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FESP FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAIBA COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO IGOR DANTAS VIEIRA DE MELO A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO À LUZ DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO JOÃO PESSOA 2012

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FESP – FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAIBA

COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO

IGOR DANTAS VIEIRA DE MELO

A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO À LUZ DA

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

JOÃO PESSOA

2012

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IGOR DANTAS VIEIRA DE MELO

A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO À LUZ DA

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Trabalho de Conclusão de Curso- TCC

apresentado à Fesp Faculdades de Ensino

Superior da Paraíba – do Curso de Graduação

em Direito para atender a exigência parcial

para o título de Bacharel em direito.

Área: Direito do Consumidor.

Professor: Alexandre Cavalcanti.

JOÃO PESSOA

2012

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S587a MELO, Igor Dantas Vieira de.

A extinção do contrato nas relações de consumo à luz

da função social do contrato/ Igor Dantas Vieira de Melo. – João Pessoa,

2012.

20f.

Artigo (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino Superior

da Paraíba – FESP.

1. Anulação. 2. Abuso do poder econômico. 3. Contrato. 4.

Consumidor.

I. Título.

BC/FESP CDU: 347(043)

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IGOR DANTAS VIEIRA DE MELO

A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO À LUZ DA

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Trabalho de Conclusão de Curso- TCC

apresentado à Banca Examinadora de Artigos

Científicos da Faculdade de Ensino Superior

da Paraíba – FESP, como exigência parcial

para obtenção do grau de Bacharel em Direito.

Aprovada em: ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

____________________________

Professor: Alexandre Cavalcanti.

Orientador

_________________________________

Membro da Banca Examinadora

_________________________________

Membro da Banca Examinadora

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A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO À LUZ DA

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

RESUMO

IGOR DANTAS VIEIRA DE MELO

*

Sabe-se que o contrato é a lei das partes, então, possui força normativa. Contudo, nas

relações de consumo tem-se uma vulnerabilidade maior por parte do consumidor, pois,

muitas vezes, sofre abusos por parte do contraente, no momento, da tradição do objeto

da prestação. Ocorre quando o objeto da prestação sofre perda ou deterioração por parte

do fornecedor, devido ao vínculo obrigacional, se houver culpa responderá

proporcionalmente ao agravo. Para tanto, o ordenamento civil brasileiro, bem como o

Código de Defesa do Consumidor pondera os casos de extinção do contrato, em

contrapartida, há também autores que criticam a defesa exagerada ao pólo passivo das

relações de consumo, tendo então uma transgressão ao contrato. Mas, aderimos à linha

de raciocínio que o instituto de proteção ao consumidor é devido, pois os fornecedores

tentam iludi-lo para a compra e venda de produtos lesados.

Palavras-chave: Anulação. Abuso do poder econômico. Contrato. Consumidor.

INTRODUÇÃO

Neste artigo pondera-se um tema de grande relevância na esfera do direito

contratual, tendo em vista que a nova conjuntura da vida moderna instiga o consumo

demasiado. Sendo assim, vários atos do dia-a-dia desenvolvem uma relação contratual

de consumo.

É consenso que, os consumidores, muitas vezes, adquirem objetos

danificados ou que já vieram lesados. Por isso, o direito privado tutela a devida proteção

ao consumidor, para que não haja o abuso. Destaca-se que a causa de extinção de uma

obrigação, seja positiva ou negativa difere-se da anulação de um contrato.

A linha de pesquisa centra-se na codificação do Código Civil de 2002 e no

Código de Defesa do Consumidor, bem como das decisões judiciais. É perfeitamente

plausível destacar que as obrigações contratuais têm o objetivo central de serem

* Concluinte do curso de Direito da Fesp Faculdades. Estagiário; Endereço eletrônico:

[email protected]

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extintas, ou seja, tem-se a transitoriedade com relação ao seu tempo de existência,

porém o que ocorre é a renovação desse vínculo jurídico e não sua perpetuidade.

Sabe-se que a função social do contrato engloba a tutela do ordenamento

jurídico frente à necessidade e a liberdade de contratar nas relações econômicas. Não

podemos olvidar que essa nova cosmovisão é de cunho protecionista do Estado de

Direito, tendo em vista que o sistema capitalista-burguês, desde sua gênese visa o lucro

exacerbado.

Nesse diapasão, “O contrato desempenha importantíssima função social,

mas nasce para em determinado momento ser extinto em prazo mais ou menos longo.

Essa é a sua nobre e importante função social. Não existem obrigações perenes [...] a

permanência é a característica dos direitos reais, a partir da propriedade, que é o direito

nela mais amplo.” (DINIZ, 2009, p. 487).

No entanto, a responsabilidade contratual deve ser vista sob o mesmo espectro

da função social do instituto contratual, de acordo com o interesse da coletividade.

Nesse diapasão, o alvitre maior dos princípios do direito contratual é evitar a

insegurança jurídica no arrolamento do negócio jurídico, logo, é notável o seguinte

questionamento: a responsabilidade que põe em jogo a transgressão de um dever geral

de conduta?

Então, poder-se-á profanar que ambos os institutos estão diretamente

ligados à eficácia social do instrumento contratual. Com isso, analisa-se à questão da

extinção do contrato de compra e venda e de prestação de serviços quando há um vício

oculto ou explícito, verificando a incidência das hipóteses de extinção do contrato na

legislação brasileira.

Destaca-se que ter-se-á a análise, da mesma feita, da legislação civilista,

incluindo os dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Diante do novo cenário,

da atuação de um capitalismo racional, o Estado tem papel de proteger a dignidade

humana do consumidor.

