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FACULDADE DE EDUCAÇÃO Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática Licenciatura em Educação Ambiental MONOGRAFIA O Papel da Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de Águas Residuais de Infulene, Cidade de Maputo Abicínia Teresa Muhambe Maputo, Outubro 2015

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática

Licenciatura em Educação Ambiental

MONOGRAFIA

O Papel da Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de Águas

Residuais de Infulene, Cidade de Maputo

Abicínia Teresa Muhambe

Maputo, Outubro 2015

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O Papel da Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de Águas

Residuais de Infulene, Cidade de Maputo

Monografia apresentada à Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane,

como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Ambiental

Abicínia Teresa Muhambe

Supervisor: Msc. Elias Sete Manjate

Co-Supervisor: dr. Alcídio Macuacua

Maputo, Outubro de 2015

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Esta monografia foi julgada o suficiente como um dos requisitos da obtenção do grau de

licenciatura em Educação Ambiental e aprovada na sua forma final pelo curso de

Licenciatura em Educação Ambiental, Departamento de Educação em Ciências Naturais e

Matemática, Faculdade de Educação da Universidade Eduardo Mondlane.

O Director do Curso

______________________________

(Prof. Dr. Aguiar Baquete)

__________________________________

(Presidente do júri)

_______________________________

(Supervisor)

________________________________

(Co- Supervisor)

_________________________________

(Oponente)

Maputo, Outubro de 2015

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ii

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço а Deus que permitiu que o sonho de me formar

profissionalmente se tornasse real, e por ter buscado forças nele ao longo de minha vida, е

não somente nestes anos na academia, mas em todos os momentos em que precisei e por ter

me dado saúde е força para superar às dificuldades.

Agradeço à Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Educação, Departamento de

ciências Naturais e Matemática, pela oportunidade de fazer о curso de Licenciatura em

Educação Ambiental

Agradeço aos docentes Msc. Elias Manjate, e dr. Alcídio Macuacua pela orientação, apoio е

confiança e pelo empenho dedicado, e ao Prof. Doutor. Francisco Januário pelo incentivo

na elaboração deste trabalho.

Agradeço а todos оs docentes por me proporcionarem о conhecimento, não apenas racional,

mas а manifestação dо carácter е afectividade da educação nо processo de formação

profissional, por tanto que se dedicaram а mim, não apenas por terem me ensinado, mas por

terem me feito aprender.

Agradeço minha Mãe, pelo amor, incentivo е apoio incondicional ao longo da vida e do

período de formação em particular.

Ao meu tio Boavida Muhambe por ter me apoiado em todos momentos da minha vida por

acreditar е investir em mim e aos meus irmãos, sobrinhos, primos e tios pelo apoio.

Meus agradecimentos estendem-se аоs amigos e colegas do curso, Viriato Gregório,

Baridjane Francisco, Nordino Chambal, companheiros e irmãos na amizade que fizeram

parte dа minha formação е que vão continuar presentes em minha vida. Á Nilza Magia,

Irondina Flávia, Amélia Sitoe pelas alegrias, tristezas е dores compartilhadas durante a

formação.

À todos que directa ou indirectamente fizeram parte da minha formação, о meu muito

obrigado

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DEDICATÓRIA

Аos meus pais Ricardo José Lopes

Muhambe (em memoria) e Teresa Jaime

Matsinhe , ao meu tio Boavida Muhambe, ao

meu Filho António João Amado Júnior e meu

irmão Celso Lopes Muhambe, Alice Miguel.

á toda minha família que, com muito carinho е

apoio, não mediram esforços para que eu

chegasse até esta etapa de minha vida.

Incentivo е pelo apoio constante. Pelo cuidado

е dedicação foi que deram, em alguns

momentos, а esperança para seguir em frente.

À todos aqueles que de alguma forma

estiveram е estão próximos de mim, fazendo

esta vida valer cada vez mais а pena.

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DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Abicínia Teresa Muhambe , declaro por minha honra que esta monografia nunca foi

apresentada, na sua essência, para a obtenção de qualquer grau académico, e que a mesma

constitui o resultado da minha investigação pessoal, estando indicados ao longo do texto e

nas referências bibliográficas todas as fontes utilizadas.

_______________________________________

(Abicínia Teresa Muhambe)

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... ii

DEDICATÓRIA .................................................................................................................... iii

DECLARAÇÃO DE HONRA .............................................................................................. iv

ÍNDICE ................................................................................................................................... v

Table of Contents.................................................................. Error! Bookmark not defined.

LISTA DE FIGURAS........................................................................................................... vii

LISTA DE TABELA ........................................................................................................... viii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... ix

RESUMO................................................................................................................................ x

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1

1.1 Introdução ....................................................................................................................... 1

1.2 Delimitação do tema......................................................................................................... 3

1.3 Formulação do problema .................................................................................................. 3

1.4 Objectivos da pesquisa ..................................................................................................... 4

1.5 Objectivo Geral................................................................................................................ 4

1.6 Objectivos Específicos ..................................................................................................... 4

1.7 Perguntas de pesquisa....................................................................................................... 5

1.8 Justificativa ..................................................................................................................... 5

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA..................................................................... 7

2.1. Educação Ambiental........................................................................................................ 7

2.2. Saneamento .................................................................................................................... 8

2.3. Gestão ............................................................................................................................ 9

2.4. Tratamento de Águas Residuais ....................................................................................... 9

2.5. Educação Ambiental e Tratamento de Águas residuais..................................................... 14

2.6. O Sistema de Saneamento da Cidade de Maputo ............................................................. 15

CAPÍTULO III: METODOLOGIA ...................................................................................... 17

3.1 Descrição do local do estudo........................................................................................... 17

3.2 Abordagem metodológica ............................................................................................... 18

3.3 Amostra ........................................................................................................................ 18

3.4 Técnicas de recolha de dados .......................................................................................... 18

3.5 Técnica de análise de dados ............................................................................................ 19

3.6 Questões éticas .............................................................................................................. 20

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................... 21

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4.1. Gestão das Lagoas de Tratamento de águas residuais de Infulene e Educação Ambiental ... 21

Descurso do Sujeito Colectivo 1........................................................................................ 25

Discurso do Sujeito Colectivo 2 ........................................................................................ 25

Discurso do Sujeito Colectivo 3 ........................................................................................ 26

Discurso do Sujeito Colectivo 4 ........................................................................................ 27

Discurso do Sujeito Colectivo 5 ........................................................................................ 27

4.2. Impacto das actividades desencadeadas pelos agricultores ao redor das lagoas de tratamento

de águas residuais ................................................................................................................ 30

Discurso do Sujeito Colectivo 1 ........................................................................................ 32

Discurso do Sujeito Colectivo 2 ........................................................................................ 32

Discurso do Sujeito Colectivo 3 ........................................................................................ 32

Discurso do Sujeito Colectivo 4 ........................................................................................ 32

4.3. Estratégias de consciencialização e sensibilização ambiental e vantagens da gestão correcta

das lagoas de tratamento ...................................................................................................... 34

Discurso do Sujeito Colectivo 1 ............................................................................................ 36

Discurso do Sujeito Colectivo 2 ............................................................................................ 36

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................. 37

5.1. Conclusões ................................................................................................................... 37

5.2. Recomendações ............................................................................................................ 38

5.3 Ao conselho Municipal................................................................................................... 38

5.4 Aos agricultores ............................................................................................................. 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 39

ANEXOS 1 ............................................................................................................................. a

ANEXOS 2 ............................................................................................................................. c

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fases do tratamento do Sabesp (Fonte: sabesp) .......................................................... 10

Figura 2 - Câmara de entrada das águas residuais (Fonte: Manuel et al 2010) .............................. 11

Figura 3 - Lagoas Anaeróbicas e Facultativas (Fonte: Manuel et al 2010).................................... 12

Figura 4 - Saída da Água tratada para o Rio Infulene (Fonte Manuel et al 2010) .......................... 13

Figura 5 - Vista Aérea das Lagoas de Tratamento de Águas Residuais (Fonte: Google Earth) ....... 16

Figura 6 - Camião de sucção fazendo despejo no chão (Fonte: Autora) ....................................... 27

Figura 7 - Lagoas com vegetação e resíduos sólidos (Fonte: Autora) ........................................... 28

Figura 8 - Agricultores tirando água nas lagoas (Fonte: Autora).................................................. 32

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Coordenadas da localização das Lagoas de Tratamento de águas residuais ................... 16

Tabela 2- Apresentação dos resultados...................................................................................... 24

Tabela 3 - Apresentação dos resultados ..................................................................................... 30

Tabela 4 - Apresentação dos resultados ..................................................................................... 34

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CMCM Conselho Municipal da Cidade de Maputo

DAS Direcção de Água e Saneamento

DNA Direcção Nacional de Águas

DSC Discurso do Sujeito Colectivo

ETAR Estacão de Tratamento de Águas Residuais

IUCN International Union for Conservation of Nature and Natural Resources

MICOA Ministério para Coordenação da Ambiental

MOPH Ministério Das Obras Públicas e Habitação

ONG Organização Não-governamental

PNA Politica Nacional de Água

PNS Programa Nacional de Saneamento

SINAS Sistema de Informação Nacional de Água e Saneamento

WHO World Heatle Organization

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RESUMO

O presente estudo tem como finalidade, a busca pela compreensão profunda do papel da

educação ambiental na melhoria da gestão das bacias de tratamento de águas

residuais/esgotos de Infulene em Maputo. Este estudo foi realizado na sua íntegra na base

dos seguintes objectivos específicos: Descrever a gestão actual das lagoas de tratamento de

águas residuais/esgotos no Infulene; Identificar (possíveis) problemas inerentes as

actividades da comunidade local nas imediações das lagoas; e, Identificar estratégias de

educação ambiental para a disseminação de boas práticas ambientais na gestão das lagoas.

