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Em relatório a que ontem tivemos acesso, o Comissariado da Auditoria arrasa a Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes, pela política de arrendamento de instalações privadas para serviços públicos que em 10 anos somaram 4 mil milhões de patacas mais 1.030 milhões em renovações dos espaços, verbas que considera colocarem “risco a boa gestão das finanças públicas”. A DSOPT, defende-se com a escassez de terrenos e refere algumas obras em curso Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5075 • Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 10 PATACAS 26 0 C/30 0 C • HOJE Fonte SMG FOTO JTM FOTO JTM Viagens ao Euro2016 investigadas pelo MP O Ministério Público de Portugal confirmou ontem que a Galp e uma agência de viagens foram alvo de buscas no âmbito da investigação às deslocações ao Europeu de Futebol de França pagas pela gasolineira a três membros do Governo de Lis- boa. Em resposta à Lusa, a Procu- radoria-Geral da República adianta que no decurso das buscas, realiza- das na primeira quinzena de Agos- to, foi apreendida documentação, mas esclarece que o inquérito “não tem arguidos constituídos”, encon- trando-se o processo em segredo de justiça. Contactada pela Lusa, a Galp esclareceu que “é comum” e eticamente aceitável convidar para determinados eventos, entidades com que se relaciona. A empresa ex- plicou que patrocina a Seleção Na- cional de futebol desde 1999 e que, além das iniciativas diretamente li- gadas à utilização da imagem e dos símbolos da equipa em campanhas publicitárias, desenvolve igualmen- te outras iniciativas com o objectivo de reforçar a visibilidade e impacto desse apoio, nomeadamente o en- vio de convites a pessoas e institui- ções com as quais se relaciona. Tailândia e Portugal lançam no sábado fogo de artifício Pág. 6 Mais de 3.600 acidentes laborais até Junho causaram seis mortos Pág. 4 Pág. 5 Comissariado da Auditoria “arrasa” Obras Públicas Centrais "Quem parte leva saudades quem fica saudades tem" Um porto de abrigo dos trabalhadores migrantes Fátima Almeida Pág. 7 reportagem de

Fátima Almeida Comissariado da Auditoria “arrasa” Obras ... · "Quem parte leva saudades quem fica saudades tem" Um porto de abrigo ... quer dizer que faz 80 anos na quinta-

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Em relatório a que ontem tivemos acesso, o Comissariado da Auditoria arrasa a Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes, pela política de arrendamento de instalações privadas para serviços públicos que em 10 anos somaram 4

mil milhões de patacas mais 1.030 milhões em renovações dos espaços, verbas que considera colocarem “risco a boa gestão das finanças públicas”. A DSOPT, defende-se com a escassez de terrenos e refere algumas obras em curso

Administrador José Rocha Diniz • Director Sérgio Terra • Nº 5075 • Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 10 PATACAS

260C/300C• • • HOJE

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Viagens ao Euro2016investigadas pelo MPO Ministério Público de Portugal confirmou ontem que a Galp e uma agência de viagens foram alvo de buscas no âmbito da investigação às deslocações ao Europeu de Futebol de França pagas pela gasolineira a três membros do Governo de Lis-boa. Em resposta à Lusa, a Procu-radoria-Geral da República adianta que no decurso das buscas, realiza-das na primeira quinzena de Agos-to, foi apreendida documentação, mas esclarece que o inquérito “não tem arguidos constituídos”, encon-trando-se o processo em segredo de justiça. Contactada pela Lusa, a Galp esclareceu que “é comum” e eticamente aceitável convidar para determinados eventos, entidades com que se relaciona. A empresa ex-plicou que patrocina a Seleção Na-cional de futebol desde 1999 e que, além das iniciativas diretamente li-gadas à utilização da imagem e dos símbolos da equipa em campanhas publicitárias, desenvolve igualmen-te outras iniciativas com o objectivo de reforçar a visibilidade e impacto desse apoio, nomeadamente o en-vio de convites a pessoas e institui-ções com as quais se relaciona.

Tailândia e Portugallançam no sábadofogo de artifício Pág. 6

Mais de 3.600 acidentes laborais até Junhocausaram seis mortos Pág. 4

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Comissariado da Auditoria “arrasa” Obras Públicas

Centrais

"Quem parte leva saudadesquem fica saudades tem"

Um porto de abrigo dos trabalhadores migrantes Fátima Almeida

Pág. 7

reportagem de

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administrador: José Rocha Diniz • Director: Sérgio Terra • Redacção: Catarina Almeida, Inês Almeida, Liane Ferreira e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Fátima Almeida, Raquel Carvalho, Pedro André Santos e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, Carlos Frota, Eva Cabral, Francisco José Leandro, João Figueira, Jorge Rangel, Luíz de Oliveira Dias, Marques da Silva e Regina Azevedo Pinto • Grafismo: Suzana Tôrres • Secretário da Redacção : Alexsandro Sampaio • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

02 JTM | LEITURAS DE VERÃO

• • • LEITURAS DE VERÃO

Há poucos dias, reencon-trámos Robert Redford

em A Lenda do Dragão, fábula clássica agora refeita

pelos estúdios Disney. O certo é que, para muitos espec-

tadores, ele continua a ser o símbolo de

aventuras como Dois Homens e Um Destino (1969) ou

a figura impe-cavelmente

elegante de The Great Gatsby

(1974). Em boa verdade, a vida deste

actor que, no come-

ço dos anos 60, parecia

desti-nado

a uma carreira mais ou

menos televisiva já envol-

veu alguns títulos míticos da história de

Hollywood, uma colecção de filmes

muito pessoais como realizador,

até mesmo a cria-ção de um dos

mais importantes festivais de ci-

nema do mundo – nasceu a 18 de Agosto de 1936,

em Santa Monica, Califórnia, o que

quer dizer que faz 80 anos na quinta-

-feira passada.Se é verdade que o cliché de

“figura sedutora” condicionou a carreira de muitas atrizes, não é menos verdade que alguns homens não têm ficado imunes aos efeitos de tal classificação. Redford começou por triunfar através desse cliché, em ambien-te de comédia romântica, curio-samente a partir de um sucesso teatral: a peça Barefoot in the Park (Descalços no Parque), de Neil Simon, em que contracenava com Elizabeth Ashley. Com a respectiva versão cinematográ-fica, dirigida por Gene Saks em 1967 (com Jane Fonda a substi-tuir Ashley), Redford parecia destinado a tornar-se uma reen-carnação do modelo mais tradi-cional de estrela.

Alguns dos momentos mar-cantes da sua trajectória são in-dissociáveis dessa aura românti-ca que, afinal, tão bem encarnou em O Nosso Amor de Ontem (Sydney Pollack, 1973), O Gran-de Gatsby (Jack Clayton, 1974) ou Out of Africa (África Minha) (Pollack, 1985), contracenando com Barbra Streisand, Mia Far-row e Meryl Streep, respectiva-mente.

Em qualquer caso, desde muito cedo, apostou em diversi-ficar a sua imagem, surgindo em obras tão ousadas como O Vale do Fugitivo (1969), de Abraham Polonsky, um dos mais notáveis exemplos da revisão crítica da história do Oeste empreendida ao longo das décadas de 60-70.

Três filmes cimentam o “outro” Redford

Três filmes seriam funda-mentais para cimentar a pose de um “outro” Redford. Dois deles sob a direção de George Roy Hill, definindo uma dupla de sucesso com Paul Newman: Dois Homens e Um Destino

(1969), o célebre Butch Cassidy and the Sundance Kid, retrato de dois salteadores do velho Oes-te tecido de ironia e tragédia, e The Sting (A Golpada) (1973), variação sarcástica sobre as clássicas histórias de gangsters (em números actualizados pela inflação, continua a ser o maior sucesso de bilheteira de toda a carreira de Redford, ocupando o 20.º lugar na lista dos filmes mais rentáveis de sempre nas salas dos EUA). O terceiro tí-tulo, All the President’s Men (Os Homens do Presidente) (1976), de Alan J. Pakula, abordando o caso Watergate e a queda de Richard Nixon, é um dos exem-plos mais sofisticados da dimen-são política do melhor cinema de Hollywood.

Psicanáliseamericana

Com uma postura políti-ca liberal, sempre sensível aos valores individuais no interior das dinâmicas colectivas, não admira que a trajetória de Re-dford como realizador envolva uma complexa análise (apetece dizer: psicanálise) das convul-sões da sociedade americana. Logo na sua estreia, com The Natural (Gente Vulgar ) (1980), conseguiu arrebatar o Óscar de melhor realização, com o filme a ser consagrado também como o melhor do ano. A memória ciné-fila não esquece que esse foi um ano de títulos fora de série como The Raging Bull - O Touro En-raivecido (Martin Scorsese) ou The Elephant Man (David Lyn-ch); em todo o caso, The Natural desmonta, com cruel precisão, as ilusões e desilusões dos tradi-cionais valores familiares made in America, para mais integran-do no seu elenco, no papel de

Os 80 anos de Robert RedfordActor e realizador de obras imortais, Robert Redford é também criador do Festival de

Sundance. Nascido em Agosto de 1936 fez agora 80 anos e continua a fazer filmes

João Lopes

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | LEITURAS DE VERÃO 03

Apresentar o “bas fond” da política

uma mãe dilacerada, a admirável Mary Tyler Moore, actriz cuja popularidade estava alicerçada em papéis televisivos incomparavelmente mais ligeiros.

Sendo Redford um ator de muitas e delicadas nuances, avesso a registos ostentatórios, não admi-ra que o seu trabalho de realizador esteja pontuado por algumas invulgares interpretações, incluindo de principiantes. Assim, em Duas Vidas e Um Rio (1992), evocação nostálgica da pesca no estado de Montana, deu a Brad Pitt um dos seus primeiros papéis impor-tantes; mais tarde, em The Horse Whisperer - O Encan-tador de Cavalos (1998), talvez o filme em que, parti-cipando também como actor, mais se reaproxima da sua mitologia de herói romântico, dirigiu a princi-piante Scarlett Johansson, então com apenas 14 anos.

Isto sem esquecer a colaboração com nomes con-sagrados, como acontece no prodigioso Peões em Jogo (2007), por certo um dos filmes mais desencantados que já se fizeram sobre o envolvimento militar dos EUA no Médio Oriente – o próprio Redford lidera um elenco que inclui Meryl Streep, Tom Cruise e Andrew Garfield (antes da sua fama como Homem--Aranha).

Foi o conhecimento das muitas vias de produção do cinema americano que levou Redford, em 1978, à criação do Festival de Sundance, em Salt Lake City, no Estado do Utah, consolidado, três anos mais tar-de, com o Instituto Sundance. Já há muito com di-mensão internacional, os seus objectivos fundamen-tais são a divulgação do cinema independente e a exploração de alternativas de produção aos grandes estúdios. O nome provém da personagem interpre-tada por Redford em Dois Homens e Um Destino: Sundance Kid.

JTM/DNCom Meryl Streep em Out of Africa

Com Paul Newman em The sting

O actor Robert Redford esteve sempre muito interessado na política nor-te-americana e não surpreende, por isso, que dois dos seus maiores êxitos cinematográficos tenham sido papéis principais em obras onde

vem à tona o “bas fond” da política.Em The Candidate (1972), desempenha o papel principal numa comédia

dramática, dirigida por Michael Ritchie e onde contracena com Peter Boyle. É certamente um dos melhores, mais divertidos e mais informativos filmes sobre o poder da política e toda a manipulação que ela envolve.

O seu êxito foi tão enorme que o guionista Jeremy Larner, que escrevia dis-cursos para Eugene McCarthy na campanha presidencial de 1968 tentou que vários políticos democratas, que atraíssem Robert Redford, fisicamente pare-cido com os Kennedys, para uma eleição real. É considerado um dos melhores desempenhos, de sempre, do actor e quem viu o filme perceberá como Redford “vestiu a pele” das várias fases da campanha do candidato, um puro no início, e que é corrompido pela “máquina” da sua própria campanha.

Em 1976, sai para os écrans outras das suas obras icónicas. All the President’s Men realizado por Alan J. Pakula é baseado no livro homónimo dos jornalistas Carl Bernstein e Bob Woodward que denunciaram o caso Watergate, que leva-ria à demissão do Presidente Richard Nixon.

A produção fez uma réplica exacta da redacção do The Washington Post

para que Robert Redford e Dustin Hoffman, nos papéis de Woodward e Berns-tein, respectivamente, dessem corpo a um trabalho de investigação jornalística que ainda é “case study” em todo o mundo.

O filme ganhou quatro Oscar, nenhum para os actores, que nem sequer fo-ram nomeados (nesse ano o melhor actor foi Peter Finch em Network) custou menos de nove milhões e obteve um total de receitas de mais de 70 milhões de dólares.

Descobrem quase todas as maquinações de Nixon e sua equipa contra o Partido Democrata, apenas ficando por se questionarem sobre as motivações pessoais, do “Deep Throat” (Garganta Funda) que lhes ia dando as pistas de investigação. Na altura não se sabia quem era, e o papel foi bem desempenhado por Hal Holbrook.

