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Fazendo34

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boletim do que por cá se faz

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Page 1: Fazendo34
Page 2: Fazendo34

E de facto uma redundância, mas ninguém nega

que é na formação que poderá residir uma réstia de esperança

para um futuro minimamente sorridente. Sendo a educação

objecto de várias abordagens, teorias, praxis ou metodologias,

não haverão dúvidas, no nosso entender, de que esta terá que

ser construída de modo a incentivar o desenvolvimento de um

espiríto criativo, crítico, ávido e esclarecido.

A tendência do mundo ocidental tem sido a de centralizar na

escola todo este processo educativo que no entanto deve ser

dividido por um complexo que integre não só a própria escola

como a família, grupos de pares, estruturas sociais, culturais,

desportivas e, porque não, o próprio acaso. Nesta perspectiva

a implementação desses processos tem de ser convergente

tanto nas escolas como nos meios extra escolares, tratando-

-se as últimas de estruturas que simultaneamente permitam

dar um seguimento positivo a esses mecanismos, apoiando a

sua evolução, e que suportem a expressão dos seus resultados.

Tendo-se esforçado desde a sua génese para estimular a

criatividade, a discussão e a divulgação de novas formas de

conhecimento, é natural que o Fazendo pretenda abranger

neste projecto, de forma mais activa, a população do ensino

básico e secundário do Faial. Como primeiro impulso, de um

conjunto de iniciativas que pretendemos levar a cabo na Escola

B. e S. Dr. Manuel de Arriaga, será lançado um concurso intra-

estudantes para a elaboração de uma crónica e uma ilustração

para a capa deste jornal. Os temas e técnicas são livres e o

concurso é aberto, sem distinção por categorias etárias, aos

alunos do 7º ao 12º ano (a avaliação dos textos e imagens terá

obviamente em conta o contexto etário em que foram

produzidos). Entre outros prémios os vencedores verão os seus

trabalhos publicados no Fazendo.O

O regulamento pode ser consultado na pág. 5.

Nos últimos anos temos assistido na ilha do

Faial e especificamente na cidade da Horta, a um aumento de

eventos e iniciativas culturais que incluem concertos, exposições

de pintura e artes plásticas, espectáculos de dança, cinema

(com a sedimentação de um importante festival), conferências

e palestras temáticas entre outros acontecimentos que se

consideram essenciais para estruturar uma sociedade mais

desperta, mais crítica e naturalmente mais saudável. Neste

contexto, o Teatro tem necessariamente que ocupar um lugar

de destaque e um festival que promova e divulgue essa arte

maior torna-se naturalmente indispensável.

Em 2010 vai acontecer pela quarta vez o Festival de Teatro do

Faial. A Associação cultural Teatro de Giz foi novamente

convidada pela Câmara Municipal da Horta (CMH) para organizar

este evento, depois de o ter feito com sucesso em 2009. Foram

cerca de 700 as pessoas que se dirigiram à sala do Teatro

Faialense no ano passado, demonstrando assim que a vontade

de ver e aprender o Teatro existe no seio da nossa comunidade.

Na IV edição deste festival gostávamos de ir mais além: partimos

novamente da premissa da abrangência na mostra, ou seja,

trazer companhias que façam uso de diferentes linguagens

para que os espectadores possam viajar por técnicas,

abordagens, estilos, pensamentos díspares que convergem para

um mesmo propósito – num dado momento, condensar a vida

e provocar a partilha única e efémera entre os que propõem

(no palco) e os que assimilam (na plateia). Assim, vai ser

possível assistir ao destaque das palavras e do texto mas

também à expressão e às artes do corpo, ao cruzamento de

outras linguagens (música, vídeo) num mesmo espectáculo, à

utilização do títere e da sua personificação e aos que se

dedicam ao universo infanto-juvenil através de uma linguagem

próxima

aos mais novos. Mas para além de proporcionar aos participantes

a mostra do que por Portugal se faz (este ano, ficamos em

território nacional), queremos também facultar a aprendizagem

e a compreensão dos meios que possibilitam os fins. Para isso,

propusemos às companhias que nos vão visitar que preparassem

oficinas não convencionais ou simples conversas que levassem

os cidadãos interessados ao contacto directo com quem faz

teatro e com a forma como se constrói a teia de uma peça nos

seus mais diversos universos (o texto, a luz, a cenografia…).

Queremos mais, porque procuramos neste festival encurtar

ainda mais as distâncias entre quem vê e quem faz,

possibilitando inclusive, que no futuro os papéis se possam

inverter.