Sabe-se que as relações de consumo formam um liame, um vínculo

obrigacional entre o consumidor e o fornecedor, observando os princípios contratuais

básicos, haja vista que o contrato é o instrumento jurídico que estabelece os direitos e

obrigações dos contratantes. Assim, os contratos de consumo firmados devem obedecer

aos princípios da boa-fé objetiva; da função social; da transparência, da lealdade e da

confiança.

Logo, como o consumidor é a parte hipossuficiente da relação de consumo,

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necessita, portanto, da tutela jurídica. Para a formação do contrato de consumo exigem-

se os requisitos da autonomia da vontade; do consensualismo; da obrigatoriedade; a

boa-fé e da função social dos contratos.

Deve-se observar a supremacia da ordem pública, que não implica na

intervenção estatal, mas sim diz respeito à observância da legalidade e da formalidade

dos contratos. Porquanto, têm-se casos em que os contratos podem ser nulos ou

anuláveis, segundo o artigo 166, I, e 171, I, do Código Civil.

Em face da quebra de confiança e do descumprimento das obrigações

contratuais, pode-se rescindir o contrato, contudo, não é cabível, se a rescisão for

unilateral e imotivada. Causando, assim, insegurança e instabilidade nas relações de

consumo.

Nesse sentido, afirma Diniz (2009, p. 533) acerca da vulnerabilidade do

consumidor em face das relações de consumo:

Sem sombra de dúvida, é no âmbito do consumidor que avultará de

importância a garantia pelos produtos ou pelos serviços [...] o fornecedor

tem o dever de informar o consumidor acera das qualidades do produto ou

serviço, bem como adverti-lo dos riscos. Entre as regras de programa que

traz a lei (Lei nº 8.078/90), é reconhecida a vulnerabilidade do consumidor

no mercado de consumo [...] A garantia em relação ao consumidor deve ser

vista, a priori, dentro desse balizamento. ( DINIZ, 2009, p. 533)

Destarte, o Código de Defesa do Consumidor dita que a cláusula é nula,

quando não permite a anulação do contrato, garantindo, dessa maneira, a proteção aos

abusos contra o consumidor, sendo uma extinção anormal, por meio de uma

antecipação temporal ou alterada no objeto ou na forma.

Assim, o cerne da problemática aqui elencada trata-se de que o individuo

prudente que estabelece uma relação contratual tem a consciência do dever de obedecer

ao que foi estipulado, mas frente a enorme diferença entre as obrigações contratuais e

extracontratuais, precisa da tutela da ordem jurídica.

2. BREVE HISTÓRICO

Sabe-se que as relações de compra e venda na sociedade ocidental,

essencialmente mercantilizada, é sine qua non para o desenvolvimento da vida social.

Cotidianamente, as pessoas pactuam contratos, apesar do conhecimento do senso

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comum não faça tal análise. O simples fato de comprar o pão e o leite na padaria já

caracteriza uma relação de compra e venda.

Mas, as relações contratuais não estão tão somente no plano privado. A

partir do dirigismo contratual, que é a supremacia do interesse coletivo, em detrimento

do particular. Assim, princípios gerais do direito funcionam como estrutura basilar e

uma força motriz e normativa nas contraprestações que equilibram as relações jurídicas.

Entre os romanos, nos primeiros tempos, até da época republicana ( 27 a. C),

o formalismo existiu de forma exagerada. Os romanos contratavam com

observância de rígidos esquemas, de tal sorte que os atos eram praticados em

verdadeiro ritual de formas, que, não observadas, acarretavam a plena

nulidade. (AZEVEDO, 2002, p. 22).

A partir do Código Civil de 2002 constata-se que os direitos fundamentais,

previstos constitucionalmente, têm grande influência no direito privado e são de

aplicação imediata. Então, foi dada especial relevância aos preceitos da dignidade da

pessoa humana e da isonomia.

Dessa feita, as relações contratuais nascem das necessidades humanas

repercutindo no meio social e, consequentemente no direito.

[...] o desenvolvimento do comércio trouxe consigo a reforma da antiga

economia natural, na qual a vida econômica se processava praticamente sem

a utilização do dinheiro. Havia desvantagens na permuta dos gêneros, nos

primórdios da Idade Média. Parece simples trocar cinco galões de vinho por

um casaco, mas na realidade não era assim tão simples. (HUBERMAN,

1981, p. 35)

Vale destacar que quanto aos efeitos obrigacionais do contrato de compra e

venda, o sistema civilista brasileiro adotou o modelo romano. Assim, o contrato não

transfere o domínio, gerando entre os contratantes (vendedor e comprador), somente a

obrigação de transferir o domínio ao comprador.

Destarte, o sistema jurídico brasileiro adotou o modelo romano a respeito

das relações de compra e venda, conforme verifica-se:

Realmente, o direito brasileiro acolheu o sistema romano, segundo o qual

traditionibus non nudis pactids domina rerum transferuntur. Fugiu, destarte,

do sistema francês, em que o mero consentimento, externado no negócio de

compra e venda, transfere o domínio do alienante ao adquirente. Com efeito,

de acordo com a concepção romana, o contrato de compra e venda, transfere

o domínio da coisa que constitui seu objeto. Há mister de se recorrer a um

procedimento complementar, ou seja, a um modo de adquirir a propriedade,

que é a traditio. ( RODRIGUES, 1979, p. 140).

Assim, o modelo brasileiro repeliu o sistema francês, cujos mecanismos

jurídicos dão efeitos reais aos contratos de compra e venda, ou seja, através deste o

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comprador adquire o domínio da coisa. “a simples cláusula de dessaisine saisine, que se

insere nos atos notariais, tem o efeito de uma tradição fictícia. De fato, por meio dessa

cláusula, o vendedor afasta de si a posse e o domínio da coisa vendida, que naquele

mesmo ato é transmitida ao comprador. (RODRIGUES, 1979, p. 141).

