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1 Estudo descritivo bibliogáfico sobre Transtornos Alimentares: Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa e Transtornos da Compulsão Alimentar Periódica. Renata Silveiro Picelli 1 , Priscila Alexandroni 1 , Irene Coutinho de Macedo Silva 2 1 Aluna do curso de graduação em Nutrição pela Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP, Brasil. 2 Coordenadora e professora do curso de Nutrição da Universidade São Francisco (USF), campus Bragança Paulista, SP, Brasil. Autor para correspondência Renata Silveiro Picelli Praça José Amalfi, nº 25, Jardim Flaibam CEP: 13260-000 – Morungaba - SP Telefone: (11) 9658-2207 e-mail: [email protected] Renata Silveiro Picelli: responsável pela condução da pesquisa, pelas revisões dos artigos e redação do manuscrito. . Priscila Alexandroni: responsável pela condução da pesquisa, pelas revisões dos artigos e redação do manuscrito. Irene Coutinho de Macedo Silva: orientadora e responsável pelo projeto de pesquisa, responsável pela revisão das análises e colaboração na redação final do trabalho

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Estudo descritivo bibliogáfico sobre Transtornos Alimentares: Anorexia Nervosa,

Bulimia Nervosa e Transtornos da Compulsão Alimentar Periódica.

Renata Silveiro Picelli1, Priscila Alexandroni 1, Irene Coutinho de Macedo Silva 2

1Aluna do curso de graduação em Nutrição pela Universidade São Francisco, Bragança

Paulista, SP, Brasil.

2Coordenadora e professora do curso de Nutrição da Universidade São Francisco (USF),

campus Bragança Paulista, SP, Brasil.

Autor para correspondência

Renata Silveiro Picelli

Praça José Amalfi, nº 25, Jardim Flaibam

CEP: 13260-000 – Morungaba - SP

Telefone: (11) 9658-2207

e-mail: [email protected]

Renata Silveiro Picelli: responsável pela condução da pesquisa, pelas revisões dos

artigos e redação do manuscrito.

.

Priscila Alexandroni: responsável pela condução da pesquisa, pelas revisões dos

artigos e redação do manuscrito.

Irene Coutinho de Macedo Silva: orientadora e responsável pelo projeto de pesquisa,

responsável pela revisão das análises e colaboração na redação final do trabalho

2

Resumo

Este artigo tem como objetivo realizar revisão bibliográfica sobre o tema Transtornos

Alimentares. Os principais transtornos abordados foram anorexia nervosa, bulimia

nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica. Estes transtornos são resultantes

de diversos fatores que interagem entre si e considerando a complexidade da patologia o

tratamento deve ser multiprofissional. A anorexia nervosa e a bulimia nervosa são os

transtornos alimentares mais freqüentes, sendo a incidência do primeiro de 8 por 100 mil

habitantes e do segundo de 13 por 100 mil habitantes. Há também casos em homens,

mas com um número menor comparado com as mulheres. As complicações clínicas

também estão presentes tanto na anorexia quanto na bulimia, sendo a amenorréia a

principal delas. Existem alguns fatores para internação hospitalar destes pacientes, que,

entre outros estão ligados ao peso corporal e ao baixo índice de massa corporal. Os

objetivos do tratamento seja farmacológico, nutricional ou ambulatorial são: a recuperação

do peso, a cessação da perda de peso, melhora no comportamento alimentar, no estado

psicológico e emocional. A complexidade de fatores e a incidência de transtornos

alimentares exigem cada vez mais profissionais capacitados a atender este tipo de

paciente para obter melhor resposta ao tratamento desejado. Como medida preventiva,

sugere-se a implementação de programas informando a população sobre alimentação

saudável e sua influência na qualidade de vida, envolvendo pais e familiares sobre os

riscos do cuidado excessivo com a imagem corporal.

Palavras-chave: Transtornos Alimentares, anorexia nervosa, bulimia nervosa,

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica.

