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I UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de fevereiro de 1808 Monografia Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo peso a termo em uma maternidade de referência de Salvador Daniela Protásio Mota Salvador (Bahia) Maio, 2016

Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de ... · Daniela Protásio Mota Salvador (Bahia) Maio, 2016 . II FICHA CATALOGRÁFICA . III ... Doutora Priscila Pinheiro Ribeiro

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo

peso a termo em uma maternidade de referência de Salvador

Daniela Protásio Mota

Salvador (Bahia)

Maio, 2016

II

FICHA CATALOGRÁFICA

III

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de

baixo peso a termo em uma maternidade de referência de

Salvador

Daniela Protásio Mota

Professor orientador: Priscila Pinheiro Ribeiro Lyra

Coorientador: Lícia Maria Oliveira Moreira

Monografia de Conclusão do

Componente Curricular MED-B51/2015.2,

como pré-requisito obrigatório e parcial

para conclusão do curso médico da

Faculdade de Medicina da Bahia da

Universidade Federal da Bahia, apresentada

ao Colegiado do Curso de Graduação em

Medicina.

Salvador (Bahia)

Maio, 2016

IV

Monografia: Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo

peso a termo em uma maternidade de referência de Salvador, Daniela Protásio

Mota.

Professor orientador: Priscila Pinheiro Ribeiro Lyra

Coorientadora: Lícia Maria Oliveira Moreira

COMISSÃO REVISORA:

Priscila Pinheiro Ribeiro Lyra, Professora do Departamento de Pediatria da

Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia

Denise dos Santos Barata, Professora Departamento de Ginecologia Obstetrícia e

Reprodução humana da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da

Bahia

Lisia Marcílio Rabelo, Professora do Departamento de Saúde da Família da

Faculdade da Universidade Federal da Bahia.

Lara de Araújo Torreão, Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade

de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.

Membro suplente: Lícia Maria Oliveira Moreira, Professora do Departamento

de Pediatria da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.

TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO:

Monografia avaliada pela Comissão Revisora, e julgada apta à

apresentação pública no IX Seminário Estudantil de Pesquisa

da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, com posterior

homologação do conceito final pela coordenação do Núcleo de

Formação Científica e de MED-B60 (Monografia IV).

Salvador (Bahia), em ___ de _____________ de 2016.

V

“Não são as quedas nem as derrotas que fazem

o fracasso de um homem, mas sim, a sua falta

de coragem para levantar e seguir adiante”

Samael Aun Weor

VI

À Deus pela dádiva da vida

Aos meus pais pelo que sou

Á minha irmã por tudo que me ensinou.

VII

EQUIPE

Daniela Protásio Mota, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA.

Priscila Pinheiro Ribeiro Lyra, Professora da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA;

Lícia Maria Oliveira Moreira, Professora da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA;

Maurício Cardeal, Professor do Instituto de Ciência e Saúde ICS/UFBA

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)

Maternidade Climério de Oliveira (MCO)

FONTES DE FINANCIAMENTO

1. Recursos próprios.

VIII

AGRADECIMENTOS

A minha Professora orientadora, Doutora Priscila Pinheiro Ribeiro Lyra,

por aceitar o desafio de me orientar e ajudar, por todas as críticas valiosas e

principalmente pela paciência ao longo de quase dois anos.

Ao Professor Maurício Cardeal pelas brilhantes colocações e ajuda valiosa

À Coorientadora, Doutora Lícia Maria Oliveira Moreira, pelo apoio

As Doutoras, Denise dos Santos Barata, Lisia Marcílio Rabelo e Lara de

Araújo Torreão, membros da Comissão Revisora desta Monografia, pelo apoio.

À Médica Neonatologista Maria Fernanda Simas Souza, pela ajuda na

construção da pesquisa.

A minha amiga e colega, Danielle Darrieux Sarzeda, verdadeira

companheira de luta e trabalho, sem a qual este trabalho seria muito mais difícil de ser

realizado.

1

SUMÁRIO

ÍNDICE DE QUADROS E TABELAS 02

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 03

I. RESUMO 04

II. OBJETIVOS 05

III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 06

IV. METODOLOGIA 12

V. RESULTADOS 13

VI. DISCUSSÃO 17

VII. CONCLUSÕES 21

VIII. SUMMARY 22

IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23

X. APÊNDICE

Apêndice I: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 25

Apêndice II: Questionário complementar 26

Apêndice III: Comprovante de envio do projeto ao CEP 28

Apêndice IV: Parecer Consubstanciado do CEP 29

2

ÍNDICE DE TABELAS

TABELAS

TABELA 1. Fatores de risco não modificáveis para o nascimento de RN de

baixo peso a termo entre Junho de 2014 e Março de 2015 na

Maternidade Climério de Oliveira.

TABELA 2. Características do parto de recém-nascidos a termo de baixo

peso na Maternidade Climério de Oliveira entre Junho de 2014 e

Março de 2015

18

19

TABELA 3. Fatores de risco modificáveis para o nascimento de RN de baixo

peso a termo entre Junho de 2014 e Março de 2015 na Maternidade

Climério de Oliveira

20

TABELA 4. Dados descritivos dos RN de baixo peso a termo entre Junho de

2014 e Março de 2015 na Maternidade Climério de Oliveira 21

TABELA 5. Características dos RN de baixo peso a termo entre Junho de

2014 e Março de 2015 na Maternidade Climério de Oliveira.

22

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BPN: Baixo Peso ao Nascer

CEP: Comitê de Ética e Pesquisa

DHEG: Doença Hipertensiva Específica da Gestação

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana

MCO: Maternidade Climério de Oliveira

OMS: Organização Mundial de Saúde

RCIU: Restrição do crescimento intra-uterino

RNBP: Recém-Nascido Baixo Peso

RNBPT: Recém-nascido de Baixo Peso a Termo

TORCHS: Toxoplasmose, Outras doenças, Citomegalovírus, Herpes e

Sífilis

UFBA: Universidade Federal da Bahia

UTI: Unidade de Terapia Intensiva

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I. RESUMO

Fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo peso a termo

em uma maternidade de referência de Salvador. O baixo peso ao nascer é

importante indicador de saúde de uma população e fator de grande influência na

determinação da morbimortalidade neonatal. Sua gênese está envolvida com a

prematuridade e a restrição do crescimento intra-uterino. Os fatores de risco para a

ocorrência de baixo peso foram classificados de acordo com o potencial de

redutibilidade em modificáveis e não modificáveis pela atuação do setor saúde.

