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[Escrever o subtítulo do documento] Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas 1 Instituto Politécnico de Beja Escola Superior de Saúde Hospital José Joaquim Fernandes Medicina I XXII Curso de Licenciatura em Enfermagem Ensino Clínico em Enfermagem Médica 2º Ano/ 1º Semestre Discentes: Bruno Ramalho, 9764 Carina Pontes, 9776 Cristele Queixinhas, 9775 Docentes: Maria João Lampreia e Vanda Tiago Beja, Fevereiro de 2012

Estudo de Caso Final

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[Escrever o subtítulo do documento]

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

1

Instituto Politécnico de Beja

Escola Superior de Saúde

Hospital José Joaquim Fernandes – Medicina I

XXII Curso de Licenciatura em Enfermagem

Ensino Clínico em Enfermagem Médica

2º Ano/ 1º Semestre

Discentes: Bruno Ramalho, 9764

Carina Pontes, 9776

Cristele Queixinhas, 9775

Docentes: Maria João Lampreia e Vanda Tiago

Beja, Fevereiro de 2012

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“Cuidar é um fenómeno universal que influencia a forma como pensamos, sentimos e

nos comportamos em relação aos outros”

(Potter & Perry, 2006)

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SUMÁRIO

0- INTRODUÇÃO 4

1- ENQUADRAMENTO TEÓRICO 6

1.1- MODELO DE TEÓRICO/PROCESSO DE ENFERMAGEM 6

1.2- FUNDAMENTAÇÃO FISIOPATOLÓGICA 6

1.2.1- Definição da Patologia 6

1.2.2- Factores de Risco 7

1.2.3- Fisiopatologia 7

1.2.4- Manifestações Clínicas 10

1.2.5- Complicações 10

1.2.6- Diagnóstico 14

1.2.7- Tratamento 15

1.2.8- Cuidados de Enfermagem 16

2- APRESENTAÇÃO DO CASO 18

2.1- HISTÓRICO DE ENFERMAGEM 18

2.2- HISTÓRIA DAS ACTIVIDADES DE VIDA 20

2.3- DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM 25

2.4- PLANO DE CUIDADOS 33

2.5- PLANO DE ALTA 41

2.6- ATITUDES TERAPÊITICAS 42

3- CONCLUSÃO 45

4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46

5- WEBGRAFIA 47

ANEXOS: 48

ANEXOS I- Norma da Paracentese 49

ANEXOS II- Fichas Terapêuticas 55

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0- INTRODUÇÃO

No âmbito do Ensino Clinico – Enfermagem Médica, inserido no XXII Curso de

Licenciatura de Enfermagem, realizado no Serviço de Medicina I, no Hospital José

Joaquim Fernandes, foi-nos proposto como metodologia de ensino/aprendizagem,

efectuar um estudo de caso, sobre algum doente, a quem tenhamos prestado cuidados. A

prestação de cuidados tem como objectivo o restabelecimento e promoção da saúde do

cliente.

“A enfermagem, como parte integrante do sistema de cuidados de saúde, engloba a

promoção da saúde, a prevenção da doença e os cuidados a pessoas de todas as idades

com doença física, doença mental ou deficiência, em todas as organizações de cuidados

de saúde e noutros locais da comunidade.” (CIPE, 2003)

A Enfermagem é uma área interdisciplinar, integrando intervenções autónomas e

interdependentes, tornando-se fundamental na prestação de cuidados à pessoa.

Das diversas patologias que tivemos contacto, no Serviço de Medicina I, escolhemos

estudar o caso de uma cliente, cujo diagnóstico é uma Doença Hepática Crónica,

acompanhado de uma ascite.

Segundo Potter e Perry (2006), doença crónica é aquela que perdura, mais de 6 meses e

que pode prejudicar a actividade do individuo, encontrando em períodos onde a doença

não se manifesta e outros em que tem graves recaídas.

Achámos pertinente abordar este caso, devido à patologia, às suas complicações, ao seu

tratamento e pelos cuidados de enfermagem inerentes à situação. Esta metodologia de

aprendizagem permite-nos relacionar a teoria com a prática, na medida em estudar a

patologia em questão, as suas complicações para a pessoa e os cuidados de enfermagem

prestados, em benefício do cliente. A elaboração de um estudo de caso é um de extrema

importância para o futuro académico e profissional.

Os principais objectivos gerais deste estudo de caso são: compreender o processo de

prestação de cuidados de Enfermagem, tendo por base, uma abordagem individualizada,

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baseada no modelo de Enfermagem de Roper, Logan e Tierney; uma metodologia

cientifica e utilizar uma linguagem actual na prática profissional - CIPE. A linguagem

CIPE, tem incidência na identificação e fundamentação de Diagnósticos de

Enfermagem.

Os objectivos específicos deste trabalho são: realizar uma fundamentação fitopatológica

e clínica, elaborar diagnósticos e enfermagem e plano de cuidados.

O presente trabalho foca-se na apreciação/interpretação de dados colhidos, através de

técnicas de recolha de dados. Após realizada a apreciação/interpretação de dados

podemos prestar cuidados de enfermagem personalizados e por conseguinte, definir

diagnósticos de enfermagem, através de uma linguagem utilizada actualmente em

contexto profissional (CIPE).

Este trabalho divide-se em duas grandes áreas: o enquadramento teórico que abrange o

Modelo de Roper, Logan e Tierney e fundamentação fisiopatológica e clinica; e a

apresentação do caso que engloba o histórico de enfermagem e a historia das

actividades de vida. Posteriormente apresentamos os diagnósticos de enfermagem, o

plano de cuidados e o plano de alta.

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1-ENQUADRAMENTO TEÓRICO

1.1- MODELO TEÓRICO/PROCESSO DE ENFERMAGEM

Segundo Roper, Logan e Tierney (2001),o modelo de vida serve de base ao modelo de

enfermagem, engloba os quatro conceitos: actividades de vida, a duração de vida, o

continuum dependência/independência e os factores influentes, criando assim, um

último conceito, denominado Individualidade de vida.

“O objectivo de conceptualizar a vida de acordo com os quatro primeiros conceitos do

modelo de enfermagem é identificar o padrão individual de vida (e os problemas reais e

potenciais em qualquer das ALs) de forma a que o enfermeiro possa individualizar os

cuidados de enfermagem àquela pessoa, tomando em consideração o respectivo estilo de

vida – e (sempre que se aplique) o da família e outras pessoas significativas” (Roper,

Logan e Tierney, 2003, pag 85)

De acordo com Roper, Logan e Tierney (2001), é possível fazer uma enfermagem

individualizada, colocando na prática o conceito de processo de enfermagem, abrange

os quatro conceitos de: actividades de vida, duração de vida, continuum

dependência/independência e factores que influenciam as actividades de vida.

Como referem, Roper, Logan e Tierney (2001), o processo de enfermagem compreende

quatro fases: apreciar, planear, implementar e avaliar, sendo fundamental a participação

do doente durante o processo de enfermagem.

1.2-FUNDAMENTAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E CLINICA

1.2.1- Definição da Patologia

Segundo Phipps, Marek e Sands (2007), Insuficiência Hepática Crónica é a destruição

gradual e irreversível da função hepática, ao longo do tempo, sendo geralmente

mencionada como doença hepática terminal.

Com o avanço da idade, há uma diminuição do número e tamanho das células hepáticas,

a circulação sanguínea hapática também diminui, contudo, há uma diminuição da

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síntese de enzimas que contribuem para o metabolismo de fármacos (Phipps, Marek e

Sands, 2007).

De acordo com Phipps, Marek e Sands (2007), o cliente com problemas hepáticos pode

apresentar alterações a nível do seu estado de conforto, estado nutricional, padrão de

eliminação, equilíbrio hidroelectrolitico, nível de energia, percepção, motricidade e

cognição, e exposição a determinadas toxinas.

1.2.2- Factores de Risco

Podemos definir como factores de risco, a presença de características do indivíduo ou

do ambiente que o rodeia, que fazem aumentar a possibilidade do aparecimento ou

agravamento da doença, como por exemplo: a ingestão de determinados fármacos, a má

nutrição, a ingestão de álcool, factores genéticos, vírus e a exposição a algumas

hepatotoxinas.

A cliente portadora de Doença Hepática Crónica, sofre também, de artrite reumatóide1,

causa que pode induzir à ingestão abusiva de analgésicos e anti-inflamatórios.

1.2.3- Fisiopatologia

As duas principais causas de desconforto, no indivíduo com doença hepática são: a dor

abdominal e o prurido, sendo este associado à icterícia. Relativamente à nutrição, os

problemas hepáticos podem causar náuseas, vómitos e anorexia. As pessoas com doença

hepática crónica devem realizar uma dieta específica, ou seja, dieta hipossalina e

ingestão proteica (Phipps, Marek e Sands, 2007).

De acordo com Phipps, Marek, Sands (2007) e Fauci, Braunwald, Wilson e et al (1998),

a doença hepática pode estar relacionada com o défice ou excesso de líquidos, sendo

este causador de edema, resultante da vasodilatação periférica que desencadeia retenção

renal de sódio e água. A hipoalbuminemia provoca a saída de líquidos do espaço

1 “Artrite Reumatóide é uma doença inflamatória crónica que afecta principalmente as articulações

diartrósicas e os tecidos moles circundantes” (Phipps, Marek, Sands . 2007, p. 1689)

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vascular para o espaço interstecial, formando edema e ascite. Além disso, a acumulação

de líquido ascítico aumenta a pressão intra-abdominal, dificultando o retorno venoso.

