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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE ENGENHARIA - FAENG CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL CONTROLE DE EIXOS DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS UTILIZANDO CLP E INVERSOR DE FREQÜÊNCIA FILIPE ÁTILA SANTOS PEREIRA GUTEMBERG BOTELHO MARCELO ROSÁRIO MAURELINO MENDES GOVERNADOR VALADARES NOVEMBRO DE 2009

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE - UNIVALE FACULDADE DE ENGENHARIA - FAENG

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

CONTROLE DE EIXOS DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS UTILIZANDO CLP E INVERSOR DE FREQÜÊNCIA

FILIPE ÁTILA SANTOS PEREIRA GUTEMBERG BOTELHO MARCELO ROSÁRIO MAURELINO MENDES

GOVERNADOR VALADARES NOVEMBRO DE 2009

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FILIPE ÁTILA SANTOS PEREIRA GUTEMBERG BOTELHO

MARCELO ROSÁRIO MAURELINO MENDES

CONTROLE DE EIXOS DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS UTILIZANDO CLP E INVERSOR DE FREQÜÊNCIA

Monografia apresentada ao curso de Tecnologia em Manutenção Industrial da Universidade Vale do rio Doce - UNIVALE como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Manutenção Industrial, sob a orientação do professor Robson Ferreira.

GOVERNADOR VALADARES NOVEMBRO DE 2009

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FILIPE ÁTILA SANTOS PEREIRA GUTEMBERG BOTELHO

MARCELO ROSÁRIO MAURELINO MENDES

CONTROLE DE EIXOS DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS UTILIZANDO CLP E INVERSOR DE FREQÜÊNCIA

COMISSÃO EXAMINADORA Professor: _____________________________________ Robson Ferreira (orientador) Professor: _____________________________________ Cláudio Humberto (coordenador) Professor(a): _____________________________________

GOVERNADOR VALADARES NOVEMBRO DE 2009

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente a Deus, nossa fonte de sabedoria e força, aos nossos pais, pelos ensinamentos do que é certo ou errado, a todos nossos familiares que nos apoiou durante o curso e sempre acreditaram em nossa vitória, aos nossos amigos e companheiros de faculdade pelo convívio e experiência trocadas, aos professores pelo ensinamento e dedicação, ao nosso orientador Robson Ferreira por ser exemplo a ser seguido, ao nosso coordenador Claudio Humberto J. de Souza pelo apoio e dedicação ao curso, a empresa Santher (Fábrica de Papel Santa Therezinha) pelo apoio durante o curso como doação e empréstimo de equipamentos para realização dos projetos, a Universidade Vale do Rio Doce onde estamos aprendendo dia após dia como ser um bom profissional.

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo demonstrar que através de um CLP (Controlador Lógico Programável), um Inversor de freqüência e um Motor de Indução Trifásico, várias soluções podem ser desenvolvidas para controle de velocidade, torque e posicionamento de eixos de máquinas industriais. O Controle de eixo de máquinas industriais é de suma importância para o bom desempenho de processos; sendo assim torna-se necessário que se desenvolva várias lógicas de controle utilizando um (ou mais) CLP para executar diversas funções de controle no Inversor de Freqüência de forma a controlar o Motor de Indução, tais como: Controle Vetorial, Controle Escalar, Controle de Torque, Controle de Posicionamento, Controle de Velocidade, Controle com Reversão Automática, Tipos de Frenagens, etc. No projeto, o motor de indução trifásico será acionado e controlado diretamente pelo inversor de freqüência alimentado por uma tensão de 220V trifásico; enquanto que o inversor de freqüência será comandado diretamente pelas saídas digitais do CLP e em algumas demonstrações diretamente pelas suas teclas de controle frontais. No eixo do motor será acoplada uma polia para que o público possa ver a rotação e os movimentos do motor. A programação do Inversor de freqüência será realizada de forma direta pelas suas teclas e display frontal através de parâmetros de controle. Já a programação do CLP será feita através do software de programação WinSup 2 da Empresa Atos, que utiliza a linguagem de programação Ladder.

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ABSTRACT

This thesis aims to demonstrate that through a PLC (Programmable Logic Controller), a frequency inverter and a three phase induction motors, various solutions can be developed to control speed, torque and positioning axes of industrial machinery. The Axis Control of industrial machines is of utmost importance to the performance of processes, thus it is necessary to develop various control logic using one (or more) PLC to perform various control functions in the inverter frequency as control the induction motor, such as: Vector Control, Scale Control, Torque Control, Motion Control, Speed Control, Reversing Automatic Control, brake types, etc.. In the project, the three-phase induction motor is driven and controlled directly by the frequency converter fed by a voltage of 220V three-phase, whereas the frequency inverter is controlled directly by the outputs of the PLC and in some statements directly by their front control keys . The motor shaft is coupled to a pulley so that the public can see the rotation and movement of the motor. The programming of the inverter frequency will be performed directly by its keys and display via front control parameters. Since the programming of the PLC will be done through software programming WinSup 2 Company Atos, which uses the programming language Ladder.

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RESUMEN

Esta tesis pretende demostrar que a través de un PLC (Controlador Lógico Programable), un variador de frecuencia y tres motores de inducción de fase, varias soluciones pueden ser desarrolladas para controlar la velocidad, el par y los ejes de posicionamiento de maquinaria industrial. El control de ejes de máquinas industriales es de suma importancia para el desempeño de los procesos, por lo que es necesario desarrollar la lógica de control diferentes que usa uno (o más) de PLC para realizar varias funciones de control en el inversor de frecuencia como de control del motor de inducción, tales como: control de vectores, Escala de Control, Control de Torque, Motion Control, Control de velocidad, de marcha atrás de Control Automático, los tipos de frenos, etc. En el proyecto, los tres motores de inducción de fase es impulsada y controlada directamente por el convertidor de frecuencia alimentados por una tensión de 220 V en tres fases, mientras que el convertidor de frecuencia está controlada directamente por las salidas del PLC y, en algunos estados directamente por sus teclas de control frontal . El eje del motor está acoplado a una polea para que el público puede ver la rotación y el movimiento del motor. La programación de la frecuencia del inversor se llevará a cabo directamente por sus teclas y la pantalla a través de parámetros de control frontal. Dado que la programación de los PLC se hará a través de la programación de software WinSup 2 Empresa Atos, que utiliza el lenguaje de programación Ladder.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 10

1 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA ............................................................................................ 11

1.1 DEFINIÇÃO............................................................................................................. 11

1.1.1 – PRINCIPAIS EMPRESAS FABRICANTES........................................... 12

1.1.1.1 INVERSORES WEG.................................................................. 12

1.1.1.2 INVERSORES SIEMENS.......................................................... 13

1.1.1.3 INVERSORES ABB................................................................... 14

1.1.1.4 INVERSORES ALLEN BRADLEY............................................. 14

1.1.2 INVERSORES MONOFÁSICOS.............................................................. 15

1.2 – BLOCOS COMPONENTES DO INVERSOR....................................................... 16

1.2.1 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO - CPU............................. 17

1.2.2 INTERFACE HOMEM-MÁQUINA – IHM.................................................. 17

1.2.3 INTERFACES ANALÓGICAS E DIGITAIS............................................... 17

1.2.4 CIRCUITO DE POTÊNCIA....................................................................... 18

1.3 DIMENSIONAMENTO............................................................................................. 18

1.3.1 POTÊNCIA DO INVERSOR:.................................................................... 18

1.3.2 TIPOS DE INVERSORES........................................................................ 19

1.3.2.1 INVERSOR ESCALAR............................................................ 19

1.3.2.2 INVERSOR VETORIAL DE TENSÃO........................................ 20

1.3.2.3 INVERSOR VETORIAL DE FLUXO........................................ 21

1.3.2.4 DIFERENÇAS ENTRE INVERSORES ESCALARES X

VETORIAIS DE FLUXO.........................................................................

22

1.3.3 MODELO E FABRICANTE.................................................................... 22

1.4 INSTALAÇÃO.......................................................................................................... 23

1.4.1 REDE DE ALIMENTAÇÃO LÉTRICA....................................................... 23

1.4.2 FUSÍVEIS DE PROTEÇÃO...................................................................... 23

1.4.3 CABOS..................................................................................................... 24

1.4.4 ATERRAMENTO E BLINDAGEM............................................................. 24

1.4.4.1 - CONSIDERAÇÕES PARA UM BOM ATERRAMENTO.......... 26

1.4.5 DISPOSITIVOS DE SAÍDA....................................................................... 27

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1.4.5.1 – RELÉS TÉRMICOS................................................................ 27

1.4.5.2 – REATÂNCIA DE SAÍDA.......................................................... 28

2 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL...................................................................... 29

2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CLP......................................................................... 30

2.1.1 EVOLUÇÃO DAS APLICAÇÕES DO CLP............................................... 32

2.1.2 VANTAGENS DO CLP............................................................................. 32

2.2 ARQUITETURA DO CLP........................................................................................ 32

2.2.1 UNIDADES BÁSICAS............................................................................... 33

2.2.2 UNIDADES DE ENTRADA....................................................................... 33

2.2.2.1 UNIDADE DE ENTRADA DIGITAL............................................ 34

2.2.2.2 TRANSDUTORES DIGITAIS..................................................... 34

2.2.2.3 TIPOS DE ENTRADAS DIGITAIS............................................. 35

2.2.2.4 UNIDADE DE ENTRADA ANALÓGICA..................................... 36

2.2.2.5 TRANSDUTORES ANALÓGICOS............................................. 37

2.2.3 UNIDADES DE SAÍDA............................................................................. 37

2.3.3.1 UNIDADE DE SAÍDA DIGITAL.................................................. 38

2.3.3.2 ATUADORES DIGITAIS............................................................ 38

2.3.3.3 UNIDADE DE SAÍDA ANALÓGICA........................................... 39

2.3.3.5 ATUADORES ANALÓGICOS.................................................... 39

2.2.4 UNIDADE DE PROCESSAMENTO CENTRAL........................................ 39

2.2.4.1 MEMÓRIA BÁSICA OU FIRMWARE......................................... 40

2.2.4.2 MEMÓRIA DE DADOS.............................................................. 40

2.2.4.3 MEMÓRIA DE USUÁRIO.......................................................... 41

2.2.4.4 WATCHDOG TIMER................................................................. 41

2.2.4.5 INTERFACE DE PROGRAMAÇÃO........................................... 41

2.2.4.6 INTERFACE HOMEM MÁQUINA.............................................. 41

2.3 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO CLP...................................................... 42

2.3.1 CARACTERÍSTICAS................................................................................ 44

2.3.2 APLICAÇÕES.......................................................................................... 44

3 MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO..................................................................................... 45

3.1 DEFINIÇÃO............................................................................................................ 45

3.2 FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO............................... 46

3.3 UTILIZAÇÃO EFICIENTE DO MIT......................................................................... 47

3.4 TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO COM ROTOR BOBINADO E GAIOLA DE 48

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ESQUILO......................................................................................................................

