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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO Departamento de Odontologia Restauradora ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA CLINICAMENTE E DA HIPERMOBILIDADE CONDILAR VERIFICADAS EM RADIOGRAFIAS TRANSCRANIANAS. VASTI CLARO DE ARAUJO Ribeirão Preto 2013

ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA … · Radiografia Transcraniana. FOLHA DE APROVAÇÃO Candidata: Vasti Claro de Araujo Título da Dissertação: Estudo da abertura bucal

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO

Departamento de Odontologia Restauradora

ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA

CLINICAMENTE E DA HIPERMOBILIDADE CONDILAR VERIFICADAS EM

RADIOGRAFIAS TRANSCRANIANAS.

VASTI CLARO DE ARAUJO

Ribeirão Preto

2013

VASTI CLARO DE ARAUJO

ESTUDO DA ABERTURA BUCAL MÁXIMA DETERMINADA CLINICAMENTE E DA HIPERMOBILIDADE CONDILAR

VERIFICADAS EM RADIOGRAFIAS TRANSCRANIANAS.

Ribeirão Preto 2013

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Mestre em Ciências. Programa: Odontologia Restauradora. Área de concentração: Odontologia Restauradora (Opção: Dentística). Orientador: Prof. Dr. César Bataglion.

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA

Araujo, Vasti Claro Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente e da

hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas. Ribeirão Preto, 2013.

58 p.: il.; 30cm Dissertação de Mestrado, apresentada à Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Dentística.

Orientador: Bataglion, César.

1. Abertura Bucal Máxima. 2. Hipermobilidade Condilar. 3. Radiografia Transcraniana.

FOLHA DE APROVAÇÃO

Candidata: Vasti Claro de Araujo

Título da Dissertação: Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente

e da hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas.

A comissão julgadora dos trabalhos de defesa da dissertação de Mestrado,

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP) – área de concentração

Dentística, em sessão pública realizada a ____/_____/ 2013, considerou o

candidato____________.

BANCA EXAMINADORA

1. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________

Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________

2. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________

Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________

3. Prof. Dr.__________________________Instituição: ____________________

Julgamento: _______________________Assinatura: ____________________

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade

de São Paulo, como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Mestre em Ciências.

Programa: Odontologia Restauradora

Área de concentração: Dentística

Orientador: Prof. Dr. César Bataglion

DEDICATÓRIA

À Deus.

Quem me deu a vida, concedeu me sabedoria nas inúmeras vezes em que pedi, confortou meu coração nos momentos

difíceis, proporcionou paz a minha alma e inundou minha vida esperança. Se hoje estou concluindo com sucesso mais

uma etapa da minha vida...

À Ti seja toda honra e glória.

Aos meus pais Miquéias Figueiredo de Araujo e Raquel Cristina Claro de Araujo.

Meus amores, meus educadores, que me ensinaram o melhor caminho a trilhar; meus incentivadores, que nunca

deixaram que eu desistisse dos meus sonhos; grandes exemplos de amor e dedicação, que abdicaram de muitas coisas

para que meus objetivos fossem alcançados; espero retribuir todo amor por mim demonstrado.

Estarão eternamente em meu coração.

À Marcos Milani Junior.

Meu amado que sempre me apoiou, me compreendeu, me tranquilizou, esteve ao lado em todos os momentos e me

esperou pacientemente todos esses anos.

Sempre te amarei.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A minha irmã Miriã Claro de Araujo.

Quando criança era minha bonequinha e minha amiga, com o passar dos anos nada mudou. Muito obrigada por me

ouvir, continuar sendo minha amiga, me amar e fazer parte da minha vida.

Ao Armando Amorim de Mendonça.

Pessoa mais que especial, que Deus colocou na minha vida para me apresentar a Odontologia, grande exemplo de

profissional que desejo seguir. Muito obrigada por me acolher em seu lar e permitir que eu fosse mais um membro de

sua família.

À Vera Márcia Campos Amorim de Mendonça.

Mulher maravilhosa, exemplo de Cirurgiã Dentista, mãe, filha, esposa e principalmente, serva de Deus. Muito obrigada

por me adotar como filha, me dar sábios conselhos e ser minha amiga.

Ao meu orientador Prof. Dr. César Bataglion.

Por ter me orientado desde a graduação. Por ter me convidado, incentivado e acolhido na pós graduação. Por me

introduzir à carreira de docência. Por me mostrar como é gratificante ser Cirurgião Dentista. Serei eternamente

agradecida por toda paciência, compreensão e dedicação a mim demonstrado.

À Profa. Dra. Solange Aparecida Caldeira Monteiro.

Que esteve sempre pronta a me ajudar, solucionando minhas dúvidas e compartilhando seus ricos conhecimentos.

Muito obrigada por colaborar carinhosamente na formação da minha vida acadêmica.

AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, por proporcionar minha formação

acadêmica e crescimento profissional.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), pela auxílio financeiro.

À Clínica de Oclusão, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial do DAPE (Desmistificando o Atendimento a

Pacientes com Necessidades Especiais), pela oportunidade de desenvolver minha pesquisa e meus conhecimentos.

Aos Professores do Curso de Pós Graduação do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP – USP,

pelo conhecimento a mim transmitido.

Aos funcionários da FORP – USP, Carlos Feitosa dos Santos (Secretário da Pós Graduação do Departamento de

Odontologia Restauradora), Maria Amália Viesti de Oliveira (Secretária do Departamento de Odontologia

Restauradora), Maria Isabel Cezário Francisco Miguel (Secretária do Departamento de Odontologia Restauradora),

Regiane Cristina Moi Sacilotto (Técnica Acadêmica do Serviço de Pós Graduação), Isabel Cristina Galino Sola

(Técnica Acadêmica Chefe Administrativa do Serviço de Pós Graduação), Renata Cristina Rosa (Assistente Social),

Fátima Aparecida Rizoli (Auxiliar Odontológica da Clínica de Pacientes Especiais) e Benedita Viana Rodrigues

(Secretária da Clínica de Pacientes Especiais), que diretamente e indiretamente colaboraram com minha formação.

Aos colegas de turma do mestrado Carolina Almeida Rodrigues, Julia Olien Sanches, Ana Barbara Loyola, Mateus

Sgobi Cazal, João B. Mattos Lellis e André Mario Maia Dante, pelo companheirismo nas disciplinas e seminários.

À Profa. Dra. Takami Hotta e Profa. Dra. Camila Tirapelli, pelos conselhos que foram importantíssimos para minha

formação profissional, tanto clínica como acadêmica.

Aos queridos Prof. Dr. Christiano de Oliveira Santos, Damaris Stopato da Fonseca (Técnica de Radiologia), Carla

Perez Fabbris (Secretária do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia) e Silvia Helena Fabris

Flausino de Campos (Recepcionista da Clínica III), pelas divertidas tardes de quinta feira,

por toda colaboração e apoio.

