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Primeiro, a TPC demitiu sete trabalhadores. Depois, ameaçou mandar pra rua os restantes. O- ra, nem o Sindicato nem os tra- balhadores engolem imposição e arrogância de patrão. Fizemos a nossa parte: paramos a TPC por três horas e começamos a orga- nizar uma paralisação geral no Complexo. A empresa sentiu o nosso poder e recuou. É bom, pois agora voltaremos a sentar para discutir os vergonhosos sa- lários pagos pela empresa. O Sindicato quer resolver na base do diálogo. Esperamos que a TPC também. Entre os péssimos hábitos da Caraíba Metais está o de não pagar as devidas indeni- zações aos trabalhadores transferidos do regime de turno para o administrativo. É uma obrigação legal, que tem como objetivo compensar as perdas dos adicionais. Como o negócio da Caraíba é prejudicar o traba- lhador a qualquer cus- to, ela assume a pos- tura arrogante de dizer que não vai pagar e ponto final. Mas o Sin- dicato não aceita des- respeito aos direitos dos trabalhadores. Nossa postura é clara: ou a Caraíba dá fim a mais esse abuso, ou iremos resolver essa questão na Justiça. Os companheiros e com- panheiras da RDM/Vale do Rio Doce vivem dias de angústia. Ninguém sabe o que pode acontecer na em- presa. O acidente que viti- mou seis trabalhadores na última sexta-feira - quatro deles em estado grave - fez crescer as preocupa- ções no chão de fábrica. O descaso com a segurança é a marca principal da dire- ção da RDM/Vale do Rio Doce e isso não é novida- de para ninguém. O proble- ma, no entanto, é que os a- cidentes estão ocorrendo de maneira mais freqüente e com maior gravidade. A empresa, preocupada ape- nas em produzir a qualquer custo e aumentar o lucro dos seus acionistas, é um barril de pólvora. Os traba- lhadores da "fábrica de fazer viúvas" temem que uma tragédia possa acon- tecer a qualquer momento. Nº 113 05/02/07 Caraíba pisa na lei mais uma vez “Fábrica de fazer viúvas” RDM/Vale do Rio Doce RDM/Vale do Rio Doce é só insegurança! é só insegurança! Página 2 Página 3 TPC volta atrás Complexo Ford

“Fábrica de fazer viúvas” RDM/Vale do Rio Doce é ... · Vale do Rio Doce Não foram poucas as vezes em que denunciamos neste boletim a ne- ... cações em contracheque separado

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Primeiro, a TPC demitiu setetrabalhadores. Depois, ameaoumandar pra rua os restantes. O-ra, nem o Sindicato nem os tra-balhadores engolem imposio earrogncia de patro. Fizemos anossa parte: paramos a TPC portrs horas e comeamos a orga-nizar uma paralisao geral noComplexo. A empresa sentiu onosso poder e recuou. bom,pois agora voltaremos a sentarpara discutir os vergonhosos sa-lrios pagos pela empresa. OSindicato quer resolver na basedo dilogo. Esperamos que aTPC tambm.

Entre os pssimos hbitosda Caraba Metais est o deno pagar as devidas indeni-zaes aos trabalhadorestransferidos do regime deturno para o administrativo. uma obrigao legal,que tem como objetivocompensar as perdasdos adicionais. Comoo negcio da Caraba prejudicar o traba-lhador a qualquer cus-to, ela assume a pos-tura arrogante de dizerque no vai pagar eponto final. Mas o Sin-dicato no aceita des-respeito aos direitos

dos trabalhadores. Nossapostura clara: ou a Carabad fim a mais esse abuso, ouiremos resolver essa questona Justia.

Os companheiros e com-panheiras da RDM/Vale doRio Doce vivem dias deangstia. Ningum sabe oque pode acontecer na em-presa. O acidente que viti-mou seis trabalhadores naltima sexta-feira - quatrodeles em estado grave -fez crescer as preocupa-es no cho de fbrica. O

descaso com a segurana a marca principal da dire-o da RDM/Vale do RioDoce e isso no novida-de para ningum. O proble-ma, no entanto, que os a-cidentes esto ocorrendode maneira mais freqentee com maior gravidade. Aempresa, preocupada ape-nas em produzir a qualquer

custo e aumentar o lucrodos seus acionistas, umbarril de plvora. Os traba-lhadores da "fbrica defazer vivas" temem queuma tragdia possa acon-tecer a qualquer momento.

N 113

05/02/07

Caraba pisa nalei mais uma vez

Fbrica de fazer vivas

RDM/Vale do Rio DoceRDM/Vale do Rio Doce s insegurana! s insegurana!

