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EVENTOS SUSTENTÁVEIS PEDRO ROCHA DOS SANTOS EXPLICA SAÍDA DO CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL 35 ANOS DE XUTOS & PONTAPÉS COM MEGA‑PALCO NO MEO ARENA GLOBAL TRAINING DA MERCEDES NO ALGARVE EVENTOS CONGRESSOS FEIRAS INCENTIVOS DESTINOS ANO IV | NÚMERO 11 TRIMESTRAL ABRIL, MAIO E JUNHO DE 2014 5,00 €

Event Point 11

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A sua revista de eventos e turismo de negócios . Your meetings industry magazine from Portugal

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EVENTOS SUSTENTÁVEIS

PEDRO ROCHA DOS SANTOS EXPLICA SAÍDA DO CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORIL

35 ANOS DE XUTOS & PONTAPÉS COM MEGA‑PALCO NO MEO ARENA

GLOBAL TRAINING DA MERCEDES NO ALGARVE

E V E N T O S

C O N G R E S S O S

F E I R A S

I N C E N T I V O S

D E S T I N O S

A N O I V | N Ú M E R O 11

T R I M E S T R A L

A B R I L , M A I O E J U N H O D E 2 014

5 , 0 0 €

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PROPRIETÁRIO

Estação Livre . ComunicaçãoTel: 223395624

[email protected]

SEDE DA REDACÇÃORua da Fábrica Social, s/n 4000‑201 Porto . Portugal

DIRECTORRui Ochôa

[[email protected]]

EDITORA / DIRECTORA DE INFORMAÇÃO

Cláudia Coutinho de Sousa[[email protected]]

REDACÇÃOCláudia Coutinho de Sousa

Maria João Leite[[email protected]]

Sara Marques[[email protected]]

DIRECTOR COMERCIALFilipe Silva

[[email protected]]

ASSISTENTE DE DIRECÇÃORita Coutinho Costa

TRADUÇÕESDiana Reis Marques

COLUNISTASAntónio Horta Salvo

Gonçalo OliveiraIsabel AmaralMarcos CastroNorma Franco

Oscar CerezalesPedro Cardoso

DESIGNNorma Design

[[email protected]]

FOTOGRAFIA DA CAPAVok Dams

FOTOGRAFIAKlaus Friese

IMPRESSÃONorprint

Zona Industrial Alto da Cruz ‑ FontiscosApt.: 172 . 4780‑583 Santo Tirso

Nº REGISTO ERC126066

DEPÓSITO LEGAL330066/11

TIRAGEM3.500 exemplares

PERIODICIDADETrimestral

É estritamente proibida a reprodução parcial ouintegral de textos ou ilustrações da Event Point.As informações contidas nos anúncios são daexclusiva responsabilidade dos anunciantes.

Consequentemente, não podemos serresponsabilizados por qualquer informação

incorrecta que se possa verificar.

FICHA TÉCNICA EDITORIAL

CLÁUDIA COUTINHO DE SOUSA RUI OCHÔA

SOPRAM VENTOS DE MUDANÇATrês anos depois, a Event Point surge com um novo grafismo: duas colunas de texto, em vez de três, tipo de letra diferente, mais imagens a cores, ícones mais modernos, uma mudança que se vai estender ao novo site, em que estamos já a trabalhar. Estas mudanças são mais uma vez o trabalho brilhante do Marco Ferreira e da Norma Design, acompanhando uma fase de enormes desafios para nós. Exemplo disso é a recente adesão à International Meetings Review, uma rede global online de editores especializados na meetings industry. Aqui, desde finais de Maio, asseguramos um espaço com notícias em inglês sobre Portugal, enquanto destino para eventos.Mas claro que nada do que fazemos terá sentido se não tivermos a sua companhia, e é para merecê‑la que continuamos a trabalhar todos os dias. Por isso, envie‑nos comentários e sugestões para [email protected]. Queremos ouvi‑lo, e dar‑lhe voz.Como organizar um evento sustentável? A pergunta continua a suscitar dúvidas, hesitações, perguntas, reservas. O BCSD Portugal, entidade que reúne líderes das mais importantes empresas nacionais, procura intervir no debate, e em última instância na acção, com o Guia para Eventos Sustentáveis. É sobre ele que lhe falamos no dossiê temático.Nesta edição ouvimos alguém que se dedicou durante anos a uma estratégia de afirmação de um Centro de Congressos, justamente com base numa política de sustentabilidade. Falamos naturalmente de Pedro Rocha dos Santos, que abandonou há pouco a direcção do Centro de Congressos do Estoril, e explica porquê.O nosso grande entrevistado é Salvatore Sagone, mentor dos European Best Event Awards, de que a Event Point é media partner e elemento do júri. Este ano os prémios mudam‑se para Sevilha, e pela primeira vez saem de Itália. Transfiguram‑se ainda num festival, que promete juntar agências concorrentes com alguns dos managers de topo de grandes empresas europeias. Veja o que está previsto para 23 e 24 de Outubro, e participe.Conversámos com a Team Quatro, a agência portuguesa que organizou no Algarve, para a Mercedes alemã, o Global Training, um evento de formação para comerciais da marca, que despejou, literalmente, alguns milhões de euros na economia nacional, e na algarvia em particular. O suficiente para abrir em exclusivo, durante três meses, na Herdade dos Salgados, do grupo CS.Além destes destaques, há muito mais para ler nesta Event Point de Verão. Tecnologias, artigos de opinião, os espaços habituais, preenchidos pela APECATE, pela APOREP e pelo IPAM ‑ The Marketing School.

Boa leitura, e até Setembro.

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ÍNDICE

8 Espaço APECATE 10 Event Point adere à International Meetings Review 12 Optimismo na IMEX

14 MERCADO20 Notícias22 Incentivos: Porquê Macau?24 O que considerar numa cidade que se quer desenvolver através dos eventos?, por Oscar Cerezales28 Feira do Património.pt29 Espaço APOREP30 Prolight+Sound

32 MERCEDES AGITA O ALGARVE

36 35 ANOS DOS XUTOS & PONTAPÉS COM MEGA‑PALCO NO MEO ARENA38 Desafios de futuro, por Pedro Cardoso40 Espaço IPAM 42 “É Fruta Ó’ Chocolate…”, por Norma Franco

44 DOSSIÊ TEMÁTICO: EVENTOS SUSTENTÁVEIS52 Grande Entrevista: Salvatore Sagone 54 O evento que virou notícia, por Elgar Rosa56 As ausências em eventos, por Isabel Amaral60 Tendências na organização de eventos desportivos, por Marcos Castro62 Tecnologia66 Eventos vs contingências, por António Horta Salvo 69 Destino internacional: Girona72 Consultório de protocolo 73 Directório

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ANTÓNIO HORTA SALVOÉ formado em Gestão pela Universidade Autónoma de Lisboa. Foi professor no

início da carreira, mas desde cedo optou pelo sector dos seguros. Trabalhou na

Tranquilidade e na Global Seguros e, em 2007, decide fundar, com três colegas, a

sua própria companhia, a Bull Insurance. Actualmente a empresa conta com 18

colaboradores e uma facturação de cinco milhões de euros. É ainda consultor na

elaboração de projectos de viabilização económica de empresas.

ELGAR ROSA É director executivo da Pure Ativism, função que acumula com a direcção de

comunicação da Ativism. Ao longo da sua carreira passou por várias agências de

relações públicas, foi assessor de imprensa da Companhia de Seguros Fidelidade,

coordenador e formador dos cursos de gestão de comunicação da ETIC.

ISABEL AMARALMestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa. Investigadora do

Instituto do Oriente e docente universitária em Portugal, Brasil e Espanha. Como

formadora, assegurou a organização e monitoria de cursos em Portugal, Angola, Cabo

Verde, Espanha, Bélgica, Países Baixos e República Popular da China. Como oradora,

proferiu conferências em Portugal, Argentina, Bélgica, Brasil, Espanha, Hungria, Itália

e República Popular da China. Autora dos livros “Imagem e Sucesso” e “Imagem e

Internacionalização” e colaboradora de publicações nacionais e internacionais.

MARCOS CASTROConsultor e formador nas áreas do marketing, com particular enfoque no

marketing digital, desportivo e de eventos, com experiência internacional. Tem uma

pós‑graduação em marketing digital, no IPAM, e mestrado em Gestão Desportiva,

na FADEUP. É autor do site www.marcostfcastro.net. É gestor de marketing e

comunicação na Federação Portuguesa de Hóquei e gestor de projectos e membro

do Comité de Comunicação na Federação Europeia de Hóquei.

COLUNISTAS

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NORMA FRANCOMestre em Engenharia do Ambiente pela Universidade Nova de Lisboa,

investigadora, faz há vários anos trabalho de consultoria nesta área. Enquanto

gestora de produto do selo Carbono Zero®, da E.Value, foi responsável por projectos

de sustentabilidade aplicada a eventos, destacando‑se o Rock in Rio, em Portugal,

Espanha e Brasil, o Delta Tejo ou a Moda Lisboa, para citar apenas alguns. É oradora

habitual em conferências sobre sustentabilidade e eventos. Actualmente vive em

Edinburgo, na Escócia, mantendo uma regular actividade de consultora.

OSCAR CEREZALESTem 20 anos de experiência no sector da meetings industry. Actualmente trabalha

no Grupo MCI, sendo responsável pelas operações na Ásia/Pacífico. É orador

convidado em inúmeras conferências, tendo já feito mais de 100 comunicações. É

professor nas universidades de Barcelona, Madrid, São Paulo e Milão.

PEDRO CARDOSO Formado em Gestão Hoteleira, foi director de Front‑Office/Alojamento na

abertura do ex‑Sheraton Porto em 1986 e director de Marketing e Vendas até

1995. Quadro co‑fundador e director‑executivo da Sugestões&Opções e do

Grupo QRM, de 2002 a 2008. Fundador, em 2002, administrador e principal

accionista da The House of Events. Consultor de Hotelaria e Turismo, e

ex‑docente na Escola de Hotelaria e Turismo do Porto.

COLUNISTAS

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ESPAÇO APECATE

EVENTOSUM SECTOR INDEFINIDOSe quisermos criar uma definição simplista para o que são empresas organizadoras de eventos, podemos dizer que se tratam de empresas responsáveis por planear, coordenar e contratar ou aplicar todos os serviços necessários, do princípio ao fim do evento, para que ele aconteça, atingindo os seus objectivos.

Usando esta definição (ou outra

similar) conseguimos, através da área

de actuação das empresas, definir

quem pertence e não pertence ao

sector. Contudo, na área dos eventos

esta derivada tem variantes dispersas.

Vejamos alguns exemplos.

AS QUINTAS DE CASAMENTOS.

Grande parte presta uma oferta completa de espaço, catering e organização dos vários elementos do casamento. No entanto, estes espaços são, na sua maioria (ou quase totalidade), empresas de catering, de decoração e/ou de aluguer de espaços.

OS HOTÉIS, COM SALAS PARA REUNIÕES OU CONFERÊNCIAS.

Providenciam as salas, o catering, os meios técnicos necessários, o que faz com que o cliente os procure directamente. Mas não são organizadores de eventos. Têm muitas vezes, sim, secções de grupos e eventos.

AS EMPRESAS DE PUBLICIDADE E COMUNICAÇÃO.

A grande maioria presta serviços no mercado corporate e organiza eventos, mas são empresas de marketing e comunicação. Como contabilizamos este mercado para o valor global do sector dos eventos?

AS CÂMARAS MUNICIPAIS

Por fim as Câmaras Municipais que organizam eventos para a população, como as feiras medievais ou as festas da cidade. Em muitos dos casos têm entradas pagas. Os serviços das Câmaras Municipais organizam e contratam todas as componentes necessárias para o evento. Contudo, são um serviço público e não uma empresa de eventos.

As indefinições dificultam o mercado e/ou podem criar margem para concorrência desleal. O serviço de um organizador de eventos é desvalorizado pelo facto de existirem entidades no mercado que, não tendo este estatuto, os organizam; por outro lado, o sector perde força porque, na realidade, a quantidade de empresas que prestam este serviço é estatisticamente superior ao número de empresas que têm um CAE associado a eventos.

A definição/delimitação do sector é um

problema antigo e conhecido.

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WWW.APECATE.PT

Na APECATE tivemos necessidade de delinear uma solução adequada em dois momentos do desenvolvimento da nossa política de qualidade: quando construímos a Carta de Qualidade, que inclui uma definição do sector e o seu mapa funcional; e quando criámos o Selo de Qualidade. Neste último processo, tivemos que definir os requisitos de qualidade que devem cumprir as empresas de eventos ao nível da prestação do serviço e do perfil dos seus recursos humanos e, também, quais as empresas que podem candidatar‑se à obtenção deste Selo.Entre estes dois momentos, e como é do conhecimento público, apresentámos à Secretaria de Estado do Turismo a proposta de criação de um Registo Nacional de Empresas organizadoras de feiras, congressos e eventos, à imagem do existente para os agentes de animação turística, os empreendimentos turísticos e as agências de viagens e turismo. Fizemo‑lo na sequência de uma reunião com várias dezenas de empresários representativos do sector, a que se seguiu um jantar‑debate com a então Secretária de Estado do Turismo, Cecília Meireles.

Conforme foi referido no nosso 2.º

Congresso, após apresentação, com o

apoio da APAVT, da mesma proposta

ao actual Secretário de Estado,

Adolfo Mesquita Nunes, e terminado

o trabalho documental referente ao

Selo de Qualidade, ao qual tivemos que

dar prioridade, chegou o momento de

finalizar esta proposta e de a debater de

novo com o sector.

O objectivo não é criar burocracia, entraves ao acesso à actividade ou qualquer outro tipo de barreiras. Estamos com o espírito da Directiva europeia para os Serviços. Um Registo não é um meio corporativo para fechar o sector, nem uma marca distintiva de qualidade. O que se pretende é, tal como acontece nos outros Registos Nacionais, identificar os players no mercado, clarificar, delimitar e ordenar o sector para que o seu peso possa ser quantificado, credibilizar as empresas no mercado nacional e internacional, fortalecer a voz do sector no turismo e na economia nacional e, finalmente, criar requisitos mínimos que fomentem uma concorrência forte, saudável e leal. Enquanto escrevo, está a decorrer na página de internet da Event Point um inquérito com a questão: Concorda com a criação de um Registo Nacional de empresas de eventos? As respostas, apesar de não poderem ser escrutinadas por serem anónimas, já vão em 89% para o “Sim”, o que nos reforça a convicção de que estamos no caminho certo.

Receberão em breve o nosso convite

para uma sessão de trabalho onde

serão tomadas as decisões finais sobre

este Registo.

Ficamos desde já a contar com a manifestação de interesse nesta sessão por parte de todos os verdadeiros organizadores de eventos.

Nuno Ribeiro | Vice‑Presidente da Secção de Eventos da APECATE

NUNO RIBEIRO | VICE‑PRESIDENTE DA SECÇÃO DE EVENTOS DA APECATE

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EM DESTAQUE

PORTUGAL CHEGA A MAIS DE 325 MIL PROFISSIONAIS DE EVENTOS DO MUNDO INTEIROTodas as semanas, desde o passado mês de Maio, são produzidas e difundidas notícias em inglês sobre Portugal enquanto destino para eventos, congressos, feiras e incentivos. A missão cabe à Event Point, convidada a integrar a rede global de editores International Meetings Review (IMR): http://www.internationalmeetingsreview.com. As notícias da Event Point na IMR sobre Portugal podem ser seguidas neste link: http://www.internationalmeetingsreview.com/news‑category/portugal‑page.

Congress and Convention Association), EFAPCO (European Federation of the Associations of Professional Congress Organisers), PCMA (Professional Convention Managers Association), UFI (Union des Foires Internationales), IAPCO (International Association of Professional Conference Organisers) e AIPC (The International Association of Convention Centre).

O PROJECTO IMRO projecto da International Meetings Review surgiu a partir da constatação de um problema. Os sectores corporate, institucional, associativo e o governo operam hoje em dia para lá das suas fronteiras regionais e necessitam de informação dos destinos. No entanto, já não é eficiente pesquisar múltiplas fontes de informação, uma vez que o âmbito é demasiado alargado. Há milhares de destinos e outros tantos fornecedores e o mercado necessitava de uma plataforma agregadora, dirigida a uma audiência global. O “super‑site” dedicado à meetings industry foi então lançado a 30 de Janeiro de 2012. Além de conteúdos, são disponibilizadas ferramentas para facilitar a vida dos organizadores, nomeadamente um directório de venues e fornecedores, gerador de leads e de RFP (request for proposal), da responsabilidade da Cevent.

O grande mentor do projecto é James Latham, fundador da Meetings Review, publicação que foi absorvida pela IMR, e um dos mais reconhecidos jornalistas da indústria dos eventos.

NEWSLETTER GLOBALAlém deste compromisso de publicar regularmente informações sobre cada um dos destinos, os conteúdos da IMR ganham ressonância através de uma newsletter electrónica semanal que todos os editores enviam para as respectivas bases de dados. Desta forma, o alcance é muitíssimo superior ao que cada um deles obteria se trabalhasse isoladamente, atingindo uma audiência superior a 325 mil profissionais da área dos eventos corporativos e associativos do mundo inteiro. Segundo a IMR, trata‑se da mais exaustiva base de dados totalmente dedicada à meetings industry, inclui clientes, promotores, organizadores, fornecedores e líderes da indústria, tornando este portal colaborativo absolutamente único.

OS OUTROS EDITORES Da rede, a que a Event Point se junta, fazem parte a CAT Publications (Grã‑Bretanha e Irlanda), TTG Mice (Ásia e China), Kongres (Sudeste Europeu), Meet Middle East (Médio Oriente), CIM (Austrália e Nova Zelândia), Event Report (Itália), Meetings International (Escandinávia e Países Bálticos), BBT Online (Benelux), Questex Media (Estados Unidos), MeetingsNet (Estados Unidos), Meetings+Incentive Travel (Canadá), The Event (Reino Unido) e Film & Event (África). Além disso, o projecto conta com o apoio das principais associações do sector, que dispensam grandes apresentações. A saber: SITE (Society of Incentive and Travel Executives), ICCA (International

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EM DESTAQUE

“Através da Event Point e da IMR, as

empresas portuguesas do sector MI

têm agora a possibilidade de comunicar,

um espaço, um hotel, uma solução

tecnológica, um destino, para 325

mil profissionais do sector, graças a

um meio reconhecido e valorizado

internacionalmente”, afirmou Rui Ochôa,

director da Event Point.

ADESÃO DA EVENT POINT APRESENTADA OFICIALMENTE NA IMEX21 de Maio marcou a adesão oficial da Event Point à IMR. A apresentação decorreu no stand do Turismo de Portugal na IMEX Frankfurt e contou com a presença de James Latham que deu as boas‑vindas à Event Point, lembrando que agora “Portugal tem uma voz mais activa neste sector”. A marcar o arranque desta colaboração, a IMR entrevistou o representante do Turismo de Portugal na Alemanha, João Castro. A entrevista pode ser consultada em: http://vimeo.com/9596927.

JAMES LATHAM ENTREVISTA JOÃO CASTRO, REPRESENTANTE DO TURISMO DE PORTUGAL NA ALEMANHA

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OPTIMISMO NA IMEXO stand do Turismo de Portugal na IMEX Frankfurt, mais uma vez bem localizado, acolheu 48 empresas e cinco agências regionais. Fora do stand, espalhados por várias zonas do recinto, estavam outras empresas portuguesas, como a Europalco, pela primeira vez presente no certame. O balanço é positivo. “Tivemos alguns contactos com potencial”, admite Vanessa Santos, sobretudo da parte de agências de eventos. Também a Water X, a Portugal Incoming, a JC Portugal, a TA DMC, entre outros, optaram por uma presença individual. No stand do Turismo de Portugal, João Marinho Falcão, da Vinitur, realçava a grande procura pelo destino. “Portugal está a ser mais solicitado por parte do cliente final”, diz. Em relação à Vinitur, a componente dos incentivos foi a mais procurada, sobretudo por mercados como Brasil, Estados Unidos e Europa. O Turismo dos Açores estava satisfeito com os contactos obtidos na feira. “Está a correr bem, temos tido contactos interessantes e mais reuniões do que no ano passado”, afirma Sandra Antunes. Os mercados com ligações aéreas directas aos Açores são os mais interessados no produto, no entanto há contactos que “não descuram a ideia de fazer mais ligações” para realizarem os seus incentivos nos Açores.

ESTREIA DO RUANDA Depois de no mês de Maio ter criado o próprio Convention Bureau e de ter anunciado uma estratégia para o sector da meetings industry, o Ruanda esteve presente na IMEX Frankfurt. O turismo do país cresceu 12% no último ano, tendo o MICE representado 49 milhões de dólares de retorno, explicou o ministro do Turismo do Ruanda, citado pela International Meetings Review. O objectivo da nova entidade é colocar o país, já em 2016, no top 10 da ICCA em África. Actualmente ocupa a 21ª posição.O Kigali Convention Centre está em construção e vai incluir uma arena, dez salas de reuniões e um hotel, o Radisson Blu. O espaço deve abrir portas no final de 2015.Lembre‑se que há apenas 20 anos o país foi dizimado por uma guerra civil que resultou no genocídio de parte da população.

REPORTAGEM

SEUL INVESTE EM INFRA‑ESTRUTURASEmpatada com Lisboa no ranking da ICCA, 9º lugar, a capital da Coreia do Sul anseia por altos voos no sector. Na IMEX apresentou os planos para o futuro. Maureen O'Crawley, responsável do Convention Bureau, anuncia que a infra‑estrutura vai triplicar até 2020. Este factor é “importante para aumentar a competitividade da cidade”. Em Março e Abril de 2014 foram inaugurados dois venues e vão nascer outros até 2020. Mas porque os edifícios não produzem eventos, foi ainda criada uma aliança entre os fornecedores desta indústria para captar mais eventos. “A cidade acredita que a meetings industry pode ajudar a tornar Seul numa cidade do conhecimento”, remata O'Crawley.

MAIOR IMEX DE SEMPRE?Afirmativo! Quem o diz é Ray Bloom, director do Grupo IMEX. Nos 12 anos de história do certame, 2014 marca a maior edição de sempre com nove mil visitantes e quase quatro mil hosted buyers, de 77 países. Um terço dos buyers eram provenientes de mercados distantes, como o Brasil, Rússia, China, Índia, México, América do Norte e Médio Oriente. Ao todo foram realizadas mais de 65 mil reuniões.

