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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIENCIAS DA SAÚDE – FACS CURSO DE NUTRIÇÃO Fabrinne Gomes de Azevedo Marina de Almeida Melo Magalhães Michele Silva Ribeiro Tânia de Freitas Silva Avaliação dos cardápios do Programa de Alimentação Escolar em tempo integral do Município de Governador Valadares quanto à adequação nutricional e custo. Governador Valadares 2010

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE FACULDADE DE CIENCIAS DA SAÚDE – FACS

CURSO DE NUTRIÇÃO

Fabrinne Gomes de Azevedo

Marina de Almeida Melo Magalhães Michele Silva Ribeiro Tânia de Freitas Silva

Avaliação dos cardápios do Programa de Alimentação Escolar em tempo integral do Município de Governador Valadares quanto à adequação nutricional

e custo.

Governador Valadares

2010

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Fabrinne Gomes de Azevedo Marina de Almeida Melo Magalhães

Michele Silva Ribeiro Tânia de Freitas Silva

Avaliação dos cardápios do Programa de Alimentação Escolar em tempo integral do Município de Governador Valadares quanto à adequação nutricional

e custo.

Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau em Nutrição, apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Vale do Rio Doce. Orientador (a):

Giselle Menelli Spinassé da Silva

Governador Valadares

2010

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Dedicamos aos nossos pais pelo incentivo e apoio na

realização do trabalho e a Profª Enara Cristina pelo auxilio

incondicional a nós prestado.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, por ter dado perseverança para que não desanimássemos.

À nossa orientadora Profª Giselle Menelli pela paciência e dedicação.

Aos nossos familiares pela paciência e carinho.

A Secretaria Municipal de Educação, em especial ao Conselho de Alimentação

Escolar (CAE), por toda disponibilidade em nos prestar informações.

A todos que, de alguma forma contribuíram para que esse trabalho fosse possível.

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RESUMO

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mais conhecido como merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC) e visa à transferência, em caráter suplementar, de recursos financeiros aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as necessidades nutricionais dos alunos. O público-alvo do programa são os alunos matriculados em creches, pré-escolas, escolas do ensino fundamental, ensino médio das redes federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, incluindo os indígenas e as localizadas em áreas remanescentes de quilombos tendo como objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições. O presente estudo teve por objetivo avaliar os cardápios do Programa Alimentação Escolar, da escola em tempo integral, no Município de Governador Valadares. Para verificar a adequação nutricional foram utilizadas as médias do consumo de calorias (energia), carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais e comparadas aos valores preconizados pela Resolução nº38 do FNDE. Em relação ao custo, utilizou-se o valor licitado para cada gênero alimentício comparando com o repasse do governo federal. Como resultado obteve-se um valor médio de 890,12 calorias, 138,28g de carboidratos, 22,91 de proteínas, 29,32g de lipídeos. Em relação às vitaminas, conclui-se que a ingestão média de vitamina A foi de 972,1 μg e da vitamina C foi de 41,7μg. No que se refere aos minerais, o consumo de cálcio foi de 216,35mg, o de ferro 3,98mg, magnésio de 60,5mg e finalmente o zinco com 2,81mg de ingestão média. Sendo assim, apenas os lipídeos, vitamina A e vitamina C atingiram os valores recomendados pelo FNDE. Quanto ao custo, concluiu-se que o valor repassado pelo Governo Federal mostra-se insuficiente para a aquisição total dos gêneros alimentícios, contribuindo apenas com 18% do custo total dos cardápios da alimentação escolar.

Palavras-chave: Alimentação escolar, qualidade nutricional, custo.

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RESUMEM

El Programa Nacional de Alimentación Escolar (PNAE), más conocido como las comidas escolares, es administrado por el Instituto Nacional de Desarrollo Educativo del Ministerio de la Educación (ENDF / MEC) y tiene por objeto transferir, en recursos financieros adicionales a los estados, Districto Federal y municipios destinados a responder, en parte, las necesidades nutricionales de los estudiantes. El público objetivo del programa son los estudiantes matriculados en las guarderías, preescolares, escuelas primarias, las redes de la escuela secundaria federal, estatal, municipal y del Districto Federal, incluidas las poblaciones indígenas y situado en los restos de quilombos con el objetivo de contribuir al crecimiento y desarrollo biopsicosocial, el aprendizaje, rendimiento escolar y la formación de hábitos nutricionales de los estudiantes, a través de acciones de educación alimentaria y nutricional y el suministro de las comidas. Este estudio tuvo como objetivo evaluar los menús del Programa de Alimentación Escolar, la escuela a tiempo completo en la ciudad de Governador Valadares. Para comprobar la adecuación nutricional se utilizó el promedio de consumo de calorías (energía), carbohidratos, proteínas, lípidos, vitaminas y minerales en comparación con los valores establecidos por la Resolución N º 38 de ENDF. En cuanto a los costos, se utilizó el valor de la oferta para cada producto alimenticio en comparación a la transferencia del gobierno federal. Como resultado se obtuvo un promedio de 880,1 calorías, 138,38 g de hidratos de carbono, 23,15 g de proteínas, 29,32 g de lípidos. En relación a las vitaminas, se concluye que la ingesta promedio de vitamina A fue 972,1 mg y vitamina C fue 44,51 mg. Con respecto a los minerales, la ingesta de calcio fue 216.36 mg, 3.98 mg de hierro, magnesio 63,58 mg de zinco y finalmente con la ingestión de 2,81 mg de media. Así, los lípidos sólo, vitaminas A y C alcanzan los valores recomendados por la ENDF. En cuanto a los costos, se concluyó que el valor transferido por el Gobierno Federal parece ser insuficiente para completar la compra de los productos alimenticios, que aportan sólo el 18% del coste total de los menús de las comidas escolares.

Palabras-llave: Alimentación Escolar, cualidad, costo.

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 Avaliação da porcentagem de adequação de nutrientes............................23

Tabela 2 Quantidade em gramas, calorias e porcentagem de macronutrientes....24

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LISTA DE SIGLAS

AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Range (Alcance de

ANVISA – Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

Distribuição de

Macronutrientes Aceitável)

CAE – Conselho de Alimentação Escolar

CFN – Conselho Federal de Nutricionistas

CONSEA – Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional

EE – Entidade Executora

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

MDS – Ministério de Desenvolvimento Social

MEC – Ministério da Educação

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos

PEAE – Programa Estadual de Alimentação Escolar

PMAE – Programa Municipal de Alimentação Escolar

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

SBAN – Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição

SDA – Secretária de Defesa Agropecuária

SMED – Secretária Municipal de Educação

TACO – Tabela Brasileira de Composição de Alimentos

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 10

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 11

2.1 HISTÓRICO E OBJETIVOS DO PNAE.................................................... 11

2.2 FORMA DE GESTÃO............................................................................... 12

2.3 CONTROLE DE QUALIDADE.................................................................. 13

2.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS........................................................... 15