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TPC voltaatrs

Complexo Ford

O Sindicato e os companheiros ecompanheiras obtiveram gran-de vitria contra a arrogncia,ao forar a TPC, empresa de logsticaque atua no Complexo Ford, a voltaratrs e readmitir sete trabalhadoresque haviam sido mandados para a ruainjustamente. O ponto culminante foiuma paralisao de trs horas, orienta-da pelo Sindicato, na ltima sexta-fei-

ra, em protesto a essas demisses.Prepotente, a TPC ameaou aumen-

tar o nmero de demisses, que vitimari-am todo o seu quadro de funcionrios.Como nem o Sindicato, nem os traba-lhadores aceitam imposio de patro,comeamos a organizar uma paralisa-o geral em todas as empresas doComplexo. Acuada pela dimenso danossa mobilizao, a TPC recuou, expli-

ca o diretor Jlio Bonfim.Certamente, a direo da TPC a-

prendeu que arrogncia e prepotnciano tm efeito contra os metalrgicos.Quando a mobilizao funciona, patronenhum pode impor suas vontades. ATPC paga salrios vergonhosos e issodeve mudar. Agendamos uma reuniopara o dia 13 e em breve teremos novi-dades.

2 N 113 - 05 DE FEVEREIRO DE 2007

Muitas empresasmeta lrg icasde Santo Antnio deJesus esto desres-peitando a nossaConveno Coletiva.So verdadeiras pi-ratas. Uma das prin-cipais, a Indamel,com cerca de 200funcionrios, umadas mais irregulares.Confira:

s Ela no paga o piso salarial

s No concede o reajuste da data-base

s No paga horas extrass No tem mapa de riscos Se recusa a pagar periculosidade

e insalubridadeO Sindicato recorreu DRT - aten-

dendo a uma solicitao dos traba-lhadores - e em breve promoveremosuma ao conjunta na maioria dasempresas do municpio para pr fim, deuma vez por todas, a essas irregulari-dades inaceitveis.

OSindicato dos Metalrgicosparticipou ativamente das man-ifestaes promovidas pela Unio da

Juventude Socialista (UJS) contra o

aumento das tarifas de nibus em

Camaari, feitas pela prefeitura sem

nenhum dilogo com a populao e o

movimento social. Uma atitude, no

mnimo, estranha, principalmente

para uma administrao petista. Pois

bem, o resultado dos protestos foi

satisfatrio. A prefeitura decidiu abrir

um canal de dilogo com as enti-

dades representativas da populao.

Acreditamos que essa medida deva

inibir novos atos aodados por parte

do poder municipal.

Este o momento das empresas faze-rem uma reviso na concesso dasbolsas de estudo. Ao todo, so 400 noComplexo Ford, fruto de um acordo feitocom o Sindicato em 2005. No decorrerdesse tempo, muitos trabalhadores dei-xaram de gozar a bolsa por motivos diver-sos. Consequentemente, o nmero debolsas caiu. Desde 2006 estamos nego-ciando com a Ford essa reviso que deve-

ria ter sido feita em janeiroEstamos aguardando. Por outro la-

do, algumas empresas comearam aresolver essa questo, enquanto outrasainda esto devendo uma atitude. Asoluo deve ser imediata. Estamos noincio do ano e muitos dos companhei-ros que prestaram vestibular e foram a-provados esto aptos a desfrutar deuma das 400 bolsas de estudo.

Valeu a pena protestar. O Sindicatoentrou na luta dos trabalhadores doComplexo Ford pedindo mais qualidadeno caf da manh e deu certo. Apsnegociao, a empresa se comprome-

teu a alterar o cardpio, tornando-o vari-ado e nutricionalmente adequado o maisrpido possvel. Em outras palavras,est decretado o fim da era do repetitivocaf com po dirio no Complexo.

Chega de tantasirregularidades!

preciso rever asbolsas de estudo

Indamel

Fizemos a TPC recuarFizemos a TPC recuarVitria

Caf na Ford

nibus emCamaari

ABritnia aprendeu a lio. Fo-ram trs derrotas consecu-tivas na Justia por ela tirar do

seus trabalhadores 20 minutos di-

rios da hora do almoo. Dessa for-

ma, ter que se adequar lei e, a-

lm de conceder o descanso de

uma hora, ser obrigada a pagar

todos os retroativos referentes a

FGTS, 13 etc. Foi uma grande

vitria! Agora, o Sindicato convoca

os funcionrios sindicalizados que

trabalharam na empresa a entrar

com uma ao coletiva e buscar o

ressarcimento das perdas provo-

cadas por ela. Vamos fazer a

Britnia andar na linha.

Lio naBritnia

N o h palavras para descrever aindignao que tomou conta dasociedade baiana aps o aciden-te ocorrido na RDM/Vale do Rio Doce naltima sexta-feira, quando seis trabalha-dores ficaram feridos em razo da ex-ploso do forno 8. O fato, lamentvel, foifartamente noticiado pela imprensa locale todos ficaram conhecendo os horroresque acontecem nas instalaes daempresa.

o segundo acidente de grandespropores ocorrido na empresa apenasem 2007. No sbado retrasado, o cole-ga Jackson Alves teve as duas mosqueimadas quando fazia a manutenode uma mquina de solda. O sentimen-to do Sindicato dos Metalrgicos, doscompanheiros e companheiras daRDM/Vale do Rio Doce e de toda a cate-goria, e de todas as pessoas de bemdesta terra, de que a empresa dogrupo Vale est brincando com a vida deseres humanos.

