Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    FICHA TCNICA

    Ttulo Original: Exerccios Espirituais para a Total Consagraoa Santssima Virgem

    Autor: Fraternidade Arca de Maria

    Editora: Cidade do Imaculado Corao de MariaImpresso: Indugrfica Indstria Grfica. LDA

    Todos os direitos desta edio esto reservados. Nenhuma parte destaobra pode ser reproduzida texto e ilustraes ou transmitida porqualquer forma e/ou quaisquer meios (electrnico ou mecnico,incluindo Internet, Fotocpia e Gravao) ou arquivada em qualquersistema ou bando de dados sem permisso escrita do editor, sujeito,portanto, s sanes penais, que sero aplicadas.

    Todos os direitos desta edio reservados :

    FRATERNIDADE

    CAIXA POSTAL 102CEP 75.024-970

    ANPOLIS-GO BRASILTEL: 0055(62) 33884238

    NDICEAPRESENTAO,.INTRODUO.......................................................................................

    DOZE DIAS PRELIMINARES.

    Maria convida-nos santidade...................................................O mundo e o seu prncipe infernal................................................A trplice concupiscncia.............................................................As mximas do mundo................................................................As mximas de Jesus Cristo (I)....................................................As mximas de Jesus Cristo (II)...................................................Vida mundana e vida marial........................................................Morte do escravo do mundo e do Escravode Amor...........................................................................................

    Julgamento do escravo do mundo e doEscravo de Amor.............................................................................O Inferno..........................................................................................O Paraso..........................................................................................As promessas do Baptismo...........................................................

    PRIMEIRA SEMANA CONHECIMENTO DE SI MESMO...

    O pecado na nossa vida espiritual................................................Nossos maus hbitos.......................................................................Consequncias dos nossos maus hbitos.......................................O abismo do nosso nada.................................................................A nossa impossibilidade na vida sobrenatural.Necessidade de mediadores..........................................................

    SEGUNDA SEMANA CONHECIMENTO DA SANTSSIMA VIRGEM

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    Jesus", e que a Verdadeira Devoo Santssima Virgem, ouSanta Escravido de Amor, seria o meio pelo qual a Me de Deusconduziria todos os seus filhos verdadeira adorao JesusCristo. Verdadeiramente a apario de Ftima em 1917, umaestupenda confirmao do apelo e da profecia de Montfort, ou

    antes, do apelo de Deus atravs deste grande santo, pois a aSantssima Virgem disse: Meu Filho quer estabelecer nomundo a devoo ao Meu Imaculado Corao. Assim"o Meu Imaculado Corao triunfar", ou seja, conduzire unir todos a Jesus Cristo.

    Consagrar-se a Maria Santssima, portanto, no algo"opcional" para quem aceitou a Jesus Cristo como Salvador, antes uma necessria demonstrao de f e de obedincia palavra deCristo que nos diz "Eis a a Tua Me". Neste sentido que este

    pequeno livro pretende ser um humilde contributo causa do"Triunfo do Imaculado Corao", ajudando a preparar aquelesque acolhendo a vontade de Jesus, querem se entregar totalmente Maria Santssima e se deixarem formar por Ela. Serve para osque pretendem fazer pela primeira vez a sua Total Consagrao,assim como, para aqueles que a renovam a cada ano.

    Trabalhemos para estabelecer no mundo o Reino de Deus,faamos com que Maria Santssima e sua misso possam ser cadavez mais conhecidas e amadas, e assim, Jesus Reine no corao de

    todos!Pe. Rodrigo Maria

    escravo intil de Nossa Senhora31 de Maio de 2007.

    Festa da Visitao de Maria.

    INTRODUO

    Estabelecer no mundo a devoo ao Corao Imaculado de

    Maria significa levar as pessoas a uma plena consagrao deconverso, doao, ntima estima, venerao e amor. ,

    pois, neste esprito de consagrao e converso que Deusquer estabelecer no mundo a devoo ao Corao

    Imaculado de Maria.

    (Ir. Lcia, Apelos da Mensagem de Ftima)

    Como meio seguro de praticarmos uma terna e filial

    devoo para com a Virgem Me de Deus, assegurando o Triunfodo seu Imaculado Corao nas nossas almas, temos a vivncia daTotal Consagrao para com Ela, ou, a Santa Escravido deAmor, assim, como nos foi proposto por S. Lus Maria Grignionde Montfort, em quem encontramos sua expresso mais perfeita,e que j no sc. XVIII tornou-se uma devoo popular.

    Esta Consagrao Virgem Santssima, experimentada evivenciada por inmeros santos, tais como Santa Teresinha doMenino Jesus, So Joo Maria Vianey, So Padre Pio, entreoutros, bem como pelo saudoso Papa Joo Paulo II, consiste ementregarmo-nos totalmente Me do Cu (tudo o que temos esomos) para que atravs dEla pertenamos mais perfeitamente a

    Jesus.Nossa total entrega, como aqui apresentada, tem como

    finalidade unirmo-nos a Jesus Cristo e fazer-nos crescer cada vezmais na sua Graa.

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    Ao entregarmo-nos, desta forma, Nossa Senhora,estamo- nos dispondo sua aco de Me, Mestra e Formadora,para assim cumprirmos, na nossa vida, a Santssima Vontade deDeus.

    So Lus Maria G. de Montfort, chama a Santa

    Escravido de Amor de A Verdadeira Devoo,simplesmente porque ela nos mostra quem NossaSenhora, o seu lugar no plano da salvao e a sua missona vida da Igreja e de cada um de ns. A pureza doutrinriadesta devoo mariana convida a lanarmo-nos aos cuidados deMaria, atendendo ao mandato de Jesus, que olhando para ns, nosdiz: Eis a a tua Me. Portanto, pela Total Consagrao dens mesmos Santssima Virgem, estamos dizendo o nosso SIM a

    Jesus, que no-lA deu por Me, a fim de que Ela nos ensine a

    fazer tudo o que Ele mandou.Do ponto de vista pastoral, a necessidade e eficcia daSanta Escravido, so sempre actuais, uma vez que estaConsagrao no nada mais que uma perfeita renovao dasnossas promessas baptismais. De facto, os Conclios, assim comovrios Papas, falaram sobre a necessidade de recordar aos cristosos votos do Baptismo e o seu estado de pertena a Deus. Assim,pela Total Consagrao, confirmamos a soberania de NossoSenhor e tambm da Santssima Virgem sobre ns; s que agora

    ela feita por ns mesmos, renovando as promessas baptismaisatravs de Maria, assim como quer Jesus, para que Ela nos ensinea sermos fiis adeso a Cristo e renncia todo mal.

    Lembremo-nos que a Santa Escravido de Amor umaConsagrao de Devoo, que para colocarmos em prtica,conscientemente, temos que activar em ns a Consagraobaptismal, vivendo e testemunhando com profundidade a nossa

    pertena a Deus. Nela devemos dar espao Virgem Bendita,para que Ela possa exercer sobre ns a sua maternidade espiritual,gerando-nos para a santidade e o apostolado. S assim, atravsdesta Total Entrega que conseguiremos, por intermdio dEla,estreitar os vnculos com Deus, nosso Senhor e Soberano.

    , pois, de grande urgncia e necessidade, para quepossamos contribuir na maior glorificao de Deus e salvao dasalmas, estarmos atentos sua Santa Vontade e tambm suapedagogia

    Na introduo do Tratado da Verdadeira Devoo Santssima Virgem, livro este, em que a doutrina e espiritualidadeda Escravido Marial ficaram imortalizadas, diz-nos So LusMaria G. de Montfort: Foi por meio da Santssima Virgemque Jesus Cristo veio ao mundo e por meio dEla que Ele

    deve reinar no mundo. (T.V.D. 01), ou seja, o Reinado deMaria ser o meio pelo qual se dar o reinado do seu Filho

    Jesus.Em Ftima, no ano de 1917, Nossa Senhora nas suas

    aparies aos trs pastorinhos, confirma a profecia de So Lusquando anuncia: Por fim, o Meu Imaculado CoraoTriunfar; indicando tambm, por sua vez, o meio que aDivina Providncia nos d para que acontea este Triunfo: MeuFilho quer estabelecer no mundo a devoo ao Meu

    Imaculado Corao. Justamente aqui devemos estar atentos,pois, a devoo que Jesus quer estabelecer ao Imaculado Coraode sua Me Santssima no pode ser qualquer devoo mas sim, amais perfeita, onde podemos facilmente enquadrar a TotalConsagrao, tal como nos apresenta So Lus, e pela qualverificamos to belos frutos na vida e pontificado do Papa JooPaulo II, cujo lema foi TOTUS TUUS.

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    A profecia de Ftima prontamente elucida-nos o queensina So Lus em seus escritos Esse tempo (o do Triunfoe Reinado de Maria) s chegar quando se conhecer epraticar a devoo que eu ensino (T.V.D. 217).

    Os desgnios de Deus so claros: O Reino de Cristo se

    estabelecer pelo Reino de Maria e este, por sua vez, pela propagao davivncia de uma verdadeira e perfeita devoo para com Ela.

    Da compreendemos a razo que leva o inimigo infernal aquerer ofuscar esta devoo mariana atravs da disseminao domaterialismo e do hedonismo. Por consequncia, vemos como de extrema importncia, que TODOS (independentemente dogrupo, movimento e comunidade de que participam), conheam,faam, vivam e propaguem a Total Consagrao Nossa Senhora,

    j que esta, faz parte do patrimnio devocional da Santa Igreja e

    leva-nos a viver com intensidade e fidelidade os deveres deestado.A misso que Jesus deu a Nossa Senhora foi a de formar

    verdadeiros adoradores de Deus, por isso no devemos terescrpulos em nos dedicar na vivncia desta doao total paracom Ela.

    O prprio Conclio Vaticano II, na sua ConstituioDogmtica Lmen Gentium66, afirma com relao s vrias formasde piedade para com a Me de Deus: fazem com que,

    enquanto se honra a Me, o Filho, por causa de Quem tudofoi criado (cf. Col 1, 15-16) e no Qual, por agrado do PaiEterno, reside toda a plenitude (Col 1, 19) seja devidamenteconhecido, amado, glorificado e que sejam guardados os seusmandamentos. Pela Total Consagrao, ns acolhemos Mariaem nossa casa e Ela nos acolhe na escola do seu ImaculadoCorao, onde aprenderemos o verdadeiro amor a Deus e ao

    prximo, bem como, as demais virtudes que faro de nsverdadeiros cristos. E ainda esclarece-nos esta mesmaConstituio Dogmtica: Ademais, saibam os fiis que averdadeira devoo no consiste num estril e transitrioafecto, nem numa certa v credulidade, mas procede da f

    verdadeira pela qual somos levados a reconhecer a excelnciada Me de Deus, excitados a um amor filial para com nossaMe, e imitao das suas virtudes (LG 67).

    Nestes tempos, em que se intensifica a batalha espiritualentre a Santssima Virgem e o esprito das trevas, sejamosapstolos da Santa Escravido, e dentro desta devoo,apliquemo-nos em suas prticas exteriores, como a orao doRosrio, to pedida na Mensagem de Ftima, e propagada portantos santos, como o Beato Bartolo Longo, que nos deixou to

    feliz citao:

    Rosrio bendito de Maria, doce cadeia que nosprende a Deus, vnculo de amor que nos une aos Anjos, torrede salvao contra os assaltos do inferno, porto seguro nonaufrgio geral, no te deixaremos nunca mais. Sers onosso conforto na hora da agonia.