3

Abstract

This article has as objective accomplishes bibliographical revision on the theme

Eating Disorders. The principal Eating Disorders were anorexia nervosa, bulimia nervosa

and Binge Eating Disorders. These Eating disorders are resultants of several factors that

interact to each other and considering the complexity of the pathology the treatment

should be made by multiprofissional. The anorexia nervosa and the bulimia nervosa are

the more frequent eating disorder, being the incidence of the first of 8 for 100 thousand

inhabitants and of the second of 13 for 100 thousand inhabitants. There are also cases in

men, but with a number minor compared with the women. The clinical complications are

also present in the anorexia and in the bulimia, being the amenorrhea to main of them.

Some factors exist for internment hospital of these patient ones, that, among others they

are linked to the corporal weight and the low index of corporal mass. The objectives of the

treatment are pharmacological, nutritional or ambulatory they are: the recovery of the

weight, the ceasing of the weight loss, gets better in the alimentary behavior, in the

psychological and emotional state. The complexity of factors and the incidence of

alimentary upset demand professionals more and more qualified to assist this patient type

to obtain better answer to the wanted treatment. As preventive measure, is suggested the

implementation of programs informing the population about healthy feeding and yours

influences in the life quality, involving parents and relatives on the risks of the excessive

care with the corporal image.

Keywords: Eating Disorders, anorexia nervosa, bulimia nervosa, Binge Eating

Disorders.

4

Introdução

Os transtornos alimentares são fenômenos resultantes da interação de fatores

pessoais, familiares e socioculturais, caracterizados pela preocupação intensa com o

alimento, peso e corpo1, e devido a complexidade desses transtornos, é exigido

tratamento multiprofissional 2, tanto no contexto hospitalar quanto ambulatorial 3 .

Os transtornos alimentares têm uma etiologia multifatorial, ou seja, são

determinados por uma diversidade de fatores que interagem entre si, de modo complexo,

para perpetuar a doença. Classicamente, distinguem-se os fatores predisponentes,

precipitantes e mantenedores. Os fatores predisponentes são aqueles que aumentam a

chance de aparecimento do transtorno alimentar, mas não o torna inevitável, e são

caracterizados em três grupos: individual, familiar/ hereditário e sociocultural. Os fatores

que precipitam a doença marcam o aparecimento dos sintomas dos transtornos

alimentares que são: dietas para emagrecer e eventos de estresse. E finalmente, os

fatores mantenedores que determinam se o transtorno vai ser perpetuado ou não, sendo

que nele inclui o papel das alterações fisiológicas e psicológicas, produzidas pela

desnutrição e pelos constantes episódios de compulsão alimentar, que tendem a

perpetuar o transtorno 4.

Testes neurológicos têm sido utilizados em diversos estudos comprovando

alterações no Sistema Nervoso Central no individuo com transtornos alimentares. Alguns

estudos demonstram que pacientes com anorexia nervosa caracterizam-se por déficits de

atenção e viso-perceptivo. Já na bulimia nervosa, caracterizavam-se por anormalidades

ligadas com funções executivas 5.

Alguns estudos demonstram que os transtornos alimentares podem provir de

influências genéticas. Estudos de genética molecular começam a identificar áreas do

genoma que podem influenciar no risco destes distúrbios 6.

A bulimia nervosa e a anorexia nervosa são os transtornos alimentares mais

freqüentes. A anorexia nervosa é uma doença que leva o paciente à inanição, com uma

perda de peso muito excessiva e com desgaste físico e psicológico. Pacientes anoréxicos

tem uma distorção da imagem corporal e não se percebem magros, mas sempre gordos,

continuando a não se alimentar corretamente 7. A incidência de anorexia nervosa é de

aproximadamente de 8 por 100 mil habitantes 8.

A bulimia nervosa não apresenta um risco tão sério do estado nutricional quanto à

anorexia. Pacientes bulímicos, geralmente se mantém próximo ao peso normal ou

algumas vezes tem sobrepeso. Indivíduos com bulimia nervosa também apresentam

5

distorções do tamanho normal de seu corpo, mas é menor comparado com a anorexia

nervosa 7. A incidência de bulimia nervosa é de 13 por 100 mil habitantes 8.