Sabe-se que o Direito do consumidor é formado desde os períodos remotos,

como no Código do Rei Hamurábi, em que eram descritas normas que tratavam, por

exemplo, de defeitos nas embarcações. Contudo, o Direito Romano elucidou a compra e

venda de produtos com vícios.

Inexoravelmente, o Direito do Consumidor é um direito moderno, pois em

âmbito mundial surgiu em 1910, na Suécia, mas com real significado, desde a

Revolução Industrial. Podemos arrazoar que o capitalismo excessivo fez com que

surgisse um novo modelo de consumo, com regras desleais que impunham ao comércio.

Nesse contexto socioeconômico, o modelo legislativo norte-americano

influenciou o Código de Defesa do Consumidor, no Brasil. Vale destacar que antes da

Constituição de 1988, não havia leis esparsas sobre tal tema, apenas referências no

Direito Civil, que favorecia a capitalização pública e a boa-fé do contratante.

A Constituição Federal de 1988 foi marco legislativo do Direito do

Consumidor, disposto no seu art.5º, inciso XXXII “o Estado promoverá, na forma da

lei, a defesa do consumidor”. Assim, a defesa do consumidor é tutela de interesse

público, já em 11 de setembro de 1990 foi sancionada a Lei nº 8.078, o Código de

Defesa do Consumidor. Trata-se do primeiro regramento que aborda as relações de

consumo no direito brasileiro.

Assim, a Carta Magna inaugurou o Direito do Consumidor, de forma

sistematizada no ordenamento jurídico brasileiro. Ademais, o nosso Código de Defesa

do Consumidor é uma codificação moderna, inspiradora de outras legislações

alienígenas.

Contudo, pode-se elucidar o Decreto-Lei nº 22.626 de 07/04/1933, a Lei da

Usura, o qual trouxe à gênese do direito consumerista no Brasil. Posteriormente, adveio

o Decreto-Lei n.869 de 18/11/1938, abordando os Crimes Contra a Economia popular.

Antes do período militar, elucidou a Lei Delegada nº4 de 26/09/1962, a qual veio a

positivar a intervenção estatal no domínio econômico.

Nesse diapasão, com a Constituição Federal de 1988, a proteção aos direitos

do consumidor obteve status de ocupando clausula pétrea, enquanto um direito

fundamental. A previsão legal encontra-se no art.5º inciso XXXII cumulado com o

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artigo 170, V, abordando o direito do consumidor, como princípio imprescindível à

atividade econômica do Estado.

O ápice da legislação consumerista foi o Código Brasileiro de Defesa e

Proteção ao Consumidor, positivado pela Lei n. 8.078/90, compilando as disposições a

respeito dos direitos dos consumidores. Destarte, trouxe à baila os instrumentos de

cidadania para a defesa do consumidor, modernizando alguns institutos do direito civil.

Grandes foram às conquistas contra as arbitrariedades de comerciantes e

fornecedores, podemos inclusive elucidar alguns movimentos populares como a marcha

da fome em 1931, bem como a marcha da panela vazia em 1953. Já em 1963 houve o

protesto contra o alto custo de vida e boicote à carne em 1979.

Com isso, o CDC é instrumento jurídico que protege o consumidor de

práticas abusivas das empresas, tutelando a proteção da vida, saúde e segurança;

educação para o consumo; informação adequada e clara sobre os produtos; proteção

contra a publicidade enganosa e abusiva e métodos comerciais ilegais dentre outros.

3. AS FORMAS DE EXTINÇÃO CONTRATUAL NAS RELAÇÕES DE

CONSUMO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA: INOBSERVÂNCIA DO

PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

Pode-se conceituar o consumidor, conforme o CDC como sendo o

destinatário final que adquire ou faz uso de produtos ou serviços, com isso, a doutrina

divide-se em finalista, a maximalista e a mista.

Portanto, a legislação pátria filia-se a corrente dos finalistas, não podendo se

aplicar a maximilista, sob pena de revogar todo o direito civil e o direito

comercial, pois passaria a existir somente o direito do consumidor no que

concerne aos contratos de maneira geral. Todavia, é notório que o conceito de

consumidor não se restringe ao art. 2o., "caput", do CDC, mas também

aquele descrito no parágrafo único do art. 2o., arts. 17 e 29, lembrando que os

capítulos V e VI, citados no art. 29, cuidam, respectivamente, das práticas

comerciais e da proteção contratual. Verifica-se que o conceito de

consumidor deve ser verificado, principalmente, através da análise da

jurisprudência pátria, restando evidente que o CDC também se aplica aos

consumidores pessoas jurídicas no que concerne aos contratos não vinculados

ao seu objeto social.A jurisprudência possibilita-nos uma visão criteriosa

sobre a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, deixando evidente

que existe uma "terceira via", nem finalista, nem maximalista, mas que leva

em consideração o princípio da vulnerabilidade, além da destinação final do

produto ou serviço.( SILVA, 2002, p. 2)

Analisa-se o conceito de consumidor conforme o CDC “Art. 2° Consumidor

é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como

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destinatário final.” Vale destacar que o consumidor pode ser uma pessoa física ou

pessoa jurídica, bem como por equiparação, ou seja, a coletividade de pessoas.

Logo, a teoria finalista afirma que o consumidor é aquela pessoa seja física

ou jurídica que adquire o produto ou contrata o serviço para si ou terceiros, desde que

não desenvolva atividade de produção comercial ou profissional. Já a teoria maximalista

não importa se o consumidor final venha a adquirir lucro, por fim, a teoria mista mescla

as duas outras teorias, ressalvando a necessidade de demonstrar a vulnerabilidade do

consumidor na aquisição do produto e na contratação do produto.