Em 2005 soube-se que o Garganta Funda era Mark Felt, então Director--adjunto do FBI e que informava os jornalistas por uma questão pessoal: tinha sido preterido para assumir o lugar de Director a que se achava com direito...

The Candidate (1972)

Com Dustin Hoffman em All The President's Men (1976)

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 201604 JTM | LOCAL

Catarina Almeida

Nos primeiros seis meses do ano contabilizaram-se 3.650 vítimas de acidentes de trabalho no território, indicam dados divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) que traduzem um acréscimo de 34 casos comparativamente ao igual período do ano passado. Do total, os acidentes causaram a morte de nove trabalhadores

MORRERAM NOVE TRABALHADORES NOS PRIMEIROS SEIS MESES DO ANO

Mais de 3.600 acidentes laborais até Junho

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UIVO

ASSINADO MEMORANDO DE COOPERAÇÃO E INAUGURADO CENTRO DE IPIM EM WUHAN

Governo aposta na “expansão ao exterior”

Para o Secretário para a Economia e Finanças as vantagens de Macau enquanto plataforma de serviços

para a cooperação comercial entre a Chi-na e os Países de Língua Portuguesa per-mitem ao território apoiar as empresas da China Continental tendo por base a estra-tégia “expansão ao exterior”, salienta o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Durante um encontro com o vice--governador da Província de Hubei, Cao Guangjing, que esteve em visita pela cidade, Lionel Leong defendeu que os trabalhos relativos à transferência de tec-nologia devem ser reforçados a fim de providenciar serviços “one-stop”.

Segundo uma nota do IPIM, o Secre-tário sublinhou que Macau tem capa-cidade para prestar apoio ao processo de transferência de tecnologia, fazendo

O vice-governador de Hubei, Cao Guangjing, define o papel de Macau enquanto plataforma como uma mais-valia enquanto o Secretário Lionel Leong destacou a capacidade da RAEM no apoio às empresas do Continente baseada na estratégia “expansão ao exterior” frisando que a colaboração no sector da produção industrial está com “perspectivas de desenvolvimento”

De acordo com as estatísticas oficiais entre Ja-neiro e Junho do corrente ano registaram-se nove vítimas mortais, menos cinco em com-

paração com igual período de 2015, de entre um total de 3.650 vítimas de acidentes laborais.

Segundo a Direcção dos Serviços para os Assun-tos Laborais (DSAL), 3.610 vítimas ficaram incapa-citadas temporariamente, das quais 500 voltaram ao serviço no mesmo dia de ocorrência do acidente. Quatro ficaram incapacitadas permanentemente en-quanto a situação clínica de 27 ainda está em inves-tigação.

Os acidentes motivaram a perda de um total de 27.678 dias de trabalho por “incapacidade tempo-rária”, com o grupo de trabalhadores da produção industrial e artesãos (7.108) a representar a maior perda. Segundo a DSAL, no grupo dos serviços, ven-dedores e trabalhadores similares perderam-se 5.427 dias, seguindo-se o sector dos empregados adminis-trativos (5.320).

Os dados estatísticos do primeiro semestre deste ano indicam também que a principal causa dos aci-dentes foi motivado pela queda de pessoas (807), das quais 140 caíram em altura e 667 em terreno plano.

O “entalamento num ou entre objectos” e “esfor-ços excessivos ou movimentos falsos” causaram 759 e 673 acidentes, respectivamente. As partes do cor-

chegar as tecnologias e as competências profissionais do Continente Chinês aos países de língua portuguesa.

Por outro lado, destacou que no futu-ro, a RAEM poderá vir a “desenvolver a cooperação ao nível da produção indus-trial, um sector com perspectivas de de-senvolvimento”.

Além disso, Lionel Leong recordou que a RAEM pode também ajudar os países lusófonos a “elevarem o nível de comercialização dos seus produtos ali-mentares”.

Contudo, respectivamente aos produ-tos agrícolas de países lusófonos, como Moçambique, Lionel Leong disse que há um elevado potencial de desenvolvimen-to. No entanto, é necessário que as “em-presas da China Continental partilhem a sua experiência e tecnologia no que diz respeito à transformação de produtos

agrícolas e mercadorias através do pro-cessamento e das técnicas de embala-gem”, advertiu o mesmo responsável.

Já o vice-governador referiu que Hubei tem de aproveitar ao máximo as mais-valias de Macau enquanto platafor-ma de modo a chegar aos mercados dos países de língua portuguesa, destacando a “elevada” complementaridade de van-tagens entre estes e a província de Hubei a nível industrial.

Para Cao Guangjing existe uma “enor-me margem” para o desenvolvimento de parcerias noutros sectores, entre os quais o processamento de alimentos, produção agrícola e de produtos secundários.

No âmbito da visita da delegação li-derada por Cao Guangjing, a Direcção dos Serviços do Comércio da Província de Hubei e o IPIM assinaram um memo-rando de cooperação, além da inaugu-ração do Gabinete de Representação do IPIM em Wuhan.

Lingua portuguesa comoporta para o exterior

A exploração nos mercados lusófonos constitui um caminho repleto de oportu-nidades para as empresas continentais e macaenses interessadas em “expandir no

exterior”, sublinha o IPIM exemplifican-do o caso de sucesso da empresa “Per-feição” na qual se constata a criação de novas oportunidades através da coope-ração de serviços profissionais.

Para a directora executiva da empre-sa, “Macau deverá evidenciar as suas vantagens em talentos de língua portu-guesa para ajudar as empresas a expan-dir no exterior”.

Chen Hansi considera ainda que a RAEM pode “aproveitar a vantagem cultural e histórica para expandir os ser-viços profissionais e apoiar as empresas nos serviços de acompanhamento em viagens de negócios, tradução e consul-tadoria jurídica”, entre outros, de modo a desempenhar, na qualidade de empre-sa de Macau, o seu papel de ponte de plataforma de cooperação entre as duas partes.

Por outro lado, o IPIM recorda que o impulso à diversificação económica local e à cooperação económica e co-mercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa tem sido reforça-do através, entre outros, da promo-ção da plataforma de serviços para a cooperação comercial e da dos “três centros”.

DSAL promove palestras nos estaleiros sobre riscos de insolação

Entre Junho e Agosto, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) enviou pessoal a cerca de 35 estaleiros a fim de “eliminar ou reduzir os riscos de ocorrência de “golpe de calor” durante o horário de trabalho. Através de palestras, em que participaram cerca de dois mil trabalhadores, a DSAL debruçou-se sobre os sinto-mas da insolação, as formas de tratamento e as medidas de prevenção, tendo também realizado visitas aos locais para fiscalizar se os estaleiros estavam equipados com bebedouros e locais para descanso.

po mais atingidas foram as “mãos” (1.085), os “pés” (646) e o “tronco” (624).

Em termos de ramos de actividades económicas, as vítimas de acidentes laborais pertencem sobretudo a “outras actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais” (1.253), seguindo-se 955 do sector do “aloja-mento, restaurante e similares” e 538 da “construção”.

Segundo a DSAL, a maior parte das vítimas de aci-dentes de trabalho tinha profissões como “pessoal dos serviços, vendedores e trabalhadores similares” (916), “empregados administrativos” (816) e “trabalhadores não qualificados” (657).

Mais de 630 mil patacas em multas a empreiteirosNo cômputo geral do ano passado, a DSAL pas-

sou 140 multas a empreiteiros por terem violado as condições de higiene e segurança no trabalho o que se materializou num total de 631.500 patacas em in-fracções.

Numa resposta enviada à deputada Kwan Tsui Hang, o organismo esclareceu também que do total, 30 empreiteiros foram autuados em questões relacio-nadas com acidentes laborais, em multas que ascen-deram as 180 mil patacas.

A DSAL recordou que o regime do cartão de segu-rança ocupacional na construção civil, a vigorar desde 2014, tem por objectivo reforçar a consciencialização para a segurança no trabalho já que todos os traba-lhadores do sector são obrigados a ter o documento.

Segundo Kwan Tsui Hang, o organismo explicou ainda que o referido regime prevê diferentes níveis

de multa com valores que se diferenciam cinco vezes mais entre os diferentes escalões. Além disso, foi apre-sentada a proposta para a revisão de leis relativas a fim de melhorar o ambiente e segurança do trabalho na construção civil.

A par disso, a DSAL frisou que de 2010 até este ano, 12 serviços públicos integraram o regime de avaliação dos empreiteiros nas áreas de higiene e segurança na construção civil usando os resultados como referência para avaliar o desempenho empreiteiros. * com V.C.

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 05

Liane Ferreira

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UIVO

O Comissariado da Auditoria (CA) divulgou ontem um rela-tório sobre o arrendamento de

imóveis privados para serviços públi-cos, no qual chama a atenção da

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DS-SOPT). Segundo dados apurados pelo CA, entre 2004 e 2014, 68 serviços pú-blicos arrendaram instalações e lugares de estacionamento, que resultaram em rendas de 4.000 milhões de patacas e renovações de 1.030 milhões de pata-cas. Se em 2004 as rendas eram de 140 milhões em 2014 triplicaram para 580 milhões de patacas, totalizando em 11 anos quatro mil milhões.

Estas despesas constituem “pesados encargos para as finanças do Governo” e são um problema que irá continuar a agravar-se colocando “em risco a boa gestão das finanças públicas”, diz o or-ganismo liderado pelo comissário Ho Veng On.

O organismo frisa ainda que “é re-lativamente raro a nível internacional haver um Governo a arrendar imóveis a privados, em grande escala, para ins-talação de serviços públicos e a não em-penhar-se no planeamento de constru-ção dos próprios edifícios para serviços públicos, um facto que não condiz com a regra geral de custos e proveitos”. Além disso, fala em “situações irrazoá-veis”.

Tendo em conta que o planeamento de edifícios para instalação de serviços públicos cabe à DSSOPT, o CA afirma que o organismo “no exercício das suas atribuições e competências não assegu-rou o planeamento global da constru-ção de edifícios para instalação de ser-viços públicos”.

Para além disso, o mesmo organismo em avaliação “nem dispõe de estudos científicos que permitam determinar com rigor a necessidade de construção de edifícios públicos”. Assim, o CA considera que os planos anteriores para certos lotes, para os Novos Aterros Ur-banos e plano director podem conter “inexatidões, conduzindo à não obten-ção de resultados eficazes para resolver a falta de instalações”.

“Na zona destinada à instalação dos órgãos políticos e judiciais, o planea-mento e a respectiva construção não foram elaborados de forma rigorosa, razão pela qual, não foram atingidos os objectivos definidos para a sua constru-ção, nem concretizado, com eficácia, o objectivo definido nas linhas de acção governativa”, lê-se no relatório oficial.

Em resposta, a DSSOPT afirmou que para continuar com os trabalhos para a zona destinada a órgãos políticos e ju-diciais tem de concluir o planeamento dos Novos Aterros Urbanos.

O mesmo organismo disse ainda que não existia “legislação detalhada sobre o planeamento urbanístico e até ao início da auditoria não tinha recebido instruções superiores para o elaborar, razão pela qual não fez o planeamen-to global de edifícios para instalação de serviços públicos, limitando-se a acompanhar os pedidos de construção

de edifícios apresentados pelos serviços públicos”.

Finanças queixaram-sedas rendas

Por outro lado, o CA indica que a DS-SOPT já tinha sido alertada para o pro-blema das rendas elevadas pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) que em meados de Março de 2013 e Março e Ju-nho de 2014 manifestou “a necessidade” de construir edifícios do Governo.

Foram apresentadas duas propostas ao Chefe do Executivo sobre as “quantias elevadíssimas” despendidas anualmen-te, elencando casos concretos e propon-do a construção. As propostas obtiveram a concordância do Chefe do Executivo, porém a DSSOPT “limitou-se a dizer que não dispunha de solos para esse efeito, propondo o aproveitamento dos solos

após a conclusão do planeamento dos Novos Aterros Urbanos”.

O CA salienta ainda que a Direcção das Obras Públicas arquivou o processo, sem fazer um estudo preliminar e um es-tudo de concepção, sem apresentar pro-posta, nem “tão-pouco fez o respectivo acompanhamento”.

“Com este procedimento a DSSOPT revela que não exerceu as suas compe-tências legais”, diz o CA, acrescentando que não fez o necessário para resolver o problema.

Durante o processo de investigação, o CA reuniu-se com seis serviços públicos sem instalações próprias para compreen-der a situação, concluindo, como seria de esperar, que a “não renovação do arren-damento por parte do proprietário con-duz a um acréscimo de custos e do tra-balho dos serviços públicos, com todos

os inconvenientes que daí advêm para os cidadãos, especialmente para os serviços que prestam atendimento ao publico”.

São ainda relatadas dificuldades de negociação com senhorios, ilustradas por exemplos presentes no documentos como um caso em que da negociação resultou o aumento da renda de 122,93 patacas por metro quadrado para 314,14 patacas. Noutro, o montante passou de 165,58 patacas por metro quadrado para 463,64 patacas.