A metodologia usada para a materialização deste estudo é essencialmente qualitativa, visto

que os métodos qualitativos são apropriados quando o fenómeno em estudo é complexo, de

natureza social e não tende à quantificação. Privilegiando-se a pesquisa bibliográfica de

assuntos relacionados com o tema em questão, pesquisa de campo e entrevista.

A pesquisadora manteve contacto com dezanove (19) indivíduos dos quais nove

representam a comunidade de agricultores que realizam suas actividades na ETAR e os

restantes dez representam os funcionários do Conselho Municipal da Cidade de Maputo,

Direcção de Agua e Saneamento. A técnica de análise de dados que foi usada nesta

pesquisa é o Discurso do Sujeito Colectivo (DSC).

O estudo conclui que a limpeza das bacias de tratamento de águas residuais e do capim

existente ao entorno das mesmas, a manutenção e monitoria frequentes podem condicionar

a melhoria da gestão da ETAR e o processo de tratamento de águas residuais que no

momento são consideradas deficientes. A Educação Ambiental tem o papel de disseminar

mecanismos voltados a minimizar os impactos sócio-ambientais identificados, melhorar a

gestão das lagoas e melhorar acima de tudo as condições de tratamento das águas residuais.

Propõe-se assim a adopção metodologia participativa como forma de garantir o

envolvimento de todas intervenientes chaves

Palavras-chave: Educação Ambiental; Tratamento de águas residuais.

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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

Este capítulo é reservado a introdução do trabalho, contendo no entanto uma nota

introdutória, delimitação do tema, problema de pesquisa, objectivos da pesquisa, perguntas

de pesquisa e justificativa.

1.1 Introdução

De acordo com Rocha, Rosa e Cardoso (2004) afirmam que desde a revolução industrial no

séc. XVIII que o homem tem contaminado o ambiente com os resíduos excedentes de sua

produção ou actividade. Nesta época, os rios e os mares eram os principais destinos deste

tipo de resíduos que, ao serem lançados directamente causavam prejuízos na fauna e na

flora do local, levando à propagação de doenças como a cólera, a febre tifóide ou as

hepatites. Mas com o avanço da tecnologia e com o aumento da consciência ambiental, a

água proveniente do uso doméstico, comercial, industrial e agrícola passou a ser desviada

para um sistema de drenagem que tem o nome de esgotos.

Reconhecendo esta necessidade que são criadas as Estações de Tratamento de Aguas

Residuais (ETAR), nas quais se efectua a descontaminação das águas provenientes das

origens já referidas no sentido de se obter novamente a mesma água mas em próprias

condições para consumo ou para reinserção nas redes hidrográficas (Rocha, et al. 2004). O

mesmo autor, refere que uma ETAR é responsável pelo tratamento de águas residuais, quer

de origem doméstica, quer de origem industrial. Onde estas águas são limpas e

desinfectadas depois de vastos processos de tratamento, tornando-se, de novo, adequadas ao

consumo humano. Só depois desse tratamento é que são lançadas de novo para circulação,

tanto na própria natureza como nos rios, sem apresentar nenhum risco para o ambiente

receptor.

Para Rocha et al. (2004) afirmam que as ETAR’s são a resposta para a questão do, então,

referido reaproveitamento dos recursos hídricos utilizados nas mais diversas actividades

que apresenta benefícios tais como evitar risco para a saúde pública, poluição dos recursos

hídricos para os quais são descarregados efluentes, rede hidrográfica, lagos e o mar, até

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evita a degradação da flora e da fauna aquáticas. Mas quando lançadas ao ambiente receptor

sem ser tratadas podem trazer consequências tais como poluição do ambiente em geral, sob

a forma de odores desagradáveis ou paisagem alterada e contaminação das águas

subterrâneas e limitando dessa forma actividades económicas, sociais e causando dessa

forma problemas ambientais.

Segundo Muchangos (2007) os problemas ambientais não são só, os problemas a nossa

volta, mas aqueles que na sua origem e através das suas consequências tornam-se

problemas sociais, problema dos cidadãos, da sua história, das suas relações com o Mundo

e a realidade, das suas condições de vida, sociais e culturais. O mesmo autor refere que, o

problema ambiental é aquele que resulta da constatação da diferença entre o estado

ambiental concreto e situação desejada, ou seja a diferença entre a realidade e a finalidade.

Sendo assim, a educação tem como objectivo a disseminação do conhecimento sobre o

ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e utilização sustentável.

Uma das finalidades da Educação Ambiental é a oportunidade para aquisição de

conhecimento, valores e atitudes, empenhamento, competências necessárias a conservação

e melhoria do ambiente (Muchangos, 2007). A educação ambiental no tratamento de

esgotos poderá dar grande contributo na medida em que poderá melhorar qualidade, no que

diz respeito a utilização das lagoas também em informações, transmitindo conhecimentos

acerca da importância de ter os lagos em condições aceitáveis com vista a minimizar danos

ao ambiente.

O presente estudo tem como finalidade, a busca pela compreensão profunda sobre o papel

da educação ambiental na melhoria da gestão das bacias de tratamento de águas residuais

de Infulene em Maputo. Em termos de estrutura, importa referir que este é composto por

cinco capítulos e suas respectivas secções, nomeadamente: Capítulo (I) da Introdução -

onde tem a delimitação do tema, formulação do problema, objectivo da pesquisa, perguntas

de pesquisa e justificativa. Em seguida temos o Capitulo (II) da Revisão da Literatura -

onde temos a visão de viários autores sobre conceitos de Educação ambiental, saneamento,

gestão, tratamento de águas residuais e esgotos, saneamento em Moçambique, saneamento

no meio rural, e por fim o sistema de saneamento na cidade de Maputo. Capítulo (III) da

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Metodologia - neste capítulo tem a descrição do local do estudo, abordagem metodológica,

amostragem, técnicas de recolha de dados e técnicas de análise de dados. Capítulo (IV) da

Apresentação e Discussão dos Resultados – onde são Apresentados e discutidos os

resultados da pesquisa e por fim no Capítulo (V) das Conclusões e recomendações – onde

são apresentadas as principais constatações e sugeridas algumas recomendações.

1.2 Delimitação do tema

A presente pesquisa foi realizado na sua totalidade na Estação de Tratamento de Águas

Residuais localizada no vale de Infulene que se encontra na fronteira entre os Municípios

da Cidade Maputo e Matola com o intuito de colher e analisar dados relactivos ao papel da

educação ambiental na gestão da estação de tratamento de aguas residuais de infulene.

Através de entrevistas e observações a pesquisa procurou descrever a gestão actual das

lagoas de tratamento de águas residuais/esgotos no Infulene, identificar problemas inerentes

as actividades da comunidade local nas imediações das lagoas e as estratégias de educação

ambiental para a disseminação de boas práticas ambientais na gestão das lagoas.

Sendo assim, dados relactivos a idade, nome, sexo, formação académica e residência não

foram objecto da analise do presente estudo para garantir que não se perdesse o foco do

mesmo.

1.3 Formulação do problema

Com o crescimento acelerado da população, os problemas relativos ao esgoto aumentaram

em grande escala devido à deficiência de processos adequados de manipulação dos dejectos

originando diversos tipos de degradação ambiental Manuel, Monjane, Bandeira, Simango,

Hamisse, Hans, Junior, Moiana, Sitoe, Fernando, e Lalá (2010).

A falta de um Sistema de Gestão das lagoas de Tratamento dos esgotos domésticos de

Infulene e a falta de regras e normas que orientem o uso daquela infra-estrutura,

manutenção e monitoramento das lagoas culminam com o seu funcionamento deficiente. O

tratamento deficiente dos esgotos e condições inadequadas de saneamento podem contribuir

para a proliferação de inúmeras doenças parasitárias e infecciosas além da degradação do

corpo de água (Cutolo & Rocha 2002).

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Aliado a essa falta de um Sistema de Gestão, observa-se uma presença humana ao redor das

bacias de tratamento de águas residuais que utiliza as mesmas para a irrigação de culturas

agrícolas. A utilização dos efluentes não representa apenas um risco à saúde pública mas

também pode afectar o ambiente, pois para além de se utilizar os efluentes, a comunidade

deposita lixo nas bacias, o que perturba o funcionamento normal das mesmas.

Diante do cenário desolador ora descrito, torna-se necessária uma melhor compreensão do

papel da educação ambiental para uma melhor gestão das bacias de águas residuais. Nesta

ordem de ideia surgiu a seguinte questão fundamental que norteou toda a pesquisa:

Qual o papel da educação ambiental, para a melhoria da gestão das lagoas de

tratamento das águas residuais de Infulene?

1.4 Objectivos da pesquisa

Alinhados a pergunta fundamental desta pesquisa foram formulados os seguintes objectivos

a serem respondidos no Capitulo da Apresentação e Discussão dos dados na sua

generalidade e especificidade.

1.5 Objectivo Geral

Analisar o papel da educação ambiental na melhoria da gestão das lagoas de tratamento de

águas residuais de Infulene, cidade de Maputo.

