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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE FAZENDO ENDOMARKETING PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES Por: MARILIAN FELIZARDO DA SILVA Orientador: PROFº MARCO ANTONIO CHAVES Rio de Janeiro, RJ, dezembro de 2001

FAZENDO ENDOMARKETING PARA FIDELIZAÇÃO DE … FELIZARDO DA SILVA.pdf · O endomarketing utiliza ferramentas dirigidas ao público interno das organizações, objetiva fortalecer

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAZENDO ENDOMARKETING PARA FIDELIZAÇÃO DE

CLIENTES

Por:

MARILIAN FELIZARDO DA SILVA

Orientador:

PROFº MARCO ANTONIO CHAVES

Rio de Janeiro, RJ, dezembro de 2001

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO A VEZ DO MESTRE

FAZENDO ENDOMARKETING PARA FIDELIZAÇÃO DE

CLIENTES

Por:

MARILIAN FELIZARDO DA SILVA

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Especialista em Marketing Globalizado.

Rio de Janeiro, RJ, dezembro de 2001

Agradeço primeiramente a Deus que esteve comigo

durante todo o decorrer deste curso me dando forças e

capacidade para assim concluir meu trabalho

monográfico. Quero agradecer o estímulo que recebi de

minha família e amigos. Meu esposo Josemar que

apoiou-me neste empreendimento e demostrou

compreensão para com meu trabalho, o que eu

sinceramente agradeço. Aos meus amigos que fizeram

comentários valiosos sobre uma das versões dos

manuscritos, que fizeram-me críticas saudáveis, boas

idéias e encorajamento através dos anos que estivemos

juntos, Andréia, José Ricardo e Paulo Sérgio. Agradeço

também ao Professor orientador Marco Antonio Chaves

que incentivou e orientou de forma adequada com apoio

e conselhos importantes para execução deste trabalho.

SUMÁRIO

5 7 10 14 17 18 24 31 33 34 36 44 46 47 53 56

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... I - ENDOMARKETING............................................................................................. II- A IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING PARA AS EMPRESAS................. II.I- Gerenciamento da Comunicação................................................................... II.II- Gerenciamento de Atitudes........................................................................... III-PROBLEMAS QUE OCORREM PELA FALTA DA COMUNICAÇÃO.............. IV-OBJETIVO DA IMPLANTAÇÃO DO ENDOMARKETING............................... V - PROJETOS DE ENDOMARKETING.................................................................. V.I- Metodologia.................................................................................................. V.II- Elaboração do Projeto de Endomarketing...................................................... VI-PROGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO ENDOMARKETING............................ VI.I- Liderança..................................................................................................... VI.II-Comunicação............................................................................................... VII-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO ENDOMARKE- TING................................................................................................................... VIII-CONCLUSÃO.................................................................................................... IX- BIBLIOGRAFIA.................................................................................................. ANEXOS

“Quando você quiser que algo seja dito, peça a um HOMEM;

agora, se quiser que algo seja feito, peça a uma MULHER.”

Margareth Tather

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, existem duas coisas importantes para o cliente, preço

e qualidade de serviço ou produto. Alguns colocam o preço como prioridade,

outros tem como prioridade a qualidade, não se importando com o preço e

outros se preocupam tanto com preço como com qualidade.

Com esta variedade de clientes muitas empresas não conseguem

conciliar preço e qualidade de serviço. Com a alta concorrência no mercado

algumas empresas ainda se preocupam com a fidelização de seus clientes, mas

pouco fazem de concreto a respeito, outras procuram enfocar-se no baixo

preço, esquecendo-se que a qualidade de serviço também influência na

opinião final do cliente.

A má prestação de serviço, uma informação contraditória ao

cliente, a má comunicação dentro da organização ocasiona a insatisfação do

cliente, fazendo com que não retorne, mesmo que o preço da empresa seja

menor que o da concorrência. As pessoas não aceitam mais o fato de serem

mal atendidas, seja numa empresa pública ou privada. Hoje, quando o cliente

não consegue ter sua expectativa atendida junto às empresas, acaba

recorrendo aos órgãos de defesa do consumidor, mostrando de todas formas a

sua indignação, prejudicando a imagem da empresa.

Acredita-se que através do ENDOMARKETING, pode-se mudar

este quadro. Sendo possível às empresas atingirem seus clientes com muita

qualidade através da mudança de consciência de seus funcionários, fazendo

com que os mesmos vejam que a satisfação do cliente é a satisfação da

empresa.

O ENDOMARKETING é um elo de ligação entre o produto,

cliente e empregado; com treinamentos, diálogos abertos, dinâmicas ou seja,

através de cursos motiva-se os trabalhadores da organização a serem aliados,

buscando sempre a sintonia com todos os departamentos, a valorização dos

clientes e principalmente a fidelização desses clientes à empresa.

I- ENDOMARKETING

A atuação do marketing é como um instrumento estimulante nas

empresas, foco do processo de transação é encontrar os desejos e

necessidades dos clientes como produto, serviço, satisfação e demanda.

Justificando a utilização das ferramentas de marketing no meio interno e

ambiente externo.

MARKETING EXTERNO, ou seja, EXOMARKETING(exo = para

fora), tem como objetivo estimular o crescimento da demanda por produtos e

serviços e a detectação de novos nichos de mercado. O MARKETING

INTERNO, ENDOMARKETING (endo = movimento para dentro), mantém o

foco nos objetivos de exomarketing, aparece a partir da evolução do

desempenho das empresas que está diretamente ligada á capacidade de

mobilização das forças que as compõem: seus empregados.

Em administração de Marketing (1994), Philip Kotler faz breves

referências à diferenciação entre marketing interno e o marketing externo.

Segundo ele, o marketing interno deve preceder o marketing externo: “Não

faz sentido promover serviços excelentes antes de os funcionários da empresa

estarem prontos para oferecê-lo.” E define: “Marketing interno é a tarefa de

contratações acertadas, treinamento e motivação de funcionários hábeis que

desejam atender bem os clientes”

O endomarketing é uma das mais novas áreas da ciência da

administração e busca adaptar estratégias e elementos do marketing

tradicional, o ambiente interno das corporações. Antes de vender um produto

para seus clientes, as empresa precisam convencer seus funcionários a

comprá-lo.