2.5 EDUCAÇÃO ALIMENTAR........................................................................ 16

2.6 CUSTO DOS CARDÁPIOS....................................................................... 18

2.7 RESPONSABILIDADE TÉCNICA.............................................................. 19

3 OBJETIVOS.................................................................................................. 21

3.1 OBJETIVOS GERAIS................................................................................. 21

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 21

4 METODOLOGIA............................................................................................ 22

4.1 CASUÍSTICA............................................................................................... 22

4.2AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E CUSTO DOS

CARDÁPIOS..................................................................................................... 22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 24

5.1 ADEQUAÇÃO DE MACRO E MICRONUTRIENTES.................................. 24

5.2 AVALIAÇÃO DO CUSTO DA MERENDA ESCOLAR OFERECIDAS PELAS

ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL DO MUNICIPIO......................................... 28

6 CONCLUSÃO................................................................................................. 31

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 32

8 ANEXOS......................................................................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

Visando a transferência, em caráter suplementar de recursos financeiros aos

estados, ao Distrito Federal e aos municípios destinados a suprir, parcialmente, as

necessidades nutricionais dos alunos, o Programa Nacional de Alimentação Escolar

(PNAE) é administrado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do

Ministério da Educação (FNDE/MEC) (Constituição Federal 1988).

Este programa pode ser administrado por uma gestão centralizada,

descentralizada, terceirizada ou mista.

Os alimentos adquiridos para a clientela do PNAE deverão ser previamente

submetidos ao controle de qualidade, sob responsabilidade das Entidades

Executoras (EE), na forma de Termo de Compromisso, sendo renovado a cada inicio

de mandato dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal.

A educação alimentar e nutricional também deve ter uma atenção especial

por estar “incluída no processo de ensino e aprendizagem, que perpassam pelo

currículo escolar, abordando o tema alimentação e nutrição e o desenvolvimento de

práticas saudáveis de vida, na perspectiva da segurança alimentar e nutricional”,

uma vez que visa estimular a formação de hábitos alimentares saudáveis em

crianças e adolescentes, através da conscientização deles e de seus familiares

sobre a importância de uma alimentação saudável para a garantia da saúde e a

melhoria da qualidade de vida.

Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados respeitando as

referências nutricionais, pautando – se na alimentação saudável e adequada. Sendo

assim, o nutricionista habilitado deverá assumir a responsabilidade técnica do

Programa, respeitando as diretrizes previstas na Lei n° 11.947/2009 e nas

legislações pertinentes, no que couber.

Tendo em vista que a alimentação adequada é essencial para a

aprendizagem, o crescimento e o desenvolvimento dos escolares, torna-se

importante avaliar a oferta de energia, macro e micronutrientes dos cardápios

oferecidos pela alimentação escolar na rede municipai de ensino.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO DO PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), mais conhecido como

merenda escolar, é gerenciado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC) e visa à transferência, em caráter

suplementar (Constituição Federal 1988), de recursos financeiros aos estados, ao

Distrito Federal e aos municípios com o objetivo de suprir, parcialmente, as

necessidades nutricionais dos alunos. Considerado um dos maiores programas na

área de alimentação escolar no mundo e é o único com atendimento universalizado.

(FNDE)

O programa tem sua origem no início da década de 40

Com mais de 50 anos de existência é hoje referência mundial na área da

alimentação escolar atendendo alunos matriculados na educação infantil e ensino

fundamental das escolas públicas e escolas filantrópicas do país, tendo por base a

perspectiva do direito humano à alimentação (FNDE, 2006).

, quando o então

Instituto de Nutrição defendia a proposta do Governo Federal oferecer alimentação

ao escolar. Entretanto, não foi possível concretizá-la, por indisponibilidade de

recursos financeiros. Mas foi em 1988, com a promulgação da nova Constituição

Federal, que o direito à alimentação escolar para todos os alunos do Ensino

Fundamental foi assegurado. (FNDE)

O público-alvo do programa são os alunos matriculados em creches, pré-

escolas, escolas do ensino fundamental, ensino médio das redes federal, estadual,

do Distrito Federal e municipal, incluindo os indígenas e as localizadas em áreas

remanescentes de quilombos (FNDE, 2009) tendo como objetivo contribuir para o

crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento

escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, por meio de

ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições (FNDE, 2009)

suprindo parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos, com vistas a

garantir a implantação da política de Segurança Alimentar e Nutricional (FNDE,

2003).

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2.2 FORMAS DE GESTÃO DO PNAE

Para se administrar os recursos do PNAE, o município possui formas distintas

para escolher, sendo elas: a forma centralizada, descentralizada, mista ou

terceirizada. (STOLARSKI, 2005)

Na gestão centralizada, a Entidade Executora efetua o planejamento dos

cardápios e a programação da aquisição, considerando a meta nutricional,

aceitabilidade dos alimentos e, principalmente, o recurso disponível. Este recurso

pode ser oriundo apenas do governo federal, ou pode apresentar complementação

estadual ou municipal, de acordo com cada situação. Na seqüência, é instaurado o

procedimento licitatório para aquisição de gêneros alimentícios nas modalidades de

pregão (presencial ou eletrônico), registro de preço, concorrência, tomada de preço

ou convite, atendendo às disposições da Lei nº 8.666/93 (STOLARSKI, 2005).

Quando a Entidade Executora transfere os recursos financeiros recebidos do

FNDE para as escolas, temos a forma escolarizada. As escolas, por sua vez, após

pesquisa de preço, efetuam as aquisições dos gêneros por aquisição direta ou, em

alguns casos, por licitação (STOLARSKI, 2005). Esse modelo proporciona uma

maior autonomia das escolas para definir, comprar e administrar a confecção dos

cardápios (MUNIZ & CARVALHO, 2007).

Em algumas administrações estaduais há uma combinação (gestão mista)

concomitante dos modelos centralizado e descentralizado, ou seja, ocorre aquisição

centralizada para gêneros não perecíveis e transferência de recursos para as

escolas, com vistas à aquisição de gêneros perecíveis (STOLARSKI, 2005).

E por fim no modelo de gestão terceirizada, o município realiza procedimento

licitatório com o objetivo de contratar empresa terceirizada. Após a homologação da

empresa ou empresas vencedoras, ocorrem a publicação do resultado, o empenho e

a contratação. A empresa contratada se responsabiliza pela aquisição dos gêneros,

pelo pessoal responsável pelo preparo da alimentação – em cozinha centralizada ou

na cozinha da própria escola – e pela distribuição da alimentação aos alunos. Em

alguns casos, responsabiliza-se pela aquisição de equipamentos e utensílios

(STOLARSKI, 2005).

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Dentre os modelos de gestão, estudos mostram que a descentralização do

PNAE pode vir a gerar problemas na qualidade, no controle e na supervisão da

alimentação (SPINELLI E CANESQUI, 2004).

