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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO LUIZ GUSTAVO DE SENA BRANDÃO PESSOA LEGISLAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA E SUA APLICAÇÃO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA CABEDELO - PB 2015

FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA FESP CURSO DE ... FESP LUIZ... · ferramentas de controle. Neste sentido, o acesso à informação é condição sem a qual não é possível

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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

LUIZ GUSTAVO DE SENA BRANDÃO PESSOA

LEGISLAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA E SUA APLICAÇÃO

NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

CABEDELO - PB

2015

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LUIZ GUSTAVO DE SENA BRANDÃO PESSOA

LEGISLAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA E SUA APLICAÇÃO

NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo

Científico apresentado a Coordenação do Curso de

Bacharelado em Direito pela Faculdade de Ensino

Superior da Paraíba – FESP como requisito parcial para

a obtenção do título de Bacharel em Direito.

Área: Direito Administrativo

Orientadora: Profª. Luciana Villar de Assis

CABEDELO - PB

2015

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LUIZ GUSTAVO DE SENA BRANDÃO PESSOA

LEGISLAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA E SUA APLICAÇÃO

NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

Artigo Científico apresentado à Banca

Examinadora de Artigos Científicos da

Faculdade Superior da Paraíba – FESP, como

exigência para obtenção do grau de Bacharel

em Direito.

APROVADO EM _____/_______/2015

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Profª. Ms. Luciana Villar de Assis

ORIENTADORA- FESP

___________________________________________

Prof. Esp. Markus Samuel Leite Norat

MEMBRO- FESP

___________________________________________

Prof. Ms. Maria do Socorro da Silva Menezes

MEMBRO- FESP

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, seja sempre louvado.

Aos meus pais (in memorian), que me educaram com amor

À minha família por todo apoio e carinho.

À professora Socorro Meneses e Luciana Villar, pela valiosa colaboração.

À todos que direta e indiretamente fizeram parte dessa conquista.

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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................... 6

2 DIREITO ADMINISTRATIVO, PRINCÍPIOS E AGENTES PÚBLICOS ................. 8

3 LEGISLAÇÃO SOBRE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA ...................... 9

3.1 A LEI DE RESPONSABLIDADE FISCAL ......................................................................10

3.1.1 Dos Diversos Instrumentos de Controle na Administração Pública ......................... 12

3.2.2 Da Lei de Acesso à Informação .................................................................................... 13

3.1.3 Tecnologia da Informação e os Sites de Transparência Pública ............................... 14

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 15

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................... 16

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 21

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 23

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LEGISLAÇÃO DE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA E SUA APLICAÇÃO

NO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

Luiz Gustavo de Sena Brandão Pessoa*

Luciana Vilar de Assis**

RESUMO

A legislação que baliza os atos e fatos administrativos dos entes federais, estaduais e municipais

são norteadas a partir dos princípios da administração pública. Nesse contexto, o princípio da

publicidade vem como vetor principal no processo de acompanhamento da gestão pública e ao

atendimento aos preceitos básicos do Estado democrático de direito: o acesso à informação.

Além dos princípios previstos na Constituição Federal de 1988, a Lei de Responsabilidade

Fiscal, tem, como um de seus pilares, a transparência, como requisito de eficácia aos atos de

gestão. Esse trabalho teve como objetivo discutir os instrumentos legais de transparências

capazes de dotar a sociedade de conhecimento de como o orçamento é executado. Para isso,

realizou-se um estudo documental no site do Portal da Transparência do município de João

Pessoa-PB, para avaliar seu nível de transparência. Os resultados indicam que o município de

João Pessoa-PB vem observando os requisitos legais de divulgação, transparência e acesso à

informação. Observou-se também que a legislação brasileira prevê diversos tipos de

ferramentas de controle. Neste sentido, o acesso à informação é condição sem a qual não é

possível ter as ferramentas necessárias para o acompanhamento dos atos e fatos da gestão

pública, comprometendo, consequentemente, a democracia.

Palavras chave: Administração Pública. Transparência. Acesso à informação.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nos últimos anos, muito se discute sobre a destinação dos recursos do orçamento e a

relação que existe entre o poder de arrecadação das receitas e a maneira que é feita a destinação

desses recursos, ou seja, as despesas. O crescimento acelerado das despesas públicas no Brasil

vem ganhando destaque na mídia. Com a globalização, a destinação dos recursos passou a ter

uma concorrência entre os investimentos públicos e com a presença do mercado internacional,

e o Brasil não deixou de fazer parte desse processo.

Concomitante a isso, existe o papel dos administradores públicos, que tem um papel

fundamental e preponderante nesse processo, são eles os responsáveis legítimos por toda

elaboração orçamentária e financeira do orçamento. Esses gestores controlam, arrecadam,

fixam despesas, ordenam pagamentos, enfim, fazem o orçamento ser materializado através dos

serviços públicos que são realizados.

__________________ *Aluno do 10º período de Direito da Fesp Faculdades. Email: [email protected]

** Mestre em Direito, advogada, professora da Fesp Faculdades. Email: [email protected]

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A administração pública necessita resolver problemas do passado causados por atos

emanados por autoridades muitas vezes incompetentes e corruptas, que por vezes deterioraram

o patrimônio público em causa própria. Tais atos são perceptíveis a partir do momento em que

o princípio da publicidade se torna uma regra a ser observada como requisito de eficácia dos

atos administrativos.