    Para que a nossa consagrao pessoal a Santssima Virgem,

    no seja uma aco de simples ocasio ou mero devocionismo,faz-se mister, adquirirmos a conscincia de que Ela nos insere nomago do Cristianismo, enquanto uma consagrao a Jesus comMaria e por meio dEla. Para tal, necessria uma preparaoadequada, acompanhada de um esclarecimento profundo acercado seu sentido e de um compromisso srio com a ardorosavivncia da espiritualidade crist, onde uma assdua meditao e o

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    conhecimento catequtico estejam presentes para dar verdadeirosignificado a este acto de total entrega ao Senhor pelas mos dasua Santssima Me.

    Com o intuito de contribuir para uma piedosa e frutuosapreparao deste passo to significativo, propomos aqui um

    roteiro sucinto, composto de uma srie de oraes, leiturasespirituais e meditaes, adaptadas do Livro Consagrao a NossaSenhora, de Dom Antnio Alves Siqueira, que nos estimular reflexo e maior conhecimento da nossa vocao Crist, comotambm, de Maria Santssima e de Jesus Cristo, aumentando oamor para com Eles.

    Desta forma, aps lermos o Tratado da VerdadeiraDevoo Santssima Virgem e nos consciencializarmos do que esta consagrao, e de como devemos viv-la, poderemos enfim,

    marcar uma data mariana para realiz-la, precedendo-a pelosexerccios preparatrios, que se seguem, imbudos de um espritomais recolhido.

    Os exerccios preparatrios duram trinta dias e suasequncia h-de respeitar a seguinte estrutura:

    I Doze dias preliminares para o desapego domundo.

    IIPrimeira Semanadedicada ao conhecimentode si.III Segunda Semana dedicada ao

    conhecimento da Santssima Virgem.IV Terceira Semana para o conhecimento de

    Jesus Cristo.No final, deve-se fazer uma confisso geral.

    Achamos oportuno, no entanto, propor algumasjaculatrias a serem recitadas durante os dias em que fazemos oexerccio espiritual, com a finalidade de manter o interior emsintonia com o tema da meditao proposta.

    Concluindo, queremos que as palavras de S. Lus nos

    tragam a motivao necessria para participarmos do exrcito deNossa Senhora, como apstolos valorosos, que anseiam peloTriunfo do seu Corao Imaculado

    Quando vir esse feliz tempo em que Maria serestabelecida Senhora e Soberana nos coraes, para submet-los plenamente ao imprio do seu grande e nico Jesus?Quando chegar o dia em que as almas respiraro Maria,como o corpo respira o ar? Ento, coisas maravilhosas

    acontecero neste mundo, onde o Esprito Santo, encontrandosua querida Esposa, como que reproduzida nas almas, a elasdescer abundantemente, enchendo-as dos seus dons,particularmente do dom da sabedoria, a fim de operarmaravilhas de graa. Meu caro irmo, quando chegar essetempo feliz, esse sculo de Maria, em que inmeras almasescolhidas, perdendo-se no abismo do seu interior, setornaro cpias vivas de Maria, para amar e glorificar JesusCristo? Esse tempo s chegar quando se conhecer e praticar

    a devoo que ensino. (T.D.V. 217).

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    MS DE PREPARAO PARA ACONSAGRAO

    A SANTSSIMA VIRGEM

    Os doze dias preliminares

    MS DE PREPARAO PARA ACONSAGRAO

    A SANTSSIMA VIRGEM

    Os doze dias preliminares

    Durante estes dias, as leituras, oraes e meditaes quefizermos devero convergir para o despojamento do egosmo,vcio que nos faz muito apegados a ns mesmos.

    S assim teremos o corao liberto de quaisquer obstculosque nos impedem de sermos dceis s exigncias contidas nasnossas promessas baptismais Deste modo, torna-seindispensvel perscrutarmos a nossa conscincia em relao adeso a Cristo e a sua Lei de amor, e tambm como andam asnossas aspiraes e conduta moral, no que tange renncia total asatans, suas obras e pompas.

    Fomos criados com a sublime finalidade de conhecer, amare servir a Deus, j neste mundo, para goz- lO no outro. Nistoconsiste a nossa felicidade! este o caminho que nos conduz aoCu!

    Maria Santssima ajudar-nos-, pois Ela verdadeira Mede Deus e nossa, como nos ensina a Doutrina Crist:

    Jesus o Filho nico de Maria. Mas a maternidadeespiritual de Maria estende-se a todos os homens que Ele veiosalvar. Ela gerou seu Filho do Qual Deus fez o primognitoentre uma multido de irmos (Rom 8, 29), isto , entre os

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    fiis, em cujo nascimento e educao Ela coopera com amormaterno. (C.I.C. 501).

    O maior desgnio de amor do Corao Misericordioso daSantssima Me o de conduzir-nos pelas sendas do paraso. Para

    correspondermos altura, temos que nos dispor, com muitofervor, a vivermos como verdadeiros filhos de Deus, amando-Oplenamente, cultivando em ns o desejo e a prtica da santidade,atravs da nossa doao a Ele e ao prximo, imitao de Maria.

    Oraes:

    Invocao ao Esprito Santo

    Saudao a Nossa Senhora

    Primeiro dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 7, 13-27)

    Meditao: Maria convida-nos santidade

    Munidos detantos e to salutares meios,todos os cristos de qualquer condio ouestado so chamados pelo Senhor, cada um porseu caminho, perfeio da santidade pela qual perfeito o prprio Pai.

    (Conclio Vaticano II, 31)

    Sede santos como Vosso Pai do Cu Santo. (Mt 5,48). Eis o chamamento universal! E para correspondermos a estavocao primeira devemos, no cumprimento da Santa Vontade deDeus, chegar perfeio crist em todos os nossos pensamentos,palavras e aces. O que o Senhor nos pede no deve contrariarnem entristecer o nosso corao, pelo contrrio, como respostade amor para com Ele, devemos estar imersos num estado de paz,alegria e felicidade, j aqui na terra, em oposio ao esprito domundo.

    Tornarmo-nos santos, segundo os anseios de Deus,traduzir-se- no maior bem que podemos fazer humanidade,pois, uma alma que se eleva, eleva o mundo! Infelizmente,ocupamo-nos com as nossas paixes mundanas e exageramos nocuidado com o que passageiro, obscurecendo o sentido real davida Fomos criados para o Cu! Tudo o que empreendermosnesta terra (que passageira) deve ser uma prova de que servimosa Deus s, e no ao mundo, com o que ele tem de efmero e

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    vazio, como o poder, o dinheiro, a moda, os bens materiais e deluxo, o culto desmedido beleza, etc. O que torna-seempecilho santificao o apego s ms inclinaes e desejos, etambm, a excessiva dependncia de consolaes humanas.

    O trabalho que empreendemos para a conquista da

    santidade rduo, mas, Deus vem sempre em socorro daquelesque pelejam e esperam na sua Graa. Torna-se muito difcil, nostempos de hoje, onde somos abandonados s prprias foras,viver a santidade a que fomos chamados. Para conseguirmos togrande merc, Deus d-nos Maria, sua Me Santssima, comoatalho bendito, e guia seguro para a eternidade. A Virgem Maria o modelo de santidade que supera todos os outros, seguindo-Ano havemos de nos perder.

    Como Me, Nossa Senhora acompanha-nos desde o

    nascimento at alcanarmos a perfeita estatura deCristo (Ef6, 13); pois, a sua maior preocupao e misso a de formarsantos, conformando-nos com seu Filho Jesus. Para tanto, sendo anossa santificao aco Deus, (juntamente com a nossacorrespondncia) no temos como nos esquivar desta Medianeirae Me de todas as graas.

    S acharemos a Graa se encontrarmos Maria, porque:

    S Ela encontrou a Graa de Deus para Si e para cada um dens. Alegra-te cheia de Graa o Senhor contigo. (Lc 1,28); A Ela, deve o Autor de todas as Graas, o seu ser e a suavida; Eis que concebers e dars luz um Filho, e lhe porso nome de Jesus. (Lc 1, 31); Deus Pai, dando-Lhe o seu Filho, deu a Ela todas as Graas.Por isso o ente santo que nascer de Ti ser chamado Filhode Deus. (Lc 1, 35);

    Deus a escolheu para tesoureira, ecnoma e dispensadorade todas as graas. Disse ento sua Me aos serventes:Fazei tudo o que Ele vos disser. (Jo 2,5); Assim, como na ordem natural precisamos ter pai e me,na ordem da Graa, tambm temos que ter Deus por Pai e Maria

    por Me. Jesus e Teresa so filhos da mesma MeA nossafeliz condio, o nosso feliz dever imitar Jesus em todo oser, ser filho de Maria. (Sta. Teresinha do Menino Jesus); Maria recebeu de Deus particular domnio sobre as almaspara aliment-las e faz-las crescer nEle. A alma perfeita talsomente por meio de Maria. (So Bernardino de Sena); Maria, na verdade, o molde divino para fazersantos. (Sto. Agostinho).

    Para vencermos todas as dificuldades, que nos apresenta ocaminho de santificao, necessrio encontrarmos a VirgemMaria. NEla que obteremos a abundncia de graas. E isso sacontecer quando Lhe devotarmos uma perfeita devoo;devoo esta, que procede da verdadeira f que nos leva areconhecer a excelncia da Me de Deus e nos incita a umamor filial para com nossa Me imitao das suasvirtudes. (Conclio Vaticano II).

    Orao: Maria Santssima, formosa estrela, espelho desantidade, havemos de imitar-Vos para adquirir a perfeio.Conduzi-nos pela mo, como a um filho. Convidai-nos santidade e ouviremos as Vossas palavras, prostrando-nos aosVossos ps durante todo este ms que a Vs dedicamos. men!

    Jaculatria: Para encontrarmos a graa da santidade, Pai,fazei-nos encontrar Nossa Senhora!

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    Segundo dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 4, 1-10)

    Meditao: O mundo e o seu prncipe infernal

    Esse mundo criado e conservado peloamor do Criador, segundo a f dos cristos;esse mundo na verdade foi reduzido servidodo pecado, mas o Cristo crucificado eressuscitado quebrou o poder do maligno e olibertou, para se transformar de acordo com oplano de Deus e chegar consumao.

    (Conclio Vaticano II, GS 202)

    Para chegarmos a uma vida perfeita, temos que intentaruma acirrada luta contra o egosmo e o mundo, cujo prncipe odemnio, o homicida desde o comeo.

    Quando afirmamos que o mundo um grande obstculona vida com Deus, referimo-nos ao mundo guiado pelo espritodo mal, que contrrio ao esprito de Jesus.

    No h como associar Jesus ao mundo, pois, amando um,estamos terminantemente, recusando e odiando o outro. E como

    podemos verificar se amamos a Jesus, ou ao mundo, com o seuprncipe infernal? Basta fazer uma anlise das nossas obras, se estasso coerentes, ou no, com a renncia que fizemos a sat no diado Baptismo, onde renunciando s suas pompas, e a este mundo,propomos firmemente deixar de nos envolver com a soberba dopoder e do dinheiro, com as modas que pervertem os costumes,

    vestes, msicas, divertimentos e prazeres ilcitos, contrrios Leide Deus.