2.3 CONTROLE DE QUALIDADE

O controle de qualidade dos produtos do Programa Nacional de Alimentação

Escolar deverá ser exercido em todos os níveis da execução, compreendendo

diversos critérios, dentre eles citamos as cinco primeiras diretrizes do documento do

FNDE intitulado “Diretrizes Operacionais para o Planejamento de Atividades do

Programa Nacional de Alimentação Escolar:

1. O controle de qualidade dos produtos será exercido em todas as fases do

processo, isto é, desde a produção até a distribuição às escolas. Em nível

nacional, será coordenado pelo FNDE; nos estados, pela coordenação do

Programa Estadual de Alimentação Escolar (PEAE); e nos municípios, pela

coordenação do Programa Municipal de Alimentação Escolar (PMAE).

2. As secretarias de Educação contarão com o apoio dos órgãos oficiais de

vigilância sanitária e de inspeção sanitária para assegurar o cumprimento

da legislação sanitária, atuando por meio de processo de integração entre

as secretarias de Educação, Saúde e agricultura.

3. As secretarias de Educação dos estados e municípios deverão manter

cadastro atualizado dos fornecedores de alimentos, identificando aqueles

inadimplentes que não tenham cumprido com as especificações técnicas e

obrigações estabelecidas no edital e no contrato de compras dos alimentos.

4. O FNDE fará avaliações periódicas, por amostragem, da qualidade dos

produtos fornecidos, em diferentes níveis de atuação, contando com o apoio

da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde

(ANVISA) e da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da

Agricultura (SDA).

5. A qualidade do produto será garantida pela empresa fornecedora,

conforme determina o Código de Defesa do Consumidor. O prazo de

validade, as informações nutricionais dos alimentos e a identificação do

fabricante ou fornecedor devem estar explícitas no rótulo, conforme a

legislação em vigor.

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O Art. 15 da Resolução 32/2006 complementa dizendo que os produtos

adquiridos para a clientela do PNAE deverão ser previamente submetidos ao

controle de qualidade, na forma de Termo de Compromisso, sendo renovado a cada

inicio de mandato dos gestores municipais, estaduais e do Distrito Federal, devendo

ser encaminhado ao FNDE, com cópia para a Secretaria de Saúde e ao CAE.

Direciona as Entidades Executoras o dever de adotarem medidas que garantam a

aquisição de alimentos de qualidade, com adequadas condições higiênicas e

sanitárias, bem como o transporte, estocagem e preparo/manuseio até o seu

consumo pelos alunos atendidos pelo Programa.

Com o objetivo de garantir a segurança e a qualidade da Alimentação Escola,

a prefeitura do município de Jundiaí - SP juntamente com a Secretaria Municipal de

Educação e Esportes desenvolveu o Sistema de Gestão da Qualidade da

Alimentação Escolar, buscando a padronização das ações na área de Alimentação

Escolar e eliminar as situações de risco, às quais os alimentos estão expostos

durante todo o processo de fornecimento da alimentação, envolvendo toda a equipe

escolar. Desde 2007 todas as Unidades Escolares estão sendo avaliadas por uma

empresa contratada, que está realizando análises microbiológicas dos alimentos,

utensílios e equipamentos. O resultado do Projeto foi a padronização de todas as

condutas adotadas nas Unidades Escolares com relação ao serviço de alimentação,

otimização do trabalho executado e das técnicas operacionais para o pré-preparo e

preparo dos alimentos, racionalização dos custos do programa e maior credibilidade

e confiabilidade do trabalho realizado pela Merenda Escolar (SMEE - Jundiaí).

Nesse mesmo intuito o município de Cajamar/SP também desenvolve um

eficiente controle de qualidade dos alimentos usados na produção da merenda

escolar. Para prevenir os riscos de intoxicações e de infecções alimentares, quatro

técnicas em nutrição se dividem e visitam, semanalmente, as cozinhas das escolas.

Elas verificam desde a temperatura em que os alimentos são produzidos e servidos

até seu modo de preparo, higiene e armazenamento (CONSEA, 2004).

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2.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS

Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados, de modo a

atender, em média, as necessidades nutricionais conforme da Resolução nº38

(FNDE, 2009). Nesse sentido deverá suprir:

• No mínimo 20% das necessidades nutricionais diárias dos alunos

matriculados na educação básica em período parcial, quando oferecida uma

refeição;

• Por refeição oferecida, no mínimo 30% das necessidades nutricionais diárias

dos alunos matriculados em escolas localizadas em comunidades indígenas e

localizadas em remanescentes de quilombos;

• Quando ofertada duas ou mais refeições, no mínimo 30% das necessidades

nutricionais diárias de alunos matriculados na educação básica, em período

parcial;

• Quando em período integral, no mínimo, 70% das necessidades nutricionais

diárias dos alunos matriculados na educação básica, incluindo as localizadas

em comunidades indígenas e em áreas remanescentes de quilombos.

Além de suprir as necessidades diárias recomendadas, os cardápios da

alimentação escolar deverão ser diferenciados para cada faixa etária dos

estudantes e para os alunos que necessitam de atenção especifica.

Ainda quanto às necessidades, recomenda-se que, em média, a alimentação

na escola tenha no máximo:

• 10% (dez por cento) da energia total proveniente de açúcar simples

adicionado;

• 15 a 30% (quinze a trinta por cento) da energia total proveniente de gorduras

totais;

• 10% (dez por cento) da energia total proveniente de gordura saturada;

• 1% (um por cento) da energia total proveniente de gordura trans;

• 1g (um grama) de sal.

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A oferta adequada de energia, macro e micronutrientes é de suma

importância para as crianças seja qual for o seu estado de saúde, uma vez que o

atuarão em favor do crescimento e desenvolvimento ideal da criança.

2.5 EDUCAÇÃO ALIMENTAR

A educação alimentar e nutricional está “incluída no processo de ensino e

aprendizagem, que perpassam pelo currículo escolar, abordando o tema

alimentação e nutrição e o desenvolvimento de práticas saudáveis de vida, na

perspectiva da segurança alimentar e nutricional” (CASA CIVIL, 2009).

A Portaria Interministerial nº1. 010 de 8 de maio de 2006, no artigo 3º, define

alguns eixos prioritários para a promoção da alimentação saudável nas escolas.

Sendo eles:

I - ações de educação alimentar e nutricional, considerando os hábitos

alimentares como expressão de manifestações culturais regionais e

nacionais;

II - estímulo à produção de hortas escolares para a realização de atividades

com os alunos e a utilização dos alimentos produzidos na alimentação

ofertada na escola;

III - estímulo à implantação de boas práticas de manipulação de alimentos

nos locais de produção e fornecimento de serviços de alimentação do

ambiente escolar;

IV - restrição ao comércio e à promoção comercial no ambiente escolar de

alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada, gordura

trans, açúcar livre e sal e incentivo ao consumo de frutas, legumes e

verduras; e

V - monitoramento da situação nutricional dos escolares.

