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expediente - Diagrarte€¦ · testou seu novo projeto com uma de-colagem solo, ficou tão animado com as possibilidades, que ficou perambulando pelos centros de esqui do EUA demons-trando

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2 Cicloturismo no Sul de Minas

4 Parapente

6 Vegetarianismo — uma opção saudável

8 Câmara Municipal de Itajubá realiza e apoia ações de conservação do meio ambiente

9 Cultive um pomar doméstico e colha saúde

10 Helibras se moderniza de forma sustentável

12 O mundo sagrado dos Maias

14 Matematicoterapia

16 A escalada ao sucesso profissional

17 As mulheres tomam as rédeas da economia verde

18 Mamografia e o Câncer de Mama

19 Curso G9, de Itajubá, uma escola solidária

20 Terceiro molar ou dente de siso, extrair ou não, e quando?

22 A polêmica sobre as próteses de silicone

23 A cidade que mora em mim

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Bill Souza, Célia Rennó, Dr. Fernando Ayres, Dra. Gracia Costa Lopes, Dra. Lorena Oliveira Meni Gonçalves, Marcelo Lambert, Mauro Laraia, Orlando Mohallem, Omar Viana Hadad, Rafael Salomon de Faria, Ricardo de Souza Oliveira e Ricardo Muza.

Revisão: Marília Bustamante Abreu MarierProjeto Gráfico: Elaine Cristina PereiraFoto capa: Bairro da Berta em Itajubá/MG, de Orlando MohallemVendas: Diagrarte Editora LtdaImpressão: Resolução Gráfica LtdaTiragem: 2.500 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Venha fazer parte da Naturale, anuncie, envie artigos e fotos.

Faça parte desta corrente pela informação e pelo bem.

Contate-nos: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica: www.diagrarte.com.br

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Apoio para distribuição

Caro leitorQue tal praticar exercícios físicos ao ar livre, cercado por

belas paisagens, conhecendo novos lugares? Para quem mo-ra em cidades pequenas e médias essa tem sido uma ótima opção, pois não precisam aguardar um feriado ou as férias pa-ra fazerem esses passeios, pois nos finais de semana têm a possibilidades de se exercitarem e conhecerem várias cidades vizinhas.

Nesta edição, apresentamos duas alternativas, o ciclo-turismo que proporciona um ótimo passeio pelas estradas cercadas de muito, muito verde e o voo de parapente para quem ousa sentir o gostinho de voar...

E para quem prefere curtir o espaço da própria casa tem também a dica do cultivo de frutíferas e jardins, o que aliás nos remete ao gostinho especial de saborear a fruta no pé. Alimen-tar-se bem, com folhas fresquinhas e comida soborosa é tudo de bom, não é mesmo? Esta tem sido a recomendação de mui-tos nutricionistas, e aqui apresentamos o vegetarianismo, uma forma saudável de se alimentar e que traz muitos benefícios.

Março é um mês de muitas festas, aproveitamos para dar os parabéns a toda população de Piranguinho, Piranguçu, Mar-melópolis, Conceição das Pedras e Wenceslau Braz que em 1º de março completam 49 anos e a Itajubá que no dia 19 festeja 193 anos. Parabenizamos também a FACESM (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas) que completa 47 anos, no dia 25. Nas festividades de seus 45 anos lançávamos a Naturale!

Este período conta também com o Dia Internacional da Mulher, 8 de março e damos um parabéns especial a todas que independentemente dos cargos que ocupam, cuidando do lar ou de uma grande empresa, trazem em sua essência o poten-cial de fazer várias coisas ao mesmo tempo e de sempre terem um olhar para atender as necessidades dos que estão a sua volta. Parabéns!

Em março, a Naturale completa dois anos de circulação e agradecemos especialmente a todos os parceiros, apoiadores, articulistas, colaboradores e leitores que fazem da Naturale um veículo de informação de qualidade. Tenho recebido contatos de pessoas de várias cidades que colecionam a revista e de tantas outras que disseram fazer a encadernação dos exempla-res a cada ano, isto é gratificante, pois mostra que a Naturale vem cumprindo seu papel de promover empresas e levar o co-nhecimento através de assuntos interessantes a várias lugares, de forma gratuita, incentivando a leitura e sendo um material que as pessoas gostam de ter por perto. Nosso muito obri-gada a todos vocês! E que neste terceiro ano de circulação possamos juntos ampliar ainda mais nossas parcerias e nosso alcance. Contamos com todos vocês!

Elaine Pereira

Naturale12a edição Fevereiro/Março - 2012

ISSN 2237-986X

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Ultimamente percebemos um gran-de crescimento no número de pessoas que optam pela bicicleta para se loco-moverem no dia a dia e também para manter a forma física e melhorar a per-formace em outras atividades esportivas. Porém, ainda acreditamos que o “boom” da bicicleta em nossa região está próxi-mo a acontecer, pois descobriremos que o cicloturismo será uma das principais opções de lazer aqui no Sul de Minas.

Hoje notamos que o interesse em desbravar com o próprio esforço os ca-minhos que o Sul de Minas oculta ainda está para ser experimentado por muitos. Pegar uma bicicleta e sair em busca do desconhecido, preparado para qualquer situação como chuva, fome, frio, pneu furado e escuridão, é algo indescritível, só pedalando mesmo para saber. Apesar de que estas situações de perrengue ci-tadas geralmente não acontecem, pois antes de sair para o “role“ é necessário fazer um planejamento do passeio. É muito importante saber como vamos, aonde vamos, qual a distância aproxi-mada do circuito e o que devemos levar em uma pedalada pela região. Fazendo isso, você poderá contemplar e fotogra-far com mais tempo as belas paisagens, conhecer os moradores de cada vilarejo e se sentir muito bem consigo mesmo.

Ao planejar um circuito rural com sua turma disponha de equipamentos que ofereçam conforto e segurança, começando com uma boa bicicleta. É possível adquirir uma “bike” hoje com

preço bem acessível, que possua um quadro de alumínio, uma boa suspensão, um conjunto de cambio e freios a disco e alguns acessórios indispensáveis como o capacete, farol, pisca-pisca, garrafinha de água, bomba, câmara de ar e um jogo de ferramentas para bicicletas.

Após este principal investimento, é importante adquirir também roupas que lhe proporcionem conforto na pe-dalada como luvas, óculos, bermuda com forro especial e camiseta especial com secagem rápida e que possibilite carregar alguns acessórios. O vestuário adequado é muito importante, pois ele te proporciona o prazer ao pedalar, sem incômodos, calor, frio, umidade ou ex-cesso de peso.

Considerando Itajubá/MG, a nos-sa cidade de partida, podemos sugerir alguns roteiros para que você possa ir focando seus objetivos para 2012. Entre os circuitos mais tradicionais, podemos destacar a Volta da Estância, um pas-seio de aproximadamente 30 km que percorre todo o Vale do Anhumas. Ten-do a impressionante Pedra Vermelha de cenário, seguimos por este vale até o bairro da Berta para o primeiro descanso e contemplação. Logo após esta parada, iniciamos uma subida de serra que nos levará até o alto do bairro da Estância, uma das regiões mais belas e preserva-das de Itajubá, onde além de possuir grandes montanhas ao seu redor como a Pedra Aguda e a Pedra da Estância, possui um gostoso banho de cachoei-

ra. Após este relax, estaremos a poucos quilômetros da rodovia BR-459, onde a partir dali estaremos em alguns instantes de volta a Itajubá.

Podemos destacar também a Volta da Barra, uma bela pedalada que contor-na toda Serra da Água Limpa, montanha que divide o município de Itajubá com Delfim Moreira. Partindo do centro de Itajubá em direção ao bairro Santa Rosa, passamos pelo bairro Santo Antonio já por estrada de terra onde mantemos o mesmo trajeto da antiga linha do trem rumo ao bairro do Biguá, nosso primeiro ponto de parada. O Biguá é um local su-per agradável e de belas paisagens. Por ali, é possível desfrutar um refrescante banho na volumosa cachoeira do Salto. Após virar uma pequena serra, descemos no sentido do bairro Taquaral e logo em seguida o Rio Claro. Ali podemos abas-tecer nossas garrafinhas de água, direto da rica nascente Mantiqueira. Em pou-co menos de uma hora chegamos ao Bairro da Barra que divide os municí-pios de Itajubá, Delfim Moreira e Maria da Fé. Cortada pelo rio Lourenço Velho, a Barra ainda mantém como sua princi-pal atração o casarão da família Ribeiro. Tomando o rumo em direção à Itajubá passamos pela Corredeira dos Pilões, local perfeito para um bom banho e se-guimos até ao bairro do Rio Manso, vila situada aos pés da montanha mais alta de Itajubá, a Pedra de Santa Rita, com 1.915 m de altitude. A partir dali, pode-mos conhecer logo adiante o complexo

Cicloturismo no Sul de MinasPor Orlando Mohallem

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da Usina Luiz Dias e seguir em frente até o bairro do Ano Bom, já saindo na estrada Itajubá — Maria da Fé por onde faremos nossa volta. Devemos reservar um dia todo para re-alizar esta pedalada, devido aos quase 70 km de percurso.

Outro circuito muito prazeroso é a Trilha do Bambu que se inicia no Bairro da Capituba, sentido Piranguçu, onde iniciamos a trilha passando pela principal rocha de escalada de Itajubá, a Pedra da Piedade. A partir dali iremos contornar toda esta montanha e seguir por uma bela trilha delimitada de bambus. Neste momento estaremos percorrendo as di-visas de Itajubá com Piranguinho com a vista da bela Pedra da Barbatana ao fundo. Em poucos minutos chegaremos à Estação de Energia da Cemig onde tomaremos uma gostosa estrada de asfalto até o bairro da Ponte Alta. Dali retorna-remos pela BR-459, onde em poucos instantes chegaremos ao centro de Itajubá.