Objetivo: Descrever os fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo

peso a termo nas genitoras, no período entre Junho de 2014 e Março de 2015,

analisando-os segundo seu potencial de redutibilidade. Métodos: Estudo seccional do

tipo descritivo que avaliou genitoras de recém-nascidos a termo de baixo-peso da

Maternidade Climério de Oliveira, na cidade do Salvador, Bahia, Brasil, entre Junho de

2014 e Março de 2015. A partir do preenchimento dos questionários e a análise dos

prontuários foram coletados dados específicos para atender aos objetivos propostos.

Resultados: Foram pesquisadas 73 genitoras e seus recém-nascidos. Houve predomínio

de genitoras residindo na cidade de Salvador (84%). Sobre a faixa etária das genitoras,

houve prevalência do grupo com idade inferior a 19 anos (18%), e superior a 35 (28%),

Nota-se ainda a elevada incidência de abortamentos prévios (22%) e primigestação

(49%). Dentre as entrevistadas 94% referiu algum tipo de assistência pré-natal, 49% da

amostra realizou número mínimo de seis consultas. A comorbidade mais referida

durante a gestação foi Infecção do Trato Urinário (ITU) presente em 34% da amostra,

seguido por Doença hipertensiva Específica da gestação em 22%. Conclusão: Nota-se a

elevada incidência de fatores de risco modificáveis através de ações de promoção e

diagnóstico em saúde Este projeto é um adendo do projeto original "Associação entre

Baixo Peso ao Nascer e Infecções", aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

da Maternidade Climério de Oliveira.

Palavras chave: Fatores de risco, baixo peso a termo Recém-nascido.

5

II. OBJETIVOS

PRINCIPAL:

Descrever os fatores de risco para o nascimento de recém-nascidos de baixo peso a

termo presentes nas genitoras da amostra, no período entre Junho de 2014 e Março de

2015.

ESPECÍFICOS:

1. Indicar a frequência dos fatores de risco para o baixo peso de acordo com o

potencial de redutibilidade pela ação do setor saúde; classificando-os em:

a) Não- modificáveis: "idade < 19 ou > 35 anos", "primiparidade", “grande

multiparidade”, “abortamentos prévios” e “RN de sexo feminino"

b) Modificáveis: - Comorbidades maternas: Infecção do trato urinário, leucorréia,

doenças hipertensivas, diabetes, infecção TORCHS, tabagismo, etilismo, uso

de drogas ilícitas durante a gestação. - Assistência pré-natal: Ausência de

assistência pré-natal, número de consultas insuficiente, não realização de

sorologias durante a gestação.

2. Determinar as características dos recém-nascidos da amostra estudada.

6

III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O peso ao nascer é determinado por um conjunto de fatores biológicos e sociais, e

considerado importante preditor na saúde do concepto. O recém-nascido de baixo peso é

definido pela Organização Mundial de Saúde como todo neonato com peso inferior a

2500g ao nascer, independente da idade gestacional (1,2). Esses neonatos podem ser

prematuros (menos de 37 semanas de gestação) ou a termo (entre 37 e 42 semanas de

gestação). Crianças prematuras e com baixo peso ao nascer apresentam risco de

mortalidade até 85% superior a crianças nascidas com peso e idade gestacional

adequados. (3,4,)

Crescimento intra-uterino caracteriza-se por uma sequência que compreende o

desenvolvimento de tecidos e órgãos, diferenciação celular e maturação. Apesar de

vários fatores estarem envolvidos nesse processo, sabe-se, que, no início do

desenvolvimento embrionário, o genoma fetal é o maior determinante de crescimento.

Com o decorrer da gestação, outros fatores tornam-se importantes preditores desse

processo, principalmente a oferta materna de substrato, transferência placentária desses

nutrientes e pelo potencial de crescimento presente no genoma do concepto(5,6)

O baixo peso pode ser consequência de um curto período gestacional

(prematuridade), ou da restrição do crescimento intra-uterino (RCIU). Estas, podem

culminar em consequências imediatas - aumento da mortalidade e morbidade perinatais,

ou tardias -, deficiências nutricionais, processos patológicos e distúrbios de crescimento. (4,5) Além disso, o BPN é um dos fatores mais importantes na determinação da morbi-

mortalidade neonatal. Vários estudos têm demonstrado uma associação entre a restrição

do crescimento intrauterino (RCIU), o BPN e as doenças na vida adulta, como doenças

cardiovasculares, hipertensão arterial e doenças metabólicas, particularmente o Diabetes

Mellitus tipo 2 (DM2). Um risco 10 vezes maior de síndrome metabólica foi

considerado em adultos com baixo peso ao nascimento e na infância (5,6).

As taxas de baixo peso ao nascer (BPN) são muito variáveis nas diversas regiões do

mundo, nota-se, contudo uma maior incidência nos países menos desenvolvidos. Este

dado associa-se a condições socioeconômicas desfavoráveis e menor assistência

perinatal às genitoras. Dessa forma, países desenvolvidos da Europa, como Itália,

França, Portugal, Suíça, Suécia, Noruega, Irlanda e Espanha, a porcentagem de BPN

varia entre 4 a 5% dos nascimentos. Nos Estados Unidos esta taxa é de 7,6%, porém

com variação de 13,1% na população negra e 4,8% na branca4. As maiores proporções

são as da Índia (33,0%) e as de Bangladesh (50,0%)3. Na América Latina e Caribe, o

valor médio é de 9,0%. No Brasil, em 2013, a média de BPN foi de 7,9%, sendo a maior

porcentagem no Estado do Rio de Janeiro e a menor em Roraima . Em geral, nos países

desenvolvidos estas taxas são principalmente decorrentes de partos prematuros,

observados em dois terços dos nascimentos de crianças com BPN. Para os países em

desenvolvimento, esta ocorrência se deve, na maioria das vezes, ao retardo de

crescimento intra-uterino.(7,8)