Nessa mesma portaria, no artigo 5º, está descrito ações que devem ser

implantadas para alcançar uma alimentação saudável no ambiente escolar:

I - definir estratégias, em conjunto com a comunidade escolar, para

favorecer escolhas saudáveis;

II - sensibilizar e capacitar os profissionais envolvidos com alimentação na

escola para produzir e oferecer alimentos mais saudáveis;

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III - desenvolver estratégias de informação às famílias, enfatizando sua co-

responsabilidade e a importância de sua participação neste processo;

IV - conhecer, fomentar e criar condições para a adequação dos locais de

produção e fornecimento de refeições às boas práticas para serviços de

alimentação, considerando a importância do uso da água potável para

consumo;

V - restringir a oferta e a venda de alimentos com alto teor de gordura,

gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal e desenvolver opções de

alimentos e refeições saudáveis na escola;

VI - aumentar a oferta e promover o consumo de frutas, legumes e

verduras;

VII - estimular e auxiliar os serviços de alimentação da escola na divulgação

de opções saudáveis e no desenvolvimento de estratégias que possibilitem

essas escolhas;

VIII - divulgar a experiência da alimentação saudável para outras escolas,

trocando informações e vivências;

IX - desenvolver um programa contínuo de promoção de hábitos

alimentares saudáveis, considerando o monitoramento do estado nutricional

das crianças, com ênfase no desenvolvimento de ações de prevenção e

controle dos distúrbios nutricionais e educação nutricional; e

X - incorporar o tema alimentação saudável no projeto político pedagógico

da escola, perpassando todas as áreas de estudo e propiciando

experiências no cotidiano das atividades escolares.

Para COSTA e RIBEIRO (2001) o nutricionista, como profissional de saúde

que atua em todas as situações nas quais existam interações entre o homem e o

alimento, pode exercer sua função de promover a saúde na escola, através de

atividades assistenciais e educativas relacionadas ao desenvolvimento do PNAE,

integrando-se com os demais profissionais que atuam nesse espaço.

A Lei Estadual 18.372 assegura, no âmbito da educação alimentar e

nutricional, que o Estado orientará o desenvolvimento de programas nas escolas do

ensino básico das redes pública e privada do Estado, no intuito de estimular a

formação de hábitos alimentares saudáveis em crianças e adolescentes, através da

conscientização deles e de seus familiares sobre a importância de uma alimentação

saudável para a garantia da saúde e a melhoria da qualidade de vida, combatendo o

desperdício. Esta Lei veda também fornecimento e a comercialização de produtos e

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preparações com altos teores de calorias, gordura saturada, gordura trans, açúcar

livre e sal, ou com poucos nutrientes, visando à prevenção da obesidade infantil.

Para BIZZO e LEDER (2005), o ensino sobre nutrição é fundamental na

promoção de saúde, que deve ter lugar na escola, e, por isso, a educação nutricional

não pode deixar de compor, criticamente, um plano nacional oficial de ensino. Ainda

segundo BIZZO e LEDER (2005), o nutricionista tem uma preparação básica com

vista à prática pedagógica através da disciplina de graduação Educação Nutricional,

que capacita o profissional a atuar em todos os níveis do processo educativo.

As ações de Educação Alimentar e Nutricional tem por objetivo promover a

segurança alimentar e nutricional através de ações educativas que levem a práticas

alimentares mais adequadas, permitindo às pessoas selecionar e consumir

alimentos saudáveis e nutritivos, valorizando a diversidade dos produtos regionais e

as vantagens de se aproveitar os alimentos integralmente, reduzindo o desperdício.

No Brasil são exemplos desse programas o Cozinha Brasil, o PAA, os Restaurantes

Populares, o Banco de Alimentos, etc. (MDS, 2010).

Os programas de educação nutricional, criados em diversos países, visam

prevenir doenças crônicas, apontadas como principais causas de morte na vida

adulta. Esses programas beneficiam as crianças, por meio de orientação sobre

adequada ingestão energética e de micronutriente (BARANOWSKI et al, 2004 apud

DAVANÇO et al,2004).

Para a eficácia da educação alimentar “o profissional de saúde ao sugerir

qualquer intervenção na área alimentar deve ponderar os aspectos não só

econômicos, mas também os culturais envolvidos, principalmente quando a proposta

de intervenção envolve aspectos educativos” (RAMALHO e SAUNDERS, 2000).

2.6 CUSTO DO CARDÁPIO

Os recursos financeiros consignados no orçamento da União para execução

do PNAE serão repassados em parcelas aos Estados, ao Distrito Federal, aos

Municípios e às escolas federais pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação - FNDE, sem necessidade de convenio, ajuste, acordo, contrato ou

instrumento congênere. (FNDE, 2006; D.O.U, 2009; CASA CIVIL, 2009). As

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entidades executoras (EE) têm autonomia para administrar o dinheiro e compete a

elas a complementação financeira para a melhoria do cardápio escolar, conforme

estabelece a Constituição Federal. (FNDE).

A EE fica obrigada a utilizar, no mínimo, 70% (setenta por cento) dos recursos

financeiros destinados ao PNAE na aquisição de produtos básicos, ou seja, semi-

elaborados e in natura (FNDE, 2003; FNDE, 2006).

De acordo com a Resolução/FNDE/CD nº 38 de 16 de Julho de 2009, do total

dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no mínimo 30% deverá ser

utilizado na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da Agricultura Familiar e

do Empreendedor Familiar Rural ou suas organizações, priorizando os

assentamentos da Reforma Agrária, as comunidades tradicionais indígenas e

comunidades quilombolas.

A Resolução/CD/FNDE N º 67, de 28 de dezembro de 2009, publica os novos

valores per captas reajustados, a serem repassado pelo FNDE:

a) R$ 0,30 (trinta centavos de real) para os alunos matriculados na pré- escola,

ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos (EJA);

b) R$ 0,60 (sessenta centavos de real) para os alunos matriculados em creches;

c) R$ 0,60 (sessenta centavos de real) para os alunos matriculados em escolas de

educação básica localizadas em áreas indígenas e em áreas remanescentes de

quilombos;

d) R$ 0,90 (noventa centavos de real) para os alunos participantes do Programa

Mais Educação.

2.7 RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Conforme a Resolução/FNDE/CD nº 38 de 16 de Julho de 2009, a

coordenação das ações de alimentação escolar, sob a responsabilidade dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, será realizada pelo nutricionista

habilitado, que deverá assumir a responsabilidade técnica do Programa, respeitando

as diretrizes previstas na Lei n° 11.947/2009 e nas legislações pertinentes, no que

couber.

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Compete ao nutricionista responsável-técnico pelo Programa, e aos demais

nutricionistas lotados no setor de alimentação escolar, coordenar o diagnóstico e o

monitoramento do estado nutricional dos estudantes, planejar o cardápio da

alimentação escolar, o perfil epidemiológico da população atendida e a vocação

agrícola da região, acompanhando desde a aquisição dos gêneros alimentícios até a

produção e distribuição da alimentação, bem como propor e realizar ações de

educação alimentar e nutricional nas escolas (FNDE, 2009).

Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados pelo

nutricionista responsável, com utilização de gêneros alimentícios básicos,

respeitando-se as referências nutricionais, os hábitos alimentares, a cultura

alimentar da localidade, pautando-se na sustentabilidade e diversificação agrícola da

região e na alimentação saudável e adequada (CASA CIVIL, 2009).

Para o cumprimento das atribuições previstas, a Entidade Executora e o

nutricionista-responsável técnico pelo Programa deverão respeitar a Resolução CFN

nº 358/2005, e suas substituições, que dispõe sobre as atribuições do nutricionista

no âmbito do Programa de Alimentação Escolar.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

• Avaliar os cardápios do Programa Alimentação Escolar, da escola em tempo

integral, no Município de Governador Valadares.

3.2 Específicos

• Avaliar a adequação dos cardápios oferecidos nas unidades escolares em

relação a recomendação de macro e micronutrientes propostas pela Resolução nº

38 de julho de 2009;

• Avaliar e comparar o custo da alimentação escolar em relação ao valor do

recurso financeiro repassado pelo PNAE e a contra partida do município.

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4 METODOLOGIA

4.1 CASUÍSTICA

Para realização deste trabalho contamos com o auxílio da Secretaria

Municipal de Educação (SMED), que nos forneceu os cardápios elaborados pela

nutricionista responsável, bem como a relação dos valores pagos aos fornecedores

por cada gênero alimentício.

4.2 AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E CUSTO DOS CARDÁPIOS

A Secretaria Municipal de Educação (SMED), sob coordenação de um

profissional nutricionista, planeja os cardápios (ANEXO I) para a alimentação escolar

de todos os indivíduos matriculados na rede pública municipal em tempo integral de

Governador Valadares, na qual recebem quatro refeições: café da manhã, colação,

almoço e jantar, que devem suprir 70% das necessidades nutricionais diárias da

criança.

Para o cálculo da adequação nutricional, foram utilizadas as médias do

consumo de calorias (energia), carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e

minerais recomendadas pelo PNAE. Todos os cardápios foram desmembrados em

ingredientes e, a partir dos per-capitas crus (quantidade em gramas), foram

avaliados o teor de calorias e dos demais componentes nutricionais. Os dados foram

calculados com base na TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DOS

ALIMENTOS (TACO) da UNICAMP, e os valores médios encontrados foram

comparados aos valores recomendados pelo FNDE (2009).

Com o intuito de verificar se os valores médios de energia, macro e

micronutrientes dos cardápios ofertados apresentam diferença estatística em relação

aos valores recomendados, realizou-se o Teste t-student. Esse teste tem por

objetivo testar a igualdade entre duas médias.

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A compra dos gêneros alimentícios para as escolas municipais é realizada de

forma centralizada, isto é, a Secretaria Municipal de Educação – SMED compra os

gêneros alimentícios e distribui às escolas de acordo com o número de alunos em

cada unidade escolar e o cardápio a ser executado. A avaliação baseou-se no valor

licitado para cada gênero alimentício. Não foi incluído neste custo o gasto com

pessoal, gás, água, luz, utensílios e manutenção do serviço.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 ADEQUAÇÃO DE MACRO E MICRO NUTRIENTES

Os valores recomendados para energia, macro e micronutrientes, assim como

aqueles oferecidos pelos cardápios calculados a partir dos per captas crus, e a

porcentagem de adequação estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 Valores de referência preconizados pela RESOLUÇÃO/CD/FNDE nº38 de julho de 2009, oferta média e porcentagem de adequação dos cardápios quanto à recomendação de energia, macro e micronutrientes.

Nutrientes Recomendação média Oferta média % Adequação

Energia Kcal 1000 *890,12±86,63 89,01 Carboidratos g 162,5 *138,28±17,79 85,09 Proteínas g 31,2 *22,91±2,25 73,43 Lipídeos g 25 29,32±2,9 117,28 Vitamina A (μg) 350 972,61±241,02 277,89 Vitamina C(μg) 26 41,7±15,04 160,38 Cálcio (mg) 735 *216,35±22,33 29,43 Ferro (mg) 6,3 *3,98±,086 63,17 Magnésio (mg) 131 *60,5±23,07 46,18

Zinco (mg) 4,7 *2,81±,6 59,78 Fontes: As autoras. *Valores de consumo médio estatisticamente diferentes dos valores de recomendação para suprir 70% das necessidades nutricionais diárias.

No presente estudo constatou-se uma adequação média de 89,01% de

calorias (Tabela 1) em relação ao recomendado pelo FNDE (2009). Resultado

semelhante foi encontrado por CONRADO e NOVELLO (2007) e por

MASCARENHAS e SANTOS (2006) quando em suas pesquisas encontraram um

valor de adequação calórica de 85,43% e 65%, respectivamente.

No que se refere aos carboidratos, verificou-se uma adequação de 85,09%

em comparação com o valor estabelecido pela FNDE (2009). Os valores de

carboidratos fornecidos pelos per captas crus representaram 60,81% do VCT (valor

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calórico total), adequando-se à Alcance de

Distribuição de Macronutrientes Aceitável

(AMDR) (Tabela 2).

Tabela 2 Quantidade em gramas, calorias e porcentagem de macronutrientes Gramas (g) Calorias (Kcal) Porcentagem (%) do VCT AMDR Carboidrato 138,28 553,12 60,81 45 a 65 Proteína 22,91 92,64 10,19 10 a 35 Lipídeo 29,32 263,88 29,00 20 a 35 Fonte: As autoras.

RIVERA e SOUZA (2006) encontraram que a quantidade de carboidratos

consumida por escolares de uma comunidade rural mostrou-se insuficiente em

relação ao preconizado pela Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição

(SBAN). CARVAJAL et al (2009), no entanto, ao avaliar o consumo de carboidratos

em escolares de 1º a 4º série, verificaram uma ingestão média de 47,46g

carboidratos, representando 98,66% do estabelecido pelo PNAE, estando

estaticamente adequado.

Cereais (arroz, milho, trigo, aveia, pães, massas) e tubérculos fornecem

fibras importantes para o funcionamento do intestino e são excelentes fontes de

energia, por isso devem predominar na alimentação infantil, fase que estão em

crescimento.

Em relação à proteína verificou-se uma adequação de 73,43% (Tabela 1) em

relação ao preconizado pelo FNDE (2009). Sendo que esta contribui com 10,19%

(Tabela 2) do VET ofertado, encontra-se dentro dos limites referenciados pela

AMDR. MAZZILLI (1987) apresenta adequações semelhantes para proteína,

verificando uma adequação média de 35% a 44% nas refeições servidas pelo Centro

de Educação e Alimentação do Pré-escolar (CEAPE). Entretanto, CONRADO e

NOVELLO (2007), ao fazer a análise nutricional da merenda escolar dos alunos da

rede municipal de Inácio Martins/PA, concluíram que as proteínas encontravam-se

com adequação média de 110%. A proteína é fundamental para o crescimento e

cicatrização dos tecidos e fonte de ferro (importante para evitar anemia).