Poderíamos descrever outros roteiros incríveis de ci-cloturismo como a Trilha da Banana e a Volta dos Antunes de Piranguçu, a Volta do Mato Dentro e a Trilha da Santa de Piranguinho, a Volta do Pedrão e a Volta da Ilha em Maria da Fé, a Trilha do Barreirinho e a Volta do Charco em Del-fim Moreira, a Volta do Pessegueiro, do Gerivá, do Retiro, a subida ao Canta Galo ou da Serra dos Toledos entre muitas outras.

Para começar a pedalar desta forma, na filosofia do cicloturismo, é importante manter um ritmo de pedaladas, onde você possa dedicar pelo menos um dia da semana para girar de bike, coisa que já faz uma boa diferença nas voltas maiores. Outra coisa importante, é ter uma alimen-tação saudável e balanceada para sempre ter disposição e energia de sobra para a atividade. Não se esqueça que você é o principal ator responsável pela sua segurança, por isso muito cuidado ao andar em rodovias e dentro da cidade, mantenha a atenção redobrada e respeite as leis de trân-sito.

Boas pedaladas!

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No início dos anos 1960, o EUA e URSS estavam envolvidos numa corri-da para colocar o primeiro homem na lua. David Barish, um engenheiro aero-náutico americano, inventou um novo paraquedas para trazer as naves espa-ciais suavemente de volta à Terra. Ele testou seu novo projeto com uma de-colagem solo, ficou tão animado com as possibilidades, que ficou perambulando pelos centros de esqui do EUA demons-trando o seu novo esporte de verão.

Durante a investigação que durou 12 anos em três continentes, descobriu-se a verdadeira data de nascimento do parapente: 1965.

Depois de alguns anos hibernando, voltou a ser praticado nos Alpes euro- peus, compartilhando o céu com as asas-delta. Hoje, conta com milhares de praticantes em todos os continentes.

No Brasil foi trazido por estran-geiros na década de 80. Começaram a voar no Rio de Janeiro, logo depois São Paulo com os points de São Vicente e Atibaia. Depois disso, o esporte não pa-rou de crescer e espalhou-se pelo país inteiro. Atualmente conta com mais de três mil pilotos cadastrados na ABP – Associação Brasileira de Parapente.

Na mesma época, apareceram al- guns parapentes onde só existiam asas- delta. Andradas e Governador Valadares foram as primeiras cidades mineiras a re-ceberem pilotos de parapente vindos do Sul e de São Paulo. Entre eles Gustavo Blos, o Gaúcho, que fundou a Top Fun e começou a formar pilotos na região. Um dos primeiros foi Luiz Pasquale de Poços de Caldas, que após um tempo, fundou o Projeto Corvo e começou a en-sinar na cidade. Seguindo um caminho

vou fazer um negócio destes, morro de medo de altura!”

Então, você tem que ter muita von-tade, paciência, disciplina, coordenação motora suficiente e cabeça equilibrada.

A paciência é importante porque poucas vezes teremos as condições per-feitas para voar. Veja só: o vento deve estar na intensidade correta e na direção correta; por si só, este fator já é difícil de acontecer e principalmente, se manter. Nossa região, o interior do país, tem ca-racterísticas pouco estáveis, ao contrário do litoral, onde o vento é farto e estável na maioria dos dias.

O que nos leva a praticar este es-porte diferente, certamente é a emoção de voar. E isso é difícil de ser descrito, talvez seja mais fácil para um poeta do que para um instrutor.

Pense bem, se elevar acima de tudo e de todos, contemplar toda a natureza, terra e ar. Estar amparado por um equi-pamento relativamente simples e fácil de carregar. Não ter o incômodo de barulho algum de motor, apenas o som do vento no seu rosto. Ter oportunidade de entrar em nuvens e sentir o mundo fantástico no silencio daquela brancura! As refe-rências são outras: aquela estradinha, aquele morro, aquela lavoura, como se o mundo fosse um tabuleiro.

O equipamento deve ser cuidado com zelo. Apesar de muito resistente, alguns cuidados devem ser lembrados: não expô-lo ao sol desnecessariamente, manutenção em dia, usar equipamento especificado para seu peso e habilidade.

Para você entrar nessa, o investi-mento é de R$ 11 mil — equipamento e curso — e uma boa parte do seu tempo

pararelo, aprendi a voar na Top Fun e vim para Pouso Alegre. Após alguns anos de prática e estudos, passei na prova de instrutor da ABP e fundei a Vollare – Es-cola de Parapente que formou mais de 100 alunos na região.

O esporte foi se espalhando por toda região como uma febre humana do velho sonho de voar.

A segurança é um item que tem me-lhorado muito. Hoje em dia, posso dizer com tranquilidade, que o maior perigo para o voo livre é o piloto. Basta anali-sar os últimos acidentes, quase sempre imprudências, falta de experiência, negli-gências e por aí vai...

A condição atmosférica é um fator fundamental para um voo seguro e é constantemente desafiado pelos pilotos mais audazes ou inexperientes.

Outro fator importante é a escolha de uma boa escola, de um bom instrutor. Nem sempre um bom piloto é um bom instrutor. Pegue referências, procure co-nhecer o que falam do profissional que vai te acompanhar nos primeiros impor-tantes meses da sua formação. Verifique se ele é um cara que se preocupa com sua segurança ou apenas vê o lado dele.

Bem, voar não é para qualquer um. Basta ver quando perguntamos para um ou outro, que diz: “Deus o livre, eu nunca

ParapentePor Mauro Laraia

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livre. O curso básico leva de 4 a 6 meses, com aulas aos finais de semana. Nes-se período encaixamos alguns dias de folga para que a família não pense que você está fissurado em voo e se esque-ceu deles ... rs ... Você terá aulas sobre Meteorologia, Aerodinâmica, Aerologia, Prevenção de Acidentes, Situações de Emergência, Controle do velame no chão (muito importante para uma boa-decolagem), Simulação de lançamento de paraquedas de emergência e como pilotar com o corpo. O curso começa em locais baixos e damos muita ênfase ao controle do parapente no chão; ao mes-mo tempo são feitos alguns voos duplos para acostumar com a altura e os co-mandos em situação real. Com o tempo,

você possuirá confiança em analisar, de-colar e fazer o seu voo com segurança.

Existe a opção de adquirir equi-pamento usado, desde que esteja em condições perfeitas de uso e não seja muito antigo. Para isso, você vai ter o apoio de uma escola credenciada, um instrutor experiente e o atendimento de firmas sérias como Sol Paragliders, que poderá emitir um laudo sobre o equipa-mento, através de testes especializados, informando o seu estado.

Os equipamentos modernos têm performance e segurança que atendem às especificações técnicas e as con-dições de um principiante. Não tente aprender sozinho ou com ajuda de ama-dores. Este esporte tem muitos detalhes e variáveis que podem colocá-lo em si-tuação de alto risco. Procure uma escola

credenciada à ABP (Associação Brasileira de Parapente). Se aprovado, você obterá um certificado de habilitação válido em todo Brasil.

Todos os anos são realizadas com- petições e encontros pelo Brasil intei- ro, como em Governador Valadares, An- dradas, Castelo-ES, Tangará-SC, além das competições internacionais.

Mas se você quer apenas fazer um voo experimental, procure as escolas para participar de um voo duplo. De passageiro, você vai experimentar toda sensação do voo livre sem se preocupar com detalhes técnicos e sem possuir ha-bilidade alguma. A única exigência é que você tenha uma boa saúde e assine um Termo de Responsabilidade, assumindo os riscos inerentes à prática do esporte.

Mauro Laraia, piloto de parapente desde 1995 e instrutor desde 1998.

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Vegetarianismo

A primeira pessoa conhecida con-siderada vegetariana no ocidente foi a britânica Anna Kingsford, que depois de seis anos defendendo sua tese em Pa-ris, “A Alimentação Vegetal Humana”, foi chamada a Mãe do Vegetarianismo em 1880. Ela fundou a Reforma Alimentar da Sociedade e passou a divulgar essa dieta nos principais países da Europa, conquistando muitos adeptos.

A etmologia da palavra vegetaria-no que do latim se pronuncia “vegetus” traz o significado de “vivo” (que foi como os primeiros vegetarianos disseram se sentir com essa dieta). No entanto, para outros a derivação dessa palavra seria de vegetais e o sufixo – ariano, que indica aqueles que se alimentam apenas de ve-getais. Os dois significados são aceitos nos dias de hoje, e ainda foram criadas outras variações dessa dieta que começa admitindo certos tipos de carnes e deri-vados de leite, mel e ovo. São elas:

Semivegetarianos: também conheci-dos como Naturistas. Sua dieta permite o consumo de “carnes brancas” (peixes e aves), bem como, ovos, laticínios e mel. Mas não consomem nenhum tipo de car-ne vermelha e seus derivados.

Ovolactovegetarianos: nesta dieta não é aceito o consumo de carne, mas inge-rem ovos, laticínios e mel.

Lactovegetarianos: não consomem ne-

nhum tipo de carne e ovo, permitem o uso de laticínios e mel.

Ovovegetarianos: têm restrição a todos os tipos de carne e não consomem laticí-nios, mas permitem o uso de ovo e mel.

Vegetariano semi-estrito: não conso- mem carnes de nenhum tipo, ovos e lati-cinios, mas utilizam mel.

Vegetariano estrito: pode também ser confundido como “vegano” em termos nutricionais, que seria a mesma coisa, pois, além da dieta ser livre de qualquer alimento de origem animal, assim co-mo as carnes, ovos, laticínios e mel, os veganos também não utilizam nenhum produto derivado desses, não usam rou-pas e calçados de couro, etc.

O vegetarianismo, a princípio, teve sua origem na filosofia de que se alimen-tando desta forma, as pessoas seriam mais puras e livres de contaminação no aspecto nutricional, e só depois de muito tempo, visando o respeito pela vida ani-mal, condenou-se o consumo de animais por motivos morais e solidários, sendo definido de Vegetarianismo Ético.

Dietas vegetarianas normalmente são ricas em carboidratos, fibras e vitami-nas (como vitaminas C e E) e fitoquímicos, além de apresentarem baixa ingestão de gordura saturada e colesterol, for-

necem diversos benefícios nutricionais. Por outro lado podem apresentar menor ingestão de vitamina B12, vitamina D, se-lenio, ferro e zinco.