    O demnio hoje o soberano do mundo! s lanar umolhar para os frutos desta civilizao que enxergaremos o reinadodo egosmo e do dio. Somos afligidos de todos os lados. Em

    todas as partes nos deparamos com tentaes e adversidades. Noseremos livres destas insdias, enquanto por aqui estivermos. Emns mesmos, est a causa donde elas vm, pois, j nascemosorgulhosos e inclinados ao pecado

    Todos os homens esto implicados no pecado deAdo, assim afirma o Catecismo da Igreja Catlica (402); e diz-nos, tambm, So Paulo:Pela desobedincia de um s homemo pecado entrou no mundo (Rom 5, 12). Mas, no devemosacomodar-nos, e menos ainda ceder ao desnimo, j que todos os

    santos foram tentados, e frente a estas dificuldades, conseguiramprogredir de virtude em virtude, fugindo das ocasies de pecado,e com muita pacincia e humildade, alcanaram o Cu. Econnosco no dever ser semelhante? Sim, nas nossas vidas, osobstculos a serem transpostos e as lutas a serem travadas sero,tambm, constantes! Uma luta rdua contra o poder dastrevas perpassa a histria universal da humanidade.Iniciada desde a origem do mundo, vai durar at o ltimodia segundo as palavras do Senhor (Mt 24, 13; 13, 24-30 e

    36-43). Inserido nesta batalha, o homem deve lutar semprepara aderir ao bem, no consegue alcanar a unidadeinterior seno com grandes labutas e o auxlio da Graa deDeus. (Conclio Vaticano II, GS 313).

    Jesus Quem nos traz tranquilidade, frente ao inimigopoderoso, o demnio, dando-nos Maria Santssima como auxlio,proteco e conforto. Ela Rainha; por meio da sua humildade

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    derrotou o esprito do mal e o mundo, e ainda, continua a sujeit-los a Si.

    Nossa Senhora foi criada como inimiga irreconcilivel daserpente maligna, e igualmente, os seus filhos e servos, ho-detravar crescentes lutas contra os filhos das trevas. Temos, enfim,

    uma firme certeza que nos motiva Esperana: Maria ser sempre Avencedora! Nos ltimos tempos o seu poder brilhar como nuncase viu; suscitar filhos e escravos para fazerem guerra ao mal.Mesmo no meio das humilhaes, opresses e perseguiessofridas no mundo, eles sero ricos em graa e zelosos peranteDeus. Tudo para o estabelecimento do Reinado de Jesus!Anlogo, lemos na profecia do Gnesis 3, 14-15: Fareireinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a tuadescendncia e a dEla. Esta esmagar-te- a cabea e tu

    tentars mord-lA no calcanhar. Portanto, quanto maisestivermos unidos Santssima Virgem, a Mulher revestida deSol, mais prximos estaremos de Deus e do Cu, econsequentemente, mais livres do poder infernal.

    Sozinhos, escravos do pecado e inclinados ao mal, somosfracos, inconstantes e viciados. Contudo, unidos a MariaSantssima, pela Santa Escravido, no temos nada o que temer, jque possumos como garantia o seu incessante auxlio, que noslivrar das quedas, ou at mesmo, nos levantar quando tivermos

    a infelicidade de cair, restituindo-nos assim a Jesus.

    Orao: Virgem Maria, nossa Rainha! A Vs saudamos comardor e entusiasmo, agradecendo-Vos porque nos ensinais agrande lio do afastamento do mundo e dos enganos do maligno.Ns, como Vossos filhos e Escravos de Amor, queremos seguir osensinamentos luminosos, aborrecendo o mundo, detestando-o e

    fugindo valorosamente do demnio. S havemos de aspirar honra, riqueza e ao prazer de sermos inteiramente Vossos, parapertencermos, deveras, ao Divino Rei Jesus Cristo, Justo eBendito Fruto do Teu ventre. men!

    Jaculatria:Renunciamos ao prncipe das trevas. Somos filhos datua luz, Senhor!

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    Terceiro dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 16, 24-27)

    Meditao: A trplice concupiscncia

    Deixada para nossos combates, aconcupiscncia (m inclinao) no capaz deprejudicar aqueles que no consentindo nela,resistem com coragem pela graa de Cristo.Mais ainda: Um atleta no recebe a coroa seno lutou segundo as regras (2Tim 2, 5).

    (C.I.C. 1264)

    O ser humano foi criado por Deus num equilbrioperfeito. Donde nos vm, ento, a revolta existente entre a carnee o esprito? Nos vm do pecado original, que mesmo apagadonas guas do Baptismo, deixa-nos a inclinao ao mal, ou seja, aconcupiscncia.

    Temos a clareza de que o esprito do mundo contrrio aoesprito de Jesus Cristo. Porquanto observemos que:

    - O esprito do mundo uma repugnante concupiscncia dacarne, que se traduz nos gozos sensuais exacerbados; tambm,uma avarenta concupiscncia dos olhos, que corresponde ao desejodesmedido dos bens desta terra, e por fim, uma soberba de vida,quando h uma idolatria das honras imerecidas.

    - J o esprito de Jesus Cristo de total desapego, opondo-se ao mundo, que lana mo de opresses, enganos e roubos parasatisfazer as ambies desregradas.

    Jesus Cristo convida-nos a segui-lO, trilhando o caminhodo humilde aniquilamento da prpria vontade. Nesta senda, oorgulho e a soberba, responsveis pela falta de amor, de espritode resignao, e pelas injustias, devem dar lugar renncia, servido e total entrega ao Senhor pelas mos virginais de Maria.

    Quando amamos demasiadamente a ns prprios, e aomundo privamos Deus do amor que Lhe devido.

    E isso de fcil percepo, basta reflectirmos sobre asprioridades que estabelecemos

    - Colocamos o corao e a esperana nas coisas domundo, idolatrando-as?- Aceitamos a humilhao em esprito de religio?- Ambicionando os bens da terra, vendemos a nossa

    conscincia (no seguindo as inspiraes do Senhor,mas sim, os ideais mundanos), pisamos no nosso

    prximo para obter o que desejamos?- Somos apegados s coisas pequenas, a interesses ecoisas de propriedade, s honras, ou temos tudo issocomo frvolos e vis aos olhos de Deus?

    muito difcil libertarmo-nos disso tudo, a no ser quedecidamos revestir da liberdade dos escravos da Virgem Maria. A

    Ela devemos consagrar inteiramente todo nosso corpo, os nossossentidos, e at, os nossos bens de ordem espirituais e materiais.

    Colocando-nos sob os seus cuidados viveremos na totalconfiana para com Deus, resistindo sempre s tentaes que nosso propostas pelo mundo. E para perseverar com a fortalezanecessria, harmonizar o esprito e a carne, reparar as faltas eempenharmo-nos na converso de todos os pecadores -nos

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    necessrio fazer mortificaes; violncia a ns mesmos! S assimteremos a to almejada Sabedoria, renunciando ao mundo e atudo o que nele seduz, a ns mesmos e s nossas vontades vs.Para isso indispensvel cultivarmos uma contnua mortificaouniversal, corajosa e discreta, atravs de vrias prticas, tais

    como:- desapego aos bens; no havendo conformidade entre as

    nossas atitudes e a dos mundanos:- abandono da malcia; que para dissimularmos a

    verdade, assumimos o pensar, o falar e o agir dos mundanos quese opem terminantemente a Deus e sua Lei;

    -fuga de companhias; aquelas que nos trazem conversasinteis, fazendo-nos perder tempo, etc.

    No esqueamos, neste assunto, de reflectirmos sobre amensagem trazida pelo Anjo, aos pastorinhos em FtimaOferecei constantemente ao Altssimo, oraes e sacrifcios.De tudo o que puderdes oferecei um sacrifcio em ato dereparao

    Quando falamos em oferecer sacrifcios a Deus devemossempre observar as circunstncias e aproveitar as ocasies Emprimeiro lugar, temos que oferecer sacrifcios advindos documprimento do prprio dever de estado (me, pai de famlia,

    filho, estudante, advogado, religioso, sacerdote, etc.). Dentrodessa perspectiva, temos que renunciar quilo que nos pode levarao pecado, satisfazendo os nossos apetites desordenados, taiscomo: prazeres ilcitos, caprichos orgulhosos, vaidade, cobia,avareza, comodidades exageradas, impacincias com ascontrariedades Temos que fazer da nossa vida um plenooferecimento Deus por Maria, assim, como dizia a Irm Lcia:

    Toda a nossa vida deve ser um holocausto oferecido a Deus,nos braos da nossa cruz de cada dia em unio com a Cruz deCristo.

    Logo, com a Consagrao a Maria Santssima, faamo-nospequeninos e humildes, renunciando s prprias vontades e

    colocando-nos sob sua guia!

    Orao: Santssima Virgem Maria, querida Me e Senhora,envergonhamo-nos da nossa condio miservel. Rogai a Jesuspelo perdo dos nossos pecados, pois os detestamos de todo ocorao. Revesti-nos da Vossa Imaculada Conceio e dai-nos oVosso Corao para nos desapegarmos dos bens desta terra etransformarmo-nos em Vossos fiis Escravos de Amor. men!

    Jaculatria:Bom Deus, dai-nos a graa da humildade da alma,da carne e da vida!

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Quarto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 5, 38-48)

    Meditao: As mximas do mundo

    Deus tem a sua Sabedoria, essa a nicae a verdadeira que merece ser amada eprocurada como um grande tesouro. O mundocorrupto, porm, tem tambm a sua sabedoria,mas esta dever-se- condenar e detestar porque inqua e perniciosa.

    (S. Lus Maria G. de Montfort, A.S.E. 74)

    Vaidade das vaidades, tudo vaidade, excepto amara Deus e s a Ele servir (Ecl 1, 2). O amor para com Deusdeve ser o guia e a luz dos nossos passos, movendo as nossasaspiraes, desejos e ideais. Devemos, pois, fugir a todas equaisquer obras da carne que pertencem ao esprito do mundo,tais como: prostituio, impureza, desonestidade, idolatria,malefcios, inimizades, contendas, cimes, iras, rixas, discrdias,invejas, embriaguez, orgias, etc. Estas, so contrrias ao Espritode Jesus, que de caridade, alegria, bondade, temperanaOu seja, correspondamos ao Apelo de Nossa Senhora, em Ftima,que nos diz para no ofendermos mais a Jesus, que j est muitoofendido.No ofendamos oAmor. Que a nossa vontade sejaa de Deus e a nossa nica aspirao seja a posse plena do seuamor, assim, escreve a Ir. Lcia comentando a mensagem vindado Cu.

    A sabedoria do mundo contrria Sabedoria de Deus,que Amor-doao. Ela tem perfeita harmonia com as mximas ecostumes do sculo, sempre tendendo busca de grandezas e deboa reputao, procurando satisfazer o seu prprio interesse eprazer, com hipocrisia e astcia. S se preocupa com os negcios,

    orientando tudo em proveito prprio, fingindo, enganando,tentando estabelecer acordo entre a verdade e a mentira, entre oEvangelho e o mundo, entre a virtude e o pecado; por fim, entre

    Jesus e o demnio. Infelizmente, quem segue a sabedoria domundo e suas mximas apenas se importa com a aparncia de serbom, no se esforando para agradar a Deus e, muito menos, emexpiar os seus pecados com penitncia. Estes, interessam-se peloque os outros iro pensar ou falar, julgando ser de maior valiaseguir as modas e ter boa mesa.

    Tudo isso que afirmamos corresponde fielmente scaractersticas daqueles que se deixam guiar pelos dezmandamentos do mundo, e no pelos de Deus.

    Segundo So Lus Maria so estes os preceitos mundanos:

    1 Conhecer bem o mundo, acompanhando osculo;

    2 Viver como homem honrado, contentando-sesomente com as aparncias;

    3 Orientar bem os negcios, tomando o

    dinheiro como o fim ltimo da vida;4 Guardar bem os pertences, ignorando a

    caridade;5 Procurar sair do anonimato, adiantando-se na

    vida com ambio e ousadias;

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    6 Procurar fazer amizades importantes, sem sepreocupar em obedecer conscincia que nos advertesobre as ms companhias;

    7 Frequentar a alta sociedade, andando sempreatrs de pessoas em evidncia;

    8 Comer e beber bem;9 Cultivar o bom humor, mesmo diante de toda

    sorte de prazeres culpveis;10 Rejeitar a piedade, religio, obras de

    caridadeou outros ofcios devotos.

