fabiana tavares nogueira síntese e caracterização de membranas

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  • FABIANA TAVARES NOGUEIRA

    SNTESE E CARACTERIZAO DE MEMBRANAS DE FILME FINO COMPOSTO DE POLISSULFONA/QUITOSANA RETICULADA COM GLUTARALDEDO

    So Paulo 2012

  • FABIANA TAVARES NOGUEIRA

    SNTESE E CARACTERIZAO DE MEMBRANAS DE FILME FINO COMPOSTO DE POLISSULFONA/QUITOSANA RETICULADA COM GLUTARALDEDO

    Tese apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo de Doutor em Engenharia rea de Concentrao: Engenharia Hidrulica e Ambiental Orientador: Prof. Dr. Ivanildo Hespanhol

    So Paulo 2012

  • FABIANA TAVARES NOGUEIRA

    SNTESE E CARACTERIZAO DE MEMBRANAS DE FILME FINO COMPOSTO DE POLISSULFONA/QUITOSANA RETICULADA COM GLUTARALDEDO

    Tese apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do Ttulo de Doutor em Engenharia rea de Concentrao: Engenharia Hidrulica e Ambiental Orientador: Prof. Dr. Ivanildo Hespanhol

    So Paulo 2012

  • Este exemplar foi revisado e alterado em relao verso original, sob responsabilidade nica do autor e com a anuncia de seu orientador. So Paulo, de junho de 2012. Assinatura do autor ____________________________ Assinatura do orientador _______________________

    FICHA CATALOGRFICA

    Nogueira, Fabiana Tavares

    Sntese e caracterizao de membranas de filme fino com- posto de polissulfona/quitosana reticulada com glutaraldedo / F.T. Nogueira. -- ed.rev. --So Paulo, 2012.

    205 p.

    Tese (Doutorado) - Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Departamento de Engenharia Hidrulica e Ambiental.

    1. Membranas filtrantes 2. Filmes finos 3. Tratamento de gua 4. Efluentes (Tratamento) I. Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia Hidrulica e Ambiental II. t.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao Professor Dr. Ivanildo Hespanhol pela orientao, compreenso, amizade e constante incentivo;

    Ao Professor Dr. Jos Carlos Mierzwa pela co-orientao, imprescindvel para a realizao desta pesquisa;

    Ao meu marido, Claiton, e meus filhos, Lucas e Carolina, pelo carinho, apoio, incentivo e pacincia;

    Aos meus pais, Togo e Ivone, pelo imenso apoio e pelo constante incentivo;

    A Luana Di Beo Rodrigues, Cristiane Naomi Kamikawachi, Karolina da Silva Borgo, Guilherme Yamakita e Cludia Nunes, pela enorme colaborao na realizao deste trabalho;

    Aos amigos do CIRRA, que de alguma forma estiveram presentes, me apoiando sempre;

    Solvay Qumica do Brasil Ltda., em especial Mnica Freire Dias Martins, pelo fornecimento da polissulfona;

    Crane Nonwovens, pela doao dos suportes inertes para a fabricao das membranas;

    FAPESP pelo financiamento dessa pesquisa;

    Ao CNPq pela bolsa de doutorado concedida;

    Ao Dr. Henrique Kahn e ao Andr Borges Braz, do Laboratrio de Caracterizao Tecnolgica (LCT) do Departamento de Engenharia de Mina e Petrleo da Escola Politcnica da USP pelas anlises de microscopia eletrnica de varredura (MEV);

    Ao Dr. Vanderley M. John e ao Mrio Souza Takeashi, do Departamento de Engenharia de Construo Civil da Escola Politcnica da USP pelas anlises de ngulo de contato;

    Dra. Duclerc F. Parra, do Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares (IPEN), pelas anlises de resistncia mecnica;

    Invict Pro gua, representada por Marcio Romeiro, pelo apoio fornecido durante a realizao da pesquisa;

    Dra. Suely Ivone Borrely, do Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares (IPEN), pela orientao nos ensaios de toxicidade

    Ao Centro de Microscopia da UFMG pela realizao das anlises de Microscopia de Fora Atmica

  • RESUMO

    Um grande obstculo a ser vencido para que se tenha uma maior utilizao da

    tecnologia de membranas na purificao de lquidos o fenmeno do fouling. Como

    consequncia, o desenvolvimento de membranas menos propensas ao fouling hoje

    objeto de inmeras pesquisas. Dentre os processos estudados, tem-se o

    desenvolvimento de membranas de filme fino composto, que possui como vantagem a

    possibilidade de se melhorar cada camada de maneira independente, de forma a se

    aperfeioar o desempenho da membrana como um todo.

    O projeto de pesquisa foi desenvolvido no laboratrio do Centro Internacional de

    Referncia em Reso de gua (CIRRA/IRCWR), uma entidade sem fins lucrativos,

    vinculado ao Departamento de Engenharia Hidrulica e Ambiental da Escola Politcnica

    da Universidade de So Paulo (USP). Este teve como objetivo a sntese e a

    caracterizao de membranas de filme fino composto de polissulfona e quitosana

    reticulada com glutaraldedo. Embora o objetivo principal desse trabalho tenha sido o

    desenvolvimento de membranas menos propensa ao fouling, a susceptibilidade ao

    fouling das membranas produzidas foi avaliada de maneira indireta, atravs da

    avaliao de propriedades como hidrofilicidade e rugosidade da superfcie.

    Membranas de ultrafiltrao a base de polissulfona (PSF) foram produzidas, atravs do

    mtodo de separao de fases via imerso-precipitao, para serem usadas como

    suporte poroso para a camada de quitosana. Nessa etapa, a influncia da concentrao

    de PSF na soluo polimrica; da temperatura de sntese; da umidade relativa do ar; e

    do suporte (no-tecido) nas caractersticas da membrana foram estudadas. O efeito da

    aplicao de uma camada de lcool polivinlico, reticulada com glutaraldedo, entre as

    camadas de PSF e quitosana, como forma de melhorar a estabilidade estrutural da

    membrana, foi avaliado. Adicionalmente, analisou-se a influncia da introduo do

    glutaraldedo como agente reticulante na soluo de quitosana na seletividade; na taxa

    de permeao; na estabilidade qumica; e na toxicidade da membrana. Os resultados

    obtidos mostraram que o aumento da concentrao de PSF na soluo polimrica, a

    diminuio da temperatura de sntese e o aumento da umidade do ar levaram

  • formao de membranas menos porosas. Os suportes de polister avaliados, CU414 e

    CU424 (Crane Nonwovens), embora apresentem caractersticas adequadas produo

    de membranas, no se mostraram adequados para a sntese de membranas de PSF

    nas condies avaliadas devido a sua alta porosidade. A soluo de reticulao da

    camada de lcool polivinlico (PVA), composta de glutaraldedo em soluo aquosa de

    acetona, atacou quimicamente o suporte de polister e a membrana de polissulfona,

    inviabilizando a aplicao da camada de PVA entre as camadas de PSF e quitosana. A

    introduo do glutaraldedo tornou a camada de quitosana menos rugosa e mais

    hidroflica. Adicionalmente, o aumento da concentrao de glutaraldedo na soluo de

    quitosana levou a um decrscimo na permeabilidade da membrana, o qual foi atribudo

    compactao da estrutura da membrana. A reticulao da quitosana com

    glutaraldedo no levou a uma melhora significativa da capacidade de separao das

    membranas. A rejeio de ions bivalentes (Mg2+ e SO42-) e monovalentes (Na+ e Cl-)

    no ultrapassou 25% e 12%, respectivamente.

    Anlises de microscopia de eletrnica de varredura realizadas com as membranas

    reticuladas com glutaraldedo, antes e aps sua imerso em soluo de HCl, indicaram

    que a superfcie das membranas reticuladas com 3% de glutaraldedo aparentemente

    no foi afetada pelo cido, ao contrrio das membranas reticuladas com 1% e 5% de

    glutaraldedo, que apresentaram aumento no tamanho de seus poros.

    No foi observada toxicidade aguda e/ou crnica, em relao aos organismos teste

    Daphinia similis e Ceriodaphinia dubia, respectivamente, em amostras de gua que

    permaneceram em contato com as membranas reticuladas com glutaraldedo.

    Palavras-chave: Membranas, filme fino composto, polissulfona, quitosana, lcool

    polivinlico, glutaraldedo.

  • ABSTRACT

    A major obstacle to be overcome in order to have a greater use of membrane

    technology in liquids purification is the phenomenon of fouling. As a consequence, the

    development of membranes less prone to fouling is now the objective of numerous

    studies. Among the processes evaluated, the development of thin film composite

    membranes has has been the focus of many researches since it is possible to improve

    each layer independently, in order to improve the membrane performance as a whole.

    This work aimed to study the synthesis and characterization of thin film composite

    chitosan, crosslinked with glutaraldehyde, and polysulfone (PSF) membranes. PSF

    ultrafiltration membranes were produced by phase inversion via immersion precipitation

    to be used as porous support for the chitosan layer. The influence of PSF concentration

    in the polymeric solution; temperature of synthesis; air humidity, and membrane

    nonwoven support, CU414 and CU424 (Crane Nonwovens), on the membrane

    characteristics and performance were studied. The effect polyvinyl alcohol (PVA),

    crosslinked with glutaraldehyde, between PSF and chitosan layers, on the cast

    membrane structural stability was investigated. The influence of glutaraldehyde as a

    chitosan crosslinking agent on membrane selectivity, permeability, chemical stability,

    and toxicity was also evaluated. The results showed that increasing PSF concentration,

    decreasing temperature and increasing air humidity resulted in less porous membranes.

    The support media used were not suitable for the production of PSF membranes under

    the conditions used in this work due to its high porosity. The solution used to crosslink

    the PVA layer, composed of glutaraldehyde in aqueous solution of acetone, attacked the

    support media and the PSF membrane, preventing the application of the PVA layer

    between the PSF and chitosan layers. The use of glutaraldehyde as a chitosan

    crosslinking agent made the membrane less rough and more hydrophilic. Additionally,

    increasing glutaraldehyde concentration in the chitosan solution led to a decrease in

    membrane permeability, wich was attibutted to a compaction of the membrane structure,

    leading to a decreased mobility of polymer chains and a decrease in the membrane void

    volume.

