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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE FAMÍLIA NA ESCOLA: OS PROBLEMAS DEVIDO A AUSÊNCIA DOS PAIS Por: Leila da Fonseca Orientador(a) Profª. Drª. Fabiane Muniz Goiânia, janeiro de 2010

FAMÍLIA NA ESCOLA: OS PROBLEMAS DEVIDO A AUSÊNCIA DOS … · vivendo em comum. A sociedade doméstica que compreende todos os parentes entre si. Especialmente, em nossos dias, a

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAMÍLIA NA ESCOLA: OS PROBLEMAS DEVIDO A

AUSÊNCIA DOS PAIS

Por: Leila da Fonseca

Orientador(a)

Profª. Drª. Fabiane Muniz

Goiânia, janeiro de 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAMÍLIA NA ESCOLA: OS PROBLEMAS DEVIDO A

AUSÊNCIA DOS PAIS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Orientação Educacional

Por: Leila da Fonseca

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AGRADECIMENTOS

....a todas as pessoas que direta ou

indiretamente colaboraram com a

realização deste trabalho, minha família,

meu esposo, a Deus e em especial à

orientadora Fabiane Muniz.

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DEDICATÓRIA

...dedico este trabalho a todos os que me

apoiaram durante a longa jornada, aos meus

pais, meus irmãos, meu esposo e em

especial a minha mãe que jamais mediu

esforços para apoiar-me e amparar nos

momentos necessários.

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RESUMO

A importância das relações entre família e escola pode garantir um melhor desempenho dos alunos, afinal são as duas primeiras instituições de que o indivíduo fará parte, e onde vai passar a maior parte de sua vida Porém existem problemas que são agravados pela ausência dos pais na instituição escolar, e este é o objeto de interesse deste trabalho de pesquisa. Situações como indisciplina, agressividade, podem ser um reflexo da pouca, ou nenhuma participação da família, e por mais que a escola e particularmente os professores tentem atuar junto ao aluno não poderão suprir o vácuo deixado. Para analisar melhor a realidade, foi feita amostragem dos dados coletados junto às escolas, e famílias. Com base nisso foi possível concluir a importância da relação família / escola uma vez que, uma jamais vai existir sem outra. Percebe-se que a participação e envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos influenciam bastante no processo de ensino e aprendizagem tanto no fracasso quanto no êxito escolar. Palavras Chave: Família; Escola; Participação.

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METODOLOGIA

O trabalho de pesquisa, estruturado como estudo de caso sobre

“Família na escola: os problemas devido à ausência dos pais”, foi desenvolvido na

Escola Municipal Francelino Nunes de Paula e fundamentado em autores como

Zagury, Polity, Weill.

O estudo desenvolvido, conforme os objetivos propostos, constituiu-se em

um estudo de caso, pesquisa qualitativa, por entendê-la como a pesquisa mais

adequada. Conforme Yin (2004, p.19), “usar os estudos de caso para fins de

pesquisa permanece sendo um dos mais desafiadores de todos os esforços das

ciências sociais”. Ainda assim, definiu-se por utilizá-lo, sabendo que esta permite

uma variedade de técnicas de coleta de dados: observação direta dos

acontecimentos e experiência estudada, aplicação de questionários e entrevistas

com as pessoas envolvidas.

Como instrumentos de coleta de dados, foram utilizados: análise

documental, pesquisa bibliográfica e entrevistas com pais e professores na Escola

Municipal Francelino Nunes de Paula. Procurou-se observar e analisar cada item

de maneira coerente, tendo em vista a realização de um bom trabalho e

contribuição para o desempenho no acompanhamento tantos dos professores

quanto dos pais e, ao final, foi possível constatar que a pesquisa também trouxe

conhecimentos para a comunidade ‘família’ e para a escola, engrandecendo a

ligação entre ambas, o que se mostrou bastante positivo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Família e Escola: Abordagens e conceitos 10

CAPÍTULO II – Agressividade e Indisciplina: Reflexos da Ausência Familiar 29

CAPÍTULO III – Representações: Família e Escola em Orizona – Goiás 44

CAPÍTULO IV – A contribuição do Orientador Educacional 48 CONCLUSÃO 52

ANEXOS 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58

ÍNDICE 60

FOLHA DE AVALIAÇÃO 61

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INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é mostrar que a família ocupa um lugar

importante na instituição escolar e, tanto que por melhores preparados que

estejam os profissionais da educação, nunca vão suprir a carência deixada por

uma família ausente.

Esta pesquisa tem como enfoque mostrar o acompanhamento da

família na educação dos filhos que é de extrema necessidade, pois com a

presença dos pais na escola, permite que os mesmos conheçam todo ambiente

escolar, desde o projeto pedagógico, a atuação dos professores, funcionários até

mesmo a estrutura física. Assim a participação da família no meio escolar é

importante, e contribuirá para uma melhor socialização do indivíduo, enriquecendo

a sua formação.

Ocorre, ainda que quando há o envolvimento dos pais no processo de

ensino aprendizagem, o aluno se sente importante diante da comunidade escolar,

valorizado pelos pais e todos os membros da escola.

A escola consciente da importância da família em seu meio retribui aos

pais esta participação de forma interativa, pois, promove eventos, reuniões com os

pais e professores.

Portanto, a instituição deve estar atenta à presença dos pais, à sua

participação para que a própria escola tenha um desempenho satisfatório para

ambos os lados.

Diante disso foram feitas pesquisas com professores, pais e alunos

para obter informações sobre “participação” ou “ausência”, de que maneira estes

tem prevalecido na escola mediante à essa relação pais e alunos.

A dinâmica da organização do trabalho é feita da seguinte maneira:

No primeiro Capítulo são apresentados abordagens e conceitos do que

é Família, Escola e a relação entre as duas, uma vez que é primordial para o

desenvolvimento da criança na escola.

No segundo Capítulo foi feita uma reflexão sobre os problemas da

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relação Família / Escola mostrando que os mais freqüentes são agressividade e

indisciplina, que são analisados no intuito de compreender melhor sua dinâmica.

No terceiro Capítulo será mostrado o resultado da pesquisa realizada

com professores, pais e alunos do ensino fundamental do 1º ao 5º ano da Escola

Municipal Francelino Nunes de Paula – da cidade de Orizona.

E, por fim, no último Capítulo são apresentadas algumas contribuições

importantes feitas pelo Orientador Educacional através da parceria Família /

Escola.

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CAPÍTULO I

FAMÍLIA E ESCOLA: ABORDAGENS E CONCEITOS

Neste Capítulo abordam-se alguns conceitos referentes à família e à

escola e sua relação no processo ensino-aprendizagem. Por incrível que possa

parecer, não é fácil definir a família, pois não existe uma definição que consiga

englobar toda situação familiar.

1.1 – O Que é Família?

A família é sem dúvida, uma das mais antigas, senão a mais antiga

instituição que compõe a sociedade, mais velha até mesmo que o casamento isso,

porque o casamento implica rituais e regras socialmente determinados que já

pressupõem a existência da família. Segundo Meksenas (1992):

A palavra Família, no sentido popular e nos dicionários, significa pessoas aparentadas que vivem na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos, e as pessoas do mesmo sangue, origem, ascendência. (p. 126).

Paradoxalmente, todos sabem o que é uma família já que todo ser

humano é parte integrante de alguma, é uma entidade por assim dizer óbvia para

todos. As famílias apesar de todos os seus momentos de crise e evolução

manifestam até hoje uma grande capacidade de sobrevivência e também porque

não dizê-lo, de adaptação, uma vez que ela subsiste sob múltiplas formas. Santos

(1994) diz que:

Família - pai, a mãe e os filhos, e mais pessoas do mesmo sangue vivendo em comum. A sociedade doméstica que compreende todos os parentes entre si. Especialmente, em nossos dias, a sociedade conjugal, grupo formado pelo pai, a mãe e os filhos. A Família é um grupo de indivíduos que se consideram parentes entre si e se acham unidos por direitos e deveres sancionados pela sociedade. (p.93).

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De forte influência na formação do indivíduo, é o primeiro grupo social a

que se pertence embora as normas institucionalizadas sejam particulares de cada

família que tem suas próprias regras de comportamento e controle. Em cada

grupo familiar os membros se reconhecem biológica e culturalmente, pois cada

família possui uma cultura particular. Ferreira (1993) afirma que:

Durante a maior parte da história, a família foi a principal, quando não a única instituição educativa. As crianças aprendiam as habilidades técnicas necessárias para a sua vida adulta e também aprendiam o que significava ser um membro da família e da comunidade no interior do próprio grupo familiar (direitos e deveres). (p. 61).

A família (brasileira) vem passando por sensíveis mudanças. O

desenvolvimento industrial, a urbanização, as correntes migratórias, as alterações

na divisão sexual do trabalho e o surgimento de uma nova moral sexual seriam

responsáveis por essas mudanças.

A influência da família pode acontecer de várias maneiras, para que

uma criança seja bem sucedida na unidade escolar, uma vez que ela precisa estar

bastante motivada tanto para permanecer na unidade como para realizar

satisfatoriamente todas as tarefas exigidas.

Segundo Chalita (2001), que estuda a participação familiar:

Muito se diz da falência da família como instituição das máscaras que têm de ser usadas. A falência do sistema família, pai mãe a partir não somente da liberdade sexual, como também da separação pelos cônjuges. (p. 18).

De acordo com o autor, a família tem a responsabilidade de formar o

caráter de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais.

O ambiente familiar é um espaço em que deve haver transparência,

pois, o diálogo entre seus membros deve ser honesto e franco. A preparação para

vida, a formação da pessoa, a construção do ser são responsabilidades da família.

