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A Revista On #7 mostra, na matéria de capa, o processo de crescimento do município de Três Rios. Acompanhe o que levou a cidade à atual condição, os objetivos para o futuro e os possíveis problemas que merecem uma atenção especial.

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ÍndiceOpinião

Cultura

Meio ambiente

Segurança

Eu sei fazer

Saúde

Carreira

Empreendedorismo

Economia

Comportamento

Papo de colecionador

Inspiração

Educação

Mix

Esporte

Aconteceu

Diário de bordo

Guia

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30

41

49

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66

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134 76

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Seis publicações se passaram e a Revista On lança a edição #7 para comemorar o aniversário do primeiro ano

em Três Rios. Retrospectiva 2010, Josemo Corrêa de Mello, Claudia Leitte, Shopping Américo Silva, Ronaldo Borges e Zé Roberto Padilha foram as anteriores, um projeto que se iniciou muito antes da primeira capa.

Aproveitando o crescimento do município, nesta edição mostraremos dados concretos de investimentos feitos em Três Rios nos últimos anos. A matéria Evolução Sucessiva vem reforçar a expansão em diversos

seguimentos. O reaquecimento da indústria que apresenta números positivos aliados às novas contratações do comércio, cujo movimento de pessoas de outras regiões culminou em um aumento na arrecadação dos comerciantes. Nesta matéria também será possível saber o que tem sido feito em educação, turismo e saúde.

Os resultados não são só observados nestas áreas públicas, já que “em cada esquina” é possível ver um novo empreendimento imobiliário se erguer. Houve uma valorização dos imóveis e para registrar essas mudanças, a imprensa trirriense tem

Editorial

Ops! Erramos

Na última edição, a coluna do Roberto Wagner foi publicada sem o último parágrafo. Para conter a curiosidade de todos, o trecho a seguir finaliza a história iniciada na revista anterior: “Eles continuaram a viagem e chegaram a Clínica Dignitas no topo dos Alpes Suíço. Foram recebidos por uma dedicada equipe médica, fizeram exames, assinaram documentos de praxe e os médicos disseram que estavam à disposição

#7

Direção e Produção GeralFelipe [email protected]

Produção Sabrina VasconcellosHeverton da Mata

EdiçãoRafael [email protected]

RedaçãoPriscila OkadaFrederico Nogueira

ComercialAna Carolina [email protected](24) 8843-7944

CriaçãoFelipe VasconcellosRobson Silva

TecnologiaVagner Lima

Colaboração José Ângelo CostaAline Rickly

EstagiárioNeílson Júnior

DistribuiçãoTrês Rios, Paraíba do Sul, Com. Levy Gasparian, Sapucaia e Areal

Produção Gráfi caWalPrint

Tiragem 3.000

Fiobranco EditoraRua Prefeito Walter Francklin, 13/404 Centro | Três Rios - RJ25.803-010

Sugestão de [email protected]

Trabalhe [email protected]

do casal para quando quisessem. Juan e Estela pediram para que antes assistissem juntos a um show do grupo irlandês U2. Vontade feita, o casal de mãos dadas se submeteu ao procedimento de eutanásia perpetrado pelos zelosos médicos. Contavam-se mais de sete dias e Lucien ainda não havia ido a Zurique buscar as cinzas dos pais. Sua exposição em Londres foi muito elogiada pela crítica.”

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acompanhado esse ritmo. Nesta onda de crescimento a Revista On tem buscado novas técnicas e profissionais especializados para garantir a qualidade de informação que chega às ruas trirrienses.

Para manter este padrão On, escolhemos a edição de aniversário, para revelar, na capa, essa façanha que a cidade passa em meio a uma crise mundial. Embora a nossa matéria principal trate do presente, buscamos a importância do passado guardado no único museu rodoviário do Brasil em Levy Gasparian que está de portas fechadas. Empresas que fazem parte desse crescimento econômico, mas pensam no futuro criando ferramentas para diminuir os impactos ambientais e vendem crédito de carbono para quem ainda não consegue preservar o planeta.

Os exageros do fim de ano registrados na balança e aquelas mulheres que abusaram do álcool durante a vida e buscam a abstinência, também são temas de reportagens especiais para esta edição. Assim como o AA (Alcoólicos Anônimos) e o Capsad

(Centro de atenção psicossocial- álcool e drogas) ajudam quem quer se livrar do vício, um trirriense dedica a vida em ajudar pessoas em situação de risco. Sua profissão é a solidariedade.

Decidir a profissão para vida é tão difícil quanto escolher um cônjuge para levar ao altar? Nós vamos dar a dica para não errar na hora de optar pelo curso certo no vestibular e ainda mostrar o depoimento de quem já está vivendo esse difícil momento. Para dar uma força a quem precisa de foco para estudar, a determinação de Ivani Gomes, maratonista trirriense que chega à frente, mas corre atrás de incentivo para persistir no esporte, é um exemplo a ser seguido.

É quase isso, porque nas páginas a seguir, ainda tem muito mais informação. Preparamos o que a região tem de melhor para você, leitor. Nesta edição de aniversário caprichamos ainda mais para garantir essa nossa parceria que já dura um ano. A festa é nossa, mas o presente é seu. Boa leitura!

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Etelvina é uma bela mulher, moderna, despojada, arrojada, destemida, nada detém Etelvina. Cursou psicologia na Estácio e como era de se esperar, não

deu certo, preferiu a função de gestora da logís-tica de sua casa. Casada com um empresário que ficou rico no ramo imobiliário, Etelvina nem de longe lembra aquela adolescente que viveu gran-des dificuldades financeiras.

Seu marido, como todo rico, é um sovina no trato com o dinheiro e Etelvina, inteligente que só ela, bem sabe driblar a sovinice do esposo. Sua tática é a seguinte: na frente dele ela é uma sovi-na também, discute cada centavo pago na mesa de um jantar no restaurante, questiona pedreiros e pintores na reforma do apartamento, não con-trata sequer arquiteto para suas obras, Etelvina é a “arquiteta”, o que o marido adora. Na troca dos carros da família, Etelvina está sempre à frente apurando preços aqui e acolá, fazendo aquela mé-dia com o marido.

Etelvina, em frente ao marido, é uma mulher comedida, sequer compra alguns pertences para ela. Em passeios o marido fala-lhe: - amor, leva uma coisinha para você. Etelvina de pronto res-ponde: - estou precisando de nada não. O marido adora. Porém, pelas costas Etelvina se transfor-ma em outra mulher. Seu lema é comprar, com-prar, comprar e comprar, não sabe nem o que, só sabe que quer comprar. Armani, Louis Vuitton, Tommy Hilfiger, Versace, Carolina Herrera, Dolce & Gabbana, Pucci e Cavalli, todas estas marcas fazem parte da vida de Etelvina e de seus filhos. Etelvina compra, logo existe.

