela 4 - Atributos importantes para os clientes

Atributos Citações Freqüência Aceitação do consumidor 46 34,70% Preço 45 33,33% Qualidade 29 21,48% Área comercial ativa 14 10,37% Embalagem 1 0,74% Logistica 0 0,00% Total 138 100,00%

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Em relação aos atributos, observa-se que a aceitação do produto pelo

consumidor e o preço constituem os atributos essenciais para os clientes da Adigel

comprarem os seus produtos.

A próxima tabela apresenta o grau de importância que cada atributo

representa para os clientes que os classificaram de acordo com a seguinte escala:

a) 1 - sem importância;

b) 2 – importante;

c) 3 - muito importante.

Tabela 5 – Importância dos atributos

Atributos Média Desvio padrão Aceitação do Consumidor 2,797 0,403 Preço 2,760 0,428 Logística 2,507 0,501 Área Comercial Ativa 2,376 0,556 Qualidade 2,376 0,501 Embalagem 2,210 0,443

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Os atributos que obtiveram o maior grau de importância foram: a aceitação do

consumidor com média de 2,797 e um desvio padrão de 0,403, e o preço com média

de 2,760 e um desvio padrão de 0,428.

A tabela a seguir revela a opinião dos clientes sobre o desempenho que a

empresa possui nos atributos avaliados. Os clientes classificaram o desempenho da

empresa de acordo com a seguinte escala:

97

a) 1 - inferior ao seu concorrente;

b) 2 - igual ao seu concorrente;

c) 3 - superior ao seu concorrente.

Tabela 6 – Desempenho da Adigel nos atributos avaliados

Atributos Média Desvio padrão Preço 2,318 0,579 Área comercial ativa 2,217 0,523 Logística 2,152 0,615 Aceitação do consumidor 2,109 0,561 Embalagem 2,029 0,467 Qualidade 2,014 0,526

Fonte: Coleta de dados, 2008.

A tabela acima mostra que os atributos nos quais a empresa possui o melhor

desempenho são: preço com média de 2,318 e um desvio padrão de 0,579 e a área

comercial ativa com média de 2,152 e desvio padrão de 0,615.

A próxima tabela apresenta uma comparação entre a importância de cada

atributo e o desempenho da empresa neste atributo.

Tabela 7 – Importância do atributo vs desempenho da empresa

Atributo Importância Desempenho Aceitação do consumidor 2,797 2,109 Preço 2,760 2,318 Logística 2,507 2,152 Área comercial ativa 2,376 2,217 Qualidade 2,376 2,014 Embalagem 2,210 2,029

Fonte: Coleta de dados, 2008.

Na tabela acima, observa-se que o atributo de melhor desempenho da

empresa (o preço) ocupa o segundo lugar na importância para o cliente, e que, o

atributo que possui maior importância para o cliente (a aceitação do consumidor), a

empresa alcança apenas o quarto lugar em desempenho.

A partir desses resultados pode-se criar o gráfico abaixo.

98

Figura 15 – Importância dos atributos vs desempenho da empresa Fonte: Coleta de dados, 2008.

De acordo com o gráfico acima pode-se concluir que:

a) o atributo área comercial ativa a empresa possui o segundo melhor

desempenho, porém para os clientes ele ocupa o quarto lugar em grau de

importância. Na avaliação dos clientes o grau de importância da qualidade e

a área comercial ativa se equivalem;

b) no atributo embalagem a empresa atingiu apenas o quinto melhor

desempenho, no entanto, na avaliação dos clientes este atributo é o que

possui a menor importância;

c) o atributo logística foi classificado como o terceiro em grau de importância e

de desempenho da empresa pelos clientes;

d) o atributo que a empresa obteve o pior desempenho na avaliação dos

clientes é a qualidade de seus produtos que é considerada como sendo o

quarto na ordem de importância.

