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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS UNIFEB ENGENHARIA DE PRODUÇÃO SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES UM ESTUDO DE CASO KIMIKO LUISA IWANO PRISCILA HARUMI JOHO Barretos - SP 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS – UNIFEB

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE

ESTOQUES

UM ESTUDO DE CASO

KIMIKO LUISA IWANO

PRISCILA HARUMI JOHO

Barretos - SP

2013

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KIMIKO LUISA IWANO

PRISCILA HARUMI JOHO

SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE

ESTOQUES

UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC

apresentado como exigência parcial

para a obtenção do título de bacharel

em Engenharia de Produção, do Centro

Universitário da Fundação Educacional

de Barretos – UNIFEB.

Orientador: Prof. MS. Rhadler

Herculani.

Barretos - SP

2013

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IWANO, Kimiko L. JOHO, Priscila H. SI no Gerenciamento de Estoques / Kimiko Luisa Iwano, , Priscila Harumi Joho. Barretos, 2013. 59 p. Orientador: Prof. MS. Rhadler Herculani

Monografia de Engenharia de Produção (conclusão de

curso), Engenharia de Produção, Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos (UNIFEB).

1.Estoque 2.Sistema Integrado 3.Gerenciamento de estoques

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE BARRETOS- UNIFEB

Kimiko Luisa Iwano

Priscila Harumi Joho

SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE ESTOQUES

ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado como exigência parcial para a

obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção do Centro Universitário

da Fundação Educacional de Barretos – UNIFEB.

Data da Aprovação: __/__/__

BANCA EXAMINADORA

_________________________

Prof. MS. Rhadler Herculani

Orientador / UNIFEB

_________________________

Prof. Dr. Geraldo Correa

UNIFEB

_________________________

Prof. MS. Gilberto Domingues Junior

UNIFEB

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5

“Dedico este trabalho aos meus filhos

Camila e Vítor, pelo incentivo e

compreensão, à minha mãe pelo apoio e

aos professores e mestres que

compartilharam seus conhecimentos”.

Kimiko Luisa Iwano

“Dedico este trabalho a minha família por

acreditarem em minha competência e aos

professores que compartilharam comigo os

seus conhecimentos”.

Priscila Harumi Joho

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6

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho só foi possível graças a colaboração direta e

indireta de muitas pessoas.

Agradecemos primeiramente à Deus, à todos os professores do curso de

Engenharia de Produção e aos funcionários do Centro Universitário da Fundação

Educacional de Barretos – UNIFEB.

Manifestamos a nossa gratidão a todas elas e de forma particular ao Prof.

Ms. Rhadler Herculani. Devemos afirmar que seu apoio foi imprescindível para a

consecução deste estudo, acompanhando cada passo desta luta, nos incentivando

em muitos momentos difíceis, além da indicação de fontes para pesquisa,

orientação, paciência e sua confiança depositada neste trabalho.

Aos amigos que conquistamos na I Turma de Engenharia de Produção do

UNIFEB.

Na empresa referente ao estudo de caso, aos proprietários que foram

muito receptivos e aos colaboradores envolvidos no setor estudado, por terem

dividido conosco um espaço que os pertence.

A nossa eterna gratidão a todos.

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7

“Determine que algo pode e deve ser

feito, e então você achará o caminho para

fazê-lo”

Abraham Lincoln

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8

RESUMO

Este relatório trata de um estudo de caso realizado em uma empresa varejista de

materiais para construção em geral, onde se identificou a necessidade de um

controle de estoque, devido a dificuldade na localização, armazenagem e

identificação dos produtos, desperdícios e avarias de materiais. Para atingir o

objetivo proposto, primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica, levando em

consideração os fatores que afetam o controle dos materiais. A seguir é apresentada

a metodologia de implantação de um Sistema Integrado Para Gerenciamento De

Estoques com o intuito de melhorar a produtividade do setor. Por fim, o estudo

conclui a grande importância do planejamento e controle e materiais, enfatizando

que o seu gerenciamento permanece influenciado por um bom sistema integrado.

Palavras-chave: Estoque, Sistema Integrado, Gerenciamento de Estoques e

Materiais.

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ABSTRACT

This report is a case study in a retailer of building materials in general, which

identified the need for inventory control, due to the difficulty in locating, storage and

identification of products, waste and failure of materials. To reach that goal, first was

a literature review, taking into consideration the factors that affect the control of

materials. The following is the methodology of implementation of an Integrated

System for Inventory Management in order to improve the sector's productivity.

Finally, the study concludes the importance of planning and control and materials,

emphasizing that its management remains influenced by a good integrated.

Keywords: Stock, Integrated, Inventory and Materials Management.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

Objetivo Geral ........................................................................................................ 13

Objetivo específico ................................................................................................. 13

Justificativa ............................................................................................................ 13

Estrutura do Trabalho ............................................................................................ 14

1 TEORIA DE GESTÃO DE ESTOQUES ................................................................. 16

1.1 Gerenciamento de Estoques ............................................................................ 16

1.2 Etapas do Processo de Estocagem ................................................................. 17

1.2.1 Necessidades dos Clientes ........................................................................ 19

1.2.2 Previsão de Demanda e Análise ................................................................ 20

1.2.3 Reposição de Materiais e Recebimento .................................................... 21

1.2.4 Armazenamento e catalogação de materiais ............................................. 21

1.2.5 Expedição .................................................................................................. 22

1.3 Alguns conceitos e técnicas de gestão de estoque.......................................... 23

1.4 Auditoria em Registros de Estoque .................................................................. 24

1.5 Endereçamento e Código de Barras de Materiais............................................ 26

1.6 Sistemas Integrado .......................................................................................... 27

1.7 Sistema Integrado no Gerenciamento de Estoques ......................................... 29

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 34

2.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................... 34

2.2 Roteiro de Entrevistas e Observações ............................................................. 36

2.3 Coleta de Dados .............................................................................................. 38

3 ESTUDO DE CASO: SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE

ESTOQUES .............................................................................................................. 39

3.1 A empresa ........................................................................................................ 39

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3.1.1 Organograma Organizacional .................................................................... 40

3.2 Problemática Enfrentada .................................................................................. 41

3.2.1 Quanto ao armazenamento ....................................................................... 42

3.2.2 Quanto à movimentação ............................................................................ 42

3.2.3 Quanto aos materiais propriamente ditos .................................................. 42

3.2.4 Quanto aos colaboradores ......................................................................... 43

3.3 Consolidação do método proposto ................................................................... 43

3.3.1 Estabelecer os objetivos ............................................................................ 46

3.3.2 Diagnóstico da situação ............................................................................. 46

3.3.3 Observar e analisar os dados obtidos do diagnóstico ................................ 46

3.3.4 Instrumentos e Fontes de Pesquisa........................................................... 47

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 53

4.1 Resultados ....................................................................................................... 53

4.2 Benefícios Alcançados ..................................................................................... 53

4.3 Dificuldades Encontradas ................................................................................ 54

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..................................................... 55

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

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INTRODUÇÃO

Atualmente, pode-se afirmar que o nível de serviço prestado ao

consumidor no final da cadeia tornou-se um fator determinante para o sucesso de

qualquer empresa e um assunto de âmbito preocupante no meio empresarial.

Uma visão do panorama mundial da situação de negócios mostra que o

uso da tecnologia está sendo cada vez mais empregado pelas empresas na busca

constante pela competitividade. Em todos os setores, a capacidade de planejar,

gerenciar e distribuir as informações dos processos, com apoio da tecnologia, passa

a ser um ponto estratégico e consequentemente o sucesso dos negócios.

Em outro cenário, o desempenho da gestão de estoques tornou-se uma

forma de redução de custos e aumento da qualidade de seus processos e serviços,

ou seja, a otimização e racionalização dos estoques é uma grande oportunidade

para as empresas conquistarem seus objetivos, consistindo numa menor aplicação

de capital próprio para atender certa demanda de vendas, bem como uma perda

menor nas vendas por falta de materiais em estoque.

Neste contexto, será abordada a utilização de um Sistema Integrado (SI)

como apoio para o gerenciamento de estoques devido à crescente variabilidade de

produtos com diferentes padrões de demanda e características específicas, onde a

complexidade na administração de materiais aumenta necessitando de um controle

diferenciado.

Com essa perspectiva, os principais objetivos deste projeto são, por um

lado, evidenciar a necessidade dessa abordagem estratégica na gestão dos

estoques (SI e o planejamento e controle dos estoques) e, por outro caminho,

demonstrar os benefícios alcançados após sua implantação numa empresa

comercial.

O estudo foi desenvolvido numa empresa que comercializa materiais de

construção onde através de visitas e a vivência de uma das autoras foi constatada

uma grande dificuldade em se administrar os estoques, voltado para questão de

organização. No contato com a empresa, os funcionários manifestavam a

necessidade de se ter controle de estoque para que houvesse agilidade desde a

compra, venda e entrega da mercadoria. A partir deste levantamento surgiu o

Page 13: ExTCCNotaMaxEngProd2014

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interesse em estudar a informatização com foco para o controle de estoques, afim

de se implantar um projeto de melhoria.

Objetivo Geral

Este trabalho de conclusão aborda como tema principal, a implantação de

um processo adequado para o gerenciamento de estoques com apoio de SI, numa

empresa de materiais de construção.