Como refere Smeltzer e Bare (1998), os indivíduos com doença hepática, devido à

hipoalbuminemia, podem desenvolver um edema generalizado (anasarca).

O padrão de eliminação vesical e intestinal pode sofrer alterações, as fezes podem

apresentar-se brancas-acinzentadas ou cor de argila-branca e a urina pode ser escura,

acastanhada ou cor de vinho do Porto, se existir obstrução do fluxo de bílis. Os niveis

de bilirrubina na urina apresentam-se elevados e podendo existir nictúria ou diminuição

do debito urinário (Phipps, Marek e Sands, 2007).

Segundo Phipps, Marek e Sands (2007), as actividades de vida diárias podem sofrer

alterações, devido à fadiga e falta de força muscular, no indivíduo com problemas

hepáticos. Quando existe a presença ascite, pode ocorrer alguma dificuldade respiratória

devido ao facto, do líquido ascítico exercer pressão sobre o diafragma.

A ocorrência de mudanças de sensibilidade nas extremidades, alterações no estado de

memória e capacidade de executar tarefas motoras finas, devem-se às modificações da

função neurológica, causadas pela doença hepática crónica (Phipps, Marek e Sands,

2007).

A etiologia da doença hepática pode ser: a ingestão de determinados fármacos, álcool,

vírus e substancias químicas industriais (Phipps, Marek e Sands, 2007).

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1.

2.

Figura 1: Evolução da Insuficiência das células hepáticas. Fisiopatologia dos sinais e

sintomas que ocorrem na Doença Hepática

(Fonte: Adaptado de Phipps de 1995)

Inflamação hepática

Náuseas, vómitos, disfunção intestinal,

flatulência, indigestão e obstipação

Anorexia, Perda de peso, fadiga

Necrose Hepática

Diminuição do Metabolismo (hidratos de carbono,

gorduras, proteínas, ferro)

Ascite Aumento da Pressão Portal

Aumento da Pressão Venosa

Edema

Varizes Esófagicas

Insuficiência Hepática Total

Encefalopatia Hepática

Coma Hepático Morte

Dor

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1.2.4- Manifestações Clínicas

Num indivíduo com insuficiência hepática crónica pode observar-se um vasto conjunto

de sinais e sintomas. Numa primeira fase, o cliente refere os seguintes sintomas:

náuseas, vómitos, anorexia, perda de peso, fadiga indigestão, flatulência e obstipação.

Os sinais e sintomas posteriores são: icterícia, ascite, edema, hipertensão portal e

encefalopatia portossistémica (Phipps, Long, Woods, Cassmeyer, 1995; Phipps,

Monahan, Marek, 2007).

Icterícia: Quando há morbilidade do fígado, podem verificar-se problemas de

captação, conjugação ou eliminação da bilirrubina. Por sua vez, esta, irá

acumular-se no sangue que, ao alastrar-se na pele, para as escleróticas, mucosas,

e outros fluidos e tecidos orgânicos, provocam uma pigmentação amarela;

Ascite: é acumulação de líquido na cavidade peritoneal resultante de alterações

na hemodinâmica da circulação abdominal.

Hipertensão portal: o sistema vascular portal pode ficar obstruído, o que provoca

aumento da pressão venosa portal e dá origem a hipertensão portal;

Encefalopatia portossistémica: é consequência de várias perturbações

metabólicas. Se o fígado for incapaz de metabolizar e limpar o sangue de amónia

e mercaptans, verifica-se alterações do nível de consciência e das funções

intelectual e neuromuscular.

(Phipps, Long, Woods, Cassmeyer, 1995)

A cliente portadora de Doença Hepática Crónica, apresenta ascite, edema, perda de

peso e alguma dificuldade respiratória.

1.2.5- Complicações

Hipertensão portal

“A hipertensão portal ocorre quando existem um aumento persistente da pressão do

sistema nervoso portal, como resultado da maior resistência ou de uma obstrução do

fluxo sanguíneo através do sistema nervoso portal.” (Black e Jacobs, 1996, p. 1654)

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O fluxo sanguíneo a partir do fígado depende do funcionamento apropriado da veia

portal, da artéria hepática e das veias hepáticas. Os processos patológicos que afectam o

fluxo sanguíneo proveniente do fígado ou dos seus principais vasos são responsáveis

pela hipertensão portal. A pressão portal normal é de 5 a 10mmHg e é considerada

hipertensão portal quando se verificam valores superiores a 25mmHg. O baço e outros

órgãos em que há trocas sanguíneas com o sistema portal começam a sofrer os efeitos

resultantes do congestionamento. (Black e Jacobs, 1996)

“Nos clientes com hipertensão portal, a avaliação revela vasos epigástricos ligeiramente

tortuosos que se ramificam na área do umbigo e se dirigem para o esterno e as costelas,

um baço aumentado de volume e palpável, hemorróidas internas, sopros e ascite” (Black

e Jacobs, 1996, p. 1655)

Com o aumento da pressão portal as veias rectais superiores, veias da parede abdominal

e veias da parede esofágia expandem-se. A principal complicação da Hipertensão portal

é a hemorragia. (Black e Jacobs, 1996)

A veia portal é formada pela união da veia esplénica com a veia mesentérica superior. O

aumento da pressão do sistema portal pode levar a danos no baço. (Black e Jacobs,

1996)

“Com o aumento do baço, este tende a destruir as células sanguíneas e especialmente as

plaquetas, o que, a seguir, faz aumentar o risco de hemorragia e anemia.” (Bacals e

Jacabs, 1996, p. 1655)

Ascite

Pode definir-se ascite como um aumento de líquidos na cavidade abdominal resultante

de várias modificações patológicas nomeadamente a hipertensão portal, pressão

coloidosmótica reduzida e retenção de sódio. (Black e Jacobs, 1996, p. 1657)

O bloqueio do fluxo sanguíneo entre os sinusóides hepáticos para as veias hepáticas e

veia cava inferior levam a um acréscimo na pressão hidrostática no sistema venoso

portal. Este aumento da pressão portal leva a um vazamento do plasma a partir da

cápsula hepática e da veia portal para dentro da cavidade peritoneal. (Black e Jacobs,

1996)

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“A perda de proteínas plasmáticas para dentro do fluido ascítico proveniente do sistema

portal reduz a pressão oncótica no compartimento vascular. A redução na pressão

oncótica limita a capacidade do sistema vascular em preservar ou atrair água.” (Black e

Jacobs, 1996,p. 1658)

O dano nas células hepáticas reduz a capacidade do fígado em produzir quantidades

normais de albumina, resultando em hipoalbuminemia, que é aumentada pelo

vazamento das proteínas para dentro da cavidade peritoneal. Este factor leva a que haja

perda de pressão coloidosmótica devido à diminuição do volume de sangue.

Seguidamente há maior produção de aldosterona para estimular a retenção de água e de

sódio por parte dos rins. (Black e Jacobs, 1996)

Devido ao dano das células do fígado, este é incapaz de parar a produção da hormona

aldosterona, levando a que haja continuamente a retenção de sódio e de água,

aumentando o volume da ascite. (Black e Jacobs, 1996)

“Em resumo os três mecanismos responsáveis pela produção da ascite são:

Hipertensão portal, que resulta em aumento das pressões hidrostáticas,

plasmáticas e linfáticas;

Hipoalbuminemia, que resulta em menor pressão coloidosmótica;

Hiperaldosteronismo, que resulta em retenção renal de sódio e água.” (Black e

Jacobs, 1996,p. 1658)

De acordo com Rosa e Ramos (2007), as três características que definem a ascite são: a

barriga de batráquio, a macicez móvel para zonas de declive e sinal de “onda ascítica”.

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Figura 2: (Fonte: Adaptado de Rosa e Ramos, 2007)

Derrame pleural

“O espaço pleural situa-se entre o pulmão e a parede torácica e costuma conter uma

camada muito fina de líquido. Esta fina camada de líquido serve como sistema de

acoplamento entre o pulmão e a parede torácica. Existe derrame pleural quando há um

volume excessivo de líquidos no espaço pleural.” (Fauci, Braunwald, Wilson e et al,

1998, p. 1571).

Segundo Fauci, Braunwald, Wilson e et al (1998) o derrame pleural pode surgir

de duas formas:

Quando ocorrer demasiada formação de líquido pleural;

Quando ocorrer uma diminuição da remoção do líquido pelos vasos linfáticos.

Ascite grau 2

Restrição Na+

Sem edemas periféricos Com edemas periféricos

Espirolactona Espirolactona + Furosemida

- 0,5 kg/dia - 1kg/dia

Terapêutica de Manutenção

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1.2.6- Diagnóstico

O diagnóstico da doença hepática pode ser executado, com base nos sintomas do

doente, através da anamnese e exames complementares de diagnóstico.

Os exames complementares de diagnóstico consistem num hemograma, ecografia

abdominal, TAC, ressonância magnética e biopsia hepática.

Como refere Phipps, Marek e Sands (2007), a ecografia hepática tem como finalidade

avaliar uma icterícia de causa desconhecida, uma hepatomegalia ou uma suspeita de

tumor. Este exame informa sobre o tamanho, a localização e forma do fígado, sobre

presença de quistos ou abcessos, e também, sobre defeitos de preenchimento e dilatação

que possam existir.