O marido, como sói acontecer com os homens, nada percebe, afinal, Etelvina sabe como comprar

e o melhor, despistar as aquisições em excesso. Quando sai com os filhos, quase é preciso dois carros para trazer as compras, pois Etelvina não mede esforços para agradar seus filhos e sua vo-lúpia pelo consumo. Até mesmo o marido anda etiquetado de cabo a rabo, só não tem a noção de quanto isto o custa, não tem ou não quer ter, fato que escapa ao conhecimento deste que vos fala.

Etelvina vive com habilidade esta sua vida du-pla, ao lado do marido uma defensora dos inte-resses financeiros da família, uma guerreira em favor do aumento do patrimônio; longe dele, uma perdulária contumaz entregue ao gasto desenfre-ado das etiquetas do mundo atual. Seu paraíso: os shoppings centers, preferencialmente, ao lado de suas filhas mulheres que também herdaram da mãe, o gosto pelas compras de alto valor.

Etelvina, o marido e os filhos formam uma família feliz. Nelson Rodrigues dizia que “o di-nheiro compra até mesmo, amor verdadeiro”. Meu caro leitor, não posso sequer fazer ilações sobre a veracidade do amor de Etelvina por seu esposo, o dinheiro como poderoso paliativo de nossas dores existenciais, às vezes, mascaram nossos sintomas, de maneira que como não sou psicanalista, nunca pude sindicar os sentimentos mais profundos de Etelvina. Superficialidades lá, superficialidades cá.

Num dia desses, Etelvina foi ao shopping Igua-temi fazer compras, e após amealhar embrulhos e sacolas a vendedora a indagou: - Senhora qual será a forma de pagamento? Etelvina respondeu: - Cartão. Dois cartões, aliás, um que meu marido vê, e outro que ele não vê. Etelvina, além de tudo tinha o fino sentido de humor, afinal, a vida sem um sorriso não vale a pena. Sorrio, logo existo!

Compro, logo existoNelson Rodrigues dizia que “o dinheiro compra até o amor verdadeiro”

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal,

mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio,

professor de Direito Tributário da UCP –

Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

[email protected]

Roberto Wagner

OPINIÃO

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Etelvina é uma bela mulher, moderna, despojada, arrojada, destemida, nada detém Etelvina. Cursou psicologia na Estácio e como era de se esperar, não

deu certo, preferiu a função de gestora da logís-tica de sua casa. Casada com um empresário que ficou rico no ramo imobiliário, Etelvina nem de longe lembra aquela adolescente que viveu gran-des dificuldades financeiras.

Seu marido, como todo rico, é um sovina no trato com o dinheiro e Etelvina, inteligente que só ela, bem sabe driblar a sovinice do esposo. Sua tática é a seguinte: na frente dele ela é uma sovi-na também, discute cada centavo pago na mesa de um jantar no restaurante, questiona pedreiros e pintores na reforma do apartamento, não con-trata sequer arquiteto para suas obras, Etelvina é a “arquiteta”, o que o marido adora. Na troca dos carros da família, Etelvina está sempre à frente apurando preços aqui e acolá, fazendo aquela mé-dia com o marido.

Etelvina, em frente ao marido, é uma mulher comedida, sequer compra alguns pertences para ela. Em passeios o marido fala-lhe: - amor, leva uma coisinha para você. Etelvina de pronto res-ponde: - estou precisando de nada não. O marido adora. Porém, pelas costas Etelvina se transfor-ma em outra mulher. Seu lema é comprar, com-prar, comprar e comprar, não sabe nem o que, só sabe que quer comprar. Armani, Louis Vuitton, Tommy Hilfiger, Versace, Carolina Herrera, Dolce & Gabbana, Pucci e Cavalli, todas estas marcas fazem parte da vida de Etelvina e de seus filhos. Etelvina compra, logo existe.

O marido, como sói acontecer com os homens, nada percebe, afinal, Etelvina sabe como comprar

e o melhor, despistar as aquisições em excesso. Quando sai com os filhos, quase é preciso dois carros para trazer as compras, pois Etelvina não mede esforços para agradar seus filhos e sua vo-lúpia pelo consumo. Até mesmo o marido anda etiquetado de cabo a rabo, só não tem a noção de quanto isto o custa, não tem ou não quer ter, fato que escapa ao conhecimento deste que vos fala.

Etelvina vive com habilidade esta sua vida du-pla, ao lado do marido uma defensora dos inte-resses financeiros da família, uma guerreira em favor do aumento do patrimônio; longe dele, uma perdulária contumaz entregue ao gasto desenfre-ado das etiquetas do mundo atual. Seu paraíso: os shoppings centers, preferencialmente, ao lado de suas filhas mulheres que também herdaram da mãe, o gosto pelas compras de alto valor.

Etelvina, o marido e os filhos formam uma família feliz. Nelson Rodrigues dizia que “o di-nheiro compra até mesmo, amor verdadeiro”. Meu caro leitor, não posso sequer fazer ilações sobre a veracidade do amor de Etelvina por seu esposo, o dinheiro como poderoso paliativo de nossas dores existenciais, às vezes, mascaram nossos sintomas, de maneira que como não sou psicanalista, nunca pude sindicar os sentimentos mais profundos de Etelvina. Superficialidades lá, superficialidades cá.

Num dia desses, Etelvina foi ao shopping Igua-temi fazer compras, e após amealhar embrulhos e sacolas a vendedora a indagou: - Senhora qual será a forma de pagamento? Etelvina respondeu: - Cartão. Dois cartões, aliás, um que meu marido vê, e outro que ele não vê. Etelvina, além de tudo tinha o fino sentido de humor, afinal, a vida sem um sorriso não vale a pena. Sorrio, logo existo!

Compro, logo existoNelson Rodrigues dizia que “o dinheiro compra até o amor verdadeiro”

Roberto Wagner Lima Nogueira é procurador do município de Areal,

mestre em Direito Tributário - UCAM-Rio,

professor de Direito Tributário da UCP –

Petrópolis – e colunista do Três Rios Online.

[email protected]

Roberto Wagner

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Invasões alienígenas, profecias antigas, tem-pestades solares, asteróides em rota de colisão com a Terra... Junte todos esses ingredientes e o resultado será a teoria mais popular da inter-

net atualmente. Você já deve ter se deparado com uma infinidade de previsões apocalípticas relacio-nadas a este ano e provavelmente concluiu que toda essa história não passa de um artifício capcio-so para vender livros e garantir a bilheteria dos fil-mes de Hollywood. Com isso, você chegou à con-clusão de que o seu ano de 2012 será igual a todos os outros, afinal não há motivos para viver como se estivesse prestes a enfrentar o armagedom. Contu-do, com esse pensamento você está desperdiçando uma grande oportunidade em sua vida.