7

A determinação da condição de baixo peso ao nascer é processo reconhecidamente

complexo que atende a modelo multicausal e envolve diferentes fatores de risco. Em

países desenvolvidos, estudos realizados em casuísticas apropriadas e utilizando

adequadas técnicas multivariadas de análise têm apontado diversas condições maternas

— relacionadas a aspectos sócio-econômicos, história reprodutiva, comorbidades

específicas, etilismo, hábito de fumar, uso de drogas ilícitas e assistência pré-natal —

como fatores que elevariam significativamente a probabilidade de baixo peso ao nascer. (8, 9,10)

. Na metanálise realizada por Kramer (8) as características materno-fetais foram

divididos nos seguintes grupos: fatores de ordem genética e constitucional; demográfica

e psicossocial; fatores obstétricos, nutricionais, fatores de morbidade materna durante a

gestação, exposição à agentes tóxicos, e de assistência pré-natal. Estes fatores podem

ser únicos, ou resultado da associação entre si.e podem ser classificados como fatores de

risco modificáveis e não-modificáveis. (7,8,10)

Fatores de risco para baixo peso ao nascer não modificáveis:

Diversos fatores inferem diretamente na constituição do concepto, nas curvas de

crescimento e no ganho ponderal. Fatores genéticos e constitucionais referem-se às

características inerentes ao feto e seu genoma, e são determinantes nas diversas fases do

crescimento intra-uterino. O sexo feminino é apontado em inúmeros estudos como fator

de maior associação ao nascimento de conceptos baixo peso quando comparado a recém

nascidos de sexo masculino nas mesmas condições. Crianças cujos genitores possuem

peso/altura menores que as curvas padrão, apresentam maior tendência à ocorrência de

baixo-peso, por apresentarem potenciais genômicos para tal. Anomalias genéticas, como

cromossomopatias e malformações congênitas, mostraram-se ainda importantes

preditores na ocorrência de RNBP.(7,8)

Os fatores demográficos e psicossociais maternos influenciam direta e

indiretamente nas características da gestação e na incidência de baixo peso. O status

socioeconômico, nível de escolaridade e a situação conjugal relacionam-se diretamente

com o crescimento intra-uterino do concepto. A idade materna é apontada ainda como

importante fator na propensão de possíveis situações de risco para a ocorrência de

restrição do crescimento intra-uterino e prematuridade. Sabe-se que há uma maior

frequência de resultados adversos nas mulheres com gravidez nos extremos da vida

reprodutiva. A idade materna menor que 19 ou maior que 35 anos foi elucidada como

importante fator que isolada ou separadamente influi na gênese do baixo-peso. (4,5)

Adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde, compreende a faixa entre

dez e 19 anos e caracteriza-se pelo desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo.

Neste período a mulher passa por importantes mudanças corporais e emocionais. O

risco aumentado de parto pré-termo e RNBP pode ser explicado pelo baixo peso

materno anterior à gestação, ganho ponderal insuficiente, conflitos familiares e

existenciais que retardam a procura pela assistência pré-natal, maior incidência de

anemia e infecções e incompleto desenvolvimento nos órgãos reprodutivos, que podem

8

acarretar insuficiência placentária, prejudicando as trocas materno-fetais com o risco

aumentado. (5)

O BPN é o fator mais importante, associado à mortalidade e morbidade perinatais,

quando se avalia o desfecho da gravidez, além de ser o indicador isolado mais

importante de morbimortalidade infantil. Estudos demonstram que a incidência de BPN

é mais que o dobro em adolescentes em relação às mulheres adultas, e que a mortalidade

neonatal (zero a 28 dias) é quase três vezes maior, além de risco muitas vezes maior de

morbimortalidade no primeiro ano de vida. (5, 6)

Em relação à gravidez em mulheres com idade superior aos 35 anos, existe um

conceito geral acerca de um maior risco obstétrico. Isto seria decorrente tanto da própria

senescência ovariana quanto da frequência aumentada de doenças crônicas em mulheres

nessa faixa etária, notadamente a hipertensão arterial e diabetes mellitus, que

sabidamente acarretam riscos potenciais para a gravidez. (6,7)

A história gestacional da genitora é importante determinante na análise do baixo-

peso ao nascer. Alguns fatores obstétricos são bastante descritos na literatura como de

relação direta com o BP. A primigestação é descrita como importante fator associado ao

baixo peso e prematuridade. Ressalta-se que a primeira gestação é muitas vezes

concomitante com outrso fatores de risco, tais como baixa idade materna, peso materno

insuficiente ao engravidar, baixa escolaridade, insegurança, tentativas de aborto entre

outros. Além disso, ressalta-se que nas primeiras gestações há um maior despreparo das

genitoras sobre os cuidados e medidas necessárias na gestação.

A presença de grande multiparidade (cinco gestações ou mais) é considerado fator

de risco para o nascimento de um concepto de BP. Esse fato deve-se a possíveis fatores

a exemplo do menor intervalo interpartal (menor que 2 anos), perda de elasticidade e

afinamento do miométrio. A presença abortos prévios espontâneos ou natimortos,

destaca-se ainda como importante determinante na morbi-mortalidade neonatal. Isso

porque o fator etiológico envolvido na gênese desse processo tem maior probabilidade

de se repetir. Os abortamentos provocados destacam-se pelo alto índice de complicações

e cicatrizes remanescentes. Fibroses, cinéquias, insuficiência do colo e perfurações

uterinas destacam-se como possíveis sequelas que influem diretamente no crescimento

intra-uterino.

Fatores de risco para baixo peso ao nascer modificáveis:

Conforme descrito, inúmeros fatores influem diretamente na oferta de substrato ao

concepto. Entretendo, destaca-se, que a maior parte dos agentes envolvidos na gênese

do baixo peso são considerados evitáveis. Isso porque o baixo peso é muitas vezes

consequência de fatores modificáveis relacionados à saúde materna e à assistência pré-

natal. O tratamento das comorbidades envolvidas na gênese da restrição do crescimento

intra-uterino, em muitos casos pode se dar mediante a adoção de medidas relativamente

simples, visando melhorar a qualidade da assistência perinatal e assegurar o acesso à

saúde.