Quanto à quantidade de lipídeos consumida pelas crianças, observa-se uma

adequação de 117,28% (Tabela 1) em relação ao preconizado pelo FNDE (2009),

representando cerca de 26,8% do total de kcal da dieta (Tabela 2), estando assim,

dentro da faixa de aceitação da AMDR. FLÁVIO et al (2004) também reforçam esse

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resultado quando verificam adequação na quantidade de lipídeos na alimentação de

alunos da rede estadual de Lavras/MG.

Entretanto, os valores encontrados nesta pesquisa mostram-se divergentes

daqueles encontrados CARVAJAL et al quando verificaram uma adequação de

42,58% de lipídeos em escola municipal de 1ª a 4ª série de Maringá/PR. Porém,

observando os cardápios (Anexo 1) podemos observar que não possui frituras e isso

é um fator benéfico, pois não contém carnes gordurosas e possui baixa quantidade

de alimentos ricos em gordura vegetal hidrogenada.

O consumo adequado de lipídeos previne o aparecimento de hipovitaminoses

prevenindo a deficiência de vitaminas lipossolúveis, sendo também responsável pelo

controle da temperatura corporal, entre outros (OLIVEIRA E MENDES, 2008).

Seguindo a mesma perspectiva, a vitamina A aparece com uma adequação

de 277,89% sobre o esperado (Tabela 1). Resultados semelhantes foram revelados

por SILVA (1998), que constatou uma adequação média de 133,8% de Vitamina A

para as crianças da faixa etária de até 10 anos. Entretanto, em 1995, SILVA, em um

de seus estudos em Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS), verificou um

percentual médio de 50% de adequação para as crianças de 7 a 9 anos. Esse

mesmo percentual de 50% foi achado também por ALBUQUERQUE e MONTEIRO

(2002), quando avaliaram a ingestão alimentar média no final da infância em escolas

públicas da rede municipal de Maceió-AL.

No que se refere à vitamina C observamos uma adequação de 160,38%

(Tabela 1), sendo este resultado também coerente aos achados de SILVA (1998 e

1995), porém, controverso ao encontrado por OLIVEIRA e MENDES (2008) e por

CONRADO e NOVELLO (2006), que verificaram, respectivamente, apenas 34,2% e

14% de adequação de vitamina C. Tais divergências podem ser explicadas pelo fato

de que com o passar dos anos, os responsáveis pelo planejamento dos cardápios

ficaram mais atentos à necessidade de um maior consumo de frutas e hortaliças,

fontes de vitamina C. Outro fator que deve ser levado em conta para a adequação

da vitamina C é o fato dela ser considerada elemento essencial para o

aproveitamento do ferro alimentar (SILVA, 1998).

O consumo médio dos minerais cálcio e zinco foi de 216,35mg e 2,81mg

respectivamente, sendo que os valores médios recomendados são de 735mg/dia

para cálcio e 4,7mg/dia para Zinco (Tabela 1).

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Quanto ao cálcio, seu consumo foi abaixo do recomendado, alcançando

29,43% de adequação (Tabela 1). Uma vez que o aporte deste mineral seja

inadequado, respostas negativas podem incidir no desenvolvimento de crianças,

principalmente no período do estirão de crescimento, que virá ocorrer

posteriormente, na adolescência. Assim, é importante garantir uma ingestão mínima

de cálcio para o completo crescimento e maturação dos ossos (LERNER, 2000).

No que se refere ao zinco seu consumo foi de 59,78% (Tabela 1), estando seu

valor significativamente abaixo do recomendado. A deficiência desse mineral afeta o

metabolismo do hormônio do crescimento, podendo ser um fator limitante no

mecanismo de regulação do crescimento (SILVA, 2006).

FLÁVIO et al (2004) reforçam nosso resultado quanto ao cálcio, encontrando

apenas 58,3% de adequação para esse mineral. Entretanto, estes mesmos

pesquisadores verificaram valores divergentes para o zinco, 116,1% de adequação.

A baixa ingestão desse nutriente pode ser explicada pela deficiência no

consumo de alimentos fonte de zinco nas escolas, pois são alimentos de alto custo e

o valor repassado para a merenda escolar é insuficiente para adquiri-los. Espera-se

que a criança esteja recebendo o restante do aporte deste nutriente em casa, já que

a escola em tempo integral oferece apenas 70% das necessidades nutricionais

diárias.

A análise do cardápio escolar demonstrou uma adequação de 63,17% de

ferro (Tabela 1), quando comparado ao recomendado pelo PNAE. CASTRO et al

(2005) também encontraram uma inadequação na quantidade de ferro da dieta de

crianças assistidas em creches municipais da cidade de Viçosa-MG.

Em oposição aos achados desta pesquisa, ALBURQUEQUE E MONTEIRO

(2002) constataram uma ingestão de 105% de ferro quando compararam ao

preconizado pela RDA. Extrapolando as recomendações do PNAE, CARVAJAL et al

(2009) também observaram 297,70% de adequação.

A deficiência de ferro pode causar anemia, levando a diminuição das células

e demais compostos dependentes do ferro, como a hemoglobina e o hematócrito

(IRALA e FERNANDEZ, 2001).

Quanto ao magnésio, foi encontrado 46,18% de adequação (Tabela 1), abaixo

do recomendado pela FNDE (2009). Tal resultado é corroborado por FLÁVIO et al

(2004), que também observaram valor abaixo do recomendado para a ingestão de

magnésio (44,2%).

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O magnésio desempenha papel ativador de sistemas enzimáticos que

controlam o metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e eletrólitos; influencia

a integridade e o transporte da membrana celular; media as contrações musculares

e transmissões de impulsos nervosos (CASTILHO).

Abaixo, o Gráfico 1 mostra visualmente os resultados supra citados.

Gráfico 1: Avaliação da adequação de macro e micronutrientes.

5.2 AVALIAÇÃO DO CUSTO DA MERENDA ESCOLAR OFERECIDAS PELAS

ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL DO MUNICIPIO

Os custos das refeições foram calculados baseados no per capita utilizado

pelas escolas e no valor licitado de cada gênero alimentício pela Secretaria

Municipal de Educação - SMED. Posteriormente estes valores foram comparados

com os recursos enviados pelo Governo Federal/FNDE (Gráfico 2). Foram

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analisados os dois cardápios 1ª e 3ª semanas e 2ª e 4ª semanas, totalizando 10

cardápios distintos.

Os recursos enviados pelo FNDE para escola em tempo integral deveriam ser

de R$0,90 (noventa centavos) para pelo menos 15% das escolas, já que essa

modalidade de educação deveria ser introduzida aos poucos para verificar a

adequação do município, entretanto, a cidade de Governador Valadares decidiu pôr

em prática essa inovação no ano de 2010 todas as escolas municipais, mesmo

sabendo que teria que arcar com todos os custos adicionais.

GRÁFICO 2- Avaliação do custo das refeições oferecidas pelas escolas municipais

de Governador Valadares em relação aos recursos federais.