Neste sentido, para conter tais práticas, como normativo legal, existem diversas leis

que preveem a forma que os recursos públicos devem ser geridos, a exemplo da lei nº 4.320/64,

que traz normas de direito financeiro para os entes da União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, bem como suas autarquias e fundações, sendo necessária sua observância no

processo de execução orçamentária e financeira. Além dessa, a Lei nº 101/2000, denota a

importância e preocupação do legislador com a gestão pública, enfatizando os pilares da

transparência, responsabilidade, controle e planejamento. Neste sentido, Lei de

Responsabilidade Fiscal sofreu algumas alterações em 2009, principalmente com relação às

ferramentas de transparência.

Em 2011 foi editada a Lei de Acesso à Informação, que trouxe em seu arcabouço outras

obrigações para os entes, no que se refere as obrigações de prestar informações à sociedade.

Essas leis complementam a Constituição Federal, no que se refere as bases normativas para a

publicidade, transparência e acesso à informação. É nesse contexto que se tem a seguinte

questão de pesquisa: a legislação que trata da transparência pública está sendo observada pelo

município de João Pessoa-PB?

Concomitante ao acompanhamento da gestão, existe a participação de diversos órgãos

e entidades de controle. Nesse contexto, um problema que o Estado vem enfrentando é a forma

de acompanhar e controlar os gastos públicos, o que passa pela transparência fiscal que é

caracterizada pelo direito de conhecer as contas da gestão. Neste sentido, a Constituição Federal

de 1988, determina que as contas estejam publicadas e disponibilizadas a sociedade.

Já o parágrafo único do art. 70 da CF/88 prescreve que qualquer pessoa física ou

jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens

e valores públicos ou pelos quais a União responde, ou que, em nome desta, assuma obrigações

de natureza pecuniária deverá prestar contas. Este trabalho tem o objetivo de discutir pontos da

legislação e dos instrumentos de transparência pública que estão à disposição da sociedade, para

o acompanhamento da gestão pública. Para isso, buscou-se aplicar esse entendimento ao

município de João Pessoa-PB, através de pesquisa documental ao Portal de Transparência

disponibilizado na plataforma institucional.

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2 DIREITO ADMINISTRATIVO, PRINCÍPIOS E AGENTES PÚBLICOS

Nas palavras de Di Pietro (2015 p.34)

Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objetivo órgãos,

agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a administração pública, a

atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que utiliza para a

consecução de seus fins, de natureza pública

Observa-se, nas palavras da autora, o campo abrangente de aplicação do direito

administrativo no que se refere ao aparato do Estado. Fazendo referência a todos os agentes e

pessoas que integram a administração pública e suas atividades, através da utilização de seus

bens para a finalidade pública.

Dessa forma, o direito administrativo existe para servir a sociedade, regulamentando

os atos administrativos realizados pela administração pública, uma vez que esta é quem tem a

competência de gerir, realizar e acompanhar, através da utilização de seus bens e realização de

seus serviços, as demandas da sociedade.

Meirelles (2015 p.147) conceitua ato administrativo como a “manifestação unilateral

da vontade do estado, onde, através deste ato, pode modificar, fazer cumprir, agir, guardar,

transferir, declarar direitos, em consonância com a atividade administrativa”. Assim, atos

administrativos são os meios pelos quais é manifestada a vontade do agente público em função

da atividade administrativa. É através dos atos administrativos que são ofertados os serviços

para a sociedade.

Neste corolário, a Constituição Federal Brasileira de 1988, consagrou no seu artigo 37,

os princípios que devem ser observados pela administração pública, por ocasião de seus atos

administrativos, a saber: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.

Importante ressaltar que a inobservância de qualquer princípio pode acarretar em anulação do

ato administrativo e punição do responsável pela omissão. Para os fins deste trabalho, são

relevantes os pressupostos elencados pelo princípio da publicidade onde o texto constitucional

no seu Artigo 5º XXIII, trata o direito à informação como regra e o sigilo como a exceção.

(BRASIL, 1988)

Melo (2015 p.104), ressalta que a “necessidade de transparência nos atos

administrativos é a principal razão de existência do princípio da publicidade, baseada nos

ditames democráticos”. Percebe-se nas palavras do autor, que a transparência advém do

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princípio da publicidade, e que está expressamente ligada à instituição de um Estado

democrático de direito.

Diante do exposto, o princípio da publicidade vem atender as necessidades

democráticas de um Estado democrático de direito, tornando um dever para o Estado a

publicidade de informações de seus atos administrativos. Para a sociedade, este princípio vem

a ser uma grande conquista e se apresenta como uma importante ferramenta de combate aos

atos de improbidade administrativa causada por agentes públicos. A partir da ocorrência da

publicidade, todo cidadão pode se manifestar acerca do ato administrativo praticado pelo agente

público, denunciando, se for o caso, possíveis irregularidades.