O CA esclarece ainda que não são apenas os serviços que alugam que saem prejudicados, mas também a própria DS-SOPT, alvo de um acréscimo de trabalho com adjudicações para renovações, crian-do-se assim “um ciclo vicioso”. “A DS-SOPT deve praticar todos os actos neces-sários à prossecução das suas atribuições, pelo que, não o fazendo, afecta o regular e eficaz funcionamento de outros servi-ços públicos”, afirma o Comissariado.

Para além disso, é salientado que cabe aos serviços concretizarem os objectivos das Linhas de Acção Governativa. Assim, a DSSOPT ao não resolver o problema comprometeu as políticas definidas pelo Governo.

CA quer fixaçãode calendários

Nas recomendações, o Comissariado da Auditoria aconselha a DSSOPT a “fi-xar um prazo para elaborar o plano direc-tor das zonas urbanas de todo o território tendo em conta a sua envolvência”, bem como por iniciativa própria fazer o levan-tamento de dados relativos ao número de edifícios necessários e estratégias para sa-tisfazer as necessidades.

Além disso, sugere a ponderação da concentração ou dispersão de serviços de acordo com funções e funcionamentos para enquadrar os recursos.

A curto e médio prazo, o CA consi-dera que devem ser adoptadas medidas para resolver os actuais problemas de ar-rendamento e deve ser fixado um prazo para execução dos trabalhos, para que seja concluída o mais rapidamente pos-sível a construção dos edifícios para os serviços públicos.

Na resposta às recomendações, a DS-SOPT afirmou que para responder “às pretensões da sociedade” os terrenos re-cuperados têm sido destinados a habita-ção pública.

“Quanto à insuficiência de espa-ços para escritórios governamentais, a DSSOPT planeia utilizar dois terrenos recuperados para construir edifícios po-livalentes para uso dos serviços do Go-verno”, disse a DSSOPT, acrescentando que está a acompanhar várias empreita-das para esse fim como as Novas Instala-ções dos Tribunais de Base, o Edifício da Direcção dos Serviços de Assuntos Marí-timos e de Água, o Edifício do Ministério Público e o Edifício do Departamento Po-licial da Taipa.

Além disso, disse estar a ser realiza-do o estudo para a estratégia do desen-volvimento urbano e depois será feito o plano director, com a recolha e análise de dados sobre as necessidades dos serviços, garantindo, por outro lado, garantiu que se vai esforçar para melhorar o trabalho relativo aos pareceres e sugestões do re-latório.

O Comissariado da Auditoria calcula que entre 2004 e 2014 foram gastos quatro mil milhões de patacas em arrendamento de instalações para serviços públicos e outros 1.030 milhões em renovações de espaços nas mesmas condições, ignorando os alertas das Finanças da “necessidade premente” de construir edifícios, e colocando em “risco a boa gestão das finanças públicas”

COMISSARIADO DA AUDITORIA CRITICA OS 4 MIL MILHÕES GASTOS NO ARRENDAMENTO PRIVADO

DSSOPT leva um grande “puxão de orelhas”

É relativamente raro a nível internacional haver um Governo arrendar imóveis a privados,

em grande escala, para instalação de serviços públicos e a não empenhar-se no planeamento

de construção dos próprios edifícios para serviços públicos, um facto que não condiz com a regra

geral de custos e proveitos

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 201606 JTM | LOCALFO

TO JT

M/A

RQUI

VO

Com o objectivo de exigir ao Governo que supervisione a Uber em vez de “a matar to-talmente”, a Nova Iniciativa para o Desen-

volvimento de Macau vai organizar um protesto no próximo dia 4 de Setembro em defesa da Uber.

Na conferência de imprensa de ontem, o depu-tado Au Kam Sam explicou que a RAEM precisa da Uber para “quebrar” o controlo absoluto dos táxis no sector dos transportes públicos e assim aumentar a concorrência numa tentativa de melhorar o serviço.

De acordo com a Associação, as autoridades são incapazes de castigar os infractores dos táxis que tan-

to têm vindo a prejudicar os direito dos consumido-res e a imagem de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer.

Assim, a operação da Uber é vista como uma pos-sibilidade para “tapar o buraco” criado pelos servi-ços de táxi. Admitindo a existência de “zonas cinzen-tas” e dificuldades judiciais na operação da Uber no território, a associação salientou que é responsabili-dade do Governo eliminar entraves e ajustar o siste-ma que se encontra preso num “ciclo vicioso”.

Exemplificando com casos em que a polícia le-vou uma passageira grávida à esquadra para inves-

MARCHA A FAVOR DA UBER E EM DEFESA DOS CONSUMIDORES E TURISTAS

“Nova Iniciativa” quer supervisãoVai decorrer neste domingo uma marcha a favor da Uber, organizada pela “Nova Iniciativa para o Desenvolvimento de Macau”, que vê o evento como uma forma de defender os interesses de cidadãos e turistas. A associação, que está a contar com a presença de 300 manifestantes, considera que o Governo deve fiscalizar e não “matar totalmente” a empresa norte-americana

tigação, durante várias horas, a associação lembrou ainda que o Governo Central legalizou este tipo de serviço de transporte, pelo que as autoridades locais devem estudar essa hipótese.

Já hoje, representantes do grupo “Protecção dos cidadãos de Macau” vão entregar uma petição na sede do Governo para com mais de 20 mil assinatu-ras, apelando à permanência da Uber.

Em sentido contrário, Kuok Leong Son, presiden-te da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi de Macau, disse no programa matutino da “Ou Mun Tin Toi” que a presença da Uber tem co-locado em risco a sobrevivência dos taxistas locais porque os condutores da Uber recebem muito mais dinheiro do que os taxistas na hora de ponta.

Assim, apelou para que sejam aumentadas as tari-fas de táxi, medida que poderá melhorar os serviços do sector. Para além disso, Kuok sugeriu a instalação de uma plataforma de Internet para chamar os táxis.

R.S.

A 28ª edição do Concurso Inter-nacional de Fogo de Artifício (CIFAM) terá a primeira noite

de espectáculos este sábado, às 21horas, com os céus a serem iluminados e a mú-sica a ecoar pela cidade pelas exibições das empresas “Thailand Fireworks” e “Macedos Pirotecnica Ltd”, da Tailân-dia e de Portugal, respectivamente.

O pano abre-se com a equipa tailan-desa, participante pela quarta vez, com um momento de fogo de artifício em torno do tema “One night in Bangkok”, certamente inspirada no êxito musical internacional de Murray Head.

Para o manager da empresa “Thai-land Fireworks” o foco pauta-se na conjugação das várias facetas do espec-táculo. “Desta vez teremos um grande fogo-de-artifício na água e no céu. Va-mos conjugar o espectáculo com a mú-sica tailandesa que pode ser mais triste ou alegre”, explicou Takoon Learts-Ac-cakorn.

Ao longo de 18 minutos irá ouvir-se um vasto conjunto de músicas tipica-mente tailandesas e outras mais “pop” e “épicas”, que se fará acompanhar pela reprodução de algumas imagens e sím-bolos brilhantes criados com efeitos pi-rotécnicos.

A última parte da noite, a partir das 21:40, fica a cargo da companhia portu-guesa “Macedos Pirotecnia Ltd”, vence-dora do CIFAM em 2000.

Com quase 83 anos, a empresa por-tuguesa regressa com o tema “Mag-nus”, espectáculo que valeu à empresa do norte de Portugal, entre outros, o primeiro lugar na República Checa.

Para o designer-sénior, Fernando Macedo, o objectivo é claro: “voltar a ganhar”. “O Magnus é um espectáculo que neste momento a Macedos está a apresentar não só a nível das competi-ções internacionais mas também nas va-riadas festividades de Portugal”, referiu Fernando Macedo.

Responsável pela adaptação do es-pectáculo pirotécnico às condições ofere-cidas na competição da RAEM, o neto do

fundador da empresa portuguesa expli-cou que o “Magnus” foi “concebido para agradar às massas” e “percorre uma li-nha de tempo em termos musicais”.

Além disso, acrescentou, a aposta dos portugueses está na sincronização entre o fogo de artifício e a música. “Todo um espectáculo é único porque cada vez que o Magnus é redesenhado para determi-nado local é colocado um cunho diferen-te pela pessoa que o está a trabalhar. Te-mos um espaço muito curto e temos que imaginar o espectáculo de outra forma”, destacou Fernando Macedo durante um encontro com os jornalistas.

No espectro musical propriamente dito, a actuação de Portugal ficará mar-cada pela passagem de vários géneros musicais, nomeadamente o fado, a fim de agradar a uma variedade de públi-co. “Temos músicas que começam no rock’n’roll passando pela música portu-guesa. Depois passamos para um med-ley mais actual porque tentamos atingir a juventude entre os 18 a 30 anos, termi-nando com uma música épica que nos dá força e ajuda a criar determinados

efeitos e a apoteose final”, explicou o responsável.

Considerando o CIFAM como uma competição das “mais emblemáticas” e “mais antigas do mundo”, Fernando Macedo sublinha que o “bis” poderá ser alcançado pela apresentação dos produ-tos pirotécnicos tipicamente portugue-ses e, por isso, poderá fazer a diferença entre os adversários.

“É claro que há determinados pro-dutos que são idênticos ou similares, no entanto, aquilo que nos leva a ter algum sucesso nas competições que fazemos é a apresentação da pirotecnia típica”, disse Fernando Macedo.

Depois do percalço do ano passado com uma outra equipa portuguesa, que se viu obrigada a adiar a apresentação pelo atraso na chegada dos materiais, a “Mace-dos Pirotecnica Ltd” confirmou que, para já, “foram-nos dadas garantias pela orga-nização que o material chegaria”.

O CIFAM volta iluminar os céus do território no dia 10 de Setembro, com as apresentações de empresas pirotécnicas oriundas da Inglaterra e Suíça.

A equipa tailandesa “Thailand Fireworks” vai abrir a primeira noite da 28ª edição do Concurso Internacional de Fogo de Artifício com o tema “Uma noite em Banguecoque”. De Portugal chega a “Macedos Pirotecnica Ltd”, que regressa com o objectivo claro de “voltar a ganhar”, através do tema “Magnus”, concebido para “agradar às massas”

Catarina Almeida

FESTIVAL ARRANCA ESTE SÁBADO

Pirotecnia portuguesa regressa para “ganhar”

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 07

Viviana Chan

Os atletas chineses medalhados nos Jogos Olímpicos estiveram no Pavilhão Desportivo de Tap

Seac numa actividade de convívio com cerca de 2.500 fãs de Macau. O Instituto de Desporto (ID) organizou diferentes jogos para os atletas e jovens em con-junto.

Antes da hora marcada para activi-dade de intercâmbio o Pavilhão Des-portivo de Tap Seac já estava cheio, com os jovens locais a empunharem cartazes de apoio aos ídolos. Jovens de diferen-tes escolas participaram nos jogos com os atletas como voleibol, ténis da mesa e badminton.

Sun Yang, nadador chinês foi um dos atletas chineses que reuniu mais apoio, com muitos cartazes de apoio visíveis entre a multidão. Apesar dos jogos não serem aqueles em que é espe-cialista, mostrou muito talento. A caris-mática Fu Yuanhui continuou a atrair muito apoio e nem gritos faltaram.

Lin Dan, jogador de badminton também conhecido como “super Dan”, mostrou a sua técnica ao jogar badmin-ton com o colega, Chen Long, que se sa-grou campeão nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. Depois de jogarem um pou-

CRIANÇAS, JOVENS E IDOSOS EM DIA ATAREFADO PARA A COMITIVA OLÍMPICA

Atletas chineses em convívio pelo territórioFoi um dia atarefado para os atletas chineses dos Jogos Olímpicos que visitaram diversas zonas e associações de Macau espalhando boa disposição entre os mais novos e mais velhos. De manhã, visitaram idosos , fizeram tai ji e viram uma peça infantil, enquanto de tarde voltaram a ter uma actividade de intercâmbio com 2.500 jovens

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co, a organização surpreendeu-os com uma pena de badminton gigante, preci-sando de mais força para jogar, gerando diversas gargalhadas.

Visita também incluiu Tai Ji

Durante a manhã, a delegação divi-diu-se em seis grupos para visitar ins-tituições de serviços sociais e conhecer mais a fundo as comunidades.

Os atletas visitaram o centro da As-sociação Geral das Mulheres, na Rua da Barca, o Centro Diurno Prazer para os Idosos, a Creche “Alegria das Crianças” de Seac Pai Van, o Centro Hong Ieng da Associação de Reabilitação “Fu Hong” de Macau, entre outros.

No centro para idosos em Seac Pai Van, o treinador do halterofilista Yu Jie entregou uma lembrança ao centro. Já a treinadora da equipa feminina de volei-bol, Lang Ping e a jogadora Hui Ruoqi fizeram exercícios de Tai Ji com os ido-sos.

Na Associação Geral das Mulheres, os atletas conviveram com as crianças e de acordo com o Ou Mun Tin Toi, a atle-ta de tiro ao alvo, Zhang Mengxue, que conquistou a primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpico no Rio de Janeiro disse que sendo esta a primeira vez que veio a Macau e após estes dois dias no

território, a avaliação é muito positiva porque gostou bastante da cidade.