1.6 Objectivos Específicos

Descrever a gestão actual das lagoas de tratamento de águas residuais de Infulene;

Identificar (possíveis) problemas inerentes as actividades da comunidade local nas

imediações das lagoas;

Identificar estratégias de educação ambiental para a disseminação de boas práticas

ambientais na gestão das lagoas.

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1.7 Perguntas de pesquisa

As perguntas de pesquisa que se seguem foram elaboradas de acordo com os objectivos

específicos com vista a busca de respostas a pergunta fundamental que norteou o presente

estudo.

1. Como é feita a gestão nas bacias de tratamento de águas residuais de Infulene e que

relação pode ser estabelecida com a educação ambiental?

2. Qual é o impacto das actividades desencadeadas pela comunidade local nas imediações

das lagoas de tratamento de águas residuais?

3. Que estratégias de consciencialização e sensibilização ambiental podem ser usadas para

a disseminação de boas práticas ambientais na gestão das lagoas de tratamento de águas

residuais?

1.8 Justificativa

A escolha do tema do presente estudo foi motivado em primeiro lugar pelo supervisor e a

posterior no decorrer de um estágio no Conselho Municipal da Cidade de Maputo quando

houve o contacto directo com a realidade do local e foram questão que para serem

respondidas seria necessário a realização do presente estudo.

Este tema é de estrema importância, porque pode trazer soluções educativas que possam

melhorar a gestão na utilização das lagoas de tratamento das águas residuais para ser

implementadas pelas autoridades municipais que velam pela área de estudo podendo

também serem replicadas pelo resto do país.

Portanto, consciente de que este estudo vai contribuir para a melhoria da gestão das lagoas

de tratamento de águas residuais, propondo criação de um sistema de gestão das lagoas de

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tratamento de águas residuais propondo a criação de um programa modelo de educação

ambiental neste local.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo é feita uma revisão da literatura para dar um suporte teórico ao trabalho e

condicionar a melhor compreensão do mesmo. Sendo no entanto, abordados na perspectiva

de vários autores temas como Educação Ambiental; Saneamento; Gestão; Tratamento de

Águas Residuais; Fases de Tratamento de Aguas residuais; Educação Ambiental e

Tratamento de Águas residuais e Sistema de Saneamento da Cidade de Maputo.

2.1. Educação Ambiental

De acordo com Leef (2003), a educação ambiental envolve uma função social primordial,

aportar à construção de uma sociedade sustentável e à medida humana, que implica uma

problematização da educação que transmitimos, da visão de mundo que difundimos e da

localização do nosso lugar nele, da racionalidade que subjaz ao conhecimento que se dá, os

valores que guiam a estrutura organizacional da instituição e as ideologias da metodologia e

técnicas que são utilizadas para aportar o objectivo educativo.

Para IUCN (1970), a educação ambiental é o processo de reconhecimento de valores e

clarificação de conceitos de modo a desenvolver habilidades e atitudes necessárias para

compreender e apreciar inter-relações entre o homem, a sua cultura e o seu meio físico

circundante.

De acordo com Muchangos (2007), a educação ambiental é um processo permanente

participativo de comunicação de conhecimentos, explicação de valores, instrução sobre

problemas específicos relacionados com a gestão do ambiente, formação de conceitos e

aquisição de competências que motivem e promovam comportamentos e actuações

concretas de defesa, conservação e melhoria do ambiente, resolvendo problemas actuais e

evitando que os outros se ponham no futuro.

Para Furtado (2010), a educação ambiental é uma prática social de aprimoramento humano,

através da transmissão e assimilação de conhecimento popular e científico. É a inda uma

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acção estruturada ou não, do imaginário ou do mundo real, abrangendo a construção de

conceitos, valores, práticas, habilidades, atitudes e outros atributos que afectam ou são

afectados por: (a) questões e relações entre os organismos vivos – com especial referência

aos humanos – e os meios (água, ar, solo e os ecossistemas), e (b) efeitos económicos,

culturais e políticos que emergem das próprias actividades humanas. Processo por meio dos

quais o indivíduo e a colectividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum

do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Dos vários autores acima referenciados corroboram que a Educação Amb iental é uma

prática educativa que permite estabelecer formas de convivência harmónica entre o homem

e o meio ambiente, através da educação para a preservação ambiental e exploração

sustentável e responsável dos recursos a sua disposição. Portanto para o presente trabalho

considera-se Educação Ambiental um processo educativo permanente e primordial para

aquisição de conhecimento, comportamentos, habilidades e atitudes voltadas a melhoria da

qualidade ambiental da Estação de Tratamento de Águas Residuais de Infulene.

2.2. Saneamento

De acordo com o MICOA (2009), saneamento é o tratamento das condições do meio que

nos rodeia e da nossa vida e como podemos melhorar a nossa saúde e conservar o nosso

meio ambiente, como podemos eliminar do nosso meio ambiente o que nos molesta e

prejudica a nossa saúde, Exemplo: Água a estagnada, o lixo, as fezes humanas e dos

animais. Tendo em conta que, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define o

saneamento como o controle de todos factores do meio físico do homem, que exercem ou

podem exercer efeitos danosos sobre o seu bem-estar físico, mental ou social.

Zanta (2008), por seu turno definiu o Saneamento como conjunto de medidas adoptadas em

uma região, em uma cidade, para melhorar a vida e a saúde dos habitantes, impedindo que

factores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico

mental e social. O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, o maneio de resíduos

sólidos e drenagem de águas pluviais são conjunto de infra-estrutura e instalações

operacionais que visam melhorar a vida da comunidade.

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Sendo assim, o conjunto de medidas que visa zelar pela saúde do ser humano, partindo do

pressuposto de que muitas doenças podem se desenvolver quando há um saneamento

precário. Além disso contribui na minimização dos danos ao meio ambiente que interferem

na saúde da população, isto é, protegendo e melhorando as condições de vida das

populações e manter o ambiente em equilíbrio.

2.3. Gestão

De acordo com Furtado (2010), gestão é um processo, actividade, técnica e prática de

conduzir uma acção, ideia, intenção ou organização na direcção dos objectivos

estabelecidos. O gerenciamento abrange múltiplos aspectos, com destaque para os papéis

nos diferentes níveis decisórios e operacionais, as funções formais e informais e os objectos

pessoas, instituições, materiais, bens e serviços, até mesmo desejos e aspirações.

O gerenciamento pressupõe aspectos relativos a: dinâmica e liderança para direcionamento

das acções, orientação para atendimento às partes interessadas, liberdade de acção para

flexibilizar e estimular iniciativas inovadoras, poder para que os resultados sejam

alcançados e responsabilidade para responder por consequências e impactos causados às

partes com diferentes interesses (Furtado, (2010).

2.4. Tratamento de Águas Residuais

Manuel et al (2010) afirmam que o tratamento de águas residuais é a designação genérica

para um vasto número de técnicas, geralmente implementadas em Estações de Tratamento

de Águas Residuais (ETAR), onde se combinam os sistemas e tecnologias necessárias que

permitem adequar as águas residuais à qualidade requerida para descarga no meio receptor.

Segundo a ECOS (s/d), águas residuais, águas servidas ou esgoto são líquidos gerados pela

actividade humana, nos mais diversificados usos. Seja na mais simples actividade ou na

mais sofisticada indústria, a água é utilizada sendo posteriormente disposta, arrastando

impurezas que certamente são nocivas ao meio ambiente. Sendo assim, uma ETAR tem por

objectivo, reduzir a carga contaminante ou poluente dos esgotos, a um nível compatível

com o corpo receptor, ou seja, de modo que o efluente final tratado possa ser absorvido,

sem provocar a degradação do meio e riscos à saúde do homem.

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Sendo no entanto, o tratamento de esgotos domésticos importante por permitir que seja

feita a remoção de impurezas, de modo possam ser devolvidos à natureza sem causar danos

ambientais e à saúde humana.

A. Fases de tratamento de águas residuais

De acordo com companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (sabesp)

(http://site.sabesp.com.br, a ponta sete fases de tratamento de águas residuais:

1 - A primeira etapa do tratamento é barrar o lixo sólido que vem junto com o esgoto. Para

reter o material pesado, duas linhas de grades (a primeira com 10 centímetros de espaço

entre as barras e a segunda com 2 centímetros) impedem a entrada de tocos de madeira,

garrafas de refrigerante, pedaços de papel e fios de cabelo que chegam por uma

impressionante tubulação de 4,5 metros de diâmetro;

2 - A fase seguinte, chamada de desarenação, serve para retirar a terra e a areia que se

misturam à sujidade. No fundo de uma grande caixa, um tubo coloca ar na água, fazendo

com que as partículas em suspensão formem uma espiral e se depositem no fundo, e evita

que o atrito dos sedimentos estrague as bombas que impulsionam o líquido no tratamento;

3 - Pequenos grãos de dejectos e de fezes são eliminados na chamada decantação primária.

