Estruturas de Aço 6 - Dimensionamento Tração

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    ESTRUTURASMETÁLICAS DE AÇO

    ESTRUTURAS METÁLICAS DE AÇO

    Edson Cabral de Oliveira

    DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOSSUBMETIDOS À TRAÇÃO 

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    5.1 - TRAÇÃO 

    5.1.1 - TIPOS CONSTRUTIVOS

    Peças tracionadas são peças sujeitas a solicitações detração axial e são empregadas em estruturas sob diversas

    formas.

    - tirantes ou pendurais;- contraventamentos de torres (estais):

    - travejamentos de vigas ou colunas, geralmente comdois tirantes em forma de X;- tirantes de vigas armadas;- barras tracionadas de treliças.

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     As peças tracionadas podem ser constituídas por barrasde seção simples ou composta.

    - barras redondas;- barras chatas;- perfis laminados simples (L, U, I);

    - perfis laminados compostos.

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     As ligações das extremidades das peças tracionadas com

    outras partes da estrutura podem ser feitas por diversosmeios.

    - soldagem;

    - conectores (parafusos, rebites, pinos).

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    O banzo superior e a diagonal a esquerda estãocomprimidos enquanto a diagonal a direita está tracionada.

    Nó de treliça metálica, com barras formadas por cantoneirasduplas ligadas a uma chapa gusset (chapa de união). 

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    5.1.2 - CRITÉRIOS DE DIMENSIONAMENTO

    Distribuição de Tensões Normais na Seção

    Nas peças tracionadas comfuros, as tensões em regimeelástico não são uniformes,apresentando tensões maiselevadas nas proximidades dosfuros.

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    No estado limite, graças àductilidade do aço, as tensõesatuam de maneira uniforme emtoda a seção da peça.

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     Às tensões σn’, devidas ao esforço normal de tração N,somam-se as tensões residuais σr , oriundas do processode fabricação, e cuja resultante é nula em cada seção,para uma chapa laminada.

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    Da mesma forma, a carga Nu’, para a qual a peça comfuro atinge o estado limite, independe das tensões

    residuais.

    Com o acréscimo da força de tração ocorre a plastificaçãoprogressiva da seção, a força de tração Ny que provoca a

    plastificação total da seção não se altera com a presençadas tensões residuais.

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    Peças em Geral, com Furos

    Nas peças com furos, dos tipos indicados na Fig. 2.3, aresistência de projeto é dada pelo menor dos seguintesvalores:

    Ruptura da seção com furos, de área A, (área líquida). 

    R = An.ef . ƒu ϒa2 

    Onde:ϒa2 = 1,35 para esforço normal solicitante decorrente de

    combinação normal de ações (ver Tabela 1.7); ƒu = tensão resistente à tração do aço;An.ef  = área líquida efetiva.

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    b) Escoamento da seção bruta, de área Ag 

    R = Ag .  ƒv ϒa1 

    Onde:ϒa1 = 1,10 para esforço normal solicitante decorrente de

    combinação normal de ações (ver Tabela 1.7); ƒv = tensão de escoamento à tração do aço.

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    Peças com Extremidades Rosqueadas

     As barras com extremidades rosqueadas tem diâmetroigual ou superior a 12 mm (1/2"), onde o diâmetro externoda rosca é igual ao diâmetro nominal da barra.

    O dimensionamento é determinado pela ruptura da seção

    da rosca. A relação entre a área efetiva à tração na rosca e a áreabruta da barra varia dentro de uma faixa limitada (0,73 a0,80), com um coeficiente médio 0,75.

    Nessas condições, a resistência de projeto de barrasrosqueadas pode ser obtida com a expressão:

    Rd  = 0,75.Ag. ƒu ≤  Ag. ƒyϒa2 ϒa1 

    Onde: ϒa1 e ϒa2 são

    tabelados (Tabela 1.7).

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    Diâmetros dos Furos de Conectores

    Quando as seções recebem furos para ligações comconectores, a seção da peça é enfraquecida pelos furos.

    Os furos adotados em construções metálicas sãorealizados por puncionamento ou por broqueamento.

    No processo de puncionamento o furo tem diâmetro 1,5mmmaior que o diâmetro do conector. Essa operação danificao material junto ao furo, que é compensada no cálculo comuma redução de 1 mm ao longo do perímetro do furo.