Eis a família e sua difícil tarefa, a convivência diária pode ser desgastante,

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penosa, é preciso criatividade, amor para que se consiga vencer todos esses

obstáculos. Para Chalita (2001):

A criança, a infância, os primeiros gracejos comemorados pela família ansiosa, de qualquer forma a preparação, o amparo dos entes queridos e o carinho são essenciais para o desenvolvimento saudável desse novo ser que veio ao mundo. (p. 25-26).

Infelizmente isso é privilégio de alguns, pois a família é essencial para

que a criança ganhe confiança, para que se sinta valorizada, assistida, embora

isso além de fazer falta pode comprometer a criança a sérios comportamentos

futuramente. Tiba (2002) afirma que:

A escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade mas tem papel complementar ao da família. Por mais que a escola propicie um clima familiar à criança, ainda assim é apenas uma escola. (p.181).

Se a parceria entre família e escola se formar desde os primeiros

passos da criança todos terão muito a lucrar. A criança que estivesse bem

melhoraria e aquela que tivesse problemas receberia ajuda tanto da escola quanto

dos pais para superá-los.

Quando na escola, o pai e a mãe falam a mesma linguagem e têm

valores semelhantes, a criança aprende sem grandes conflitos e não quer jogar a

escola contra os pais e vice-versa. Para Gomide (2004):

Os pais são os principais medidores entre a criança e o mundo. A criança aprende sobre o mundo pelos olhos dos pais, de suas reações, de suas experiências. Ensinar a criança, desde tenra idade, a solucionar problemas é um excelente caminho para desenvolver a sua segurança. (p. 52).

Os pais devem escolher o seu próprio modo de agir, aquele que mais

se adapta ao seu estilo. É importante que os pais estejam demonstrando e

fazendo com que broncas, sempre aconteça em particular e os elogios

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publicamente, isso também influi bastante no que se diz respeito ao

desenvolvimento que se quer adquirir.

Descobrir o limite entre liberdade e o autoritarismo na relação não pode

ser muito fácil, mas tampouco precisa ser um "'bicho papão". O eterno conflito de

gerações traz dúvidas sobre qual é a melhor maneira de educar os filhos.

Segundo Tiba (1996):

Antigamente, o limite era castrador e o castigo corporal. Mesmo que o pai estivesse sem fazer nada, os filhos não podiam se aproximar. Porém com essa barreira o pai tornava-se uma figura distante ameaçadora e punitiva. Cabia-lhe a tarefa de dar castigo quando a criança desobedecesse à mãe. (p. 64).

De fato, esse tipo de educação gera nos filhos revolta. É certo, que

quando a educação assim era ditada os filhos obedeciam, pois, de uma forma ou

de outra surgiam castigos. Hoje em dia não é bem assim que acontece, ainda que

a família seja fundamental para as crianças, e o bom relacionamento entre pais e

filhos pequenos possa ajudá-las a crescer seguras. Tiba (1996) afirma que:

Os pais precisam estar atentos à questão da convivência. Devem observar que os filhos não exigem ação dos pais o tempo todo. Mas exigem a cada tempo, um pouco. Por isso vale a pena atender na hora em que o filho solicita. (p. 82).

A participação assídua dos pais tanto em casa quanto na escola traz

grandes possibilidades, se a qualidade da convivência for boa, provavelmente

teremos uma geração mais saudável. É preciso e necessário, que os pais

encontrem tempo para que as crianças não se tornem tão carentes, isso é um

fator que pode até não ser satisfatório futuramente, acarretando alguns problemas

inconvenientes.

A educação compreende tudo o que o indivíduo faz e sua interação com

seu semelhante buscando a perfeição de nossa natureza. Ninguém é mau em

essência, pode se tornar pelas atitudes da vida e com certeza essa pessoa não

teve chance de receber uma boa educação, faltou o afeto. Chalita (2001) diz o

seguinte:

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Não há como construir muros, mas há como construir pontes unindo indivíduos que a história separou. Pessoas que já nascem escravas da própria sorte porque não tem acesso a alimentação, saúde, cuidados básicos para seu desenvolvimento. Padecem de falta de afeto e de oportunidade, de falta de lazer, o que termina também por faltar o sorriso estampado no rosto de cada criança. (p. 80).

Infelizmente a nossa realidade não é tão condizente, pois, pode-se dizer

que a maioria das crianças é que tem família estável no que diz respeito a uma

criança digna de uma educação precisa. E um dos principais aspectos que conta

bastante é o amor, o carinho, a participação familiar tanto em momentos de

incentivo, quanto na participação efetiva, isso só irá ajudar. A falta de carinho, de

afeto, de participação dos pais na criação dos filhos pode deixar-lhes uma marca

que o tempo não apaga, e isso é muito triste. Chalita (2001), afirma que:

O ser humano é social, mas não nasce preparado para viver em sociedade. O papel dos pais, na primeira infância, é o de conter os ímpetos desmedidos do pequeno: não comer em demasia, não gritar, não usar de violência contra o que quer que seja, ensinar a respeitar e a preservar a si mesmo em 1º lugar, para entender o que significa os demais. (p. 119).

Partindo dessa visão o princípio básico na construção da cidadania é

educar para a convivência, o respeito, para a troca de experiências, para o

exemplo no trato com o outro e consigo mesmo. Educar para que as mudanças

sejam enfrentadas com generosidade. Essa responsabilidade não é apenas da

escola, é de toda sociedade, começa pela família, o primeiro espaço de

convivência em que os pais se tornaram modelos e exemplos perante as crianças.

A vida familiar é o primeiro contato do cidadão com o mundo. O

exemplo materno e o paterno, a alimentação, os sons recebidos do mundo

externo, os mitos que começam a se formar, os medos, as ambições, o

aprendizado da linguagem. Esse processo continua por toda vida. Mesmo que as

relações familiares mudem, que os filhos decidam morarem sozinhos, não há

como negar que por toda a vida se carrega a estrutura básica obtida na formação

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da infância que se dá fundamentalmente na família.

A convivência humana, que de certa forma é bastante abrangente,

refere-se aos vizinhos, aos amigos, ao clube, aos contatos que predomina positiva

ou negativamente a personalidade que se encontra em formação.

As instituições de ensino, não representam o único espaço possível de

desenvolvimento da aprendizagem, mas são as bases do processo educacional. A

educação escolar não pode estar desvinculada do mundo do trabalho nem da

prática social, incluindo-se as experiências pessoais dos alunos e os fatos

relevantes da atualidade. Segundo Donatelli (2004):

A casa a família como refúgio, constitui-se essencialmente como símbolo daquilo que não mais se sente, é visto ou se pensa. As regras do amor, da percepção do outro e da reflexão acerca de si e de sua existência estão há muito subordinadas às contradições de um fazer no qual não se tem autonomia compreensiva. (p. 39).

As crianças que não conseguem distinguir como se comportar e,

portanto como responder às necessidades da vida pública, todos os dias

atravessam os portões e se defrontam com a instituição escolar que tem por dever

lhes cobrar posturas que foram aprendidas na intimidade, por isso é de suma

importância que família e escola caminhem juntas em um olhar na mesma direção.

1.2 – O Que é Escola?

A escola aparece inicialmente em nossa sociedade como se fosse

instituição única, que trata todos os alunos da mesma forma, é uma instituição

onde se elaboram o conhecimento e os valores sociais, capaz de preparar os

indivíduos para a vida em sociedade, à escola é por excelência uma instituição.

Segundo Ferreira (2001):

Escola - estabelecimento público ou privado onde se ministra ensino coletivo. Alunos, professores e pessoas duma escola. Sistema ou doutrina de pessoa notável em qualquer dos ramos do saber. (p. 281).

Essa é a idéia que se tem de escola, porém, é também a instituição

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mais eficiente para por à margem as pessoas, com o objetivo de reproduzir a

sociedade. Ferreira (1993) diz que:

Geralmente nas escolas as classes médias e alta há sempre um grupo de pais ciosos (cuidadosos) da qualidade do ensino que seus filhos recebem. Questionam a adoção de um livro, reclamam da falta de atividades culturais, criticam determinado tipo de orientação pedagógica ou então reclamam da falta (ou do excesso) de liberdade dada aos seus filhos. (p. 147).

Partindo com essa idéia, situação bem diferente é a das famílias pobres

e pouco instruídas, sem condições para argumentar, aceitam a orientação

pedagógica da escola. Suas expectativas em relação à escola resumem-se na

freqüência dos professores e na oferta rotineira da merenda. Tendo isso, acham

que a escola está cumprindo sua obrigação. A realidade das crianças que

freqüentam uma escola é bem diferenciada, sendo que tem mais vantagens: no

que diz respeito até mesmo á participação da família na própria escola. Segundo

Ferreira (1993):

A educação há muito já deixou de ser monopólio da família e passou a ser ministrada por agências especializadas em especial a escolas. Na antiguidade grega, embora feita no espaço do lar, a instrução era ministrada por professores contratados ou um membro estranho à família. Atualmente, em virtude da complexificação do saber, a família deixa de ser a principal educadora dos filhos. (p 65).

A responsabilidade que os pais depositam em uma escola é tamanha,

ou seja, estão deixando as crianças à disposição da mesma e, isso só tende a

prejudicar ambas partes além do baixo rendimento perante a criança. Embora as

instituições sociais, como a família exerça grande influência na educação, a escola

é a instituição organizada para transmitir às crianças a herança cultural da

sociedade.

Os pais precisam estar cientes de que quando a criança passa a

freqüentar uma escola se defronta com uma série de exigências que nem sempre

consegue ultrapassar sem uma ajuda mais efetiva por parte da família, ou seja, a

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ajuda dos pais se torna um ponto positivo para que ela alcance bons resultados.