  • Membranes separation capacity was evaluated using two different ionic solutions,

    magnesium sulphate (MgSO4 1,000 mg/L), and sodium chloride (NaCl 2,000 mg/L).

    Rejection of bivalent and monovalent ions did not exceed 25% and 12%, respectively.

    Scanning electron microscopy images showed that the membrane surface crosslinked

    with 3% glutaraldehyde apparently was not affected by immersion into HCl solution.

    However, the membranes crosslinked with 1% and 5% glutaraldehyde showed an

    increase in pore size after immersion, compared to the untreated membrane, suggesting

    an increased susceptibility to acid attack of the membrane.

    The potential for glutaraldehyde membrane releasing was evaluated through acute and

    chronic toxicity assays using Daphnia similis and Ceriodaphnia dubia, respectivelly.

    None of tested membranes induced acute or chronic toxicity to the water at which they

    remained in contact, under tested conditions.

    Key words: Thin film composite membranes, polysulfone, chitosan, polyvinilic alcohol,

    glutaraldehyde

  • vii

    LISTA DE TABELAS

    Tabela II-1 Permeabilidades e presses aplicadas em processos de separao

    por membranas ..................................................................................................11

    Tabela II-2 Classificao dos pares solvente/no-solvente ....................................41

    Tabela II-3 Influncia do peso molecular e do grau de hidrlise nas propriedades

    do PVA ...............................................................................................................71

    Tabela III-1 Materiais utilizados nas trs etapas do trabalho..................................88

    Tabela III-2- Membranas: condies de sntese e caracterizao ............................89

    Tabela III-3 - Membranas produzidas na primeira etapa do trabalho e as anlises

    utilizadas em sua caracterizao .......................................................................96

    Tabela III-4 Membranas de polissulfona utilizadas na avaliao do efeito da

    temperatura da soluo polimrica e do banho de coagulao. Concentrao

    de polissulfona: 15%; sem suporte.....................................................................96

    Tabela IV-1 Espessura final das membranas ....................................................... 127

    Tabela IV-2 Ensaios de resistncia mecnica Influncia da aplicao da

    camada de PVA, reticulada em soluo de glutaraldedo, na resistncia

    mecnica do suporte CU424 e da membrana de polissulfona ......................... 153

    Tabela IV-3 Influncia do banho de coagulao (NaOH ou etanol) na resistncia

    mecnica do suporte, da membrana de polissulfona e na membrana de filme

    fino composto de polissulfona/quitosana .......................................................... 160

    Tabela IV-4 ngulos de contato para as membranas de polissulfona e

    polissulfona/quitosana, com e sem reticulao. ............................................... 174

    Tabela IV-5 Avaliao da toxicidade aguda das membranas de

    polissulfona/quitosana reticuladas com glutaraldedo com a Daphnia similis .. 189

    Tabela IV-6 Avaliao da toxicidade crnica da membrana de

    polissulfona/quitosana com a Ceriodaphnia dubia ........................................... 191

    Tabela IV-7 - Avaliao da toxicidade crnica das membranas de

    polissulfona/quitosana reticuladas com glutaraldedo com a Ceriodaphnia

    dubia ................................................................................................................ 191

  • viii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura II-1 Representao esquemtica da influncia da temperatura e da

    concentrao em Gm. ......................................................................................30

    Figura II-2 Representao esquemtica de Gm em funo da composio para

    um sistema ternrio. ...........................................................................................33

    Figura II-3 Representao esquemtica tridimensional da dependncia da regio

    de separao de fases com a temperatura para um sistema ternrio................33

    Figura II-4 Diagrama esquemtico de fase do sistema ternrio

    polmero/solvente/no-solvente. CP ponto crtico, PP fase pobre em

    polmero, PR fase rica em polmero. ...............................................................34

    Figura II-5 Representao esquemtica da variao da composio durante o

    processo de difuso em sistemas ternrios .......................................................35

    Figura II-6 - Perfis de concentrao do precipitante (no-solvente) na soluo

    polimrica, em quatro momentos, durante a formao de uma membrana com

    uma fina e densa camada superficial e com estrutura assimtrica. ...................45

    Figura II-7 Microscopia de varredura eletrnica da seo transversal de

    membranas uma membrana assimtrica com macroporos em sua

    subestrutura .......................................................................................................46

    Figura II-8 Representao esquemtica do crescimento dos macroporos em dois

    tempos diferentes durante a separao de fases instantnea ...........................50

    Figura II-9 Comparao entre a estrutura ideal e a real da pele de uma

    membrana de ultrafiltrao .................................................................................52

    Figura II-10 Representao esquemtica da fora resultante da aproximao da

    sonda e da amostra em um MFA. ......................................................................55

    Figura II-11 Etapas do processo de adsoro: de (a) para (d) ocorre um aumento

    da presso de vapor relativa; em (c) observa-se a condensao capilar. (rp o

    raio do poro, rk o raio de Kelvin e t a espessura da camada de adsoro) ..58

    Figura II-12 Princpio do mtodo do ponto de bolha ...............................................61

    Figura II-13 Unidade de repetio da polissulfona aromtica.................................65

    Figura II-14 - Viscosidade da polissulfona UDEL P-3500 em funo da

    concentrao de polmero na soluo e do tipo de solvente. .............................68

  • ix

    Figura II-15 Curvas de precipitao polimrica da polissulfona/gua e vrios

    solventes a 25 oC ...............................................................................................69

    Figura II-16 - Estrutura qumica do NMP ...................................................................70

    Figura II-17- Estrutura da quitina e da quitosana ......................................................73

    Figura II-18 Ilustrao dos possveis stios de reao na estrutura da quitosana ..74

    Figura II-19 Estrutura da glucosamina....................................................................74

    Figura II-20 Estrutura molecular do glutaraldedo ..................................................79

    Figura II-21 Reao da quitosana com o glutaraldedo na presena de um

    catalisador cido ................................................................................................80

    Figura II-22 Relao entre a concentrao de glutaraldedo (GA) na soluo

    polimrica e a concentrao de glutaraldedo presente em ligaes cruzadas

    na membrana de quitosana ................................................................................81

    Figura II-23 Efeito da concentrao de glutaraldedo na soluo polimrica na

    densidade da membrana ....................................................................................82

    Figura II-24 Relao entre a concentrao de glutaraldedo na soluo polimrica

    e o ndice de cristalinidade da membrana ..........................................................82

    Figura II-25 Fluxo de permeado e fator de separao em funo do tempo de

    reticulao para membranas de quitosana reticuladas com glutaraldedo.

    Alimentao: isopropanol 50%. Presso de permeado: 5 mmHg. Temperatura

    operacional: 30oC. ..............................................................................................83

    Figura III-1 Aparato utilizado na secagem do solvente e no preparo das solues

    polimricas .........................................................................................................90

    Figura III-2 Mesa automtica de aplicao de filme da ELCOMETER ...................95

    Figura III-3 Aplicador de filme Baker 3530 da ELCOMETER ...............................95

    Figura III-4 - Dimenses das partes superior e inferior da clula de teste de fluxo

    das membranas................................................................................................ 106

    Figura III-5 - Esquema simplificado do sistema de teste de fluxo de gua pura

    (PWP). .............................................................................................................. 107

    Figura III-6 - Imagens dos organismos: (a) Ceriodaphnia dubia; (b) Daphnia Similis

    ......................................................................................................................... 111

    Figura IV-1 Efeito da concentrao de polmero e da temperatura na viscosidade

    da soluo polimrica. T = temperatura da soluo polimrica........................ 113

    Figura IV-2 Fotografia de uma das membranas sintetizadas durante o projeto ... 115

    Figura IV-3 Imagem do ensaio de ngulo de contato. .......................................... 115

  • x

    Figura IV-4 - Micrografias da seo transversal da membrana #1: (a) escala 50

    m; (b) e (c) detalhes dos macroporos com escala de 5 e 3 m,

    respectivamente. Concentrao de polissulfona 15%; Temperatura: 25oC. .... 117

    Figura IV-5 - Micrografias da seo transversal da membrana #4: (a) escala de 50

    m vezes; (b) e (c) detalhes dos macroporos com escala de 5 e 3 m,

    respectivamente. Concentrao de polissulfona 15%; Temperatura: 37,5oC. . 118

    Figura IV-6 - Micrografias da seo transversal da membrana #5: (a) escala de

    50m; (b) e (c) detalhes dos macroporos com escala de 4 e 10 m,

    respectivamente. Concentrao de polissulfona 15%; Temperatura: 50oC. .... 119

    Figura IV-7 - Micrografias da seo transversal da membrana #6: (a) escala de 50

    m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 10 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 3 m. Concentrao de polissulfona

    20%; Temperatura: 25oC .................................................................................. 120

    Figura IV-8 - Micrografias da seo transversal da membrana #9: (a) escala de 50

    m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 5 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 3 m. Concentrao de polissulfona

    20%; Temperatura: 37,5oC. .............................................................................. 121

    Figura IV-9 - Micrografias da seo transversal da membrana #10: (a) escala de 50

    m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 10 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 4 m. Concentrao de polissulfona

    20%; Temperatura: 50oC. ................................................................................. 122

    Figura IV-10 - Micrografias da seo transversal da membrana #11: (a) escala de

    50 m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 5 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 4 m. Concentrao de polissulfona

    25%; Temperatura: 25oC. ................................................................................. 124

    Figura IV-11 - Micrografias da seo transversal da membrana #14: (a) escala de

    50 m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 5 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 3 m. Concentrao de polissulfona

    25%; Temperatura: 37,5oC. .............................................................................. 125

    Figura IV-12 - Micrografias da seo transversal da membrana #15: (a) escala de

    50 m; (b) detalhes dos macroporos com escala de 5 m; e (c) detalhe da

    estrutura da membrana com escala de 3 m. Concentrao de polissulfona

    25%; Temperatura: 50oC. ................................................................................. 126

  • xi

    Figura IV-13 Efeito da concentrao de polissulfona e da temperatura na

    morfologia das membranas .............................................................................. 127