1

1,5

2

2,5

3

1 1,5 2 2,5 3

Importância

Des

empe

nho

Aceitação doconsumidorPreço

Logística

Área comercial ativa

Qualidade

Embalagem

99

7 CONCLUSÃO

Conforme escrito neste trabalho, o mercado em que a empresa deste estudo

está inserida a cada dia fica mais concorrido. Aos consumidores são ofertados

constantemente novos produtos, produtos substitutos, promoções e outros atrativos.

A empresa Adigel não pode ficar fora dessa realidade, e, por isso precisa

adaptar-se, criar situações diferentes, ousar em ações de marketing para manter-se

no mercado, pois neste trabalho mostrou-se que os consumidores estão decidindo

com quem irão realizar as suas compras, analisando dois aspectos: empresas com

marca já consolidada entre o seu público alvo (aceitação do consumidor), ou

empresas com a melhor proposta em relação a preços.

Atualmente, a empresa utiliza o canal indireto como seu principal canal de

distribuição, porque ele representa um custo menor que o canal direto; as

comercializações realizadas pelo canal indireto estão divididas em um e dois níveis.

As vendas realizadas pelo canal direto ocorrem num número muito pequeno e

são realizadas esporadicamente para alguns consumidores que vão até a empresa

para adquirirem mercadorias.

A empresa não possui nenhum distribuidor que trabalhe exclusivamente e não

existe a necessidade de uma especialização para os atacadistas e os distribuidores.

Os atacadistas caracterizam-se por comprarem o produto para depois revendê-lo e

por prestarem um serviço completo.

Os varejistas atendidos pela empresa possuem lojas de consumo em massa,

e nas redes de varejo a empresa está realizando negócios esporádicos, oferecendo

vantagens como a produção de marcas próprias, porém ainda falta um maior

relacionamento junto a estes clientes.

A estrutura de promoção da empresa Adigel utiliza os seguintes tipos de

promoção: venda pessoal, propaganda, promoções de vendas e publicidade.

100

Em relação às mídias utilizadas, podem-se destacar principalmente os

vendedores e a mídia escrita e, eventualmente, o rádio. A empresa não realiza

nenhum tipo de controle sobre o retorno das propagandas veiculadas pelo rádio e

pelo jornal, e acredita que o melhor negócio é investir em propaganda de marca. Nas

promoções realizadas a empresa foca o canal de distribuição e não o consumidor

final.

Entre os pontos fortes da empresa vale destacar: o seu atendimento aos

clientes; as entregas rápidas; uma linha de produtos mais ampla que a maioria de

seus concorrentes; uma estrutura que possibilita o aumento da produção; o bom

relacionamento entre funcionários e a administração; a localização próxima a Porto

Alegre de ambas as fábricas; custos baixos na produção de seus principais itens e a

tradição e credibilidade perante clientes e fornecedores.

Como pontos fracos podem-se destacar: o capital de giro que é insuficiente

para se trabalhar com uma folga nos estoques de matérias primas e produtos

acabados; a administração familiar possibilita à empresa muitas vantagens, porém

acaba havendo um desgaste entre as pessoas e, às vezes, isso provoca desgaste

desnecessário; a falta de produtos chaves em algumas linhas, como a maionese

para os condimentos; em algumas áreas há falta de representantes e os custos em

alguns itens não são ideais.

O setor de vendas da empresa Adigel está organizado com uma estrutura de

dois níveis: o gerente de vendas e representantes; a empresa atua apenas com

representantes e os mesmos são selecionados pelo gerente, de acordo com a

necessidade em determinada região; as áreas de vendas são organizadas por

territórios; a remuneração dos representantes é fixada por comissões, e o principal

meio de motivação utilizado é a promoção de seus produtos.

Neste trabalho foram realizadas pesquisas junto aos consumidores da

empresa com o objetivo de descobrir quais atributos e qual a sua importância na

escolha de um fornecedor. Se a empresa atuar nestes atributos terá grandes

possibilidades de aumento na demanda das linhas de produtos que não possuem

uma venda considerada ideal.