Figura 3: Ecografia Hepática (Fonte:http://med.unne.edu.ar/revista/revista116/c_clinicos.html)

Uma Tomografia Axial Computorizada (TAC), possibilita a identificação de problemas

a nível hepático à semelhança da ecografia, no entanto, através do meio de contraste

podem ser visíveis as estruturas vasculares e o parênquima hepático (Phipps, Marek e

Sands, 2007).

Figura 4:Tomografia Computorizada abdominal (Fonte: www.hepcentro.com.br)

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De acordo com Phipps, Marek e Sands (2007), a ressonância magnética nuclear (RMN)

permite descobrir tumores hepáticos.

Segundo Phipps, Marek, Sands (2007), Smeltzer e Bare (1998), a biopsia hepática,

consiste em retirar uma pequena quantidade do tecido hepático, para despiste de

malignidade do fígado. A principal complicação deste procedimento é a hemorragia, por

isso a biopsia é contra-indicada em caso de infecção do lobo inferior do pulmão direito,

ascite, discrasia hemorrágica e problemas de coagulação do sangue.

Figura 5:Biópsia Hepática (Fonte: www.sempretops.com/saude/biopsia-hepatica)

1.2.7- Tratamento

Perante o estado actual de saúde da cliente, portadora de Doença Hepática Crónica,

foram-lhes prestados alguns cuidados de saúde, com a finalidade de melhoramento e

não agravamento do estadio da doença.

Para remover a ascite, foi prescrita a administração de diuréticos, ou seja, a

Espirolactona (diurético poupador de potássio) e a Furosemida (diurético de ansa).

De acordo com Smeltzer e Bare (1998), Black e Jacobs (1996), os diuréticos ajudam a

atenuar a retenção de liquidos e as complicações que podem surgir, devido à

administração de diuréticos são o desequilíbrio hidroelectrolitico, incluindo a

hipovolemia, hipocalemia e hiponatremia, e a encefalopatia.

Os clientes que desenvolvem ascite devem cumprir um controlo dietético, ou seja, é

essencial realizar uma dieta hiposalina e com quantidade reduzida de sódio (Smeltzer e

Bare, 1998).

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Figura 5:Ascite (Fonte:www.medicinageriatrica.com.br/2008/03/05/caso-clinico-cirrose-hepatica)

Posteriormente, foi realizada uma paracentese evacuadora, de finalidade terapêutica (ver

anexo I), tendo como principal objectivo remover o líquido existente na cavidade

peritoneal.

A punção na parede abdominal para extrair o líquido ascitico, permite diminuir a

pressão exercida sobre o diafragma e outros órgãos (Smeltzer e Bare, 1998; Menche e

Schaffler, 2004; Phipps, Marek e Sands, 2007).

Segundo Phipps, Marek e Sands (2007), existem complicações quem advêm da

paracentese como por exemplo, a hemorragia peritoneal, perfuração da bexiga, fígado

ou intestino, infecção no local de punção, peritonite, e por consequência de retirar

líquido da cavidade peritoneal em quantidade excessiva, pode ocorrer hipovolemia e

choque.

1.2.8- Cuidados de Enfermagem

Os cuidados de enfermagem realizados para o tratamento da hipertensão portal são

interligados com o tratamento da ascite.

Em parte, o tratamento da ascite consiste na administração de diuréticos e modificação

da dietética (hiposalina), sendo da responsabilidade do enfermeiro, a execução destas

tarefas.

De acordo com Smeltzer e Bare (1998), os cuidados de enfermagem prestados ao doente

com ascite englobam também, a avaliação da integridade cutânea, pois é fundamental

avaliar as pressões exercidas, utilizando colcha de pressão alternada e elevar os

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membros inferiores, para atenuar os edemas. É fundamental vigiar o balanço hídrico do

cliente e incentivar a ingestão de líquidos.

Devido à pressão exercida do líquido ascítico sobre o diafragma, é importante vigiar os

movimentos respiratórios e saber as queixas do próprio cliente.

Uma vez que a paracentese está integrada no tratamento da ascite, também devemos ter

alguns cuidados e considerar alguns aspectos.

Segundo Phipps, Marek e Sands (2007), após a realização da técnica deve-se avaliar os

sinais vitais, avaliar o estado do abdómen, em relação à rigidez e à dor, deve-se verificar

se existem sinais e sintomas de choque (palidez, taquicardia, oligúria, hipotensão e

dispneia). Posteriormente, deve-se vigiar o local de punção para despistar sinais de

perda persistente e infecção. O líquido ascítico deve ser observado, analisando as suas

características.

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2-APRESENTAÇÃO DO CASO

2.1- HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

Dados Biográficos

Nome: C.V

Idade: 83 anos

Data de nascimento: -/-/1933

Local de Nascimento: Beja

Estado Civil: Viúva

Profissão: Reformada (antes da reforma trabalhava como empregada na escola

secundária Diogo Gouveia de Beja)

Nacionalidade: Portuguesa

Etnia: Caucasiana

Dados Socioeconómicos e Ambientais

A Sra. C.V refere estar reformada e viver sozinha numa casa com bons acessos,

electricidade e com todas as condições sanitárias. Refere ter tido duas filhas, mas uma já

faleceu.

História Pregressa

Antecedentes Pessoais: Artrite Reumatóide, Gastroparesia, Esofagite

Hospitalizações: Internada por tromboflebite à cerca de 20 anos, durante um período de

15 dias. (sic, filha)

Intervenções Cirúrgicas: Operada aos olhos à mais de 50 anos. (sic, doente)

Hábitos nocivos: Nunca teve (sic, doente)

Antecedentes familiares: A irmã teve um AVC (sic, doente)

Vacinas: Tem as vacinas em dia (sic, doente)

Alergias: Penicilina (sic, doente)

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Deficiências Motoras: Não tem

Deficiências Sensoriais: Diminuição da acuidade auditiva e visual

História Actual

No dia 20 de Janeiro de 2012, a Sra. C.V recorreu ao Serviço de Urgência, por cefaleias

durante 3 dias consecutivos e aumento do perímetro abdominal.

Medicação no domicílio: Pantoprazol; Losec; Olcadil.

Diagnóstico Médico: Doença Hepática Crónica

Exames complementares na Urgência:

TAC abdominal e pélvico que revelou, um derrame pleural bilateral, mais extenso à

direita. Figado de pequenas dimensões, já em exame anterior era sugerida avaliação da

funçaõ hepática em estudo ecográfico (hepatopatia crónica). Definem-se lesões

hipotensas no fígado em provável relação com lesões quisticas descritas em exame

anterior. Baço moderado aumento de dimensões. Abundante quantidade de liquido livre

intraperitoneal. Estomago de paredes espessas, rins empurrados posteriormente pela

ascite. Lesão quistica no pólo inferior do rim esquerdo. Útero de pequenas dimensões.

TAC Tóracica onde não se observaram adenopatias supraclaviculares, mediastínicas

nem biliares. Existem calcificações ateromatosas exuberantes das paredes dos vasos

mediastínicos assim como da válvula aórtica. Observa-se derrame pleural bilateral mais

abundante à direita com colapso passivo dos segmentos posteriores do lobo superior e

do lobo inferior do pulmão direito. No terço superior do hemitórax direito, no0

segmento apical do lobo superior, observa-se nódulo hipertenso com contornos

regulares que atribuímos a provável granuloma.

Exames complementares no Internamento: Paracentese, no dia 21/1/2012,

drenou 1250 ml de líquido ascítico.

Colheita de urina tipo II, no dia 25/1/2012 (não foi possível saber o resultado)

Medicação no internamento: (Ver anexo)

o Pantoprazol___________________ 40 mg, por via oral, às 9h

o Furosemida___________________ 10 mg, por via oral, à 1h, 7h,13h,

19h

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o Cloranfenicol__________________10 mg, por via ocular, à 1h, 7h, 13h,

17h, 19h, 23h

o Espirolactona__________________17 mg, por via oral, às 17h

o Hidroxizina____________________25mg, por via oral, às 23h

2.2- HISTÓRIA DAS ACTIVIDADES DE VIDA

Manter um ambiente seguro

No domicílio:

A cliente refere ter uma casa com “todas” as condições sanitárias, ter bons acessos e

electricidade; tomar a medicação no horário prescrito; que vai a diversas consultas no

centro de saúde e realiza exames e análises, com frequência.

Não demonstra ter conhecimento acerca da ascite e dos cuidados a ter para prevenir e

vigiar a ocorrência de uma nova situação.

A filha refere, vigiar o dia-a-dia da cliente e avaliação da tensão arterial.

No internamento: A cliente encontra-se orientada no tempo e no espaço, em relação a

si própria e aos que a rodeiam. Demonstra compreender a importância da toma da

medicação verbalizando: “preocupo-me com a minha saúde.”

Colabora com os profissionais do serviço, no sentido de cooperar na administração de

medicação, na alimentação, na sua higiene. Em relação à mobilização, a cliente recusa-

se a fazer levante, devido ao desconforto, preferindo permanecer a repousar no leito.