3.4.1 MOTOR EM GAIOLA DE ESQUILO......................................................... 50

3.5 GAIOLA DE ALUMÍNIO.......................................................................................... 51

3.5.1 VANTAGENS DA GAIOLA DE ALUMÍNIO............................................... 52

3.5.2 VELOCIDADE DO ROTOR...................................................................... 52

3.6 CONTROLE DE VELOCIDADE DOS MOTORES DE INDUÇÃO.......................... 53

3.7 CONTROLE CONTÍNUO DE VELOCIDADE.......................................................... 54

4 CONTROLE DE EIXOS 55

4.1 DESCRITIVO DO PROJETO.................................................................................. 55

4.1.1 INTRODUÇÃO DO PROJETO................................................................. 55

4.1.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO..................................................... 56

4.1.3 CONCLUSÕES APÓS APRESENTAÇÃO............................................... 56

4.2 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA POWER FLEX 40................................................. 57

4.2.1 PACOTE FLEXÍVEL E OPÇÕES DE MONTAGEM................................. 58

4.2.2 PARTIDA E OPERAÇÃO SIMPLES......................................................... 58

4.2.3 SOLUÇÕES VERSÁTEIS DE PROGRAMAÇÃO E DE REDE................ 58

4.2.4 TABELA DE PARÂMETROS PARA CONTROLE DE EIXOS................ 59

4.3 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL ATOS - MPC4004.......................... 59

4.3.1 A1 / WINSUP – FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO......................... 60

CONCLUSÃO........................................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................ 65

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como objetivo demonstrar a importância do

controle de eixos de máquinas industriais, e mostrar que um CLP (Controlador

Lógico Programável) em conjunto com um Inversor de Freqüência pode ser utilizado

para realizar as devidas funções de controle, já que outros equipamentos também

são utilizados para estes fins.

Quando falamos em controle de eixos, falamos em: controle de velocidade,

controle de posicionamento e controle de torque, que são fatores de extrema

importância no ambiente industrial, já que a maioria das máquinas industriais exige

variação de velocidade.

Para tanto, principia-se no capítulo 1, o estudo sobre o Inversor de

Freqüência que é equipamento versátil e dinâmico para controle de velocidade de

motores de indução. Este capítulo contém a definição, princípios básicos,

funcionamento, aplicações e partes constituintes do Inversor.

No capítulo 2, estuda-se sobre o CLP, que é um aparelho eletrônico digital

que utiliza uma memória programável para armazenar internamente instruções e

para implementar funções específicas, tais como: lógica, seqüenciamento,

temporização, contagem e aritmética, controlando, por meio de módulos de entradas

e saídas, vários tipos de máquinas ou processos. Este capítulo contém a definição,

evolução histórica, funcionamento, aplicações e partes constituintes do CLP.

A introdução sobre Motor de Indução Trifásico, Capítulo 3 diz que o motor

elétrico é construído de tal maneira que se têm campos magnéticos girantes, e

corresponde a 50% da carga elétrica industrial.

O Quarto, e último capítulo, são referentes à apresentação da montagem

prática do projeto, abordando temas sobre os equipamentos utilizados, já que o

trabalho será apresentado também de forma prática.

A presente Monografia se encerra com as Considerações Finais, onde serão

apresentadas as conclusões decorrentes do projeto e suas aplicações.

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1 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA

Com a busca por melhores desempenhos e aumento da vida útil de motores,

redução da temperatura e corrente de partida, etc., os inversores de freqüência

ganharam espaço no mercado de trabalho, visando solucionar as necessidades dos

consumidores.

1.1 DEFINIÇÃO

O inversor de freqüência, também conhecido como conversor de freqüência,

são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão da rede alternada senoidal, em

tensão contínua e finalmente convertem esta última, em uma tensão de amplitude e

freqüência variáveis. Em poucas palavras são equipamentos de baixo custo para o

controle da velocidade de motores de indução trifásicos.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conversor_de_frequ%C3%AAncia

A denominação Inversor ou Conversor é bastante controversa, sendo que

alguns fabricantes utilizam Inversor e outros Conversor. O Inversor de Freqüência,

tem na sua entrada um bloco retificador, o circuito intermediário composto de um

banco de capacitores eletrolíticos e circuitos de filtragem de alta freqüência e

finalmente o bloco inversor, ou seja, o inversor na verdade é um bloco composto de

transistores IGBT, dentro do conversor. Na indústria, entretanto, ambos os termos

são imediatamente reconhecidos, fazendo alusão ao equipamento eletrônico de

potência que controla a velocidade ou torque de motores elétricos.

Eles são usados em motores elétricos de indução trifásicos para substituir os

rústicos sistemas de variação de velocidades mecânicos, tais como polias e

variadores hidráulicos, bem como os custosos motores de corrente contínua pelo

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conjunto motor assíncrono e inversor, mais barato, de manutenção mais simples e

reposição profusa.

Os inversores de freqüência costumam também atuar como dispositivos de

proteção para os mais variados problemas de rede elétrica que se pode ocorrer,

como desbalanceamento entre fases, sobrecarga, queda de tensão, etc.

Normalmente, os conversores são montados em painéis elétricos, sendo um

dispositivo utilizado em larga escala na automação industrial. Podem trabalhar em

interfaces com computadores, centrais de comando, e conduzir, simultaneamente,

dezenas de motores, dependendo do porte e tecnologia do dispositivo.

1.1.1 PRINCIPAIS EMPRESAS FABRICANTES

A seguir exibimos as principais empresas fabricantes do inversor de

freqüência junto aos seus principais inversores já lançados no mercado.

1.1.1.1 Inversores WEG

Os inversores de Freqüência WEG incorporam a mais avançada tecnologia

disponível mundialmente para variação de velocidade em motores de indução

trifásicos. A figura 1 ilustra o inversor CFW 11 da WEG.

Figura 1 - Inversor de Freqüência CFW 11

O manual do Inversor CFW11 está disponível para download no link a

seguir:(http://www.weg.net/br/Produtos-e-Servicos/Geral/Central-de-Downloads/Resultado-da-

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Busca/(byURL)/br%7CProdutos-e-Servicos%7CAutomacao%7CDrives%7CInversor-de-Frequencia-

CFW-11/(group)/1)

1.1.1.2 Inversores SIEMENS

A Família de inversores de freqüência Micromaster 4, foi especialmente

desenvolvida pela Siemens enfocando a mais alta qualidade técnica, extrema

robustez e ampla flexibilidade de funções. Cada membro da família MM4, que

atende a faixa de 0,16 a 350cv, é caracterizado pelo seu manuseio simples: desde a

instalação e o comissionamento até o controle da operação.

A figura 2 ilustra o inversor Micromaster 440 da Siemens;

Figura 2 - Inversor de Freqüência Micromaster 440

O manual do Inversor Micromaster 440 está disponível para download no link a

seguir:(http://www.siemens.com.br/templates/v2/templates/TemplateD.Aspx?channel=9336)

1.1.1.3 Inversores ABB

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Os inversores de freqüência ABB para maquinaria em geral são fabricados

para o sector de produção de maquinaria. Na produção em série, o tempo

consumido por unidade é crítico. O inversor de freqüência foi fabricado para ser o

inversor mais rápido em termos de instalação, definição de parâmetros e

comissionamento. O produto básico foi feito de forma a ser o mais simples de

utilizar, no entanto fornecido com elevadas potencialidades. Os inversores de

freqüência ABB oferece diversas funcionalidades para satisfazer as necessidades

mais exigentes.

A figura 3 ilustra o inversor ACS 550 da ABB;

Figura 3 - Inversor de Freqüência ACS 550

O manual do Inversor ACS 550 está disponível para download no link a

seguir:

(http://library.abb.com/global/scot/scot201.nsf/veritydisplay/1cc14075a3a65150c1257

315002c9a35/$File/PT_ACS550_01_UM_F_screenres.pdf)

1.1.1.4 Inversores ALLEN BRADLEY

Como fornece aos usuários um controle potente de velocidade do motor em

um projeto compacto com economia de espaço, o inversor PowerFlex 40 CA Allen-

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Bradley® é o menor e mais acessível inversor da família PowerFlex®. Ideais para

controle de velocidade no nível de máquina, estes produtos oferecem versatilidade

de aplicação para atender as demandas dos OEMs globais e dos usuários que

precisam de flexibilidade, economia de espaço e facilidade de uso.

A figura 4 ilustra o inversor Power Flex 40 da ALLEN BRADLEY.

Figura 4 - Inversor de Freqüência Power Flex 40

O manual do Inversor Power Flex 40 está disponível para download no link

a seguir:

http://literature.rockwellautomation.com/idc/groups/public/documents/webassets/browse_resul

ts.hcst?lineTitle=PowerFlex%2040&familyTitle=Component%20Class%20AC%20Drives&catego

ryTitle=Drives%20(Allen-Bradley)&xLanguage=EN%20-

%20English&CategoryId=2622&FamilyId=3704&passedLangVal=EN%20-%20English

1.1.2 INVERSORES MONOFÁSICOS

Além dos inversores trifásicos, temos também o Inversor de Freqüência

monofásico. Este inversor é alimentado por apenas duas fases ou uma fase e um

neutro, fornecendo uma saída trifásica. O inversor monofásico é utilizado em

aplicações onde não existe rede trifásica. Geralmente os inversores de freqüência

monofásicos são de baixa potência. É importante ressaltar que alguns inversores

trifásicos aceitam alimentação com apenas duas fases.

O funcionamento do inversor de freqüência monofásico não difere muito do

inversor trifásico. A diferença é que na etapa inicial, em vez de ser uma retificação

trifásica, é monofásica, utilizando quatro diodos semicondutores em vez de seis.