    Figura IV-14 Efeito da temperatura da soluo polimrica e da temperatura do

    banho de coagulao na estrutura da membrana. Concentrao de

    polissulfona 15%; sem suporte; espalhamento: 100 m. Micrografias com

    escala de 30 m, com excesso da membrana sintetizada com temperatudra

    da soluo polimrica de 25 oC e temperatura do banho de coagulao de 50 oC, que apresenta escala de 10 m. ................................................................ 128

    Figura IV-15 MEV da seo transversal das membranas #16 a #24 - Detalhe da

    camada de separao. Concentrao de polissulfona 15%; sem suporte;

    espalhamento: 100 m. Micrografias com escala de 4 m. ............................. 129

    Figura IV-16 - Micrografias da membrana #2: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500m; (c) seo

    transversal com escala de 200m; e (d) seo transversal com escala de

    100m. Concentrao de polissulfona: 15%; Temperatura de sntese: 25oC;

    Suporte: CU424................................................................................................ 132

    Figura IV-17 Micrografias da membrana #3: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500m; (c) seo

    transversal com aumento escala de 200 m; e (d) seo transversal com

    escala de 100 m. Concentrao de polissulfona: 15%; Temperatura de

    sntese: 25oC; Suporte: CU414 ........................................................................ 133

    Figura IV-18 Micrografias da membrana #7: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500 m; (c)

    seo transversal com escala de 200 m; e (d) seo transversal com escala

    de 100 m. Concentrao de polissulfona: 20%; Temperatura de sntese:

    25oC; Suporte: CU424 ...................................................................................... 134

    Figura IV-19 - Micrografias da membrana #8: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20 m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500 m; (c)

    seo transversal com escala de 200 m; e (d) seo transversal com escala

    de 100 m. Concentrao de polissulfona: 20%; Temperatura de sntese:

    25oC; Suporte: CU414 ...................................................................................... 135

    Figura IV-20 - Micrografias da membrana #12: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20 m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500 m; (c)

  • xii

    seo transversal com escala de 200m; e (d) seo transversal com escala

    de 100 m. Concentrao de polissulfona: 25%; Temperatura de sntese:

    25oC; Suporte: CU424 ...................................................................................... 137

    Figura IV-21 - Micrografias da membrana #13: (a) vista em planta do topo com

    escala de 20 m; (b) vista em planta do fundo com escala de 500 m; (c)

    seo transversal com escala de 200 m; e (d) seo transversal com escala

    de 100 m. Concentrao de polissulfona: 25%; Temperatura de sntese:

    25oC; Suporte: CU414 ...................................................................................... 138

    Figura IV-22 - Micrografias de uma membrana comercial chinesa de UF: (a) vista

    em planta do topo com escala de 20 m e (b) seo transversal com escala

    de 200 m. ....................................................................................................... 139

    Figura IV-23 Espaadores: (a) espaador de alimentao; (b) espaador de

    permeado. ........................................................................................................ 140

    Figura IV-24 Teste de permeabilidade das membranas sintetizadas sobre os

    suportes inertes. ............................................................................................... 141

    Figura IV-25 - Permeabilidade dos suportes inertes CU424 e CU414 .................... 142

    Figura IV-26 Micrografias da seo transversal das membranas sintetizadas

    sobre o suporte CU424, usando 15% de polissulfona e 50oC. (a) espessura

    do espalhamento: 100 m; (b) espessura do espalhamento: 150 m. Escala:

    100 m. Preparo das amostras: objeto cortante. ............................................. 143

    Figura IV-27 Efeito da umidade relativa do ar na permeabilidade das membranas

    de polissulfona. Concentrao polimrica: 15%; Temperatura: 25oC; Suporte:

    CU424; Espessura do espalhamento: 100 m. ................................................ 145

    Figura IV-28 MEV Seo transversal da membrana de polissulfona sintetizada

    sobre suporte encharcado com NMP: (a) escala de 50 m (b) escala de 40 m.

    Concentrao de polissulfona: 15%. Temperatura de sntese: 25oC.

    Espessura do espalhamento: 100 m. Preparo das amostras: feixe de ons... 147

    Figura IV-29 Ensaio de permeabilidade realizado com a membrana de

    polissulfona sintetizada sobre suporte encharcado com NMP. Concentrao

    de polissulfona: 15%; Temperatura de sntese: 25oC; Espessura do

    espalhamento: 100 m. .................................................................................... 148

    Figura IV-30 Permeabilidade da membrana de PSF submetida a dois ensaios de

    permeabilidade subsequentes ......................................................................... 149

  • xiii

    Figura IV-31 MEV Imagem de topo da membrana de polissulfona.

    Concentrao de polissulfona: 15%; Temperatura de sntese: 25oC;

    Espessura do espalhamento: 100 m. Escala: 400 m ................................... 150

    Figura IV-32 MFA Micrografia da superfcie da membrana de polissulfona.

    Concentrao de polissulfona: 15%; Temperatura de sntese: 25oC;

    Espessura do espalhamento: 100 m; Sem suporte. ....................................... 151

    Figura IV-33 MFA Imagens tridimensionais da membrana de polissulfona.

    Concentrao de polissulfona: 15%; Temperatura de sntese: 25oC;

    Espessura do espalhamento: 100 m, Sem suporte. ....................................... 152

    Figura IV-34 Imagem da soluo usada para reticulao da membrana de PSF

    recoberta com PVA, aps a retirada da membrana ao final do processo. ....... 154

    Figura IV-35 Efeito da introduo da camada de PVA reticulada com

    glutaraldedo na permeabilidade da membrana ............................................... 155

    Figura IV-36 Fotografia da membrana de PSF/PVA reticulada com glutaraldedo

    em soluo aquosa de acetona aps o ensaio de permeabilidade .................. 156

    Figura IV-37 Curva de titulao potenciomtrica da quitosana e sua derivada

    primeira. Volume de equivalncia (Ve): 175,60 mL. ......................................... 157

    Figura IV-38 Titulao potenciomtrica - Estimativa do valor de NaOH

    adicionado no ponto final da titulao da quitosana. Volume de equivalncia

    (Ve): 145,30 mL................................................................................................ 158

    Figura IV-39 Determinao da viscosidade intrnseca. Grfico de red (L/mg) x C

    (mg/L). Temperatura: 30 oC.............................................................................. 159

    Figura IV-40 Influncia da concentrao de etanol no banho de coagulao na

    permeabilidade da membrana de filme fino composto de quitosana.

    Concentrao de quitosana: 0,5%; temperatura de sntese: 25oC. .................. 164

    Figura IV-41 - Influncia da concentrao de etanol no banho de coagulao na

    seletividade da membrana de filme fino composto de quitosana: (a) soluo

    salina de MgSO4 com concentrao de 1g/L; (b) soluo salina de NaCl com

    concentrao de 2g/L. Concentrao de quitosana: 0,5%; temperatura de

    sntese: 25oC. ................................................................................................... 165

    Figura IV-42 Efeito da concentrao de quitosana na permeabilidade da

    membrana. Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 75%.

    Temperatura de sntese: 25oC. ........................................................................ 168

  • xiv

    Figura IV-43 - Efeito da concentrao de quitosana na permeabilidade da

    membrana: (a) Soluo aquosa de MgSO4 (1,0 g/L); (b) Soluo aquosa de

    NaCl (2,0 g/L). Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 0,75%;

    Temperatura de sntese: 25oC. ........................................................................ 169

    Figura IV-44 Efeito da concentrao de glutaraldedo na permeabilidade das

    membranas: (a) Membrana PSF (15%)/QUI (0,5%); (b) Membrana PSF

    (15%)/QUI (0,5%)/GLU (1%); (c) Membrana PSF (15%)/QUI (0,5%)/GLU (3%);

    (d) Membrana PSF (15%)/QUI (0,5%)/GLU (5%). Banho de coagulao:

    soluo aquosa de etanol 0,75%; Temperatura de sntese: 25oC.................... 171

    Figura IV-45 Efeito da reticulao com glutaraldedo na permeabilidade da

    membrana de polissulfona/quitosana. Concentrao de quitosana: 0,5%;

    Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 0,75%; Temperatura de

    sntese: 25oC. ................................................................................................... 172

    Figura IV-46 - Efeito da reticulao com glutaraldedo na seletividade da

    membrana de polissulfona/quitosana: (a) Soluo aquosa de MgSO4 (1,0 g/L);

    (b) Soluo aquosa de NaCl (2,0 g/L). Concentrao de quitosana: 0,5%;

    Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 0,75%; Temperatura de

    sntese: 25oC. ................................................................................................... 173

    Figura IV-47 Micrografia da seo transversal da membrana de filme fino

    composto de polissulfona/quitosana. Detalhe da camada de quitosana.

    Membrana de polissulfona: Concentrao de polissulfona 15%; Temperatura

    de sntese 25oC; Espessura do espalhamento 100 m. Membrana de

    quitosana: Concentrao de quitosana 0,5%; Secagem: 40oC por 1 hora;

    Banho de coagulao: Soluo aquosa de etanol 75% por 3 horas. Escala

    400 nm. ............................................................................................................ 176

    Figura IV-48 MFA MFA Micrografia da superfcie da camada de quitosana

    espalhada sobre a membrana de polissulfona. Camada de quitosana:

    Concentrao de quitosana 0,5%; Secagem: 40oC por 1 hora; Banho de

    coagulao: Soluo aquosa de etanol 75% por 3 horas. ............................... 178

    Figura IV-49 - Imagens tridimensionais da superfcie da membrana de

    polissulfona/quitosana. Camada de quitosana: Concentrao de quitosana

    0,5%; Secagem: 40oC por 1 hora; Banho de coagulao: Soluo aquosa de

    etanol 75% por 3 horas. ................................................................................... 179

  • xv

    Figura IV-50 Fotografia da membrana de polissulfona/quitosana Detalhes do

    enrugamento da membrana aps a aplicao da camada de quitosana ......... 179

    Figura IV-51 MEV Imagens de topo das membranas de polissulfona/quitosana

    com e sem reticulao: (a) PSF/QUI; (b) PSF/QUI/GLU (1%); (c) PSF/QUI/GLU

    (3%); (d) PSF/QUI/GLU (5%). Camada de quitosana: concentrao de

    polimrica 0,5% em peso; secagem: 40oC por 1 hora. Banho de coagulao:

    soluo aquosa de etanol 75%, em peso, por 3 horas. Escala: 500 nm. ......... 181

    Figura IV-52 - MFA Micrografia da superfcie da camada de quitosana reticulada

    com glutaraldedo 1% espalhada sobre a membrana de polissulfona. Camada

    de quitosana: concentrao de polimrica 0,5% em peso; secagem: 40oC por

    1 hora. Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 75%, em peso, por 3

    horas. ............................................................................................................... 183