Trazemos até ao Faial 4 companhias do continente -

“Circolando”, “Palmilha-dentada”, “Art’imagem” e “O Nariz”

– todas elas reconhecidas pelo trabalho que têm desenvolvido

ao longo dos anos, mas também uma companhia residente em

São Miguel (Despe-te-que-suas) que tem assumido justo destaque

na região. O cartaz ficará completo com a participação de dois

grupos de teatro que desenvolvem o seu trabalho no Faial -

“Carrocel” que estreia o espectáculo “Ò Zé põe-te em pé” e

o próprio Teatro de Giz que estreia “À espera de Godot”, de

Samuel Beckett, com encenação de João Garcia Miguel.

O formato do festival vai aproximar-se mais de uma temporada

do que propriamente de uma sequência de espectáculos diários

num período reduzido, porque queremos dar hipótese ás pessoas

de assistirem a todas as peças, isto é, privilegiámos os fins-

de-semana na agenda da iniciativa, de forma a que nos dias

que são habitualmente os de descanso, os espectadores possam

usufruir tranquilamente dos espectáculos e da digestão que

os mesmos exigem... Será entre os dias 20 de Março e 30 de

Abril que tudo vai acontecer. O programa e outros produtos

de divulgação vão ser disponibilizados na semana antes do

arranque e durante o festival para que todos possam saber e

escolher, de acordo com as suas vontades e disponibilidades.

Para nós, o conselho é certo – não percam nenhum, porque só

acontece uma vez.

É verdade… esta é uma daquelas coisas que não passa na

televisão. O

Esta iniciativa conta com:

Alto Patrocínio da Câmara Municipal da Horta

Patrocínios:

Governo Regional dos Açores – Direcção Regional da Cultura

RTP Açores

Hortaludus

Apoios:

Apartamentos Verde Mar

OMA – Observatório do Mar dos Açores

Colaboração:

Fazendo

Tribuna das Ilhas

Incentivo

Page 3: Fazendo34

Os Jeans Team são uma banda eletrónica com um

som único, combinam dance music com elementos minimalistas

inspirados em jogos de computador dos anos 90 e, quando o

ambiente musical está criado, juntam-lhe umas letras

normalmente muito simples e com significados muito directos.

Em 2000 lançaram o seu primeiro álbum que se tornou um

marco para amantes da música eletrónica low fi. O álbum

contém o hit "Keine Melodien" uma canção que foi remixada

vezes sem conta por todo o mundo. Desde aí lançaram mais

dois albuns e tornaram-se uma grande força dentro da cena

musical alemã. O seu estilo muito próprio estabeleceu novos

padrões que influenciaram bandas de todo o mundo, tanto na

maneira de abordar a música no inicio deste século como no

modo de oferecer essa música aos fãs em concertos minimalistas.