Vamos supor, apenas por minuto, que o mundo que conhecemos deixará de existir no fim de 2012. Por certo você tentaria aproveitar o resto de sua vida ao máximo, desenterraria sonhos antigos e buscaria realizar aquelas coisas que sempre quis fazer. Ora, não seria incrível? Por isso, venho propor um trato a você: mesmo que tenhamos a convicção racional de que todas as previsões falharão, vamos viver esse ano como se acreditássemos que ele será o nosso último, pondo em prática aqueles desejos que, por algum motivo, sempre acabamos deixando para depois.

Caso aceite minha proposta, é hora de pensar no que você realmente gostaria de fazer se tivesse apenas mais um ano de vida. Voaria em um balão? Faria uma tatuagem? Compraria aquele ferrorama que você sonhava em ter na infância? Faria um

outdoor gigante para expressar um pensamento? Ajudaria uma organização em que acredita? Viajaria para um local que sempre sonhou conhecer? Nadaria nu? Colocaria em prática uma ideia antiga, que sempre quis realizar?

Sejam quais forem as suas metas, das mais simples às mais ambiciosas, em 2012 viva como se o mundo fosse mesmo acabar. É sua oportunidade de sair do “status quo” e sair em busca de coisas que para outros poderão parecer sem importância, mas para você terão um enorme significado.

Este nosso fim do mundo hipotético também será o empurrão que faltava para dizermos àquelas palavras que já deveríamos ter dito. Talvez você precise pedir perdão para alguém que magoou. Agradecer aquela pessoa que te ajudou no início de sua jornada. Arrepender-se de seus pecados diante de Deus ou simplesmente dizer “eu te amo” para alguém que, embora saiba disso, há muito tempo não ouve essas palavras saindo da sua boca.

Chega de protelar os velhos planos, chega de adiar aquilo que já deveria ter sido feito. Encare o suposto apocalipse de 2012 como instrumento a seu favor, como ponto de partido para uma necessária mudança em sua rotina. É importante que você não tenha medo de arriscar, pois independente do que aconteça, é natural que ocorram arrependimentos no meio do caminho. Sempre vamos achar que podíamos ter mais tempo, sempre vamos desejar mais um dia. Sabendo disso, só podemos fazer o que qualquer ser racional faria nessa situação: aproveitar enquanto é possível.¹

Viva o fi m do mundo!Encare o suposto “apocalipse” de 2012 como um instrumento a seu favor

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito

pela Universidade Federal de Juiz de Fora

e, atualmente, atuacomo advogado e

consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista

do Três Rios Online.

Oneir Vitor [email protected]

¹Se você gostou deste texto e realmente pensa em colocar seus planos em prática, recomendo a leitura do livro “100 coisas para fazer [antes de morrer]”, de Michael Ogden & Chris Day

OPINIÃO

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Invasões alienígenas, profecias antigas, tem-pestades solares, asteróides em rota de colisão com a Terra... Junte todos esses ingredientes e o resultado será a teoria mais popular da inter-

net atualmente. Você já deve ter se deparado com uma infinidade de previsões apocalípticas relacio-nadas a este ano e provavelmente concluiu que toda essa história não passa de um artifício capcio-so para vender livros e garantir a bilheteria dos fil-mes de Hollywood. Com isso, você chegou à con-clusão de que o seu ano de 2012 será igual a todos os outros, afinal não há motivos para viver como se estivesse prestes a enfrentar o armagedom. Contu-do, com esse pensamento você está desperdiçando uma grande oportunidade em sua vida.

Vamos supor, apenas por minuto, que o mundo que conhecemos deixará de existir no fim de 2012. Por certo você tentaria aproveitar o resto de sua vida ao máximo, desenterraria sonhos antigos e buscaria realizar aquelas coisas que sempre quis fazer. Ora, não seria incrível? Por isso, venho propor um trato a você: mesmo que tenhamos a convicção racional de que todas as previsões falharão, vamos viver esse ano como se acreditássemos que ele será o nosso último, pondo em prática aqueles desejos que, por algum motivo, sempre acabamos deixando para depois.

Caso aceite minha proposta, é hora de pensar no que você realmente gostaria de fazer se tivesse apenas mais um ano de vida. Voaria em um balão? Faria uma tatuagem? Compraria aquele ferrorama que você sonhava em ter na infância? Faria um

outdoor gigante para expressar um pensamento? Ajudaria uma organização em que acredita? Viajaria para um local que sempre sonhou conhecer? Nadaria nu? Colocaria em prática uma ideia antiga, que sempre quis realizar?

Sejam quais forem as suas metas, das mais simples às mais ambiciosas, em 2012 viva como se o mundo fosse mesmo acabar. É sua oportunidade de sair do “status quo” e sair em busca de coisas que para outros poderão parecer sem importância, mas para você terão um enorme significado.

Este nosso fim do mundo hipotético também será o empurrão que faltava para dizermos àquelas palavras que já deveríamos ter dito. Talvez você precise pedir perdão para alguém que magoou. Agradecer aquela pessoa que te ajudou no início de sua jornada. Arrepender-se de seus pecados diante de Deus ou simplesmente dizer “eu te amo” para alguém que, embora saiba disso, há muito tempo não ouve essas palavras saindo da sua boca.

Chega de protelar os velhos planos, chega de adiar aquilo que já deveria ter sido feito. Encare o suposto apocalipse de 2012 como instrumento a seu favor, como ponto de partido para uma necessária mudança em sua rotina. É importante que você não tenha medo de arriscar, pois independente do que aconteça, é natural que ocorram arrependimentos no meio do caminho. Sempre vamos achar que podíamos ter mais tempo, sempre vamos desejar mais um dia. Sabendo disso, só podemos fazer o que qualquer ser racional faria nessa situação: aproveitar enquanto é possível.¹

Viva o fi m do mundo!Encare o suposto “apocalipse” de 2012 como um instrumento a seu favor

Oneir Vitor Guedes formou-se em direito

pela Universidade Federal de Juiz de Fora

e, atualmente, atuacomo advogado e

consultor jurídico nas áreas cível e criminal, além de ser colunista

do Três Rios Online.

Oneir Vitor [email protected]

¹Se você gostou deste texto e realmente pensa em colocar seus planos em prática, recomendo a leitura do livro “100 coisas para fazer [antes de morrer]”, de Michael Ogden & Chris Day

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Helder Caldeira é escritor, articulista político, palestrante, conferencista, colunista do Três Rios Onlinee autor do livro “A 1ª Presidenta”,primeira obra publicada no Brasil sobre a trajetória política de Dilma Rousseff.

O politicamente correto é um veneno que está ganhando força no Brasil do século 21. E o pior: por aqui estamos adotando uma variação tergiversa desse modelo

de comportamento, que só serve para emboscar e matar qualquer sociedade que pretenda ousar o caminho do desenvolvimento e da contemporanei-dade. Povos reféns do politicamente correto criam gerações sedimentadas pela hipocrisia e pela co-nivência com toda sorte (ou azar!) de malfeitos, como gosta de dizer dona Dilma, ao se referir à banda corrupta de seu governo.