Entende-se o fornecedor como sendo toda pessoa física ou jurídica, pública

ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividades de produção montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de

serviços, consoante o art. 3º do CDC. Assim, o empresário, o fabricante, o vendedor e o

prestador de serviços são fornecedores.

Ao passo que o produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou

imaterial, além disso, os bens econômicos são de natureza patrimonial e também

jurídica, mas também é de caráter subjetivo, pois exige apreciação por parte do

consumidor e outra característica do produto diz respeito a sua materialidade ou

imaterialidade, podendo ser móvel ou imóvel.

Entende-se o serviço como aquele prestado mediante remuneração podendo

ser não-duráveis ou duráveis. Assim, o serviço trata-se de uma atividade do setor de

serviços ou terceiro setor da economia que é acessível no mercado de consumo, por

meio de remuneração.

Afirma Souza (2010, p.1):

A relação de consumo é o vínculo jurídico entre o consumidor e o

fornecedor, regulada pela Lei 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor

– que dispõe sobre a proteção do consumidor. Essa relação jurídica é

norteada por princípios que refletem os valores tutelados e protegidos. Busca-

se com o presente trabalho estudar os principais princípios que regulam as

relações de consumo, conceituando-os, observando as suas implicações

jurídicas, bem como verificando comparativamente a legislação estrangeira.

Por fim, o que caracteriza a relação de consumo é aquela que afere de um

lado o consumidor ou consumidor por equiparação, por outro o fornecedor; o objeto (o

produto ou serviço), desde que a transação econômica seja remunerada, pois a relação

de consumo tem como afã suprir uma necessidade privada do consumidor. Ademais, a

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relação de consumo não necessita da contraprestação pecuniária, conforme o CDC,

assim, há relação de consumo na propaganda e publicidade.

Com relação á forma de extinção dos contratos afirma o professor Venosa

(2009, p. 488) “ Como não existe concordância na doutrina acerca dos termos extinção,

resolução, resilição, rescisão, revogação, melhor que partamos da noção de

desfazimento, que vai englobar todos esses institutos, qualquer que seja a compreensão

jurídica a eles outorgada.” Então, as terminologias tratam da extinção do contrato, tanto

na esfera cível como também consumeirista.

Em primeiro lugar, quanto à extinção do contrato elucida o Código de

Defesa do Consumidor em seu art. 46:

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os

consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento

prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos

de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

Ante o exposto, o contrato deve ser claro e objetivo visando à compreensão

imediata do consumidor, por isso, este não se encontra obrigado a assinar tal contrato,

caso não tome conhecimento do seu conteúdo. Por isso, as cláusulas contratuais deverão

ser explicitadas de modo mais cômodo ao contratante.

Em sede de direitos do consumidor, o dever de garantia legal não pode ser

restringido, nem pode o fornecedor dele exonerar-se contratualmente.

Qualquer cláusula nesse sentido, que impossibilite, exonere ou atenue a

obrigação de indenizar, é nula ( art. 25). Ademais, a garantia é de cunho

legal e independe de termo( art. 24). Se o fornecedor de bens ou serviços é

o Estado, também a entidade pública será responsabilizada nos termos do

Código ( art. 22). ( VENOSA, 2009, p. 536).

A partir do momento que, forem expressas a declaração de vontade,

especialmente em instrumentos particulares como nos recibos e nos pré-contratos

relativos, que dizem respeito à relação contratual estabelecida entre fornecedor e

consumidor, tais instrumentos vinculam-nos, ensejando inclusive execução específica

na esfera judicial. Porquanto, o consumidor poderá desistir do contrato sem

comprovação de vícios do objeto da prestação.

Conforme o art. 49 do CDC, “O consumidor pode desistir do contrato, no

prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou

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serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora

do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio”. Assim, o

consumidor poderá exercitar o direito de arrependimento, dos valores eventualmente

pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, ou seja, de 7 (sete) dias serão

devolvidos, de imediato, além de monetariamente atualizados.

Diante da facilidade para firmar um contrato de consumo, como de um

plano de saúde, de uma plano de uma operadora de telefônica, de cartão de crédito,

entre outros, muitas vezes o consumidor não está atento às cláusulas e disposições no

momento da celebração do contrato. Com isso, desconhece seus direitos e obrigações e,

nem ao menos solicita uma fotocópia do contrato de consumo.

Aliás, a captação de clientes é feita de forma intencional e estratégica, de

modo que os vendedores não repassam às informações descritas no contrato. Isso ocorre

frequentemente nos contratos de adesão. Dessa forma, outros produtos e serviços são

inseridos, sem o consentimento do consumidor.

Assim, as empresas nos contratos de consumo inserem várias condutas

abusivas, como multas exorbitantes em caso de desistência, e, dificuldades para a

extinção do contrato. Para tanto, consideram-se cláusulas abusivas, conforme o art. 51

do CDC:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais

relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem,

exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de

qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou

disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o

consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações

justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia

já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a

terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que

coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis

com a boa-fé ou a eqüidade;V - (Vetado); VI - estabeleçam inversão do ônus

da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização

compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou

realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a

opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X -

permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de

maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato

unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII -

obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação,

sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem

o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do

contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de

normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção

ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por

benfeitorias necessárias.

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Em muitos contratos de consumo, percebe-se a inserção de multas apenas

para o consumidor, contrariamente, as empresas descumprem o prometido, com isso, o

consumidor poderá requerer a rescisão contratual, pois é a parte que sofre mais danos na

esfera econômica.