    O esprito do mundo contraria a divina Sabedoria aodesprezar os actos de renncia e a loucura da Cruz. A boaMezinha, Maria Santssima, aparta-nos desta sabedoria terrena,carnal e diablica, que pregada pelos mundanos. Ela foi aprimeira a separar-se do mundo e seguir Jesus no escondimento,na mortificao e na vida interior, como tambm, nacomunicao e unio com os seus sofrimentos.

    Deste modo, Ela ser o nosso auxlio na crucificao dacarne (com suas paixes e apetites maus) conduzindo-nos a umacontnua violncia a ns mesmos, e ajudando-nos a carregar acruz de cada dia.

    Em resumo, no coabitam na mesma alma a Sabedoria, e oamor s companhias e vaidades do mundo. Obtendo esta to

    desejada Sabedoria, renunciaremos efectivamente aos bens destesculo, ou pelo menos, deles nos desapegaremos, possuindo-oscomo se no os possussemos; o que s acontecer se, imitaoda Virgem Maria, praticarmos uma mortificao contnua,corajosa e discreta.

    Mediante uma vida de intensa penitncia interior(subjugando a inteligncia e a vontade) e exterior (com pacincia

    nas adversidades, jejuns, viglias e outras austeridades) queMaria Santssima nos mostrar o que Deus quer. Sejamos dceis sua aco materna!

    A idolatria na ps-modernidade (1)A idolatria um grave pecado, porquanto, despreza-se o culto ao

    verdadeiro Deus, Criador e Sustentador de todas as coisas, para se devotara um ser criado, colocando-o no centro da vida. No passado, os homenstomavam uma imagem qualquer (geralmente de um animal), e a estedolo, prestavam o culto de adorao, oferecendo-lhe sacrifcios, alimentose perfumes atravs da queima de incensos. Isso era uma grande ofensa aDeus, e tornava-se uma abominao diante dEle. Pesarosamente essa

    prtica no veio a extinguir-se, mesmo depois do Senhor ter dado aos

    homens tantas provas do seu poder e do seu Amor. Como ento podemosidentific-la na actualidade? De variadas formas, pois, a sociedademoderna tem a capacidade de reproduzir velhos vcios, sob novas feies.Dentre elas temos:

    O atesmo prtico Deus existe na teoria, para a maioria daspessoas, mas no dia-a-dia, prova-se o contrrio, vivendo como se Ele noexistisse.No se reza mais, no se preocupam em seguir a moral crist nos vrios

    comportamentos assumidos. Tudo est concorrendo para a satisfao doprprio ego, ou seja, o egosmo e a vontade prpria, passam a regerqualquer norma de conduta. H sofrimentos e lutas travadas em vo, como intuito de que os desejos pessoais sejam satisfeitos, custem o que custar.

    O hedonismo erigido um trono ao deus prazer.

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Toda a preocupao dos indivduos gira em torno da satisfao dos seusapetites carnais. A sensualidade exacerbada. Os divertimentos mundanostomam um lugar central na vida das pessoas. O esprito de sacrifcio desprezado e j no h mais leis morais que sejam obedecidas.

    O materialismo O dinheiro, o poder e o consumismo soreverenciados.H o estabelecimento do domnio do ter sobre o ser. O homem desprezaa sua dignidade de filho de Deus para estabelecer na sua vida uma loucacorreria objectivada pelo dinheiro e bens de propriedade, esquecendo-sedas realidades eternas.

    Por estas prticas supracitadas, que por infelicidade traduzem avida moderna, Deus Nosso Senhor, colocado parte, e torna-se

    frequente entre ns, a velha praxe de se incensar os dolos.

    Orao: Maria Santssima, obrigado pelas luzes que nos destes arespeito das aces e intenes que so contrrias a Vs e aoEsprito Santo de Deus. Queremos tomar firmes resolues emlibertar-nos do mundo e escravizarmo-nos amorosamente aoVosso Imaculado Corao. Bondosa Me, auxiliai-nos na nossacaminhada. men!

    Jaculatria:Seja nossa vida escondida em Cristo Jesus!

    Quinto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 6, 19-33)

    Meditao: As mximas de Jesus Cristo (I)

    As bem-aventuranas traam a imagemde Cristo e descrevem a sua caridade,exprimem a vocao dos fiis associados aglria da sua Paixo e Ressurreio; iluminamas aces e atitudes caractersticas da vidacrist, so promessas paradoxais que sustentama esperana nas tribulaes, anunciam asbnos e recompensas j obscuramente

    adquiridas pelos discpulos; so iniciadas navida da Virgem Maria e de todos os Santos.

    (C.I.C. 1717)

    Resolutamente, devemos seguir a Jesus pobre, casto,obediente, manso e humilde de corao, dcil a vontade do Pai,cheio de fome e sede de santidade, opondo-nos directamente aomaligno, a exemplo de Maria Santssima.

    Procuremos s os bens deste mundo se estes, nos forem

    teis aos deveres do nosso estado.

    Bem-aventurados os pobres de esprito, que imitando a Jesus,se despojam das coisas da terra para adquirirem as riquezas doamor de Deus e os bens do Cu. Bem-aventurados seremos se,com pacincia, suportarmos as consequncias da pobreza e se

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    vivermos desprendidos das prprias posses, mesmo que estas nossejam permitidas.

    Nosso Senhor Jesus Cristo tomou a pobreza como umgrande bem, escolhendo-a para Si e legando-a a todos os seusdiscpulos. No nos deixemos levar por desejos ambiciosos e

    inteis de adquirir riquezas; Deus nos deve bastar! Satisfaamo-nos com os bens que a sua Divina Providncia nos d.Desprendamos o corao na abundncia, e nas privaes, sejamosresignados, alegres e agradecidos ao Senhor. A pobreza, quandoamada, transforma-se em grande riqueza espiritual, assim afirma S.Francisco de Sales. Segundo este mesmo santo, na sua obraFilotia, devemos amar o pobre e a pobreza, praticando-a mesmono meio das riquezas, despojando-nos de parte delas para ajudar ooutro. Temos tambm que ser mais pobres que os pobres,

    assumindo uma atitude de servio perante os necessitados,vivendo plenamente a caridade crist.

    Bem-aventurados os mansos, porque eles possuiro a terra (Mt 5,4). Contra o egosmo, devemo-nos imbuir do esprito de Jesus,que de imensa caridade. Imitando-O, a exemplo de MariaSantssima, no procuremos os nossos direitos, mas sim, os dosoutros. Desta forma, teremos pacincia, benignidade; nohaveremos de ser invejosos, ciumentos, nem movidos por

    ambies desmedidas e sentimentos de ira. As pessoas bondosasno s alcanaro a felicidade eterna na outra vida, mas, j nestaterra, gozaro de uma grande paz (Sl 36, 11). Como so queridosde Jesus os que tm um corao manso, ao receber toda sorte deofensas, calnias e perseguies, no se irritando com aqueles queos maltratam ou injuriam! So Bernardo afirma: A mansido a

    flor da Caridade!E, por sua vez, S. Francisco de Sales, conclui: A

    mansido aperfeioa o homem nos seus deveres para com a sociedadehumana, fazendo-o passar por cima de todo o sofrimento A perfeioda mansido consegue-sejuntando a ela a pacincia.

    Bem-aventurados os que choram e desejam a justia.

    Primeiramente, choremos os nossos prprios pecados, e depois,esforcemo-nos em adquirir as virtudes e nelas perseverar, aocontrrio dos mundanos, que atestam no precisarem deconverso e julgam ser exagerado tudo o que ensina a nossa santareligio. Tenhamos, pois, sincera fome e sede de santidade!

    Orao: Me de Misericrdia, ajudai-nos a despojarmo-nostotalmente de tudo o que nos prende terra. Que nosdesapeguemos de ns mesmos, sobretudo, a fim de que sejamos

    compassivos e mansos para com o prximo. Fazei nossas as Vossaslgrimas! Senhora das Dores, dai-nos um intenso desejo de, emtudo, sermos despojados e transformados em Amor. men!

    Jaculatria: Maria Santssima, dai-nos as lgrimas doarrependimento e do desejo!

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    Sexto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 10, 16-28)

    Meditao: As Mximas de Jesus Cristo (II)

    As bem-aventuranas nos ensinam o fimltimo ao qual Deus nos chama: O Reino, aviso de Deus, a participao na naturezadivina, a vida eterna, a filiao divina, orepouso em Deus.

    (C.I.C. 1726)

    Enquanto no mundo, muitos tm como regra de vida asatisfao do seu egosmo, dos seus instintos e de suasensualidade; Jesus Cristo, prope-nos, como via de santidade, aprtica da pureza, da misericrdia e da paz.

    Bem-aventurados so aqueles que tm puro o seu corao, a suaalma, o seu corpo, a sua vida os misericordiosos Viver estepreceito custa-nos o esforo de afastarmo-nos de toda ocasioprxima do pecado (divertimentos, exposies artsticas, meiosde comunicao, etc.) e requer, ainda, que imploremos a Deus a

    fora sobrenatural da continncia. O mundo inculca serimpossvel viver a pureza, ostentando ambientes cada vez maiscontaminados com estmulos promiscuidade. Segundo a SagradaEscritura, s vero a Deus, aqueles que tiverem a felicidade demanterem o corao puro.

    Para o sculo, a prtica da misericrdia vem tornar-sequase que imoral, pois, os coraes fecham-se com a indiferena

    ante as misrias, que se lhes apresentam, recusando o perdo epraticando as injustias. Jesus, a Sabedoria Encarnada, mostra-nosoutros caminhos: o da paz e o da misericrdia. Consagrando-nos Virgem Santssima, exerceremos frutuosamente estas bem-aventuranas, entregando a Ela todos os valores satisfatrios e

    impetratrios das nossas boas obras para serem aplicados segundoos seus desgnios.

    O mundo preocupa-se em no sofrer, busca o que cmodo; mas o esprito de Jesus, motiva-nos ao contrrio;compele-nos a no nos resguardarmos na tranquilidade e na fama,s custas de prticas ilcitas como a fraude, a calnia, a opresso,etc.; e sim, impulsiona-nos a termos disposio para asperseguies, sendo obedientes s leis de Deus, sem qualquerrespeito humano.

    Ofertando-nos a Maria Santssima, havemos de padecermuitas perseguies, e estas, ainda aumentaro, como nos afirmaSo Lus Maria de Montfort no T.V.D.: sereis perseguidos mais quetodos porque, sendo Maria a Me dos vivos, a todos ns, seus

    filhos, entrega pedaos da rvore da Vida que a Cruz de Jesus. Asadversidades servem para firmar a esperana em Deus, levando-nos humildade, evitando a vanglria e exercitando-nos nadesconfiana de ns mesmos.

    Por conseguinte, a Sabedoria de Deus poder encontrar

    abertura nas alma:- comunicando o seu esprito de luz, a cincia dos santos, eas outras cincias, quando necessrias;- transmitindo a capacidade de fazer a verdade conhecidaaos outros;

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    - fazendo-nos desgostar das coisas criadas, dando-nos gostopelas de Deus;- conferindo todos os dons do Esprito Santo e as virtudesem grau eminente;- evitando a tibieza e a negligncia, etc.

    Em virtude destas grandes graas, veementes combatessero travados, provaes e contradies de toda parte nosaparecero, mas algum muito especial vem em nosso auxlio Maria, a Me de Jesus e tambm nossa Me!

    Orao: Me Purssima, queremos amar-Vos para tornarmo-nossemelhantes a Jesus. Fechai os nossos olhos para no darmosateno s loucas vaidades do mundo, mas abri-os para os

    encantos da humanidade de Jesus. Que a Vossa Misericrdia nosensine a ter amor e mansa caridade para com o prximo, o que prprio dos filhos de Deus. men!