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PEDRO ROCHA DOS SANTOS:

“SAÍ POR NÃO ME IDENTIFICAR COM A ACTUAL ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO E PROMOÇÃO TURÍSTICA DA REGIÃO”Nesta entrevista exclusiva a Pedro Rocha dos Santos, passadas apenas algumas semanas da saída do Centro de Congressos do Estoril (CCE), repassamos as razões da partida, o balanço da estratégia utilizada e os planos para o futuro.

Que razões estiveram na base da decisão de deixar o Centro de Congressos do Estoril?

Prendem‑se com várias questões, umas de cariz pessoal, outras de cariz profissional e ainda outras de cariz moral. As profissionais têm vários contornos e estão relacionadas com uma sequência de factos que culminaram no meu afastamento. Em Janeiro de 2007 a administração do CCE estava confrontada com a necessidade de

reposicionar a sua oferta a nível internacional e ganhar efectividade na captação de eventos profissionais para a região, realidade que nos primeiros seis anos não se verificou, resultado de uma gestão levada a cabo por privados sem que essa obrigação estivesse protegida e definida contratualmente. Nessa altura decidi aceitar o desafio que me foi proposto e começar a desenhar uma nova estratégia de negócio para o CCE que permitisse, num curto espaço de tempo, recuperar notoriedade e negócio internacional.

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Em que consistia essa estratégia?

Assentou em princípios de maior responsabilidade social e ambiental, que as empresas se propunham introduzir nos seus modelos de negócio, permitindo ir de encontro à maior sensibilidade dos clientes e do próprio mercado. O modelo de negócio que se criou ia de encontro a essa sensibilidade e à necessidade dos clientes de passarem uma imagem de maior responsabilidade, através de compromissos que eram assumidos na organização dos seus eventos. O espaço do CCE passou a oferecer não só um palco de práticas responsáveis, com certificação internacional, como também ferramentas e serviços que permitiam aumentar o grau de compromisso de sustentabilidade dos seus clientes.O projecto de sustentabilidade do CCE estava enquadrado numa visão estratégica mais alargada que procurava posicionar toda a região como "destino de turismo responsável", de acordo com os princípios que a Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas defende. A região, através da gestão levada a cabo pelos então responsáveis da autarquia, construiu um modelo de desenvolvimento sustentável, do qual faziam parte um conjunto de empresas municipais, a Cascais Natura, a Cascais Atlântico, a Cascais Energia, a Cascais Agenda 21, que geriam uma série de projectos diferenciadores sendo que o turismo, sector económico mais relevante da região, teria como pólo dinamizador o projecto do CCE que serviria para catalisar e envolver todos os stakeholders da Costa do Estoril na sua promoção como destino sustentável.Para além da certificação Green do CCE, o primeiro Centro de Congressos da Europa a ser certificado pela Green Globe, fazia parte do projecto alargar essa certificação aos principais hotéis da região, realidade que não se veio a verificar por falta de liderança política. Aliás, todas as empresas municipais que tinham por missão desenvolver o projecto de sustentabilidade para a região foram extintas e desapareceram misteriosamente sem qualquer explicação. O compromisso assumido com a assinatura da carta de Aalborg*, em 1994, precisamente pelos responsáveis à época na gestão do futuro da Vila de Cascais, onde estava definida uma série de princípios sobre o desenvolvimento sustentável e o futuro das cidades, ficou definitivamente esquecido e ignorado.No entanto, o sucesso alcançado pelo CCE era inquestionável e o modelo criado começou a ser referência internacional em matéria de boas práticas no sector. O CCE foi mencionado por todos os líderes de opinião e gurus internacionais do sector como um exemplo a seguir.

Fruto desse protagonismo, e de uma indiscutível liderança num mercado altamente disputado, conferiu uma visibilidade extraordinária e um protagonismo excepcional a um equipamento da Costa do Estoril. O Centro de Congressos ganhou uma série de prémios e distinções internacionais, assim como algumas menções nacionais, nomeadamente do Turismo de Portugal.Todo o trabalho desenvolvido pela equipa do CCE na criação deste novo modelo trazia mais‑valias em termos de negócio para a região e as principais instituições do sector demonstraram interesse em associar‑se e aprender connosco... Foi o caso da IMEX, da ICCA [International Congress and Convention Association] e da GMIC [Green Meeting Industry Council]. O envolvimento nestas instituições trouxe protagonismo acrescido para o Estoril, pois permitiu‑nos liderar algumas dessas instituições a nível ibérico, como no caso da ICCA e do GMIC, onde assumimos a vice‑presidência e presidência, nos últimos seis anos, dos respectivos Capítulos.Infelizmente, todo o trabalho e reconhecimento conseguido começou a gerar mal‑estar pois não estava a ter um retorno político para os principais líderes da região que pretendiam criar uma nova marca, associada à sua imagem e aos objectivos de poder definidos pelos actuais responsáveis da autarquia. Pretendia‑se e pretende‑se tirar protagonismo à marca "Estoril" e concentrar todo o investimento numa nova marca a criar e que marque uma espécie de "turning point" na história da região, directamente associada aos seus actuais líderes políticos. A certa altura ainda houve o cuidado de solicitar à Brandia um estudo comparativo da relevância e notoriedade das duas marcas, Estoril e Cascais, mas o resultado desse estudo é confidencial e foi colocado habilmente na gaveta.O contínuo afastamento das políticas de promoção da região, que estiveram na base da minha contratação, a sobreposição de outros interesses, que não os da promoção, com base numa visão de futuro, mas assente sobre pilares históricos e patrimoniais, começaram a gerar um sentimento de desconforto. E pelo facto de repetidamente manifestar o meu desacordo em relação às mesmas começou a crescer um clima de desconfiança mútua.

Referiu um estudo da Brandia com a comparação das duas marcas. Na sua opinião qual é a que tem mais notoriedade?

Tenho a minha opinião pessoal que é aquela que é resultado, no fundo, de cem anos de investimento que a região fez na criação de uma marca [o Estoril] que a identifica como destino. Cem anos que são irrepetíveis, não só em termos de investimento em si, como em termos de factos históricos que, de alguma forma,

MERCADO

* Carta de Aalborg: Carta da Sustentabilidade das Cidades Europeias (aprovada pelos

participantes na Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis, realizada em Aalborg,

Dinamarca, a 27 de Maio de 1994)

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alicerçam o reconhecimento dessa marca a nível internacional. Com a profissionalização do turismo, tudo o que são mecanismos de promoção obedecem a regras agressivas, de modo que estar a querer apostar, da estaca zero, numa nova marca exige um esforço descomunal. E quando se tem já uma marca reconhecida em termos internacionais, com o prestígio que tem a marca Estoril, numa situação de dificuldade económica, querer investir‑se numa nova marca para reposicionar a região, porquê? Não faz sentido nenhum.

Para algumas pessoas, com quem falámos, a decisão de sair foi uma surpresa. Há quanto tempo a tomou?

A decisão, como referi, foi sendo ponderada, mas resulta de uma sucessão de factos. Para além da aposta errada na criação de uma nova marca para a promoção turística da região, dissociada da marca Estoril, um decreto lei publicado em Diário da República em Agosto de 2012, que veio regulamentar os poderes das empresas municipais, entre outras coisas, proibiu a participação em associações privadas ou público‑privadas, razão pela qual fui obrigado a declinar os cargos de presidência da GMIC, da vice‑presidência e candidatura à presidência da ICCA, de um projecto que se estava a iniciar de criação de um Capítulo da MPI [Meetings Professionals International] em Portugal, da participação como membro do BCSD em Portugal e na direcção do Convention Bureau do Estoril.Esta realidade representa um enorme retrocesso na política de desenvolvimento do Turismo de Negócios da região e num descrédito, não só pessoal, como para o equipamento, para a entidade municipal que representava e inclusive para o próprio destino. É inexplicável que tendo o CCE e a região alcançado tamanha notoriedade num mercado tão disputado e tão importante para o futuro económico da região, não tenha existido a capacidade de ultrapassar as contingências legais e salvaguardar um investimento realizado ao longo dos últimos sete anos.

O que representou para si ter estado à frente de um projecto que se transformou num caso de estudo internacional em termos de sustentabilidade?

Uma honra e uma enorme satisfação pelo facto de ter podido estar à altura da missão que me foi confiada e de ter conseguido desenvolver um projecto que catapultou a notoriedade do Estoril num sector altamente disputado. Penso que, em tão pouco tempo, e partindo de uma realidade retraída e inexistente, seria difícil atingir os níveis de reconhecimento internacional de que hoje o CCE e a região gozam.A minha saída coincidiu com três realidades que enaltecem a minha passagem pela liderança dos destinos do Turismo de Negócios do Estoril e de toda a estratégia de sustentabilidade: o lançamento pelo BCSD do Guia Prático para Organização de Eventos Sustentáveis, que teve uma aportação intensa por parte do CCE; o convite de participação no Fórum Eventos, em São Paulo, onde no meu painel estava um representante das Nações Unidas; e o facto de o projecto do Estoril, de Fausto de Figueiredo, ter completado 100 anos no passado dia 15 de Maio, data em que fiz questão de assinar a minha rescisão.

A aposta na sustentabilidade é efectivamente diferenciadora, reconhecida pelos clientes?

Sem dúvida que a sustentabilidade se afirmou como o factor diferenciador na estratégia, e o reconhecimento e notoriedade do CCE têm por base precisamente essa realidade. O percurso obrigou a um período de investimento longo, no sentido de sensibilizar os nossos clientes para a adopção de práticas mais responsáveis. Fomos obrigados a criar, inclusivamente, mecanismos que permitissem alavancar e facilitar a adopção dessas mesmas práticas. O CCE tem vindo a desenvolver uma política de quase "evangelização" do sector que, sobretudo a nível internacional, foi muito elogiada.Fomos criadores e promotores do primeiro evento sustentável nacional: o Green Festival, que celebra este ano a 6ª edição, e criámos os prémios "B.Green The Only Option" com o objectivo de incentivar também os nossos clientes. Sempre se adoptou uma postura de "walk the talk", dando o exemplo e disponibilizando ferramentas e flexibilidade nos serviços, em simultâneo com um trabalho de consultoria na organização de "green events" para os clientes do CCE.

MERCADO

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Acredita que a sustentabilidade continua a ser um factor válido, mesmo em termos de comunicação, quando se trata de posicionar no mercado um espaço como o CCE?

A sustentabilidade, hoje em dia, já começa a ser entendida como uma política de "princípios" e de "responsabilidade" que deve ser adoptada a todos os níveis como forma de garantirmos a própria sobrevivência da humanidade. Deixou de ser um conceito "trendy" para passar a ser uma exigência. Certos clientes, sobretudo do Norte da Europa, tomam as suas decisões de organização de eventos em função do compromisso de sustentabilidade de um determinado espaço ou destino. O CCE liderou este desenvolvimento e adoptou estes princípios como pilares do seu modelo de negócio, realidade que lhe confere reconhecimento e liderança.

Teria feito alguma coisa de forma diferente?

Penso que dificilmente poderia olhar

para trás e desejar um percurso distinto.

Talvez pudesse ter sido mais exigente

na defesa do estatuto que o CCE e a

região alcançaram ao fim de sete anos

no sector. Vejo neste momento que o

projecto "navega" ao sabor da corrente

criada e espero que se mantenha a

flutuar por muitos anos... mesmo com

um comandante a quem lhe sejam dados

rumos diferentes a seguir.

O que tem pena de não ter feito enquanto responsável do CCE?

É difícil "ter pena" seja do que for, se considerarmos os contornos de sucesso alcançados pelo CCE nos últimos anos. Talvez possa lamentar a falta de envolvimento da região num processo global de transformação do destino... mas isso obrigaria a uma liderança política diferente, que não existe.

Quais são os seus planos? Continuar ligado de alguma forma a este sector da meetings industry?

Saí sem planos, sem ser aliciado por outro desafio. Saí por não me identificar com a actual estratégia de desenvolvimento e promoção turística da região e por uma questão de integridade e coerência com os meus princípios. Reconheço que pode parecer loucura nos tempos que correm largar assim um cargo de responsabilidade profissional que garantia inclusivamente a minha estabilidade pessoal. Reconheço também que será um desperdício não partilhar o nível de conhecimento que adquiri com a minha experiência ao longo dos últimos sete anos e, nesse aspecto, estarei sempre disponível para falar do projecto, dos princípios e da visão que o orientaram.Estou disponível para abraçar novos projectos e iniciativas e, ao contrário de alguns, entendo que não é emigrando que se resolvem os problemas. Portugal tem um enorme e promissor futuro e o turismo pode e será um dos seus motores económicos principais. É aí que penso continuar, na linha da frente, garantindo com o meu esforço, empenho e dedicação um futuro melhor para os meus filhos e para o país.

Deseja ter uma voz mais activa, em termos políticos, de modo a desenvolver a visão que tem para o destino? Faz sentido para si?

Tanto faz sentido que foi isso que acabei por fazer. Sentindo a impotência que um mero gestor podia ter em contornar esta situação, decidi criar um movimento de cidadania, paralelamente às minhas funções. Juntei‑me com mais duas pessoas da região, Isabel Magalhães e João Oliveira Henriques, e fundámos o Movimento Ser Cascais. Começámos há quatro anos a trabalhar num programa para a região em torno da promoção associada à marca Estoril. Esse era um dos pólos de discórdia e uma das motivações para a nossa intervenção. Digamos que a realidade dos factos acabou por elevar as intenções iniciais do movimento. Concretizámos uma candidatura, concorremos às eleições autárquicas, elegemos um vereador, e de alguma forma encontramos caminhos para defender aquilo em que acreditamos.

MERCADO

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MERCADO

ALFÂNDEGA É O MELHOR CENTRO DE CONGRESSOS DA EUROPAA distinção, entregue no passado dia 19 de Junho, na Embaixada Portuguesa em Londres, é da revista britânica Business Destinations (BD), editada em associação com a American Express. O interessante nestes prémios é que são os leitores a escolher os vencedores. A publicação afirma que, nos dias que correm, e em particular com o advento das plataformas móveis e das redes sociais, é muito fácil para um cliente expressar o seu desagrado, mas raramente, ou nunca, fala a alguém de como ficou satisfeito com um serviço.

Na quinta edição, os Business Destinations Travel Awards reclamam a oferta de uma rara oportunidade para corrigir este desequilíbrio. O desafio foi, “Recorde o último ano de viagens, pense num hotel que superou as expectativas, numa companhia aérea que voou além do simples dever, numa cidade que prometeu a si mesmo revisitar, e partilhe‑os connosco, votando". Reunidos os votos dos leitores da BD, encontraram‑se os quatro finalistas em cada categoria. A partir daqui, um painel de jurados, composto por especialistas em turismo de negócios e a equipa editorial da Business Destinations, escolheu os vencedores.O resultado foi uma vitória para a Alfândega do Porto, como Best

Meetings and Conference Centre na Europa, distinguida com base em diversos parâmetros, leque e qualidade dos serviços, relação qualidade/preço, presença online, práticas sustentáveis, consciência ambiental, apoio ao cliente e capacidade para tomar rapidamente boas decisões.A publicação destaca ainda outros aspectos, a acessibilidade, com o aeroporto Francisco Sá Carneiro a poucos minutos, um destino que é classificado pela UNESCO Património da Humanidade, a oferta hoteleira e gastronómica, o património cultural e histórico, a ligação ao Vinho do Porto, e a coexistência de condições modernas num edifício histórico, recuperado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura, vencedor de um Pritzker.

© PORTO CONVENTION BUREAU

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NOTÍCIAS

RANKING DA ICCA: PORTUGAL SOBE E LISBOA ENTRA NO TOP 10

Com 249 eventos internacionais, Portugal sobe de 17º para 13º lugar mundial no mais recente ranking da ICCA. Os dados, referentes a 2013, registam a entrada de Lisboa no top 10, partilhando o 9º lugar com Seoul ‑ uma subida de seis lugares, para um total de 125 eventos. O Porto, com 51, passa de 53º para 46º, mantendo uma trajectória ascendente. O Estoril, com 20 eventos internacionais (acolheu 9 em 2012) dá um salto assinalável, de 124 posições, passando a ocupar o 117º posto.Paris é a nova primeira classificada no ranking das cidades, com 204 eventos internacionais, seguida por Madrid, com 186, e Viena, com 182. Quanto a países, os EUA mantêm a liderança, com 829, secundados por Alemanha, 722, e Espanha, 562.Este ranking da ICCA ‑ International Congress and Convention Association inclui apenas eventos regulares, com mais de 50 participantes, que rodem entre pelo menos três países.

TURISMO DE PORTUGAL APOSTA TUDO NO ONLINE

O Turismo de Portugal (TP) apresentou publicamente a estratégia de promoção internacional do destino e os seus resultados. Foram realizadas mais de 400 campanhas, exclusivamente online, feitas à medida de 13 mercados‑chave para o país. Esta estratégia, com foco no online e no marketing digital, começou a ser desenvolvida em 2013, conforme explica o TP em comunicado, “a estratégia de promoção internacional do Destino Portugal foi alterada em 2013 e passou a centrar‑se no marketing digital e não institucional, considerado mais eficaz na promoção de um destino turístico do que as tradicionais campanhas institucionais offline”. A aposta exclusiva no online permitiu, ainda de acordo com o Turismo de Portugal, atingir melhores resultados com menor investimento, o que “libertou recursos para reforçar a actividade de apoio à venda junto de operadores internacionais e aumentar o número de workshops comerciais focados no contacto próximo e exclusivo das empresas nacionais com os operadores e agentes dos mercados‑alvo, para venda dos seus produtos”.A estratégia e os resultados foram apresentados no dia 2 de Junho, na presença do Ministro da Economia, do secretário de Estado do Turismo e do director‑executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT).

ESHTE ABRE MESTRADO E PÓS‑GRADUAÇÃO EM TURISMO ‑ ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE EVENTOS

A ESHTE ‑ Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril está a lançar a 8ª edição do mestrado e pós‑graduação em turismo ‑ especialização em gestão estratégica de eventos. Quem se candidatar até 18 de Julho beneficia de um desconto de 10% no valor da propina.O curso terá início em Outubro (ano lectivo 2014/15), tendo uma grande componente prática, com análise de casos de estudo, realização de visitas técnicas, apresentação de propostas para a realização de eventos e a organização de acções de team‑building. Entre as disciplinas contam‑se Gestão da Componente Logística e Tecnológica, Segurança e Gestão do Risco em Eventos, o Catering em Eventos, as Relações Públicas e Protocolo ou a Gestão Estratégica de Eventos.A 1ª fase de candidaturas está a decorrer até 18 de Julho. A 2ª fase abrirá apenas se existirem vagas, e decorrerá a partir de Agosto.

© PORTO CONVENTION BUREAU

© ESTORIL CONVENTION BUREAU

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INCENTIVOSPORQUÊ MACAU?Venues, hotéis, entretenimento e infra‑estruturas. Nos últimos anos, em mais nenhuma parte da Ásia foram feitos investimentos tão grandes nestas áreas. Macau é assim um dos mais excitantes destinos asiáticos para reuniões e incentivos.A isto há que somar casinos, shows, nightclubs, concertos, exposições, ópera, teatro, cinema e eventos desportivos como o Grande Prémio de Macau. Uma cultura rica, ponte de contacto entre a Europa dos portugueses e a Ásia dos chineses. Uma cidade

que é Património da Humanidade pela UNESCO. A excelente gastronomia, local ou de fusão, e um paraíso para os amantes de compras. Um sistema de vistos gratuito para mais de 70 países, um espaço compacto, onde o tempo pode ser bem aproveitado, e a facilidade de acesso, com a possibilidade de optar pelos aeroportos internacionais de Macau e de Hong Kong, ligados por ferry, a uma distância de 45 minutos.Como tornar a experiência de Macau memorável? Com pelo menos

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PUBLIREPORTAGEM

uma refeição fabulosa, servida num ambiente espantoso. Pratos locais, de Portugal e do Sul da China, combinados com especiarias recolhidas pelos comerciantes portugueses nas viagens marítimas das Descobertas, ao longo das costas de África, da Índia e do Sudeste da Ásia, compõem os sabores característicos de Macau. A comida é um excelente reflexo da comunidade macaense, multicultural e cosmopolita.

DE CASINO EM CASINOOs grupos podem ser divididos em grupos mais pequenos, percorrer diferentes casinos, conhecer as regras dos diversos jogos, e, se quiserem, colocar algumas apostas. Uma adrenalina que faz vibrar Macau, 365 dias por ano.

IMERSÃO CULTURALMergulhe na milenar cultura chinesa, onde terá a oportunidade de aprender sobre a arte antiga do feng shui, a cerimónia do chá, a caligrafia chinesa ou o tai chi.

TOUR EM COLOANEDescubra de bicicleta o lado natural de Macau. Uma actividade de grupo que vai envolver os participantes num jogo de orientação, perfeito para acções de team building.

Para mais informações, contacte:

TURISMO DE MACAUAv. 5 de Outubro, 115 r/c1069‑204 Lisboa217 936 [email protected]

© MGTO

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O QUE CONSIDERAR NUMA CIDADE QUE SE QUER DESENVOLVER ATRAVÉS DOS EVENTOS?I. HÁ QUE COMEÇAR POR COLOCAR QUATRO QUESTÕES.

1. As estratégias que os destinos têm adoptado nos últimos 20 anos para atrair reuniões ainda estão válidas? Não, o modelo não funciona e a abordagem é insustentável.

2. Porque necessitam os destinos de uma estratégia simples, forte e focada? O marketing dos destinos é uma questão de desenvolvimento económico e não de turismo. As reuniões, hoje, são um canal‑chave e eficaz de retorno financeiro.

3. O que tem vindo a acontecer? Tendo em conta as estatísticas conhecidas, temos vindo a assistir ao aparecimento de DMO (Destination Marketing Organizations) e CVB (Convention Bureaux)

com estratégias de marketing com um objectivo claro: atrair o maior número possível de eventos e de delegados. Daí derivou uma explosão no investimento nas infra‑estruturas (aeroportos, estradas, centros de congressos), e no crescimento de feiras (IMEX, EIBTM, etc.) e associações sectoriais (ICCA, MPI, SITE, etc.).

