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Estudo Ambiental Simplificado – EAS Águas de Bombinhas Saneamento SPE Ltda

Sistema de Abastecimento de água de Bombinhas:

Captação, Subestação de Energia, Adutora e Estação de Tratamento de Água – ETA

Bombinhas, Abril de 2017.

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III

Sumário Sumário ____________________________________________________________________________________________ III Índice de Figuras ______________________________________________________________________________________ V Índice de Tabelas _____________________________________________________________________________________ VII 1 APRESENTAÇÃO ________________________________________________________________________________1

Objetivo do Licenciamento _____________________________________________ 1 1.1 Justificativa do empreendimento ________________________________________ 1 1.2 Alternativas locacionais ________________________________________________ 1 1.3 Indicadores de porte __________________________________________________ 2 1.4 Identificação do Requerente ____________________________________________ 3 1.5 Identificação do empreendedor _________________________________________ 3 1.6

2 CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO ______________________________________________4 Localização do empreendimento _________________________________________ 4 2.1 Descrição do empreendimento __________________________________________ 6 2.2 Demandas de infraestrutura ___________________________________________ 11 2.3

Resíduos Sólidos _________________________________________________________ 11 2.3.1 Efluentes líquidos ________________________________________________________ 16 2.3.2

Mão de obra necessária _______________________________________________ 17 2.4 Custo Total do Empreendimento ________________________________________ 17 2.5

3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL _______________________________________________________________________ 18 Legislação aplicada ao empreendimento _________________________________ 18 3.1 Normas Federais de caráter urbanístico __________________________________ 18 3.2

Legislação Federal que trata da proteção e gestão ambiental ______________________ 19 3.2.1

Normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA ____________________ 23 3.2.2

Legislação urbana aplicada ao empreendimento ___________________________ 24 3.3 Compatibilidade do empreendimento com a legislação _____________________ 30 3.4

4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA _________________________________________________________________________ 31 Área Diretamente Afetada (ADA) _______________________________________ 31 4.1 Área de Influência Direta (AID) _________________________________________ 31 4.2 Área de Influência Indireta (AII) ________________________________________ 31 4.3

5 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL _____________________________________________________________________ 33 Diagnóstico Meio Físico _______________________________________________ 33 5.1

Recursos hídricos _________________________________________________________ 33 5.1.1 Clima __________________________________________________________________ 39 5.1.2 Geologia ________________________________________________________________ 42 5.1.3 Pedologia _______________________________________________________________ 49 5.1.4 Susceptibilidade à ocorrência de processos de dinâmica superficial _________________ 52 5.1.5 Susceptibilidade a eventos de inundação gradual e enxurrada _____________________ 55 5.1.6

Diagnóstico do Meio Biótico ___________________________________________ 56 5.2 Cobertura Vegetal ________________________________________________________ 56 5.2.1 Fauna __________________________________________________________________ 72 5.2.2

Áreas de relevância ambiental _________________________________________ 101 5.3 Área de Preservação Permanente ___________________________________________ 101 5.3.1 Unidades de Conservação _________________________________________________ 115 5.3.2

Diagnóstico Socioeconômico __________________________________________ 121 5.4 Infraestrutura Urbana ____________________________________________________ 124 5.4.1

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IV

Equipamentos urbanos ___________________________________________________ 128 5.4.2

Aspectos arqueológicos ______________________________________________ 129 5.56 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS _____________________________________ 135

Levantamento de Impactos ___________________________________________ 136 6.1 Critérios de Priorização de Impactos ____________________________________ 137 6.2 Priorização dos Impactos _____________________________________________ 140 6.3

7 MEDIDAS MITIGADORAS, DE CONTROLE OU DE COMPENSAÇÃO __________________________________ 142 8 MEDIDAS COMPENSATÓRIAS E PROGRAMAS AMBIENTAIS _______________________________________ 144

Impacto: Aumento na taxa de emprego e renda __________________________ 144 8.1 Impacto: Aumento no volume de tráfego ou bloqueio _____________________ 144 8.2 Impacto: Geração de resíduos sólidos da construção (RCC) __________________ 144 8.3 Impacto: Geração de geração de esgotos sanitários _______________________ 144 8.4 Impacto: Intervenção em área de interesse ecológico e área de marinha ______ 145 8.5 Impacto: Perda de cobertura vegetal ___________________________________ 145 8.6 Impacto: Geração de resíduos sólidos ___________________________________ 145 8.7 Impacto: Aumento da susceptibilidade a processos de dinâmica superficial ____ 145 8.8

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________________________________________________ 147 10 RESPONSABILIDADE TÉCNICA _________________________________________________________________ 148

Empresa Responsável pelo Estudo _____________________________________ 148 10.1 Equipe Técnica _____________________________________________________ 148 10.2

11 BIBLIOGRAFIA ________________________________________________________________________________ 150

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V

Índice de Figuras Figura 1. Localização do empreendimento. Fonte: Ecolibra, 2017. ............................................................................................................... 5

Figura 2. Captação de Água Bruta. Fonte: (Base) CISM Engenheiros Consultores Ltda.; (Identificação) Ecolibra, 2017.................... 6

Figura 3. Vista para o futuro local de captação na margem direita do Rio Tijucas..................................................................................... 7

Figura 4. Recalque de Água Bruta. Fonte: (Base) CISM Engenheiros Consultores Ltda.; (Identificação) Ecolibra, 2017. ................... 8

Figura 5. Estação de Tratamento de Água. Fonte: (Base) AEG-BOM-SAA-PJE-DES-ETA-001-HID-001-00. (Identificação)

Ecolibra, 2017....................................................................................................................................................................................................... 10

Figura 6. Esquema de funcionamento de uma ETA convencional e etapas de geração de resíduos. ..................................................... 13

Figura 7. Localização da Captação de Água Bruta no Mapa de Macrozoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Tijucas;

(Identificação) Ecolibra, 2017............................................................................................................................................................................ 25

Figura 8. Localização da Captação de Água Bruta no Mapa de Zoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Tijucas;

(Identificação) Ecolibra, 2017............................................................................................................................................................................ 26

Figura 9. Localização da ETA no Mapa de Macrozoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Bombinhas; (Identificação)

Ecolibra, 2017....................................................................................................................................................................................................... 28

Figura 10. Localização da ETA no Mapa de Zoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Bombinhas; (Identificação)

Ecolibra, 2017....................................................................................................................................................................................................... 29

Figura 11. Área de Influência Direta - AID do empreendimento ................................................................................................................ 32

Figura 12. Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas. ................................................................................................................................................ 34

Figura 13. Hidrografia da área da bacia hidrográfica que compõe a extensão da linha adutora. ........................................................... 35

Figura 14. Hidrografia da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA) ......................................................... 36

Figura 15. Vista do Rio Tijucas no local em que se pretende instalar o ponto de captação para adução de água bruta até a ETE. .. 37

Figura 16. Representação gráfica na curva de permanência no proposto ponto de captação no Rio Tijucas. ..................................... 38

Figura 17. Classificação climática proposta por Köppen e Geiger, aplicada a Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas. ............................. 39

Figura 18. Classificação climática proposta por Köppen e Geiger, aplicada a Área de Influência Indireta (AII) do

Empreendimento................................................................................................................................................................................................. 41

Figura 19. Mapa da Geologia da Área de Influência Indireta. ...................................................................................................................... 42

Figura 20. Mapa da Geologia da Área de Captação de Água. ....................................................................................................................... 43

Figura 21. Mapa da Geologia da área da Estação de Tratamento de Água................................................................................................. 44

Figura 22. Mapa hipsométrico da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas. ....................................................................................................... 45

Figura 23. Hipsometria da Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento. ................................................................................ 46

Figura 24. Hipsometria da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento................... 47

Figura 25. Clinografia da Área de Influência Direta – AID do estudo. ...................................................................................................... 48

Figura 26. Clinografia no trecho final da adutora, em acesso à Estação de Tratamento da Água. ......................................................... 49

Figura 27. Mapa de Pedologia da Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento. ..................................................................... 50

Figura 28. Mapa da Pedologia da Área de Captação de Água. ..................................................................................................................... 51

Figura 29. Mapa da Pedologia da área da Estação de Tratamento de Água. .............................................................................................. 52

Figura 30. Susceptibilidade a risco na Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento. ............................................................. 54

Figura 31. Mapa da Área de Influência Direta (AID) próximo à Estação de Tratamento de Água. ...................................................... 55

Figura 32. Local onde será implantada a adutora de água bruta no trecho próximo a captação da água no rio Tijucas, onde será

necessária a supressão da vegetação arbórea em Área de Preservação Permanente. ................................................................................ 57

Figura 33. Local onde será implantada a Estação de Tratamento de Água localizada no município de Bombinhas. ......................... 58

Figura 34. Vista parcial da Área 1, região marginal do rio Tijucas. ............................................................................................................. 58

Figura 35. Área prevista para instalação da ETA em Bombinhas. ............................................................................................................... 59

Figura 36. Estacas delimitando o trajeto da adutora de água bruta. ............................................................................................................ 60

Figura 37. Delimitação da faixa de amostragem a partir da delimitação da adutora de água bruta. ...................................................... 60

Figura 38. Método por amostragem, delimitação das parcelas de 10 x 20 m. ............................................................................................ 61

Figura 39. Coleta de dados: Circunferência na Altura do Peito (CAP). ..................................................................................................... 61

Figura 40. Planilha de campo para armazenamento das informações. ....................................................................................................... 62

Figura 41. Identificação dos indivíduos amostrados através de numeração. ............................................................................................. 62

Figura 42. À esquerda, vista de jusante para montante do rio Tijucas, e a direita faixa de Eucalyptus sp. ............................................ 63

Figura 43. Quantificação das espécies nativas e exóticas registradas na Área 1 (Adutora) localizada em Tijucas. .............................. 64

Figura 44. Vegetação presente nas parcelas amostradas na área da ETA. .................................................................................................. 66

Figura 45. Quantificação das espécies nativas e exóticas registradas na Área 2 (ETA) localizada em Bombinhas. ............................. 68

Figura 46. Localização dos exemplares de E. edulis registrados na ETA de Bombinhas. ......................................................................... 69

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VI

Figura 47. Área de estudo da ETA de Bombinhas, detalhe para a área sem vegetação arvórea. ............................................................. 71

Figura 48. Local onde foram registradas as pegadas. ..................................................................................................................................... 79