Agentes públicos são as pessoas que trabalham na administração pública, que segundo

Meirelles (2015 p.75) “São todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente,

do exercício de alguma função estatal”. Assim, todo aquele que estiver executando atos e fatos

administrativos, seja de forma definitiva ou transitória é caracterizado como agente público.

Nesse sentido, os agentes públicos podem ser políticos, honoríficos, delegados, militares,

credenciados, administrativos, etc. Esses agentes são os responsáveis por fazer a máquina

pública funcionar. Dentre eles estão os gestores públicos, que, investidos de cargos a serviço

do Estado, administram os bens e serviços, arrecadam receitas, realizam despesas, fiscalizam,

prestam contas à sociedade, dentre outras atribuições.

3 LEGISLAÇÃO SOBRE TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO PÚBLICA

A transparência na gestão pública é condição para o exercício da democracia. Observa-

se que no Brasil, existem diversas leis que caracterizam o desejo do legislador em materializar

essa necessidade. A própria Lei de Responsabilidade Fiscal foi um marco nesse processo de

conhecimento da gestão pública. Além disso, a Constituição Federal de 1988 prevê o controle

estatal baseados nos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e

eficiência. Nesse sentido, o princípio da publicidade tem um especial destaque, por prever

legalmente a necessidade do acesso à informação, de forma que os atos de gestão se torem

públicos, para ter eficácia. Assim, está expresso legalmente o direito de qualquer cidadão

conhecer a forma que os recursos são empregados, fazendo-se partícipe do processo de controle,

previsto na própria Constituição de 1988.

Para que essa transparência seja feita de forma satisfatória, existe a necessidade da

utilização das ferramentas disponíveis através dos meios de comunicação, como diz Carvalho

(2014, p. 83) “A transparência dos atos públicos deve ser implementada por meio da divulgação

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nos meios de comunicação, inclusive eletrônico, dos resultados da gestão fiscal e das prestações

de contas e pareceres prévios emitidos pelos tribunais de contas”.

Percebe-se que os meios de comunicação disponíveis, tais como os jornais de grande

circulação, a televisão e, principalmente a internet, onde é possível de maneira rápida e

eficiente, acompanhar os gastos da gestão pública, desde que esses orçamentos estejam

disponíveis em portais de forma que o usuário tenha à sua disposição uma linguagem clara e

objetiva de como os recursos são arrecadados e a forma de sua destinação. Nesse sentido,

necessário se faz o interesse e a participação ativa da sociedade nesse papel, como um agente

de colaboração com os diversos órgãos de controle.

3.1 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

No Brasil, existe atualmente, uma interrogação na sociedade com relação às práticas

dos agentes públicos com relação à corrupção. A partir da Lei de Responsabilidade Fiscal, no

que se refere a responsabilização pela gestão dos recursos, vieram diversos outros instrumentos

normativos, com a finalidade de se coibir a má aplicação dos recursos públicos, a exemplo da

Lei de Improbidade Administrativa. Para coibir tais atos, a LRF/2000 determina procedimentos

capazes de fomentar um maior rigor nos atos de gestão.

Art.1º [...] § 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e

transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o

equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre

receitas e despesas e a obediências a limites e condições no que tange a renúncias de

receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívida

consolidada e mobiliária, operação de crédito, inclusive por antecipação de receita,

concessão de garantias e inscrição em Restos a Pagar (BRASIL, 2000).

Assim, observa-se a preocupação do legislador primeiramente com ação planejada e

transparente como forma de se diminuir os riscos e corrigirem possíveis desvios, inerentes aos

atos dos gestores. Como instrumento de planejamento, a CF/88, remete-nos às leis

orçamentárias como principais peças a serem observadas pelo gestor, como diz as palavras de

Giacomoni (2010, p 22):

A Constituição de 1988 reforçou a concepção que associa planejamento e orçamento

como elos de um mesmo sistema, ao tornar obrigatória a elaboração de planos

plurianuais abrangendo as despesas de capital e demais programas de duração

continuada.

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Observa-se que nas palavras do autor, que o orçamento é o principal instrumento de

planejamento. Assim, o orçamento se torna um importante instrumento de acompanhamento de

gestão, desde que seja respeitado no momento de sua execução. Para tanto, necessário se faz

que o gestor disponibilize nos diversos meios de comunicação, a peça orçamentária, a saber, a

Lei orçamentária anual.

A decisão de onde as despesas serão realizadas normalmente é política, de iniciativa

do poder executivo, que, após a apreciação e aprovação do poder legislativo, passa a fazer toda

a programação financeira do orçamento, com a finalidade de iniciar sua execução. Neste

sentido, a disponibilização das informações, devem observar desde o planejamento

(orçamento), passando pelas etapas de execução financeira, até os resultados da fiscalização

dos órgãos de controle.

Motta (2012, p.69) ressalta que a “proposta orçamentária, após a apreciação do

legislativo, se transforma em lei. Essa lei presume, de forma equilibrada, as receitas dos

recursos provenientes de diversas fontes, bem como as despesas fixadas; de acordo com as

necessidades da sociedade”. Assim, após a apreciação do legislativo, o projeto é devolvido em

forma de lei ao executivo, que fará toda a programação de execução financeira.