Ao passo que para os vícios redibitórios, a lei do consumidor reforça a

responsabilidade do fornecedor, no art.12 desta lei:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o

importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela

reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de

projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação,

apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

Assegura o Código do Consumidor a respeito da responsabilidade pelo fato

do produto e do serviço, disposto nos artigos 12 a 17. O art. 12 aborda a

responsabilidade independentemente de culpa do fabricante, o fornecedor, produtor e o

importador pela reparação dos danos causados ao consumidor, sendo a abordagem da

teoria da responsabilidade objetiva.

Referem-se aos defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,

montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento, bem como por

informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Sendo divididos

em: defeito de concepção ou criação (vícios podem ser resultantes de erro no projeto);

os defeitos de produção ou de fabricação (falha mecânica ou manual, no processo

produtivo). Logo, o fornecedor poderá ser responsabilizado caso deixe de fazer as

advertências quanto à periculosidade na utilização e conservação do produto.

Vale destacar que a responsabilidade objetiva não é absoluta, admitindo

excludentes da responsabilidade, a saber: que não colocou o produto no mercado; II-

que embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III- a culpa

exclusiva do consumidor. Esses fatores isentam a responsabilidade pelo fato do produto

o fabricante, produtor, construtor ou importador.

Ademais, com o princípio da inversão do ônus da prova alusivo ao Direito

do Consumidor, logo, o fornecedor deverá provar a inexistência de defeito no produto.

Quando o serviço é considerado defeituoso há a responsabilidade pelos danos causados

ao consumidor, assim, o fornecedor deverá, da mesma feita, provar que não existe

defeito no serviço prestado ou trata-se de culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

Porquanto, é cabível a responsabilidade do prestador de serviço durante ou

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após a prestação dos serviços. Destaca-se que a responsabilidade objetiva pelos danos

causados pela prestação de seus serviços, são passíveis tanto as pessoas jurídicas de

direito privado, quanto os órgãos públicos, suas concessionárias e permissionárias de

serviços públicos.

Então, o legislador determinou a responsabilidade social do fornecedor

quanto aos vícios de produtos e serviços. Acrescenta a Lei nº 8.078/99, art. 18:

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis

respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os

tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes

diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com

a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou

mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza,

podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

A dinâmica das relações comerciais, que são legitimadas pelo lucro

exagerado, trouxe uma cautela maior para o legislador, portanto, buscou a proteção de

acordo com o princípio da veracidade na responsabilidade legal do consumidor.

A lei faz distinção entre vícios parentes ou de fácil constatação e vícios

ocultos. O fornecedor responsabiliza-se por uns e outros. Não podemos ver

na possibilidade de reclamação de vícios aparentes uma derrogação do

princípio dos vícios redibitórios. Como expusemos nas linhas introdutórias

desta obra, a sociedade de consumo é uma sociedade de massa. Como tal, os

serviços e produtos oferecidos em grande quantidade não permitem ao

consumidor que faça um exame detalhado do que está adquirindo. Quando

muito, e se tanto, fará ligar o televisor na loja para saber se está

funcionando; inspecionará extremamente um veículo novo que adquire em

uma concessionária; e levará o folheto publicitário de um prestador de

serviços. Evidentemente, vícios aparentes e comezinhos podem surgir

quando o consumidor efetivamente colocar em uso a coisa adquirida: o

televisor não tem som; o veículo foi entregue com defeito somente

perceptível com dias de uso etc. Desse modo, a aparência de que a lei é que

surge após a utilização da coisa, o que retira aplicação dos princípios dos

vícios redibitórios; na verdade, mais acentua sua utilidade.( RAMOS, 2009,

p. 537)

Vale profanar que, hodiernamente, os efeitos do contrato são relativos, pois

refletem apenas entre as partes e não entre terceiros. O terceiro na relação contratual

terá sempre vantagens, nunca obrigações, mas poderá exigir o adimplemento da

obrigação. Assim, dá-se ênfase ao princípio da relatividade ( vide arts. 436 a 440 do

Código Civil).

Contrariamente, o princípio da função social do contrato, exposto no art.

421 do Código Civil, produz seus efeitos além das partes. Podemos assim dizer que tal

princípio é análogo à função social da propriedade exposto na constituição para os

direitos reais.

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11

Portanto, os vícios sociais e de vontade tem efeito ex nunc, mas as causas da

anulabilidade provém do nascimento do negócio jurídico. Então, caberá analisar a fonte

que formou o contrato, isto é, observando tanto o plano da existência quanto da

validade. Não podemos negar que as mudanças na estrutura econômica barganham

elementos de vícios nas relações de consumo, assim, têm-se produtos e/ou serviços

viciados, havendo, portanto, diminuição do seu valor.

O contrato pode estar inquinado, desde o início de sua elaboração, de um

vício. Se ocorrer vício insanável, a nulidade opera desde a raiz do vínculo.

Embora se decrete a nulidade ex tunc, é inegável que o contrato nulo deixa

rastros materiais que não podem ser ignorados. A compra e venda efetuada

por agente incapaz, por exemplo, pode ter transferido a posse da coisa e

pode ter gerado benfeitorias, direito de retenção, perdas e danos etc. Nesse

caso, o desfazimento retroage à data do contrato, mas o momento em que se

declara desfeito o vínculo em juízo não deixa de ter importância.. ( DINIZ,

2009, p. 488)

Diante disso, deve haver a responsabilidade e a solidariedade passiva do

fornecedor. Esta é uma questão delicada e alvo de discussões nas cortes judiciárias,

trata-se, essencialmente da anulação de contratos de compra e venda. É certo que o

consumidor ao solicitar a permuta de peças ou reparação da coisa adquirida, sendo feita

em 30 dias, mas se o fornecedor não quiser, caberá o remédio jurídico de acordo com §

1º do art. 18, do CDC, não como forma de extinção do contrato e sim com outras

alternativas elencadas na legislação consumeirista.