Objetivo específico

Incluir um trabalho de melhoria no layout da armazenagem a fim de obter

uma relação entre os métodos utilizados;

Consolidar um procedimento para a utilização de uma sistemática de

gerenciamento dos estoques proposta na literatura;

Implantar o procedimento proposto.

Justificativa

O ambiente empresarial está sofrendo alterações de âmbito mundial. A

transformação de economias e sociedades industriais em economias de serviços,

baseadas no conhecimento e na informação é um fator relevante a ser considerado,

seguido pela emergência da empresa digital. (LAUDON E LAUDON, 2011).

A comercialização de materiais de construção está na base de uma

importante cadeia de valor e suas ineficiências repercutem diretamente nos demais

níveis dessa cadeia.

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Por outro lado, administrar recursos e estoques tem sido atualmente

preocupação dos gerentes, engenheiros, administradores e praticamente todas as

pessoas ligadas direta ou indiretamente tanto na produção de bens tangíveis quanto

na prestação de serviços.

O estudo também se justifica sob o ponto de vista de seu objeto de

aplicação. A empresa analisada é conceituada no mercado em que atua e

apresenta-se em plena expansão regional, atuante desde 1986.

Afirmam Martins e Alt (2010, p. 13), que “alguns problemas enfrentados

no manejo dos materiais – por exemplo, excesso de produtos e falta de espaço para

armazená-los – levaram à criação das atuais tecnologias de administração de

materiais”.

Assim, os estoques assumem papel ainda mais importante nas empresas,

pois qualquer que seja a diminuição dos custos nestes processos, resulta na

obtenção de uma vantagem competitiva, diminuindo assim o tempo de retorno sobre

os investimentos e como consequência, gerando a oportunidade de melhorar seu

desempenho atendendo prontamente, no momento e na quantidade desejada seus

clientes.

Logo, qualquer trabalho que venha cientificamente contribuir para

melhoria da gestão de estoques também está contribuindo, em maior ou menor

grau, na geração de benefícios à sociedade local.

O presente projeto ajudará a consolidar a linha de pesquisa “SI no

gerenciamento de estoques” com vista a elaborar o Trabalho de Conclusão de

Curso.

Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em forma de capítulos conforme segue:

Introdução: Trata do cenário de realização da pesquisa onde evidencia as

delimitações e a metodologia empregada. Na sequência é apresentado os

objetivos e a justificativa para sua realização;

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Capítulo 1: Revisão Bibliográfica – Apresenta os fundamentos sobre o

gerenciamento de estoques, destacando as etapas do processo de estocagem,

divisão e a organização dos materiais. Além disso, aborda também um estudo

sobre Sistema Integrado (SI) dentre outros termos necessários para o perfeito

entendimento posterior da pesquisa;

Capítulo 2: Metodologia Científica - Trata dos procedimentos necessários para

proceder a pesquisa, limitando-se ao objeto de estudo, definindo as

ferramentas para levantamento de dados e sua posterior análise, que tem

como embasamento o referencial teórico apresentado no capítulo 1;

Capítulo 3: Estudo de caso – Descreve o ramo de atividade da empresa, em

seguida será apresentada a pesquisa de campo para a coleta de dados e a

tabulação;

Capítulo 4: Resultados e Discussões – Visa mostrar os resultados obtidos

posteriores a adoção das medidas propostas demonstrando análise,

dificuldades e confrontando a teoria e os resultados adquiridos com sua

implantação;

Capítulo 5: Sugestões para trabalhos futuros – Apresenta sugestões para

futuros trabalhos a serem realizados nesta área de estudo;

Conclusões: Considerações finais oriundas do presente trabalho.

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16

1 TEORIA DE GESTÃO DE ESTOQUES

O objetivo desse capítulo é apresentar definições e conceitos relevantes

para iniciar o entendimento sobre a abordagem do tema proposto. Para isso, os

tópicos abordam uma breve explicação sobre a administração de estoques, a

importância dos sistemas gerenciais e os conceitos de organização do trabalho, com

algumas características intrínsecas e de mercado.

1.1 Gerenciamento de Estoques

Nesta seção serão apresentadas definições, tipos e ferramentas utilizadas

para um bom desempenho no gerenciamento de estoque, segundo alguns autores.

De acordo com Slack, Chambers e Johnston (2002), esse conceito

originou-se na função de compras em empresas que compreenderam a importância

de integrar o fluxo de materiais e suas funções de suporte, tanto por meio do

negócio, como por meio do fornecimento aos clientes imediatos.

O armazenamento de materiais existe devido um desequilíbrio entre

fornecimento e demanda, foi a partir deste acúmulo de materiais que surgiu a

necessidade do gerenciamento adequado dos materiais.

Para Arnold (1999) os estoques são materiais e suprimentos que uma

empresa mantém de acordo com sua finalidade, seja para vendas, fornecimento ou

próprio consumo. No nosso caso, será abordado o estoque de produtos acabados,

prontos para serem comercializados para vendas.

Segundo Messias (1989) a administração de materiais tem por finalidade

assegurar o contínuo abastecimento de artigos próprios, necessários e capazes de

atender aos serviços executados por uma empresa. Devendo processar em

conformidade com as estratégias da empresa e com todas as atividades envolvidas

como compras, transporte, armazenagem, conservação, manipulação e controle de

estoques.

O gerenciamento de estoques se dá como uma sistemática de

coordenação estratégica de materiais, a fim de melhorar o desempenho a longo

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17

prazo, tanto para a empresa individualmente quanto para toda cadeia de

suprimentos. (GONÇALVES E SCHWEMBER, 1979).

Nesta situação, normalmente existe uma grande gama de produtos no

mercado, de forma que quando um varejista não possui disponível no momento

desejado pelo cliente, este pode, sem custos significativos, dirigir-se ao concorrente,

caracterizando a situação conhecida como perda de venda. Diante disso, está a

importância em se administrar cuidadosamente os estoques. (BIAZZI, 1993).

Nas palavras de Martins e Alt (2010, p. 04):

Administrar recursos materiais tem sido a preocupação dos gerentes, engenheiros, administradores e praticamente todas as pessoas diretamente ou indiretamente ligadas às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis quanto na prestação de serviço. O controle de estoque é visto pelas empresas como um recurso produtivo que no final da cadeia de suprimentos criará valor para o consumidor final e trará uma vantagem

competitiva em relação aos seus concorrentes.

O gerenciamento de estoques como visto pelos autores acima, é uma

forma de administrar os materiais, maximizando processos dentro de suas cadeias e

minimizando os custos referente ao armazenamento, desempenho, disponibilidade e

atendimento aos clientes.

Contudo, com o avanço da tecnologia, o modo de se conduzir esse

gerenciamento foi bastante alterado, apesar do fato das constantes mudanças

globais essa metodologia continua fazendo parte do meio empresarial, ocupando

papel importante na determinação da lucratividade envolvendo não só o trabalho

humano, mas também a gestão dos processos apoiado na tecnologia, resultando em

algumas adaptações as quais serão analisadas nos próximos tópicos.

1.2 Etapas do Processo de Estocagem

O armazenamento dos materiais consiste na alocação adequada dos

produtos, de modo a garantir uma rápida localização, a manutenção eficiente dos

níveis de reposição e para que a entrega seja facilitada, em outras palavras visa

atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios.

Page 18: ExTCCNotaMaxEngProd2014

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As empresas trabalham com materiais de diferentes características que

necessitam ser administrados e armazenados de acordo com suas finalidades e

funções. (TUBINO, 2009).

O gerenciamento dos estoques deve ser considerado como um sistema

completo. As etapas do processo podem ser assim descritas de forma resumida

conforme Figura 1.

Figura 1: Ciclo da administração de materiais.

Fonte: Martins e Laugeni (2006, p. 262)

A utilização dos indicadores varia em função da indústria, da

complexidade de produtos, do comportamento do mercado e da gestão de estoques

da empresa (RODRIGUES, 2008).

Para Arnold (1999), a administração da empresa deve estabelecer regras

de decisão coerentes aos níveis de estoques respeitando cada etapa do ciclo, de

modo que as pessoas responsáveis pelo controle possam desempenhar suas

Necessidade do Cliente

Análise

Reposição dos

Materiais

Recebimento

Armazena-mento

Expedição

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funções com eficiência, incluindo a priorização de cada item particular, como estes

itens devem ser controlados, quanto pedir de cada vez e quando emitir uma ordem

de compra.

Dentro da cadeia produtiva, desde a produção de bens até a prestação de

serviço, o modo como é conduzido o gerenciamento dos estoques possui sua

importância ampliada em razão das repercussões macroeconômicas, já

mencionadas e de suas consequências dentro de uma organização.

Portanto, estudos consideram que administrar este tipo de setor necessita

fornecer o nível requerido de serviços ao consumidor, ou seja, buscar os objetivos

dos serviços aos clientes e maximizar a utilização dos recursos da empresa.

1.2.1 Necessidades dos Clientes

O processo de reposição do material se inicia com a identificação da

demanda de um cliente. O órgão responsável pelo planejamento e controle de

materiais verifica se existe estoque do material e se o mesmo deve ser comprado de

imediato caso o cliente concorde com o lead time ou tempo para reposição.

(MARTINS E LAUGENI, 2006).

Neste sentido, após a análise das necessidades dos clientes é necessário

desenvolver um planejamento e análise de reposição juntamente com uma previsão

de demanda, permitindo as pessoas responsáveis destes sistemas uma projeção

futura do consumo e planejem adequadamente suas ações.