A querida Antuanett Mercedes Cornejo Lecaros.

Muito obrigada por estar sempre disposta a ouvir minhas lamentações e reclamações, mas também a rir comigo nos

momentos divertidos. Muito obrigada pela companhia nos almoços no “bandejão” e nas horas de estudo na biblioteca.

Muito obrigada pelas deliciosas “galletitas” e chocolates que você trazia do Peru para adoçar minha vida.

Muito obrigada pela amizade.

Ao meu cunhado Diego Orcioli da Silva.

Que sempre disposto me auxiliou com todos os detalhes técnicos da minha tese, artigos, formatação, programas de

computador... tudo que envolveu informática. Sem a sua ajuda seria muito mais difícil.

Muito obrigada por tudo.

Aos meus “irmãozinhos” Davi Campos Amorim de Mendonça e Lucas Campos Amorim de Mendonça, por dividirem

suas guloseimas comigo todos esses anos, por me acolherem carinhosamente.

Muito obrigada meus lindinhos.

A todos meus familiares (Avós, Tios, Tias, Primos, Primas, Sogro, Sogra, Cunhado e Cunhada) e

irmãos da Igreja Presbiteriana de Batovi, pelas orações, apoio, incentivo, amor e carinho que recebi

durante meus estudos.

Amo muito vocês.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.”

Eclesiastes 3:1

RESUMO

Araujo, VC. Estudo da abertura bucal máxima determinada clinicamente e da

hipermobilidade condilar verificadas em radiografias transcranianas

(dissertação). Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São

Paulo; Ribeirão Preto, 2013.

A articulação temporomandibular (ATM) representa a ligação da mandíbula

com o crânio, ela é uma das articulações mais complexas do corpo humano, devido

aos complicados mecanismos envolvidos em seu funcionamento, podendo levar a

alta incidência de disfunção temporomandibular (DTM). As DTMs envolvem o

sistema mastigatório, afetando músculos, articulações e estruturas relacionadas.

São classificadas em DTM muscular, DTM articular e DTM mista (muscular e

articular). Subdividindo a DTM articular encontramos a hipermomibilidade condilar ou

subluxação, caracterizada pelo deslocamento da cabeça da mandíbula além da

eminência articular durante a abertura bucal, condição que predispõe a ATM à

sobrecarga mecânica e instabilidade de suas estruturas. Portanto, o objetivo deste

estudo foi analisar a relação entre hipermobilidade condilar e abertura bucal máxima,

através de radiografias transcranianas.

Foram traçadas 57 radiografias transcranianas da ATM, totalizando 114

traçados de articulações temporomandibulares. Sobre o traçado foram

confeccionadas retas verticais e paralelas que passaram pelo ponto mais convexo

da cabeça da mandíbula na posição de boca aberta e pelo ponto mais convexo da

eminência articular. A distância entre as duas retas foi obtida através de paquímetro

digital, assim como a medida da abertura bucal máxima durante a tomada

radiográfica. Os dados foram analisados estatisticamente através de análise

descritiva, teste de correlação e regressão.

Foi encontrada uma moderada correlação entre abertura bucal máxima e

deslocamento condilar, a média entre as medidas de máxima abertura bucal foi

42,5mm e de deslocamento condilar 5,3mm. Concluindo, o aumento na medida de

abertura bucal promove o aumento no deslocamento da cabeça da mandíbula para

além do ápice da eminência articular durante o movimento de máxima abertura

bucal.

Palavras – Chave: Abertura Bucal Máxima, Hipermobilidade Condilar, Radiografia

Transcraniana.

ABSTRACT

Araujo, VC. Study of the maximum mouth opening determined clinically and of

the condylar hypermobility observed in transcranial radiographs (Dissertation).

Dentistry School of Ribeirão Preto of University of São Paulo; Ribeirão Preto, 2013.

The temporomandibular joint (TMJ) is the link between the mandible and skull.

The TMJ is considered one of the most complex joint in the human body due to the

complex mechanisms involved in its joint function, which may cause the high

incidence of temporomandibular disorder (TMD). The TMDs involves the masticatory

system, affecting muscles, joints and related structures. The TMDs are classified in

muscular TMD, joint TMD and mixed TMD (muscle and joint). In the subdivision of

the joint TMD, we can find the condylar hypermobility or subluxation, which is

characterized by head of the mandible displacement jointly with the articular

eminence during mouth opening, predisposing the TMJ to mechanical overload and

structural instability. Furthermore, the aim of this study was to analyze the relation

between condylar hypermobility and maximum mouth opening, using transcranial

radiographs.

Fifty-seven transcranial radiographs of TMJ and one hundred and fourteen

temporomandibular joint were traced. Vertical and parallel straight were made

through the most convex point of head of the mandible with maximum mouth opening

and the most convex point of articular eminence. The distance between straights and

the maximum mouth opening during radiographic were measured by digital caliper.

The data were analyzed through descriptive analysis, correlation test and regression

test.

The results indicated a moderate correlation between maximum mouth

opening and condylar displacement. The mean value of maximum mouth opening

was 42,5mm, and the mean value of condylar displacement was 5,3mm. In

conclusion, the increase in the measurement of mouth opening caused increase in

displacement of the head of mandible, which is beyond of the articular eminence

apex during maximum movement of mouth opening.

Keywords: Maximum mouth opening, Condylar hypermobility, Transcranial

radiograph.

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION...............................................29

Figura 2. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR)...........................................30

Figura 3. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada.......30

Figura 4. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada

lateral..........................................................................................................................31

Figura 5. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada

lateral..........................................................................................................................31

Figura 6. Processadora automática de filmes radiológicos - A/T 2000 XR da Air

Techniques inc............................................................................................................32

Figura 7. Radiografia transcraniana da ATM do lado direito, sem deslocamento

condilar.......................................................................................................................32

Figura 8. Radiografia transcraniana da ATM do lado esquerdo, com deslocamento

condilar.......................................................................................................................32

Figura 9. Paciente posicionada para tomada radiográfica na posição boca aberta..33

Figura 10. Tomada da medida de máxima abertura bucal........................................34

Figura 11. Traçado da radiografia transcraniana da ATM.........................................35

Figura 12. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e

deslocamento condilar (mm), obtido através da análise de correlação linear de

Pearson......................................................................................................................38

Figura 13. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e

deslocamento condilar (mm), com linha de regressão e intervalo de confiança de

95%, obtido através da análise de regressão linear..................................................39

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Análise descritiva dos dados da máxima abertura bucal...........................37

Tabela 2. Análise descritiva dos dados de deslocamento condilar durante o

movimento de máxima abertura bucal.......................................................................37