A incidência de transtornos alimentares em adolescentes praticamente dobrou

nesses últimos vinte anos 9, pois os mesmos vivem o momento atual e não se importam

com as conseqüências de seus hábitos alimentares, que podem ser prejudiciais 10, e o

número de casos novos teve um aumento constante entre 1955 e 1984 em adolescentes

de 10 a 19 anos e a prevalência varia de 2% a 5% em mulheres adolescentes e adultas.

Nos Estados Unidos é a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes, só

perdendo para a obesidade e a asma. Atualmente a magreza feminina é enfatizada como

sinônimo de atrativo sexual, o que faz com que a sociedade rejeite a mulher obesa dessa

associação de beleza, sucesso e felicidade com um corpo magro têm levado as pessoas

à prática de dietas abusivas e de outras formas não saudáveis de regular o peso9.

Os indivíduos obesos podem apresentar também possíveis diferenças

comportamentais, que pode ter desencadeado o quadro de obesidade. Essa diferença

comportamental pode estar ligada ao transtorno da compulsão alimentar periódica

(TCAP). Pacientes com TCAP estão associados com episódios de compulsão alimentar11.

Os transtornos alimentares afetam predominantemente as mulheres jovens, com

uma prevalência média de relação homem-mulher de 1:10 e até de 1:20. Essa diferença

diminui entre populações de indivíduos mais jovens, nas quais os meninos correspondem

de 19% a 30% dos casos de anorexia nervosa 8.

A anorexia nervosa e a bulimia nervosa em homens não são muito compreendidas

pelos profissionais de saúde. Homens que apresentam maiores chances de desencadear

esses transtornos são os que têm preocupações com o peso ou sua forma corporal como

os bailarinos, modelos, jóqueis, ginastas, nadadores, fisiculturistas, corredores, lutadores

e homossexuais 12.

Entre as atletas femininas é alta a incidência de transtornos alimentares, pois há muita

desinformação sobre a dieta recomendada, tanto entre as atletas quanto seus treinadores

que assume a responsabilidade pelo controle dietético. Assim sendo, algumas atletas

comprometem sua própria saúde e esforçam-se para manter um determinado peso

corpóreo, geralmente inadequado, com o percentual de gordura mais baixo que o

recomendado 13.

As principais causas de morte, devido a esses transtornos são: complicações

cardiovasculares, insuficiência renal e suicídio 14.

6

O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir pesquisas publicadas

sobre transtornos alimentares: anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da

compulsão alimentar periódica, para ressaltar a importância de como abordar um paciente

com transtorno alimentar, conhecer seus hábitos e comportamentos a fim de obter melhor

resposta ao tratamento.

7

Metodologia

Realizou-se uma revisão bibliográfica, utilizando como recurso de busca as bases de

dados Scielo, Bireme e Biblioteca Virtual de Saúde Publica (BVS) sobre o tema

transtornos alimentares. Foram selecionados artigos publicados entre os anos de 1998 e

2008. Os descritores usados na busca bibliográfica foram: transtornos alimentares,

bulimia nervosa, anorexia nervosa, compulsão alimentar, transtorno da compulsão

alimentar periódica.

8

Anorexia nervosa

Historicamente, o termo anorexia vem de origem grega, onde “an” significa ausência

ou deficiência de, e “orexis” apetite. Também se pode dizer enjôo do estômago,

inapetência ou aversão à comida. Os primeiros indícios sobre esta condição surgiram em

106 a 43 anos antes de Cristo. O termo anorexia nervosa surgiu a partir de 1873 com

Willian Gull 15.

Hoje em dia a denominação anorexia nervosa é utilizada para identificar indivíduos

com uma recusa alimentar extremamente deliberada, com objetivo de emagrecer ou por

receio muito grande de engordar 15.

A anorexia nervosa é caracterizada por um tipo de transtorno alimentar que envolve

perturbações no comportamento alimentar, onde sua característica é o medo mórbido de

engordar 16.