Contudo, apesar do avanço dos recursos computacionais e da

sofisticação matemática das técnicas de projeção, a previsão da demanda dos

produtos não é uma ciência exata, envolvendo experiência e julgamento pessoal do

planejador. (TUBINO, 2009).

Page 20: ExTCCNotaMaxEngProd2014

20

1.2.2 Previsão de Demanda e Análise

Para Ching (2010) o intuito da previsão de demanda é manter os níveis

de estoque proporcionais ao consumo se baseando no lead-time (tempo de

ressuprimento do material), provisionar a demanda do item em período fixo e

determinar o período de segurança, contudo a definição desta previsão tem seus

riscos associados, sendo um assunto crítico para todo planejamento empresarial.

As previsões de consumo podem ser determinadas através de estatísticas

e previsões reformuladas pelo usuário. O método estatístico é realizado com o apoio

de um SI onde são calculadas “n” períodos anteriores usando técnicas de previsões

quantitativas. Porém, quando os dados históricos são insuficientes (produto novo) a

reformulação das previsões é feita pelo usuário (opinião e julgamento de pessoas

chave), utilizando método qualitativo, onde analisará as condições futuras esperadas

de saídas e consumo com base em suas experiências. (GONÇALVES E

SCHWEMBER, 1979).

Além disso, para Tubino (2009) as técnicas qualitativas podem ser

empregadas também quando não se dispõem de tempo suficiente para coletar e

analisar os dados da demanda passada, devido ser considerada um método mais

rápido de se preparar. Por outro lado, as técnicas quantitativas consistem em

analisar os dados passados, relacionando os dados históricos do produto com o

tempo e empregando modelos matemáticos para projetar a demanda futura.

Segundo Gonçalves e Schwember (1979) as acumulações de estoque

pode ser divida em três tipos.

Materiais com defeito, ou seja, aqueles cujo apresentaram defeitos de

fabricação e materiais avariados devido manuseio incorreto e mau

armazenamento;

Avanços tecnológicos, contemplam materiais em bom estado, porém

não serão utilizados no futuro, devido a mudanças tecnológicas;

Materiais em excesso em bom estado, onde não se pode prever a

utilização imediata.

Page 21: ExTCCNotaMaxEngProd2014

21

Contudo, faz-se necessário salientar que qualquer que seja o método de

previsão adotado, não é uma ciência exata, muitas vezes não é possível prever

mudanças bruscas na demanda, ocasionando acumulações de estoque quando o

consumo projetado é acima do ocorrido.

1.2.3 Reposição de Materiais e Recebimento

Para Martins e Laugeni (2006), a reposição de materiais é realizada pelo

setor de compras da empresa. As principais etapas do processo de compra são a

seleção e avaliação dos fornecedores, emissão do pedido e acompanhamento de

entrega. É necessário identificar possíveis fornecedores, agrupar itens a serem

supridos pelo mesmo fornecedor, avaliar as condições de qualidade (financeiras, de

produtos e na confiabilidade de entrega) e analisar a possibilidade de contratos de

abastecimento de médio e longo prazo, procurando estabelecer parcerias.

Os mesmos autores destacam que o recebimento tem início quando o

material chega nas dependências da empresa, onde o órgão encarregado deverá

verificar o pedido de compra que originou a entrega e conferir informações como

quantidade, preço unitários e totais e outros elementos contábeis e fiscais da nota

fiscal que acompanha o material.

1.2.4 Armazenamento e catalogação de materiais

O sistema, ou combinação de sistema de armazenamento, a ser

abordado depende da política da empresa, o que implica no tipo de produto

estocado, instalações e estrutura, processamento de dados e o tamanho do lote de

cada material. Qualquer que seja o sistema adotado, os administradores devem

manter um estoque de segurança e um estoque de trabalho suficiente com o intuito

de oferecer o nível exigido de atendimento aos clientes, manter um controle dos

itens de modo que possam ser facilmente encontrados e reduzir o esforço total

necessário para receber, armazenar e retirar os produtos. (ARNOLD, 1999).

Page 22: ExTCCNotaMaxEngProd2014

22

De acordo com Messias (1989) os materiais constantes no depósito para

serem facilmente identificados e localizados, devem estar arrolados ou catalogados

segundo suas características semelhantes ou não, sem, contudo, ocasionar

confusão ou dispersão no espaço de alteração na qualidade, em virtude de contatos

com outros materiais de fácil decomposição, combustão, deterioração, etc.

Arnold (1999) lista alguns sistemas básicos de localização de estoques:

Agrupar itens funcionalmente relacionados, ou seja, realizar a

separação dos materiais por grupo de funções e finalidade, facilitando

a familiaridade com as localizações dos itens;

Agrupar os itens de giro rápido, referente aqueles de maior preferência

e rotatividade, são colocados perto da área de expedição.

Agrupar itens fisicamente semelhantes, geralmente alguns tipos de

materiais exigem suas próprias instalações de armazenamento e seu

manuseio adequado.

Colocar o estoque de trabalho e o estoque de reserva em locais

separados, ou seja, trabalhar apenas com uma pequena quantidade de

estoque de trabalho, enquanto o estoque de reserva é utilizado para

repor o estoque de trabalho podendo ser colocado em um ponto mais

remoto.

O controle de armazenamento de materiais pode garantir que as

necessidades dos clientes possam ser atendidas, podendo equilibrar esse objetivo

com a necessidade financeira do varejista em manter o mínimo de estoque possível.

1.2.5 Expedição

De acordo com Christopher (2011) a expedição é uma atividade ligada a

área de estocagem que inclui as seguintes tarefas:

Page 23: ExTCCNotaMaxEngProd2014

23

Verificar se o pedido do cliente está pronto para ser expedido, na

quantidade correta e embalado adequadamente;

Preparar os documentos da remessa (informações relativas ao produto

e local que serão enviados, incluindo nota fiscal, destinatário e

transportadora);

Pesagem, para determinar os custos de envio da mercadoria;

Juntar as encomendas por transportadora;

Carregar os caminhões.

1.3 Alguns conceitos e técnicas de gestão de estoque

Neste tópico não será considerado as questões relacionadas a aquisição

de materiais, previsão de compras e vendas, custos associados a estoques,

previsão de incertezas, gerenciamento da demanda, a manutenção dos arquivos de

controle, lotes de reposição, custos de movimentação de materiais etc., visto que

estas atividades são mais afeitas à área de suprimentos e logística das empresas.

Será apresentado um breve estudo sobre alguns conceitos e técnicas de controle de

gerenciamento de estoques.

Just in Time (JIT): visa atender a demanda instantaneamente, com

qualidade e sem desperdícios, possibilitando o fornecimento da

quantidade necessária de componentes e utilizando o mínimo de

recursos. (CHING, 2010).

Curva ABC: ferramenta útil para diagnóstico das características de

demanda que se tem para administrar, conhecida também como curva

de Pareto, baseada no princípio de que cada produto deve ser

classificado de acordo com seus requisitos, onde nem todos os itens

têm a mesma importância e a atenção deve ser dada para os mais

significativos. (ARNOLD, 1999; CHING, 2010).

Modelo baseado no ponto de pedido: consistem em estabelecer uma

quantidade de itens em estoque, chamada de ponto de pedido ou de

Page 24: ExTCCNotaMaxEngProd2014

24

reposição, que quando atingida dá partida ao processo de reposição do

item em uma quantidade pré-estabelecida. O tempo de espera para

ressuprir os estoques é o chamado lead time. (TUBINO, 2009).

1.4 Auditoria em Registros de Estoque

Um sistema de gerenciamento nunca pode ser considerado livre de

falhas, pois erros acontecem e dever ser detectados, de modo que a precisão dos

registros dos materiais se mantenha na qualidade desejada.

Uma forma adotada pelas empresas para reduzir falhas nos estoques é a

utilização de controles de entradas e saídas, ajustando as contagens físicas através

de inventários, ou seja, é confrontado um determinado período de entradas de

materiais, que somado ao estoque físico atual obtém-se o volume de estoque teórico

atual. (SOUZA, 2009).

O controle de inventário é importante para garantir a qualidade nos

processos de empresas que lidam com transações que giram em torno de bens de

consumo. Sem um controle de estoque adequado, uma grande loja de varejo pode

ficar sem estoque de um item importante. Porém, com um sistema de controle eficaz

o mesmo é capaz de alertar quando é o momento certo da reposição e ajuda a

minimizar o risco de erro e divergências entre as projeções numéricas do sistema

com os estoques físicos.

Segundo Messias (1989) este método permite aos gerentes e

administradores o acompanhamento a curto prazo da exatidão dos seus estoques,

propiciando ao profissional uma vigilância sobre o controle dos mínimos e máximos,

bem como sob o bom estado e segurança dos materiais, facilitando a apuração do

inventário físico para efeitos fiscais.

Por outro lado, um inventário mal administrado significa clientes

decepcionados, custos elevados de estocagem e vendas mais lentas.