Os atributos considerados mais importantes na hora da escolha de um

fornecedor, em ordem de importância para os clientes, são: a aceitação do

consumidor, o preço, a logística, a qualidade/área comercial ativa e as embalagens.

101

Tendo em vista que o atributo mais importante na hora da escolha do

fornecedor é a aceitação do consumidor e depois o preço, e que neste atributo a

empresa possui o seu melhor desempenho, a Adigel precisa traçar estratégias de

para ampliar a sua venda através da promoção de outros produtos, que não sejam a

linha de condimentos, tornando-os conhecidos pelos seus consumidores por meio

de propagandas: em televisão, rádio, jornais, outdoors e revistas. Além disso, deve

realizar promoções de vendas através de degustações de seus produtos em

supermercados para atrair aqueles clientes que não conhecem os produtos da

empresa e que nunca tiveram a oportunidade de experimentá-los. Por fim, a

empresa deve introduzir os seus produtos em uma grande rede de supermercados,

para que eles sejam conhecidos por mais pessoas, e não atuar somente em

mercados de bairro.

Em relação às estratégias de distribuição de seus produtos, a empresa

poderá focar a sua distribuição em um nível (os varejistas), para absorver a margem

de lucro do distribuidor e direcioná-la em investimentos de marketing.

É aconselhável que a empresa realize outra pesquisa para descobrir porque

a empresa obteve um baixo desempenho no quesito qualidade dos produtos, pois,

neste quesito, ela obteve apenas uma pequena diferença para mais em relação aos

seus concorrentes (2,014, sendo que 2 é igual à qualidade de seus concorrentes).

Por trabalhar com duas marcas em seus principais produtos, sendo que uma

focaliza a qualidade e a outra o preço, é importante que a empresa descubra em

qual produto o cliente se baseou para responder este questionário e qual a opinião

dos consumidores sobre a qualidade dos produtos com a marca Adigel. Esta linha

deve possuir uma qualidade superior, caso contrário, não é válido a estratégia de

tornar o produto conhecido pelo consumidor se ele irá conhecê-lo como um produto

de qualidade igual aos demais. Neste caso, a empresa continuará a concorrer

apenas por preço e permanecerá vulnerável a novas entrantes com diferenciais em

preços.

A figura abaixo apresenta uma ordem cronológica das etapas que a Adigel

deverá tomar para por em prática as conclusões que este estudo obteve.

102

Figura 16 – Etapas Fonte: Autoria própria, 2008.

A figura 16 apresenta em ordem cronológica as 5 etapas a serem seguidas

pela empresa Adigel para por em prática as conclusões deste estudo.

Este estudo serve como base para a empresa Adigel traçar o seu futuro,

melhorar o que não está bom e manter o que está sendo bem feito. Observa-se que

ela possui um bom conceito perante seus clientes, o que transparece no crescimento

alcançado nos últimos anos. No entanto, é preciso ter em mente que o mercado é

igual a uma caixinha de surpresas; dele poderá surgir qualquer objeto. Resta aos

Realizar nova pesquisa a fim de medir a qualidade percebida, pelo consumidor, dos produtos com a

marca Adigel.

Readequar a qualidade do produto,

caso necessário.

Tornar os produtos com a marca Adigel conhecidos no mercado,

investindo em propagandas em tv, rádio, jornais e revistas.

Realizar promoções de vendas em mercados como, por exemplo,

degustações.

Introduzir os produtos com a marca Adigel em uma rede de

supermercados de grande porte, a fim de torná-la mais conhecida.

103

administradores e estudantes sempre buscar novas ferramentas para combater os

efeitos das flutuações mercadológicas e poder atender às demandas do mercado

globalizado.

Por fim, é importante enfatizar que este estudo, apesar de ser realizado para

a empresa Adigel, poderá ser utilizado por qualquer outra empresa que queira

melhorar o seu desempenho junto aos seus clientes.

