ESTUDANDO-CONSTITUCIONAL 1-AV3

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CONSTITUCIONAL 1

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CONSTITUCIANAL 11. A teoria da metodologia jurdica tradicional distinguia entre normas e princpios. ao se abandonar essa distino, sugere a metodologia jurdica moderna que as regras e princpios so duas espcies de normas. Assim, que diferena podero ser feitas, no mbito do superconceito norma, entre regras e princpios?RESPOSTAS:a) as regras descrevem uma situao jurdica, ou melhor, vinculam fatos hipotticos especficos, que, preenchidos os pressupostos por ela descrito, exigem, probem ou permitem algo em termos definitivos (direito definitivo), sem qualquer exceo. P. ex. "aquele que detiver a coisa em nome alheio, sendo-lhe demandada em nome prprio, dever nomear autoria o proprietrio ou o possuidor" (art. 62 do CPC);b) os princpios, por sua vez, expressam um valor ou uma diretriz, sem descrever uma situao jurdica, nem se reportar a um fato particular, exigindo, porm, a realizao de algo, da melhor maneira possvel, observadas as possibilidades fticas e jurdicas (reserva do possvel). Possuem um maior grau de abstrao e, portanto, irradiam-se por diferentes partes do sistemas, informando a compreenso das regras, dando unidade e harmonia ao sistema normativo. P. ex., "todos so iguais perante a lei", onde a igualdade surge como a instncia valorativa adotada pela Carta Magna.2. De acordo com a doutrina constitucionalista, a CRFB/88 trs duas grandes espcies de limitaes ao poder de reforma-la, as limitaes expressas e as implcitas. A respeito do assunto, indique quais os limites impostos ao poder constituinte reformador.RESPOSTA:a) Limitaes Temporais: uma proibio de reforma de determinados dispositivos durante um certo perodo de tempo aps a promulgao da Constituio, com o escopo de assegurar a sua estabilidade e evitar alteraes precipitadas e desnecessrias. A atual Constituio brasileira no prev esta espcie de limitao para o poder reformador.b) Limitaes Circunstanciais: So normas aplicveis a situaes excepcionais, nas quais a livre vontade do poder reformador possa estar corrompida. Enquanto tais situaes permanecerem vigentes, proibida qualquer modificao no texto constitucional, como ocorre durante o perodo de interveno federal, estado de defesa e estado de stio (art. 60, 1)c)Limitaes Formais (ou processuais): So limitaes concernentes ao rgo competente e ao procedimento a serem observados na modificao da Constituio. Alguns autores a classificam como uma limitao implcita.As limitaes formais subjetivas so relacionadas ao rgo competente, como no caso dos legitimados para propositura de emenda constitucional (art. 60, incisos I a III). As limitaes formais objetivas so referentes ao processo e s formalidades de elaborao da proposta (art. 60, 2,3 e 5)d) Limitaes Materiais (ou substanciais): As limitaes materiais podem ser analisadas sob dois prismas.3. A constituio de 1988 desenhou em seu texto um Estado de bem-estar social, consagrando princpios prprios do modelo liberal clssico de forma conjugada com outros, tpicos do modelo socialista. Esse pluralismo principiolgico se faz sentir ao longo de todo o texto constitucional, especialmente no art. 170,CRFB, que adota a livre iniciativa como principio da ordem econmica, sem desprezar, no entanto, o papel do Estado na regulao do mercado. Considerando tal constatao, como o pluralismo principiolgico pode favorecer a estabilidade da CRFB/88? RESPOSTA:De acordo com o pluralismo principiolgico, a CRFB/88 dotada pelo Estado Democrtico de Direito, onde sua populao possui seus direitos e deveres igualitrios pela prpria; contudo atravs de sua busca pela melhoria do bem comum, a Constituio desde a sua elaborao ate a sua promulgao obteve participao da populao, atravs dos movimentos populares acontecidos durante a sua criao. Seus princpios e garantias fundamentais so Clusulas Ptreas (imutveis), que fazem do nosso pas um pas de pessoas livres, com seus direitos e deveres garantidos, onde o Estado Democrtico de Direito predomina em todos os aspectos da nossa sociedade.4. CLASSIFICAO DA CONSTITUIO DE 1988A constituio classificada da seguinte forma: Formal, escrita, dogmtica,promulgada, super-rgida ou rgida (alguns doutrinadores adotam a terminologia