9

A morbidade materna no período gestacional, relaciona-se diretamente com

alterações no organismo da mulher, que a tornam mais susceptível a algumas

comorbidades em especial. Além disso, ressalta-se que doenças de menor impacto

durante a vida tem, muitas vezes, maior repercussão durante a gestação. As infecções do

trato urinário e vaginal, por exemplo, devem ser diagnosticadas e tratadas ainda que

assintomáticas. Este fato deve-se a elevada associação de infecções gênito-urinárias às

complicações gestacionais e restrição do crescimento do concepto.

As doenças sistêmicas podem agravar condições acometam a genitora. que

determinarão a saúde e o crescimento do concepto. bem como a ocorrência de

comorbidades a exemplo de hipertensão arterial, diabetes, repercussão direta na oferta

de suprimento placentário, e consequente influencia no desenvolvimento fetal.

Em função da sua elevada prevalência e risco, destacam-se em nosso meio, as

síndromes hipertensivas na gestação. Segundo pesquisa realizada na Clínica Obstétrica

da Faculdade de Medicina da USP no decorrer de quatro anos, o RCIU esteve presente

em 25% dos recém-nascidos com mães hipertensas. Essa incidência elevada está

relacionada ao comprometimento vascular placentário, com consequente queda no fluxo

útero-placentário e hipóxia crônica. Estas são determinantes para a gênese do

crescimento intra-uterino retardado e baixo peso ao nascer. A Doença Hipertensiva

Específica da Gestação (DHEG) pode ser caracterizada pela presença de infartos

placentários e consequente restrição significativa a superfície vilositária de trocas,

evidenciando o potencial comprometimento que esta patologia traz ao concepto. (4, 8, 20)

O diabetes mellitus destaca-se ainda como um importante fator na gênese de

malformações congênitas e RCIU. Nesses casos, há comprometimento vascular no sítio

de implantação placentária e diminuição do fluxo útero-placentário. Dessa forma, o

diagnóstico e acompanhamento de possíveis vasculopatias diabéticas são importantes

preditores da saúde neonatal(4,11).

Destacam-se ainda, as causas placentárias de retardo de crescimento, a exemplo das

insuficiências útero-placentárias, amniorexis prematura, e descolamento precoce de

placenta envolvem normalmente condições de restrição na oferta de substrato e

consequente redução do crescimento intra-uterino e/ou prematuridade. A análise das

patologias placentárias contribui de forma significativa para a compreensão do retardo

do crescimento intra-uterino. A associação de diagnósticos clínicos com alterações

anatomopatológicas determinam, em muitos casos, a provável origem do retardo do

crescimento intra-uterino. A avaliação do peso da placenta, nesse contexto, permite uma

melhor categorização e classificação da placenta de acordo com o esperado para a idade

gestacional, possibilitando assim determinar a ocorrência de acometimento placentário. (20)

As infecções congênitas são responsáveis por 5 a 10% do total das causas

conhecidas de RCIU. Estas podem ser provocadas por vírus, bactérias, protozoários ou

fungos. Dentre as infecções virais, encontram-se bem estabelecidas aquelas geradas pelo

vírus da Rubéola, Citomegalovírus, HIV, Herpes e Hepatite. O vírus da Rubéola

10

diminui a velocidade de multiplicação celular durante a organogênese por

comprometimento do endotélio capilar. O Citomegalovírus leva à citólise e a necroses

localizadas. Com relação às infecções bacterianas, a tuberculose aparece como causa

comprovada de RCIU. A sífilis, por outro lado, não teve seu mecanismo bem elucidado,

e parece determinar um processo inflamatório vascular e perivascular da placenta,

prejudicando assim o crescimento intra-uterino por disfunção placentária. Das infecções

por protozoários, sabe-se que a toxoplasmose aguda é um das causas de RCIU(8).

A exposição a agentes tóxicos durante a gestação possui elevada associação com a

ocorrência de baixo peso. Em países desenvolvidos, o uso de tabaco e outras drogas é

posto como um dos principais fatores na prematuridade. (Kramer, 1985). O álcool é um

importante agente teratogênico e, portanto, compromete o crescimento do concepto.

Estima-se que o consumo de álcool diário capaz de comprometer o feto seja em torno de

duas doses diárias. O álcool e seu principal metabólito, o acetaldeído, comprometem a

circulação útero-placentária, prejudicando, dessa forma, o desenvolvimento fetal. Nesse

contexto, uma paciente etilista deve ser orientada sobre os possíveis riscos para a sua

gestação, assim como deve ser disponibilizado, durante o pré-natal, uma equipe

multidisciplinar que possa acompanhar a evolução dessas pacientes. (8)

Em países desenvolvidos, o fumo é uma das causas mais importantes de RCIU.

Sabe-se que a redução do peso ao nascer está relacionada ao número de cigarros

consumidos por dia, havendo, em média, uma diminuição de 250g no peso de recém-

nascidos de mães que fumaram cerca de 20 cigarros por dia durante a gestação. A

agressão ao crescimento fetal ocorre mais comumente no final do segundo e durante o

terceiro trimestre da gestação. Ainda permanece controverso o mecanismo pelo qual o

fumo leva a RCIU, sabendo-se que o tabaco diminui a ingestão materna de nutrientes,

além de prejudicar a diferenciação do genoma fetal. Entretanto, diversos são os

mecanismos que podem gerar retardo no crescimento fetal, a ação da nicotina diminui o

fluxo sanguíneo placentário devido ao aumento da resistência vascular periférica ou,

ainda, a redução da oxigenação proporcionada ao feto decorrente da formação de

carboxiemoglobina (monóxido de carbono ligado covalentemente à hemoglobina).

Características nutricionais a exemplo do tipo de alimentação, uso de

suplementação vitamínica, e controle do ganho de peso durante a gestação, determinam

a oferta materna adequada de substrato fetal. A ingestão calórica e o ganho de peso

adequado são determinantes no crescimento e desenvolvimento do concepto. (8,9)

Devido aos inúmeros fatores que podem afetar o desenvolvimento do concepto

durante a gestação, o acompanhamento obstétrico adequado no pré-natal é de suma

importância, já que é capaz de detectar diversas alterações de crescimento fetal. Uma

assistência de qualidade tem como tarefa fundamental diagnosticar, tratar e prevenir as

possíveis causas de RCIU. Dessa forma, o nível de cuidado pré-natal é caracterizado

como importante fator na gênese do baixo peso. O acesso das gestantes ao

atendimento pré-natal de qualidade, no nível de complexidade necessário e em

tempo oportuno são determinantes no diagnóstico e intervenção de possíveis

11

comorbidades.