Comunicar

No domicílio:

A cliente refere ter facilidade em estabelecer relações com as pessoas; Conviver com

amigos e família, com quem partilha experiências, problemas e emoções;

Verbaliza também que, “Sempre fui muito comunicativa e bem-disposta.”

No internamento: A cliente está orientada no tempo e no espaço, em relação a si

própria e aos que a rodeiam. Não aparenta alterações na memória, está lúcida,

consciente e bem - disposta. Apresenta uma comunicação expressiva, um discurso

coerente, sem qualquer dificuldade de articulação das palavras. Demonstra capacidade

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

21

para tomar decisões e responde ao que lhe é perguntado. Não apresenta lesões no

pavilhão auricular. Relativamente à visão, apresenta uma conjuntivite no olho esquerdo.

A cliente refere uma diminuição da acuidade auditiva, que segundo ela não afecta a

comunicação, e visual, sendo esta última compensada por uso de óculos.

Recebe a visita da filha e neta, com quem conversa, contando como é o seu dia.

Respirar

No domicílio: A cliente verbaliza que nunca teve dificuldades respiratórias antes do

aumento do perímetro abdominal; começou a ter alguma dificuldade respiratória uns

dias antes de se ter dirigido ao Serviço de Urgência. Verbaliza, ainda, que nunca teve

hábitos tabágicos.

No internamento: A cliente apresenta-se eupneica, com aporte de oxigénio por óculos

nasais a 5l/min. Apresenta respiração predominante mente torácica, profunda e de 18

ciclos por minuto. Apresenta saturação periférica de oxigénio de 96%, uma tensão

arterial de 96/56 mmhg, avaliada no braço esquerdo, pulso de 86 batimentos por

minuto, pulso forte, rítmico e regular.

A cliente apresenta ascite e edemas de grau I, nos membros inferiores.

Não apresenta expectoração. O nariz não apresenta lesões, secreções e a mucosa está

hidratada, íntegra e rosada. Apresenta simetria do tórax. A pele apresenta-se rosada e

sem sinais de cianose nas extremidades.

Comer e beber

No domicílio: A cliente refere fazer cerca de 4 a 5 refeições por dia, sendo estas

preparadas pela sua filha; Gostar de comer de tudo, no entanto “tem que ser tudo

triturado”.

Menciona também, beber alguma água ao longo do dia; nunca ter tido hábitos

alcoólicos.

No internamento: A cliente leva a comida à boca, mastiga-a e alimenta-se até ficar

satisfeita. Foi solicitado pela cliente, uma dieta de batidos sem sal, devido a, segundo

ela, ter habitualmente dificuldades em “fazer a a digestão” desde que teve a

gastroparesia, fazendo 5 refeições por dia. Demonstra dificuldade em recordar-se em

ingerir água durante a refeição e ao longo do dia, necessitando de ser estimulada. A

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

22

mucosa oral e a língua encontram-se hidratadas e rosadas, sem sinais inflamatórios. Os

lábios encontram-se hidratados e sem fissuras. Não tem dentição, com compensação por

prótese dentária. A doente refere não ter dificuldade na deglutição e mastigação.

A cliente demonstra “algumas” dificuldade em segurar nos talheres com a mão direita,

devido às lesões causadas pela artrite reumatóide.

A cliente refere ter como preferência a ingestão de água por uma garrafa; refere ter

conhecimento em relação ao tipo de dieta que faz.

Eliminar

No domicílio: A cliente refere que defecava todos os dias, em quantidade moderada,

apresentando fezes de características pastosas, de cor castanha e cheiro característico;

urinava muitas vezes (não sabe especificar quantas), em quantidade moderada, e que a

urina era de cor amarela, com odor suis-generis; as eliminações eram realizadas no WC.

No internamento: A cliente apresenta eliminação intestinal diariamente (1xdia), fezes

são de consistência pastosa, de cor castanha, cheiro característico e quantidade

moderada. Encontra-se algaliada, com uma algália de látex, nº16, para contabilização do

débito urinário (como referência, salienta-se que no turno da noite, anterior à colheita

apresentada); apresentou um débito urinário de 700 ml e no turno da manhã de 350 ml.

A urina é alaranjada, sem sedimentos, e com cheiro característico. Apresenta os genitais

e o ânus sem lesões.

Higiene pessoal e vestir-se

No domicílio: A cliente verbaliza que no domicílio realizava a higiene no WC, tomando

banho com água quente diariamente; vestia-se e despia-se sozinha, mas com alguma

dificuldade; gosta de se vestir bem e de ter alguns cuidados com a pele, nomeadamente,

a aplicação de creme no corpo e na face.

No internamento: A cliente manifesta dificuldade em manter um padrão contínuo de

higiene, conservando o corpo limpo, bem arranjado e sem odor corporal. Demonstra

dificuldade em vestir e despir a roupa. A cliente apela à colocação de creme hidratante

pois refere gostar de cuidar da sua aparência. A cliente realiza a sua higiene oral,

autonomamente após cada refeição. A pele apresenta-se hidratada, limpa, sem sinais

inflamatórios e úlceras. Apresenta edema (grau I) nos membros inferiores. Apresenta

Page 23: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

23

um penso no local da Paracentese, situado entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca, no

lado esquerdo do abdómen, com saco de urostomia, para drenagem de líquido ascítico,

sendo este de cor amarelo claro e sem sedimentos. Drenou 150 ml de líquido ascítico.

Controlar a temperatura do corpo

No domicílio: A cliente relata que a temperatura corporal era avaliada pela sua filha,

quando se encontra doente; Gostava de se vestir bem, e usar a roupa dependendo da

estação do ano.

No internamento: A cliente esteve apirética, com temperatura axilar 35,3 ºC.

Manifesta-se quando sente frio ou calor. Apresenta a pele rosada, sem sinais de

sudorese, os lábios apresentam-se rosados e hidratados.

Mobilizar-se

No domicílio: A cliente refere que utilizava uma muleta quando saía à rua, no entanto,

em casa não utiliza nenhum apoio; não pratica exercício.

No internamento: A cliente mostra dificuldade em mover-se autonomamente, em

transferir-se da cama para a cadeira ou vice-versa. Mantém os movimentos de flexão e

extensão dos membros superiores e inferiores íntegros. Faz elevação dos membros

inferiores com almofadas, devido à presença de edemas. A cliente mostra renitência em

fazer levante, pois alega “preferir ficar a repousar no leito” verbalizando que se sente

mais confortável nessa posição. Apresenta dificuldades em deambular devido à

presença de ascite e edemas de grau I nos membros inferiores.

Trabalhar e distrair-se

No domicílio: A cliente menciona que gosta muito de fazer renda e ver televisão, e que

estas actividades ajudam a “passar o tempo em casa”; só sai de casa para ir ao médico

ou para ir levar o lixo. Verbaliza que recebe todos os dias, em casa a visita dos

familiares.

No internamento: A cliente está atenta ao ambiente da enfermaria e vê televisão.

Recebe a visita da filha e neta, com quem conversa e relata como é o seu dia.

Exprimir sexualidade

A Sra. C.V é viúva e teve 2 filhas, no entanto uma delas já faleceu.

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

24

Dormir

No domicílio: A cliente refere que dormia cerca de 4 a 5 horas e que acordava muitas

vezes durante a noite. Contudo, diz que se tomasse um comprimido para dormir, dormia

durante toda a noite; Tinha o hábito de dormir a sesta.

No internamento: A cliente refere que dorme cerca de 4 a 5 horas e que não tem

dificuldade em adormecer.

Morrer

A cliente recusa-se a realizar uma colonoscopia, pois refere que: “se tiver que ter algo

de ruim, fica nas mãos de Deus”.

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

25

2.3-DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 1 Auto-cuidado: Higiene

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 3 Dependente, em grau elevado, para prestar o Auto-cuidado: Higiene

Dependente, em grau elevado, para prestar o Auto-cuidado: Higiene

Page 26: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

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Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 2 Auto-cuidado: Vestuário

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 2 Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Vestuário

Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Vestuário

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

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Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 2 Auto-cuidado: Comer

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 2 Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Comer

Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Comer

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

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Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 2 Auto-cuidado: Beber

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 2 Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Beber

Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Beber

Page 29: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

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Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8 Auto-cuidado: Actividade Física

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8. 2 Sentar-se

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8. 3 Transferir-se

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8. 4 Rodar-se

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8. 6 Erguer-se

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 8. 9. 3 Mover-se em cadeira de rodas

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 2 Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Sentar-se; Transferir-se; Rodar-se; Erguer-se; Mover-se em cadeira de rodas

Dependente, em grau moderado, para prestar o Auto-cuidado: Sentar-se; Transferir-se; Rodar-se; Erguer-se; Mover-se em cadeira de rodas

Page 30: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

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Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A. 1. 1. 2. 2 Acção

1A. 1. 1. 2. 2. 1 Acção relacionada com o próprio

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1 Auto-cuidado

1A. 1. 1. 2. 2. 1. 1. 5 Auto-cuidado: Ir ao sanitário

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

1B. 5. 1 Alterado

1B. 5. 1. 3 Dependente, em grau eleado, para prestar o Auto-cuidado: Ir aso sanitário (devido à incapacidade em deslocar-se ao WC)

Dependente, em grauelevado, para prestar o Auto-cuidado: Ir ao sanitário

Page 31: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

31

Eixo A: Eixo B: Eixo F:

Foco Juízo Localização Anatómica

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 1 Função

1A. 1. 1. 1. 7 Volume de Líquidos

1A. 1. 1. 1. 7. 3 Retenção de Líquidos

1A. 1. 1. 1. 7. 3. 1 Edema

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 1 Sim/ Não

1B. 1. 1 Sim

1 Fenómeno de Enfermagem

1F. 11. 2. 1 Ambas as Pernas

Edema dos membros inferiores (grau I), presente.