104

REFERÊNCIAS

AAKER, David A. Administração estratégica de mercado. 5 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. ADIGEL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS. Documentos da empresa . Alvorada: Adigel industria e comércio de alimentos, 2007. BACK, João Miguel. Manual para apresentação de trabalhos acadêmicos: graduação e pós-graduação. 3 ed. Canoas: Salles, 2006. COBRA, Marcos. Administração de marketing . 4 ed. São Paulo: Atlas, 1990. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2000. CZINKOTA, Michael R. et al. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2001. ETZEL, Michael J.; WALKER, Bruce J.; STANTON, William J. Marketing. 11 ed. São Paulo: Makron Books, 2001. GODET, Michael. Manual de prospectiva estratégica: da antecipação a ação. Lisboa: Dom Quixote, 1993. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. MOREIRA, Júlio César Tavares (Coord.). Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2005. KOTLER, Philip. Administração de marketing : análise, planejamento, implementação e controle. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1994. KOTLER, Philip. Administração de marketing : análise, Planejamento, Implementação e Controle. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 12º ed. São Paulo: Atlas 2006. RICHERS, Raimar. Marketing, uma visão brasileira. 10 ed. São Paulo: Elsevier, 2000. ROCHA, Ângela da / CHRISTENSEN, Carl. Marketing : teoria e prática no Brasil. 2 ed.São Paulo: Atlas, 1999. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio do curso de administração : guia para pesquisas, projetos, estágios e trabalhos de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1996.

105

TAVARES, Mauro Calixta. .Gestão estratégica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2007 VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios em pesquisa de administração. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

106

APENDICÊ A – ENTREVISTA COM OS DIRETORES E O GERENTE

1. A empresa Adigel utiliza apenas o canal de distribuição indireta ou também o

de distribuição direta? Descreva o canal 2. O canal de distribuição indireta possui quantos níveis até a chegada do

produto ao seu consumidor final? 3. No canal de distribuição direta, a empresa utiliza, por que? 4. Que tipo de especialização os distribuidores precisam ter para

representarem à empresa? 5. Algum dos distribuidores da Adigel trabalha exclusivamente para a empresa? 6. Sobre os atacadistas, a empresa Adigel trabalha com atacadistas que

compram o produto para revenderem ou com atacadistas que negociam a venda direto em nome do cliente?

7. Em Geral, os atacadistas que negociam com a empresa se classificam em

prestarem o serviço completo ou de exercerem apenas algumas funções da distribuição? Como? Quais?

8. Quanto ao varejo que trabalha com os produtos da Adigel, ele se caracteriza

por ser uma loja especializada, de consumo em massa, de conveniência ou por não possuir loja? Caracterize-o

9. Para os produtos que a Adigel comercializa, é possível comercializa-los em

varejo sem loja como maquinas de venda ou marketing direto? Quais adaptações necessárias?

10. No mercado em que a Adigel esta inserida, está sendo criada redes

(cooperativas) de varejo, se sim como ela está atuando junto a essas redes? 11. Que tipo de promoção a Adigel utiliza? 12. Quais os veículos (mídias) que são utilizados para as promoções? 13. Sobre a propaganda, a empresa acredita ser melhor investimento, para os

seus produtos, a propaganda de demanda da categoria ou da marca; ou a propaganda institucional?

14. Existe algum tipo de controle para medir o retorno das propagandas(-)

Como? 15. A empresa utiliza promoções de vendas, se sim, são feitas para o

consumidor ou para o canal de distribuição? Como? 16. Analisando o ambiente interno, o que a empresa considera como pontos

fortes?

107

17 . Analisando o ambiente interno, o que a empresa considera como pontos fracos?)

18. Quanto ao ambiente externo o que a empresa está visualizando como

oportunidade de mercado? 19. Quanto ao ambiente externo o que a empresa está visualizando como

ameaça de mercado? 20. O que a empresa esta fazendo para anular as ameaças que visualiza? 21. Segundo Kotler após identificar as ameaças e oportunidades pode-se

classificar um negocio como ideal, especulativo, maduro e arriscado, como a Adigel classifica o seu negocio?

