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1 Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.7, n.7, p.1-15, jan/jun. 2016. FATORES QUE MOTIVAM E INIBEM A CRIATIVIDADE DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO Camila Lopes - Acadêmica do Curso de Administração do Centro Universitário ESTÁCIO/UNISEB Ribeirão Preto SP - [email protected] Bruna Nascimento Miarelli - Acadêmica do Curso de Administração do Centro Universitário ESTÁCIO/UNISEB Ribeirão Preto SP - [email protected] Breno Honório Tonin - Acadêmico do Curso de Administração do Centro Universitário ESTÁCIO/UNISEB Ribeirão Preto SP - [email protected] Antônio Nardi - Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo (FEA USP). Docente do Centro Universitário ESTÁCIO/UNISEB Ribeirão Preto SP - [email protected] Resumo O presente estudo tem como objetivo pesquisar fatores motivacionais e limitadores da criatividade entre alunos de diferentes cursos de graduação dentro de um centro universitário. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa. Participaram desta pesquisa 307alunos de diversos cursos de graduação. Foi utilizado como ferramenta de coleta de dados um questionário. Os dados coletados foram categorizados, tabulados em planilha do Excel e analisados com estatística simples. Verificou-se que a grande maioria dos alunos referiu ter ideias criativas relacionadas ao ambiente de trabalho; à faculdade; além de outros setores do cotidiano. Foram apontados pelos alunos vários fatores motivacionais, como: crescimento pessoal, inovação, família, trabalho e outros; e, diversos fatores inibidores, como: comodismo falta de tempo, falta de vontade e medo. Palavras-chave: Criatividade; Alunos de graduação; Fatores motivacionais; Fatores inibidores. Abstract This study aims to research motivational factors and limiting creativity among students of different graduation courses within a university. This is an exploratory-descriptive study with a quantitative approach. The research was made with 307 students from various graduation courses. It was used as data collection tool a questionnaire. The data collected were categorized, tabulated in the Excel spreadsheet and analyzed with simple statistics. It was found that the vast majority of students reported having creative ideas related to the work environment; college; and other daily sectors. The students pointed various motivational factors, such as personal growth, innovation, family, work and others; and many inhibiting factors, such as self- indulgence, lack of time, lack of will and fear. Keywords: Creativity; Undergraduate students; Motivational factors; Inhibiting factors.

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Rev. Científica Eletrônica UNISEB, Ribeirão Preto, v.7, n.7, p.1-15, jan/jun. 2016.

FATORES QUE MOTIVAM E INIBEM A CRIATIVIDADE DE

ALUNOS DE GRADUAÇÃO

Camila Lopes - Acadêmica do Curso de Administração do Centro Universitário

ESTÁCIO/UNISEB – Ribeirão Preto SP - [email protected]

Bruna Nascimento Miarelli - Acadêmica do Curso de Administração do Centro Universitário

ESTÁCIO/UNISEB – Ribeirão Preto SP - [email protected]

Breno Honório Tonin - Acadêmico do Curso de Administração do Centro Universitário

ESTÁCIO/UNISEB – Ribeirão Preto SP - [email protected]

Antônio Nardi - Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo (FEA USP).

Docente do Centro Universitário ESTÁCIO/UNISEB – Ribeirão Preto SP -

[email protected]

Resumo

O presente estudo tem como objetivo pesquisar fatores motivacionais e limitadores da

criatividade entre alunos de diferentes cursos de graduação dentro de um centro universitário.

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa. Participaram desta

pesquisa 307alunos de diversos cursos de graduação. Foi utilizado como ferramenta de coleta

de dados um questionário. Os dados coletados foram categorizados, tabulados em planilha do

Excel e analisados com estatística simples. Verificou-se que a grande maioria dos alunos referiu

ter ideias criativas relacionadas ao ambiente de trabalho; à faculdade; além de outros setores do

cotidiano. Foram apontados pelos alunos vários fatores motivacionais, como: crescimento

pessoal, inovação, família, trabalho e outros; e, diversos fatores inibidores, como: comodismo

falta de tempo, falta de vontade e medo.

Palavras-chave: Criatividade; Alunos de graduação; Fatores motivacionais; Fatores

inibidores.