    No caso de furos-padrão, o diâmetro total a reduzir é igualao diâmetro nominal do conector acrescido de 3,5 mm(2mm pelo dano por puncionamento e 1,5mm da folga dofuro em relação ao diâmetro do conector).

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    Área da Seção Transversal Líquida de PeçasTracionadas com Furos

    Numa barra com furos, a área líquida (An) é obtidasubtraindo da área bruta (Ag) as áreas dos furos contidosem uma seção reta da peça.

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    No caso de furação enviesada, é necessário pesquisardiversos percursos (1-1-1, 1-2-2-1) para encontrar o menor

    valor de seção líquida, uma vez que a peça pode romper emqualquer um desses percursos.

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    Os segmentos enviesados são calculados com umcomprimento reduzido, dado pela expressão empírica:

    G + s2

    4g 

    Onde:S = espaçamento horizontal entre dois furos.

    G = espaçamento vertical entre dois furos.

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     A área líquida A, de barras com furos pode ser

    representada pela equação:

    Na = b - ∑ (d+3,5mm) + ∑  S2  t4g 

     Adotando-se o menor valor encontrado nos diversospercursos pesquisados.

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    Área da Seção Transversal Líquida Efetiva

    Quando a ligação é feita por todos os segmentos de umperfil, a seção participa integralmente da transferência dosesforços.

    Isto não acontece, nas ligações das cantoneiras com achapa de nó, nas quais a transferência dos esforços se dáatravés de uma aba de cada cantoneira. Nesses casos astensões se concentram no segmento ligado e não mais sedistribuem em toda a seção.

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    Este efeito é levado em consideração utilizando, nocálculo da resistência à ruptura, a área líquida efetiva

    dada por:

    An.ef  = C1 Ag Ligações soldadas 

    Onde:

    C1 é um fator redutor aplicado à área líquida An no casode ligações parafusadas, e à área bruta Ag no caso deligações soldadas (peças sem furação).

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    An.ef  = C1 An Ligações parafusadas 

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    Quanto maior o comprimento da ligação, menor é aredução aplicada às áreas. Nos perfis de seção aberta

    (cantoneiras duplas ligadas a uma chapa de união) tem-separa C1 (NBR 8800):

    Ct  = 1 - ev  ≥ 0,60 L 

    Onde:- ev é a excentricidade do plano da ligação (ou da face do

    segmento ligado) em relação ao centro geométrico daseção toda ou da parte da seção que resiste ao esforço

    transferido.- L é o comprimento da ligação, igual ao comprimento docordão de solda em ligações soldadas, e em ligaçõesparafusadas é igual à distância entre o primeiro e o último

    parafusos na direção da força.

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    Nas ligações em que só há um plano de ligação aexcentricidade e, é a distância entre este plano e o centro

    de gravidade da seção.

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    Em perfis com um eixo de simetria, as ligações devem sersimétricas em relação a esse eixo.

    Nas ligações pelos flanges (ou abas) de perfis I ou H,considera-se a seção dividida em duas seções T, cadauma resistindo ao esforço transferido pelo respectivo planode ligação.

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    Essas considerações se aplicam a ligações parafusadas esoldadas.

    Nas ligações parafusadas deve-se prever no mínimo doisparafusos por linha de furação na direção da força.

    Nas ligações pela alma, aseção é dividida em duasseções U

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    Em chapas planas ligadas por soldas longitudinais, ocoeficiente C, depende da relação entre o comprimento lw,

    das soldas e a largura b da chapa.

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    Para peças tracionadas ligadas apenas por soldas

    transversais tem-se:

    Ct  = Ae 

    Ag 

    onde A, é a área do segmento ligado.

    Ct  = 1,00 para Lw ≥ 2bCt  = 0,87 para 1,5b ≤ Lw < 2b 

    Ct  = 0,75 para b ≤ Lw < 1,5b

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    Cisalhamento de Bloco

    No caso de perfis de chapas finas tracionadas e ligadaspor conectores, além da ruptura da seção líquida ocolapso por rasgamento ao longo de uma linha deconectores pode ser determinante no dimensionamento.

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    Nesse tipo de colapso de cisalhamento de bloco, ocorreruptura do segmento do perfil que recebe a ligação,

    envolvendo cisalhamento nos planos paralelos à força(áreas Av) e tração no plano normal à força (área At).