    Jaculatria:Dai-nos Senhor, um corao virginal e doce como oda Vossa Santa Me!

    Stimo dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 13, 24-30)

    Meditao: Vida mundana e vida Marial

    Se a rvore da vida, que Maria, for bemcultivada na nossa alma, pela fidelidade prtica da Total Consagrao, dar fruto a seutempo, e o seu fruto no outro seno JesusCristo.

    (S. Lus Maria G. de Montfort, T.V.D. 218)

    A vida de Maria norma para todos.

    (Sto. Ambrsio)

    Os bens deste mundo so transitrios e enganadores.Quando os mundanos se voltam para as honras e as riquezas,mancham-se com uma multido de pecados, trazendo-lhesperturbaes, lgrimas e desiluses. O amor s exterioridades

    levar-nos- a infelicidade durante a vida, na hora da morte, e portoda a eternidade. Somos o que amamos! Devemos viver para

    Jesus e Maria, cultivando o que eterno. S assim agiremosinspirados na Sabedoria celeste procurando o amor de NossaSenhora e a Graa de Nosso Senhor.

    Ao tornarmo-nos seus Escravos de Amor, estaremosesforando-nos para desejarmos as coisas do alto, preocupando-

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    nos unicamente com a honra e a dignidade de Lhes pertencer.Que felicidade habitarmos no Corao da Santssima Virgem!Em seu Corao Imaculado receberemos sempre o socorronecessrio e nos elevaremos a Deus. Devotando-nos a Ela destemodo, seremos levados a uma plena consagrao de converso,

    doao, ntima estima, venerao e amor, como nos exorta aSanta Igreja.

    Estreitemos os laos que nos unem Mezinha celeste,pois, se na ordem da natureza a me contribui para odesenvolvimento do seu filho, na ordem sobrenatural, MariaSantssima, torna-se- imprescindvel para que sejamosengendrados na vida da Graa, at que Cristo Jesus seja formadoem ns. Sendo assim, de sua vontade que nos afastemos de todaafeio desregrada, desejos humanos, apegos e egosmos.

    Para crescermos espiritualmente precisamos da GraaSantificante e da Caridade que nos so dadas, aumentadas ourestitudas pelos Sacramentos. A Santssima Virgem, com oEsprito Santo, move-nos para receb-los bem. Temos, portanto,que ser-Lhes dceis. Em cooperao com a aco materna daVirgem Maria, encontraremos a Divina Sabedoria que nos farsentir doura e paz, mesmo envoltos em desmedidos sofrimentos.

    Enquanto muitos se deixam envolver pela vida ociosa,pelos bulcios e vaidades do mundo, ns, como servos de Jesus

    em Maria, nos ocuparemos na orao, no recolhimento e nocultivo de uma vida interior, imitao de Nossa Senhora.Necessitamos habitar na casa de Maria, no seu Imaculado

    Corao! Amando-A e honrando-A, efectivamente, no nospreocuparemos s com o que h-de exterior nesta devoo, massim, evitaremos desagradar-Lhe, praticando com entusiasmo tudoo que Lhe apraz, doando o nosso corpo, a nossa alma e o que

    deles depende. A Ela devemos dispor-nos, em total obedincia,como convm a um verdadeiro devoto, atendendo fielmente aoque nos diz na Sagrada Escritura: Fazei tudo o que Ele vos disser, ouseja, comprometendo-nos a seguir os preceitos do Senhor ditadosno Santo Evangelho e proferidos pela Santa Madre Igreja.

    Dirijamo-nos a Maria com toda a confiana! A nossaquerida Me est sempre atenta aos incessantes pedidos desocorro que Lhe fazemos nas penas e necessidades.

    Por fim, consciencializemo-nos: imitando a Mezinha doCu que alcanaremos a feliz predestinao, pois, com a prticadas suas virtudes teremos a graa da Bem-aventurana eterna.

    Orao: Senhora Dulcssima, rompei em ns as cadeias que nosprendem ao esprito do mundo. Confessamos que, afastados de

    Vs e de Jesus, s encontramos a amargura do inferno. SantssimaVirgem, queremos emendar-nos, realmente, entregando-nos aoVosso servio, experimentando a liberdade de ser o VossoEscravo de Amor. men!

    Jaculatria: Maria Santssima, fonte viva da graa, expulsai dens todos os erros!

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Oitavo dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 24, 36-51)

    Meditao: Morte do Escravo do Mundo e doEscravo de Amor a Maria

    Em todas as tuas aces, em todos osteus pensamentos deverias comportar-te comose tivesses de morrer hoje. Se tua conscinciaestivesse tranquila, no terias muito medo da

    morte. Seria melhor evitar o pecado que fugirda morte. Se no ests preparado hoje, como oestars amanh?

    (Imitao de Cristo I, 23, 5-8)

    Enquanto vivemos na terra, somosperegrinos a caminho do cu, se seguimos pelavia que Deus nos marcou. Isto o maisimportante na nossa vida: portarmo-nos demodo que, ao partirmos deste mundo e no fim

    dos tempos, mereamos ouvir dos lbios deJesus Cristo aquelas palavras consoladoras:Vinde, benditos do Meu Pai, recebei emherana o reino que vos est preparado desde acriao do Mundo.(Mt 25, 34).

    (Irm Lcia, Apelos da Mensagem de Ftima)

    Somos ambiciosos em conservar a vida aqui na terra epouco nos preocupamos com a conquista da eternidade, sendoesta, a que perdurar para sempre, valendo todos os nossosesforos. Recebemos a vida de Deus. A nossa alma espiritual vemdirectamente dEle e tende a Ele voltar, j que somos todos

    chamados a participar da sua Vida divina.Todos sabemos que um dia morreremos visto que a morte

    consequncia do pecado dos nossos primeiros pais.E depois da morte, o que nos acontecer? Ser que

    mereceremos a vida eterna? Ao esclarecermos estas questesobservemos a existncia de duas realidades: o Cu e o Inferno.

    Mesmo aspirando vida eterna, o dom da imortalidadeest condicionado fiel observncia dos mandamentos divinos.queles que puseram toda a felicidade em gozar o mundo,

    enchem-se de aflies e angstias, frente morte corporal.Entretanto, os Escravos de Amor, se viverem fielmente os seuscompromissos, tero a certeza do fim dos sofrimentos e a alegriado Paraso. A grande preocupao de Deus e de Nossa Senhora que todos ns nos salvemos e alcancemos o Cu!

    Aqui neste mundo vemos duas geraes bem distintas: agerao de satans, que vive no pecado, e a gerao da Mulher, ou seja,da Santssima Virgem Maria, que com o seu poderoso auxlio, trilham ocaminho da verdade, da justia e do amor. Deus Amor e seus filhos se

    distinguem pela prtica do Amor.(Irm Lcia, Apelos da Mensagemde Ftima).Apesar de muitos contestarem esta verdade, o Cu existe e

    a recompensa para aqueles que procederam bem, segundo a Leido Senhor; e o inferno, o castigo para aqueles que procederammal! O facto de neg-los no faz com que eles deixem de existir.

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Para os que tm f, basta acreditar nas palavras ditas porJesus no Santo Evangelho. E se quisermos mais uma outra prova,prestemos ateno s mensagens deixadas por Nossa Senhora, emFtima:

    Vistes o inferno para onde vo as almas dos pecadores.

    Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devooao Meu Imaculado Corao. Se fizerem o que eu disser,salvar-se-o muitas almas e tero paz. (Nossa Senhora, 13de Julho, 1917)

    Quando rezais o tero, dizei, depois de cada mistrio meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levaias alminhas todas para o Cu principalmente aquelas quemais precisarem. (Nossa Senhora, 13 de Julho, 1917)

    J que para ns, a hora da morte imprevista, utilizemosbem o tempo que nos concedido pela Divina Providncia,agindo com sabedoria e no abusando desta incerteza; deixandode buscar os prazeres de uma vida cmoda, as riquezas e asatisfao de todos os apetites da carne.

    Como Escravos da Virgem Maria, vivamos sabiamente,preparando-nos com srios exames de conscincia e quotidianosactos de amor e de confiana, totalmente entregues aos seusplanos de imensa caridade. Portanto, essa perfeita devoo

    Santssima Virgem, vivida e ensinada por So Lus Maria G. deMontfort, um meio seguro para perseverarmos na Graa,consistindo num morrer contnuo para si mesmo, desfazendo-sede toda e qualquer afeio s coisas ms. Servir a Maria Santssima sinal de predestinao.

    Como vivemos como morreremos. Para alcanarmos,um bom fim, precisamos de um ardente desejo de crescer nas

    virtudes, observando os preceitos divinos, fazendo penitncia eaceitando, pacientemente, tudo por amor a Nosso Senhor.

    Isso, poder at parecer-nos difcil, mas no estamos ss!Nesta contnua busca da perfeio, seremos auxiliados por NossaSenhora.

    Orao: Virgem Santssima, em quem colocamos toda aconfiana, transformai as amarguras da vida terrena com a Vossadoura. O tentador quer-nos lanar no desespero, mas o Vossoamor ternssimo h-de dissipar estas trevas. Esperana da nossavida, conduzi-nos Eternidade. men!

    Jaculatria:Senhora das Dores, faa da morte do nosso corpo aeterna glria da nossa alma!

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Nono dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 25, 31-46)

    Meditao: Julgamento do escravo do mundo edo Escravo de Amor a Maria

    Cada homem recebena sua alma imortala retribuio eterna a partir do momento damorte, num Juzo Particular que coloca a suavida em relao vida de Cristo, seja por meio

    de uma purificao, seja para entrar deimediato na felicidade do Cu, seja paracondenar-se de imediato para sempre.

    (C.I.C. 1022)

    No entardecer da nossa vida, seremosjulgados sobre o amor.

    (S. Joo da Cruz)

    Olhemos sempre para o fim das nossas aces e meditemossobre como nos encontraremos diante de Deus, no dia do juzo...Neste dia, no poderemos ser desculpados, e por ningum

    seremos defendidos. Devemo-nos afligir por nossos pecados e,desde j, nos arrependermos deles, pois, alm do tmulo j noh o que fazer. Com a morte d-se o incio da definitivaexistncia, onde receberemos, do Juiz Supremo, a sentena

    imutvel. No julgamento nada ignorado por Deus:pensamentos, palavras, aces; nem o profundo do nosso ser.

    Tudo veremos diante de Deus; todos os pecados, as graasderramadas sobre ns, mas, no entanto desprezadas, e tambm osexemplos que nos deram os bons, e que, culposamente, foram

    tomados por ridculo.Os escravos do mundo, que em vida, abraaram os benspassageiros e temiam ser ridicularizados pelos juzos humanos,tremero diante do juzo de Deus. Enquanto, os Escravos deMaria, por desprezarem o juzo mundano, alcanaro a vitria e arecompensa do Senhor, pelas virtudes praticadas.

    Diante da sentena final, esses verdadeiros devotos,concluiro que foram de infinita vantagem os esforosempreendidos para tomarem o caminho do bem (como os seus

    actos de amor a Deus, a dedicao e o servio ao prximo, e a suafirme resoluo de servir a Santssima Virgem).Os servos do mundo sero acompanhados ao Juzo Final,

    meramente pelos seus pecados no arrependidos, e pelodemnio, que os reclamaro como sua posse; porm, os Escravosde Amor da Virgem Me, sero apresentados por Ela prpria, quese colocar diante deles como poderosa advogada, ornando osseus pequenos mritos e virtudes.

    Maria Santssima, sendo Me de Misericrdia, tornar o

    purgatrio dos seus Escravos o mais feliz, o mais curto e o maisconsolador de todos os demais, na medida em que eles,despojaram-se, com generosidade, dos prprios mritos em favorda sua honra.