Ao contrário do que muitos pensam, ser po-liticamente correto não é uma vantagem, apesar das palavras que constituem a expressão pro-vocarem uma ilusão contrária. Um excepcional exemplo dos prejuízos causados à sociedade pe-los ditos corretíssimos pode ser observado nos livros de história do Brasil recheados de fábulas e ficções grotescas sobre o país varonil. No pro-cesso de fabricação desse espírito grandioso, fo-ram inventadas indiscriminadamente tradições, heróis e mitos. Alguns deles, inclusive, são risí-veis, dignos das grotas do nauseabundo.

Vejamos o caso de alguns renomados escri-tores brasileiros, endeusados por mitos politi-camente corretos sobre suas biografias e pela intelectualidade de suas palavras. No entanto, há muito sobre eles que é propositalmente soterrado sob um pacote de bondades e genialidades. Gran-des autores também escrevem e pensam boba-gens, ora bolas! Machado de Assis, considerado por muitos como o maior nome da literatura na-cional, foi censor do Império. Esse é só um exem-plo. Há outros, bem piores e comprometedores.

O baiano imortal Jorge Amado defendia publi-camente Hitler e Stálin. O escritor e antropólogo Gilberto Freyre defendeu com brilhantismo a mis-cigenação como uma agradável particularidade

brasileira em sua badalada obra-prima “Casa Gran-de & Senzala”. No entanto, antes da publicação, ele desejava o gradual embranquecimento de nos-so povo, chegando a afirmar que “o Brasil deveria seguir a Argentina e clarear a população”. E foi muito além: em sua dissertação de mestrado para a Universidade de Colúmbia, nos EUA, Freyre elo-giou o “esforço dos cavaleiros da Ku Klux Klan (...) uma espécie de maçonaria guerreira”, grupo racista que, naquele tempo, executou sumariamen-te milhares de negros norte-americanos.

No campo político, as mentiras são ainda maio-res. Hoje temos no poder uma presidente que foi guerrilheira nos anos de chumbo da ditadura mi-litar. Ela e tantos de seus companheiros gostam de bradar que lutaram pela liberdade. Mentira! Os guerrilheiros não lutavam por liberdade. O objeti-vo final dessas células era transformar o Brasil em outra ditadura. Em momento algum o projeto era o reestabelecimento das liberdades democráticas. Aliás, estamos vivendo hoje uma espécie de dita-dura baseada num duvidoso socialismo tropical.

Quem estiver disposto a jogar tomates no po-liticamente correto, não pode deixar de ler o best--seller “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” (Editora Leya, 2011, 368 páginas, R$ 39,90), um livro tão sério quanto extraordinário, es-crito pelo jovem e genial jornalista Leandro Narlo-ch, após vasta pesquisa bibliográfica e documental. Entre as histórias que contei aqui e tantas outras, o leitor pode se deleitar com pérolas comprovadas como: Zumbi de Palmares tinha escravos; Santos Dumont não inventou o avião; a origem da feijoa-da é europeia; o mineiro Aleijadinho não passa de um personagem literário; e muito mais. Trata-se de uma leitura imperdível e deliciosa. De minha parte, afirmo categoricamente: prefiro ser politicamente incorreto. Incorretíssimo, de preferência.

Incorretíssimo

Helder Caldeira

Ao contrário do que muitos pensam, ser politicamente correto não é uma vantagem, apesar das palavras que constituem a expressão provocarem uma ilusão contrária.

OPINIÃO

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Em 2003, quando ainda militava nos qua-dros do Sahione Advogados, me deparei com um caso que versava sobre o “ex-travio definitivo de uma bagagem não

registrada, causado por uma companhia aérea”.Logo, pairava uma dúvida: Se para indenização

do dano material (perda dos bens) é necessário a sua estrita comprovação; como poderíamos valorar o conteúdo de uma bagagem não registrada?

Para melhor entendimento desta questão, é importante ressaltar que, diferentemente do dano moral (não patrimonial, presumido, íntimo a personalidade e dispensa a prova do prejuízo), o dano material (patrimonial, economicamente avaliável) não pode ser presumido, exigindo-se assim, a comprovação do prejuízo suportado, para que seja realizada a reparação.

Portanto, em casos análogos ao trazido à baila, o dano moral (dor, frustração, constrangi-mento, etc.) é incontestável, porque decorre do próprio fato (presume-se), e o dano material é indubitável, porque deriva da perda definitiva da bagagem (comprova-se). Contudo, imperativo se faz quantificar o prejuízo do conteúdo da mala, ou seja, de algo que não se pode pormenorizar (não comprovado), mas que se sabe que existe, daí a presunção relativa.

Atualmente, é possível encontrar na jurispru-dência uma grande quantidade de julgados acerca desta matéria, sendo que, a maioria propõe que, para se mensurar o dano material, é necessário que o julgador faça uma estimativa (razoabilida-de e proporcionalidade), e, de acordo com o seu livre convencimento, arbitre um valor indenizató-rio, observando a condição social e econômica do envolvido (o que uma pessoa de tal padrão aqui-sitivo teria consigo em sua bagagem).

A “regra de arbitramento por estimativa” nos pa-rece evasiva para se encontrar o valor do dano ma-terial relativamente presumido, pois, sua aplicação pode gerar uma violação ao princípio da igualdade.

O CDC (Código de Defesa do Consumidor) é a lei específica e exclusiva para esta matéria, as-sim, nesta seara, nenhuma outra lei poderá se so-brepor ou subsistir. Logo, é por isso que o Poder Judiciário afasta os argumentos das companhias aéreas, quando realizam suas defesas com esteio em outras legislações que lhes são mais favorá-veis (Convenções de Varsóvia e Montreal, Códi-go Brasileiro de Aeronáutica, etc.).

No entanto, o CDC não trás instrumentos que possibilitem a valoração do prejuízo nestes casos. Desta forma, outra legislação pode coexistir com o CDC, especialmente, nos pontos em que não haja incompatibilidade, em respeito a uma regra de hermenêutica denominada “diálogo das fon-tes”.

A Convenção de Varsóvia possui uma tabela denominada “responsabilidade tarifada” (ex. a empresa paga ‘x’ dólares por kg de bagagem; ou, ‘y’ dólares por pessoa), com a intenção de limitar a obrigação das companhias aéreas em casos de indenização por perda de bagagem, inclusive, no que diz respeito às bagagens registradas (conteú-do comprovado e quantificado), o que é impedido pelo CDC.

Todavia, no que diz respeito às bagagens não registradas, extraviadas em definitivo, resta in-dispensável à aplicação subsidiária da Conven-ção de Varsóvia ao CDC, com a finalidade de se empregar parâmetros (responsabilidade tarifada) à valoração do dano material presumido (quanti-ficação do conteúdo não comprovado).