Por serem mais densos, esses tipos de resíduo tendem a ficar acumulados no fundo do

tanque. Em seguida, uma pá que se move lentamente empurra a massa sólida para uma

espécie de ralo. De lá, esse lodo segue para outro sector do sistema de tratamento, podendo

se transformar em adubo ou ser usado para gerar energia;

4 - A água do esgoto inicial, ainda suja, vai para o tanque de aeração, habitado por uma rica

fauna de bactérias e considerado o coração da estação de tratamento. Lá, um tubo injecta

micro bolhas de ares, que activam a voracidade desses microrganismos. Alimentando-se da

matéria orgânica dissolvida no esgoto, os bichinhos do tanque comem a sujeira em uma

velocidade milhares de vezes maior do que em um rio;

5 - O líquido que sai do tanque de aeração está quase limpo, mas ainda sobraram as

bactérias. Por sorte, elas também são mais densas que a água e se agrupam no fundo do

tanque. Aí começa a chamada decantação secundária: em tanques redondos, uma pá

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giratória separa os microrganismos da água limpa e manda-os de volta ao tanque de

aeração;

6 - Depois de tratada, a água que sai da estação está pronta para ser devolvida ao rio. A

eficiência do processo é grande: no total, algo em torno de 90 a 95% da carga orgânica

chega a ser removida.

7 - Mesmo que o produto final seja uma água bem mais limpa, ela ainda apresenta alguns

organismos causadores de doenças. Para ser reutilizada, ela é filtrada e clorada em uma

estação de utilidades. Depois disso, a água serve para irrigação e uso industrial, mas ainda

não é potável (Veja figura 01).

Figura 1 - Fases do tratamento do Sabesp (Fonte: sabesp)

De acordo com DNA (1984), o tratamento de águas residuais na ETAR do Infulene é feito

Biológico e consiste no tratamento Aeróbico e Anaeróbico. Compreende as seguintes Fase:

B. Tratamento preliminar

1- Câmara de entrada

2- Grade de barras Grossas - Etapa na qual ocorre a remoção de sólidos grosseiros,

onde o material de dimensões maiores do que o espaçamento entre as barras é retido.

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3- Grade de barras Médias - esta etapa que tem por objectivo reter o material sólido

grosseiro em suspensão no efluente (veja figura 02).

Figura 2 - Câmara de entrada das águas residuais (Fonte: Manuel et al. 2010)

4- Medidor “Venturi” - tem a função de medir a variação dos caudais.

5- Estrutura divisória - para a divisão do caudal por duas unidades paralelas

O caudal é dividido em duas partes iguais, a ser conduzida a cada uma das lagoas

anaeróbicas paralelas

C. Tratamento primário

6- Etapa na qual ocorre em duas lagoas anaeróbicas cada uma com uma área de superfície

de 0,31 ha. A estabilização da matéria orgânica é realizada predominantemente por

processos de fermentação anaeróbia, que processo ocorre na ausência do oxigénio. Onde o

tempo de retenção dos efluentes nas lagoas é de 1,5 dias onde a redução do DBO é de 40%

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a 50% da carga total transportada para estação, os efluentes tratados são conduzidos para

lagoas facultativas através de vertedouros de transbordamento.

D. Tratamento Secundário

7- Etapa na qual ocorre em duas lagoas facultativas - cada uma com uma área de

superfície de 3,4 ha com profundidade de 2m acima do Nível Médio do Mar (NMM). A

estabilização da matéria orgânica ocorre em duas camadas, sendo a superior aeróbia e a

inferior anaeróbia, simultaneamente onde a redução de 80%. (Veja figura 03).

Figura 3 - Lagoas Anaeróbicas e Facultativas (Fonte: Manuel et al. 2010)

8- Vala para efluentes - é através dessa vala que são lançados os efluentes tratados para

o rio Infulene da estação de tratamentos para o rio Infulene (ve ja figura 04).

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Figura 4 - Saída da Água tratada para o Rio Infulene (Fonte Manuel et al. 2010)

De Acordo com Manuel et al. (2010), A eficiência de um tratamento secundário pode

chegar a 95% ou mais dependendo da operação da ETAR. Normalmente, antes do

lançamento final no corpo receptor, é necessário procederá desinfecção das águas residuais

tratadas para a remoção dos organismos patogénicos ou, em casos especiais, à remoção de

determinados nutrientes, como o azoto e o fósforo, que podem potenciar, isoladamente ou

em conjunto, a eutrofitização das águas receptoras.

2.5. Educação Ambiental e Tratamento de Águas residuais

De acordo com a OPAS (1995), a educação é vista como o processo de transformação do

sujeito, que ao transformar-se, modifica seu entorno e vice-versa. Sendo assim, a

transformação dos sistemas sociais só é possível mediante a transformação dos seres

humanos que os configuram. O entendimento da comunidade e a participação na vida social

são considerados acções importantes para a transformação da realidade.

WHO (1978) refere que os indivíduos deveriam conhecer melhor suas próprias condições

de saúde, de modo que, a partir disto, pudessem se transformar em agentes interessados em

promover seu próprio desenvolvimento, em vez de representarem apenas meros receptores

passivos da ajuda veiculada por outros, muitas vezes até desnecessária. Não se deseja,

portanto, que os indivíduos aceitem passivamente determinadas soluções – mais do que

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isso, torna-se necessário que adquiram a capacidade de auto-analise, identificando possíveis

soluções e seleccionando a que lhes parece mais conveniente. Ao mesmo tempo, é preciso

que a comunidade se torne receptiva no que respeita à aprendizagem de novas formas de

comportamento.com vista a levantar os danos causados pelo uso de efluentes em tratamento

e desenvolver acções educativas para à comunidade local.

De acordo com Zanta (2008) de várias maneiras a água pode afectar a saúde do homem:

através da ingestão directa, na preparação de alimentos; na higiene pessoal, na agricultura,

na higiene do ambiente e nas actividades de lazer. E acrescenta ainda que Os riscos para a

saúde estão relacionados com a ingestão de água contaminada através de contacto directo,

ou por meio de insectos vectores que necessitam da água em seu ciclo biológico; os riscos

derivados de poluentes químicos, efluentes de esgotos industriais, ou causados por

acidentes ambientais.

2.6. O Sistema de Saneamento da Cidade de Maputo

De acordo com Manuel et al. (2010) a maior parte dos centros urbanos de Moçambique

possui sistemas de saneamento deficientes e obsoletos. Concorrem para esta situação

factores como o aumento drástico da população utilizadora, a má utilização e a falta de

manutenção devido principalmente, à falta de meios financeiros dos municípios

DNA (S/d), a maior parte da cidade de Maputo os dejectos Humanos são descarregados

através de sistema de saneamento de baixo custo (Latrinas) e na cidade de cimento existem

sistemas de drenagem de aguas residuais e pluviais e que na maior parte dos casos

funcionam em ligação constituindo em um sistema Misto” este construído em 1948. E o

sistema II construído entre 1982 e 1989 e abrange fundamentalmente o distrito urbano Nr.1.

DNA (S/d), O funcionamento dos sistemas é maioritariamente Gravítico existindo apenas

duas estações de bombagem do sistema interceptor que conduzem parte das águas para

estacão de tratamento do Infulene. A principal estação de bombagem do sistema interceptor

está localizada na Juliuys Nyerere e encontra se avariada, e as águas que lá chegam são

descarregadas para Baia de Maputo através de uma saída de emergência. A segunda estação

de bombagem está localizada entre as Avenidas Bamabé Tawé e Avenida Juliuys Nyerere

(Hotel Polana) não funciona porque é dependente da primeira, que tem como função

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aumentar a pressão de escoamento das águas residuais para a Estação de Tratamento do

Infulene.

Actualmente as águas chegam estacão de tratamento de águas residuais de Infulene através

da conduta por gravidade ligados a bairro da Coop e Malhangalene que conduzem parte das

águas para estacão de tratamento do Infulene

E as restantes águas residuais e pluviais são conduzidas para Baia através de vários

emissários, nomeadamente nas Zonas da ponta vermelha, Polana cimento e Baixa da

Cidade. Além das partes acima referidas como sendo servidas pela estacão de tratamento do

Infulene, todas as restantes tem águas residuais tratadas em fossas sépticas domiciliarias,

sendo posteriormente lançadas na rede geral de esgotos e/ou cond uzidas a Baia ou

descarregadas na toalha freática através dos respectivos drenos.

DNA (S/d), Nos bairros suburbanos, com construção precária não existe praticamente

nenhum sistema de drenagem com excepção aos bairros densamente povoados (Mafalala,

Munhuana e Maxaquene A, entre outros) onde o nível freático é elevado. Nestes bairros

existem valetas auto construídas que conduzem as águas para as vertentes naturais.

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CAPÍTULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo, que é o da metodologia, é feita a descrição do local do estudo, é apresentada

a abordagem metodológica, amostra, técnica de recolha de dados e por fim a técnica de

análise de dados.

3.1 Descrição do local do estudo

As Lagoas de Tratamento de Esgotos estão localizadas no limite dos Município de Maputo

e Matola, próximo à rua do Jardim. E geograficamente localizam-se nas seguintes

coordenadas conforme indica a figura abaixo:

Vértice Latitude (S) Longitude (E)

1 25˚ 55´ 00 32˚ 32´ 25

2 25˚ 55´ 00 32˚ 32´ 15

3 25º 55´ 20 32º 32´ 15

4 25º 55´ 20 32º 32´ 25

Tabela 1- Coordenadas da localização das Lagoas de Tratamento de águas residuais

Figura 5 - Vista Aérea das Lagoas de Tratamento de Águas Residuais (Fonte: Google

Earth)

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3.2 Abordagem metodológica

O tipo de pesquisa adoptado para a materialização deste estudo é essencialmente

qualitativo, visto que os métodos qualitativos são apropriados quando o fenómeno em

estudo é complexo, de natureza social e não tende à quantificação. Normalmente, são

usados quando o entendimento do contexto social e cultural é um elemento importante para

a pesquisa. Para aprender métodos qualitativos é preciso aprender a observar, registar e

analisar interacções reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas (Liebscher, 1998).