O endomarketing começa com a noção de que os empregados

sejam o primeiro mercado interno para as organizações. Um número cada vez

maior de empresas tem reconhecido a necessidade dos processos internos de

endomarketing, pois é uma estratégia de gerenciamento. O primeiro foco é

sobre como desenvolver nos empregados uma consciência do cliente. Bem,

serviço e campanhas devem ser vendidas aos empregados antes de serem

colocados externamente no mercado.

O endomarketing procura integrar-se as funções da empresa e assegurar

que os empregados de todos os níveis estejam preparados e motivados para

atingirem de forma orientada para o bom serviço.

“A premissa do endomarketing é de que uma troca interna entre a

organização e as equipes de empregados deve funcionar eficazmente antes

que a empresa possa ter êxito no alcance de suas metas relativas aos

mercados externos.” (Gronrros, 1995).

II- A IMPORTÂNCIA DO ENDOMARKETING PARA AS EMPRESAS

O endomarketing utiliza ferramentas dirigidas ao público interno das

organizações, objetiva fortalecer as relações internas dentro da empresa com

a função de integrar a noção de cliente X fornecedor interno, o que propicia

melhorias tanto na qualidade dos produtos como na produtividade pessoal.

O primeiro objetivo do endomarketing é gerenciar o desempenho dos

recursos humanos e implementar programas internos de ações, de forma que

os empregados se sintam motivados a assumir o compromisso de valorização

do cliente e a assunção responsável e consciente dos serviços, com êxito,

racionalidade e sintonia com o foco estratégico da organização.

“Quanto melhor funcionar o endomarketing, mais atraente será a

empresa, como o empregador, aos olhos dos empregados.”(Gronroos

1995:283)

O endomarketing atua diretamente na excelência do clima

organizacional, refletindo diretamente no índice de satisfação interna e na

melhoria do fluxo de comunicação entre os diversos níveis da organização.

Também é visto como meio de alcançar a cultura e pode ser um poderoso

instrumento para o desenvolvimento de uma consciência interna voltada para

serviços.

Para atingir o objetivo de sedimentação da cultura de serviços, o

endomarketing deve permitir que os empregados compreendam e aceitem a

missão, estratégicas e as táticas do negócio, assim como os produtos e

serviços e as campanhas de marketing da empresa; desenvolver um

gerenciamento orientado para serviços e um estilo de liderança entre gerentes

e supervisores; e ensinar a todos os empregados comunicações orientadas para

os serviços e habilidades de interações.

Ao manter uma orientação para os serviços entre o pessoal, uma vez

criada a cultura, é necessário assegurar que os métodos de gerenciamento

sejam encorajadores, que os empregados obtenham informações e “feedback”

contínuo, e fazer o marketing dos novos produtos e serviços também junto aos

empregados.

O produto do endomarketing é o marketing, e um ambiente de trabalho

que motivem os empregados, fazendo-os responder favoravelmente as

demandas da gerencia com relação a uma orientação para o cliente e um bom

desempenho no marketing interativo com “marqueteiros” de plantão e que,

além disso, atraiam e retenham empregados.

Assim o endomarketing deve se tornar parte da filosofia gerencial

estratégica e buscar, em suas ações e efeitos, proporcionar a melhoria do

clima da organização visando a elevação dos níveis de produtividade e

lucratividade globais.

A organização persegue um equilíbrio entre as partes que a compõem,

o qual é resultante da disposição ordenada entre elas. Essa interação é obtida

ao processo comunicacional.

Neste ponto surge a primeira relação entre comunicação e empresa.

Por isto o endomarketing aplica o Gerenciamento da Comunicação, que

desenvolve sistemas de organização e desenvolvimento institucional e o

Gerenciamento de Atitude que desenvolve uma estratégia voltada para o

serviço integrando, os setores buscando o objetivo da empresa.

Um processo de endomarketing bem sucedido requer um

impacto de gerenciamento de atitudes assim como um suporte do

gerenciamento da comunicação. O gerenciamento de atitudes é um processo

contínuo, que o gerenciamento de comunicação pode ser um processo mais

descontínuo, incluindo atividades relativas a propagação da informação e

adequados momentos.

II.I- Gerenciamento da Comunicação

“Se não há comunicação não há organização.” (Luiz Carlos C.

Silva)

A comunicação está para os grupos humanos assim como o ar

para cada indivíduo. A necessidade de fazer-se entender, de ser reconhecido

pelos demais, faz o aprimorar-se na arte de comunicar-se. A habilidade para

trabalhar em equipe exige boa comunicação. O desenvolvimento de

competência para liderar também faz da comunicação um pré-requisito

indispensável.

As empresa que descobriram a importância da comunicação,

especialmente na criação da “liga” interna que multiplica os resultados,

condicionam suas estratégias às possibilidades de comunicação. O

gerenciamento da comunicação na empresa, existem três sistemas envolvidos

no processo de organização e desenvolvimento institucional do qual enviam

informações:

• Sistema sócio político, onde se inserem os valores globais e as

políticas do meio ambiente;

• Sistema econômico industrial, onde se inserem os padrões da

competição, as leis de mercado, a oferta e a procura;

Freqüentemente apenas o aspecto de gerenciamento da

comunicação interna é reconhecido como atividade inerente ao endomarketing

e tão somente apenas como uma tarefa de informação unilateral. O que

caracteriza preciosamente o endomarketing é o objetivo de estabelecer um

processo permanente de motivação do funcionário, já dizia Bekin(1995:69).

Ocorre com regularidade a distorção desse valor, atribuindo-se

contornos de importância estratégica ao endomarketing, que toma tipicamente

a forma de simples campanha de atividade. Folhetos e manuais internos

distribuídos e reuniões são realizadas onde informações escritas e orais são

fornecidas aos participantes e, na verdade, muita pouca comunicação ocorre.

Os gerente e supervisores normalmente pouco se interessam por

seus subordinados e não reconhecem de dar-lhes feedback, da comunicação

bilateral e de encorajamento. Os empregados recebem uma abundância de

informações mas muito pouco encorajamento mental. É claro que isto

significa que grande parte dessas informações não tem um impacto maior

sobre seus receptores.

A mudança necessário das atitudes e uma ênfase na motivação

por bons serviços e pela consciência acerca do cliente ficam faltando e os

empregados portanto não se tornam receptivos à informação.