Parreira (1999) afirma que:

Algumas crianças começam cedo a participar da escola, freqüentam a pré-escola, onde encontram maior oportunidade de socialização e contato com a leitura e com a escrita. Dessa forma, os pais passam a ter uma visão mais precoce de suas potencialidades para as atividades escolares. Outras não têm essas experiências, entram direto na primeira série e é nessa hora que seus pais passam a acompanhar suas habilidades acadêmicas. (p. 08).

Percebe-se, que cada vez mais as crianças entram na escola mais

cedo, devido à necessidade dos pais trabalharem. Isso é benefício em alguns

casos, e improdutivo em outro.

Quando a criança apresenta adequada integração e rendimento escolar

compatível com a idade e o ano em que se encontra, a tarefa dos pais se torna

bem mais tranqüila. Parreira (1999) diz que:

Além das reuniões escolares e contatos com a escola, quando necessário, é importante que a família participe de outros eventos promovidos pela escola. Sempre que a escola promover festas comemorativas ou para obter fundos destinados à compra de algum recurso, é importante que a família participe, pois quanto mais participar das atividades escolares, mais vai poder exigir que a escola dê atenção ao seu filho. (p 37).

É importante que os pais estejam envolvidos com a escola para que a

criança perceba o valor que eles dão aos estudos e à própria escola. Dependendo

da forma como os pais pensem e se relacionem com a escola, a criança vai gostar

mais ou menos da professora. Quando os pais se distanciam, a criança entende

que eles não "gostam" da escola.

A criança na fase escolar precisa da participação dos pais na escola,

não só quando apresenta algum problema, mas também nas atividades

cotidianas. Na medida do possível, os pais devem manter-se aliados à escola e

aos professores para juntos oferecerem o melhor à criança. O envolvimento dos

pais se traduz em interesse, incentivo, encorajamento assim, a criança percebe

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que em casa encontrará todo apoio caso venha ter algum problema na escola.

Para Donatelli (2004):

A escola, em sua função social, deveria ser um local de aprendizagem do conhecimento da herança intelectual e científica legados pela civilização e, por tabela, contribuir para a socialização das crianças. Qualquer contribuição a mais deveria ser tarefa da família, a começar por ditar princípios morais que norteassem a vida de seus membros e pares. A confusão e a contradição estabelecidas pela perda do público e a invasão do privado cobram outras ações da escola. (p 42).

Por sua vez, a escola acabou se tomando refém da incapacidade de

compreender o que acontece ao seu redor, em especial com a família. A família

não tem armas para combater o cerco (posto pela sociedade sobre ela) que

deseja transformá-la em continuação do lar em lugar das carências familiares e de

suas contradições. Tiba (1998) afirma:

A família tolera, já que se acostuma a ele, o péssimo comportamento do filho, mas é na escola que esse filho pode tanto se adequar quanto piorar. Caso a escola também a tolere, a impunidade pode conduzi-lo a delinqüência. (p 161).

A família pode aceitar determinadas posições para conviver com a

criança, mas se a escola não ajudar a corrigir esses comportamentos, educando

as vontades infantis, estará contribuindo para o aparecimento de futuros

cometedores de falta, ou (e) até mesmo, crimes. Segundo Tiba (1998): “A escola

que implanta o sistema de o ‘freguês tem sempre a razão’ não pode reclamar

quando o aluno desrespeita seus professores e usa como principal argumento

‘estou pagando’”. (p 162).

Não só nos grandes conflitos que a escola precisa interferir, como pode

também ajudar a organizar a vida da família. É certo que, a desordem da criança

em classe reflete a desorganização em casa. O compromisso maior da escola é

com a “educação formal”.

A escola oferece condições de educação muito diferentes das

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existentes na família. A criança passa a pertencer a uma coletividade, que é sua

turma sua classe, sua escola.

1.3 – Relação: Família / Escola

A educação (família) e a formação (escola) da criança são muito

importantes, a criança precisa conhecer os valores da vida. Não pode ser

enganada por falsos valores. Os pais não podem esquecer que eles são os

primeiros formadores dos filhos e, nenhuma escola substitui o papel dos pais na

educação de seus filhos. Donatelli (2004) afirma que:

Menos filhos, pais mais ausentes e novos meios tecnológicos permeando a vida familiar, quando aliados a uma nova esfera de valores nas relações entre marido e esposa, fazem com que os filhos sejam alvo de uma culpa desmedida por parte dos pais. (p 68).

É importante compreender que essa culpa é conseqüência da falta de

atenção à vida cotidiana da criança, à percepção clara de seu desenvolvimento e

da precocidade com que elas são postas na escola. Menos filhos por casal fazem

com que as crianças sejam mais protegidas e mimadas, mas não

necessariamente mais educadas, ou mais bem formadas. Segundo Donatelli

(2004):

Uma das coisas mais comuns de se ouvir dos pais nas escolas depois que seus filhos cometem atos de indisciplina é que eles, país, jamais pensaram ser o filho capaz de tais atitudes. Uma frase é marcante: "Mas em casa ele é diferente. Ele não é assim!" (p. 91).

Se a criança é indisciplinada na escola, não seria diferente em casa. O

problema é que tanto o pai quanto a mãe simplesmente desconhecem os filhos,

pouco ou nada sabem a seu respeito. Não se consegue saber ao certo quem deve

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fazer o que e quando, pais e mães empurram de um lado para o outro as

responsabilidades que dizem respeito às ações do filho. Donatelli (2004) afirma o

seguinte:

Certamente ela nunca fundará, não no curto período histórico que podemos vislumbrar, entretanto, as contradições que a perpassam estão em vias de dar um ultimato a sua condição de esteio da vida privada, e a escola, como ela inicial de ligação da família com a coisa pública, e os desafios da educação e valoração do mundo familiar ressentem-se dessa crise. (p. 104, 105).

A escola não reinventará ou redimirá a família, contudo, e ainda bem

longe disso, pode expor pouco a pouco e corajosamente suas cicatrizes

contraditórias. Gomide (2004), afirma que:

A educação moderna mudou muito em relação à antiga. Os pais conversam em lugar de dar limites, conversam em lugar de bater. Hoje em dia os pais conversam. Infelizmente, parte deste "conversar" está sendo entendida como "dar broncas". Quando uma criança ouve "vamos conversar", ele imediatamente sabe que vai ouvir um “belo sermão". Na escola a mesma coisa está ocorrendo, a professor diz que se o aluno não se comportar irá conversar com a diretora, o aluno se prepara para receber uma bronca ou uma advertência. (p. 64).

Hoje em dia os pais acreditam que não se deve bater ou castigar e,

portanto, "conversam". Acabam por não estabelecerem limites e regras de boa

convivência, perdem o controle na educação de seus filhos, e o pior, o conversar

adequado aquele em que existe uma troca de idéias, em que há interação, não

tem espaço na relação familiar. Talvez esse espaço está sendo ocupado pelo

stress ou pela "bronca" e, ainda, os pais pensam que estão cumprindo sua tarefa

educativa e, no entanto, sentem-se frustrados com os resultados obtidos. Os pais

e educadores podem reagir e se apropriar da forma correta de conversar, ou seja,

de forma descontraída, interessando-se pelo assunto do filho, oferecendo sua

opinião e também a dele.

Há outro extremo dos pais que, mesmo quando chamam a atenção não

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tem o respeito dos seus filhos. Para Chalita (2001):

Professor que não gosta de aluno deve mudar de profissão. A educação é um processo que se dá através do relacionamento e do afeto para que possa frutificar. Professores que não vibram com os alunos são como pais que preferem os filhos afastados de si o maior tempo possível, ou seja, não fizeram a escolha vocacional, mais adequado ás suas disposições de espírito. (p. 154).

Os alunos serão sempre alunos, em qualquer idade. Qualquer que seja

a faixa etária do aluno e qualquer que seja sua aspiração, o professor será a figura

a ser "amolada". O aluno precisa de afeto, atenção tanto da família quanto da

escola para se sentir valorizado. Chalita (2001) afirma que:

A família teve um local privilegiado nesse contexto. Um meio em que a convivência poderia ser exercida sem máscaras, sem medo de ser autêntico, sincero. Um meio próprio para que a evolução aconteça pelo diálogo, pela conquista do espaço. A família se transformou em palco de batalha incessante em que as gerações diferentes vivem em conflitos terríveis. A falta do entendimento, a falta do diálogo, a falta de atenção. É preciso viver cada momento dos novos seres que estão surgindo, por melhor que seja a escola nunca conseguirá substituir a família. Cada um tem seu espaço e sua responsabilidade. (p. 260).

A escola não é a única responsável pela educação, ainda que, antes

dela a criança passou pelos preciosos cuidados da família. Educação é uma idéia

mais ampla do que o ensino, mais abrangente e significa um processo a aprender

que não termina. É importante que a família esteja participando ativamente da

escola e, não só quando algum problema se toma aparente, resolver procurá-la.

Segundo Tiba (1995):

Há pais que, por pagar uma escola, acham que esta é responsável pela educação dos seus filhos. Quando a escola reclama de mau comportamento ou das indisciplinas do aluno, os pais jogam a responsabilidade sobre a própria escola. (p. 169).

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É tão melindroso como os pais conseguem tanto tempo para trabalhar

e, já para educar as crianças o tempo se encontra ameno. Talvez isso funcione

até mesmo como uma desculpa, se o tempo não contribui muito dentro do

relacionamento familiar, os pais deverão aproveitar bem o pouco tempo estando

melhorando, sem abrir mão da educação. Os pais e a escola precisam ter

princípios bem próximos para o beneficio do filho. Segundo Parolin (2005):

Logo desde muito cedo, as crianças sabem que necessitam corresponder às expectativas de obter sucesso escolar e que a escola é uma missão importantíssima na vida deles. Não só os pais que cobram o sucesso escolar da criança, mas toda a sociedade. (p. 51).

