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Revista Pensar Engenharia, v. 2, n. 1, jan. 2014 ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DOS PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS Rafael Junio Resende 1 Marlucio Martins 2 RESUMO Este trabalho apresenta um estudo comparativo dos principais tipos de fundações profundas, reconhecidas pela norma brasileira 6122/2010. Neste estudo é analisado as características que viabilizam o uso de determinada fundação profunda. Estas características são de acordo com a capacidade de carga, natureza e resistência do subsolo e limitações referentes às condições gerais da obra. Não foram levados em consideração os custos destas fundações. Palavra Chave: Fundações ABSTRACT This paper presents a comparative study of the major types of deep foundations, recognized by the Brazilian standard 6122/2010 this study is analyzed the characteristics that enable the use of certain deep foundation. These features are in accordance with the load capacity, nature and strength of the subsoil and limitations relating to the general conditions of work. Were not taken into account the costs of these foundations. 1. Introdução 1 Graduando do Curso de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia Kennedy 2 Graduando do Curso de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia Kennedy

ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DOS PRINCIPAIS TIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDASrevistapensar.com.br/engenharia/pasta_upload/artigos/a... · 2015-05-26 · Revista Pensar Engenharia,

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Revista Pensar Engenharia, v. 2, n. 1, jan. 2014

ESTUDO COMPARATIVO DE VIABILIDADE DOS PRINCIPAISTIPOS DE FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Rafael Junio Resende1

Marlucio Martins2

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo comparativo dos principais tipos de

fundações profundas, reconhecidas pela norma brasileira 6122/2010. Neste

estudo é analisado as características que viabilizam o uso de determinada

fundação profunda. Estas características são de acordo com a capacidade de

carga, natureza e resistência do subsolo e limitações referentes às condições

gerais da obra. Não foram levados em consideração os custos destas

fundações.

Palavra Chave: Fundações

ABSTRACT

This paper presents a comparative study of the major types of deep

foundations, recognized by the Brazilian standard 6122/2010 this study is

analyzed the characteristics that enable the use of certain deep foundation.

These features are in accordance with the load capacity, nature and strength of

the subsoil and limitations relating to the general conditions of work. Were not

taken into account the costs of these foundations.

1. Introdução

1 Graduando do Curso de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia Kennedy

2 Graduando do Curso de Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia Kennedy

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Segundo a NBR 6122/2010, define-se como fundação profunda aquela

que transmite a carga proveniente da superestrutura ao terreno pela base

(resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste), ou pela

combinação das duas.

Estas fundações estão assente em profundidade superior ao dobro da

menor dimensão em planta, apresenta profundidade mínima igual a 3,0 metros

(NBR 6122/2010). Incluem-se as estacas, os tubulões e os caixões. As estacas

distinguem-se dos tubulões e caixões pela execução apenas por equipamentos

ou ferramentas, sem descida de operário em seu interior em nenhuma fase. A

diferença entre tubulão e caixão está na geometria, o primeiro é cilíndrico e o

segundo prismático. A principal função das fundações profundas é suportar

com segurança as cargas provenientes das estruturas.

2. Objetivo

Este trabalho apresenta uma maneira de se escolher a fundação mais

adequada tecnicamente ao caso em estudo. Serão analisados os seguintes

tipos de fundações profundas: Estacas Pré-moldadas de concreto ou metálicas;

Estacas Tipo Franki; Estacas Tipo Strauss; Hélice Contínua; Estacas Raiz;

Estacas Tipo Trado sem uso de fluido estabilizante; Estacas Tipo Trado com

uso de fluido estabilizante; Tubulão a céu aberto e Tubulão a ar comprimido.

Não serão levados em consideração os custos destas fundações.

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3. Fundamentação Teórica

Ao longo dos anos, diversos estudos foram sendo desenvolvidos para a

adequação dos diferentes tipos de fundações profundas, baseando-se nos

solos existentes. Inúmeros autores pesquisaram sobre o assunto,

apresentando teorias que constituem uma imensa contribuição.