4. Qual é, então, o problema? O modelo de marketing para as reuniões está esgotado. A abordagem tradicional pode ser eficaz por agora, mas há necessidade de reinventá‑la. Os destinos estão a deparar‑se com uma brutal modificação no sector devido à hiper‑competição, aos ciclos económicos, à cultura, à tecnologia e às novas gerações.

OSCAR CEREZALES | RESPONSÁVEL DA ÁSIA/PACÍFICO NO GRUPO MCI

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II. PORQUE NÃO FUNCIONA O MODELO ACTUAL? PRINCIPAIS DESAFIOS.

‑ As actuais estratégias não são centradas no cliente. Os organizadores de eventos procuram uma abordagem diferente, mas colidem com destinos demasiado lentos a responder a estas mudanças de comportamento do cliente. Em termos globais, quase 90% dos DMO e CVB não consegue decidir rapidamente, uma vez que pertencem a entidades regionais ou nacionais de turismo e a ministérios.

‑ Tradicionalmente, os DMO e CVB não têm recursos humanos, técnicos e económicos suficientes, e quando têm não são suficientemente eficazes ou não são bem distribuídos. A verdade é que estas instituições têm recursos a menos, considerando o esforço e o apoio que dão para trazer as reuniões para um destino.

‑ As estratégias para captar eventos não foram actualizadas nos últimos 20 anos (feiras, publicidade, representações, agências, bidding, etc.). Assistimos ao parco uso das novas tecnologias e a poucas campanhas inteligentes nas redes sociais.

‑ Normalmente os destinos adoptam estratégias e mensagens diferentes consoante se trata de eventos corporate ou associativos, mas não usam multicanais com mensagens adaptadas quer a sectores quer a cada canal.

‑ É um jogo de endogamia. Na última década, encontramos as mesmas pessoas, presentes nas mesmas associações, com os mesmos discursos e painéis, o que promove o aparecimento de imitadores.

‑ No processo de atrair uma reunião para um destino, frequentemente a proposta não é bem articulada internacionalmente, porque os papéis da cadeia de valor não estão bem definidos. Uma amálgama de CVB, intermediários (PCO, DMC, RP, marketing), parceiros, fornecedores, câmaras de comércio, etc. tornam o processo complexo.

‑ Os ciclos económicos afectam os destinos. O ecossistema está em sofrimento, por isso os governos exercem uma pressão desesperada por resultados e, com a crise económica, estas estratégias são extremamente importantes para os obter.

III. OPÇÕES TÁCTICAS

Em termos de planos tácticos, as seguintes tendências devem ser tidas em consideração:

‑ Eventos corporate: Procurement, compliance, fragmentação do evento (explosão do número de eventos, mas de menor tamanho);

‑ Eventos associativos: Modelos de outsourcing de longo prazo (preferencialmente PCO), diminuição nas receitas das associações (taxa de delegados e patrocinadores), distribuição de conteúdos (os conteúdos do congresso como um canal de receita);

‑ Eventos corporate e associativos: Consolidação do mercado (menos parceiros, mas mais significativos), ascensão do digital (eventos online e híbridos), responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, design de reuniões.

IV. SOBRE O MARKETING

Os destinos precisam de uma melhor abordagem de marketing. Quais são os conceitos relevantes quando se trata de preparar um plano melhor face a tendências e desafios actuais?

Branding

Os destinos devem tornar‑se uma marca. Hoje a maioria ainda faz um ''jogo de custos". O principal desafio é tornarem‑se um produto diferenciado. O que é necessário? Obviamente, os rankings das tradicionais associações (como a UIA e a ICCA) desempenham um papel relevante. As associações da indústria, os meios de comunicação e as agências têm divulgado relatórios, livros brancos e rankings para ajudar o branding dos destinos (cidades e países). Os destinos devem trazer o argumento de valor "económico" para as suas negociações com os clientes e destacar aquilo que uma associação ou uma empresa terá a ganhar (mais delegados, mais patrocinadores, mais segurança económica?).

Posicionamento

Os destinos devem também definir estratégias, tanto para o posicionamento (criar uma imagem ou identidade na mente do seu mercado‑alvo) e reposicionamento (mudando a identidade do destino como produto, em relação à identidade das cidades/países concorrentes), sempre com o objectivo de reformulação de opinião e de constante evolução do sector.

OPINIÃO

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Como exemplo de um grande exercício de posicionamento, os membros escandinavos da ICCA embarcaram numa empreitada para posicionar a Escandinávia como a primeira região mundial para reuniões sustentáveis.

Competências‑base

Existe a necessidade de uma melhor articulação em torno dos principais activos dos destinos: 'descoberta', compreensão e promoção das principais competências. Hoje, devido à falta de inovação, o “modus operandi” tem sido a cópia de outros destinos. Lembramos que as competências‑base de um destino devem ser factores específicos, fundamentais para o cumprimento de três critérios essenciais: não ser fácil para a concorrência imitar, poder ser amplamente reutilizado por muitos mercados, e contribuir para o benefício real do consumidor final.Tomemos Singapura ou São Paulo como exemplo. Enquanto Singapura se promove como um destino seguro e moderno, de língua inglesa, com boas infra‑estruturas, São Paulo promove o facto de haver uma reunião a cada cinco minutos, a população de 20 milhões como um potencial mercado (delegados), e de se ter tornado a cidade preferida para sedes internacionais na América do Sul.

O novo consumidor

Os consumidores (clientes de associações e empresas) são agora diferentes:‑ Antes: menor preço / Agora: valor total ‑ Antes: procurar mais coisas / Agora: procurar experiências significativas ‑ Antes: receptor passivo das comunicações da marca / Agora: co‑criadores activos de conteúdos, produtos e experiências

V. O QUE OS DESTINOS DEVEM CONSIDERAR DURANTE A EXECUÇÃO DA SUA ESTRATÉGIA DE REUNIÕES

‑ Debata mais sobre branding, menos sobre custos

"O marketing é a arte de construção da marca. Se não se tem uma marca, então é‑se uma mercadoria. Nesse caso, o preço é tudo, e o produtor de baixo custo será o único vencedor.” Philip Kotler, Marketing Estratégico para Instituições Educacionais

‑ Pare de vender os factos e os números

Normalmente, as cidades referem números (quartos de hotel, centros de convenções, restaurantes e companhias aéreas) que são importantes, mas não tão valiosos quanto costumavam ser. A facilidade de acesso dos clientes à informação torna‑a às vezes desnecessária. Em vez disso, torne‑se um contador de histórias.

‑ Defina com precisão o papel de cada elemento da cadeia de valor

Para muitos destinos, o papel de DMO/CVB, câmaras de comércio, agências, centros de convenções e outros, não é suficientemente claro, acabando, por vezes, por se sobreporem. O resultado final é que os clientes são contactados a partir de diferentes partes interessadas, às vezes com mensagens diferentes, mas com o mesmo objetivo. É necessária uma proposta comum de valor da marca.

‑ Número e recursos de DMO/CVB

O paradoxo é que, apesar de existirem inúmeros DMO/CVB, eles não dispõem de recursos (humanos, técnicos, económicos) suficientes. Há uma necessidade urgente de rever o modelo de financiamento de CVB/DMO porque está directamente ligado ao impacto económico.

‑ Destino amigo do 3.0

De acordo com o relatório "Power of 10", lançado em 2012 pelo Grupo IMEX, podemos ler que "daqui a uma década, os papéis mais importantes serão os de designer de eventos, ‘learning architect’ e estratega digital”. Os clientes, os delegados, os membros, os patrocinadores estão a pressionar as associações e corporações para desenvolverem um outro 'tipo' de reuniões, a que chamamos de eventos 3.0. Estes incluem meeting design: uma maior interacção, novos formatos das sessões, criação partilhada, novos layouts, maior envolvimento, conteúdos dirigidos e mais networking.

OPINIÃO

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‑ Criar o ambiente legal/fiscal adequado

Algumas associações e corporações decidem onde ter a sua sede devido ao contexto legal/fiscal. Alguns eventos seguem a mesma lógica. É por isso que certos destinos estão a criar zonas de HQ (headquarters) de associações (como o Dubai que, com uma recente alteração às leis que regem as empresas estrangeiras que lá operam, facilitou o estabelecimento de associações e uma presença comercial. As novas regras permitem que as associações sejam classificadas como organizações sem fins lucrativos e remover barreiras para operações sem fins lucrativos).

‑ Captação de delegados

De acordo com o relatório McKinley sobre associações, atrair os delegados suficientes para os congressos é uma das três principais questões que tiram o sono às associações. Os destinos devem fornecer e/ou facilitar este serviço (normalmente subcontratam‑no), se pretenderem aumentar as hipóteses de atrair um congresso ou organizadores de eventos corporativos B2C.

‑Aposte nas redes sociais

Embora hoje em dia as redes sociais sejam uma plataforma obrigatória para os destinos, muitos seguem estratégias básicas a este respeito, pois os indicadores‑chave de desempenho (interacção com a comunidade, escalabilidade e amplificação) não são bem controlados. Os três principais canais para destinos são o Facebook, o Twitter e o YouTube. Esperamos um aumento noutras plataformas, como o Tripadvisor , Google+ e o Instagram. Há destinos a dar um bom exemplo, com destaque nos rankings das redes sociais do European NTO Digital Benchmark, onde figuram, por exemplo, no top 3 do Facebook: Tourism Ireland, Turespaña e Visit Britain.

VI. O FUTURO: SER MEDIANO NÃO É SUFICIENTE. O STATUS QUO ESTÁ OUT!

Os destinos irão organizar as equipas por sectores da indústria e não por regiões ou pela divisão clássica entre associações e eventos corporativos. No entanto, os clientes precisam de mais preparação do lado do destino. Os destinos vão tornar‑se ou contadores ou criadores de histórias. Os contadores pensam nas histórias como o centro do marketing, no entanto, uma história, pensada separadamente da estratégia do destino, é mais frequentemente expressa através da publicidade. Já os criadores de histórias pensam na sua história como um activo estratégico e uma vantagem competitiva, avançando a narrativa por meio da acção e não da comunicação (empresas como a Red Bull, Starbucks, American Express e IBM).De acordo com um estudo recente da co.collective, os criadores de histórias geram um número 20 vezes maior de menções na comunicação social, em comparação com os contadores de histórias tradicionais.

‑ Os destinos vão comprar eventos

Uma das estratégias fundamentais para manter a concorrência ao longe é tornar‑se dono do evento. Alguns destinos estão a seguir duas tácticas: a criação (por exemplo, juntamente com líderes de opinião e/ou agências e/ou venues) ou simplesmente a compra de eventos existentes.

‑ Os destinos vão promover estratégias inovadoras e disruptivas

A concorrência (entre destinos) trará ao mercado inovações com menores margens brutas, mercados‑alvo menores, produtos mais simples e serviços que podem não parecer tão atraentes quanto as soluções existentes, quando comparados com as métricas de desempenho tradicionais.

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FEIRA DO PATRIMÓNIO.PT RUMA A GUIMARÃESA cidade‑berço de Portugal foi a escolhida para receber a segunda edição da Feira do Património.pt. A escolha do destino tem como objectivo atrair a presença de novos participantes de norte a sul do país, contribuindo para uma maior dinâmica dos territórios envolvidos, salienta a organização. Esta prevê receber na Casa da Memória, no centro da cidade, cerca de 50 expositores e um programa de animação cultural, actividades pedagógicas em contínuo, zonas de descanso e de restauração. As inscrições para expositores já decorrem no site da Feira do Património.pt (www.feirapatrimonio.pt).

A Plataforma das Artes e da Criatividade vai receber o Seminário Internacional “Comunicar Património” e as Heritage Talks. O seminário já tem como presenças confirmadas Nelson Carvalheiro, Travel Blogger 2014; Nigel Macdonald, Non‑sense Interpretation; Odete Patrício, Fundação de Serralves; e Ana Cela, Museu Thyssen‑Bornemisza.O Prémio Internacionalização é uma das novidades do evento. Vai ser criada uma rede de parcerias com salões congéneres europeus ‑ como a AR&PA ‑ Feria de Valladolid (Valladolid, Espanha) e o Salon du Patrimoine (Paris, França) e o prémio consistirá no financiamento (da responsabilidade da Fundação Millennium BCP e da Spira) da inscrição no Salon du Patrimoine

Culturel (Novembro de 2015) das três entidades com a melhor presença e interacção com o público na edição de 2014 da Feira do Património.pt. A votação será feita pelo público visitante e por um júri pré‑seleccionado.Para levar a cabo este evento ímpar no panorama cultural português, a organização procura voluntários. Os interessados, entre os 18 e os 30 anos, podem candidatar‑se também no site do certame.

A Feira do Património.pt decorre de 10 a

12 de Outubro, em Guimarães.

AGENDA

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ESPAÇO APOREP | WWW.APEP‑PROTOCOLO.COM

MUDÁMOS DE SIGLA E DE SEDE, MAS O RESTO CONTINUA TUDO IGUALA Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo foi constituída em 2005, com o objectivo de se dedicar ao estudo e divulgação das normas de cerimonial e protocolo, à sua origem, evolução, influência e finalidade, no âmbito oficial e empresarial, bem como prestar consultoria neste domínio. Para a prossecução dos seus objectivos, a Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo, que se tornou conhecida pela abreviatura APEP, pretendia ainda congregar pessoas que executem tarefas de protocolo ou actividades afins; fomentar a investigação e a partilha de informações neste domínio; promover o intercâmbio com instituições governamentais do país ou do estrangeiro em assuntos pertinentes para o cerimonial e protocolo; promover e apoiar a certificação dos profissionais do sector; organizar congressos, jornadas, simpósios, encontros e reuniões para estudo, debate e esclarecimento de assuntos relacionados com cerimonial, protocolo e organização de eventos; oferecer às empresas associadas serviços de consultoria destinados a apoiar e incentivar o desenvolvimento dos respectivos serviços de protocolo; promover a formação empresarial e profissional neste domínio e publicar trabalhos e estudos com interesse para o sector.Recentemente, por imperativos legais de natureza meramente administrativa, a Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo viu‑se obrigada a alterar a sua designação para APOREP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo, o que foi cumprido, na sequência do deliberado e aprovado por unanimidade em Assembleia Geral realizada em 28 Março de 2014, formalizado por escritura pública em 21 de Abril de 2014. Contudo, apenas mudámos a sigla dado que tudo o resto se mantém inalterável.Apesar das dificuldades inerentes aos projectos associativos em Portugal, a APOREP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo tem desenvolvido um projecto inédito, sendo a única associação desta área no país, tendo conquistado em Portugal e no estrangeiro uma imagem de credibilidade e notoriedade. Para alcançar este prestígio muito tem contribuído a organização anual das Jornadas Internacionais de Protocolo, evento que tem reunido ano após ano em Portugal os mais prestigiados profissionais nacionais e estrangeiros do mundo do protocolo e dos eventos, numa iniciativa única e de reconhecida qualidade.

Com uma presidência que se tem mantido estável e com um percurso consolidado (Isabel Amaral é, além de sócia fundadora, Presidente desde 2005) a APOREP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo vem também prosseguindo no seu percurso de internacionalização. Nesse sentido, e com o objectivo de acompanhar o que de melhor vai acontecendo no universo do protocolo e cerimonial, a APOREP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo tem participado activamente em eventos internacionais, quer como apoiante, quer com intervenções dos membros dos seus corpos sociais em congressos e encontros científicos em vários continentes.Este ano a APOREP ‑ Associação Portuguesa de Estudos de Protocolo vai realizar as IX Jornadas Internacionais de Protocolo, com o apoio do Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, num auditório naquela Faculdade, no próximo dia 18 de Novembro. O encontro será subordinado ao tema “Nos 200 anos do Congresso de Viena. Do Cerimonial Diplomático às regras do Protocolo Contemporâneo”, contanto com a participação de investigadores portugueses e estrangeiros (Espanha e Brasil), elementos do corpo diplomático e profissionais de empresas e autarquias. As jornadas este ano vão integrar áreas mais especializadas, com o objectivo de fomentar a investigação universitária sobre cerimonial e protocolo, seja do ponto de vista da história, do direito, da comunicação ou de outras ciências sociais, respondendo ao desafio que nos foi lançado nas últimas jornadas pelo Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa ao dizer que a nossa Associação tinha “uma enorme tarefa educativa e pedagógica: contribuir para a formação e actualização de todos os profissionais portugueses no domínio do protocolo”.

Cristina Fernandes | Membro da direcção da Associação

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PROLIGHT+SOUND EVENTOS A 360ºApesar de estar vocacionada para a vertente mais técnica dos eventos e dos espectáculos, a Prolight+Sound é uma feira que procura tratar os eventos a 360º. Prova disso são as diferentes conferências que integram o programa e que abordam temáticas como a segurança em eventos, a monitorização de visitantes, a regulamentação dos venues, as redes sociais, a sustentabilidade ou os direitos de imagem, e que contam com a participação dos maiores especialistas alemães, mas não só, das várias áreas.

Nos diversos pavilhões da feira foram apresentadas algumas das novidades para estes dois sectores, sobretudo no que diz respeito aos audiovisuais, efeitos especiais e tecnologia. Nota dominante para as soluções interactivas e as várias aplicações do laser. A maioria dos stands convidava os participantes a experimentar, a tocar, a interagir com as soluções. Havia demonstrações e pequenos espectáculos a toda a hora,

incluindo no exterior, onde os equipamentos eram testados em condições mais realistas. Duas empresas portuguesas, a Norton Audio e a Next, demonstraram a capacidade dos respectivos equipamentos de som num palco montado no exterior da feira. Ao todo foram seis os expositores portugueses a expor na Prolight+Sound. Além da Next (CVA Electrónica) e da NortonAudio, estiveram presentes a Arquiled Projectos de

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Iluminação, a F.E.S. Fábrica Equipamentos Som, a JOCAVI ‑ Acoustic Panels e a Santosom.Bruno Santos, da Arquiled, empresa de iluminação para edifícios e espectáculos, estava satisfeito com o decorrer da feira. “Houve um aumento da qualidade dos visitantes da feira e um interesse real em fazer negócio”. Na Prolight+Sound tiveram a oportunidade de apresentar as principais novidades da marca Quadrant e contactar com compradores dos mercados onde operam, nomeadamente a Alemanha, Turquia e Malásia. O responsável realçou ainda a visita de gestores de eventos e técnicos vindos de Portugal. “A feira está a correr muito bem. Está a ser melhor este ano, com mais profissionais”, contou Hans Weidmann, da Norton Audio, à Event Point durante o certame. Os principais mercados para a empresa são o Brasil, a China, a Alemanha e a Bélgica, mas um dos objectivos da presença na feira é justamente aumentar a quota de mercado na Europa.A Santosom, cujo core business são flight‑cases, aproveitou a Prolight para apresentar a colecção Event, destinada como o

próprio nome indica, ao sector dos eventos. Trata‑se de um sofá e de um bar, cujo transporte é facilitado com um sistema de rodas. O peso não influencia a facilidade de deslocação, informa a empresa. Ambas as peças são produzidas com alumínio polido e apresentam robustez. Podem ser usadas em exterior ou interior. Ao sofá e ao bar podem ser adicionados outros elementos disponíveis, como guarda‑roupas, makeup portáteis com iluminação, mesas, cadeiras e bancos.Ao mesmo tempo que decorria a Prolight+Sound, e porque são sectores que de alguma forma se cruzam, realizou‑se a Musikmesse, feira de música. Nesta estiveram presentes quatro expositores vindos de Portugal, APC Instrumentos Musicais, ARTIMUSICA Instrumentos Musicais, Music Gift e Sons d'Encanto.No total, as duas feiras, que decorreram em Março na Messe de Frankfurt, receberam 110 mil visitantes de todo o mundo, 425 dos quais portugueses.

Cláudia Coutinho de Sousa | A jornalista viajou a convite da Messe Frankfurt

REPORTAGEM

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MERCEDES AGITA O ALGARVEA Team Quatro foi a agência escolhida para coordenar o Global Training, formação da Mercedes que trouxe a Portugal, nos primeiros meses do ano, 15 mil colaboradores da marca de automóveis alemã. O evento decorreu na Herdade dos Salgados, no Algarve. Falámos em exclusivo com João da Silva, da Team Quatro, que lembra que este evento pôs a região no radar dos grandes eventos internacionais, e que apela a uma nova abordagem deste destino.

Que balanço faz a Team Quatro desta acção?

O evento decorreu sem grandes percalços e demonstrou a capacidade do Algarve de acolher movimentos destas dimensões. A meteorologia não foi favorável este Inverno, mas isso faz parte das situações não controláveis. O Inverno foi de facto atípico, pelo que, não se tratando de uma situação habitual para a época, não influenciou a decisão final.

Que condições foi necessário reunir para trazer para Portugal esta acção da Mercedes? Além do alojamento, que outras infra‑estruturas foram usadas?

Perseguíamos este evento há já alguns anos, mas a inexistência de um resort que o pudesse albergar inviabilizava de todo a hipótese de o trazer para Portugal. O início da construção do projecto CS Herdade dos Salgados deu‑nos a esperança de finalmente o evento poder ser feito no Algarve. O resort tem um potencial enorme em relação à concorrência estrangeira pelo facto de ter

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cerca de mil quartos numa curta distância, que pode ser feita a pé. Tratando‑se de um treino mundial de vendas não faz sentido a utilização de um Autódromo, a menos que para fins logísticos. Para alem disso, o projecto CS Salgados foi concebido num formato que permitiu, com facilidade, albergar toda a logística da operação. O aeroporto foi e é, desde sempre, uma infra‑estrutura importante e a flexibilidade do Aeroporto de Faro foi, ao longo dos anos, um factor muito importante na decisão dos clientes ao escolherem Faro para este tipo de operações. A Câmara de Albufeira deu um apoio inestimável a toda a operação, incluindo a facilidade de um parque de estacionamento de grandes dimensões onde, durante dois meses e meio, foi possível aos participantes testarem as novas tecnologias de segurança activa existentes nos novos modelos da marca. Um pormenor estatístico interessante: as viaturas que fizeram o teste de travagem automática perante a aproximação de um obstáculo percorreram, sem saírem deste parque de estacionamento, um total de 2500 Km e fizeram cerca de 11 mil travagens ao longo do evento!!