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A figura 5 ilustra o inversor monofásico ACS140 da ABB:

Figura 5 – Inversor monofásico ACS140

O manual do Inversor ACS 140 está disponível para download no link a

seguir:http://www.abb.com/AbbLibrary/DownloadCenter/?showresultstab=true&browsecategory=9AA

C200728&queryText&accessgroup&languagecode&documentkind&update&displayVersion=islatest&c

ontent=external

1.2 BLOCOS COMPONENTES DO INVERSOR

Para entender o funcionamento de um inversor de freqüência, é necessário,

antes de mais nada, saber a função de cada bloco que o constitui. Ele é ligado na

rede, podendo ser monofásica ou trifásica, e em sua saída há uma carga que

necessita de uma freqüência diferente da rede. Para tanto, o inversor tem como

primeiro estágio, um circuito retificador, responsável por transformar a tensão

alternada em contínua, após isso a um segundo estágio capaz de realizar o inverso,

ou seja, de CC para CA (conversor), e com a freqüência desejada pela carga.

A figura 6 ilustra o diagrama de blocos do inversor de freqüência:

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Figura 6: diagrama de blocos do inversor de freqüência:

1.2.1 UNIDADE CENTRAL DE PROCESSAMENTO - CPU

O bloco da CPU, de um inversor de freqüência pode ser formado por um

micro processador ou por um micro controlador (PLC). Isso depende apenas do

fabricante. De qualquer forma, é nesse bloco que todas as informações (parâmetros

e dados do sistema) estão armazenadas, visto que também uma memória está

integrada a esse conjunto. A CPU não apenas armazena os dados e parâmetros

relativos aos equipamentos, como também executa a função mais vital para o

funcionamento do inversor: Geração dos pulsos de disparo, através de uma lógica

de controle coerente, para os IGBT’s.

1.2.2 INTERFACE HOMEM MÁQUINA - IHM

O bloco da IHM é um dispositivo que nos permite visualizar o que está

ocorrendo no inversor através do seu display de LCD, e parametrizá-lo de acordo

com a aplicação desejada através de suas teclas de programação.

1.2.3 INTERFACES ANALÓGICAS E DIGITAIS

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Os inversores podem ser comandados através de dois tipos de sinais:

Analógicos ou digitais. Normalmente, quando queremos controlar a velocidade de

rotação de um motor AC no inversor, utilizamos uma tensão analógica de comando.

Essa tensão se situa entre 0 á 10 Vcc. A velocidade de rotação (RPM) será

proporcional ao seu valor, por exemplo: 1 Vcc = 1000 RPM, 2Vcc = 2000 RPM.

Para inverter o sentido de rotação basta inverter a polaridade do sinal

analógico (de 0 á 10 Vcc sentido horário, e –10 á 0 Vcc sentido anti-horário). Esse é

o sistema mais utilizados em máquinas-ferramenta automáticas, sendo que a tensão

analógica de controle é proveniente do controle numérico computadorizado (CNC).

Além da interface analógica, o inversor possui entradas digitais. Através de um

parâmetro de programação, podemos selecionar qual entrada é válida (Analógica ou

digital).

1.2.4 CIRCUITO DE POTÊNCIA

A etapa de potência é constituída por um circuito retificador, que alimenta

(através de um circuito intermediário chamado “barramento DC”). Neste circuito

retificador é utilizado o semicondutor chamado IGBT (Insulated Gate Bipolar

Transistor) que é o Transistor Bipolar de Porta Isolada, freqüentemente utilizado

como uma chave, alternando os estados de condução (On-state) e corte (Off-state)

os quais são controlados pela tensão de porta.

1.3 DIMENSIONAMENTO DE INVERSORES

Para a escolha do inversor devemos saber: o modelo, o tipo e a potência do

inversor de acordo com a necessidade de utilização do mesmo, bem como a

potência do motor a ser controlado.

1.3.1 POTÊNCIA DO INVERSOR

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Para calcularmos a potência do inversor, temos que saber qual o motor (e

qual carga) ele acionará. Normalmente a potência dos motores é dada em CV ou

HP. Basta fazer a conversão em watts, por exemplo:

� Rede elétrica = 380Vca

� Motor = 1 HP

� Aplicação = Exaustor industrial

Cálculos:

1HP = 746W. Portanto, como a rede elétrica é de 380Vca e os inversores

(normalmente) possuem fator de potência igual a 0,8 (cosφ = 0,80), teremos:

� I = Corrente do inversor

� P = Potência em Watts

� Tensão na rede × cosφ

I = 746 / (380 x 0,8) = 2,45 A

Tensão de entrada = 380 Vca

(arredondando 2,45 para cima)

1.3.2 TIPOS DE INVERSORES

A maioria dos inversores utilizados é do tipo escalar (ou seja, só controlam a

velocidade e não o torque, por isso são mais baratos). Só utilizamos o tipo vetorial

em duas ocasiões: Extrema precisão de rotação, torque elevado para rotação baixa

ou zero (guindastes, pontes rolantes, elevadores, etc).

1.3.2.1 Inversor Escalar

Em linhas gerais, podemos dizer que os inversores escalares são fontes de

alimentação com valores de tensão/freqüência pré-determinados dentro de toda a

faixa de variação de velocidade, como apresentado no gráfico da figura 7.

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Figura 7- Gráfico do Inversor Escalar

Existem curvas V/F prontas, destinadas a aplicações mais comuns, como

curvas quadráticas para bombas e ventiladores e curvas com alto torque de partida.

Também existe a possibilidade de programação dos valores da curva V/F

possibilitando a sua adaptação a cargas especiais.

Considerando-se que o torque no eixo do motor é proporcional à relação

V/F, os inversores escalares irão disponibilizar ao motor torques pré-determinados,

não compensando as necessidades de torques adicionais requeridas por

determinadas aplicações. A compensação de torque principalmente em baixas

rotações é normalmente realizada através da programação da curva V/F.

Se elevarmos o valor da relação V/F, elevando-se, portanto a disponibilidade

de torque no motor. Tal efeito é normalmente denominado de Reforço de Torque

para baixas rotações, ou Torque Boost em inglês.

1.3.2.2 Inversor Vetorial de Tensão

Nos controles vetoriais de tensão, a tensão no motor é calculada pelo

programa do inversor e compensa em parte os conjugados no rotor. Umas das

técnicas de fazer o controle vetorial de tensão é manter o escorregamento

constante. Esse controle melhora a eficiência do motor pois ele trabalha com

tensões menores quando o conjugado é menor que o nominal, comparado-se com

inversores escalares.

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21

Alguns inversores escalares possuem um algoritmo incorporado ao software

o qual aumenta a tensão independentemente da freqüência, de forma a compensar

"em parte" as solicitações de torque do motor, este sistema é normalmente

denominado de Controle Vetorial da Tensão.

Apesar da Curva V/F ser pré-fixada, os inversores escalares dispõem de

funções adicionais capazes de influir sobre a curva V/F, hora sobre o valor da

tensão, hora sobre o valor da freqüência, proporcionando melhor performance do

motor.

Funções como a de compensação de Escorregamento, aumentam a

freqüência de saída na mesma proporção da elevação de corrente de motor, acima

da corrente de vazio, compensando a queda de velocidade devido ao

escorregamento.

Funções como a de Economia de Energia, reduzem a tensão de saída do

inversor quando a carga é reduzida melhorando a eficiência do motor e

economizando energia elétrica.

1.3.2.3 Inversor Vetorial de Fluxo

Os inversores com controle vetorial de fluxo mantêm o fluxo magnético no

motor constante. Diferente do controle vetorial de tensão em que o conjugado é

controlado pelo escorregamento, o campo é diretamente proporcional ao conjugado

no rotor.

Os Inversores Vetoriais de Fluxo produzem uma saída trifásica com

tensão(V) e freqüência (F) controladas independentemente, não seguindo uma curva

V/F pré fixada.

A idéia é manter o fluxo magnético do motor constante e controlar

diretamente o torque do eixo do motor controlando-se a corrente rotórica do mesmo.

Os Inversores Vetoriais de Fluxo possuem dois controladores, um controla a

corrente de magnetização e o outro a corrente do motor. O torque no motor será

imposto e controlado diretamente, ao contrário dos Inversores Escalares onde o

torque é conseqüência do escorregamento do motor.

Os inversores Vetoriais de Fluxo estão divididos em duas categorias: com e

sem realimentação. A realimentação ou "Feedback", permite "enxergar" o

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movimento do eixo do motor possibilitando controlar a velocidade com alta precisão

e também o torque em velocidade zero. A operação com realimentação é também

conhecida como controle de malha fechada e sem realimentação como controle de

malha aberta. A realimentação é realizada utilizando um gerador de pulsos, também

conhecido com "Encoder". Alguns equipamentos permitem a utilização dos dois

modos, sendo necessário uma placa opcional para a operação de malha fechada.

A operação de malha aberta, ou sem realimentação é também conhecida

como "SensorLess", nesse caso o algoritmo de controle torna-se mais complexo pois

o inversor deve calcular através de artifícios matemáticos a velocidade real e o

escorregamento do motor. A operação sem realimentação possui performance

inferior à operação com realimentação.

Os Inversores Vetoriais de Fluxo necessitam da programação de todos os

parâmetros do motor como, resistências elétricas, indutâncias, correntes nominais

do rotor e estator, dados esses normalmente não encontrados com facilidade. Para

facilitar o set-up, alguns inversores dispõem de sistemas de ajustes automáticos

também conhecidos como "Auto-tunning", não sendo necessário a pesquisa de

dados sobre o motor.

1.3.2.4 Inversores Escalares x Vetoriais de Fluxo

A principal diferença entre os inversores Escalares e Vetoriais de Fluxo

deve-se a capacidade dos inversores vetoriais de fluxo de imporem o torque

necessário ao motor, de forma precisa e rápida permitindo uma elevada velocidade

de resposta dinâmica a variações bruscas de carga.

Com Inversores Escalares é necessária a queda de velocidade para

aumento do torque, ou seja, o torque produzido no motor é proporcional ao

escorregamento. Nos inversores Vetoriais de Fluxo não existe praticamente redução

de velocidade para aumento do torque, visto que o inversor irá impor uma tensão e

uma freqüência adequada para compensar a queda de velocidade e impor o torque

necessário à carga. Em algumas aplicações é necessário que o motor trabalhe com

folga de tensão visto que os inversores vetoriais de fluxo impõem o torque elevando

a tensão sobre o motor. Caso a velocidade de trabalho seja a nominal e a regulação

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seja crítica, é necessário utilizar um motor com tensão nominal menor que a rede,

como forma de obter-se a folga necessária para a regulação.