N 113 - 05 DE FEVEREIRO DE 2007 3

Tectenge

"Fbrica de fazer vivas"

Ao tomar conhecimento do aci-dente, ainda no final da tarde dasexta-feira, o Sindicato dos Meta-lrgicos acionou sua estrutura paratentar amenizar a dor dos feridos eseus familiares. Diretores do Sindi-cato se deslocaram imediatamente empresa e ao hospital So Rafael,onde as vtimas esto internadas, ese colocaram disposio para pres-

tar todo o apoio possvel.Todas as medidas legais cabveis

foram tomadas. Acionamos a DRT, oCesat e o Ministrio Pblico. Tam-bm trabalhamos para vencer aresistncia da RDM/Vale do RioDoce em estabelecer dilogo, assu-mir suas responsabilidades no aci-dente e oferecer auxlio s vtimas esuas famlias.

Fato lamentvel ocorreu com o tra-balhador Andr dos Santos, daTectenge, que foi vtima fatal da explo-so de um compressor, quando fazia amanuteno de um equipamento de ar-refrigerado na unidade da Telemar, nobairro do Cabula, em Salvador, logo noincio de 2007. Causou revolta entre oscompanheiros a negligncia da Tec-tenge: Andr no era mecnico e noestava habilitado a lidar com nitrognio.Foi uma morte absurda que poderia tersido evitada.

evidente o envolvimento da empre-sa no grave acidente, mesmo ela ale-gando que o trabalhador no usava osEPIs necessrios. Ao permitir que o ser-

vio fosse feito por uma pessoa tecnica-mente no preparada para tal, a Tec-tenge assumiu os riscos dos acidentesque poderiam ocorrer. O resultado dodescaso foi dramtico e a empresa serresponsabilizada pelo fato.

FamliaA dor maior, sabemos, sofreu a fa-

mlia de Andr, que ficou inconsolvelcom sua perda. O Sindicato d todo oapoio aos familiares e j tomou todasas medidas trabalhistas e judiciaispara que a morte de mais um traba-lhador inocente no seja em vo. J a-cionamos a DRT e o Ministrio Pbli-co do Trabalho.

Morte ocorre por descasoTecnosteel

Feridos na RDMFeridos na RDMVale do Rio DoceVale do Rio Doce

No foram poucas as vezes em quedenunciamos neste boletim a ne-gligncia da empresa em relao se-gurana e sade dos trabalhadores.Sempre alertamos que a obsesso daRDM/Vale do Rio Doce por aumentar olucro dos seus acionistas a qualquercusto poderia provocar uma tragdia.Infelizmente, o pior aconteceu.

OSindicato recebeu dos tra-balhadores da Tecnosteel u-ma lista de reclamaes. Asprincipais so:

s Horas extras e gratifi-caes em contracheque separado

s Banco de horass Alimentao ruims Contratao irregular de

temporrioss Pagamento das rescises

parcelados Sanitrios inadequadosO Sindicato est do lado dos

trabalhadores na defesa dosseus interesses e direitos. J en-caminhamos a pauta DRT.

Obsesso por lucros

Ao imediata

4 N 113 - 05 DE FEVEREIRO DE 2007

BOLETIM INFORMATIVO DA FEDERAO DOS METALRGICOS DO ESTADO DA BAHIA

Presidente: Aurino Pedreira; Jornalista Responsvel: Isaac Jorge (Mtb 1518 DRT-BA); Editorao Eletrnica: Eduardo Souza / Maria do Carmo; Impresso na Grficada Federao dos Metalrgicos da Bahia, [email protected]; Rua Incio Tosta, 15 - Nazar, (71)3243-1622 / STIM-Bahia (71)3243 1622 / STIM-Ca-maari (71)3622 2600 / STIM-Candeias (71)8133 2598 / STIM-Dias dvila (71)8133 2582/ STIM-Pojuca (71)3645 4985 / STIM-Simes Filho (71)3296 1750

Edio fechadaem 06/02/2007EXPEDIENTE

Acordo na MondialAcordo na MondialPR 2006

O Sindicato dos Metalr-gicos fechou, aps v-rios meses de negocia-o, o acordo da PR 2006 com aMondial. Em assemblias reali-zadas nos trs turnos, os funcio-nrios da empresa aprovaram ovalor correspondente ao piso dacategoria e ainda o desconto de2% da taxa assistencial.

Agora, arregaar as mangas ese preparar para os desafios de2007. A Mondial j foi informadapelo Sindicato sobre os pontos

principais da pauta: reduo da jor-nada de trabalho, sade do traba-lhador, plano de cargos e salriose calendrios de compensaes.

Temos certeza de que as mu-danas na direo da empresafacilitaro as negociaes, quedevem ser abertas e democrti-cas. Se depender do Sindicato,realmente sero. Mas bom lem-brar que os resultados serosempre melhores se os compa-nheiros e companheiras estive-rem mobilizados.