Pode descrever‑nos em que consistiu esta acção?

Tratou‑se de um treino mundial de vendas, entre 12 de Janeiro e 18 de Abril, incluindo montagens e desmontagens, envolveu um total de 15.560 participantes, oriundos de 89 países, que tomaram parte

num programa com duas noites de estadia por participante (os participantes vindos de destinos mais distantes permaneceram em media mais duas noites) e composto por partes teóricas e práticas sobre quatro modelos da marca.

CERCA DE 20% DOS PARTICIPANTES PEDIRAM CONDIÇÕES PARA FÉRIAS.

Existiu algum programa social paralelo? Foi uma preocupação que, ao partirem, os participantes conhecessem um pouco do Algarve, e não apenas os carros que viram e experimentaram?

Para todos os participantes com estadias mais longas foram organizados programas para os dias pré e pós programa oficial, que compreenderam visitas na região e/ou em Lisboa. A dinâmica e a intensidade do programa não permitiram mais visitas, mas o número de quilómetros percorridos nas estradas da região (1.6 milhões de Km) a velocidades moderadas, deram a possibilidade aos participantes de conhecerem alguns detalhes do Algarve e provocaram o apetite para um regresso privado. É de notar que cerca de 20% dos participantes pediram condições para férias ou aceitaram ser contactados para fins de promoção da região. Uma nota de particular interesse foi a simpática carta escrita pelo senhor Ministro da Economia, a dar as boas‑vindas, e que foi colocada em todos os quartos à chegada dos participantes. Cremos ter sido uma medida sem precedentes e de impacto muito positivo.

Qual a origem dos participantes?

Estiveram envolvidos 89 países e as maiores delegações foram da Alemanha, Espanha, Inglaterra, Itália, França e Holanda, o que quase corresponde, por acaso ou não, aos chamados mercados emissores prioritários definidos por Portugal há muitos anos. Ainda assim, uma enorme percentagem de participantes nunca tinha visitado o nosso país. Digno de nota, o pormenor!

CASO DE ESTUDO

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CASO DE ESTUDO

OS NÚMEROS

15.560 participantes.

89 países.

100 mil almoços e jantares servidos nos hotéis CS Salgados e Vidamar.

300 mil coffee breaks.

O número de elementos da organização totalizou uma média de 120 pessoas por dia, com picos de 300 pessoas durante os primeiros 15 dias de montagens e treinos.

310 viaturas, incluindo 30 de exposição, foram transportadas para Portugal em 47 camiões. 23 automóveis foram colocados com gruas em salas superiores e nos terraços dos Hotéis CS Salgados e Vidamar.

2500 Km percorridos no parque de estacionamento.

11 mil travagens. 1.6 milhões Km percorridos pelos participantes em estradas do Algarve.

Como chegaram até ao Algarve? Todos de avião e em voos regulares?

Aqui reside um ponto bem negativo do destino Algarve. A maioria das pessoas chegou bem porque foram fretados 80 aviões para transportarem participantes. Outros que, pela dimensão dos países, tiveram que usar voos de linha regulares puderam experimentar o significado de até seis horas de espera por uma ligação a Faro. Um dia para se chegar a um destino na Europa é, no segmento MI, insustentável! Esperamos que este evento possa alavancar outros de grandes dimensões que obriguem as companhias aéreas a olhar finalmente para o destino Faro de outra forma.

Consegue dar‑nos números sobre o impacto económico deste evento na região?

É interessante que o impacto económico seja um tema sempre abordado. Aliás a imprensa já mencionou números, não sabemos baseados em que fontes, sobre as receitas deste evento. Nós pensamos que o maior impacto económico na região poderá ter sido a colocação do Algarve, a partir deste momento, no radar dos grandes eventos internacionais, conseguindo reunir em simultâneo, em Vilamoura e nos Salgados, reuniões que até agora teriam sido inviáveis. Seria importante que agora se tirassem as cercas, se juntassem os quintais e se abordasse a região de uma forma global. Este terá sido talvez, para nós, o maior legado da Mercedes para o Algarve. Importante foi ainda a credibilização do empresariado português que, em condições adversas, conseguiu levar para a frente este mega projecto, finalizando projectos (Hotel Vidamar) e reabrindo um resort inteiro durante meses (aqui também os nossos parabéns às equipas de gestão do CS Salgados e do Hotel Vidamar e aos respectivos colaboradores).

Que tipo de fornecedores foi necessário envolver? Recorreram a fornecedores estrangeiros?

Em acções deste género, que se repetem ao longo de anos, são sempre envolvidos fornecedores estrangeiros, não pelo facto de não haver capacidade de resposta em Portugal, mas mais pelo princípio de que “em equipa que ganha não se mexe“. E é mais fácil manter em algumas circunstâncias fornecedores que já são repetentes nestas montagens do que ter de “briefar” todos os anos novas empresas. Ainda assim, hospedeiras, algum pessoal de logística dos automóveis, toda a parte hoteleira, catering, etc. foram recrutados em Portugal. Não mencionamos logicamente o staff adicional, contratado pelos hotéis durante este período, e que permitiu uma acção de formação ímpar, atendendo ao número de pessoas envolvido e à intensidade e standard do evento. Um excelente pormenor para qualquer currículo de um profissional da área da restauração.

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CASO DE ESTUDO

35 ANOS DOS XUTOS & PONTAPÉS COM MEGA‑PALCO NO MEO ARENAOs concertos que comemoraram os 35 anos dos Xutos & Pontapés ficaram marcados pela instalação de um mega‑palco no Meo Arena. A produção criativa do espectáculo esteve a cargo da Tavolanostra Eventos Globais.

Depois de uma reunião de várias horas de toda a equipa dos Xutos & Pontapés, e sem nenhuma ideia que agradasse e fizesse jus a uma ocasião tão simbólica, o manager da banca, Kabeca, decidiu falar com João Garrido da Costa e desafiar a Tavolanostra Eventos Globais a criar o conceito do palco. Começava aqui a história de um mega‑projecto logístico e técnico no Meo Arena. O conceito do

evento teve como epicentro o universo de contentores, enquanto receptáculos de memória. A cenografia procurou recuperar o ambiente industrial. Para criar impacto foram utilizados 50 contentores de carga, grafitados, numa escala absorvente, criando um ambiente imersivo para o público que disse presente nos dois espectáculos. “Quando o João me mostrou o primeiro desenho

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CASO DE ESTUDO

com os contentores fiquei logo rendido à grandeza do palco e daí em diante foi só afinar pormenores”, conta Kabeca à Event Point. O sonho no papel transformou‑se em realidade na arena. Mas não sem antes experimentar algumas dificuldades. “A maior foi encontrar uma empresa que trabalhasse com contentores e que estivesse disposta a levar esta tarefa a bom porto, com custos dentro daquilo que era suportável”, explica Kabeca. A parte logística também foi complicada, nomeadamente, “arranjar gruas que, ao mesmo tempo, pudessem manobrar dentro do Meo Arena e que coubessem no portão de acesso”. No entanto não foram necessários mais recursos humanos do que o habitual. O que exigiu, sim, foi um planeamento muito cuidado. As montagens demoraram um pouco mais. “Só para implantar os contentores precisámos de dois dias”, detalha o manager dos Xutos & Pontapés. Os fornecedores convocados para levar a cabo este projecto foram todos nacionais. “Os Xutos têm por norma tentar fazer tudo primeiro com portugueses e empresas nacionais, e só quando cá não se encontram, é que recorremos ao estrangeiro”, afirma Kabeca.O balanço, segundo o responsável, foi “muito positivo”. “Ninguém (tirando os Xutos e a Tavolanostra) acreditava que se pudessem montar 50 contentores grafitados dentro do Meo Arena, mas quando começaram a ver que estava tudo pensado e dimensionado para tal, aí trabalhamos todos com uma alegria e crença de que realmente iríamos fazer algo único e que não se iria repetir nunca”, confessa.

“Foi sem dúvida nenhuma mágico e

gratificante, e no final todas as pessoas

que viram o espectáculo vieram

dar‑nos os parabéns, não só pelo belo

espectáculo com que os Xutos as tinham

brindado, mas também pelo belo cenário,

nunca antes visto”, remata Kabeca.

FICHA

Evento: Concertos ‑ 35 Anos dos Xutos & Pontapés.Produção criativa: Tavolanostra Eventos GlobaisData: 7 e 8 de Março de 2014Local: Meo Arena, LisboaPromotor: Xutos & Pontapés Produções

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DESAFIOS DE FUTUROA sustentabilidade é, provavelmente, o maior desafio que temos para enfrentar a médio e longo prazo. Uma visão do futuro assente na sustentabilidade exige coerência, consistência e equilíbrio entre progresso social, responsabilidade ambiental e actividade económica (People, Planet, Profit).

Entre muitas possíveis formas de abordagem, elenquei a educação e a cultura como instrumentos fundamentais para um processo de mudança que urge desenvolver nas relações humanas.A educação releva o desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral em termos individuais, enquanto a cultura é inerente a modelos de comportamento e transmissão de conhecimento intergeracional e, cada vez mais, um processo global.O Ser Humano é, de facto, resultado de uma fantástica dinâmica bio‑socio‑psico. Em relação à primeira, não acredito que sejamos

prisioneiros da nossa herança genética, ou que a evolução da nossa espécie seja exclusivamente resultante de conflitos intercelulares. Quanto às competências sociais e psicológicas assumem, para o bem e para o mal, um papel determinante nos modelos de sociedade que criámos. Estas características têm em comum a necessidade de adaptação ao “meio‑ambiente”, que representa uma oportunidade de evolução sustentável quando pomos em prática a nossa capacidade de pensar e agir colectivamente.

PEDRO CARDOSO | DIRECTOR DA THE HOUSE OF EVENTS

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Somos cada vez menos o que comemos,

e cada vez mais o que partilhamos,

sobretudo conhecimento, valores e

modelos de desenvolvimento.

Reitero anteriores escritos sobre conceitos e práticas como a tecnologia social e learning organisations, que podem ser aplicadas no nosso sector. A criação de plataformas regionais, para facilitar a inovação entre múltiplos intervenientes, de forma transversal, à volta de temas e problemas comuns, onde responsáveis do poder local, empreendedores e membros da sociedade civil partilham sensibilidades, aprofundam o conhecimento dos actuais sistemas, para descobrir e criar protótipos de novas ideias e oportunidades de colaboração.A título de exemplo, a criação de uma plataforma multissectorial que reunisse parceiros “equipados” em múltiplas áreas de competência, com disponibilidade e mindset para partilhar conhecimento, permitiria alavancar iniciativas de internacionalização, optimizar recursos, com uma relação custo/eficácia que garanta a sustentabilidade dos modelos de negócio. A implementação de programas de responsabilidade social é outra das acções e medidas que devemos adoptar. A título de exemplo, no âmbito do mercado de eventos relevo a recuperação de património cultural, paisagístico e histórico, a adesão ao programa Carbono 0, com a plantação de árvores para anular emissão de CO2 nos eventos realizados, os donativos a organizações de carácter social, a participação em actividades e trabalhos comunitários, a melhoria da eficiência energética e a gestão de resíduos, a selecção de produtos e serviços locais que respeitem os princípios enumerados.

A inovação tecnológica mudou de

forma radical a forma de pensar e

agir, os códigos de comunicação que

utilizamos, e criou oportunidades

únicas de trabalhar em rede e

potenciar a criação de auto‑emprego,

microempresas, espaços de co‑work.

“Small is really very, very, beautiful”.

O futuro constrói‑se, está nas nossas

mãos fazer com que aconteça de

forma socialmente responsável e

sustentável. A concretização deste

objectivo universal exige apenas que

tenhamos disponibilidade para ouvir

sem preconceito, criar espaço para

diálogo e agir colectivamente.

OPINIÃO

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FESTIVAIS DE MÚSICA E SUAS MARCASEstá a chegar o Verão, o que significa que começou mais uma época de festivais de música um pouco por todo o hemisfério Norte.

Actualmente, existem festivais de música de todos os géneros e formatos, que servem uma multiplicidade de consumidores. Existe, por exemplo, o Festival de Salzburg com uma vertente clássica que, tendo sido inaugurado em 1877, é um dos mais antigos do mundo. Durante cinco semanas ‑ da última de Julho até à última de Agosto ‑, a programação inclui óperas, operetas, concertos de música clássica, dança e ballet, contando, assim, com um público afluente e um impacto económico significativo ao nível local e nacional. De facto, um estudo conduzido pelo Center of Future Studies da University of Applied Sciences de Salzburgo concluiu que o festival foi responsável, em 2011, pela criação, na região, de 200 postos de trabalho permanentes e de 3600 postos de trabalhos temporários. Porém, torna‑se mais relevante a criação de 3200 postos de trabalho indirectos, mas permanentes, no resto da Áustria. O total impacto económico do festival foi calculado como ascendendo aos 276 milhões de euros.Existe outro tipo de festivais de música, como o de Glastonbury, no Reino Unido, que tem também um importante impacto económico. O Festival Glastonbury ‑ com duração de três dias ‑ aposta numa vertente rock e é considerado o maior do mundo, atraindo, diariamente, cerca de 175 mil espectadores. Um estudo da consultora Bakers Associates calculou que o impacto económico do Glastonbury, em 2007, foi de 293 milhões de libras (cerca de 356 milhões de euros).É possível, então, concluir que os festivais são relevantes, não apenas para os seus investidores ‑ que procuram retirar um retorno positivo do investimento ‑, mas também para as localidades onde os festivais decorrem, existindo, assim, um interesse público em apoiar determinados festivais. O suporte público para este tipo de eventos provoca o interesse de mais investidores, que surgem com propostas para novos formatos de festivais, implicando um aumento da concorrência.De facto, e apesar da natureza do Festival de Salzburgo ser totalmente distinta da do Festival de Glastonbury, ambos estão inseridos numa indústria altamente competitiva, uma vez que os festivais concorrem entre si com o objectivo de atrair

visitantes, performers e tratamento preferencial das entidades públicas. Contudo, a actual crise económica está a tornar mais difícil a obtenção de fundos públicos para apoio dos festivais. Simultaneamente, os custos de operação dos festivais têm aumentado, uma vez que os consumidores estão cada vez mais exigentes ao nível da experiência no local, o que implica um aumento do investimento nas infra‑estruturas nos recintos dos festivais de música.Em função dos aumentos de custos de operação e diminuição de subsídios públicos, os empresários vêem‑se forçados a procurar financiamento junto de outras entidades, sendo que, actualmente, esse financiamento materializa‑se em forma de patrocínio de marcas. De facto, não existe hoje um festival de música que não tenha diversas marcas enquanto patrocinadoras.

As marcas têm interesse em associar‑se

a este tipo de eventos porque poderão

retirar proveitos a dois níveis: aumentam

os seus índices de notoriedade e

associam‑se aos valores positivos dos

festivais. Festivais de rock, por exemplo,

são fundamentalmente associados a

valores de juventude, irreverência e

modernidade que, para uma marca, são

valores interessantes.

ESPAÇO IPAM

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O nível de associação entre o festival e a marca irá depender do envolvimento e do investimento da marca. Quanto maior for o patrocínio, maior será a visibilidade que a marca terá durante o evento e, consequentemente, maior vai ser o potencial de associações e notoriedade de marca. O exponencial máximo de envolvimento acontece quando a marca empresta o seu nome ao festival de música, como é o caso do Optimus Alive ou do Super Bock Super Rock. No entanto, este nível de envolvimento e patrocínio leva a sérias questões em relação ao modelo de negócio do evento em si.Estas questões surgem porque existem estudos1 que afirmam que a escolha de consumo de um determinado festival está intimamente ligada à marca do festival. A marca do festival transmite ao potencial consumidor uma expectativa de emoções

que serão sentidas durante o evento e, nesse sentido, estudos indicam que o alinhamento das bandas e o preço não são os elementos mais relevantes no momento da escolha. Estas conclusões implicam que os festivais deverão ser trabalhados em função da sua marca e que um bom trabalho de gestão de marca do festival terá um impacto ao nível do sucesso de bilheteira.A relevância das marcas dos festivais, para atracção de público, levanta a questão do naming. Será que é estratégico e interessante dar o nome de determinada marca aos festivais? Quais os riscos? Por exemplo, como se irá chamar o Optimus Alive quando a marca Optimus desaparecer? Vão utilizar a marca que resulta da fusão da Zon com a Optimus, NOS? O que acontecerá ao Super Bock Super Rock se a Unicer decidir que o investimento no festival deixou de ser estratégico e prioritário? Claramente serão duas marcas de festivais que terão de ser recriadas para cobrir uma determinada oferta, e os custos de criação serão bastante avultados.

Os festivais de música são um fenómeno

de cariz cultural das sociedades

modernas com forte implementação.

Assim, os festivais, pelo potencial

impacto económico, deverão ter uma

gestão de marca clara e eficiente,

para que se consigam estabelecer no

mercado e possam concorrer tanto no

mercado nacional como no internacional.

João Freire | Docente de Marketing no IPAM ‑ The Marketing School

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1. Ver por exemplo:

Leenders, M. (2010) “The relative importance of the brand of music festivals: a customer equity

perspective”, Journal of Strategic Marketing, Vol. 18, No. 4, pp. 291‑301

Minor, M.S., Wagner, T., Brewerton, F.J., & Hausman, A. (2004). Rock on! An elementary model of

customer satisfaction with musical performances. Journal of Services Marketing, 18(1), 7‑18.

Gursoy, D., Spangenberg, E.R., & Rutherford, D.G. (2006). The hedonic and utilitarian dimensions of

attendees’ attitudes toward festivals. Journal of Hospitality and Tourism Research, 30, 279‑294.

JOÃO FREIRE | DOCENTE DE MARKETING NO IPAM ‑ THE MARKETING SCHOOL

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“É FRUTA Ó’ CHOCOLATE…”Este pregão transportará rapidamente muitos de nós para pés na areia, água salgada, olhos semicerrados face à intensidade da luz solar, e para o sacudir rapidamente o açúcar da bola de Berlim que ainda resta nas mãos engelhadas. São com certeza, (boas!) memórias de Verão! Memórias que aguçam os sentidos, que permitem viajar no tempo, e que indubitavelmente remetem para estados de alma saudosistas, como “nessa altura” ou para um “quando eu era criança”...

A verdade é que o pregão multiplicou‑se e desmultiplicou‑se, já não existe só a fruta ou o chocolate, temos uma imensidão de sabores, um mundo de opções, de variedades que nos confundem, de exotismos que nos embaraçam, e de rasgos de criatividade sublimes e surpreendentes.“É fruta ó’ chocolate” cheira a Verão, e Verão é Verão se houver chinelo no pé, sardinha assada no pão e um bilhete na mão, para um qualquer festival.Em boa verdade, foi esta época de festivais de Verão que

reavivou as lembranças do passado, e automaticamente, os neurotransmissores encarregaram‑se do resto! E foi um ‘pulinho’… da oferta de sabores à evolução dos graus de compromisso para com a sustentabilidade nos festivais.À semelhança do que aconteceu ao longo das últimas décadas quanto aos sabores disponíveis, também o ‘compromisso de sustentabilidade’ dos festivais tem assumido diferentes tonalidades de verde, numa palete recheada de soluções. E a

NORMA FRANCO | CONSULTORA EM SUSTENTABILIDADE

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fasquia, para quem se quer posicionar e assumir um compromisso desta (e com a) natureza, está muito elevada. Actualmente são inúmeras as opções de que as organizações dispõem para atingirem objectivos e metas, e é notória a tendência de maior ambição de ano para ano, demonstrando estarem conscientes do princípio de melhoria contínua, havendo, de edição para edição, superações com muita mestria.

Não havendo imposição legal de

utilização destas ferramentas ‘verdes’

na indústria dos eventos, é de destacar

o facto de estas serem consideradas

mais frequentemente como forma de

atrair investimento, patrocinadores

e novos públicos e na maioria dos

casos serem porta‑estandarte da

comunicação dos festivais…Oh! Quem é

que ainda não ouviu um famigerado: “O

festival mais amigo do ambiente”.

PURISTAS OU ILUSIONISTAS?Isto de se utilizar palavras ‘fofinhas’ e mostrar que somos “os mais (qualquer coisa!) ” ou os “melhores” na classe a que se pertence, nem sempre ajuda a tornar o evento mais sustentável. [E que me desculpem os mais ‘distraídos’, mas não é a pintar (literalmente) folhas de jornal de verde, que este fica amigo do ambiente!] De qualquer das formas, e apesar de alguns nem sempre acertarem na fórmula inicial, a verdade e que existe um reconhecimento público claro da importância do tema por parte de todos os stakeholders intervenientes, e é certo que, mais cedo ou mais tarde, a receita adequada (e ajustada à realidade de cada

organização e dos seus objectivos) surge naturalmente como resposta ao contexto de mercado.Muitos dos festivais portugueses reconhecidos pela atitude proactiva e inovadora em matéria de sustentabilidade, começaram a dar os primeiros passos nesta área há cerca de uma dezena de anos, devidamente contextualizados (urbanos /não urbanos) ao ambiente envolvente, e conscientes do poder de acção e de intervenção. Inicialmente com menor grau de liberdade, a intervenção cingiu‑se ao âmbito de responsabilidade directa da organização, tentando‑se caracterizar e trabalhar (na maioria dos festivais) em três grandes áreas‑chave (de efectivos impactes ambientais), como a energia, resíduos e mobilidade. A experiência, as particularidades de cada festival, os desafios que se colocaram, bem com as tendências internacionais, conduziram inevitavelmente ao desenvolvimento de consciência por parte da organização, quanto ao potencial de melhoria de toda a cadeia de valor de um evento, se houvesse lugar à inclusão e mobilização de todos os stakeholders (patrocinadores, fornecedores e parceiros) para a redução de impactes ambientais, sociais e económicos (directos e/ou indirectos). O foco da acção em matéria de sustentabilidade nos festivais tem ganho um maior espectro, e cada vez mais ‘espectadores’ atentos a todas estas questões. Independentemente da génese das motivações que levam ao gizar destes compromissos (preocupações genuínas com a Terra, golpes de comunicação ou puras estratégias de marketing) tem sido crescente a procura de ferramentas reconhecidas que aditam credibilidade e maior transparência ao compromisso de sustentabilidade dos festivais, como a definição de planos de sustentabilidade (auditados ou não por entidades externas), a produção e publicação de relatórios de sustentabilidade (considerando as orientações do GRI), labels que atestam compromisso de neutralidade climática de reciclagem e encaminhamento adequado de resíduos, e mais recentemente a chancela da ISO 20 121 ‑ Sistemas de Gestão de Eventos Sustentáveis. A par destes tantos “sabores”, que na maioria representam custos para as organizações de festivais, foi lançado recentemente pelo BCSD Portugal o ‘Guia para Eventos Sustentáveis’ que, a custo zero, promete “sensibilizar, informar, divulgar e desafiar organizações e indivíduos a melhorarem o desempenho nas diversas atividades associadas aos eventos que promovem, organizam e/ ou patrocinam”1. Não deixe de “experimentar”! É fruta ó’ chocolate?