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 16

1.1. Hipermobilidade condilar................................................................................18

1.2. Máxima abertura bucal...................................................................................20

1.3. Radiografia transcraniana da ATM.................................................................22

2. PROPOSIÇÃO ...................................................................................................... 25

3. MATERIAL E MÉTODO ........................................................................................ 27

3.1 Obtenção da radiografias ................................................................................. 29

3.2 Obtenção da máxima abertura bucal ............................................................... 33

3.3 Traçado das radiografias ................................................................................. 34

3.4 Análise dos dado e estatística ......................................................................... 35

4. RESULTADOS ...................................................................................................... 36

5. DISCUSSÃO ......................................................................................................... 40

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 47

ANEXOS....................................................................................................................54

INTRODUÇÃO

Introdução 17

1. INTRODUÇÃO

A articulação temporomandibular (ATM) representa a ligação articulada da

mandíbula com o crânio. Ela é uma das articulações mais complexas do corpo

humano, pois é composta por duas articulações separadas que devem funcionar em

sintonia (ROSENBAUER; KARLHEINZ, 2001), sendo a única articulação do corpo

humano que possui estruturas a distância que interferem em seu posicionamento –

os dentes, ou seja, é no momento em que os dentes se encontram durante o

fechamento bucal que a rotação das cabeças da mandibula são determinadas em

suas respectivas fossas articulares (eixo terminal de rotação). Quando as cabeças

da mandibula estão acomodadas em uma posição mais superior na fossa articular e

é iniciado o movimento de abertura bucal através da rotação condilar, o eixo ao

redor do qual o movimento ocorre é chamado eixo terminal de rotação. Além de

outras estruturas como músculo e ligamento que influenciam na movimentação

mandibular.

Esta complexidade e os mecanismos envolvidos no funcionamento da

articulação temporomandibular são fatores que podem levar à alta incidência de

disfunção temporomandibular (NASSRI, SZEJNFELD e NASSRI, 2009).

Disfunção temporomandibular (DTM) é o termo adotado pela America Dental

Association que inclui todos os distúrbios funcionais do sistema mastigatório,

engloba problemas clínicos relacionados aos músculos, articulações

temporomandibulares e estruturas associadas (OKESON, 2008).

A Academia de Dor Orofacial classifica a DTM em: Disfunção

Temporomandibular Muscular, Disfunção Temporomandibular Articular e Disfunção

Temporomandibular Mista (articular e muscular) (CONSALTER, SANCHES e

GUIMARÃES, 2010). Subdividindo a DTM articular, encontramos a hipermobilidade

condilar ou subluxação.

Durante a abertura bucal a cabeça da mandíbula se move anteriormente até o

limite máximo da eminência articular (OSBORN, 1989; MUTO et al., 1994), quando

ela ultrapassa esse limite, pode-se considerar que a articulação é hipermóvel

(MENG et al., 1987; BUCKINGHAM et al., 1991), predispondo a ATM à sobrecarga

mecânica com consequente instabilidade para os tecidos intra e extra capsulares

(DIJKSTRA et al., 1993; DIJKSTRA et al., 1994; MUTO et al., 1998).

18 Introdução

O conhecimento da capacidade de abertura bucal do paciente é de grande

valor para a prática clínica e a determinação de valores de normalidade oriundos de

investigações devem ser objeto de pesquisas.

Portanto, saber diagnosticar a hipermobilidade condilar, compreender porque

ela ocorre e quais os fatores associados a ela, é de fundamental importância na

clínica odontológica, desde a prevenção até o tratamento da disfunção

temporomandibular.

1.1. Hipermobilidade condilar

Na abertura bucal os côndilos executam movimento de rotação e translação,

a extensão ideal da translação condilar foi descrita como um movimento que se

estende da fossa mandibular até o ápice do tubérculo articular ou ligeiramente

anterior a ele (GERRY, 1954), enquanto a designação da hipermobilidade se refere

mais frequentemente a qualquer movimento do côndilo que ultrapasse o ápice do

tubérculo articular (ISBERG, 2005), podendo ocorrer uni ou bilateralmente

(CARLSSON, 2006). A trajetória do côndilo é limitada anteriormente pelo tubérculo

articular, o qual funciona como uma barreira biomecânica, impedindo com que a

cabeça mandibular o ultrapasse. Além da inserção bilateral de feixes musculares e

ligamentos responsáveis por permitir e limitar os movimentos mandibulares

(PEREIRA, 2007; LEEUW, 2010; GUTIERREZ, GROSSMANN e GROSSMANN,

2011).

Pacientes com hipermobilidade da articulação temporomandibular podem

apresentar complicações durante o fechamento bucal, em casos mais severos os

côndilos podem ficar travados anteriormente a eminência articular e os músculos

não conseguirem reposiciona-los dentro de suas respectivas fossas articulares

(TUIJT et al., 2012).

A hipermobilidade condilar pode ocorrer na ausência de qualquer condição

patológica (OKESON, 2008), muitas pessoas exibem um movimento excessivo do

côndilo sem apresentarem dor ou qualquer outra sintomatologia.

Sua etiologia pode estar associada à lassidão articular generalizada

(ISBERG, 2005). Kavuncu et al. (2006) avaliaram a relação entre a hipermobilidade

sistêmica, hipermobilidade condilar da ATM e disfunção da articulação

Introdução 19

temporomandibular. Encontraram uma estreita relação entre hipermobilidade

sistêmica e hipermobilidade condilar da ATM. No entanto, foi observado um maior

risco no desenvolvimento da DTM nos pacientes que apresentaram

concomitantemente a hipermobilidade sistêmica e a hipermobilidade condilar da

ATM, sugerindo um efeito aditivo das duas condições na etiopatogenia da DTM.

Outro fator contribuinte na etiologia da hipermobilidade condilar é a variação

da forma anatômica da eminência articular, uma parede posterior da eminência

articular mais curta e íngreme seguida de uma parede anterior mais longa e plana

(OKESON, 2008), pode favorecer o deslocamento do côndilo a frente da eminência

articular durante a abertura bucal.

Tuijt et al. (2012) apresentaram que a eminência articular com um maior

ângulo anterior, não necessariamente torna o sistema articular mais vulnerável ao

travamento mandibular aberto, desde que os côndilos mandibulares sejam

suficientemente dirigidos para trás através da ação dos músculos. Concluíram que o

travamento aberto ocorre no início do fechamento bucal, quando o conjunto das

forças musculares torna-se insuficiente para completar o movimento. A interação da

inclinação do ângulo anterior da eminência articular e a orientação dos músculos

durante o fechamento mandibular determina o travamento condilar nos casos de

hipermobilidade da articulação temporomandibular.