Figura 49. Pegada de canídeo registrada na área da ETA. ............................................................................................................................ 80

Figura 50. Pegada de felino registrada na área da ETA. ................................................................................................................................ 81

Figura 51. Local onde será feita a captação de água bruta. ........................................................................................................................... 81

Figura 52. Bovinos registrados na área de captação de água bruta. ............................................................................................................. 82

Figura 53. Locais onde irá passar a adutora de água bruta. .......................................................................................................................... 82

Figura 54. Algumas espécies de aves registradas na área de estudo, Egretta sp., Phimosus infuscatus, Ardea cocoi, Ardea alba,

Coragyps atratus. ................................................................................................................................................................................................. 99

Figura 55. Principais categorias de áreas de preservação permanente. Fonte: www.ibram.df.gov ....................................................... 101

Figura 56: Localização da Captação, Adutora e ETA Bombinhas. ............................................................................................................ 102

Figura 57: Terreno da Captação de água bruta e início da Adutora com APP incidentes. .................................................................... 103

Figura 58: Adutora trecho 2 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 104

Figura 59: Adutora trecho 3 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 105

Figura 60: Adutora trecho 4 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 106

Figura 61: Adutora trecho 5 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 107

Figura 62: Adutora trecho 6 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 108

Figura 63: Adutora trecho 7 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 109

Figura 64: Adutora trecho 8 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 110

Figura 65: Adutora trecho 9 com APP incidentes. ....................................................................................................................................... 111

Figura 66: Adutora trecho 10 com APP incidentes. ..................................................................................................................................... 112

Figura 67: Adutora trecho 11 com APP incidentes. ..................................................................................................................................... 113

Figura 68: Adutora trecho 12 com APP incidentes. ..................................................................................................................................... 114

Figura 69. Localização das Unidades de Conservação em Bombinhas e municípios próximos. .......................................................... 116

Figura 70. Área proposta para ARIE Costeira Zimbros. ............................................................................................................................. 117

Figura 71. Exemplos de locais de passagem da adutora em Tijucas: SC-411 (esquerda) e Av. Jacarandá (direita) ........................... 121

Figura 72. Exemplos de locais de passagem da adutora em Tijucas: Rua Antônio Albino Casas (esquerda); Av. Coleiras (direita)

.............................................................................................................................................................................................................................. 122

Figura 73. Exemplos de locais de passagem da adutora em Porto Belo: Rua Euclides F. Peixoto (esquerda) e Av. Gov. Celso Ramos

(direita) ............................................................................................................................................................................................................... 123

Figura 74. Exemplos de locais de passagem da adutora em Porto Belo: Rua Milton Serpa Filho (esquerda) e Estrada de Zimbros

(direita) ............................................................................................................................................................................................................... 123

Figura 75. Exemplos de locais de passagem da adutora na Estrada Geral de Zimbros junto ao acesso a Estação de Tratamento .. 124

Figura 76. Esquema do Sistema de Abastecimento de Água de Bombinhas. Fonte: Agencia Nacional de Águas ............................. 126

Figura 77. Registros fotográficos do sítio arqueológico Enseada das Garoupas constante junto a Área de Influência Direta (AID)

do empreendimento. Fonte: Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental. .................................................................................... 131

Figura 78. Registros fotográficos do sítio arqueológico Enseada das Garoupas constante junto a Área de Influência Direta (AID)

do empreendimento. Fonte: Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Municipal da Ponta do Araçá ................................ 131

Figura 79. Registros fotográficos da Igreja Matriz Bom Jesus dos Aflitos constante junto a Área de Influência Direta (AID) do

empreendimento. Fonte: Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Municipal da Ponta do Araçá ...................................... 132

Figura 80. Levantamento realizado em base ao Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos – CNSA – Instituto Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. ...................................................................................................................................................... 133

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VII

Índice de Tabelas Tabela 1. Resíduos gerados nas atividades de tratamento da água bruta e análises laboratoriais, e sua classificação

segundo a ABNT NBR 10.004. .................................................................................................................................................. 14

Tabela 2. Disposição ou destinação final recomendada para os resíduos gerados durante a operação das ETA. ........ 16

Tabela 3. Contribuição estimada de efluentes líquidos na fase de instalação ..................................................................... 17

Tabela 4. Geração de Efluentes Líquidos Estimada ................................................................................................................ 17

Tabela 5 – Índices construtivos da Macrozona de Expansão Urbana 2. Fonte: Prefeitura Municipal de Tijucas. ....... 27

Tabela 6. Curva de permanência no proposto ponto de captação no Rio Tijucas. ............................................................ 37

Tabela 7. Descrição do tipo climático Cfa de Köppen-Geiger. ............................................................................................. 40

Tabela 8. Lista de indivíduos registrados na Área 1 (Adutora) localizada em Tijucas, com suas respectivas famílias. 63

Tabela 9. Lista das espécies nativas e exóticas encontradas na Área 1 (Adutora) localizada em Tijucas. ...................... 64

Tabela 10. Lista de indivíduos registrados na Área 2 (ETA) localizada em Bombinhas, com suas respectivas famílias.

....................................................................................................................................................................................................... 66

Tabela 11 . Volume a ser suprimido nas Áreas 1 e 2 amostradas. ........................................................................................ 71

Tabela 12.Mamíferos terrestres registrados no município de Bombinhas e cidades próximas. ...................................... 75

Tabela 13. Anfíbios registrados no município de Bombinhas e regiões próximas. ........................................................... 84

Tabela 14. Répteis de possível ocorrência em Bombinhas e municípios próximos. .......................................................... 86

Tabela 15. Aves com provável ocorrência em Bombinhas e regiões próximas. ................................................................. 87

Tabela 16. Espécies registradas na área de estudo, durante visita técnica. .......................................................................... 98

Tabela 17. Escolas do município de Bombinhas. Fonte: Dataescola/MEducação, 2017 ................................................. 128

Tabela 18. Unidades de saúde em Bombinhas: Fonte: CNES, 2017 ................................................................................... 129

Tabela 19. Identificação dos impactos levantados do empreendimento sobre a vizinhança. ........................................ 136

Tabela 20. Critérios de composição dos níveis de magnitudes. ......................................................................................... 137

Tabela 21. Pesos adotados para o cálculo da média ponderada na qual respaldará no nível de magnitude do impacto

analisado em base aos critérios de análise e variáveis de análise. ....................................................................................... 137

Tabela 22. Escala da magnitude resultante, respaldando o nível qualitativo Alto, Médio, Baixo e Indiferente. ......... 138

Tabela 23. Método de agregação matricial dos atributos Magnitude, Abrangência, Duração, Reversibilidade nas

quais resultam na sensibilidade ambiental e respectivo nível de importância. Fonte: Petrobras, 2013 ........................ 139

Tabela 24. Importância adotada em base ao nível de sensibilidade diagnosticada. ......................................................... 140

Tabela 25. Valor resultante da priorização dos impactos .................................................................................................... 141

Tabela 26. Descrição dos impactos priorizados .................................................................................................................... 143

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1

1 APRESENTAÇÃO

Objetivo do Licenciamento 1.1

O presente Estudo Ambiental Simplificado tem por objetivo o licenciamento ambiental da Estação de Tratamento de Água (ETA) para o município de Bombinhas-SC, por meio da concessionária: Águas de Bombinhas Saneamento SPE Ltda., responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário no município. A companhia faz parte da AEGEA Saneamento e Participações Ltda., que opera concessões de variados portes em 45 municípios brasileiros, atendendo a cerca de 3,6 milhões de pessoas.

Justificativa do empreendimento 1.2

O abastecimento de água potável no município de Bombinhas constitui um dos principais conflitos existentes na região. Hoje, a maior porção da água tratada vem do município vizinho, Porto Belo, e não consegue suprir a demanda atual, principalmente nos meses de veraneio, quando se observa intermitências no abastecimento, onde a população flutuante do município de Porto Belo e, sobretudo Bombinhas aumenta consideravelmente. Por outro lado o sistema de abastecimento existente no município de Bombinhas possui capacidade limitada devido à quase inexistência de recursos hídricos explotáveis dentro de seu domínio, com tendência de agravo da situação nos próximos anos, necessitando utilizar recursos hídricos externos ao município.

O sistema de abastecimento de água proposto consiste na captação da água, flutuante com caixa de areia e poço de sucção do Rio Tijucas, no município de Tijucas/SC possibilitada por subestação de energia elétrica a ser instalada no terreno, que será transportada por adutora de água bruta até a Estação de Tratamento de Água estará localizada no alto do Morro de Zimbros, caracterizada como convencional, compreendendo os processos de floculação, decantação, filtração e desinfecção. A vazão de média final do sistema será de 210 L/s.

O contrato de concessão foi assinado com a prefeitura de Bombinhas no dia 31 de agosto de 2016 e tem prazo de 35 anos. Prevê investimento total de cerca de R$ 33 milhões na implementação de rede de abastecimento de água. Além disso, a empresa atua no eixo de esgotamento sanitário, com compromisso de instalar rede, coletar e tratar 97% do esgoto até 2021, avançando gradativamente nos anos seguintes. Atualmente, apenas 18% do esgoto produzido em Bombinhas têm destinação adequada. Os serviços da Águas Bombinhas Saneamento serão regulados pela Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina.

Além do descrito acima, há uma urgência em sua instalação devido à falta de investimento e infraestrutura adequada para a demanda atual, deixada pela concessionária anterior.

Alternativas locacionais 1.3

Foram levantadas 3 alternativas locacionais para o empreendimento, sendo o principal problema levantado a vazão de água necessária para suprir a demanda em um horizonte de 35 anos, sendo elencados 3 alternativas:

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2

1) Aumento da captação de água dentro do Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros, com a construção de uma barragem para maior estocagem e utilização de água. Sendo descartada pela baixa vazão do mesmo (em torno de 20L/s máximo).

2) Captação do Rio Oliveira no município de Tijucas/SC. A água deste corpo possui ótima qualidade, porém possui baixa vazão de água para objetivo final pretendido, além de a adutora proposta ser extensa e passar por dentro de uma via pouco utilizada no Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros, com potencial impacto ao meio ambiente.