Para Arnold (1999), há dois métodos para se verificar a precisão dos

registros, através de um inventário periódico (geralmente anual) de todos os itens

cujo, os resultados demonstram na questão financeira, a representatividade do valor

do estoque em dinheiro e para o planejamento, uma proposta para corrigir quaisquer

Page 25: ExTCCNotaMaxEngProd2014

25

imprecisões nos registros; e através do método de contagens cíclicas (geralmente

diárias) incluindo apenas determinados tipos de itens, onde consiste na

programação predeterminada da contagem, uma particularidade é que dependendo

do grau de importância do material, o mesmo pode ser contado durante várias vezes

ao ano.

A Figura 2 mostra as diferenças entre os dois métodos.

Figura 2: Diferenças de Contagem Cíclica e Inventário Periódico.

Fonte: Arnold (1999).

De acordo com Arnold (1999) o principal objetivo do inventário é

assegurar que as quantidades físicas ou existentes nos estoques estejam de acordo

com as listagens e os relatórios de controle, uma vez que esses dados são

transmitidos para a área de suprimentos, contábil e fiscal da empresa e também

para o sistema computadorizado MRP¹, ERP² 1e similares, que somente

1 MRP = Manufacturing Resource Planning (Planejamento dos Recursos de Manufatura)

² ERP = Enterprise Resource Planning (São sistemas de informação que integram todos os dados e

processos de uma organização em um único sistema.)

INVENTÁRIO PERIÓDICO (ANUAL)

•Empresa necessita estar fechada

•Contagem geral do estoque

•Necessário arrumação

•Identificação de todos os materiais

•Pessoas instruídas e treinadas

•Trabalho burocrático desgastante

•Demanda grande quantidade de tempo e custo de pessoal

CONTAGEM CÍCLICA

•Surgiu para apoio do inventário anual

•Contagem apenas de determinado itens

•Detecção e correção de problema a tempo

•Reduz e elimina perdas

•Treinamento pessoal para o inventário periódico

Page 26: ExTCCNotaMaxEngProd2014

26

apresentarão cálculos corretos da quantidade necessária de materiais se os níveis

dos estoques estiverem corretos.

É necessário examinar as notas de entradas e saídas, as requisições de

compras e as fichas pertencentes ao setor de duplo controle e comparar os registros

de estoques com as quantidades físicas do mesmo. (MESSIAS, 1989).

Um fator importante para a busca da eficácia de um sistema de

estocagem é a precisão do registro de estoque, responsável por regular a margem

de segurança de cada item, liberação de pedidos de compras com base na

disponibilidade dos materiais e análises de planejamento e controle. Caso contrário,

se os registros não forem precisos ocorrerá constantemente falta de materiais,

duplicidade de pedidos/solicitações de compras, perda de vendas, entregas

atrasadas e excesso de estoque sem a real necessidade.

Desta forma, três informações devem ser tratadas de forma isolada: a

descrição da peça (número da peça), a quantidade e a localização dos materiais

permitindo as empresas a operar um sistema eficaz, mantendo um nível satisfatório

de atendimento aos clientes, permitindo sempre confiar nos dados de disponibilidade

dos materiais do sistema, operar com eficácia e eficiência possuindo a garantia de

que as peças estarão disponíveis e analisar, planejar e monitorar os estoques.

(ARNOLD, 1999).

1.5 Endereçamento e Código de Barras de Materiais

Para uma estocagem e uma recuperação adequada dos materiais, é

necessário a identificação dos locais onde serão armazenados e sua nomenclatura

cadastrada do sistema, conforme já citamos anteriormente.

Existem várias formas para o endereçamento físico dos materiais, os

métodos mais frequentemente adotados, consiste em seguir um plano metódico e

sistemático que se dá através da divisão em grupo ou famílias, subgrupos, classes,

números sequenciais e dígitos de auto controle. Para prateleiras e corredores é

Page 27: ExTCCNotaMaxEngProd2014

27

possível a utilização de placas, adesivos e pinturas no piso com o intuito de facilitar

os trâmites de localização. (MARTINS; LAUGENI, 2006).2

Atualmente, em virtude da utilização crescente da tecnologia pelas

empresas, para o cadastro da nomenclatura no sistema, tem-se aderido ao controle

e identificação de materiais por código de barras, que é uma representação gráfica

de dados onde sua decodificação (leitura) é realizada por um tipo de scanner ou

também chamada de leitor de código de barras, que emite um raio percorrendo

todas as linhas. (PEDROSO; ZWICKER, 2008).

O código de barras é constituído por uma série de linhas e espaços de

larguras diferentes, no Brasil, o sistema EAN Brasil é responsável pela implantação

e administração do Código Nacional de Produtos (código de barras EAN). No código

de barras EAN 13³, cada número é representado por duas barras mais dois espaços,

ou seja, quatro elementos para cada número. (MARTINS; LAUGENI, 2006).

Para Pedroso e Zwicker (2008), o funcionamento deste método é

realizado através de um software que interpreta os números do código de barras,

combinando esses números com o tipo de mercadoria que eles representam.

Permitindo o acompanhamento das compras, vendas e dos estoques, dando aos

administradores uma visão das entradas e saídas de materiais.

Com o avanço da tecnologia, o poder da leitura através do código de

barras, juntamente com seus leitores ou scanners, se tornaram uma grande

ferramenta para o gerenciamento dos estoques auxiliando nos inventários e

melhorando exponencialmente seu planejamento e monitoramento.

1.6 Sistemas Integrado

Para que uma empresa possa atender às necessidades dos seus clientes,

a mesma deve estar organizada. Essa organização perpassa por todos os setores

da empresa, sendo mais representativa na gestão dos estoques, que visa a

disponibilidade dos materiais, informações dos produtos, código de identificação,

descrição, número de quantidades existentes e saídas dos produtos, deve conter

³ EAN 13 = (European Article Number) é o código de barras exclusivo para o seu produto representado por barras legíveis por scanner. O código de barras EAN 13 consiste de 13 dígitos.

Page 28: ExTCCNotaMaxEngProd2014

28

também o nível de estoque mínimo para reposição. Essas atividades são inerentes

ao SI, responsável pela integração de dados e informações entre os setores da

empresa.

Para Laudon e Laudon (2011), existem diferentes tipos de sistemas, pois

cada organização possui seus interesses, especialidades e níveis, para eles nenhum

sistema sozinho poderá oferecer e fornecer todas as informações das quais uma

empresa precisa.

Ainda para Laudon e Laudon (2011), um SI pode ser definido como um

conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa,

armazena e distribui informações destinadas a apoiar a tomada de decisões, a

coordenação e o controle de uma organização, além disso, auxiliam os gerentes e

trabalhadores a analisar problemas e visualizar assuntos complexos.

Os sistemas são um conjunto de partes interagentes e interdependentes

que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam

determinada função. Apresentam como componentes (a) os objetivos, é a finalidade

a qual o sistema foi criado com intuito de atender os objetivos dos usuários e do

próprio sistema, (b) as entradas do sistema, referente as forças que fornecem ao

sistema os materiais, as informações para a operação ou o processo de

transformação, (c) o processo de transformação do sistema, definido como a função

que possibilita a transformação de um insumo (entrada) em um produto, serviço ou

resultado (saída), (d) as saídas do sistema, que correspondem aos resultados do

processo de transformação, (e) os controles e as avaliações do sistema, com o

intuito de verificar se as saídas estão coerentes com os objetivos estabelecidos e (f)

a retroalimentação ou feedback do sistema, que consiste como a reintrodução de

uma saída sob a forma de informação. (OLIVEIRA, 2012).

Dessa forma, quando for mencionado neste trabalho o termo “Sistema

Integrado”, o mesmo faz referência a todos os processos relacionados com a

informatização (software, hardware, peopleware), já o termo “Tecnologia da

Informação” estaria restrito apenas ao hardware e software. (HOFFMANN, 2006).

De acordo com Oliveira (1997), o avanço da tecnologia de informação

possibilita o armazenamento e a recuperação mais eficiente dos dados gerados.

Embora as empresas tenham aumentado sua capacidade tecnológica, as mesmas

ainda mantêm uma forte identificação com a tradicional "custódia" e uso da

informação; esta concepção permanece vigente até hoje.

Page 29: ExTCCNotaMaxEngProd2014

29

Assim, sistemas de informação é um método organizado para prover

informações passadas, presentes e futuras, composto de pessoas, equipamentos,

procedimentos, documentos e comunicações voltados para seleção,

armazenamento, processamento e recuperação de dados para dar suporte às

funções de operação, administração e tomada de decisão na empresa.

1.7 Sistema Integrado no Gerenciamento de Estoques

Os sistemas de controle de estoques, juntamente com a utilização de

equipamentos acoplados a leitores de códigos de barras ou scanners e suportados

por sistemas de transferência eletrônica, registram mudanças nos níveis de

estoques, depois que os dados sobre os pedidos dos clientes são recebidos e,

prepara os devidos documentos de expedição. Com esses dados processados, o

mesmo demonstra a situação dos materiais que precisam de reposição. (O’BRIEN,

2004).