1.3.3 MODELO E FABRICANTE

Para escolher o modelo, basta consultarmos os catálogos dos fabricantes,

ou procurar um que atenda as seguintes características mínimas como no caso do

exemplo abaixo:

� Tensão de entrada = 380 Vca

� Tipo = escalar

Quanto ao fabricante o preço deve determinar a escolha. Os mais

encontrados nas indústrias são : Siemens, Weg, YasKawa, ABB, Allen Bradley, GE

(Fanuc), etc.

1.4 INSTALAÇÃO

Este tópico tem como objetivo apresentar os componentes e informações

gerais necessárias para a instalação de um inversor de freqüência. A utilização de

cada componente dependerá de cada caso particular.

1.4.1 REDE DE ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA

Os inversores são projetados para operar em redes de alimentação

simétricas. A tensão entre fase e terra deve ser constante, se por algum motivo esta

tensão varia, por exemplo, pela influência de algum outro equipamento ligado a

rede, será necessário colocar um transformador de isolação.

1.4.2 FUSÍVEIS DE PROTEÇÃO

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Os inversores geralmente não possuem proteção contra curto-circuito na

entrada, sendo assim, é responsabilidade do usuário colocar fusíveis para proteção.

Estes são normalmente especificados na documentação técnica.

1.4.3 CABOS

Os sinais elétricos transmitidos pelos cabos podem emitir radiação

eletromagnética e também podem absorver radiação (se comportam como antenas)

provocando falsos sinais que prejudicarão o funcionamento do equipamento. É

assim que existem cabos especiais com blindagem para minimizar este tipo de

interferências. Os inversores WEG possuem boa imunidade a interferência

eletromagnética externa. É necessário, porém seguir estritamente as instruções de

instalação (ex.: o gabinete precisa ser aterrado). Se perto do equipamento houver

contatores, será necessário instalar supressores de transientes nas bobinas dos

contadores.

O cabo de conexão do inversor com o motor é uma das fontes mais

importantes de emissão de radiação eletromagnética. Sendo assim é necessário

seguir os seguintes procedimentos de instalação:

� Cabo com blindagem e fio-terra; como alternativa pode ser usado um

eletroduto metálico com fiação comum interna;

� Blindagem ou eletroduto metálico deve ser aterrado;

� Separar dos cabos de sinal, controle e cabos de alimentação de

equipamentos sensíveis;

� Manter sempre continuidade elétrica de blindagem, mesmo que

contatores ou relés térmicos sejam instalados entre conversor e o motor.

Já os Cabos de Sinal e Controle devem ter os seguintes procedimentos:

� Cabo blindado aterrado ou eletroduto metálico aterrado;

� Separação da fiação de potência;

� Caso necessário, cruzamento de cabos fazê-lo a 90º;

� Caso necessário seguirem na mesma canaleta, usar separador

metálico aterrado.

1.4.4 ATERRAMENTO E BLINDAGEM

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O aterramento de um equipamento é de extrema importância para o seu

correto funcionamento, devido a segurança e a blindagem eletromagnética. Todas

as partes condutoras de um equipamento elétrico que podem entrar em contato com

o usuário, devem ser aterradas para proteger os mesmos de possíveis descargas

elétricas. Quando um equipamento está corretamente aterrado, toda a parte

condutora que podem entrar em contato com o usuário tem que ter uma diferença de

potencial de 0 volts a respeito do aterramento. A blindagem dos equipamentos é

realizada normalmente com placas metálicas formando um gabinete ou caixa. Estas

devem estar ligadas umas as outras através de materiais condutores e todas

corretamente aterradas.

A figura 8 ilustra um exemplo de blindagem:

Figura 8 - Aterramento e Blindagem

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1.4.4.1 - Considerações para um bom aterramento

As principais considerações para um bom aterramento dos inversores são:

� Utilizar aterramento em um Único Ponto;

� Utilizar Filtro + conversor + motor. (ver figura 9);

� O motor pode também ser aterrado na estrutura da máquina

(segurança);

� Nunca utilizar neutro como aterramento;

� Não compartilhe a fiação de aterramento com outros equipamentos que

operem altas correntes (motores de alta potência, máquina de solda, etc);

� A malha de aterramento deve ter uma resistência menor que 10 Ohms;

� Recomenda-se usar filtros RC em bobinas de contatores, solenóides

ou outros dispositivos similares em alimentação CA;

� Em alimentação CC usar diodo de roda livre. Conexão de Resistores

de Frenagem Reostática;

� Utilizar cabos com blindagem aterrada ou eletroduto metálico aterrado

separado dos demais;

� A rede elétrica deve estar referenciada ao terra (neutro) aterrado na

subestação).

A figura 9 ilustra um exemplo de aterramento e blindagem em um sistema

inversor / motor:

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Figura 9 – Instalação de Equipamentos aterrados ao mesmo ponto

1.4.5 DISPOSITIVOS DE SAÍDA

Os dispositivos de saída do projeto desenvolvido são: Relés Térmicos,

Reatância de Saída.que permitem o bom funcionamento do controle de eixos.

1.4.5.1 Relés Térmicos

Os inversores possuem normalmente proteção contra sobre-correntes que

tem como finalidade proteger o motor. Quando mais de um motor é acionado pelo

mesmo inversor será necessário colocar um relé térmico de proteção em cada

motor. Como o sinal de saída do inversor é chaveado a altas freqüências, podem

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acontecer disparos nos relés, mesmo sem estes terem atingido a corrente nominal

de disparo. Para isto não acontecer é necessário aumentar a corrente de disparo do

relé em aproximadamente 10% da corrente nominal do motor.

A figura 10 ilustra o Relé Térmico:

Figura 10 - Relé Térmico

1.4.5.2 Reatância de Saída

Quando a distância entre motor e inversor é grande (valor dependente do

tipo de motor utilizado) podem ocorrer:

� Sobre-tensões nos motores produzidas por um fenômeno chamado de

onda refletida;

� Geração de capacitâncias entre os cabos de potência que retornam

para o inversor produzindo o efeito de “fuga a terra”, bloqueando o inversor.

Este tipo de problemas pode ser solucionado utilizando uma reatância entre

o motor e o inversor. Esta reatância deve ser projetada especialmente para altas

freqüências, pois os sinais de saída do inversor possuem freqüências de até 20 kHz.

A figura 11 ilustra uma reatância de saída:

Figura 11 - Reatância de saída

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2 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL

Controladores Lógicos Programáveis - CLP são equipamentos eletrônicos

normalmente baseados em microprocessadores, que usam uma memória

programável para armazenamento de instruções com funções de: lógica,

seqüenciamento, temporização, contagem, controle PID, intertravamentos,

operações aritméticas, etc; destinados a comandar e monitorar máquinas ou

processos industriais através de módulos de entradas/saídas analógicos ou digitais.

Um controlador lógico programável difere de equipamentos convencionais

para controles industriais pela técnica de programação utilizada e pelo modo

seqüencial de execução das instruções. O software desenvolvido pelo fabricante,

também caracteriza uma diferença fundamental. Este software realiza funções de

acesso ao hardware, diagnósticos, comunicações, históricos e determina o

funcionamento do controlador em um modo de operação dedicado (ciclo de

varredura) e totalmente transparente para o usuário.

A segunda distinção é que os CLP’s foram especificamente projetados para

operar em ambientes industriais. Um CLP pode operar em áreas com quantidades

substanciais de ruídos elétricos, interferências eletromagnéticas, vibrações

mecânicas, temperaturas elevadas e condições de umidade adversas, conforme

especificação de cada fabricante.

A figura 12 ilustra o diagrama de blocos do CLP.

Figura12 – Diagrama de blocos do CLP

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2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CLP

Os Controladores Lógicos Programáveis foram desenvolvidos no final dos

anos 60, com a finalidade de substituir painéis de relés em controles baseados em

lógicas combinacional / seqüencial, em linhas de montagem nas indústrias de

manufatura, principalmente automobilística, sendo progressivamente adotados pelas

indústrias de processos.

O critério do projeto para o primeiro controlador foi especificado em 1968 por

uma divisão da General Motors Corporation. O objetivo inicial era eliminar o alto

custo associado com os sistemas controlados a relés. As especificações iniciais

requeriam um sistema de estado sólido com a flexibilidade do computador, capaz de

suportar o ambiente industrial, ser facilmente programado e reprogramado,

manutenção fácil e por último facilmente expansível e utilizável. Já os painéis de

controle a relés necessitavam modificações na fiação, o que muitas vezes era

inviável, tornando-se mais barato simplesmente substituir todo painel por um novo.

Portanto, os CLP’s permitiram transferir as modificações de hardware para

modificações no software.

Pelo fato de substituírem os painéis de relés no controle discreto, foram

chamados de Controladores Lógicos Programáveis – CLP (Programmable Logic

Controllers – PLC).

Com o sucesso de uso de CLP’s na indústria, a demanda por novas funções

e maior capacidade aumentou consideravelmente. Os equipamentos cresceram em

poder de processamento, número de entradas e saídas (I/O), e novas funções.

Entretanto, estes controladores ainda usavam lógica discreta e só eram utilizadas na

indústria, pois seus custos tornaram inviáveis em outras aplicações (automação

predial, por exemplo).

A partir de 1970, com o advento da tecnologia de microprocessadores, os

controladores passaram ter uma grande capacidade de processamento e alta

flexibilidade de programação e expansão. Entre outras características citamos:

realizar operações aritméticas com ponto decimal flutuante, manusear dados e se

comunicar com computadores. Desta forma, os CP’s atuais podem atuar tanto em

controle discreto como automação de manufatura, onde as máquinas apresentam

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ações automáticas e podem atuar em controle contínuo, como: processos químicos

e siderúrgicos, com características primordialmente analógicas.

Portanto atualmente, os controladores são bem mais complexos e não

executam somente lógica do tipo: E e OU, motivo pelo qual passaram a ser

chamados apenas de Controladores Programáveis – CP’s.

O sistema utilizado para programar o controlador era um dispositivo

dedicado e acondicionado em uma maleta portátil, chamada de maleta de

programação, de forma que podia ser levada para “campo” a fim de alterar dados e

realizar pequenas modificações no programa. O sistema de memória do controlador

não permitia facilidades de programação por utilizar memórias do tipo EPROM.