II.II- Gerenciamento de Atitudes

As atitudes dos empregados e a motivação dos clientes para uma

consciência de serviços tem que ser gerenciadas. Para isto o endomarketing

faz o gerenciamento de atitudes, desenvolvendo uma vantagem competitiva

através de uma estratégia voltada para o serviço, integrando os setores em

função do objetivo final da empresa, valorização de cliente, valorização dos

funcionários e da pessoa do funcionários, trabalhando a alto estima de forma

positiva, desenvolvendo simpatia e afetividade nas relações interpessoais.

III- PROBLEMAS QUE OCORREM PELA FALTA COMUNICAÇÃO.

A competitividade cada vez mais acirrada traz desafios enormes

para a empresa, principalmente no que diz respeito ao comportamento e a

postura dos seus funcionários. Mas existe no comportamento de muitos

funcionários e, principalmente, dos que exercem a liderança, de formarem

estruturas estanques que não ouvem e nem falam para dentro da empresa,

somente falam para fora.

Como o organismo humano é uma célula que quer ser diferente

das demais, não se integrando com o restante do organismo, essa diferença faz

com que ela se destaque, mas o seu destaque é negativo a tal ponto que se

transforma em câncer, que acaba por fazer todo organismo perecer.

Na maioria das empresa, a comunicação é uma colcha de

retalhos. Cada área administra ao seu bel prazer a comunicação com os

diferentes públicos com os quais se relaciona, utilizando orientações próprias,

sem se preocupar com a coesão da empresa em torno de valores, objetivos,

etc. Soma-se a isto o fato de que esta é uma área sobre a qual todos se sentem

confortáveis em dar palpites.

Por outro lado, sendo as pessoas a base, o fundamental da

administração, e sendo a integração necessária entre elas feita através da

comunicação, esta participa do dia-a-dia de forma muito natural. Mas, esta

naturalidade não significa eficácia.

Controla-se a produção, as finanças, o pessoal e a comunicação,

base de toda a administração, fica na improvisação. Então, quando ocorre

uma emergência o pavor toma conta de todos os membros da administração da

empresa. Sendo a comunicação essencial para a administração, é importante

que ela seja planejada e administrada de forma efetiva, para que a empresa

funcione no seu grau máximo de eficácia.

Outro ponto negativo da administração da comunicação é a

discussão de quem é responsável por esta ou aquela atividade de comunicação

na empresa. Isto é altamente improdutivo. O que deve ser considerado é o

fato de que na comunicação empresarial não importa que faça, desde que

tenha competência, preparo e experiência para isso e atue com os valores e os

objetivos da empresa. O importante é evitar que as atividades de

comunicação sigam na contramão do que a empresa pensa, pratica e objetiva

no seu relacionamento com os diferentes do público.

Nota-se que não há um padrão, uma transmissão em uníssono de

um conceito, de uma imagem. Nota-se que não há planejamento da

comunicação, o que fica mais complicado quando todos entendem da mesma e

se arvoram no direito de comunicar aquilo que julgam correto, da forma que

mais lhes aprouver. Não há uma visão de conjunto, nem padronização de

linguagem.

O que se vê é uma confusão generalizada de conceitos sobre as

empresas, governos, pessoas, etc. Não porque as pessoas não saibam se

comunicar. É simplesmente porque comunicação é mais do que falar bem,

escrever bem, ser simpático, ter carisma.

Comunicação é, também, planejamento, definições claras de

objetivos e união de todos da organização em relação aos mesmos. É Ter nas

organizações, mensagens preferenciais para orientar os pronunciamentos de

todos que fazem parte das mesmas, na busca da transmissão coerente dessas

mensagens.

Entre os fatores que influenciam grandemente as relações entre

as pessoas, hoje em dia, estão os veículos de comunicação, destacando-se,

com uma expansão muito rápida os recursos da Internet. Eles têm contribuído

para politizar as pessoas. Elas são cercadas por um infindável número e tipos

de veículos, que transmitem informações, idéias e aumentam seus

conhecimentos da de todos, ampliando a visão e o objetivo de participação

das pessoas em todos os setores que lhes são afetos.

Isto faz surgir um dos principais problemas da empresa hoje: a

evolução dos meios de comunicação externos. A politização e o desejo de

participação das pessoas se contrapõem à evolução e a qualidade da

comunicação nas organizações. A comunicação é maltratada nas

organizações. Isto quando é levada em consideração pelos seus dirigentes.

As organizações não se preparam para a comunicação e o

processo parece não ter retorno, o conflito e o desentendimento causado pelo

mal trato à comunicação faz com que elas se preparem para a negociação com

seus funcionários. Negociação feita a nível externo, liderada, na maioria das

vezes, por elementos estranhos ao seu quadro funcional, que colocam-se como

defensores de seus funcionários.

Os funcionários colocam-se à defesa de seus direitos em mãos de

estranhos merecem deles maior credibilidade do que aqueles que durante anos

estiveram junto deles no trabalho: suas lideranças formais e os

administradores da organização.

Isto ocorre por que a visão do administrador, com os avanços

tecnológicos, com a evolução dos sistemas de administração do capital, com a

complexidade das estruturas econômicas, teve seu ponto focal desviado. A

tecnologia e o capital dominam a administração empresarial como se tudo

pudessem e como se fossem a razão única do negócio.

Gasta-se na busca do aperfeiçoamento tecnológico, nos estudo

profundos na indústria, na computação de dados, na administração das

finanças e do material. As instalações merecem atenção especial. Com que

finalidade? Para atender clientes, para conquistar mercados, para distribuir

riquezas.

Tudo isso cai por terra num segundo. Numa falha, num erro

humano, na paralisação dos funcionários em greve. Avança-se

tecnologicamente, mas não se preparam as pessoas para conduzirem, no rumo

certo, toda essa composição, e quantas vezes, exatamente por isso, tudo se

perde. Privilegia-se o cliente, abandona-se o colaborador mais direto. E este,

no contato de um minuto, coloca por terra investimentos colossais na quebra

da satisfação e do interesse do cliente.

O foco são as pessoas. Para cada pessoa, dentro da estrutura de

relacionamento da empresa, deve haver adequadas estratégias de

comunicação. Devemos lembrar sempre que a empresa foi criada por pessoas,

para agir através de pessoas e atender outras pessoas, que entram em contato

com a empresa para atingir seus objetivos na busca de uma vida melhor, na

busca da felicidade.