Eixo A: Eixo B: Eixo F:

Foco Juízo Localização Anatómica

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 1 Função

1A. 1. 1. 1. 7 Volume de Líquidos

1A. 1. 1. 1. 7. 3 Retenção de Líquidos

1A. 1. 1. 1. 7. 3. 2 Ascite

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 1 Sim/ Não

1B. 1. 1 Sim

1 Fenómeno de Enfermagem

1F. 1. 1 Abdómen

Ascite no abdomén, presente em grau reduzido.

Page 32: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

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32

Eixo A: Eixo G: Eixo B:

Foco Probabilidade Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 14 Sistema Imunitário

1A.1.1.1.14.1 Infecção

1G Fenómeno de Enfermagem

1G. 1 Risco de

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 1 Sim/ Não

1B. 1. 1 Sim

Risco de infecção relaccionado com a algaliação e a paracentese.

Eixo A: Eixo G: Eixo B:

Foco Probabilidade Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 1 Função

1A.1.1.1.10 Tegumento

1A.1.1.1.10.1 Pele

1G Fenómeno de Enfermagem

1G. 1 Risco de

1B Fenómeno de Enfermagem

1B. 5 Alteração

Risco de alteração da integridade cutânea, devido à ascite.

Page 33: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

33

Eixo A: Eixo B:

Foco Juízo

1A Fenómeno de Enfermagem

1A. 1 Ser Humano

1A. 1. 1 Individuo

1A. 1. 1. 2 Pessoa

1A.1.1.2.1 Razão para a Acção

1A.1.1.2.1.1 Autoconhecimento

1A.1.1.2.1.1.2 Cognição

1A.1.1.2.1.1.2.1 Pensamento

1A.1.1.2.1.1.2.1.2 Conhecimento

1B Fenómeno de Enfermagem

1B.13. Demonstração

1B.13.2 Não Demonstrado

Conhecimento acerca da ascite não demonstrado.

Page 34: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

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34

2.4-PLANO DE CUIDADOS

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Higiene, dependente em

grau elevado.

Resultados Esperados:

Que até ao dia 31/01/2012, a

senhora consiga lavar metade do

seu corpo.

Intervenções de Enfermagem:

Lavar as mãos;

Reunir material para auto-cuidado

higiene (bacia, toalhetes, esponja, gel

de banho, shampoo, creme hidratante,

toalha, luvas, avental, fralda, pente,

toalha, luvas, elixir, escova para

higiene oral);

Manter a privacidade do doente:

Fechar as cortinas;

Lavar as mãos;

Calçar luvas limpas;

Remover colcha e almofadas;

Posicionar à pessoa em decúbito dorsal;

Assistir continuamente no auto-

cuidado: Higiene;

Incentivar a pessoa a colaborar no auto-

cuidado de higiene;

Incentivar a pessoa a realizar a sua

higiene oral;

Aplicar creme hidratante e massajar

parte do corpo;

Colocar fralda;

Mudar roupa da cama, se necessário e

Page 35: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

35

mantê-la sem pregas;

Promover o conforto da pessoa;

Arranjar o cabelo;

Avaliar integridade cutânea.

Resultados Observados:

A senhora conseguiu lavar apenas

face.

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Vestuário, dependente em

grau moderado.

Resultados Esperados:

Que no dia 31/01/2012, a senhora

consiga vestir e despir a blusa do

pijama sozinha.

Intervenções de Enfermagem:

Remover a roupa do corpo;

Trocar a roupa;

Incentivar a pessoa a colaborar no

vestir e despir a roupa.

Resultados Observados:

A senhora não conseguiu vestir e

despir a blusa do pijama sozinha.

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Comer, dependente em

grau moderado.

Resultados Esperados:

Que no dia 31/01/2012, a senhora

consiga comer com a mão direita

ou tente estimular.

Page 36: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

36

Intervenções de Enfermagem:

Elevar a cabeceira da cama (mínimo

30º) ou colocá-lo o mais próximo

possível da mesa de apoio, se este se

encontrar de cadeira de rodas;

Providenciar os recursos para junto do

doente (babete, palhinha, toalhete,

água, tabuleiro da alimentação);

Incentivar a pessoa a alimentar-se;

Vigiar o reflexo de deglutição;

Providenciar o material para

realização de higiene oral;

Promover o conforto após a refeição.

Resultados Observados:

A senhora conseguiu, embora com

dificuldade, comer com a mão

direita

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Beber, dependente em grau

moderado.

Resultados Esperados:

Que no dia 30/01/2012, a senhora

consiga ter iniciativa própria para

beber água.

Intervenções de Enfermagem:

Incentivar a ingestão de líquidos;

Monitorizar ingestão de líquidos.

Resultados Observados:

A senhora mostrou iniciativa

própria para a ingestão de água.

Page 37: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

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37

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Sentar-se; Transferir-se;

Rodar-se; Erguer-se; Mover-se em cadeira

de rodas, dependente em grau elevado.

Resultados Esperados:

Que no dia 31/01/2012, a senhora

consiga posicionar-se na cama,

apenas necessitando de ajuda na

transferência para a cadeira de

rodas, e na deslocação na mesma.

Intervenções de Enfermagem:

Incentivar o doente, elogiando-o e

apoiando-o;

Manter a privacidade do doente;

Optimizar a fralda;

Assistir a pessoa no levante;

Assistir o doente a transferir-se da

cama para a cadeira de rodas e vice-

versa;

Vigiar posicionamento;

Verificar o alinhamento corporal após

a transferência;

Assistir a pessoa a mover-se na

cadeira de rodas;

Promover a segurança e conforto do

doente;

Utilizar material de prevenção de

úlceras de pressão nos

posicionamentos (almofadas);

Monitorizar os riscos de úlceras de

pressão através da utilização da escala

de Braden.

Page 38: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

38

Resultados Observados:

A senhora apresentou menos

dificuldade, mas ainda não

conseguiu posicionar-se na cama

sozinha.

Diagnóstico de Enfermagem:

Auto-cuidado: Ir ao sanitário, dependente,

em grau elevado.

Resultados Esperados:

Que no dia 31/01/2012, a senhora

defeque na arrastadeira.

Intervenções de Enfermagem:

Providenciar equipamento para o auto-

cuidado;

Promover a privacidade;

Vigiar a eliminação vesical (cheiro,

transparência, coloração, quantidades);

Vigiar a eliminação intestinal

(consistência, cor, odor, elementos

anormais, quantidades);

Realizar massagem abdominal no

sentido dos ponteiros do relógio;

Optimizar fralda (se está suja, se se

adapta à pessoa, trocar sempre que

necessário);

Incentivar a ingestão de líquidos.

Resultados Observados:

A senhora defecou na arrastadeira.

Page 39: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

39

Diagnóstico de Enfermagem:

Edema, presente nos membros inferiores,

de grau I.

Resultados Esperados:

Que no dia 30/01/2012, a senhora

não apresente ou reduza os

edemas.

Intervenções de Enfermagem:

Despiste de evolução do edema

através do sinal de godet;

Verificar integridade cutânea;

Incentivar e vigiar elevação dos

membros inferiores durante o repouso;

Administrar diuréticos se prescritos;

Monitorizar líquidos ingeridos;

Monitorizar débito urinário.

Resultados Observados:

A senhora apresentou redução os

edemas.

Diagnóstico de Enfermagem:

Ascite, presente em grau reduzido.

Resultados Esperados:

Que no dia 30/01/2012, a senhora

não apresente ou diminua o

aumento do perímetro abdominal.

Intervenções de Enfermagem:

Despiste de evolução do edema

através do sinal de godet;

Verificar integridade cutânea;

Incentivar e vigiar elevação dos

Page 40: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

40

membros inferiores durante o repouso;

Administrar diuréticos se prescritos;

Monitorizar líquidos ingeridos;

Monitorizar débito urinário.

Resultados Observados:

A senhora apresentou diminuição

do perímetro abdominal.

Diagnóstico de Enfermagem:

Risco de infecção devido à algaliação e

à paracentese.

Resultados Esperados:

Que no dia 30/01/2012, a senhora

não apresente infecção devido à

algaliação e à paracentese.

Intervenções de Enfermagem:

Vigiar permeabilidade da algália;

Desinfecção do meato urinário;

Despistar maceração do meato

urinário;

Posicionar o saco colector de urina

de forma a não tocar no chão;

Lavar as mãos antes e depois de

manipular o saco colector de urina;

Despistar possíveis sinais

inflamatórios.

Vigiar local de paracentese;

Desinfecção do local de

paracentese;

Page 41: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

41

Efectuar penso da paracentese;

Lavar as mãos antes e depois da

realização do penso;

Despistar possíveis sinais

inflamatórios.

Resultados Observados:

A senhora não apresentou infecção

ou quaisquer sinais inflamatórios

devido à algaliação e à

paracentese.

Diagnóstico de Enfermagem:

Risco de alteração da integridade

cutânea, devido à ascite.