3) Captação no Rio Tijucas, no município de Tijucas/SC. Sendo esta a alternativa com melhor viabilidade, tanto econômica como ambiental. Devido ao grande volume do Rio Tijucas, tendo menor impacto levando em consideração a utilização do volume pretendido, a adutora segue por mais de 20km por ruas secundárias e pouco utilizadas, quando possível, utilizando apenas a Rua José Ponciano da Silva dentro do Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros, em Bombinhas, sendo uma via já existente e bastante utilizada.

Neste caso, a Alternativa Locacional 3 foi a escolhida.

A locação da ETA será no topo do Morro de Zimbros, em um terreno antropizado e próximo à áreas urbanizadas, este local foi escolhido por ser uma das áreas mais altas e próxima do ponto de Captação dentro do município de Bombinhas, sendo ideal para o bombeamento de água para o município.

Indicadores de porte 1.4

Segundo a Resolução Consema 13/2013, para o sistema de captação proposto, este é enquadrado como médio, com uma vazão média ao final do plano (Q2) entre 50 e 400L/s, enquadrando o relatório como RAP. Entretanto, devido à implantação de uma subestação de transmissão de energia elétrica, este é classificado com Estudo Ambiental Simplificado em todos os tipos de porte, portanto, o estudo será um EAS:

34.31.00 Captação, adução de água bruta e/ou tratamento de água para abastecimento público Pot. Poluidor/Degradador Ar: P Água: P Solo: P Geral: P Porte: 15 < Q (2) <= 50 : pequeno (RAP) 50 < Q (2) <= 400: médio (RAP) Q (2) > 400: grande (EAS).

34.15.00 - Subestação de transmissão de energia elétrica Pot. Poluidor/Degradador: Ar: P Água: P Solo: P Geral: P Porte: AU <= 1,0: pequeno (EAS) AU >= 2,0: grande (EAS) os demais: médio (EAS).

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3

Identificação do Requerente 1.5

Razão Social: Águas de Bombinhas Saneamento SPE Ltda.

CNPJ: 26.025.075/0001-10

Endereço: Rua Baleia Jubarte, 386

Bairro: Centro

Município/UF: Bombinhas/ SC CEP: 88.215-000

Endereço Eletrônico: www.aguasdebombinhas.com.br

Identificação do empreendedor 1.6

Razão Social: AEGEA Saneamento e Participações S/A

CNPJ: 08.827.501/0001-58

Endereço: Av Brigadeiro Faria Lima, 1744, 8 Andar, Sala 1, Jd. Paulistano, Sao Paulo, SP, CEP 01451-910, Brasil

Telefone: (47) 3360-0101

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4

2 CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO

Localização do empreendimento 2.1

A subestação de transmissão de energia elétrica, assim como a captação, adução de água bruta e a estação de tratamento de água (ETA) para o município de Bombinhas, a serem implantadas em áreas sob responsabilidade da Concessionária Águas de Bombinhas Saneamento SPE Ltda., correspondem a um empreendimento de utilidade pública e interesse social situado a partir da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, localizado dentro dos limites do bairro Joaia (Figura 1) - UTM 727590.95 m E 6981520.11 m S, na porção sudoeste do município de Tijucas, do Estado de Santa Catarina.

Com a Captação a partir do Rio Tijucas, a Adução de Água Bruta segue de encontro à Estação de Tratamento de Água (ETA), a ser implantada na porção noroeste do município Bombinhas, dentro do bairro Zimbros – UTM 744704.00 m E 6993050.00 m S.

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Figura 1. Localização do empreendimento. Fonte: Ecolibra, 2017.

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Descrição do empreendimento 2.2

Conforme o Layout Preliminar que dispõe do Dimensionamento do Processo de Tratamento da Estação de Tratamento de Água de Bombinhas, apresentado pela CISM Engenheiros Consultores Ltda. e apresentado à concessionária Águas de Bombinhas Saneamento SPE Ltda., em março de 2017; o empreendimento será constituído por um conjunto de operações e processo unitários destinados à transformação da água bruta aduzida do Rio Tijucas, para atender o padrão requerido de abastecimento e consumo da população do município, que terá vazão de final de plano do sistema será de 210 L/s.

Para tornar mais clara a compreensão da composição formal e funcional do empreendimento, apresentam-se plantas e/ou cortes e detalhamentos das instalações com as respectivas descrições das caracterizações arquitetônicas do projeto. O dimensionamento foi elaborado visando a segurança operacional do sistema de tratamento, cuja definição se deu a partir da qualidade da água bruta que, neste caso, apresentou a necessidade de considerar opções mais adequadas de tratamento - como o tratamento convencional– floculação, decantação, filtração e desinfecção.

O Ponto de Captação de Água Bruta proposto para o município de Bombinhas corresponde a um ponto de sucção flutuante, com caixa de areia, gerador e subestação de energia elétrica (Figura 2), estruturado a partir do Rio Tijucas, em terreno na localidade de Nova Descoberta, com área de 138.829,88m².

Figura 2. Captação de Água Bruta. Fonte: (Base) CISM Engenheiros Consultores Ltda.; (Identificação) Ecolibra, 2017.

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Figura 3. Vista para o futuro local de captação na margem direita do Rio Tijucas

O recalque responsável pela captação (Figura 4), corresponde à uma estrutura monolítica a ser acoplada ao terreno em até 7m abaixo da cota de nível 4m.

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Figura 4. Recalque de Água Bruta. Fonte: (Base) CISM Engenheiros Consultores Ltda.; (Identificação) Ecolibra, 2017.

A Adução de Água Bruta é composta pela Adutora de Água Bruta que possui Diâmetro Nominal de 500mm (ferro fundido) e inicia seu trajeto a partir do ponto de captação, sendo composta por 27,4km de extensão e locada dentro das vias existentes. Seu trajeto inicia na Rodovia SC 411 (3397m), adentrando a Rua Nova Trento (132m), posteriormente, à direita, acessando a Avenida Carlos Humberto Ternes (57m), para seguir em direção à Rua Estevão C Rita (50m), até à Rua Antônio Albino Casas (1494m), direcionando-se à Rua Treze de Novembro (1330) até virar à esquerda na Rua Geraldo Rebelo (990m), indo de encontro À Avenida Hercílio Luz (40m), para acessar a Mato Grosso (570m) até o encontro da Rua José Manoel Reis (1564m), Av. Coleira (930m) em direção à Rua Euclides Francisco Peixoto (2776m) que, posteriormente se torna a Estrada Geral Santa Luzia. A adutora segue a estrada mencionada até esta tornar-se a Avenida Governador Celso Ramos, adentrando à direita, a Rua Maurílio M. da Silva e à esquerda a Rua Osvaldo F. dos Santos.

Seguindo pela Rua João Vandelino Guerreiro, até que a mesma se torne Rua Lúcio José Airoso, a adutora volta a acessar a Avenida Governador Celso Ramos até que esta passa a nomear-se como

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Rua Milton José Serpa Filho, onde o trajeto da adutora alcança a orla da Praia de Perequê. A adutora segue pela faixa de areia até a Rua Irineu José Moreira, onde acessa a Rua Manoel Felipe da Silva para logo seguir pela Rua José Guerreiro Filho em toda sua extensão, até a Rua José Ponciano da Silva, onde seu trajeto culmina no terreno de implantação da Estação de Tratamento de Água (ETA).

De acordo com a NBR 12.216/1992, Estação de Tratamento de Água é um “conjunto de unidades, destinado a adequar as características da água aos padrões de potabilidade”. A concepção da nova ETA (Figura 5) trará ao município de Bombinhas a capacidade média final definida em 210 L/s. Conforme o Layout Preliminar AEG-BOM-SAA-PJE-DES-ETA-001-HID-001-00, elaborado pela CISM Engenheiros Consultores Ltda., a Estação de Tratamento de Água (ETA), é composta de 19 unidades que serão agregadas ao redor do reservatório existente.

Contudo, baseado no Layout Preliminar disponibilizado, percebe-se nos arranjos gerais das instalações do empreendimento que, a proposta foco do presente estudo, abrange variadas complexidades e especificidades de caráter Civil, Arquitetônico e Hidrossanitário. Portanto, conclui-se que o empreendimento é substancialmente necessário para que a autonomia municipal de captação, adução e tratamento objetivados, sejam alcançados; visto que, trata-se de parte da ampliação do Sistema de Abastecimento de Água do município de Bombinhas/SC.

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Figura 5. Estação de Tratamento de Água. Fonte: (Base) AEG-BOM-SAA-PJE-DES-ETA-001-HID-001-00. (Identificação) Ecolibra, 2017.

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Demandas de infraestrutura 2.3

Resíduos Sólidos 2.3.1

2.3.1.1 Instalação

Os resíduos sólidos gerados na fase de instalação do empreendimento serão provenientes, principalmente, das atividades construtivas, caracterizadas por construção do embasamento da estação, acessos, e demais estruturas unitárias que compões a estação de tratamento de água.

Estes resíduos deverão ser gerenciados conforme o Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, que será elaborado especificamente para o canteiro de obra em questão e apontará diretrizes para o correto manejo de resíduos. O PGRCC e demais atividades relacionadas encontram-se regulamentadas por legislação federal, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e também por legislação municipal.

Estes resíduos oriundos pela construção e demolição recebem classificação conforme a Resolução CONAMA 307/2002, a qual estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil e define os materiais e classes, a saber:

• Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como: a) de

construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de

infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção,

demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos,

telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação

e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fio, etc.)

produzidas nos canteiros de obras;

• Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel,

papelão, metais, vidros, madeiras e gesso (redação atualizada pela Resolução CONAMA

n° 431/11, a qual retirou gesso da classe de resíduos que não foram desenvolvidas

tecnologias para reciclagem);

Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação (redação atualizada pela Resolução CONAMA n° 431/11);

• Classe D: são resíduos perigosos oriundos de processos de construção, tais como tintas,

solventes, óleos. Ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de

demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais, bem como

telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à

saúde. Redação dada pela Resolução CONAMA n° 348/04, a qual alterou a Resolução

307/02 adicionando Amianto à classe de resíduos perigosos.

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Segundo metodologia de Tozzi (2006), adaptada por Mariano (2008), uma nova obra civil gera em torno 44,86 kg de RCC para cada m2 de área construída.