Essas informações são importantes ao Fisco Estadual que exige, através

do SINTEGRA (Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais

com Mercadorias), que as empresas apresentem as informações, em meio

magnético, das movimentações de entrada e saída das mercadorias e a posição dos

estoques a cada inventário. (PICK; DIESEL; SELLITTO, 2011)

Para Gonçalves e Schwember (1979) as regras de decisão tais como o

planejamento e controle de estoques apresentam excelentes oportunidades para a

utilização dos serviços de processamentos de dados com a aplicação do

computador. Oportunidades que podemos citar:

Para conferência do posicionamento de cada item, ou seja, se o

endereçamento do material está de acordo com o cadastro do sistema;

Emitir a solicitação de compra, quando necessário, com o intuito de

reposição dos materiais ou pedidos solicitados sob encomenda;

Localização física de um item em estoque;

Page 30: ExTCCNotaMaxEngProd2014

30

Efetuar projeções de necessidades futuras, ou seja, previsão de

demanda ou itens com maior rotatividade;

Emitir relatórios detalhados e de resumo, composto de relatórios de

acompanhamento, saída de material para confrontar com pedidos de

vendas, histórico de consumo, dentre outros;

Ajuste dos estoques de segurança (estoque mínimo);

Revisão das estimativas de custo de posse, referente aos custos de

estocagem;

Recálculo dos níveis e quantidades de encomendas (estoque máximo

e saída por material);

Sequenciamento hierárquico do controle de itens, ou seja, como os

itens serão/estão alocados dentro do estoque.

Em todos os setores, os SI proporcionam a comunicação e o poder de

análise de que as empresas necessitam para conduzir o comércio e administrar

negócios. De acordo com sua estrutura, sua base de dados pode ser utilizada para

armazenar e administrar todos os tipos de dados, desde módulos ou campos para

manter o controle de todos os itens e locais, requisições, ordem de compra, os

níveis exigidos de estoques, pontos de reabastecimento, prazos de entrega, erros de

inventário e até o rastreamento de materiais, dependendo apenas do grau de

complexidade e abrangência do sistema de gerenciamento.

Da perspectiva de uma empresa, a utilização de um SI é uma estratégia

organizacional e administrativa. Para entender, o administrador precisa conhecer as

dimensões mais amplas da organização (clientes, funcionários e fornecedores), da

administração (estratégias de crescimento) e da tecnologia de informação (intranets

e software de planejamento colaborativo), afim de fornecer solução diante dos

desafios e problemas no ambiente empresarial. (LAUDON; LAUDON, 2011).

A figura 3 demonstra as relações dimensionais para a capacitação em SI

dentro de uma organização, onde respectivamente são as bases para sua

configuração.

Page 31: ExTCCNotaMaxEngProd2014

31

Figura 3: Capacitação em Sistemas de Informação

Fonte: Laudon e Laudon (2011, p. 11)

Para tanto, os SI são constituídos de atividades que subsidiam o processo

de tomada de decisão, ocorrendo em três níveis de acordo com Carmo e Pontes

(1999):

Definição da estratégia da empresa a partir da coleta e processamento

de dados, sendo dimensionados os objetivos, metas, fatores críticos de

sucesso, ameaças externas, salientando-se a busca de informações

sobre competidores, clientes, fornecedores, ambiente do negócio,

contexto social, político e econômico.

Execução, desenvolvimento de atividade de coleta, análise/síntese de

informação, com o objetivo da geração de produtos de informação.

Deve ser norteado pela estratégia de negócios e pelos fatores críticos

de sucesso da organização.

Integração é o Feedback que o SI oferece para a criação de uma

organização flexível na qual existe um constante monitoramento

ambiental e exercícios de cenários múltiplos, essenciais para subsidiar

a definição de diretrizes e políticas tanto em nível organizacional

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ORGANIZAÇÃO

TECNOLOGIA ADMINISTRAÇÃO

Page 32: ExTCCNotaMaxEngProd2014

32

quanto em nível macro, seja setorial ou global.(CARMO; PONTES,

1999).

É importante salientar que os SI necessitam do feedback, podendo facilitar

a adoção e estratégias de aumento da eficiência da gestão dos estoques.

O processamento de dados contém as informações relevantes para que os

produtos e serviços possam ser transacionados entre as empresas, bem como entre

estas e os consumidores. Dentre essas informações, incluem-se o nome do produto

ou serviço, o seu código, a descrição, as suas especificações e atributos, as

informações logísticas (por exemplo, quantidade de itens por embalagem) e

informações comerciais (por exemplo, preços). As informações contidas no cadastro

eletrônico são críticas uma vez que a sua formulação inadequada ou erros de

informação podem propagar inconsistências nas transações comerciais, gerando

ineficiências na cadeia de suprimentos. Assim, por exemplo, uma informação

incorreta nos cadastros dos produtos pode gerar erros nos processos de emissão de

ordens de venda e compra, bem como inconsistências nos processos de expedição,

faturamento, recebimento e contas a pagar. Esses problemas podem ocasionar um

aumento nos custos logísticos de suprimentos e distribuição, além de perda de

produtividade nos processos de gerenciamento de produtos, vendas, promoções,

expedição, recebimento e contabilidade. (PEDROSO; ZWICKER, 2008).

Muitas das empresas que atuam no comércio, não dispõem de

informações organizadas para auxiliar no gerenciamento das atividades, muitas

vezes por falta de conhecimento e de ferramentas que auxiliem nesse processo. De

acordo com Franco (2007), quando o assunto é aquisição de tecnologia, tratando-se

especificamente de sistemas integrados de gestão – os ERPs (Enterprise Resource

Planning) – jamais se cogita de implantação de projetos que exigem grandes

investimentos, que é comum apenas para o mercado de grandes empresas.

Diante disso, podemos afirmar que um sistema integrado organiza todos

os dados da empresa em um banco de dados informatizado, sendo possível a

recuperação de informações de vendas, compras e estoques, incluindo o inventário

com o intuito de monitorar o quão eficientemente cada departamento está operando.

Contudo, apesar das vantagens oferecidas por um SI existem algumas armadilhas,

onde estes tipos de sistemas estão sujeitos aos efeitos de uma falha do computador

ou uma falha generalizada de software.

Page 33: ExTCCNotaMaxEngProd2014

33

Para que as empresas possam usufruir das vantagens do SI, é

necessário que algumas premissas sejam observadas como o envolvimento

adequado da alta e média administração do sistema (se não for adequado pode

provocar situação de descrédito), competência por parte das pessoas envolvidas

(caso contrário, poderá gerar problemas como inconsistências), apoio da estrutura

organizacional (normas, procedimento e processos que compõem a empresa) e

conhecimento e confiança no sistema, através de um planejamento estruturado para

o treinamento e capacitação dos usuários e envolvidos. (OLIVEIRA, 2012).

A introdução de algo novo pode afetar os procedimentos dentro de uma

organização, com isso deve incluir a familiarização dos funcionários, de forma a

prepará-los para as novas tarefas e oferecer-lhes conhecimento. No caso, a

inovação – por exemplo, a implantação de um novo sistema de gerenciamento

destrói a tradição, exigindo um planejamento cuidadoso para garantir o sucesso da

implantação, uma vez que ocasiona uma mudança na natureza do trabalho.

Page 34: ExTCCNotaMaxEngProd2014

34

2 METODOLOGIA

Para a realização deste trabalho foi utilizado a metodologia de pesquisa

qualitativa, onde a pesquisa em questão necessitou de uma definição clara dos

métodos a serem utilizados, objetivando auxiliar na compreensão de como foi

estruturado e realizado o trabalho. Para justificar sua escolha, serão apresentadas a

seguir suas definições e principais particularidades juntamente com os

procedimentos que foram utilizados para a coleta de dados, os quais possibilitaram a

transformação em informações e possível conclusão de pesquisa.

2.1 Classificação da Pesquisa

De acordo com Gil (2010), existem diversas modalidades de pesquisa

qualitativa, das quais se pode citar: o estudo de caso, pesquisa descritiva, pesquisa

exploratória, pesquisa-ação e pesquisa participante.

Neste tipo de pesquisa há uma relação dinâmica entre o mundo real e o

sujeito, uma interdependência entre o mundo objetivo que deseja conhecer e a

subjetividade do pesquisador. (RODRIGUES, 2008).

A classificação do projeto de pesquisa em questão será um estudo de

caso seguido de uma pesquisa-ação, composto por um conjunto de dados coletados

e a análise funcional do setor, possibilitando a aplicação dos métodos estudados no

referencial teórico, para se obter informações que serão de suma importância para a

análise da situação real, traçando metas de melhorias na execução da operação e a

implantação dos procedimentos abordados na pesquisa.

Para Gil (2010) método de estudo de caso é uma modalidade que

consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que

permita seu amplo e detalhado conhecimento e encarado como o delineamento mais

adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu

contexto real. Em outra modalidade, que não deixa de ser combinatória com o

estudo de caso, temos a pesquisa-ação que tem características situacionais, pois

Page 35: ExTCCNotaMaxEngProd2014

35

procura diagnosticar um problema específico numa situação específica, com vistas a

alcançar algum resultado prático.

Em outras palavras, Thiollent (2012) define a pesquisa-ação como o

modo de conceber e de organizar uma pesquisa social de finalidade prática e que

esteja de acordo com as exigências próprias da ação da participação dos atores da

situação observada.

Optou-se pelo método de trabalho, quanto a sua natureza a pesquisa-

ação, devido propor solução específica de aplicação imediata, uma vez que a

respectiva empresa não empregava estratégias de gestão de materiais e pelo

envolvimento das autoras deste trabalho de conclusão, como agente participativo.

Segundo Tripp (2005) é importante que se reconheça a pesquisa-ação

como um dos vários tipos de investigação-ação, definido como um tempo genérico

para qualquer processo que siga um ciclo entre agir no campo da prática e investigar

a respeito dela. A maioria dos processos é composto pelo planejamento,

implementação, descrição e avaliação, representados na Figura 4.