Resultados Esperados:

Que no dia 30/01/2012, a senhora

não apresente alteração na

integridade cutânea.

Intervenções de Enfermagem:

Inspeccionar diariamente, com

extremo cuidado;

Promover higiene cuidada da pele e

hidratar;

Alternar frequentemente de decúbito,

proporcionando apoio adequado ao

abdómen.

Resultados Observados:

A senhora não apresentou

alteração da integridade cutânea.

Page 42: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

42

2.5 – PLANO DE ALTA

Diagnóstico de Enfermagem:

Ascite, conhecimento não demonstrado

acerca da complicação, tratamento e

autocuidado após a alta.

Resultados Esperados:

Que até ao dia 02/02/2012, a

senhora compreenda/conheça a

ascite, o seu tratamento e

autocuidado após a alta.

Intervenções de Enfermagem:

Discutir com a cliente as causas da

ascite e certificar que a cliente

compreende as maneiras de tornar mais

lenta a recidiva;

Certificar que a cliente compreende a

necessidade de modificações

alimentares, das restrições de fluidos e

das necessidades de cuidados de saúde

domiciliares.

Resultados Observados:

A senhora conseguiu compreender

a necessidade de modificações

alimentares, das restrições de

fluidos e das necessidades de

cuidados de saúde domiciliares.

Page 43: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

43

2.6- ATITUDES TERAPÊUTICAS

Atitudes Terapêuticas

(25-01-2012)

Atitudes

Terapêuticas

Intervenções de Enfermagem

Horário

Monitorizar Sinais

Vitais

Monitorizar Tensão Arterial;

Monitorizar Frequência Cardíaca;

Monitorizar Frequência Respiratória;

Monitorizar Temperatura Corporal;

Monitorizar a Dor através da Escala

da Dor.

Uma vez por dia

Monitorizar SpO2.

Uma vez por turno

Oxigenoterapia por

óculos nasais

Instruir o doente do processo a

realizar;

Mudar óculos nasais uma vez por

dia;

Regular o gasómetro para dois

litros por minuto;

Elevar a cabeceira a pelo menos

30º, e de modo a que o doente se

sinta confortável

Supervisionar oxigenoterapia.

Optimizar durante

o turno

Page 44: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

44

Optimizar Acesso

Venoso Periférico

Obturado.

Localizado na face

posterior do

antebraço

esquerdo.

Mudar acesso venoso de 4/4 dias;

Mudar válvula de cateter de 3/3 dias;

Mudar sistema de soro de 3/3 dias;

Optimizar cateter venoso periférico:

Verificar a permeabilidade

em cada turno;

Mudar os adesivos quando

conspurcados ou

descolados;

Manter medidas de controlo de

infecção;

Vigiar sinais inflamatórios (edema,

dor, rubor; calor);

Controlar sistema de gotas.

Optimizar durante

o turno.

Dieta de Batidos s/

Sal

Vigiar ingestão de alimentos;

Vigiar reflexo de deglutição;

Incentivar para a ingestão de

líquidos

Promover a segurança e conforto;

Reunir material necessário para a

realização de higiene oral.

9h, 13h, 16h, 19h,

22h

Optimizar cateter

urinário (algália de

látex, nº 16)

Vigiar permeabilidade da algália;

Despistar tracção da algália;

o Monitorizar débito urinário e

diurese;

Despistar maceração do meato

urinário;

Optimizar durante

o turno

Page 45: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

45

Posicionar o saco colector de urina

abaixo do nível da bexiga para que

não haja refluxo de urina e de forma

a não tocar no chão;

Prestar cuidados de higiene ao

meato urinário;

Lavar as mãos antes e depois de

manipular o saco colector de urina.

Optimizar penso da

paracentese

Lavagem das mãos antes e depois

de qualquer contacto com o local

de paracentese;

Vigiar permeabilidade do penso;

Efectuar mudança do penso de 3

em dias ou sempre que repassado;

o Material:

Saco branco e saco

preto;

Soro Fisiológico

para lavagem,

Compressas,

Pinça de Cocher +

Dissecção,

Campo Esterilizado,

Resguardo de

celulose,

Adesivo.

Avaliar características da ferida.

De 3 em 3 dias ou

sempre que

repassado.

Page 46: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

46

3-CONCLUSÃO

Neste trabalho, foi-nos dada a oportunidade de assistir/cuidar uma doente com doença

hepática crónica.

É de realçar a importância que o processo de enfermagem desempenha na prática de

enfermagem e, nomeadamente, na consecução deste caso.

As fases do processo de enfermagem são fundamentais, pois permitem adequar de

forma cuidada os diagnósticos de enfermagem e, consequentes intervenções de

enfermagem à individualidade de cada doente, realizando-se assim, uma mais correcta

prestação de cuidados de enfermagem. Para que isso ocorra, é necessária uma correcta

apreciação diagnóstica, com a recolha e interpretação da informação, seguidas da

formulação de diagnósticos de enfermagem, e posteriormente, o planeamento, a

execução e avaliação, igualmente essenciais, para a realização das intervenções de

enfermagem, e dar assim, continuidade aos cuidados.

Na nossa perspectiva, é fundamental a elaboração da fundamentação fisiopatológica e

clínica, na medida de explorar o estudo da patologia e relacionar com o caso real da

cliente

A realização dos diagnósticos de enfermagem suscitou várias discussões no grupo, que

levou a que esta tarefa levantasse várias posições sobre a forma de como organizar e

construir os diagnósticos de enfermagem, tendo em conta as actividades de vida

afectadas e alteradas na doente.

O trabalho, na forma de estudo de caso possibilitou-nos uma visão diferenciada do

cuidado de enfermagem aos doentes que sofrem de doença hepática crónica, percebendo

assim, a importância do conhecimento científico na assistência de enfermagem

adequada a cada situação. Assim, julgamos ser imprescindível adquirir esse

conhecimento, sendo bastante útil não futuro académico e profissional, para prestar

cuidados de enfermagem de excelência.

.

Page 47: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

47

4- REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Conselho Internacional das Enfermeiras (2003). Classificação Internacional

para a prática de enfermagem (CIPE/ ICNP). Versão ßeta 2 ( 2ª ed.). (A.

Madeira, l. Abecassis e T. Leal., trads).Lisboa: APE

Black, J.M, Jacobs, E.M (1996). Luckman & Sorensen Enfermagem Médico –

Cirúrgica - uma abordagem psicofisiológica (4ª ed.). Guanabara Koogan S.A.

Rio de Janeiro

Fauci, A.F., Braunwald, E., Wilson, J.D. (et al) (1998). Harrison - Medicina

Interna.(14ª edição).MC Graw Hill. Rio de Janeiro

Long, B.C, Woods, N.F, Cassmeyer, V.L (1995). Phipps enfermagem médico-

cirúrgica, conceitos e prática clinica (2ªed.). Lusodidacta. Lisboa

Monahan, F. D., Sands, J. K., Neighbors, M., Marek, J. F., & Green, C. J.

(2007). Phipps enfermagem médico-cirúrgica, perspectivas de saúde e doença

(8ªed.) (I. M. Ligeiro, L. C. Leal & H. S. Azevedo, trads.). Loures: Lusodidacta.

Portugal, Ministério da Saúde (1996, Setembro 4). Decreto-Lei n.º 161/96, de 4

de Setembro. Diário da República, I Série-A (2005), 2959-2962. (alterado pelo

Decreto-lei n.º 104/98, de 21 de Abril ).

Potter, P.A. & Perry, A.G (2006). Fundamentos de Enfermagem - conceitos e

procedimentos (5ª ed.). Lusociência. Loures

Roper, N., Logan, W., Tierney, A. (2001). O modelo de enfermagem de Roper-

Logan-Tierney (1ª ed.). CLIMEPSI. Lisboa

Rosa, A., Ramos, R. (2007). Ascite: diagnóstico e terapêutica

Schaffler, A., Menche, N. (2004). Medicina Interna e Cuidados de Enfermagem.

Lusociência. Loures

Smeltzer, S.C, Bare, B.G (1998). Brunner e Suddarth tratado de Enfermagem

Médico – Cirúrgica (8ªed.). Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro

Page 48: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

48

5- WEBGRAFIA

Imagem de Ecografia Hepática em:

http://med.unne.edu.ar/revista/revista116/c_clinicos.html, acedido a 12 de Fevereiro

de 2012.

Imagem de TAC Abdominal em: www.hepcentro.com.br, acedido a 12 de

Fevereiro de 2012.

Imagem de biopsia hepática em: www.sempretops.com/saude/biopsia-hepatica,

acedido a 12 de Fevereiro de 2012.

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

49

ANEXOS:

ANEXO I – Norma da Paracentese

ANEXO II – Fichas Terapêuticas

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ANEXO I

(Norma da Paracentese)

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51

Técnicas e Procedimentos de Enfermagem

Colaboração na punção da cavidade peritoneal

Paracentese

Definição:

Consiste na punção da cavidade peritoneal para drenagem de líquidos aí existentes.

Finalidades:

Diagnósticas – Paracentese Exploradora

Terapêuticas – Paracentese Evacuadora

Objectivos:

Diagnóstico – Paracentese Exploradora – Permite colher e analisar os líquidos

existentes na cavidade peritoneal (Detectar presença de sangue, bílis, bactérias ou

proteínas);

Terapêutico – Paracentese Evacuadora – Através da remoção de líquido da cavidade

peritoneal permite reduzir a pressão sobre o diafragma, estômago e hérnia umbilical.