22. A empresa Adigel tenta combinar as oportunidades de mercado com seus

pontos fortes? 23. Após descrever as ameaças e as oportunidades, a empresa classifica-as

com o grau de possibilidade de ocorrer?

108

APÊNDICE B – ENTREVISTA COM O GERENTE DE VENDAS

1. A empresa tem algum calculo que meça o potencial de mercado sobre os seus produtos?

2. Como que a empresa procede na decisão sobre o tamanho da força de

vendas? 3. Sobre a estrutura de vendas da empresa, como ela esta organizada, quantos

níves existem entre o vendedor e o proprietário? 4. Na Adigel, as divisões das áreas de vendas são feitas por território, produto

ou mercado? 5. Porque a empresa não trabalha com a área de vendas focada em mercado

nos produtos que vende para industrias de transformação? 6. Sobre o recrutamento, quem seleciona os vendedores e quais atributos são

considerados importantes? 7. A empresa atua com vendedores ou representantes? porque? 8. Os representantes da Adigel, atuam somente para a empresa ou

representam outras empresas, e como a empresa lida com isso? 9. Como é calculada a remuneração de sua força de vendas 10. Quais vantagens e desvantagens a empresa analisa sobre esta forma de

remuneração? 11. Que meios a empresa utiliza para motivar seus vendedores? 12. A empresa utiliza a mesma estratégia de vendas para todos os produtos?

109

APÊNDICE C – QUESTÃO AOS CLIENTES

Quais os principais atributos que o produto deverá ter, para que você decida compra-lo?

110

APÊNDICE D – PESQUISA QUANTITATIVA

O presente questionário é parte componente do trabalho de conclusão do

Acadêmico Adilson Torma do Centro Universitário La Salle e tem como objetivo

avaliar a importância e o desempenho dos atributos relativos a escolha dos

fornecedores.

BLOCO I – PERFIL DO CLIENTE

1. Cliente:.......................................................................................................................

2. Canal: (1) Varejo (2) Atacado

BLOCO II - RELACIONAMENTO

1. Qual o tempo de relacionamento da sua empresa com a Adigel

(1) até 1 ano (3) de 2 a 3 anos

(2) de 4 a 8 anos (4) mais de 8 anos

3. Quais linhas você compra da Adigel:

(1) Conservas (pepino, cebola, picles, azeitona, ovo de codorna e cogumelo);

(2) Doces (doces de leite, doces com leite, doces de frutas e doces em caldas);

(3) Condimentos (Mostarda e catchup);

(4) Tempero ( tempero com pimenta, sem pimenta para aves e alho e sal);

(5) Frutas Secas (passas de uva, ameixa seca e frutas cristalizadas);

(6) Molhos (molho de pimenta e alho).

BLOCO III – IMPORTÂNCIA X DESEMPENHO

1. Qual o atributo mais importante na hora da escolha de um fornecedor (MARQUE

APENAS UMA ALTERNATIVA)

(1) Qualidade (4) Embalagem

(2) Preço (5) Área comercial ativa

(3) Logística (6) Aceitação do consumidor

111

2. Na tabela abaixo, estão descritos alguns atributos, dos quais você irá classificá-los

de acordo com a escala a seguir:

ATRIBUTOS A SEREM

CLASSIFICADOS

Sem

Importância Importante

Muito

Importante

QUALIDADE 1 2 3

EMBALAGEM 1 2 3

PREÇO 1 2 3

ÁREA COMERCIAL ATIVA 1 2 3

LOGISTICA 1 2 3

ACEITAÇÃO DO CONSUMIDOR 1 2 3

3. Na próxima tabela você irá comparar os atributos da empresa adigel contra o de

seus concorrentes, para isto utilize a seguinte escala:

ATRIBUTOS A SEREM

COMPARADOS Inferior Igual Superior

QUALIDADE 1 2 3

EMBALAGEM 1 2 3

PREÇO 1 2 3

ÁREA COMERCIAL ATIVA 1 2 3

LOGISTICA 1 2 3

ACEITAÇÃO DO CONSUMIDOR 1 2 3