Inovações no hardware e software entre 1975 e 1979 proporcionaram ao

controlador maior flexibilidade e capacidade de processamento. Isto significou

aumento na capacidade de memória e de entradas/saídas remotas, controle

analógico, controle de posicionamento, comunicações, etc. A expansão de memória

permitiu um programa de aplicação maior e uma maior quantidade de dados de

forma que os programas de controle não ficassem restritos à lógica e

seqüenciamento, mas também realizassem aquisição e manipulação de dados. Com

o desenvolvimento do controle analógico, o controlador programável preencheu o

“gap” entre controle discreto e controle contínuo.

Os custos com fiação foram reduzidos significativamente com a capacidade

do controlador de comunicar-se com subsistemas de entrada/saída localizados em

pontos remotos, distante da unidade central de processamento e perto do

equipamento a ser controlado. Ao invés de trazer centenas de fios para o armário

do CP, os sinais dos subsistemas podem ser multiplexados e transmitidos por um

único par de fios trançados. Esta técnica permitiu a reestruturação de grandes

sistemas em pequenos subsistemas melhorando a confiabilidade, manutenção e

partida gradual do subsistema principal.

Atualmente, existem vários tipos de controladores, desde pequena

capacidade até os mais sofisticados, realizando operações que antes eram

consideradas específicas para computadores. A evolução do hardware conduziu a

melhorias significativas nas características do controlador.

Existe hoje uma forte tendência à utilização de pequenos controladores

programáveis, controlando processos independentes e comunicando-se com outros

controladores e com sistemas supervisórios.

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Assim, é possível descentralizar o controle industrial, evitando que uma pane

interrompa toda a planta.

2.1.1 EVOLUÇÃO DAS APLICAÇÕES DO CLP

As principais evoluções aconteceram em:

� 1969 a 1971 - Substituir a lógica via relés

� 1971 a 1976 - Substituir contadores e temporizadores Operações

aritméticas

� Impressão de documentação/relatórios Controle em malha fechada

(PID)

� 1976 a 1981 - Comunicação entre CLP's Controle de posicionamento

� 1981 a 1985 - Redes com periféricos Unidades Remotas

� Redundância de CPU's

� 1985 a atual- Interface Homem Máquina (IHM) Sistemas supervisórios

2.1.2 VANTAGENS DO CLP

As principais vantagens do uso do CLP são:

� Ocupar menor espaço físico;

� Menor consumo de energia elétrica;

� Programáveis;

� Maior confiabilidade;

� Maior flexibilidade;

� Maior rapidez na elaboração de projetos;

� Interfaces de comunicação com outros CLP’s e computadores.

2.2 ARQUITETURA DO CLP

Os Controladores Programáveis, fugira 13, são normalmente compostos de

Unidades Básicas que são dispostas em blocos.

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Figura 13 – Arquitetura da CLP

2.2.1 UNIDADES BÁSICAS

As unidades básicas em geral são compostas por:

� Unidades de entrada;

� Unidades de saída;

� Unidade de processamento;

� Unidade fonte de alimentação.

2.2.2 UNIDADES DE ENTRADA

As unidades de entrada fornecem as conexões entre os dispositivos de

campo e a unidade central de processamento. Estas interfaces podem ter um ou

mais canais de aquisição de dados que codificam sinais analógicos / digitais de

entrada de diversos níveis de tensão (alternada / contínua), provenientes de

sensores analógicos, push-buttons, e de outros tipos de transdutores, cujos sinais

sejam tensões ou correntes.

Os sinais de entrada são isolados do sistema de processamento através de

acopladores ópticos, compatibilizando estes sinais com o sistema.

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2.2.2.1 UNIDADE DE ENTRADA DIGITAL

As interfaces de entradas discretas detectam e convertem sinais de

comutação de entrada em níveis lógicos de tensão usados no Controlador

Programável. Essas características limitam a interface a sinais do tipo ON/OFF

(ligado/desligado).

O circuito de entrada é composto por duas seções principais: entradas de

estados e interface, sendo que essas são normalmente desacopladas eletricamente

por um circuito isolador.

A seção de entrada de estados basicamente realiza a função de conversão

da tensão da entrada (110 Vca, 220 Vca) para um nível DC compatível com a

interface. Quando um sinal válido é detectado, o circuito isolador gera um sinal na

seção lógica (interface), o qual fica disponível para o processador através do seu

barramento de dados. Normalmente estas entradas são sinalizadas por led's.

A figura 14 ilustra o diagrama do blocos da Unidade de Entrada Digital:

Figura 14 - diagrama do blocos da Unidade de Entrada Digital:

2.2.2.2 TRANSDUTORES DIGITAIS

Na definição mais geral, um transdutor é um dispositivo que recebe um sinal e o

retransmite, independentemente de conversão de energia.

Entre os diversos tipos de transdutores digitais, podemos citar:

� Botões;

� Chaves de fim de curso;

� Sensores de proximidade;

� Termostatos;

� Pressostatos;

� “Push Buttons".

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2.2.2.3 TIPOS DE ENTRADAS DIGITAIS

A comutação de uma unidade de entrada pode ser em corrente contínua ou

em corrente alternada.

Entrada em corrente contínua

Os tipos de entradas digitais em corrente contínua são: Entrada tipo N e tipo

P.

Na Entrada Tipo N, figura 15, a comutação é executada quando o dispositivo

externo aplica o pólo negativo da fonte na entrada digital.

Figura 15 - Entrada digital tipo N

Na Entrada Tipo P, figura 16, a comutação é executada quando o dispositivo

externo aplica o pólo positivo da fonte na entrada digital.

Figura 16 - Entrada digital tipo P

Entrada em corrente alternada

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A comutação em corrente alternada, figura 17, ocorre quando é aplicado um

tensão de 110Vca ou 220Vca no borne de entrada.

Figura 17 - Entrada digital de Corrente Alternada

2.2.2.4 UNIDADE DE ENTRADA ANALÓGICA

A interface de entrada analógica, figura 18, contém os circuitos necessários

para receber sinais analógicos de tensão ou corrente dos dispositivos de campo. A

tensão ou a corrente de entrada é convertida para um código digital proporcional ao

valor analógico, através de um conversor analógico digital (A/D). Este código digital

é armazenado na memória imagem do controlador como um registro.

O valor analógico é geralmente expresso como um valor decimal (BCD).

A resolução das entradas analógicas é uma informação importante, pois de

acordo com o número de bits do conversor A/D é que se define a menor parcela que

pode ser lida. Ou seja, uma entrada com um maior número de bits permitirá uma

melhor representação da grandeza analógica.

A taxa de conversão é a freqüência com a qual o sinal analógico é

digitalizado (expresso em Hz ou medidas por segundo). A taxa de conversão

depende do tempo de conversão do sinal (determinado pela eletrônica) do

conversor.

Os conversores A/D normalmente são de 10 ou 12bits

As faixas de valores de tensão e corrente para entradas analógicas mais

utilizadas na indústria são:

� 0 a 20mA;

� 4 a 20mA;

� 0 a 10Vdc.

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Figura 18 - Diagrama de Blocos da unidade de entrada analógica:

Fonte:

São Paulo. Atos Automação Industrial LTDA. Curso Avançado de Controladores Programáveis. Ref. 5-0013.130 Ref.3-053.220. Manual Técnico: março, 2003.

2.2.2.5 TRANSDUTORES ANALÓGICOS

São todos os tipos de transdutores que necessitam fazer conversão de

curso, peso, pressão, etc. em sinais elétricos para estes sinais serem aproveitados

para realizar medição ou controle. Os mais comuns são os seguintes:

� Transdutor de pressão;

� Amplificadores de tensão para células de carga;

� Transdutor de umidade;

� Régua Potenciométrica;

� Transdutor de Nível;

� Transdutor de Vazão.

2.2.3 UNIDADES DE SAÍDA

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As unidades de saída fornecem as conexões entre os dispositivos de campo

e a unidade central de processamento. Estas interfaces podem ter um ou mais

canais, fornecendo sinais digitais / analógicos devidamente amplificados para

energizar os elementos de operação e sinalização de atuadores diversos, que se

caracterizam pelo tipo (CA ou CC, N ou P) e pelos diversos níveis de tensão e

potência.

2.2.3.1 UNIDADE DE SAÍDA DIGITAL

As interfaces de saída discretas, figura 19, convertem sinais lógicos usados

no Controlador Programável em sinais capazes de energizar atuadores. O controle

da saída é limitado a dispositivos que somente requerem comutação em dois

estados, tais como ON/OFF (ligado/desligado).

O circuito de saída é composto por duas seções principais: saídas e

interface, sendo que essas são normalmente desacopladas eletricamente por um

circuito isolador. Durante uma operação normal, o processador envia para o circuito

lógico o estado da saída de acordo com a lógica programada.

Normalmente estas saídas são sinalizadas por led's.

Figura 19 - Diagrama de Blocos de uma unidade de saída digital:

2.3.3.2 Atuadores Digitais

Entre os diversos tipos de atuadores, podemos citar:

� Contatores;

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� Solenóides;

� Relés;

� Lâmpadas;

� Sirenes.

2.2.3.3 Unidade De Saída Analógica

Os módulos ou interfaces de saída analógica, figura 20, convertem valores

numéricos, em sinais de saída em tensão ou corrente. No caso de tensão

normalmente 0 a 10 VCC ou 0 a 5 VCC, e no caso de corrente de 0 a 20 mA ou 4 a

20 mA.

Figura 20 - Diagrama de blocos de uma unidade de saída analógica

2.2.3.4 Atuadores Analógicos

Entre os diversos tipos de atuadores analógicos, podemos citar:

� Válvulas proporcionais;

� Motores C.C.;

� Servo - Motores C.C;

� Inversores de freqüência;

� Posicionadores rotativos;

� Etc.

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2.2.4 UNIDADE DE PROCESSAMENTO CENTRAL

A unidade de processamento central - UCP é a responsável pelo

gerenciamento e processamento das informações do sistema e, é composta pelo

microprocessador ou microcontrolador, memória de programa básico, memória de

dados, memória de programa de usuário, interface de programação e interface

homem-máquina.

O módulo de processamento monitora os sinais de entrada do CLP e os

combina de acordo com as instruções existentes na memória de programa de

usuário. Executando operações lógicas, de temporização, contagem e

seqüenciamento para em seguida liberar os sinais apropriados para as saídas e

assim comandar os dispositivos de controle.