Abstract

This study aims to research motivational factors and limiting creativity among students of

different graduation courses within a university. This is an exploratory-descriptive study with

a quantitative approach. The research was made with 307 students from various graduation

courses. It was used as data collection tool a questionnaire. The data collected were categorized,

tabulated in the Excel spreadsheet and analyzed with simple statistics. It was found that the vast

majority of students reported having creative ideas related to the work environment; college;

and other daily sectors. The students pointed various motivational factors, such as personal

growth, innovation, family, work and others; and many inhibiting factors, such as self-

indulgence, lack of time, lack of will and fear.

Keywords: Creativity; Undergraduate students; Motivational factors; Inhibiting factors.

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Introdução

A crise econômica vivenciada no cenário atual brasileiro tem estado nas pautas de

discussão, não apenas dos economistas, mas de todo cidadão, seja ele empregado ou

empregador. Em tempos de crise econômica, uma das alternativas utilizadas para vencer as

barreiras do mercado, é a criatividade. Nesse âmbito, empresas, institutos educacionais dentre

outras entidades optam pela inovação, pelo aperfeiçoamento de recursos que viabilizem vencer

a crise.

Alencar (1995) em seu texto dizia que “a criatividade é um recurso valioso” e apontava

para a necessidade de valorizá-la, visto que se viviam momentos de incertezas e mudanças.

Hoje, mais de uma década depois, evidencia-se no Brasil novamente um cenário de dúvidas e

insegurança por parte dos brasileiros, e mais do que nunca, a criatividade é uma das estratégias

para vencer as dificuldades e inovar.

Segundo Alencar (1995, p.7), “a criatividade se baseia nos processos de pensamento

com imaginação, insight, invenção, inovação, intuição, inspiração, iluminação e originalidade.

Ela diz respeito a uma disposição para pensar diferente e para brincar com ideias”.

Quando a criatividade não é explorada de forma eficaz, as reais possibilidades de um

profissional são reduzidas, criando bloqueios, gerando insegurança, minando a autoconfiança e

levando ao um enorme desperdício de talento e de potencial criativo (ALENCAR, 1995).

Embora a criatividade seja um recurso valioso da nossa mente, é importante ressaltar

que ela não vem recebendo atenção necessária em nossas escolas, desde o ensino básico até o

ensino superior.

O método de ensino-aprendizagem tradicional que, ainda, predomina nas escolas e

universidades em geral, cerceia, de certo modo, a criatividade dos alunos.

Indubitavelmente, a criatividade é algo que está presente em todas as profissões. Em

diferentes cursos acadêmicos, tanto os de bacharelado assim como os de licenciatura a

criatividade é (ou deveria ser) incentivada nas diversas atividades pedagógicas e também,

trabalhada como conteúdo.

Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo pesquisar fatores motivacionais

e limitadores da criatividade entre alunos de diferentes cursos de graduação dentro de um centro

universitário.

Encontra-se no presente artigo um levantamento das ideias criativas manifestadas pelos

alunos de graduação, bem como os vários fatores motivadores e inibidores da criatividade

descritos por eles, evidenciando a dificuldade de ser criativo no cotidiano desses alunos que

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serão futuros profissionais. Já que o mercado de trabalho requer mais pessoas com potencial

criativo.

2. Revisão da Literatura

2.1 A criatividade no contexto geral

Pretende-se com esse artigo descrever de um modo geral todo o contexto de criatividade

e os ambientes em que ela pode ser desenvolvida e utilizada como: em salas de aulas,

organizações e até mesmo no cotidiano. Como também, os fatores que a motivam ou inibem o

seu desenvolvimento. Também foram ressaltados, neste estudo, os quatro personagens que

compõe o processo criativo dentro do tema criatividade.

A criatividade tem sido conceituada como um fenômeno multidimensional, em que

aspectos individuais como fatores cognitivos, motivacionais, sociais e traços de personalidade

e aspectos relacionados ao ambiente, tidos como facilitadores ou inibidores, são relevantes na

concepção de vários autores, acarretando diversas definições sobre esse termo (FONSECA;

BASTOS, 2003, p.63).

Esse autor reforça que, apesar da diversidade de acepções, em geral, vários autores

assinalam a criatividade como a capacidade de se construir algo novo adequado às necessidades

e obstáculos enfrentados no dia a dia, muitas vezes ideias produzidas por um indivíduo ou nas

equipes de trabalho.