As metragens das respectivas áreas que serão computados na quantificação da geração de RCC estão associadas diretamente a construção dos volumes descritos na caracterização do empreendimento do presente programa de gerenciamento. Há que se considerar a área da ETA principalmente, com cerca de 2.000 m² de área construída, edificações relacionadas a captação (baixo e alto recalque, desarenador e caixa de areia), com um total aproximado de 300m², além de das obras da instalação da adutora, com cerca de 27 km e. Para a ETA e captação estima-se a geração de cerca de 103,18 toneladas de resíduos da construção. Já para a adutora, foi considerada uma geração menor de cerca de 2 toneladas/km instalado, o que aponta uma geração próxima a 54,8 toneladas de resíduos. O que totaliza cerca de 158 toneladas de RCC.

O manejo completo dos resíduos de construção civil ou resíduos volumosos é de responsabilidade do empreendedor. De acordo com as premissas de um PGRCC bem fundamentado, estes resíduos deverão ser acondicionados em locais específicos para cada tipo de material, visando assim, a organização e o encaminhamento para empresas de reciclagem ou aterros de resíduos de Classe A. Este acondicionamento deve ser realizado por meio de baias, bags, bombonas entre outros materiais a depender da facilidade de disposição durante a execução da obra e facilidade para recolhimento e transporte.

É comum a disposição de caçambas estacionárias nos canteiros de obras, contudo estas devem estar atreladas a empresas de transporte de resíduos, com a devida licença ambienta, e também deve ter contrato com empresa de disposição final.

A disposição final de resíduos da construção civil tem sido realizada, na grande maioria dos casos, em aterros para resíduos de Classe A, licenciados pelo órgão ambiental municipal. Espera-se que sejam seguidas as premissas e diretrizes do PNRS, que aponta a disposição final em aterros como última forma escolhida para tratamento de resíduos, sendo então preferível o encaminhamento a locais de tratamento e beneficiamento para reuso, e/ou recicladores destes materiais.

2.3.1.2 Operação

A geração de resíduos durante a operação das Estações de Tratamento de Água (ETA) decorre principalmente das atividades de tratamento da água bruta e também de análises laboratoriais.

As estações de tratamento de água (ETA) convencionais de ciclo completo removem partículas finas, em suspensão e em solução, presentes na água bruta captada do manancial. Durante o tratamento, aplicam-se produtos químicos que desestabilizam as partículas coloidais e auxiliam a formação de flocos (hidróxidos metálicos) com tamanho suficiente para sua posterior remoção. Essa remoção é possível devido ao processo de decantação, responsável pela separação dos flocos formados (fase sólida) e da água (fase líquida). Parcela dos flocos que não sedimentam passam pelos filtros para clarificação final.

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Desse modo, os resíduos das ETA são constituídos por lodos acumulados (compostos por materiais removidos da água bruta e por produtos químicos adicionados à água durante o tratamento) e pela própria água que atua como agente transportador destes mesmos resíduos (composta pela água de lavagem dos filtros utilizados na clarificação). Geralmente, tais resíduos, principalmente os lodos, apresentam baixa biodegradabilidade, alta concentração de sólidos totais, agentes patógenos e, eventualmente, metais pesados, que podem causar toxicidade à vida aquática (BARBOSA, 2000).

Segundo Cornwell et al. (1987), a produção de resíduos em uma ETA depende: das características da água bruta afluente; da quantidade e qualidade dos produtos químicos aplicados; da eficiência do sistema de tratamento e do método de remoção dos resíduos, isto é, do tipo de decantador ou flotador e filtros empregados. A Figura 6 ilustra uma ETA convencional de ciclo completo, típica, e os respectivos locais de geração de resíduos.

Figura 6. Esquema de funcionamento de uma ETA convencional e etapas de geração de resíduos.

Além dos resíduos descritos anteriormente gerados no tratamento da água bruta em si, outros materiais podem ser gerados na operação das ETA, como por exemplo, os resíduos gerados nas análises laboratoriais. Esses resíduos são caracterizados por materiais gerados em atividades administrativas e também em análises químicas. Essas análises objetivam monitorar a qualidade da água tratada nas estações, através da determinação das melhores dosagens dos produtos químicos empregados no tratamento.

Classificação

Na Tabela 1 é possível visualizar os principais resíduos gerados nas atividades de tratamento da água bruta e nas análises laboratoriais, bem como sua classificação segundo a ABNT NBR 10.004:

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Tabela 1. Resíduos gerados nas atividades de tratamento da água bruta e análises laboratoriais, e sua classificação segundo a

ABNT NBR 10.004.

Atividade Resíduo gerado Classificação – NBR 10.004

Tratamento de

água bruta

Lodo dos decantadores Classe II A – Não inertes

Água de lavagem dos filtros

Análises

laboratoriais

Embalagens plásticas e de papel não contaminadas

Classe II A – Não inertes

Papel toalha não contaminado

Papel ofício usado*

Copos plásticos não contaminados

Luvas não contaminadas

Vidrarias quebradas não contaminadas Classe II B – Inertes

Produtos químicos vencidos e outros efluentes

contendo metais pesados

Classe I – Perigosos

Vidrarias de produtos químicos (contaminadas)

Luvas de látex contaminadas

Filtros de papel e papel toalha contaminados

Lâmpadas usadas*

Pilhas e baterias*

Cartuchos de impressão e fios*

*Resíduos comuns em atividades administrativas

Quantificação

Lodo dos decantadores

Existem diversas fórmulas empíricas que foram desenvolvidas para se obter uma estimativa da geração de lodo pelas ETA, relacionando variáveis (parâmetros de projeto da própria ETA, ou inferidos de dados de monitoramento pré-existentes) com outras que possuem valores publicados na literatura. Devido ao alto custo e ao tempo de execução dos ensaios de jato (jar tests) e da estação-piloto, essas fórmulas se tornam uma opção viável para se obter a quantificação.

Todas as equações partem do mesmo princípio conceitual e diferem, basicamente, somente na escolha de algumas variáveis independentes. Em geral, assume-se que os sólidos gerados pelo tratamento da água possuem duas componentes: a primeira é constituída pela fração de sólidos da água bruta, que é removida no tratamento e é quantificada pela concentração de sólidos em suspensão totais (SST). E a segunda componente advém dos produtos químicos adicionados à água bruta como parte do tratamento, que se precipitam, os quais variam de acordo com o tipo de tratamento adotado.

Diante do exposto, a fórmula utilizada para a quantificação do logo gerado em ETA é baseada na Americam Water Work Association – AWWA (1978), dada a sua simplicidade, visto que a mesma requer o conhecimento de apenas uma variável:

� � 3,5�10��� �,��

Onde:

P = produção de sólidos/lodo (kg de matéria seca / m³ de água bruta tratada).

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Tu = turbidez da água bruta (UNT).

Levando em consideração o estudo: Caracterização ambiental dos principais afluentes da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú (SILVA, 2015), a turbidez média ao longo do ano de um rio com características de enquadramento classe II, é de 14 UNT. Levando também em conta que o volume de água bruta a ser tratada é igual a 210 L/s (0,210 m³/s), a massa encontrada de lodo que será gerada para o projeto em questão é 0,0041958 kg/s, equivalente a 362 kg/dia.

� � 3,5�10��14�,��

� � 0,01998�� por m³ de água bruta tratada

Massa gerada = 0,01998 (kg/m³) x 0,210 (m³/s) = 0,0041958 kg/s

O valor de logo gerado encontrado de 0,01998 kg/m³ equivale a quase 2 % do volume total da água bruta tratada, o qual está dentro dos valores encontrados na literatura (1 - 4 %).

Desague do lodo

O processo consiste na desidratação parcial do lodo feito por meio de adensador mecânico e centrifuga (skid). Dessa forma, o lodo gerado pela ETA diminui o volume concentrando sedimentos, lama, etc. para ser posteriormente descartado em aterro. O sistema de desidratação por sacos mantas é o método menos dispendioso para desaguar lodo de estações de tratamento, e dependendo do caso os sacos podem ser reaproveitados.

Resíduos gerados nas análises laboratoriais

Visto que as análises laboratoriais ocorrem para a determinação das melhores dosagens dos produtos químicos e também para o monitoramento da qualidade da água tratada, e que essas análises dependem da frequência, da demanda e dos parâmetros analisados, a quantificação dos resíduos gerados nessa atividade só é possível através de um acompanhamento e coleta de dados durante um período de tempo após o início da mesma.

Disposição final

Usualmente os lodos gerados nas estações de tratamento de água são lançados em corpos d’água, incorporados ao esgoto doméstico para tratamento em Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) ou dispostos em aterros sanitários. Apesar disso, o tratamento desse resíduo em conjunto com o esgoto doméstico pode sobrecarregar a ETE ou causar problemas operacionais se a mesma não tiver sido projetada para tal finalidade. Além disso, transfere o problema de disposição final de lodo da ETA para a ETE.

Já o lançamento do lodo em corpos d’água não é indicado devido à escassez dos mananciais e aos problemas que a disposição desses materiais pode causar no meio, como assoreamento do canal, redução da qualidade da água e danos ambientais à vida aquática. Além disso, o lodo gerado em ETA se enquadra como um resíduo sólido, devendo este, ser gerenciado de tal forma a garantir as premissas da Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei Federal 12.305/2010).

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Com a tendência mundial de aumento da produção de lodos em ETA devido à redução da qualidade dos mananciais, novas alternativas tem surgido para o tratamento ou aproveitamento desses materiais (ZHAO; BANATUNDE, 2007). Segundo Cornwell (2006), alguns países têm testado a aplicação do lodo das ETA em área degradadas ou agrícolas e em processos industriais como na produção de cimento, concreto e pecas cerâmicas. Apesar disso, há poucos resultados conclusivos sobre essas alternativas ou com viabilidade técnica e financeira assegurada, sendo assim, a disposição final mais indicada atualmente para o resíduo em questão é a disposição em aterros sanitários devidamente licenciados pelo órgão ambiental competente.

Na Tabela 2 está disposta a disposição final recomendada para todos os resíduos gerados nas atividades de tratamento de água brita e análises laboratoriais ocorrentes na operação de uma ETA.

Tabela 2. Disposição ou destinação final recomendada para os resíduos gerados durante a operação das ETA.