Algumas crianças confessaram que não conseguiram dormir toda a noi-te de tão ansiosos que estavam para verem os medalhados. Nesta parte da visita, os atletas foram ainda presentea-dos com uma apresentação de dança, arte com balões e pintura.

No centro para serviço de idosos, os atletas doaram sangue e fizeram com-panhia aos utentes. O nadador Sun Yang confessou gostar muito de gastro-nomia de Macau e que não faz tenções de faltar aos próximos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.

A breve mas bem sucedida visita a Macau termina hoje com a delegação dos atletas chineses a sair do territó-rio logo pela manhã. Deixam muitos locais, especialmente os mais novos, a sonharem com a possibilidade de um dia também poderem vir a ser atletas de alto rendimento.

Assim lhes sejam criadas condições e tenham as qualidades e determinação para esse efeito, já que, tal como todos os medalhados olímpicos chineses fize-ram questão de ressaltar, por detrás da conquista das medalhas, estão muitos sacrifícios profissionais e pessoais, de-les e das suas famílias e amigos.

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08 JTM | LOCAL Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016

CARITAS MACAU MANTÉM EDIFÍCIO PARA APOIAR MIGRANTES

Os sonhos do quarto andar

Não consigo precisar a altura de Julieth Yunting porque nunca fui especialista em estimativas,

mas arrisco que tenha um metro e 50, já que o seu nariz apenas me toca no ombro, e eu fico-me pelos 1,62cm. Às vezes some-se no grupo de mulheres, algumas com camisola de coração dese-nhado e posicionado antes da palavra Macau, que esperam por um autocarro, mas logo a encontro pelo seu sorriso esticado, quase tão largo quanto o seu corpo. É o seu dia de folga, o único de uma semana intensa de trabalho, em que as oito horas laborais a que muitos nos habituamos, no seu relógio passam das nove ou dez, depende dos dias e dos patrões.

“Em Hong Kong os horários ain-da eram mais cheios, em alguns casos trabalhávamos 24 horas, sobretudo em casas de famílias que tinham crianças”, comentam algumas mulheres do grupo, como se comparando a um compasso que nunca para de rodar. Julieth Yun-ting também já trabalhou na RAEHK, antes de chegar a Macau, e depois de ter passado por Singapura e Taiwan, estas últimas duas regiões onde não precisou de saltar de emprego em emprego. “Es-tou em Macau desde 2008; é perto das Filipinas, e o trabalho e os patrões são ‘ok’, porque tenho oportunidade de vi-ver fora da casa onde trabalho e assim usufruo do meu espaço. Já trabalhei em Hong Kong durante cinco anos e tam-bém em Taiwan e Singapura; talvez Ma-cau seja o meu último lugar”, antes de regressar a casa refere Julieth Yunting, que tem trabalhado para famílias, des-de que deixou as Filipinas, ainda a pri-mavera lhe começava a moldar o rosto jovem.

Pouco depois das 9:00 Julieth tem a mala a tira-colo, pronta para sair em passeio, um dia de lazer que depres-sa lhe recorda a sua terra natal, com praias cristalinas e que nos apresenta: Dumaguete, cidade onde cresceu numa família que “não era das mais pobres”, e com uma infância feliz, mas que pre-cisou de abandonar pela necessidade de construir a “sua própria vida”, Ásia fora. Depois de dar indicações para fé-rias e a morada de estadias onde pode-mos encontrar os membros da sua fa-mília, que nos acolherão com simpatia, voltámos a olhar para as janelas cinzen-tas de Macau, numa manhã que ainda não tinha deixado o sol furar por entre as suas nuvens, capazes, no entanto, de segurar a chuva.

Em oito anos em Macau, Julieth Yun-

Quando o elevador chega ao quarto andar daquele edifício industrial têm a certeza que encontram um tecto, debaixo do qual convivem e aprendem. Apesar da subida da renda, a Caritas Macau tem envidado esforços para manter um espaço, na rua Francisco Xavier Pereira, onde instalou um centro de actividades e de serviços para trabalhadores não residentes, por saber o quão importante é dar-lhes apoio. Dentro daquelas paredes, que se caiam de sonhos, todos os Domingos, sabem que não são apenas as empregadas domésticas, do dia-a-dia, mas pessoas com o seu próprio tempo e, mais importante, oportunidades. O JORNAL TRIBUNA DE MACAU foi visitar esse porto de abrigo e conhecer alguns dos que lhe dão alma

Fátima Almeida ting teve pouco tempo para explorar os recantos da cidade, já que trabalhar e obter mais qualificações profissionais se tornaram a prioridade. Mas no Do-mingo pôde visitar algumas das atrac-ções turísticas locais, numa iniciativa da Caritas, que dentro do seu leque de missões, criou, em 2009, um serviço de apoio aos trabalhadores migrantes na RAEM (Overseas Laborer Service).

Esta actividade ao ar livre, que se realiza pela segunda vez, também já valeu a Brenda Embien a sua primeira visita a um Museu de Macau. “Há tan-tos anos aqui e nunca fui a museu. Na minha folga vou à igreja, fico no quarto ou vou à Caritas, por isso esta iniciativa [de irmos visitar a cidade em grupo] é uma oportunidade para conhecer mais sobre o território”, apontou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

A partida estava marcada para pou-co das 10h, na biblioteca da Caritas, onde, primeiro, foi transmitida infor-mação ao grupo de mais de 30 pessoas, na maioria mulheres que trabalham como empregadas domésticas (há dois ou três homens, que são familiares e também se decidiram juntar). As ins-truções foram dadas em filipino, por uma estudante de serviço social, que está a fazer um estágio na Caritas. “Es-tando em Macau há muito ou pouco tempo, como trabalham toda a semana e apenas têm descanso ao Domingo, às

com estas sessões tentamos que possam estar informadas sobre o que se passa, mesmo em relação às multas aplicadas na cidade, porque mesmo uma punição de 300 patacas para elas é muito. E com a ajuda desta estudante que cresceu em Macau e fala chinês, filipino e inglês torna-se mais fácil”, acrescentou a pro-fissional.

Mais do que uma mão amigaAssim que terminou a sessão de es-

clarecimentos, o grupo começou final-mente a viagem por uma Macau dife-rente da que se habituou a ver todos os dias. A actividade ao ar livre teve saída da biblioteca da Caritas, mas é, normal-mente, num piso de um edifício indus-trial, que a mesma instituição se esforça por manter, apesar da subida das ren-das, que passam muitos dos seus Do-mingos. E ali aprendem, naquele chão despido, com algumas salas reservadas ao estudo.

“É difícil encontrarmos outras activi-dades para além das que são proporcio-nadas pela Caritas, por isso este centro (de Actividades de Mong Ha) é muito importante para nós”, sublinhou Julie-th Yunting, notando que já frequentou cursos de cozinha e cantonense.

Ao deslocarem-se àquele piso a soli-dão parece desaparecer à medida que o elevador chega ao 4º andar. Ali podem conviver, abrigados da chuva ou do ca-lor, que no Verão quase nos suga a pele, ao transformá-la numa camada viscosa, derretida. “Este serviço e o centro de actividades são muito importantes para nós, porque também nos permitem a adquirir mais qualificações. Aprende-mos muito no centro, como por exemplo cantonense. Como estamos a trabalhar em Macau estas iniciativas ajudam-nos a expandir os nossos conhecimentos. Ao mesmo tempo o nosso vínculo com outras nacionalidades torna-se mais forte”, descreveu Brenda Embien, tam-bém das Filipinas.

Além das actividades de convívio, o centro da Caritas assume outro papel vital sobretudo nas vidas das emprega-das domésticas que não só trabalham mas também vivem nas casas das famí-lias que as empregam com os chamados contratos “stay-in”. Quando o espaço onde vivem e trabalham é o mesmo, o tempo de descanso pode diluir-se em horas de trabalho e acabarem, assim, por não ter tempo de lazer. “Através das agências, a Caritas também ajuda a monitorizar as nossas horas de traba-lho, para garantir que o nosso horário é cumprido. Depois, nas nossas folgas, ao proporcionar-nos estas actividades ain-da alonga o nosso tempo, ou seja, temos um local para estar e passar tempo de qualidade”, explicou Brenda Embien.

No resumo destas iniciativas con-centra-se o essencial, aquele sentimento de valorização, que promove a entrea-juda. “Eu gosto de ter o meu trabalho e claro precisamos de trabalhar, mas para a Caritas nós não somos apenas traba-lhadores, somos pessoas como quais-quer outras, podemos estudar, sair para visitar”, frisa a mulher de 55 anos que, com a sua experiência, também auxilia outros migrantes que experienciem os dissabores de conhecer um novo terri-tório.

Segundo os números disponibiliza-dos pela Caritas ao JORNAL TRIBU-NA DE MACAU, entre Janeiro e Julho,

mais de 14.100 pessoas registaram-se para participar nas actividades desen-volvidas pelo centro de serviços a não residentes, sendo que, no final, 14.581 acabaram por juntar-se às mais de 40 iniciativas organizadas pela institui-ção. A maioria dos participantes eram mulheres, a trabalhar como empre-gadas domésticas, provenientes so-bretudo das Filipinas (5.776), Vietna-me (1.367), Indonésia (1.207) e outras nacionalidades (5.345). As iniciativas mais populares têm sido as sessões de cantonense e as actividades ao ar livre.

O serviço da Caritas tenta abranger o maior número de pessoas, acompa-nhando-as também na resolução de casos que vão desde a necessidade de acolhimento temporário, a acidentes, questões com a imigração, tendo sido acompanhados 94 naquele período.

De acordo com os dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no fi-nal de Junho trabalhavam em Macau 24.041 empregadas domésticas, sendo que destas 12.046 são das Filipinas, 7.976 do Vietname, 2.918 da Indonésia, havendo ainda outras nacionalidades com menor número de trabalhadores nesta área como os Estados Unidos com dois e o Japão com um. O número global de trabalhadores não residentes (TNR) situava-se nos 181,039.

Foi para dar resposta ao crescente número de TNR, que a Caritas decidiu criar um serviço com a missão de pro-mover a integração no estilo de vida local dos que procuram Macau para trabalhar e se têm assumido como cruciais na resposta a dar às necessi-dades que advém do crescimento do território. Assim, o serviço da Caritas providencia assistência e apoios ne-cessários a estes trabalhadores para que consigam “fazer face ao stress e às saudades de casa”, uma vez que mui-tos passam anos sem voltar para ver a família.

Para quem sonhacom o regresso

A renda do piso alugado pela Ca-ritas, no edifício industrial na Fran-cisco Xavier Pereira, subiu “para mais do dobro”, mas a instituição não quer abdicar do espaço por saber da impor-tância que assume na vida destes tra-balhadores. As paredes lisas começa-ram a ser caiadas de sonhos, ano após ano.

Depois de nos despedirmos do gru-

SERVIÇO DE APOIOAOS TRABALHADORES MIGRANTES

Registos para actividades 14.132 pessoas

Participação nas actividades 14.581 pessoas

Acções organizadas 40 actividades

Resolução de questão 94 casos

*dados de Janeiro a Julho

É difícil encontrarmos outras actividades

para além das que são proporcionadas pela Caritas, por isso este

centro (de Actividades de Mong Ha) é muito importante para nós

Julieth Yunting

vezes, não sabem, por exemplo, como procurar um médico, ou de algumas actualizações de leis” começou por ex-plicar Susana Chao, assistente social do programa de apoio aos migrantes. “Muita da informação disponível na cidade é veiculada em chinês, por isso,

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | LOCAL 09

Andar garantido até Janeiro

O  serviço  de apoio a trabalhadores  não  residentes (Overseas Laborer Service) começou a funcionar em 2009 “e foi registado a 1 de Setembro de 2012 num dos pisos do edifício industrial Pou Fung onde se manterá pelo menos  até ao final de Janeiro do próximo ano, altura em que acaba o contrato de arrendamento, explicou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU, o Secretário-geral da Caritas. Depois daquela data, a instituição “tenciona continuar a operar aquele serviço no mesmo piso se a renda for razoável, isto  é, se não aumentar”, referiu Paul Pun. Caso o acordo com o propri-etário não for favorável, a instituição vai procurar outras alternativas, como operar o serviço, aos Domingos, na Escola de São João de Brito e utilizar a Biblioteca da Caritas, situada na Rua Pedro Coutinho. O piso actual tem capacidade para juntar, por exemplo, 5000 pessoas para actividades.

CARITAS MACAU MANTÉM EDIFÍCIO PARA APOIAR MIGRANTES

Os sonhos do quarto andar FOTO

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po que segue em passeio, deslocamo--nos ao centro. Depois de uma divisão ampla, aventuramo-nos pelo corredor. Numa das salas, um grupo de jovens mulheres olhava fixamente os compu-tadores, subindo o rosto por cima do ecrã para falarem umas com as outras ou soltarem gargalhadas. Concentra-vam-se para acabar os seus projectos de estágio, depois de terem partici-pado na cerimónia de graduação do curso de Gestão, ministrado através da Universidade de Saint Mary’s, que tem um campus em Hong Kong, e en-via um professor a leccionar em Ma-cau quase todas as semanas.