Com base nestas teorias, foram desenvolvidas as normas que são

essenciais para o entendimento dos assuntos que envolvem as analises das

fundações profundas.

As seguintes normas são essenciais para o entendimento teórico do

assunto

- ABNT NBR 6489, Prova de carga direta sobre o terreno de fundação –

Procedimento.

- ABNT NBR 7181, Solo – Analise Granulométrica.

- ABNT NBR 6459, Solo – Sondagens de simples reconhecimento com

SPT – Método de ensaio.

4. Metodologia

Este trabalho teve como base de estudo a pesquisa bibliográfica, que de

acordo com Gil (1999) é a pesquisa fundamentada em bibliografias, uso de

material já elaborado, como livros e artigos científicos, periódicos e obras de

referência. A pesquisa deu-se através da seleção de trabalhos sobre o tema

fundações profundas. Foram levantados vários trabalhos, sendo entre eles

dissertações, teses e artigos. Destes, foram selecionados os que atenderam as

delimitações impostas pelo trabalho.

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5. Fundação profunda

5.1 - Estacas pré-moldadas

Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os

seguintes métodos:

- percussão: é o método de cravação mais empregado, o qual utiliza-se

pilões de queda livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse

sistema é o barulho produzido.

- prensagem: empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e

vibrações, utiliza macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com

sobrecarga ou contra a própria estrutura.

- vibração: sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar

a estaca), com massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo

uma vibração de alta freqüência à estaca. Pode ser empregada tanto para

cravação como para remoção de estacas, tendo o inconveniente de transmitir

vibrações para os arredores.

Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de

concreto e metálicas as mais usuais. (Waldemir Hachich, 1998).

5.1.1 - Concreto

As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos

geométricos. A capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser

simplesmente armadas, protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação.

5.1.2 - Metálicas

São encontradas na forma de trilhos ou perfis. Não há possibilidade de

quebra e, caso seja necessário realizar emendas, essas devem ser soldadas,

não devendo permitir o uso de luvas ou anéis. Um problema que ocorre com

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relativa frequência em estacas cravadas por percussão através de espessas

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camadas de argila mole é o drapejamento, isto é, encurvamento das estacas,

mesmo quando se tomam cuidados com o prumo durante a cravação. Tal fato,

no entanto, é raramente detectado. O tratamento teórico deste fenômeno só

vem sendo realizado muito recentemente, não havendo, ainda, meios de

quantificá-lo na fase de projeto. Por esse motivo a eficiência das estacas e

principalmente das emendas só pode ser comprovada após experiência

acumulada em várias cravações e provas de cargas nestas formações de

argilas moles (Joppert Jr. , 2007).

5.2 - Estacas moldadas in loco com tubo de revestimento

5.2.1 - Estacas Tipo Franki

Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de

revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de

profundidade devido à presença de água do subsolo.

Para a cravação da estaca, lança-se areia e brita no interior do tubo,

materiais esses que são compactados através de golpes de um pilão.

Realizada a cravação, executasse o alargamento da base, a armação e,

finalmente, a concretagem.

A cravação de estacas tipo Franki pode provocar o levantamento das

estacas já instaladas devido ao empolamento do solo circundante que se

desloca lateral e verticalmente. A estaca danificada pode ter sua capacidade de

carga prejudicada ou perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela perda de

contato da base com o solo de apoio.

Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas

de turfa, argila orgânica e areias fofas podem ocorrer estrangulamento do fuste

devido à invasão de água e/ou lama dentro do tubo e o encurtamento da

armação ocasionado por insuficiência de seção de aço.

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5.2.2 - Estacas Tipo Strauss

Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de

uma camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas.