Geralmente começa na adolescência, a restrição de alimentos, devido a uma má

aceitação às mudanças corporais, associados a fatores psicológicos individuais e

familiares e também ao culto a magreza, e isso pode desencadear um transtorno

alimentar, como a anorexia nervosa 9.

Niemeiyer e Kruse17 analisaram os discursos sobre o corpo da adolescente

veiculados na revista Capricho que tem como público alvo adolescentes do sexo feminino

e observaram que a maioria dos discursos está relacionado a um ideal de corpo

associado à magreza. As autoras apontam que, ao mesmo tempo em que a revista não

prega o emagrecimento, considera que engordar é um problema. Concluem que os

discursos estimulam o comportamento anoréxico à medida que abordam excessivamente

os temas: dieta, “malhação” e roupas para disfarçar o corpo.

Os principais sintomas da anorexia nervosa são uma acentuada perda de peso,

onde o indivíduo passa fome intencionalmente e apresenta-se muito magro, e, apesar

disso, ainda se considera com excesso de peso. Em muitos casos é necessária a

internação clínica para evitar a inanição18. Outros sintomas podem ser: distúrbios

menstruais, perda de massa muscular e gordura corporal, irregularidades digestivas,

arritmia cardíaca, desidratação, intolerância ao frio, cabelos finos e fracos, entre outros 13.

Exercícios físicos intensos para a redução de peso também são um dos sintomas de

anorexia nervosa, quase sempre despercebida pelos familiares. No conjunto de restrição

alimentar e eliminação de certos tipos de alimentos, geralmente os que contêm

carboidratos simples e gordura, o emagrecimento torna-se mais perceptível e

9

acentuado19. Além do exercício físico, indivíduos com este transtorno geralmente fazem

uso de inibidores de apetite, diuréticos e laxantes 20.

Os pacientes com anorexia nervosa apresentam dificuldades para lidar com

alimento, apresentam medo, crenças e distorções sobre alimentação e nutrição.

Geralmente costumam dizer ter grandes conhecimentos sobre alimentação, mas estão

restritos somente ao conteúdo calórico e dietas de emagrecimento21.

Segundo Saikali e col.22, a distorção da imagem corporal é um dos fatores

necessários para o desenvolvimento da anorexia nervosa e sua melhora poderia ser

temporária se não houvesse mudança corretiva na imagem corporal.

Os fatores que podem desencadear anorexia nervosa são os individuais, familiares,

hereditários e culturais. Fatores individuais, incluem obsessão, perfeccionismo,

passividade e introversão. Fatores familiares e hereditários têm sido apontados como

predisponentes para desenvolver transtornos alimentares. Estudos demonstram que a

anorexia nervosa e a bulimia nervosa são mais freqüentes em parentes de primeiro grau

dos pacientes com transtorno alimentar, do que parentes de primeiro grau em indivíduos

saudáveis. Sobre a contribuição genética ainda faltam estudos conclusivos 4.

Conforme o estudo de Dunker & Philippi9 os principais fatores da anorexia nervosa

são: sexo, sendo mais predominante em mulheres, e idade, sendo que seu inicio é mais

freqüente na adolescência.

A prevalência de anorexia nervosa varia de 0,5 a 3,7%. A incidência é de

aproximadamente 8 por 100 mil habitantes por ano. O abuso de substâncias para obter

uma perda de peso mais acentuada é de 12 a 18% na anorexia nervosa 8. Dentre todos

os distúrbios psiquiátricos a anorexia nervosa apresenta a mais alta taxa de mortalidade,

sendo de aproximadamente 0,56% ao ano 14.

Há também casos de anorexia nervosa em homens, mas o número exato não foi

estabelecido, pois os homens são excluídos de muitos estudos devido ao baixo número

de casos. A anorexia nervosa em homens é menor do que na bulimia nervosa. Em

relação às complicações médicas, pacientes masculinos que sofrem deste transtorno

atingem rapidamente problemas circulatórios devido à desidratação, já que as mulheres

têm maior quantidade de gordura corporal, que as protege por maior tempo da

desidratação. Sobretudo, homens com anorexia nervosa têm maior perda óssea do que

as mulheres com o mesmo distúrbio 12.