Já de acordo com Predebon (1998, P.32-33), “a criatividade está ligada a questão do

engajamento pessoal, que às vezes depende de determinação, outras vezes é inato e, ainda, em

outras é produto das circunstâncias”.

Dias, Enumo e Azevedo Junior (2004, p.429) pontuam em seu texto, de acordo com

alguns autores, que a criatividade é um tema pesquisado desde a antiguidade em alguns campos

das ciências, “procurando-se compreender o desenvolvimento de capacidades pouco

conhecidas ou estimuladas nas pessoas”.

Ainda segundo esses autores acima citados, em sua revisão, a criatividade tem merecido

papel de destaque na educação, uma vez que uma educação transformadora que permita o

desenvolvimento do potencial cognitivo criativo dos alunos é uma realidade almejada, sendo o

professor um estimulador para esse desenvolvimento criativo. Todavia, poder-se-ia acrescentar

que esta é uma árdua realidade a ser conquistada.

Por outro lado, ao voltar o olhar para a criatividade no ambiente de trabalho, algumas

evoluções podem ser acompanhadas, no que diz respeito às economias, “durante muito tempo

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o elemento fundamental foi o trabalho humano, na era industrial foi o capital, hoje, na era da

informação é o talento, a imaginação, a habilidade e o conhecimento, ou seja, a criatividade”

(PAIVA JUNIOR, MUZZIO, BISPO, 2014, p.3).

Esses autores reforçam que tais mudanças estão mais adequadas às condições

identitárias e sociais da atualidade e que, cada vez mais, a economia tem dependido da

criatividade e do conhecimento do que qualquer outro meio de produtividade.

Além disso, ressaltam que a burocracia não perdeu toda sua influência em ordenar as

relações e as estruturas organizacionais formais, porém acredita-se que por si só ela não

contempla todas as variantes que envolvem o contexto organizacional atual, “sobretudo para as

atividades em que a criatividade alcançou um grau de importância maior do que a mecanização

do trabalho” (PAIVA JUNIOR, MUZZIO, BISPO, 2014, p.3).

Para Paiva Junior e Muzzio (2014, p.6) “na atividade criativa, os indivíduos têm papel

preponderante em comparação com a economia tradicional”. Em seu estudo os autores afirmam,

... que a criatividade está ligada no indivíduo e sua capacidade transformadora na

busca pelo uso de tecnologia em direção à aplicação de soluções inovadoras nos

aparatos gerados pela integração de ciência, tecnologia e arte. Tal criatividade tem

relação com a habilidade de se produzir trabalho que se constrói uma novidade e, ao

mesmo tempo, é valiosa para lidar com o advento da economia do conhecimento.

Nos dias de hoje, os líderes de algumas organizações empresariais estão mais atentos e

interessados no esforço por fazer melhor uso da criatividade com objetivo de aumentar sua

competitividade (PAIVA JUNIOR, MUZZIO, BISPO, 2014). E sendo assim, nota-se que o

contexto criativo está ligado com fatores que podem motivar e inibir o indivíduo de sua

capacidade criadora. Para Robbins (2005) “a motivação é específica ao indivíduo; e, um

trabalhador motivado é um funcionário de alto desempenho”.

Uma vez que, a motivação é um dos fatores essenciais no desenvolvimento do potencial

criativo dos indivíduos, podendo sofrer influências socioculturais e ambientais, como também

de fatores cognitivos e mentais pertinente a cada pessoa.

Para Runco (2007 apud OLIVEIRA 2010) a família, a escola, o contexto sociocultural,

o ambiente de trabalho e a saúde são fatores que podem motivar o indivíduo no

desenvolvimento ou na inibição da criatividade.

De acordo com Silva e Madruga (2007, p.23), “a motivação repercute na criatividade,

sendo um dos mecanismos que desencadeiam o processo criativo, já que sem motivação

dificilmente se obtém bons resultados, pois é a motivação que conduz o desempenho do

indivíduo”.

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Por outro lado, existem os chamados bloqueios mentais, que são os fatores que inibem,

ou seja, dificultam o processo o criativo. Fazendo com que os indivíduos fiquem estagnados

não conseguindo desenvolver ideias criativas surgindo assim à dificuldade em ser criativo.