    Que grande motivo de esperana nos deve levar aentregarmo-nos totalmente com grande ardor a Maria!

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Orao: Maria Santssima, confirma em ns a resoluo de a Vsnos consagrarmos inteiramente. Ensinai-nos o desprezo pelos

    juzos do mundo e o Santo Temor de Deus. Sede nossa luz, nossoideal e o amor do nosso corao, para que sejais tambm orefgio na hora da morte. men!

    Jaculatria: Virgem Santssima, sede nossa advogada no dia doJuzo!

    Dcimo dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 22, 1-14)

    Meditao: O Inferno

    O ensinamento da Santa Igreja afirma aexistncia do Inferno. As almas que morrem emestado de pecado mortal descemimediatamente aps a morte aos infernos ondesofrem as penas do Inferno, o fogoeterno. Apena principal do inferno consiste na separaoeterna de Deus, o nico em quem o homempode ter a vida e a felicidade para as quais foicriado e asquais espera.

    (C.I.C. 1035)

    muito importante a meditao sobre o inferno, a fim deo evitarmos, tendo horror ao pecado e ao esprito do mundo.

    Aps a morte, a alma do condenado atira-se ao encontrode Deus, o nico capaz de lhe conceder a felicidade almejada. Oestado de pecado que se encontra, no entanto, impossibilita-a dealcan-lO, visto que, livremente e conscientemente, desprezouem vida todas as graas que o Senhor fez cair sobre ela, atmesmo a devoo a Maria Santssima que a conduziria aconverso.

    No inferno o fogo h-de causar grande tormento, e deforma particular, o homem ser severamente castigado naquiloque mais pecou.

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    mesmo terrvel a viso, ou at, a imaginao doshorrores do inferno, onde as almas esto em meio a diversos eeternos tormentos: interminveis prantos, blasfmias, angstias egemidos, gritos de desespero, cheiro infecto e gosto amargo dasimundcies; toda sorte de sofrimentos exteriores e interiores.

    Assim, nos narram os pastorinhos de Ftima, sobre a visoque tiveram do Inferno:

    O reflexo pareceu penetrar a terra e vimos como queum mar de fogo. Mergulhados nesse fogo, os demnios e asalmas, como se fossem brasas transparentes e negras oubronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incndio,levadas pelas chamas que delas mesmas saam juntamentecom as nuvens de fumo, caindo para todos os lados,

    semelhante ao cair das falhas em grandes (incndios), sempeso nem equilbrio, entre gritos e gemidos de dor edesespero que horrorizavam e faziam estremecer de pavor(deve ser ao deparar-me com esta vista que dei esse ai! Quedizem ter-me ouvido). Os demnios distinguiam-se porformas horrveis e asquerosas de animais espantosos edesconhecidos, mas transparentes como negros carves embrasa. (Irm Lcia, Memrias 176)

    Mas em tudo isso o tormento maior a falta de Deus!Neste mundo temos muito que cuidar Devemos

    condoer-nos dos pecados j cometidos e vigiar para no cometeroutros, nem que seja necessrio para isso, padecer imensamentena terra. No nos esqueamos que, nossa Me bondosa, MariaSantssima, indicou-nos a devoo ao seu Imaculado Corao

    como a forma segura de alcanarmos a salvao, e esta, no deveser:

    Escrupulosa onde tememos serdemasiadamente devotos da Virgem Santssima, emrelao a Jesus Cristo.

    Presunosa onde, a pretexto de uma falsadevoo a Nossa Senhora, permanecemos no meio dopecado, acreditando, mesmo assim, chegar salvao.

    Inconstante sendo volvel, mudando asprticas de devoo, ou deixando-as inteiramente, ante amenor tentao.

    Hipcrita alistando-nos nas suas confrarias etrazendo as suas insgnias para passarmos por bons.

    Interesseira recorrendo Santssima Virgem

    simplesmente para livrarmo-nos dos males do corpo ouobtermos bens temporais.

    Para melhor corresponder sua Misericrdia, a VirgemSantssima acrescenta-nos: Se fizerdes o que Eu vos disser,salvar-se-o as almas e tero a paz. (Nossa Senhora, 13 Julho, 1917).

    E qual a sua vontade? Qual o seu mandamento? Para oreconhecermos temos que recorrer ao Evangelho segundo So

    Joo, onde Maria Santssima exprime-o:Fazei tudo o que Elevos disser.Ou seja, a vontade de Maria que nos conduzamos

    aos braos do Pai, seguindo a sua santa Palavra, que o seuVerbo, Jesus Cristo, como nos afirma a Irm Lcia.

    Dediquemo-nos, portanto, ao conhecimento da SantssimaVirgem e na devoo para com Ela, pois, assim teremos o penhorseguro da Salvao.

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    Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e

    amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoo ao MeuImaculado Corao. A quem a aceita prometer-lhe-ei asalvao e estas almas sero amadas de Deus, como flores

    colocadas por mim para enfeitar o seu Trono. (NossaSenhora, 13 Junho, 1917)

    Orao: Me amadssima, no nos deixeis perecer! Noqueremos apartar-nos de Vs. Mortificaremos o corpo com osseus sentidos, entregando-nos ao Vosso nico servio de amor.Conduzi-nos a Jesus para que por meio do seu SantssimoCorao tenhamos a inefvel posse de Deus! men!

    Jaculatria:Maria Imaculada, Me do Redentor, apressai-Vos emsocorrer-nos nas nossas misrias!

    Dcimo primeiro dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Lc 12, 32-38)

    Meditao: O Paraso

    a continuao do mistrio da Cruz,que nos leva pelo Caminho do Cu.

    (Irm Lcia, Apelos da Mensagem de Ftima)

    impossvel contestarmos a realidade do Cu, pois, aSagrada Escritura em vrias das suas passagens no-la revela.

    Bem-aventurados sereis quando vos insultarem eperseguirem e mentindo, disserem todo o gnero de calniascontra vs, por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porquegrande ser a vossa recompensa nos Cus; porque tambmassim perseguiram os profetas que vos precederam. (Mt 5,11-12)

    S negam a eternidade celeste aqueles que no queremtravar rduas lutas contra o pecado, como bem nos assevera

    Nosso Senhor: Entrem pela porta estreita, porque larga aporta e espaoso o caminho que levam para a perdio(Mt 7, 13).

    A mensagem de Ftima, revelao particular que possui oselo de autenticidade da Igreja, leva-nos a considerar asrealidades eternas e a seguir pelo Caminho do Cu por meio daDevoo ao Imaculado Corao de Maria. Consonante com o

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    contedo das Aparies, reconhecemos a Santa Escravido deAmor, como a forma mais perfeita de venerao da VirgemImaculada que seguramente nos levar viso beatfica de Deus.

    No Cu, no padeceremos nenhum mal corporal ouespiritual, pois, toda a glria inundar a nossa vida! Estaremos

    completamente felizes na posse do Sumo Bem, que Deus,contemplando-O, amando-O e louvando-O, sem nenhumembarao. Uma felicidade impossvel de descrever, assim comonos diz So Paulo: Ouvidos jamais ouviram, olhos jamaiscontemplaram Como explicar a imensa alegria de umaassociao de bem-aventurados que se encontram mergulhadosem Deus, imergidos na luz do seu Divino Amor, onde oconhecimento pleno?

    Imaginemos Como ser o encontro com Maria

    Santssima, momento este, em que nos apresentaremos como osseus Escravos de Amor? Aqui na Terra, possumos tanta doura,ao lembrarmo-nos dEla; no Cu, no teremos ainda maiorfelicidade ao contempla-lA face-a-face?

    Tudo o que mencionamos sobre as alegrias que gozaremosno Cu no tem comparao com a viso beatfica de Deus, ondeO conheceremos como Ele nos conhece. Toda a venturaconsistir na posse de Deus, onde a alma ser plenamente saciada.

    de suma sabedoria desprezarmos os bens perecedourosda terra para gozarmos dos bens supremos e eternos que nos trazo Paraso.

    Como havemos de alcanar esta Bem-Aventurana?Despojando-nos do que h de mal em ns e dedicando Santssima Virgem uma verdadeira devoo, cujas principaiscaractersticas so:

    Interiorpartindo do esprito e do corao, tendo umaalta estima por Nossa Senhora advinda do conhecimento das suasgrandezas e do amor que Lhe dedicamos.

    Terna cheia de confiana no seu Imaculado Corao,tomando-A como refgio habitual em todos os males do corpo e

    do esprito.Santalevando-nos a evitar o pecado e imitar as virtudesda Virgem Me de Deus, particularmente a sua profundahumildade, a sua f viva, obedincia cega, orao contnua,mortificao universal, pureza anglica, caridade ardente,pacincia herica, mansido e sabedoria divina.

    Constante consolidando a alma no bem e sendopersistentes nas prticas devocionais, onde faremos oposio aomundo, com as suas paixes, modas e mximas; carne, com seus

    apetites e paixes; e ao demnio, com as suas tentaes.Desinteressada isto , inspirando-nos na busca deDeus e de sua Santa Me, atravs do desprezo de ns prprios.Como verdadeiros devotos de Maria, no A serviremos poresprito de interesse, mas sim, A amaremos nas securasespirituais, nas douras e fervores, unicamente porque Elamerece.

    No nos esqueamos que o ofcio principal de Maria, ode nos conduzir a Deus!

    Orao: Salve Rainha, Me de Misericrdia, Vida, Doura eEsperana nossa, Salv! A Vs bradamos os degredados filhos deEva, a Vs suspiramos, gemendo e chorando neste vale delgrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses Vossos olhosmisericordiosos, a ns volvei, e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do Vosso ventre. clemente, piedosa,

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    doce sempre Virgem Maria. Rogai por ns, Santa Me de Deus.Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. men!

    Jaculatria:Virgem Maria; Mezinha, leva-nos ao Cu!

    Dcimo segundo dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 25, 1-13)

    Meditao: As promessas do Baptismo

    O selo baptismal capacita ecompromete os cristos a servirem a Deusnuma participao viva na sagrada liturgia daIgreja e a exercerem seu sacerdcio baptismalpelo testemunho de uma vida santa e de umacaridade eficaz.

    (C.I.C. 1273)

    com a recepo do Santo Baptismo que damos entradana Igreja, participando da comunidade dos filhos de Deus.

    So Pedro, na sua Primeira Carta, diz-nos: Sois a raaeleita, o sacerdcio real, a nao santa, o povo da suaparticular propriedade, a fim de que proclameis asexcelncias daquele que nos chamou para a sua luzmaravilhosa. (1Pe 2, 9).

    Recebemos, neste sacramento de iniciao crist, ocarcter indelvel de filhos de Deus, e como tais, devemos viverconfiando nEle, no seu amor, poder e bondade, para com fervor,e muito nimo, trilharmos o caminho da santidade ao qual somosconvocados.

    Fomos chamados alta dignidade dos filhos de Deus, erealmente o somos, j que a Graa Baptismal justificou-nos,fazendo-nos partcipes da sua natureza divina. Neste mundo,torna-se muitssimo necessrio preservarmos esta Graa e

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    aperfeio-lA, at chegarmos plenitude da idade de Cristo.Vivamos como santos! Sejamos verdadeiros adoradores de Deus,em esprito e verdade!

    Sendo fiis s promessas baptismais, as mesmas querenovaremos com a Consagrao Total Virgem Maria, que

    caminharemos em direco felicidade do Cu.O mundo cristo est numa grande desordem, isso porquegeneralizou-se o esquecimento dos votos e promessas expressosno Baptismo, e em consequncia, deixou-se de amar e respeitar aDeus e os seus mandamentos. A F suplicada por ns, atravs dosnossos pais e padrinhos, se tornar operosa quando os preceitosdo Senhor forem cumpridos; preceitos estes, que possuem ntimarelao com os compromissos de filhos de Deus, expressostambm pela renncia a satans, s suas pompas e s suas obras.