desuper-rgida), analtica e dirigente.5. CARACTERISTICAS DO PODER CONSTITUINTE DERIVADOAs caractersticas do poder so derivado, subordinado e condicionado. Conforme definio do Prof. Dr. Alexandre de Moraes Derivado porque retira sua fora do Poder Constituinte originrio; Subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implcitas do texto constitucional, s quais no poder contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; Condicionado porque seu exerccio deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituio Federal.6. MANDATO DE INJUOConceitua-se por ser um remdio constitucional disposio de qualquer pessoa (fsica ou jurdica) que se sinta prejudicada pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exerccio dos seus direitos, liberdades e garantias constitucionais. Ou seja, para suprir a falta de uma LEI.Trata-se de um remdio constitucional colocado disposio de qualquer pessoa que se sinta prejudicada pela falta de norma regulamentadora, sem a qual resulte inviabilizado o exerccio dos direitos, liberdades e garantias constitucionais prescritas no transcrito inciso.7. DIREITOS INDIVIDUAISSo aqueles que afetam ao indivduo em particular, atuando em sua esfera pessoal, subjetivamente considerada.8. DIREITOS SOCIAISSo direitos de cunho econmico-social, os quais objetivam melhoraras condies de vida e de trabalho para todos os indivduos. Cuida-se deprestaes positivas do Estado em beneficio dos menos favorecidos e dos setores economicamente mais fracos da sociedade.Como podem ser classificados os direitos sociais segundo Jose Afonso da Silva?a) direitos sociais relativos ao trabalhador (arts. 7 a 11 da CF);b) direitos sociais relativos a seguridade social, abrangendo os direitosa saude, a previdencia social e a assistencia social (arts. 193 a 204 da CF);c) direitos sociais relativos a educacao, a cultura e ao esporte(arts. 205 a 217);d) direitos sociais relativos a familia, a crianca, ao adolescente, aoidoso e as pessoas portadoras de deficiencias (arts. 226 a 230);e) direitos sociais relativos ao meio ambiente (art. 225).Espcies de direitos sociaisIndividuais Ex.: direito ao FGTS (art. 7-, III).ColetivosEx.: liberdade de associao profissional ou sindical (art. 8- da CF).9. DIREITOS FUNDAMENTAISSo direitos indispensveis a pessoa humana, na medida em que sonecessrios para assegurar a todos uma existncia digna, livre e igual. direitos individuais; direitos coletivos; direitos sociais; direitos a nacionalidade; direitos polticos.Caractersticas dos direitos fundamentais.HistoricidadeOs direitos fundamentais decorrem da evoluo histrica;UniversalidadeOs direitos fundamentais destinam-se a todos os seres humanos indistintamente;ImutabilidadeOs direitos fundamentais no so absolutos, podendo ser limitados quando houver coliso de direitos fundamentais;Concorrncia Podem ser exercidos de modo cumulativo;IrrenunciabilidadePode haver o seu no exerccio, mas no se pode abrir mo dos direitos fundamentais;InalienabilidadeOs direitos fundamentais so intransferveis e inegociveis;ImprescritibilidadeNo deixam de ser exigveis em virtude da falta de uso.CLASSIFICAO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM GERACESa) direitos de primeira gerao: abrangem os direitos civis e polticos;b) direitos de segunda gerao: abarcam os direitos sociais, econmicos e culturais;c) direitos de terceira gerao: compreendem os direitos de fraternidade e solidariedade;d) direitos de quarta gerao: direitos decorrentes dos avanos no campo da engenharia gentica, ou seja, da pesquisa biolgica.e) direito de quinta gerao: direito a paz (Paulo Bonavides)10. EFICACIA E APLICABILIDADE DAS NORMASNORMAS CONSTITUCIONAISTodas as normas constitucionais so dotadas de eficcia. Aplicabilidade: a qualidade daquilo que aplicvel. Logo, todas as normas constitucionais so aplicveis, pois todas so dotadas de eficcia jurdica. Porm, esta capacidade de incidir imediatamente sobre os fatos regulados no uma caracterstica de todas as normas constitucionais. As normas constitucionais so classificadas quanto sua eficcia em: Normas Constitucionais de Eficcia Jurdica Plena, Normas Constitucionais de Eficcia Limitada e Normas Constitucionais de Eficcia Jurdica Contida.NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICCIA PLENASo as normas que tm aplicao imediata, independentemente