Neste sentido, observa-se também, que a publicidade da lei orçamentária é condição

de eficácia do ato administrativo, ou seja, o orçamento, para ser executado, precisa passar pela

divulgação ampla, nos meios de comunicação, em especial, os diários oficiais. Assim, nas

palavras de Rosa (2011), verifica-se que a publicidade dos atos administrativos está conectado

ao controle na administração pública, através dos diversos órgãos instituídos para tal fim e a

própria sociedade, que, conhecendo os atos do gestor, pode questioná-los.

Percebe-se que a participação da sociedade depende da capacidade do gestor de

cumprir a legislação no que se refere a evidenciar seus atos administrativos. A partir do

conhecimento dos atos de gestão, a sociedade se torna partícipe das ações promovidas pelos

gestores, uma vez que tais ações são em benefícios da própria sociedade. Neste sentido, o

legislador aprovou, em maio de 2009, a Lei da Transparência, Lei Complementar nº 131. Essa

lei, altera alguns dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que se refere aos atos de

gestão.

Uma das inovações dessa lei é a obrigatoriedade da União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, de disponibilizarem, em tempo real, todas as informações de maneira detalhada e

em tempo real, através da mídia eletrônica, ou portais institucionais, mantidos pelo ente. Esse

dispositivo legal que determina a disponibilização em tempo real se apresenta como um forte

aliado à sociedade no que se refere ao acompanhamento da gestão.

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3.1.1 Dos Diversos Instrumentos de Controle na Administração Pública

O controle na administração pública é a atividade de confronto entre o que foi

planejado, por ocasião das leis orçamentárias, e o que foi, de fato executado, em função das

ações físicas e financeiras emanadas pelos gestores públicos. São prerrogativas das atividades

de controle o acompanhamento da gestão, afim de se prevenir riscos com ou sem dolo, de forma

que os recursos sejam aplicados da forma mais beneficente à sociedade, sempre observando os

princípios da administração pública.

Os instrumentos de controle previstos na CF/88 estão expressos mais precisamente no

art.70:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial

da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,

legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será

exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de

controle interno de cada Poder. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física

ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome

desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998).

Esse artigo dota o Congresso Nacional de poderes para exercer o controle externo de

todas as entidades da união, seja ela direta ou indireta; que arrecade, utilize, guarde, gerencie

ou administre dinheiros, bens e valores públicos. Tais prerrogativas são de fatores externos à

administração pública, uma vez que, no caso do controle externo, é o poder legislativo que

fiscaliza os atos do poder executivo, respeitando, para tanto, a independência dos poderes. Neste

sentido, cabe ressaltar que essa prerrogativa de fiscalização tem o apoio institucional do

Tribunal de Contas da União, como órgão auxiliar na função de controle externo.

O mesmo artigo também prevê que todos os entes e cada poder deve ter um sistema de

controle interno, para que seus atos sejam supervisionados por um setor interno competente.

No âmbito da administração pública federal, o órgão criado para realizar o controle interno, é a

Controladoria Geral da União. Neste sentido, muitos gestores municipais vêm enfrentando

resistência para implantar esse sistema de controle interno.

Percebe-se que existe, no âmbito federal, previsto na Constituição Federal de 1988, o

controle institucional, materializado nos controles internos de cada poder e no controle externo

exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União. Cabe ressaltar

que a mesma regra aplica-se também aos Estados e Municípios. Destarte, a Constituição Federal

de 1988, no art.74 § 2º, prevê uma situação onde a sociedade é parte legítima para denunciar

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qualquer irregularidade ou ilegalidade cometida por agentes públicos que arrecade, utilize,

guarde, gerencie ou administre o erário público:

Art.74 [...] § 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte

legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o

Tribunal de Contas da União (BRASIL, 1988)

Dessa forma, nasce o Controle Social, que, de acordo com o Manual da Controladoria

Geral da União (2013, p.18):

O controle social é entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na

fiscalização, no monitoramento e no controle das ações da Administração Pública.

Trata-se de importante mecanismo de fortalecimento da cidadania, pois amplia a

participação popular nas decisões, aproximando as decisões do Estado ao cotidiano

do cidadão. (CONTROLADORIA..., 2013)

Na redação do Manual da Controladoria Geral da União, para que exista o controle

social, é necessária a participação do cidadão no acompanhamento da gestão pública. Esse

acompanhamento pode ser realizado através da supervisão das ações da administração pública.

Sendo um importante instrumento de fortalecimento da sociedade no combate à corrupção, pois

aproxima o cidadão dos órgãos de controle institucional, neste caso, o poder legislativo.