3.3 Amostra

A amostra é uma parcela convenientemente seleccionada do universo (população); é um

subconjunto do universo (Marconi & Lakatos, 2003). As pesquisas sociais abrangem um

universo de elementos tão grande que se torna impossível considerá- los em sua totalidade.

Por essa razão, nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com uma amostra, ou seja,

com uma parte representativa do universo (Moresi, 2003).

No entanto, durante esta pesquisa foi mantido o contacto com dezanove (19) indivíduos dos

quais nove representam a comunidade de agricultores que realizam suas actividades na

ETAR e os restantes dez representam os funcionários do Conselho Municipal da Cidade de

Maputo, Direcção de Água e Saneamento.

3.4 Técnicas de recolha de dados

Para elaboração do presente trabalho privilegiou-se à pesquisa bibliográfica de assuntos

relacionados com o tema em questão, pesquisa de campo e entrevista.

Pesquisa Bibliográfica

No que concerne a pesquisa bibliográfica foi feita uma revisão da bibliografia pertinente

capaz de oferecer meios para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos, como

também explorar novas áreas onde os problemas não se cristalizaram suficientemente e tem

por objectivo permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou

manipulação de suas informações" (Marcone & lakatos, 2003).

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No entanto, foram consultadas obras e manuais que tratam de educação ambiental,

saneamento, tratamento de esgotos de modo a definir alguns conceitos básicos relacionados

com o tema deste estudo.

Pesquisa de campo

A pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou

conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma

hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações

entre eles (Marcone & Lakatos, 2003).

A pesquisa de campo, consistiu na observação de factos e fenómenos exactamente como

ocorrem no real, e fez-se a colecta de dados referentes aos mesmos e, finalmente, à análise

e interpretação desses dados baseando-se na fundamentação teórica com objectivo de

compreender explicar o problema em pesquisa.

Entrevista Despadronizadas ou não-estruturada

A entrevista não estruturada é aquela em que o entrevistador tem liberdade para

desenvolver cada situação em qualquer direcção que considere adequada. É uma forma de

poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem

ser respondidas dentro de uma conversação informal (Marcone & Lakatos, 2003).

As entrevistas realizadas no decurso deste estudo consistiram no diálogo face a face com

intervenientes chaves. Fizeram parte destes intervenientes, alguns trabalhadores do

Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) e comunidade local do Bairro do

Infulene a fim de adquirir informação necessária para auxiliar a realização deste estudo.

3.5 Técnica de análise de dados

A técnica de análise de dados que foi usada nesta pesquisa é o Discurso do Sujeito

Colectivo (DSC). De acordo com Lefèvre e Lefèvre (2003), o DSC é uma proposta de

organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos de depoimentos,

artigos de jornal, materiais de revistas, semanais, cartas, papers, entrevistas especializadas,

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entre outros. Por outra os mesmos autores, definem o DSC como um discurso-síntese

redigido na primeira pessoa do singular e composto pelas Expressões Chaves que tem as

mesmas Ideias centrais.

Para se elaborar um discurso devem se adoptar alguns cuidados: a) definição do sujeito

social b) elaboração de um “ corpus” e da fala social. Para isso, o pesquisador deve utilizar

o discurso em seu estado bruto; analisa- lo, retirando as ideias centrais e construir a fala

social, ou seja ‘’um discurso síntese, elaborado com material dos discursos individuais (ou

parte deles) semelhantes ou complementares enunciado na primeira pessoa do singular”

(Lefèvre e Lefèvre 2003).

Para realizar a análise dos dados recolhidos ao longo deste estudo, foram transcritas

literalmente todas as respostas dadas pelos intervenientes. Após a transcrição os dados

foram colocados em três tabelas composta pelos Sujeitos, Expressões Chaves e Ideias

Centrais de modo a responder as três questões desta pesquisa.

A posterior, foram elaborados Discursos do Sujeito Colectivo resultantes da fusão de

expressões chaves com a mesma ideia central ou aproximadas de acordo com o seu

conteúdo.

3.6 Questões éticas

No âmbito da recolha de dados realizada, foi solicitada uma credencial a Faculdade de

Educação (Anexo 3). Esta credencial funcionou como identificação para recolha de dados

no Conselho Municipal de Maputo, Departamento de Agua e Saneamento. Foi lhes

garantido o anonimato e sigilo da informação que prestaram por via da omissão da sua

identificação.

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CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados da pesquisa alcançados através

da metodologia apresentada no capítulo anterior, a fim de responder as três perguntas de

pesquisa.

4.1. Gestão das Lagoas de Tratamento de águas residuais de Infulene e Educação

Ambiental

SUJEITO EXPRESSÕES CHAVES IDEIAS CENTRAIS

S1 A mudança que deve haver esta ligada a

limpeza das bacias de tratamento de águas

residuais devido ao mau cheiro e ao entorno.

Deve-se limpar o capim devido ao aumento do

índice de criminalidade, pois os malfeitores se

aproveitam da situação para assaltar e violar

mulheres que por ali passam na calada da noite

Deve haver limpeza das

bacias devido ao mau cheiro

e limpar o capim devido ao

aumento do índice de

criminalidade

S2 Deve haver mudança devido a falta de

manutenção das bacias e não é feita a limpeza

com frequência. Antigamente havia barcos que

eram usados para a limpeza e removiam a

vegetação nas lagoas.

Há falta de manutenção e

limpeza das bacias.

Antigamente usavam-se

barcos para a limpeza e

remoção da vegetação nas

lagoas.

S3 Havia limpeza antigamente e agora não Antigamente havia limpeza

S4 Os programas de sensibilização que existem

são sobre as formas de irrigação

Os Programas de EA são

para disseminar as melhores

formas de irrigação.

S5 Deve haver limpeza por causa das cobras.

Antes era limpo

Deve haver limpeza para

evitar a proliferação de

cobras

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S6 Existem programas de sensibilização ou de

Educação Ambiental sobre as lagoas de

tratamento de águas residuais e quem promove

esses programas é uma associação de

agricultores denominada CRIVERDE. A

sensibilização é feita através de palestras,

viradas ao uso de insecticidas

A EA é promovida por uma

associação de agricultores

denominada CRIVERDE,

através de palestras sobre o

uso de insecticidas.

S7 A pessoa que tem machambas próximas as

bacias de tratamento de águas residuais não

deviam usar aquela água. Antigamente havia

limpeza regular das bacias e actualmente

devido a ausência da mesma verifica-se o

aparecimento de malfeitores e cobras.

Os agricultores não deviam

usar aquela água para a

irrigação. Antigamente

havia limpeza regular.

S8 Devia-se reforçar a limpeza das bacias porque a

água sai do mesmo jeito que entra

Deve-se reforçar a limpeza

das bacias para melhorar o

tratamento das águas

residuais.

S9 As bacias não estão sendo tratadas, não há

limpeza. Sendo uma zona que se produzem

produtos alimentícios, esses aspectos deviam

ser melhorados.

Devia-se melhorar a limpeza

e o tratamento das águas

devido a prática de

agricultura no local.

S10 Aleatoriamente e com pouco controle, Podia-se

melhorar a limpeza e as condições de

tratamento das águas residuais

A gestão é aleatória e sem

controle Deve-se fazer

limpeza e melhorar as

condições de tratamento das

águas residuais.

S11 A utilização das bacias de tratamento de águas

residuais é deficiente, má e sem boas condições

A gestão das bacias de

tratamento das águas

residuais é deficiente.

S12 A ETAR ajuda a escoar as águas de uma parte O tratamento das águas

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da cidade de Maputo e a desvantagem é que o

tratamento das águas residuais não é bom e os

agricultores usam a água para regar sem estar

em condições

residuais é deficiente e os

agricultores usam a mesma

para a irrigação.

S13 A minha percepção sobre EA é que com base

nela pode-se sensibilizar a comunidade sobre os

impactos negativos da poluição, uso racional

dos recursos, contribuindo para um

desenvolvimento sustentável

É com base na EA que se

pode sensibilizar a

comunidade sobre os

impactos da poluição e o uso

racional dos recursos.

S14 No momento o tratamento é deficiente. O

tratamento das águas residuais é fundamental

pois reduz a poluição no meio receptor e reduz

o impacto ao meio ambiente.

O tratamento das águas

residuais é deficiente.

S15 Funciona com tantas dificuldades. Ela é feita

nas condições que lá existem apenas e não no

seu bom caminho para tal Apesar da má gestão

(manutenção) faz ou reduz a carga viral das

águas residuais

O tratamento das águas

residuais é feito com as

dificuldades que existem.

Apesar da má gestão a

ETAR reduz a presença de

agentes patológicos nas

águas residuais

S16 A EA Consiste na transmissão de

conhecimento, valores, habilidades, atitudes e

competências que visam a conservação e

preservação do meio ambiente

A EA promove a

conservação e preservação

do ambiente.

S17 Através da deposição de águas de esgotos e

lamas fecais e Através de camiões de sucção

que vão depositando as lamas fecais,

As lamas fecais são

depositadas nas bacias

através de camiões de

sucção.

Nas bacias são depositadas

as águas residuais e lamas

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fecais.