Toda pessoa humana, esteja onde estiver, está em busca da felicidade.

IV- OBJETIVO DA IMPLANTAÇÃO DO ENDOMARKETING

Diante dos problemas que ocorrem nas empresas, a falta de

comunicação causando conflitos internos e divergência de informações,

prejudicando a fidelização de clientes e comprometendo o faturamento da

empresa, o endomarketing aplica mudança de hábitos, treinamentos,

dinâmicas, motivação, sintonia e outros processos que será comentado a

diante.

Em quase todos os ramos de negócios contribuiu para a noção de

que um empregado bem treinado, desenvolvido e orientado para serviços

constitui o recurso mais precioso e também escasso hoje em dia.

O endomarketing revela que os especialistas de marketing não

são os únicos recursos humanos importantes, as habilidades, a orientação para

o cliente e a consciência dos serviços de pessoas responsáveis por tarefas

consideradas alheias ao marketing externo, tais como as ligadas às áreas de

produção, assistência técnica, a administração de reclamação, entre outros,

são fatores críticos na percepção que o cliente tem da empresa e na

preferência que poderá dar a essa empresa no futuro.

Para o desenvolvimento da mudança de atitudes dos vários setores da

organização pode-se implantar:

• Desenvolvimento da alto estima das pessoas, sempre que possível,

positivamente, evitando-se afetá-la negativamente;

• Desenvolvimento da empatia nas relações diárias;

• Desenvolver a afetividade nas relações interpessoais.

Diante da concorrência e do ritmo acelerado das mudanças é

necessário que as empresas busquem uma comunicação melhor entre os

empregados, como recurso cada vez mais fundamental, para a eficiência da

organização e como forma de explorar o empenho, o entusiasmo e as idéias

dos seus funcionários.

A comunicação com os empregados tende a adquirir uma

relevância cada vez mais para a empresa globalizada na busca da perfeição.

Os gerentes e demais pessoas de contato da organização, além das de suporte,

as quais necessitam de informações para que sejam capazes de realizar suas

tarefas como lideres, gerentes e prestadores de serviços a clientes internos e

externos.

Para isto são necessárias informações sobre rotinas de trabalho,

características das mercadorias e dos serviços, das vantagens anunciadas aos

clientes pelas propagandas e pelo departamento de vendas.

Estabelecendo uma estratégia de criação de valor, frisando que

os resultados desejados estão ligados às metas da organização, sugere-se as

seguintes ações, a nível de gerência:

• Aumentar o contato e a comunicação entre a administração e os

empregados. Criando oportunidades por intermédio de um número

crescente de reuniões e sessões de “feedback”.

• Fazer supervisores/gerentes responsáveis pela retransmissão de

informações. Com a instalação de sistemas que forcem os gerentes a

documentar a transmissão de informações aos empregados.

• Desenvolver canais que levem informações para supervisores e

gerentes com rapidez. Com os sistemas de alta velocidade de

telecomunicações e informações, levar as informações a todos os

níveis de administração.

• Contar aos empregados como a unidade está se saindo em comparação

com outras unidades e com a empresa como um todo. Uma tarefa que

os gerentes podem executar face a face. Muitos empregados dão mais

valor a isso do que às revistas impressas sobre acontecimentos

empresariais.

• Expandir as informações para cima. Programas de sugestões que

proporcionam tanto reconhecimento como recompensa financeira tem

produzido economia anual de milhões de dólares para empresas que os

apoiam por meio de comunicações dinâmica. Pesquisas regulares

sobre as atitudes dos empregados dão um perfil de como e de onde os

empregados estão.

O endomarketing toma a forma de um processo contínuo em vez

de apenas uma campainha ou uma série de campainhas, e o papel dos gerentes

e supervisores em todos os níveis torna-se mais atuante, também resultados

muito melhores serão alcançados.

Naturalmente grande parte das informações compartilhadas com

os empregados tem efeitos em suas atitudes. As tarefas dos gerentes e

supervisores incluem, como partes integrantes e normalmente inseparáveis,

tanto aspecto do gerenciamento da comunicação quanto aspecto do

gerenciamento de atitudes.

Praticar endomaketing nas organizações significa antes de

qualquer iniciativa, estabelecer os parâmetros de vínculo entre o uso das

ferramentas de marketing voltadas para a geração de motivação no grupo de

colaboradores e o estilo de liderança que permanecerá presa.

Sob essa ótica contar com uma liderança carismática no

processo de formulação do endomarketing poderá significar fundar em bases

muito sólidas os alicerces para a construção de ambiente aptos ao surgimento

de motivação e comprometimento.

Em um estudo J.R.House em 1977 identificou como os líderes

carismáticos se comportam, diferem de outras pessoas e as condições destro

das quais tem maior probabilidade de florescer. O grau em que o líder pode

ser considerado carismático é determinado pelos seguimentos indicadores:

• Confiança dos seguidores na retidão das crenças do líder;

• Similaridade entre as crenças dos seguidores e aqueles do líder;

• Aceitação incondicional do líder pelos seguidores;

• Afeição dos seguidores pelo líder;

• Obediência espontânea ao líder pelos seguidores;

• Envolvimento emocional dos seguidores com a missão da organização

• Altos níveis de desempenho por parte dos seguidores;

• Crença dos seguidores de que são capazes de contribuir para o sucesso

da missão do grupo.

Diante dessas características, fica bastante evidente que uma

necessidade de poder motivar o líder a tentar influenciar os seguidores.

Autoconfiança e convicção forte aumentam a confiança dos seguidores no

julgamento do líder.

Líderes carismáticos engajam-se em comportamentos voltados

para criar impressão, entre os seguidores, de que o líder é competente e

eficaz. Este tipo de administração baseada na impressão apoia a confiança

nas decisões do líder e aumenta a obediência incondicional.

Líderes carismáticos articulam objetivos ideológicos que

relacionam a missão do grupo aos valores, idéias e aspirações profundamente

arraigados e compartilhados pelos seguidores. Oferecem uma visão atraente

de como o futuro pode ser, líderes carismáticos dão ao trabalho do grupo mais

significado e inspiram entusiasmo e estímulo. O efeito resultante é o maior

envolvimento emocional por parte dos seguidores com a missão do grupo e

maior comprometimento com seus objetivos.