Por derradeiro, insta salientar, que quando de-senvolvi esta tese, aqui singelamente abordada, a tratava como “dano material tácito”. Recente-mente, a matéria foi alvo de debate em um semi-nário de direito do consumidor, ocasião em que o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal de Justiça, sugeriu-me a denominação “dano material presumido”, que, como pode ser observado, foi acatada de imediato.

Dano material presumidoA possibilidade de comprovação do dano material através da presunção relativa

David Elmôr é Advogado Criminalista,

originário de uma das mais respeitáveis

bancas de direito do Brasil (SAHIONE

Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR &

CORRÊA Advogados

David Elmô[email protected]

OPINIÃO

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Em 2003, quando ainda militava nos qua-dros do Sahione Advogados, me deparei com um caso que versava sobre o “ex-travio definitivo de uma bagagem não

registrada, causado por uma companhia aérea”.Logo, pairava uma dúvida: Se para indenização

do dano material (perda dos bens) é necessário a sua estrita comprovação; como poderíamos valorar o conteúdo de uma bagagem não registrada?

Para melhor entendimento desta questão, é importante ressaltar que, diferentemente do dano moral (não patrimonial, presumido, íntimo a personalidade e dispensa a prova do prejuízo), o dano material (patrimonial, economicamente avaliável) não pode ser presumido, exigindo-se assim, a comprovação do prejuízo suportado, para que seja realizada a reparação.

Portanto, em casos análogos ao trazido à baila, o dano moral (dor, frustração, constrangi-mento, etc.) é incontestável, porque decorre do próprio fato (presume-se), e o dano material é indubitável, porque deriva da perda definitiva da bagagem (comprova-se). Contudo, imperativo se faz quantificar o prejuízo do conteúdo da mala, ou seja, de algo que não se pode pormenorizar (não comprovado), mas que se sabe que existe, daí a presunção relativa.

Atualmente, é possível encontrar na jurispru-dência uma grande quantidade de julgados acerca desta matéria, sendo que, a maioria propõe que, para se mensurar o dano material, é necessário que o julgador faça uma estimativa (razoabilida-de e proporcionalidade), e, de acordo com o seu livre convencimento, arbitre um valor indenizató-rio, observando a condição social e econômica do envolvido (o que uma pessoa de tal padrão aqui-sitivo teria consigo em sua bagagem).

A “regra de arbitramento por estimativa” nos pa-rece evasiva para se encontrar o valor do dano ma-terial relativamente presumido, pois, sua aplicação pode gerar uma violação ao princípio da igualdade.

O CDC (Código de Defesa do Consumidor) é a lei específica e exclusiva para esta matéria, as-sim, nesta seara, nenhuma outra lei poderá se so-brepor ou subsistir. Logo, é por isso que o Poder Judiciário afasta os argumentos das companhias aéreas, quando realizam suas defesas com esteio em outras legislações que lhes são mais favorá-veis (Convenções de Varsóvia e Montreal, Códi-go Brasileiro de Aeronáutica, etc.).

No entanto, o CDC não trás instrumentos que possibilitem a valoração do prejuízo nestes casos. Desta forma, outra legislação pode coexistir com o CDC, especialmente, nos pontos em que não haja incompatibilidade, em respeito a uma regra de hermenêutica denominada “diálogo das fon-tes”.

A Convenção de Varsóvia possui uma tabela denominada “responsabilidade tarifada” (ex. a empresa paga ‘x’ dólares por kg de bagagem; ou, ‘y’ dólares por pessoa), com a intenção de limitar a obrigação das companhias aéreas em casos de indenização por perda de bagagem, inclusive, no que diz respeito às bagagens registradas (conteú-do comprovado e quantificado), o que é impedido pelo CDC.

Todavia, no que diz respeito às bagagens não registradas, extraviadas em definitivo, resta in-dispensável à aplicação subsidiária da Conven-ção de Varsóvia ao CDC, com a finalidade de se empregar parâmetros (responsabilidade tarifada) à valoração do dano material presumido (quanti-ficação do conteúdo não comprovado).

Por derradeiro, insta salientar, que quando de-senvolvi esta tese, aqui singelamente abordada, a tratava como “dano material tácito”. Recente-mente, a matéria foi alvo de debate em um semi-nário de direito do consumidor, ocasião em que o ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal de Justiça, sugeriu-me a denominação “dano material presumido”, que, como pode ser observado, foi acatada de imediato.

Dano material presumidoA possibilidade de comprovação do dano material através da presunção relativa

David Elmôr é Advogado Criminalista,

originário de uma das mais respeitáveis

bancas de direito do Brasil (SAHIONE

Advogados), Sócio Sênior do ELMÔR &

CORRÊA Advogados

David Elmô[email protected]

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18 | revistaon.com.br

Abre-alas que os blocos vão passarOs blocos tornaram-se uma característi-ca do carnaval carioca, principalmente no Centro-Sul Fluminense. Em Três Rios, por onde eles passam, arrastam centenas de foliões e esbanjam alegria no maior feria-do brasileiro. Diferentemente das escolas de samba, sobrevivem de ajudas menores e eventos para arrecadação de dinheiro.

POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

uando o assunto é carnaval, as notícias que mais saem nas mídias relatam a realida-de das escolas de samba, dos recursos repassados e todo o

glamour que as envolve. Dessa vez, fo-mos atrás de alguns blocos da região para saber como está a preparação para a folia e a expectativa para o carnaval 2012.

De acordo com o presidente da Liest (Liga Independente das Escolas de Sam-ba Trirrienses), José Rodrigues, em 2011, as agremiações ficaram sem es-paço para organizar e montar a estrutura para as apresentações.

“A cidade está crescendo demais e os galpões que eram utilizados nesse pe-ríodo, para os ensaios e montagem das alegorias, não podem ser usados. Essa é a dificuldade encontrada pelas escolas e os blocos no município”, conta, revelando que existem planos para que o município ganhe um espaço semelhante à Cidade do Samba, no Rio de Janeiro, onde abriga as agremiações e oferece suporte aos grupos carnavalescos. De acordo com Rodrigues, alguns grupos deixam para os últimos dias sua organização.

Muitas pessoas, até hoje, têm dificul-dade em diferenciar os de embalo e os de enredo. O primeiro é análogo às escolas, possuem um samba, embora normalmen-

te este seja mais curto que o do grêmios recreativos. As agremiações, especial-mente dos grupos inferiores, evoluíram de blocos de enredo antes de pedirem fi-liação à Associação das Escolas de Sam-ba. Em Três Rios, duas escolas do grupo C saíram de blocos de enredo: o Portal do Samba e o Império da Vila.

Os de embalo são ligados a bairros ou a instituições da cidade. Não têm com-promisso organizacional e desfilam sem competição. Sua característica principal é o uso de uma camiseta padrão que, a cada ano, está relacionada a um tema e se utilizam de músicas inéditas para seus desfiles.