S18 A EA tem a ver com os métodos que devemos

usar no seio das comunidades.

Os programas de EA funcionam através dos

funcionários afectos a ETAR. Através da

recolha dos resíduos sólidos

Os programas de EA são

ministrados por funcionários

afectos na ETAR mediante o

uso de métodos adequados

no seio da comunidade.

Recolha dos resíduos sólidos

S19 A gestão da ETAR é feita pelo município

através do Departamento de Agua e

Saneamento, os trabalhos consistem no

cadastramento de todos operadores que

despejam lamas na Etar, em paralelo a isso esta

sendo a revitalização da ETAR nomeadamente

a construção do Muro, reparação do Gorjão

hidráulico Ex: colector da cadeia central que

estava obstruída reabilitar a caixa de expensão.

Anterior mente enfrentavam um grande

problema tinham que partir e substituir.

Estão em processo de arborização e limpeza

dos lagos, em breve será lançado um concurso

para reabilitação dos acessos. Ex, as ruas entre

as bacias para facilitar a circulação.

Neste momento somente um trabalhador

controla a entrada e saída dos camiões e seu

despejos mas somente trabalha das 7horas as

15horas e a depois da sua saída do seu posto do

trabalho continuam entrando camiões para fazer

o despejo e já lá não esta ninguém para

controlar. Ex. Os camiões da empresa Maeva e

outros que despejam produtos químicos

enquanto naquele local somente faz se o

A gestão da ETAR é feita

pelo Município

Está em processo a

arborização e limpeza das

lagoas

Neste momento só há um

trabalhador a entrada e saída

de camiões

Foi elaborado um

documento de postura

municipal sobre a utilização

do sistema de saneamento e

drenagem

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tratamento biológico das aguas residuais.

Assim sendo pretendem trabalhar em turnos

para sanar esses problemas de utilizadores não

licenciados e com resíduos não permitidos na

ETAR.

Foi elaborado um documento de postura

Municipal sobre utilização de sistemas de

saneamento e drenagem. E um dos objectivos

chaves do documento que estabelece regras

municipais de saneamento e drenagem de

forma qualitativa e quantitativa e contempla a

questão Ambiental, contem também num dos

artigos as características gerais, facturação e

regras específicas do licenciamento da Etar

Tabela 2- Apresentação dos resultados

Descurso do Sujeito Colectivo 1

A gestão da ETAR é feita pelo município através do Departamento de Água e

Saneamento, os trabalhos consistem no cadastramento de todos operadores que

despejam lamas na Etar, em paralelo a isso está feito a sendo a revitalização da

ETAR nomeadamente a construção do Muro, reparação do gorjão hidráulico Ex:

colector da cadeia central que estava obstruída reabilitar a caixa de expensão.

Anterior mente enfrentavam um grande problema tinham que partir e substituir.

Neste momento somente um trabalhador controla a entrada e saída dos camiões e

seu despejos mas somente trabalha das 7horas as 15horas e a depois da sua saída

do seu posto do trabalho continuam entrando camiões para fazer o despejo e já lá

não esta ninguém para controlar. Ex. Os camiões da empresa Maeva e outros que

despejam produtos químicos enquanto naquele local somente faz se o tratamento

biológico das águas residuais. Assim sendo pretendem trabalhar em turnos para

sanar esses problemas de utilizadores não licenciados e com resíduos não

permitidos na ETAR.

Discurso do Sujeito Colectivo 2

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A mudança que deve haver esta ligada a limpeza das bacias de tratamento de águas

residuais devido ao mau cheiro. Deve-se limpar o capim devido ao aumento do

índice de criminalidade, pois os malfeitores se aproveitam da situação para

assaltar e violar mulheres que por ali passam na calada da noite. Deve haver,

ainda, mudança devido a falta de manutenção das bacias e não é feita a limpeza

com frequência. Antigamente havia uma frota de barcos que eram usados para a

limpeza e remoção da vegetação nas lagoas.

Acho mesmo, que devia-se reforçar a limpeza das bacias porque a água sai do

mesmo jeito que entra. Melhorando assim a limpeza e as condições de tratamento

das águas residuais. Antigamente havia limpeza regular das bacias e actualmente

devido a ausência da mesma verifica-se o aparecimento de malfeitores e cobras. As

pessoas que têm machambas próximas as bacias de tratamento de águas residuais,

não deviam usar aquela água.

Está em processo de arborização e limpeza das lagoas, em breve será lançado um

concurso para reabilitação dos acessos. Ex, as ruas entre as lagoas para facilitar a

circulação.

Discurso do Sujeito Colectivo 3

A ETAR ajuda a escoar as águas de uma parte da cidade de Maputo e a

desvantagem é que o tratamento das águas residuais não é bom e os agricultores

usam a água para regar sem estar em condições. Sendo assim, a utilização das

lagos de tratamento de águas residuais é deficiente, má e sem boas condições.

No momento o tratamento é deficiente, apesar do mesmo ser fundamental porque

reduz a poluição no meio receptor e reduz o impacto ao meio ambiente.

A ETAR funciona com tantas dificuldades e a sua gestão é feita nas condições que

lá existem apenas e não no seu bom caminho para tal. Mas apesar da má gestão

(manutenção) faz ou reduz a carga viral das águas residuais. Em suma a gestão da

ETAR é feita aleatoriamente e com pouco controle.

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Os camiões de sucção depositam as lamas fecais e águas de esgotos nas bacias de

tratamento de águas residuais. Contudo, deve haver recolha dos resíduos sólidos,

tratamento das águas residuais e monitoria da poluição que estas possam causar.

Discurso do Sujeito Colectivo 4

Os programas de sensibilização que existem são sobre as formas de irrigação.

Existem também programas de sensibilização ou de Educação Ambiental nas

lagoas de tratamento de águas residuais promovidas por uma associação de

agricultores denominada CRIVERDE, onde a referida sensibilização é feita através

de palestras, viradas ao uso de insecticidas.

A minha percepção sobre a Educação Ambiental é que com base nela pode-se

sensibilizar a comunidade sobre os impactos negativos da poluição, uso racional

dos recursos, contribuindo para um desenvolvimento sustentável. A Educação

Ambiental consiste na transmissão de conhecimentos, valores, habilidades, atitudes

e competências que visam a conservação e preservação do meio ambiente.

A Educação Ambiental tem a ver com os métodos que devemos usar no seio das

comunidades. Por isso, Julgo que a Educação Ambiental importante e até

indispensável, contudo é ainda pouco divulgada, pois a mesmo visa garantir a

preservação do meio para as gerações vindouras. Os programas de Educação

Ambiental funcionam através dos funcionários afectos a ETAR..

Discurso do Sujeito Colectivo 5

Foi elaborado um documento de postura Municipal sobre utilização de sistemas de

saneamento e drenagem. E um dos objectivos chaves do documento é estabelecer

regras municipais de saneamento e drenagem de forma qualitativa e quantitativa e

contemplar a questão Ambienta. Este documento, contém também num dos artigos

as características gerais, facturação e regras específicas do licenciamento da Etar.

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O primeiro discurso colectivo, refere que a gestão da ETAR é feita pelo município através

do Departamento de Água e Saneamento, com a responsabilidade de cadastrar os

operadores que despejam águas residuais e lamas fecais na ETAR e de realizar todas obras

de manutenção e revitalização da mesma.

Refere ainda que, neste momento há somente um trabalhador a controlar a entrada e saída

dos camiões de depuração, trabalhando este apenas das 7 horas as 15 horas. Verificando-se

ainda após a sua saída do posto do trabalho a entrada de camiões para fazer o despejo de

águas residuais sem nenhum controlo, fazendo o por vezes no chão (veja figura 06). Assim

sendo existe a pretensão de se trabalhar em turnos para sanar problemas de utilizadores não

licenciados e com resíduos não permitidos na ETAR.

Figura 6 - Camião de sucção fazendo despejo no chão (Fonte: Autora)

O Segundo discurso colectivo apela a mudança na gestão das bacias de tratamento de águas

residuais, apontando a limpeza das mesmas e do capim existente ao seu entorno como

actividades que podem melhorar o processo de tratamento e reduzir o índice de

criminalidade e a proliferação de cobras. A limpeza e manutenção das lagos devem ser

feitas com frequência e é sugerido aqui o uso de barcos para a limpeza e remoção da

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vegetação dos resíduos sólidos nas lagoas assim como era feito antigamente, porque

actualmente encontra se no estado deplorável (Veja figuras abaixo).

O terceiro discurso colectivo por seu turno, refere que a gestão da ETAR é deficiente, má e

sem condições apesar de ajudar a escoar parte das águas residuais da Cidade de Maputo.

Mesmo perante essa má gestão acredita-se que o tratamento de águas residuais na ETAR

ajuda a reduzir a poluição e a presença de agentes patológicos na água tratada.

As águas negras e lamas fecais de utentes que não estão ligados a rede de esgotos da Cidade

de Maputo, são depositadas nas lagoas de tratamento através de camiões de sucção. Apela-

se aqui a recolha dos resíduos sólidos e monitoria da poluição durante o processo de

tratamento de águas residuais.

O quarto discurso colectivo afirma que os programas de EA que existem são sobre as

melhores formas de irrigação e sobre o uso de insecticidas, através de palestras. No que

concerne a sua percepção sobre a EA, refere que é com base nela que se pode sensibilizar a

comunidade sobre impactos ambientais e uso racional dos recursos.