    Figura IV-53 - MFA Micrografia da superfcie da camada de quitosana reticulada

    com glutaraldedo 3% espalhada sobre a membrana de polissulfona. Camada

    de quitosana: concentrao de polimrica 0,5% em peso; secagem: 40oC por

    1 hora. Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 75%, em peso, por 3

    horas. ............................................................................................................... 184

    Figura IV-54- Micrografia da superfcie da camada de quitosana reticulada com

    glutaraldedo 5% espalhada sobre a membrana de polissulfona. Camada de

    quitosana: concentrao de polimrica 0,5% em peso; secagem: 40oC por 1

    hora. Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol 75%, em peso, por 3

    horas. ............................................................................................................... 185

    Figura IV-55 Imagens tridimensionais da superfcie da camada de quitosana

    reticulada com glutaraldedo: (a) Glutaraldedo 1%; (b) Glutaraldedo 3%; e (c)

    Glutaraldedo (5%). Camada de quitosana: concentrao polimrica 0,5% em

    peso; secagem: 40oC por 1 hora. Banho de coagulao: soluo aquosa de

    etanol 75%, em peso, por 3 horas.................................................................... 186

    Figura IV-56 - MEV Imagens de topo das membranas de polissulfona/quitosana

    com e sem reticulao aps imerso em soluo de HCl com pH 2: (a)

    PSF/QUI; (b) PSF/QUI/GLU (1%); (c) PSF/QUI/GLU (3%); (d) PSF/QUI/GLU

    (5%). Camada de quitosana: concentrao de polimrica 0,5% em peso;

    secagem: 40oC por 1 hora. Banho de coagulao: soluo aquosa de etanol

    75%, em peso, por 3 horas. Escala: 400nm. .................................................... 188

  • xvi

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ANA Agncia Nacional de guas

    ASTM - American Society for Testing and Materials

    CIRRA Centro Internacional de Referncia em Reso de gua

    CP Ponto crtico

    DMAc - Dimetilacetamida

    DMF - Dimetilformamida

    DMSO Dimetilsulfxido

    DTP Distribuio de tamanho de poros

    EPDM Termopolmero a base de etileno propileno dieno

    ETA Estao de tratamento de gua

    EVA Etil vinil acetato

    FEG Field emission gun

    GA Glutaraldedo

    HEC Hidroxietilcelulose

    IETEC International Engineering and Technology Education Conference

    IPEM Instituto de Pesos e Medidas

    IPT - Instituto de Pesquisas Tecnolgicas

    LCT - Laboratrio de Caracterizao Tecnolgica

    MET Microscopia eletrnica de transmisso

    MEV - Microscpio eletrnico de varredura

    MF - Microfiltrao

    MNP - N-metil-2 pirrolidona

    NBR Denominao de norma da ABNT

    NF - Nanofiltrao

    NOM Matria orgnica natural

    OR - Osmose reversa

    PA - Puro para anlise

    PAA lcool poliacrlico

    PP Fase pobre em polmero

    PR Fase rica em polmero

  • xvii

    PSM Processo de separao por membranas

    PSU - Polissulfona

    PVA lcool polivinlico

    PWP - Pure water permeate rate

    SMBS - Metabissulfito de sdio

    SPE Substncias polimricas extracelulares

    TAPPI Associao Tcnica da Polpa e da Indstria de Papel

    TIPS Separao de fases por precipitao trmica

    TNT No tecido

    UF - Ultrafiltrao

    UNEP United Nations Environment Programme

    US EPA United States Environmental Protection Agency

  • xviii

    LISTA DE SMBOLOS

    a - Constante de Mark-Howink (eq. 3.3)

    A- rea da amostra

    C Concentrao de quitosana na soluo polimrica

    Cf - Concentrao de soluto na alimentao (eq. 2.1)

    Cp - Concentrao de soluto no permeado (eq. 2.1)

    da membrana (eq. 2.9; eq. 2.11; eq. 2.12)

    DD Grau de desacetilao (eq. 3.4; eq. 3.5)

    GD Grau de desacetilao (eq. 3.6)

    Hm Entalpia de mistura (eq. 2.3)

    J - Fluxo de permeado (eq. 2.8)

    Jm - Fluxo temperatura medida durante o teste (eq. 3.7)

    Js - Fluxo temperatura padro (eq. 3.7)

    K Constante de Kozzeny-Carman (eq. 2.11)

    K Constante de proporcionalidade de Mark-Howink (eq. 3.3)

    M Massa da amostra (eq. 3.6)

    n - Nmero de poros (eq. 2.9)

    Na Concentrao de HCl (eq. 3.6)

    Nb Concentrao de NaOH (eq. 3.6)

    ni Nmero de poros de raio i (eq. 2.4)

    P Constante de proporcionalidade (eq. 2.15)

    P Permeabilidade da membrana (eq. 2.9; eq. 2.12)

    P Presso aplicada (eq. 2.5)

    P0 Presso de saturao do gs (eq. 2.6)

    Pi Presso do gs no poro i

    R Constante dos gases (eq. 2.6)

    r Raio do poro (eq. 2.8; eq. 2.9; e eq. 2.10)

    R Reteno da membrana (eq. 2.1)

    R2 Coeficiente de correlao

    ri - Raio do poro (eq. 2.7)

    rk Raio de Kelvin (eq. 2.7)

    rp - Raio do poro (eq. 2.5; eq. 2.7; eq. 2.13)

  • xix

    S rea superficial especfica (eq. 2.11; eq. 2.12)

    Sm Entropia de mistura (eq. 2.3)

    t Tempo

    T Temperatura absoluta (eq. 2.3)

    Tg - Temperatura de transio vtrea

    Tm - Temperatura de fuso cristalina

    Tm Temperatura lida no momento do teste

    Ts - temperatura padro (eq. 3.7)

    V0 Volume de soluo

    xi Concentrao do componente i na alimentao (eq. 2.2)

    yi Concentrao do componente i no permeado (eq. 2.2)

    - ngulo de contato (eq. 2.5; eq. 2.6)

    - Fator de separao (eq. 2.1)

    - Porosidade (eq. 2.8; eq. 2.11; eq. 2.12)

    - Tenso superficial (eq. 2.5; eq. 2.6; eq. 2.13; eq. 2.14)

    - Viscosidade da soluo (eq. 3.1)

    - Viscosidade dinmica do lquido (eq. 2.8; eq. 2.9; eq. 2.12)

    0 Viscosidade do solvente (eq. 3.2)

    i Nmero de poros de raio i (eq. 2.16 e 2.17)

    red Viscosidade reduzida (eq. 3.2)

    rel Viscosidade relativa (eq. 3.2)

    sp Viscosidade especfica (eq. 3.1)

    Fator de tortuosidade (eq. 2.8)

    [] Viscosidade Intrnseca (eq. 3.1)

    Gm Energia livre de mistura (eq. 2.3)

    P - Presso trans-membrana (eq. 2.13; eq. 2.14; eq. 2.1)

    x - Espessura que efetivamente contribui na resistncia hidrulica

    - Viscosidade da soluo de polissulfona (eq. 3.8; eq. 3.9; eq. 3.10)

    i Potencial qumico do componente i (eq. 2.4)

    m - Micrmetro

    pol - Massa especfica do polmero

    w - Massa especfica da gua (g/cm3) na temperatura do ensaio

  • xx

    SUMRIO

    I. INTRODUO ....................................................................................................1

    II. REVISO BIBLIOGRFICA ..............................................................................5

    II.1 O processo de separao por membranas ..................................................... 5

    II.2 Tipos de membranas ........................................................................................ 6 II.2.1 Principais polmeros usados na fabricao de membranas ..........................7

    II.3 A Tcnica de Separao por Membranas ..................................................... 10 II.3.1 O fenmeno do fouling .............................................................................16

    II.3.1.1 A formao de biofilme nas membranas ..............................................21

    II.3.2 Modificaes das membranas para minimizao do fouling .....................22

    II.4 Processos utilizados para sntese de membranas ...................................... 26 II.4.1.1 O Processo de Separao de Fases em Sistemas Polimricos...........29

    II.4.1.2 Sistemas ternrios ................................................................................32

    II.4.1.3 A separao de fases: caminhos cinticos ..........................................36

    II.4.1.4 O processo de solidificao da fase rica em polmero .........................37

    II.4.2 Parmetros que influenciam a estrutura da membrana ..............................39

    II.4.2.1 A escolha do solvente e do no-solvente .............................................39

    II.4.2.2 A escolha do polmero ..........................................................................40

    II.4.2.3 Concentrao de polmero ...................................................................41

    II.4.2.4 Composio do banho de coagulao .................................................42

    II.4.2.5 Composio da soluo polimrica ......................................................42

    II.4.2.6 A influncia da temperatura..................................................................43

    II.4.3 O processo de formao das membranas e a presena de macroporos ....43

    II.4.3.1 O mecanismo de formao dos macroporos ........................................46

    II.5 Caracterizao das membranas .................................................................... 50 II.5.1 Caracterizao de membranas porosas de micro e ultrafiltrao ...............51

    II.5.1.1 Microscopia Eletrnica .........................................................................52

  • xxi

    II.5.1.2 Microscopia de fora atmica ...............................................................53

    II.5.1.3 Porosimetria pelo mtodo de intruso de mercrio ..............................56

    II.5.1.4 Adsoro e dessoro de gs ..............................................................57

    II.5.1.5 Permeabilidade ....................................................................................58

    II.5.1.6 Ponto de bolha .....................................................................................60

    II.5.1.7 Permeao gs-lquido ........................................................................61

    II.5.1.8 Rejeio de solutos dispersos ..............................................................62

    II.5.1.9 Seletividade ..........................................................................................63

    II.5.1.10 Toxicidade ............................................................................................64

    II.6 Caracterrsticas e propriedades dos materiais usados na pesquisa ......... 65 II.6.1 Polissulfona (PSF) ......................................................................................65