A assistência pré-natal tem como objetivo assegurar o nascimento de uma criança

saudável, reduzindo-se tanto quanto possível os riscos para a mãe. Toda a assistência

embasa-se na prevenção, identificação e tratamento de possiveís comorbidades. Para tal,

são necessários consultas regulares, de início precoce, e que objetivem: estimar a idade

gestacional precisa, identificar gestações de risco, diagnóstico e terapêutica adequados,

educação e comunicação com os pais e a avaliação constante do estado de saúde da mãe

e seu concepto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o acompanhamento pré-natal

como a realização de consultas médicas durante a gravidez, nas quais o médico realiza a

avaliação global da gestante e também do crescimento do bebê. Além disso, são

realizados diversos exames laboratoriais. Todas essas ações têm como objetivo detectar

e tratar precocemente doenças ou condições que possam exercer efeitos danosos na

saúde da mãe e/ou do bebê. Preconiza-se em suas diretrizes número mínimo de seis

consultas pré-natais. Estas devem iniciar o mais precocemente possível (até a 12ª

semana de gestação), e ser preferencialmente distribuídas da seguinte maneira: uma no

primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no último trimestre (nas crianças a

termo). A maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação dos riscos

perinatais e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como

trabalho de parto prematuro, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito

fetal. A necessidade de um acompanhamento frequente, bem como a intervenção

precoce e eficaz evitam os retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave,

morte materna ou perinatal.

12

IV. METODOLOGIA

1. DESENHO DO ESTUDO

Trata-se um estudo de seccional de caráter descritivo.

2. AMOSTRA

A população do estudo foi selecionada através da análise do Livro de Registro de

Nascimentos e constituída por todas as genitoras de recém-nascidos a termo de baixo-

peso, nascidos na Maternidade Climério de Oliveira (MCO), na cidade do Salvador,

Bahia, Brasil,no período de Junho de 2014 a Março de 2015, que concordaram em

participar da pesquisa.

a) CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: Genitoras de qualquer faixa etária, e

seus conceptos, nascidos na Maternidade Climério de Oliveira (MCO). Idade

gestacional entre 37 e 42 semanas e RN de baixo peso (inferior a 2.500g), que

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a

estimativa da idade gestacional foram utilizados a Data da Última Menstruação

(DUM), os índices de Capurro Somático e Ballard.

b) CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO: Presença demúltiplas malformações

congênitas, recém-nascidos gemelares e natimortos.

3. INSTRUMENTO DE PESQUISA

O instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário específico, não validado,

construido para os propósitos dessa pesquisa (APÊNDICE 1). Taambém foram

coletados dados de informações de seus prontuários. Estes foram utilizados para

preencher dados referentes aos objetivos propostos, ressaltando-se, portanto, perfil do

pré-natal da gestante, dados do recém-nascido e itens referentes à epidemiologia:

4. MÉTODOS ESTATÍSTICOS

As informações coletadas foram arquivadas em um banco de dados utilizando o

programa “Excel 7.0 for Windows”. Uma vez que a amostra coincide com a população

alvo, os dados foram analisados descritivamente através das estatísticas no mesmo

programa. Foram calculadas as freqências absolutas e relativas dos fatores de risco,

constantes na ficha de pesquisa e não foram calculadas estatísticas inferenciais, uma vez

que não houve seleção aleatória dos sujeitos da pesquisa, e consequentemente não foi

possível a estimativa não enviesada do erro padrão.

5. ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa é um adendo do projeto "Associação entre Baixo Peso ao Nascer e

Infecções Perinatais”, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Maternidade

Climério de Oliveira (MCO) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Março de

2014 (ANEXO 2), sob o número 24589114.8.0000.5543, tomando por base a Resolução

de 19 de outubro de 1996 que trata dos aspectos legais referentes à pesquisa

13

V- RESULTADOS

De Junho de 2014 a Março de 2015, nasceram na Maternidade Climério de Oliveira

253 recém-nascidos debaixo-peso (<2500g ao nascer). Destes, 80 foram considerados

elegíveis para a pesquisa, por serem a termo (entre 37 semanas e 41 semanas e seis dias

de gestação). Foram excluídos seis gemelares e um recém-nascido com inúmeras

malformações. Desta forma, o grupo foi constituído por 73 recém-nascidos a termo de

baixo-peso. Em relação ao local de procedência, ocorreu predomínio no município de

Salvador, 84% das genitoras.

A partir da análise descritiva dos dados maternos, nota-se um grupo de genitoras

com idade entre 15 e 44 anos, e média de 27-28 anos. Observou-se uma elevada

prevalência de genitoras com idade inferior a 19 anos (18%), e superior a 35 (28%),

fatores estes indicativos de maior risco gestacional (TABELA 1).

Sobre os antecedentes obstétricos, 36 (49%) genitoras entrevistadas referiram estar

na primeira gestação, 51% afirmou estar na segunda gestação ou mais, dentre as quais,

sete, (11% do total) foram consideradas grandes multíparas (cinco gestações ou mais).

Quando questionadas sobre abortos prévios, 16 (22%) genitoras afirmaram já ter sofrido

algum tipo. (TABELA 1).

No grupo dos Neonatos, houve uma predominância no sexo feminino: 45(63%) dos

recém-nascidos.

TABELA 1. Fatores de risco não modificáveis para o nascimento de RN de baixo

peso a termo entre Junho de 2014 e Março de 2015 na Maternidade Climério de

Oliveira.

Variável Frequência

Absoluta (n=73)

Frequência

Relativa (%)

Idade da genitora (n)

15 a 19 anos 13 18%

20 a 34 anos 43 54%

35 a 44 anos 17 28%

Número de filhos

Primigesta 36 49%

Pequena Múltipara 30 41%

Grande Múltipara 07 10%

Abortos Prévios

Sim 16 22%

Não 57 78%

Sexo

Feminino 45 61,6%

Masculino 28 38,4%

14

Quanto aos dados do parto encontrados no grupo, houve uma maior prevalência de

parto do tipo normal vaginal 57,5% do grupo. A apresentação foi predominantemente

cefálica (91% dos casos). (Tabela 6).