Figura 7 - Lagoas com vegetação e resíduos sólidos (Fonte: Autora)

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Numa outra linha de pensamento a EA visa transmitir conhecimentos, valores, habilidade,

atitudes e competências voltadas a conservação e preservação do meio ambiente. Sendo

essa EA importante e até indispensável.

Por fim, o quinto discurso colectivo refere que foi elaborado um documento de postura

Municipal sobre utilização de sistemas de saneamento e drenagem. E um dos objectivos

chaves do documento é estabelecer regras municipais de saneamento e drenagem de forma

qualitativa e quantitativa e contemplar a questão Ambiental. Este documento contém

também num dos artigos as características gerais, facturação e regras específicas do

licenciamento da Etar.

4.2. Impacto das actividades desencadeadas pelos agricultores ao redor das lagoas de

tratamento de águas residuais

SUJEITO EXPRESSÕES CHAVES IDEIAS CENTRAIS

S1 Há problemas de condutas entupidas que vem

da cadeia centrar e do hospital geral da

Machava. Essas condutas rompem e inundam

as culturas antes de chegar nas bacias de

tratamento de água

Inundação das culturas por

águas residuais devido ao

rompimento das condutas

entupidas da cadeia central e

do hospital geral da

Machava.

S2 Há falta de apoio para aquisição de sementes e

há um mau cheiro

Mau cheiro

S3 Mau cheiro, perigo de cobras e perigo de

bandidos malfeitores

Mau cheiro, proliferação de

cobras e aparecimento de

malfeitores.

S4 Praga branca; águas negras que vem do

Hospital Geral da Machava (Sanatório) devido

ao entupimento dos tubos invadem as culturas

As águas negras inundam as

culturas e surge a praga

branca.

S5 Varias dificuldades, tais como: falta de

insumos, são muito caros, falta de

compradores e mau cheiro

Mau cheiro

S6 Inundações das culturas devido ao Inundação das culturas por

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entupimento dos tubos de descarga águas negras provenientes de

tubos de descarga entupidos.

S7 Os impactos sócio ambientais são: atentado a

saúde por usarem as águas das lagoas e isso

pode afectar a população

O uso das águas residuais

das bacias constitui um

atentado a saúde pública.

S8 Existem diversos impactos e um deles é o

consumo de hortícolas contaminadas

Consumo de hortícolas

contaminadas

S9 O impacto é o tratamento das suas hortas na

boa qualidade

Produção de hortas sem

qualidade para o consumo

S10 Os impactos sócio ambientais: reduz a procura

dos produtos produzidos naquele local devido

a suspeitas que regam com água contaminada

Redução da procura dos

produtos cultivados ao

entorno da ETAR

S11 Constituem um atentado a saúde pública É um atentado a saúde

pública

S12 Riscos de contaminação das zonas verdes

(machambas), na zona de Infulene

Há riscos de contaminação

das machambas.

S13 Níveis de contaminação das hortícolas muito

elevado, visto que muitos usam águas das

bacias/lagoas

Níveis elevados de

contaminação das hortas

S14 Criar um ambiente são e criar doenças Incidência de doenças

S15 Mau cheiro Mau cheiro

S16

Negativos falta de controle do grau de

poluição

Não há controle do grau de

poluição

S17 Quando chove as machambas ficam em baixo

das águas, e perdemos os produtos

Inundação e perda de

culturas agrícolas

S18 Cheira mal, só continuamos aqui porque temos

filhos para cuidar

Mau cheiro falta de outros

meios de subsistência

S19 Pode se contrair doença por causa do mau

cheiro

Risco de contrair doenças

Tabela 3 - Apresentação dos resultados

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Discurso do Sujeito Colectivo 1

Há problemas de condutas entupidas que vem da cadeia centrar e do hospital geral

da Machava. Essas condutas rompem e inundam as culturas antes de chegar nas

bacias de tratamento de água residuais. Sendo assim, as inundações das culturas

devido ao entupimento dos tubos de descarga por sua vez estão por de trás do

surgimento da praga branca.

Discurso do Sujeito Colectivo 2

Há falta de apoio para aquisição de sementes, há um mau cheiro, perigo de cobras

e perigo de bandidos malfeitores. São várias dificuldades mesmo, desde a falta de

insumos que são muito caros à falta de compradores.

Discurso do Sujeito Colectivo 3

Existem diversos impactos e um deles é o consumo de hortícolas contaminadas.

riscos de contaminação das zonas verdes (machambas), na zona de infulene, visto

que muitos agricultores usam águas das lagoas de tratamento.

Discurso do Sujeito Colectivo 4

Um dos impactos sócio ambientais é redução da procura dos produtos produzidos

naquele local devido a suspeitas que regam com água contaminada, pois essa

prática constitui um atentado a saúde pública e isso pode afectar a população

criando doenças. Outro impacto negativos é a falta de controle do grau de

poluição.

O primeiro discurso colectivo aponta como impacto, o facto de as culturas serem inundadas

por águas negras devido ao rompimento das condutas ou tubos de descarga que se

encontram entupidos e o aparecimento da praga branca que afecta as hortícolas.

O segundo discurso, aponta os seguintes impactos: falta de apoio para aquisição de

insumos, mau cheiro, aparecimento de cobras, criminalidade e falta de compradores paras

as hortícolas produzidas ao entorno das lagoas de tratamento de águas residuais.

O terceiro discurso, refere que um dos diversos impactos é o consumo de hortícolas

contaminadas uma vez que os agricultores usam as águas em tratamento para a irrigação.

(Veja figuras abaixo)

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Figura 8 - Agricultores tirando água nas lagoas (Fonte: Autora)

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O quarto e último discurso colectivo, afirma que um dos impactos sócio - ambientais é a

redução da procura pelos produtos (hortícolas) produzidos na ETAR porque os agricultores

usam as águas residuais para irrigar, o que constitui um atentado a saúd e pública. Por fim,

aponta-se a falta de controlo do grau de poluição como outro impacto negativo.

4.3. Estratégias de consciencialização e sensibilização ambiental e vantagens da gestão

correcta das lagoas de tratamento

SUJEITO EXPRESSÕES CHAVES IDEIAS CENTRAIS

S1 O tratamento das águas residuais é

fundamental pois reduz a poluição no meio

receptor e reduz o impacto ao meio ambiente.

O tratamento das águas

residuais reduz a poluição no

meio receptor

S2 O mecanismo usado seria a EA, mas creio que

nunca foi feito um trabalho no sentido de

mudar o cenário

A EA seria um mecanismo

adequado a ser usado

S3 A vantagem: Sistema ambiental saudável;

Desvantagens: ambiente poluído e saúde

comprometida

A gestão correcta da ETAR

pode garantir um ambiente

saudável e o inverso

condiciona a poluição

ambiental e compromete a

saúde pública.

S4 Encontros regulares com as comunidades para

uma educação cívica relativamente a

importância e o uso deste mecanismo ali

implantado. Vantagens e suas desvantagens.

(ambiente saudável

Deve-se promover encontros

regulares com a comunidade

para uma educação cívica

sobre a importância do uso

de mecanismos adequados

S5 Sensibilização e diálogo Deve-se promover

campanhas de sensibilização

e diálogo

S6 Educação comunitária sobre os riscos do uso

da água das lagoas de Infulene

Deve-se promover uma

educação comunitária sobre

os riscos do uso das águas

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residuais

S7 Reduz a poluição ambiental e riscos de

doenças

Redução da poluição

ambiental e dos riscos de

contrair doenças.

S8 Sensibilização sobre os riscos, educação cívica

através de rádios, televisão, palestra nas

comunidades sobre tais impactos.

Deve-se promover uma

sensibilização e educação

cívica através da rádio,

televisão e palestras nas

comunidades.

S9 Vantagens: Tratamento de águas residuais;

desvantagem poluição ambiental/cheiro

nauseabundo

O tratamento das águas

residuais reduz a poluição

ambiental e o cheiro

nauseabundo.

S10 Diálogo/sensibilização pelas organizações

ligadas ao ambiente

As organizações

ambientalistas devem

promover o diálogo e

sensibilização

S11 Prevenção de doenças, causar problemas de

saúde e mau cheiro

O tratamento de águas

residuais reduz o mau cheiro

e a incidência de doenças

S12 Criação de grupos focais nas comunidades,

criação de agentes de Educação comunitária de

modo a transmitir mensagens no seio das

comunidades

É necessária a criação e

capacitação de grupos focais

no sei da comunidade local e

capacitação de agentes de

educação comunitária.

S13 Tratamento de águas residuais Tratamento de águas

residuais

S14 Vantagens, fácil localização e declividade ideal

em relação a cidade, desvantagem falta de

monitoria

É necessário que haja

monitoria

Tabela 4 - Apresentação dos resultados

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Discurso do Sujeito Colectivo 1

Eu acho que deve haver encontros regulares com as comunidades para uma

educação cívica relativamente a importância e o uso deste mecanismo ali

implantado. Deve haver também sensibilização, diálogo e Educação comunitária

sobre os riscos do uso da água das lagoas de Infulene. Sensibilização sobre os

riscos, educação cívica através de rádios, televisão, palestras nas comunidades

sobre tais impactos promovidas pelas organizações ligadas ao ambiente.

Deve haver criação de grupos focais nas comunidades e criação e capacitação de

agentes de Educação comunitária de modo a transmitir mensagens no seio das

comunidades.