Música made in Berlin, excelente para aquecer enquanto

esperamos pela primavera. O

Ouvir em altos berros em

www.myspace.com/jeansteamBranco

Sente-se deprimido com a chuva que não pára de

cair, com esta bruma que se instala em nós e nos atordoa o

cérebro mirrado do frio? Então não oiça este disco. Por outro

lado, se está feliz e contente da vida porque tudo lhe corre

bem e toda a gente lhe sorri, e tem um arco íris por cima dos

seus pensamentos, não oiça também, pois pode ficar deprimido

como se a chuva não parasse de cair e a bruma se instalasse

e lhe atordoasse o cérebro e este mirrasse de frio. Já agora,

evite também ser amigo deste senhor. É um conselho que lhe

dou, caro leitor.O

Vencedor do prémio José Afonso de 2005 com o

álbum “Torna Viagem”, José Medeiros é aqui recordado por

um trabalho anterior - “Cinefilias e Outras Incertezas”. Nascido

em Vila Franca do Campo em 1951, José Medeiros tornou-se

conhecido pela sua faceta de realizador da RTP-Açores para

onde realizou inúmeros trabalhos televisivos. A música chegou

mais tarde, e ficou. Carismático e de voz rouca, Zeca Medeiros

(como é conhecido) é um pilar representativo do povo e da

cultura açoriana, e as suas composições de poesia e embalo

marcam uma geração de nova música insular, com base nas

raízes, mas com muito de amanhã. “Cinefilias e Outras

Incertezas” é um notável mundo de fusão popular, tradicional,

contemporâneo, teatral, etc, e conta com um excelente leque

de músicos (Rui Leite – contrabaixo; José Sarmento – piano e

sintetizador; Manuel Rocha – violino; Quiné – percussões; João

Lima – clarinete e sax alto; Carlos Peninha – guitarras; Carlos

Rocha – guitarra acústica; Mike Ross – tuba; Álvaro Melo e

Ricardo Dias - acordeão; Jorge Salgado – flautas; Carlos Frazão

– teclados, entre outros). Este trabalho expressa um equilíbrio

perfeito entre o tradicional/ popular e o contemporâneo, o

que faz dele uma contribuição de peso para a evolução da

música nos Açores, e para a construção de uma nova e urgente

tradição musical.* O

Muita tinta corre nas literaturas e muitas

palavras saltam de nenúfar em nenúfar no que toca ao conceito

de “música tradicional”. Após décadas de reflexão no meu

laboratório quântico imaginário situado na rua mais escura do

pensamento, cheguei a algumas conclusões que podem ser

absurdas e se forem gostaria que me dissessem frontalmente

e não falassem mal de mim nas minhas costas. Para mim a

música tradicional define-se hoje (amanhã pode ser diferente)

pela expressão musical de um povo num determinado espaço

e tempo, com um carácter de continuidade e repetição. Assim,

e remetendo à nossa realidade insular, não existe uma música

tradicional Açoriana. Existem várias. Existe a música tradicional

do período do povoamento das ilhas, como existe a da época

dos Flamengos, do estado novo, e depois de cada ilha, de cada

pedaço de terra com gentes a pensar diferente e a cantar

diferente. Pode-se dizer que a chamarrita é música tradicional

do Pico, por via do espaço/ tempo em que se instala e

permanece, mas um dia há-de desaparecer ou transformar--

-se. A música que geralmente metemos no saco do “tradicional”

é a primeira de que temos registos fidedignos, mas daqui para

a frente tudo mudará. Daqui surge uma conclusão não absoluta

mas que me parece lógica. A música contemporânea aproxima-

se mais do tradicional do que o folclore, pois se devidamente

contextualizada e datada poderá vir a tornar-se música

tradicional no futuro, enquanto que o folclore não passa de

uma réplica do que se fazia no passado e se deixou de fazer

simplesmente porque agora se fazem outras coisas diferentes.

É assim na arquitectura também. Se isto for verdade limitamos

o risco de nos perdermos numa fusão global cinzenta e

homogénea, pois o espaço/ tempo há-de sempre continuar a

produzir tradições, mesmo que mais fugazes e bizarras.O

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Os Jeans Team são uma banda eletrónica com um

som único, combinam dance music com elementos minimalistas

inspirados em jogos de computador dos anos 90 e, quando o

ambiente musical está criado, juntam-lhe umas letras

normalmente muito simples e com significados muito directos.

Em 2000 lançaram o seu primeiro álbum que se tornou um

marco para amantes da música eletrónica low fi. O álbum

contém o hit "Keine Melodien" uma canção que foi remixada

vezes sem conta por todo o mundo. Desde aí lançaram mais

dois albuns e tornaram-se uma grande força dentro da cena

musical alemã. O seu estilo muito próprio estabeleceu novos

padrões que influenciaram bandas de todo o mundo, tanto na

maneira de abordar a música no inicio deste século como no

modo de oferecer essa música aos fãs em concertos minimalistas.

Música made in Berlin, excelente para aquecer enquanto

esperamos pela primavera. O

Ouvir em altos berros em

www.myspace.com/jeansteamBranco

Primeiro era o silêncio. Depois fez-se luz. Mais

tarde o mar abriu-se e Roma ardeu. As coisas precipitaram-

se quando alguém inventou o clip. Mataram o pacifista e o

próprio rei morreu. Um pouco mais tarde aparece o Teatro da

Palmilha Dentada. Isto resumidamente. O texto encontrado

no blog da companhia dá indicações sobre o que se pode

esperar… Ivo Bastos, Rodrigo Santos e Ricardo Alves, dois

actores e um encenador respectivamente (para resumir),

fundaram o grupo na viragem do milénio, 3 ou 4 anos depois

do último ter saído da companhia Art’imagem e andar em

busca de nova receita. Subiram ao palco (ou melhor, desceram

à rua) pela primeira vez em 2001 com o espectáculo “Os Pirata

do Fio de Água” e desde aí imaginaram e levaram à cena dez

produções, sendo hoje um dos colectivos de destaque no

panorama teatral da cidade do Porto. Fazem o que “lhes

apetece”, servindo-se de meios que não envolvem custos

significativos (nunca tiveram notícias de subsídios estatais ou

afins…) – a comédia sempre esteve intimamente ligada ao

grupo que ganhou notoriedade com ciclos de café teatro que

acabaram por desaguar num programa diário de humor apelidado

de “Palmilha news”, na Antena 1.