De acordo com Von Oech (1988), as pessoas não são criativas com mais frequência por

dois motivos. Primeiro porque não é necessário utilizar-se da criatividade para a realização de

grande parte dos afazeres do cotidiano. Segundo, pois no momento em que se faz indispensável

o emprego da criatividade, na grande maioria das vezes, os indivíduos se tornam estagnados

por bloqueios mentais, em geral, ocasionados por regras e condutas rígidas e burocráticas, medo

de errar, entre outros.

Ainda segundo Von Oech, o ser humano durante toda a vida adquire conhecimento seja

formal ou informal, o qual o cerceia dentro de um comodismo de respostas prontas, o impedindo

de formular perguntas que o leve a construção de novos conhecimentos, conduzido pela

criatividade.

Para romper com essas amarras, Von Oech propõe gerar estímulos e pensamentos em

outros focos, o importante é que seja quebrada a rotina e o comodismo da zona de conforto,

rompendo-se, assim, os bloqueios mentais, pensando de alguma maneira em algo diferente e

concebendo ideias criativas.

Sendo assim, é possível notar que a criatividade é um termo muito amplo e complexo,

que abrange vários contextos e que está vinculada em quase todos os meios da vida do ser

humano seja de forma indireta ou direta. Umas das fases da criatividade é o processo criativo

no qual se divide em quatro personagens com papeis diferentes segundo Von Oech (1988).

2.2 Os personagens do processo criativo segundo Von Oech

Cada pessoa criativa tem um padrão para criar e implementar suas novas ideias. Von

Oech (1994), o processo criativo consiste em desempenhar quatro papeis diferentes, explorador,

artista, juiz e guerreiro; cada qual com um tipo diferente de raciocínio, um modo específico de

pensar.

O bom explorador é quem adota a “visão perceptiva”, a noção do insight, ou seja, a

atitude de quem percebe que há muita informação à sua volta e sua tarefa é descobri-la. Para

Von Oech (1994, p.33), a “visão perceptiva” lhe dá a capacidade de intuir que as ideias

encontradas têm potencial para se juntar e formar algo novo. É importante que o explorador

tenha o desejo de se extraviar.

Já o artista é o personagem que transforma informações em novas ideias, que são

geradas a partir da manipulação e da transformação dos recursos que se tem. Um bom artista

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explora todas as oportunidades ao seu redor recorrerá a diferentes estratégias para transformar

seus materiais.

O papel do juiz é bastante delicado. A arte de ser juiz consiste em saber qual decisão

tomar em seis segundos e qual pode esperar seis meses. É preciso examinar a ideia

detalhadamente para descobrir o que há de errado com ela. E também observar se vale a pena

fazer alguma coisa a partir dela, apresentando alternativas para tanto. O autor ressalta que o

personagem juiz precisa levar em conta que seu principal objetivo é ajudar na produção de boas

ideias, e não deslumbrar com a importância de seu próprio julgamento.

A função do guerreiro é conceber a estratégia e planejar. Por outro lado, existe a

disciplina necessária para o duro trabalho das trincheiras e paixão que estimula o avanço da

ideia. Em outras palavras, o guerreiro é o personagem que põe as ideias em práticas. Para isso

o elemento crucial do pensamento criativo é a coragem de assumir riscos.

Portanto, esta é a ordem utilizada para colocar uma ideia em prática, no entanto, é

possível que haja variação com relação a esta ordem. Às vezes os personagens podem ser

invertidos e utilizados de forma simultânea, dependendo de cada situação e da necessidade. Na

maioria das vezes, as pessoas não têm consciência acerca dos papeis que desempenham, mas

os utilizam de forma inconsciente, buscando conhecimento, criando, analisando e colocando

em prática.

3. Metodologia

Trata-se de um estudo exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa em que se

buscou uma maior proximidade com o tema criatividade.

Pesquisas exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o

problema, com vistas tornando-o mais explícito ou construindo hipóteses. Seu planejamento

tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao

fato ou fenômeno estudado (GIL, 2010).

Já as pesquisas descritivas busca descrever as características de determinada população.

Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis

(GIL, 2010).

Para a coleta de dados, foi elaborado um questionário com base no livro Um chute na

rotina, do autor Von Oech (1994). No questionário impresso constavam quatro questões, sendo

uma múltipla escolha e três subjetivas, além de identificação de gênero e do curso.