Este é já o quarto grupo de mulhe-res, na maioria também empregadas domésticas, que cumpre um sonho: formar-se para construir o seu próprio negócio, no país de origem, neste caso a Indonésia. Olham para as fotografias das colegas que se graduaram em anos anteriores e estas dão corpo aos seus próprios sonhos. “Esta”, apontam, “já abriu uma loja de costura”; “aquela”, indicam, “é professora”, e muitas das outras trabalham em bancos ou escri-tórios, afirmam.

As fotografias que vêem são da tur-ma que se graduou em 2011, e à qual podem agora seguir pegadas. Todos os Domingos o seu destino foi o quar-to andar daquele prédio, que duran-te três anos, lhes preencheu o tempo. Aprenderam a rentabilizar o pouco tempo que lhes sobrava do trabalho deixando para trás voltas ao redor de Macau, visitas a algumas lojas, com poucas perspectivas, um dia de cada vez, que assim o futuro não chegava. Mas, de repente, tudo mudou quando, através do jogo passa palavra, encon-traram esta oportunidade.

“Descobrimos o centro através de amigos que também o frequentavam. Estive dois anos em Macau sem conhe-cer este espaço e nessa altura não fazia nada de especial. Aqui aproveitamos o tempo”, refere Yuni de 32 anos.

Tarti concorda. “Antes do curso não tínhamos perspectivas para o fu-turo e perguntávamo-nos: “vamos re-gressar a casa para fazer o quê?”. Mas depois desta formação conseguimos descobrir o que podemos fazer”, re-fere a estudante, também de 32 anos, prevendo que dentro de mais dois anos seja possível regressar à Indoné-sia para abrirem o seu negócio.

Naquele espaço aprenderam não só

SERVIÇO DE APOIOAOS TRABALHADORES MIGRANTES

Registos para actividades 14.132 pessoas

Participação nas actividades 14.581 pessoas

Acções organizadas 40 actividades

Resolução de questão 94 casos

*dados de Janeiro a Julho

a chave para o sucesso, mas também for-maram uma família que as vai ajudando a suportar a distância, criada quando há alguns anos decidiram deixar o país natal por não conseguirem amealhar di-nheiro suficiente para ajudar a família. Sobretudo nos dias de chuva, em que tudo lhes parece mais cinzento na vida,

e nas festividades que aumentam as saudades de casa, elas têm um tecto se-guro, onde se encontrar, rir, e recordar que, além das horas de trabalho que o cronómetro teima em não parar, há um espaço onde têm direito ao seu próprio tempo.

E talvez assim, os dias passem mais depressa até que Julieth Yunting, depois de anos a servir outras famílias, possa regressar para junto da sua e ver que cumprir a sua missão: uma filha gradua-da, no qual se espelha o seu sacrifício que para ela mais não é do que empe-nho, um irmão que trabalha num hotel

onde nos convida a ir, um dia, passar fé-rias, deixando também uma nota com o próprio endereço, porque ela sabe o que é estar distante do que é seu e precisar de conforto.

E Yuni, Tarti e as suas colegas tal-vez tenham já amealhado conhecimento e poupanças suficientes para orgulhar ainda mais as famílias do que as orgu-lharam naquela dia, em que as lágrimas lhes vieram aos olhos, só de verem, nas fotografias, as filhas, que lhes mandam dinheiro para casa, vestidas com um traje e de cartola, à espera de um canu-do.

Eu gosto de ter o meu trabalho e claro precisamos de traba-lhar, mas para a Ca-ritas nós não somos apenas trabalhado-res, somos pessoas

como quaisquer ou-tras, podemos estu-dar, sair para visitar.

Brenda Embien

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 201610 JTM | LOCAL

Terminou ontem a quinta edição do “InFLUXUS”, um programa desenvolvido pela Babel, susten-

tada no tema “Cidade, arquitectura e desenvolvimento urbano” no qual par-ticiparam 14 alunos de universidades de Macau, China e Portugal.

Ao longo de 20 dias de puro inter-câmbio cultural, os estudantes da Es-cola das Artes da Universidade Cató-lica (Porto), Universidade de São José (Macau) e Universidade de Estudos Estrangeiros (Pequim) tiveram a opor-tunidade de participar em sessões de workshops, seminários e visitas a mu-seus. O programa chegou ao fim com a apresentação de quatro trabalhos, em formato vídeo, no Centro de Indústrias Criativas (Creative Macau).

Enquanto colaborador da Babel, José Drummond destaca a importân-cia do tema principal da edição do “InFLUXUS 2016” no panorama da contemporaneidade. “É também um tema que está muito presente tanto nas artes plásticas como no cinema”, disse o artista ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU.

BABEL PROMOVE “INFLUXUS” PELA QUINTA VEZ CONSECUTIVA

Alunos exploram artes plásticas e vídeo A quinta edição do programa de intercâmbio cultural “InFLUXUS”, desenvolvido pela Babel, terminou ontem no Centro de Indústrias Criativas com a apresentação dos quatro projectos de vídeo produzidos por 14 alunos universitários de Macau, China e Portugal

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Catarina Almeida Ao ser um programa “único” em Macau, o “InFLUXUS” “acaba por ter uma relativa importância por conseguir congregar esforços de várias entida-des”, destacou o artista ao acrescentar que o triângulo cultural entre Pequim, Lisboa e Macau é, por sua vez, “positi-vo” para os alunos. “Sendo a educação o fundo do programa há também uma coisa curiosa que é os alunos não serem propriamente das áreas das artes plásti-cas”, explicou.

Para o responsável, o facto da inicia-tiva da Babel ter começado a integrar artistas plásticos é “bastante importan-te” na relação dos estudantes com as artes plásticas e o cinema.

Durante todo o processo do “InFLU-XUS”, o docente na Universidade de São José, João Cordeiro, acompanhou os alunos nas viagens aos três destinos bem como na execução dos projectos finais. Ao JORNAL TRIBUNA DE MA-CAU, o docente salientou que o grande foco do intercâmbio é “puxar alunos da área do cinema e comunicação e dar--lhes a conhecer uma nova perspectiva sobre o que é o tratamento da imagem em movimento no contexto da arte con-temporânea”.

Concluída mais uma edição, João

Cordeiro aponta para um balanço “muito interessante” porque “se foca muito naquilo que é o desenvolvimen-to urbano em cidades como Porto e Macau, que têm muitas semelhanças arquitectónicas, bem como ao nível do desenvolvimento urbano”, frisou.

Este ano, o programa convidou três artistas para orientar algumas palestras e workshops, nomeadamente Félix Ja-nuário (Macau) e os portugueses José Maças de Carvalho e Margarida Rego.

Da primeira experiência no “InFLU-XUS”, Félix Januário destaca a dedica-

ção e dinamismo dos alunos partici-pantes. “São todos muito inteligentes e trabalhadores. Aprendi muito com eles porque conseguem sempre ver as coisas de forma muito diferente e pessoal, ten-tam sempre tudo”, contou.

Segundo o fotógrafo que encontra inspiração nas ruas da cidade, a inte-gração neste programa permitiu-lhe criar novas ideias. “Fui a Pequim e a Portugal com todos os alunos, para discutir ideias e descobrir a cidade e que me inspirou a fotografar um novo projecto”, concluiu.

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A família de Cecília Chung Leão tem o penoso dever de informar que esta sua ente querida faleceu no dia 26 de Agosto no Centro Hospitalar Conde de São Januário

após uma prolongada e dolorosa enfermidade.

Deixa o marido João Baptista Manuel Leão, duas filhas, dois genros e três netos.

Mais se comunica que o velório terá lugar na Capela Funerária Diocesana de Macau no dia 4 de Setembro (Domingo), das 16:00 às 22:00 horas, devendo ser celebrada

uma missa de corpo presente pelas 20:00 horas do mesmo dia.

No dia seguinte, 5 de Setembro (2.ª feira) será também rezada uma missa, pelas 11:00 horas, na mesma Capela Diocesana e o seu sepultamento realizar-se-á,

pelas 12:00 horas, no Cemitério de São Miguel Arcanjo.

A família enlutada agradece penhorada e antecipadamente a todos que queiram estar presentes nesses piedosos actos.

FALECIMENTOCecília Chung Leão

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | ACTUAL 11

ALEMANHA

Merkel admite erros sobre refugiadosA Alemanha e outros países da União Europeia (UE) fizeram vista grossa por tempo demais para a crise de refugiados que ganhava forma nas suas fronteiras externas, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, numa entrevista ontem publicada publicada

COREIA DO NORTEO líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, executou por um pelotão de fuzilamento, o vice-primeiro--ministro e responsável máximo da Educação, Kim Yong-jin, de 63 anos avançou à agência Efe uma fonte do Ministério da Unificação em Seul. O Ministério também as-segurou que outros altos titulares cargos norte-coreanos foram en-viados para campos de reeducação, notícias que, no entanto, carecem de confirmação independente.

JAPÃONove pessoas foram ontem encon-tradas mortas num lar de idosos na cidade de Iwaizumi, no norte do Ja-pão, depois de um forte tufão atin-gir a região na terça-feira, informou a polícia. “Estamos a tentar confir-mar as identidades dos corpos”, dis-se à agência AFP Shuko Sakamoto da polícia da prefeitura de Iwate.

VENEZUELAO partido político da oposição da Venezuela Vontade Popular (VP) denunciou ontem que o político Carlos Melo foi detido por funcio-nários do Serviço Bolivariano de In-teligência (Sebin, serviços secretos), em Caracas. Trata-se da segunda detenção de políticos da oposição nas últimas 24 horas, nas vésperas do dia em que a oposição venezue-lana pretende “tomar” a cidade de Caracas, para exigir a realização de um referendo revogatório do man-dato do Presidente Nicolás Maduro.

EUADemocratas no Congresso norte--americano, incluindo Harry Reid, lí-der do partido no Senado, pediram ao FBI para investigar suspeitas de que o governo russo estaria a tentar interferir nas eleições presidenciais norte-americanas por intermédio de ciberataques que poderiam in-cluir manipulação de resultados eleitorais. “A possibilidade de um governo hostil buscando minar as nossas eleições livres e justas repre-senta uma das ameaças mais ex-tremas à nossa democracia desde a Guerra Fria”, afirmou Reid numa carta a James Comey, director do FBI, inicialmente divulgada pelo The New York Times.

SÍRIAO porta-voz do Estado Islâmico e chefe de operações externas Abu Muhammad al-Adnani, um dos mais antigos e importantes líderes do grupo jihadista, foi morto na província síria de Aleppo, enquanto inspeCcionava as operações para repelir campanhas militares contra Aleppo”, informou o própio grupo. Adnani era um dos últimos inte-grantes vivos dos fundadores do Estado Islâmico.

FRANÇAO ministro da Economia da França, Emmanuel Macron, renunciou na terça-feira para trabalhar em pro-postas “para transformar a França”, abrindo caminho a uma candida-tura presidencial que irá baralhar ainda mais a eleição que já tem Ni-colas Sarkozy, Allan Jupé e François Hollande como pré-candidatos

VOLTA AOMUND

Em causa está um total de 612 ele-mentos destas forças de seguran-ça que Constança Urbano de Sou-

sa quer afectar, até ao final do próximo ano, a funções operacionais.

De acordo com dados a que a Lusa teve acesso, só de refeitórios e messes da GNR e da PSP o Ministério da Ad-ministração Interna (MAI) vai libertar, em 2017, 532 elementos – 337 da GNR e 195 da PSP –, que representam um custo anual de mais de 12 milhões de euros. Está prevista a abertura de um concurso público para a concessão dos refeitórios a entidades privadas.

A ministra mandou fazer um levan-tamento exaustivo sobre o número de polícias e militares em funções buro-cráticas e verificar quem poderia ser desafectado.

Segundo a estimativa realizada, 50 desses elementos poderiam já passar para novos serviços ainda neste ano. “O que é importante é que as forças de

Merkel, que tem en-frentado críticas na Alemanha devido

à sua política de acolher re-fugiados, também acentuou ao Sueddeutsche Zeitung que o seucpaís e a UE vão precisar de paciência e perseverança para lidar com a migração de pessoas para a Europa.

“Há temas políticos cujas consequências não apreen-demos de imediato, mas fi-cam registados de facto pelas

pessoas naquele determinado momento, e na Alemanha nós ignoramos tanto o problema por tempo demais quanto bloqueamos a necessidade de se encontrar uma solução pan-europeia”, declarou.

Numa pouco comum au-tocrítica, que parece ter sido programada para o aniversá-rio de um ano da sua famosa declaração “wir schaffen das”, ou “nós podemos fazer isso”, isto é receber todos os refu-

giados que quiserem ir para a Alemanha, Merkel frisou a necessidade de colaboração de todos os países integrantes da União Europeia, para aju-dar a resolver, ou pelo menos minorar, o problema.

A outra razão para a au-tocrítica está relacionada com as previsíveis derrotas do partido conservador que líder nas duas eleições re-gionais do próximo mês, em grande parte por causa das

políticas para os refugiados cuja presença em grande nú-mero desagradam à maioria dos alemães

“Rejeitamos uma distri-buição proporcional de refu-giados, frisou declarando que no ano passado, a Alemanha recebeu a maior parte dos mais de um milhão de refu-giados que vieram do Oriente Médio e da Ásia para a UE.