    II.6.2 O solvente N-metil-2-pirrolidona (NMP) ......................................................69

    II.6.3 O lcool polivinlico (PVA) ...........................................................................70

    II.6.4 A quitosana (QUI) .......................................................................................73

    II.6.5 O glutaraldedo ou 1,5 pentanodial .............................................................77

    II.6.6 O suporte das membranas comerciais (TNT) .............................................85

    III. MATERIAIS E MTODOS ................................................................................87

    III.1 Materiais .......................................................................................................... 87

    III.2 Metodologia ..................................................................................................... 88 III.2.1 Solues polimricas: forma de preparo e caracterizao ..........................88

    III.2.1.1 Solues polimricas a base de polissulfona e NMP ...........................89

    III.2.1.1.1 Caracterizao das solues polimricas de polissulfona ............91

    III.2.1.2 Soluo polimrica de lcool polivinlico (PVA) ....................................91

    III.2.1.3 Soluo de quitosana ...........................................................................91

    III.2.1.3.1 Caracterizao da Quitosana .......................................................92

    III.2.1.3.1.1 Determinao do grau de desacetilao da quitosana............92

    III.2.1.3.1.2 Determinao da massa molar da quitosana ..........................93

    III.2.2 Sntese e armazenamento das membranas ...............................................94

    III.2.2.1 Sntese da membrana de polissulfona .................................................94

    III.2.2.2 Aplicao da camada de PVA sobre a membrana de polissulfona ......97

    III.2.2.3 Aplicao da camada de quitosana ......................................................98

  • xxii

    III.2.2.3.1 Influncia do tipo e concentrao do coagulante na resistncia

    mecnica do suporte e das membranas etanol e NaOH. .........98

    III.2.2.3.2 Influncia da concentrao do agente de coagulao selecionado

    na permeabilidade e na seletividade das membranas ............... 100

    III.2.2.3.3 Influncia da concentrao de quitosana na soluo polimrica na

    permeabilidade das membranas de filme fino composto ........... 100

    III.2.2.3.4 Influncia da concentrao de glutaraldedo na soluo de

    quitosana nas caractersticas das membranas de filme fino

    composto ................................................................................... 101

    III.2.3 Caracterizao das membranas ............................................................... 101

    III.2.3.1 Microscopia eletrnica de varredura (MEV) ....................................... 102

    III.2.3.2 Microscopia de Fora Atmica (MFA) ................................................ 103

    III.2.3.3 Determinao da hidrofilicidade das membranas............................... 103

    III.2.3.4 Ensaios de resistncia mecnica ....................................................... 104

    III.2.3.5 Ensaios de permeabilidade ................................................................ 105

    III.2.3.6 Teste de rejeio de ons ................................................................... 108

    III.2.3.7 Degradabilidade das membranas de quitosana com e sem reticulao

    com glutaraldedo em meio cido ....................................................... 109

    III.2.3.8 Toxicidade da membrana de quitosana e das membranas de

    quitosana reticuladas com glutaraldedo ............................................ 109

    IV. RESULTADOS ............................................................................................... 112

    IV.1 Caracterizao das solues polimricas de polissulfona ....................... 112

    IV.2 Perda de massa no preparo da soluo de polissulfona e na desgaseificao ............................................................................................ 112

    IV.3 Viscosidade das solues de polissulfona ................................................ 112 IV.3.1 Curvas de viscosidade .............................................................................. 112

    IV.4 Membranas de polissulfona ......................................................................... 114 IV.4.1 ngulo de contato das membranas de polissulfona .................................. 114

    IV.4.2 Avaliao da influncia da concentrao da soluo polimrica e da

    temperatura de sntese nas propriedades das membranas...................... 116

  • xxiii

    IV.4.2.1 Ensaios de microscopia eletrnica de varredura ................................ 116

    IV.4.3 Avaliao da adequao dos suportes ..................................................... 130

    IV.4.3.1 Anlises de MEV para averiguao da adequao dos suportes ...... 130

    IV.4.3.2 Ensaios de permeabilidade para verificar a adequao dos

    suportes ............................................................................................. 139

    IV.4.4 Seleo das condies de sntese mais adequadas para preparo das

    membranas de polissulfona a serem recobertas por quitosana ............... 142

    IV.4.5 Avaliao da influncia da umidade relativa do ar na permeabilidade das

    membranas e da reprodutibilidade do processo de sntese ..................... 144

    IV.4.6 Avaliao da influncia da do espalhamento de solvente NMP no suporte

    antes do espalhamento da soluo polimrica ......................................... 146

    IV.4.7 Avaliao do efeito da utilizao de presses de at 8 bar na

    permeabilidade da membrana de polissulfona. ........................................ 148

    IV.4.8 Ensaios de MEV e MFA realizados com a membrana de polissulfona

    selecionada para ser usada como suporte poroso na membrana de filme

    fino composto ........................................................................................... 149

    IV.4.9 Avaliao da resistncia mecnica do suporte CU424 e da membrana de

    polissulfona quando submetidos s condies de aplicao da camada de

    PVA reticulada com glutaraldedo ............................................................ 152

    IV.4.10 Influncia da aplicao da camada de PVA, reticulada com glutaraldedo,

    na permeabilidade da membrana de polissulfona/PVA ............................ 154

    IV.5 Caracterizao da quitosana ....................................................................... 156

    IV.5.1 Determinao do grau de desacetilao da quitosana ............................. 156

    IV.5.2 Determinao da massa molar da quitosana ............................................ 158

    IV.6 Membranas de filme fino composto de polissulfona/quitosana ............... 160 IV.6.1 Efeito dos banhos de coagulao de NaOH e etanol na resistncia

    mecnica das membranas de polissulfona/quitosana .............................. 160

    IV.6.2 Efeito dos banhos de coagulao de etanol na permeabilidade e na

    seletividade das membranas de polissulfona/quitosana ........................... 161

    IV.6.3 Efeito da concentrao de quitosana e de glutaraldedo na resistncia

    mecnica da membrana de quitosana ...................................................... 166

  • xxiv

    IV.7 Avaliao do efeito da concentrao de quitosana e da reticulao da

    quitosana com glutaraldedo na permeabilidade e na seletividade das membranas .................................................................................................... 167

    IV.8 Avaliao do efeito da concentrao de glutaraldedo no grau de hidrofilicidade da membrana - Anlise de ngulo de contato .................. 172

    IV.9 Anlises de microscopia eletrnica de varredura das membranas de filme fino composto de polissulfona/quitosana ......................................... 175

    IV.10 Avaliao das caractersticas de superfcie das membranas de filme fino composto de polissulfona/quitosana atravs da microscopia de fora

    atmica .......................................................................................................... 176

    IV.11 Avaliao da influncia da reticulao da camada de quitosana com glutaraldedo nas caractersticas da superfcie das membranas de filme fino composto de polissulfona/quitosana. ................................................. 180

    IV.11.1 Avaliao da estrutura das membranas de polissulfona/quitosana

    reticuladas com glutaraldedo atravs de MEV ........................................ 180

    IV.11.2 Avaliao da estrutura das membranas de polissulfona/quitosana

    reticuladas com glutaraldedo atravs de MFA ......................................... 180

    IV.11.3 Avaliao da estrutura das membranas de polissulfona/quitosana

    reticuladas com glutaraldedo atravs de MFA ......................................... 182

    IV.12 Avaliao da degradabilidade das membranas de polissulfona/ quitosana, com e sem reticulao, em meio cido ....................................................... 187

    IV.13 Ensaios de toxicidade .................................................................................. 189

    IV.13.1 Avaliao da toxicidade aguda das membranas de polissulfona/

    quitosana .................................................................................................. 189

    IV.13.2 Avaliao da toxicidade crnica das membranas de polissulfona/

    quitosana .................................................................................................. 190

    V. COSIDERAES FINAIS E CONCLUSES ................................................. 192

    VI. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .............................................................. 195

  • 1

    I. INTRODUO

    Segundo o relatrio VISION 21, elaborado pelo Water Supply and Sanitation

    Collaborative Council (2000), tm-se hoje um dficit comprovado no atendimento

    das necessidades mundiais de gua de abastecimento e de sistemas de coleta,

    transporte e tratamento de esgotos, sendo um dos grandes desafios da humanidade

    o atendimento, at 2025, de toda a populao mundial com esses servios.

    Adicionalmente, existe hoje uma demanda crescente da indstria para conservar

    gua; reduzir o consumo de energia; controlar a poluio; e recuperar materiais teis

    de seus efluentes.

    Os tratamentos convencionais por vezes apresentam baixa eficincia e/ou custos

    muito elevados, que tornam invivel sua utilizao. Atravs do uso da tecnologia de

    membranas tem-se conseguido a remoo de alguns contaminantes que no so

    facilmente removidos atravs do sistema convencional. O uso dessa tecnologia para

    tratamento de guas e efluentes permite indstria a reutilizao de seus efluentes

    tratados e a recuperao de materiais usados no processo produtivo antes que

    esses passem a compor seus rejeitos. No que tange produo de gua potvel,

    com o uso da tecnologia de membranas tem-se viabilizado sua produo a partir de

    corpos dgua com altas concentraes de contaminantes, como guas salobras, e

    de mananciais cada vez mais degradados (PUCCA, 2010)

    Nos ltimos anos, redues nos valores de investimento e nos custos operacionais,

    bem como as vantagens ambientais, tm favorecido o uso dessa tecnologia frente

    aos sistemas convencionais (PUCCA, 2010). Como consequncia, a tcnica de

    separao por membranas hoje objeto de grande quantidade de pesquisas,

    desenvolvimento, atividades comerciais, e aplicaes em larga escala (RANA et alli.,

    2010).

    Um importante obstculo a ser vencido para que se tenha uma maior utilizao da

    tecnologia na purificao de lquidos o fenmeno do fouling, que surge em

    decorrncia de interaes especficas entre a membrana e os componentes da

    alimentao. Essas interaes podem causar uma diminuio rpida, e por vezes

    irreversvel, na permeabilidade da membrana (RANA et alli., 2010).

    Uma das principais reas de pesquisas associadas tecnologia de membranas

    atualmente o desenvolvimento de membranas com menor propenso ao fouling.