De acordo com o presidente da Liest, o carnaval de Três Rios é considerado o mais importante do interior do estado do Rio de Janeiro. Durante os últimos anos, com o investimento, o evento vem atrain-do pessoas de outras cidades que visitam o município e os grupos que antigamente arrastavam, em sua maioria, os foliões somente dos bairros, hoje contagiam a quem passa por eles. É o caso do tradi-cional Bloco do Galo, do bairro Canta-galo, que pretende inovar no desfile, geralmente, na segunda-feira da semana festiva. Neste ano, o tema escolhido pelo grupo vai homenagear a época natalina. “Já estamos confeccionando as renas e

alguns adereços”, revela o carnavalesco Marcos Antônio Travassos. Como já foi citado, a sobrevivência desses pequenos grupos, depende em sua maioria de arre-cadações, promovidas pela comunidade envolvida. Para isso, Travassos explica que, há muitos anos, pouco tempo antes da data, camisetas com o nome do bloco são produzidas para arrecadar fundos que, diferente das escolas, são menores. Além disso, ele informa que são realizados bin-gos e rifas na comunidade. Em relação ao patrocínio, diz conseguir alguns, mas es-pera que outras pessoas se interessem em ajudar. Segundo o carnavalesco, cerca de 1.500 foliões costumam sair no grupo. No dia do desfile, existe uma premiação para a melhor agremiação. O Bloco do Galo é pentacampeão na categoria. “Muitas pes-soas me perguntam se não queremos virar escola de samba. Essa nunca foi nossa in-tenção, mas gostamos muito de saber que

Q Pentacampeão, o carnavalesco do Bloco do Galo, Marcos Antônio Travassos, diz ter orgulho do trabalho que desenvolvem

caprichamos em nosso desfile”, ressalta.Outro grupo trirriense, chamado Pa-

godão do Samba, também está na corrida para terminar seus adereços até a festivi-dade. O carnavalesco Salvador explica que os adereços saem, mesmo, nos últi-mos dias. Sobre os fundos de arrecada-ção, ele revela que recebe ajuda da liga e promove a venda das camisetas do grupo.

De acordo com Rodrigues, o carnaval de Três Rios conta com três categorias carnavalescas dividas em grupos, assim como acontece nos desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para ajudar cada grupo, ele explica que há um valor sim-bólico estipulado, mas nem todos cobram. “No caso dos blocos, tentamos ajudar no que podemos”, afirma. Atualmente, em Três Rios, existem aproximadamente 11 blocos que saem na segunda-feira de car-naval, são eles: Os que Bebem Não Vie-ram, Unidos do Palmital, Enverga Mas Não Quebra, Galo, Barão, Auê, Unidos do São Carlos, Unidos do Barros Franco, Pagodão do Sacode, Portão Vermelho, Sassarico e Total Flex.

Em Comendador Levy Gasparian, o Unidos do Morro, único cadastrado pela prefeitura desde 2009, a cada ano tenta resgatar o carnaval da cidade. “Em 2006, quando iniciamos uma batucada em dia de carnaval, Levy não tinha mais blocos, os mais antigos já tinham se extinguido e, a partir daí, as pessoas começaram a se animar com a nossa movimentação e, de pouco em pouco, foram fazendo fantasias e se juntando ao grupo. Sem muito recur-so, sugeriram que nos registrássemos para conseguir uma verba. Em 2009, consegui-mos nosso cadastro e, hoje, somos refe-rência na cidade”, conta o vice-presidente, Pedro Paulo Pereira Costa, que esse ano vai homenagear, em seu enredo, a velha guarda dos antigos carnavais gaspariense. “Para quem gosta de blocos, esse ano pre-tendemos arrastar muitas pessoas com a

gente”, finaliza, convidando foliões para a festividade na cidade. Em Levy, outro grupo pode ser visto nas ruas durante o evento, o bloco do Grotão, que em tama-nho menor, ainda precisa de ajuda em sua estrutura e em instrumentos musicais.

Em Areal e Sapucaia, até o fechamento da matéria, os grupos ainda aguardavam aprovação orçamentária quanto à participa-ção das cidades no carnaval. Em janeiro de 2011, as fortes chuvas provocaram grandes danos nos municípios e, segundo as secre-tarias de comunicação, a prioridade é rees-truturar as cidades e as famílias atingidas pelas enchentes. Em Areal, aproximada-mente seis blocos costumam sair nas ruas: Fazenda Velha, Que Delicia, DR, Acade-mia Areal, Flash Dance e Amazonas.

Apesar da falta de recursos, ainda exis-te centenas de pessoas comprometidas com o carnaval. Desta forma, só resta cair na folia e se deixar levar pelos arrastões. Os interessados em ajudar os grupos, po-dem passar nas secretarias de cultura de cada cidade, onde serão encaminhados aos representantes dos blocos.

Os blocos desfi lam na segunda-feira de carnaval

CULTURA

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caprichamos em nosso desfile”, ressalta.Outro grupo trirriense, chamado Pa-

godão do Samba, também está na corrida para terminar seus adereços até a festivi-dade. O carnavalesco Salvador explica que os adereços saem, mesmo, nos últi-mos dias. Sobre os fundos de arrecada-ção, ele revela que recebe ajuda da liga e promove a venda das camisetas do grupo.

De acordo com Rodrigues, o carnaval de Três Rios conta com três categorias carnavalescas dividas em grupos, assim como acontece nos desfiles do Rio de Janeiro e de São Paulo. Para ajudar cada grupo, ele explica que há um valor sim-bólico estipulado, mas nem todos cobram. “No caso dos blocos, tentamos ajudar no que podemos”, afirma. Atualmente, em Três Rios, existem aproximadamente 11 blocos que saem na segunda-feira de car-naval, são eles: Os que Bebem Não Vie-ram, Unidos do Palmital, Enverga Mas Não Quebra, Galo, Barão, Auê, Unidos do São Carlos, Unidos do Barros Franco, Pagodão do Sacode, Portão Vermelho, Sassarico e Total Flex.

Em Comendador Levy Gasparian, o Unidos do Morro, único cadastrado pela prefeitura desde 2009, a cada ano tenta resgatar o carnaval da cidade. “Em 2006, quando iniciamos uma batucada em dia de carnaval, Levy não tinha mais blocos, os mais antigos já tinham se extinguido e, a partir daí, as pessoas começaram a se animar com a nossa movimentação e, de pouco em pouco, foram fazendo fantasias e se juntando ao grupo. Sem muito recur-so, sugeriram que nos registrássemos para conseguir uma verba. Em 2009, consegui-mos nosso cadastro e, hoje, somos refe-rência na cidade”, conta o vice-presidente, Pedro Paulo Pereira Costa, que esse ano vai homenagear, em seu enredo, a velha guarda dos antigos carnavais gaspariense. “Para quem gosta de blocos, esse ano pre-tendemos arrastar muitas pessoas com a

gente”, finaliza, convidando foliões para a festividade na cidade. Em Levy, outro grupo pode ser visto nas ruas durante o evento, o bloco do Grotão, que em tama-nho menor, ainda precisa de ajuda em sua estrutura e em instrumentos musicais.