10

O diagnóstico de anorexia nervosa deve ser por meio dos critérios do Manual

Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) e da Classificação

Internacional de Doenças (CID-10) 9.

Segundo o DSM-IV há dois tipos de anorexia nervosa para diferenciar a ausência ou

a presença de compulsões periódicas ou purgações durante o episodio de anorexia. No

tipo restritivo o emagrecimento ocorre devido a dietas, exercícios em excesso e jejum. O

tipo compulsão periódica ou bulímica ocorre quando o indivíduo dedica-se a purgações

que estão ligadas a vômitos auto-induzidos, abuso no uso de diuréticos ou laxantes 16.

As complicações clínicas são diversas tanto na anorexia nervosa quanto na bulimia

nervosa, e essas complicações são: alterações metabólicas, sendo que as principais

observadas são a hipercolesterolemia e a hipoglicemia. Na anorexia nervosa a mais

freqüente é a hipercolesterolemia; alterações endócrinas; alterações ósseas e no

crescimento, pois 50% das mulheres com anorexia nervosa estão com a densidade óssea

abaixo da média, e quando ocorre na fase precoce da puberdade, é mais freqüente

ocorrer osteopenia ou até mesmo osteoporose irreversível, facilitando a ocorrência de

fraturas patológicas14. Essas condições podem ser decorrentes da baixa ingestão de

cálcio, e em condições de baixa ingestão muito prolongada, o mesmo passa a ser retirado

dos ossos, podendo causar vários prejuízos na sua densidade mineral 23. Alterações

hidroeletrolíticas, expõem o anoréxico a um maior risco de desenvolvimento de arritmias

cardíacas. A hiponatremia é comum na anorexia nervosa e pode ser devido a grande

ingestão de água e as flutuações do hormônio antidiurético (Antidiuretic Hormone (ADH));

alterações hematológicas, os achados mais decorrentes são a anemia e a leucopenia;

alterações visuais; alterações cardiovasculares; alterações pulmonares; alterações renais

e alterações gastrintestinais 14.

Em um estudo feito em pacientes com anorexia nervosa, foi observado que os

mesmos apresentavam tempos de reação e velocidade motora inferiores e lentidão

motora 5.

Para a internação hospitalar são indicados indivíduos com anorexia nervosa

caracterizados como: o peso corporal 75% do peso mínimo esperado; o IMC abaixo de

13 a 14 Kg/ m2 ; alterações hemodinâmicas, hidroeletrolíticas e metabólicas como:

hipotensão arterial grave, hipotermia, hipoglicemia, bradicardia e hipopotassemia; e

alterações físicas de ameaça a sobrevivência do paciente, como: disfunções cardíaca,

renal ou hepática, desidratação ou desnutrição grave24.

11

Em um estudo de Salzano & Cordás foram comparados o uso de placebo e

fluoxetina, os resultados demonstraram ganho de peso e melhora na psicopatologia, no

humor e nos pensamentos somente para pacientes que usaram fluoxetina, recomendando

o uso da droga na prevenção de recaídas 25.

Alvarenga & Larino21 propõe a dietoterapia como um processo integrado, no qual o

nutricionista e a equipe trabalham juntos para modificar os comportamentos relacionados

ao peso e à alimentação.

A reabilitação nutricional deve alcançar uma dieta balanceada e suficiente para

atingir as necessidades do paciente com a doença e recuperar o estado nutricional 21.

No tratamento ambulatorial, os objetivos da reabilitação nutricional são: a

recuperação do peso, a cessação da perda de peso, melhora no comportamento

alimentar, no estado psicológico e emocional 21.

12

Bulimia nervosa

Historicamente, o termo bulimia nervosa provém do grego, onde “bous” significa boi

e “limos” fome, entendendo que um homem poderia comer um boi ou quase 15. O termo

boulimos já era usado séculos antes de Cristo. Hipócrates o usava para designar uma

fome doentia, que não era igual a fome fisiológica. Em 1973 foi descrito a true boulimos

para episódios de grande ingestão de alimentos e preocupações imensas com os

mesmos, seguidos de desmaios e vômitos após estes episódios 26.