1. ‘Guia para Eventos Sustentáveis’ do BCSD Portugal: http://www.bcsdportugal.org/publicacoes/guia/

OPINIÃO

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DOSSIÊ TEMÁTICO

“UMA QUESTÃO DE BOM SENSO”O BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável lançou, durante o mês de Maio, um Guia para Eventos Sustentáveis. Decidimos por isso voltar ao tema da sustentabilidade, depois de o termos tratado em Fevereiro de 2009. Estivemos à conversa com Fernanda Pargana, Secretária Geral do BCSD Portugal, apresentamos o exemplo do Andanças e damos a visão da EDP, enquanto patrocinador de eventos.

O GUIAO manual dedicado aos eventos sustentáveis, elaborado pelo Grupo de Trabalho do BCSD Portugal, pode ser descarregado de forma gratuita no site www.bcsdportugal.org. São 60 páginas de dicas e informações sobre como tornar um evento mais sustentável, tendo como caso de estudo o Andanças. “O Guia para Eventos Sustentáveis apresenta algumas ideias práticas do Festival internacional de danças populares porque é um bom exemplo de uma organização que se tem preocupado em melhorar, de edição para edição. É uma forma de os leitores perceberem, com exemplos práticos, o que pode ser feito”, explica Fernanda Pargana, Secretária Geral do BCSD Portugal. Mas este não é o único caso de boas práticas de sustentabilidade. A responsável acredita que os eventos, deste ponto de vista, estão no bom caminho. “Em Portugal já há excelentes exemplos de eventos sustentáveis,

como o Rock in Rio, que recentemente viu reconhecido o trabalho na área da sustentabilidade através da certificação pela norma ISO 20121, que é a norma internacional de sistemas de gestão para a sustentabilidade de eventos”. O Guia responde justamente ao crescimento da indústria dos eventos, com o consequente impacto económico, ambiental e social. “O nosso objectivo é posicionar a sustentabilidade, na gestão dos eventos, como um compromisso que as empresas, sejam organizadores, promotores ou patrocinadores, devem assumir”, refere a responsável. O Guia é um “instrumento de consulta em cada fase da organização do evento. A publicação está desenhada para servir de check‑list para que nada escape”, conta a Secretária Geral à Event Point. A par com o lançamento do Guia, o BCSD Portugal lançou ainda o vídeo “Por onde começar?”, uma espécie de teaser para a leitura do manual.

ANDANÇAS

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DOSSIÊ TEMÁTICO

OS MITOS: CUSTO E TEMPOpassos estamos a inovar na forma de fazer negócios, e a fazê‑lo com a perspectiva da sustentabilidade”. A complexidade em adoptar algumas medidas é uma realidade, mas uma questão menor. “Os eventos, até os de pequena dimensão, devem ser preparados com um elevado grau de rigor e exigência. Ora, não há rigor nem exigência sem complexidade. A sustentabilidade vive de sermos rigorosos e exigentes connosco e com quem nos rodeia. É o casamento perfeito”, sublinha Fernanda Pargana.

ALGUMAS QUESTÕES‑CHAVEQuando se lida com o procurement ou o departamento de compras, às vezes sem grande sensibilidade para determinadas questões relacionadas com os eventos, há alguns argumentos que podem ser utilizados para os convencer a usar produtos e serviços locais. Desafiámos Fernanda Pargana a esgrimir alguns. “Desde logo o impacto na economia local. Quando o evento tem grande dimensão, há uma consequente promoção do crescimento da economia local, através da contratação de fornecedores locais e até da capacidade de gerar empregos”, lembra. Por outro lado há a questão da redução de custos (de transportes), da frescura e da sazonalidade dos produtos. “Outro argumento forte é a confiança que se estabelece entre quem compra e quem vende – o negócio cara‑a‑cara é sempre mais profícuo do que o negócio digital. Por fim, o fortalecimento da comunidade local pode ser avaliado através de metas e indicadores de desempenho de cada uma destas acções”. Pegando na questão do catering, os desperdícios são normalmente um dos aspectos críticos dos eventos. Como lidar com isso? A receita, segundo a Secretária Geral do BCSD Portugal, é trabalhar com fornecedores e organizações não governamentais locais que ajudem a minorar os desperdícios.

Numa época em que os orçamentos são esmiuçados ao cêntimo, em alguns casos, dúvidas como o custo ou o tempo de implementação são atiradas imediatamente. Desde logo o Guia pretende desconstruir este pensamento. Na verdade, conseguir reduzir a factura da energia e da água, duas das premissas‑base dos eventos sustentáveis, é conseguir também reduzir custos. O Guia apresenta dicas para a optimização e poupança dos consumos de água e energia, para a política de compras, para a optimização do transporte de carga e a selecção de fornecedores de transporte ou para sistemas de iluminação eficientes. Se a estes indicadores juntarmos o impacto positivo que conseguimos ter no ambiente, então estamos a dar o primeiro passo para a sustentabilidade”. Aliás, a sustentabilidade pode ser uma oportunidade de negócio para as empresas de eventos. “Dando um exemplo muito concreto, se quisermos atrair estrangeiros para os eventos portugueses, seja para assistirem a um festival de música, seja para organizarem em Portugal um congresso empresarial, a sustentabilidade surge como um argumento muito forte na hora da tomada de decisão. Os estudos indicam que os consumidores, que são os participantes nos eventos, querem que as empresas se envolvam activamente na resolução dos problemas ambientais e das alterações climáticas e que estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços de empresas com este tipo de preocupações”, vinca a responsável. O tempo é outro mito. “Tudo parece complicado e difícil, mas na prática a sustentabilidade é um bom negócio porque obriga as empresas a antecipar os riscos. E tudo começa com o bom senso”, realça a responsável. “Do lado do patrocinador, por exemplo, passa por encontrar respostas a temas como a origem e a composição dos materiais utilizados pelos fornecedores, a política de contratação de colaboradores, os riscos reputacionais dos fornecedores ou as tendências regulatórias com impacto no negócio. Do lado do promotor é importante conseguir perceber como podem evoluir os custos dos materiais, as perspectivas para o preço da energia, a disponibilidade dos técnicos qualificados, a origem dos alimentos ou os desafios regulatórios dos patrocinadores. Ao darmos estes

ANDANÇAS EDP NO ROCK IN RIO 2014

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DOSSIÊ TEMÁTICO

SEIS PERGUNTAS A FERNANDA PARGANAConsidera que esta opção pela sustentabilidade deveria partir de cima, dos destinos que recebem os eventos?

A opção pela sustentabilidade tem de partir de toda a cadeia de valor. Não há responsáveis máximos e absolutos pela sustentabilidade, é um compromisso que tem de partir de todos. Não somos ingénuos ao ponto de pensar que tudo isto se faz com um estalar de dedos, mas acreditamos que as pequenas mudanças também resultam em escala e impacto positivo. É função de todos querer abraçar as oportunidades da sustentabilidade.

Fala‑se sempre em impacto económico, retorno de investimento. Considera que será possível um dia medir o impacto de um evento em termos ambientais e que isso seja um critério para a sua realização, ou não?

As métricas são preocupações que vieram para ficar. Para justificar investimentos e tomadas de decisão, as empresas têm necessidade de medir o que fazem. Tendencialmente, as empresas estão a fazer estas avaliações em termos económicos, mas há bons exemplos de medições dos impactos ambientais e sociais. Não tenho dúvida de que no futuro as medições ambientais e sociais vão estar lado‑a‑lado com as económicas. Isto é, antes de se decidir realizar uma acção, seja um evento ou outra, há que perceber os impactos negativos e positivos do que vamos fazer. Os consumidores e a sociedade em geral vão obrigar‑nos a isso. As empresas têm de evoluir com a sociedade, e a sustentabilidade é uma verdade que não se pode contornar se queremos continuar a ter lucros.

Acha que têm existido falhas no modo como se comunicam estas questões da sustentabilidade, tendo havido um foco muito grande, a certa altura, na compensação da pegada de carbono, que é apenas um dos muitos aspectos em causa?

Sem dúvida que a comunicação dos eventos também tem de evoluir, sob a perspectiva da sustentabilidade. As empresas organizadoras de eventos, com excepções muito positivas, comunicam sobretudo o programa e, por vezes, o alojamento e os transportes. Em alguns casos, a compensação da pegada de carbono. Raramente planeiam a comunicação de forma a difundir outro tipo de mensagens relacionadas com as áreas que envolvem o evento. O potencial de comunicação que a sustentabilidade traz é enorme, basta

pensarmos em mensagens como “o total de empregos gerado pelo evento”, “a política de compras locais do evento”, “a política de eco‑condução a cumprir pelos fornecedores” ou “a eficiência energética aplicada à iluminação e aos equipamentos”. Os exemplos de mensagens de sustentabilidade não têm fim.A quem está envolvido nos eventos, cabe a missão de assumir que os eventos são uma excelente oportunidade para transmitir novos valores de sustentabilidade, boas práticas, tanto dos promotores, como dos fornecedores.

Qual o papel que deve ter a certificação, no caso dos eventos que querem ser sustentáveis?

A certificação tem um papel muito importante. Os consultores e auditores acabam por desempenhar um papel relevante, na medida em que são eles que apoiam a equipa de organização do evento a estabelecer e alcançar metas realistas. E estas metas podem estar relacionadas com aspetos como o consumo de água e energia, a produção de resíduos sólidos, os efeitos sobre a biodiversidade, a taxa de emprego ou a selecção de fornecedores. O sistema de gestão para a sustentabilidade de eventos permite a monitorização consistente do desempenho da organização no âmbito da sustentabilidade, a redução dos custos operacionais, de gestão de resíduos e de emissões e uma maior eficiência no uso dos recursos em toda a cadeia de valor.

A complexidade dos sistemas de certificação é o principal dissuasor, a razão porque poucas entidades aderem a eles? Como tornar estes sistemas mais acessíveis, sem perder rigor?

Não acredito tanto na complexidade, mas sim no desconhecimento. Uma vez mais, é tudo uma questão de bom senso. Não há certificações amigas ou inimigas. A certificação é parte de um processo que a organização do evento tem de fazer. É uma maneira de melhorar a forma de fazer negócios, tendo em vista a sustentabilidade. A sustentabilidade tem a mais‑valia da redução de custos e a certificação também.

Qual tem sido o feedback da parte do mercado quanto à publicação?

É extremamente positivo. Em termos de comunicação digital, nas duas semanas de lançamento e promoção do Guia, o site do BCSD alcançou um pico de tráfego nas visualizações de páginas, com 70% de novos utilizadores. Também o direccionamento de utilizadores vindos das redes sociais, Facebook e Youtube, foi bastante elevado neste período.

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DOSSIÊ TEMÁTICO

PUBLICIDADE

SABIA QUE...Pode medir a pegada de carbono de um evento?

Há várias ferramentas gratuitas e disponíveis online, como é o caso da TerraPass (www.terrapass.com/events‑conferences‑carbon‑footprint‑calculator/)

Com acções simples, sustentáveis, pode reduzir custos num evento?

São várias as dicas no Guia, mas Fernanda Pragana elenca algumas: convidar os participantes do evento a contribuir para a separação dos resíduos; seleccionar fornecedores locais; recrutar colaboradores da comunidade local; optar por fornecedores com frotas mais eficientes; criar soluções de mobilidade através de parcerias; optimizar o transporte de carga; projectar as estruturas e materiais tendo em conta o potencial de reutilização e/ou reciclagem; maximizar a utilização de iluminação e climatização natural; optar por sistemas de iluminação eficientes; optar por equipamentos eléctricos e electrónicos eficientes; apostar pelo design sustentável na hora de criar os efeitos visuais; reutilizar material eléctrico e eletrónico para eventos seguintes; no caso dos brindes privilegiar os materiais produzidos de forma sustentável; apostar no uso de energias renováveis para produzir parte da electricidade necessária ao evento.

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DOSSIÊ TEMÁTICO

ANDANÇAS DÁ O EXEMPLOÉ o exemplo de boas práticas que consta no Guia dos Eventos Sustentáveis. Há vários anos que este festival, organizado pela PedeXumbo, se diferencia pela atitude sustentável e por, a cada edição, adoptar novas iniciativas que corporizam essa atitude. O guia destaca algumas:

. Mini‑ecopontos em todo o recinto

. A “Caneca Andanças” substitui os copos descartáveis

. A “Caneca Andanças” pode ser reutilizada de ano para ano

. Pacotes de açúcar substituídos por açucareiros

. Escolha de ingredientes locais, sempre que possível

. Campanha de sensibilização para a redução do desperdício de comida

. Os restos de comida seguem para compostagem

. As concessões aos fornecedores de alimentação estão dependentes do comprometimento com os princípios de sustentabilidade do evento

. Ausência de merchandising próprio

. Fumadores incentivados a ter um cinzeiro portátil

. Reutilização da água dos duches nos autoclismos

. Incentivo ao consumo de água da torneira

. Sensibilização para as energias renováveis

. Incentivo ao transporte partilhado

SEIS PERGUNTAS A GRAÇA GONÇALVES, DA PEDEXUMBOAcreditam que o desconhecimento impede a adopção de medidas para tornar os eventos mais sustentáveis?

Sim, por vezes alguns eventos não adoptam certas medidas sócio‑ambientais por considerarem que são de difícil (e dispendiosa) implementação, o que muitas vezes não sucede.

O mercado considera, de alguma forma, que eventos ditos verdes ou sustentáveis são mais caros? Qual é a vossa opinião?

Depende das medidas que pretendemos implementar e da forma como as implementamos, a médio e longo prazo, geralmente, levam a uma redução de custos (sobretudo de exploração).

Em termos de tempo despendido, acham que dá mais trabalho organizar um evento com estas preocupações?

Sim, sobretudo nos primeiros anos de implementação de uma nova medida sócio‑ambiental. Depois começa a ser mais simples, tornando‑se mesmo um hábito. Algo que passa a ser exigido pelos participantes.

A preocupação com a sustentabilidade surgiu logo na primeira edição do evento, em 1996?

Sim, no entanto esta sensibilidade tornou‑se mais visível a partir de 2005.

É fácil convencer os fornecedores a adoptarem também eles boas práticas?

Depende dos fornecedores. Por vezes não é simples, mas tem sido na maior parte das vezes possível e até bastante gratificante.

E o público, é fácil sensibilizar? Qual a estratégia?

Sim, o público é o nosso maior aliado. A estratégia passa por fazer bem, degrau a degrau e com coerência.

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DOSSIÊ TEMÁTICO

O PONTO DE VISTA DO PATROCINADOReficiência energética e protecção ambiental, são itens prioritários na nossa abordagem de comunicação com os diferentes stakeholders. A nossa relação com os clientes é, também ela, baseada nesses valores e, como consequência, a comunicação é pensada respeitando esses pilares”. Os eventos consubstanciam esta atitude, procurando lançar “o alerta para uma tomada de consciência real dos problemas ambientais e incentivando às boas práticas éticas nas quais a empresa acredita e valoriza”. E a sustentabilidade vai continuar na agenda e a ser um pilar importante na estratégia, já que faz parte da “actuação diária e é um ponto fulcral no relacionamento próximo com os clientes, com os quais é prioritário fomentar uma relação de transparência e um diálogo de confiança”. O mesmo se passará nos eventos. “Do ponto de vista ambiental, este é um tema que a EDP acompanha de perto e que tem sido um dos focos nas nossas presenças em eventos, com diversas acções que o comprovam: a compensação de CO2, a aposta na iluminação eficiente, a reciclagem de vários elementos que compõem os nossos stands ou o incentivo à mobilidade sustentável”, sublinha fonte oficial da empresa.

Cláudia Coutinho de Sousa

No 10º aniversário do Rock in Rio‑Lisboa a EDP associou‑se ao evento e procurou “marcar a diferença”. A activação da marca apostou na interactividade. “O público teve a oportunidade de ganhar brindes através da participação nas diversas dinâmicas pensadas em exclusivo para este evento. O espaço EDP recebeu Ami James, o famoso tatuador de Miami, que esteve no stand a tatuar alguns convidados e pessoas do público que, através de passatempos, tiveram a oportunidade de gravar para sempre as grandes emoções do evento, com o apoio da EDP, 'a energia oficial da música'”, explicou fonte oficial da empresa. Mas o aspecto mais significativo foi aquele que teve a ver com a aposta na vertente sustentável e que já valeu um Prémio de Sustentabilidade, atribuído pela organização do evento, pela “promoção das boas práticas ambientais e pela sua atitude sustentável dentro da Cidade do Rock”, refere a mesma fonte. Neste âmbito, a marca promoveu várias iniciativas, nomeadamente o apoio à campanha “Eu Vou de Bicicleta”, o EDP Bike Park, a substituição das 170 lâmpadas tradicionais de iluminação pública por lâmpadas eficientes e a iluminação LED do palco EDP Rock Street. A vertente sustentável é um dos pilares da comunicação da EDP. “O compromisso com a sociedade, baseado nos valores da integridade e desenvolvimento da cidadania, aliado aos temas da

PAULO CAMPOS COSTA, EDP, E ROBERTA MEDINA, ROCK IN RIO

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SALVATORE SAGONE

O MENTOR DOS EUROPEAN BEST EVENT AWARDSNo ano em que os European Best Event Awards (EuBEA) mudam de figurino, entrevistamos o grande mentor do projecto, o italiano Salvatore Sagone. O responsável explica o novo conceito e revela as razões da escolha de Sevilha para receber o Festival EuBEA, a 23 e 24 de Outubro.

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Como surgiu a ideia de criar os European Best Event Awards e como vê a evolução dos prémios?

A história dos European Best Event Awards está ligada à dos Italian Best Event Awards. Tudo começou em 2004, quando percebi que não havia nenhuma certificação de qualidade dos eventos e que a indústria local queria um benchmark para comparar e decidir quais eram os melhores eventos e, claro, as melhores agências. Graças ao sucesso atingido em Itália ‑ este ano celebramos a 11ª edição ‑, comecei a pensar sobre se, ao nível europeu, também seria este o cenário. Não havia nenhuns prémios europeus, de modo que em 2006 decidimos lançar os European Best Event Awards. Nos oito anos seguintes o evento tornou‑se cada vez mais importante, tendo‑se inscrito 941 eventos, de 25 países e de 250 agências. No que diz respeito ao futuro, estou muito optimista. Os eventos, enquanto ferramentas de comunicação, são cada vez mais relevantes para criar relacionamento com o público‑alvo. Tal como os media digitais, os eventos são a forma mais moderna de comunicação. Além disso, os EuBEA criaram uma notoriedade e reputação por toda a Europa. Acredito que, apesar da crise que ainda afecta quase todas as economias europeias, os prémios vão continuar a crescer.

Nestes oito anos, que aspectos positivos destaca? E o que poderia ser melhorado?

O aspecto mais importante que destaco são os altos padrões de qualidade na Europa. Isto nas maiores economias, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha, como em Portugal e nos países nórdicos. O que significa que o conhecimento está espalhado por diferentes regiões e os EuBEA são o local onde é possível perceber as diferenças e comparar abordagens. Somos uma espécie de Liga dos Campeões dos eventos, em que os principais critérios do júri são a criatividade, a inovação e o orçamento. Temos de trabalhar mais e melhor junto dos novos países que dão cartas no mercado dos eventos, nomeadamente nos países do leste e sudeste Europeu, da Rússia à Turquia.

Porquê mudar o formato dos EuBEA? Quais os objectivos?

Até ao ano passado reunimos o júri no início de Outubro e organizámos a cerimónia em Novembro. Este ano colocámos a questão: porque não organizar a reunião do júri e a cerimónia no mesmo espaço, e ao mesmo tempo, e adicionar outras

mais‑valias? Decidimos lançar então o Festival EuBEA e tornar a reunião de júri num espectáculo, uma espécie de “Factor X” dos eventos, em que as agências podem apresentar os seus eventos. Estas apresentações estão abertas a delegados, que podem assim ver as diferentes abordagens e votar no Prémio Delegado. Há ainda um Prémio Imprensa. O segundo objectivo é dar aos delegados conteúdos interessantes, e de forma interactiva, graças ao programa que estamos a preparar. Finalmente, queremos criar oportunidades de networking.

Porquê Sevilha?

Nos últimos dois anos, Sevilha participou nos EuBEA e ganhou prémios importantes. Os representantes do Convention Bureau abordaram‑nos com uma proposta para receber o Festival. De uma forma muito amistosa e profissional abriram‑nos as portas da cidade, conscientes de que a 23 e 24 de Outubro vão acolher os melhores profissionais de eventos e aqueles que decidem onde estes se realizam. A proposta foi muito interessante porque disponibilizaram os melhores espaços da cidade e um programa de lazer e networking. Além do mais, Sevilha organizou com sucesso a Expo 92. Para o ano a Expo vai ser em Milão, de modo que poderemos aprender com a experiência.

Podem outras cidades candidatar‑se a receber o Festival?

Claro! O nosso objectivo é que o Festival EuBEA viaje pelas mais importantes cidades da Europa. O que pedimos são os melhores venues e as ferramentas para produzir dois dias de Festival. Estamos abertos a candidaturas, incluindo de Portugal.

E o que vai acontecer aos prémios italianos? Vão seguir um caminho separado?

Sim! Os caminhos seguem separados. A reunião do júri italiano será em Sevilha, mas a cerimónia decorrerá em Milão, em Novembro.

Como está neste momento a indústria em Itália?