Diante disso percebe-se que, a maneira como a família acolhe a

diferença e aceita as mudanças é determinante para o desenvolvimento da

criança. Como desde pequeno, a criança vive sobre algumas responsabilidades,

como por exemplo, a de ir pra escola, é de fundamental importância, que tanto a

família quanto a escola propicie assim um ambiente agradável sempre

acompanhado de afetividade. Para Parolin (2005):

Quando a família ou a escola poupa uma criança de experimentar resultado previsto seja duvidoso, com o de não expô-la a momentos difíceis, em verdade, não promove aprendizagens de âmbito pessoal e científico. (p.57).

Sem dúvida poupando a criança de alguma frustração, impede-se que

ela amadureça, valorize o feito, que ela compreenda efetivamente e, o que é pior,

ela passa a acreditar que não é capaz. Uma criança que não acredita que ela seja

capaz de criar de desenvolver idéias de fazer coisas que não tenha tempo e

espaço para experimentar até acertar, certamente não terá condições de tomar

novas iniciativas.

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CAPÍTULO II

AGRESSIVIDADE E INDISCIPLINA: REFLEXOS DA AUSÊNCIA FAMILIAR

Neste Capítulo serão feitas reflexões sobre a presença da família na

vida escolar da criança e os problemas ocasionados pela sua ausência,

priorizando questões disciplinares.

Reconhecendo a situação porque passam as crianças com dificuldades

escolares, são abordados conceitos sobre a relação família-escola, e a

convivência com famílias que enfrentaram problemas semelhantes. Parreira

(1999), afirma que:

Os pais precisam estar cientes de que quando a criança passa a freqüentar a escola formal se defronta com uma série de exigências que nem sempre consegue ultrapassar sem uma ajuda mais efetiva por parte da família. (p. 28).

Na escola para obter um bom desempenho, não basta só que faça as

lições, é preciso também que a criança aprenda a se relacionar com outras

pessoas, para que, com isso, a ajuda dos pais se torna um ponto importante, ou

seja, a criança alcançará bons resultados escolares. Para Gomide (2004):

Caso os pais não tenham meios de controlar o cumprimento do castigo, ele não deve ser estabelecido. Deve-se escolher um castigo possível de ser cumprido e, principalmente, que os pais consigam controlar. Se os pais estabelecem uma punição (não viajar nas férias, de final de ano, ficar sem ir ao playground por um mês, nunca mais falar com o namoradinho, etc.), este castigo acaba se tornando uma ameaça, que dificilmente será executada. (p. 17).

Percebe-se que este tipo de punição “ameaça” não funciona, ou seja,

ela não é capaz de mudar ou enfraquecer o comportamento, se tornando apenas

uma relação desagradável, tanto entre pais e filhos quanto na escola, caso isso

possa a vir acontecer. Se os pais agem dessa maneira, isso influenciará e muito e,

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no entanto, os filhos estarão agindo com atitudes indesejáveis.

Nesse sentido, a relação família/escola não deixa de estar permeada

por questões que envolvem a indisciplina, agressividade e baixo rendimento uma

vez que estão diretamente ligadas no que diz respeito a um mau comportamento.

Segundo Tiba (1996):

O ambiente também interfere na disciplina. Classes muito barulhentas, nas quais ninguém ouve ninguém; salas muito quentes, escuras, alagadas ou sem condições de acomodar todos os estudantes, são locais pouco prováveis de conseguir uma boa disciplina. (p. 120).

É certo que quando se trata de atrair atenção principalmente de alunos,

requer cuidados tanto especiais quanto necessários para que o andamento das

aulas ocorra de maneira tranqüila, atingindo assim o objetivo que se queira

chegar, pois uma escola em crise, que esteja passando por conflitos, bem como

as divergências entre classe e professor são situações que dificultam o

aprendizado. Para Tiba (1996), “a escola tem direito, sim, de expulsar um aluno”.

(p. 171).

Percebe-se que nenhuma família expulsa seu filho, porém, tem a

obrigação de tratá-los caso manifeste comportamento anti-sociais na escola, pois,

se os pais se recusarem a colocar seus filhos desajustados em tratamento,

responsabilizando a escola pelo desajuste, precisam receber orientação sobre a

importância do tratamento, contudo, se não acontecer é preferível que a escola

peça a saída do aluno, uma vez que, para a recuperação do aluno, o melhor é o

tratamento e não a expulsão. Tiba (1996) afirma que, “o maior estímulo para ter

disciplina é o desejo de atingir um objetivo”. (p. 173).

Tiba também apresenta um exemplo: um animal treinado para ser

disciplinado, seu treinador impõe uma série de aprendizados pela lei do prazer

(prêmio) e do sofrimento (castigo). O treinador cria um clima de afeto e confiança

com seu animal, ou seja, o afeto garante sempre o carinho. Às vezes, os filhos

têm comportamento ao estilo animal, buscando somente saciar suas vontades

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primárias, porém os pais deviam agir como o treinador isso com o devido cuidado

do termo, se já não o fazem os filhos acabam tendo um comportamento violento

perante qualquer situação que os desagrade.

Limite e disciplina são conceitos que devem ser aprendidos logo ao

nascer, e é lógico que alguém deve ensiná-los, e Tiba (1996) afirma que:

A disciplina pode ser ensinada. Quem faz é o disciplinador; quem aprende, o disciplinado; e o conteúdo desse aprendizado é a disciplina. Usei propositadamente essas denominações para diferenciar professor e aluno, termos consagrados em qualquer contexto de aula. Ensina-se como e por que se comportar em sociedade, em reuniões sociais, em classe, em competições, etc. Isso faz parte da educação, a arte de viver bem. (p. 176).

Na realidade não existe uma matéria escolar específica que ensine a

ser disciplinado, assim como não existe uma escola onde os pais podem aprender

a ser pais, nem onde os filhos possam aprender a ser filhos. A criança precisa

aprender a se organizar a ter disciplina para viver bem, pois há certos valores que

além de serem aprendidos, devem ser conquistados.

É dentro de casa, na socialização familiar, que um filho adquire,

aprende a disciplina para um futuro próximo. Tiba (1996) diz o seguinte:

A violência é uma semente colocada na criança pela própria família, que, encontrando terreno fértil dentro de casa, se tornará uma planta rebelde na escola, expandindo-se depois em direção à sociedade. Quando os pais deixam o filho fazer tudo o que deseja, sem impor-lhe regras ou limites, ele acredita que suas vontades são leis que todos devem acatar. Então, se um dia alguém o contraria, esse filho pode tornar-se, num primeiro momento agressivo, mas depois partir para a violência, exigindo que se faça aquilo que ele quer. É o filho supermimado. (p. 152).

Infelizmente em outro extremo, há os pais violentos. Na verdade, esses

pais não estão educando seus filhos, mas ensinando-os a serem violentos. O filho

não conhece os níveis normais de agressividade. Para ele, a violência é o recurso

para vencer qualquer contrariedade, seu corpo acostuma-se a reagir

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automaticamente de modo violento. Segundo Tiba (1998), “Os pais, de tanto

querer agradar e poupar os filhos, não desenvolvem neles limites, disciplina e

responsabilidade. São os erros de amor dos pais que acabam aleijando os filhos”.

(p. 160).

Pode ocorrer dos pais exagerarem na falta ou no excesso, tanto da

liberdade quanto da responsabilidade. Alguns podem até suportar a má-educação

dos filhos, mas quando eles vão para a escola tais problemas se evidenciam,

tornando-se mais fácil sua percepção. A impunidade favorece a delinqüência.

Alunos mal-educados podem ter pais educados, mas que não souberam educar.

Para Samalin (1993):

Todos os pais desejam que seus filhos sejam felizes, mas esse desejo às vezes os impede de discipliná-los corretamente. Quando a nossa necessidade de manter as crianças felizes e amorosas é muito compulsiva, achamos impossível negar-lhes algo. Os pais sabem que precisam estabelecer limites para ensinar um comportamento apropriado e aceitável. Porém, quando traçam os limites, as crianças não gostam. (p. 58).

As crianças precisam ser disciplinadas com firmeza, uma vez que possa

não ser as regras e pedidos que as desagradam e sim os próprios pais. Pode-se

ter dificuldade em estabelecer limites para o comportamento, talvez por não ter os

pais uma opinião muito definida sobre o problema em questão. Samalin (1993),

afirma que:

Quando as crianças dizem: “Você é mau... Você não me ama... Você não é justo...” entre tantas observações agressivas, por não quererem aceitar limites, alguns podem se sentir tentados a concordar. “Bem, talvez eu esteja sendo muito duro... se eu tivesse mais paciência... se ao menos eu pudesse fiar mais tempo com ele, ele talvez não fosse tão instável...” (p. 65).

Esses sentimentos tingidos de culpas, somadas à necessidade de

manter os filhos felizes e amorosos, pode acabar com a tentativa de disciplinar

com eficiência. Para Samalin (1993), “Muitas vezes o castigo leva nossos filhos a

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desenvolverem a imaginação naquela área que é menos construtiva tanto para

eles como nós: a vingança”. (p. 73).

O castigo também pode tornar a criança mais cuidadosa ao cometer

uma falta, ou capacidade em escondê-la. As crianças punidas com freqüência

muitas vezes ficam mais perdidas, deixando de ser mais honestas ou

responsáveis.

Hoje em dia, percebe-se que há muita diferença ao castigo de

antigamente, sendo que talvez quando esse acontecia, não havia nem ameaças e,

valia, adiantava. Como o castigo era amedrontador os filhos jamais faziam por

merecer. Samalin (1993), afirma que:

Às vezes os pais castigam os filhos privando-os de um privilégio, da mesada ou do brinquedo favorito. Essas privações são fáceis de infligir: “Sem história antes de dormir hoje... Vou ficar com seu skate novo durante um mês... Você não vai ficar acordado até tarde nos fins de semana...!” (p. 83).