Se o contratante tiver comprado um aparelho essencial para sua atividade

profissional, nesse caso, o prazo para sanar o vício acarretará enorme prejuízo. Assim,

defende-se que cabe ao consumidor pedir de contíguo a redibição, ou seja, a devolução

da coisa defeituosa.

Note que persistem nessa lei as clássicas ações edilícias aqui estudadas.

Nesse ponto, afora as ações redibitórias e estimatória, tem o consumidor o

direito de pedir a substituição da coisa por outra autentica. Essa

possibilidade não fica afastada na ação redibitória clássica. Apenas não se

imagina que nas relações exclusivamente privadas existia a possibilidade de

o vencedor, ou assemelhado, ter condições de substituir uma coisa por outra,

pois nem sempre o bem será fungível. Por essa razão, essa derivação na ação

redibitória clássica somente é possível com a concordância do alienante. Na

lei do consumidor, também existe alternatividade por disposição expressa: o

consumidor escolhe um dos três pedidos permitidos. ( DINIZ, 2009, p.534).

Mas, dentre as alternativas postas ao consumidor, caso este opte pela

substituição e não tendo o fornecedor, não caberá a falta de sentença, mas condensá-la

em perdas e danos, podendo, contudo, optar pelo pedido alternativo. (VENOSA, 2009)

O dever de indenizar é a forma de reparação do dano, consoante à

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responsabilidade civil, ou seja, havendo a ampla possibilidade de reparação. Logo, os

requisitos essenciais para que haja a responsabilidade civil são a antijuridicidade: o

agente transgrediu a norma contratual; imputabilidade: ao agente responde

conscientemente, sem que haja caso fortuito e força maior; nexo causal: relação de

causalidade, ou seja, o dever de indenizar para quem propiciou o evento danoso.

Nesse diapasão, elucida a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

CIVIL. CONTRATO DE SEGURO. COBRANÇA DO VALOR

SEGURADO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ART. 27.

PRESCRIÇÃO DE 5 (CINCO) ANOS. INAPLICABILIDADE. AÇÃO DE

REPARAÇÃO DE DANOS POR FATO DE SERVIÇO.

DESSEMELHANÇA COM A RESPONSABILIDADE CIVIL

DECORRENTE DO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL.

PRESCRIÇÃO ÂNUA. CÓDIGO CIVIL, ART. 178, § 6º, II. LEI DE

INTRODUÇÃO. ART. 2º, § 2º. RECURSO ACOLHIDO. EXTINÇÃO DO

PROCESSO. I - A ação de indenização do segurado contra a seguradora,

decorrente do contrato de seguro, prescreve em um ano, não tendo aplicação

o art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, dispondo essa norma a

propósito da prescrição em cinco (5) anos nas ações de reparação de danos

por fato de serviço, que não guarda relação com a responsabilidade civil

decorrente do inadimplemento contratual. II - Na linha do § 2º do art. 2º da

Lei de Introdução, a lei nova, no caso o Código de Defesa do Consumidor, ao

estabelecer disciplina especial quanto à ação de reparação de danos por fato

de serviço, aí incluindo os decorrentes das relações de consumo entre

segurado e seguradora, não revogou o art. 178, § 6º, II do Código Civil,

sendo esse dispositivo mais amplo, a englobar as demais ações entre

segurado e seguradora. (REsp 232483 / RJ

RECURSO ESPECIAL

1999/0087212-6. Relator: Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA

(1088). T4 - QUARTA TURMA. Data do julgamento: 15/02/2000. Data da

publicação: 27/03/2000)

Para Venosa ( 2009, p. 535) “Não se trata de prazo de decadência para o

ajuizamento de ação, mas prazo para o fornecedor efetuar os reparos. É prazo de direito

material.” Observa-se que no que se refere aos prazos, segundo o CDC, em seu art. 18,

§ 2º, as partes poderão convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no

parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias.

Assim, nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em

separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.

Consoante o enunciado n. 360 da IV Jornada de Direito Civil IV Jornada de

Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: “ 360 - Art. 421: O princípio da função

social dos contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes.”

O princípio da autonomia da vontade possui um liame com a questão da

função social no contrato, contudo, um nega o outro. Percebe-se que nas relações

contratuais a responsabilidade civil contratual e extracontratual interpela-se, como a

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responsabilidade profissional no dever da conduta médica. Então, quando não há o

devido cumprimento do que fora estabelecido no negócio jurídico tem-se o indício de

um dever violado, para tanto, cabe à responsabilidade civil.

Assim, a função social do contrato é um mecanismo para coibir condutas

abusivas do fornecedor, defendo o consumidor dos atos arbitrários daqueles. Nesse

sentido, em caso de conflitos entre as partes, levar-se-á em consideração o interesse

público e o bem comum. Essa tendência ocorreu em virtude da constitucionalização do

direito privado, limitando o poder negocial.

A função social do contrato é mero corolário do princípio constitucional da

função social da propriedade e da justiça (LICC, art.5º), norteador da ordem

econômica. O art. 421 é, como já dissemos, uma norma principiológica que

contém um clausula geral: a função social do contrato. O art. 421 instituiu,

expressamente, a função social do contrato, revitalizando-o, para atender aos

interesses sociais, limitando o arbítrio dos contratantes, para tutelá-los no seio

da coletividade, criando condições para o equilíbrio econômico-contratual,

facilitando o reajuste das prestações e até mesmo de sua resolução. ( DINIZ,

2009, p. 27)

À luz do Código Civil, quando um bem é adquirido, havendo um defeito

oculto, de modo que o consumidor não tinha ciência, dessa forma, o negócio jurídico

torna-se inexistente. Tal previsão legal encontra-se inserida no artigo 443 do CC,

cabendo, inclusive a indenização por perdas e danos.