O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a

locomoção dentro da obra e possibilitando a montagem do equipamento em

terrenos de pequenas dimensões. A perfuração é feita através da queda livre

da piteira com a utilização de água. O furo geralmente é revestido. Atingida a

profundidade de projeto, o furo é limpo e concretado. Durante a concretagem, o

apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa do revestimento devem ser

observados, para que não haja interrupção do fuste.

5.3 - Estacas moldadas in loco escavadas mecanicamente

5.3.1 - Hélice Contínua

Estaca de concreto moldada in loco, executada através de um

equipamento que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo

conforme se realiza a escavação, e injeta o concreto simultaneamente,

utilizando a haste central desse mesmo trado.

É um sistema que proporciona uma boa produtividade e, por esse

motivo, é recomendável que haja uma central de concreto nas proximidades do

local de trabalho. Além disso, as áreas de trabalho devem ser planas e de fácil

movimentação.

O sistema pode ser empregado na maioria dos tipos de solos, exceto em

locais onde há a presença de matacões e rochas. Estacas muito curtas, ou que

atravessam materiais extremamente moles também devem ter sua utilização

analisada cuidadosamente.

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5.3.2 – Estacas Raiz

Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de

rotação ou roto percussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar

comprimido.

É recomendado para obras com dificuldade de acesso para o

equipamento de cravação, pois emprega equipamento com pequenas

dimensões (altura de aproximadamente 2m). Pode atravessar terrenos de

qualquer natureza, sendo indicado também quando o solo possui matacões e

rocha, por exemplo. Pode ser executada de forma inclinada, resistindo a

esforços horizontais.

5.3.3 – Estacas Tipo Trado

5.3.3.1 – Sem uso de fluido estabilizante

As estacas escavadas são aquelas que são executadas por uma

perfuração ou escavação no terreno (com retirada de material) que em seguida

concretadas. No caso em questão (estacas escavadas tipo trado) consistem na

escavação com a utilização de trado helicoidal até a profundidade prevista. Em

seguida essa estaca é concretada e, quando essa estaca é dimensionada

apenas para esforços de compressão, coloca-se uma “armação de espera”.

Nesse tipo de estaca não se deve considerar a resistência de ponta

tendo em vista a existência de significativa quantidade de solo amolgado e

solto no fundo das mesmas. Quando é possível o apiloamento do fundo dessas

estacas ou a remoção do solo solto com a utilização de ferramentas

adequadas, poderá-se considerar a resistência de ponta dessas estacas.

5.3.3.2 – Com uso de fluido estabilizante

Estacas escavadas com uso de lama bentonítica, pode ser escavada

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abaixo do nível d´água, até a profundidade de projeto. Na execução, a

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escavação é preenchida pela lama simultaneamente à retirada do solo

escavado.

Lama Bentonítica é um fluído utilizado para estabilização de paredes

das escavações, sendo uma mistura de água e bentonita. A bentonita é uma

argila que, em presença de água, forma uma película impermeável (“ cake” )

sobre uma superfície porosa, como é o caso do solo. Não mistura com o

concreto e, além disso, tem a capacidade de tornar-se líquida quando agitada e

gelificada quando cessado o movimento, permitindo o reaproveitamento do

material.

5.4 - Tubulão

Elemento de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase final de

execução, há a descida do operário por dentro deste. Pode ser feito a céu

aberto ou sob ar comprimido (pneumático).

5.4.1 – Tubulão a céu aberto

Escavada manualmente, não pode ser executado abaixo do nível

d´água. Dispensa escoramento em terreno coesivo, mostrando-se uma

alternativa econômica para altas cargas solicitadas, superior a 250 Tf.

5.4.1 – Tubulão a ar comprimido

Utilizado em terrenos que apresentam dificuldade de empregar

escavação mecânica ou cravação de estacas, como em áreas com alta

densidade de matacões, lençóis d´água elevados ou cotas insuficientes entre o

terreno e o apoio da fundação.