TABELA 2. Características do parto de recém-nascidos a termo de baixo peso na

Maternidade Climério de Oliveira entre Junho de 2014 e Março de 2015.

Variável Frequência

Absoluta (n =73)

Frequência

Relativa (n=73)

Tipo de parto

PSNV 42 57,5%

PSAC 31 42,5%

Apresentação do RN

Cefálica 67 91%

Pélvica 06 9%

Sobre os dados pré-natais, 69 (94,5%) gestantes realizaram algum tipo de

acompanhamento pré-natal.O número máximo de consultas pré-natais foi 14, e a média

esteve entre cinco e seis. Dentre as que realizaram pré-natal apenas 34 (49%) genitoras

tiveram número mínimo de seis consultas. Centro primário de atenção foi o local da

assistência para a maioria das gestantes 48(66%), enquanto apenas 21 (30%) foram

assistidas em serviço especializado. Sobre os exames sorológicos recomendados na

gestação, apenas 32 (43,5%) gestantes realizaram ao menos um grupo de sorologia

TORCHS de forma completa na gestação. (TABELA 2).

Quando interrogadas sobre a ocorrência de comorbidades durante a gestação, 50

(68%) genitoras referiram alguma das afecções questionadas.Infecção do trato urinário

foi a mais frequente, diagnosticado em 25 (34%) genitoras da amostra. Doença

hipertensiva específica da gestação foi à segunda, presente em 17 (23%) gestantes,

seguida por leucorréia em 11 (15%). Diabetes Mellitus não foi referido por nenhuma

das gestantes pesquisadas. Uso de drogas foi relatado por 17% das entrevistadas..

Dentre as que realizaram sorologias TORCHS durante a gestação, 11 (15,1%) genitoras

apresentaram algum resultado positivo, demonstrando infecção ativa gestacional. Sífilis

foi o diagnóstico infeccioso mais prevalente, presente em seis das 11 gestantes

infectadas (TABELA 3).

15

TABELA 3. Fatores de risco modificáveis para o nascimento de RN de baixo peso a

termo entre Junho de 2014 e Março de 2015 na Maternidade Climério de Oliveira.

Variável Frequência

Absoluta (n)

Frequência

Relativa (%)

Infecção do Trato Urinário (ITU) 25 34,2%

Leucorréia 12 15%

Síndromes Hipertensivas

Doença Hipertensiva Específica da Gestação 16 21,9%

HAS prévia 02 3%

Uso de Drogas

Etilismo 11 15%

Tabagismo 05 7%

Drogas Ilícitas 03 4,1%

Sorologias TORCHS Positivas 11 15,1%

Uma sorologia 07 9,6%

Duas ou mais 03 4,1%

Pré-Natal

Sim 69 94,5%

Não 04 5,5%

Número de consultas

01 a 02 consultas 4 6%

03 a 05 consultas 31 45%

06 consultas 11 16%

07 consultas ou mais 23 33%

Sorologia TORCHS

Sorologias completas 1º Trimestre 17 23%

Sorologias completas 1 e 2º Trim. 15 20,5%

Sorologias incompletas 26 36%

Não realizou 15 20,5%

O peso ao nascer variou entre 1662 e 2496g, com média de 2280g. Houve uma maior

prevalência de conceptos com peso entre 2400g e 2499g, (41,1%), fato que justifica a

ocorrência de recém-nascidos adequados para a idade gestacional (AIG) a partir da

análise da curva do percentil 10 de no grupo. (TABELA 7).

16

TABELA 4. Medidas antropométricos dos RN de baixo peso a termo de Junho/14

a Março de 2015 na Maternidade Climério de Oliveira.

MENINAS MENINOS

Variável Média Intervalo Média Intervalo

Peso ao nascer 2279g (1662 a 2496g) 2254g (1662 a 2490g)

Estatura 45,5 cm (41 a 50 cm) 44,6 cm (40 a 48 cm)

Perímetro Cefálico 31,8 cm (29 a 35 cm) 32 cm (30 a 34 cm)

Perímetro Abdominal 30,0 cm (26 a 34 cm) 39 cm (28 a 33 cm)

Perímetro Torácico 29,4 cm (26 a 44 cm) 39 cm (25 a 38 cm)

O Apgar do 1º minuto teve média de 8,44, variando entre 3 e 10. O Apgar do 5º

minuto teve média de 9,28 no intervalo entre 5 e 10. Oito (11%) recém nascidos

precisaram de algum tipo de reanimação ao nascer. Em relação ao destino após o parto,

8 (11%) precisaram de internamento em UTI neonatal. A média de dias de internamento

foi de 5,6 dias. (Tabela 9).

TABELA 5. Caractéristicas dos recém-nascidos de baixo peso a termo na

Maternidade Climério de Oliveira entre Junho de 2014 e Março de 2015.

Variável Frequência

Absoluta (n=73)

Frequência

Relativa (%)

APGAR 1º Minuto

03 a 05 02 3,8%

06 a 07 10 13,7%

08 a 10 61 83,5%

APGAR 5º Minuto

03 a 05 01 1,3%

06 a 07 01 1,3%

08 a 10 71 97,3%

Reanimação

Sim 08 11%

Não 65 89%

Destino do RN pós-parto

Enfermaria 65 89%

UTI Neonatal 08 11%

17

VI- DISCUSSÃO

O presente estudo avaliou 73 gestantes cujos recém-nascidos foram considerados de

baixo-peso a termo no período compreendido entre Junho de 2014 e Março de 2015. A

avaliação de sua assistência pré-natal, e as repercussões ao seu concepto foram os alvos

deste trabalho. Os principais resultados alertam para a elevada prevalência de fatores de

para o nascimento de RN baixo peso no grupo estudado.

A orientação utilizada para se estabelecer os fatores de risco para o baixo-peso

baseou-se em informações da literatura, e possibilitou classificá-los em modificáveis e

não modificáveis. Além dos fatores envolvidos na condição de peso ao nascer, a

presente investigação incluiu o estudo das seguintes variáveis - maternas: cidade de

origem, e características do parto, dados dos recém nascidos.

A maioria das pacientes do estudo, 65%, foi procedente da cidade de Salvador. A

faixa etária das genitoras variou entre 15 e 44 anos, e a média de idade foi de 27,5 anos.