A pesquisa foi realizada em um Centro Universitário privado, no município de Ribeirão

Preto, com alunos do curso de Ciências Contábeis, Administração, Arquitetura, Engenharia

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Ambiental, Civil e de Produção, Psicologia e Direito. Ao todo, participaram deste estudo 307

alunos, do período noturno e diurno.

O questionário foi aplicado em 3 alunos do último período do curso de Administração

diurno, como pré-teste. Diante de resultado positivo, o questionário foi, finalmente, aplicado

nos cursos pesquisados, de forma impressa, durante o horário de aulas.

Não houve sorteio para escolha dos cursos e sim determinação por consenso entre os

pesquisadores. A ordem da coleta de dados nas salas de aulas foi aleatoriamente, independente

do ano e período. Adotou-se como procedimento ir de sala em sala, pedir autorização ao docente

no início ou final de cada aula, apresentar o projeto aos alunos, orientar sobre os termos de

compromisso livre e esclarecido, verificar entre os alunos presentes aqueles que manifestavam

interesse em participar, entregar o questionário impresso e aguardar em torno de uns 15 minutos

pelas respostas.

Os dados coletados foram categorizados, na sequência tabulados em planilha do Excel

e tratados com estatística simples, com cálculos de frequência e porcentagem, sendo os

resultados apresentados na forma de tabelas, quadros e gráficos.

4. Resultados e Discussão

A criatividade é um tema amplo que abrange várias definições, e segundo Predebon

(1998, p.28) é “uma característica da espécie humana, mas muitas vezes imperceptível para a

maioria”.

A presente pesquisa buscou explorar a presença ou ausência da criatividade entre alunos

de graduação; quais os campos da vida diária eles têm tido mais ideias criativas; quais fatores

podem motivar assim como inibir a criatividade deles.

Dos 307 alunos da pesquisa 163 (53,09%) são do gênero feminino e 144 (46,91%) são

do gênero masculino. Desses 67 (21,82%) são alunos do curso de administração tanto do

período matutino quanto noturno; 47 (15,30%) do curso de direito do período da manhã; 40

(13,02%) do curso de ciências contábeis do período noturno; 12 (3,90%) do curso de psicologia

que ocorre em período integral; 60 (19,54%) do curso de arquitetura período da manhã; 81

(26,38%) dos cursos de engenharia civil, engenharia de produção e engenharia ambiental, tanto

do período matutino quanto noturno (Tabela 1).

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Tabela 1 - Distribuição do número de sujeitos participantes deste estudo por curso e seu percentual

CURSO F % M % TOTAL %

ADMINISTRAÇÃO 26 38,81% 41 61,19% 67 21,82%

DIREITO 34 72,34% 13 27,66% 47 15,30%

CIÊNCIAS CONTÁBEIS 24 60% 16 40% 40 13,02%

PSICOLOGIA 11 91,67% 1 8,33% 12 3,90%

ARQUITETURA 46 76,67% 14 23,33% 60 19,54%

ENGENHARIAS 22 27,16% 59 72,84% 81 26,38%

163 53,09% 144 46,91% 307 100%

Quando indagados sobre a última ocorrência de uma ideia criativa por eles recordada, a

grande maioria das respostas reportou um período de uma semana atrás 102 (33,22%) dos

sujeitos pesquisados; 61 (19,86%) responderam ter tido uma ideia criativa, na presente manhã;

63 (20,52%) referiram ter sido no dia anterior; 39 (12,70%) afirmaram ter concebido uma ideia

no mês anterior; 27 (8,79%) no ano anterior; e, 15 (4,88%) não responderam essa questão

(Figura 1; Quadro 1).