Nesse tipo de fundação, pode-se utilizar uma camisa metálica, de

concreto ou de concreto moldado in loco, sendo empregada uma pressão

máxima de 3,4 atm, limitando, dessa forma, a profundidade do tubulão a 34 m

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abaixo do nível d´água.

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6. Resultados

O problema para escolha da fundação é resolvido por eliminação,

excluindo-se os tipos de fundações que não satisfaçam tecnicamente ao caso

em estudo.

A escolha da fundação para uma determinada edificação só deve ser

realizada após a constatação que a mesma satisfaz as condições técnicas,

para tal, devem ser conhecidos os seguintes elementos:

– Natureza e característica do subsolo no local da obra (prospecção

geotécnica);

– Grandeza das cargas a serem transmitidas às fundações;

– Proximidade das edificações limítrofes, bem como seu tipo de fundação e

estado da mesma;

– Limitações dos tipos de fundações existentes no mercado.

Com base na analise dos boletins de sondagens e características gerais

da obra, foi utilizado uma verificação que levou em consideração a viabilidade

ou não de cada tipo de fundação profunda. Esse método vem sendo o mais

utilizado para determinar o tipo de fundação que se adéqua a situação em

análise.

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6.1 – Primeiro Resultado

Caso de obra 1:

- Terreno plano e na cota de execução da fundação;

- Canteiro de obras de pequenas dimensões.

- Obra com cargas de 30 tf a 90 tf;

- Vizinhança em estado precário de fundações.

Imagem 1 – Boletim de Sondagem utilizado como exemplo para o caso 1.

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6.1.1 - Escolha da melhor fundação

6.1.1.1 - Fundações não recomendadas e motivos:

- Estacas cravadas pré-moldada de concreto: Como a vizinhança está

em estado precário e este tipo de fundações causam vibrações, não é

recomendada para o caso especifico.

- Estacas Tipo Franki: Além das vibrações este tipo de estaca não é

recomendado para terrenos com nível de lençol de água elevado devido a

dificuldade de execução.

- Estacas Tipo Strauss: Assim como a estaca Franki não é recomendado

para terrenos com nível de lençol de água elevado devido a dificuldade de

execução.

- Hélice Contínua: Não é recomendada em terrenos que apresentam

areia saturada, podendo deixar o fuste com diâmetros diferentes na fase de

concretagem, isso ocorre devido ao fato do concreto ser injetado por pressão.

- Estacas Tipo Trado sem uso de fluido estabilizante: Não é

recomendada executá-las em espessas camadas saturadas devido ao risco de

“estrangulamento” (seccionamento) do fuste durante a fase da concretagem.

- Estacas Tipo Trado com uso de fluido estabilizante: Necessitam de

área relativamente grande para a instalação dos equipamentos necessários a

sua execução.

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- Tubulão a céu aberto: Não é recomendada em terreno que apresenta

solos saturados e baixo SPT devido a dificuldade de alcançar grandes

profundidades.

6.1.1.2 - Fundações recomendadas:

- Estacas cravadas metálica, Tubulão a ar comprimido e estacas raiz por

atenderem todas as especificações do caso 1.

- Melhor opção: Estacas cravadas metálica, devido ao fato das Estacas

raiz e Tubulão a ar comprimido serem utilizados em casos específicos e terem

grandes dificuldades na execução.

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6.2 – Segundo Resultado

Caso de obra 2:

- Terreno plano e na cota de execução da fundação;

- Será construído antes da execução das fundações um aterro de 3,0 metros;

- Obra com cargas de 90 tf a 200 tf;

- Vizinhança afastada e com fundações em bom estado;

Imagem 2 – Boletim de Sondagem utilizado como exemplo para o caso 2.

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6.2.1 - Escolha da melhor fundação

6.2.1.1 - Fundações não recomendadas e motivos:

- Estacas Tipo Franki: Este tipo de estaca não é recomendado para

terrenos com nível de lençol de água elevado devido a dificuldade de

execução, além disso o terreno apresenta aterro em solos moles, podendo

causar atritos negativos.