Alguns sinais e sintomas podem ser observados, como um estalito durante o

último estágio da máxima abertura bucal (CARLSSON, 2006) e desvio mandibular

durante a abertura bucal, frequentemente encontrado em casos de hipermobilidade

unilateral (ISBERG, 2005). A dor também pode estar associada em determinados

casos, ela tem sido explicada pela contração reflexa dos músculos mastigatórios,

pela ação do estiramento da capsula articular e da junção do disco articular, pela

irritação mecânica dos feixes nervosos e traumatismo do tecido extra-articular

(JOHANSSON e ISBERG, 1991).

Kalaykova et al. (2006) relacionaram a posição condilar com os sinais de

hipermobilidade da articulação temporomandibular. Os autores encontraram o

deslocamento condilar além da eminência articular em paciente com hipermobilidade

sintomática, assim como em pacientes livres da sintomatologia. Concluindo, que a

posição do côndilo além da eminência articular não é condição suficiente para

hipermobilidade sintomática, mas sim o conjunto do seu posicionamento e a ação

dos músculos do sistema mastigatório.

20 Introdução

No entanto, a controvérsia na correlação entre sinais e sintomas da DTM e

posição condilar (VASCONCELOS et al., 2007).

Duarte et al. (2001) analisando pacientes com queixa de sintomas de

Disfunção Craniomandibular, concluíram que o grau de hipermobilidade condilar não

influenciou os sintomas de Disfunção Craniomandibular, no entanto, quando

exacerbado e associado a outros fatores pareceu aumentar a predisposição à

disfunção.

Senna et al. (2009) concluíram que o aumento da excursão condilar pode

influenciar significativamente na sintomatologia dolorosa de pacientes com DTM.

Porém, o tipo de disfunção e a gravidade da DTM não foram relacionadas com a

severidade da dor ou com a amplitude dos movimentos mandibulares.

Portanto, a hipermobilidade condilar pode ser um fator contribuinte para a

Disfunção Temporomandibular, mas não um fator determinante em seu

desenvolvimento.

1.2. Máxima abertura bucal

Os movimentos mandibulares são considerados um dos fatores mais

importantes durante a avaliação da articulação temporomandibular (KIM et al.,

2010). Alterações nesses movimentos estão frequentemente associadas a distúrbios

na articulação temporomandibular e/ou na musculatura do sistema mastigatório.

Entre os movimentos examinados a medida da máxima abertura bucal geralmente é

utilizada para analisar a mobilidade e função da articulação temporomandibular

(WALKER, BOHANNON e CAMERON, 2000).

A abertura bucal ocorre quando há simultaneamente o relaxamento dos

músculos levantadores da mandíbula e contração dos músculos abaixadores, a

cabeça da mandíbula executa movimentos de rotação e translação sobre a cavidade

e eminência articular do osso temporal. No primeiro estágio a mandíbula abaixa num

movimento exclusivo de rotação ao redor de um eixo horizontal até uma distância de

20 a 25mm entre as bordas incisais dos incisivos superiores e inferiores. A medida

que a cabeça da mandibula é transladada, ocorre o segundo estágio do movimento

da abertura bucal, onde a abertura máxima é limitada pelos ligamentos capsulares

que impedem os movimentos condilares adicionais. A máxima abertura bucal varia

Introdução 21

entre 40 e 60mm quando medimos as bordas incisais dos dentes superiores e

inferiores. Em uma ATM em que seus movimentos são considerados normais,

durante a abertura bucal a cabeça da mandibula desliza inferiormente à eminência

articular até a crista da eminência articular, ou seja, a crista condilar fica alinhada a

crista da eminência articular.

É considerada uma abertura de boca restrita qualquer distância menor que

40mm. Apenas 1,2% de adultos jovens abrem menos de 40mm (OKESON, 2000).

Em relação ao índice de normalidade para máxima abertura bucal e aos

fatores a ela relacionados, ainda existe muita controvérsia na literatura. Posselt

(1962) relatou que a capacidade da máxima abertura mandibular em adultos esta

entre 50 e 60mm. Bianchini (1998) apresentou valores entre 45mm e 60mm para

adultos e alertou que uma abertura inferior a 40mm no adulto e inferior a 35mm na

criança é um indicativo de possíveis problemas musculares e/ou articulares. Uma

abertura bucal menor que 40,0mm, portanto, parece representar um ponto aceitável

para designar restrição desse movimento, e o valor igual ou superior a 40,0mm é

considerado como dentro da normalidadde para o movimento de abertura

mandibular, segundo Helkimo (HELKIMO,1974).

Comparando a capacidade da máxima abertura bucal e o percurso condilar

em adultos e crianças, Reicheneder et al. (2008) encontraram uma média de

abertura bucal de 51,8mm nas crianças entre 6 e 10 anos de idade, e 56,9mm em

adultos entre 18 e 44 anos de idade, todos indivíduos livres de sintomas de

desordem temporomandibular. Subdividindo o grupo das crianças em cinco

subgrupos de acordo com as idades (6, 7, 8, 9 e 10 anos, respectivamente), a média

dos valores encontrados foram 48,7mm para o subgrupo I; 50,4mm para o II;

51,0mm para o III; 52,5mm para o IV e 56,3mm para o V. Concluindo, a capacidade

da máxima abertura bucal aumenta com a idade da criança e ela se apresenta ainda

maior em indivíduos adultos.

Sawair et al. (2010) apresentam valores médios de 45,3mm para a máxima

abertura bucal em homens e 41,5mm nas mulheres, concluindo que o gênero

influencia nas medidas, assim como a idade e estrutura corporal do indivíduo.

Kitsoulis et al. (2011), relacionaram o grau de abertura bucal com os sinais e

sintomas das desordens temporomandibulares e encontraram os seguintes

resultados: analisando a diferença da máxima abertura bucal entre os gêneros,

obtiveram uma média de 46,5mm nos homens e 44,3mm nas mulheres; em

22 Introdução

indivíduos com DTM a média dos valores foi 44,5mm e em indivíduos sem DTM foi

46,4mm; subdividindo os indivíduos com DTM em três subgrupos foi observado uma

média de máxima abertura bucal de 45,3mm no subgrupo de portadores de DTM

leve, 44,0mm para DTM moderada e 44,4mm para DTM severa. Concluindo que o

grau de abertura bucal esta relacionada com o gênero e com a intensidade da

desordem temporomandibular.

Além de fatores como gênero, idade, peso e altura dos pacientes, a forma

anatômica das estruturas ósseas da articulação temporomandibular pode influenciar

diretamente no movimento de máxima abertura bucal (FUKUI et al., 2002; FARELLA

et al., 2005; KIM et al., 2010), assim como há diferença no grau de abertura bucal

entre as etnias (FONSECA, 1992; OLIVEIRA et al., 2006; KITSOULIS et al., 2011).