de regulamentao posterior, no estando passveis de terem os seus efeitos restringidos posteriormente. Aquelas normas que no exato momento em que passam a vigorar, tem condies (capacidade, condo, aptido) para produzir todos os seus efeitos. Tambm so denominadas como normas de aplicabilidade direta, imediata e integral. Essas normas, no admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu alcance. Situam-se predominantemente entre os elementos orgnicos da Constituio. Ex: So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio (art. 2 da CF).NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICCIA LIMITADASo aquelas que no produzem a plenitude de seus efeitos, dependendo da integrao da lei (lei integradora), lei infraconstitucional (ou at mesmo de uma emenda constitucional) para atingir o objetivo para o qual foi instituda. No contm os elementos necessrios para sua execuo, assim enquanto no forem complementadas pelo legislador a sua aplicabilidade mediata, mas depois de complementadas tornam-se de eficcia plena. Alguns autores dizem que a norma limitada de aplicabilidade mediata e reduzida (aplicabilidade diferida).Para Jos Afonso Silva, as normas constitucionais de eficcia limitada tm ao menos eficcia jurdica imediata, direta e vinculante, considerando que as mesmas estabelecem um dever para o legislador originrio, condicionando a legislao futura, ficando esta sujeita a serem inconstitucionais, entre outras caractersticas trazidas pelo mesmo.NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICCIA CONTIDAAs normas de eficcia contida possuem aplicabilidade imediata, direta e restringvel - no dependem de lei posterior como as de eficcia plena e podem fazer meno lei posterior como as de eficcia limitada. Tambm chamadas por Michel Temer de normas constitucionais de eficcia redutvel ou restringvel.Nesse caso, o legislador constituinte regulou e deu aplicabilidade norma, ou seja, possvel exercer o direito, porm este direito pode ser restringido, contido pela discricionariedade do Poder Pblico, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados (conceitos do tipo: ordem pblica, segurana nacional, necessidade pblica). Exemplo: O artigo 5, LVII da CF determina que ningum ser considerado culpado at o trnsito em julgado da sentena penal condenatria (princpio da inocncia). O artigo 35 da lei 6368/76 (Lei de txicos) determina que pessoa condenada pelo artigo 12 s poder apelar quando se recolher priso. O artigo 35 foi recepcionado pela CF/88, tanto que a smula 9 do STJ dispe que a exigncia da priso provisria para apelar no ofende a garantia da presuno de inocncia. 11. PODER CONSTITUINTEConceitoPoder constituinte a manifestao soberana da suprema vontade poltica de um povo, social e juridicamente organizado.A doutrina aponta a contemporaneidade da idia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituies escritas, visando limitao do poder estatal e a preservao dos direitos garantias individuais.O poder constituinte, com esteio na melhor doutrina, conceituado como poder de produo das normas constitucionais, por meio do processo de elaborao e/ou reforma da Constituio, com o fim de atribuir legitimidade ao ordenamento jurdico do Estado. (Guilherme Pena de Moraes).Poder Constituinte OriginrioConceitoO Poder Constituinte originrio estabelece a Constituio de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses de uma comunidade. Tanto haver Poder Constituinte no surgimento de uma primeira Constituio, quanto na elaborao de qualquer Constituio posterior. A ideia da existncia de um Poder Constituinte o suporte lgico de uma Constituio superior ao restante do ordenamento jurdico e que, em regra, no poder ser modificada pelos poderes constitudos. , pois, esse Poder Constituinte, distinto, anterior e fonte da autoridade dos poderes constitudos, com eles no se confundindo.Poder Constituinte DerivadoConceito e caractersticasO Poder Constituinte derivado est inserido na prpria Constituio, pois decorre de uma regra jurdica de autenticidade constitucional, portanto, conhece limitaes constitucionais expressas e implcitas e passvel de contole de constitucionalidade.Apresenta as caractersticas de derivado, subordinado e condicionado. derivado porque retira sua fora do Poder Constituinte originrio; subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implcitas