O ESPECTÁCULO

“NORMA”, o último espectáculo que estrearam e que vão trazer

até nós, é uma peça sobre o aumento do cepticismo na sociedade

actual. Para o conseguirem dão voltas e trambolhões em redor

do Novo e Velho Testamentos, cruzam personagens interpretadas

apenas pelos dois actores de serviço numa apresentação de

quadros sucessivos que se vão interligando à medida que se

desenrola a peça, enfim, armam um escarcéu verdadeiramente

apetecível. É no dia 20 de Março (Sábado), pelas 21h30, que

abrem o IV Festival de Teatro do Faial mas para já, não se diz

mais – cita-se só o pragmatismo dos Palmilha: “Jesus Cristo

disse - Abençoados os que crêem sem ver- Respeitamos, mas

venham ver na mesma”.

A OFICINA

Para além da peça de teatro, a companhia vai trazer também

uma conversa que se espera concorrida - "À conversa com a

Palmilha", é o nome proposto pelo grupo para um encontro

informal com quem quiser participar. E dizem eles assim: “O

Teatro da Palmilha Dentada é fruto da irreprimível vontade de

fazer teatro que os seus fundadores tinham. Até chegarem à

“Norma”, a sua 10ª produção, que estrearam este ano, passaram

9 anos a fazer espectáculos de humor absurdo, passaram pelo

café-teatro, passaram durante 3 anos na Antena 1, passaram

por várias cidades, passaram algum tempo a conversar e

passaram a chamar improviso controlado ao método de trabalho.

O desafio é passarem algum tempo connosco numa conversa

informal para conhecerem esta companhia do Porto e o seu

processo criativo” Vamos lá?O

O Teatro permite esta sensação de sermos

surpreendidos, de nos deixarmos encantar, de viajarmos

durante momentos para um espaço sonhado, de olharmos a

realidade através de outros pensamentos.

O Teatro, como as pessoas, têm segredos, truques, um lado

de dentro que nem sempre se mostra, um corpo de música,

de movimento, de cores e emoções que é acordado sempre

que se pratica.

Neste atelier de Iniciação Teatral vamos procurar articular a

imaginação, razão e emoção, através do despertar das

sensibilidades criativas, estéticas, físicas, técnicas, relacionais

e humanas.

Vamos descobrir potencialidades escondidas, desejos secretos,

talentos inatos. Faremos uma viagem única, que no final será

contada como segredo precioso a quem o queira escutar.O

Formadora: Lúcia Caixeiro

Atelier 1

Participantes: dos 6 aos 9 anos

Horário: 10 horas e 30 minutos às 12 horas e 30 minutos

Atelier 2

Participantes: dos 10 aos 14 anos

Horário: 14 horas às 16 horas

O atelier 1 e 2 funcionarão de 29 de Março a 9 de Abril

(excepto ao fim de semana)

Apresentação de espectáculo no dia 9 de Abril às 18 horas.

Page 5: Fazendo34

1. O Fazendo está a promover um concurso para os alunos da

Escola Secundária Manuel de Arriaga.

2. Podem participar no concurso todos os alunos dessa escola,

independentemente da idade ou ano que frequentem.

3. Existem duas modalidades a concurso:

3.1 Ilustração para a Capa

3.2 Crónica para a segunda página do Jornal Fazendo

4. Cada concorrente poderá apresentar um máximo de dois

trabalhos , independentemente da modal idade.

5. Os trabalhos a apresentar devem cumprir as seguintes

normas:

5.1 Ilustração para Capa

Tema: livre

Técnica: livre (ilustração, fotografia, pintura, desenho, arte

digital, colagem, etc)

Dimensões: tamanho único aceite: 28,5 x 38 cm. No caso de

trabalhos em formato digital, para além das dimensões

estipuladas o ficheiro deve apresentar uma resolução de 300

dpi.

Cor: são aceites trabalhos a preto e branco e a cores.

5.2 Crónica

Tema: livre

Género: Crónica - entende-se por crónica um texto que, não

sendo uma notícia, é escrito para ser publicado num jornal.

Numa crónica, mais do que relatar factos, analisam-se situações

comuns e actuais apresentando uma visão pessoal.

Dimensões: até 6000 caracteres, incluindo espaços.

5.3 Só serão aceites trabalhos originais e inéditos.

Todos os trabalhos devem trazer a identificação do autor, o

ano e a turma a que pertencem.

6. A data limite de entrega dos trabalhos é dia 16/04/2010

7. Como entregar: Os trabalhos que não estejam num suporte

digital devem ser entregues na reprografia da Escola. As

ilustrações em formato digital e os textos para a Crónica devem

ser enviados para o endereço electrónico do Jornal

([email protected]).