Resíduo gerado Disposição ou destinação final recomendada

Lodo dos decantadores Aterro sanitário (classe II)

Água de lavagem dos filtros

Embalagens plásticas e de papel não

contaminadas

Reciclagem

Papel toalha não contaminado

Papel ofício usado*

Copos plásticos não contaminados

Luvas não contaminadas

Vidrarias quebradas não

contaminadas

Produtos químicos vencidos e outros

efluentes contendo metais pesados

Tratamento (solidificação) e disposição em

aterro (classe II ou classe I, a depender das

características do produto químico ou efluente)

Vidrarias de produtos químicos

(contaminadas)

Tratamento (inertização) e disposição em aterro

sanitário (classe II)

Luvas de látex contaminadas Tratamento (descontaminação) e disposição em

aterro sanitário (classe II)

Filtros de papel e papel toalha

contaminados Aterro industrial (classe I)

Lâmpadas usadas* Tratamento (tecnologia Bulbox)

Pilhas e baterias* Encapsulamento

Cartuchos de impressão e fios* Encapsulamento

Efluentes líquidos 2.3.2

2.3.2.1 Instalação

Durante a implantação do empreendimento, a geração de efluentes líquidos será exclusiva de equipamentos sanitários de uso exclusivo dos funcionários da obra e proveniente dos ambientes destinados ao preparo de alimentos (Tabela 3). Estima-se a contratação e permanência média de 70 trabalhadores para a ampliação do empreendimento.

Será utilizado banheiro químico para a coleta e destinação dos esgotos sanitários gerados.

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Tabela 3. Contribuição estimada de efluentes líquidos na fase de instalação

Descrição Contribuintes População

(N)

Contribuição

(L/hab/dia)

Esgoto

(L/dia)

Esgoto

(m³/dia)

Colaboradores permanentes 50 70 4.900 4,9

2.3.2.2 Operação

Com relação aos efluentes gerados, estes geralmente estão relacionados à efluentes sanitários dos trabalhadores do empreendimento. Para o processo de tratamento da água acontece a geração de resíduos sólidos, abordada pelo tópico anterior.

A operação do empreendimento contará com 05 trabalhadores, e dessa forma gerará cerca de 250L de geração de esgotos diária (Tabela 4). O empreendimento contará com sistema individual de tratamento, feito por meio de fossa séptica e filtro anaeróbio.

Tabela 4. Geração de Efluentes Líquidos Estimada

Descrição Contribuintes População

(N)

Contribuição

(L/hab.dia)

Esgoto

(L/dia) Esgoto (m³/dia)

Geração de efluentes 5 50 250 0,25

Mão de obra necessária 2.4

Para a instalação será demandado cerca de 70 trabalhadores. Na operação será requerido 5 vagas de emprego, sendo 4 para operadores e 1 para supervisor.

Custo Total do Empreendimento 2.5

Segundo dados do empreendedor o custo global aproximado do empreendimento foi de aproximadamente R$ 33.000.000,00 (Trinta e três milhões de reais).

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3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

Legislação aplicada ao empreendimento 3.1

Constituição Federal de 1988

A Constituição Federal é um conjunto de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, tanto no aspecto individual quanto social (BONAVIDES, 2004), constituindo-se como fundamento de toda ordenamento jurídico brasileiro, com destaque para as normas relacionadas ao Meio Ambiente; à Política Urbana, Fundiária; do Sistema Financeiro Nacional; Organização Político-Administrativa (que envolve a União, Estados, Distrito Federal e Municípios), Competências, Administração Pública; Organização dos Poderes, entre outros.

Um dos aspectos constitucionais relevantes a ser destacado neste estudo, é a inserção de capítulo especial destinado a proteção ambiental, considerando-o como direito fundamental das presentes e futuras gerações, estabelecendo a obrigatoriedade do licenciamento e a confecção de estudos ambientais. Destaca-se ainda, a autonomia concedida a partir da Carta de 1988, aos municípios brasileiros, que conquistaram autonomia política, administrativa e financeira, contudo guardando as limitações elencadas na própria Constituição Federal e no Estatuto da Cidade - Lei Federal 10.257/2001.

Normas Federais de caráter urbanístico 3.2

Lei Federal nº 6.766/1979 – Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano; alterada pela Lei 9.785/99 e Lei Federal 10.932/04.

Destaque: Importante para o Município, pois elenca as diretrizes do parcelamento do solo urbano.

Lei Federal nº 10.257/2001 – Conhecida como Estatuto da Cidade, regulamentou os Art. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelecendo as diretrizes gerais da política urbana, normas de ordem pública e interesse social, regulando o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana. Regulamenta também os instrumentos da política urbana, dentre eles destaca-se o Estudo de Impacto de Vizinhança, estabelecido nos Art. 36 a 38.

Importante também é ressaltar entre as diretrizes desta política, a garantia do direito a cidades sustentáveis; gestão democrática; cooperação entre governos, a iniciativa privada e demais setores da sociedade; planejamento do desenvolvimento das cidades, distribuição espacial da população e das atividades econômicas; ordenação e controle do uso do solo; integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais; preservação, proteção e recuperação do meio ambiente; regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda; dentre outras enumeradas no artigo 2º desta Lei.

Dentre os instrumentos apresentados no Estatuto da Cidade, vale destacar também o Plano Diretor como um meio para o cumprimento da política urbana, e indispensável à determinação

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das intervenções a serem executadas pelo poder público municipal, de maneira coordenada e articulada.

• Lei nº 4.591/1964 – Dispõe sobre o condomínio em edificações e as incorporações

imobiliárias.

• Lei Federal nº 12.587/2012 – Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade

Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nos 3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405,

de 13 de abril de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo

Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, e das Leis nos 5.917, de 10 de setembro de

1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá outras providências.

• Lei Federal nº: 5.917/1973 – Aprova plano nacional de viação e dá outras providências. O

conteúdo da presente lei trata de regulamentação acerca de vias para transporte.

• Decreto nº 5.621/2005 – Regulamenta a Lei no 5.917, de 10 de setembro de 1973, que

dispõe sobre o Plano Nacional de Viação, e dá outras providências.

Legislação Federal que trata da proteção e gestão ambiental 3.2.1

PROTEÇÃO, GESTÃO E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL

• Lei 6.938/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.

Destaques: Todas as ações do Poder Público e do Particular devem estar em consonância com esta política, cujo objetivo é manter o equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo.

Ainda, deve ser considerada a racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; o planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas; controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras entre outros elencados no artigo 2º da referida lei, ou seja, decorre da presente lei a obrigatoriedade de licenciamento ambiental dos empreendimentos, e seus respectivos estudos que serão exigíveis conforme a peculiaridade da obra ou atividade.

• Decreto 99.274/1990 – regulamenta a Lei 6.902/1981, Lei 6.938/1981, que dispõe sobre

criação de estação ecológica e áreas de proteção ambiental e sobre política nacional de

meio ambiente, respectivamente.

Destaques: O art. 17 do referido decreto, remete a necessidade do estudo de impacto ambiental para fins de licenciamento, e elenca ainda a forma e organização da política nacional de meio ambiente;

• Lei Complementar 140/2011 – Estabelece ações de cooperação para a proteção do meio

ambiente.

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Destaques: Trata-se de uma importante legislação que regulamentou dispositivo constitucional em matéria de competências e estabeleceu as ações de cooperação entre a União, Estados, DF e Municípios em matéria de gestão e fiscalização ambiental. Dentre as várias ações estabelecidas, é necessário destacar a definição de competência para o licenciamento e lavratura de auto de infração.

• Lei 9.605/1998 – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas

e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

Destaques: a referida lei traz sanções que implicam na responsabilidade criminal do sujeito ativo do dano, inclusive, com a possibilidade de responsabilização da pessoa jurídica pelo cometimento de crimes ambientais. E além da responsabilidade criminal traz ainda capitulo específico que trata das infrações administrativas, que fundamentam a aplicação de multas, advertências, restrição de direitos, demolições, suspensão de atividades entre outros que geram a responsabilidade administrativa.

• Decreto 6.514/2008 – Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio

ambiente, estabelecendo o processo administrativo federal para apuração destas

infrações, uso, gozo, promoção, proteção, recuperação, meio ambiente, multa,

advertência, apreensão, destruição, inutilização, embargo, suspensão, destruição, crimes

ambientais, fauna, flora, poluição, ordenamento urbano, patrimônio cultural,

administração ambiental, unidades de conservação.

Destaques: Referido Decreto revoga os decretos nº: 3.179/99, 3.919/01, 4.592/03, 5.523/05, os Art. 26 e 27 do Decreto nº 5.975/06, e os Art. 12 e 13 do Decreto nº 6.321/07, e passou a regulamentar a lei de crimes ambientais e as disposições relativas ao processo administrativo ambiental, o qual é utilizado de forma subsidiária pelos órgãos ambientais que compõe o sistema nacional de meio ambiente - SISNAMA.

• Lei 10.165/2000 – Institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato

gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para controle e

fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais.

RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO

Lei 9.433/1997 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Destaques: A Lei 9433/97, instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. A referida lei é considerada um instrumento inovador, pois preconiza que a gestão da água deverá ser descentralizada e participativa. Em linhas gerais, a referida lei traça os fundamentos, objetivos, diretrizes, instrumentos para a implantação da Política e as Ações do Poder Público, e ainda cria o Sistema Nacional de Recursos

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Hídricos. São objetivos principais da política: assegurar a disponibilidade das águas e a qualidade adequada às presentes e futuras gerações; garantir o uso deste recurso de forma racional e atuar na prevenção e defesa contra eventos hidrológicos decorrentes do uso inadequado dos recursos hídricos.

Portanto, a gestão das águas deve levar em conta os usos múltiplos da água, mas em caso de escassez, prevalecerão os usos prioritários dos recursos hídricos, que são o consumo humano e a dessedentação de animais conforme o seu art.1°, III.

• Lei 12.305/2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605,

de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

Destaques: Com destaque ao art. 20 sobre a responsabilidade dos geradores e a exigibilidade de elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos.

• Decreto Federal nº 7.404/2010 – Regulamenta a política nacional de resíduos sólidos e dá

outras providências.

• Lei 11.445/2007 – estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico; altera as Leis

nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de

junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei no 6.528, de 11 de maio de

1978; e dá outras providências.

PROTEÇÃO E GESTÃO FLORESTAL • Lei Federal n° 11.428/2006 – Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do

Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

• Decreto nº: 6.660/2008 – Regulamenta dispositivos da Lei 11.428/2006.

• Lei Federal 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa.

• Lei Federal n° 9.985/2000 – Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da

Natureza – SNUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das

unidades de conservação.