1.3. Radiografia transcraniana da ATM

As radiografias são os exames complementares mais utilizados na clínica

odontológica. Para avaliação da articulação temporomandibular existem diferentes

métodos de diagnóstico por imagem, que auxiliam na investigação da integridade ou

não das estruturas e o relacionamento entre elas. White e Pharoah (2007)

apresentam a radiografia panorâmica, transcraniana, transfaríngea, transorbitária,

submentovértice, tomografia convencional, tomografia computadorizada, artrografia

e ressonância magnética, como métodos de diagnóstico por imagem da articulação

temporomandibular.

As técnicas para se obter imagens da articulação temporomandibular são

muito difíceis, devido ao posicionamento da ATM em relação as outras estruturas

ósseas do crânio e suas complexidades.

Hildebrand (1931) foi o pioneiro na análise dos movimentos mastigatórios

através de métodos radiológicos.

Estudos radiológicos com radiografia bilateral da ATM, radiografia do tipo

transfacial e radiografia transcraniana da ATM tem sido realizados para avaliação da

ampla excursão condilar ou hiperexcursão (LEMOS, 1988; MUTO et al, 1994; ILHA

et al, 2006).

A radiografia transcraniana foi muito utilizada no passado para determinar a

posição do côndilo mandibular em relação à fossa e avaliar alterações ósseas

Introdução 23

(MENEZES et al., 2008). Ainda é um método frequentemente utilizado na clínica

odontológica para estudo da ATM, devido ao fácil acesso e baixo custo.

A projeção transcraniana fornece uma visão sagital da porção lateral do

côndilo e do componente temporal, evidenciando o forame auditivo externo, o

côndilo, a cavidade e a eminência articular. O paciente é posicionado em um

cefalostado; o feixe de raio X é direcionado para baixo, pelo lado oposto da cabeça,

através do crânio e acima da porção petrosa do osso temporal, numa angulação

positiva de aproximadamente 25° centralizada na articulação (WHITE e PHAROAH,

2007).

No entanto, a literatura apresenta muitas críticas em relação à utilização da

radiografia transcraniana para análise da posição condilar, devido as sobreposições

de estruturas e distorções que ela pode apresentar. Vários autores compararam a

técnica transcraniana com outros métodos de imagem para avaliação da articulação

temporomandibular (KNOERNSCHILD, AQUILINO e RUPRECHT, 1991; MAHL e

SILVEIRA, 2002; MENEZEs et al., 2008).

De acordo com Knoernschild, Aquilino e Ruprecht (1991), as radiografias

transcranianas não reproduzem com precisão a anatomia das estruturas da

articulação temporomandibular, devido as distorções radiográficas que o método

apresenta. Limitando o valor de sua utilização clínica na determinação da posição

condilar.

No entanto, Menezes et al. (2008) avaliaram imagens de radiografias

transcranianas e ressonâncias magnéticas de 70 articulações temporomandibulares

(35 pacientes) com o objetivo de analisarem a eficácia das radiografias

transcranianas no estudo da posição condilar. As imagens foram obtidas na posição

de máxima intercuspidação (MIH) e máxima abertura bucal. No resultado final não

foi encontrado diferença estatisticamente significante entre os dois métodos, e

concluíram que a radiografia transcraniana é um método aceitável para avaliação da

posição condilar.

Apesar das limitações, a técnica de radiografia transcraniana não deve ser

rejeitada no estudo da ATM. Existem métodos mais sofisticados que proporcionam

maior precisão de imagem, como a ressonância magnética e as técnicas de

tomografia, porém, não são técnicas que estão disponíveis a todos pacientes. É

necessário considerar a finalidade para a qual o exame complementar será

24 Introdução

solicitado e assim selecionar a técnica mais apropriada, levando em consideração o

custo beneficio que o exame proporcionará para o paciente e para o profissional.

PROPOSIÇÃO

Proposição 26

2. PROPOSIÇÃO

O propósito do presente estudo foi verificar se há correlação entre a medida

de abertura bucal e a medida de deslocamento da cabeça da mandíbula além da

eminência articular, durante a máxima abertura bucal, através de radiografias

transcranianas. Os resultados deste trabalho poderão auxiliar o cirurgião dentista na

clínica odontológica durante o exame clínico, diagnóstico e tratamento dos pacientes

com disfunção temporomandibular, pois será possível estimar o quanto a cabeça da

mandíbula esta deslocando durante a máxima abertura bucal do paciente.

MATERIAL E MÉTODO

Material e Método 28

3. MATERIAL E MÉTODO

O presente estudo foi realizado no Centro de Pacientes Especiais da

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Foram avaliadas 69 fichas clínicas e as radiografias transcranianas presentes

nos prontuários dos pacientes atendidos no Curso de Oclusão, Disfunção

Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacientes com Necessidades Especiais –

atendimento de extensão do Departamento de Odontologia Restauradora da

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP-USP), inserido no projeto DAPE

(Desmistificando o Atendimento a Pacientes com Necessidades Especiais), das

quais 57 foram selecionadas para compor nossa pesquisa.

Critérios de inclusão – prontuários de pacientes com idade superiores a 18

anos, ambos os gêneros, totalmente ou parcialmente dentados, que possuíam

radiografias das articulações temporomandibulares de boa qualidade e

hiperexecursão condilar durante a máxima abertura bucal.

Critérios de exclusão – prontuários de pacientes com problemas neurológicos

ou mentais, com alterações anatômicas das ATMs, que não apresentaram

hiperexecursão condilar durante a máxima abertura bucal, desdentados totais,

radiografias de qualidade duvidosa e prontuários que não estavam adequadamente

preenchidos.

Seguindo os critérios de inclusão e exclusão a amostra foi composta por 57

prontuários, sendo 15 pacientes do gênero masculino e 42 do gênero feminino, com

idade entre 18 e 68 anos. Considerando que cada paciente possui duas articulações

temporomandibulares, foram avaliadas um total de 114 ATMs através do exame

radiológico transcraniano (ILHA et al., 2006).

As radiografias selecionadas foram traçadas e medidas com o auxílio de

paquímetro digital (Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION – Figura 1),

negatoscópio, esquadros de precisão, régua milimetrada, papel vegetal, lapiseira

com grafite 0,5mm e borracha.

A medida da máxima abertura bucal dos pacientes foi realizada no momento

da tomada radiográfica com auxilio do mesmo paquímetro digital utilizado para

obtenção das medidas das radiográficas (Figura 1).

29 Material e Método

3.1. Obtenção das radiografias

As radiografias foram obtidas em aparelho de raios X periapical de marca

Gnatus Timex 70C operando com 7 mA , 70 kV e o tempo de exposição variando de

acordo com a compleição física do paciente (geralmente entre 0,8 a 1,2 segundos),

o aparelho estava acoplado a um dispositivo construído para tomadas radiográficas

das ATMs fabricado pela Fabinject – PTR (Taubaté/SP – Brasil) (Figuras 2, 3, 4 e 5).