  • 2

    Como o processo de separao por membranas essencialmente um fenmeno de

    superfcie, grande parte das pesquisas realizadas hoje voltada para a modificao

    da superfcie das membranas (RANA et alli., 2010).

    Uma forma de modificao de superfcie que vem sendo muito estudada o

    desenvolvimento de membranas de filme fino composto. Essas membranas so

    compostas de uma fina e densa camada sobre membranas porosas assimtricas de

    micro e ultrafiltrao. A grande vantagem das membranas de filme fino composto

    que cada camada pode ser melhorada de maneira independente, de forma a se

    aperfeioar o desempenho da membrana como um todo, com respeito

    seletividade, taxa de permeao, e estabilidade qumica e trmica (RANA et alli.,

    2010; GEISE et al, 2010).

    Embora as membranas hidroflicas sejam menos propensas formao de fouling,

    essas so em geral mais frgeis do que as membranas hidrofbicas e, por isso,

    necessitam de suporte para melhorar sua resistncia mecnica. Grande parte das

    membranas de filme fino composto utiliza membranas de polissulfona e

    polieterssulfona como suporte poroso. Embora apresentem uma baixa

    hidrofilicidade, essas membranas possuem excelente estabilidade mecnica,

    qumica e trmica, bem como uma boa resistncia ao cloro. (GEISE et al., 2010;

    MULDER, 1996).

    A quitosana um biopolmero policatinico, no txico, que possui excelente

    capacidade de formao de filmes (TERBOJEVICH et alli., 2000). Devido a essas

    caractersticas, a sntese de membranas a base de quitosana vem sendo

    amplamente estudada, tendo como foco principal a separao de misturas de gua

    e lcool, atravs do processo de pervaporao. As membranas de quitosana

    apresentam elevada hidrofilicidade, mas uma baixa resistncia mecnica e qumica.

    Por ser a quitosana solvel em pH abaixo de 6,3, a utilizao de membranas a base

    desse polmero torna-se bastante restrita. Uma das formas de melhorar a

    estabilidade qumica da quitosana, reduzindo sua solubilidade em pH cido, a

    introduo de ligaes cruzadas entre suas molculas. O glutaraldedo, embora

    bastante txico, o agente de reticulao mais amplamente estudado para a

    quitosana (TSAI et alli., 2008).

    Este trabalho teve como objetivo a sntese e a caracterizao de membranas de

    filme fino composto de polissulfona e quitosana reticulada com glutaraldedo para

    aplicao na rea ambiental. Membranas de polissulfona tiveram sua superfcie

  • 3

    modificada atravs da aplicao de uma fina camada de quitasana. O glutaraldedo

    foi utilizado como agente de ligao cruzada, com o intuito de conferir uma melhor

    estabilidade qumica camada de quitosana (TSAI et alli., 2008, BEPPU et al.,

    1999).

    Embora o objetivo principal desse trabalho tenha sido o desenvolvimento de

    membranas menos propensa ao fouling, a susceptibilidade das membranas

    produzidas ao fouling foi avaliada de maneira indireta, atravs da avaliao de

    propriedades como hidrofilicidade e rugosidade da superfcie.

    O trabalho teve como objetivos especficos:

    avaliar o efeito da concentrao de polissulfona e da temperatura de sntese

    na viscosidade da soluo polimrica;

    estudar o efeito da concentrao de polissulfona e da temperatura da soluo

    polimrica e da temperatura do banho de coagulao na morfologia, e na

    permeabilidade da membrana de ultrafiltrao;

    avaliar a influncia das caractersticas do suporte (no-tecido)na integridade

    da superfcie de separao e na permeabilidade das membranas de

    polissulfona;

    avaliar o efeito da umidade relativa do ar na permeabilidade da membrana de

    polissulfona;

    caracterizar a quitosana em termos de grau de desacetilao e massa

    molecular mdia;

    determinar o grau de hidrofilicidade das membranas polissulfona e de filme

    fino composto de polissulfona/quitosana, usando medies de ngulo de

    contato;

    avaliar o efeito da introduo de uma camada de PVA, reticulada com

    glutaraldedo (conforme proposto por Huang et al., 1999) entre as camadas

    de polissulfona e quitosana;

    avaliar a ao da quitosana e do glutaraldedo na resistncia mecnica, na

    permeabilidade, na hidrofilicidade da membrana, e na toxicidade aguda e

    crnica das membranas;

    avaliar, com base na permeabilidade, se aps a aplicao da camada de

    quitosana, as membranas de filme fino composto so membranas de

    ultrafiltrao de baixo fluxo ou de nanofiltrao;

  • 4

    estudar o efeito da concentrao de quitosana e glutaraldedo nas

    caractersticas de superfcie da membrana, na permeabilidade e no grau de

    hidrofilicidade;

    avaliar a susceptibilidade das membranas de filme fino composto, com e sem

    reticulao, ao ataque cido quando expostas a solues cidas HCl, pH 2;

  • 5

    II. REVISO BIBLIOGRFICA

    II.1 O processo de separao por membranas

    Os processos de separao por membranas so caracterizados pela presena de

    uma fina barreira que separa duas fases e restringe total ou parcialmente o

    transporte de uma ou vrias espcies qumicas presentes nas fases. O processo de

    separao por membranas capaz de separar materiais como partculas coloidais,

    macromolculas, e solutos dissolvidos.

    O desenvolvimento dos processos de separao por membranas e suas aplicaes

    industriais so relativamente recentes. Embora os processos como a dilise e a

    microfiltrao j fossem conhecidos e utilizados em pequena escala desde 1930,

    eles no evoluram para uma escala industrial, principalmente devido aos baixos

    fluxos permeados resultantes das elevadas espessuras das membranas ento

    disponveis. (HARBERT et al., 2006)

    Ao final da dcada de 1950, os EUA, objetivando a dessalinizao de guas,

    comearam a investir em projetos de pesquisa com membranas, surgindo ento

    duas importantes descobertas: (CHERYAN, 1998; HARBER et al., 2006; MULDER,

    1996)

    - em 1953, Reid e Breton relataram que membranas homogneas de acetato de

    celulose, quando utilizadas para osmose reversa, podiam apresentar reteno

    salina elevada;

    - entre 1960 e 1962, Loeb e Sourirajan aperfeioaram a tcnica de inverso de

    fase por imerso-precipitao para preparao de membranas. A membrana

    produzida atravs dessa tcnica apresentava um fluxo muito maior de permeado

    de gua, mantendo elevada a reteno de sais.

    Hoje, essa tecnologia objeto de grande quantidade de pesquisas,

    desenvolvimento, atividades comerciais, e diversas outras aplicaes.

  • 6

    II.2 Tipos de membranas

    Conforme mencionado, a membrana uma interface que regula a permeao de

    espcies qumicas que se encontram em contato com ela. Essa interface pode ser

    homognea em nvel molecular, ou seja, completamente uniforme em sua

    composio e estrutura, ou ser qumica ou fisicamente heterognea, contendo, por

    exemplo, poros de dimenses variveis. Os principais tipos de membranas se

    encontram descritos a seguir.

    Do ponto de vista morfolgico, as membranas podem ser divididas em densas e

    porosas. Considera-se uma membrana como densa quando o transporte de

    componentes atravs da mesma envolve sua dissoluo e difuso. A membrana

    considerada porosa quando o transporte ocorre preferencialmente em uma fase

    fluida contnua, que preenche os poros da membrana. Algumas membranas podem

    apresentar as duas morfologias. Neste caso, necessrio estender a classificao,

    levando-se em considerao o tipo de transporte predominante e a caracterstica de

    sua seo transversal. (MULDER, 1996; HABERT et al., 2006)

    Membranas podem ser classificadas em isotrpicas e anisotrpicas de acordo com a

    variao de sua densidade ao longo de sua seo transversal. Em membranas

    anisotrpicas, a densidade varia ao longo da seo transversal. Membranas

    isotrpicas, por sua vez, apresentam uma densidade uniforme ao longo de sua

    seo transversal. (MULDER, 1996; HABERT et al., 2006; BAKER, 2004)

    A classificao das membranas densas anisotrpicas tambm deve distinguir o

    material que constitui suas diferentes regies na seo transversal (o filme

    superficial denso e a parte porosa). Caso ambas as camadas sejam constitudas do

    mesmo material, a membrana dita integral. Caso contrrio, a mesma

    considerada como uma membrana composta. (MULDER, 1996; HABERT et al.,

    2006; BAKER, 2004)

    As membranas sintticas comerciais so produzidas a partir de materiais orgnicos

    (em sua maioria polmeros) e inorgnicos (metais, cermicos, carbono e xidos

    metlicos). Dentre os polmeros mais utilizados, destacam-se o acetato de celulose,

    a polissulfona, o poli(ter sulfona), a poli(acrilonitrila), a poli(ter imida) e os

    poli(carbonatos) (MULDER, 1996, CHERYAN, 1998). Harbert et al. (2006) citam a

    utilizao de poli(lcool vinlico), poli(dimetil siloxano), poli(uretano), EPDM e EVA

  • 7

    para fabricao da pele densa de membranas compostas. De uma maneira geral,

    membranas produzidas a partir de materiais orgnicos apresentam menor custo de

    produo. Entretanto, apresentam menor vida til e no permitem limpezas to

    eficientes quanto s membranas inorgnicas (HARBERT et al., 2006; MULDER,

    1996; CHERYAN, 1998). As caractersticas de alguns polmeros usados na

    fabricao de membranas se encontram descritos a seguir.

    II.2.1 Principais polmeros usados na fabricao de membranas

    Segundo Wagner (2001), relativamente poucos materiais vm sendo utilizados na

    fabricao das membranas disponveis no mercado. As caractersticas de alguns

    desses materiais encontram-se descritos a seguir.

    Acetato de celulose

    O acetato de celulose um material clssico usado na fabricao de membranas.

    Membranas sintetizadas a partir desse material apresentam como vantagens

    (CHERYAN, 1998; WAGNER, 2001):

    a) possuem alta hidroflicidade, caracterstica muito importante na minimizao

    do fouling;

    b) podem ser fabricadas com uma ampla faixa de dimetro de poros, indo de

    osmose reversa microfiltrao, com fluxos razoavelmente altos;

    c) so relativamente fceis de serem fabricadas;

    d) apresentam baixo custo de fabricao.