Contudo, estas nem sempre são as conseqüências apropriadas para o

mau comportamento da criança. Sendo elas importantes, as que resultam da ação

da criança, fazem sentido para ela e podem de fato educá-la. No entanto, as

conseqüências que depende da vontade não ajudam a criança a refletir no que ela

fez de errado. Samalin (1993), relata o seguinte:

Os pais iniciantes nessa estratégia de substituir o castigo por soluções ou conseqüências às vezes dizem: “Mas, quando meu filho fica totalmente fora de controle, ou tem um acesso de raiva, só tenho de lhe dar uns tapas ou tirar seu brinquedo favorito para ele ficar sabendo que não pode continuar com aquele comportamento.” Porém, quando uma criança está no auge de um acesso de raiva, esse castigo só aumenta sua fúria. (p. 84).

Sempre é um desafio reagir de maneira racional quando as crianças

abusam. É especialmente difícil quando elas ameaçam fazer um escândalo em

público, porém, com prática, pode-se ficar tão eficiente e habilidoso diante de tal

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situação. Segundo Parolin (2005):

Muitos pais, hoje, temem negar coisas para seus filhos por estarem preocupados, com tudo que não conseguem lhes dar em termos de carinho, atenção, tempo, convívio, e principalmente, orientação educativa. Tentando se sentir melhores diante da criança, os pais e familiares vivem a crise do “não”. Os pais sentem-se mal ao negar algo para seus filhos e acabam dando-lhes coisas que desejam, quer tenham ou não condições financeiras, deixando de exercer o papel mais importante de estabelecer limites, de orientar, de educar, de contribuir para a formação de valores morais e éticos. (p. 54).

Diante disso, ao tentar adquirir tudo o que a criança pede em termos materiais,

não conseguem ser mais presentes, pois precisam trabalhar mais para ganhar

mais: dão presentes por não estarem presentes. No entanto, essa atitude gera

insatisfação nos filhos, e quanto mais recebem em bens materiais, que de fato, às

vezes nem precisam, mais desejam a atenção que deixaram de receber de seus

pais e, que sem dúvida essa “atenção” é primordial na convivência tanto familiar,

quanto escolar. Para Parolin (2005):

O estabelecimento de regras no convívio familiar precisa ser acompanhado de um clima afetivo e da compreensão dessas normas sociais. Só dessa forma a criança poderá construir seu próprio código de conduta e sua forma de pensar. É inadequado o limite autoritário e repressor tanto quanto é indesejável o limite que humilha e ameaça o afeto de que a criança necessita. (p. 55).

É necessário ter limites pois, para que a criança compreenda o “sim”

como algo destinado a ela e o “não” como um impedimento à realização de algo.

Para uma boa convivência, o entendimento e a aceitação de regras é

fundamental. Além de dar segurança e possibilidade, de compreender o que está

à sua volta, se aceita arriscar-se diante do novo aprendendo assim a avaliar suas

próprias ações. Segundo Samalin (1993):

Com as melhores intenções do mundo, muitos pais acreditam que podem fazer uma criança melhorar apontando o que há de errado com ela, mas a triste realidade é que a crítica reforça o próprio

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comportamento que estamos tentando corrigir. As crianças levam a crítica dos pais para um nível muito pessoal. Sentem-se agredidas por alguém cuja adrmiração desejam muito. (p. 99).

Os pais devem opinar, porém às vezes, a crítica as convence de que

não podem mudar e, vêem-se como um fracasso. A crítica não representa

incentivo nenhum para que as crianças mudem. Pelo contrário, há casos em que

esses ataques críticos tornam as crianças defensivas, quando não rebeldes.

Samalin (1993) afirma o seguinte:

Nenhuma criança tem excesso de auto-estima. Se você aproveitar todas as oportunidades que se apresentarem para salientar o que elas fazem bem, para elogiá-las descritivamente e para expressar admiração, seu filho vai cooperar mais e se tornar mais competente e confiante. (p. 122).

Não é fácil a tarefa de evitar criticar as crianças por perder, quebrar ou

esquecer coisas. Se os pais conseguir agir como aliados, em vez de acusá-las,

elas ficarão mais motivadas podendo assim evitar contratempos. Segundo Parolin

(2005):

É em família que uma criança constrói seus primeiros vínculos com a aprendizagem e forma seu estilo de aprender. Nenhuma criança nasce sabendo o que é bom ou ruim e muito menos sabendo do que gosta e do que não gosta. A tarefa dos pais, dos professores e dos familiares é a de favorecer uma consciência moral, pautada em uma lógica socialmente aceita, para que quando essa criança tiver de decidir, saiba como e porque está tomando determinados caminhos ou decisões. (p. 56).

A influência na escola, de uma criança que não recebeu limites pode se

dar em termos de dificuldades com a aprendizagem, pois para aprender, uma

pessoa necessita de atitudes que estão relacionadas à autonomia do pensar à

possibilidade de realizar coisas, além da compreensão de regras. Uma criança

precisa ter limites, pois, se não o tem, não quer saber de na escola fazer

exercícios, nem ouvir, nem ler, acredita que os outros devam fazer tudo para ela.

Para Parolin (2005):

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Frases como: “O que está acontecendo de errado com você?”; “Não adianta. Ele não obedece mesmo!”; “Você age como se fosse surdo!”; “Falar com você é perda de tempo!”; “Nem tente. Eu faço por você!”; “Só podia ser você mesmo!”: “Você é burro mesmo...”; “Imbecil...”; “Você se acha uma engraçadinha?” tornam crianças e jovens inseguros e com uma baixa auto-estima. Ao serem cobrados por algo que não podem fazer, ao serem rotulados, ou ameaçados de perderem o respeito e o afeto dos seus pais, professores e amigos, essas crianças e jovens tornam-se incapazes de convívio social e inseguros diante de novas aprendizagens. (p. 59).

Muitos pais não advertem seus filhos na tentativa de os pouparem das

frustrações e dos insucessos. No entanto, esquecem que experimentar tais

sentimentos é caminho para o amadurecimento e a competência. Elogiar os filhos

pela sua capacidade, ou repreendê-los pela “falta” dela, e não por seus esforços

em conseguir algo, pode impedi-los de entender e aceitar o fracasso como parte

de sua vida. Parolin (2005) relata que:

Disciplina em sala de aula se constrói em grupo e na relação. Disciplina é uma mistura capciosa de conhecimento, percepção, clareza de objetivos, interesse, diálogo e bom humor. À medida que os dias vão se desenvolvendo e as dificuldades e as diferenças vão surgindo, o professor necessita construir com os alunos um contrato claro e objetivo que auxilie todos e que seja um agente facilitador da circulação de conhecimentos, de idéias, de pessoas, de humores, de objetos, de direitos e de deveres. (p. 81).

É importante que se construa um contrato de trabalho em sala, ou seja,

esclarecendo os objetivos da aula, criando com os alunos algumas regras, sendo

para um bom convívio diante da situação, garantindo assim mais respeito e

participação de todos em um ambiente favorável à aprendizagem, pois disciplina é

um tipo de relação que se estabelece entre pessoas que se respeitam e sabem

que têm o que aprender umas com as outras. Samalin (1993) diz o seguinte:

Em nossa condição de pais, queremos controlar nossos filhos. Uma das formas de exercer o controle é fazer tanto quanto possível por eles. Contudo, quanto mais fazemos por eles, menos

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fazem por si mesmos e mais dependem de nós para tomarmos decisões que os afetam. Queremos assegurar-nos de que sejam saudáveis e fortes e, por isso, decidimos o que vão comer. Queremos que pareçam atraentes e então escolhemos suas roupas e lhes dizemos que camisa usar com que calça. Queremos que sejam bem torneados e se desenvolvam com perfeição e aí os colocamos na aula de balé, judô, natação e em cursos de arte. (p. 124).

Os pais devem resistir e deixar que a identidade se desenvolva, e se

manifeste decorrendo de necessidade de que façam as coisas como os pais

querem e não como os filhos desejam fazer.

Pode ser que pareça assustador deixar uma criança enfrentar as

conseqüências de suas decisões, porém, irá aprender muito mais com a própria

experiência, uma vez que os pais acreditam que sempre sabem o que é melhor

para os filhos, no entanto, sabem mesmo, mas não precisam tomar decisões pelos

filhos, desde que os próprios já o conseguem fazer. Segundo Donatelli (2004):

É importante que se compreenda que existem diferentes formas de se praticar a indisciplina. A maioria das pessoas e das escolas acredita que a (in) disciplina é algo ruim e nefasto, mas que existe, evidentemente, uma forma boa e saudável de ser indisciplinado que a maioria das escolas prefere não entender, confundindo-a ou tomando-a como sendo a mesma coisa sempre ou oferecendo um status que ela não possui. Nesse momento não nos ocuparemos disso, mas fica claro que a escola não distingue a indisciplina saudável da que não é. (p. 171).

A idéia do que seja a indisciplina é bem complexa. O grande embate

entre a disciplina e a indisciplina acontece quando não se reconhece no outro o

seu igual, ao qual se deve respeito e consideração; quando apenas o eu se

projeta e se torna a única representação conseqüente da realidade.

Segundo Donatelli (2004):

Surge um outro problema quando falamos da violência cometida, do ato de indisciplina. Acreditamos que ela é o fruto da incapacidade moral da família e da escola em lidar com essa “novidade” agressiva da vida moderna. Refiro-me à ausência de

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vergonha ou remorso daquele que pratica o ato e diante do outro nada sente, a não ser prazer e indiferença. (p. 181).