A ingestão adequada de vitamina B12 pode ser encontrada no leite, yogur-te, ovos, leite de soja.

As fontes vegetarianas de cálcio são os vegetais e legumes, feijões, tofu, figos secos, amêndoas, castanha-do-pará, se-mentes de chia, sementes de sésamo, tahini, sementes de girassol e rabanetes.

O ferro está presente numa gran-de quantidade de alimentos, como por exemplo as lentilhas, o feijão preto, o feijão-frade, o feijão de soja, o caju, o espinafre, as sementes de girassol, o pão de trigo integral, o grão de bico, as se-mentes de abóbora, as passas, a quinua e a beterraba.

O zinco pode ser obtido através de cereais integrais, nozes, pistaches, amêndoas, cajus, sementes de abóbora, sementes de sésamo, sementes de chia, sementes de linhaça, amaranto, cevada, vegetais de folhas verdes e ervilhas. As nozes e as sementes são os alimentos mais ricos em zinco.

Os alimentos ricos em ômega 3, são: óleo de linhaça, óleo de canola e linhaça moída.

Por Rafael Salomon de Faria

uma opção saudável

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É importante lembrar que a dieta vegetariana, tal como a dieta onívora, deve ser rica e variada.

As pessoas se tornam vegetarianas por diversas ra-zões, por não gostarem de comer carne, por respeito aos animais, e até por questões religiosas. Muitos defendem ain-da que nossos dentes caninos, responsáveis pelo corte do alimento, não são tão desenvolvidos quanto o dos animais carnívoros, bem como nosso sistema digestivo é muito mais complexo e maior que o desses animais, por isso a carne ingerida demora mais tempo para uma completa digestão e eliminação, provocando doenças como o câncer de pân-creas e de intestino.

A dieta vegetariana é geralmente eficaz em equilibrar os níveis de colesterol, reduzir o risco de doenças cardiovascu-lares. Estudos atuais, dizem que os vegetarianos têm menos probabilidade de desenvolver doenças cancerigenas do que as pessoas que ingerem carne diariamente, bem como, o consumo de carne contribui para o aumento da incidência de impotência sexual, uma vez que a carne, entope as arté-rias e com isso impede o bombeamento do sangue ao órgão sexual. Por aconselhamento médico ou por autoiniciativa, há muitos motivos para as pessoas seguirem esta dieta.

Os regimes vegetarianos, são apropriados para todas as fases da vida, incluindo gravidez, lactação, primeira infân-cia e adolescência. Os vegetarianos têm níveis mais baixos de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e cancros da próstata e do cólon. A experiencia científica pro-va que as crianças vegetarianas são tão saudáveis como as não vegetarianas.

Um outro fator muito importante para o aumento da aceitação da dieta vegetariana é pela quantidade significativa de anabolizantes e antibióticos usados nos animais para que os mesmos cresçam e fiquem mais resistentes a doenças, e a eliminação de toxinas na corrente sanguinea na hora do aba-te, o que faz com que a carne chegue com uma má qualidade ao consumidor final.

Quanto aos peixes, a contaminação dos afluentes e oceanos também gera preocupação. Muito embora dizemos ser carne branca, e que faça bem pelo fato de conter em algumas espécies de peixes alto teor de ômega 3, cientistas descobriram que o alto teor de mercúrio e chumbo existen-tes nos peixes podem causar danos irreversíveis nos cérebros das crianças, bem como intrauterinos.

Um terceiro ponto, nas razões de saúde, são as recor-rentes crises da indústria alimentar, como a das vacas loucas ou a da gripe aviária, que levam muitas pessoas a adotar uma dieta diferente.

Em contrapartida, nos vegetais existem uma preocupa-ção com relação ao modo de plantio, sendo ele convencional ou orgânico. No modo convencional são usados agrotóxicos que podem ser tão prejudiciais à saúde quanto os anaboli-zantes usados nos animais, já os alimentos produzidos de maneira orgânica estão livres destes agrotóxicos.

Há que se ter muita higiene antes de preparar os ali-mentos, sejam eles quais forem, lembrando que os vegetais são uma fonte indispensável de vitaminas e de saúde.

Rafael Salomon de Faria, vegetariano, advogado, proprietário e chef do Restaurante Ora pro nobis.

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Estamos em pleno verão, o que facilita o cultivo da maioria das plantas tropicais que tem estímulo para crescimento com tem-peraturas mais altas e também com maior fotoperíodo. Este é um bom momento para iniciarmos o cultivo de um grande número de espécies, seja este em pequenos espaços, como vasos, jardineiras ou quintais, como também em maiores, como sítios e fazendas.

Para o sucesso de um plantio é fundamental entender as pre-ferências das plantas escolhidas, ou escolher plantas de acordo com o espaço disponível para o seu cultivo, avaliando a incidência de sol no local, a profundidade do solo ou do recipiente, a drena-gem do terreno, a textura do solo e por fim a fertilidade que poderá ser corrigida se a planta a ser cultivada assim exigir.

Geralmente as plantas frutíferas e as flores necessitam de pleno sol para um bom desenvolvimento e produção. Já algumas folhagens e outras ornamentais como as orquídeas e as bromélias, preferem uma insolação indireta, pois assim evoluíram ao longo de milênios, se desenvolvendo no sub-bosque das matas.

Um pomar caseiro pode ser cultivado diretamente no chão ou em vasos e esta experiência pode ser muito prazerosa, uma terapia, pois colher frutos no quintal nos remete a nossa infân-cia, atraem pássaros, além é claro, de melhorar nossa alimentação através do consumo de frutas frescas.

Entre as espécies de mais fácil cultivo podemos citar: ace-rola, amora, goiaba, jabuticaba, nêspera, pitanga, romã e a uvaia. Estas plantas são de porte médio e se adaptam bem em pequenas áreas, exigindo entre 25 e 50 m² cada planta para seu cultivo.

É fundamental que as mudas sejam adquiridas em viveiros idôneos, pois o sucesso ou o fracasso está diretamente ligado à qualidade e boa orientação técnica na formação da muda que de-ve respeitar detalhes específicos para cada uma das espécies.

Deve-se preparar o local do plantio com antecedência, abrindo-se um berço de 60x60x60 centímetros, onde devem ser uniformemente misturados 30 litros de esterco de curral bem curtido ou húmus de minhoca; 1,5 kg de superfosfato simples ou termofosfato ou fosfato natural ou ainda farinha de ossos; 200 gramas de cloreto ou sulfato de potássio e ainda 300 gramas de calcário, preenchendo-se o berço com a mistura e aguardando pe-lo menos quinze dias para o plantio da muda. Para áreas maiores deve-se fazer o preparo e correção do solo como um todo, deven-do-se fazer uma avaliação da fertilidade do solo através de uma amostragem e envio para laboratório especializado.

No momento do plantio, retirar o recipiente tomando-se o cuidado para não destruir o torrão, deve-se retirar as raízes eno-veladas e/ou enroladas. Posicionar a muda de forma a não deixar raízes expostas e também não deixar a muda abaixo no nível da superfície do solo, pois isto poderá causar problemas fitossani-tários futuros. Providenciar a irrigação periódica até o pegamento da muda, ou seja, o inicio do seu novo ciclo de desenvolvimento com o surgimento de novas brotações. Após o plantio, deverá ser providenciada a cobertura orgânica do local para melhor eficiência das irrigações e melhor conforto da nova planta.

Fica aqui o desafio para aqueles que não estão acostumados a conviver com as plantas, experimentem cultivar e descobrirão um grande prazer. E para os iniciados nesta arte, vamos aproveitar o período ainda favorável para incrementar nossos quintais, dando mais sabor, cores e perfumes a nossas vidas.

Ricardo de Souza Oliveira, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitotec-nia pela UFLA – Lavras, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Delfim Moreira/MG

Cultive um pomar doméstico e colha saúde

Por Ricardo de Souza Oliveira

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Naturalefevereiro/março - 2012

O novo hangar e as obras complementares que estão sendo construídas na Helibras para a fabricação dos novos helicópteros militares EC725 foram concebidos com a assimilação de técnicas sustentáveis de construção e fun-cionamento.

Desde a preparação do terreno, todos os processos foram pensados para que a planta de Itajubá tivesse o máximo de aproveitamento da luz solar para iluminação e geração de energia, ventilação natural e o aproveitamento das águas pluviais como fatores de eficiência energética, ou seja, economia para a empresa e economia de recursos da natureza. Neste último caso, haverá uma autossuficiência no abastecimento de água nos meses de inverno.

A grama existente no terreno onde foi construído o novo hangar foi retira-da de forma cuidadosa e doada para instituições da cidade, o que representou o primeiro grande cuidado da empresa com as questões ambientais. Além dis-so, as 80 árvores que precisaram ser cortadas para a realização das obras já estão sendo compensadas com o plantio de 800 novas mudas, em duas áreas definidas pela prefeitura nos bairros Medicina e Estiva. Destas, 34 foram plan-tadas no terreno da própria Helibras.

A coleta seletiva de lixo e o tratamento dos efluentes industriais, que já vinham sendo realizados, também ganharam destaque com a construção das novas instalações, que nascem dentro desta concepção e com uma novidade: as estacas utilizadas na infraestrutura foram confeccionadas com materiais re-ciclados.

Destacam-se no novo prédio os painéis solares para aquecimento dos chu-veiros, as células fotovoltaicas produzindo energia para a iluminação externa, as venezianas industriais com aletas translúcidas para promover a ventilação e a iluminação natural. O fechamento lateral com painéis termoacústicos para a manutenção de um ambiente climatizado que também impede a propagação de ruído pela vizinhança e a utilização de vidros reflexivos e painéis de alumínio composto, os quais também contribuem para um ambiente climatizado e para a proteção solar.