Em Areal e Sapucaia, até o fechamento da matéria, os grupos ainda aguardavam aprovação orçamentária quanto à participa-ção das cidades no carnaval. Em janeiro de 2011, as fortes chuvas provocaram grandes danos nos municípios e, segundo as secre-tarias de comunicação, a prioridade é rees-truturar as cidades e as famílias atingidas pelas enchentes. Em Areal, aproximada-mente seis blocos costumam sair nas ruas: Fazenda Velha, Que Delicia, DR, Acade-mia Areal, Flash Dance e Amazonas.

Apesar da falta de recursos, ainda exis-te centenas de pessoas comprometidas com o carnaval. Desta forma, só resta cair na folia e se deixar levar pelos arrastões. Os interessados em ajudar os grupos, po-dem passar nas secretarias de cultura de cada cidade, onde serão encaminhados aos representantes dos blocos.

Os blocos desfi lam na segunda-feira de carnaval

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Motores desligadosEsta é a situação que se encontra o Museu Rodoviário de Comendador Levy Gasparian

Único da América Latina e está de portas fechadas. O prédio é tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-

tístico Nacional), de propriedade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutu-ra de Transportes), mas, há 20 anos, vem sendo cuidado pela prefeitura da cidade. Há cerca de três meses, por decisão da prefeitura, foi suspensa a visitação porque o espaço precisa de reformas imediatas.

O secretário de turismo, Hélvio Leite Miguel, disse que o prédio foi fechado por medidas de segurança. “O estado em que ele se encontra é precário, precisa ur-gentemente de uma reforma para que vol-te ao normal e continue trazendo turistas para Levy. As viaturas estão enferrujadas e o assoalho está afundando, o que traz risco aos frequentadores. Já montamos um projeto de revitalização e moderni-zação, mas precisamos de apoio para custear as obras. É um patrimônio que,

fechado, deixa de trazer em média 4.000 visitantes por mês para a região”, explica.

Localizado na praça João Werneck, an-tiga estrada União e Indústria, no distrito de Monte Serrat, em Paraibuna, o edifício foi construído no estilo de um chalé francês, em 1856. O prédio fica onde era uma das 12 estações de “muda de cavalos”. Quan-do o imperador d. Pedro II viajava de Pe-trópolis a Juiz de Fora, trocava os animais usados nas diligências em um revezamento

que se repetia a cada hora. Ele foi constru-ído em estrutura de madeira e alvenaria, ti-jolos maciços e telhado em folhas de metal de cor clara. Atualmente, a oitava estação desapareceu, dando espaço ao museu.

No seu acervo está disposto um com-posto de diversificadas peças que contam a história das rodovias brasileiras. Lá es-tão preservadas máquinas usadas na cons-trução da União e Indústria, alguns marcos

FOTOS ARQUIVO PMLGPOR ALINE RICKLY

FACHADA

Museu Rodoviário de Levy é

o único da América Latina

O secretário de Turismo de Levy, Hélvio Miguel, disse que as viaturas estão enferrujadas e o assoalho está afundando, o que traz risco aos frequentadores

de pedra, antigas máquinas a vapor, que foram utilizadas na abertura e conservação das primeiras rodovias brasileiras, além de medalhas e chafarizes de pedra, ônibus, jeeps, tratores, a moto Harley-Davidson de 1947, um troller, cadeirinha de arruar, maquete de tropeiros do século 19, placas de inauguração das principais estradas do país, quadros de personalidades históricas como d. Pedro II, Getúlio Vargas, Maria-no Procópio, Tiradentes, dentre outros e a diligência usada na viagem inaugural do imperador. Com o passar dos anos a es-trada original foi sendo alterada e alguns trechos passaram a fazer parte da BR-040, enquanto outros foram pavimentados.

Alexçandro Santana, conhecido como Neneco, trabalha no museu há 20 anos. “Já fui diretor, guia e hoje sou guarda mu-nicipal. Tive outros empregos, mas esse eu afirmo que faço porque gosto”, ga-rante. Alexçandro considera bom e emo-cionante o seu trabalho. “Isso é a minha vida, tenho medo de sair daqui”, diz.

Apesar do rico e diversificado acervo, o museu encontra-se em condições precá-rias, principalmente as peças a céu aberto.

De acordo com o secretário Hélvio, o Dnit deveria ser encarregado da reforma. A Re-vista On entrou em contato com o depar-tamento que, por e-mail, sugeriu o contato com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) no Ministério do Planejamento, que seria a responsável por todo o patri-mônio da União, porém a assessoria infor-mou que o espaço faz parte de um contrato de cessão ao Dnit e, por ser tombado pelo patrimônio histórico, é este que detém os direitos de preservar e restaurar, caso ne-cessário. Em contato com o Iphan, não foi possível uma resposta, visto o recesso de fim de ano.

Rildon Luiz da Silva, trabalha com ho-

telaria e reside em Levy Gasparian há oito anos. “O Museu Rodoviário é algo que vale a pena visitar e viajar nas lembranças que ele traz. É uma aula de história do sé-culo passado, pois abriga as máquinas usa-das para pavimentar a União e Indústria, entre tantos outros objetos que remetem aos anos anteriores”.

Dono de um hotel na região, Luiz Ho-mem de Faria Filho, diz que a ocupação em seu empreendimento diminui com o fechamento do local. “Esta é uma caracte-rística das mais antigas que temos aqui em Levy, é toda uma história descritiva. Um patrimônio cultural que devia ter mais sen-sibilidade por parte do governo. É o único Museu da América Latina e está esperan-do por obras que nunca acontecem, assim como outros patrimônios municipais que mereciam ser restaurados”, comenta.

O secretário de Cultura, Wellington Soares explicou que o Museu está par-cialmente fechado porque parte do assoa-lho cedeu devido à corrosão dos barrotes. “Após a conclusão da reforma, o espaço estará completamente aberto. Foi publica-da no Diário Oficial a doação com encar-gos do Museu Rodoviário de Comendador Levy Gasparian ao Dnit para a restauração e preservação. O departamento tem até dois anos para a conclusão das obras. A ação aconteceu por intermédio da ministra Planejamento, Orçamento e Gestão, Mi-rian Belchior”, relatou Wellington. A Re-vista On tentou entrar em contato com o Dnit novamente, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

PARTE EXTERNA

As roupas usadas pelos operários

da época estão se deteriorando

do lado de fora do Museu

O espaço abriga máquinas usadas na construção da estrada União e Indústria

DILIGÊNCIA

Era na Mazeppa que d. Pedro II fazia

suas viagens de Petrópolis a Juiz de Fora

CARROS

Os automóveis usados no século

passado também fazem parte

do acervo cultural

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Motores desligadosEsta é a situação que se encontra o Museu Rodoviário de Comendador Levy Gasparian

Único da América Latina e está de portas fechadas. O prédio é tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-

tístico Nacional), de propriedade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutu-ra de Transportes), mas, há 20 anos, vem sendo cuidado pela prefeitura da cidade. Há cerca de três meses, por decisão da prefeitura, foi suspensa a visitação porque o espaço precisa de reformas imediatas.