2.2.4.1 Memória Básica Ou Firmware

A memória básica contém um conjunto de programas armazenados

permanentemente, com o objetivo de controlar e supervisionar as atividades do

sistema. Tais como: comunicação com os dispositivos externos, execução do ciclo

de varredura, diagnósticos e outras atividades. Esta memória é usualmente

chamada de firmware, para expressar o conjunto de software e hardware necessário

para o funcionamento do Controlador Programável.

Esta memória é programada pelo fabricante, ou seja, é uma memória que

não pode ser alterada pelo usuário. As memórias básicas são memórias não voláteis

do tipo ROM, EPROM ou FLASH-EPROM.

2.2.4.2 Memória de dados

Nesta memória são armazenados todos os dados de controle do sistema,

tais como: estados das entradas e saídas, valores de preset de contadores e

temporizadores, etc.

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É uma tabela de valores manipuláveis. As memórias de dados podem ser

memórias voláteis ou não voláteis, sendo respectivamente do tipo, RAM ou NVRAM.

2.2.4.3 Memória de usuário

É a memória destinada ao armazenamento das instruções de programação,

ou seja, o programa de usuário.

As memórias de usuário podem ser memórias voláteis ou não voláteis,

sendo respectivamente do tipo, RAM; NVRAM ou FLASH-EPROM.

2.2.4.4 Watchdog Timer

Alguns tipos de controladores programáveis possuem internamente à

unidade de processamento, um circuito "WATCHDOG TIMER".

Este circuito consiste de um temporizador com uma base de tempo fornecida

pelo microprocessador, cujo propósito é monitorar o tempo de execução da

varredura. Caso exceda este tempo, o "WATCHDOG TIMER" irá detectar esta

condição, providenciando então o desligamento das saídas do sistema para evitar

operações indesejadas e a reinicialização CPU.

2.2.4.5 Interface de Programação

Esta interface permite a programação da memória de usuário através do uso

de software específico para desenvolvimento do programa de usuário, sendo

executado em um microcomputador compatível com o padrão IBM-PC (na versão

desktop ou laptop, para programação em campo), permitindo a edição, monitoração

e documentação dos programas. Além disso, o terminal de programação permite,

muitas vezes, monitorar o programa aplicativo, ou seja, visualizar em tempo real o

programa sendo executado.

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2.2.4.6 Interface Homem Máquina

Esta interface permite a interação do usuário com a máquina ou processo,

possibilitando a visualização ou alteração das variáveis desses sistemas.

As formas mais usuais de encontrarmos esses dispositivos são: Frontais de

teclado e display de cristal líquido (LCD) ou vácuo fluorescente (VFD).

2.3 PRICÍNPIOS DE FUNCIONAMENTO DO CLP

Quando energizamos o controlador programável as seguintes operações são

executadas:

� Teste de escrita/leitura da memória RAM;

� Limpeza das memórias imagens de entrada e saída;

� Testes de execução do programa de usuário;

� Execução de rotinas de inicialização (limpeza de registros auxiliares de

trabalho, limpeza de display, preparação de teclado).

Após estas "Condições de Inicialização" a UCP (unidade central de

processamento) passa a fazer uma varredura constante, ou seja, rotinas repetitivas

em um "loop" fechado. Essa seqüência de atividades definidas e controladas pelo

programa ocorre em um ciclo, chamado de Varredura ou Scan, conforme etapas a

seguir:

� A primeira etapa da varredura é verificar os dados das entradas,

transferindo-os para uma memória imagem.

� Memória imagem é um espelho do estado das entradas e saídas, esta

memória será consultada pelo CLP no decorrer do processamento do programa de

usuário. Ela recebe em cada endereço correspondente a uma entrada o seu estado

ligado/desligado no caso de entradas digitais, ou um valor numérico no caso de

entradas analógicas.

� Uma vez gravados os dados das entradas na respectiva memória

imagem, inicia-se a execução do programa de acordo com as instruções definidas

pelo usuário. Durante o processamento do programa, o CLP armazena os dados na

memória imagem das saídas.

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� Por fim o CLP transfere esses dados para as saídas físicas, desta

forma o ciclo termina e a varredura é reiniciada.

A figura 21 ilustra o processamento cíclico:

Figura 21 – Varredura ou Scan

O tempo necessário para executar uma varredura varia de controlador para

controlador e depende de muitos fatores como: tamanho do programa, instruções

programadas, etc. O tempo de varredura é uma consideração importante na seleção

do controlador. Este indica a rapidez com que o controlador pode reagir às entradas

de campo e resolver a lógica de controle. Este ciclo que tem seu período variável é

mostrado na figura 22.

Figura 22 - Ciclo de Processamento do CLP

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2.3.1 CARACTERÍSTICAS DO CLP

Algumas das principais características de um controlador programável são:

� Programabilidade;

� Alta confiabilidade;

� Imunidade a ruídos;

� Isolação óptica de entradas e saídas;

� Detecção de falhas;

� Modularidade;

� Start-up rápido;

� Operação em condições ambientais severas.

2.3.2 APLICAÇÕES DO CLP

Entre os inúmeros tipos de indústrias que hoje aplicam Controladores

Programáveis, podemos destacar:

� Automotiva;

� Transformadora de Plástico;

� Cerâmica;

� Petroquímica;

� Embalagem;

� Bebidas;

� Papel e Celulose, etc.

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3 MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Todo motor elétrico converte energia elétrica em energia mecânica. O

processo dekis, conversão de energia dos motores de indução baseia-se na lei de

indução de Faraday e na lei de Lenz, daí derivando seu nome. Um motor de indução

é um motor elétrico que funciona somente em corrente alternada - assim como os

transformadores - o que ficará claro quando se estudar o seu princípio de

funcionamento.

O motor de indução é o tipo de motor elétrico mais utilizado. Sendo

largamente utilizado em instalações industriais devido à sua simplicidade, robustez,

durabilidade e pequena necessidade de manutenção. Normalmente, cerca de 60 %

da carga de uma instalação industrial é constituída por motores de indução,

enquanto que, considerando a carga total em regiões industrializadas, os motores de

indução são responsáveis por cerca de 40 % dessa carga. Por essa razão, os

motores de indução são também chamados motores industriais.

3.1 DEFINIÇÃO DE MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

O motor de indução trifásico é máquina elétrica de corrente alternada mais

utilizada no acionamento de cargas mecânicas. Devido as suas qualidades, robustez

e simplicidade de manutenção, o mesmo tem substituído os motores elétricos de

coletor de laminas nas suas aplicações típicas e devido a um aumento do

conhecimento do seu principio de funcionamento foi possível desenvolver novas

estratégias de controle que permitem uma boa adaptação das suas características

de funcionamento as necessidades da carga mecânica acionada.

A grande vantagem do motor de indução trifásico é a sua capacidade de

operar sem necessidade de contato com os enrolamentos do rotor. Isso reduz

significativamente os custos e a manutenção.

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A alimentação do motor de indução trifásico (MIT) é em corrente alternada.

Normalmente a alimentação é feita pelo estator. Os enrolamentos do rotor podem

ser de dois tipos: “bobinado” ou “gaiola de esquilo”. O rotor bobinado, menos usado,

tem bobinas trifásicas no rotor e anéis coletores no eixo de forma a permitir o acesso

às correntes induzidas nos enrolamentos do rotor. O rotor tipo gaiola de esquilo é

composto de barramentos condutores alojados em ranhuras do rotor e curto

circuitados. Este tipo de enrolamento permite a construção de equipamentos

bastante robustos. É a forma mais comum dos MIT.

A velocidade de operação do MIT é aproximadamente constante e sempre

menor que a velocidade síncrona, por esta razão este motor é também chamado

motor assíncrono.

3.2 FUNCIONAMENTO DO MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO

Uma questão fundamental em todo tipo de motor elétrico é entender como

se produz o movimento rotatório de um eixo (energia mecânica) a partir de corrente

elétrica (energia elétrica). Em palavras mais técnicas, como se produz um torque

eletromecânico no rotor.

Como se sabe, torque (ou conjugado) é definido pelo produto de uma força

por uma distância, sendo medido em Newton-metro (N.m) no sistema SI. Em um

motor de indução, a criação do torque no rotor baseia-se na lei de indução de

Faraday e na lei de Lenz. O princípio de funcionamento de um motor de indução

pode ser entendido com a ajuda da figura 23, onde tem-se um imã permanente em

formato de ferradura que está suspenso, através de um fio, sobre um leve disco

metálico que pode girar facilmente em torno de seu eixo, graças a uma suspensão

cônica apoiada em uma base fixa.

,

Figura 23 – Princípio de Funcionamento do Motor de Indução Trifásico

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Imagine que o ímã permanente começa a girar em torno de seu eixo, por

exemplo, torcendo-se o fio, enquanto o disco está parado. O fluxo magnético NS

produzido pelo imã começa a varrer a superfície do disco, caracterizando um fluxo

variável ao longo do tempo. Essa variação produz a indução de uma tensão no

disco, pela lei de Faraday, e conseqüentemente a circulação de correntes, pois o

disco é metálico. Essas correntes induzidas têm sentido de circulação determinados

pela lei de Lenz (o fluxo criado por elas deve se opor à variação do fluxo), de tal

modo que criam no disco polaridades magnéticas opostas aos pólos do imã

permanente. Sob o pólo norte do imã cria-se um pólo sul no disco, que se atraem.

No outro pólo acontece a mesma coisa. Em conseqüência, o disco gira no mesmo

sentido do movimento do imã. Se o sentido de rotação do imã permanente for

invertido, também inverte-se o sentido de giro do disco.

A figura 23 descreve o seu princípio de funcionamento. Sendo que em um

motor de indução real, o imã permanente girando é substituído por um campo

girante criado por três bobinas fixas no estator, nas quais circulam correntes

alternadas defasadas de 120 graus. Já o disco metálico é substituído por um rotor

cilíndrico na forma de uma gaiola metálica, como mostrado na figura 24. Note que a

gaiola possui aros metálicos na tampa e na base, de tal modo a curto-circuitar as

varetas e permitir a circulação de correntes por elas.

Figura 24 – Rotor Cilíndrico em forma de Gaiola Metálica

3.3 UTILIZAÇÃO EFICIENTE DO MIT

O conhecimento do funcionamento do motor de indução é o ponto de partida

que visa resumir um conjunto de medidas para a ser tomado para o seu uso

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econômico. Suas características mais importantes são: potência, escorregamento,

conjugado, rendimento e o fator de potência.