Líderes com forte poder de referência podem, induzir os

seguidores a fixarem objetivos de desempenho mais elevados e obter maior

comprometimento em relação aos mesmos. Entretanto, tal comprometimento

não ocorrerá a menos que os objetivos sejam percebidos como realistas e

atingíveis. Considerando que as pessoas tem focos de motivação muito

próprios e particulares o objetivo do endomarketing é de pronunciar um

ambiente interno nas organizações que esteja favorável ao surgimento desses

“momentos mágicos”.

No caminho do marketing da personalização, estão as pessoas

que compõem as corporações e que em última análise, serão responsáveis pela

geração de novas idéias, novas tecnologias e o contato cada vez mais raro

com clientes e prospectos. Para isto as empresas precisam contar com

pessoas motivadas e engajadas em sua linha de frente, este é um dos desafios

do endomarketing.

O endomarketing deve buscar adequar-se ao espaço da empresa

com todos os seus integrantes, o conceito de disputa de vida-ou-morte dentro

das empresas dá lugar ao da colaboração sólida. A comunicação vertical do

patrão para o empregado, deve dar lugar à comunicação horizontal,

democrática, interativa, em que todos participem criativamente, dando e

recebendo e construindo um novo conhecimento. O êxito se encontra na

integração dos diferentes cenários do universo de endomarketing. Integração

esta que cria o clima da confiança e gera a energia necessária para obter a

mais ampla colaboração entre todos.

V - PROJETOS DE ENDOMARKETING

A competitividade atual é grande, o avanço tecnológico imenso e a

necessidade de se gerar resultados efetivos indispensável. É vital evoluir e

inovar. Para evoluir é necessário apostar na construção de nova empresa,

mais ágil, mais competitiva. Deve-se desmobilizar os velhos e maus hábitos e

construir hábitos novos e produtivos, para isso é fundamental comprometer

todos aqueles envolvidos no processo de geração de riqueza.

Desta forma tem-se condições de fazer das organizações um

corpo forte, coeso e produtivo, que são hoje as principais condições para o

desenvolvimento sustentado. A grande maioria das empresas não adota de

maneira otimizada mecanismo que identifiquem os funcionários com os seus

objetivos. Não sabem, em última visão, “vender” sua imagem, seus

benefícios, sua missão.

O projeto de endomaketing estabelece um forte componente de

comunicação integrada, ou seja, comunicação nos dois sentidos: estabelece

base de relacionamento interpessoal que desenvolve positivamente a auto-

estima das pessoas ; facilita a prática da empatia e da afetividade:

• Consolida a base cultural estabelecida, bem como acelera

qualitativamente a sinergia do comportamento, através do

reconhecimento e valorização do ser humano.

• Faz com que as chefias envolvidas e não comprometidas com o

desenvolvimento cultural corram o risco de serem identificadas. São

elas, as chefias que garantem o desenvolvimento adequado dos projetos

básicos de endomarketing.

• Estabelece a prática inicial dos valores essenciais que a empresa

escolheu para nortear as atitudes das pessoas para o comprometimento

com seus sistemas tecnológicos, bem como para o estabelecimento de

clima adequado nas relações interpessoais. São obrigatórios no início

do processo de implantação do endomarketing e estabelecem a sinergia

do comprometimento.

• Trabalha com a combinação da motivação psicológica e material,

gerando desafios individuais e coletivos, distribuindo recompensas em

função dos resultados obtidos.

V.I – Metodologia

Engloba ações que uma empresa deve empreender para consolidar a

base cultural com o comprometimento adequado das suas tecnologias,

visando:

• A prática dos valores estabelecidos como base da nova cultura;

• A manutenção de clima ideal de valorização e reconhecimento das

pessoas;

• O estabelecimento de canais adequados de comunicação interpessoal,

que permitirão a eliminação de conflitos e insatisfações que possam

afetar o sistema organizacional;

• A melhoria do relacionamento interpessoal;

• O estabelecimento da administração participativa.

V.II - Elaboração do Projeto de Endomarketing

Pode-se dizer que o sucesso da implantação do endomarketing

depende 10% do próprio programa e 90% ficam por responsabilidade do

gerenciamento e a execução, daí a importância total do comprometimento e

envolvimento pessoal da alta direção da empresa. A liderança é fundamental,

criando o modelo, o exemplo a ser seguido e disseminado.

Um programa eficiente de endomarketing tem de se ajustar à

realidade da empresa. Torna-se fundamental identificar as prioridades deste

programa, verificando os pontos mais vulneráveis da empresa que devem ser

corrigidos. Deste modo identifica-se os pontos em que deve agir o

endomarketing:

Consciência estratégica - a primeira etapa surge quando se

descobre que a empresa carece de uma consciência estratégica voltada para o

atendimento ao cliente como prioridade para a conquista do mercado. Neste

caso, o endomarketing precisa criar uma nova mentalidade dentro da empresa.

A noção de marketing deve estar presente em todos os setores,

na consciência de todos os seus funcionários. É preciso introduzir também a

noção do funcionário como cliente de seu envolvimento, da integração dos

setores, do trabalho em equipe.

Manter a cultura de serviço - a segunda etapa para o

endomarketing quando torna-se necessário um novo processo para manter a

cultura de serviço. Trata-se de fazer com que os valores da cultura de serviço

possam se integrar ao cotidiano da empresa, de torna-la efetiva.

VI - PROGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO ENDOMARKETING

Os pontos essenciais que devem integrar um programa de implantação

do endomarketing são:

Treinamento sobre educação e desenvolvimento- O

treinamento está comprometido pelo sentido de que é preciso condicionar

alguém a fazer aquilo de determinada maneira. O treinamento deve ser

qualificado como educação, transmissão não só de uma determinada técnica

mas também de valores a todo o trabalho em equipe que implicam a

possibilidade de desenvolvimento profissional e humano.

Dito isto, o treinamento sob ótica deve partir das necessidades

detectadas pela empresa para seu crescimento bem como da avaliação das

expectativas dos funcionários. Para ser mais válido não pode se restringir ao

nível operacional ou de conteúdos. Há sempre um componente de atitude, de

envolvimento do funcionário que deve ser reforçado durante o treinamento.