Normas gerais:

Utilização de técnica asséptica aquando da preparação e disponibilização do

material, da preparação e conexão de sistema de drenagem e realização de penso

compressivo durante e após o procedimento.

Validação dos sinais vitais, antes da realização do procedimento – (permite ter

valores de referência para posterior comparação)

Validação dos valores dos factores de coagulação da pessoa de forma a identificar

factores que aumentem o risco de hemorragia (e.g., uso de anticoagulantes, valores

analíticos de contagem de plaquetas e/ou tempo de protrombina);

Page 52: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

52

O volume máximo de líquido ascítico a drenar não deve ser superior a 4 litros

(valores drenados superiores a este volume podem levar à instalação imediata de

choque hipovolémico).

Procedimentos gerais:

Preparação da pessoa:

Informar sobre a necessidade da execução do procedimento, explicar todo o

procedimento e a importância da sua colaboração;

Validar consentimento informado;

Salvaguardar a privacidade/intimidade da pessoa;

Posicionar a pessoa na posição de Fowler (preferencialmente); se não for possível,

em decúbito lateral;

Preparação do material

Lavagem das mãos (higienização) antes da preparação do material;

Providenciar o material e iluminação adequados;

Avaliar os sinais vitais, antes da realização do procedimento –

Solicitar à pessoa que urine antes da realização do procedimento (quando a bexiga

está cheia ou distendida aumenta o risco de perfuração vesical);

Posicionar a pessoa na posição de Fowler (preferencialmente), com as costas, braços

e pés apoiados;

Vigiar a pessoa durante a execução do procedimento;

Monitorizar os sinais vitais, durante o procedimento em intervalos regulares,

consoante o caso;

Avaliação e registo do procedimento/ reacção e conforto da pessoa em relação ao

procedimento.

Material necessário:

Tabuleiro com:

Page 53: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

53

Bata, máscara touca e cirúrgicas

Luvas esterilizadas

Solução desinfectante

Taça esterilizada

Compressas esterilizadas 10 X 10

Campo esterilizado com buraco

Campo esterilizado sem buraco

Anestésico local (e.g., Lidocaína a 1%)

Seringa de 5cc

Agulha diluição e subcutânea

Agulha de punção ou cateter

Seringa de 20cc ou 50cc

Adesivo

Tubos esterilizados para colheitas (mediante protocolo), para a paracentese de

diagnóstico.

Sistema de soro sem câmara de gotejo, para a paracentese evacuadora.

Recipiente graduado ou saco colector

Resguardo impermeável

Luvas limpas

Adesivo

Contentor para corto-perfurantes

Procedimento Justificação

1. Explique o procedimento à pessoa e

valide o seu consentimento e

colaboração;

2. Lave higienicamente as mãos;

1. Informa acerca do procedimento,

valida o consentimento e promove a

colaboração.

Diminui a ansiedade;

Page 54: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

54

3. Prepare o material e transporte-o para

junto da pessoa;

4. Confirme a identidade da pessoa;

5. Peça a pessoa que se posicione ou

ajude-a a posicionar-se em fowler com as

costas, braços e pés apoiados;

6. Exponha o abdómen, garantindo a

privacidade da pessoa;

7. Coloque o resguardo impermeável sob

o local a puncionar;

8. Lave higienicamente as mãos;

9. Inicie a preparação da mesa para a

realização do procedimento;

Coloque o campo sem buraco na

prateleira superior da mesa de trabalho;

Coloque sobre o campo:

-Taça esterilizada com antiséptico;

-Campo esterilizado com buraco;

-Compressas esterilizadas;

-Agulhas e Cateter

-Seringas

-Sistema de soro

10. O enfermeiro colabora com o médico:

Forneça ao médico a touca, bata,

máscara e luvas;

Segure no frasco do anestésico para o

médico retirar a anestesia;

Observe regularmente a pessoa;

2. Previne a infecção;

3. Economiza tempo e facilita o

procedimento;

4. Previne erros;

5. Promove o conforto e facilita a

execução do procedimento;

6. Facilita o procedimento;

7. Protege a roupa da cama e promove o

conforto;

8. Permite a realização do procedimento;

9. Permite a realização do procedimento,

com as regras de assepsia necessárias;

10. Previne a infecção;

-Mantém a assepsia;

-Despista precocemente complicações;

-Fixa o cateter promovendo a segurança e

conforto durante a drenagem do líquido

ascítico;

11. Detecta precocemente complicações;

12. Despista precocemente complicações;

13. Previne a drenagem do líquido pelo

local da punção;

14. Proporciona conforto, promove a

comunicação, reduz a ansiedade e dá

feedback da colaboração;

15. Cumpre normas de separação de

resíduos;

16. Previne infecção;

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

55

Corte o adesivo necessário para fixar o

cateter (no caso de Paracentese

evacuadora);

11. Observe as características do líquido

aspirado/drenado;

12. Avalie sinais vitais;

13. Ao terminar, colabore com o médico

na realização do penso compressivo,

fornecendo e ajudando a fixar o adesivo;

14. Posicione a pessoa, se necessário.

Caso esteja consciente, assegure que o

procedimento terminou e reconheça a

colaboração;

15. Reúna e acondicione adequadamente

o material utilizado;

16. Lave higienicamente as mãos;

17. Registe o procedimento/ reacção e

conforto da pessoa em relação ao

procedimento.

17. Assegura a continuidade dos

cuidados.

Confirma o procedimento e identifica

quem o executou.

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Estudo de Caso

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ANEXO II

(Fichas Terapêuticas)

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Ficha Terapêutica:

Medicamento: Pantoprazol

Grupo

Terapêutico:

Aparelho Digestivo / Antiácidos e anti-ulcerosos / Modificadores da

secreção gástrica / Inibidores da bomba de protões

Via usual:

Oral sólido.

Indicações:

Úlcera péptica, esofagite de refluxo, síndrome de Zollinger

Ellison. Erradicação do H. pylori, em associação.

Reacções

Adversas:

As alterações digestivas (diarreia, obstipação, flatulência) são as

mais frequentes. Podem determinar elevação das enzimas

hepáticas e em casos de doença grave está descrita a ocorrência

de hepatite e de encefalopatia. Estão descritas perturbações do

sono, mialgias e artralgias. Verificaram-se casos de citopenias.

Contra-indicações

e precauções:

A terapêutica de combinação com claritromicina não deve ser

prescrita em doentes com IH. A diminuição da acidez gástrica

favorece a colonização bacteriana aumentando o risco de

infecções gastrintestinais.

Interacções:

Não são conhecidas.

Posologia:

Úlcera péptica: 40 mg/dia numa toma única, 4 a 6 semanas.

Esofagite de refluxo: 20 a 40 mg, 1 vez/dia.

Síndrome de Zollinger-Ellison: doses variáveis, até 120 mg/dia.

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Estudo de Caso

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58

Doses superiores a 60 mg/dia devem ser fraccionadas em 2

tomas diárias.

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Estudo de Caso

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59

Ficha Terapêutica:

Medicamento: Losec

Grupo

Terapêutico:

Aparelho Digestivo / Antiácidos e anti-ulcerosos / Modificadores da

secreção gástrica / Inibidores da bomba de protões

Via usual:

Parentérica.

Indicações:

Úlcera péptica, esofagite de refluxo, síndrome de Zollinger

Ellison. Erradicação do H. pylori, em associação.

Reacções

Adversas:

As alterações digestivas (diarreia, obstipação, flatulência) são as

mais frequentes. Podem determinar elevação das enzimas

hepáticas e em casos de doença grave está descrita a ocorrência

de hepatite e de encefalopatia. Estão descritas perturbações do

sono, mialgias e artralgias. Verificaram-se casos de citopenias.

Contra-indicações

e precauções:

A terapêutica de combinação com claritromicina não deve ser

prescrita em doentes com IH. A diminuição da acidez gástrica

favorece a colonização bacteriana aumentando o risco de

infecções gastrintestinais.

Interacções:

Potencia os efeitos da varfarina, da fenitoína, do diazepam,

triazolam, flurazepam, da imipramina e da clomipramina, reduz a

absorção do cetoconazol e do itraconazol, aumenta as

concentrações plasmáticas do tacrolímus, da ciclosporina e dos

digitálicos.

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Estudo de Caso

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Posologia:

Úlcera péptica: 40 mg/dia numa toma única, 4 a 6 semanas.

Esofagite de refluxo: 20 a 40 mg, 1 vez/dia.

Síndrome de Zollinger-Ellison: doses variáveis, até 120 mg/dia.

Doses superiores a 60 mg/dia devem ser fraccionadas em 2

tomas diárias.

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Estudo de Caso

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Ficha Terapêutica:

Medicamento: Olcadil

Grupo

Terapêutico:

Sistema Nervoso Central / Psicofármacos / Ansiolíticos, sedativos e

hipnóticos / Benzodiazepinas

Via usual:

Oral sólido.

Indicações:

Ansiedade e sintomas ansiosos.

Reacções

Adversas:

Sonolência e incoordenação motora, alteração da memória a

curto prazo, confusão, depressão, vertigem, alterações

gastrintestinais (obstipação, diarreia, vómitos e alterações do

apetite), alterações visuais e irregularidades cardiovasculares.