Figura 4: Representação em quatro fases do ciclo básico da pesquisa-ação.

Fonte: Tripp (2005).

Page 36: ExTCCNotaMaxEngProd2014

36

Uma vez que existem vários fatores levantados pelo referencial teórico

desse estudo onde a ausência deste gerenciamento afeta o desempenho funcional e

monetário das organizações, a análise e o estudo in loco são um meio eficiente de

se obter informações detalhadas a fim de elaborar e implantar este projeto para

planejamento e controle dos materiais armazenados. Nesta seção do trabalho serão

apresentados e descritos os materiais, equipamentos e métodos de gerenciamento

de estoques com apoio da tecnologia que foram empregados para a realização do

estudo e resultados.

2.2 Roteiro de Entrevistas e Observações

Na sequência é descrita a forma e instrumento utilizado para a coleta de

dados. A pesquisa foi realizada por observações, entrevistas coletivas no local de

trabalho e entrevista individual aplicada de modo aprofundado.

Segundo Thiollent (2012) as principais técnicas utilizadas para a coleta de

dados, são os locais de investigação e os indivíduos ou grupos que são escolhidos

em função do plano de amostragem ou com critérios intencionais, ao lado dessas

técnicas, também são utilizados questionários convencionais que são aplicáveis em

maior escala, observação participante, diários de campo, histórias de vida e até

mesmo o sociodrama, com o qual é possível reproduzir certas situações sociais que

vivem os participantes.

Os questionários foram desenvolvidos previamente, baseando-se na

adequação e esclarecimento de possíveis dúvidas das autoras, a partir dos

conceitos e informações apresentadas nos capítulos anteriores. Seja quais forem os

questionamentos, a fase de coleta de dados procura as informações que são

julgadas necessárias para o andamento da pesquisa.

Possuindo como referência os conceitos de gerenciamento de estoques

apoiado por um SI, procurou-se montar um roteiro para as entrevistas e observações

na empresa selecionada para o estudo de caso.

As respostas foram de natureza opinativa sendo interpretadas por ambas

as partes, pesquisadoras e entrevistados. Pelas pesquisadoras, pois estas

Page 37: ExTCCNotaMaxEngProd2014

37

interpretaram as informações coletadas no questionário e pelo entrevistado, pois

este efetuou uma avaliação subjetiva. (THIOLLENT, 2012).

As etapas do roteiro são apresentadas a seguir.

Primeira etapa, denominada descrição geral da empresa, contempla

dados de identificação da empresa, breve histórico, principais produtos

comercializados, porte, número de funcionários, breve descrição do setor da

empresa abordada, tipo de layout adotado e fluxo de operações.

A segunda etapa, tem por objetivo coletar informações dos principais

modelos e métodos empregados na gestão de estoques detalhadas no setor de

armazenagem, local escolhido como objeto desse estudo.

Referente aos objetivos secundários da pesquisa, com o intuito de

elaborar um plano de melhoria que influencie diretamente na gestão de estoque,

montou-se a terceira etapa, composta pelo entendimento e explanação da

sistemática de controle utilizada pela empresa.

A metodologia do estudo teve a seguinte sequência, com o intuito de

atender o principal objetivo da pesquisa, ou seja, a implantação de uma sistemática

de controle de materiais eficiente e eficaz na empresa abordada.

Revisão bibliográfica a respeito da Gestão de Estoques e Sistema

Integrado de Informação;

Realização de um diagnóstico da situação dos procedimentos da

empresa/processo com relação ao tema proposto, afim de elaborar a

problemática na qual serão tratados os problemas;

Elaborar as interpretações, buscar soluções e definir diretrizes de ação.

Implantar e consolidar uma sistemática eficiente de planejamento e

controle de estoques, através de um método desenvolvido a partir da

revisão bibliográfica e buscando atender as necessidades da empresa;

Analisar resultados globais através de um comparativo entre a situação

anterior e posterior à implantação do trabalho;

Elaborar conclusões quanto à aplicação prática e quanto ao trabalho,

como um todo, bem como antever futuras direções de pesquisa.

Page 38: ExTCCNotaMaxEngProd2014

38

2.3 Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas e questionários

impressos sendo entregues aos principais envolvidos do setor em setembro de

2012, para se obterem informações sobre sua atividade e também visitas periódicas

na empresa estudada. A princípio foi fixada uma data de retorno, no entanto em

alguns casos, foram inclusos prorrogações devido a necessidade de novos contatos

com os respondentes. Após a coleta de dados realizou-se a análise e discussão dos

resultados e a interpretação subjetiva das respostas.

O próximo capítulo apresenta os resultados das entrevistas e

observações na empresa estudada.

Page 39: ExTCCNotaMaxEngProd2014

39

3 ESTUDO DE CASO: SISTEMA INTEGRADO NO GERENCIAMENTO DE

ESTOQUES

Este capítulo se propõe a realizar um estudo sobre a tecnologia e os

processos de controle e planejamento de materiais empregados numa empresa de

médio porte situado no interior paulista, dando destaque ao gerenciamento de

estoque, objeto desse estudo. Tem-se a seguir a maneira como foi desenvolvida a

pesquisa e os procedimentos utilizados para coleta de dados, nos quais

possibilitaram a elaboração do motivo deste trabalho e a conclusão da pesquisa.

3.1 A empresa

O estudo de caso é baseado numa empresa do comércio de materiais

para construção em geral, do material básico ao acabamento. A princípio a mesma

não dispunha de espaço suficiente para armazenar todo o mix de produtos, contudo

no último ano ela ampliou seu principal estoque, além de construir um piso superior

para otimização da área disponível.

Tem por missão comercializar produtos com honestidade, ética, focados

na satisfação do cliente, respeitando parceiros e colaboradores, buscando inovações

e crescimento no mercado, visão em ser uma empresa de referência em materiais

de construção na cidade de Barretos e região, com valores norteados em ética nas

relações mercadológicas, confiança, seriedade, qualidade, responsabilidade e

satisfação dos clientes.

A empresa mantém hoje, o quadro de 45 funcionários e proporciona ainda

empregos indiretos, que são os “chapas” (pessoas que trabalham diretamente com

serviços de carregamento e descarregamento de caminhões) e contribui na

economia global da sua região. Com uma frota própria dedicada para entregas,

atende a uma clientela bem diversificada, de classe baixa, média e alta;

construtores e construtoras, pessoas jurídicas e ainda parte das cidades da região.

A empresa possui uma gama de mais de 15.000 itens sendo mais de

8.000 itens alocados em seu estoque para pronta entrega; a empresa não utilizava

Page 40: ExTCCNotaMaxEngProd2014

40

uma sistemática de controle de materiais adequada, existindo falhas no

planejamento de compras e manutenção dos níveis de produtos. Arnold (1999)

enfatiza sobre a relevância do planejamento e controle dos estoques para o

aumento da rentabilidade da empresa, já que sua função principal é perceber a

importância de cada produto dentro da organização.

São grandes os riscos de se possuir altos estoques pelos varejistas, mas

não prejudicial, pois, procuram dar mais atenção ao pronto atendimento aos clientes,

do que na rotatividade do estoque, e à lucratividade ligada diretamente ao produto.

(LOPES, 2005)

Ainda de acordo com Lopes (2005), no ramo de materiais para

construção, não existe muita sazonalidade, sendo comum o segmento manter as

vendas bem estáveis durante o ano.

3.1.1 Organograma Organizacional

Entre seus colaboradores, segundo informações coletadas, há a seguinte

hierarquia conforme mostra a Figura 5.

Figura 5: Organograma empresarial.

Fonte: Das autoras.

Page 41: ExTCCNotaMaxEngProd2014

41

Compras: Setor responsável pelas negociações, faz cotações e

compras de produtos, seleciona fornecedores e novos produtos ou

lançamentos no mercado.

Marketing (MKT): Responsável pela divulgação da empresa na mídia e

criação de propagandas em panfletos, TV, rádio e jornal.

Finanças: Controle e conferências de Contas à Pagar e Contas à

receber

RH: Setor responsável pela contratação, dar suporte, treinar,

desenvolver, motivar e manter os funcionários.

Vendas: Visa o atendimento a clientes, realizando demonstrações e

evidenciam as características do produto; elaboram orçamentos e

efetivam as vendas.

Expedição: Fiscaliza diretamente o andamento de todo o serviço no

depósito, distribui tarefas de acordo com as necessidades de entrega,

e principalmente fiscaliza a conferência das mercadorias de entrada e

saída.

Contudo, neste estudo, serão enfocados apenas os cargos operacionais

relacionados à estocagem de materiais e colaboradores que participam

indiretamente do fluxo do processo, por se tratar de onde surgiu a proposição para o

estudo.

3.2 Problemática Enfrentada

Neste tópico procuramos abordar os problemas enfrentados pela empresa

proveniente da falta de um sistema adequado de planejamento e controle de

materiais, bem como os procedimentos funcionais, como resultado da coleta de

informações, provenientes das entrevistas e visitas in loco antecedentes a aplicação

da metodologia proposta.