    Dentre as desvantagens das membranas de acetato de celulose tem-se (CHERYAN,

    1998; WAGNER, 2001):

    a) a maior parte dos fabricantes recomenda a temperatura mxima de 30 oC, o

    que uma desvantagem do ponto de vista de fluxo, uma vez que maiores

    temperaturas levam a maiores difusividades, e de sanitizao da membrana,

    devido maior propenso ao crescimento bacteriano.

    b) membranas de acetato de celulose toleram um faixa estreita de pH. Embora

    pH de 2 a 8 possam ser utilizados, os fabricantes recomendam que seu uso

    seja feito preferencialmente na faixa de pH de 3 a 6. Essa estreita faixa de pH

  • 8

    por vezes um problema no desenvolvimento de processos de limpeza

    dessas membranas.

    c) membranas de acetato de celulose apresentam uma baixa resistncia ao

    cloro. Os fabricantes sugerem menos de 1 mg/L de cloro livre quando em

    exposio contnua e 50 mg/L em doses de choque.

    d) o material apresenta o fenmeno de compactao1 em extenso um pouco

    maior do que outros materiais.

    e) o acetato de celulose altamente propenso biodegradao.

    Polissulfona e Polietersulfona

    A polissulfona (PSF) e a polietersulfona (PES) so amplamente usadas na micro e

    ultrafiltrao, sendo ambas consideradas matrias primas inovadoras devido s

    seguintes caractersticas (CHERYAN, 1998; MULDER, 1996, WAGNER, 2001):

    a) tipicamente, podem ser usadas em temperaturas de at 75 oC;

    b) podem ser usadas em uma ampla faixa de pH, indo de 1 a 13;

    c) apresentam boa tolerncia ao cloro. A maior parte dos fabricantes permitem o

    uso de at 200 ppm de cloro em limpezas e 50 ppm em estocagens por curto

    perodo de tempo.

    d) membranas de polissulfona e polietersulfona so fabricadas em uma grande

    variedade de configuraes e mdulos

    e) membranas de PSF com uma grande variedade de tamanhos de poros (1 a

    20 nm), e peso molecular de corte - MWCO (1.000 a 500.000 Daltons) so

    hoje comercializadas.

    f) a PSF e a PES apresentam boa resistncia mecnica a hidrocarbonetos

    alifticos, hidrocarbonetos halogenados, alcois, e cidos. Entretanto, esses

    materiais no oferecem boa resistncia mecnica a hidrocarbonetos

    aromticos, cetonas, teres, e steres.

    As principais desvantagens desses materiais so: (a) tolerncia a presses de

    operao relativamente baixas (cerca de 7 bar para placas planas e 1,7 bar fibras

    ocas) e (b) hidrofobicidade alta, se comparada com polmeros hidroflicos como a

    1 Fenmeno de compactao: perda gradual das propriedades das membranas, especialmente de

    fluxo, quando sujeita a altas presses durante seu perodo de vida til. (CHERYAN, 1998)

  • 9

    celulose, que leva uma maior propenso ao fouling. (CHERYAN, 1998; MULDER,

    1996, WAGNER, 2001)

    Poliamida

    Membranas feitas com esse material so naturalmente hidroflicas, apresentando

    fluxos da mesma ordem de magnitude das membranas celulsicas. Essas

    membranas podem ser utilizadas em autoclave; entretanto, elas reagem fortemente

    com solutos como cidos nuclicos e protenas. (CHERYAN, 1998)

    Fluoreto de Polivinilideno (PVDF)

    O PVDF pode ser utilizado em autoclaves e sua resistncia qumica aos solventes

    mais comuns boa. A membrana a base de PVDF hidrofbica. Entretanto, alguns

    fabricantes modificaram a superfcie dessas membranas para melhorar sua

    molhabilidade. Esse material possui melhor resistncia ao cloro do que a PSF e a

    PES (CHERYAN, 1998). Segundo Wagner (2001), a dificuldade de se obter

    membranas com boas e consistentes caractersticas de separao restringe um

    pouco sua utilizao.

    Politetrafluoretileno (PTFE)

    O PTFE um material muito resistente a cidos fortes, bases e solventes e pode ser

    usado em uma ampla faixa de temperatura (-100 a 260 oC). Trata-se de um material

    extremamente hidrofbico, muito utilizado no tratamento de solues orgnicas,

    vapores e gases. Apenas membranas de microfiltrao de PTFE encontram-se

    disponveis no mercado. (CHERYAN, 1998)

    Polipropileno (PP)

    Membranas de polipropileno so amplamente comercializadas na forma de

    membranas de fibra oca. Essas membranas so hidrofbicas, relativamente inertes

    e resistentes a temperaturas relativamente altas. Entretanto, apresentam baixa

    resistncia ao cloro e so susceptveis aos leos. (CHERYAN, 1998)

  • 10

    Policarbonato (PC)

    Membranas polimricas convencionalmente fabricadas com policarbonato

    apresentam uma estrutura do tipo esponja, que tendem a apresentar uma ampla

    distribuio de tamanho de poros. A tcnica de track etching vem sendo utilizada

    para produzir membranas a base de policarbonato com baixa porosidade e uma

    estreita faixa de distribuio de tamanho de poros. Membranas a base de

    policarbonato so hidrofbicas. (CHERYAN, 1998; MULDER, 1996)

    II.3 A Tcnica de Separao por Membranas

    A tecnologia de membranas envolve a separao de substncias dissolvidas e/ou de

    partculas dispersas de seu solvente. O efluente a ser tratado forado a passar por

    uma membrana sinttica semipermevel, que retm as substncias a serem

    separadas em sua superfcie, atravs da aplicao de uma diferena de presso.

    Essa pode ser aplicada em substituio s tecnologias convencionais de tratamento,

    como pr-tratamento ou como polimento adicional dado ao efluente aps o

    tratamento convencional. (SUTHERSAN, 1999)

    Quanto menor o tamanho do poro, maior a resistncia transferncia de massa

    oferecida pela membrana, tornando maior a diferena de presso necessria para

    que a permeao ocorra. (MULDER, 1996)

    O desempenho, ou eficincia, de uma membrana determinado por dois

    parmetros: seletividade e fluxo, ou taxa de permeao, atravs da membrana.

    A seletividade de uma membrana em relao a uma mistura geralmente expressa

    atravs de um dos seguintes parmetros: reteno (R) ou fator de separao

    (Para misturas diludas, constitudas de um solvente (geralmente gua) e um

    soluto, mais conveniente expressar a seletividade em termos da reteno do

    soluto pela membrana. Nesse caso, o soluto parcialmente ou totalmente retido

    pela membrana, enquanto o solvente a atravessa livremente. A reteno (R), nesse

    caso, expressa atravs da seguinte equao:

    = = 1 (eq. 2.1)

  • 11

    Onde:

    - Cf a concentrao do soluto na alimentao;

    - Cp a concentrao do soluto no permeado.

    A seletividade da membrana em relao s misturas gasosas e s misturas de

    lquidos orgnicos normalmente expressa em termos do fator de separao .

    Para uma mistura constituda dos componentes A e B, o fator de separao dado

    pela seguinte equao: (MULDER, 1996)

    =

    (eq. 2.2)

    Onde:

    - yA e yB so concentraes de A e B no permeado;

    - xA e xB so concentraes desses componentes na alimentao.

    Segundo Mulder (1996), a seletividade deve ser escolhida de tal forma que seu

    valor seja sempre maior que 1 (um). Se A/B = nenhuma separao alcanada.

    O fluxo de permeado funo da presso aplicada e da permeabilidade da

    membrana. Existem, hoje, quatro processos de separao por membranas que

    utilizam a diferena de presso como fora motriz, que podem ser usados

    industrialmente para concentrar ou purificar solues diludas aquosas e no

    aquosas: osmose reversa, nanofiltrao, ultrafiltrao e microfiltrao (MULDER,

    1996; WAGNER, 2001). Os valores tpicos de presses aplicadas e de fluxos de

    permeados para esses processos so apresentados na Tabela II-1.

    Tabela II-1 Permeabilidades e presses aplicadas em processos de separao por

    membranas

    Processo Faixa de presso (bar)

    Permeabilidade (L.m2.h-1.bar-1)

    Microfiltrao 0.1 2.0 > 50 Ultrafiltrao 1.0 5.0 10 - 50 Nanofiltrao 5.0 20 1.4 - 12 Osmose Reversa 10 - 100 0.05 1.4 Fonte: Mulder, 1996

  • 12

    Na osmose reversa, a separao ocorre devido diferena de solubilidade e

    mobilidade dos diferentes solutos na membrana. Nesse processo so utilizadas

    membranas assimtricas ou de filme fino composto com dimetros de poros

    menores que 2 nm e presses operacionais entre 10 e 100 bar. Dentre os materiais

    utilizados na fabricao desse tipo de membrana encontram-se o triacetato de

    celulose, a poliamida aromtica, a poliamida e a poli (ter uria). Sais, ons

    metlicos e compostos orgnicos com baixo peso molecular so rejeitados. Suas

    principais utilizaes so: dessalinizao de guas salobras e guas marinhas;

    produo de gua ultra pura para uso industrial; concentrao de sucos de frutas e

    acares e concentrao de leite na indstria de laticnios. (MULDER, 1996;

    AWWARF, LdE & WRC, 1996; BAKER, 2004; WAGNER, 2001)

    Na nanofiltrao, assim como nas membranas de osmose reversa, a separao

    ocorre devido diferena de solubilidade e mobilidade dos diferentes solutos na

    membrana. Nesse processo, so utilizadas membranas com poros menores que

    2nm e presses operacionais entre 5 e 20 bar. O material mais comumente utilizado

    na fabricao dessas membranas a poliamida. As membranas de nanofiltrao

    permitem a passagem de ons monovalentes, como sdio e potssio, e impedem a

    passagem da maior parte dos ons bivalentes, como clcio e magnsio, e compostos

    orgnicos com peso molecular maior que 200. Suas principais utilizaes so a

    dessalinizao de guas salobras; a remoo de micro poluentes; a diminuio da

    dureza da gua; a remoo de corantes de efluentes na indstria txtil. (WORLD

    HEALTH ORGANIZATION, 2004; MULDER, 1996; AWWARF, LdE & WRC, 1996;

    BAKER, 2004, WAGNER, 2001).