    E como traduzir isso na prtica?Rejeitando o esprito do mundo, orientando-nos peloesprito de Jesus Cristo, odiando o sculo com as suas mximas emodas, que so totalmente contrrias aos ensinamentos do Senhore da Sua Santa Igreja.

    Quando falamos em respeitar os preceitos da Santa IgrejaCatlica Apostlica Romana, estamos evocando a fidelidade paracom Ela, que consiste em escutar, acreditar e obedecer s suasleis e Doutrina. Essa a forma ordinria de reconhecermos queEla o Corpo Mstico de Cristo, a depositria de toda a verdadeda F e a dispensadora dos mritos de Jesus. Ele mesmo nosassegurou: Eis que estou convosco todos os dias at o fim domundo (Mt. 28, 20).

    Na recepo do Santo Baptismo, como j vimos, foiderramada sobre as nossas almas a divina Graa, introduzindo-nosna comunidade dos filhos de Deus: a Igreja. Jesus

    verdadeiramente filho de Maria, e ns, como membrosengendrados no seu Corpo Mstico, tambm somos de facto filhosdEla. Faz-se mister, examinarmos frequentemente a nossaconscincia no que tange fidelidade a Jesus e dignidade defilhos da Santssima Virgem.

    A consagrao Santa Me de Deus nos unir intimamentea Cristo atravs da renovao dos votos baptismais, que ser agoraefectuada de maneira mais madura, pois foi precedida de umapreparao repleta de profundas reflexes sobre as nossasresponsabilidades.

    Este, ser um acto bem nosso, que advm do ntimo do sere que alegrar muito Nossa Senhora; Ela, por sua vez, tornar-se-a medianeira da nossa total entrega a Jesus, colocando-nos emtotal averso a satans e ao pecado.

    Viemos ao mundo com o objectivo de viver para Deus eser homens e mulheres espirituais, devemos, pois, trabalhar comfervor em prol dessa perfeio.A vocao de todo baptizado de vivera santidade!

    Desde que sejamos diligentes na imitao de NossoSenhor, poderemos contar com o auxlio celeste. Para isso temosque nos afastar com violncia daquilo que tende a nossa naturezacorrompida, e esforarmo-nos para adquirir as virtudes.

    Cristo Crucificado o nosso perfeito modelo; temosportanto, que dispor de muito esforo para imit-lO. Esta TotalConsagrao a Nossa Senhora, levar-nos- a conformarmo-noscom Jesus atravs da renncia ao demnio, ao mundo, ao pecado,e a ns mesmos.

    A Santssima Virgem, quem nos levar mais rapidamentea Cristo alcanando-nos a Bem Aventurana eterna. Nohesitemos em entregarmo-nos completamente a Ela!

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    Orao: Me amada, recordai-nos sempre os sagradoscompromissos baptismais para no os trair. A lembrana daConsagrao Total que faremos a Vs reavivar a nossadeterminao em fugir todos os dias do esprito do mundo para

    nos darmos inteiramente a Jesus Cristo. Ensinai-nos os nossosdeveres e dai-nos a ddiva de continuarmos sempre na Graa,conservando a alvura da nossa alma. men!

    Jaculatria:Maria Santssima, ajudai-nos a observar fielmente osmandamentos do Senhor!

    PRIMEIRA SEMANA

    Conhecimento de si mesmo

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    PRIMEIRA SEMANA

    Conhecimento de si mesmo

    Durante a primeira semana, dirigiremos todas as nossasoraes e actos de piedade para alcanar o conhecimento

    de ns mesmos e a contrio dos nossos pecados, tudofazendo em esprito de humildade.(T.V.D)

    Neste perodo concentrar-nos-emos sobre ns mesmos,esforando-nos para conquistarmos a humildade, virtudeindispensvel vida crist. Atravs do auxlio de Maria Santssima

    nos esclareceremos melhor sobre a nossa imensa misria e tristecondio de pecadores, sem que cheguemos ao extremo deirritao contra ns mesmos, ao desnimo, ou, ao desespero. ASantssima Virgem Maria providenciar a doce paz a todosaqueles, que com rectido, realizarem este exerccio espiritual

    Oraes:

    - Ladainha do Esprito Santo

    - Ladainha de Nossa Senhora

    - Saudao a Nossa Senhora

    Dcimo terceiro dia

    Sugesto de leitura Bblica: Santo Evangelho (Mt 3,1-12)

    Meditao: O Pecado na nossa vida espiritual

    No ofendam mais a Deus nosso Senhorque j esta muito ofendido.

    (Nossa Senhora, Ftima 13 de Outubro de 1917)

    Ainda que os pecados das almas fossemnegros como a noite, quando um pecador seconverte Minha Misericrdia presta-Me a

    maior glria e torna-se honra da MinhaPaixo.

    (Sta. Faustina, Dirio 370)

    Foi imensa a omnipotncia e doura da Sabedoria Eterna,que Deus, na criao do homem sua obra-prima, fazendo-o imagem da sua beleza e perfeio. Ado e Eva eram perfeitascpias do seu entendimento, memria e vontade, retratos dadivindadeonde os coraes estavam repletos de Amor; tudo era

    luz! A Graa de Deus nas suas almas tornava-os imortais,constantemente fora de si e transportados em Deus. Mas ohomem pecou e, com o pecado na alma, perdeu todos os donstornando-se escravo do demnio.

    Fragilizado pelas paixes desordenadas, j no ama a Deus,e torna-se objecto da sua clera; expulso do paraso vai levar umavida amaldioada , infeliz estado!

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    Entretanto, Deus, na sua Infinita Misericrdia, entrega oseu Filho nico para nossa Salvao, o Verbo faz-se carne, para assimdestruir a escravido do pecado. (Prof. Felipe Aquino, Pecados e Virtudescapitais).

    Agora, s com a Graa sobrenatural do Baptismo que

    recobramos a nobreza da participao na linhagem divina, mas,esquecendo-nos dEla, atravs dos pecados actuais, entramosnovamente num processo de degenerao. Como poderemoscaminhar rumo eternidade, em meio a tantas revoltas interiores,do mundo e do maligno? -nos, muito necessrio, conhecer anossa misria, cultivar a virtude da humildade, renunciar a nsmesmos, e dentre todas as devoes a Nossa Senhora, escolherviver aquela que melhor e mais perfeitamente nos leve morteda vontade prpria, deixando Cristo viver em ns, e assim

    alcanarmos a salvao. Por conseguinte, colocaremos emprtica, com a ajuda materna da Rainha dos Coraes, aquelamxima de Jesus Cristo: quem quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo,tome a sua cruz e siga-Me!

    Reflictamos sobre o que afirmamos, parte por partePrimeiramente, reconheamos os nossos pecados e aconsequncia deles na vida espiritual. As melhores e maioresaces so sempre corrompidas e manchadas pelo egosmo. Paramelhor compreenso, notemos que Deus introduz nos coraes,que foram pervertidos pelo pecado original e actual, as suasgraas, os seus dons, o seu amor; e estes, so maculados pelo maufundo que existe em todos ns. As boas obras disso se ressentem;assim, temos que nos libertar rapidamente de tudo que h-deperverso em ns; conhecendo, pela actuao e amparo do DivinoEsprito Santo, a prpria incapacidade que temos para praticar obem, nossa fragilidade, indignidade e instabilidade de alma. Tudo

    isso, decorrente do pecado original e dos pecados actuais quecometemos (mortais ou veniais) que aumentam ainda mais a nossaconcupiscncia. A partir desta descoberta concluamos que somossempre incapazes. S Deus que faz o bem em ns.

    Devemos, por consequncia, assumir uma atitude de plena

    renncia a ns mesmos, do nosso corpo (com todos os seussentidos que tendem a corrupo) e da nossa alma (que estandocega pela soberba, torna-se enfraquecida na inconstncia erevoltada nas suas paixes). Efectivamente, somos propensos inveja, gula, ira, preguia, etc. Renunciemos s msoperaes do corpo e da alma se quisermos viver para o Cu. Paraisso acontecer temos um segredo na ordem da Graa, que aperfeita e Verdadeira Devoo a Maria Santssima; esta, por sermais santificadora levar-nos- quotidianamente morte de ns

    mesmos. Com ela, alcanaremos a graa do puro amor atravs daprtica da humildade e de uma vida escondida em Deus, o queocorrer em pouco tempo, suavemente e com muita facilidade, seLhe formos fiis.

    Maria Santssima alcanar-nos- a graa do Santo Temor deDeus, onde viveremos em intensa compulso pelos nossospecados, tendo como amargo e pesado tudo o que no mundo nonos conduz a Ele. Levados a considerar a vida eterna, evitaremoso que desagrada ao bom Deus, sem temer qualquer austeridadenecessria para refrearmos nossa tendncia ao mal. Sejamosdeterminados!

    Orao: Me Imaculada, temos os olhos cheios de lgrimas dedor, de contrio e vergonha pelos nossos pecados! Mas, a Vossabondade cuida de ns. Tornai-nos puros aos olhos de Jesus,inteiramente despojados de ns mesmos e ornados com a Vossa

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    beleza. Aceitamos o Vosso auxlio para que renunciando a todasas nossas misrias, possamos revestir-nos das riquezas de JesusCristo. men!

    Jaculatria:Virgem purssima, libertai-nos das culpas, revestindo-

    nos das Vossas virtudes!

    Dcimo quarto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Mt 16, 5-12)

    Meditao: Nossos maus hbitos

    Tudo o que h de mal na histria dohomem e do mundo consequncia dopecado.

    (Prof. Felipe Aquino, Pecados e Virtudes Capitais)

    Quando Maria vos sustenta, no cas;

    quando vos protege, nada temeis; quando vosconduz, no vos fatigais, quando vos propcia,chegais ao porto da salvao.

    (So Bernardo)

    H em nossa vida vrias consequncias ruins advindas dopecado.

    Possumos inmeras enfermidades na inteligncia: adificuldade no entendimento das coisas de Deus, de saber o nossodestino, de aceitarmos a submisso, de sermos dceis e

    obedientes ao Senhor e a seus representantes na terra, etc.Infelizmente, com a mente obscurecida inclinamo-nos para ascoisas criadas, tendo-as como finalidade nica, esquecendo-nos deDeus, possuindo, desse modo, um amor excessivo a ns prprios.Somos, enfim, soberbos, orgulhosos e cheios de presuno, noouvimos ningum; firmamo-nos nas prprias opinies querendoimp-las a todos. Como nos corrigiremos? S tornando-nos

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    humildes que alcanaremos o verdadeiro caminho: Deus, aVerdade Suprema!

    Somos vulnerveis na nossa vontade, pois esta, apresenta-se muito debilitada no exerccio da virtude. O pecado originalacendeu nos sentidos s ms tendncias (concupiscncias),

    levando-nos a contrariar as inspiraes da razo e da f. Os nossospecados actuais, contribuem para aliment-las ainda mais.Facilmente camos na desordem das concupiscncias e issodificulta-nos o processo de elevao a Deus.

    No podemos, (nem devemos) confiar em ns mesmospara assegurarmos a nossa perseverana, pois, somos muitoinstveis e facilmente poderemos cair no abismo da condenaoeterna. Reconheamos, com humildade, as nossas misrias diantede Deus, confessando-nos pecadores e pedindo o socorro da sua

    Misericrdia Infinita. Cultivando a vida interior e antepondo ocuidado de ns mesmos a todos os outros, nos ocuparemos comDeus e connosco, aproveitando para despirmo-nos de tudo quetemos de terreno. Com muito cuidado que amaremos a Deuss; Aquele que encher de consolao e alegria a nossa alma.