Tais mecanismos de controle levam o gestor público a ter uma maior preocupação com

a legalidade dos atos, bem como sua divulgação e transparência. Neste sentido, a Lei da

Transparência, determina que todos os entes da federação mantenham um sistema integrado de

controle financeiro. Esse sistema de controle financeiro deve observar um padrão mínimo de

qualidade, estabelecido pela União. Esse sistema deve ficar à disposição da sociedade através

de portais institucionais de acesso claro e objetivo, mantidos por cada ente, possibilitando o

acesso público e em tempo real, permitindo assim, um acompanhamento da gestão pública por

parte de qualquer cidadão que deseje obter informações à respeitos dos atos administrativos,

3.1.2 Da Lei de Acesso à Informação

Em 2011, foi sancionada a Lei nº 12.527, mais conhecida como Lei de Acesso à

Informação. Essa lei dispõe sobre procedimentos a serem observados pela União, Estados,

Distrito Federal e Municípios, com a finalidade de garantir o acesso à informação previstos nos

dispositivos constitucionais. Esta lei amplia as exigências de divulgação de informações de

forma clara e transparente, a serem observados pelos entes. Tal divulgação deve ser realizada

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através de sites, além disso, regulou também o pedido de informação pública, por parte de

qualquer cidadão.

Neste sentido, observa-se uma tendência à melhoria na qualidade dos serviços

públicos, dotando os servidores de capacitação para compreender e aplicar o que a legislação

pede. As palavras de Lenza (2014, p.54) traduzem essa necessidade da administração pública:

Deve ainda a administração, em todos os níveis, promover a capacitação de seus

servidores, para que estes, conhecendo a lei e as obrigações dela decorrentes, estejam

aptos a cumpri-la com segurança e presteza, sem a imposição de limitações indevidas

ao direito de acesso à informação.

No posicionamento do autor supracitado, a gestão da informação deve ser fidedigna

à gestão documental, e ambas devem estar disponíveis de forma autêntica e objetiva a toda a

sociedade. A Lei de Acesso à Informação se apresenta com um importante instrumento de

combate a atos de improbidade administrativa, uma vez que, com informações disponíveis, a

sociedade é capaz de acompanhar de perto os atos e fatos da gestão pública, a qual está inserido.

Neste sentido, observa-se que o acesso à informação se torna uma regra, não devendo o agente

público se negar de prestar a informação, salvo exceções de sigilo previstas em lei.

3.1.3 Tecnologia da Informação e os Sites de Transparência

Com o advento da tecnologia da informação, o governo passou a utilizar das

ferramentas de tecnologia para criar novos mecanismos de ações voltadas para o controle dos

gastos públicos. Percebe-se que a tecnologia da informação impulsionou uma revolução na

transparência da gestão, pois possibilitou a sociedade de acessar às informações em tempo real.

Assim, a criação do Portal da Transparência da Controladoria Geral da União, órgão

responsável pelo Controle Interno do governo federal, representou um marco no quesito

transparência pública da União.

Dotado de informações que remetem-se à transparência da publicidade dos atos e fatos

da União, neste sítio é possível verificar todos os procedimentos de execução financeira da

União com relação à aplicação dos recursos públicos. É possível verificar, além das receitas

auferidas, e das despesas fixadas, a forma de sua execução, os procedimentos licitatórios

correspondentes, bem como os gastos relativos à despesa de pessoal e endividamento.

Necessário ressaltar que a Controladoria Geral da União, foi criada em 2003, planejada a

partir da descentralização do Ministério da Fazenda, no que se refere à controle. Este órgão tem

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sido um importante aliado da sociedade no que se refere ao fomento da participação do cidadão

no controle social. A importância da tecnologia da informação é verificada nas palavras de

Rover et al. (2012, p. 14):

As TICs, vistas como instrumentos aptos a viabilizar a eficiência e a transparência

governamental, estão sendo largamente utilizada nesse processo, ganhando destaque

por meio das iniciativas voltadas para a administração pública, a sociedade, o setor

privado e, principalmente ações voltadas para o cidadão.

Note-se que a obrigatoriedade da implantação da tecnologia da informação para a

transparência na gestão pública é materializada com a criação de Portais da Transparência, que

a partir da Lei Complementar nº131/2009; tornou obrigatório todos os entes da federação a

criarem seus Portais de Transparência em consonância com a lei. Nesse contexto, ganha a

cidadania e o exercício da democracia.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

No desenvolvimento dessa pesquisa, utilizou-se uma pesquisa descritiva e

bibliográfica na legislação, e na doutrina, através de consulta a livros e artigos científicos. A

pesquisa descritiva, para Gil (2010) tem por objetivo principal a revelação de uma determinada

população ou fenômeno estabelecendo relação entra as suas variáveis, onde os dados coletados

possuem técnicas padronizadas como a observação sistemática. A pesquisa documental, de

acordo com Gil (2010), é caracterizada por dados que ainda não receberam um tratamento

específico, ou que podem ser adaptados de acordo com o objeto de pesquisa.

A técnica de pesquisa a ser utilizada observará tanto a documentação direta como a

documentação indireta, na visão de Lakatos & Marconi (2010). Segundo os autores, a

documentação indireta leva em consideração a pesquisa documental de fontes primárias, ou

seja, a partir de documentos, relatórios, leis e normas. A pesquisa bibliográfica, refere-se às

fontes secundárias, com a utilização de livros, artigos e periódicos com assuntos relacionados

ao tema. Será observada também a técnica de observação direta através dos sítios da

administração pública do município de João Pessoa-PB.