Inclui-se ao treinamento um componente de atitude e de

motivação ouvindo o funcionário, criando uma situação de feedback em que

eles se sintam à vontade para exprimir os seus pontos de vista sobre o próprio

treinamento realizado, assim como sobre as experiências acumuladas na

realização de suas tarefas.

Programa de Integração – Um eficiente voto de boas vindas

faz com que o novo funcionário se adapte de maneira mais tranqüila e mais

completa, incorporando-se a seu ambiente de trabalho e a sua equipe.

Um dos objetivos deste programa de integração reside

exatamente no fato de comunicar ao recém-chegado o valor dado pela

empresa à corporação, ao trabalho em equipe, assim como de informá-lo

sobre sua história, produtos e serviços. Trata-se de fazer com que o

funcionário não se limite a saber o que tem de fazer e como fazer, mas saiba

também porque está fazendo e para quem está fazendo determinada coisa.

Agindo assim a empresa cria as melhores condições para que o

funcionário alcance o desenvolvimento esperado. É um começo adequado

para a política de reter o cliente interno.

Planos de carreira- Planos de Carreira se constituem de forma

objetiva a perspectiva de crescimento profissional, o caminho das promoções

e até a possibilidade de se chegar ao topo. Para tal, os planos de carreira

devem sair do papel e se tornar um elemento ativo dentro da cultura

organizacional.

Muitas das vezes os planos de carreira são deixados na gaveta,

existem apenas no papel. Para o endomarketing, planos de carreira válidos

contêm sempre as funções do cargo em questão, as qualidades para exercê-lo

e a atitude desejável, ou seja, a visão do objetivo final da empresa,

envolvimento, espírito de trabalho em grupo.

Para que os planos de carreira possam cumprir seu papel de

motivação, a primeira regra é divulgá-los, tornando-os um estímulo sempre

presente para os funcionários. Quanto mais aberta for uma empresa, quanto

mais delegar responsabilidade de forma precisa e valorizar o funcionário

como parte de uma estratégia de eficiência, maiores serão as perspectivas de

que obtenha o máximo do potencial de seus empregados.

Este aspecto, ligado à cultura organizacional, é que torna os

planos de carreira instrumentos atuantes, integrados aos objetivos e processos

da empresa, e não meras promessas ou prescrições burocráticas.

Diante de um mercado dinâmico e da realidade das empresa,

planos de carreira devem estar sempre abertos para mudanças e atualizações.

Sua revisão é parte da avaliação interna da empresa. Um plano de carreira

pode ser um instrumento eficaz para motivar os funcionários e evitar a

rotatividade.

Motivação e Valorização – Ainda hoje muita gente pensa que

processo de motivação são secundários, pois o fator nessa área é o SALÁRIO,

a remuneração. Estão enganados. De fato, já se chegou à conclusão através

de uma série de pesquisas e relatos, sobre as expectativas básicas comuns a

todos os funcionários em relação às suas empresas. As experiências dos

funcionários compreendem três pontos essenciais:

a) Reconhecimento pelo trabalho que fazem;

b) Ter uma importância como indivíduo reconhecida dentro da empresa;

c) Uma remuneração adequada.

Processos ou programas de motivação e valorização devem

aprofundar ao máximo essas três expectativas básicas. Num sentido

amplo a motivação deve contribuir para a maior coesão da empresa, para

um desenvolvimento harmonioso de suas atividades. Quando a motivação

alcança um nível de excelência, obtêm-se harmonia e eficiência.

Por outro lado, quando as pessoas não estão suficientemente

motivadas, mas mesmo assim procuram dar conta do recado, pode-se dizer

que elas estão se esforçando. Mas o esforço ainda não é a eficiência. A

eficiência está acima do esforço, está ligada a uma cultura organizacional

totalmente motivada e coesa. Esta é uma observação de caráter geral.

Estímulo à iniciativa e à criatividade - O estímulo à iniciativa

e à criatividade é fator indiscutível de aumento de eficiência. Um deles

significa dar ao indivíduo plena responsabilidade para a realização de sua

função especifica. O outro se liga ao desenvolvimento do potencial do

funcionário, tornando-o cada vez mais competente, preparando-o até, se for o

caso, para novas tarefas.

Tanto a liberdade de iniciativa quanto a atitude criativa só

podem surgir numa cultura organizacional que trabalha para que seus valores

sejam compartilhados pelos funcionários e age no sentido de que esses

valores se enraízem por meio de um processo constante de comunicação.

A atitude criativa é o desempenho no nível de excelência,

portanto, da competência entendida como trabalho corretamente executado.

Iniciativa e criatividade são formas de antecipação do problema, de resolvê-lo

em tempo ótimo, sem que se acumule e se torne um obstáculo ao trabalho.

Há também a necessidade de regras levando diretamente à

delegação de poder dentro da liderança.

Remuneração – Se trata da concretização da valorização dos

funcionários. O trabalho será certamente prejudicado se o funcionário ganhar

mal. O bom salário dá tranqüilidade e dignidade ao funcionário, constitui

aspecto olístico de interação entre a vida na empresa e a vida particular.

A empresa tem a responsabilidade de contribuir para a satisfação

do indivíduo; ao fazê-lo, será recompensada pela sua dedicação. Trata-se de

um intercâmbio para os dois lados – o bom salário consagra o pacto entre

funcionário e empresa.

Cliente Preferencial – Existem dez pontos necessários para a

criação de um ambiente onde o funcionário é tratado como um “cliente

preferencial”

a) A alta direção da empresa está empenhada no trabalho orientado para o

cliente e para a valorização dos funcionários;

b) A gerência está comprometida com esta visão e possui capacidade de

liderança, transmitindo aos funcionários responsabilidade, vontade de

participação e capacidade de iniciativa.

c) O conhecimento é disseminado por todos os setores da empresa tanto no

sentido de integrar seus diversos setores quanto no de estimular o

potencial do indivíduo.

d) Os funcionários conhecem os objetivos da empresa voltada para o cliente

e conhecem suas responsabilidades dentro desta linha de atuação.

e) Os funcionários conhecem suas tarefas, sentem –se motivados e estão

envolvidos em um trabalho de equipe que dá margem à iniciativa

individual.

f) Os treinamentos são realizados constantemente, e no que diz respeito a

aspectos técnicos, e no que diz respeito ao esforço de valores e atitudes.

g) Os processos de avaliação são transparentes, informando corretamente seu

principal interessado: o funcionário.

h) Há um permanente processo de informação e comunicação, configurando o

livre acesso à informação e à capacitação de todos.

i) O processo de comunicação tem o modelo da “mão dupla”, permitindo que

os funcionários revelem suas necessidades e expectativas.

j) O atendimento às expectativas e necessidades dos funcionários a partir de

critérios claros e dentro dos objetivos da empresa gera um ambiente de

confiança mútua e alta eficiência.