8. Prémios: Para cada uma das modalidades haverá um vencedor

que verá a sua obra publicada numa edição do jornal Fazendo.

Como prémio receberá ainda um vale de 50 euros em compras

na papelaria/tipografia Telégrapho.

9. A decisão do júri será mantida em segredo até à saída do

Jornal que publicará as obras dos premiados, assim anunciando

os vencedores do concurso.

10. Direitos de publicação. As obras premiadas ficarão na posse

da Associação Cultural Fazendo. Ao concorrer todos os autores

estão a autorizar a Associação Cultural Fazendo a reproduzir

as suas obras e a utilizá-las em publicações ou eventos futuros.

11. Devolução dos trabalhos não premiados. Os trabalhos não

premiados podem ser recolhidos pelos autores na reprografia

da escola, a partir de uma semana após a divulgação dos

premiados. Esta cláusula não se aplica a trabalhos entregues

em formato digital.

12. O júri terá a seguinte composição:

a) Um representante da Direcção do Jornal Fazendo

b) Um colaborador da Página de Artes Plásticas do

Jornal Fazendo

c) Um colaborador da página de Literatura do Jornal

Fazendo

d) Um representante do Conselho Directivo da Escola

Secundária Manuel de Arriaga

e) Um professor da ESMA de uma das áreas a concurso

13. O júri, para além dos prémios atribuídos aos trabalhos que

considerar de maior qualidade poderá atribuir menções honrosas

que, no entanto não vincularão o jornal à respectiva publicação.

14.O júri pode deliberar não atribuir um dos ou ambos os

prémios no caso de falta de qualidade das obras em concurso.

15. Os casos omissos ou divergências na interpretação do

presente regulamento serão solucionadas pelo júri.

16. Das decisões do Júri não haverá recurso.O

A Igreja do Carmo da cidade de Horta,

para além de ser um edifício bonito, luminoso, espaçoso e com

boa acústica, encontra-se numa localização excelente, com

uma vista deslumbrante sobre a cidade, o canal e as ilhas

vizinhas, particularmente o majestoso Pico. Foi, inclusivamente,

indicada n'“O mais notável de cada ilha”, para a Ilha do Faial

(juntamente com a Igreja de São Francisco e o Colégio dos

Jesuítas), por Francisco E. O. Martins na sua obra de 1980

Subsídios para o Inventário Artístico dos Açores. Apesar de

todas estas qualidades, o edifício encontra-se há décadas

fechado à comunidade. Por enquanto, a Igreja mantém-se

dignamente de pé, contra a inclemência do clima açoriano,

após algumas obras de consolidação da estrutura na década

passada, contando agora apenas com a ajuda de um pequeno

número de pessoas que a têm limpo e reparado na medida do

possível e no âmbito do mais premente para a sua sobrevivência.

Será a sua falta (mais ou menos) sentida, por alguns, por

muitos? Talvez a sua longa “hibernação” tenha facilitado o

acostumar-se à sua ausência, particularmente para quem

sempre a conheceu fechada. Porém, talvez essa ausência seja

menos fácil de aceitar se ponderarmos o potencial deste edifício

e o que podia oferecer à cidade e à ilha. Aqui, para além da

Igreja em si, estou a pensar no conjunto edificado – igreja +

convento –, criado como uma unidade cuja volumetria ainda

existe e, logo, pode ser restabelecida.

Existe a ideia (a utopia?) de devolver este edifício à vida. No

entanto, como é por demais evidente, não há obra de

recuperação – por mais ambiciosa, bem concebida e

generosamente orçamentada – que garanta a sobrevivência a

longo prazo seja de que edifício for, sem uma reutilização que

lhe dê razão de ser. Não pretendo defender uma ideologia

materialista, é de património cultural que falo, mas dificilmente

uma comunidade consegue suportar os custos de manutenção

de todo o património existente, como se vê pelo abandono

deste imóvel – deste e de outros, infelizmente exemplos não

faltam. Só uma ligação à comunidade justificará a existência

do edifício e, logo, é a única garantia de manutenção do

mesmo.

Então, há que pensar numa reutilização para a Igreja do Carmo,

que lhe devolva a vida e o futuro. Logo, a pergunta é: que

equipamento urbano falece à cidade da Horta? O que poderá

ser instalado na Igreja do Carmo, que sirva a comunidade e

permita a sobrevivência do edifício, simultaneamente

respeitando a sua dignidade arquitectónica, urbanística e

histórica?