Figura 1 – Proporção de ocorrência da última ideia criativa por gênero

Nestamanhã

OntemSemanapassada

Mêspassado

Anopassado

Embranco

Total

F 30 36 54 18 14 11 163

% 9,77% 11,72% 17,58% 5,86% 4,56% 3,58% 53,09%

M 31 27 48 21 13 4 144

% 10,09% 8,79% 15,63% 6,84% 4,23% 1,30% 46,91%

TOTAL 61 63 102 39 27 15 307

% 20% 21% 33% 13% 9% 5% 100%

050

100150200250300350

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Quadro 1 – Distribuição da última ocorrência de ideia criativa referida por curso e gênero

ADMINISTRAÇ

ÃO DIREITO

CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

PSICO-

LOGIA

ARQUITET

URA

ENGENHARI

AS

Última

ocorrência

ideia

criativa

F M F M F M F M F M F M

Nesta

manhã 8 6 2 1 4 3 2 0

1

2 4 2

1

7

Ontem 3 9 8 1 5 3 7 0 9 4 4 1

0

Semana

passada 4

1

3

1

7 8 9 3 1 1

2

0 6 3

1

7

Mês

passado 7 6 2 2 2 5 1 0 5 0 1 8

Ano

passado 1 7 5 1 2 0 0 0 0 0 6 5

Em branco 3 0 0 0 2 2 0 0 0 0 6 2

Total 2

6

4

1

3

4

1

3

2

4

1

6

1

1 1

4

6

1

4

2

2

5

9

De acordo com os dados obtidos, foi possível visualizar que a maioria dos sujeitos da

pesquisa afirmou ter tido uma ideia criativa em um período de uma semana. Somando-se os que

referiram na semana passada (102), com aqueles que reportaram no dia anterior (63) e na manhã

do dia em que foi realizada a pesquisa (61), temos 73,61% dos participantes alegando a acepção

de ideias criativas.

Em relação aos tipos de ideias criativas manifestadas pelos sujeitos em suas respostas,

podem ser agrupadas em alguns temas, como por exemplo, presença de ideias criativas

relacionadas a alguma ação ou atitude no trabalho (75; 24,43%); ou em relação a disciplinas

cursadas na faculdade (67; 21,82%); também, entre as mais citadas, estão as ideias referentes a

projetos para inovação do próprio negócio. Vale ressaltar, ainda, que 33 (10,75%) pessoas

relataram ideias criativas direcionadas a fazer algo para si mesmo.

Além disso, é importante destacar que 34 (11,07%) não responderam essa questão ou

referiram não se lembrar da última ideia, fato que diverge do número de sujeitos que não

responderam à questão anterior (Tabela 2; Quadro 2).

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Tabela 2 – Distribuição por gêneros dos campos de ideias criativas, categorizados a partir das

respostas dos sujeitos da pesquisa.

DESCRIÇÃO DO TIPO DE IDEIA F M N %

Ideia sobre alguma ação ou atitude no trabalho 33 42 75 24,43%

Fazer algum presente e/ou surpresa para alguém 10 5 15 4,89%

Fazer algo para si mesmo 15 18 33 10,75%

Fazer uma refeição diferente 4 3 7 2,28%

Um projeto para seu negócio 28 22 50 16,29%

Em relação relacionamento amoroso 1 2 3 0,98%

Se tornar um empreendedor - iniciar novo negócio 4 6 10 3,26%

Contribuir com o meio ambiente 2 5 7 2,28%

Em relação às disciplinas cursadas na faculdade 39 28 67 21,82%

Em relação ao animal de estimação 1 0 1 0,33%

Não lembro 22 12 34 11,07%

Ajudar alguém 4 1 5 1,63%

TOTAL 163 144 307 100%

Quadro 2 – Distribuição por cursos e gêneros dos campos de ideias criativas, categorizados a partir

das respostas dos sujeitos da pesquisa.

CURSOS ADMINIS

TRAÇÃO DIREITO

CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

PSICOLOG

IA

ARQUITETU

RA

ENGENHARIA

S

Tipos de ideias F M F M F M F M F M F M

Atitude no

trabalho 7

1

9 4 1

1

0 2 2 0 7 0 3

2

0

Fazer algo para

alguém 3 2 1 0 0 0 2 0 3 0 1 3

Fazer algo para

si mesmo 2 3 4 1 3 3 1 1 4 4 1 6

Refeição

diferente 1 2 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0

Plano de

negócio 2 2 2 2 0 4 1 0

2

0 3 3

1

1

Relação

amorosa 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Ser

empreendedor 4 1 0 1 0 2 0 0 0 0 0 2

Atitude para

com ambiente 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0 0 3

Disciplinas do

curso 0 5

1

6 5 7 3 5 0 8 5 3

1

0

Para animal de

estimação 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Não lembro 5 3 4 1 0 2 0 0 2 2 1