Destaques: O Sistema Nacional de Unidades de Conservação tem a finalidade de estabelecer normas e critérios para criação, implantação e gestão das unidades de conservação no território brasileiro para contribuir para a manutenção da diversidade biológica, proteger as espécies ameaçadas de extinção, contribuir para a preservação e restauração da diversidade de ecossistemas, promover o desenvolvimento sustentável, promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza, proteger paisagens naturais, proteger características relevantes da natureza geológica, proteger e recuperar os recursos hídricos, valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica, entre outros.

• Decreto n° 4.340/2002 – Regulamentam artigos da Lei nº 9.985, que dispõe sobre o

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, e dá outras

providências.

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• Decreto 6.848/2009 – Estabelece critérios para a compensação ambiental;

Destaques: De acordo com o referido decreto a fixação da compensação ambiental, estabelecida no art. 36 da Lei no 9.985/2000, o órgão ambiental estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, devendo considerar exclusivamente os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente.

Os impactos deverão ser considerados apenas uma vez no cálculo, e não deve conter os indicadores do impacto gerado pelo empreendimento e das características do ambiente a ser impactado, não deverão ser incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do empreendimento, inclusive aqueles relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de seguros pessoais e reais.

Assim, de acordo com o Decreto, a compensação ambiental será fixada pelo órgão ambiental licenciador conforme o grau de impacto negativo a ser definido a partir dos estudos apresentados.

• Decreto n° 6.848/2009 – Dá nova redação ao caput do art. 31 do Decreto no 4.340, de 22

de agosto de 2002, que regulamenta artigos da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, que

dispõe sobre o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC.

Destaques: Referido decreto estabelece o que deverá ser considerado o impacto negativo para fins de compensação, bem como, traz a metodologia para definir o grau de impacto ambiental a ser calculado pelo órgão ambiental. Vale destacar que o referido Decreto está sendo questionado pelo Procurador Geral da República, que ajuizou perante o Supremo Tribunal Federal – STF a Reclamação - RCL 17364, para impugnar o artigo 2º do Decreto que regulamenta a compensação ambiental sob a fundamentação de que o dispositivo ofende a decisão do STF no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI 3378, que declarou a inconstitucionalidade da expressão “não pode ser inferior à meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento”, constante do parágrafo 1º do artigo 36 da Lei 9.985/2000, sob o fundamento de que a definição do montante de recursos para a compensação deveria ter por base o grau de impacto ambiental e não uma fórmula abstrata para o cálculo da compensação ambiental prevendo percentual máximo de impacto ambiental a ser considerado, cabendo ao licenciamento ambiental aferir, em cada situação concreta. Referida reclamação foi acolhida pelo STF por entender que o referido Decreto não viola a ADI 3378, atualmente encontra-se em fase de recurso por parte do Procurador da República.

DEFESA CIVIL • Decreto nº 5.376/ 2005 – Dispõe sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC e o

Conselho Nacional de Defesa Civil, e dá outras providências.

PROCESSO URBANÍSTICO/AMBIENTAL • Lei nº 7.347/1985 – Institui a Ação Civil Pública de Responsabilidade por Danos

Causados ao Meio Ambiente, ao Consumidor, a Bens e Direitos de Valor Artístico,

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Estético, Histórico e Paisagístico. Estas ações objetivam responsabilizar e obrigar o

poluidor a reparar o dano gerado. Disciplina as Ações Civis Públicas que podem ser

propostas pelo Ministério Público, pela União, Estados e Municípios ou por autarquias,

empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou associações de defesa ao

meio ambiente.

• Lei nº 4.717/1965 – Regula a ação popular.

Destaque: Referida lei assegura que qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos. E entende-se como patrimônio público os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. Dentre estes pode-se incluir o meio ambiente cultural.

Normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA 3.2.2

• Resolução CONAMA nº 307, de 05/07/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

• Resolução CONAMA nº 1, de 08/03/1990 – Dispõe sobre critérios e padrões de emissão

de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou

recreativas, inclusive as de propaganda política.

• Resolução CONAMA nº 370, de 06/04/2006 – Prorroga o prazo para complementação

das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº

357, de 17 de março de 2005.

• Resolução CONAMA nº 1, de 23/01/1986 – Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes

gerais para a avaliação de impacto ambiental.

• Resolução CONAMA nº 9, de 03/12/1987 – Dispõe sobre a realização de Audiências

Públicas no processo de licenciamento ambiental.

• Resolução CONAMA nº 5, de 15/06/1988 – Dispõe sobre o licenciamento de obras de

saneamento.

• Resolução CONAMA nº 1, de 08/03/1990 – Dispõe sobre critérios e padrões de emissão

de ruídos decorrentes de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou

recreativas, inclusive as de propaganda política.

• Resolução CONAMA nº 2, de 08/03/1990 – Dispõe sobre o Programa Nacional de

Educação e Controle da Poluição Sonora.

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• Resolução CONAMA nº 237, de 19/12/1997 – Dispõe sobre a revisão e complementação

dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental.

• Resolução CONAMA n° 357/2005 – Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e

diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como, estabelece as condições e

padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

• Resolução CONAMA n° 307/2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para

a gestão dos resíduos da construção civil.

• Resolução CONAMA n° 02/1996 – Atividades sujeitas ao licenciamento ambiental com

apresentação de EIA/RIMA.

• Resolução CONAMA n° 303/2002 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de

Áreas de Preservação Permanente.

• Resolução nº 278/2001 – Dispõe contra corte e exploração de espécies ameaçadas de

extinção da flora da Mata Atlântica. Proteção à Flora

• Resolução CONAMA nº 010/1993 – Estabelece os parâmetros básicos para análise dos

estágios de sucessão de Mata Atlântica Proteção à Flora.

• Resolução CONAMA nº 04/1994 – Define vegetação primária e secundária nos estágios

inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, a fim de orientar os

procedimentos de licenciamento de atividades florestais em Santa Catarina.

Legislação urbana aplicada ao empreendimento 3.3

Conforme disposto no Plano Diretor do município de Tijucas, Lei Complementar n° 5, do ano de 2010, o território é dividido em 06 macrozonas: a Macrozona Urbana, Macrozona de Expansão Urbana 1, Macrozona de Expansão Urbana 2, Macrozona Rural de Timbé, Macrozona Rural de Morretes, Macrozona Rural de Terra Nova. O empreendimento em estudo, encontra-se inserido na Macrozona de Expansão Urbana 2, como mostra a Figura 7.

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Figura 7. Localização da Captação de Água Bruta no Mapa de Macrozoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de

Tijucas; (Identificação) Ecolibra, 2017.

Quanto ao Microzoneamento, de acordo com o mapa referente ao Zoneamento de Tijucas, Figura 8) sustentado pela Lei Complementar n° 22/2013, o empreendimento está localizado na Macrozona de Expansão Urbana 2.

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Figura 8. Localização da Captação de Água Bruta no Mapa de Zoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Tijucas;

(Identificação) Ecolibra, 2017.

Segundo a lei referida, o zoneamento estabelece a divisão do território em unidades onde se pretende orientar o uso e a ocupação do solo, visando a melhor utilização em função do sistema viário, da topografia e da infraestrutura existentes.

De acordo com o Art. 62 da Subseção IV, Capítulo VI da Lei Complementar n° 05/2010, a Macrozona de Expansão Urbana 2 se caracteriza pela existência da rodovia SC-441, importante corredor para implantação de comércio, industrias e serviços, que apresenta transito intenso o que afeta o cotidiano da vizinhança. Deficiência de rede de sistema viário e de fiscalização das atividades de mineração. Existência de redes de alta tensão e de gás (Gasoduto Bolívia-Brasil) e de olarias, apresenta também baixo índice de áreas verdes e falta de áreas de lazer e recreação. Dos objetivos da Macrozona de Expansão Urbana 2:

I. Garantir condições de implantação para o comércio, indústrias e serviços; II. Criar diretrizes específicas para recuperação das áreas de mineração e também

adequação para futuros usos urbanos; III. Promover a regularização fundiária.

O mapa apresentado demonstra que o entorno do empreendimento, compreende a Macrozona Rural de Timbé, que se atribui de predomínio de uso agropecuário com vastas áreas de cobertura vegetal e pastagens, e a Área Especial de Interesse da Rodovia SC-441, que tem como

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característica a ocupação predominantemente linear ao longo da via, áreas de uso agrícola e que sofre com graves problemas causado pela extração da areia e áreas de alagamentos.

Assim, considerando o zoneamento do município e, em particular, a zona a receber as estruturas do empreendimento, apresentam-se a seguir, os índices definidos pela Macrozona de Expansão Urbana 2.

Tabela 5 – Índices construtivos da Macrozona de Expansão Urbana 2. Fonte: Prefeitura Municipal de Tijucas.

Índices Macrozona de Expansão Urbana 2

Gabarito 2

Coeficiente de Aproveitamento

Mín. 0,1 Bás. 0,8

Máx. 0,8

Taxa de Ocupação (Embasamento e Torre) 40%

Afastamentos Mínimos

Frontal 6,00

Lateral Base 1,50

Lateral Torre 1,50

Fundos 1,50

Conforme disposto pelo Código de Zoneamento do município de Bombinhas, Lei Complementar nº 106, do ano de 2009, o território é dividido em 03 macrozonas: a Macrozona de Ocupação Urbana; Macrozona de Amortecimento e Macrozona de Preservação. O empreendimento em estudo encontra-se inserido na Macrozona de Preservação, conforme indicado na Figura 9.

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Figura 9. Localização da ETA no Mapa de Macrozoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Bombinhas;

(Identificação) Ecolibra, 2017.

Quanto ao Microzoneamento, conforme o Mapa de Zoneamento de Bombinhas, sustentado pela Lei Complementar nº 106/2009, o empreendimento está localizado na Zona de Unidade de Conservação da Área de Relevante Interesse Ecológico da Costeira de Zimbros (ZUC ZARIEC) como mostra a Figura 10.

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Figura 10. Localização da ETA no Mapa de Zoneamento. Fonte: (Base) Prefeitura Municipal de Bombinhas; (Identificação)

Ecolibra, 2017.

Segundo a lei referida, o zoneamento estabelece a divisão do território em unidades onde se pretende orientar o uso e a ocupação do solo, visando a melhor utilização em função do sistema viário, da topografia e da infraestrutura existente.