JTM com agências

PORTUGAL

600 polícias deixam secretariase vão para funções operacionaisCom o número do efectivo policial a reduzir anualmente e sem verbas para muitas admissões, a ministra da Administração Interna prevê a transferência de agentes colocados em serviços não policiais, nas secretarias e nas messes

segurança cumpram o seu objectivo pri-mordial, que é zelar pela segurança de pessoas e bens e não o cumprimento de tarefas burocráticas”, sustenta o MAI.

Antes de Constança Urbano de Sousa, outros ministros, a começar por António Costa quando tutelou a Admi-nistração Interna (de 2005 a 2007), mani-festaram intenção semelhante.

Houve vários estudos e propostas, in-cluindo projetos de alteração legislativa, que permitiriam reduzir esse número, que está actualmente estimado em cerca de 20% do efectivo (o mais elevado de toda a Europa). Ao longo dos anos, porém, pou-co ou nada aconteceu para alterar a situa-ção insustentável.

JTM com Lusa e imprensa

Em comunicado enviado à bolsa de Hong Kong, o ICBC, o maior banco do mundo em capitalização em bolsa e por depósitos, revelou que a taxa de incumprimento en-

tre os devedores, em Junho, subiu para 1,55%, acima do valor registado no mesmo mês do ano passado, de 1,50%.

A mesma nota detalha que, no primeiro semestre, os lucros do banco subiram 0,8%, em termos homólogos, para 150,66 mil milhões de yuan.

Os três outros gigantes estatais anunciaram também um aumento no crédito mal parado, à medida que Pequim recorre a crédito barato visando impulsionar o crescimento económi-co.

O Banco da China, o mais utilizado para troca de divisas estrangeiras, disse na terça-feira que a quantidade de crédito malparado subiu para 1,47%, no final de Junho, acima do va-

lor de 1,43% registado em dezembro 2015.Na semana passada, o China Construction Bank, o segun-

do maior credor do país, anunciou um aumento da taxa de incumprimento de 0,05%, para 1,63%, enquanto o Agricultural Bank of China fixou aquela cifra em 2,40%, ligeiramente acima do registado no ano passado.

No final do ano passado, o endividamento da China atin-giu os 168,48 biliões de yuan, o equivalente a 249% do Produ-to Interno Bruto (PIB), segundo estimativas da Academia de Ciências Sociais da China.

Segundo a mesma fonte, o maior risco reside no sector cor-porativo não financeiro, no qual a proporção da dívida em re-lação ao PIB é estimada em 156%, incluindo as dívidas contraí-das por mecanismos de financiamento dos governos locais.

JTM/LUSA

CHINA

Bancos anunciam aumento do crédito mal paradoOs quatro maiores bancos estatais chineses anunciaram um aumento do crédito mal parado, no primeiro semestre do ano, numa altura em que a economia chinesa cresce ao menor ritmo do último quarto de século

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 201612 JTM | DESPORTO

Costa Santos Sr*Especial para o JTM

A palavrae a assinatura…

É verdade: nunca como agora, o futebol português foi alvo das investidas dos “senhores do di-

nheiro”, desejosos de levar para os seus clubes os valores mais altos que por cá foram trabalhados. E os clubes portu-gueses, verdade se diga, bem desejosos estavam dessa vinda e dos milhões de euros que trazem nos bolsos, impor-tantes para dar sentido à existência dos cofres, até aqui mais ou menos vazios.

Mas, no meio deste embrulhada toda, dos que querem sair a todo o custo, aliciados por um contrato super e impossível de fazer em Portugal, há outros que, com vínculo contratual es-tabelecido há seis meses e com elevada subida da massa salarial – sempre rela-tivizando com as capacidades dos clu-bes e do próprio país -, com uma cláu-sula de rescisão que estabelece o valor da desvinculação EM QUALQUER AL-TURA, defendem-se com empresários que sonham com as comissões e man-dam às malvas os tais vínculos assina-dos há meses…

O que se tem assistido revela a me-diocridade em que vivemos: mesmo com assinatura e com cláusula de resci-são, tudo isso vale zero quando um clu-be da estranja acena com “migalhas”.

Julgo que chegou a altura de bater o pé aos agiotas que não respeitam a hon-ra da sua assinatura!

Os casos de Adrien (Sporting) e Rafa (Sporting de Braga) são os que alimen-tam a polémica, com empresários pelo meio. O mais grave foi desvendado, agora, pelo presidente do Lyon: “o em-presário português, Jorge Mendes, an-dou a oferecer, no sorteio da Liga dos Campeões, Adrien. Ora, se Jorge Men-des não trabalha com o Sporting e já não é o representante de Adrien, estava a trabalhar para quem?

C.S.

CRONIQUETA

Com os olhos postos na qualifica-ção para o Mundial da Rússia, a selecção portuguesa dá hoje

os primeiros passos para, na próxima deslocação à Suíça, na próxima ter-ça feira, já com os pontos a merecer a atenção de todos, a “máquina” estar o mais afinada possível para trazer de volta a vitória que todos esperam e acreditam!

Verdade que, dos heróis de França, irão faltar cinco: Cristiano Ronaldo, Viei-rinha, Anthony Lopes e Renato Sanchez (lesionados) e Ricardo Carvalho, com o futuro indefinido entre o continuar ou pôr ponto final na carreira. Poderá pare-cer que se está a encarar o confronto com a Suíça de forma algo displicente, mas tal não corresponde à verdade. A ausên-cia de Ronaldo – claramente o mais me-diático pela sua capacidade e valor – é fruto de uma temporada passada de car-ga máxima, temporada que já terminou, como todos vimos, em condições físicas muito precárias logo, entrar já em “alta rotação”, não é aconselhável. Se tiver-mos em conta que nem no Real Madrid actuou, entenderemos perfeitamente a sua dispensa da selecção.

O adversário desta noite – a selecção de Gibraltar – terá sido o adversário es-colhido “à medida” para este “ensaio” e o ideal para Fernando Santos fazer as possíveis alterações mantendo, espera--se, o mesmo sistema de jogo.

Antes do confronto, toda a comitiva irá à Câmara Municipal do Porto, onde o Presidente da República, Marcelo Rebe-lo de Sousa, presidirá ao acto solene de condecorar os “heróis de França” com

LIGA PORTUGUESA

Primeiro ensaio pós titulo europeuSerá hoje, no Bessa, que Fernando Santos e seus “meninos”, entrarão em campo para o primeiro jogo oficial depois do histórico Europeu de França. Mas antes, todos receberão as condecorações a que fizeram jus. Amanhã… todos serão “senhores comendadores”!

a Ordem do Mérito, outorgando-lhes o título honorífico de “Comendadores”. Realce-se que os jogadores lesionados, Ronaldo incluído, estarão presentes na cerimónia.

Este acto já teve início na recepção feita logo após o Europeu, mas dado o número elevado de condecorações e respectivos certificados, só agora é pos-sível a sessão solene para a entrega das insígnias.

“Nada interferirá no nosso trabalho”

Voltando às quatro linhas, ontem foi guarda redes Eduardo, o jogador escolhido para se apresentar na sala de imprensa e responder as questões dos jornalistas.

No momento ao rubro que vai domi-

nando o futebol português, com um as-sédio nunca antes visto aos jogadores de craveira acima da média – os campeões europeus e não só – e com alguns, ainda, a não ter a sua situação resolvida, não deixa de ser pertinente saber-se se tal an-siedade perturba, ou não, os jogadores.

Eduardo, que já assinou pelo Chel-sea, foi categórico: “A janela de transfe-rências e alguma indefinição que ainda possa existir, não perturba nada, não afecta o rendimento dos jogadores. É uma situação que faz parte da nossa vida e à qual já estamos habituados.”

Quanto à falta de Ronaldo “a equipa tem que saber responder às ausências do Cristiano. Estamos preparados para isso.”

*Jornalista profissionalespecializado em desporto

Governo da Região Administrativa Especial de MacauServiços de Saúde

ANÚNCIO

Concurso Público Nº 40/P/16

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os AssuntosSociais e Cultura, de 12 de Agosto de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação dos serviços da reparação e manutenção das Unidades Resfriadoras de Líquidos «Chiller» e das Unidades de Bomba de Calor de Fonte da Água dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 31 de Agosto de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos (junto ao Centro de Apoio a Doentes) do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 5 de Setembro de 2016, às 10,00 horas, para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso.

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 6 de Outubro de 2016.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 7 de Outubro de 2016, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional” do Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP151.200,00 (cento e cinquenta e uma mil e duzentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 25 de Agosto de 2016

O Director dos Serviços, Substituto, Cheang Seng Ip

Governo da Região Administrativa Especial de MacauServiços de Saúde

ANÚNCIO

Faz-se saber que no concurso público n.º 38/P/16 para o «Fornecimento e Instalação de Um Sistema Automático de Aviamento de Medicamentos aos Serviços de Saúde», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 32, II Série, de 10 de Agosto de 2016, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 4.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo.

Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, e também estão disponíveis no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Serviços de Saúde, aos 25 de Agosto de 2016.

O Director dos Serviços, SubstitutoCheang Seng Ip

Direcção dos Serviços de Finanças

EDITAL

COBRANÇA DO IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOS RESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2015

Faz-se saber que, nos termos do nº 4 do artigo 58º, do Regulamento do Imposto Complementar de Rendimentos, aprovado pela Lei nº 21/78/M, de 9 de Setembro, com a nova redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 37/84/M, de 28 de Abril, que durante o mês de Setembro próximo, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau destes Serviços para a cobrança do referido imposto.

Mais se faz saber que, tratando-se de colecta superior a $3.000,00 (três mil patacas), a mesma pode ser paga em duas prestações vencíveis em Setembro e Novembro, de harmonia com o disposto no artigo 57º do mencionado Regulamento, com a nova redacção que lhe foi dada pela Lei nº 4/90/M, de 4 de Junho.

Aos 2 de Agosto de 2015.

O Director dos Serviços,Iong Kong Leong

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | OPINIÃO 13

• • • CARTOON • • •

JTM/DN

JOSÉ BANDEIRA

Dito

“Se Macau tiver um bom sistema de transportes, por exemplo, um Metro, então as pessoas não vão precisar [da Uber]”

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

01/09/1996

É PRECISO ESTARATENTO A 1997O governador de Macau afirmou sexta-feira em Lisboa, que os resi-dentes no Território e o Governo português vão estar atentos à trans-ferência da soberania de Hong Kong para China no início de 1997. Rocha Vieira falava à saída de um encon-tro com António Guterres, na resi-dência oficial do Primeiro-Ministro, em Lisboa, que durou cerca de uma hora, referindo que o Governo vai “acompanhar com muito interes-se a transferência de Hong Kong”, embora o processo seja diferente da transição de Macau para a China, em 1999. O Governador de Macau, que terá ainda encontros, durante a actual estadia em Lisboa, com o Pre-sidente da República (PR) e o minis-tro dos Negócios Estrangeiros, mos-trou-se optimista em que o processo de transição de Macau para a China decorra num clima de “estabilidade e confiança no futuro”. Salientando o “apoio empenhado” da República Portuguesa nas questões de Macau, traduzidas nas frequentes conver-sas com o PR e membros do Gover-no, Rocha Vieira frisou que “as eta-pas estão a ser cumpridas”. Porém “nunca estamos satisfeitos a 100 por cento”, observou Rocha Vieira. Na ocasião, o Governador de Macau anunciou ter convidado o bispo de Setúbal, D. Manuel Martins, a visi-tar o Território, cumprindo um so-nho expresso por aquele dignitário da Igreja Católica. Rocha Vieira re-feriu, a propósito, que “a presença da Igreja em Macau é importante”, mostrando alguma preocupação pelo facto de padres com idade mais avançada estarem a abandonar o Território nestes últimos anos da so-berania portuguesa.

MACAU NA FILDE PEQUIMA Sexta Feira Internacional do Livro de Pequim abriu sexta-feira com mais de 93 mil títulos publicados em cerca de 30 países e regiões, en-tre as quais Macau. Iniciada há 10 anos com o patrocínio do governo chinês, a Feira Internacional do Li-vro de Pequim é oficialmente des-crita como um símbolo da política de “reforma económica e abertura ao exterior” lançada no final da dé-cada de setenta por Deng Xiaoping. O stand do Instituto Cultural de Macau – um dos quatro mil editores ali representados – exibe 170 títulos publicados nos últimos anos no Ter-ritório, desde o “Guia Jurídico da Família” à tradução chinesa de “Os Maias”, de Eça de Queiroz. A Feira Internacional do Livro de Pequim, realizada de dois em dois anos, de-corre até dia 4 de Setembro.

Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal

Melinda Chan citada pelo “Ponto Final”

Só uma certeza: o Brasil é grande

Michael Reid, que é colunista da The Economist e foi corres-pondente da revista britânica

no Brasil, tem um novo livro, recém-pu-blicado em Portugal. “Brasil – A Espe-rança e a Deceção” é o título. E resume bem não só os anos recentes como o que tem sido a história do país. Não por aca-so, Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo e foi Presidente da República, disse uma vez que se havia um padrão brasileiro era o de “primeiro a esperan-ça, depois a desilusão”.