Discurso do Sujeito Colectivo 2

O tratamento das águas residuais é fundamental pois reduz a poluição no meio

receptor e reduz o impacto ao meio ambiente. Sendo assim, ao reduzir a poluição

ambiental reduz também s riscos de doenças.

O tratamento de águas residuais evita problemas de saúde e mau cheiro, garante

um sistema ambiental saudável, ou seja, evita ambiente poluído e saúde

comprometida.

No concernente as estratégias de consciencialização e sensibilização ambiental, não obteve

se a resposta de todos entrevistados visto que alguns não tem noção do que é a educação

ambiental. O primeiro discurso refere que deve haver encontros regulares com a

comunidade para uma educação cívica, campanhas de sensibilização, dialogo e educação

comunitárias promovidas através da rádio, televisão, palestras, capacitação de grupos focais

e agentes de educação comunitária.

Finalmente no que diz respeito as vantagens da gestão correcta da ETAR, o segundo

discurso colectivo diz que a mesma é fundamental porque reduz a poluição no meio

receptor, reduz o rico de contrair doenças e o mau cheiro e garante um ambiente saudável e

melhorias a saúde pública.

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CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo é das conclusões e recomendações, onde são apresentadas as principais

constatações e são apresentadas algumas recomendações como resultado da presente

pesquisa.

5.1. Conclusões

A gestão das lagoas de tratamento de águas residuais é feita pelo conselho Município de

Maputo, pelo Departamento de Água e Saneamento. E o processo de tratamento é

considerado deficiente. Mesmo perante ao cenário gestão deficiente, acredita-se que o

tratamento das águas residuais nas lagoas de tratamento da ETAR ajuda a reduzir a

presença de agentes patológicos na água tratada para que seja lançado ao meio receptor sem

causar graves problemas.

O tratamento feito nas lagoas de tratamento de águas residuais de Infulene apenas é

preliminar, primário e secundários e nas condições em que as lagoas se encontram cheias de

resíduos sólidos e capim. Sabeis que mesmo sendo tratadas as águas não garante a remoção

total dos microrganismos patogénicos e nutrientes. Nas lagoas de Infulene não é feita a

desinfecção antes das águas serem lançadas ao meio receptor, essa situação pode incorporar

agentes transmissores de doenças, gerar impacto na biota da água e no uso a ela se destina,

tal como a irrigação, atentando dessa forma a saúde pública e degradação do ambiente.

Os programas de EA que existem limitam-se a disseminação das melhores formas de

irrigação e sobre o uso de insecticidas, através de palestras.

Os impactos identificados são: Inundação das hortícolas por águas negras, praga branca que

afecta as hortícolas, falta de apoio para aquisição de insumos, mau cheiro, aparecimento de

cobras, criminalidade e falta de compradores paras as hortícolas produzidas ao entorno das

lagoas de tratamento de águas residuais e redução da procura pelas hortícolas.

Neste contexto, a Educação Ambiental tem o papel de disseminar mecanismos voltados a

minimizar os referidos impactos sócio a ambientais, melhorar a gestão das lagoas e

melhorar acima de tudo as condições de tratamento das águas residuais adoptando a

metodologia participativa.

Por conseguinte, como estratégias da educação ambiental, o estudo revela que deve haver

encontros regulares com a comunidade para uma educação cívica, campanhas de

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sensibilização, dialogo e educação comunitárias promovidas através da rádio, televisão,

palestras, capacitação de grupos focais e agentes de educação comunitária com vista à

sensibilização e consciencialização ambiental. No que concerne as vantagens da gestão

correcta das lagoas, ficou patente que a mesma é fundamental porque reduz a poluição no

meio receptor, reduz o risco de contrair-se doenças e o mau cheiro e garante um ambiente

saudável e melhorias a saúde pública.

5.2. Recomendações

O presente estudo não se limitou simplesmente em pesquisar, mas também em observar o

cenário, analisar e deixar recomendações para a melhoria da gestão da ETAR através da

promoção da Educação Ambiental.

5.3 Ao conselho Municipal

Recomenda-se a elaboração e execução de um programa de Educação Ambiental voltado a

consciencialização das comunidades directa ou indirectamente afectadas pelos impactos

ambientais e sobre a importância do tratamento de águas residuais. Através de palestras e

divulgação de boas praticas usando meios de comunicação de massa tais como: rádio e

televisão.

Recomenda-se a contratação de uma empresa com capacidade técnica de gerir a ETAR,

realizar a respectiva manutenção e limpeza das lagoas de tratamento de águas residuais.

5.4 Aos agricultores

Recomenda-se aos agricultores que usem água potável disponível nas fontes existentes ao

redor da ETAR para a irrigação das hortícolas, em detrimento das águas que se encontram

nas lagoas de tratamento.

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Ministério das Obras Publicas e Habitação Direcção Nacional de Água, (2014). Síntese

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Zanta, V. M., (2008). Tema Transversais: saneamento e educação ambiental: guia do

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a

ANEXOS 1

Roteiro de Entrevista direccionada aos Gestores das lagoas do Infulene, funcionários

do conselho Municipal de Maputo, departamento de água e saneamento (CMCM-

DAS)

Tema: Papel da Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de águas

residuais de Infulene, Cidade de Maputo

Tópico Qual o papel da educação ambiental, para a melhoria da gestão das lagoas de

tratamento das águas residuais de Infulene?

A presente pesquisa tem como objectivo principal: Analisar o papel da educação

ambiental na melhoria da gestão das lagoas de tratamento de águas residuais de

Infulene, cidade de Maputo.

Roteiro de entrevista a ser aplicado para recolha de dados de carácter qualitativo

relativos a: Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de águas

residuais: O Caso das lagoas de tratamento do Bairro de Infulene, Cidade de Maputo, a

entrevista será feita no âmbito da realização do trabalho de culminação do curso de

licenciatura em educação ambiental (Monografia).

Na secção seguinte são apresentadas as perguntas a serem aplicadas aos Gestores das

lagoas do Infulene, funcionários do conselho Municipal da cidade de Maputo,

departamento de água e saneamento (CMCM-DAS)

Entrevista No. _____

Roteiro de Perguntas da Entrevista

1. Qual é a sua percepção sobre educação ambiental?

R:

2. Existem programas de EA nas comunidades das lagoas de tratamento de Infulene?

Sim □ Não □ Não sei □

2.a) Caso exista como funciona?

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b

3. Qual é a sua opinião sobre a EA nas lagoas de tratamento?

R:

4. Existe sistema de gestão ambiental das lagoas de tratamento de esgotos do Infulene?

Sim □ Não □ Não sei □

4.a) Caso exista como funciona?

R:

5. Como é feita a utilização das lagoas de tratamento de esgotos?

R:

6. Que vantagens e desvantagens traz o uso deste sistema?

R:

7. Quais são os impactos sócio ambientais que advém das actividades desenvolvidas

palas comunidades nas lagoas de tratamento de esgotos?

R:

8. Quais os mecanismos usados para consciencialização da comunidade sobre os

impactos identificados?

R:

Desde já, agradeço a sua disponibilidade para responder a esta entrevista.

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c

ANEXOS 2

Roteiro de entrevista direccionada a comunidade local que prática a agricultura nas

arredores das lagoas de tratamento de águas residuais de Infulene

Tema: Papel da Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de águas

residuais de Infulene, Cidade de Maputo

Tópico Qual o papel da educação ambiental, para a melhoria da gestão das lagoas de

tratamento das águas residuais de Infulene?

A presente pesquisa tem como objectivo principal: Analisar o papel da educação ambiental

na melhoria da gestão das lagoas de tratamento de águas residuais de Infulene, cidade de

Maputo.

Roteiro de entrevista a ser aplicado para recolha de dados de carácter qualitativo relativos a:

Educação Ambiental na Gestão das Lagoas de Tratamento de esgotos: O Caso das lagoas

de tratamento do Bairro de Infulene, Cidade de Maputo, a entrevista será feita no âmbito da

realização do trabalho de culminação do curso de licenciatura em educação ambiental

(Monografia).

Na secção seguinte são apresentadas as perguntas a serem aplicadas a comunidade local que

prática a agricultura nos arredores das lagoas de tratamento de Infulene.

Desde já, agradeço a sua disponibilidade para responder a esta entrevista.

Page 56: FACULDADE DE EDUCAÇÃO Departamento de Educação em …monografias.uem.mz/bitstream/123456789/207/1/2015 - Muhambe, Abicínia T..pdfEsta monografia foi julgada o suficiente como

d

Entrevista No. _____

Roteiro de Perguntas da Entrevista

1. Já ouviu falar de Educação ambiental?

Sim □ Não □ Não sei □

2. Existem programas de sensibilização/Educação ambiental sobre o uso das lagoas de

tratamento?

Sim □ Não □ Não sei □

3. Caso sim, como é feito ou quais são os métodos aplicados? a) Visitas as famílias?

b)Trabalho colectivo? c)) Palestras, d) Cartazes, e) Reuniões do Bairro? f) Outros

4. Há participação/ aderência da comunidade nesses programas?

Sim □ Não □ Não sei □

5. Acha que deve mudar alguma coisa no funcionamento ou na utilização das Lagoas de

tratamento da Etar?

Sim □ Não □ Não sei □

6. Caso sim o que é?

7. Tem tido dificuldades na realização de suas actividades quotidianas?

Sim □ Não □ Não sei □

8. Caso sim quais são?