Ao referir a idéia de (in) disciplina à palavra limite, a escola, na verdade,

está se desenvolvendo pra dar aos alunos uma oportunidade de se sentirem

capazes de inverter limites sem que se estranhem. Para Donatelli (2004):

A violência é perpetuada à medida que a convivência cotidiana na escola se impõe como norma de vida. Essa manutenção de todos os dias a gestos simbólicos, à posição despretensiosa na cadeira, ao pouco caso com o que se ouve, ao lânguido diante do chamado às responsabilidades. Enfim, a um conjunto que a maioria dos professores conhece bem, mas que muitas vezes parece passar despercebido em sua veracidade. (p. 179).

Fazer-se de ouvinte surdo em uma sala de aula é um gesto ímpar de

violência. A escola restabelece de um silêncio descuidado, a linguagem evidencia

gestos de intolerância. O mesmo acontece no que diz respeito ao professor

quando, com suas atitudes, despreza o aluno, dedica-lhe pouca consideração, não

explica o porque de alguma coisa, não lhe facilita a palavra, não leva em

consideração suas argüições ou simplesmente ignora seus comportamentos.

Parreira (1999) afirma que:

Reconhecemos que para algumas crianças não é fácil colocar limites, principalmente para aquelas que nunca tiveram essa experiência. Em primeiro lugar, é necessário que exista envolvimento dos pais em relação a tais aspectos, ou seja, tem de sentir a necessidade da disciplina e realmente se empenhar nessa tarefa. (p. 84).

Às vezes os pais se queixam que é difícil impor a disciplina no lar, que

os filhos não obedecem e acabam fazendo o que querem. Um aspecto tão quanto

necessário para que se consiga manter a disciplina no lar, é a importância de se

colocarem regras de forma clara, para que os filhos saibam o que podem e o que

não podem fazer, bem como o porquê de cada regra. Tais regras devem ser

passadas à criança com postura firme, e não sendo ditas entre risos e em forma

de brincadeiras. Baum (2004) relata que:

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“Quando se educa uma criança, ela aprende a educar.”, diz Alice Miller. Isso também pode significar: quando uma criança apanha, ela aprende a bater. Por mais que seja o tapa, a criança interpreta como um gesto de desespero e humilhação. (p. 11).

A violência é uma comunicação não verbal, ou seja, uma conversa sem

palavras porque, nessa situação, elas simplesmente faltaram, por isso, as mãos

assumem a conversa. Assim sendo, essa é uma explicação, e deixa claro porque

as crianças com menos de 4 anos agridem fisicamente quando se vêem em

conflito, faltam-lhes pois as palavras para se expressarem. Segundo Baum (2004):

Tudo muda quando um adulto bate numa criança. Nesse caso, todos os limites aceitáveis foram ultrapassados. Nenhum adulto tem o direito de se desconcentrar a esse ponto, de se sentir tão desesperado que venha a se justificar na agressão física. (p. 18).

O grande problema de se bater numa criança é que ela não consegue

estar associando a agressão ao seu ato e acaba sentindo-se diminuída em todo o

seu ser. É certo que nenhuma palmada, por mais leve que seja, é útil. Para Baum

(2004):

Quem aprende a lidar com os próprios traços agressivos, não precisa de violência para se impor ou para estabelecer limites. Entretanto, as crianças sempre correm o risco de se tornar vítimas da violência de outras crianças, de adolescentes ou até de adultos. (p. 19).

É uma situação bastante delicada quando o assunto é criança, ainda

mais se tratando de “violência/agressividade”. Percebe-se como é importante a

criança que demonstra qualquer tipo de agressividade ter um acompanhamento

psicológico. É importante também além de estar evitando atos de agressão com

crianças, ter o cuidado de não o fazer no meio em que vive, pois, isso acaba

refletindo em seus traços de uma forma ou de outra e essa influência não é

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satisfatória. Segundo Biddulph (2003):

A disciplina à qual nos referimos é muito diferente da que era usada no passado. Quando se pensa na infância, muitos associam a palavra disciplina a uma sensação ruim. A história das crianças como propriedades dos pais, desde a Revolução Industrial, foi muitas vezes de crueldade e desespero. Muitos pais antigos eram hábeis e, em geral, simplesmente repetiam a educação que tinham recebido (embora a detestassem na época). (p. 45).

Quando a disciplina é compreendida de forma adequada, não há

necessidade de violência nem de humilhação e nem de medo. Porém, é preciso

que os pais desde cedo demonstrem segurança, invistam no tempo, podendo

assim fazer o melhor para disciplinarem os seus filhos.

Hoje em dia indisciplina ou a dificuldade de conseguir disciplina em sala

de aula, tem sido talvez um motivo de queixa por parte dos professores. Para

Donatelli (2004):

No espaço público da escola ignoramos o que ocorre no plano da casa e, portanto, tudo que inferimos nas ações dos alunos se dá exclusivamente pela compreensão do público. Porém, pressupomos que as bases morais que regulam as relações internas da intimidade familiar em muito se desregularam. (p. 78).

A família e a escola precisam caminhar juntas em se tratando à

educação e, no que diz respeito à indisciplina, não fica para trás a função de estar

“trabalhando” para suprir dificuldades de comportamento, caso esteja

prevalecendo à falta de disciplina tanto em casa, quanto na sala de aula. Uma vez

que, a criança às vezes é comportada em casa que os pais não se dão conta da

indisciplina na escola e, chegam até a duvidar da palavra do professor perante a

situação. Isso também pode acontecer ao contrário, de ser na escola uma criança

tranqüila, quando que em casa, já não parece o ser. Donatelli (2004) afirma que:

As idéias de proximidade se dão conjuntamente com a idéia de

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um amor fiel e recíproco entre os pais, inicialmente, e depois entre eles e seus filhos. De que proximidade estou falando? Da de pessoas que passam a maior parte de seu tempo fora de casa, no trabalho, enquanto seus filhos ficam horas na escola e, depois, outras tantas horas com estranhos ou avós. Uma proximidade que pode ser regulada por uma intimidade mediada pela confissão de ações, desejos e frustrações. Não a proximidade de troca entre sujeitos pertencentes a um mesmo grupo familiar, com vínculos de parentesco, mas trocas reguladas com vínculos de parentesco, mas trocas reguladas com estranhos que não têm como função servir de ouvintes ou co-responsáveis pela educação das crianças. Desta forma, cria-se uma relação de proximidade na qual quem ouve e trata da criança é por definição estranho à sua educação. (p. 90-91).

“Aproximação1 é tempo disponível para o outro em especial para os

filhos”. O efeito de trabalho fora de casa, vida em grandes centros urbanos, meios

de comunicação e escassez de tempo disponível para se aproximar dos filhos

deixou a família um fardo bastante pesado de ser carregado pelos pais,

conduzindo a um lento e gradativo distanciamento. Donatelli (2004) relata o

seguinte:

As novas configurações antropológicas impuseram um distanciamento dos filhos, fundando um hiato que parece instransponível com a diluição da idéia de poder e autoridade no seio da família nuclear. Não se consegue saber ao certo quem deve fazer o que e quando. Pais e mães empurram de um lado para o outro as responsabilidades; das mais banais, como a que horas chegar até as mais complexas, que dizem respeito às ações dos filhos na esfera pública. (p. 92).

É interessante que tanto o pai, quanto à mãe estejam acompanhando o

filho constantemente, podendo assim minimizar o caos da indisciplina seja ela em

casa ou na escola. Segundo Donatelli (2004):

Decididamente a família está em um momento limiar e crucial entre as diferentes possibilidades colocadas a sua frente. O problema é que ela não pode e não tem o que escolher. As possibilidades se subordinam não ao querer do microcosmo familiar, mas à multiplicidade dada pelo real em sua totalidade social. (p. 104).

1 Atenção e carinho. Pais que procurem tempo para os filhos até mesmo sem ter, pois tempo é feito por nós.

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Percebe-se que a insegurança, dentro e fora de casa, privada e pública,

junta a um estado de terror no qual a vida íntima mostra o que é preciso ter, e não

o que deve ser como pais, mães e filhos. Hoje em dia essa insegurança é bem

maior que antigamente, pois, os pais não dedica um tempo do dia para os filhos,

pensam só em trabalhar, e infelizmente as crianças crescem “indisciplinadas” e o

que é pior vem a ser justamente na escola, estando longe dos próprios pais.

Para Aquino (1996):

[...] a disciplina é condição necessária para arrancar o homem de sua condição natural selvagem. Não se trata, portanto, apenas de “bons modos”: trata-se de educar o homem para ser homem, redimi-lo de sua condição animal. Permanecer parado e quieto num banco escolar é necessário, não para possibilitar o bom funcionamento da escola, mas para ensinar a criança a controlar seus impulsos e afetos. Não que, levantando, andando, falando, no pudesse se alfabetizar, mas não conseguiria se “humanizar”. (p. 10).

Existe um vínculo entre disciplina em sala de aula e moral, pois tanto

disciplina como moral colocam o problema da relação do indivíduo com um

conjunto de normas. Vários atos de indisciplina traduzem-se pelo desrespeito, seja

do colega, do professor, ou ainda da própria instituição escolar. Aquino (1996)

afirma que:

A família, antes organizada em função dos adultos, passa a ser organizada em função das crianças. Ontem sair de casa era ganhar liberdade, hoje significa perdê-la. Daí a atual queixa de falta de limites nas crianças. Os pais e professores têm medo de impô-los porque significaria impor o registro adulto, no qual não acreditam mais. A criança é adulada porque é criança: sua auto-estima já está dada pela própria idade que tem. (p. 22).