Conforme o Art. 35 da Seção XIII, Capítulo II da presente lei, a Zona da Unidade de Conservação da Área de Relevante Interesse Ecológico da Costeira de Zimbros (ZUC ZARIEC) tem por objetivo:

I. Promover o plano de manejo para todo o território da UC (Unidade de Conservação); II. Manter os ecossistemas naturais de importância local e regional, regulando o uso

admissível dessa área, de modo a compatibilizá-la com o desenvolvimento sustentável e o turismo, sendo vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção, de acordo com legislação vigente.

Entretanto, com a aprovação do Decreto nº2123 de novembro de 2015, que dispõe sobre a recategorização da Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) da Costeira de Zimbros, para Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros – uma Unidade de Proteção Integral que será constituída por terras de domínio e posse públicos. Logo, com a recente alteração, os principais objetivos da área em questão passam a ser:

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I. Proteger as características naturais extraordinárias dos ecossistemas continentais que abrigam exemplares raros da biota local e regional, bem como todos os recursos naturais associados e sua biodiversidade;

II. Garantir a proteção de remanescente da Mata Atlântica e seus ecossistemas associados à Zona Costeira de Zimbros;

III. Proteger a Fauna e a Flora silvestres; IV. Proteger os recursos hídricos garantindo o abastecimento de água à população local,

permitindo a manutenção correta da barragem da Praia da Lagoa; V. Disciplinar o uso e ocupação do solo; VI. Fomentar o turismo ecológico e a educação ambiental na região.

De acordo com o Art. 4º, inciso 4º, serão admitidas atividades que atendam os critérios de interesse social e/ou utilidade pública. Assim como, de acordo com o Art. 8º, a instalação de redes de abastecimento de água é admitida, mas depende de prévia aprovação do órgão responsável (FAMAB), sem prejuízo da necessidade de elaboração de estudos de impacto ambiental. As zonas de proteção integral, uso sustentável e de amortecimento, serão deliberadas pelo Plano de Manejo do Parque Natural Municipal Costeira de Zimbros, dentro do prazo de 02 anos, a partir da publicação do decreto.

O empreendimento vai de encontro às intenções de ocupação e sua inserção no entorno não apenas acrescenta um novo elemento à estrutura urbana, mas impulsiona o desenvolvimento municipal pela melhoria do serviço público de abastecimento. Atividades comerciais e de apoio a esta estrutura e similares no entorno tendem a se fixar nas proximidades para atender as necessidades dos moradores e funcionários, atraindo novos investimentos e qualificação urbana.

Compatibilidade do empreendimento com a legislação 3.4

Com relação a compatibilidade do empreendimento com a legislação ambiental, destacam-se as intervenções em Área de Preservação Permanente (APP) as margem de rio junto ao Rio Tijucas. Cabe ressaltar que o terreno encontra-se alterado, com uso pretérito de atividades de pecuária e presença de cultivo de eucaliptos.

Destaca-se também que a instalação do empreendimento é de interesse público, enquanto obra de saneamento básico para a melhoria das condições de abastecimento de água da população. Ademais, a captação se constituirá de estrutura flutuante, o que diminui as intervenções no leito do rio, quando comparado com barragem de captação, podendo com isso, classificar as intervenções na margem de baixo impacto. No que se refere a adutora, está seguirá quase que na totalidade do trajeto pelo sistema viário, não incorrendo em supressão de vegetação ou avanço em áreas protegidas.

Com relação a supressão da vegetação verifica-se a necessidade de compensação ambiental, em acordo com o estagio sucessional identificado pelo inventário florestal.

Com relação a legislação urbana o empreendimento não encontra restrições quanto ao zoneamento, devendo ser avaliadas ressalvas aos projetos por órgãos específicos, tais como Secretaria de Urbanismo e órgãos ambientais.

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4 ÁREAS DE INFLUÊNCIA

As Áreas de Influência são subdivisões que margeiam os impactos diretos e indiretos decorrente da implantação e operação de um empreendimento. Dessa forma as Áreas de Influência podem ser compreendidas e analisadas quando subdivididas.

Área Diretamente Afetada (ADA) 4.1

A Área Diretamente Afetada corresponde especificamente à área dentro dos limites do terreno do empreendimento, sendo este o local de alteração efetiva do ambiente, onde ocorrem as intervenções diretas necessárias para realização do projeto.

A ADA do presente estudo contempla o terreno da área destinada à captação de água do Rio Tijucas, o terreno da Estação de Tratamento de Água e uma faixa de 3m no entorno da adutora, ao longo de sua extensão.

Área de Influência Direta (AID) 4.2

A AID representa uma área circundante à ADA que, apesar de não sediar atividades de implantação e operação propriamente ditas, apresentam riscos de impactos ambientais ao longo da ocupação prevista. Os impactos primários, ou seja, resultantes de uma relação causa e efeito, se manifestam na Área de Influência Direta, e alteram as características da área afetada, sendo estes impactos decorrentes das modificações que ocorrem na ADA.

A Área de Influência Direta foi delimitada em acordo com os limites físicos e socioeconômicos das áreas em proximidade ao empreendimento. Para isso foram levados em conta os divisores físicos, tais como cursos de água, micro bacias, remanescentes florestais, sobretudo em Porto Belo devido a presença de Morrarias, bem como limitando junto ao perímetro urbano e das principais vias onde o trânsito poderá ser afetado de forma mais imediata, além de impactos físicos relacionados ao ruído na fase de obras e suspensão de poeira gerado pelas escavações para a implementação da adutora (Figura 11).

Área de Influência Indireta (AII) 4.3

A Área de Influência Indireta deve ter suas dimensões consideradas em função dos impactos indiretos, que normalmente tem maior duração, são cumulativos e/ou sinérgicos, e seus efeitos serão sentidos a distâncias consideráveis da ADA.

As manifestações mais comuns nesta área são as dos impactos sociais, culturais e econômicos. Geralmente são impactos positivos que afetam todo o município ou região onde o empreendimento está localizado.

Para o empreendimento em estudo, esta área contempla os municípios Bombinhas, Porto Belo e Tijucas, devido à importância social e econômica do empreendimento, enquanto ofertador de oportunidades de emprego e renda e geração de tributos, além de características inerentes ao projeto, com captação de água em Tijucas, trajeto da adutora passa pelos três municípios e o abastecimento se dá para o município de Bombinhas.

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Figura 11. Área de Influência Direta - AID do empreendimento

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5 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Diagnóstico Meio Físico 5.1

Recursos hídricos 5.1.1

Santa Catarina possui diversos rios que drenam seu território, os quais integram três grandes regiões hidrográficas brasileiras de acordo com a resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH 32/2003, sendo elas a Região Hidrográfica do Paraná, a Região Hidrográfica do Uruguai e a Região Hidrográfica do Atlântico Sul, sendo nesta última onde se encontra toda região costeira catarinense.

O principal divisor de águas da rede hidrográfica catarinense é a Serra Geral, formando dois sistemas independentes no Estado: o sistema integrado da Vertente do Interior que compreende 11 bacias; e o sistema da Vertente Atlântica formado por 12 bacias isoladas que deságuam diretamente no Oceano Atlântico (SANTA CATARINA, 2005).

Para efeito de gerenciamento o Estado de Santa Catarina foi dividido em 10 Regiões Hidrográficas (RH), onde o município de Itajaí e consequentemente o empreendimento, encontram-se inseridos na Região Hidrográfica do Litoral Centro (RH 8) pertencente a Vertente Atlântica.

As cidades de Bombinhas, Porto Belo e Tijucas, estão inseridas dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas – SC11. A Bacia Hidrográfica possui uma área de 3.027,83 km², abrangendo 178.467 habitantes (IBGE, 2010) de 13 municípios. O principal rio da bacia hidrográfica é o Rio Tijucas, que possui duas nascentes principais: uma em Rancho Queimado que origina o Rio Garcia, e ao entrar no município de Major Gercino passa a ser denominado Rio Tijucas; e outra em Leoberto Leal que forma o Rio do Braço, o qual se une ao Rio Tijucas no município de São João Batista. Os rios de maior extensão que compõem a Bacia do Rio Tijucas são: Rio Alto Braço, Rio Tijucas, Rio das Forquilhas e Rio Boa Esperança (CBHRT, 2017). A Hidrografia do município está demonstrada na Figura 12.

De acordo com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, as principais atividades econômicas desenvolvidas na bacia do rio Tijucas, nos municípios de Bombinhas, Porto Belo e Tijucas são de Ecoturismo e turismo de veraneio, indústria cerâmica e calçadista, pesca e agricultura familiar.

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Figura 12. Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas.

Na Área de Influência Indireta – AII (Figura 13) está presente uma vasta hidrografia com a existência do Ribeirão do Zé Honório, Rio Barreiro, Rio Bebeto, Rio Bento, Rio Campo Novo, Rio da Barra, Rio da Dona, Rio da Vovó, Rio do Campo Novo, Rio do Cobre, Rio do Compra Tudo, Rio do Inferninho, Rio do Oliveira, Rio dos Morretes, Rio Itinga, Rio Passa Vinte, Rio Perequê, Rio Perequezinho, Rio Santa Luzia, Rio Teles e Rio Tijucas.

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Figura 13. Hidrografia da área da bacia hidrográfica que compõe a extensão da linha adutora.

Tendo em vista ao cadastro de nascentes realizado pela Agência Nacional de Águas (ANA) disponibilizado pelo Portal SIGSC se torna possível elencar diversificadas nascentes existentes ao decorrer da extensão da proposta linha adutora de águas brutas. Estas nascentes foram demonstradas nos mapas que acompanham as áreas de preservação permanentes geradas pela equipe técnica deste presente estudo como anteriormente destacado..

Conforme observado na Figura 14, dentro da Área de Influência Direta (AID), estão inseridos os Rios Bebeto, Rio da Vovó, Rio do Oliveira, Rio Perequezinho, Rio Santa Luzia, Rio Teles e Rio Tijucas. A Área Diretamente Afetada (ADA), que compreende uma área de 3,0 metros em torno da adutora, perfaz a partir da Captação de Água até á a Estação de Tratamento de Água, os Rios Bebeto, Rio da Vovó, Rio do Oliveira, Rio Perequezinho, Rio Santa Luzia e o Rio Teles, juntamente com suas respectivas áreas de Preservação Permanente como anteriormente explanadas já neste presente estudo.