Page 42: ExTCCNotaMaxEngProd2014

42

3.2.1 Quanto ao armazenamento

Quantidades excessivas e duplicidade de vários materiais armazenados,

gerados a partir da confusão ao repor os produtos dentro área de estocagem, ou

seja, grande acúmulo de produtos idênticos e/ou similares em diversos pontos do

prédio. Avarias de materiais, onde a maioria são provenientes da más condições de

armazenagem, manipulação e transporte desnecessários de materiais.

Falta de planejamento no fluxo de movimentações, difícil localização e

acesso à alguns produtos; deficiência no layout dos estoques; demora na reposição

dos materiais, onde muitos itens eram encontrados com saldo zerado somente no

momento que o cliente necessitava.

3.2.2 Quanto à movimentação

Idas e vindas ou vias cruzadas, tempo gasto inutilmente pelos

funcionários para a busca dos materiais, grandes distâncias dos produtos com maior

giro de vendas, frequente manuseio de material transportado de um lugar para outro.

3.2.3 Quanto aos materiais propriamente ditos

A empresa efetua constantes aquisições de produtos inovadores e

designs diferenciados, uma vez que o mercado solicita uma resposta rápida frente

aos lançamentos simultâneos de novos produtos como forma de obtenção de

vantagens competitivas, porém há uma grande dificuldade por parte dos funcionários

no reconhecimento destes produtos, certo que, ainda existe o fator de rotatividade e

evasão dos colaboradores onde muitos desconhecem as particularidades de cada

mercadoria.

Devido a estes fatores, durante o recebimento das mercadorias há

dificuldades na identificação dos locais para acomodação dos novos produtos,

Page 43: ExTCCNotaMaxEngProd2014

43

gerando falta de identificação de materiais, incompatibilidade com cadastro do

sistema, produtos obsoletos, demora e confusão na estocagem de materiais e

quebras.

Isso reflete no setor de compras gerando dedução da quantidade

necessária de compra de cada item e com a ausência de estoques mínimos e

máximos, ocasionavam altos índices de materiais idênticos e duplicidade de

reposições.

3.2.4 Quanto aos colaboradores

Stress e fadiga refletindo diretamente no atendimento ao cliente e na

acurácia dos dados, principalmente nos dias de inventário.

Eram realizados inventários através de uma contagem 100% manual

porém, com grandes distorções nos resultados devido ao grande esforço físico e

mental necessário para sua aplicação, ocasionando cansaço e desgaste físico por

parte dos colaboradores. Como consequência, o rendimento diminuía refletindo em

erros de anotação, descrição e contagem.

3.3 Consolidação do método proposto

Não há uma só forma de estruturar, definir e gerenciar os estoques de

uma empresa.

Considerando que a implantação de uma nova sistemática no fluxo dos

processos representa uma mudança e uma quebra de paradigmas existentes na

cultura endógena da empresa (Souza, 2009), criar um ambiente favorável para a

estruturação e introdução dos conceitos e práticas são necessários.

A operacionalização da prática da gestão dos estoques apoiado pelo uso

da tecnologia depende do estudo do processo ao qual será aplicada, devendo

considerar todos os processos a montante e a jusante referente àquela operação.

Page 44: ExTCCNotaMaxEngProd2014

44

Para tornar mais evidente estes fatores, aprofundou-se em uma realidade

específica, e procurou captar as explicações e informações desenvolvendo

interpretações do que ocorre na realidade da empresa.

De forma análoga ao PDCA (Plan, Do, Check, Action) como técnica

consolidada de gestão (Martins; Laugeni, 2006), seguirá por um estágio de

Planejamento (etapa posterior a coleta e interpretação dos dados), Execução,

Verificação e Padronização das práticas implantadas.

Conforme exposto acima, pode-se visualizar de forma resumida a partir

da Tabela 1. Nesse ponto, é possível traçar um paralelo entre as atividades e ações

correspondentes.

Tabela 1: Modelo proposto para implantação de um sistema integrado para

gerenciamento de estoques, relacionando estágios e atividades.

Estágio Etapas Ações

1 Estabelecer objetivos

Definição da estratégia de implantação e procedimentos – Planejamento.

2 Diagnóstico da situação

3 Observar e analisar os dados

obtidos do diagnóstico

4 Análise da sequencia de

atividades Execução da estratégia de implantação com o uso de técnicas e conceitos – Execução.

5 Aumentar o

controle/conhecimentos Avaliação e reflexão sobre os resultados

obtidos – Verificação.

6 Acompanhar as melhorias

obtidas e propor novas melhorias

Padronizar e disseminar as práticas de melhoria – Padronização.

Fonte: Das autoras.

Objetivando o melhor entendimento do trabalho, serão apresentados

tópicos sobre o processo adotado, mais especificamente sobre a gestão dos

estoques.

Page 45: ExTCCNotaMaxEngProd2014

45

Segue-se a isso a descrição da aplicação do modelo de implantação

proposto. Um melhor entendimento sobre o fluxo físico de materiais e as ações

necessárias para cada operação é demonstrado na Figura 6.

Figura 6: Fluxograma de Processos.

Fonte: Das autoras.

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46

3.3.1 Estabelecer os objetivos

O primeiro estágio do modelo proposto deve focar na criação de um

ambiente favorável seguindo paralelamente com o estabelecimento das metas e

objetivos a serem alcançados. O objetivo e justificativa se encontram na Introdução

deste trabalho de conclusão de curso. As principais metas para a implantação de

uma nova sistemática de controle de materiais deverão atender todas as

necessidades da empresa, sanando e/ou amenizando os problemas enfrentados,

sendo estas as metas a serem atingidas, composta de ações que conferem na

consistência do sucesso do projeto. Segundo Thiollent (2012), as metas devem ser

definidas com antecedência e precisão, de forma a possibilitar a busca por

melhorias, canalizando os esforços para objetivos alcançáveis.

3.3.2 Diagnóstico da situação

A etapa de diagnóstico da situação demandou uma análise dos

parâmetros anteriores de fluxo de informações, procedimentos realizados e a

problemática enfrentada. A descrição mais detalhada destes parâmetros se encontra

no item 3.2.

3.3.3 Observar e analisar os dados obtidos do diagnóstico

A estratégia de implantação, como próxima etapa, surge naturalmente a

partir da definição do cenário inicial, estabelecimento de metas e diagnóstico da

situação.

A definição do projeto de melhoria é consequência da priorização obtida

através da análise dos fatores de impacto na redução das divergências quantitativa

entre sistema e estoque físico e o investimento de recursos necessários para isso.

Page 47: ExTCCNotaMaxEngProd2014

47

3.3.4 Instrumentos e Fontes de Pesquisa

Na sequência é descrita a forma e instrumentos utilizados para

implantação da metodologia proposta.

A pesquisa inicialmente foi realizada por aplicação de entrevistas e

pesquisas. Houve ainda a realização de Benchmarking dos concorrentes inseridos

no mercado onde a empresa atua, através de pesquisas dos modelos de gestão de

materiais.

Incluso neste roteiro estão os materiais recolhidos através de diversas

visitas técnicas no local objetivando melhor compreensão do fluxo de processo.

Constatou-se através da entrevista e observação que, a empresa varejista

em estudo necessitava de equipamentos como computador, balança contadora,

leitor de código de barras, coletor de dados e impressora de etiquetas para auxílio

na implantação, como mostra a Figura 7.

Figura 7: Equipamentos Eletrônicos

Fonte: Das autoras

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48

Este estágio traz a aplicação dos conceitos estudados no Referencial

Teórico, que se encontra no capítulo 1 deste trabalho. A rotina de aplicação seguiu a

proposta de melhoria contínua, exigindo uma sucessão de alterações de

procedimentos para atingir as metas e a redução dos problemas.

A atividade de execução se inicia após a coleta de dados e análise da

problemática.

Na busca por soluções para o problema da empresa, um novo sistema

gerencial integrado de informações (software) foi implantado com o intuito de

garantir o sucesso da nova proposta, uma vez que o sistema atual não suportava as

mudanças previstas e também pela necessidade de dados fiscais e contábeis. Além

disso, a empresa se comportava de forma vertical referente à comunicação como um

todo, após tal mudança, foi possível dar início ao comportamento organizacional

voltado para comunicação horizontal, consolidando a necessidade de implantação

de um sistema integrado.

O controle de estoques no sistema seria através do próprio código de

barras do fabricante ou na ausência deste o código de barras seria gerado pelo

próprio sistema da empresa, sendo possível vincular o cadastro completo dos

produtos com todas as informações pertinentes como: descrição, unidade, tamanho,

localização física, histórico de compra e demanda. A partir deste banco de dados

seria distribuída em rede, as informações necessárias para consultas de estoques,

inserção de dados, geração de relatórios e planejamento de compras.

Inicialmente organizou-se a expedição de forma que os produtos de maior

giro e similares, ficassem próximos do balcão de entrega, os produtos com menor

volume de venda foram alocados no interior do prédio, produtos com vendas

esporádicas e o super estoque - estoque excedente de mercadorias, não sendo

possível seu armazenamento nas gôndolas e prateleiras - foram alocados na parte

superior, já que o deslocamento até o mesmo é maior e difícil.

Com os produtos nas devidas prateleiras foi definido o endereçamento a

partir do princípio de ruas pares e avenidas ímpares, seguindo o modelo da cidade

de Barretos. Além disso, as gôndolas foram dispostas em ordem alfabética (A, B,

C,...) em ambos os lados.