Em alguns relatos de casos descrito em 1979 por Russel, sugeria-se que seria uma

evolução de anorexia nervosa. Nos anos 50 essa doença foi descrita entre pacientes com

anorexia nervosa e mais tarde entre obesos e nos anos 70 , pesquisadores identificaram

sintomas de bulimia nervosa em mulheres jovens com peso normal. Nomes diferentes já

foram dados para esta doença, mas o termo hoje utilizado é bulimia nervosa 15.

A bulimia nervosa é um transtorno que possui episódios de ingestão de uma grande

quantidade de alimentos, em um espaço curto de tempo, que dura em média 2 horas 27,

mas não, obrigatoriamente, em um único lugar, pois pode se prolongar por maior tempo28.

O individuo apresenta falta de controle durante as crises e tem comportamento

inadequado com objetivo de prevenir o aumento de peso 27 e aliviar sua culpa e vergonha

pela falta de controle na hora de comer 29, por essa razão faz uso excessivo de laxantes,

diuréticos e/ ou outros medicamentos, jejuns ou exercícios físicos intensos e também a

auto-indução do vômito 27.

O desejo pela comida afeta o comportamento alimentar por reforço negativo, ou

seja, hesitação ou fuga para o organismo como, por exemplo, fome ou estados negativos

de espírito como tristeza e ansiedade. Foram consideradas as teorias baseadas no efeito

da comida como suas propriedades sensoriais agradáveis, isto é, cheiro, sabor, textura,

entre outros. Deste modo, estas influências fazem com que haja uma procura de bem-

estar para o organismo 30.

O exagero no consumo desencadeia ansiedade e medo de engordar, levando aos

comportamentos compensatórios inadequados para controle de peso, consolidando-se o

ciclo "dieta -> episódio de compulsão alimentar -> purgação". Este comportamento

alimentar é muito estressante para o paciente, e ele necessita readquirir controle antes de

se envolver com outras patologias psicoterápicas 21.

A auto-estima do paciente bulímico é influenciada pelo peso e forma do corpo 31.

Pode-se afirmar que indivíduos com bulimia acreditam que uma maneira de resolver o seu

13

problema de insegurança pessoal é através de um corpo perfeito e curvilíneo, e para

alcançar seu desejo, fazem práticas de dietas impossíveis de serem seguidas e

desenvolvem atitudes radicais com um pensamento de que estar magro é um dos

caminhos para se obter a felicidade 32.

Em relação a calorias há relatos de ingestão em média de três a quatro mil calorias

por episódio, mas já foram evidenciados relatos com ingestão de até vinte mil calorias 32.

Segundo Claudino e Borges28 a bulimia não tem apenas o objetivo de saciar uma

fome exagerada, mas está ligada a uma série de estados emocionais ou situações de

estresse.

A prevalência de bulimia nervosa varia entre 1,1 a 4,2% e sua incidência é de 13 por

100 mil habitantes por ano. O abuso de substâncias na bulimia nervosa está entre 30 a

37%. Alguns estudos demonstram índices de recuperação que variam de 50% a 70%,

mas as recaídas estão em torno de 30% a 50%. As taxas de mortalidade estão entre

0,3% a 3% 8.

A bulimia nervosa também apresenta complicações clinicas como: alterações

endócrinas e pode-se citar a amenorréia, o nível basal de hormônio do crescimento pode

estar aumentado, hipercortisolemia, elevação no cortisol livre urinário; alterações ósseas

e do crescimento; alterações hidroeletrolíticas; alterações hematológicas; alterações

renais; alterações visuais e dos fâneros, como úlceras e escoriações dorsais na superfície

das mãos e presença de calos nos dedos podem ser constatadas devido à decorrência de

vômitos excessivos; alterações cardiovasculares; alterações pulmonares como a

taquipnéia que pode ocorrer da acidose metabólica devido ao uso de laxantes e ainda a

bradipnéia devido a alcalose metabólica em conseqüência freqüente alta de indução do

vomito; e alterações renais 14.