Ressalta-se, outrossim, acerca da função social dos contratos:

Por essa razão, assumiu de importância no Estado social a consideração da

vulnerabilidade em que se encontram as pessoas em certas situações

negociais. A vulnerabilidade jurídica vai além da debilidade econômica da

parte contratante, pois interessa o poder negocial dominante, ou seja, aquela

que se presume em posição de impor sua vontade e seu interesse à outra. A

presunção é definida em lei, como se dá com o consumidor, no CDC, e com o

aderente, no novo é Código Civil. A presunção é absoluta e não pode ser

contrariada pela consideração do caso concreto. O consumidor e o aderente,

ricos ou pobres, são juridicamente vulneráveis, pois submetidos ao poder

negocial da outra parte. Os três princípios sociais dos contratos (função

social, equivalência material e boa-fé objetiva) são comuns a todos os

contratos, ainda quando não se configure o poder negocial dominante. Porém,

nas hipóteses em que há presunção legal de sua ocorrência, alguns princípios

complementares adquirem autonomia e com eles se equiparam. Tal se dá com

os princípios da vulnerabilidade e da informação, nas relações de consumo,

os quais, no plano geral, desdobram os princípios da equivalência material e

da boa-fé. No direito do consumidor ainda se cogita do princípio da

razoabilidade que atuaria como condição e limite dos princípios da

equivalência material e da vulnerabilidade; a defesa do consumidor e a

interpretação favorável vão até os limites da razoabilidade. ( LÔBO, 2002, p.

2)

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Ademais, o CDC em seu artigo 4º diz que ao consumidor é garantida a

aquisição de produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança,

durabilidade e desempenho, cabendo à plena responsabilidade ao fornecedor em face

dos defeitos do produto ou do serviço.

Destarte, são recorrentes os casos em que o consumidor compra um bem por

meio de contrato, posteriormente surpreende-se com algum defeito oculto, tornando-o

impróprio para o uso e havendo a minoração do seu valor econômico, com isso, o

Código Civil permite a extinção judicial do contrato ou o abatimento no seu valor de

mercado, pois se trata de um vício redibitório.

4. A EXTINÇÃO DO CONTRATO NAS RELAÇOES DE CONSUMO NO

DIREITO COMPARADO

Não se pode deixar de explicitar o grande avanço da legislação civilista e do

consumidor no que se refere à proteção contra os vícios ocultos e aparentes. Mas, há

resquícios de apreciação objetiva e subjetiva do julgador, pois os vícios redibitórios são

impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente

deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de

prestabilidade.

“A figura jurídica que autoriza a resolução por descumprimento imputável a

uma das partes é conhecida pela denominação de pacto comissório ou cláusula

resolutória, que pode ser expressa ou tácita.”( DINIZ, 2009, p. 492). Ambos ocorrem

quando a obrigação não fora cumprida.

Além disso, “O direito francês adotou o sistema pelo qual a cláusula

entendia-se presente em todos os contratos sinalagmáticos, ainda que os contratantes

não a mencionassem expressamente. Passou a ter uma cláusula subentendida, tácita.

(DINIZ, 2009, p. 493).

A Convenção de Estrasburgo de 1977, é tão somente a Convenção Europeia

dos Produtos Responsabilidade, haja vista que nos casos de lesão ou morte precisa

haver a responsabilidade, inclusive influenciou a Directiva 85/374/CEE, contudo,

poucos os países-membros a ratificaram. Da mesma forma, apresentou o primeiro

programa de ação acerca da tutela do consumidor, elucidando os seguintes direitos

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fundamentais do consumidor, como o direito à proteção da saúde e segurança; a

proteção aos interesses econômicos a educação e a representação.

Não obstante, o objetivo da comunidade foi tutelar o consumidor, como o

acesso dos consumidores à justiça, o fortalecimento da legislação alimentar, assim,

houve a legislação condensada com os pedidos de indenização, os contratos negociados

à distância publicidade comparativa, bem como as transferências transfronteiras.

Destaca-se também o Tratado de Amesterdão elucida a integração dos

interesses dos consumidores dentro da União Europeia. Também há o Livro Verde de

2001, versando sobre orientação da defesa do consumidor na União Europeia, propondo

um sistema regulatório de defesa ao consumidor.

O escopo de tais regulamentos é de proporcionar segurança e garantir a

aplicação eficiente e eficaz da legislação no plano interno e externo. No que tange à

legislação sobre responsabilidade por danos causados por produtos defeituosos, elenca-

se a Directiva 85/374/CEE, dispondo sobre os danos à sua saúde e sua propriedade por

um produto defeituoso.

Salienta-se que a Lei 14/2000 da Espanha, alterada pela Lei 22/1994, fala

sobre a responsabilidade civil por produtos defeituosos, como também as commodities

agrícolas e da pecuária. Assim, há responsabilidade solidária pelos vícios de

quantitativo e qualitativos do produto fornecido, assim, o consumidor não será obrigado

a ir atrás do fabricante, mas poderá demandar o que comercializou o produto, tanto no

âmbito nacional e internacional.

