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da Produção Familiarda Produção FamiliarExperiências Agroecológicas

da Produção Familiar

A comunidade do Barroso, localizada na zona rural de Camamu, Território do Baixo Sul da Bahia, surgiu após a chegada de 35 famílias numa antiga fazenda de cacau abandonada. Hoje, a comunidade está organizada em torno da produção de alimentos e da criação de galinhas nos sistemas produtivos das famílias agricultoras. A comunidade conta com o apoio de grupos de mutirão. O dos homens trabalha nos cultivos do cacau, cravo, mandioca e fruteiras. O grupo das mulheres atua mais com a produção de alimentos nos quintais e roçados, das plantas medicinais e da criação animal. Com apoio do Fundo Rotativo Solidário, o grupo começou investir na criação de galinhas. Compraram telhas, telas, fios, lonas, bebedouros, comedouros, arame e outros materiais para construção dos galinheiros, além da máquina forrageira para p ro d u z i r a raç ão p a ra o s a n i m a i s , economizando com a compra e garantindo a

Criação de galinhas garante qualidade da alimentação de famílias agricultoras

qualidade na alimentação das aves. Para a produção de alimentos nos quintais compraram telas, sementes e regadores, entre outras coisas. A ideia deu tão certo que hoje mais pessoas da comunidade começaram a participar dos grupos.

Joanildes, conhecida como Nil, conta que as oficinas de formação e a assessoria do SASOP fizeram com que conseguissem o resultado que queriam na criação de galinhas e agora pensam em vender o excedente da produção. Ela lembra que o curso que participaram fez com que aprendessem como cuidar das galinhas, como higienizar, vacinar, como usar os medicamentos e alimentar os animais. Aprenderam a desidratar as folhas, raízes e sementes para fazer ração, a sempre lavar os vasos de água, colocar água de qualidade para beberem, cuidados que melhoram a criação e evitam doenças. O professor Ivanildo dos Santos, morador da

Criação de galinhas no Assentamento Dandara dos Palmares

Território Baixo Sul da Bahia ano 01. nº 01. Camamu, novembro 2012

Baixo Sul da BahiaBaixo Sul da BahiaBaixo Sul da Bahianovembro 2012 . novembro 2012 . Experiências Agroecológicas da Produção Familiarnovembro 2012 . Experiências Agroecológicas da Produção Familiar

Dona Maria Leite e sua criação no Barroso

comunidade e criador de galinhas, mais conhecido como Tita, lembra que muitas pessoas não acreditavam que a criação de galinhas podia dar cer to porque só consideravam renda o que fosse para vender. Hoje, segundo Tita, quem cria não se arrepende e algumas pessoas passaram ainda a

criar cordornas. Tita fala que as famílias deixaram de comprar muita coisa fora. A ração fazem na própria comunidades com mandioca e outras plantas. Tita acrescenta ainda que o incentivo do SASOP mudou a alimentação das pessoas na comunidade, que passaram a cultivar até horta em seus quintais utilizando adubo feito do próprio esterco da galinha. Seu André, um dos agricultores que trabalha com o grupo do mutirão, diz que a comunidade tem se fortalecido com apoio do SASOP. Para ele, o SASOP é um grande parceiro e o apoio possibilitou que ganhassem mais experiência para desenvolver a criação, cuidar dos animais e ampliar os galinheiros.

As mulheres do Barroso contam que o trabalho em grupo possibilita a troca de experiências. Cada uma cria no seu quintal, mas conta com a ajuda de todas. Com o incentivo do SASOP e do Grupo de Mulheres do Assentamento Dandara dos Palmares, o

Realização:

grupo do Barroso planeja vender seus produtos na Feira Agroecológica de Camamu. A maior dificuldade, no entanto, é a situação da estrada, que piora ainda mais quando chove e dificulta o acesso aos mercados.

No Assentamento Dandara dos Palmares, localizado também no município de Camamu, a experiência de Rosalvo de Jesus mostra que criar galinhas vale à pena. Para ele, criação de galinhas é o que mais dá lucro, mas avisa que precisa ter dedicação. Diz que depois de 1 mês, junta os pintos e outras galinhas com os patos para aprenderem a comer folhas, frutas, tronco de bananeira, raspa de mandioca, repolho, couve, gramas e outros alimentos. O galinheiro de Seu Rosalvo foi construído com apoio do Fundo Rotativo Solidário, em parceria com o SASOP, assim como a compra do bebedouro, animais, tela, telhas, cimento, madeira, entre outros materiais. O esterco é aproveitado como adubo orgânico na roça e ainda sobra para comercializar. Atualmente, Seu Rosalvo tem galinhas para o consumo da família e ainda vender . Também com apoio do Fundo Rotaivo, o Grupo de Mulheres da Dandara iniciou a criação coletiva de galinhas. Construíram um galinheiro e afirmam que a criação tem dado ótimos resultados. Produzem o alimento dos animais utilizando taioba, rami, frutas, mandioca, folhas, entre outras. O espaço do piquete, área de gramíneas onde as galinhas pastam e catam insetos, também tem sido a p r i m o r a d o p e l o g r u p o e n q u a n t o complemento importante para a alimentação e bem estar animal. As mulheres planejam agora investir na reprodução de aves mais rústicas na própria comunidade e, assim, aumentarem a autonomia em relação à criação.

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