Ainda vivemos tempos difíceis. A crise ainda não acabou, os orçamentos continuam a ser espremidos e, por isso, muitas agências ainda estão a sofrer. O investimento em eventos caiu cerca de 800 milhões no ano passado. Mas a importância dos eventos está fora de discussão e este é um bom ponto de partida.

GRANDE ENTREVISTA

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O que mudou nos eventos nos últimos oito anos, considerando que neste período vivemos uma das maiores crises de sempre?

Nos últimos quatro anos, e ainda hoje, confrontamo‑nos com restrições nos orçamentos, redução de comissões, uma maior competição em que o preço decide, com a necessidade de dar explicações para cada euro gasto, e com a revolução do digital. Como resultado disto, e de forma geral, o mercado perdeu o seu valor global e teve que se adaptar muito rapidamente na forma de fazer eventos.

Acha que os clientes dão mais importância aos eventos hoje em dia?

Sim! E isso é visível no estudo que fazemos todos os anos em Itália junto de 300 clientes. O inquérito torna claro que se os clientes têm de cortar orçamento em comunicação, preferem reduzir investimento na televisão, imprensa e nos outros media tradicionais, em favor dos eventos. E, do que falo com colegas, esta é uma tendência em toda a Europa.

O que mudou no papel dos editores? Como vê o futuro das revistas de eventos?

Acho que ainda têm um papel muito importante a desempenhar, que é pôr em contacto a oferta e a procura. E isto pode ser feito através da criação de conteúdos mais interessantes, oportunidades de tornar o contacto real com a organização de eventos. Os editores têm uma grande vantagem: uma base de dados e relacionamentos criados. Cabe‑lhes conseguir produzir conteúdos mais interactivos e envolventes. Como olha para a indústria de eventos portuguesa?

Pela qualidade dos eventos que participam, e ganham, nos EuBEA, tenho a certeza de que Portugal tem um papel importante a desempenhar na arena competitiva da Europa. Há muitas agências qualificadas e clientes muito bem equipados. Do ponto de vista da qualidade, hoje em dia não há países classe “A” ou “B” em eventos. Talvez Portugal, tal como outros países, precise de trabalhar mais na notoriedade e reputação, em termos internacionais.

Que mensagem gostava de deixar às agências portuguesas em relação ao Festival EuBEA?Acho que o mais importante é pensar com um mindset internacional, porque a competição é global. Ganhar um prémio nos EuBEA é uma forma de potenciar a reputação junto dos clientes. Por estas razões acho que as agências portuguesas devem participar com projectos inovadores, sem terem necessariamente grandes orçamentos.

GRANDE ENTREVISTA

DEZ PERGUNTAS A SALVATORE SAGONE

Destino para férias?Montanha, onde quer que seja.

Cidade para viver?Londres.

Tipo de comida?Italiana, claro!

Banda/artista preferido?Bob Dylan.

Filme de sempre?Once upon a time in America (de Sergio Leone).

Mião ou Inter?Nenhum! Sempre Fiorentina.

O evento mais espectacular a que assistiu?O lançamento do novo Fiat 500, em Turim, em 2007.

E o evento pessoal mais importante?O nascimento dos meus gémeos, em Setembro.

Quando pensa em Portugal que palavra lhe vem à cabeça?Autenticidade.

Hobbies?Correr maratonas, andar de bicileta, fazer ski e tocar (muito mal) guitarra.

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O EVENTO QUE VIROU NOTÍCIAO evento terminou. O espaço estava espectacular, o conteúdo foi valorizado por audiovisuais bem colocados na sala, a animação no timing certo e o catering sofisticado, sem ser pretensioso. Os participantes já estão a abandonar o local do evento, aproveitando os painéis de photoshooting para tirarem as famosas selfies que partilharão nas redes sociais. Esta é uma das melhores definições de sucesso para um gestor de eventos. Mas a verdade é que um evento pode ser estendido a milhares (ou até mesmo milhões) de pessoas, através de uma boa estratégia de relações públicas.

ELGAR ROSA | DIRECTOR EXECUTIVO DA PURE ATIVISM

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A importância de mediatizar um evento é evidente. É uma oportunidade, muitas vezes rara, de conquistar espaço nos órgãos de comunicação social com legitimidade editorial. É verdade que nem todos os eventos são mediatizáveis. No entanto, seja por vontade da administração, ou porque o conteúdo não justifica, acontece frequentemente o contrário: Muitos eventos ficam apenas na memória de quem lá esteve. Lembro‑me de um caso em particular. Há uns anos fomos consultados por uma empresa que queria assinalar o seu centenário. A nossa resposta, além de desenhar um evento único que mais tarde veio a ser distinguido com um ouro nos European Best Event Awards, foi desafiar a administração a partilhar com os portugueses o bom exemplo que a sua empresa representava para a nossa economia. E assim aconteceu. No dia do evento, que contou com a presença do primeiro‑ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros, as três estações de televisão de sinal aberto, além de outros jornalistas de rádio e imprensa, acompanharam o evento que gerou perto de uma centena de notícias.

É no entanto importante que nos

lembremos que não basta investir em

eventos para termos notícias. É o conteúdo

que define o grau de mediatização. O

evento e as presenças ilustres apenas

valorizam a mensagem principal.

Mas desenganem‑se aqueles que pensam que mediatizar um evento é simples. Cada evento encerra em si especificidades únicas, que determinam a táctica a seguir na abordagem à comunicação social. Por exemplo, a comunicação de um congresso pode ter uma função de call to action. A realização de entrevistas com keynote speakers e o anúncio de alguns dados de um estudo que será apresentado podem ser determinantes para captar a atenção de mais congressistas e jornalistas. Já um evento com duração de vários dias tem outras implicações. Nestes casos, é quase sempre incontornável a criação de uma sala de imprensa que se assume como o centro nevrálgico da presença dos jornalistas. Recentemente, organizámos um evento internacional que foi um dos mais duros testes à importância de uma sala de imprensa. Por imposição da organização, os jornalistas apenas poderiam acompanhar os trabalhos a partir do press center, o que nos obrigou a montar uma sala que orgulha a nossa capacidade de receber jornalistas nacionais e internacionais. Além de montar

um sistema de transmissão em directo para um ecrã gigante, instalado na sala onde decorria o evento principal, o espaço era dotado de uma régie com saídas de áudio para os jornalistas e uma ligação wireless de grande capacidade, que permitiu aos cerca de 90 jornalistas enviar as suas peças para as respectivas redacções. Do ponto de vista do acesso à informação, tudo foi gerido ao segundo, garantindo‑se o respeito pelos períodos de embargo e timings de fecho de edição ou horários de telejornais. Já um evento desportivo é dos mais complexos que podem existir. A presença de jornalistas pode multiplicar‑se por vários pontos, tais como o local da prova (seja um campo, uma pista, um court, etc.), sala de imprensa, sala de conferência de imprensa, flash interview, zona mista, exterior do recinto, bancada de imprensa e bancada VIP. Garantir questões como visibilidade, segurança e a presença dos atletas nos períodos acordados é determinante para que o trabalho dos jornalistas tenha a melhor qualidade possível.

Como vimos nos exemplos

apresentados, cada tipologia e tema

do evento definem a sua comunicação

muito para além dos momentos

clássicos (pré, durante e pós evento). É

fundamental ter a capacidade de estudar

os vários ângulos de notícia possíveis

e, em função disso, arquitectar em

que momentos e com que órgãos de

comunicação social vamos falar.

Em resumo, comunicar um evento é muito importante porque lhe dá maior latitude. Além de impactar as pessoas que nele participam, permite que outros stakeholders, sejam eles consumidores, investidores, colaboradores ou reguladores, tenham informação sobre o momento que justificou a realização de um evento. Mas antes de enviar um convite, ou um press release, devemos delinear bem os trunfos mediáticos de que dispomos. É que, parafraseando Will Rogers, num evento, seja para convidados ou jornalistas, não há uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão.

OPINIÃO

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AS AUSÊNCIAS EM EVENTOS Como consultora de protocolo para grandes eventos, alerto os organizadores para a possibilidade de haver muita gente que confirmou a presença, mas que pode não aparecer à última hora. Sugiro um plano B do assentamento porque sei que no próprio dia do evento são sempre necessárias alterações em relação ao que ficou estabelecido na véspera. Quando me dizem que sou muito pessimista respondo que o que eu sou, na realidade, é uma optimista com muita experiência…

Não sei se isto acontece em todo o mundo, mas em Portugal os cancelamentos de última hora são a regra e não a excepção. É certo que quem trabalha nesta área já conta com estes imprevistos mas, apesar de sabermos que 10% dos convidados podem faltar, não se encomenda menos comida, nem menos flores, não se imprimem menos ementas e cartões de lugar, não se alugam menos mesas ou cadeiras porque um dia, quem sabe, pode ser que apareçam todos. Uma grande ajuda são os telemóveis que nos permitem estar

em permanente contacto com organizadores e convidados. Estando já no local a receber os primeiros convidados do evento, podemos fazer alterações mesmo em cima da hora. Da minha longa experiência nesta área, o que mais me choca é que haja convidados que, apesar de poderem enviar um mail ou um sms a informar de que “afinal não vão poder estar presentes”, não o façam. Alguns justificam no dia seguinte a ausência (atraso do avião, emergência médica, etc.) mas outros nunca o fazem, pensando que no meio de tanto convidado ninguém dará por isso.

ISABEL AMARAL | CONSULTORA DE PROTOCOLO

© MARIANA TEIXEIRA DA MOTA

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O pesadelo de qualquer organizador

é que no dia seguinte apareça uma

fotografia do evento na comunicação

social mostrando muitos lugares

vazios. A mensagem que passa é

extremamente negativa. Uma solução

possível para evitar estes “buracos”,

por exemplo nas mesas, no caso de

grandes jantares, seria tirar o lugar de

quem falta antes de estarem todos

sentados. Mas como alguns convidados

importantes podem estar apenas muito

atrasados (acontece frequentemente), o

melhor é não retirar lugares.

Deixo aqui alguns conselhos para lidar com estas situações na gestão do seu evento:

1. Sempre que possível mande com um mês de antecedência um “save the date” para que os convidados guardem essa data na agenda. E quando enviar os convites não se limite a escrever R.S.F.F. no canto esquerdo do convite. A maioria das pessoas sabe que esta sigla significa Responda Se Faz Favor, mas muita gente esquece‑se de responder e os organizadores ficam sem saber se vão ter casa cheia ou se podem convidar mais alguém. Contrate um serviço de acompanhamento das confirmações, que ligará para todos os convidados perguntando se podem confirmar a presença, dado tratar‑se de um jantar sentado com lugares marcados, de uma plateia com assentamento protocolar, de um local com lugares limitados, etc. Controle atentamente essa lista de confirmações. Pode ir introduzindo os nomes de outras pessoas que não convidou na primeira fase, mas que poderão ser convidadas através do telefone, enviando depois um convite pró‑memória.

2. Sempre que possível, tratando‑se de um concerto ou de um espectáculo num grande espaço, o convite deverá ser trocado por bilhetes. Isto não evita que no dia do evento existam alguns lugares vazios, mas pelo menos facilita o trabalho de quem tem de “arrumar” muita gente num curto espaço de tempo. As pessoas que faltam até podem ter dado o bilhete a outra pessoa assim evitando que o lugar fique vazio.

3. No caso de haver troca de convites por bilhetes, estabeleça uma data limite para fazer essa troca. Ficará a saber com alguma antecedência quantos bilhetes estarão disponíveis para uma segunda lista de convidados.

4. Não vale a pena irritar‑se com as ausências. Como são inevitáveis, mais vale contar com elas. Lembro‑me de uma vez ter acabado por volta da meia‑noite de fazer o assentamento para uma inauguração de uma fábrica no dia seguinte. O director da empresa comentou “Esta é a versão definitiva da plateia?”, ao que eu respondi, com um sorriso muito doce, que a versão definitiva só lha podia enviar depois do evento ter terminado. Ficou espantado, mas no dia seguinte houve uma ameaça de bomba no avião em que viajavam vários elementos da administração da empresa e tivemos de refazer a primeira fila uma hora antes de o evento começar. Quando se conta com estes imprevistos é fácil lidar com eles. O meu slogan é “Imprevistos, sempre. Improvisos, nunca!”.

5. Quando se trata de um jantar, mais vale entregar cartões de mão do que ter um tripé com os nomes dos convidados e respectiva mesa. No dia do evento, basta ter no tripé (ou em ecrãs LED) o plano da sala com as mesas identificadas e, à medida que os convidados vão chegando, é‑lhes entregue um cartão com o nome deles e o nome da mesa que lhes foi atribuída. No caso de ser possível, esse cartão poderá ter por trás o desenho da planta da sala com uma cruz a identificar a mesa respetiva. Este sistema evita ter um placard com uma folha cheia de nomes tapados com tinta branca e outros nomes escritos à mão à entrada da sala de jantar…

OPINIÃO

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6. Tenha sempre consigo os contactos dos assistentes, assessores ou chefes de gabinete das autoridades que ficam na mesa presidencial ou na fila principal. Numa primeira fila de uma cerimónia que vai ser transmitida nos telejornais não deve haver lugares vazios. Por isso é necessário muitas vezes contactar o assessor de quem ainda não chegou, mas confirmou a presença minutos antes de a cerimónia começar. Se ele lhe disser que a chefia afinal não vai poder estar presente, os organizadores devem decidir quem deve ocupar o lugar vago na primeira fila.

7. Quando se está a fazer a distribuição de convidados pelas mesas na véspera do evento devem colocar‑se sempre 10 pessoas em cada mesa. Oito lugares é o limite para não ficar um espaço muito grande entre todos os que se vão sentar numa mesa. Por isso, se, na véspera do jantar, chegar à conclusão de que existem cinco mesas com apenas oito pessoas, basta distribuir outra vez os convidados e retirar uma mesa do plano. No próprio dia podem faltar mais pessoas e basta tirar um ou dois lugares e alargar o espaço entre os pratos ao colocar a mesa.

8. Leve os cartões de mesa já com os nomes dos convidados agrupados dentro de envelopes com indicação do nome da mesa por fora. Assim será mais fácil perante as comunicações de ausência de ultima hora, trocar de um envelope para outro e não perder o Norte. De cada vez que se muda é como se fosse um jogo de dominó. Sai o Senhor Silva da mesa B para a mesa A, logo o senhor Antunes tem de passar da mesa C para a mesa B e assim sucessivamente.

OPINIÃO

9. Se houver assentamento protocolar leve dentro dos mesmos envelopes o plano de cada mesa. A mesa principal de um jantar formal deve ter sempre todos os lugares preenchidos. Quando a mesa é presidida pelos anfitriões ou pelo anfitrião e um convidado de honra, se faltar alguém à última da hora, a ordem protocolar de assentamento muda. Não basta tirar um lugar, sobretudo se quem faltou era uma autoridade que protocolarmente teria de ficar sentado à direita do anfitrião ou a presidir com ele.

10. Nunca se deve demonstrar irritação

ao receber um telefonema meia hora

antes de o evento começar cancelando

a presença de alguém. Com a voz mais

simpática possível deve agradecer

terem telefonado a avisar porque assim

vai ser possível alterar toda a primeira

fila ou a mesa principal: Mesmo que,

na realidade, esse convidado ficasse

na última mesa ou na última fila, ele

vai ficar arrependido por ter cancelado

tão em cima do acontecimento e da

próxima vez talvez se digne aparecer.

Ou seja, nunca perca a calma e o

sentido de humor, fundamentais para

sobreviver neste admirável mundo da

organização de eventos.

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TENDÊNCIAS NA ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS DESPORTIVOSA Internet trouxe consigo profundas e significativas alterações na forma como as organizações se relacionam com o público‑alvo. A componente tecnológica tem evoluído de tal forma que a rapidez, a diversidade e a personalização da comunicação são cada vez maiores e mais incisivas. Promovem comportamentos de envolvimento favoráveis, não apenas aos objetivos da organização, mas também aos objectivos do consumidor, na medida em que se cria um verdadeiro processo de criação de valor para ambas as partes, onde as marcas, os produtos e os serviços são construídos em conjunto numa óptica de co‑criação entre a organização e o público.

MARCOS CASTRO | GESTOR DE MARKETING NA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE HÓQUEI

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O digital traz inúmeras oportunidades para todos os sectores de actividade, entre os quais o desporto, indústria que, em 2015, segundo dados da PWC (2011), valerá já mais de 140 mil milhões de euros! De facto, independentemente da modalidade ou carácter do evento desportivo em causa, a componente tecnológica permite‑nos elevar de forma significativa o engagement dos nossos fãs, sejam eles nossos clientes ou não. Sim, porque ao contrário do que é a norma noutras actividades, um dos grandes desafios no desporto é transformar fãs em consumidores, ou seja, o elevado grau de envolvimento destes consumidores relativamente a uma determinada modalidade, clube ou atleta, não é, à partida, uma garantia de sucesso do ponto de vista das vendas, uma vez que o consumo destes fãs pode não se traduzir em revenue directo para a nossa entidade.Cabe por isso às organizações que desenvolvem a actividade neste sector, nomeadamente as que desenvolvem eventos, perceber como atrair, conquistar e fidelizar estes fãs através de uma oferta experiencial de entretenimento única e memorável, que suscite um buzz positivo na rede, isto é, que seja amplificada e percepcionada como um must have na ocupação dos tempos de lazer dos consumidores. Não nos podemos esquecer de que o desporto concorre com outras forma de ocupação dos tempos livres igualmente interessantes, como o cinema ou a música, e por isso é essencial encontrar factores de diferenciação face à concorrência.Uma das formas de o fazer é incidir directamente sobre o produto desportivo, nomeadamente o momento, o jogo, no qual duas equipas ou atletas se enfrentam. Por que não começar por mudar algumas regras do mesmo? Tomemos como exemplo o futebol, cujo core product é constituído por duas partes de 45 minutos. Por que não compartimentá‑lo em duas partes de vinte minutos, dando mais descanso aos jogadores, e aumentando a frequência de jogos por semana? Imagina‑se a ter numa só semana cinco ou seis jogos entre Porto e Benfica? Noutras modalidades, envoltas numa cultura diferente, alterar as regras faz todo o sentido, quando estas promovem um espectáculo com mais significado e valor para os fãs, e por isso mesmo com maior probabilidade de aumentar o seu consumo. Haveria mais oportunidades de contacto entre a organização e o seu público‑alvo, que com certeza seriam em muito exponenciadas pela componente tecnológica que está hoje cada vez mais presente nestes eventos. No futebol, assim como noutras modalidades, são cada vez mais os recintos que possuem wi‑fi gratuito, e com isso conseguem providenciar uma extraordinária digital in‑game experience, potenciando uma conectividade total entre os fãs. Com a utilização crescente de dispositivos móveis, o caminho passa por criar uma oferta personalizada a cada um dos consumidores presentes no recinto,

de acordo com a segmentação previamente realizada do perfil dos mesmos, isto é, no pré‑evento, na aquisição do ingresso, onde foram recolhidas informações cruciais sobre o público que estará no jogo, bem como definidas as acções tácticas cruciais que visam maximizar a experiência destes clientes. O fã terá acesso a estatísticas em tempo real num segundo ecrã, a promoções exclusivas no bar ou até a merchandising exclusivo do clube desenvolvido apenas para aquele dia, entre muitas outras hipóteses, gerando‑se um acréscimo adicional de revenue para a organização durante o match day.

É importante perceber que o contacto

com o cliente/fã poderá ser realizado

através de diversos canais, e por isso

torna‑se importante criar e desenvolver

uma consistência adequada em todos

estes pontos de contacto, online e/

ou offline, definindo‑se uma assertiva

e interessante experiência omnicanal,

onde o ADN da marca está presente e é

coerente em todas as ações levadas a

cabo nesta blended reality.

Por último, é necessário perceber de uma vez por todas que o poder de decisão e de influenciar está, mais do que nunca, do lado dos fãs. Passaram a ser interactivos, passaram a emitir opinião (qual prosumers), passaram a ser autênticos embaixadores (ou destruidores) das marcas, e é apenas uma questão de tempo até passarem a ter um papel determinante nas decisões do dia‑a‑dia das mesmas. O empowerment dos mesmos está em marcha acelerada, tratando‑se, contudo, de um processo que está ainda a dar os primeiros passos. No futuro, provavelmente teremos um papel preponderante na escolha do onze inicial da seleção nacional no campeonato do mundo, das substituições que o treinador irá fazer e até das ordens que irá transmitir, durante o jogo, aos atletas. Mais do que nunca estaremos totalmente imersos numa experiência genuína e autêntica que tornará cada evento uma inesquecível e memorável experiência de entretenimento.

OPINIÃO

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TECNOLOGIA

M‑EVENTS: EVENTOS MAIS INTELIGENTESJá imaginou saber qual o comportamento dos delegados ou dos visitantes do seu evento? O que lhes despertou mais a atenção? Para onde se dirigiram primeiro? Que circuito fizeram? Quais os stands mais visitados? As respostas a estas perguntas constituem informação valiosa para os organizadores de eventos. Agora imagine obter estas informações e, ao mesmo tempo, e apoiado na mesma tecnologia, poder comunicar e interagir com os participantes? Grosso modo é o que o M‑Events permite fazer. O M‑events é uma solução da MobilityNow, empresa que se apresenta como “especialista em soluções que unem o mundo offline ao mundo online”. São colocados sensores, os M‑box, em locais estratégicos do evento. Estes equipamentos, que usam a tecnologia NFC*, interagem com os visitantes de modo a que estes tenham um papel activo no evento, desde o momento do check‑in. Estes M‑boxs vão recolhendo inputs dos visitantes, tirando partido dos respectivos telemóveis ou identificadores entregues na credenciação, e vão fomentando a interacção: recolha de material multimédia, registo fotográfico, partilha nas redes sociais, colocação de perguntas, votações ou simplesmente um registo “quero saber mais sobre isto”. No final, o organizador de eventos recebe uma base de dados comportamental que o pode ajudar na comunicação pós‑evento ou em futuras iniciativas.

O serviço M‑Events é personalizável, chave‑na‑mão, sendo que pode também ser adquirido parcialmente, de acordo com os objectivos de cada organizador. A única

* Near Field Communication

especificidade técnica é a existência de um ponto eléctrico para cada M‑box. Se isto não for possível, há a hipótese de serem colocadas baterias.