Para se realizar o objetivo proposto, foi estudado sobre os pressupostos de

transparência na gestão presentes nas diversas leis que integram o arcabouço legal brasileiro,

tais como: Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei da Transparência e Lei de Acesso à Informação,

relacionadas as informações divulgadas na internet pelo município escolhido como estudo de

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caso, realizando assim, uma pesquisa qualitativa no site do portal de transparência do município

de João Pessoa-PB. A escolha do município de João Pessoa-PB se deu pelo critério de

conveniência.

Como referência aos itens a serem pesquisados, foi adaptado o modelo de indicadores

de verificação para avaliação dos portais, disponível pelo Tribunal de Contas do Estado da

Paraíba, que versa sobre os principais itens elencados com os principais vetores de um nível de

transparência mínimo exigido. Esse modelo tem uma metodologia própria de avaliação,

pontuando cada item, de acordo com o nível de evidenciação da informação em “sim”, “não”

ou ”parcial”. A pesquisa foi realizada no site do Portal da Transparência, da Prefeitura

Municipal de João Pessoa-PB (transparencia.joaopessoa.pb.gov.br). Após a realização do

levantamento de dados, estes foram tratados e apresentados em formato de tabela, aplicando-

se, o percentual de evidenciação da informação para cada item de pesquisa, segundo a avaliação

feita pelo autor dessa pesquisa.

5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A seguir, são apresentados os dados e a relação de indicadores com a respectiva base

legal, bem como as respostas sobre a análise do nível da transparência pública, a partir das

percepções e evidências constatadas pelo autor da pesquisa.

Quadro I – Percepção sobre os indicadores de regulamentação e informações gerais

REGULAMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES GERAIS

BASE LEGAL

“SIM”,

“NÃO” OU

“PARCIAL”

Regulamentação da Lei de Acesso à Informação?

Art. 42. Lei

12.527/11

Sim

O conteúdo disponibilizado atende ao requisito "tempo

real"?

Inciso II, art. 48, LC

101/00

Em parte

Implementação do Serviço de Informação ao Cidadão

(SIC)

Inciso I, Art.9º, Lei

12527/11

Sim

Alternativa de enviar pedidos de forma eletrônica ao SIC?

Incisors II, art.48,

LC 101/00; §2º, art.

8º, Lei 12527/11

Sim

No site está disponibilizado o registro das competências e

estrutura organizacional do ente?

Inciso I, §1º, art.8º,

Lei 12527-11

Sim

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, 2015.

Os indicadores que questionam a regulamentação da lei e informações gerais foram

desmembrados de forma a compreender se a gestão municipal vem implementando os

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procedimentos iniciais de adaptação à legislação. A partir da verificação, constatou-se que a lei

passou pelo processo de regulamentação. Outro indicador observado, foi a questão da

tempestividade da disponibilização da informação, neste sentido, verificou-se que a grande

maioria das informações estão disponibilizadas em tempo real, entretanto, existe algumas

informações que estão desatualizadas. Assim, este índice foi avaliado “em parte”, diminuindo

o índice de adequação do portal às normas pertinentes.

Verificou-se ainda que a gestão possui um sistema de informação ao cliente, o que

demonstra que a gestão tem abertura para solicitação de demandas por parte da sociedade. Esse

link foi acessado e está funcionando de forma satisfatória. Tais fatos corroboram com as

palavras de Lenza (2014), no que se refere à necessidade da gestão pública de fornecer

informações úteis, precisas e de forma clara, à sociedade.

Quadro II – Percepção sobre os indicadores de Receitas

INDICADORES DE RECEITAS

BASE LEGAL

“SIM”,

“NÃO” OU

“PARCIAL”

Existe item de previsão de receitas?

Alínea a, Inciso II,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe informação das receitas com relação a arrecadação,

inclusive referente a recursos extraordinários?

Alínea c, Inciso II,

art. 7º, Decreto

7185-10; Inciso II,

art.48-A, LC 101-00

Em parte

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, 2015.

No que se refere aos indicadores sobre as percepções das “receitas”, verificou-se que

as informações pertinentes à previsão de receitas são tempestivas e oportunas, ou seja, ao

acessar o link que dá acesso às informações sobre as receitas, observou-se que estes se dividem

em previsão e arrecadação, com níveis de detalhamento. Entretanto, no que se refere às “receitas

extraordinárias”, verificou-se que não havia informações sobre essas, podendo auferir que

estavam disponibilizadas apenas as receitas ordinárias.

Essas informações são relevantes, pois torna possível o cidadão verificar, em confronto

com o orçamento, se a lei orçamentária anual está sendo executada de acordo com o

planejamento do Executivo, como bem disse as palavras de Giacomoni (2010), quando tratou

do equilíbrio que se deve ter entre as receitas previstas e arrecadadas, para a fixação e execução

das despesas.

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18

Quadro III – Percepção sobre os indicadores de Despesas

INDICADORES DE DESPESAS

BASE LEGAL

“SIM”,

“NÃO” OU

“PARCIAL”

Existe evidenciação do valor do empenho da despesa?

Alínea a, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe evidenciação do valor do pagamento da despesa?

Alínea a, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe classificação orçamentária, especificando a unidade

orçamentária, função, subfunção, natureza da despesa e a

fonte dos recursos que financiaram o gasto?

Alínea c, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe informação da pessoa física ou jurídica beneficiária

do pagamento?