Fonte: As autoras.

O gráfico acima demonstra que o custo diário com a alimentação das crianças

de 6 a 10 anos que freqüentam as escolas em tempo integral do município, é de

R$1,66 (um real e sessenta e seis centavos).

Os recursos enviados pelo FNDE, que de fato o município recebe, são de

R$0,30 (trinta centavos) por criança/ dia. Este resultado nos revela que o Governo

Federal tem contribuído com 18% do custo total da alimentação/dia dos pré-

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escolares. O município complementa com o percentual de 82%, ou seja, R$1,36(um

real e trinta e seis centavos), por aluno/dia.

MASCARENHAS E SANTOS (2006) ao avaliarem o custo da alimentação

escolar da rede municipal de Conceição do Jacuípe/BA, verificaram que o custo

médio das refeições era de R$0,23/aluno/dia, sendo esse valor 77% maior do que o

valor repassado pelo Governo Federal, que na época era de R$0,13.

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6 CONCLUSÃO

Verifica-se ao final do presente estudo que os cardápios oferecidos para a

alimentação escolar, quando calculados através dos per captas crus, não atinge

totalmente as metas propostas pela PNAE, quanto ao conteúdo calórico, glicídico,

protéico e mineral (ferro, cálcio, zinco e magnésio). Porém, se fossem analisados os

alimentos cozidos e os nutrientes calculados a partir do porcionado aos alunos,

provavelmente encontraríamos outros valores de adequação, possivelmente mais

próximos aos valores preconizados pelo PNAE.

Por outro lado, os valores de lipídeos, vitamina A e vitamina C excederam ao

valor esperado. A grande quantidade de vitamina A e de vitamina C é um achado

favorável, pois estas são vitaminas essenciais para a resposta imunológica e a

proteção antioxidante, respectivamente, entre outros papéis no organismo.

Os valores liberados pelo Governo Federal para a merenda escolar

apresentaram-se insuficientes para as refeições das crianças, mesmo se

considerarmos os valores que deveriam ser repassados para as escolas em tempo

integral de R$0,90 (noventa centavos). Mesmo com a complementação por parte do

município fica difícil suprir todas as demandas alimentares.

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALBUQUERQUE, M. F. M; MONTEIRO, A. M. Food intake and nutritional

adequacy in final phase of childhood. Rev. Nutr., Campinas, 15(3):291-299, set./dez., 2002.

2. BIZZO, M.L.G; LEDER, L. Educação nutricional nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental. Rev. Nutr., Campinas, 18(5):661-667, set./out., 2005.

3. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/>. Acesso em: 24 de abril de 2009.

4. BRASIL. PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 1.010, DE 8 DE MAIO DE 2006. Institui as diretrizes para a Promoção da Alimentação Saudável nas Escolas de educação infantil, fundamental e nível médio das redes públicas e privadas, em âmbito nacional.

5. CARVAJAL, A. E. S. S. et al. Avaliação da merenda de uma escola municipal de 1ª a 4ª série de Maringá – PR. VI EPCC Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, 2009.

6. CASA CIVIL. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 455, DE 28 DE JANEIRO DE 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica, altera a Lei no 10.880, de 9 de junho de 2004, e dá outras providências.

7. CASTILHO, A. C.; MAGNONI, D.; CUKIER, D. Cálcio e Magnésio. Disponível em: < http://www.portalnutrilite.com.br/pdf/Calcio_e_Magnesio_IMEN.pdf > Acesso em: 22 out. 2010.

8. CONRADO S. NOVELLO, D. Aceitação e Análise Nutricional de Merenda Escolar por Alunos da Rede Municipal de Ensino do Município de Inácio Martins/PR. Revista Eletrônica Lato Sensu – Ano 2, nº1, julho de 2007.

9. CONSELHO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - CONSEA, 2004. Controle de qualidade garante alimentação saudável. Disponível em:

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<www.planalto.gov.br/consea/exec/noticias_antigas.cfm?cod=785&ano=2004> Acesso em: 09 de julho de 2010.

10. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). RESOLUÇÃO CFN N° 380/2005. Dispõe Sobre: A definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições, estabelece parâmetros numéricos de referência, por área de atuação, e dá outras providências.

11. CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS (CFN). RESOLUÇÃO CFN Nº 358/2005. Dispõe sobre as atribuições do Nutricionista no âmbito do Programa de Alimentação Escolar (PAE) e dá outras providências.

12. COSTA, E.Q.; RIBEIRO, V.M.B.; RIBEIRO, E.C.O. Programa de alimentação escolar: espaço de aprendizagem e produção de conhecimento. Rev. Nutr., Campinas, 14(3): 225:229, set./dez., 2001.

13. D.O.U. LEI No- 11.947, DE 16 DE JUNHO DE 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências.

14. DAVANÇO G.M.; TADEEI, J.A.A.C; GAGLIANONE, C.P. Conhecimentos, atitudes e práticas de professores de ciclo básico, expostos e não expostos a Curso de Educação Nutricional. Rev. Nutr., Campinas, 17(2):177-184, abr./jun., 2004.

15. FLÁVIO, E. F. et al. Avaliação química e aceitação da merenda escolar de uma escola estadual de Lavras - MG. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 28, n. 4, p. 840-847, jul./ago., 2004.

16. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE).

Alimentação Escolar. Disponível em: <www.fnde.gov.br> Acesso em: 02 de julho de 2010.

17. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). Diretrizes Operacionais para o Planejamento de Atividades do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) Programação e Controle de Qualidade. Brasília, 7 de outubro de 2004.

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18. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). RESOLUÇÃO Nº 32 DE 10 DE AGOSTO DE 2006. Estabelecer as normas para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar -PNAE. Brasília, 2006. 32p.

19. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). RESOLUÇÃO/CD/FNDE Nº 38, DE 16 DE JULHO DE 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos alunos da educação básica no Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE.

20. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). RESOLUÇÃO/CD/FNDE N º 67, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009. Altera o valor per capita para oferta da alimentação escolar do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE.

21. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE). RESOLUÇÃO/FNDE/CD/No 035 DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. Estabelecer critérios para o repasse de recursos financeiros, à conta do PNAE, previstos na Medida Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001.

22. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE): Coordenação Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Relatório do Grupo de Trabalho: Aplicabilidade do teste de aceitabilidade nos alimentos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar. Brasília, 14 de julho de 2009.

23. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO (FNDE): RESOLUÇÃO/FNDE/CD/No 045 DE 31 DE OUTUBRO DE 2003. Estabelecer critérios para o repasse de recursos financeiros, à conta do PNAE, previstos na Medida Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, para o atendimento dos alunos da educação infantil e ensino fundamental matriculados em escolas de educação indígena.

24. IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para Escolas: A Escola promovendo hábitos alimentares saudáveis. Universidade de Brasília, Brasília, 2001.