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TECNOLOGIA

TECNOLOGIA PREMIADA

TRÊS PERGUNTAS A SÉRGIO PINTO, DIRECTOR DA MOBILITYNOW

De que forma esta solução é diferenciadora da restante oferta do mercado?

O organizador do evento tem acesso a um serviço inovador, de simples implementação, que lhe permite estabelecer uma ponte e um canal de comunicação directo a cada um dos visitantes. O M‑events atinge o auge durante o evento (através das diversas possibilidades de interacção que disponibiliza) mas está presente em todas as fases com o objectivo de proporcionar uma experiência uniforme. Adicionalmente, é disponibilizada uma ferramenta ao visitante que lhe permitirá extrair o máximo de valor do evento em seu benefício e tornando‑o numa personagem activa no acontecimento em que participa (o leitor poderá imaginar o cenário de uma votação, de uma dinâmica de perguntas, de pedido de mais informação ou até de troca de contactos, entre outras possibilidades.).Todos os registos e interacções ficam associados a cada um dos participantes, podendo despoletar uma comunicação em tempo real (por exemplo: “o participante X acabou de entrar no evento”, publicação numa rede social ou até projecção num elemento multimédia colocado no local do evento), sendo armazenadas para posterior tratamento e consulta.

Que comportamentos dos visitantes podem ser avaliados?

Todo o sistema está construído para recolher “check‑ins” e despoletar acções pré‑programadas em diversos momentos de cada evento. Sempre que o visitante encontra um ponto de interesse é convidado a accionar o dispositivo e é neste momento que o registo é feito (toda a acção desencadeada por esse registo pode ser personalizada). Desta forma, no final, saberemos quais os pontos de interesse que mereceram maior atenção da parte de cada visitante (e de que visitantes), durante quanto tempo e por que motivo (uma vez que, a cada ponto de interesse, estará associada uma informação/pergunta/votação, etc.).

É possível aplicar a tecnologia a grandes eventos, com grande número de pessoas?

Sim. O serviço foi demonstrado pela primeira vez numa conferência universitária para registo e disponibilização de informação a cada um dos participantes. É actualmente fornecido a empresas privadas (para eventos internos e com clientes) e esteve em demonstração, este ano, no Congresso Mundial de Telecomunicações (Mobile World Congress). Temos neste momento em carteira eventos com mais de 100 mil visitantes.

copo de prova com um chip embutido, rapidamente baptizado como 'copo inteligente', que teve o objectivo de recolher a identificação dos vinhos preferidos de cada visitante (provador)”. Antes do evento, na fase da acreditação, foi associado um copo a cada um dos participantes e no espaço foram colocados dispositivos junto de vinhos e produtores. “O registo acontece quando o provador, simplesmente, encosta o seu copo ao equipamento de cada produtor”. “No final do evento, o visitante recebe um email personalizado com a lista de todos os vinhos provados e com a identificação do produtor que o comercializa”, sublinha Sérgio Pinto.

O M‑Events já foi reconhecido com o 1º prémio no "Wine Business Innovation Summit (WBIS)" com o projeto "Smart Wine Glass" by adegga. Sérgio Pinto explica‑nos em que consistiu a intervenção no evento. A ideia surgiu depois da equipa adegga ter detectado uma necessidade nos eventos de provas de vinho: o facto de quem prova não poder registar facilmente os vinhos e produtores visitados e preferidos. “A experiência da adegga na organização de dezenas de eventos deste tipo fez a diferença e permitiu a identificação de um elemento comum neste tipo de eventos: o copo!” Foi desenvolvida então pela Mobility uma “solução assente num

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PICTURES EXPERIENCE AMPLIFICA O MARKETING FACE‑A‑FACEMais valioso do que uma marca promover‑se nas redes sociais é serem os próprios consumidores a promovê‑la. Todos nós temos tendência para dar mais valor ao que os nossos amigos fazem do que ao que as marcas afirmam. Este conceito está na base do Pictures Experience, um produto que já é utilizado por grandes marcas mundiais (AirAsia, BMW, Coca‑Cola, Nestlé, Nokia, Repsol, etc.) e que chegou agora a Portugal. A acção de marketing é ancorada no simples acto de tirar uma foto. Funciona da seguinte forma:

TIRAR A FOTOUm embaixador/hospedeira da marca associa um cartão com um código de imagem único, tira a foto (grátis) e dá o cartão ao participante. O cartão indica um endereço web a partir do qual a imagem pode ser descarregada. Este cartão pode ter um look e mensagem personalizados sendo ele próprio um elemento distintivo.

RESGATAR A FOTODepois de tirada a foto, os participantes podem aceder ao endereço web personalizado, inscrito no cartão, pelo telemóvel, tablet ou pc, identificam‑se, e resgatam a fotografia.(Depois do evento os participantes podem ir ao website e resgatar as suas fotos. Ao digitar o endereço web inscrito no cartão, são encaminhados para o site personalizado). Depois de terem submetido os dados pessoais, são direccionados para uma página de pesquisa e convidados a responder a algumas perguntas simples. Depois de completada a pesquisa, a imagem está pronta para ser resgatada.

BRANDING DE FOTOSA fotografia é então exibida num site personalizado com a imagem da marca, do slogan, da campanha ou do evento. Os consumidores podem imprimir a foto, guardá‑la ou partilhá‑la com amigos e familiares via e‑mail ou nas redes sociais. A foto vai sempre apresentar uma marca d'água com a imagem da marca. Por isso, onde estiver a foto, está também a marca.

PARTILHA DE FOTOS NAS REDES SOCIAISO processo de resgate de imagem é simples e leva a que os participantes deixem dados valiosos e partilhem a imagem com amigos e familiares. Todos os posts nas redes sociais estão ligados ao site personalizado da marca, de modo a gerar mais tráfego.

Desta forma, em vez de a marca apresentar as imagens dos participantes, cada um deles “fala” sobre a marca, permitindo um potencial de viralidade maior.

MAIS INFORMAÇÕES: [email protected]

Disclaimer: A Pictures Experience é representada em Portugal pela mesma empresa que detém a Event Point.

TECNOLOGIA

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EMPRESAS

ALL2RENT“ALUGUER DE TUDO PARA EVENTOS”A assinatura da all2rent, garantem os seus responsáveis, “é uma promessa que cumprimos todos os dias”, alugar “tudo para eventos”. Material de catering, incluindo uma cozinha completamente equipada, mobiliário iluminado para zonas lounge, e não só, mesas, bancos, poufs e cadeiras, audiovisuais... E se precisar de alguma coisa que não esteja no catálogo, diga‑lhes, porque eles vão tentar surpreendê‑lo.

A empresa é recente, foi criada em Janeiro deste ano, mas os responsáveis, Paulo Costa e Marisa Mesquita, têm vários anos de experiência no sector e conhecem‑no bem. A conjugação entre qualidade e quantidade é aquilo que os pode distinguir. “Não é fácil ter 3.000 cadeiras para colocar num evento, como nós temos”, exemplificam. Os materiais com que trabalham são portugueses ou italianos, “porque valorizamos a resistência e o design”. Realizam serviços no país inteiro, pelo menos no continente, e começam a surgir solicitações da vizinha Galiza, dada a proximidade com a sede da all2rent, que ocupa novas instalações em Leça da Palmeira, junto à Exponor.Conte ainda com o apoio do departamento criativo da empresa. Graças a projetos 3D, pensados de raiz, a all2rent é capaz de lhe mostrar como vai ficar o seu evento, antes ainda de ele acontecer.

PARA MAIS IDEIAS, INFORMAÇÕES:

229 958 [email protected]

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EVENTOS VS CONTINGÊNCIASO mercado nacional de seguros não está muito vocacionado para este tipo de garantias, uma vez que não constituem ramos de "massas" ou, por outras palavras, não existe massa crítica para explorar este segmento, razão pela qual existem operadores fora de Portugal especializados neste tipo de apólices, denominadas de "all risks".

ANTÓNIO HORTA SALVO | DIRECTOR DA BULL INSURANCE

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A principal característica destas apólices de "all risks" é que garantem tudo aquilo que não esteja expressamente excluído.Antes de tentarmos definir este ramo convém apresentar alguns exemplos concretos para termos uma ideia da grande diversidade de situações que podem compor este ramo.

. Cancelamento de um espectáculo por

falta de comparência do artista principal;

. Cancelamento de um espectáculo por

condições climatéricas adversas;

. Abandono ou paragem de uma

produção cinematográfica;

. O valor do excesso de benefícios pelo êxito

inesperado de uma campanha comercial;

. A extensão de garantia a veículos novos;

. A perda de rendimentos em instalações

fotovoltaicas por falta de sol.

Estes são alguns exemplos, mas a variedade é enorme. Não obstante, e apesar da diversidade, podemos verificar três características comuns a todos estes riscos:

. Trata‑se de um conjunto muito amplo e

heterogéneo de produtos de seguros;

. Têm por objecto a cobertura de perdas

pecuniárias, tais como gastos não

recuperáveis, perda de bilheteira ou

compromissos financeiros acordados

contratualmente;

. Impossibilidade de enquadramento

dentro dos ramos tradicionais.

Temos então uma diversidade de seguros cujo objecto é garantir ao segurado a cobertura de possíveis compromissos, compensações ou indemnizações de carácter financeiro contraídas ao assumir riscos não garantidos pelos ramos tradicionais.Se considerarmos o cancelamento de um espectáculo por um motivo coberto pela apólice, estamos na presença de uma cobertura de danos, pelo que serão devidas todas as despesas irrecuperáveis, a perda de benefícios gerados pelo espectáculo, bem como todas as despesas suplementares necessárias para minimizar os prejuízos, entre outras coberturas.Podemos assim dizer que este tipo de apólices constituem a "rede" necessária para que a organização do evento não venha a sentir qualquer turbulência financeira, por uma contingência de que foi alvo.

E importa ainda lembrar que, no

nosso mercado, existem "brokers" a

comercializar este tipo de produtos.

OPINIÃO

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GIRONAPARAÍSO EPICURISTAGirona é uma das mais importantes cidades da região da Catalunha. Não estando longe de Barcelona, ‑ situa‑se a apenas 100 quilómetros‑, surge como uma alternativa a ter em conta para organizar eventos e incentivos. Beneficia de estar na rota do TGV, sendo uma das poucas cidades em Espanha servidas pela linha que une Barcelona a Paris. Mas apesar da proximidade, Girona não está na sombra de Barcelona. Este destino é interessante por si só.

© OSCAR VALL

GIRONA

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A província de Girona está indelevelmente ligada à figura de Salvador Dali. O expoente máximo do surrealismo nasceu em Figueres (Girona) em 1904 e é na província que se encontram grande parte das suas obras. O Teatre Museu Salvador Dalí (Figueres), o Teatre Casa Museu Salvador Dalí Portlligat (Cadaqués), e o Castell Gala Dalí (Púbol), constituem uma espécie de triângulo dedicado a Dali. Mas vamos mais atrás. Fundada pelos romanos, Girona tem um centro histórico, muralhado, com vários pontos de interesse, nomeadamente o Bairro Judeu ‑ um dos mais bem preservados bairros judeus da Europa ‑, monumentos românicos e góticos e espaços barrocos. Destaque para a Catedral de Santa Maria, a Igreja de Sant Feliu e os Banhos Árabes, testemunho da passagem dos mouros por esta região. O centro histórico da cidade pode perfeitamente ser utilizado como cenário de um filme de época, tal o estado de preservação do aglomerado. A Praça da Independência é um dos locais mais centrais e mais frequentados da cidade. O nome está associado à independência de Girona do jugo de Napoleão Bonaparte no início do século XIX. A província, como hoje se conhece, conta com 500 mil habitantes, divididos pelas seguintes regiões: El Alt Empordá, Pla de I'Estany, Selva, Ripollés, Cerdanya, El Gironés, La Garrotxa e El Baix Empordá.

FEIRAS E CONGRESSOSHá vários espaços habilitados a receber feiras e congressos. A Fira de Girona é o maior venue da cidade com capacidade para três mil pessoas. As restantes alternativas são o Palau de Congressos de Girona (1176 pessoas), Palau de Congressos de Roses, Palau de Congressos Gran Casino Costa Brava e Palau de Congressos Olympic, ambos em Lloret de Mar, e Palau d'Esports i Congressos de Platja d'Aro. Há ainda teatros e outros espaços singulares, habituados a receber eventos. A universidade local é um dos grandes promotores de congressos na cidade.

DESTINO INTERNACIONAL

© OSCAR VALL

PALAU DE CONGRESSOS DE GIRONAGIRONA

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O CONVENTION BUREAU ASSINALA AS DEZ RAZÕES PARA FAZER EVENTOS EM GIRONA

1. Espaço natural privilegiado, com mais de 200 quilómetros de costa, a Costa Brava2. A menos de uma hora de Barcelona e de França3. Conexões aéreas com 66 cidades europeias, ferroviárias, com estação de TGV e terrestres4. Experiência gastronómica, com mais de vinte estrelas Michelin5. Espaços singulares para organizar todo o tipo de eventos: castelos, mosteiros, adegas ou monumentos históricos6. Centros de Congressos à medida, para pequenos ou grandes eventos7. Oferta de alojamento ampla e variada8. Paisagem e clima ideal para incentivos por terra, mar e ar9. Património cultural e artístico excepcional, com ruínas greco‑romanas, jóias do românico e referências internacionais como Salvador Dali. 10. Destino recomendado em 2012 pela National Geographic Traveler e pela Frommer’s Travel Guide

INCENTIVOSO entorno da província de Girona convida à realização de incentivos. Existem zonas vulcânicas de grande beleza (Garrotxa); rota das povoações medievais; a Costa Brava e as zonas dos pescadores; as ruínas de Empúries, porta de entrada na península das civilizações grega e romana; os vales das montanhas e dos pré‑Pirinéus e Pirinéus, com uma grande biodiversidade; vários jardins botânicos; e os parques naturais. São muitos os desportos que se podem praticar, nomeadamente aqueles ligados às montanhas e ao mar, mas também o golf, uma vez que a região dispõe de mais de uma dezena de campos. Também a gastronomia e os vinhos fazem parte das mais‑valias desta região. É possível fazer uma rota pelas diversas caves e conhecer o processo de elaboração, fermentação e produção dos vinhos da DO Empordà. E, já noutro registo, abunda a oferta de Spas.Convém não esquecer, claro, a oferta de restaurantes na região, muitos deles com estrelas Michelin. Depois de El Bulli, do chef Ferrán Adriá, ter encerrado, o grande protagonista é El Celler de Can Roca, dos irmãos Roca, que já ostentou o título de melhor do mundo.

DESTINO INTERNACIONAL

PALAU DE CONGRESSOS DE GIRONA BANHOS ÁRABES DE GIRONA

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PROTOCOLO EMPRESARIALUMA DISCIPLINA IMPRESCINDÍVEL, MAS POR VEZES IGNORADANo universo das actividades empresariais, a comunicação eficaz, a cortesia ou a organização de quaisquer eventos, estão intrínseca e inequivocamente relacionadas com a visão que a organização projecta de si própria. A aplicação do protocolo (ou, frequentemente, a sua falta de aplicação...) influencia de tal modo a imagem corporativa que ignorá‑lo poderá revelar falta de sensatez, de pragmatismo e de visão estratégica.

Assim, devem ser estabelecidas regras de conduta a adoptar pelos colaboradores, tendo em vista o bem‑estar comum e a optimização dos recursos. Uma organização não pode prescindir de ser representada pelos seus agentes com correcção, em todas as situações. Deste modo, evita‑se que cada um proceda como melhor entender ou souber (mesmo quando, às vezes, não sabe...), em improvisos que criam grandes disparidades e que transmitem uma imagem de desconcertante desorganização. Todos os colaboradores de uma organização devem comunicar uma mensagem coerente, sem os excessos de uns ou as imprudências e até irresponsabilidades de outros, dado que o que está em causa é a identidade corporativa que a todos cabe salvaguardar!

Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a importância da boa aplicação das regras de protocolo, elencamos algumas áreas em que a sua actuação mais importa:

. Aplicar a legislação oficial sobre matérias de protocolo, designadamente quanto à ordenação de Símbolos Nacionais e pessoas.

CONSULTÓRIO DE PROTOCOLO

. Informar, divulgar, contactar, receber, reunir, negociar (muitas vezes em ambiente multicultural), fazendo do protocolo um instrumento ao serviço da estratégia de comunicação global da empresa e da sua exposição mediática.

. Organizar eventos, estabelecer precedências e determinar presidências e “seating”;

. Contribuir para o correcto relacionamento com “shareholders” e “stakeholders”;

Projectar uma imagem corporativa positiva através da actuação dos colaboradores, aperfeiçoando o desempenho dos profissionais de atendimento, secretariado, área comercial e, mais além, de todos aqueles que possam lidar com o exterior.

O saber gera confiança e a confiança gera negócios!

Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova

SUSANA DE SALAZAR CASANOVA E CRISTINA FERNANDES

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DIRECTÓRIO

AMBIENTE

E)MISSIONLISBOA | 210 157 161 | SERGIO@E‑MISSIONNEUTRAL.COM | WWW.E‑MISSIONNEUTRAL.COM/PT

SMART WATTPORTO | 220 114 366 | [email protected] | WWW.SMARTWATT.PT

ANIMAÇÃO

ADEREÇO PRODUÇÕESPORTO | 225 322 720 | [email protected] | WWW.ADERECO.COM

ASES NA MANGABRAGA | 253 283 483 | [email protected] | WWW.ASESNAMANGA.COM

CONCEPT 4 TALENTSLISBOA | 213 940 242 | [email protected] | WWW.CONCEPT4TALENTS.COM

DJ SOFIA GIÃOLISBOA | 912 272 926 | [email protected] | WWW.DJSOFIAGIAO.COM

FADUSESTORIL | 214 662 550 | [email protected] | WWW.FADUSPECIALEVENTS.COM

MOVE ITCOVA DA PIEDADE | 212 581 980 | [email protected] | WWW.MOVEIT.PT

RITMOS URBANOSLISBOA | 210 168 452 | [email protected] | WWW.RITMOSURBANOS.COM

WINE SOLUTIONSSINTRA | 964 370 633 | [email protected] | WWW.WINESOLUTIONS.COM

ANIMAÇÃO TURÍSTICA

BIG TIMEFÁTIMA | 249 533 770 | [email protected] | WWW.BIGTIME.PT

CAMINHOS DA HISTÓRIATOMAR | 249 302 245| [email protected]

CAMPO AVENTURAÓBIDOS | 262 968 870 | [email protected] | WWW.CAMPOAVENTURA.PT

EQUINÓCIOLISBOA | 210 155 139 | [email protected] | WWW.EQUINOCIO.COM

MARGENSBARROSINHAS | 234 648 571 | [email protected] | WWW.MARGENS.PT

PORTUGAL GREEN WALKSBRAGA | 253 049 450 | [email protected] | WWW.CAMINHOPORTOSANTIAGO.COM

ROTA DO FRESCOVILA NOVA DA BARONIA | 284 475 413 | [email protected] | WWW.ROTADOFRESCO.COM

RUSTITURÉVORA | 266 978 043 | [email protected] | WWW.RUSTITUR.COM

SALSETÚBAL | 265 227 685 | [email protected] | WWW.SAL.PT

TOBOGÃVALONGO | 915 707 938 | [email protected] | WWW.TOBOGA.PT

TURAVENTURÉVORA | 266 743 134 | [email protected] | WWW.TURAVENTUR.COM

VERTENTE NATURALSESIMBRA | 210 848 919 | [email protected] | WWW.VERTENTENATURAL.COM

ARTISTAS E ESPECTÁCULOS

EVERYTHING IS NEWLISBOA | 213 933 770 | [email protected] | WWW.EVERYTHINGISNEW.PT

MÚSICA NO CORAÇÃOLISBOA | 210 105 700 | [email protected] | WWW.MUSICANOCORACAO.PT

RITMOS & BLUESPAÇO D’ARCOS | 214 694 050 | [email protected] | WWW.RITMOSEBLUES.PT

UAULISBOA | 213 303 500 | [email protected] | WWW.UAU.PT

AUDIOVISUAIS

FLYMEDIAMATOSINHOS | 229 545 689 | [email protected] | WWW.FLYMEDIA.PT

MAINVISION MEDIA SOLUTIONSLISBOA | 211 583 053 | [email protected] | WWW.MAINVISION.PT

ADLC AUDIOVISUAISCARNAXIDE | 218 621 440 | COMERCIAL@ADLC‑AV.COM | WWW.ADLC‑AV.COM

AUDINOVALEÇA DA PALMEIRA | 229 961 930 | [email protected] | WWW.AUDINOVA.PT

AUDIOMEIOSVENDA DO PINHEIRO | 219 663 843 | [email protected] | WWW.AUDIOMEIOS.PT

AVKLISBOA | 219 413 530 | [email protected] | WWW.AVK.PT

BACKLIGHTSETÚBAL | 212 349 740 | [email protected]

DIGITAL FRAMEVILA NOVA DE GAIA | 227 870 175 | [email protected] | WWW.DIGITALFRAME.PT

ELECTROAUDIOS.DOMINGOS DE RANA | 214 531 223 | [email protected] | WWW.ELECTROAUDIO.NET

EUROLOGISTIXVILAMOURA | 289 419 199 | [email protected] | WWW.EUROLOGISTIX.PT

SERVICE PACKLEÇA DA PALMEIRA | 229 942 944 | [email protected] | WWW.SERVICEPACK.PT

SMART CHOICELISBOA | 218 681 035 | [email protected] | WWW.SMARTCHOICE.PT

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XVENA ‑ EVENTOS E AUDIOVISUAISLISBOA | 918 394 434 | [email protected] | WWW.XVENA.PT

CATERING

B HOLDINGABÓBODA | 214 658 420 | [email protected] | WWW.BHOLDING.COM.PT

CASA DO MARQUÊSLISBOA | 214 118 152 | [email protected] | WWW.CASADOMARQUES.PT

CATERIALCABIDECHE | 214 608 830 | [email protected] | WWW.CATERI.PT

COOKING LABLISBOA | 911 559 666 | [email protected] | WWW.COOKINGLAB.NET

ENCONTRUSCARREGAL DO SAL | 232 960 200 | [email protected] | WWW.ENCONTRUS.COM

MOJITO BAR CATERINGPAÇO DE ARCOS | 919 186 029 | [email protected] | WWW.MOJITOBARCATERING.COM