    As membranas de micro e ultrafiltrao rejeitam solutos com tamanho molecular

    maior que o dimetro de seus poros. Essas membranas so classificadas em funo

    de seu dimetro de poro, mais especificamente, em funo de seu peso molecular

    de corte (MWCO molecular weigth cut off), o qual definido como o peso

    molecular para o qual ocorrem 90% de rejeio do soluto macromolecular pela

    membrana.

    A ultrafiltrao utiliza membranas assimtricas, com poros na camada de separao

    que variam entre 1 e 100 nm, e presses operacionais inferiores a 5 bar. Dentre os

    materiais utilizados na fabricao desse tipo de membrana encontram-se:

    polisulfona; polietersulfona; polisulfona sulfonada; fluoreto de polivinilideno;

    poliacrilonitrila; acetato de celulose; poliamidas alifticas; e polietercetonas. A

  • 13

    membrana usada na ultrafiltrao impede a passagem de compostos orgnicos com

    peso molecular maiores que 800 g/mol (100.000 D), como o caso de protenas,

    polissacardeos e vrus. Mono e disacardeos, sais, aminocidos, cidos orgnicos e

    inorgnicos, e o hidrxido de sdio passam livremente pela membrana. Essas

    membranas vm sendo utilizadas nas indstrias de laticnios; alimentcia;

    metalrgica, txtil; farmacutica; automotiva; e no tratamento de gua. (WORLD

    HEALTH ORGANIZATION, 2004; MULDER, 1996; AWWARF, LdE & WRC, 1996;

    BAKER, 2004, WAGNER, 2001).

    A microfiltrao vem sendo utilizada em diversas aplicaes industriais onde

    partculas com tamanhos maiores que 1 m precisam ser separadas de um lquido.

    A microfiltrao utiliza membranas porosas assimtricas, cujos poros variam entre

    0,1 e 10 m. Nela, presses operacionais de 1 a 2 bar so utilizadas. Praticamente

    todos os tipos de materiais podem ser utilizados na fabricao dessas membranas.

    Entretanto, materiais polimricos e cermicos so os mais comumente usados.

    Dentre as principais aplicaes dessas membranas encontram-se: esterilizao para

    indstria alimentcia e farmacutica; aplicaes analticas; produo de gua ultra

    pura para produo de semicondutores; clarificao para a indstria de bebidas; e o

    tratamento de gua (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2004; MULDER, 1996;

    AWWARF, LdE & WRC, 1996; BAKER, 2004, WAGNER, 2001).

    Fatores importantes a serem levados em considerao na escolha da tecnologia de

    separao por membranas para tratamento de efluentes incluem (SUTHERSAN,

    1999; WAGNER, 2001):

    caractersticas do afluente, incluindo constituintes, vazo e temperatura;

    possveis usos para o material recuperado;

    caractersticas desejadas para o efluente tratado;

    caractersticas do concentrado e as opes de disposio

    limitaes de espao.

    Um dos problemas associados utilizao de membranas o aumento da

    resistncia da membrana transferncia de massa, que acaba por levar

    diminuio do fluxo. A esse fenmeno d-se o nome de fouling. A diminuio do

    fluxo pode ocorrer devido reduo da porosidade da membrana devido

    entupimentos ou adsoro (fouling), ou devido ao fenmeno da polarizao da

    concentrao de soluto na superfcie da membrana e formao da camada de gel

  • 14

    (CHERYAN, 1998; MULDER, 1996; BAKER, 2004). O fenmeno do fouling de

    extrema importncia nos processos de separao por membranas, sendo ele um

    dos principais responsveis pelas paradas do sistema. Esse fenmeno ser

    discutido em detalhes mais adiante.

    Um dos grandes avanos na histria da tecnologia das membranas foi o

    desenvolvimento de membranas de filme fino composto. Essas membranas

    possuem uma estrutura assimtrica, e so formadas por duas camadas de materiais

    polimricos diferentes, sendo que uma fina camada densa suportada por uma

    subcamada porosa. As membranas de osmose reversa e nanofiltrao, que

    inicialmente eram sintetizadas com acetato de celulose, atravs do mtodo

    desenvolvido por Loeb-Sourirajan, so hoje, em grande parte, membranas de filme

    fino composto. (GEISE et al., 2010; MULDER, 1996)

    A grande vantagem das membranas de filme fino composto que cada camada

    pode ser melhorada de maneira independente, de forma a se aperfeioar o

    desempenho da membrana como um todo, com respeito seletividade, taxa de

    permeao, e estabilidade qumica e trmica. (GEISE et all., 2010; MULDER, 1996)

    Em geral, a membrana porosa utilizada como camada suporte nas membranas de

    filme fino composto obtida atravs do processo de inverso de fases, o qual se

    encontra descrito em detalhes mais adiante. Segundo Geise et all. (2010), os

    materiais mais utilizados na sntese da camada suporte so a polissulfona e a

    polietersulfona. De acordo com Baker (2004), essa camada suporte deve ser limpa;

    livre de defeitos; e finamente microporosa, de forma a impedir que a soluo

    polimrica a ser espalhada sobre ela penetre em seus poros.

    A camada seletiva pode ser composta de materiais como elastmeros, difceis de

    serem utilizados nos processos de inverso de fases. Quando esse o caso, vrias

    tcnicas podem ser utilizadas para aplicar a camada superficial: dip-coating,

    spray-coating, spin coating, polimerizao interfacial, polimerizao in-situ,

    polimerizao via plasma e grafting. (MULDER,1996; CHERYAN, 1998)

    Na tcnica de polimerizao interfacial a reao de polimerizao ocorre entre dois

    monmeros, ou um pr-polmero, altamente reativos na interface entre dois

    solventes imiscveis. A camada suporte, que normalmente uma membrana de

    ultrafiltrao, imersa em uma soluo aquosa contendo o monmero ou um pr-

    polmero, normalmente do tipo amina. O filme ento imerso em um segundo banho

    contendo um solvente imiscvel com a gua, no qual um segundo monmero reativo,

  • 15

    normalmente o cido clordrico, foi dissolvido. Estes dois monmeros reativos

    (amina e cido clordrico) reagem entre si formando uma camada polimrica

    superficial densa. Um tratamento trmico normalmente aplicado para completar as

    reaes interfaciais e para fazer a ligao cruzada (tambm chamada de

    crosslinking), entre os monmeros solveis em gua. Uma vantagem da tcnica de

    polimerizao interfacial a formao de uma camada extremamente fina, da ordem

    de 50 nm. (MULDER,1996)

    A tcnica de dip-coating bastante simples e muito utilizada na preparao de

    membranas de filme fino composto. As membranas produzidas atravs desse

    mtodo so usadas na osmose reversa, na separao de gases e na pervaporao.

    O mtodo consiste em imergir uma membrana assimtrica, geralmente uma

    membrana de ultrafiltrao, em uma soluo de recobrimento contendo o polmero,

    em uma baixa concentrao (geralmente inferior a 1%). Quando a membrana

    assimtrica removida do banho de recobrimento, uma camada de soluo adere a

    ela. O filme colocado em um forno, onde o solvente evapora e as ligaes

    cruzadas se formam, fixando a camada superficial estrutura porosa. As ligaes

    cruzadas so bastante importantes, uma vez que a camada de recobrimento no

    possui estabilidade qumica e mecnica. Em alguns casos, na ausncia dessas

    ligaes, a membrana no possui desempenho de separao adequado.

    (MULDER,1996; CHERYAN, 1998)

    Na polimerizao via plasma, uma camada densa bastante fina aplicada sobre

    uma estrutura porosa. Nessa tcnica, o plasma obtido atravs da ionizao de um

    gs atravs de uma descarga eltrica a uma frequncia de at 10 MHz. Atravs de

    colises dos reagentes com o gs ionizado, radicais livres so formados, reagindo

    uns com os outros. O produto resultante desse processo deposita na superfcie da

    membrana porosa quando seu peso molecular se torna muito alto. A estrutura do

    polmero resultante geralmente difcil de ser controlada e, em geral, apresenta um

    alto nmero de ligaes cruzadas. (MULDER,1996)

  • 16

    II.3.1 O fenmeno do fouling

    Mulder (1996) define o fouling como sendo a deposio irreversvel de partculas

    retidas, colides, emulses, suspenses, macromolculas, microorganismos, sais,

    etc., na superfcie da membrana ou dentro dela. Geise et al. (2010) citam o fouling

    como um importante obstculo a ser minimizado para que se tenha uma ampla

    utilizao da tecnologia de membranas na purificao de lquidos. Essas interaes

    podem causar uma diminuio rpida, e por vezes irreversvel, na permeabilidade da

    membrana.

    Os trs mecanismos principais de formao de fouling so: (1) constrio dos

    poros da membrana em funo da adsoro de espcies filtradas dentro dos poros;

    (2) bloqueio dos poros na superfcie da membrana; (3) formao de torta pelas

    espcies rejeitadas pela membrana em sua superfcie. (KATSOUFIDOU et al.,2008;

    GEISE et al., 2010)

    Praticamente todos os componentes de quaisquer efluentes so capazes de diminuir

    o fluxo de gua atravs da membrana, em graus variados, devido formao de

    fouling. Conforme mencionado anteriormente, a natureza e a extenso do fouling

    na membrana so influenciadas pela natureza fsico qumica da membrana e do(s)

    soluto(s). (CHERYAN, 1998; MULDER, 1996)

    Segundo Cheryan (1998) a rejeio da membrana tambm pode ser afetada pelo

    fouling. Se o acmulo de slidos na membrana for grande o suficiente, esse pode

    passar a atuar como uma barreira secundria e afetar as propriedades de

    peneiramento e transporte atravs da membrana.

    De uma maneira geral pode-se afirmar trs fatores podem afetar o fouling: as

    propriedades dos materiais usados na fabricao das membranas; as propriedades

    dos solutos; e os parmetros operacionais. Esses fatores podem interagir entre si

    fazendo surgir efeitos bem diferentes dos apresentados quando estudados

    individualmente.

    Propriedades das membranas

    Dentre as propriedades das membranas que afet