Para fins comparativos, as mulheres foram alocadas por idade,em três grupos: de 15 a

19 anos, de 20 a 34 anos e acima de 35 anos. A faixa de idade considerada ideal para

procriação varia entre 20 e 34 anos, e sua incidência no grupo estudado foi de xx%.

A frequência de partos em adolescentes verificada em nossa pesquisa foi de 18%.

Este dado é semelhante ao encontrado em outras literaturas, e reafirma a gravidez na

adolescência como importante fator de risco para RNBP (8,12) Sabe-se que mães muito

jovens têm maior risco de complicações pré e pós-parto. Isso pode ser explicado pela

maior frequência de outros fatores de risco associados tais como menor escolaridade,

situação conjugal instável e menor preparo psicológico das genitoras. Além disso,

destaca-se a falha em buscar a assistência pré-natal e em realizar o seguimento

adequado. Outros fatores relacionados à gravidez na adolescência são imaturidade do

sistema reprodutivo, uso frequente de fumo, drogas e álcool, risco de distúrbios

emocionais e má nutrição. Todos estes fatores são evidenciados como de risco

aumentado para ocorrência de retardo do crescimento intra-uterino e baixo peso ao

nascer.

Nota-se ainda a prevalência de 28% de mães com idade superior à 35 anos no

grupo analisado. Nesta faixa-etária, há uma maior prevalência de comorbidades

associadas a gestação. As genitoras que possuem idade superior a 35 anos, têm suas

gestações consideradas como de maior risco, e devem obrigatoriamente ter assistência

obstétrica especializada em suas consultas pré-natais.

Os antecedentes obstétricos representam preditores nas características da gestação

atual. No presente estudo, a avaliação de tal histórico permite notar a elevada taxa de

abortos prévios 22% das gestantes entrevistadas. Este dado é semelhante ao encontrado

na literatura, e caracteriza uma maior susceptibilidade dos recém-nascidos ao

desenvolvimento de restrição do crescimento intra-uterino e consequente baixo-peso nas

gestantes com passado de abortamento.

18

A primigestação, presente em 49% do total da amostra, é apontada em diversos

estudos como associada estatisticamente à RNBP. As razões explicativas da

primiparidade com maiores riscos para o RNBP ainda são pouco discutidas. Sabe-se

contudo, que uma série de fatores podem estar envolvidos neste mecanismo. A falta de

instruções em saúde à gestante, associada a ausência de desenvolvimento das estruturas

e órgãos maternos contribui em muitos casos para a oferta diminuída de substratos ao

concepto.

Grandes multíparas, mostrou-se uma variável associada ao maior risco de RNBP, e

esteve presente em 5% do número total analisado. Estes dados são semelhantes aos

encontrados por Costa e Gotlieb18 e Meiset al.19

No presente estudo houve um predomínio de pacientes do sexo feminino (61,6%),o

que corrobora com os mesmos achados de outros autores (Sbragia et al., 2004), e atribui

a esta variável uma maior associação com o baixo-peso. A associação entre sexo

feminino e baixo peso foi estatisticamente significativa em um estudo realizado em um

município do Paraná, sendo que as meninas representaram 1,25 vezes mais chance de

nascimento de baixo que os meninos. (17)

O tipo de parto que ocorreu com maior frequência nesta amostra foi parto normal

via vaginal, com taxa de 57,5%; a prevalência de RNBP foi maior entre aqueles recém-

nascidos de parto via vaginal do que de cesariana, havendo associação significativa

entre RNBP e parto normal, como encontrado por Silvaet al.(16) Uma possível

explicação para os resultados aqui encontrados seria o fato de que mães com menor

escolaridade acabam realizando com mais frequênciao tipo de parto normal.

Fatores de risco para baixo peso ao nascer modificáveis:

Nota-se que 50% das mães de RN nascidos de baixo peso a termo apresentaram

algum tipo de complicação na gestação atual. Infecção do trato urinário foi a mais

frequente, diagnosticado em 34% das genitoras da amostra. A infecção do trato urinário

é importante causa de corioamnionite, pode decorrer da penetração de microorganismos

provenientes do canal vaginal (infecção ascendente). Na maior parte dos casos, é

consequência de infecções do trato urinário ou vulvovaginites não tratadas

adequadamente. Está bem estabelecida a associação entre corioamnionite e restrição do

crescimento fetal (20). Dessa forma, é possível correlacionar a alta prevalência de Infeção

do Trato Urinário (ITU) e leucorréia na amostra estudada (15%) como um dos fatores

causadores de peso placentário inferior ao percentil 10. Ressalta-se ainda que a doença

hipertensiva específica da gestação influi diretamente na redução do peso placentário

através da redução do fluxo sanguíneo e aporte de oxigênio. Dessa forma, relaciona-se

ainda a elevada prevalência de genitoras hipertensas na amostra coma ocorrência de RN

PIG e com placenta pequena para a idade gestacional.

19

Salienta-se ainda a elevada prevalência de doença hipertensiva específica da

gestação, presente em 23% das gestantes.O conjunto das doenças hipertensivas foi

associado a inadequação do crescimento fetal, e a ocorrência de baixo peso ao nascer

em diversas literaturas(15). Dessa forma, esperaria-se que na amostra de RN baixo-peso,

como a estudada, houvesse maior prevalência de gestantes hipertensas.

Quando interrogadas sobre o uso de tabaco, álcool, ou drogas durante a

gestação, 17% das entrevistadas responderam ter feito uso. Quando comparado com

dados da literatura, o uso de álcool e outras drogas mostrou forte associação à restrição

do crescimento intra-uterino e baixo-peso. Sabe-se que o fumo na gravidez é

responsável por 20% dos casos de baixo peso ao nascer, e o etilismo, até 16%. (17)

No que diz respeito às características do pré-natal entre as mulheres estudadas,

94% das gestantes referiram algum tipo de assistência. Conforme estabelecido pelo

Ministério da Saúde (Ministério da Saúde, 2012), o pré-natal completo deve ter número mínimo de seis consultas e a realização de ao menos duas sorologias TORCHS. Na

amostra estudada, 49% das genitoras entrevistadas referiram assistência pré-natal com o

número mínimo preconizado.