VI.I – Liderança

A implantação do endomarketing não terá sucesso se não

trabalhar a liderança. A liderança é uma função exercida dentro do grupo.

Poderia se dizer que há dois estilos de liderança. Um deles é exercido por

alguém que se coloca acima do grupo, o “déspota esclarecido”, o “líder

carismático”.

O outro líder trabalha com o grupo e para o grupo, tem perfil

democrático, divide responsabilidades, delega poderes, dialoga, ouve. Este é

o tipo de líder ou de liderança coerente com os valores de cooperação

enfatizados pelo endomarketing.

Para isto deve-se trabalhar a conscientização dos lideres com

programas dinâmicos de cooperação, mostrando que a liderança aberta motiva

plenamente, porque também valoriza e compromete todo o pessoal. É um

chamamento para que todos compartilhem o processo, um apelo à iniciativa, à

criatividade e à responsabilidade.

A decisão de delegar poder é uma conseqüência do clima

organizacional favorável à iniciativa e à atitude criativa. De modo específico,

a delegação de poder é sempre fruto de uma relação positiva entre o líder e

seu grupo.

Há uma espécie de lei nesta área: se controla totalmente o

desempenho dos funcionários, deixando-os dependentes e inerentes. E

quando o supervisor ou gerente, diante de uma emergência precisar da

iniciativa deles, vai ficar a ver navios.

O líder consciente, seguro, não hesita em delegar poderes, pois

sua atitude é de transmitir conhecimento, de injetar confiança, colaboração e

lealdade. A delegação de poder fortalece a autoconfiança do funcionário e se

converte em fator decisivo para que ele desenvolva todo seu potencial.

VI.II - Comunicação

É uma conjunto de veículo escolhidos para transmitir

determinadas mensagens. Estes veículos podem ir desde uma palestra, um

comunicado, um filme publicitário, um vídeo até uma revista interna da

empresa. A informação muita das vezes se revela inerente como celebres

comunicados que ninguém lê ou que vão parar na cesta de lixo.

Isto acontece porque falta o complemento da informação, dado

pela comunicação, pelo feedback que cria o diálogo. O importante é que a

informação não se esgote em si mesma e possa se transformar em

comunicação. Organizar um processo de comunicação, estabelece uma rede de

comunicação, significando assegurar a possibilidade de que haja feedback.

Uma rede de comunicação tem de constituir parte do cotidiano da empresa,

de sua cultura organizacional.

VII - AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO

DO ENDOMAKETING.

Um instrumento muito empregado e válido é o GRID (Grupo

Interno de Diagnóstico). O GRID faz esta avaliação a partir de reuniões entre

departamentos ou entre funcionários de um mesmo departamento. Nestas

reuniões, deve-se também esclarecer e resolver problemas que possam surgir

na prática do endomarketing.

Estes problemas podem abranger as mais diversas áreas ou

aspectos, indo desde questões internas de um departamento até sondagens

para verificar, como a prioridade para os valores do cliente está sendo

assimilada pela linha de frente ou por outros departamentos.

Existe uma outra concepção muito simples para avaliação do

programa de endomarketing, trata-se de uma técnica de acompanhamento e

avaliação conhecida como espelho. Fotografa-se, por assim dizer, a empresa

num momento zero, ou seja, exatamente no início do programa de

endomarketing.

Gradativamente vão sendo feitas leituras a intervalos regulares -

a cada mês, bimestre ou trimestre – com o objetivo de verificar como está se

processando a assimilação dos novos valores, o grau de comprometimento e

envolvimento dos funcionários, a relação interna entre os departamentos, os

prováveis pontos de resistência e seus motivos.

Como se vê, os objetivos da técnica de espelho são os mesmos

do GRID. Tornando-se fundamental ter em vista, seja qual for o método de

avaliação empregado, que este tipo de acompanhamento pode ser consolidado

por meio da sistematização de um conjunto de procedimentos gerenciais.

Aplica-se também o gerenciamento de serviço que é um conceito

que deve orientar a empresa como um todo no sentido de que a qualidade do

produto ou do serviço tal como é percebida pelo cliente deve constituir o

aspecto decisivo para a condução eficiente do negócio.

Incorporar a percepção do cliente no produto ou no serviço é a

chave para se obter a vantagem competitiva. Pois bem, o gerenciamento de

serviço deve começar pelos serviços internos, pelo cliente interno, orientando

a relação entre departamentos.

Este procedimento diz respeito ao departamento ou a

departamentos que prestam serviços a outros departamentos, por interfaces

caracterizadas pela prestação de serviços. Trata-se portanto, de uma

abordagem intersetorial. O seu ponto de partida é que a noção de cliente

interno já esteja presente e ativa em todas as relações da empresa, quer entre

departamentos, quer entre chefes e comandados.

Os procedimentos á seguir são:

Primeiro, cada departamento deve identificar os seus clientes

internos e segmentá-los segundo o tipo de serviço a ser prestado. É um mapa

que mostra as fronteiras e conexões do departamento.

Segundo, é necessária uma atitude proativa, que consiste em

procurar o cliente interno para obter o feedback em relação ao serviço que

está sendo prestado. Um bom feedback deve procurar identificar os aspectos

mais importantes do relacionamento e do serviço de acordo com a percepção

do cliente.

Obtem-se a percepção do cliente com perguntas claras e

objetivas como: o que você espera de nós? Como afetamos o seu serviço?

Quais suas necessidades mais urgentes? O que você mais valoriza neste

processo? O bom gerente de serviço é sempre um pesquisador de atitudes e

valores. Atitudes e valores do cliente, claro. Ou seja, a atitude de quem está

de fato interessado em saber o que o cliente quer para servi-lo da melhor

maneira possível.