Até o telhado, feito com coberturas termoisolantes, oferece sustentabili-dade. No novo hangar de produção são utilizadas telhas metálicas com núcleo isolante de LDR (lã de rocha) que são incombustíveis e ecologicamente cor-

Helibras se moderniza de forma sustentável

Novas instalações da empresa incorporam conceitos ambientais inovadores

Por Ricardo Muza

Grupo Dispersoresassina contrato com a

CAIXA para recuperação

de nascentes em

Brazópolis/MG

No dia 25 de janeiro, em uma cerimônia pública realizada no município de Caxam-bu/MG, o presidente do Grupo Dispersores, Evandro Negrão, assinou um contrato de co-operação financeira com a Caixa Econômica Federal, através do Fundo Socioambiental Caixa – FSA.

Através de um edital de concorrência pública, o Grupo Dispersores apresentou seu projeto o qual concorreu com Ong´s de todo o Brasil. Foram centenas de projetos inscritos e apenas 11 foram contemplados atingindo as pontuações necessárias con-forme rígidos critérios de avaliação do FSA.

O projeto denominado “De Olho nos Olhos II – Continuidade dos Trabalhos de Proteção e Recuperação de Nascentes”, tem como objetivo principal proteger e recuperar 20 nascentes localizadas nos bairros rurais do município de Brazópolis/MG, onde serão plantadas 15 mil mudas de árvores nativas, recuperando a vegetação no entorno das nascentes, ajudando assim a preservar os recursos hídricos. O projeto também prevê a mobilização e conscientização ambiental junto aos produtores rurais a fim de orien-tá-los sobre a importância de se preservar as matas no entorno das nascentes, as cha-madas Áreas de Preservação Permanentes – APP´s. Além disso, estudantes das esco-las do município participarão de atividades de Educação Ambiental. É preciso preparar estes jovens para o futuro em uma socieda-de mais consciente que se preocupa com o Meio Ambiente e com as futuras gerações.

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retas. A cobertura zipada proporciona qualidade, durabilidade, estanqueidade e impermeabilidade e a LDR proporcio-na conforto térmico e resistência ao fogo.

“As novas instalações da Helibras vão permitir uma economia de energia de 231kwh/mês e de 20 m³ no consu-mo de água”, revela Eduardo Mauad, Vice-Presidente Executivo. “Além disso, com a intensificação do programa de coleta seletiva de material reciclável, contribuiremos com aproximadamente 3.870 kg/mês, o que representa um im-portante incentivo para a preservação ambiental na cidade”, completa.

Mais do que as iniciativas locais, todas as iniciativas na área de susten-tabilidade da Helibras, são também levadas para as residências dos em-pregados, os quais são incentivados a adotarem práticas sustentáveis também entre suas famílias, num efeito multi-plicador importante. Da mesma forma, os fornecedores da empresa serão cha-mados a contribuir para uma cadeia de suprimentos ecoeficiente.

E não é só. A Helibras trabalha para a implantação de um Sistema de Gestão Integrada (SGI) que visa preparar a organização para obter três importantes certi-ficações internacionais e, com isso, tornar-se sustentável em todos os sentidos: no desenvolvimento econômico, em gestão ambiental, em saúde e segurança do trabalhador e em responsabilidade social. São eles: ISO 14001 (Gestão ambiental), OHSAS 18001 (Segurança e saúde no trabalho) e SA 8000 (Responsabilidade so-cial).

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Nesta edição da revista Naturale fa-rei uma reflexão sobre o Sagrado dentro do universo Maia, assunto de extrema relevância para essa civilização. Mas é claro que podemos pensar sobre es-sa questão em nossa sociedade, afinal estamos vivendo um tempo onde o sa-grado vem se transformando em profano quase todos os dias, pois infelizmente assistimos absurdos sociais constantes em nosso cotidiano.

A Civilização Maia era pautada pelo sagrado, sendo assim, todas as manifes-tações humanas eram materializadas por esse viés. Podemos citar exemplos pal-páveis na arquitetura, astronomia, arte, matemática, escrita, como também a religião que caminhava lado a lado com todos os conhecimentos desenvolvidos pelos Maias e todas essas ações, de for-ma objetiva, buscavam a perfeição.

No caso específico da arquitetu-ra, a busca pelo sagrado se traduzia em suas construções. O requinte, a beleza e a exatidão de cálculos observados nas pirâmides, templos e edifícios chegam a ser impressionantes. Podemos afirmar que os Maias, através dessas constru- ções, buscavam constantemente se as-semelhar aos deuses, lembrando que eles eram politeístas.

E como esse processo se dava? Bem, no imaginário desse povo, a busca do sagrado era a constante evolução de seu espírito, sendo assim, os seus feitos em vida eram determinantes na morte, lembrando que para os Maias o conceito de morte é muito diferente do que temos hoje, ou seja, a morte não existia, pois o tempo para eles era único, determinando

a vida como um processo cíclico e even-tos contínuos que nunca se esgotavam. Em tese a morte só existiria se em vida os feitos não fossem dignos do sagrado.

Portanto a arquitetura não se resu-mia apenas ao conjunto de construções, ou simplesmente pedra sobre pedra, é certo dizer que as edificações possuíam “vida”, por que eram idealizadas nessas obras toda uma abstração religiosa, que era fundamental para a dinâmica huma-na dessa civilização.

Penso ser de fundamental impor-tância citar a arte nesse contexto, afinal os Maias eram exímios artistas, não só na pintura como na escultura. Todas as edificações eram cuidadosamen-te trabalhadas, transformado-as em obras-primas, inclusive, muitas dessas preservadas até hoje nas florestas da América Central e na Península do Yu-catán, nos mostrando a intensidade e a sensibilidade artística desse povo. O mais impressionante é que esse pro-cesso se dava em função de uma busca do sagrado através da arquitetura e ar-te apresentada nessas edificações. Vale lembrar que a quantidade de ornamentos como máscaras, jóias, estátuas, enfim, eram infindáveis nas cidades-estado da Civilização Maia.

Outro aspecto que seria impossível deixar de lado é o grandioso conheci-mento astronômico e claro, a perfeição matemática dessa civilização, inclusive pode-se afirmar que eles desenvolveram a mais complexa e elaborada estrutura escrita e matemática das Américas. Para o momento histórico mundial é uma das mais “desenvolvidas” do seu tempo.

Os Maias atingiram o seu ápice por volta de 250 d.C. até 900 d.C, mas com isso vem a pergunta: qual a relação dessas áreas do conhecimento com a questão do sagrado? Apesar de parecer complexo é muito mais simples do que se imagina. Vamos refletir, temos diante de nós uma civilização que busca cons-tantemente o sagrado e nada mais justo que buscá-lo no cosmo.

Mais do que fazer observações as- tronômicas, os Maias buscavam o sen-tido das suas realizações no cosmo, construindo calendários, fazendo pro-fecias, justificando dogmas religiosos, mas principalmente organizando toda a sociedade partindo dessa relação com o Universo, pois, para eles, os seres hu-manos e todas as coisas desse planeta fazem parte de um único corpo que pa-ra ser saudável tinha, necessariamente, que possuir uma circularidade tal, que se fosse profanada iria comprometer a di-nâmica humana e planetária.

A mesma abstração era constan-te na matemática e escrita, pois, os registros não tinham apenas aspectos administrativos, eram também uma for-ma real de aproximação de seus deuses, materializando assim, um caminho legí-timo para a vida concreta e inteira sob a luz de suas crenças.

Os Maias também enxergavam no tempo uma importante manifestação do sagrado, em função disso a necessidade constante na marcação de seus eventos, como também pensar o tempo como uma unidade determinante na lógica re- ligiosa, mais que isso, o tempo como nor- matizador real de todos os aconte-

O mundo sagrado dos Maias

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Por Marcelo Lambert

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Naturalefevereiro/março - 2012

cimentos e ações de toda sociedade Maia.

Ainda sobre o tempo gostaria de citar um pequeno trecho do livro “Civili-zação Maia – História e Pensamento” de minha autoria que diz o seguinte:

“Para o Mundo Maia, o tempo era um elemento vivo, extremamente dinâmico e de uma profunda complexidade, tendo inclu-sive vontade própria em alguns momentos. Ao mesmo tempo ele era equilibrado e de-sequilibrado, gerando grandes eventos em nossas vidas, e, o mais importante, ele se repetia a todo instante, possibilitando sempre o retorno dos deuses. Através da observação e leitura do cosmos os Maias viam o tempo passar, determinando os acontecimentos humanos, tornando cada dia um grande desafio a ser vivido e su-perado, buscando a cada segundo o seu clímax.”

Como vimos na citação é evidente a grandiosa importância que esse povo dava para o tempo e fundamentalmente o quanto eles eram fascinados pela sua compreensão.

Acredito ser pertinente destacar neste artigo, para uma compreensão mais objetiva e clara da busca do sagrado para essa civilização, o sentido filosófico de Kukulkán (serpente emplumada) uma das principais deidades do panteão Maia e conhecida também como Quetzalcoatl no caso Asteca do historiador e filósofo Enrique Peregalli, em seu livro “A América que os europeus encontraram”.

“Qual é a mensagem de Quetzalcoatl? Sua história é a busca incansável da realização humana. Quetzalcoatl não é um deus que outorga favores. Quetzal-coatl é um fim, o fim do aperfeiçoamento interior, é um homem que se transforma em deus após conseguir libertar-se do condicionamento da matéria. Ao trans-formar-se, mostra aos demais homens

o caminho dessa transfiguração. Seu pensamento considera imprescindível es-capar da matéria. Como? Libertando as faculdades criadoras do homem e não destrutivas. A libertação se efetua sobre a natureza, considerada objeto do trabalho humano, trabalho criativo que a transfor- ma em cerâmicas, esculturas, murais etc.”

Observem que através da citação acima sobre esse deus Maia, ficam mais evidentes as razões do modo de vida desse povo se caracterizar por essa bus-ca permanente pela perfeição, afinal, a vida era regulada por essa busca inces-sante da vitória do determinismo da materialidade e a superação dessa pre-missa era conquistar o seu lado criativo e transformador, principalmente chegar próximo de seus deuses.

Tenho o costume de dizer que os Maias nos deixaram vários legados e acredito piamente que essa busca pe-lo sagrado como rotina humana é uma dessas heranças. Desta forma eu insis-to para que façamos uma reflexão sobre nossa sociedade atual, trazendo aqui al-gumas perguntas:

Como enxergamos o outro? Alguém com quem devemos disputar, concorrer ou superar? Ou como seres humanos e, como tal, sagrados?