1 4

Ajudar alguém 0 0 0 1 4 0 0 0 0 0 0 0

TOTAL 2

6

4

1

3

4

1

3

2

4

1

6

1

1 1

4

6

1

4

2

2

5

9

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Para Predebon (1998, P.32-33) “a criatividade vai muito além das artes, ela pode ser

encontrada em vários outros setores do dia-a-dia até mesmo na realização pessoal”. Essa

concepção pôde ser observada nas respostas de alguns alunos, que relataram sobre presença de

ideias criativas em relação relacionamento amoroso; fazer algo para si mesmo; em relação ao

animal de estimação; em fazer uma refeição diferente; em contribuir com o meio ambiente,

conforme detalhado no Quadro 2, acima.

A motivação é um fator facilitador da criatividade que está intrinsecamente relacionada

ao indivíduo podendo sofrer influências socioculturais e ambientais, como também de fatores

cognitivos e mentais pertinente a cada pessoa.

Deste modo, foi possível observar na presente pesquisa uma diversidade de fatores

motivacionais citados pelos sujeitos. Entre os aspectos motivacionais mais citados, destaca-se

a inovação (42; 13,91%) seguida de crescimento pessoal (31; 10,10%); e, necessidade

financeira e trabalho (28; 9,12%), ainda, crescimento profissional (25; 8,14%) (Tabela 3).

Tabela 3 – Distribuição dos fatores motivacionais citados pelos sujeitos da pesquisa por gênero

DESCRIÇÃO DOS FATORES MOTIVACIONAIS F M N %

Crescimento pessoal 14 17 31 10,10%

Inovação 20 22 42 13,68%

Analisar melhor uma ideia 2 1 3 0,98%

Facilitar o dia a dia 7 10 17 5,54%

Crescimento profissional 16 9 25 8,14%

Desafios 8 13 21 6,84%

Diferenças 12 5 17 5,54%

Família 2 2 4 1,30%

Religião 1 2 3 0,98%

Público 1 2 3 0,98%

Reduzir gastos 4 3 7 2,28%

Pensar no próximo 1 3 4 1,30%

Necessidade financeira 11 17 28 9,12%

Felicidade 3 5 8 2,61%

Trabalho 17 11 28 9,12%

Futuro 13 6 19 6,19%

Ouvir uma boa música 2 3 5 1,63%

Nenhuma resposta 19 9 28 9,12%

Saúde 1 0 1 0,33%

Necessidade fisiológica 1 3 4 1,30%

Leitura 8 1 9 2,93%

TOTAL 163 144 307 100%

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Dentre os fatores motivacionais mais citados pelos sujeitos da pesquisa, descritos acima,

observa-se que foram mais citados pelos alunos dos cursos de engenharias (civil, produção e

ambiental); seguido pelo curso de administração e arquitetura, conforme ilustrado na figura 2,

a seguir.

Pode-se observar também no presente estudo que, os cursos de administração seguido

de arquitetura e engenharias foram os que apresentaram a maior quantidade de respostas em

todas as questões, podendo assim ser considerados os cursos com maior potencial criativo, por

terem tido maior empenho e entusiasmo em responder a pesquisa.

Figura 2 – Fatores motivacionais mais citados por cursos

Vale ressaltar, que 28 (9,12%) dos alunos pesquisados não responderam essa questão,

um número significativo quando comparado aos fatores mais citados.

De acordo com Silva e Madruga (2007, p.23), em sua pesquisa com técnicos

administrativos, dentre os fatores motivacionais encontrados, destacou-se o poder, e que as

mulheres têm maior necessidade de poder do que os homens, além disso, ambos os gêneros

apresentam nível mediano de criatividade. Nesta pesquisa, nenhum aluno apontou o poder como

fator motivador. Infere-se que tal divergência ocorra devido ao fato de que o indivíduo enquanto

aluno, ainda, não se preocupa com a questão do poder, quando comparado com profissionais

em sua plena atuação.

Outro resultado destacado neste estudo são os fatores inibidores da criatividade.