Exibimos a seguir algumas dicas para utilização eficiente do Motor de

Indução Trifásico.

1 - Dimensionamento adequado carga - motor: Evitar

superdimensionamento, pois o rendimento do motor fica muito reduzido abaixo de

50% da carga nominal. O uso de motores superdimensionados pode ocasionar

perdas de mais de 30%.

2 - Motores de alto rendimento - Apresentam rendimento superior ao

motores padrão. Materiais de melhor qualidade, projetos mais precisos

proporcionam a diferença. Seu uso somente e recomendado em caso de motores de

uso contínuos, pois em contrário o retorno do investimento terá prazo muito longo.

3 - Motor reformado - A reforma de motores, por via de regra, reduz o

rendimento do motor. Dificilmente os dados de placa permanecem inalterados.

Ao longo do tempo de uso e energia gasta a mais paga o custo de um motor novo,

que além de mais economia poderá proporcionar melhor desempenho.

4 - O acionamento eletrônico - É uma opção de economia de energia em

sistemas de bombeamento, ventiladores e compressores, ocasionando controle

continuo de fluxos. As perdas elevadas causadas por válvulas ou palhetas são

eliminadas.

5 - Manutenção regular - As perdas mecânicas podem ser reduzidas,

impedindo a queda do rendimento, além de dificultar as paradas não programas

para manutenção. A verificação dos sistemas de transmissão verificando desgastes

e folgas em correias, por exemplo, impede a perdas na transmissão.

6 - Especificação do motor - a especificação do motor adequado ao

acionamento e as condições ambientais onde o motor será instalado também é fator

de economia pela maior vida útil do moto.

7 - Evitar o uso de motores sobrecarregados - Possibilita dupla economia.

Os motores com excesso de carga têm sua vida útil reduzida pelo aquecimento das

bobinas. Também apresenta queda no rendimento e fator de potência, maior

consumo.

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3.4 - MOTORES DE INDUÇÃO COM ROTOR BOBINADO E GAIOLA DE ESQUILO

Em um motor de indução trifásico real, o fluxo girante é produzido por três

enrolamentos iguais fixados em um núcleo de material ferromagnético (estator) e

alimentados por tensões de uma rede trifásica. Como a freqüência da rede é

constante (60 Hz), então a velocidade de rotação do fluxo (ou campo) girante

também é constante. Esse fluxo girante ao ir atravessando as varetas do rotor tipo

gaiola vai induzindo aí correntes que, por sua vez, devem criar fluxos (como se

fossem eletroímãs de polaridade oposta ao fluxo girante) que tendem a se opor ao

movimento do fluxo girante (lei de Lenz). Em conseqüência, o rotor gaiola gira no

mesmo sentido do fluxo girante, tentando alcançá-lo para reduzir a intensidade da

indução, que como se sabe é proporcional à variação do fluxo (lei de Faraday).

Dessa maneira, estabelece-se o torque que faz o rotor gaiola girar.

A figura 25 mostra um motor de indução trifásico cuja carcaça externa foi

recortada revelando seu interior. Note as bobinas do estator em corte e o núcleo

ferromagnético na qual ficam enroladas (em amarelo). Em primeiro plano estão os

terminais de ligação da alimentação. Observe que as varetas condutoras do rotor

tipo gaiola são de fato incrustadas em um núcleo de material ferromagnético usado

para potencializar o fluxo magnético, formando um conjunto integrado. Por sua

construção, percebe-se claramente porque um motor de indução é um equipamento

robusto e de baixa manutenção.

Figura 25 – Motor de Indução Trifásico

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Nem todo motor de indução possui rotor do tipo gaiola. Existem motores cujo

rotor é constituído por um enrolamento tradicional com várias espiras, sendo

chamado rotor tipo bobinado. Nesse caso, o enrolamento do rotor deve ser curto-

circuitado para permitir a circulação das correntes induzidas. Esse tipo de rotor

viabiliza algumas técnicas de limitação da corrente de partido do motor, mas é bem

menos utilizado que os rotores tipo gaiola.

3.4.1 MOTOR EM GAIOLA DE ESQUILO

O motor com rotor em gaiola de esquilo (squirrel cage), figura 26, é o mais

comum e mais robusto dos motores de indução para potências até 500 HP (373

kW).

A ausência de contato elétrico entre o rotor e o exterior torna este motor

bastante econômico e de baixa manutenção. A maior desvantagem é a dificuldade

do controle de velocidade sem uso de dispositivos eletrônicos (inversores).

A gaiola é um conjunto de barras curto-circuitadas por anéis. Não há contato

elétrico com o exterior. Pode ser construída em alumínio, cobre ou liga de cobre. O

núcleo do rotor é formados por lâminas de aço silício.

Figura 26 – Rotor em Gaiola de Esquilo

Fonte:www.windpower.org

A figura 27 ilustra o motor gaiola de esquilo em corte:

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Figura 27 – Corte do Motor Gaiola de Esquilo

Fonte: The University of Western Australia

3.5 GAIOLA DE ALUMÍNIO

A gaiola em alumínio injetado, figura 28, é usada desde a década de 1930,

tendo atingido grande desenvolvimento na década de 1960, com a linha de motores

Custom 8000, da GE, e é usada em motores de aplicação geral entre 1 e 250 HP.

O alumínio se funde a 650°C. Quando se solidifica, comprime o pacote de

lâminas. As barras são soldadas aos anéis usando-se solda MIG (Metal Inert Gas).

Figura 28 – Gaiola em Alumínio Injetado

Fonte: www.copper.org

A figura 29 ilustra o motor gaiola de alumínio em corte:

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Figura 29 – Corte do Motor Gaiola de Alumínio

3.5.1 Vantagens da Gaiola de Alumínio

Segundo a GE, a gaiola de alumínio apresenta as seguintes vantagens:

� A tensão das barras mantém a compressão do pacote de lâminas.

� O movimento da gaiola é eliminado.

� As barras podem ser dimensionadas livremente.

� O peso e a inércia do rotor são reduzidos.

� A resistência elétrica do rotor é maior, mas o custo é menor do que o

de rotores de cobre.

3.5.2 Velocidade do rotor

Em qualquer motor de indução, a velocidade do rotor (que é a mesma do

eixo) é sempre menor que a velocidade síncrona (do campo girante). Se, por

hipótese, o rotor conseguisse alcançar a velocidade síncrona, então o campo girante

e o rotor gaiola estariam efetivamente parados (um em relação ao outro), não

haveria variação relativa de fluxo e portanto indução.

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Em regime permanente, a velocidade do rotor depende da diferença relativa

das freqüências da tensão de alimentação e da tensão induzida no rotor.

3.6 CONTROLE DE VELOCIDADE DOS MOTORES DE INDUÇÃO

Em algumas aplicações de motores de indução é necessário controlar a

velocidade de acionamento da carga, por exemplo, em uma esteira transportadora

ou mesmo em veículos de transporte. Um modo freqüentemente usado para variar

de maneira controlada a velocidade de motores de indução é através da variação da

freqüência da tensão de alimentação. Sabe-se que a velocidade do campo girante é

diretamente proporcional ao valor da freqüência e que a velocidade do motor

depende da velocidade do campo girante.

A variação da freqüência, figura 30, é obtida através de um conversor de

freqüência (também chamado inversor de freqüência) que deve ser instalado entre a

fonte de tensão e o motor a ser controlado, conforme ilustra a figura abaixo:

Figura 30 – Variação de Frequência

Os principais componentes de um inversor de freqüência típico são dados na

figura 31:

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Figura 31 – Principais Componentes do Inversor

O bloco retificador converte a tensão trifásica alternada em 60 Hz em tensão

contínua, enquanto que o bloco inversor re-converte a tensão contínua em tensão

trifásica alternada cuja freqüência é determinada pelo usuário de acordo com a

velocidade desejada, sendo que quanto maior a freqüência, maior a velocidade do

motor. Um inversor de freqüência também serve para controlar a corrente de partida

permitindo variar a magnitude da tensão aplicada ao motor.

3.7 CONTROLE CONTÍNUO DE VELOCIDADE

Conversores de Freqüência: Para os motores de indução trifásicos

mantendo-se constante a relação V/F, o fluxo do campo girante se mantém

constante, e o conjugado do motor também será constante. Isto é conseguido

variando-se simultaneamente e na mesma proporção, a tensão e a freqüência da

tensão de alimentação do motor.

Basicamente o acionamento eletrônico é composto por chaves eletrônicas e

um circuito e controle. As chaves eletrônicas podem ser Tiristores, GTO, Transistor

Bipolar ou Transistores de Efeito de Campo (FET). O mais importante do ponto de

vista da eficiência energética, é que com o controle eletrônico as perdas são

minimizadas.

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4 CONTROLE DE EIXOS

No projeto utilizamos alguns equipamentos para a apresentação prática que

são os seguintes:

� Inversor de Freqüência da Allen Bradley modelo Power Flex 40;

� CLP da Atos Modelo MPC4004;

� Motor de Indução Trifásico Weg;

� Fonte de Alimentação 24Vcc;

� Disjuntores, relés, etc.

4.1 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Para a realização prática do projeto será dada uma introdução, a descrição

do desenvolvimento do projeto, que serão amplamente detalhados nos tópicos

seguintes.

4.1.1 INTRODUÇÃO AO CONTROLE DE EIXOS DE MÁQUINAS INDUSTRIAIS

O Controle de eixo de máquinas industriais é de suma importância para o

bom desempenho de processos; sendo assim torna-se necessário que se

desenvolva várias lógicas de controle utilizando um (ou mais) CLP para executar

diversas funções de controle no Inversor de Freqüência de forma a controlar o Motor

de Indução, tais como: Controle Vetorial, Controle Escalar, Controle de Torque,

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Controle de Posicionamento, Controle de Velocidade, Controle com Reversão

Automática, Tipos de Frenagens, etc.

4.1.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

No projeto, figura 32, o motor de indução trifásico será acionado e controlado

diretamente pelo inversor de freqüência alimentado por uma tensão de 220V

trifásico; enquanto que o inversor será comandado diretamente pelas saídas digitais

do CLP e em algumas demonstrações diretamente pelas suas teclas de controle

frontais. No eixo do motor será acoplada uma polia para que o público possa ver a

rotação e os movimentos do motor.

A programação do Inversor de freqüência será realizada de forma direta

pelas suas teclas e display frontal através de parâmetros de controle. Já a

programação do CLP será feita através do software de programação WinSup 2 da

Empresa Atos, que utiliza a linguagem de programação Ladder.