Alínea d, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe informação sobre o bem fornecido ou serviço

prestado, quando for o caso?

Alínea f, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, 2015.

Com relação às informações dos indicadores das “despesas” verificou-se que todos os

itens estão sendo observados plenamente, sendo possível verificar, ao acessar o link das

despesas, que estas estão disponibilizadas pelos momentos de empenho, liquidação e

pagamento, inclusive em tempo real. Neste sentido, o orçamento é a peça que deve ser

confrontada com essas informações, já que a fixação das despesas antecede a execução.

Os empenhos visualizados nos mostram que o ordenador de despesa comprometeu

parte do orçamento com aquele fornecedor ou prestador de serviço, ainda que, financeiramente

não pagou o contratado. Pois, somente após o momento da liquidação da despesa é que é

possível realizar o pagamento. Ainda é possível verificar que as despesas são alocadas pela

classificação orçamentária, trazendo a informação de quanto cada secretaria está realizando as

despesas, através dos itens função e subfunção.

As informações de execução das despesas são bastante relevantes, pois é nesse

momento que está sendo realizado, através do cronograma de desembolso, os gastos da

administração pública. Para realizar essas despesas, se faz necessário observar os requisitos dos

processos de licitação, quando for o caso. Publicar informações detalhadas e claras sobre como

estão sendo realizados os gastos, e quem são as pessoas físicas ou jurídicas beneficiários do

pagamento, indicando o serviço que prestou ou o produto que entregou é atender aos princípios

constitucionais, bem como também a legislação de responsabilidade fiscal, no quesito

transparência nos gastos públicos.

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Quadro IV – Percepção sobre os processos licitatórios

INDICADORES DE PROCESSOS LICITATÕRIOS

BASE LEGAL

“SIM”,

“NÃO” OU

“PARCIAL”

Existe a indicação do processo licitatório.

Alínea e, Inciso I,

art. 7º, Decreto

7185-10

Sim

Existe informações concernentes a procedimentos licitatórios,

inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos

os contratos celebrados?

Inciso IV, §1º, art.8º,

Lei 12527-11

Sim

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, 2015.

Os indicadores que tratam dos processos licitatórios também foram verificados.

Observou-se que com relação a este item, o Portal da Transparência pública, em tempo real, os

editais e avisos, demonstrando a origem demandante da licitação, a modalidade e a data de

publicação do edital, inclusive com opções de download. Traz também, informações de

resultados das licitações com as empresas envolvidas, inclusive com o bem ou serviço prestado.

Essas informações podem ser úteis ao cidadão que deseje acompanhar as empresas que estão

contratando com o serviço público, se existe favorecimento ou indícios de má aplicação do

erário público, chamando a responsabilidade para a sociedade no acompanhamento dos

procedimentos, como vem fomentando a Controladoria Geral da União.

Quadro V – Percepção sobre geração de informação ao cidadão

INDICADORES DE GERAÇÃO DE INFORMAÇÃO

BASE LEGAL

“SIM”,

“NÃO” OU

“PARCIAL”

Apresenta respostas a perguntas mais frequentes da

sociedade?

Inciso VI, §1º, art.8º,

Lei 12527-11

Não

O site tem ferramenta de pesquisa?

Inciso II, § 3º, Art.8º,

Lei 12527-11

Sim

O site possibilita a gravação de Relatórios em diversos

formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais

como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das

informações?

Inciso II, § 3º, Art.8º,

Lei 12527-11

Sim

O site possui um fale conosco que permite ao interessado

comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou

entidade detentora do sítio.

Inciso III, § 3º,

Art.8º, Lei 12527-11

Sim

Disponibiliza endereços e telefones das respectivas unidades e

horários de atendimento ao público?

Inciso I, §1º, art.8º,

Lei 12527-11

Sim

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, 2015.

Este quadro demonstra a percepção sobre a interação do cidadão com a gestão pública.

Foi observado que existe um link de ferramenta de pesquisa, que possibilita o cidadão fazer

uma busca da informação desejada, de forma rápida. Outro ponto é o item que pede que o gestor

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apresente as respostas aos questionamentos mais frequentes que a sociedade faz com relação à

aplicação dos recursos, verificou-se que o link existe, mas ao acessá-lo, este não completa o

acesso. Este indicador foi o ponto negativo do site.

Observou-se também que o site possui opção de fazer relatórios em diversas opções

de formatos de texto ou planilhas eletrônicas. Tal procedimento ajuda na análise documental.

Outro serviço que a legislação prevê, é o de comunicação por via eletrônica ou telefônica.

Verificou-se que existe esses canais de comunicação disponibilizados à sociedade, através de

um serviço intitulado “fale conosco”, Ouvidoria. Esses serviços corroboram com a visão de

Rover et al, ao tratar do uso institucional da tecnologia da informação como apoio ao cidadão.