Proponho duas ideias totalmente diferentes, esperando que

sejam inspiradoras, quer em si mesmas, quer por sugerirem

outras:

1. Instalação, na Igreja do Carmo, do Museu de Arte Sacra,

inaugurado oficialmente em 1965 e que existe sem existir, com

a colecção dispersa, parte dela exposta no Museu da Cidade.

Seria uma reutilização lógica, que preenche todos os requisitos

acima colocados: o edifício é suficientemente espaçoso para

albergar o museu; a função adequa-se totalmente ao contexto

religioso do imóvel; e é um uso não só público mas que contribui

para a vida cultural da cidade. Podemos ainda imaginar a

extensão das funções de museu, na sua natureza didáctica e

de divulgação cultural, a uma relação com a Escola Profissional

da Horta (ali tão perto), por exemplo, instalando no convento

oficinas para leccionar disciplinas inseridas em cursos de

formação, ligadas ao património sacro (mas não só), como o

trabalho e a reparação de ferro forjado, cerâmica, madeira,

vitral, cantaria, modelação, estofamento, policromia,

douramento e trabalhos com folha de ouro, etc., etc...

2. Instalação, na Igreja do Carmo, de uma Pousada da Juventude,

equipamento que não existe na cidade da Horta. Veja-se a

Pousada da Juventude de São Roque do Pico, reutilização do

Convento de São Pedro de Alcântara que veio devolver à vida

um edifício que, mesmo no estado de abandono em que estava,

tinha uma enorme força de atracção, pela dignidade

arquitectónica e pela localização. Tal como em São Roque do

Pico, o Convento do Carmo tem todas as possibilidades de ser

transformado em Pousada da Juventude, ficando a Igreja como

património cultural visitável, já não um templo fechado, mas

inserido num conjunto habitado que contribuiria para a

diversidade da vida da cidade.

A pergunta permanece: que futuro para a Igreja do Carmo na

Horta? O

Page 6: Fazendo34

O país da memória é o Chile, um Chile desdobrado

em dois tempos: a ditadura e o regresso do exílio, num tecer

de recordações que parecem nunca acabar.

Pelo punho de Sepúlveda ressurgem os desaparecidos e Allende,

Pinochet e os seus esbirros, a Villa Grimaldi (cujo nome esconde

bem quantos aí foram torturados ou assassinados) e os

“sorvedouros” (aquelas prisões de onde os presos se desvaneciam

sem retorno possível), os revolucionários e os lacaios da

ditadura, aqueles que enriqueceram e os que continuaram a

viver desvalidos, numa miséria sem nome, amordaçados.

A sombra do que fomos não é, no entanto, uma simples apologia

da revolução ou das ideologias relacionadas com o comunismo

(embora a capa do livro seja extremamente sugestiva, Sepúlveda

não deixa de ser crítico em relação aos revolucionários que

passam a ter poder), antes, pelo contrário, é um olhar

desapaixonado sobre os ideais que se teve e a vida que se

construiu e, sobretudo, um olhar lúcido sobre o regresso à

pátria após o exílio.

Num mundo com tendência para apagar o passado, ou

constantemente o edulcorar, e que se interroga hoje sobre a

justiça – ou a injustiça - de guerras que arrastam novamente

inúmeros países para as trevas da barbárie, A sombra do que

fomos surge (como o próprio personagem de “A Sombra”) como

a luz de um farol a iluminar os esquecidos, relembrado que

há homens que nunca foram julgados, crimes que todos calam,

dando voz aos que ficaram e aos que foram exilados numa

tentativa, por vezes rocambolesca (como o são os inúmeros

preparativos para o assalto ou a morte do Sombra), de revelar

o sofrimento latente numa América latina que ainda não fez

as pazes com o seu conturbado passado.

O exílio é, neste romance, uma metáfora de cada homem,

preso à memória do militantismo e do desejo de mudar o

mundo que acorda com um camarada que em nome de outra

facção o cala, pela força se preciso; uma metáfora do próprio

tempo que desvanece os contornos das coisas e deixa um gosto

amargo na boca: para que foi que lutámos? O

Descobrir os Açores pode ser uma caminhada

por cada uma das ilhas, sob intempéries e correndo o risco de

nem sempre ver o que desejamos ou debaixo de um sol radioso

que nos encanta, mas pode também ser um qualquer cantinho

em que nos sentemos para ler Açores - um retrato natural.