Figura 32 – Controle de Eixos de Máquinas Industriais Utilizando CLP e Inversor de Freqüência

4.1.3 CONCLUSÕES APÓS APRESENTAÇÃO

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Com a apresentação do TCC o público terá noções de: funcionamento do

CLP e suas devidas aplicações, funcionamento do Inversor de Freqüência e suas

devidas aplicações, noções de controle de velocidade, torque e posicionamento de

máquinas industriais.

4.2 INVERSOR DE FREQÜÊNCIA POWER FLEX 40

Como fornece aos usuários um controle potente de velocidade do motor em

um projeto compacto com economia de espaço, o inversor PowerFlex 40 CA Allen-

Bradley® é o menor e mais acessível inversor da família PowerFlex®. Ideais para

controle de velocidade no nível de máquina, estes produtos oferecem versatilidade

de aplicação para atender as demandas dos OEMs globais e dos usuários que

precisam de flexibilidade, economia de espaço e facilidade de uso.

O inversor PowerFlex 40 CA, figura 33, compartilha todos os recursos e

funcionalidades do inversor PowerFlex 4 CA. Além disso, o inversor PowerFlex 40

CA oferece um controle vetorial sensorless e tem capacidade de E/S adicional.

Projetado para oferecer versatilidade de aplicação e desempenho robusto, o inversor

PowerFlex 40 CA também apresenta:

� Saída analógica de 0 – 10 V ou 4 – 20 mA (10 bits) para realimentação

ou como referência para outros inversores;

� As funcionalidades de temporizador, contador e StepLogic™ podem

reduzir os custos de projeto e simplificar os esquemas de controle;

� Os dois canais de entrada analógica, incluindo a capacidade PID,

oferece uma maior flexibilidade de aplicação;

� Cartões opcionais de comunicação integrada como DeviceNet™,

EtherNet/IP™, PROFIBUS™ DP e ControlNet™ podem melhorar o desempenho da

máquina.

Figura 33 – Inversor de Freqüência Power Flex 40 CA.

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4.2.1 PACOTE FLEXÍVEL E OPÇÕES DE MONTAGEM

As principais considerações são:

� A instalação pode ser um simples encaixe usando o recurso de

montagem em trilho DIN nos inversores de carcaças A e B;

� Os inversores montados em flange estão disponíveis para reduzir o

tamanho geral do gabinete;

� Zero Stacking™ é recomendado para temperatura ambiente de até 40

°C, com ganho valioso de espaço no painel. A temperatura ambiente de 50 °C é

permitida com um espaçamento bastante reduzido entre os inversores.

4.2.2 PARTIDA E OPERAÇÃO SIMPLES

As principais características de partida e operação simples são:

� O teclado integrado apresenta um visor de 4 dígitos e 10 LEDs

indicadores adicionais que fornecem controle intuitivo;

� O teclado, as teclas de controle e o potenciômetro local já estão ativos

e prontos para usar, simplificando a partida;

� Os 10 parâmetros de programação mais utilizados estão agrupados

para facilitar e agilizar a partida.

4.2.3 SOLUÇÕES VERSÁTEIS DE PROGRAMAÇÃO E DE REDE

As principais características da programação e rede são:

� A comunicação RS485 integrada permite que os inversores sejam

usados em uma configuração de rede multiponto. Um módulo conversor serial

oferece conectividade com qualquer controlador com capacidade para iniciar o envio

de mensagem DF1;

� Os softwares DriveExplorer™ e DriveTools™ SP podem ser usados

para programação, monitoração e controle dos inversores;

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� Um teclado com LCD portátil NEMA 4X remoto e NEMA 1 oferecem

flexibilidade adicional de programação e de controle, ambos com a consagrada

função CopyCat, que é uma função que serve para salvar os parâmetros e

configurações do inversor em sua IHM (Interface Homem Máquina) removível e

descarregar em outro inversor com as mesmas característica.

4.2.4 TABELA DE PARÂMETROS PARA CONTROLE DE EIXOS

A tabela 1 relaciona os principais parâmetros programados no Inversor

Power Flex 40 para o controle de eixos.

N° DO PARÂMETERO NOME DO

PARÂMETRO

VALOR

DEFINIDO

P031 TENSÃO NOMINAL DO MOTOR 220 V

P032 FREQUENIA NOMINAL DO MOTOR 60 HZ

P033 CORRENTE NOMINAL DO MOTOR 2,0 A

P036 TIPO DE PARADA POR RAMPA

A125 TIPO DE CONTROLE VETORIAL

Tabela 1 – Configuração de parâmetros para controle de eixos

4.3 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL ATOS - MPC4004

MPC4004, figura 34, é uma família de controladores programáveis com

estrutura modular, que permite através de seus diversos módulos, fonte de

alimentação, módulos de processamento, módulos de entradas e saídas (digitais e

analógicas), entre outros, compor um produto sob medida para aplicações diversas.

Com apenas dois módulos (fonte de alimentação e CPU com 8 entradas e 8

saídas digitais integradas), uma pequena aplicação pode ser atendida, contando

ainda com todo o conjunto de instruções e recursos de programação online de uma

composição de maior porte.

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Encabeçadas pela série MPC4004BF, que utiliza em nível de hardware o

que há de mais moderno em processador RISC de 32 bits de 400 MHz, periferia

com SDRAM de 16 Mbytes, memória FLASH de 2 Mbytes e 256 kbytes de memória

RAM CMOS com backup de bateria, tempo de varredura reduzido a apenas 0,4 ms /

k instrução e linguagem “Ladder” padronizada pela norma IEC61131-3 e

complementadas pelas séries MPC4004R e MPC4004T estes CLP’s possibilitam

atingir até 496 entradas e saídas digitais ou 120 entradas / saídas analógicas com o

uso de até 15 módulos de expansão de entradas e saídas digitais ou analógicas

além da fonte de alimentação e da unidade de processamento.

Diversos módulos digitais (CA, CC ou relés, inclusive com característica de

troca a quente) e analógicos (tensão, corrente), módulos de comunicação, Ethernet

(Modbus/TCP), Profibus DP e DeviceNet, módulos dedicados para medição de

parâmetros elétricos, conversão de padrão de comunicação (RS232 / RS485 /

Ethernet), tornam a família MPC4004 uma forte opção para controle e/ou supervisão

no imenso universo da automação.

Figura 34 – Controlador lógico Programável Atos - MPC4004

4.3.1 A1 / WINSUP – FERRAMENTAS DE PROGRAMAÇÃO

As ferramentas de programação WinSUP fazem de seu microcomputador

pessoal um poderoso ambiente de desenvolvimento de “Ladder”, telas da IHM,

monitoramento de “Ladder” variáveis do sistema, “download” e “upload” de arquivos

de usuários. Possuem interface baseada em ambiente Windows™ que proporciona

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ao programador as condições necessárias para a criação, documentação e

manutenção de suas aplicações de controle.

O editor “Ladder” possui uma interface clara e amigável com o usuário.

Várias linhas podem ser visualizadas de uma vez e as cores do ambiente de

trabalho são facilmente configuráveis, gerando uma identificação visual rápida dos

elementos do programa. As ferramentas tratam cada uma das rotinas em janelas

diferentes e contam com um gerenciador de projetos que oferece uma visão rápida e

organizada de toda a aplicação, facilitando a edição e configuração de todos os itens

envolvidos no projeto, através de uma árvore hierárquica de opções.

Os recursos de supervisão existentes nas ferramentas WinSUP permitem

visualizar e analisar o funcionamento do programa usuário no CLP. Através da

supervisão de linhas, os estados internos e o conteúdo dos registros são exibidos no

próprio programa “Ladder”. Pela supervisão de operandos é possível saber o

conteúdo/status de qualquer registro ou estado interno do CLP conectado a

ferramenta. Em uma única janela de supervisão o usuário poderá agrupar registros

e estados internos associados a determinada lógica a ser analisada, que na

supervisão de linhas estariam separados. As ferramentas também possuem diversas

opções de conexão com o CLP, que vão desde o canal serial até a conexão via

modem (onde as ferramentas WinSUP detectam os modems instalados no

microcomputador e listam na janela de configuração de conexão) e conexão via

TCP/IP, que permite realizar a transferência e supervisão da aplicação via rede

Ethernet.

A figura 35 ilustra a área de trabalho do WinSUP na plataforma Windows.

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Figura 35 – Área de trabalho do WinSUP

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CONCLUSÃO:

Portanto, podemos concluir que a utilização de Inversor de Freqüência, CLP

e Motor de Indução tem crescido rapidamente, pois estes equipamentos estão se

tornando cada vez mais práticos e econômicos. Por este motivo abordamos que

controlar velocidade, posicionamento e torque com tais equipamentos pode ser uma

solução eficiente e econômica para a máquina ou processo industrial que exige

confiabilidade.

O uso do inversor de freqüência para estes fins se torna fácil devido sua fácil

parametrização, facilidade de instalação e muitas opções na hora da compra,

comparando com outros métodos de controle que são mais complexos e que exige

um alto investimento.

Atualmente a maioria dos inversores de freqüência já possuem a opção de

controle vetorial (abordado no capítulo I), que é um forma de controlar eixos com

elevado torque independente da rotação. Este tipo de controle é muito utilizado em

aplicações que exigem elevado torque, mesmo funcionando com baixas rotações.

Em conjunto com o inversor de freqüência, também podemos utilizar o CLP

(abordado no capítulo II) onde sua função no controle de eixos é armazenar

internamente instruções e para implementar funções específicas, tais como: lógica,

seqüenciamento, temporização, contagem e aritmética, controlando o inversor de

freqüência por meio dos módulos de saída. A vantagem do uso do CLP para estes

fins é pela possibilidade de ser facilmente programado e alterado quando

necessário. Através do software de programação o usuário pode criar seqüências

lógicas de acordo com a necessidade do processo.

Já o Motor de Indução Trifásico (abordado no capítulo III) é diretamente

controlado pelo inversor de freqüência, onde o usuário define através de parâmetros

as seguintes variáveis: velocidade, tensão, corrente, torque, aceleração,

desaceleração, etc.

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Os motores elétricos são responsáveis por até 50% do consumo de energia

elétrica industrial, por isso abordamos o seu acionamento por um inversor de

freqüência, que de forma consciente pode gerar uma economia de energia do

sistema, eliminando os picos de partida e rotações desnecessárias.

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