Partindo da análise das respostas dos alunos da pesquisa, alguns fatores puderam ser elencados,

0

5

10

15

20

25

30

35

F M F M F M

ADMINISTRAÇÃO ARQUITETURA ENGENHARIAS

Crescimento pessoal 3 3 6 3 0 7

Inovação 2 6 9 2 1 9

Crescimento profissional 2 3 9 1 1 4

Necessidade financeira 2 5 2 0 3 11

Trabalho 3 4 0 0 3 4

Total 12 21 26 6 8 35

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como: comodismo (84; 27,36%); falta de tempo (73; 23,77%); falta de estímulo (44; 14,33%);

falta de vontade (31; 10,09%); desânimo (26; 8,46%), entre outros, conforme Tabela 4, a seguir.

Tabela 4 - Distribuição dos fatores inibidores de criatividade citados pelos sujeitos da pesquisa por

gênero

Descrição de fatores inibidores da criatividade F M N %

Comodismo 40 44 84 27,36%

Falta de tempo 43 30 73 23,77%

Falta de vontade 19 12 31 10,09%

Porque está tudo pronto 7 3 10 3,25%

Falta de leitura 3 4 7 2,28%

Medo 5 7 12 3,90%

Falta de estímulo 25 19 44 14,33%

Desânimo 14 12 26 8,46%

Dificuldade 0 1 1 0,33%

Alienação 1 2 3 0,98%

Falta de dinheiro 1 1 2 0,65%

Nenhuma resposta 5 9 14 4,56%

Total 163 144 307 100

%

Analisando os dados obtidos, observou-se que os cursos de engenharias; seguido pelo

de administração e arquitetura foram os que mais citaram os inibidores comodismo, falta de

tempo, falta de estímulo, falta de vontade e desânimo (Figura 3).

Figura 3 – Fatores inibidores de criatividade mais citados por cursos e gêneros

05

101520253035404550

F M F M F M

ADMINISTRAÇÃO ARQUITETURA ENGENHARIAS

Comodismo 4 12 15 8 8 14

Falta de tempo 9 9 2 0 5 17

Falta de vontade 4 2 8 4 3 4

Falta de estímulo 2 5 12 0 4 11

Desânimo 3 5 4 0 1 4

Total 22 33 41 12 21 50

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Verificou-se também que 14 (4,56%) dos alunos da pesquisa não responderam essa

questão.

Segundo alguns autores da literatura,é possivél notar nesse estudo, que são varios fatores

que podem inibir o individuo de pensar em coisas diferentes. Pois, durante toda sua formação

como ser humano o individuo adquiri varios tipos de conhecimento, o qual o cerceia dentro de

um comodismo de respostas prontas , dificultando assim de se exercer o seu potencial criativo.

Sendo assim, é necessário vencer esses bloqueios, deixando de ser um individuo

estagnado,saindo do comodismo, focando- se em coisas diferentes. Podendo assim conceber

novas ideias e se torna uma pessoa com grande potencial de criatividade.

Considerações finais

Este estudo buscou investigar a presença ou não da criatividade manifestada pelos

alunos de graduação de diferentes cursos em uma instituição universitária privada no município

de Ribeirão Preto, no seu cotidiano, seja no trabalho, na sala de aula ou em outras situações.

Foi possível verificar que a grande maioria referiu ter ideias criativas em todos os cursos,

e essas ideias puderam ser alocadas em diversos campos da vida diária, como: ideias criativas

relacionadas ao ambiente de trabalho; à faculdade; e, até mesmo em relação ao animal de

estimação ou relacionamento amoroso, dentre outros.

Dentre os vários fatores motivacionais elencados pelos alunos da pesquisa, destaca-se:

crescimento pessoal; inovação; família; trabalho; crescimento profissional, entre outros.

Além do mais, diversos fatores inibidores foram ressaltados pelos alunos, como:

comodismo; falta de tempo; falta de vontade; medo; entre outros.

A partir da presente pesquisa, foi possível concluir que a criatividade está presente na

vida de todo ser humano, em especial os alunos de graduação, independente do curso. Notou-

se, inclusive no que diz respeito a fatores básicos que a motivação é essencial para exercer a

criatividade. Além disso, é necessário também que o indivíduo saiba lidar com os bloqueios

mentais que impedem a ideia criativa, saindo da zona de conforto a que se limita, buscando

alternativas para minimizar determinadas condições que levam ao bloqueio da criatividade,

como normas e regras rígidas que cerceiam o crescimento das pessoas, entre outras.

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