Vale a pena falar de Fernando Hen-rique Cardoso, o social-democrata que

antecedeu Lula da Silva. Hoje é reco-nhecido o seu papel-chave na estabili-zação da economia brasileira, pondo fim ao mal crónico da inflação.

Depois, Lula, o metalúrgico que che-gou a presidente à quarta tentativa, teve o mérito de não pôr em causa os alicer-ces económicos em nome da revolução, mas antes aproveitar a crescente rique-za para tirar milhões e milhões da po-breza através de políticas sociais como o Fome Zero. No último ano de Lula presidente, o Brasil cresceu 7,5%.

Com a sucessora Dilma veio a desa-celeração, primeiro, e a recessão, depois. A crise económica e a crise política, com o caos que hoje se testemunha e que não faz nada bem à imagem do país.

Mas o Brasil é o quinto maior país do mundo, o quinto mais populoso também e não deixa de ser a sétima maior economia. Quando se é grande – e sê-lo hoje é mérito de D. Pedro I

porque o Império impediu o estilha-çar à maneira da América espanhola – tudo é possível, até uns Jogos Olím-picos de sucesso. A mesma The Eco-nomist em que Reid escreve fez um dia uma capa com o Cristo Redentor a descolar. Depois outra como se o lançamento tivesse falhado. Não sur-preenderá se um dia voltar ao tema e festejando o êxito brasileiro.

Mas se o país é grande, e o povo também, já a classe política brasileira tem de provar que não é o bando de corruptos que toda a gente diz em tom de conversa de café.

É uma generalização e, como tal, injusta, mas cabe aos melhores mostra-rem que o Brasil é mesmo um país de futuro, como já notara o austríaco Ste-fan Zweig.

Como português, torço para que aconteça.

JTM/DN

ANTÓNIOMARQUES DA SILVA*

CALHAUS ROLADOS

Sou um incondicional fã das músicas - da sua voz doce, serena e firme- e das letras de Chico Buarque de Hollanda. Ele, com Zeca ou Adriano, e mais uns

tantos, são a minha companhia quando preciso de afastar o medo de ter medo.

Domingo, um daqueles dias em que me apetece ficar só, fechar os olhos e pensar. Ouço o “Fado Tropical” que Chico escreveu em 1964, em plena ditadura militar e donde retirei a frase que dá título a esta crónica e penso a Cidade.

Esta cidade que cheguei a amar. Olho ao redor e vem--me à cabeça o “Ensaio sobre a Cegueira” de José Sarama-go. A cegueira alastra impiedosa. A ganância e a soberba são as mesmas do tempo das vacas gordas. As obras de Santa Engrácia continuam em passo de caracol sorvendo dinheiros públicos. Os verdadeiros problemas das pessoas são ignorados, branqueados ou varridos para debaixo do tapete. Tudo isto perante uma ensaiada bonomia que faz eriçar os cabelos e destrambelha os nervos.

E aí está a segunda versão, de 1978 (a primeira de 1975 foi censurada pela ditadura brasileira e apenas editada em Portugal), da canção “Tanto Mar” que Chico Buarque de-dicou à Revolução do 25 de Abril em Portugal e cuja letra me permito dedicar a Macau e compartilhar aqui convosco

(porventura não com todos, mas seguramente com aqueles que amam esta terra), assim como que com um cheirinho de alecrim:

Foi bonita a festa, páFiquei contenteE inda guardo, renitenteUm velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, páMas certamenteEsqueceram uma sementeNalgum canto do jardim

Sei que há léguas a nos separarTanto mar, tanto marSei também quanto é preciso, páNavegar, navegar

Canta a primavera, páCá estou carenteManda novamenteAlgum cheirinho de alecrim.

Olhando para o presente, o futuro próximo de Macau não me deixa tranquilo, sinceramente. Mas, como “atrás de tempos, tempos vêm”, acredito que, quando os ventos do Norte soprarem mais fortes, esta terra ainda vai cum-prir seu ideal.

Aliás parece que já há alguns passarões a bater a asa.*Jurista.

LEONÍDIOPAULO FERREIRA*

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Filomena Naves

Quinta-feira, 01 de Setembro de 201614 JTM | LAZER

• • •AMBIENTE

O primeiro grande navio a cruzar o ÁrticoAs alterações climáticas abriram a Passagem do Noroeste e um grande cruzeiro com cerca de 1700 pessoas a bordo já se fez ao mar... e aos gelos. Há muitos críticos deste novo luxo

Já atravessaram o estrei-to de Bering, e no último fim de semana acostaram

a Ulukhaktok. Esta pequena aldeia de Nunavut de 400 ha-bitantes, no Alasca canadiano, marca, justamente, o início da etapa mais ansiada – e também mais perigosa – da viagem do Crystal Serenity, o primeiro grande navio de cruzeiros, com 13 andares e capacidade para 1700 pessoas (incluindo mais de 650 tripulantes), que se aventura no oceano Ártico através da rota Northwest Passage (a Passagem do Noroeste), antes só acessível a quebra-gelos e navios mais pequenos. A nova rota é uma consequência do degelo oceâni-co naquela região polar, causado pelas alterações climáticas.

Esta viagem de estreia do Crystal Serenity, porém é tudo menos pacífica.

Meticulosamente preparado ao longo de três anos, o cruzeiro largou de Anchorage, no Alasca, no dia 17 de Agosto e tem che-gada prevista a Nova Iorque, do lado oposto da América do Nor-te, a 17 de Setembro, depois de atravessar todo o Ártico, tocar a Gronelândia, Boston e Newport, em Rhode Island.

A etapa crucial, afinal o principal destino deste cruzeiro que prometeu aos seus quase mil passageiros avistamentos de ursos-polares, de morsas e de baleias, é a da travessia da Passagem do Noroeste, que está agora a iniciar-se e onde os perigos, sob a forma de gelos submersos ou eventuais tem-

pestades, são uma possibilidade muito real. Por mais seguro que o Crystal Serenity seja, não é um navio construído com o objec-tivo de fazer face aos gelos do Ártico.

Por isso, a preparação da viagem levou cerca de três anos e a empresa proprietária do na-vio apostou tudo na segurança, incluindo no aluguer de um pequeno quebra-gelos equipa-do com dois helicópteros, que acompanha a navegação do princípio ao fim, para o que der e vier.

Há, no entanto, quem criti-que a decisão de fazer este cru-zeiro por motivos de seguran-ça, como o antigo comandante da marinha de costa Robert Papp, actual representante es-pecial dos Estados Unidos para o Ártico, que à Radio Canada International (RCI) se mostrou preocupado em relação à ca-pacidade real de reacção a um acidente com um navio que transporta 1500 passageiros, numa zona onde o socorro é di-ficultado pelas suas condições extremas.

E, se a segurança é uma questão, não é a única. Na ou-tra face da moeda estão os pro-blemas ambientais e o impacto que uma travessia deste género pode causar numa região do planeta que até agora tem esta-do salvaguardada das intromis-sões humanas pelas duras con-dições que a caracterizam. Que impacto terá na vida selvagem local?- perguntam-se ambienta-listas e cientistas, preocupados não apenas com esta viagem em concreto, mas com as portas que ela pode abrir a cruzeiros regu-

lares na região. Está previsto, aliás, que o Crystal Serenity re-pita o cruzeiro no Verão de 2017.

Um dos cientistas que colo-cam a questão é Michael Byers, investigador no Ártico e pro-fessor na Universidade de Bri-tish Columbia. “Quando penso na possibilidade de dezenas de grandes navios de cruzei-ro virem a atravessar o Ártico canadiano todos os verões, fico preocupado”, afirmou à RCI. “Preocupo-me, por exemplo, com o impacto de um even-tual derramamento de com-bustível, ou com os efeitos do ruído do navio nos mamíferos marinhos, como as morsas ou as baleias”, sublinha, notando que os benefícios económicos deste tipo de cruzeiros para pe-quenas comunidades humanas locais não são relevantes.

Outra voz que se fez ouvir foi a da WWF, através de Ele-na Agarkova. Aquela dirigen-te ambientalista analisou os possíveis impactos da viagem e explica que o navio está obri-gado, por exemplo, a fazer os seus despejos de águas resi-duais a pelo menos 12 milhas náuticas ao largo da costa, para evitar a poluição nas comuni-dades costeiras. No entanto, afirma Agarkova, citada no jor-nal online irlandês The Journal, “esta viagem é simbólica das mudanças rápidas no Ártico, e não dispomos hoje dos regula-mentos necessários para redu-zir os riscos [deste tipo de ac-tividade] para a vida selvagem e as comunidades humanas na região, nem a capacidade ne-cessária para responder a um eventual acidente”.

Menos preocupados esta-rão os cerca de mil passageiros a bordo, que pagaram entre 18 mil euros e 153 mil euros por cabeça, mais um seguro obriga-tório de 45 mil euros para po-derem participar nesta viagem inaugural. “Os bilhetes esgota-ram em 48 horas”, assegurou o comandante do navio, o norue-guês Birger Vorland, ao canal local KTVA Alaska.

Também para este homem do mar, que há três décadas co-manda navios de cruzeiro, esta é uma viagem muito especial, um pouco como um tributo ao seu pioneiro compatriota, Roald Amundsen, o primeiro que fez esta travessia, entre 1903 e 1906. Mas, nota, “nós vamos fazê-la em 32 dias e com muito mais conforto”.

JTM/DN

• • • ROTEIRO

Número de Socorro 999Bombeiros 28 572 222PJ (Linha aberta) 993PJ (Piquete) 28 557 775PSP 28 573 333Serviços de Alfândega 28 559 944Hospital Conde S. Januário 28 313 731Hospital Kiang Wu 28 371 333CCAC 28 326 300IACM 28 387 333DST 28 882 184Aeroporto 88 982 873/74Táxi 28 283 283Táxi 28 939 939Água - Avarias 28 990 992Telecomunicações - Avarias 28 220 088Electricidade - Avarias 28 339 922Directel 28 517 520Rádio Macau 28 568 333Macau Cable 28 822 866Clube Militar de Macau 28 714 000ANIMA 28 715 732

• • • CÂMBIOS - Info BNUPATACA COMPRA VENDAUS DÓLAR 7.93 8.03EURO 8.97 9.08YUAN (RPC) 1.189 1.212A programação é da responsabilidade das estações emissoras

CINETEATROS2 Nerve14:30 • 18:00 • 19:30 • 21:30

S3 The Letter19:15

TORRE DE MACAUSuicide Squad (3D)14:30 • 16:45 • 19:15 • 21:30

GALAXYNerve14:30 • 16:30 • 18:45 • 20:00 • 20:45 • 22:45

War Dogs14:35 • 16:45 • 18:25 • 19:00 • 22:15

Lights Out21:15 • 23:05

Ben-Hur (3D)14:20

Suicide Squad (3D)14:50 • 16:20 • 19:30 • 23:45

The BFG (3D)16:30

21:00HBO

Shooter

• • • TELEFONES ÚTEIS

CANAL MACAU13:00 TDM News (Repetição) 13:30 Telejornal RTPi (Diferido) 14:45 RTPi Directo 18:15 Mentes Criminosas Sr.10 (Repetição) 18:59 Separador 19:00 O Caçador (El Cazador) - Repetição 19:50 Água de Mar 20:30 Telejornal 21:00 TDM Talk Show 21:40 The Toque 12 Sr.2 - Estreia 22:10 O Caçador (El Cazador) 23:00 TDM News 23:30 Conversa da Treta 00:05 Telejornal (Repetição) 00:35 RTPi Directo

30 FOX SPORTS13:00 Bundesliga 2016-17 Special Shows 13:30 Sport Confidential 14:00 Bundesliga 2016-17 Clubs 15:00 UFC Epics 16:45 FOX SPORTS GOLD 17:00 Dutch Eredivisie 2016-17 Weekly Highlights 18:00 Bundesliga 2016-17 Clubs 19:00 MotoGP World Championship 2016: Highli-ghts 20:00 (LIVE) FOX SPORTS Centra 20:30 Bundesliga 2016-17 Weekly 21:00 2 Wheels 21:30 Bundesliga Club Guide 22:30 FOX SPORTS Central 23:00 Road To The Octagon 00:00 UFC Epics

31 FOX SPORTS 213:00 MLB Express Kansas City Royals vs Miami Marlins 13:30 IAAF World U20 Championships

2016 15:30 Gillette World Sport 16:00 US Senior Open Championship 2016 Day 4 18:00 PGA Tour Highlights 2016 19:00 MLB’s Best 19:30 MLB Express Kansas City Royals vs Miami Marlins 20:00 2016 AFC Champions League Shanghai SIPG vs Jeonbuk Hyundai 21:45 2016 AFC Champions League FC Seoul vs Shandong Luneng FC 23:30 MLB Express Kansas City Royals vs Miami Marlins 00:00 PGA Tour Highlights 2016