PALACE CATERINGPORTO | 707 502 220 | [email protected] | WWW.PALACECATERING.PT

TRÊS SÉCULOSVILA NOVA DE GAIA | 223 742 800 | [email protected] | WWW.TRESSECULOS.PT

TROPICAL CATERINGFUNCHAL | 291 700 840 | [email protected] | WWW.TROPICALCATERING.PA‑NET.PT

CONVENTION BUREAUX/TURISMOS

ALGARVE CONVENTION BUREAUFARO | 289 800 403 | WWW.ALGARVECONVENTION.COM

ESTORIL & SINTRA CONVENTION BUREAUXESTORIL | 214 668 167 | [email protected] | WWW.ESTORILMEETINGS.COM

PORTO CONVENTION BUREAUPORTO | 223 326 751 | [email protected] | WWW.PORTOCVB.COM

TURISMO DA MADEIRAMADEIRA | 291 211 900 | [email protected] | WWW.MADEIRAISLANDS.TRAVEL

TURISMO DE LISBOA VISITORS & CONVENTION BUREAULISBOA | 210 312 700 | [email protected] | WWW.VISITLISBOA.COM

TURISMO DO ALENTEJOGRÂNDOLA | 269 498 680 | [email protected] | WWW.VISITALENTEJO.PT

TURISMO DO CENTRO DE PORTUGALAVEIRO | 234 420 760 | [email protected] | WWW.TURISMODOCENTRO.PT

DESTINATION MANAGEMENT COMPANIES

ABREULINDA‑A‑VELHA | 214 156 115 | [email protected] | WWW.DMCPORTUGAL.ABREU.PT

AIMSLISBOA | 213 245 040 | LISBON@AIMS‑INTERNATIONAL.COM | WWW.AIMS.PT

CITUR TRAVELLINDA‑A‑VELHA | 217 712 610 | [email protected] | WWW.CITUR.PT

DOC DMC SERVICESLISBOA | 213 242 000 | EVENTS@DOC‑DMC.COM | WWW.DOC‑DMC.COM

EVENTS BY TLCLISBOA | 213 213 060 | [email protected] | WWW.EVENTSBYTLC.COM

FORUM D’IDEIAS ‑ PCO & DMCVILA NOGUEIRA DE AZEITÃO | 212 189 393 | [email protected] | WWW.FORUMDIDEIAS.COM

IMAGINE MORELISBOA | 213 628 393 | [email protected] | WWW.IMAGINEMORE.PT

THE HOUSE OF EVENTSPORTO | 228 348 940 | [email protected] | WWW.THE.PT

TOP ATLÂNTICO DMCLISBOA | 218 925 800 | [email protected] | WWW.TOPATLANTICO.PT

TURANGRAANGRA DO HEROÍSMO | 295 401 515 | [email protected] | WWW.TURANGRA.COM

XPTO MARKETINGLOULÉ | 289 417 092 . 961 701 280 | [email protected] | WWW.XPTOMARKETING.PT

ESPAÇOS MULTIUSOS

AVEIRO

EUROPARQUESANTA MARIA DA FEIRA | 256 370 200 | [email protected] | WWW.EUROPARQUE.PT

BRAGA

MULTIUSOS DE GUIMARÃESGUIMARÃES | 253 520 300 | [email protected] | WWW.TEMPOLIVRE.PT

PARQUE DE EXPOSIÇÕES DE BRAGABRAGA | 253 208 230 | [email protected] | WWW.PEB.PT

COIMBRA

CENTRO DE ARTES E ESPECTÁCULOS DA FIGUEIRA DA FOZFIGUEIRA DA FOZ | 233 407 200 | [email protected] | WWW.CAE.PT

FARO

CENTRO DE CONGRESSOS DO ARADEPORTIMÃO | 282 410 440 | [email protected] | WWW.EXPOARADE.PT

PORTIMÃO ARENAPORTIMÃO | 282 410 440 | [email protected] | WWW.PORTIMAOARENA.COM

LEIRIA

CENTRO CULTURAL E CONGRESSOS DAS CALDAS DAS RAINHACALDAS DA RAINHA | 262889650 | [email protected] | WWW.CCC.EU.COM

EXPOSALÃO BATALHABATALHA | 244 769 480 | [email protected] | WWW.EXPOSALAO.PT

LISBOA

AUDITÓRIO DA FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIALISBOA | 217 922 625 | [email protected] | WWW.FMD.UL.PT

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE LISBOALISBOA | 213 224 050 | [email protected] | WWW.ACL.ORG.PT

CAMPO PEQUENOLISBOA | 217 998 450 | [email protected] | WWW.CAMPOPEQUENO.COM

DIRECTÓRIO

Page 75: Event Point 11

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WWW.EVENTPOINT.COM.PT

CASINO ESTORILESTORIL | 214 667 700 | [email protected] | WWW.CASINO‑ESTORIL.PT

CENTRO CULTURAL DE BELÉMLISBOA | 213 612 697 | [email protected] | WWW.CCB.PT

CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOALISBOA | 213 601 400 | [email protected] | WWW.LISBOACC.PT

CENTRO DE CONGRESSOS DO ESTORILESTORIL | 214 647 575 | [email protected] | WWW.ESTORILCONGRESSCENTER.COM

COLISEU DE LISBOALISBOA | 213 240 580 | [email protected] | WWW.COLISEULISBOA.COM

CONVENTO DO BEATOLISBOA | 210 109 923 | [email protected] | WWW.CONVENTODOBEATO.COM

ESTÁDIO ALVALADE XXILISBOA | 217 516 522 | [email protected] | WWW.SPORTING.PT

ESTÁDIO DA LUZ ‑ BENFICA EVENTOSLISBOA | 217 219 565 | [email protected] | WWW.SLBENFICA.PT

FIL ‑ FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOALISBOA | 218 921 500 | [email protected] | WWW.FIL.PT

MEO ARENALISBOA | 218 918 409 | [email protected] | WWW.MEOARENA.PT

PORTO

CENTRO DE CONGRESSOS E EXPOSIÇÕES DA ALFÂNDEGAPORTO | 223 403 024 | [email protected] | WWW.AMTC.PT

DOURO MARINAVILA NOVA DE GAIA | 220 907 300 . 918 501 474 | [email protected] | WWW DOUROMARINA.COM

ESTÁDIO DO DRAGÃOPORTO | 225 083 027 | [email protected] | WWW.FCPORTO.PT

CAVES CALÉM ‑ SOGEVINUS FINE WINESVILA NOVA DE GAIA | 223 746 660 | [email protected] | HTTP://WWW.CALEM.PT

COLISEU DO PORTOPORTO | 223 394 940 | [email protected] | WWW.COLISEUDOPORTO.PT

EXPONORMATOSINHOS | 229 981 400 | [email protected] | WWW.EXPONOR.PT

FUNDAÇÃO DE SERRALVES CONGRESS CENTERPORTO | 226 156 500 | [email protected] | WWW.SERRALVES.COM

MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA VITÓRIAPORTO | 223 401 900 | [email protected] | WWW.TNSJ.PT

SANTARÉM

CNEMASANTARÉM | 243 300 300 | [email protected] | WWW.CNEMA.PT

VISEU

EXPOVISVISEU | 232 422 018 | [email protected] | WWW.EXPOVIS.PT

AÇORES

AÇOR ARENAVILA FRANCA DO CAMPO | 296 539 390 | [email protected]

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE ANGRA DO HEROÍSMOANGRA DO HEROÍSMO | 295 206 120 | [email protected]

MADEIRA

CENTRO CULTURAL E DE CONGRESSOS DE PORTO SANTOPORTO SANTO | 291 980 600

MADEIRA TECNOPOLOFUNCHAL | 291 720 000 | [email protected] | WWW.MADEIRATECNOPOLO.PT

ESTRUTURAS E ALUGUER DE MATERIAL

ALL2RENTLEÇA DA PALMEIRA | 229 958 058 | [email protected] | WWW. ALL2RENT.PT

ALUGOCLIMA (AR‑CONDICIONADO)ALDEIA DE PAIO PIRES | 212 549 550 | [email protected] | WWW.ALUGOCLIMA.COM

MULTILEM (STANDS)AZAMBUJA | 263 400 010 | INFO@MULTILEM,PT | WWW.MULTILEM.PT

DIRECTÓRIO

Page 76: Event Point 11

76

WWW.EVENTPOINT.COM.PT

ALUGU’AQUI (MOBILIÁRIO, LOUÇA)SINTRA | 219 108 003 | [email protected] | WWW.AAQUI.COM

CBSLOUSADA | 255 810 230 | [email protected] | WWW.CBS.PT

EUROPALCO (PALCOS E OUTRAS ESTRUTURAS)MEM MARTINS | 219 605 520 | [email protected] | WWW.EUROPALCO.COM

EVENTPACK (ESTRUTURAS, MOBILIÁRIO, DECORAÇÃO)BRAGA | 253 283 483 | [email protected] | WWW.EVENTPACK.NET

EVIDÊNCIA DISPLAY (STANDS)LISBOA | 214 603 620 | [email protected] | WWW.EVIDENCIADISPLAY.COM

GL EVENTS (MOBILIÁRIO)ALCOCHETE | 212 317 430 | INFO@GLEVENTS‑PORTUGAL.COM | WWW.GLEVENTS‑PORTUGAL.COM

MODELSTAND (STANDS)BRAGA | 253 300 320 | [email protected] | WWW.MODELSTAND.PT

MULTIARCO (AR‑CONDICIONADO)LISBOA | 218 483 740 | [email protected] | WWW.MULTIARCO.PT

PEBÊ DESIGN (STANDS)TERRUGEM | 219 188 720 | [email protected] | WWW.PEBE.PT

PUBLIACÇÃO (ROAD‑SHOW)ALMARGEM DO BISPO | 210 106 295 | [email protected] | WWW.PUBLIACCAO.COM

SIRAM (PALCOS E OUTRAS ESTRUTURAS)FUNCHAL | 291 230 350 | [email protected] | WWW.SIRAM.COM

SPORMEX (STANDS)BRAGA | 253 673 689 | [email protected] | WWW.SPORMEX.PT

FORMAÇÃO

ESCOLA SUPERIOR DE HOTELARIA E TURISMO DO ESTORILESTORIL | 210 040 700 | [email protected] | WWW.ESHTE.PT

ESCOLA SUPERIOR DE TURISMO E TECNOLOGIA DO MARPENICHE | 262 783 607 | [email protected] | WWW.ESTM.IPLEIRIA.PT

ETICLISBOA | 213 942 550 | [email protected] | WWW.ETIC.PT

ISLALISBOA | 808 203 544 | [email protected] | WWW.ISLA.PT

RESTARTLISBOA | 213 609 450 | [email protected] | WWW.RESTART.PT

FOTOGRAFIA E VÍDEO

MINIFOTOLISBOA | 217 567 330 | [email protected] | WWW.MINIFOTO‑ESTUDIO.COM

FABRICE ZIEGLERLISBOA | 218 877 719 | [email protected] | WWW.FABRICEZIEGLER.COM

NV STUDIOPORTO | 226 180 741 | [email protected] | WWW.NVSTUDIO.PT

HOTÉIS

AVEIRO

PALACE HOTEL BUSSACOLUSO | 231 937 970 | [email protected] | WWW.ALMEIDAHOTELS.COM

BEJA

BEJA PARQUE HOTELBEJA | 284 310 500 | [email protected] | WWW.BEJAPARQUEHOTEL.COM

BRAGA

MELIÃ BRAGABRAGA | 253 144 000 | [email protected] | WWW.MELIABRAGA.COM

BRAGANÇA

HOTEL SÃO LÁZAROBRAGANÇA | 273 302 700 | COMERCIAL.HSL@HOTEIS‑ARCO.COM | WWW.HOTEIS‑ARCO.COM

COIMBRA

HOTEL QUINTA DAS LÁGRIMASCOIMBRA | 239 802 380 | [email protected] | WWW.QUINTADASLAGRIMAS.PT

HOTEL VILA GALÉ COIMBRACOIMBRA | 239 240 000 | [email protected] | WWW.VILAGALE.PT

ÉVORA

HOTEL MAR DE ARÉVORA | 266 740 700 | [email protected] | WWW.MARDEARHOTELS.COM

FARO

CROWNE PLAZA HOTELVILAMOURA | 289 381 600 | [email protected] | WWW.CROWNEPLAZAVILAMOURA.COM

CS SALGADOS GRANDE HOTELALBUFEIRA | 289 598 331 | [email protected] | WWW.CSHOTELSANDRESORTS.COM

LE MERIDIEN PENINA GOLF E RESORTPORTIMÃO | 282 420 200 | [email protected] | WWW.LEMERIDIENPENINA.COM

SHERATON ALGARVE HOTEL & RESORTALBUFEIRA | 289 500 100 | PINECLIFFS.RESERVATIONS@LUXURYCOLLECTION.COMWWW.SHERATONALGARVE.COM

TIVOLI MARINA DE VILAMOURAVILAMOURA | 289 303 303 | [email protected] | WWW.TIVOLIHOTELS.COM

LEIRIA

MARRIOT PRAIA D’EL REY & BEACH RESORTÓBIDOS | 262 905 100 | INFO.PDR@MARRIOTT‑PDR.COM.PT | WWW.PRAIA‑DEL‑REY.COM

LISBOA

ALTIS GRAND HOTELLISBOA | 213 106 000 | [email protected] | WWW.ALTISHOTELS.COM

DIRECTÓRIO

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WWW.EVENTPOINT.COM.PT

CORINTHIA LISBOA HOTELLISBOA | 217 236 363 | [email protected] | WWW.CORINTHIAHOTELS.COM

DOUBLETREE BY HILTON LISBON ‑ FONTANA PARKLISBOA | 210 410 600 | [email protected] | WWW.DOUBLETREE.COM

HOTEL CASCAIS MIRAGEMCASCAIS | 210 060 600 | [email protected] | WWW.CASCAISMIRAGE.COM

HOTEL REAL VILLA ITÁLIACASCAIS | 210 966 000 | [email protected] | WWW.REALHOTELSGROUP.COM

LISBON MARRIOTT HOTELLISBOA | 217 235 400 | [email protected] | WWW.MARRIOTT.COM

PALÁCIO ESTORILESTORIL | 214 648 000 | FRONT‑[email protected] | WWW.PALACIOESTORILHOTEL.COM

PESTANA PALACELISBOA | 21 361 56 00 | [email protected] | WWW.PESTANA.COM

RITZ FOUR SEASONS HOTEL LISBOALISBOA | 213 811 400 | [email protected] | WWW.FOURSEASONS.COM/LISBON

VIP EXECUTIVE ART’SLISBOA | 210 020 400 | [email protected] | WWW.VIPHOTELS.COM

PORTO

PORTO PALÁCIO CONGRESS HOTEL & SPAPORTO | 226 086 600 | [email protected] | WWW.PORTOPALACIOHOTEL.PT

POUSADA DO PORTOPORTO | 225 311 000 | [email protected] | WWW.POUSADAS.PT

SHERATON PORTO HOTEL & SPAPORTO | 220 404 000 | [email protected] | WWW.SHERATONPORTO.COM

THE YEATMANVILA NOVA DE GAIA | 220 133 100 | [email protected] | WWW.THEYEATMAN.COM

TIARA PARK ATLANTICPORTO | 226 072 500 | RESERVAS.PORTO@TIARA‑HOTELS.COM | WWW.TIARA‑HOTELS.COM

VIANA DO C ASTELO

FLÔR DE SALVIANA DO CASTELO | 258 800 100 | [email protected] | WWW.HOTELFLORDESAL.COM

V I L A R E AL

VIDAGO PALACE HOTELVIDAGO | 276 990 900 | [email protected] | WWW.VIDAGOPALACEHOTEL.COM

VISEU

HOTEL MONTEBELOVISEU | 232 420 000 | [email protected] | WWW.MONTEBELOVISEU.PT

AÇORES

HOTEL AÇORES ATLÂNTICOPONTA DELGADA | 296 302 200 | [email protected] | WWW.BENSAUDE.PT

MADEIRA

HOTEL SAVOYFUNCHAL | 291 213 000 | [email protected] | WWW.SAVOYRESORT.COM

THE VINE HOTELFUNCHAL | 291 009 000 | [email protected] | WWW.HOTELTHEVINE.COM

ORGANIZADORES PROFISSIONAIS DE CONGRESSOS

FACTOR CHAVEALGÉS | 214 307 740 | [email protected] | WWW.FACTORCHAVE.COM

ACRÓPOLEPORTO | 226 199 680 | GERAL@ACROPOLE‑SERVICOS.PT | WWW.ACROPOLE‑SERVICOS.PT

CI ‑ CONGRESSOS E INCENTIVOSSINTRA | 219 246 342 | [email protected] | WWW.CI‑CONGRESSOS.COM

CPL MEETINGS & EVENTSCASCAIS | 214 003 540 | [email protected] | WWW.CPLEVENTS.PT

LEADING ‑ CONGRESS & ASSOCIATION MANAGEMENTLINDA‑A‑VELHA | 217 712 634 | [email protected] | WWW.LEADING.PT

MUNDICONVENIUSLISBOA | 213 155 135 | [email protected] | WWW.MUNDICONVENIUS.PT

SKYROSPORTO | 226 165 450 | SKYROS@SKYROS‑CONGRESSOS.COM | WWW.SKYROS‑CONGRESSOS.COM

ORGANIZADORES DE EVENTOS

DESAFIO GLOBAL ATIVISMLINDA‑A‑VELHA | 214 149 550 | [email protected] | WWW.DESAFIOGLOBAL.ATIVISM.PT

S.V. EVENTOS & COMUNICAÇÃOCORROIOS | 212 550 057 | [email protected] | WWW.SVEC.COM.PT

XPTO MARKETINGLOULÉ | 289 417 092 . 961 701 280 | [email protected] | WWW.XPTOMARKETING.PT

AA.COMLISBOA | 211 929 707 | GERAL@AA‑COM.PT | WWW.AA‑COM.PT

DIRECTÓRIO

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WWW.EVENTPOINT.COM.PT

ACTING OUTLISBOA | 214 544 355 | [email protected] | WWW.ACTINGOUT.PT

BEST EVENTSBRAGA | 253 204 053 | [email protected] | WWW.BESTEVENTS.PT

KRIAEVENTOSLISBOA | 217 955 424 | [email protected] | WWW.KRIAEVENTOS.PT

LINEUPLISBOA | 213 303 734 | [email protected] | WWW.LINEUP.PT

MERCADO DA CULTURAOEIRAS | 214 410 448 | [email protected] | WWW.MERCADODACULTURA.PT

NEW EVENTSLISBOA | 213 303 768 | [email protected] | WWW.NEWEVENTS.COM.PT

PMP PRODUÇÕESLISBOA | 218 619 375 | [email protected] | WWW.PMPEVENTOS.COM

PRESTÍGIOLISBOA | 213 839 600 | [email protected] | WWW.PRESTIGIO.PT

SFORILISBOA | 217 604 839 | [email protected] | WWW.SFORI.COM

TAVOLANOSTRA EVENTOS GLOBAISARGANIL | 235 203 029 | [email protected] | WWW.TAVOLANOSTRA.COM

THE DREAMERYLISBOA | [email protected] | WWW.THEDREAMERY.PT

THE EVENTLISBOA | [email protected] | WWW.THEEVENT.PT

UPPARTNER ‑ COMUNICAÇÃO DE MARKETINGLISBOA | 210 410 100 | [email protected] | WWW.UPPARTNER.PT

PIROTECNIA

MACEDO’S PIROTECNIALIXA | 255 483 999 | [email protected] | WWW.MACEDOS.COM.PT

SAÚDE

CRUZ VERMELHA PORTUGUESALISBOA | 213 913 932 | [email protected] | WWW.CRUZVERMELHA.PT

FEMÉDICABELAS | 211 975 723 . 919 704 779 | [email protected] | WWW.FEMEDICA.PT

SEGURANÇA

2045MALVEIRA | 219 663 070 | [email protected] | WWW.2045.PT

JOSÉ PIMENTEL FURTADO917 726 269 | [email protected]

SOFTWARE DE GESTÃO DE EVENTOS

EVENT SERVICESVILA NOVA DE GAIA | 220 932 947 | [email protected] | WWW.EVENTSERVICES.PT

TZIRANDALISBOA | 213 140 983 | [email protected] | WWW.TZIRANDA.COM

TRANSPORTES

DOURO AZULPORTO | 223 402 500 | [email protected] | WWW.DOUROAZUL.PT

FIDALGUIALISBOA | 219 566 359 | [email protected] | WWW.FIDALGUIA.PT

FROTA AZULOLIVAL BASTO | 219 380 400 | GERAL@FROTA‑AZUL.PT | WWW.FROTA‑AZUL.PT

GRUPO BARRAQUEIROLISBOA | 217 511 900 | [email protected] | WWW.BARRAQUEIRO.COM

OUTROS SERVIÇOS

BULL INSURANCELISBOA | 218 522 183 | ASALVO@BULL‑INSURANCE.COM | WWW.BULL‑INSURANCE.COM

ASSER.BIZ GESTÃO DE INFORMAÇÃOMATOSINHOS | 938 297 575 | [email protected] | WWW.ASSERBIZ.COM

FCO.SÃO JOÃO DA MADEIRA | 256 200 929 | [email protected] | WWW.FCO.PT

HELLO MOVEMENTLINDA‑A‑VELHA | 969 978 984 | [email protected] | WWW.HELLOMOVEMENT.COM

MESSE FRANKFURTLISBOA | 217 939 140 | [email protected] | WWW.MESSEFRANKFURT.COM

DIRECTÓRIO

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WWW.EVENTPOINT.COM.PT

EVENT LABCOMO VÃO SER OS PRÓXIMOS EVENTOS?

Quer ouvir a opinião e debater com oradores nacionais e estrangeiros, vindos de

algumas das mais importantes agências europeias?

EM SETEMBRO VAMOS TER UM ENCONTRO QUE NÃO VAI QUERER PERDER.

Mais informações, em breve, no nosso site, www.eventpoint.com.pt

Uma acção organizada pela Event Point e pela Event Lover

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