    E para cultivar esta vida interior, quem ser para n, remdio emodelo? Ser Maria Santssima, Aquela que permaneceu sempreforte e fiel, pois Ela h-de gerar-nos na vida da Graa. Foi Elasempre plena de Graa, e sua inteligncia e vontade voam paraDeus. No considerando a Si mesma, foi sempre humilssima,declarando-se a Escrava do Senhor. Maria tambm o remdiopara o nosso orgulho, onde, ns, seus escravos, teremos a glriade vencer o demnio e sermos salvos com a sua maternal ajuda.

    a Virgem Santssima, Aquela a quem os santos mais seagarraram, e fizeram prender-se os outros, para que assimpudessem perseverar no bem. Se com esta devoo nos

    entregarmos plenamente to generosa Me, confiando-Lhetodos os pequenos bens, nEla residir toda a nossa esperana, jque como depositria dos nossos tesouros Maria h-de conserv-los e aument-los em merecimentos e virtudes.

    Bem-aventurados os que Vos conhecem, Me de

    Deus, porquanto conhecer-Vos a estrada da vida imortal, ecelebrar Vossas virtudes o caminho para a salvao!(Santo Afonso Maria de Ligrio).

    Orao: Me Bendita, damos graas pela iluminao que nosobtendes de Jesus, a fim de que nos conheamos sempre mais eassim nos desprezemos desconfiando de ns mesmos. Quantoorgulho h na nossa vida! Quanta fraqueza h na nossa vontade!Preparamo-nos para darmos todo a Vs, Mezinha. Continuai o

    Vosso trabalho de mostrar, aos nossos olhos envergonhados,todas as misrias do nosso orgulho e inconfessveis fraquezas.Dai-nos, Virgem Santssima a Vossa pureza, to oposta ao pecado,que turba-nos a mente e assim debilita-nos a vontade. Sarai anossa inteligncia e alentai as nossas resolues de humildade e deperseverana no bem, onde confiaremos unicamente na graaomnipotente de Jesus Cristo e no carinho abenoado do Vossoamparo tutelar. men!

    Jaculatria: Maria, mostrai-nos o caminho da sabedoria econduzi-nos na senda da justia!

  • 8/2/2019 Exercicios Espirituais Pefeita Devocao

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    Dcimo quinto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Jo 13, 21-35)

    Meditao: Consequncia dos nossos maushbitos

    Quanto mais o homem quiser serespiritual, tanto mais amarga se lhe far a vidapresente, pois melhor conhece e maisclaramente v os defeitos da corrupohumana.

    (Imitao de Cristo Livro I, Cap. 22)

    Os maus hbitos, como frutos de perdio, so

    consequncias do pecado original e dos pecados actuais. Oorgulho faz-nos voltar a ns mesmos, considerando-nos com umaexcelncia, que na verdade no possumos, trazendo consigo oesquecimento de Deus. Na prtica verificamos isso, quandoenvoltos pela falsa cincia deste mundo, ficamos com a menteobscurecida e assim no enxergamos o Senhor. Com este vciopernicioso passamos a agir como se Jesus Cristo e a sua Lei noexistissem, desrespeitando-Os com a nossa conduta. Outraconsequncia da soberba o esquecimento do prximo, onde

    atravs das nossas palavras, opinies e atitudes, colocamo-noscomo o centro do universo.

    Tudo o que vimos contrrio ao ideal que deve nortear anossa existncia: a comunho de amor com Deus e com oprximo.

    Ainda,como fruto dos maus hbitos, temos a debilidade davontade, que tende a procurar s o que agrada aos sentidos,

    recusando qualquer tipo de cruz, seja a dor, o sofrimento, asausteridades ou qualquer forma de penitncia. A Paixo de NossoSenhor e as Dores de Maria Santssima deixam de fazer parte dasnossas meditaes para preferirmos ater-nos ao triunfo gloriosoda Ressurreio e da Ascenso de Jesus.

    Estamos acometidos de vrias fraquezas; o pecado fere-nos, enfraquecendo, como j vimos, as relaes com Deus e como outro; arrefecendo, ou at mesmo, extinguindo a caridade emns. Busquemos o auxlio da Graa divina, que nos vemordinariamente pelos Sacramentos, e preservada em ns poruma vida vigilante e cheia de orao; caso contrrio, a vida deDeus em ns deixa de existir e podemo-nos condenar ao inferno.

    Entretanto, fiis Sabedoria Eterna e Encarnada que Jesus, no cairemos na ignorncia, na cegueira ou na loucura, no

    escndalo e no pecado. Sendo-Lhe dceis, desejando-A eprocurando-A, com todas as foras, sem poupar nenhumsacrifcio, que chegaremos a adquiri-lA e/ou conserv-lA.

    A contemplao dos exemplos de Maria Santssimaaparece-nos agora como a forma mais acertada de colhermos umaprendizado eficaz no que tange ao esquecimento de ns mesmos,simplesmente por que nos motivaremos pelo amor. BusquemosMaria, pois Ela o caminho do retorno a Deus; Ela no foi criadaseno para Deus e o amou ao extremo, mostrando-nos queprecisamos renunciar at aos prprios direitos em favor dosoutros. Se A amarmos perfeitamente faremos da dedicao a Elaum grande impulso para a doao ao prximo, servindo-o como aprpria Me do Cu o serviria.

    Outro ponto importante na contemplao de Maria, queEla tambm nos mostra, com a sua vida, a coragem crist, da qualdevemos estar revestidos para enfrentarmos qualquer sofrimento.

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    Despojando-nos de tudo o que h do homem velho em ns,suavemente cumpriremos o nosso chamamento a sofrerresignadamente no corpo o que faltou a Paixo de Nosso Senhor

    Jesus Cristo.No nos economizemos na busca pela santidade!

    Tenhamos em Maria Santssima um perfeito modelo de totalentrega a Deus e de servio aos irmos.

    Orao: Maria Santssima, guarda fidelssima da nossa alma,lanamo-nos em Vs, implorando o Vosso compassivo olhar.Despojai-nos de ns mesmos, do orgulho e da sensualidade.Revesti-nos de Jesus, para que aprendamos a amar a Deus e adevotar-nos ao prximo. Alentai-nos, Me das Dores, e confortaio nosso corao no incndio da caridade do Vosso Corao

    Imaculado e que aceitemos fazer morrer a prpria vontade,sempre dceis s Vossas suaves austeridades para connosco.Preparai-nos na consagrao que a Vs queremos fazer,encaminhando-nos os passos pelas veredas das virtudes que soto difceis nossa natureza. men!

    Jaculatria:Nossa Senhora da Esperana, que ns saibamos seguira Jesus, renunciando a ns mesmos e tomando a cruz de cada dia!

    Dcimo sexto dia

    Sugesto de leitura: Santo Evangelho (Jo 5, 2-9)

    Meditao: O abismo do nosso nada

    No esqueamos nunca que somos nadae nada possumos em prprio seno o pecadoque a Justia quer que nos abaixemos entretodas as criaturas e que no Reino de JesusCristo, os primeiros so os ltimos e os ltimosso os primeiros.

    (Imitao de Cristo livro I, Cap. 2)

    J reconhecemos, deveras, que os pecados nos trazem

    consequncias terrveis! Somente tendo passado por esseexerccio de meditao que chegaremos ao conhecimento dens mesmos; assumindo a nossa fragilidade, a nossa ignorncia e,por fim, o nosso nada.

    Deus Aquele que , desde toda a eternidade; ns, semEle, somos nada! Ele quem nos conserva; se ainda vivemos, porque Deus pensa em ns. Em cada aco, seja no corpo, ou naalma, dependemos dEle.

    Ns, esse nada de que estamos falando, fomos criados pela

    Misericrdia do Senhor para a sua glria, seu servio e para afelicidade. De posse deste conhecimento, como poderemosrevoltar-nos contra Deus, praticando o mal, o pecado?Unicamente, nEle somos e fazemos o bem. de Nosso Senhorque brota o querer e o fazer; a iniciativa parte dEle, s temosque no Lhe pr obstculos. No desenrolar da vida temos que, a

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    exemplo da Me do Cu, viver a humildade, tendo de ns poucaconta e pensando sempre o melhor daqueles que nos rodeiam.

    realmente necessrio reconhecer quem somos e nomurmurar quando somos desprezados. Haveremos de fazer tudocomo se dependessemos unicamente de ns, mas sabendo que tudo depende

    de Deus. Ao realizarmos todas as aces da melhor maneirapossvel, eis que nos aparece a seguinte mxima: Somos servosinteis, no fizemos mais que a obrigao!

    Segundo Santa Catarina de Sena: na cela do auto-conhecimento que adquirimos a perfeio. Somos frgeis nosnossos corpos (pois, estes, esto sujeitos a toda fraqueza); nosnossos bens materiais (pois, tudo o que possumos pode serperdido por um erro de administrao, inveja, pelos ladresoupelas perturbaes nos negcios); na estima que de ns

    tm os outros (porque ela pode ser perdida por uma calnia, oupelo aparecimento de alguma aco m que cometemos outrora);por fim, somos tambm muito frgeis na nossa vidaespiritual, onde podemos cair em pecados mortais a cadainstante, afastando-nos de Deus.

    Como confiar em ns mesmos? Nas prprias foras,possibilidades e saberes? A cincia que possumos, por exemplo, pouqussima e cheia de imperfeies, onde desprezamos asverdades mais excelsas, orgulhando-nos dos conhecimentosmateriais e tornando-nos, por assim dizer, acanhados nacapacidade de penetrar nas luzes da verdade revelada. imensa anossa ignorncia e ainda nos julgamos grandes sbios, firmando-nos nas prprias opinies. Com tristeza ignoramos as nossastendncias e defeitos, e na maioria das vezes, nem osreconhecemos quando nos chamam a ateno.

    Aquele que bem se conhece tem-se por vil, e no se deleita com oslouvores humanos. Se nos parece que sabemos muito e que entendemosmuito bem as coisas, devemos ter por certo que muito mais o queignoramos; assim nos diz a Imitao de Cristo.

    sob a luz que emana de Maria Santssima que melhor

    reconhecemos a imensidade da nossa misria e nosdesprezaremos, confiando somente em Deus, pois, a VerdadeiraDevoo, tornar-se- o remdio salutar para os nossos males

    Sendo fiis a esta prtica de devoo ensinada por So LusMaria Grignion de Montfort, teremos as luzes do Esprito Santo,dadas a ns por Maria, onde nos faremos partcipes da suaprofunda humildade, levando-nos a amar o desprezo e nodesdenhar dos outros. Participaremos na f de Maria, a maior detoda a terra, tendo-a de forma pura no nosso proceder, levando-

    nos a buscar s o amor, onde realizaremos grandes coisas paraDeus e a salvao das almas. Teremos a verdadeira liberdade dosfilhos de Deus em obedec-lO, afastando de ns todo oescrpulo, temor servil e desregrado, dilatando o nosso coraopara avanarmos nos caminhos dos mandamentos do Senhor.Ganharemos grande confiana em Deus e em Maria, porqueseremos revestidos dos merecimentos e virtudes da Virgem SantaPor fim, a ns ser comunicada a alma da Santssima Virgem, paraglorificarmos o Senhor, e o seu esprito, para nos regozijarmosem Deus.

    Esse tempo to esperado, em que nos tornaremos cpiasvivas de Maria, h-de vir para que se estabelea logo o Reinado de

    Jesus no mundo. Sejamos, pois, fiis consagrao que iremosrealizar!

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    Orao: Me Po