Como estamos tratando o meio ambiente, o nosso planeta? Colocamos o capital acima do humano?

E nossas crianças, manifestação objetiva do sagrado, como nós estamos tratando e educando? Creio possuir uma infinidade de questionamentos que po-deria resumir assim:

“A busca pelo sagrado é incansavelmente lutar por um mundo justo para todos, onde as oportunidades não sejam exclusividade de uma minoria que teima em acreditar que o mundo é assim mesmo, afinal é cô-modo, isso é literalmente transformar o sagrado em profano. Vamos movimentar o tempo no sentido da emancipação huma-na e da equidade social.”

Muita LUZ para todos e até a próxi-ma edição.

Marcelo Lambert, especialista na cultura Maia, historiador, escritor e palestrante. [email protected]

Museu de antropologia e história da Cidade do México, ao fundo estelas Maia, representam informações matemáticas e astronomicas, bem como uma obra de arte.

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Qual o verdadeiro motivo da aver-são à matemática? Significa tão somente uma mera falta de aptidão? Mais de 90% da população mundial não possui entu- siasmo e nem afinidade para o aprendi-zado desta disciplina, ou tal fato envolve outras questões até então não percebi-das? Talvez, quem sabe, camufladas!

Ao lecionar a matemática por mais de vinte anos, principalmente através de aulas particulares, averiguei existir uma relação muito estreita entre certas de-ficiências de comportamento por parte dos alunos e as dificuldades deles dian-te dos exercícios dessa disciplina. Em um primeiro momento, por meio de um processo didático próprio, empregado somente nas aulas particulares, em que eu apresentava um problema e sem dar a resposta ia indagando o aluno de tal forma que alcançava a solução por si mesmo, – segundo Platão em seu livro Mênon, método muito similar à dialética utilizada por Sócrates – tal procedimento não só servia para os alunos aprenderem o conteúdo matemático, como também promovia a superação das deficiências comportamentais que criavam os obs-táculos para o aprendizado. Não foram poucos os pais e as mães que relataram terem percebido, em seus filhos, compor-tamentos edificantes, jamais observados anteriormente, e que eles asseguravam ter toda a certeza que tais circunstâncias eram uma consequência das aulas parti-culares de matemática. O processo, em questão, atualmente é denominado por Técnica da Indagação Indutiva.

Posteriormente, por meio de um processo meditativo, alcancei um senti-do mais abrangente para a técnica que utilizava, ou seja, dela ser uma metodo-logia eficaz para que as pessoas superem determinados déficits de comportamen-tos, entre os quais podemos citar:

ª Não saber evitar o desperdício

ª Obscuridade em dar prioridade

ª Falta de objetividade nas ações

ª Impaciência em situações adversas

ª Receio exagerado em tomar decisões erradas

ª Predominância do desejo em detri-mento da razão

ª Inabilidade para estabelecer prazos, valores e metas

ª Dificuldade de encontrar soluções pa- ra os problemas do dia-a-dia

As deficiências comportamentais acima citadas são consequências da in-suficiência de uma espécie de percepção que classifico de “percepção quantitati-va” (ou matemática intuitiva segundo o grupo de estudos franco-americano do hospital francês Frederic Juliet). Esta per- cepção, por minha referência, represen- ta uma dada capacidade do homem ine-rente a uma dimensão humana pouco considerada pela ciência acadêmica, a qual alguns psicólogos a reconhecem como o “self”, porém eu a denomino de supro (ou magnitude supral). Para serem estimuladas as capacidades suprais, por métodos praticamente ignorados pela cultura ocidental, faz-se imprescindível que as pessoas estejam com a porção vibratória equilibrada. Assim sendo, tor- nou-se inevitável associar a Técnica de Indagação Indutiva com ações que pro- piciam o equilíbrio desta parcela hu-mana, como o relaxamento e posturas corporais próprias para este fim. Desta associação nasceu a Matematicoterapia.

Esta recém-nata terapia tem como objetivo fundamental desenvolver as ca- pacidades superiores relacionadas com a magnitude supral, em particular a per- cepção quantitativa, cujos benefícios são:

ª Aumento do desempenho na abstra-ção, intuição, cognição, concentração e criatividade

ª Superação de hábitos limitantes, prin- cipalmente os relacionados com os dis-túrbios na aprendizagem da matemática

ª Alcance do equilíbrio emocional

ª Desenvolvimento da atenção, da de-terminação e da autoestima

ª Clareza na percepção

ª Segurança nas tomadas de decisões e para sair de situações insatisfatórias

ª Aprimorar o autoconhecimento

ª Ampliação da consciênciaOs eminentes matemáticos do pas-

sado como Pitágoras, Sócrates, Platão, Galileu, Descartes, Newton, Leibniz e, inclusive, Einstein compartilhavam da doutrina que considera os princípios numéricos uma linguagem divina, por tal motivo a matemática era percebida como a ciência “pura”, ou seja, sem a interfe-rência humana. Contudo, os conselhos atuais das entidades responsáveis por esse ramo do saber julgam inaceitável esta noção, considerando-a até absur-da. Para essas entidades a matemática, nos dias de hoje, corresponde a mode-los criados pelos próprios homens como meio de expressar medidas, valores, rela-ções, formas e etc. No entanto, a prática da Matematicoterapia só assegura um sentido aceitando-se a premissa dos antigos mestres. Neste sentido, para evi-tar a controvérsia com a ortodoxia atual da matemática, os princípios numéricos que acredito existirem por si mesmos, jamais sendo uma criação humana, eu os identifico como o “Código e Princí-pio da Digitalização Cósmica (CPDC)” – digitalização é um processo utilizado na transmissão de dados (transmissão digital), o qual torna a informação trans-mitida mais fidedigna.

O CPDC constitui-se por uma faixa de radiação (ainda rejeitada pela ciência acadêmica) própria de um campo o qual identifico como Campo Pensamental

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Universal (CPU). Este Campo encontra-se emitindo, para todas as direções do cos-mo, da mesma forma que os raios solares são emitidos, radiações que constituem as ideias que classifico de abstratas e indico serem aquelas consideradas pe-la corrente filosófica racionalista. As ideias abstratas distinguem-se por dois tipos: analógicas ou digitais. E, o mais magnificente disto é ser possível aos hu-manos captarem essa espécie de ideia, por ocasião da utilização de metodolo-gias apropriadas para este fim, as quais intitulo de cogitação. A cogitação é per-cebida no caso de o indivíduo apanhar as ideias por cogitos, isto é, um estado em que, concluo, tais ideias lhe chegam de súbito, sem que lhe sejam informadas previamente por meio de qualquer tipo de linguagem ou observação pelos sen-tidos. “A matemática também pode ser aplicada à mística, porque tanto esta quanto aquela são uma captação cósmi-ca, e não uma captação mental.” Albert Einstein (1879-1955)

Para ilustrar a diferença que observo entre as ideias empírica, abstrata analó-gica e abstrata digital, vou recorrer a um fato histórico vivenciado por um filósofo racionalista. Newton viu uma maçã cair, adquirindo assim as ideias de maçã e de queda que classifico de concretas em-píricas. Porém ele jamais percebeu por algum órgão do sentido, assim como mais ninguém, que matéria atrai maté-ria; portanto, esta conclusão é uma idéia abstrata analógica. Contudo, quando o criador da mecânica clássica deduziu, jamais por uma experiência empírica, que tal atração podia ser calculada por meio dos valores (números) das massas dos corpos envolvidos e da medida (nú-meros) da distância que os separa, não

tenho sombras de dúvidas, por estado de cogito, ele alcançou uma ideia que constato ser a abstrata digital, isto é, ex-pressa através de dígitos (números).

Para que a humanidade reconhe-cesse a importância dos números na observação dos fenômenos naturais (fí-sicos, químicos e biológicos) levaram-se mais de dois mil anos após a morte de Pitágoras, fato que ocorreu somente na Renascença. Portanto, ainda levará um significativo tempo para que as pessoas percebam a real influência da percepção quantitativa em seus modos de sentir, agir, mentalizar e pensar. Por tal razão, o motivo maior para se divulgar a Ma-tematicoterapia é excitar no meio científico, matemático, filosófico, psi-cológico, pedagógico e etc., a reflexão sobre renovados e inéditos conceitos que ela mantém no bojo de sua fun-damentação teórica. Alguns desses conceitos são: os estágios psíquicos pelos quais os seres humanos trans-passam; Campo Pensamental Universal (CPU), o soft do cosmos; funções do su-pro, os atos de pensamentos que geram as ideias; funções da mente, os atos de mentalização que geram os juízos; infor-mações do tipo linguística, concreta e abstrata; diferenciação entre os proces-sos de aprendizagem identificados como a instrução, a experimentação e a cogita-ção; identidade quantitativa; percepção quantitativa, algo mais que um simples sentido; e da necessidade inevitável dos humanos aprimorarem-se do CPDC pa-ra comungar da lógica cósmica em suas mentalidades, condutas, atitudes e com-portamentos, à vista disso transcender na sua trajetória evolutiva. “O saber da aritmética ... do qual poucos se servem devidamente, pois sua verdadeira utili-

dade é atrair a alma para as essências.” Platão (428-348 a.C.).

Estas ideias encontram-se melhor esclarecidas no livro, a ser publicado em breve, “O Processo Cósmico de Teleco-municação”.

Teste sua percepção quantitativa

O fato de se alcançar a resposta para o exercício abaixo não indica, ne-cessariamente, possuir um elevado grau da percepção quantitativa, contudo, não chegar a uma resposta correta ou alcan-çá-la por meio de várias tentativas ao acaso, sem observar uma lógica para se obter a solução, isto revela ter a insufici-ência desta percepção.

Preencher o quadrado abaixo, co-locando em cada casa um só algarismo da lista (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9), sem re-petição; de tal modo que a soma dos números de cada coluna e de cada linha, inclusive das diagonais, tenha como re-sultado o valor 15 (quinze).