Vantagem da segunda modalidade? Uma fotografia deslumbrante

que não se cinge ao que os guias turísticos mostram (centrando-

se antes na biodiversidade e no que de mais escondido pode

ter cada recanto) acompanhada por textos que, embora escritos

por especialistas, são facilmente acessíveis (num louvável

esforço de divulgação científica a que muitas vezes as editoras

portuguesas são avessas).

Juntando vários biólogos, um geógrafo, um museólogo e alguns

ecologistas convictos, os autores conseguem uma diversidade

de olhares e perspectivas que nos revelam não só a formação

das ilhas, a sua fauna e flora mas também o que se faz para

proteger estas últimas, permitindo-nos ver a nossa própria ilha

com outros olhos. O

Ao comemorar setenta e cinco anos de

existência a Penguin (uma das maiores editoras inglesas que

se especializou em livros de bolso) pediu aos seus actuais

autores que escolhessem o seu livro favorito.

Na lista dos cinquenta livros escolhidos o autor mais citado é

George Orwell. Um simples acaso? Talvez não já que entre as

quatro obras citadas se encontram 1984 e O Triunfo dos Porcos,

duas obras de uma actualidade evidente num mundo

desumanizado e dominado pela tecnologia embora se refiram

a acontecimentos contemporâneos do autor.

Uma boa desculpa para reler ambos os livros e, já agora,

descobrir uma editora que, para os que gostam de literatura

anglo-saxónica, é um fiel amigo. O

Imaginas como seriam os Açores quando por aí

andavam piratas? Será que ficavam sempre no mar ou que

desembarcavam e pilhavam tudo? Será que eram

verdadeiramente maus ou alguns até eram boas pessoas? Alguma

vez ouviste falar de um pirata chamado Laplace? Para saberes

isso e muito mais não deixes de ler Os Piratas das Ilhas de

Bruma.

Uma palavrinha aos pais – Recomendado pelo Plano Nacional

de Leitura (PNL) e disponível em formato digital (basta para

tal inscrever-se no sítio do PNL), este livro, de Mariana Bradford,

Mariana Magalhães e Joana Medeiros, apresenta a história do

pirata Laplace e mostra um lado menos conhecido das lendas

ligadas aos Açores. O

Page 7: Fazendo34

Pequeno léxico (sobre)pescas e parques

Pesca (in)sustentável: (des)equilíbrio entre o que se retira e

aquilo que o mar recoloca naturalmente, para que as gerações

vindouras não sejam prejudicadas no seu legítimo direito de

pescar. O (in) foi trazido pelos recursos económicos e

tecnológicos do chamado ‘desenvolvimento’. Por exemplo, nos

Açores, num passado nada distante, o ‘subdesenvolvimento’

mantinha a pesca num nível artesanal e, tanto quanto a

memória dos antigos nos deixa entever, o peixe bem mais

abundante, ainda que a população fosse mais do dobro da

actual.

Pesca ‘ecológica’: apanhava-se apenas o necessário para

abastecer a família e o mercado local, não havia bom peixe

a 10 cêntimos na lota nem toneladas de chicharro deitados ao

lixo por falta de cota.

Reservas (marinhas ou não): um resultado quase inevitável do

nosso crescimento (‘desenvolvimento’?) e, sobretudo, apetite

voraz e impensado pelos recursos naturais. Das frotas de pesca.

Dos mercados de exportação. Das lanchas da pesca lúdica ao

fim-de-semana. Não vimos já isto em qualquer lado?

Reservas de papel (as que existem na lei mas não são

implementadas ou respeitadas): Oportunidades perdidas para

tentar recolocar o ponteiro mais próximo do centro de gravidade

na balança do desenvolvimento (pesca) sustentável. Há muitas,

e também nos Açores. Já falei neste jornal da reserva do Monte

da Guia, aqui mesmo à nossa porta.

Parques Naturais (Marinhos) de ilha: porção marinha dos novos

Parques Naturais de Ilha, recém-criados pelo nosso Governo

Regional (ver artigos anteriores neste jornal). Na concepção,

uma visão mais integradora da conservação e da gestão dos

recursos, incluindo os da pesca. No futuro, uma oportunidade

para practicar a gestão sustentada dos recursos, baseada numa

divisão realista das actividades no espaço (apesar de algumas

gralhas erros de secretaria, como o canal dividido a meio), ou

mais reservas de papel? Uma ponte com o passado

‘subdesenvolvido’ e sustentável, ou mais um passo rumo ao

desenvolvimento irresponsável?