40 FOX MOVIES11:25 Cymbeline 13:10 Star Wars: Episode V 15:20 Me And Earl And The Dying Girl 17:10 Kingsman: The Secret Service 19:20 Hitman: Agent 47 21:00 Tomorrowland 23:15 Unstoppable

41 HBO12:00 The Gambler 13:50 The Gunman 15:40 True Colors 17:30 The Spongebob Movie 19:05 The Age Of Adaline 21:00 Shooter 23:05 Ballers S206: Saturdaze 23:35 Vice Principals 00:05 Outbreak

51 DISCOVERY CHANNEL12:40 World’s Top 5 13:30 Dual Survival 14:20 How Do They Do It? 14:45 How It’s Made 15:10 FutureWeapons 3 16:00 World’s Top 5 16:50 Kindig Customs 17:40 How Do They Do It? 18:05 How It’s Made 18:30 How It’s Made: Dream Cars 19:20 World’s Top 5 20:10 Dual Survival 21:00 Fast N’ Loud 21:50 Extreme Car Hoarders 22:40 Street Outlaws 23:30 Dual Survival

54 HISTORY13:00 Ancient Aliens 14:00 Hangar 1: The UFO Files 15:00 UFO Hunters 16:00 Ancient Aliens 18:00 Missing In Alaska 19:00 Ancient Aliens 20:00 In Search Of Aliens 21:00 Iron & Fire 22:00 Swamp People 23:00 Mountain Men 00:00 Iron & Fire

62 AXN13:00 Cyril: Rio Magic 14:00 The Voice 14:50 Wipeout 15:40 Falling Skies 16:30 The Amazing Race 17:20 American Ninja Warrior 18:10 Criminal Minds: Suspect Behavior 19:05 Hawaii Five-0 20:00 Contraband 22:00 Blue Bloods 22:55 The Blacklist 23:50 Blue Bloods 00:45 Cyril: Rio Magic - Episode 1

82 RTPI13:30 Manchetes 14:01 Literatura Aqui 14:29 Destino: Portugal 14:54 Hora dos Portugueses - 2016 Best Of (Diários) 15:08 Portugueses Pelo Mundo 15:53 Rota da Flor 16:07 O Preço Certo 17:00 3 às 10 17:30 Got Talent Portugal 18:20 Filhos da Nação 18:48 Arq 3 19:03 Os Nossos Dias 19:46 Hora dos Portugueses - 2016 Best Of (Diários) 20:00 Jornal da Tarde 21:21 Visita Guiada 22:10 Portugueses Pelo Mundo 22:56 Retroescavadora 23:14 Castelos e Palácios da Europa

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Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 JTM | LAZER 15

• • •TELEVISÃO

Com pai empresário e multimilio-nário e um avô combatente na Resistência Francesa, viu a sua

vida mudar com Seinfeld. A estrela de Veep, “menina querida” da academia dos Emmys, está a um passo de bater recor-des a 18 de Setembro

Trinta e quatro anos de uma carreira ligada ao humor; prémios atrás de pré-mios; um curriculum vitae com mais de uma dezena de filmes e quase 20 proje-tos televisivos – entre os quais programas icónicos como Seinfeld, Os Simpsons ou Saturday Night Live; a presença garan-tida nas cem figuras mundiais mais in-fluentes de 2016 da revista Forbes. Não é à toa que Julia Louis-Dreyfus é conside-rada por muitos como uma das melhores e mais bem-sucedidas comediantes de sempre.

Mas não só. A cerimónia dos Emmys deste ano, que se realiza a 18 de setem-bro em Los Angeles, pode tornar-se uma noite de múltiplos recordes para a atriz norte-americana de 55 anos. Aquela que é uma das “meninas queridas” da Acade-my of Television Arts & Sciences –é a co-mediante mais nomeada de sempre, com um total de 15 indicações – pode fazer história, a dobrar, se vencer o galardão

• • • E AINDA

Com pai empresário e multimilionário e um avô combatente na Resistência Francesa, viu a sua vida mudar com Seinfeld. A estrela de Veep, “menina querida” da academia dos Emmys, está a um passo de bater recordes a 18 de Setembro

de Melhor Atriz Principal numa Série de Comédia por Veep, a sitcom política que protagoniza desde 2012 na pele de Seli-na Meyer, uma vice-presidente, e conse-quente presidente, norte-americana.

De que forma? Será a primeira mulher a conseguir ganhar este galardão pelo quinto ano consecutivo e a única atriz a vencer seis Emmys para Atriz Principal de Comédia – Julia Louis-Dreyfus tem outra vitória nesta categoria, com a série The New Adventures of Old Christine. A conseguir o feito, bate o recorde detido há anos por Mary Tyler Moore e Candice Bergen.

Um inegável percurso de êxito que é tão fruto do seu talento como da sua

paixão pelo humor – é que Julia Louis--Dreyfus podia ter feito da sua vida o que quisesse. Nascida no seio de uma família abastada em Nova Iorque, a atriz é filha de Gérard C. Louis-Dreyfus, empresário franco-americano de sucesso e presidente da Louis Dreyfus Energy Services, a mul-tinacional agrícola de produção e distri-buição alimentar. Um negócio de família, iniciado pelo trisavô da atriz, Léopold Louis-Dreyfus, que o fundou em 1851 e que levou o pai da estrela de Veep a ser dono de um império avaliado em 3,4 mil milhões de dólares, segundo a Forbes. Ainda do lado paterno da família, Pierre Louis-Dreyfus, o avô da atriz, foi comba-tente da Resistência Francesa durante a II

Um fenómeno do humor no feminino

Chris Brown detido por suspeita de agressãocom arma de fogoO cantor Chris Brown foi detido pela polícia de Los Angeles e levado para a esquadra por estar indiciado de agressão com arma de fogo. A detenção, noticiada pela NBC, foi o culminar de uma operação policial que durou várias horas e mobilizou dezenas de agentes que cercaram a habitação do músico enquanto decorreram negociações. A polícia foi chamada ao local através de um telefonema para o número de emergência, no qual uma mulher afirmou que Brown estava a ameaçá-la com uma arma de fogo. O cantor, que tem um historial de violência doméstica publicou vídeos na sua conta no Instagram dizendo que estava a ser falsamente acusado e a criticar a atitude dos agentes policiais.

Gisele Bundchen é a modelomais bem paga desde 2002A supermodelo brasileira Gisele Bundchen permanece como a modelo feminina mais bem paga no mundo, com um rendimento anual de 30,5 milhões de dólares. Aos 35 anos, a modelo ganha mais dinheiro do que qualquer outra modelo desde 2002 e subiu ou manteve o nível salarial dos acordos com a Chanel, Carolina Herrera e Pantene. Em segundo lugar ficou a também brasileira Adriana Lima, com 10,5 milhões de dólares. Modelo da Victoria’s Secret há muito tempo, ela trabalha com Maybelline e com os relógios IWC. Em terceiro lugar ficaram a jovem Kendall Jenner, do clã Kardashian, com 10 milhões, em parte por causa das parcerias com Estée Lauder e Calvin Klein e a norte-americana Karlie Kloss, que, segundo a “Forbes” teve mais campanhas do que qualquer outra modelo na lista. A estreante com mais êxito no ranking foi Gigi Hadid, que ficou em quinto lugar.

Miranda Kerr mostraas curvas em campanhada BONDSA supermodelo australiana, de 33 anos, posou na praia com uma prancha de surf e, numa das imagens, acompanhada de dois modelos masculinos, revelando a sua sensualidade e boa forma físic na nova campanha de biquinis da australiana BONDS. «A Miranda é a quintessência da rapariga australiana, com um estilo de vida saudável e activo e ligado à praia. Estamos muito entusiasmados por trabalhar novamente com ela», disse Emily Small, directora de marketing da BONDS. Miranda Kerr posou pela primeira vez para a marca australiana em 2002, então com apenas 19 anos, e, no ano passado, posou para a campanha do centenário da BONDS.

Nuno Cardoso

Guerra Mundial.A norte-americana que ganhou a sua

estrela no Passeio da Fama em 2010, e que esteve de férias neste verão em Portugal, aquando a vitória do Euro 2016, era ainda bebé quando os seus pais se divorciaram. Foi da parte da mãe, a escritora e pro-fessora Judith Bowles, que Julia ganhou uma meia-irmã também conhecida – a atriz da série True Blood Lauren Bowles.

Focada desde cedo na representação, formou-se em Teatro na Universidade de Northwest, no estado de Illinois, e come-çou a trabalhar logo de seguida. Tinha 21 anos quando venceu o casting para inte-grar Saturday Night Live, onde desem-penhou dezenas de personagens entre 1982 e 1985.

E se foi por esta altura que conheceu o marido, o ator Brad Hall – com quem está casada desde 1987 e com que tem dois fi-lhos –, foi neste programa que conseguiu a senha para entrar em Seinfeld, a série de comédia de maior êxito de sempre e que acabaria por lhe mudar a vida, na pele da eterna Elaine. O homem em questão foi Larry David, argumentista em Saturday Night Live e cocriador da trama, em con-junto com Jerry Seinfeld.

A fortuna que detém hoje, de 177 mi-lhões de euros, deve-a, em grande parte, ao sucesso de Seinfeld e ao dinheiro que ainda recebe pelo volume de vendas e repetições televisivas de que a série, emi-tida originalmente de 1990 a 1998, tem. E pensar que Julia Louis-Dreyfus esteve a um passo de não entrar na sitcom: o episódio-piloto não continha qualquer personagem feminina – essa foi uma con-dição exigida posteriormente pela NBC.

Mulher-forte da política na ficção, é apoiante de Hillary Clinton na corrida às presidenciais norte-americanas que se avizinham. E até diz que há semelhanças entre a candidata democrata e a sua per-sonagem em Veep. JTM/DN

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Barco naufragado não foi retiradoO trânsito marítimo junto ao Terminal Marítimo Porto Exterior, onde naufra-gou uma embarcação de obras continuou ontem a ser controlado uma vez que a operação de resgate se prolongou porque o barco naufragado estava preso na lama. Apesar de terem sido enviadas duas embarcações para retirar o barco da água, o objectivo não foi alcançado, tendo as águas turvas dificultado as opera-ções, que chegaram a ser suspensas. Recorde-se que o barco em causa estava a reparar um pilar de iluminação, quando a grua se partiu e causou o naufrágio.

16 JTM | ÚLTIMA Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016 • Fecho da Edição • 00:00 horas

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DSA

MA

Em Macau e Hong Kong, a Uber seguiu a estratégia de chegar ao mercado, com “voz grossa”. E como não havia legislação que permi-tisse esta actividade (é dos livros que “a sociedade está sempre um passo à frente do Direito”) tratou de exigir a sua alteração.

Não deu. Entendendo que as normas jurídicas “são gerais e abstractas”, o Exe-cutivo local fez orelhas mou-cas às pretensões da empre-sa internacional e mandou aplicar a lei em vigor.

Sabe-se agora que na China, houve diferente es-tratégia.

Certamente por acaso, a lei foi alterada antes da Uber dar de si. Quando chegou, falou baixo e meses mais tarde vendeu as suas opera-ções ao aplicativo de trans-porte chinês Didi Chuxing. Ontem mesmo, este assinou acordos de cooperação com 50 companhias locais de tá-xis, num total de 1,8 milhões de taxistas, em 380 cidades e de condutores privados, em 400.

Um sucesso. Feito à ma-neira chinesa!

ENPASSANTJosé Rocha Diniz

À maneirachinesa!

CTM e Federação dos Operários reforçam parceriaA Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) e a Federação das Asso-ciações dos Operários de Macau (FAOM) assinaram ontem um memorando de entendimento com vista ao desenvolvimento dos serviços de prestação de cuidados de saúde, renovando assim a sinergia entre as duas partes. Segundo a operadora, o acordo prevê que a CTM providencie contas de email e ser-viços de “backup” dos serviços médicos electrónicos prestados nas clínicas da FAOM. O acordo vai também permitir “melhorar a eficácia do serviço e reduzir a pressão dos recursos humanos”. De acordo com o director-executivo da empresa, Vandy Poon, o desenvolvimento do sistema médico electrónico traduz-se num “marco simbólico” na realização da estratégia “Digital Macau”. “Tendo vir a crescer em conjunto com a sociedade de Macau ao longo de 35 anos, a CTM compromete-se a integrar a filosofia de devolver os benefícios à sociedade”, frisou o responsável.

Jogos da Síria em Macau sem confirmaçãoO jogo entre a Síria e a Coreia do Sul previsto para a RAEM já não se vai rea-lizar no território. Com data marcada para 6 de Setembro e como parte da fase final de qualificação asiática para o Mundial de 2018, será agora realizado noutro local, porque segundo a agência sul-coreana Yonhap, a Associação de Futebol de Macau ainda não chegou a acordo com a selecção da Síria. Assim, e tendo em conta a proximidade temporal a Associação da Coreia do Sul está em conversações com a Confederação Asiática de Futebol para encontrar uma solução para o jogo da próxima semana. Em declarações à Rádio Macau, a As-sociação de Futebol local disse ainda ser possível que os restantes quatro jogos da Síria sejam realizados no território se chegarem a acordo.

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CTM