Observa-se, contudo, que ainda com este índice, houve elevada porcentagem de

genitoras com subdiagnósticos, ou cujas comorbidades quando diagnosticadas não

foram tratadas de maneira adequada. A inadequabilidade na assistência pré-natal, por si

só, é um fator de risco para a gestante e o recém-nascido. O efeito da qualidade é

independente do número de consultas durante o pré-natal, sugerindo que, além de

estimular um aumento no número de consultas, deve-se buscar um aumento na

qualidade do pré-natal.

O percentual baixo de consultas pré-natais encontrado é semelhante ao verificado

em estudos realizados na mesma região demográfica, ratificando o problema vivenciado

pelos pacientes. Poucas consultas pré-natais levam à dificuldade no diagnóstico precoce,

piora do prognóstico e da evolução dos pacientes portadores de doenças congênitas bem

como a maior ocorrência de retardo do crescimento intra-uterino e baixo-peso (Melo et

al., 2013).

A partir da análise dos dados, nota-se ainda a falta de preparo de muitos

profissionais na realização das rotinas de pré-natal e suas orientações. Conforme

preconização do Ministério da Saúde, a realização de duas sorologias TORCHS está

indicada para todas as gestantes, foi verificada por apenas 20,5% do total estudado,

ratificando que a qualidade da assistência por vezes foi inadequada.

A média do peso ao nascer neste estudo foi de 2288g, com maior prevalênciade

peso (41,1%), na faixa de 2400g a 2499g. Quanto à classificação do peso conforme a

idade gestacional, foram classificados como pequenospara a idade gestacional os recém-

nascidoscom peso para a idade gestacional abaixodo percentil 10 da curva sexo-

específica pararecém-nascidos de partos únicos de Missouri,de 1989-1994. Assim, 86%

dos RN foram classificados como pequenos para a idade gestacional (PIG), fato este que

20

indica provável ocorrência de retardo do crescimento intra-uterino durante a gestação,

visto que todos os recém-nascidos da amostra analisada eram a termo. Dessa forma, foi

possível eliminar o viés da prematuridade no estudo da gênese do baixo-peso.

Quanto ao índice de Apgar, observou-se que valores menores do que oito

ocorreram no primeiro minuto, perfazendo 17,6% dos RN. Já, no quinto minuto, valores

na faixa de 8 a 10 representaram 97,3% do total dos RN. De acordo com a literatura, os

RN de BPN têm 11 vezes mais chance de apresentarem baixos índices de Apgar no

primeiro e quinto minuto de vida (17).Observou-se ainda que 11% dos recém-nascidos

precisaram de algum tipo de reanimação ao nascer e de internamento em UTI neonatal.

Este dado reflete a porcentagem da amostra que apesar da idade gestacional adequada,

cujos recém-nascidos apresentaram maiores graus de imaturidade fetal, indicando o

elevado grau de morbi-mortalidade encontrado no grupo.

Do ponto de vista da saúde pública, o conhecimento do risco relativo que um

determinado fator exerce sobre a condição de baixo peso ao nascer é fundamental na

orientação de ações preventivas e assistenciais. O presente estudo permite apontar para

a elevada incidência de fatores de risco potencialmente modificáveis pela ação os

setores de saúde entre as genitoras da amostra. Este dado reitera a necessidade do

aprimoramento e investimento em setores de prevenção e diagnóstico ás gestantes.

21

VII- CONCLUSÃO

1. Sobre os fatores de risco não modificáveis pela atuação do setor saúde,

nota-se: elevada incidência de genitoras com predomínio de idade nas

faixas extremas do período reprodutivo ≤ 19 (18%) e ≥ 35 (28%); alta

incidência de abortos prévios (22%) e primiparidade (49%) entre as

gestantes.

2. Houve predomínio de fatores de risco para baixo peso considerados

modificáveis pela atuação do setor saúde. Dentre os analisados, destaca-

se a elevada incidência de Infecção do Trato Urinário (34%) e Doença

Hipertensiva Específica da Gestação (22%). Observa-se ainda a elevada

incidência de gestantes com assistência pré-natal inadequada (51%) ou

ausente (6%).

3. A partir da análise do perfil clínico dos recém-nascidos, observa-se uma

maior prevalênciado sexo feminino (63%), e conceptos cuja estatura não

é adequada para a idade gestacional (35%). Na amostra, 11% dos RNs

precisaram de algum tipo de reanimação e internamento em unidade de

terapia intensiva.

22

VIII – SUMMARY

Risk factors for the birth of infants of low birth weight at term in a reference

maternity Salvador. Low birth weight is important indicator of health of a population

and influential factor in determining neonatal morbidity and mortality. Its genesis is

involved with prematurity and the restriction of intrauterine growth. The riscopara

factors the occurrence of low birth weight were classified according to the potential of

reducibility in modifiable and non-modifiable. Objective: To describe risk factors for

the birth of newborns of low birth weight at term in progenitors in the period between

June 2014 and March 2015. Methods: Cross-sectional study descriptive evaluating

progenitors of newborns term low-weight Maternity Climério de Oliveira in the city of

Salvador, Bahia, Brazil, between June 2014 and March 2015. From the completion of

the questionnaires and the analysis of the records were collected specific data to meet

the proposed objectives. Results: We studied 73 progenitors and their newborns.

Predominated progenitors residing in the city of Salvador (84%). About the age of

progenitors, there was prevalence of the group under the age of 19 years (18%) and over

35 (28%) Among the respondents 94% reported some type of prenatal care, 49% of the

sample held minimum of six consultations. The most reported comorbidity during

pregnancy was Urinary Tract Infection (UTI) present in 34% of the sample, followed by

hypertensive disease Specific pregnancy by 22%. Conclusion: Note the high incidence

of modifiable risk factors through promotion and diagnosis in health activities. This

project is an addition of the original project "Association between low birth weight and

infections" approved by the Research Ethics Committee (CEP ) Maternity Climério de

Oliveira.

Key words: risk factors, low weight newborn term.

23

IX- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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25

X-APÊNDICES:

APÊNDICE I. Termo de Consentimento livre e Pré-Esclarecido

26

APÊNDICE II. Questionário Baixo-peso e infecção:

27

28

ANEXO III. Comprovante de envio do projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa:

29

APÊNDICE IV- Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética e Pesquisa

30

31