Para isso, realizou se mudanças no layout da expedição, sendo definido

como ponto inicial de referência a entrada do setor, conforme mostra a Figura 8.

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49

Figura 8: Novo layout do setor de expedição.

Fonte: Das autoras.

O passo seguinte foi incluir no cadastro do produto os códigos de barras

do fabricante ou gerados no próprio sistema e simultaneamente o endereçamento

físico do material.

Para isso foi necessário um computador e um leitor de código de barras,

para facilitar o acesso ao sistema no deslocamento em toda a extensão da

expedição, visto que seria mais produtivo fazê-lo à campo.

No término de cada gôndola eram impressas etiquetas com descrição do

código da loja, código de barra, marca do produto e localização sendo utilizadas nas

prateleiras identificando cada mercadoria, conforme mostra a Figura 9.

Figura 9: Produtos devidamente identificados e etiquetados.

Fonte: Das autoras.

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50

Após esta etapa, organizou-se a contagem dos produtos onde foi

estabelecido dois dias sem atendimento ao cliente, devido a movimentação de

vendas e do estoque físico, caso contrário interferiria no resultado final.

Inicialmente os colaboradores foram divididos em equipes, após isso, foi

realizado um treinamento para que todos entendessem a forma que seria o

procedimento conforme descrito abaixo:

Equipe de Contagem manual: contavam e marcavam a quantidade dos

produtos nas etiquetas de identificação dos produtos.

Equipe de Contagem eletrônica: contavam peças miúdas com grande

quantidade (pregos, parafusos, conexões) através de uma balança

contadora com pesagem por amostragem, obtendo a quantidade total

de cada item e em seguida era marcado a quantidade nas suas

respectivas etiquetas, conforme Figura 10.

Equipe para coleta de dados – responsável pela coleta da quantidade

dos produtos através de um coletor, onde todos os produtos

cadastrados no sistema são inseridos; ao efetuar a leitura do código de

barras, o mesmo identifica o produto bastando apenas digitar a

quantidade indicada como mostra a Figura 11.

Equipe TI – responsáveis pela importação dos dados colhidos no

coletor para o sistema e processamento das informações obtidas. Após

a importação, os estoques já ficavam disponíveis simultaneamente no

sistema.

Figura 10: Balança de Contagem Eletrônica.

Fonte: Das autoras.

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51

Figura 11: Coleta de dados através do coletor

Fonte: Das autoras.

Durante o processo de contagem, elaborou-se um sistema de fitas de

identificação com etiquetas para anotar a quantidade. Nota-se na figura 11, que as

fitas foram um detalhe importante durante a coleta para a visualização, pois,

minimizou a possibilidade de ter produtos não coletados.

Ao coletar os dados retiravam-se as fitas e, com uma caneta vermelha,

indicava-se que a coleta havia sido feita. Se houvesse algum erro de leitura ou

divergência, o mesmo permanecia para averiguar posteriormente, assim, era fácil

identificar produtos que ainda estavam pendentes.

Terminado os dois dias desta etapa, realizou-se uma análise crítica dos

resultados em busca de possíveis divergências, pois, como não havia lançamentos

de entrada de mercadorias no sistema, muitos produtos apresentavam quantidades

Page 52: ExTCCNotaMaxEngProd2014

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divergentes no estoque. Após a análise, os ajustes e correções necessários foram

efetuados.

Como forma de facilitar a familiarização dos funcionários com o novo

procedimento, foi adotada a aplicação de treinamentos. O treinamento é efetuado no

próprio departamento por uma pessoa com alto grau de conhecimento sobre os

procedimentos, transmitindo as informações das rotinas de trabalho, atendimento,

localização dos materiais e suprimentos de materiais destinados a sua área.

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53

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta etapa do trabalho são apresentados e analisados os resultados

obtidos após a implementação do projeto proposto, afim de comprovar a eficácia e

eficiência dos procedimentos através de um estudo de caso, relacionados a uma

gestão estratégica dos materiais apoiados na tecnologia de informação.

4.1 Resultados

Os resultados obtidos foram satisfatórios, o que não descarta a

possibilidade de melhoria do processo.

4.2 Benefícios Alcançados

Após a solidez do bom funcionamento da metodologia empregada, foi

possível observar a diminuição da margem de erros referente as divergências entre

os estoques físicos e as quantidades disponíveis via sistema. A proporção de erros

diminui significativamente.

Quanto ao ambiente de armazenagem, o mesmo se encontra com fácil

acesso para os milhares de produtos estocados, devidamente etiquetados e

identificados, facilitando a alocação e também identificação de cada item. O layout

possui um planejamento estratégico, através de um estudo de facilidade de

movimentação, seguindo os seguintes fatores relacionados a cada classe de

produto: demanda media mensal, características e/ou segmento, materiais

segregados e/ou avarias.

Além dos benefícios listados anteriormente, existe a satisfação pela

implantação de uma metodologia que a princípio parecia impossível sua aplicação. É

notório ainda que não demorará a aparecer os resultados em ganhos financeiros,

Page 54: ExTCCNotaMaxEngProd2014

54

contudo até o momento da finalização deste projeto verificamos melhorias em

qualidade e atendimento ao cliente.

4.3 Dificuldades Encontradas

Devido a mudança dos procedimentos adotados para a implantação de

um novo controle de materiais e conhecendo a cultura de empresa familiar,

encontramos muita resistência quanto a adoção destes procedimentos e a

integração entre os departamentos por parte dos funcionários envolvidos

diretamente com os estoques e setor de vendas.

A coleta de dados foi a etapa mais trabalhosa do processo juntamente

com identificação individual dos itens do estoque, pois, foram realizadas através de

um trabalho totalmente manual que envolve um grande volume de informações

necessárias para alimentar o sistema. Mesmo em empresas de pequeno porte,

pode-se chegar a quantidades de alguns milhares de itens diferentes com vários

tipos de identificação para cada produto.

Outro fator importante a ser destacado é referente a falta de mão de obra

qualificada no mercado. Apesar dos avanços tecnológicos relacionados a

infraestrutura das empresas, muitas pessoas não estão preparadas para esta

evolução, consequentemente não sendo possível a cooperação entre homem e

sistemas de informação. Devido a este fator, muitos dados são compilados e

processados de forma errônea, prejudicando todo o sistema.

Page 55: ExTCCNotaMaxEngProd2014

55

5 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Em decorrência da presente pesquisa foi possível identificar alguns

pontos que poderão ser desenvolvidos em outros trabalhos, relacionado a sistemas

integrados para o gerenciamento de estoques, conforme segue:

Estudos de práticas referentes à integração e cooperação via sistema

entre o setor de compras e recebimento de materiais, objetivando a

redução de tempo e melhor controle físico dos materiais, onde no ato

da entrega será possível confrontar pedidos de compras

(fornecedores, quantidades, produtos comprados), visualizar cadastros

e descrições do produto, dar entradas nas mercadorias após

conferência e simultaneamente disponibilizar os dados coletados para

todas as partes interessadas, favorecendo principalmente a área de

vendas, somente com a leitura do código de barras.

Estudos para visualização de produtos através de imagens (fotos)

vinculadas no cadastro de cada item, com o intuito de agilizar ainda

mais o atendimento ao cliente e identificação detalhada dos produtos,

contribuindo para a diminuição das dificuldades de diferenciação,

referente a mercadorias com alto grau de similaridade.

Explorar melhor o potencial de seu estoque, verificar a rentabilidade

e/ou materiais com longo prazo de armazenamento, analisando a

viabilidade da realização de promoções a fim de liquidar estes

estoques parados.

Aplicação do Método da Análise da Seletiva ABC, que consiste em

dividir o estoque em categorias. A categoria A ou de Alta Rotação é

composta de poucos itens que representam a parcela mais

significativa do investimento em estoque. A categoria B ou de Média

Rotação, compreende os itens de importância secundária. Os itens da

categoria C ou de Baixa Rotação são os mais numerosos, porém de

valor inexpressivo em relação ao valor total do estoque.

Page 56: ExTCCNotaMaxEngProd2014

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CONCLUSÃO

Conclui-se que o gerenciamento de materiais, foco do estudo, é o setor

que necessita maior atenção dos seus administradores, uma vez que o processo se

inicia e finaliza neste local, abrangendo desde a entrada nos materiais (início) até

sua entrega ao cliente (término), exigindo um trabalho muito delicado e preciso.

Através da revisão da literatura, foi possível observar que uma empresa

pode apresentar maior serviço junto a seus clientes e melhora nos processos de

fluxos contínuos de movimentação e alocação, com o uso de um método adequado

de controle de estoque e um processo de armazenagem satisfatório.

Possuindo como referência os modelos de gerenciamento de materiais

juntamente com o estudo da informatização apresentados no primeiro capítulo, foi

possível a implantação da metodologia proposta, concretizando o objetivo relatado

no início deste trabalho.

Apesar da consolidação do método proposto, o sucesso da implantação não

foi obtido com máximo de aproveitamento dos benefícios propostos, sendo notório

que além da sistemática implantada, é de suma importância que as entradas futuras

sejam feitas de maneira correta para que toda mercadoria que entre para o estoque

fisicamente conste corretamente no sistema. Portanto, sugerimos as melhorias para

trabalhos futuros no capítulo 5, em busca da máxima eficácia e eficiência no

Gerenciamento dos Estoques.

Page 57: ExTCCNotaMaxEngProd2014

57

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