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Figura 14. Hidrografia da Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA)

A área do empreendimento destinada a Captação de água não possui recursos hídricos em seu interior, no entanto localiza-se ao lado do Rio Tijucas, e desta forma está inserida parcialmente na Área de Preservação Permanente, na faixa entre 50 - 100 metros de cursos d’agua. O local destinado à construção da Estação de Tratamento de Água não possui nenhum curso d’agua em seu limite.

A Resolução CONAMA 357/05, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento, em seu artigo 42, retrata que enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces do país serão consideradas classe 2 e as salobras e salinas classe 1, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente, o que não é o caso para os corpos hídricos de estudo.

Portanto, pode se afirmar em um contexto geral que os corpos d’água dos trechos delimitados, são considerados em maioria classe 2, exceto, os que se apresentam com águas salobras enquadrados então como Classe 1.

Segundo informações descritas no documento técnico elaborado pela CISM Engenharia (Estudo Preliminar de Implantação do Novo Sistema de Abastecimento de Água do Município de Bombinhas/SC) se pretende realizar a retirada de água do Rio Tijucas, no município de Tijucas/SC, no ponto de coordenada UTM 727590.95 m E 6981520.11 m S, zona 22J, Datum SIRGAS 2000 (Figura 15).

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Figura 15. Vista do Rio Tijucas no local em que se pretende instalar o ponto de captação para adução de água bruta até a

ETE.

A captação da água será flutuante, com caixa de areia e poço de sucção. Na área da captação serão instalados um gerador e uma subestação de energia elétrica que deverá bombear e aduzir a água bruta até a ETA localizada na Estrada do Morro de Zimbros em Bombinhas/SC. Em termos de vazão se pretende realizar o uso consultivo da água captando-se ao fim de plano o volume estimado de 210 L/s.

O pedido de outorga já foi previamente realizado e submetido à Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS), estando em análise pelo departamento técnico. Segundo os dados fornecidos e realizados pela empresa CISM Engenharia é possível caracterizar em base a regionalização de bacias hidrográficas as vazões médias mensais naturais junto ao ponto de captação conforme elencado na Tabela 6 e curva chave apresentada na Figura 13.

Tabela 6. Curva de permanência no proposto ponto de captação no Rio Tijucas.

Permanência Coef. Kp Vazão (m³/s) Vazão (L/s)

5 2,06 116,73 116.730

10 1,7 96,33 96.330

15 1,48 83,87 83.870

20 1,34 75,93 75.930

25 1,22 69,13 69.130

30 1,13 64,03 64.030

35 1,05 59,5 59.500

40 0,98 55,53 55.530

45 0,92 52,13 52.130

50 0,86 48,73 48.730

55 0,81 45,9 45.900

60 0,75 42,5 42.500

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Permanência Coef. Kp Vazão (m³/s) Vazão (L/s)

65 0,71 40,23 40.230

70 0,66 37,4 37.400

75 0,62 35,13 35.130

80 0,58 32,87 32.870

85 0,53 30,03 30.030

90 0,48 27,2 27.200

95 0,4 22,67 22.670

98 0,33 18,7 18.700

100 0,23 13,03 13.030

No ponto de captação no Rio Tijucas, segundo os estudos técnicos consultados a vazão Q98% é de 18,70 m³/s (Figura 16). Seguindo a legislação estadual, para fins de outorga, a vazão equivalente à 50% desta, é de 9,35 m³/s ou 9.350,00 L/s.

Figura 16. Representação gráfica na curva de permanência no proposto ponto de captação no Rio Tijucas.

Neste sentido, em um balanço global a equipe técnica deste presente Estudo Ambiental Simplificado (EAS), diagnostica que a efetivação de um ponto de captação para a coleta de água no município no município de Tijucas-SC será benéfica à população, entretanto esta captação deverá ser mediada de forma adequada para que as vazões mínimas ecológicas sejam mantidas no segmento a jusante ao pretendido local de extração de água, ficando esta permissividade a encargo da Gerência de Outorga e Controle dos Recursos Hídricos.

Também é efetivo que se aplique o adequado dimensionamento das cotas de inundações do Rio Tijucas para se assegure a submergência mínima dos conjuntos motobombas e/ou nível mínimo de pressão requerido para evitar cavitação dos equipamentos, durante a ocorrência de vazões mínimas e a implantação em cota segura das unidades de captação, tais como quadros de comando e elétrico, quando da ocorrência de cheias como sugerido no estudo técnico da CISM Engenharia.

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Clima 5.1.2

Avaliando a Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, segundo a classificação proposta por Köppen e Geiger, observa-se a predominância do clima Cfa, mas também a existência do clima Cfb conforme a figura abaixo.

Figura 17. Classificação climática proposta por Köppen e Geiger, aplicada a Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas.

Na Área de Influência Indireta – AII, composta pelos municípios de Bombinhas, Porto Belo e Tijucas, seguindo a classificação climática de Köppen e Geiger, o clima é classificado como Cfa, ou seja, mesotérmico úmido com verão quente e inverno ameno, clima descrito na Tabela 7.

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Tabela 7. Descrição do tipo climático Cfa de Köppen-Geiger.

Código Tipo Descrição

C

Clima temperado ou

clima temperado

quente

Climas mesotérmicos;

Temperatura média do ar dos 3 meses mais

frios compreendidas entre -3 °C e 18 °C;

Temperatura média do mês mais quente maior

que 10 °C;

Estações de verão e inverno bem definidas

f Do ano;

Clima úmido;

Ocorrência de precipitação em todos os meses;

Inexistência de estação seca definida

a Verão quente Temperatura do mês mais quente superior a 22

°C;

A temperatura média anual em Tijucas é de 19,0 ºC. A média anual de precipitação de 1577,1 mm e a média mensal é de 129,8 mm. Historicamente, o trimestre de maior índice pluviométrico é o de janeiro a março. O trimestre de menor índice pluviométrico é abril a junho (INMET, 2009).

O município de Porto Belo apresenta uma temperatura média anual de 20,0 ºC, e 1591,0 mm de precipitação anual, a média mensal de precipitação é de 132,6 mm. Historicamente, o trimestre de maior índice pluviométrico é o de janeiro a março. O trimestre de menor índice pluviométrico é julho a setembro (INMET, 2009).

A cidade de Bombinhas possui uma temperatura média anual de 20,0 e uma precipitação média anual de 1544,0 mm, a média de chuvas mensais é 128,7. Assim como as outras cidades por onde o empreendimento irá passar, o trimestre de maior índice pluviométrico é o de janeiro a março. O trimestre de menor índice pluviométrico é julho a setembro (INMET, 2009). Dessa forma, é possível perceber uma grande homogeneidade entre os climas e precipitações dos municípios correspondentes a Área de Influência Indireta, conforme detalhado na Figura 18.

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Figura 18. Classificação climática proposta por Köppen e Geiger, aplicada a Área de Influência Indireta (AII) do

Empreendimento.

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Geologia 5.1.3

A partir da base de informações de Geodiversidade do estado de Santa Catarina, desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM, foi obtido o mapa da Figura 19, que descreve os domínios existentes na Área de Influência Indireta do estudo. A partir deste é possível observar a existência dos domínios de Carbonatos/Metacarbonatos, Cristalino, Formações Cenozóicas e Metassedimentos/Metavulcânicas. A área de influência do empreendimento está inserida dentro do Terreno Tijucas, como predomínio de Granitoides relacionados com o Cinturão Metavulcanossedimentar.

Figura 19. Mapa da Geologia da Área de Influência Indireta.

Na área destinada a implantação das estruturas de captação de água (Figura 20), ocorrem o domínio de formações Cenozóicas, são definidas como pacotes de rochas sedimentares de naturezas e espessuras diversas, que recobrem as rochas mais antigas. Em termos hidrogeológicos, tem um comportamento de “aquífero poroso”, caracterizado por possuir uma porosidade primária, e nos terrenos arenosos uma elevada permeabilidade. Este domínio está representado por depósitos relacionados temporalmente ao Quaternário e Terciário (aluviões, coluviões, depósitos eólicos, areias litorâneas, depósitos fluvio-lagunares, arenitos de praia, depósitos de leques aluviais, depósitos de pântanos e mangues, coberturas detriticas e detriticas-lateriticas diversas e coberturas residuais).

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Figura 20. Mapa da Geologia da Área de Captação de Água.

No local destinado a construção da estação de tratamento de água, observa-se a partir da Figura 21, a existência do domínio geológico Cristalino, onde foram reunidos basicamente, granitóides, gnaisses, granulitos, migmatitos, básicas e ultrabásicas, que constituem o denominado tipicamente como aqüífero fissural. Como quase não existe uma porosidade primária nestes tipos de rochas, a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão.

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Figura 21. Mapa da Geologia da área da Estação de Tratamento de Água.

5.1.3.1 Hipsometria

A hipsometria diz respeito às medidas altimétricas do relevo de uma região apresentadas em forma de mapeamento. A importância de mapas hipsométricos é que eles podem ser usados frequentemente como mapas-base, sendo ainda possível distinguir detalhes de relações físicas e culturais, pois contém informações sobre as fisionomias do relevo e elevação do terreno.

O mapeamento hipsométrico foi obtido da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão Tecnológica em uma resolução de 1:30 metro. O empreendimento esta inserido dentro da bacia hidrográfica do Rio Tijucas (Figura 22) torna-se possível verificar a existência de altitudes superiores 1.000 metros a montante da bacia hidrográfica, com progressiva redução das alturas em direção ao Oceano Atlântico.

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Figura 22. Mapa hipsométrico da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas.

Analisando a hipsometria da Área de Influência Indireta do empreendimento (figura abaixo), 12 km a Sudoeste da área de captação de água, no município de Tijucas, encontra-se uma morraria com altura de aproximadamente 500 m, sendo o ponto mais alto na área avaliada, ao Norte do município existem formações entre 300 e 500 metros de altura.

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Figura 23. Hipsometria da Área de Influência Indireta (AII) do empreendimento.

A figura abaixo permite examinar a hipsometria na Área de Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA). Nestas áreas ocorre um predomínio de baixas altitudes entre 0 e 10 metros ao longo de todo o trajeto da adutora, havendo apenas o aparecimento de morraria em proximidade a Estação de Tratamento de Água de Bombinhas, com alturas que variam entre 250 e 500 metros.