- Estacas Tipo Strauss: Abrange faixa de carga bem abaixo do caso em

analise, e assim como a estaca Franki não é recomendado para terrenos com

nível de lençol de água elevado e com atritos negativos.

- Hélice Contínua: Assim como as estacas anteriores não é

recomendado a sua execução em terrenos com atritos negativos.

- Estacas Tipo Trado sem uso de fluido estabilizante: Não é

recomendada executá-las em espessas camadas saturadas devido ao risco de

“estrangulamento” (seccionamento) do fuste durante a fase da concretagem.

- Tubulão a céu aberto: Não é recomendada em terreno que apresenta

solos saturados ou baixo SPT devido a dificuldade de alcançar grandes

profundidades e terrenos com atritos negativos.

- Tubulão a ar comprimido: Não é recomendada em terrenos com atritos

negativos.

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6.2.1.2 - Fundações recomendadas:

- Estacas cravadas em concreto ou metálica, estacas escavada com uso

de fluido estabilizante e estacas raiz, por atenderem todas as especificações do

caso 2, principalmente o problema de atrito negativo, neste caso fundações

mais lisas ou com tratamento betuminoso são mais indicadas. Vale ressaltar

que aterros sobre camadas moles é que são responsáveis pelo atrito negativo.

- Melhor opção: Estacas cravadas pré-moldada de concreto ou metálica,

devido ao fato das estacas escavada com uso de fluido estabilizante e estacas

raiz serem utilizadas apenas em casos específicos e por terem grandes

dificuldades na execução.

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6.3 – Terceiro Resultado

Caso de obra 3:

- Terreno plano e na cota de execução da fundação;

- Obra com cargas de 250 tf a 410 tf;

- Vizinhança com fundações em bom estado;

- Canteiro de obras de pequenas dimensões.

Imagem 3 – Boletim de Sondagem utilizado como exemplo para o caso 3.

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6.3.1 - Escolha da melhor fundação

6.3.1.2 - Fundações não recomendadas e motivos:

- Estacas cravadas de concreto ou metálica: Este tipo de estaca não é

recomendado para terrenos que apresenta boa resistência devido a dificuldade

de cravar as estacas.

- Estacas Tipo Franki: Este tipo de estaca não é recomendado para

terrenos com nível de lençol de água elevado devido a dificuldade de

execução, além disso apresenta dificuldade de cravação em terrenos com boa

resistência.

- Estacas Tipo Strauss: Abrange faixa de carga bem abaixo do caso em

analise, e assim como a estaca Franki não é recomendado para terrenos com

nível de lençol de água elevado.

- Estacas Raiz: Abrange faixa de carga abaixo do caso em analise.

- Estacas Tipo Trado sem uso de fluido estabilizante: Não é

recomendada executá-las em espessas camadas saturadas devido ao risco de

“estrangulamento” (seccionamento) do fuste durante a fase da concretagem.

- Tubulão a céu aberto: Não é recomendada em terreno que apresenta

solos saturados devido à dificuldade de alcançar grandes profundidades.

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6.2.1.2 - Fundações recomendadas:

- Hélice Contínua e estacas escavada com uso de fluido estabilizante,

por atenderem todas as especificações do caso 3.

- Melhor opção: Hélice Contínua, devido ao fato das estacas escavada

com uso de fluido estabilizante ser utilizada apenas em casos específicos e por

terem grandes dificuldades na execução.

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7. Conclusão

O melhor tipo de fundação é aquela que suporta as cargas da estrutura

com segurança e se adequa aos fatores topográficos, maciço de solos,

aspectos técnicos e econômicos, sem afetar a integridade das construções

vizinhas.

É importante a união entre os projetos estrutural e o projeto de

fundações num grande e único projeto, uma vez que mudanças em um

provocam reações imediatas no outro, resultando obras mais seguras e

otimizadas.

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8. Referências Bibliográficas

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