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     A ruptura da área tracionada pode estar acompanhada daruptura ou do escoamento das áreas cisalhadas, o que

    fornece a menor resistência. Dessa forma, a resistência écalculada com a seguinte expressão (AISC/2005; NBR8800):

    Onde:0,60f u = tensão de ruptura do aço.

    0,60f y = tensão de cisalhamento do aço Anv  = área líquida cisalhada; Agv = área bruta cisalhada; Ant = área líquida tracionada;Cts = 1,0 quando a tensão de tração na área Ant é uniforme;Cts = 0,5 para tensão não uniforme.

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    Observa-se na Eq. (2.9) que a resistência Rd é obtida

    com a soma das resistências à ruptura das áreascisalhadas Anv e da área tracionada Ant, sendo que aresistência da área cisalhada deve ser limitada peloescoamento a cisalhamento.

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    1) Calcular a espessura necessária de uma chapa de açoMR250 com 100mm de largura, sujeita a um esforço

    axial de 100 kN (10 tf).

    N = 100 KN

    N = 10 tf100 mm

    a) Resolver o problema utilizando método das tensõesadmissíveis com σt=0,6f v .

    b) Resolver o problema utilizando o método dos estadoslimites.

    c) Comparar os dois resultados.

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    Solução 1a)Tensão admissível (referida à área bruta):

    σt= 0,6. f v  = 0,6 X 250 = 150 MPa = 15 kN/cm2

     Área bruta necessária: Ag = N / σt  = 100 / 15 = 6,67 cm2

    Espessura necessária:t = Ag / N = 6,67 / 10 = 0,67 (adotar 7,94 mm = 5/16")

    Solução 1b)Solicitação:Nd = Yq . N = 1,5 X 100 = 150 kN

     Área bruta necessária: Ag = Nd / (fy  / Ya) = 150 / (25 / 1,10) = 6,60 cm2

    Espessura necessária:t = 6,60 / 10 = 0,66 (adotar 7,94 mm = 5/16")

    Solução 1c)Verifica-se que os métodos dos Estados Limites e o de Tensões Admissíveis apresentam o mesmo dimensionamento para a

    espessura.

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    2) Duas chapas 22 X 300 mm são emendadas por meiode talas com 2 X 8 parafusos com diâmetro de 22 mm

    (7/ 8"). Verificar se as dimensões das chapas sãosatisfatórias, admitindo-se aço MR250 (ASTMA36).

    Á

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    Solução 2) Área bruta: Ag = L x t = 30 X 2,22 = 66,6 cm2 

     A área líquida com 4 furos com diâmetro 22 + 3,5 = 25,5mm. An = (30 - 4 X 2,55) X 2,22 = 44,04 cm2

    Esforço solicitante para uma carga variável de utilização:

    Nd = Yq.N = 1,5 X 300 = 450 kN

    Esforços resistentes: Área bruta: Ndres = 66,6 X 25 / 1,10 = 1513 kN

     Área líquida: Ndres = 44,0 X 40 / 1,35 = 1304 kN

    Os esforços resistentes são superiores aos esforços solicitantes,então as dimensões satisfazem com folga.

    Á

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    3) Duas chapas 28cm X 20mm são emendadas portranspasse, com parafusos d = 20 mm, sendo os furos

    realizados por punção. Calcular o esforço resistente deprojeto das chapas, admitindo-as submetidas à traçãoaxial. Aço MR250.

    Á

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    Diâmetro dos furos, para cálculo da seção líquida:d = 20 + 3,5 = 23,5 mm

    O esforço resistente de projeto pode ser determinado pelaseção bruta ou pela seção líquida da chapa, e a menorseção líquida deverá ser pesquisada nos percursos 1-1-1,2-2-2 e 3-3-3.

    Seção bruta: Ag = L x t = 28 X 2 = 56 cm2 

    Seção líquida:1-1-1 An = (28 - 2 X 2,35) 2 = 46,6 cm2 

    2-2-2 An = {28 + 2 x (7,5² / 4x5) - 4 x 2,35} x 2 =48,45cm²

    3-3-3 An = {28 + 4 x (7,5² / 4x5) - 5 x 2,35} x 2 = 55,0 cm²

    Á

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    Cálculo dos esforços resistentes de projeto:

     Área bruta:Ndres = (56 X 25) / 1,10 = 1273 kN (127 tf)

     Área líquida:Ndres = (46,6 X 40) / 1,35 = 1381 kN (138 tf)

    O esforço resistente de projeto é determinado pela

    seção bruta, valendo 1273 kN.

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