25. LERNER, B. R.; LEI, D. L. M.; CHAVES, S. P.; FREIRE, R. D. O cálcio consumido por adolescentes de escolas públicas de Osasco, São Paulo. Rev. Nutr. 2000, vol.13, n.1, pp. 57-63.

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26. MASCARENHAS, J.M;O.; SANTOS, J.C. Avaliação da composição nutricional dos cardápios e custos da alimentação escolar Da rede municipal de conceição do Jacuípe/BA. Sitientibus, Feira de Santana, n.35, p.75-90, jul./dez. 2006.

27. MAZZILI, R.N. Valor nutricional da merenda e sua contribuição para as recomendações nutricionais do pré-escolar, matriculado em CEAPE. Rev. Saúde Púb, São Paulo, v.21, n.3, p.246-254, 1987.

28. MINAS GERAIS. Lei Estadual nº18. 372 de 04 de setembro de 2009. Dispõe sobre a promoção da educação alimentar e nutricional nas escolas públicas e privadas do sistema estadual de ensino.

29. MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL – MDS. Guia de Políticas e Programas do Ministério Do Desenvolvimento Social e Combate à fome. Disponível em: < www.mds.gov.br/portalfederativo >. Acesso em 14 de julho de 2010.

30. MUNIZ, V.M; CARVALHO, A.T. O Programa Nacional de Alimentação Escolar em município do estado da Paraíba: um estudo sob o olhar dos beneficiários do Programa. Rev. Nutr., Campinas, 20(3):285-296, maio/jun., 2007

31. OLIVEIRA, J. F.; MENDES, R. C. D. Avaliação da qualidade nutricional do cardápio do centro de Educação infantil (CEI) do município de Douradina – MS. Interbio v.2 n.1 2008.

32. Programa de Educação Nutricional. Disponivel em: www.bancodealimentos.org.br

Acesso em: 26 nov 2010.

33. RAMALHO, A; R.; SAUNDERS, C. O papel da educação nutricional no

combate às carências nutricionais. Rev. Nutr., Campinas, 13(1): 11-16, jan./abr., 2000.

34. RIVERA, F.S.R., SOUZA, E.M.T. Consumo alimentar de escolares de uma comunidade rural. Comun Ciênc Saúde. 2006; 17(2): 111-119.

35. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E ESPORTES DE JUNDIAÍ- SMEE. Projeto sistema de gestão da qualidade da alimentação escolar do município de Jundiaí. Disponível em: <www.fsp.usp.br/files/4/5/021025412008/J.pdf> Acesso em: 07 de julho de 2010.

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36. SILVA, A. P. R.; VITOLO, M. R.; ZARA, L. F.; CASTRO, Carlos Frederico S..

Efeito da suplementação de zinco a crianças de 1 a 5 anos de idade. J. Pediatr. (Rio J.) 2006, vol.82, n.3, pp. 227-231.

37. SILVA, M. V. Evaluation of Nutritional Adequacy of the Food Intake in an Integrated Center of Public Education (CIEP). Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 11 (4): 552-559, Oct/Dec, 1995.

38. SILVA, M. V. School meal programs as a means to meet nutritional requirements for students in the Integrated Public School Centers (CIEPS). Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 14(1):171-180, jan-mar, 1998.

39. SPENELLI, M.A.S.; CASNESQUI, A.M. Descentralização do Programa de Alimentação Escolar em Cuiabá: 1993-1996. Rev. Nutr., Campinas, 17(2):151-165, abr./jun., 2004.

40. STOLARSKI, M.C. Caminhos Da Alimentação Escolar No Brasil: Análise De Uma Política Pública No Período De 2003-2004. Curitiba, 2005 160p. Disponível em: < http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/ >. Acesso em: 02 de julho de 2010.

41. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação. Tabela brasileira de composição de alimentos - TACO: versão 2. 2. Ed. Campinas: NEPA; UNICAMP, 2006. 113 p.

42. VIEIRA P. S. et al. Aceitabilidade e qualidade da merenda escolar: um estudo de caso. Universidade Federal de Goiânia – UFG. Disponivel em: <

boletimef.com.br/.../BoletimEF.org_Aceitabilidade-e-qualidade-da-merenda-escolar.pdf> Acesso em: 12 de junho de 2010.

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ANEXO 1

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Cardápio SMED- 1ª e 3ª semanas

2ª feira

Café da manhã Leite com chocolate e biscoito Colação Suco

Almoço

Arroz temperado, feijão inteiro, carne moída com cebolinha e salsinha, farofão com ovos, salada (repolho,

beterraba, batata cozida) Jantar Polenta com molho de carne e couve refogada

3ª feira Café da manhã Iogurte com rosquinha

Colação Fruta

Almoço

Arroz temperado, feijão inteiro, carne de frango refogada com cebolinha e salsinha, macarronada ao molho, salada (alface, tomate, cenoura, beterraba) e suco.

Jantar Farofão 4ª feira

Café da manhã Leite com chocolate e pão com manteiga Colação Suco

Almoço Arroz branco, feijão batido, polenta com molho de carne,

couve refogada, salada (repolho, cenoura, tomate) Jantar Arroz temperado

5ª feira

Café da manhã Mingau de fubá com biscoito Colação Fruta

Almoço

Arroz branco, feijão inteiro, carne de frango desfiada ao molho de tomate, purê de batatas, salada (cenoura,

tomate, beterraba), suco Jantar Macarronada ao molho de salsicha

6ª feira Café da manhã Vitamina de fruta com biscoito

Colação Suco

Almoço

Arroz branco, tutu com ovos, almôndega refogada com cebolinha e salsinha, salada (tomate, repolho, cenoura),

suco. Jantar Arroz temperado

Fonte: SMED

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Cardápio SMED- 2ª e 4ªsemanas

2ª feira Café da manhã Leite com chocolate e biscoito

Colação Suco

Almoço

Arroz branco, feijão inteiro, peito de frango com mandioca salsinha e cebolinha, abóbora refogada com salsa, cebolinha

e cebola, salada (repolho, tomate)

Jantar Polenta com molho de carne e couve refogada 3ª feira

Café da manhã Iogurte com pão com manteiga Colação Fruta

Almoço

Arroz temperado, feijão inteiro, carne moída refogada com cebolinha e salsinha, farofão com ovos, salada (alface,

tomate, cenoura) e suco. Jantar Macarronada ao molho de salsicha

4ª feira Café da manhã Mingau de fubá com biscoito

Colação Suco

Almoço Arroz branco, almôndega ao molho, couve refogada, salada

(repolho, cenoura, tomate) Jantar Arroz temperado

5ª feira Café da manhã Leite com chocolate e rosquinha

Colação Fruta

Almoço Arroz temperado, feijão batido, macarronada ao molho de

frango, salada (cenoura, tomate, beterraba), suco Jantar Farofão

6ª feira Café da manhã Vitamina de fruta com biscoito

Colação Suco

Almoço

Arroz branco, feijão batido, almôndega refogada com cebolinha e salsinha, salada (tomate, repolho, cenoura),

suco. Jantar Arroz temperado

Fonte: SMED