Foram utilizados filmes Kodak com dimensões 13x18cm e para proteção dos

pacientes foi utilizado avental e protetor de tireóide de chumbo. As radiografias

foram processadas na processadora automática de filmes radiográficos modelo A/T

2000 XR da Air Techniques inc (Figura 6).

As tomadas radiográficas foram realizadas em duas posições: MIH e máxima

abertura bucal (Figuras 7 e 8).

Figura 1. Paquímetro Digital 6`` - ZAAS PRECISION.

Material e Método 30

Figura 2. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao

dispositivo para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR).

Figura 3. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada.

31 Material e Método

Figura 4. Aparelho de raio X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada lateral.

Figura 5. Aparelho de raios X periapical (Gnatus Timex 70C) acoplado ao dispositivo

para tomadas radiográficas das ATMs (Fabinject- PTR) – Imagem aproximada lateral.

Material e Método 32

Figura 6. Processadora automática de filmes radiológicos - A/T 2000 XR da Air Techniques inc.

Figura 7. Radiografia transcraniana da ATM do lado direito, sem deslocamento condilar.

Figura 8. Radiografia transcraniana da ATM do lado esquerdo, com deslocamento condilar.

33 Material e Método

3.2. Obtenção da máxima abertura bucal

Os pacientes foram posicionados de acordo com o protocolo para a tomada

de radiografia transcraniana da ATM. Foi pedido para o paciente abrir a boca o

máximo que lhe era possível e com o paquímetro digital foi registrada a medida da

máxima abertura bucal (Figuras 9 e 10), após o registro foi pedido para o paciente

manter a boca aberta até o final do disparo do raio X.

A máxima abertura bucal foi obtida com paquímetro digital em dois momentos

(AB-I, máxima abertura bucal para tomada radiográfica da ATM direita e AB-II,

máxima abertura bucal para tomada radiográfica da ATM esquerda). A medida

mensurada foi a distância da incisal dos incisivos inferiores até a incisal dos incisivos

superiores em milímetros (OBWEGESER, FARMAND e AL- MAJALI, 1987).

Figura 9. Paciente posicionada para tomada radiográfica na posição boca aberta.

Material e Método 34

3.3. Traçado das radiografias

Sobre a radiografia foi colocado um papel vegetal onde o meato acústico, a

cavidade articular e a cabeça da mandíbula da posição boca fechada foram

decalcados, o mesmo papel foi transferido sobre a imagem radiográfica de boca

aberta de tal forma que o meato acústico e a cavidade articular do decalque ficaram

sobrepostos as imagens correspondentes da imagem boca aberta, a nova posição

da cabeça da mandíbula foi então decalcada (Figura 11).

Com o auxílio de esquadros de precisão para desenhos geométricos foram

traçadas duas retas tangentes: A’ passando pelo ponto mais convexo da eminência

articular e B’ passando pelo ponto mais convexo (mais superior) da cabeça da

mandíbula na posição de boca aberta. Perpendicularmente as tangentes foram

traçadas duas retas paralelas (A e B) passando pelos mesmos dois pontos: A

passando pelo ponto mais convexo da eminência articular e B passando pelo ponto

mais convexo da cabeça da mandíbula na posição de boca aberta.

Figura 10. Tomada da medida de máxima abertura bucal.

35 Material e Método

Com um paquímetro digital foi realizado a medida AB, distância entre as retas

A e B em milímetros.

Foram considerados apenas as radiografias dos pacientes que tiveram pelo

menos uma de suas articulações com hiperexcursão.

As distâncias em milímetros foram anotadas em uma planilha Excel,

juntamente com as medidas em milímetros da máxima abertura bucal, idade e

gênero dos pacientes para posterior cálculo e análise estatística.

3.4. Análise dos dados e estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística utilizando o software

SPSS versão 12.0 para Windows (SPSS Inc.; Chicago, IL, USA). Foi realizado a

análise descritiva (médias, desvios padrão, valor máximo e valor mínimo), para cada

variável, assim como análise de correlação de Pearson e análise de regressão, para

associação entre máxima abertura bucal e deslocamento condilar. O nível de

significância adotado nos testes foi de 5%.

Figura 11. Traçado da radiografia transcraniana da ATM.

RESULTADOS

Resultados 37

4. RESULTADOS

Foram analisados 57 prontuários, a partir dos quais foram obtidas 114

medidas de deslocamento condilar e de máxima abertura bucal. Considerando que

cada paciente possui duas articulações temporomandibulares e a tomada

radiográfica para a imagem transcraniana da ATM é realizada em dois momentos.

A amostra foi composta de 42 prontuários de pacientes do gênero feminino

(73,7%) e 15 do gênero masculino (26,3%). A média de idade foi de 39,07 anos,

com idade mínima de 18 anos e máxima de 68 anos.

Os resultados da análise descritiva foram: média de abertura bucal 42,51mm,

com desvio padrão de 7,56, valor mínimo da abertura bucal 26,0mm, valor máximo

da abertura bucal 58,71mm, média do deslocamento condilar 5,30mm, com desvio

padrão de 3,02, valor mínimo do deslocamento condilar 0,0 mm (ausência de

deslocamento condilar) e valor máximo do deslocamento condilar 12,38mm (Tabela

1 e Tabela 2).

Tabela 1. Análise descritiva dos dados da máxima abertura bucal.

Grupo Número de indivíduos

Média (mm)

Desvio Padrão

Valor máximo (mm)

Valor mínimo (mm)

AB I 57 41.97 7.58 55.63 26.00 AB II 57 43.05 7.57 58.71 26.21 AB I + II 114 42.51 7.56 58.71 26.00

Tabela 2. Análise descritiva dos dados de deslocamento condilar durante o

movimento de máxima abertura bucal.

Grupo Número de indivíduos

Média (mm)

Desvio Padrão

Valor máximo (mm)

Valor mínimo (mm)

Desl dir 57 5.12 3.03 12.38 0.00 Desl esq 57 5.46 3.03 11.88 0.00 Desl dir + esq 114 5.30 3.02 12.38 0.00

38 Resultados

A associação entre a máxima abertura bucal e o deslocamento condilar foi

determinada por meio do teste de Correlação Linear de Pearson (r=0,3344;

p=0,0003), os valores indicaram a existência de uma correlação moderada entre as

variáveis (Figura 12).

Diagrama de dispersão – Correlação linear de Pearson

Figura 12. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e deslocamento condilar (mm),

obtido através da análise de correlação linear de Pearson.

Os dados também foram submetidos à análise de regressão linear, com o

objetivo de encontrarmos a reta que melhor representa o aumento do deslocamento

condilar em consequência do aumento da abertura bucal. O coeficiente de

correlação linear encontrado foi (r) = 03207; p = 0,0005. Confirmando que o aumento

da medida de abertura bucal promove um aumento na medida do deslocamento

condilar (Figura 13).