Contra-indicações

e precauções:

As benzodiazepinas estão contra-indicadas ou devem ser usadas

com precaução em idosos (as doses devem ser em geral

menores do que no adulto jovem) e em crianças porque, tal

como no idoso, podem desencadear reacções paradoxais. Ter

atenção ao seu uso em doentes com miastenia gravis ou com

insuficiência respiratória grave. As benzodiazepinas estão

contra-indicadas na apneia do sono. Habitualmente há

necessidade de reduzir a dose das benzodiazepinas quando há

IR.

Interacções:

As interacções mais frequentemente referidas para as

benzodiazepinas são com depressores do SNC e com o álcool,

por potenciação de efeitos.

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Estudo de Caso

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62

Posologia:

Dose média diária 3 a 6 mg em 3 administrações; pode-se

atingir os 12 mg se necessário.

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Estudo de Caso

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Ficha Terapêutica:

Medicamento: Furosemida

Grupo

Terapêutico:

Aparelho Cardiovascular / Anti-hipertensores / Diuréticos /

Diuréticos da ansa

Via usual:

Oral sólida e parentérica.

Indicações:

À semelhança dos outros fármacos deste grupo (diuréticos da

ansa), a furosemida está indicada na remoção de edema causado

por IC (nomeadamente o edema pulmonar) e por doenças

hepáticas ou renais. Está também indicada em outros tipos de

edema mais ligeiros e refractários ao tratamento com tiazidas. É

usado em situações de oligúria (em caso de IR aguda ou

crónica), no tratamento urgente de hipercalcemia (uma vez que

promove excreção urinária de cálcio) e na HTA.

Reacções

Adversas:

As reacções adversas mais comuns resultam da depleção e dos

desequilíbrios electrolíticos que causam (hipocaliemia, aumento

da excreção de cálcio e alcalose hipoclorémica), especialmente

nos casos de administrações prolongadas ou em altas doses.

Podem manifestar-se com cefaleias, hipotensão, sede, fadiga,

oligúria, arritmias, perturbações gastrintestinais e cãibras. Pode

causar também hiperglicemia/glicosúria e hiperuricemia, com

risco de precipitar ataques de gota. Embora menos

frequentemente, pode causar rash cutâneo e reacções de

fotossensibilidade (que podem ser bastante graves). Pode surgir

surdez (sobretudo após infusão de doses elevadas). Os riscos de

Page 64: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

64

ototoxicidade podem ser minorados se a velocidade de infusão

for reduzida e se for evitada a associação com outros fármacos

ototóxicos. Com doses elevadas pode surgir também pancreatite

e icterícia colestática.

Contra-indicações

e precauções:

Os diuréticos da ansa devem ser usados com precaução em

doentes com hiperplasia da próstata (risco de retenção urinária

aguda), durante a gravidez (pelo aumento da excreção de cálcio

e riscos de descalcificação), em prematuros (pelo risco de

atrasarem o encerramento do ductus arteriosus). Estão contra-

indicados em caso de falência renal causada por fármacos

nefrotóxicos ou hepatotóxicos e em casos de IR associada a

coma hepático.

Interacções:

Podem ocorrer interacções entre a furosemida e cefalosporinas

(aumento da nefrotoxicidade), aminoglicosídeos e outros

fármacos ototóxicos (aumento da ototoxicidade), antiepilépticos

(redução de efeito antiepiléptico) e anti-inflamatórios não

esteróides (diminuição do efeito diurético).

Posologia:

Edema: [Adultos] - Via oral: As doses de furosemida variam

entre 20 e 120 mg/dia ou em dias alternados, de acordo com a

resposta;

Via IM ou IV: As doses variam em média entre 20 e 120

mg/dia. Em situações graves as doses podem ser mais elevadas,

sendo nestes casos preferível a infusão IV.

[Crianças] - Via oral: As doses recomendadas variam entre 1 e

3 mg/Kg de peso/dia (dose máxima diária de 40 mg);

Via parentérica: As doses variam entre 0,5 e 1,5 mg/kg peso/dia

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

65

(dose máxima diária de 20 mg).

HTA: 40 a 80 mg/dia, por via oral.

Oligúria: Recorre-se a infusão IV, num fluxo máximo de 4

mg/min e em doses crescentes de 250 mg a 1 g, ajustadas de

acordo com a resposta do doente. A dose capaz de provocar um

volume de urina satisfatório deve ser infundida de 24 em 24

horas. Os doentes que não respondam à infusão de 1 g

necessitarão, muito provavelmente, de recorrer a diálise. Em

princípio, este tratamento é realizado em ambiente hospitalar,

recorrendo a formas de apresentação adequadas.

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Estudo de Caso

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66

Ficha Terapêutica:

Medicamento: Cloranfenicol

Grupo

Terapêutico:

Medicamentos Usados em Afecções Oculares / Anti-infecciosos

tópicos / Antibacterianos

Via usual:

Oftálmica.

Indicações:

Tratamento de infecções superficiais (blefarites e conjuntivites)

ou de úlceras da córnea de origem bacteriana em caso de falta

de resposta aos antibióticos de primeira escolha ou quando a

sensibilidade do agente infectante o justifique.

Reacções

Adversas:

Irritação ocular passageira e possibilidade de causar anemia

aplástica.

Contra-indicações

e precauções:

Realizar regularmente hemograma com contagem de leucócitos

e plaquetas para despistar a ocorrência de aplasia medular. O

seu uso prolongado pode favorecer o aparecimento de infecções

secundárias de origem bacteriana ou fúngica.

Interacções:

Possível ocorrência de interacção com a quimotripsina; evitar a

associação com outros fármacos que causem depressão

medular.

Posologia:

Instilar uma gota em intervalos de 1 ou 2 horas. No caso do gel

ou de pomada oftálmica, a aplicação deve ser feita 3 a 4

vezes/dia (quando usados isoladamente) ou apenas à noite

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Estudo de Caso

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67

(quando associados a colírio). O tratamento deve ser mantido

por 48 horas após o desaparecimento da sintomatologia.

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Ficha Terapêutica:

Medicamento: Espironolactona

Grupo

Terapêutico:

Aparelho Cardiovascular / Anti-hipertensores / Diuréticos /

Diuréticos poupadores de potássio

Via usual:

Oral sólido.

Indicações:

Prevenção da espoliação do potássio resultante da utilização

prolongada de certos diuréticos (tiazidas e diuréticos da ansa).

Reacções

Adversas:

Pode causar hipercaliemia, o que é mais frequente em idosos,

diabéticos ou insuficientes hepáticos ou renais. Pode ainda

causar hiponatremia, reacções gastrintestinais, parestesias, rash

cutâneo, prurido, cefaleias, ataxia, confusão mental e tonturas.

Contra-indicações

e precauções:

Está contra-indicada em situações de hipercaliemia e IR grave.

Evitar na gravidez.

Interacções:

As interacções gerais mais relevantes são com os digitálicos

(aumento da toxicidade dos digitálicos), com os IECAs ou com

suplementos de potássio (hipercaliemia).

Posologia:

Edema: 50 a 400 mg/dia, ajustado de acordo com a gravidade e

com a razão sódio/potássio urinários (doses maiores quando a

razão for inferior à unidade).

Hiperaldosteronismo: [Adultos] - 100 a 400 mg/dia;

[Crianças] - Dose diária recomendada é de 1,5 a 3 mg/Kg de

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69

peso, em doses divididas.

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Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

70

Ficha Terapêutica:

Medicamento: Hidroxizina

Grupo

Terapêutico:

Medicação Antialérgica / Anti-histamínicos / Anti-histamínicos

sedativos

Via usual:

Oral líquida, semi-sólido, sólido e parentérico.

Indicações:

No prurido das alergias cutâneas e como ansiolítico, sedativo,

hipnótico, antiemético.

Reacções

Adversas:

Como para os anti-histamínicos em geral. A injecção IM

provoca dor no local de injecção. Nas crianças e idosos podem

surgir reacções paradoxais com excitação.

Contra-indicações

e precauções:

Como para os anti-histamínicos em geral. Não se deve usar por

via venosa pela possibilidade de hemólise. Como ansiolítico

usar apenas em adultos. Reduzir posologia na IR. Contra-

indicada durante a gravidez e o aleitamento.

Interacções:

Não são conhecidas.

Posologia:

[Adultos] - Prurido: 25 mg à noite; aumentar, se necessário,

para 25 mg, 2-4 vezes/dia.

Ansiolítico (só em adultos): 25-50 mg, 4 vezes/dia por períodos

curtos.

Via IM: Ansiolítico: 50-100 mg, a repetir, se necessário 4 ou 6

horas depois. Máximo: 600 mg/dia.

Page 71: Estudo de Caso Final

Estudo de Caso

Bruno Ramalho, Carina Pontes, Cristele Queixinhas

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Outras indicações: 25-100 mg.

[Crianças] - Prurido: 6 meses a 6 anos: 5-15 mg, à noite; se

necessário, aumentar até 50 mg/dia, em 3-4 fracções; > 6 anos:

15-25 mg à noite; se necessário, aumentar até 50-100 mg/dia,

em 3-4 fracções.

Via IM: Ansiolítico: Pré ou pós-operatório: 0,6 mg/Kg de peso.

Outras indicações: 1 mg/Kg de peso/dia.