Omar Viana Hadad, licenciado em Física pela UFRJ, pós-graduado em Didática do Ensino Su-perior, instrutor da Hatha Yoga e idealizador do Método da Revitalização Vibracional e criador da MATEMATICOTERAPIA, trabalho registrado co-mo obra intelectual de sua autoria em virtude da participação na X Conferência Interamericana de Educação Matemática – Uruguai/1999.

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O ser humano difere de outros animais pelo fato de ser livre, racional, consciente e ter a capacidade de utili-zar seus dedos como instrumento para manipulações diversas (do tipo pinça). Entretanto, essas características são elementos que, embora naturais desta espécie, influenciam de maneira diferen-ciada cada pessoa, interferindo no grau de utilização e benefícios advindos des-ta natureza. Um dos principais fatores de diferenciação é o nível de conhecimento e principalmente a atitude.

O conhecimento como entendi-mento do mundo não é pois, um enfeite ou uma ilustração da mente e da me-mória, mas um mecanismo fundamental para tornar a vida mais satisfatória e ple-namente realizada. Assim sendo, nossa capacidade de pensar, gera uma dimen-são nova, evoluindo e ampliando nosso modelo de mundo. Adquirimos o conhe-cimento através de vários mecanismos, onde a escola é o grande instrumento que nos fornece os meios para conhecer e desvendar nosso universo e conquistar a nossa realização.

A velocidade das mudanças faz do conhecimento um atributo cada vez mais urgente e essencial para a sobre-vivência. Porém, o conhecimento por si só não é suficiente para construir as competências exigidas por um mercado extremamente seletivo e exigente. No momento em que o maior acesso ao conhecimento gera um equilíbrio maior

no nível de competitividade entre os profissionais, a atitude aparece como um grande diferencial. Neste aspecto, a educação necessita desempenhar es-te papel, formando estudantes capazes de adquirir e desenvolver novas com-petências, em função de novos saberes que se produzem e que demandam um novo tipo de profissional, preparado não somente para enfrentar novas tecnolo-gias e linguagens, mas também com uma postura, um comportamento que leve o indivíduo a promover e liderar mudanças no contexto socioeconômico da realida-de onde está inserido.

Mais que antes, é preciso garantir condições para que desde os primeiros anos escolares, o indivíduo desenvolva atitudes que proporcionem esta capa-cidade de construir sua autorrealização, atitudes que serão determinantes na obtenção do sucesso pessoal e profis-sional.

Para que essas atitudes sejam de-senvolvidas desde o estágio (faixa etária) mais propício, é necessário que as escolas do ensino fundamental se instru-mentalizem para desenvolver este tipo de comportamento. Há necessidade de ultrapassarmos os muros da escola para promover uma vivência da realidade atu-al, na qual se exige do profissional um comportamento que possibilite conquis-tar espaços, autonomia e oportunidades em um mundo com recursos cada vez mais escassos. Do mesmo modo que

você aprende a matemática, a geografia, pode aprender a ser bem sucedido.

A comparação com uma escalada na montanha representa com clareza a caminhada em busca do sucesso profis-sional. Para chegar até a altura desejada, serão necessárias atitudes que muitas pessoas infelizmente não descobriram em seus comportamentos. Será muito mais que ter a vontade de chegar ao to-po da montanha. Será preciso conhecer a montanha e o tamanho do desafio; planejar cada detalhe da subida, saber o que levar e que ferramentas utilizar; encontrar a melhor trilha, estar compro-metido com o resultado, ser persistente, calcular os riscos, preparar-se fisicamen-te, acreditar na sua própria capacidade e começar a escalada. O sucesso é uma ciência, um mundo com suas técnicas e regras bem definidas que você necessita descobrir para tornar sua vida melhor e chegar onde você quer. Aliás, o que mais tem me preocupado ultimamente é a quantidade de jovens que chegam a uma faculdade, sem ter a clareza de onde pre-tendem chegar (sonho), qual a altitude de sua montanha (tamanho do desafio). Já dizia Fernando Pessoa: “O homem é do tamanho de seus sonhos”.

Prof. Ronaldo Abranches, administrador, psicopedagogo, especialista em qualidade e produtividade e mestre em engenharia de produção. Atualmente é professor e diretor do Instituto de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (Facesm).

A escalada ao

Pelo Prof. Ronaldo Abranches

sucesso profissional

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Cinquenta das mulheres mais influ-entes no mundo dos negócios, mídia e sociedade civil reuniram-se no início de fevereiro em Déli (Índia) com o objetivo de aumentar a participação e liderança do sexo feminino no desenvolvimento e na aplicação de uma economia livre de dióxi-do de carbono, na Índia e em outros países importantes do sul da Ásia.

Com a parceria do Instituto de Ener-gia e Recursos (TERI), a Rede Mundial do Dia da Terra (EDN) promoveu esse fórum em Déli, como parte da campanha Women and the Green Economy (WAGE®).

“As mulheres constituem mais da me-tade da população mundial, por isso elas realmente movimentam a economia, tendo a maior influência em todas as preferências do consumidor”, explicou Kathleen Rogers, presidente da Rede Mundial do Dia da Ter-ra. “Portanto, se nós queremos de fato criar uma economia livre de dióxido de carbono, as mulheres têm que reconhecer o poder imenso e singular que possuem, garantir o seu espaço e começar a tomar o controle do processo de decisões. A WAGE e este

fórum estão dando o poder para elas fa-zerem isso.”

O objetivo do fórum foi começar a desenvolver um conjunto de propostas políticas fortes e coesas com o intuito de alcançar a economia verde. Elas serão apresentadas ao governo da Índia e ao secretariado da Associação Sul-Asiática para a Cooperação Regional (SAARC). Em seguida, serão disseminadas para as Na-ções Unidas, para a Fundação das Nações Unidas e para as secretarias estaduais dos Estados Unidos e de outros países, e tam-bém diretamente para o processo do RIO +20, onde a EDN tem um lugar no comitê diretivo “As Mulheres da Rio 2012 pelo ma-jor group das mulheres”.

“Este evento é sem precedentes”, disse a Dra. Elinor Ostrom, economista ganhadora do prêmio Nobel e moderadora do fórum. “Trazer juntas as vozes dessas mulheres influentes ajudará não somente a manter o foco dos lideres mundiais nas melhores políticas para criação de uma economia verde, como também a assegurar educação e oportunidades de especializa-

ção para as mulheres, além de direcionar investimentos autossustentáveis em prol delas, o que acarretará em um fortaleci-mento da economia global.”

“É muito oportuno que o WAGE es-teja acontecendo aqui em Déli, como um evento especial na Cúpula sobre De-senvolvimento Sustentável. A Índia é um dos países democráticos que cresce mais rapidamente no mundo e um ponto de par-tida para a resolução da crise no sistema climático,” comentou Dr. R. K. Pachauri, se-cretário-geral do TERI.

Lançado na 16ª Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC) da Conferência das Par-tes em Cancun, México, em dezembro de 2010, a Campanha WAGE® está ativamen-te criando um itinerário para as mulheres agregarem seu poder e liderança com o propósito de criar uma economia verde autossustentável e diminuir as mudanças climáticas. A campanha está atualmente trabalhando para criar uma agenda política para o Rio+20 que ocorrerá de 20 a 22 de junho. (Fonte: Portal Rio+20)

As mulheres tomam as rédeas da economia verde

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Mamografia e

A mamografia é a técnica de maior eficácia no diagnóstico do câncer de ma-ma em estágio inicial, quando este ainda é passível de cura. De acordo com o CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia), toda mulher deve iniciar a prevenção a partir dos 40 anos, realizando anualmente a mamografia.

Antes de 40 anos o exame é indicado em casos com fatores de risco positi-vo como histórico de câncer de mama ou de ovário na família (principalmente em parentes de primeiro grau), história pessoal prévia de câncer de mama, ex-posição prolongada aos estrogênios como menstruação precoce, menopausa tardia e nuliparidade (paciente que não teve filhos).

É importante consultar seu médico regularmente para que ele realize o exa-me clínico das mamas.

Exame de mamografia

A mamografia é um método de exa-me das mamas que utiliza raio-X, sendo o exame realizado por uma técnica em radiologia e avaliado por profissional mé- dico especialista em radiologia e diag-nóstico por imagem que será responsável pelo laudo.

A compressão da mama, realizada por poucos segundos, é necessária para garantir a qualidade técnica do método.

Orientamos a realização da ma-mografia após o período menstrual, as mamas estão menos sensíveis, sendo o método menos doloroso. A paciente não deve usar desodorante, talco ou cremes nas axilas e mamas no dia do exame, pois tais produtos podem interferir no resultado.

A comparação com as mamogra-fias anteriores permite a detecção de um número maior de lesões e o seguimento de alterações, diminuindo a necessidade de radiografias complementares.

Exames auxiliares

Apesar de ser o melhor exame de imagem para a detecção do câncer de mama, a mamografia, como qualquer mé- todo, tem suas limitações e não detecta todos os casos. Nas mulheres com ma-mas muito densas ao RX (aquelas que apresentam mamas com predomínio glandular, geralmente pacientes jovens), a sensibilidade da mamografia pode ser um pouco menor, podendo ser indicada a ultrassonografia como exame comple- mentar. Os dois métodos realizados con- juntamente têm sensibilidade para de-tecção do câncer em torno de 91 a 95%.

A ultrassonografia é também usada na investigação de nódulos ou achados palpáveis em pacientes com menos de 35 anos.

Outro exame, a ressonância mag-nética é especialmente indicado para avaliação em mulheres que têm próteses mamárias, ou em casos para diferenciar recidiva tumoral de processo cicatricial.

Prótese de silicone e mamografia

As mulheres portadoras de próte-ses de silicone podem ser submetidas ao estudo mamográfico, sendo a diferença básica o número de radiografias reali-zadas. Além das incidências básicas em cada mama é necessária a realização da “manobra de Eklund”, por meio da qual a técnica afasta a prótese para cima e para trás e radiografa apenas o tecido mamário.

É importante informar à técnica so-bre a presença da prótese, para que seja aplicada a compressão adequada à situ-ação. Dessa maneira não haverá riscos à integridade da prótese.