Trata-se de uma proteção à extensão da qualidade. Se um fotógrafo anuncia

que entrega a foto em cinco minutos, deve cumprir sua mensagem

publicitária. Assim também o construtor que informa terminar uma casa em

90 dias, e assim pó diante. Vale consequentemente o brocardo popular “

quem não tem competência que não se estabeleça”. A mensagem

publicitária vincula o fornecedor. Também nessa hipótese haverá a

alternatividade das ações edilícias, bem como a possibilidade, também

alternativa, de ser pedida a reexecução dos serviços, sem custo adicional e

quando cabível. Lembre-se de que os serviços devem ser executados não

apenas mo prazo, mas também com a perfeição suficiente para sua

finalidade. Isso é decorrência da prática garantia clássica que regula a teoria

dos vícios redibitórios. Aqui, são trazidos os princípios também para a

prestação de serviços. É necessidade da vida social. O defeito é examinado

não propriamente na coisa, mas no resultado da atividade prestação de

serviços, mas no resultado da atividade prestação de serviços. Nem sempre

haverá um resultado material nessa prestação. ( VENOSA, p. 546, 2009)

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A responsabilidade civil do contrato ocorre quando o contratante não

cumpre voluntariamente a obrigação, assim, cabê-la-á por meio judicial adimpli-lo.

Assim, no sistema alemão:

No sistema dotado pelo Código alemão, no caso de inadimplemento de uma

das partes, a outra deve fixar um prazo fatal para o cumprimento da avença,

para considerar o contrato resolvido. O Código argentino segue essa

orientação, repelindo o pacto comissório tácito. Pelo art. 1.203 desse

diploma, se as partes não dispuserem expressamente que o contrato se

dissolve em caso de inadimplemento, somente se poderá pedir seu

cumprimento. Destarte, fica excluído o pacto comissário tácito como um

elemento presente em todos os contratos, conforme ocorre entre nós. O

Código de 1916, secundado pelo diploma em vigor, ao admitir a condição

resolutiva tácita, ingressou no sistema francês, embora com alguns matizes.

( RAMOS, 2009, p. 493)

Portanto, leva-se em consideração a qualidade do serviço prestado e do

produto avençado, pois é a essência da relação contratual. Sabe-se que a gênese de tal

instituto dá-se com o direito romano com a lex commissoria nas referidas vendas de

crédito, então, o inadimplemento do preço na data de pagamento condicionava a

resolução do contrato de pleno direito. Assim, a responsabilidade contratual está

diretamente ligada aos termos do contrato, ao passo que a responsabilidade aquiliana ou

extracontratual permite um viés investigatório maior, pois cabe ao dever de indenizar

demonstrar a parte probatória.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Código de Defesa do Consumidor tem a finalidade de proteger os

eventuais danos contra os consumidores dita que o sócio responde subsidiariamente e

solidariamente com o seu patrimônio particular, no caso das sociedades empresárias.

Muitos sócios e/ou administradores de má fé desfrutam da personalidade

das sociedades e corporações, em virtude do princípio da autonomia da pessoa jurídica

que frustra os valores de justiça, pois implica não só a lesão da ordem jurídica, mas sim

de terceiros, credores, sócios e dos consumidores.

Vale destacar que cabe ao ordenamento jurídico tutela, tanto os vícios

aparentes e os ocultos. No caso de resilição, ocorre a cessão do vínculo contratual de

acordo com o princípio da vontade das partes, ou seja, o desfazimento voluntário do

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contrato. Por isso, os contratos no âmbito das relações de consumo devem primar pela

observância dos princípios alusivos ao contrato, por isso, deve haver a extinção direta

desses contratos.

Percebe-se que os fornecedores não cumprem a função social dos contratos,

favorecendo tão só os seus lucros e causando danos econômicos ao consumidor. Nesse

sentido, podem-se exemplificar os contratos coletivos de assistência à saúde, os quais

negociam com as empresas, contudo, não prestam a assistência devida aos seus

usuários, podendo haver a extinção desses contratos em razão do descumprimento das

cláusulas contratuais.

Quanto aos danos causados com relação à fraude alimentar, o consumidor

recebe passivamente as consequências, tornando-se vítima de um sistema de

fiscalização precário que contribui para o crescimento da violência silenciosa, do dano

ao consumidor e à saúde pública.

Logo, o papel do Ministério Público, como órgão de controle social tem a

incumbência de diagnosticar as condutas lesivas ao consumidor, requerendo

judicialmente a extinção dos contratos de consumo, bem como pleiteando danos morais

e materiais. Isso posto, é inadmissível a venda de gêneros alimentícios vencidos aos

consumidores, o descumprimento da prestação de serviços, a adulteração de

combustíveis, dentre outros, assim, em caso de má-fé o consumidor poderá buscar a

tutela do Poder Judiciário para extinguir o contrato de consumo e incidir a

responsabilidade civil do fornecedor.

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18

THE TERMINATION OF THE CONTRACT IN CONSUMER RELATIONS IN

THE LIGHT OF THE SOCIAL FUNCTION OF THE CONTRACT

ABSTRACT

It is known that the contract is the law of the parties then have normative force.

However, in consumer relations has a larger vulnerability on the part of the consumer,

because often suffer abuse by the contractor, at the time, the tradition of the object of

delivery. Occurs when the object of the provision suffers loss or damage by the supplier

due to claims over link, if there is guilt will respond proportionately to the grievance.

For both, the Brazilian civil law, as well as the consumer defense code ponders the

cases of termination of contract, on the other hand, there are also authors who criticise

the exaggerated defense to passive consumer relations, having then a transgression to

the transgression to the contract. However, we joined the line of reasoning that the

consumer protection Institute is due, as vendors try to ilidi it to the purchase and sale of

damaged products.

Keywords: annulment. Abuse of economic power. Contract. Consumer.

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