Devido ao ritual secreto desta doença, o diagnóstico de bulimia nervosa é muito

difícil, sendo que impede a prevenção cedo do tratamento 29.

Segundo Alvarenga & Larino21 entender o comportamento bulímico e suas

alterações é o começo para o tratamento nutricional da bulimia nervosa, um

conhecimento mais profundo do comportamento alimentar faz com que o planejamento da

intervenção nutricional seja necessário para melhorar a qualidade da dieta desses

pacientes.

O aconselhamento dietético para evitar alimentos e bebidas ácidas, reduzindo a sua

ingestão, especialmente na última refeição noturna, tem sido relatado como importante

contribuição no tratamento dos pacientes bulímicos 33.

14

Raramente pacientes com bulimia nervosa necessitam de internação hospitalar

completa, mas as principais indicações clínicas são conseqüentes de sintomas purgativos

persistentes como: convulsões, hipocalemia e alterações hemodinâmicas. As indicações

psiquiátricas são para casos graves onde não houve resposta ambulatorial adequada,

como risco de suicídio e quando ocorre comportamento purgativo que necessitam

constantemente de supervisão durante e após as refeições 24.

As metas do tratamento são: a normalização do padrão alimentar com a interrupção

dos episódios bulímicos e práticas compensatórias como as medidas purgativas e

restritivas; orientação nutricional com ganho de peso e identificação de alterações

psicológicas que reforcem o transtorno alimentar. A oferta calórica é gradativamente

aumentada até atingir o nível adequado para a altura e idade do paciente bulímico. A

psicoterapia tem importância muito grande para a recuperação dos pacientes. As

modalidades que mais contribuem são de enfoque psicoeducacional, comportamental-

cognitivo e terapia interpessoal . O apoio psicológico inclui terapia familiar ou de casal,

englobando parentes que tenham maior afinidade com o paciente que sofre este

transtorno 34.

Assim sugere-se o acompanhamento de equipe multiprofissional incluindo

tratamento medicamentoso psicológico, orientação nutricional, técnicas educacionais,

acompanhamento médico-endocrinológico e orientação ou tratamento familiar 31.

15

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP)

A obesidade é definida quando a composição corporal apresenta níveis de gordura

maiores que o normalmente esperado, ou seja, maiores que 26% da composição

corporal35. Muitos pacientes obesos referem ingestão alimentar compatível com os

parâmetros da normalidade. Alguns, involuntariamente, ocultam parcela significativa do

volume energético ingerido. É por esta razão é extremamente difícil medir a quantidade

de energia consumida. Pesquisa mostrou, que 70% dos obesos informam valores

fisiologicamente improváveis de energia ingerida 36.

Há várias e constantes tentativas de classificar os obesos, a fim de melhor tratá-los,

mas esta divisão torna-se difícil na medida em que pessoas obesas não compõem um

grupo homogêneo; ao contrário, é um grupo bastante heterogêneo. Porém, observou-se

que há uma população de obesos com características semelhantes, que não respondem

a tratamento comportamental para perda de peso e apresentam altos índices de

transtornos do humor e de transtornos de ansiedade. Esses obesos apresentam

compulsão alimentar e TCAP e, mesmo apresentando alto grau de sofrimento, geralmente

não recebem tratamento especifico e adequado 35.

O transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) é uma categoria de

diagnóstico recente. A característica deste transtorno são os episódios de compulsão

alimentar, onde o paciente ingere uma quantidade muito grande de alimentos num curto

período, seguido de uma sensação de perda de controle sobre o seu comportamento

alimentar 37. O tempo de duração deve ser delimitado, em torno de duas horas no

máximo28. Este episódio é seguido por uma intensa aflição, caracterizada por sentimentos

de ansiedade, tristeza, culpa e vergonha 38.

Para caracterizar o diagnóstico, esses episódios devem ocorrer por pelo menos dois

dias por semana durante 6 meses, em conjunto com algumas características de perda de

controle e não acompanhados de comportamentos compensatórios dirigidos para a perda

de peso 11. A descrição desta síndrome surgiu pela necessidade de diferenciar indivíduos

obesos com compulsão daqueles sem compulsão alimentar e dos bulímicos 28.