Os pais engatinham na frente dos filhos, brincam de negar as

diferenças e de serem apenas “amigos” de suas gerações, escondem seus

valores por medo de contaminá-las, aceitam seus desejos por medo de frustrá-las,

e esse fato acaba por se repetir na escola. Biddulp (2003) relata o seguinte:

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As crianças precisam ser disciplinadas e só as palavras não bastam com crianças pequenas. Às vezes é necessário segurá-las para que elas se acalmem e se comportem. A técnica de “Para um momento para pensar” foi adotada com sucesso por milhares de pais. É preciso treinar a criança à medida que ela vai crescendo. (p. 65-66).

Quando um filho atinge a adolescência, na há necessidade de

amedrontá-lo ou intimidá-lo, pois, se ele foge de casa ou é violento, quase sempre

é porque a comunicação com os pais foi interrompida anos antes, ou talvez

porque os pais foram mais agressivos que amorosos e firmes.

Quando a palavra disciplina é usada, muitos pais ficam perturbados,

porque fazem uma associação com castigos, mas não deve ser assim. Disciplina é

um conceito muito mais atrativo quando visto como uma experiência de

aprendizado para as crianças, ao invés de lembrar dor e punição. Segundo Green

(2003):

[...] um tapa corretivo e ocasional é praticamente inofensivo, apesar de ainda permanecer como uma forma ineficiente de disciplina. Usualmente é ineficaz porque é desencadeada num ataque de temperamento, seguindo-se ao que as crianças capitalizaram através de nossa culpa e fraqueza, usando-as em vantagem própria. (p. 35).

Bater em crianças pequenas é uma forma pobre de disciplina, porém é

ainda usada por alguns pais, na vida real. Seja um ato bom ou mau, bater é uma

forma de disciplina que continua a ser usada por muitos pais considerados bons.

Certamente terá efeito numa criança de temperamento fácil, pois existem formas

muito melhores de disciplinas para crianças.

Pais que tem crianças difíceis precisam de todos os tipos de disciplinas

que puderem utilizar. No entanto, quando for mais necessário, bater se mostra

duplamente ineficaz e perigoso.

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Problemas Identificados Pelos Professores nos Alunos

45%

10%

6%

39%Indiscliplina

Agressividade

Hiperatividade

Desinteresse

CAPÍTULO III

REPRESENTAÇÕES: FAMÍLIA E ESCOLA EM ORIZONA - GOIÁS

Este Capítulo tem a finalidade de mostrar os dados coletados e

analisados da pesquisa, informações vindas dos professores, pais e alunos, sobre

suas relações e problemas.

Com o objetivo de identificar a representação dos professores, de 1º ao

5º ano do Ensino Fundamental foi realizado através de questionário para analisar

a participação e a ausência da família na escola e suas conseqüências. Foram

aplicados 3 tipos de questionários, 20 respondidos por pais, 20 por professores e

20 por alunos.

Percebe-se que a faixa etária dos alunos no Ensino Fundamental (1° ao

5° no), tem renda familiar em média 1 a 4 salários mínimos.

GRÁFICO 1

Fonte: Dados coletados e analisados a partir de questionário aplicado; Um aspecto bastante interessante, é que entre os tipos de problemas

identificados pelos professores em sala com os alunos é a indisciplina e o

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desinteresse. A relação que os pais (ou outros familiares) mantêm com a escola é,

só comparecem quando convocados. Para evitar alguns tipos de problemas, os

professores conversam com os familiares e os alunos tendo essa maneira como

suporte. (Gráfico 1).

Os dados da pesquisa mostraram em que, se tratando da formação dos

pais dos alunos a maioria estudou até Ensino Fundamental (1° ao 5° – 6º ao 9°). O

número de filhos na escola é em média 1, 2 a 3 filhos.

GRÁFICO 2

Fonte: Dados coletados e analisados a partir de questionário aplicado.

As famílias entrevistadas estão na faixa econômica de 1 a 4 salários, e

afirmam que os filhos não apresentam nenhum tipo de problemas de

aprendizagem.

Na visão dos pais sua participação na escola é constante (Gráfico 2), e

acompanham assiduamente nas tarefas escolares e não são chamados à escola

por problemas dos filhos, até mesmo porque estão sempre atentos a quaisquer

24

1

15

3

10

Indisc

liplin

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endim

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ção

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Problemas de Aprendizagem Identificados Pelos Pais nos Filhos

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deslizes que possam vir a acontecer, o que é uma discrepância pois os outros

dados, os problemas ressaltam a indisciplina (Gráfico 1) e os próprios pais

afirmam que são somente desatentos (Gráfico 2).

GRÁFICO 3

Fonte: Dados coletados e analisados a partir de questionário aplicado. Na pesquisa feita com os alunos também através de questionários,

todos são de instituição pública municipal, a faixa de idade é de 7 a 12 anos.

GRÁFICO 4

Alguns têm problemas na escola e o professor às vezes precisa chamar atenção. Os pa

Freqüência dos Pais na Escola

80%

15%5%

Freqüente

Às vezes

Só quando convocados

Alunos: Problemas na Escola, Chamam Sua Atenção

20%

30%

50% Sim

Não

Às vezes

Fonte: Dados coletados e analisados a partir de questionário aplicado.

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Alguns têm problemas na escola e o professor às vezes precisa chamar

atenção. Os pais (familiares) vão à escola, auxiliam nas tarefas e, são chamados

muito pouco por causa dos filhos. O rendimento é tão quanto satisfatório mediante

participação dos próprios pais nas atividades.

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CAPÍTULO IV

A CONTRIBUIÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Neste capítulo será feita uma apresentação das contribuições feitas pelo

Orientador Educacional, buscando fortalecer cada vez mais a relação entre a

família e a escola.

A ação do Orientador Educacional desenvolve-se por meio de um conjunto

específico de atividades, tais como: incentivar o aluno no processo de sua

aprendizagem. Essas atividades sempre se realizam com o apoio e parceria de

diversas fontes: a estrutura educacional, os professores, pais e até mesmo os

próprios alunos.

O trabalho do Orientador Educacional sobre o objeto de sua ação é

realizado sob um conjunto de crenças que afirmam que é preciso dar apoio e

atenção ao aluno, que ele só pode ser conquistado através do afeto, que deve

ser levado à reflexão e ajudado nos momentos mais difíceis.

Sendo o aluno um ser em formação ele necessita de orientação de

diferentes instituições como a família, a igreja, o clube, mas estas instituições

não estão conseguindo realizar a parte que lhe cabe na educação.

A escola é a instituição mais bem equipada para exercer essa função e

muitas vezes acaba trabalhando sozinha, sem a devida parceria dos pais, que

só se importam em fazer cobranças da mesma. Atualmente espera- se desta

instituição mais do que simplesmente a transmissão do conhecimento. Há um

alto índice de evasão o que torna a situação mais complexa, surgindo então a

necessidade do Orientador Educacional conforme ressalta Giacaglia e

Penteado (2002, p. 12).

Concebida por especialistas, como um processo sistemático e contínuo que se caracteriza por ser uma assistência profissional realizada por meio de técnicas e métodos pedagógicos e/ou psicológicos, exercida direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas características pessoais e do ambiente sociocultural, a fim de que possam tomar decisões

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apropriadas às melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e social.

O Orientador Educacional precisa conhecer a realidade escolar brasileira,

para que possa identificar sua importância, necessita estar preparado para

receber os vários desafios , antes de tudo necessita dominar os fundamentos

teóricos da ação e conhecer a parte prática referente ao exercício de suas

atividades profissionais.

Nas escolas públicas do Estado de Goiás não é comum encontrar um

serviço de Orientação Educacional e sabe-se que este é um serviço essencial na

formação do educando e na melhoria do processo ensino-aprendizagem. Para que

o Orientador Educacional desempenhe suas funções satisfatoriamente é

necessário que este realize sistematicamente a função de acompanhamento não

só do educando como de toda a equipe técnico-administrativo-pedagógica e da

comunidade, para isto é necessário que tenha contato com as famílias dos alunos,

colabore para o bom aproveitamento escolar da clientela, integre-se com a técnica

e docente para atuar em relação aos aspectos morais, e nas áreas do

desenvolvimento físico, emocional e vocacional dos alunos.

O Orientador Educacional executa suas tarefas e as coordena, sem

esquecer que ele envolve todos os elementos da escola, a família e a comunidade

na realização das mesmas.

Muitas vezes as funções do Orientador Educacional se confundem com a

do Coordenador Pedagógico, isto costuma gerar dificuldades no relacionamento,

mas é importante que ambos estabeleçam em conjunto limites para evitar

conflitos.

Em suas atividades de acompanhamento é necessário e extremamente

importante que se tenha um comportamento ético, para que sua atuação seja

satisfatória, além de sua formação, das suas atualizações constantes e de suas

características de personalidade.

Certamente ao realizar o acompanhamento do aluno e proceder ao

aconselhamento dos mesmos o Orientador Educacional terá acesso a

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informações particulares sobre a vida não só do aluno como de toda equipe da

instituição escolar. Nestes momentos de conversa percebe-se em algumas vezes

o descaso dos pais, a dura realidade que leva o aluno a ser o que ele aparenta.

Muitas vezes o aluno vê no orientador um amigo, ou um pai que nunca sentou

para ouvir os problemas e dificuldades de seu filho, é através deste contato que se

torna possível encontrar explicações e soluções para problemas freqüentes na

escola. O conhecimento da família favorece a comunicação efetiva entre ambas,

além das condições básicas para o conhecimento e compreensão do

comportamento do aluno.

Ao exercer a função de acompanhamento o Orientador deve manter- se

neutro no que diz respeito aos valores da família e comunidade e saber

claramente que aconselhar não significa ministrar conselhos ou recomendar

atitudes, opções ou comportamentos em detrimento de outros. O orientador deve

procurar um meio de preparar o orientado a saber tomar suas decisões, e

distinguir em suas ações os melhores rumos a tomar.