Deslo

cam

en

to c

on

dila

r (m

m)

Máxima abertura bucal (mm)

Resultados 39

Diagrama de dispersão – Regressão Linear

Linha de regressão

----- 95% Intervalo de confiança

Figura 13. Diagrama de dispersão entre máxima abertura bucal (mm) e deslocamento condilar (mm),

com linha de regressão e intervalo de confiança de 95%, obtido através da análise de regressão

linear.

Máxima abertura bucal (mm)

De

slo

cam

en

to c

on

dila

r (m

m)

DISCUSSÃO

Discussão 41

5. DISCUSSÃO

A hipermobilidade da articulação temporomandibular é frequentemente

encontrada nos pacientes, porém, só é notada quando interfere nos movimentos

mandibulares. Essa interferência às vezes nem é percebida pelo paciente, e sim

pelo profissional que durante a avaliação clínica percebe visualmente ou por meio de

medida dos movimentos mandibulares que o paciente apresenta excessiva abertura

da boca. Essa demasiada abertura da boca pode ser traduzida em subluxação

mandibular, caracterizada por hipermobilidade da articulação temporomandibular em

que o paciente executa movimentos de abertura e fechamento bucal normalmente,

no entanto, com uma ampla abertura. A subluxação condilar pode evoluir para

episódios de luxação mandibular ou deslocamento espontâneo, em que o paciente é

impossibilitado de fechar a boca por si só, necessitando de auxilio profissional. Este

quadro normalmente tem característica aguda e de dor intensa, podendo levar o

paciente ao desespero.

Para compor a amostra deste trabalho de pesquisa, que constou de 57

indivíduos com hipermobilidade condilar, foram avaliados 69 prontuários, de uma

clínica especializada no atendimento de pacientes com DTM e dor orofacial,

portanto, 82,6% dos prontuários avaliados tiveram pacientes que apresentaram

hiperexecursão condilar durante o movimento de máxima abertura bucal, resultado

próximo ao encontrado na pesquisa de Obwegeser, Farmand e Al-Majali (1987), que

observaram hiperexcursão em 80,39% do total de pacientes avaliados, sem sinais e

sintomas de DTM, através de tomografia linear.

Diferentemente, Ilha et al. (2006), Lemos (1988) e Palacios-Moreno,

Chilvalquer e Luz (1997), relataram predominância da normoexcursão, seguida da

hiperexcursão e uma menor porcentagem de hipoexcursão em seus trabalhos

realizados com pacientes portadores de disfunção craniomandibular. A

hiperexcursão condilar nem sempre esta associada a uma condição patológica, e

em várias pesquisas que associaram sinais e sintomas clínicos de disfunção

temporomandibular com a excessiva excursão condilar não encontraram relação

positiva entre as duas condições (DUARTE et al., 2001; ILHA et al., 2006;

KALAYKOVA et al., 2006; OKESON, 2008). Entretanto, Senna et al. (2009)

concluíram que o aumento da excursão do côndilo pode influenciar significadamente

na sintomatologia dolorosa de pacientes com DTM.

42 Discussão

A literatura é escassa em relação a valores de medida do quanto a cabeça da

mandíbula ultrapassa a eminência articular durante o movimento de abertura bucal.

Muto et al. (1994) encontraram os seguintes valores para indivíduos saudáveis:

9,2mm para os homens e 7,8mm para as mulheres, medidas superiores ao da nossa

amostra, na qual, observamos a média de 5,3mm.

Reicheneder et al. (2008) mensuraram o percurso da cabeça da mandíbula

durante toda a abertura bucal e observaram uma média de 16,5mm nas crianças

entre 6 e 10 anos de idade e uma média de 19,2mm nos adultos, resultado

semelhante ao encontrado por Muto et al. (1994), que encontraram 19,0mm nos

homens e 18,4mm nas mulheres.

Analisando a medida de máxima abertura bucal dos pacientes no presente

trabalho de pesquisa durante a tomada radiográfica, obtivemos a média de 42,5mm,

valor que condiz com os achados de Sawair et al. (2010), que observaram a média

de 42,9mm na população estudada; no entanto, a medida foi inferior a encontrada

por Kitsoulis et al. (2011), que avaliaram uma amostra de 464 pacientes, dos quais

340 apresentaram DTM e obtiveram uma média de 44,5mm de máxima abertura de

boca, quando mensurada a medida dos 124 pacientes sem DTM o valor encontrado

foi 46,4mm.

Comparado esses resultados com outros estudos realizados em pacientes

saudáveis, Reicheneder et al. (2008) encontraram a média de 56,9mm, resultado

similar ao encontrado por Nevakari (1960), que em um grupo de indivíduos entre 20

a 25 anos de idade observaram uma média de máxima abertura bucal de 56,0mm.

Em ambos os trabalhos, os resultados encontrados na abertura bucal em pacientes

saudáveis, foram superiores aos encontrados no presente trabalho, que foi de

42,9mm e em pacientes com disfunção temporomandibular.

Posselt (1962) analisou os limites dos movimentos mandibulares, em relação

a máxima abertura bucal e encontrou valores entre 50 e 60 mm.

Devemos, porém considerar que a capacidade da máxima abertura bucal,

assim como os outros movimentos mandibulares, é influenciada por vários fatores,

tais como gênero, idade, etnia, estrutura física, número de dentes, anatomia da

fossa mandibular, flacidão ligamentar e a atividade muscular.

A amplitude de abertura bucal é maior nos homens, quando comparado com

as mulheres (LEWIS, BUSCHANG e THOROCKMORTON, 2001; SAWAIR et al.,

2010). Em relação a idade, estudos realizados em crianças mostraram que a

Discussão 43

medida de abertura bucal aumenta com a idade (REICHENEDER et al., 2008;

HAMAZAKI et al., 2002), e nos adultos ela reduz (GALLAGHER et al., 2004; YAO,

LIN e HUNG, 2009; SAWAIR et al., 2010). A estrutura física analisada através do

índice de massa corporal foi correlacionado positivamente com o aumento da

abertura bucal (PULLINGER et al., 1987; SAWAIR et al., 2010). O número de dentes

presentes na cavidade bucal também influencia a abertura bucal, a ausência de

elementos dentais foi associada positivamente com a diminuição da abertura bucal

(TALLENTS et al., 2002; GÖKÇE et al., 2009; SAWAIR et al., 2010). E a etnia do

paciente (FONSECA, 1992; OLIVEIRA et al., 2006; KITSOULIS et al., 2011).

Relacionando a máxima abertura bucal e o deslocamento da cabeça da

mandíbula além da eminência articular dos pacientes da amostra do nosso estudo,

observamos uma moderada correlação entre os dois movimentos. No entanto, Muto

et al. (1994) encontraram uma significativa correlação entre as duas variáveis,

quando analisadas em indivíduos saudáveis, ou seja sem disfunções no sistema

mastigatório.

Estudos anteriores avaliaram os movimentos realizados pelos côndilos

durante a abertura bucal em dois momentos, primeiramente o movimento de rotação

condilar e posteriormente o de translação condilar. Foi observado correlação entre o

movimento de abertura bucal e o movimento de rotação dos côndilos; porém, entre a

translação condilar e a máxima abertura bucal não foi encontrado correlação

(TRAVERS et al., 2000; LEWIS, BUSCHANG e THROCKMORTON , 2001; NAEIJE,

2002; MAPELLI et al., 2009).

Alguns autores afirmam que a abertura bucal pode ser realizada mesmo com

limitação do movimento de translação, devido a rotação dos côndilos ser o principal

componente no movimento de abertura bucal (LEWIS, BUSCHANG e

THROCKMORTON , 2001; MONTEVERDI et al., 2006; MAPELLI et al., 2009).

Como relatado anteriormente, não há um consenso na literatura em relação

ao índice de normalidade para abertura bucal, pois existem vários fatores que

influenciam neste valor. Porém, pode-se considerar 40,0mm uma medida aceitável

para abertura mandibular (Bianchini, 1998; Ríspoli e Bacha, 1998; OKESON), valor

próximo ao encontrado em nossa pesquisa.

No entanto, foi observado em nosso estudo que pacientes com abertura bucal

inferior à 40,0mm apresentaram deslocamento condilar considerável, assim como

pacientes que apresentaram uma abertura bucal superior à 40,0mm e sua respectiva

44 Discussão

cabeça da mandíbula não ultrapassou a eminência articular do osso temporal

(Tabela – Anexo C). Tal resultado pode ser atribuído ao fato da abertura bucal ser

influenciada principalmente pelo movimento de rotação dos côndilos, como relatado

anteriormente.

Apesar da correlação moderada encontrada em nosso trabalho entre o

movimento de abertura bucal e o deslocamento da cabeça da mandíbula, esses

resultados poderão auxiliar o Cirurgião Dentista a realizar uma estimativa de quanto

a cabeça da mandíbula ultrapassa a eminência articular no movimento de abertura

bucal, durante o exame clínico, colaborando com o diagnóstico e tratamento das

disfunções temporomandibulares.

Entretanto, outras pesquisas são necessárias para uma melhor compreensão

da correlação entre os movimentos de abertura bucal e a hipermobilidade condilar.

CONCLUSÃO

Conclusão 46

6. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que o aumento na

medida de abertura bucal promoveu o aumento no deslocamento da cabeça da

mandíbula para além do ápice da eminência articular durante o movimento de

máxima abertura bucal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências Bibliográficas 48

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ANEXOS

Anexos 55

Anexo A – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

56 Anexos

Anexo B – Autorização de divulgação de imagem.

Anexos 57

Anexo C – Tabela de referência para análise estatística.

Gênero Idade (anos)

Abertura bucal (mm)

Deslocamento condilar (mm)

I II Direto Esquerdo Paciente 1 M 18 51,00 52,50 4,20 1,71 Paciente 2 M 41 37,59 41,44 1,21 0 Paciente 3 F 32 26,50 30,87 5,59 3,40 Paciente 4 F 53 42,00 36,00 5,13 0 Paciente 5 M 23 38,00 47,10 6,69 8,60 Paciente 6 F 43 26,00 32,50 0 3,84 Paciente 7 F 22 41,00 43,00 1,72 4,65 Paciente 8 F 67 36,02 35,87 0,50 6,87 Paciente 9 F 59 37,44 38,48 0 6,24 Paciente 10 F 32 31,55 33,71 1,76 0 Paciente 11 F 56 34,77 36,18 4,90 6,33 Paciente 12 F 24 46,78 53,72 0 4,06 Paciente 13 M 18 47,89 49,28 8,89 5,35 Paciente 14 F 19 31,33 27,94 7,33 2,89 Paciente 15 F 19 40,93 38,60 7,74 7,64 Paciente 16 M 30 48,48 43,72 8,78 8,45 Paciente 17 F 41 26,28 32,61 6,36 0 Paciente 18 F 21 51,82 51,03 9,63 7,25 Paciente 19 F 66 46,74 47,66 4,14 7,32 Paciente 20 F 46 33,97 36,45 7,80 10,59 Paciente 21 F 52 40,51 41,85 4,37 6,96 Paciente 22 M 25 41,22 38,40 7,20 9,48 Paciente 23 M 61 51,08 50,75 8,95 9,30 Paciente 24 M 49 49,05 55,41 8,75 6,40 Paciente 25 M 38 35,90 35,23 2,30 2,02 Paciente 26 F 42 32,86 31,59 2,03 4,07 Paciente 27 F 31 28,43 26,21 0 7,45 Paciente 28 M 32 48,26 49,48 12,38 3,83 Paciente 29 M 68 52,01 47,88 9,21 11,88 Paciente 30 F 36 46,80 46,75 4,88 3,31 Paciente 31 F 46 45,70 50,70 7,80 5,90 Paciente 32 F 36 50,65 50,20 4,96 6,11 Paciente 33 F 18 41,20 42,31 5,10 2,40 Paciente 34 M 61 50,45 51,73 10,61 6,17 Paciente 35 F 24 43,85 45,62 2,92 9,50 Paciente 36 F 45 38,72 39,68 8,64 9,77 Paciente 37 F 21 55,63 56,70 7,70 6,90 Paciente 38 M 43 44,62 45,71 4,35 4,08 Paciente 39 F 41 36,27 43,24 2,18 3,86 Paciente 40 F 28 44,13 44,55 5,65 8,08 Paciente 41 F 51 43,28 35,58 7,55 7,54 Paciente 42 F 21 47,53 46,19 5,34 3,76 Paciente 43 M 33 54,94 58,71 7,12 5,89 Paciente 44 F 49 43,72 45,11 6,34 7,81

58 Anexos

Paciente 45 F 44 36,07 38,57 3,09 0 Paciente 46 F 52 37,58 38,33 1,69 3,32 Paciente 47 F 44 51,43 52,41 7,30 3,90 Paciente 48 F 38 40,60 41,18 5,13 3,52 Paciente 49 F 56 39,19 42,34 6,08 4,40 Paciente 50 F 51 44,20 47,31 7,03 9,39 Paciente 51 F 28 41,39 43,42 3,95 6,66 Paciente 52 F 48 43,49 42,46 6,00 10,43 Paciente 53 F 56 38,19 41,97 2,76 6,64 Paciente 54 M 31 50,05 50,42 5,89 8,76 Paciente 55 F 19 41,24 41,01 0 2,86 Paciente 56 F 28 55,33 54,01 2,28 0 Paciente 57 F 51 31,11 32,31 2,38 4,05