Em caso de dúvida na mamografia, a paciente com prótese pode se beneficiar da correlação com exame de ultrassono-grafia e/ou de ressonância magnética.

Significado da classificação Bi-RADS nos laudos mamários

Com a finalidade de uniformizar os termos descritivos e normatizar os re-

latórios de mamografia, o Colégio Ame-ricano de Radiologia criou o sistema denominado de BI-RADS (Breast Imaging Reporting and Data System). O sistema tam-bém orienta a conduta a ser adotada em cada caso.

As categorias utilizadas são em nú-mero de seis, abaixo descritas:

ª Categoria 0: Avaliação mamográfica incompleta. Necessita de avaliação adi-cional por métodos de imagem para categorizar os achados.

ª Categoria I: Mama normal. ª Categoria II: Achados ma-

mográficos benignos. ª Categoria III: Achados

provavelmente benignos, sendo recomendado um controle em intervalo cur- to de tempo (3 ou 6 meses a depender de cada caso).

ª Categoria IV: Anormalidade suspeita, sendo que a biópsia deve ser considerada.

ª Categoria V: Lesões que quase certamente representam carcino- ma na mama, alta suspeição.

ª Categoria VI: são acha- dos mamários confirma- dos como malignos pela biópsia, ou seja, a paciente já é porta- dora de câncer de mama mas ainda não se subme- teu ao tratamento (tera- pias definitivas como exci- são cirúrgica, radioterapia, quimioterapia ou mastectomia).

Através deste simples artigo espe-ramos proporcionar a conscientização da população feminina da importância de realizar a mamografia por ser este o exame de rastreamento e grande aliado na detecção do câncer quando ainda podemos lutar contra ele.

Dra. Lorena Oliveira Meni Gonçalves, Gra-duada em Medicina na UFMG (BH). Residência Médica pelo MEC no Hospital Felicio Rocho (BH/MG). Médica Radiologista atuante na equipe da Clínica Sul Mineira-Tomosul, Itajubá-MG

Pela Dra. Lorena Oliveira Meni Gonçalves

o Câncer de Mama

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O Curso G9, de Itajubá, conquistou mais uma vez o selo “Escola Solidária”, concedido pelo Instituto Faça Parte, que conta com a parceria das seguintes ins-tituições: MEC (Ministério da Educação), Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação), Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), UNES-CO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), OEI (Or-ganização dos Estados Iberoamericanos) e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

O projeto identifica, reconhece e for-talece as escolas brasileiras como núcleos de cidadania em suas próprias comunida-des. O G9 é o único colégio particular de Itajubá e uma das 86 instituições de ensino de Minas agraciadas com o selo.

Esta é a segunda vez que o G9 é re-conhecido como uma escola que promove e incentiva a prática de ações voluntárias. O selo, concedido a cada dois anos, con-templou o trabalho realizado em 2010 com

o Projeto 2º Passo, que promoveu ações no Lar Infantil Primeiro Passo, o qual abri-ga crianças em situação de risco social encaminhadas pelo Conselho Tutelar e/ou Juizado da Infância e Juventude. As ações socioambientais fazem parte de um proje-to maior do colégio, o “G9 Social”.

“Ações sociais nas entidades de Ita-jubá fazem parte da rotina dos alunos do Curso G9. Faz parte da proposta pedagó-gica incentivá-los a desenvolver atividades que fortaleçam os laços de partilha entre a comunidade escolar e as demais institui-ções da sociedade. A decisão de participar do projeto é de livre escolha do aluno”, explica a diretora pedagógica do G9, pro-fessora Maria Aparecida Fernandes.

A coordenadora pedagógica do En-sino Fundamental II, professora Estela Maria de Oliveira, conta que o projeto 2º Passo envolveu a participação de 400 pes-soas da comunidade escolar, entre alunos, professores, pais e funcionários do G9. “A proposta do projeto surgiu a partir da

sugestão de uma gincana anual realizada pelo colégio. A ideia é o desenvolvimento de ação solidária que busque um maior en-volvimento dos alunos. Nossa meta é não só a assistência à instituição carente, mas também a formação cidadã dos alunos”, conta. “O projeto cresceu e se desenvolveu ao longo de 2010. Durante esse ano, foram realizadas festas, campanhas e inaugura-ção de uma biblioteca.”

Em 2011, o Curso G9 realizou uma série de ações sociais, que não foram ava-liadas pelo Instituto Faça Parte – elas só o serão no próximo ano. Foram contem-pladas as seguintes instituições: Lar da Providência de Itajubá, projeto “Meninos do Céu” (da Igreja Presbiteriana do Bairro Piedade), Escola Estadual Novo Tempo, Centro de Apoio Nossa Senhora do Sa-grado Coração (antiga Granja) – ação em parceria com a FTS (Fundação Theodomi-ro Santiago) e que integrou as atividades “Natal no Campus”, da Unifei (Universidade Federal de Itajubá).

Curso G9, de Itajubá, uma escola solidáriaColégio conquista selo social concedido pelo Instituto Faça Parte

Por Bill Souza

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Pela Dra. Gracia Costa Lopes

O número de pessoas que recebem indicação para extrair o terceiro molar (dente do siso) é cada vez maior.

Dente de siso são os últimos molares de cada lado dos maxilares e também são os últimos dentes a nascerem, geralmente entre 16 a 20 anos de idade. Eles geralmente não tem espaço suficiente na boca para se acomodar. Isto pode fazer com que os dentes de siso fiquem inclusos (dente preso embaixo da gengiva). Normal-mente a posição se torna inclinada ou deitada, encoberto por osso ou por outro dente. A alta prevalência de ter-ceiros molares impactados hoje em dia pode ser explicada por um menor cres-cimento dos ossos basais e, devido à alimentação mais macia, o que diminui o espaço necessário para a erupção dos terceiros molares.

A indicação de extração destes dentes deve ser baseada através de um diagnóstico radiográfico e clínico como por exemplo:

ª Falta de espaço no arco dentário, que pode levar a má oclusão dentária e sintomas dolorosos na ATM (articu-lação temporo-mandibular);

ªMá posição do elemento dentá-rio, quando ele nasce pela metade tornando difícil a sua higienização, provocando pericoronarite (inflama-ção no local do dente). Esta é uma

condição patológica mais frequente do terceiro molar inferior;

ª A cárie também pode ocorrer devido à impactação alimentar e à dificuldade de higienização de terceiros molares semi-inclusos;

ªOs terceiros molares inclusos tam-bém são acometidos pela formação de CISTO dentígero, que são lesões as-sintomáticas, geralmente encontradas em exames radiográficos de rotina, podendo causar inchaço da face ou até mesmo dor por compressão do nervo alveolar inferior.

ª Também há casos em que o tercei-ro molar está deitado, com a coroa voltada para a raiz do segundo molar. Nesse caso, pode ocorrer um desgas-te (chamado reabsorção) do osso que sustenta o dente vizinho. Essa pres-são, a médio prazo, pode danificar até mesmo a raiz do segundo molar. A orientação, então, é extrair o siso o mais rápido possível.

ª Uma controvérsia bastante contes-tada pelos especialistas é que o siso, quando está mal posicionado, empur-ra os outros dentes, podendo causar apinhamento e exigir o uso de apa-relhos ortodônticos. Nenhum estudo científico confirma isso, acredita-se que o molar sozinho, não teria força para empurrar todos os outros den-tes. O que ocorre é que a mandíbula cresce em fases. E o último surto de crescimento ocorre também por volta dos 18 anos. Se nesse crescimento as arcadas superior e inferior se encon-trarem, os dentes começam a bater e os de baixo forçam os de cima para a frente. Os dentes ficam tortos.

ªOutra indicação para extração é quando o paciente está em tratamen-to ortodôntico. O ortodontista vai precisar de espaço para movimentar

Terceiro molar ou dente de siso,

extrair ou não, e quando?

os dentes que precisam de correção e é comum ele pedir a extração do ter-ceiro molar com esse objetivo.

Todas estas situações são indi-cações para a remoção dos terceiros molares afetados.

A idade considerada ideal para a extração dos dentes do siso impac-tados é entre 16 e 17 anos, pois o aumento natural da densidade “dure-za do osso” que ocorre com o avanço da idade e características anatômicas da formação e posição em que se en-contram os dentes do siso, poderão dificultar a sua remoção.

Sendo assim, deve-se procurar um dentista para fazer um planeja-mento do tratamento, será solicitado uma documentação ortodôntica com radiografia panorâmica para visualizar a posição do terceiro molar.

No diagnóstico e planejamento, percebendo-se com a análise de ou-tros fatores que não haverá espaço na arcada dentária para a erupção do terceiro molar indica-se a extração dos mesmos. Essa forma facilita o alinha-mento dos dentes, elimina posteriores problemas com reincidivas ortodônti-cas.

O mais importante é uma correta indicação para remoção, respeitando a formação dentária, a idade do paciente e o seu melhor momento. O paciente não precisa ter receio de realizar a ex-tração dos terceiros molares, tendo consciência de que esse é um passo importante para o resultado.

O ideal é que todas as pessoas façam uma radiografia panorâmica por volta dos 16 anos. Nessa idade, o dentista já tem condições de ava-liar se o terceiro molar vai ou não ter problemas. Muitas vezes, opta-se pela extração antes mesmo dele aparecer na cavidade bucal.

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O silicone é o assunto mais comentado no Brasil nas últimas semanas. Após ficar comprovado que há riscos de ruptura no material importado da França e da Holanda, o governo decidiu “bancar” as cirurgias de retirada de próteses mamárias que se romperam. As pacientes reclamam, alegando que a cirurgia deve ser preventiva, ou seja, também para aquelas que as próteses ainda não se romperam. O governo está sob pressão para liberar de vez o SUS para toda cirurgia de troca de silicone. E os planos de saúde também deverão “bancar” as cirurgias. São as pacientes despreparadas psicologicamente para enfrentar uma nova cirurgia, assustadas e decepcionadas de um lado e os planos de saú-de e o SUS do outro, despreparados financeira e estruturalmente. Essa briga vai ser feia!