Terceiro procedimento consiste em selecionar os momentos de

verdade e, em especial, os momentos críticos, aquele momento da relação de

serviço que exerce um impacto especial sobre o cliente, pois corresponde a

um valor fundamental para ele. Para identificar este momento crítico, é

preciso recorrer ao resultado obtido pelo estágio anterior, isto é o feedback do

cliente.

A partir daí, seleciona-se aquelas que são mais importantes ou

menos prioritárias para o cliente. A melhor imagem para este é a da sintonia

fina, que só pode ser alcançada quando o foco está efetivamente voltado para

o cliente, ou melhor, quando se consegue pensar como o cliente pensaria.

Quarto procedimento é o relatório do cliente, trata-se de um

conjunto de procedimentos adotados pela gerência para avaliar os serviços

prestados segundo a avaliação do cliente devendo ser avaliado continuamente.

O relatório do cliente é a conseqüência e a síntese obtida a

partir dos procedimentos anteriores como segmentação do cliente, feedback

do cliente, momentos críticos de verdade, análise do ciclo de serviço. O

relatório do cliente reúne os elementos necessários para criar um modelo de

qualidade do serviço ideal para o cliente interno.

Os pontos mais significativos que devem conter no relatório do

cliente são:

a) A qualidade da relação com o pessoal que faz contato direto;

b) Rapidez no atendimento;

c) Qualidade da informação ou do equipamento fornecido;

d) Conhecimento técnico de quem entra em contato com o cliente;

e) Disponibilidade do departamento para atender ao cliente;

f) Flexibilidade para atendera pedidos extras, fora do padrão usual ;

g) Capacidade de ser proativo, acrescentado sempre mais qualidade ao

serviço fornecido.

Tudo isto significa marketing, pois o marketing deve sempre

estar presente em todos os setores da empresa. O gerenciamento de serviço é

a maneira de consolidar a prática generalizada do marketing pela empresa

como um todo.

Os momentos de interação entre setores baseados em serviços já

estão mapeados no fluxograma da empresa. Formam o que se chama

arquitetura de fluxo. Acontece que as empresas não extraem conseqüências

práticas de um recurso tão simples como o de possuir as interfaces de serviço

já mapeados pelo fluxograma para otimizar a qualidade do serviço interno.

De posse desta visão estratégica, pode-se verificar tranqüilidade

como estão sendo atendidas as demandas dos clientes e em que medida todos

aqueles “momentos de verdade” estão sendo levados em conta pela gerência

do serviço.

Mas, para que uma visão global de todas as interfaces e

processos internos de prestação de serviços seja efetivamente colocada em

prática, é preciso que a alta direção esteja de fato comprometida com os

princípios do endomarketing.

O ambiente da cultura de serviços é sempre favorável à

inovação. Robert Waterman disse: “O ambiente favorável à iniciativa e à

inovação supera o planejamento excessivo e minucioso, tornando a empresa

mais ágil e competitiva”.

VIII - CONCLUSÃO

Os diretores de empresas precisam se convencer de que, a

empresa será auxiliada por uma cultura organizacional que assegure a

presença de valores compartilhados tanto pela cúpula como pela base. A

prioridade é centrar o serviço no cliente. Absorver e compreender o que

ocorre entre o cliente, o gerente e a equipe comandada por este gerente. Esta

será a orientação que vai transmitir à sua equipe, incluindo-se neste contato

com seus comandados a noção de cliente interno.

Vale a pena lembrar que a melhor imagem para esse tipo de

liderança é a do treinador, hoje conhecido como “coach”. O treinador ou

“coach” organiza uma equipe para atuar solidariamente, criando as condições

para que todo o grupo esteja entrosado para o trabalho coletivo, isto é, para o

jogo.

Toda esta mudança implica claramente uma espécie de

reeducação. Neste sentido, os gerentes são os educadores que precisam ser

reeducados. Uma comunicação limpa, na linguagem acelista previne

desempenhos irregulares e contribui para a sincronidade.

A orientação para o cliente é uma orientação voltada para o

resultado em vez de ser uma orientação dirigida para as regras, como na

antiga estrutura. Seu foco principal será o resultado e não a regra. A

prioridade dos resultados significa que os processos internos da organização

estão submetidos ao resultado, que é o atendimento ao cliente.

A mudança da estrutura organizacional é causada pela mudança

do “ambiente externo”. Por esta mesma causa é que o endomarketing veio

para ficar. Veio para ficar à medida que é o instrumento por excelência capaz

de ativar esta mudança de valores, de procedimentos e de estruturação. O

endomarketing é necessário porque corresponde a natureza profunda das

modificações que estão ocorrendo à nossa volta. A medida que a informação

se converte num recurso estratégico, numa fonte de riqueza, estamos diante de

um recurso extraordinário, caracterizado por ser não apenas renovável, mas

autogerador. O conhecimento passa a alimentar qualquer busca de

produtividade, tornando-se a chave para toda a economia.

Trata-se de um recurso autogerador, cujo portador é o ser

humano. Deste modo vê-se como no quadro das organizações empresariais a

valorização da pessoa humana tem um sentido profundamente adequado a

nova época em que vivemos.

Todo o processo de endomarketing consiste, num sentido amplo,

em promover mudanças de valores para adequar as empresas à nova

configuração do mercado de serviço. A partir desta perspectiva, vale a pena

alinhar alguns fatores que já constituem uma realidade, mas que irão se

consolidar cada vez mais com o tempo.

- A importância decisiva da prioridade ao cliente como fator de vantagem;

- A crescente terceirização criando relações de cliente entre empresas;

- A globalização da economia e a crescente competitividade;

- As alianças estratégicas entre empresas para gerar serviços de alta

qualidade;

- O aprofundamento da cultura de serviço e a emergência de estruturas

organizacionais de caráter participativos ou horizontais;

- O aprofundamento por meio da tecnologia do sentido cooperativo do

trabalho em que funcionários ou operários exercem múltiplas funções.

IX – BIBLIOGRAFIA

GRONROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços. Tradução de

Cristina Bazan. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus,1995.

BEKIN, Saul Faingaus. Conversando sobre endomarketing. São Paulo:

Makron,1995.

MIRSHAWKA,V. A implantação da qualidade e da produtividade pelo

método do Dr.Deming. São Paulo: Makron Books,1990.

WALKER, Denis. O cliente em primeiro lugar. São Paulo: Makron

Books,1991