Responsabilidade partilhada: cada um faz o que lhe compete

para a tal sustentabilidade das gerações vindouras, do bem

comum. O ingrediente fundamental (e o mais difícil) para que

não fiquemos apenas com a pesca insustentável, grandes carros,

grandes portos, frotas paradas e belas reservas de papel com

placards da UE. É que não há planificação que resista à falta

dela.O

Ao comemorar setenta e cinco anos de

existência a Penguin (uma das maiores editoras inglesas que

se especializou em livros de bolso) pediu aos seus actuais

autores que escolhessem o seu livro favorito.

Na lista dos cinquenta livros escolhidos o autor mais citado é

George Orwell. Um simples acaso? Talvez não já que entre as

quatro obras citadas se encontram 1984 e O Triunfo dos Porcos,

duas obras de uma actualidade evidente num mundo

desumanizado e dominado pela tecnologia embora se refiram

a acontecimentos contemporâneos do autor.

Uma boa desculpa para reler ambos os livros e, já agora,

descobrir uma editora que, para os que gostam de literatura

anglo-saxónica, é um fiel amigo. O

A Caldeira do Faial é um valioso santuário

natural de Floresta Laurissilva. A sua classificação como reserva

natural veio permitir o controlo da acção humana, a favor da

protecção deste ecossistema milenar único. Praticamente

extinta no velho continente aquando o início da Idade do Gelo,

há 1,8 milhões de anos, a Floresta Laurissilva preservou-se na

Macaronésia (Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias), tendo

outrora dominado todo o arquipélago açoriano, até ao início

do seu povoamento.

A Caldeira é refúgio de espécies raras como a angélica, ou o

trovisco-macho, ao qual vive associado um artrópode, o

gorgulho, apenas encontrado nas ilhas das Flores, Pico e Faial.

A manutenção da humidade deste ecossistema é em grande

parte desempenhada pelo musgão. A Noroeste, podem ainda

ser encontrados vários exemplares de cedro-do-mato, uva-da-

serra e tamujo. A avifauna é aqui representada por várias

espécies endémicas, tais como o tentilhão, a estrelinha, o

canário-da-terra e o milhafre.

Este ecossistema ímpar tem como suporte a maior estrutura

geológica do Faial. A formação da Caldeira teve início há 16

mil anos. O vulcão que lhe deu origem, com mais de 410 mil

anos, teria um aspecto semelhante à montanha do Pico, com

cerca de 1200 m de altura. A subsidência do cone vulcânico

resultou de sucessivas erupções explosivas e terá terminado

há cerca de 1200 anos, altura em que uma erupção originou

o cone de escórias que pode ser observado no seu interior,

juntamente com o domo traquítico da Rocha do Altar e os

vestígios da antiga lagoa, extinta após a erupção freática de

Maio de 1958, durante a erupção do Vulcão dos Capelinhos.O

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até 28 de Março

Captar o Real | Oficina Prática de Produçãocom Fausto Cardoso

até 31 de Março

Ateliers de Expressão Dramáticacom Anabela Morais

Cine-Teatro Faialense

3ªfeiras | 17h00 às 19h00 | 4ªfeiras | 16h30 às 18h00

12 e 13 de Março

Cinema: “Ouviste falar nos Morgans?”de Marc Lawrence

Cine-Teatro Faialense | 21h30

13 de MarçoSemana Desportiva e Cultural do Salão

Tarde Infantil, Exposições Diversas, Peça de Teatro “Declaro-

-vos marido e... marido”

Salão | início às 14h30

13 de Março

Cinema: "Força G - animação"de Hoyt Yetman

Cine-Teatro Faialense | 17h00

Noite de Jazzcom ZRF trio

Hotel do Canal | 22h30

14 de Março

Circuito da Costa do Salão e CedrosConcentração junto à EBI | 14h30

16 de Março

Cinema : “O dia da saia”de Jean Paul Lilienfeld

Cine-Teatro Faialense | 21h30

17 de Março

Comemoração do Centenário da Implantação da

RepúblicaTeatro Faialense | 21h30

18 de Março

Dia Eco-escolas

Escola Profissional da Horta

19 de Março

Dia Mundial da Água e da FlorestaPlantação de árvores

Concentração junto à EBI | 14h30

20 de Março

LIMPAR O FAIALVamos limpar a ilha do Faial num só dia!

em cada uma das sedes das Juntas de Freguesia do Faial

Cine-Teatro Faialense | 21h30

Teatro: “Norma” ou “Bucket”Companhia Palmilha Dentada

Cine-Teatro Faialense | 21h30

21 de Março

Dia mundial da Água e da FlorestaVisita ao jardim botânico do Faial - Pedro Miguel

Concentração junto à EBI| 14h30

23 de Março

Cinema: “New York, I love you”de vários realizadores

Cine-Teatro Faialense | 21h30