Quadro VI – Percepção consolidada

PERCEPÇÃO CONSOLIDADA

TOTAL: 19 INDICADORES – 100%

QUANTIDADE

PERCENTUAL

SIM

16

84,21%

NÃO

1

5,26%

PARCIAL

2

10,53%

TOTAIS

19

100%

Fonte: Adaptado do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. 2015

Gráfico I – Percepção Consolidada

Demonstração gráfica do % dos indicadores

SIM NÃO PARCIAL

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A partir da percepção consolidada, observa-se que em 84,21% dos itens analisados no

Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de João Pessoa-PB existe a observância com

relação aos indicadores de transparência previstos na legislação e analisados, a partir da

verificação documental. Esse índice demonstra que a gestão municipal vem buscando

implementar os ditames de transparência e acesso à informação, previstos em lei. Cabe ressaltar

que essa determinação legal passou a ser exigida a partir de 2013, onde todos os entes da

federação devem dispor as informações à sociedade.

Em 10,53% dos itens analisados, foi constatado que a gestão pública atende em parte

aos preceitos legais, importante ressaltar que um dos índices que tiveram essa avaliação foi o

indicador que trata da tempestividade das informações. Já com relação ao percentual de não

atendimento aos requisitos legais, observou-se que este teve um índice de 5,26%, em função do

link das perguntas aos questionamentos frequentes se encontrar sem resposta, no momento da

análise. De forma geral, verifica-se pelos índices apresentados, que qualquer cidadão pode ter

acesso às informações de gestão pública, como bem o artigo 74 da Constituição Federal de

1988.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por objetivo fazer uma revisão bibliográfica à luz da legislação dos

procedimentos de transparência, publicidade e acesso à informação. A partir de então, foi

aplicado, através de indicadores de transparência de gestão, uma análise documental, no Portal

da Transparência do município de João Pessoa-PB, situando no link

transparencia.joaopessoa.gov.br.

Foi possível verificar que o Portal da Transparência está em pleno funcionamento e

vem sendo amplamente alimentado com informações úteis e precisas, previstas nas leis que se

referem à publicidade, transparência e acesso à informação, tais como a Constituição Federal

de 1988, Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei da Transparência Pública e a Lei de Acesso à

Informação.

Observou-se que em 84,21% dos indicadores pesquisados, o município de João

Pessoa-PB vem atendendo aos ditames legais. Em 10,53% dos indicadores analisados

demonstram que vem atendendo em parte e em 5,26% os indicadores não estão sendo

observados. Tais índices nos levam a concluir que a sociedade dispõe hoje de informações úteis,

precisas, tempestivas e acessíveis de como estão sendo realizadas as despesas com os recursos

do Estado. Conclui-se também que a gestão pública atual vem utilizando das ferramentas da

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tecnologia da informação para cumprir os ditames democráticos de um Estado democrático de

direito.

A partir destes índices, é possível afirmar também que o Portal da Transparência do

município de João Pessoa-PB está em consonância com as normas legais que tratam da

publicidade, acesso à informação e transparência da gestão, constituindo-se como uma

ferramenta imprescindível ao acompanhamento da sociedade, por ocasião do controle social e

ao combate à corrupção.

Essas constatações demonstram ainda que a sociedade pode participar ativamente na

gestão pública de seu município, acompanhando, supervisionando, fiscalizando e denunciando

nos portais ou nos órgãos fiscalizadores, tais como o Ministério Público, Policia Federal,

Tribunais de Contas e outros, qualquer indício de irregularidade constatada na aplicação dos

recursos públicos.

Recomenda-se, para futuras pesquisas, a ampliação do número de municípios, visto

que o Brasil possui mais de cinco mil municípios e que os órgãos fiscalizadores muitas vezes

não alcançam tempestivamente os abusos cometidos por gestores mal-intencionados. Sendo

esta ferramenta, um importante canal de acompanhamento da gestão pública por parte da

sociedade e de parceria dos órgãos fiscalizadores.

TRANSPARENCY LAW ON PUBLIC MANAGEMENT AND ITS APPLICATION IN

JOHN PERSON COUNTY

ABSTRACT

The legislation that guides the actions and administrative facts of loved federal, state and local

are guided on the principles of public administration. In this context, the principle of publicity

comes as the main vector in the public management monitoring process. In addition to the

principles of the Federal Constitution of 1988, the Fiscal Responsibility Law, has as one of its

pillars, Transparency, as a requirement to acts of management. This study aimed to discuss the

instruments of transparencies that are able to provide society, knowledge of how the budget is

implemented. For this, there was a case study in the Transparency Portal of João Pessoa city.

The results indicate that João Pessoa city has been observing the legal requirements of

disclosure, transparency and access to information. It was also observed that Brazilian law

provides for several types of control tools. In this regard, access to information is a condition

without which it is not possible to have the necessary tools for monitoring the acts and facts of

public management.

Keywords: Public Administration. Transparency. Access to Information.

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P475l Pessoa, Luiz Gustavo de Sena Brandão.

Legislação de transparência na gestão pública e sua aplicação no município de João Pessoa. / Luiz Gustavo de Sena Brandão Pessoa. – Cabedelo, 2015.

24f. Orientadora: Profª. Ms. Luciana Villar de Assis. Artigo Científico (Graduação em Direito).Faculdades de Ensino Superior

da Paraíba – FESP

1. Administração Pública. 2. Transparência. 3. Acesso à Informação. I. Título

BC/Fesp CDU: 35 (043)