no texto constitucional, s quais no poder contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; e, por fim, condicionado porque seu exerccio deve seguir as regras previamente estabelecidas no texto da Constituio Federal. Espcies de poder constituinte derivadoO Poder Constituinte derivado subdivide-se em poder constituinte reformador e decorrente.O Poder Constituinte derivado reformador, denominado por parte da doutrina de competncia reformadora, consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentao especial prevista na prpria Constituio Federal e ser exercitado por determinados rgos com carter representativo. No Brasil, pelo Congresso Nacional. Logicamente, s estar presente nas Constituies rgidas e ser estudado mais adiante no captulo sobre emendas constitucionais.O Poder Constituinte derivado decorrente, por sua vez, consiste na possibilidade que os Estados-membros tm, em virtude de sua autonomia poltico-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituies estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituio Federal.12. Recepo. Revogao. Repristinao. Princpio da continuidade da ordem jurdicaImpe que a ordem jurdica infraconstitucional, elaborada ao longo do tempo, no curso de dcadas muitas vezes, no seja simplesmente desprezada com a edio de uma nova Constituio. Esse "desprezo" conduziria a conseqncias negativas de grande monta no campo civil, processual, penal, tributrio, entre outros. Afinal, so as normas infraconstitucionais que operacionalizam as obrigaes, contratos, heranas, o curso dos processos judiciais, a caracterizao dos crimes, a imposio e a arrecadao dos tributos, etc.RecepoA recepo importa no recebimento da ordem jurdica infraconstitucional anterior pela nova Constituio, ressalvadas as normas incompatveis com a nova Carta Poltica. Essas ltimas normas, segundo o entendimento majoritrio, so consideradas revogadas.O art. 15, inciso III, do Cdigo Tributrio Nacional, um exemplo de norma revogada por no-recepo pela Constituio de 1988. Com efeito, a hiptese de emprstimo compulsrio destacada no art. 15, inciso III, do CTN no foi contemplada no art. 148 da Constituio de 1988.A recepo envolve um juzo substancial ou material. Assim, na recepo, a norma anterior pode ganhar novo status jurdico-normativo. Um dos exemplos mais emblemticos desse fenmeno consiste na norma que deixa de ter fora de lei ordinria para ter fora de lei complementar. o caso clssico da Lei n. 5.172, de 1966 (Cdigo Tributrio Nacional).O art. 34, 5o. do ADCT consagra expressamente o princpio, fenmeno ou teoria da recepo.RevogaoA incompatibilidade (vertical) da legislao infraconstitucional diante de nova Constituio resolve-se pela revogao. Uma das conseqncias mais importantes dessa premissa a impossibilidade de instaurao do controle concentrado de inconstitucionalidade entre lei antiga e Constituio nova.Repristinao a restaurao expressa de uma lei revogada por intermdio de outra (lei repristinatria). Assim, no direito brasileiro, se a lei A revogada pela lei B, a lei C, que revoga a lei B, no restaura a lei A. O art. 2o., 3o. da LINDB (antiga LICC) exige manifestao expressa do legislador para a repristinao/restaurao ("Salvo disposio em contrrio, a lei revogada no se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigncia").A discusso da repristinao no controle de constitucionalidade envolve um elemento inexistente no tratamento previsto na LINDB (antiga LICC) (revogao): o vcio jurdico de inconstitucionalidade que significa nulidade do ato normativo e sua absoluta ineficcia.O reconhecimento da inconstitucionalidade da legislao de regncia de determinado tributo pode conduzir ao retorno da vigncia (repristinao) da legislao anterior que regulava a cobrana. Com efeito, o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma implica, em regra, na sua nulidade com efeitos retroativos ou ex tunc (REsp n. 689.040 e EREsp n. 645.155). Assim, conclui-se que o preceito normativo inconstitucional no produziu efeitos jurdicos, notadamente o efeito revocatrio da legislao anterior. A aplicao desse raciocnio pode ser observada no caso do PIS (REsp n. 587.518) e no caso do crdito-prmio do IPI (REsp n. 591.708) (CASTRO, Aldemario Araujo. Primeiras Linhas de Direito Tributrio. 2009. 5a. edio. Editora Frum).