O assunto levanta algumas questões interessantes. Em primeiro lugar, parece que

a Anvisa está tão preocupada em controlar a vida dos cidadãos nos mínimos detalhes que deixa pas-sar casos mais graves como esse. Para palpitar na quantidade de sal do pão francês, não que isso não seja importante, os funcionários da agência arrumam tempo, mas não para detectar problemas no silicone importado. Diante disso questionamos: para quê serve tan-tos funcionários, pagos com nossos impostos, “cuidando” de nossa saú- de? Muito se falou e questionou até agora, muitos motivos e culpa-dos foram apontados, até alguns colegas, Cirurgiões Plásticos foram acusados. Coitados! Na verdade eles são tão inocentes quanto as pacientes, afinal, confiaram no registro de um órgão que até en-tão era “respeitado” e adquiriram as indesejadas próteses. É sabido que, para conseguir o registro da ANVISA para algum tipo de produ-to, o mesmo passa por inúmeras e exigentes burocracias, testes e aná-lises que demandam dias ou talvez meses. Qual a culpa dos Cirurgiões? Nenhuma.

Em segundo lugar, vemos cla-ramente os riscos de abuso quando a saúde é “universal”, “acessível” e “gratuita”. Muitas pacientes ao desejarem uma cirurgia plástica es-quecem que toda cirurgia tem um risco e que a busca desesperada

por preço baixo pode colocar em risco sua própria vida. Vários cuida-dos devem ser tomados, a começar pelo médico e o local. Cirurgia Plás-tica é com Cirurgião Plástico. É importante buscar informações so-bre o médico escolhido, certificar se o mesmo fez especialização em Cirurgia Plástica, onde elas são rea-lizadas e depois esclarecer todas as dúvidas a respeito da mesma, afinal existem hoje, no Brasil, mais de 18 marcas de prótese de silicone e, a maioria delas, com formato gota ou redonda e perfil baixo, médio, alto e superalto. Assim a paciente terá certeza de que deseja se submeter a ela, estando ciente da extensão da cicatriz e dos cuidados pré e pós operatórios.

Voltando ao problema do si-licone, para aquelas pacientes que ainda estão com dúvida, pri-meiramente devem verificar, no Certificado de Garantia entregue pelo médico, qual a marca da próte-se que possuem. Caso não tenham

Pelo Dr. Fernando Ayres

A polêmica sobre as

próteses de silicone

ou não encontrem o Certificado, devem procurar o médico e se certificar da marca. Os cuidados seguintes deverão ser feitos por todas as pacientes que possuem prótese mamária de silicone, independente da marca e se por questões estéticas ou reparadoras, pois as próteses utilizadas em ambas cirurgias são as mesmas. A paciente deve passar por uma consulta periódica para que o médico possa examinar e averiguar a situação de cada uma. No exame clínico ele poderá detectar algumas intercorrências, tais como con-tratura capsular, ruptura, hematoma, etc, e solicitar exames de ultrassom ou ressonância para confirmação da suspeita. É importante saber que nem sempre tais intercorrências causarão dor, febre, calosidade ou qualquer outro sintoma, por isso é tão importante que o Cirurgião Plástico examine a paciente, pois somente ele possui conhecimento especí-fico para isso.

Apesar de falarem muito que as próteses de silicone deverão ser trocadas a cada 10 anos e que as pacientes que possuem as próteses francesas ou holandesas deverão tro-cá-las imediatamente, isso não é verdade. Algumas pacientes possuem a mesma prótese há mais de 30 anos e as mesmas continuam intactas, sem ruptura ou qualquer alteração que coloque em risco a vida delas. E as pacientes que possuem as próteses francesas ou holandesas, o principal agora é manter a calma e procurar o médico para que ele possa orientá-las da melhor maneira possível.

Dr. Fernando Ayres, cirurgião plástico

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Chico Buarque escreveu numa de suas belas le-tras: “A cidade não mora mais em mim...” Cansado da cidade, aquele personagem de Chico (com inspira-ções de Guimarães Rosa) deixava a sua terra.

E quem mora em quem? Nós moramos na cida-de ou é ela que mora em nós?

Aproveitando a ocasião do aniversário dessas simpáticas cidades do Sul de Minas, acho que va-le pensar sobre isso. O ideal é que as duas coisas aconteçam para que, numa relação permanente de troca, façamos bem às nossas cidades para que elas possam nos devolver o bem também.

Há infinitas maneiras de agradar a cidade que mora em nós. Tantas quantas há maneiras de agradar a nós mesmos. Começando pela saúde, por exemplo: é importante e até vital que cuidemos do corpo, da mente, da alma. É vital também para a cidade que cuidemos das ruas, dos rios, do verde. A cidade de-volverá limpeza, beleza, prazer.

E vital que cuidemos das praças que habitam em nós. As praças, especialmente as dessas simpáticas cidades sulmineiras — que sempre dividem nosso olhar com uma bela igreja — precisam que as res-peitemos todos os dias. São lugares feitos para que a vida aconteça. Para o encontro das gentes, para a brincadeira de criança, o namoro, para o descanso e

até para ver o tempo passar.

O rio. Ah, esse devolve mesmo para nós tudo o que dele fazemos. De tempos em tempos, devolve com fúria, na mesma moeda da agressão que sofreu.

É preciso se apoderar da cidade como sendo nossa e sobre a qual temos responsabilidades com-partilhadas.

As cidades que fazem aniversário neste mês de março aqui no Sul de Minas Gerais receberam de presente a oportunidade de nascer em meio a essa exuberante paisagem. Para todo lado que se olhe, uma montanha se apresenta, um rio manso corta o verde, uma cachoeira espirra beleza. Mais uma vez citando Chico Buarque, digo que nossas serras e montanhas são de “arrombar a retina”.

Dizem até que há muitos poetas por aqui por-que exercitamos a todo instante o poder de imaginar o que há por trás dos montes. Pode ser.

Neste mês, em que as essas cidades festejam os anos, comemora-se também o Dia Internacional da Mulher. Acho que as cidades têm alma feminina. Cuidam dos filhos que faz nascer, lhes presenteiam com este mar de montanhas e lhes oferecem ar puro e esperança. É vida que a cidade nos dá!Célia Rennó é jornalista e mora na cidade de Itajubá, que faz aniversário em 19 de março.

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A cidade que mora em mim

Por Célia Rennó

A Diagrarte Editora e a Revista Naturale parabenizam todos os moradores das

cidades aniversariantes, que tecem a cada dia a história e a riqueza desses municípios.

Que possamos juntos difundir suas belezas, cultura, tradições

e trilhar caminhos sustentáveis.

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NaturaleA revista Naturale comemora em sua 12a edição dois anos de circulação.

Agradecemos nossos parceiros, apoiadores, articulistas, colaboradores e fiéis leitores por esta empreitada.

Neste período trabalhamos juntos promovendo empresas, levando in-formação de qualidade para milhares de leitores, em nossa região, além dela e além mar...

Naturale foi lançada em Itajubá/MG, em março de 2010. Produto da Dia-grarte Editora, recebeu o convite da FACESM (Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas) para que seu lançamento ocorresse nas comemo-rações dos 45 anos da instituição, convite que muito nos honrou.

Na segunda edição, a Naturale trouxe o Ph.D Rubens Mazon para o ‘’Se-minário de Responsabilidade Social e Ambiental’’ organizado pela FACESM em parceria com a Naturale, o Grupo Gama e Gaia Terranova.

As edições seguintes tiveram grande repercussão e na sua quarta edi-ção recebemos a Moção Congratulatória da Câmara Municipal de Itajubá,

por indicação do vereador Robson Vaz, o qual ressaltou: ‘’A revista Naturale é um informativo de grande valia e impor-tância, com artigos de relevância para melhor conhecimento de nosso município e região, destacando a cultura, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. ... nossa singe-la homenagem, busca cada vez mais incentivar esta grande prestação de serviço à coletividade’’. Agradecemos ao ve-reador Robson Vaz e a Câmara Municipal de Itajubá pelo reconhecimento e incentivo.

Nesta trajetória ganhamos vários parceiros que abra-çaram o propósito da Naturale, além de apoiadores que nos auxiliam na distribuição da versão impressa e eletrônica da revista, são eles: SIMMMEI, Associação Comercial e In-dustrial de Itajubá, de Santa Rita do Sapucaí, de São José dos Campos (SP), AENAI, CDL Itajubá, TOCA (ES), Circuito

Turístico Caminhos do Sul de Minas, ABO Itajubá, APROER, Supe-rintendência Regional de Ensino de Itajubá, a Biblioteca virtual da Rede Mineira de Bacias Hidrográficas, a Revistaria Luck e a Rádio Jovem FM. A cada dia mais pessoas, instituições e empresas pro-movem a distribuição da Naturale em seus meios de abrangência.

É com muita alegria que vemos este projeto alcançar tantas cidades e os mais diversificados grupos sociais.

Em janeiro de 2012, a Naturale recebeu o ISSN (International Standard Serial Number), identificador internacional único e defini-tivo, administrado pela ISSN Internacional Centre, com sede na França, cujo uso é definido pela norma técnica da International Standards Organization ISO 3297. A Naturale recebeu este identifi-cador após ter sido avaliada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, órgão vinculado ao CNPq, que representa no Brasil a ISSN Internacional Centre, tornando-se inclusive uma revista de divulgação científica e tecnológica.

Bem, temos muito o que agradecer e comemorar e contamos com todos os que já trilham este caminho conosco e deixamos um convite especial para que novos parceiros passem a compor essa grande corrente de informação para um número cada vez maior de leitores. Promover sua empresa e levar informação de qualidade gratuitamente a milhares de pessoas é o desafio que partilhamos com alegria.

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TOCA (ES) e Amigos do Rio (RJ) em visita a Delfim Moreira (MG)

Café Literário na Escola Pingo de Gente/Múltipla Escolha

Moção Congratulatória recebida da Câmara Municipal de Itajubá (MG)

Seminário de Responsabilidade Social e Ambiental

Lançamento da Naturale na Facesm

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