Aconselhar é assistir à pessoa, levando-a a refletir sobre determinada situação, problema ou dificuldade sobre as implicações e conseqüências de diferentes alternativas disponíveis, no caso, para que possa discernir e decidir-se por uma ou outra, conforme seu arbítrio, suas possibilidades e sua conveniência (Giacaglia & Penteado, 2002, p.11)

O acompanhamento é uma forma de perceber o rendimento escolar, a função

principal da escola é a de transmitir conhecimentos muito embora a escola tenha

assumido muitos outros papéis. Percebe-se que muitas funções que eram das

famílias têm sido transferidas para a escola, tais como: educação sexual, definição

política, formação religiosa, entre outros. Além disso, a escola não deve ser só um

lugar de aprendizagem, mas também um campo de ação no qual haverá

continuidade da vida afetiva. A escola que funciona como “quintal” da casa poderá

desempenhar o papel de parceira na formação de um indivíduo inteiro e sadio.

Daí a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é

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uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis

para a convivência dos filhos e alunos.

Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas

escolas é a proximidade dos pais., mas são poucas as escolas que podem se

orgulhar de ter uma aproximação maior com os pais, ou de realizarem algumas

ações neste sentido. Entretanto, estas ações concretas, visando atrair os pais

para a escola, podem ser uma ótima saída para formar melhor os alunos dentro

dos padrões de estudos esperados e no sentido da cidadania, sendo esta uma

das principais funções do Orientador, conhecer a família e tentar aproximá-la da

escola.

O bom rendimento escolar depende de organização, disciplina,

responsabilidade e distribuição adequada das tarefas em função do tempo

disponível, da quantidade e da complexidade, levando em consideração as

dificuldades específicas de cada um. Este acompanhamento deve ser contínuo,

deve se levar em conta a vida familiar e os acontecimentos vivenciados pelo aluno

na determinada época.

São vários os fatores que contribuem para o insucesso, tais como: faltas

em excesso, mau relacionamento com o professor, problemas emocionais,

familiares, e esta descoberta só será possível através do acompanhamento do

Orientador e suas anotações a cerca do aluno.

A identificação das possíveis causas dos problemas de

aproveitamento é essencial pra a realização do acompanhamento e

aconselhamento adequado. O conhecimento da vida escolar e particular do aluno

pode ser extremamente útil no decorrer do ano letivo. Para o Orientador o

conhecimento que ele possui das pessoas, principalmente dos alunos é fator

essencial para o exercício de suas atribuições. Só é possível resolver problemas

quando há meios suficientes para conhecê-los e tentar solucioná-los através das

técnicas mais eficientes e adequadas.

O Orientador Educacional existe na escola para intermediar uma boa relação entre

ambas propondo uma parceria de sucesso, pois a escola não pode viver sem a

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família e a família não pode viver sem a escola, uma depende da outra, a escola é

apenas uma instituição que complementa a família.

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CONCLUSÃO

O ambiente familiar é propício pra oferecer inúmeras atividades que

envolvam a criança numa ação intencional, numa situação de trocas

intersubjetivas que vão se tornando mais complexas, uma família presente sem

dúvida facilita o trabalho da escola, os pais como educadores são sujeitos de um

programa de formação, mas infelizmente as famílias estão transferindo suas

funções para a escola.

Percebe-se que a escola não pode viver sem a família e a família não

pode viver sem a escola, pois uma depende da outra, a escola é apenas uma

instituição que complementa a família, as crianças precisam sentir que pertencem

a uma família, não somente de sangue, mas famílias construídas através de laços

de afeto.

Ao pesquisar sobre Família e Escola: Alguns problemas pela Ausência

dos Pais, conclui-se que sem dúvida a família é de extrema importância e é

indispensável à participação da mesma diante da escola.

Discorreu-se o conceito de família / escola e suas respectivas

responsabilidades. Percebe-se a importância que ambas tem mediante o

desempenho da criança e, que existem pais com capacidade de jogar a

“responsabilidade” totalmente à escola, esquecendo que a participação é

fundamental até mesmo em casa, e, com isso tornam-se pais ausentes tendo

como resultado algo não satisfatório, esquecem que o sucesso vem através da

parceria entre família e escola, dividindo o sucesso e o insucesso, buscando

soluções para superá-lo.

Foi possível analisar mediante coleta de dados aplicados aos

professores, pais e alunos de escola municipal que os problemas que acontecem

com freqüência na sala é indisciplina, agressividade, desinteresse.

Percebe-se que nesta escola pesquisada, os pais são presentes,

acompanham, enquanto em outras realidades já é bem diferente.

É importante ressaltar que a ausência familiar gera condição de

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fracasso escolar, tanto que não é essa condição que se espera nem dos pais nem

dos filhos. Considera-se que a presença dos pais na escola desperta motivação

nos alunos refletindo no seu desempenho.

A relação Família/Escola se resume no respeito mutuo, sendo que um

precisa fazer o outro sentir reconhecido e valorizado nesse processo, só havendo

essa parceria que se alcança o sucesso e a integração do educando fazendo

assim um ensino de qualidade.

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ANEXOS

Anexo 1: Questionário Alunos

As informações aqui obtidas serão aproveitadas na complementação de dados no Trabalho de Conclusão de Curso-Monografia, sendo, portanto de grande importância a veracidade das respostas referentes ao trabalho desenvolvido sobre Família na Escola, tendo como objeto de estudo, alguns problemas pela ausência dos pais. 1- Identificação: Nome (caso queira se identificar): _____________________________________________________________ 2 - Série que estuda: □ 1º ano □ 2º ano □ 3º ano □ 4º ano □ 5º ano 3 - Tipo de instituição: □ Público municipal □ Público estadual □ Particulares 4 - Faixa de idade: □ 7 anos □ 8 anos □ 9 anos □ 10 anos 5 - Você tem problemas na escola, o professor chama sua atenção? □ Sim □ Não □ Às vezes 6 - Seus pais (familiares) vão à escola? □ Sim □ Não □ Às vezes 7 - Eles auxiliam nas tarefas? □ Sim □ Não □ Às vezes

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8 - Seus pais (familiares) são chamados na escola por sua causa? □ Sim □ Não □ Às vezes Por quê? _________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9 - Você tem rendimento melhor quando seus pais (familiares) participam de suas atividades escolares? □ Sim □ Não □ Às vezes

Anexo 2: Questionário Pais

As informações aqui obtidas serão aproveitadas na complementação de dados no Trabalho de Conclusão de Curso-Monografia, sendo, portanto de grande importância a veracidade das respostas referentes ao trabalho desenvolvido sobre Família na Escola, tendo como objeto de estudo, alguns problemas pela ausência dos pais. 1- Identificação: Nome (caso queira se identificar): _____________________________________________________________ 2 – Profissão: __________________________________________________ 3 – Formação: _________________________________________________ □ Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) □ Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) □ Ensino Médio □ Ensino Superior 4 – Número de filhos na escola / faixa de ensino: □ 1 □ 2 a 3 □ 3 a 4 □ Mais de 4 5 – Situação econômica da família:

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□ Média de 1 a 2 salários □ Média de 3 a 4 salários □ Média de 5 a 6 salários 6 – Eles apresentam algum tipo de problema de aprendizagem? □ Indisciplina □ Desinteresse □ Violência □ Agressividade □ Hiperatividade □ Desatenção 7 – Qual a sua freqüência na escola? □ Freqüente □ Não freqüente □ Às vezes □ Só quando convocados 8 – Acompanha nas tarefas escolares? □ Sim □ Não □ Às vezes □ Sempre 9 – É chamado na escola por problemas dos filhos? □ Sim □ Não □ Às vezes □ Sempre Justifique: __________________________________________________

Anexo 3: Questionário Professores As informações aqui obtidas serão aproveitadas na complementação de dados no Trabalho de Conclusão de Curso-Monografia, sendo, portanto de grande importância a veracidade das respostas referentes ao trabalho desenvolvido sobre Família na Escola, tendo como objeto de estudo, alguns problemas pela ausência dos pais

1- Identificação: Nome (caso queira se identificar): ______________________________________________________________ 2 – Formação: __________________________________________________

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3 – Atuação: □ Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) □ Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) □ Ensino Médio □ Ensino Superior □ Em mais de um 4 – Faixa de idade de seus alunos: □ 7 a 9 anos □ 9 a 11 anaos □ 11 a 13 anos □ 13 a 15 anos 5 – Situação econômica das famílias (clientela) de seus alunos: □ Média de 1 a 2 salários □ Média de 3 a 4 salários □ Média de 5 a 6 salários 6 – Em sala ocorrem que tipo de problemas com os alunos? (Pode responder mais de 1) □ Indisciplina □ Violência □ Desinteresse □ Agressividade □ Hiperatividade □ Desatenção 7 – Os pais (ou outros familiares) mantêm que relação com a escola? □ Freqüente □ Não freqüente □ Às vezes □ Só quando convocados 8 – Você oferece suporte aos alunos com problemas familiares? □ Sim, converso com os familiares; sim, converso com os alunos; □ Espero que o problema se solucione com o tempo; □ Não, acho que não devo me intrometer; 9 – O rendimento tem alteração diante da presença familiar? □ Sempre □ Às vezes □ Nunca

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – FAMÍLIA E ESCOLA: ABORDAGENS E CONCEITOS 10

1.1 – O que é Família? 10

1.2 – O que é Escola? 15

1.3 – Relação: Família / Escola 19

CAPÍTULO II – AGRESSIVIDADE E INDISCIPLINA: REFLEXOS DA AUSÊNCIA

FAMILIAR 29

CAPÍTULO III – REPRESENTAÇÕES: FAMÍLIA E ESCOLA EM ORIZONA –

GOIÁS 44

CAPÍTULO IV – A contribuição do Orientador Educacional 48

CONCLUSÃO 52

ANEXOS 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58

ÍNDICE 60

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: