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20 EM DESTAQUE INTERNATIONAL & EUROPEAN ASSOCIATIONS CONGRESS: RENDIDOS AO ESTORIL Paris que se prepare pois não vai ser fácil igualar a qualidade do International & European Associations Congress 2013 (ACIE), que se realizou no mês de Abril (21 a 23) no Estoril. Damian Hutt, director do congresso, era no final um homem visivelmente satisfeito. “Foi um grande sucesso, não poderia ter sido melhor. Fomos muito bem acolhidos no Estoril”, sublinha o responsável. Do feedback transmitido pelos delegados, a componente educacional foi realçada, assim como as oportunidades de networking. © RUI LUÍS ROMÃO . EVENT POINT

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EM DE S TA QUE

INTERNAT IONAL & EUROPEAN ASSOCIAT IONS CONGRESS : RENDIDOS AO ESTORILPar is que se prepare pois não vai ser fáci l igualar a qual idade do In terna t ional & European Associa t ions Congress 2013 (AC IE ) , que se real izou no mês de Abr i l (2 1 a 23) no Es tor i l . Damian Hut t , d irec tor do congresso , era no f inal um homem v is ivelmente sa t is fei to . “Foi um grande sucesso , não poder ia ter s ido melhor. Fomos mui to bem acolhidos no Es tor i l ”, subl inha o responsável . Do feedback t ransmi t ido pelos delegados , a componente educacional foi realçada , assim como as opor tunidades de network ing .

© R U I L U Í S R O M Ã O . E V E N T P O I N T

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W W W . E V E N T P O I N T . C O M . P T

EM DE S TA QUE . I N T E R N A T I O N A L & E U R O P E A N A S S O C I A T I O N S C O N G R E S S : R E N D I D O S A O E S T O R I L

https://vimeo.com/64903017

Também Linda Pereira, anfitriã e presidente do congresso, estava satis-feita com o evento. “Estou super feliz”, dizia à Event Point a directora da CPL Meetings & Events. “Termos mais de 700 associações representadas, com um potencial de 8500 congressos. Não preciso de dizer qual é o impacto para este destino”, refere Linda Pereira. A responsável apenas lamenta a ausência “do país”. “O país não esteve presente e a maior crítica aqui vai para o Turismo de Portugal. Não estiveram presentes, não apoiaram, não se envolveram”.

https://vimeo.com/64903017

E foram vários os destinos que disse-ram “sim” ao evento, desde a Austrália, passando pela África do Sul ou pela Malásia, até aos países europeus, Eslovénia, Alemanha, França, Suíça, para citar apenas alguns.

A SURPRESA : MILTON SOUSA

que a melhor caracterização de um grande líder é ser um servidor.O segundo dia contou com Dame Helen Alexander como keynote. Alexander é chairman da UBM, Port of London Authority e Incisive Media. É ainda directora não-executiva da Rolls-Royce. Foi até 2008 directora do grupo #e Economist. “É extre-mamente importante ter os olhos e ouvidos bem abertos para perceber o que acontece no mundo. Os líderes têm de olhar para a frente, para os obstá-culos de amanhã, procurar os sinais e capitalizar”, alerta. Em 2013 vivemos o problema do crescimento económico, que é muito frágil. Este outlook económico é a “nova normalidade” Os membros das associações vão querer mais por menos. “E isso é razoável”, diz Dame

O organizador das Conferências do Estoril foi o keynote speaker do primei-ro dia de trabalho, e impressionou os delegados com uma comunicação sobre o papel das associações no mundo ac-tual. Podem as associações fazer a dife-rença? Há razões que indicam que sim: o mundo “networked” em que vivemos; o facto do trabalho ser cada vez mais orgânico; da conexão ser poder; a ne-cessidade de conhecimento; o fenómeno “glocality” (global + local), a liderança facilitadora, a abertura à inovação. Resta saber que mundo queremos... O sector corporate devia (vai) tornar-se mais parecido com o associativo, caracterizado pela visão e propriedade partilhada, pela liderança facilitadora e os capítulos como unidades semi-autó-nomas. O papel do líder foi amplamente tratado por Milton Sousa, que acredita

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C INCO PERGUNTAS A DAME HELEN ALEXANDER

Que papel cabe às associações nestes tempos conturbados?Acho que a necessidade humana de aprender, de partilhar, do contacto presencial é muito importante. As associações têm tudo isto na sua essência e, no contexto da economia, o facto de serem um centro de conhecimento e excelência numa deter-minada indústria, área científica ou em qualquer outra actividade, dá às pessoas a possibilidade de saberem onde se dirigir, onde procurar a informação. E isto é particularmente importante quando os tempos são tão difíceis.

Além dos económicos, que outros desafios enfrentam neste momento as associações?A mudança estrutural para um mundo digital é algo com que toda a gente tem que lidar. Se é um editor, ou na verdade em qualquer tipo de empresa, há impacto da tecnologia digital. E isso não é menos verdade, pelo contrário, no caso das asso-ciações, porque são ao mesmo tempo fornecedores de informação e organizações constituídas por membros e isso tem exigências muito particulares, que implicam mudanças estruturais.

Falou na sua comunicação, em termos de conteúdos, sobre a decisão de os cobrar ou não, acha que há um aspecto cultural em jogo? Não acho que seja cultural, é uma questão polémica em todo o lado. É uma questão um pouco histórica, de formação. O bom conteúdo é aquele que é seleccionado, fil-trado, em oposição aos blogues, estes são gratuitos, mas não são de forma alguma uma mais-valia.

Como é que os destinos podem ajudar as associações?Acho que as cidades com presidentes de Câmara muito fortes reconhecem que receber pessoas no destino é altamente valioso para a economia. E estes são nor-malmente os destinos mais mexidos e que conseguem os investimentos.

Como é que vê, neste momento, a liderança na Europa?Bom... acho que é muito importante que a União Europeia reflicta naquilo que precisa de mudar nos próximos tempos. Teve um desenvolvimento muito bem sucedido, uma UE que é maior do que o que era quando foi inicialmente formada, e que agora tem desafios distintos. E como na maioria das nossas organizações, revemos o que fazemos bem, o que fazemos mal, e se estamos a servir os interes-ses dos nossos membros. Este trabalho tem que ser feito num clima de relações positivas, não com ameaças de que se não fizeres como quero, eu saio.

Helen Alexander. Vivemos uma “dupla ressaca”, temos de tratar das dívidas e começar a atacar o problema do crescimento. “A Ásia é parte do futuro e as empresas que já estão neste conti-nente vão ter mais sucesso”, sublinha Alexander, que salienta, “é preciso ir para esses mercados emergentes, sem esquecer a Europa”. Outro aspecto importante é a figura do líder, este tem de ser capaz de reter os membros e ser confiável.

“O líder tem de ter estratégia,

comunicá-la bem e ter

conhecimento do mercado”.

As associações são um repositório de informação muito valiosa para os seus membros. “Extrair este valor é muito importante”, admite a ex-directora do #e Economist. É necessário perceber o que os clientes/membros querem a todo o momento, e os novos meios digitais vieram ajudar neste trabalho. Uma questão importante emerge: pagar ou não pagar pelos conteúdos? É uma questão difícil de responder, mas Alexander sugere que se teste, meça e monitorize para chegar a uma conclu-são. A oradora lembra ainda a impor-tância da presença nos telemóveis e da transferência para a web dos conteúdos. Em relação à formação, Dame Helen Alexander refere que hoje em dia o bem mais escasso é o tempo, pelo que esta questão deve ser bem equacionada. “Ao fazermos uma formação temos de perceber se o fazemos melhor do que os outros, se podemos fazê-lo com pro-fissionalismo e lucro”, alerta. Termina dizendo que quem apostou nos “live events” foi favorecido, e que estes conti-nuam a ser uma “muito boa ideia”.

Cláudia Coutinho de Sousa [[email protected]]