A compulsão alimentar, foi descrita pela primeira vez por Stunkard em 1959, no

sentido de uma ingestão de enormes quantidades de comida em um curto espaço de

tempo, seguida por sentimentos de desconforto físico e de condenação. A partir da

década de 70, começou-se a pensar na compulsão alimentar como uma síndrome. Em

1977, desenvolveram critérios de diagnósticos para a síndrome da compulsão alimentar

periódica como: ingestões rápidas, impulsivas, episódicas e sem controle de grandes

16

quantidades de alimentos em um período de tempo relativamente curto; o episódio

termina apenas quando há desconforto físico, como dor abdominal. Vômitos auto-

induzidos podem ocorrer, mas não são necessários para o diagnóstico 35

A TCAP ocorre em indivíduos com peso normal e em indivíduos obesos. Em obesos

que procuram programas para controle de peso, estima-se a freqüência de 5 a 30% do

transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP). No Brasil, encontraram prevalências

de TCAP entre 15% e 22% em pacientes que procuravam tratamento para emagrecer 39 .

Entre os pacientes que se submeteram a cirurgia bariátrica, esta prevalência pode variar

de 27% a 47%. Aproximadamente 20% dos indivíduos que se identificam como

portadoras de compulsão alimentar possuem diagnósticos de TCAP. A dimensão variada

encontrada na prevalência do TCAP é devida, em parte, às variações das definições de

compulsão40.

Geralmente o TCAP acomete indivíduos de todas as raças, com distribuição

aproximada entre os sexos, sendo três mulheres para cada dois homens, na maioria das

vezes tem início no final da adolescência. Mulheres com esse diagnóstico apresentam

índice de massa corporal mais alto do que mulheres sem TCAP, assim como oscilações

de peso mais freqüentes e maior dificuldade em aderir ou manter ou manter o peso ao

tratarem a obesidade41.

O TCAP é diferente da bulimia nervosa em alguns pontos. Os portadores de TCAP

costumam apresentar índice de massa corporal (IMC) maior do que portadores de bulimia

nervosa. Além disso, pacientes com bulimia nervosa fazem uso de dietas e perda de

peso, enquanto que os comportamentos prévios do TCAP são mais variáveis. Pacientes

com bulimia nervosa mostram maiores níveis de restrição alimentar comparado aos

portadores de TCAP 11.

Sendo o TCAP uma categoria diagnóstica muito recentemente, o estudo da terapia

farmacológica ainda se encontra em estágio inicial. Algumas das informações sobre a

eficácia terapêutica de agentes farmacológicos no TCAP derivaram de estudos com

pacientes portadores de BN do tipo não-purgativo. O tratamento do TCAP deve analisar

vários aspectos da sua apresentação clínica como: as alterações do comportamento

alimentar, as manifestações psicopatológicas associadas, isto é, sintomas depressivos e

alterações da imagem corporal e a obesidade 42.

17

Conclusão

Os hábitos alimentares inadequados são cada vez mais freqüentes em nossa

sociedade. A obsessão pela beleza e magreza feminina está aumentando gradativamente

ao longo dos anos, desencadeando os mais diversos transtornos alimentares.

Diante deste quadro é extremamente necessário o aumento no número de

profissionais habilitados e capacitados a diagnosticar e tratar pacientes acometidos por

esses transtornos.

Relevante considerar que o acompanhamento e tratamento de transtorno devem ser

realizados por uma equipe de saúde multiprofissional, incluindo médico clínico, psiquiatra,

nutricionista, enfermeiro e psicólogo.

Considerando a relevância dessas patologias, sugere-se que órgãos públicos

implementem programas de educação profissional como, por exemplo, fazer reuniões,

discussões com pais e filhos sobre alimentação saudável, discutir a importância do

alimento sobre a vida, dizer como uma alimentação inadequada pode prejudicar suas

vidas futuras. Implementar no ensino básico e fundamental matéria de nutrição e

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e repulsa doentia pela obesidade.

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