O secretário de turismo, Hélvio Leite Miguel, disse que o prédio foi fechado por medidas de segurança. “O estado em que ele se encontra é precário, precisa ur-gentemente de uma reforma para que vol-te ao normal e continue trazendo turistas para Levy. As viaturas estão enferrujadas e o assoalho está afundando, o que traz risco aos frequentadores. Já montamos um projeto de revitalização e moderni-zação, mas precisamos de apoio para custear as obras. É um patrimônio que,

fechado, deixa de trazer em média 4.000 visitantes por mês para a região”, explica.

Localizado na praça João Werneck, an-tiga estrada União e Indústria, no distrito de Monte Serrat, em Paraibuna, o edifício foi construído no estilo de um chalé francês, em 1856. O prédio fica onde era uma das 12 estações de “muda de cavalos”. Quan-do o imperador d. Pedro II viajava de Pe-trópolis a Juiz de Fora, trocava os animais usados nas diligências em um revezamento

que se repetia a cada hora. Ele foi constru-ído em estrutura de madeira e alvenaria, ti-jolos maciços e telhado em folhas de metal de cor clara. Atualmente, a oitava estação desapareceu, dando espaço ao museu.

No seu acervo está disposto um com-posto de diversificadas peças que contam a história das rodovias brasileiras. Lá es-tão preservadas máquinas usadas na cons-trução da União e Indústria, alguns marcos

FOTOS ARQUIVO PMLGPOR ALINE RICKLY

FACHADA

Museu Rodoviário de Levy é

o único da América Latina

O secretário de Turismo de Levy, Hélvio Miguel, disse que as viaturas estão enferrujadas e o assoalho está afundando, o que traz risco aos frequentadores

de pedra, antigas máquinas a vapor, que foram utilizadas na abertura e conservação das primeiras rodovias brasileiras, além de medalhas e chafarizes de pedra, ônibus, jeeps, tratores, a moto Harley-Davidson de 1947, um troller, cadeirinha de arruar, maquete de tropeiros do século 19, placas de inauguração das principais estradas do país, quadros de personalidades históricas como d. Pedro II, Getúlio Vargas, Maria-no Procópio, Tiradentes, dentre outros e a diligência usada na viagem inaugural do imperador. Com o passar dos anos a es-trada original foi sendo alterada e alguns trechos passaram a fazer parte da BR-040, enquanto outros foram pavimentados.

Alexçandro Santana, conhecido como Neneco, trabalha no museu há 20 anos. “Já fui diretor, guia e hoje sou guarda mu-nicipal. Tive outros empregos, mas esse eu afirmo que faço porque gosto”, ga-rante. Alexçandro considera bom e emo-cionante o seu trabalho. “Isso é a minha vida, tenho medo de sair daqui”, diz.

Apesar do rico e diversificado acervo, o museu encontra-se em condições precá-rias, principalmente as peças a céu aberto.

De acordo com o secretário Hélvio, o Dnit deveria ser encarregado da reforma. A Re-vista On entrou em contato com o depar-tamento que, por e-mail, sugeriu o contato com a SPU (Secretaria de Patrimônio da União) no Ministério do Planejamento, que seria a responsável por todo o patri-mônio da União, porém a assessoria infor-mou que o espaço faz parte de um contrato de cessão ao Dnit e, por ser tombado pelo patrimônio histórico, é este que detém os direitos de preservar e restaurar, caso ne-cessário. Em contato com o Iphan, não foi possível uma resposta, visto o recesso de fim de ano.

Rildon Luiz da Silva, trabalha com ho-

telaria e reside em Levy Gasparian há oito anos. “O Museu Rodoviário é algo que vale a pena visitar e viajar nas lembranças que ele traz. É uma aula de história do sé-culo passado, pois abriga as máquinas usa-das para pavimentar a União e Indústria, entre tantos outros objetos que remetem aos anos anteriores”.

Dono de um hotel na região, Luiz Ho-mem de Faria Filho, diz que a ocupação em seu empreendimento diminui com o fechamento do local. “Esta é uma caracte-rística das mais antigas que temos aqui em Levy, é toda uma história descritiva. Um patrimônio cultural que devia ter mais sen-sibilidade por parte do governo. É o único Museu da América Latina e está esperan-do por obras que nunca acontecem, assim como outros patrimônios municipais que mereciam ser restaurados”, comenta.

O secretário de Cultura, Wellington Soares explicou que o Museu está par-cialmente fechado porque parte do assoa-lho cedeu devido à corrosão dos barrotes. “Após a conclusão da reforma, o espaço estará completamente aberto. Foi publica-da no Diário Oficial a doação com encar-gos do Museu Rodoviário de Comendador Levy Gasparian ao Dnit para a restauração e preservação. O departamento tem até dois anos para a conclusão das obras. A ação aconteceu por intermédio da ministra Planejamento, Orçamento e Gestão, Mi-rian Belchior”, relatou Wellington. A Re-vista On tentou entrar em contato com o Dnit novamente, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

PARTE EXTERNA

As roupas usadas pelos operários

da época estão se deteriorando

do lado de fora do Museu

O espaço abriga máquinas usadas na construção da estrada União e Indústria

DILIGÊNCIA

Era na Mazeppa que d. Pedro II fazia

suas viagens de Petrópolis a Juiz de Fora

CARROS

Os automóveis usados no século

passado também fazem parte

do acervo cultural

CULTURA

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No fim do ano passado, o mun-do acompanhou a 17ª reu-nião da COP (Conference of Parties), um encontro anual

dos países que assinaram um acordo na Eco-92 sobre mudanças climáticas. Na edição de 2011, a conferência realizada em Durban, na África do Sul, definiu o segundo período de execução do proto-colo de Kyoto, visto que o atual termina este ano. O novo, sem adesão da Rússia, Japão e Canadá, vai até 2017 e pretende garantir uma redução, até 2020, que varia entre 25% e 40% de gases causadores do efeito estufa emitidos por parte dos países envolvidos no acordo. Essas metas têm relação com os níveis de 1990.

Neste mesmo encontro, foi apresen-tado um documento onde consta que dez países são responsáveis por dois terços das emissões globais. Os primeiros são China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão. O Brasil aparece na sexta po-sição, seguido por Alemanha, Canadá, México e Irã. Para a nova fase de Kyoto,

a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que o país adotará, pela primeira vez, metas obrigatórias de redução dos gases causadores do efeito estufa. “O Brasil irá trabalhar para que possamos negociar um novo instrumento legalmente vinculante, baseado nas reco-mendações da ciência e que inclua todos os países para o período imediatamente pós 2020”, disse ela em seu discurso.

O Brasil já trabalha para a redução da emissão de gases. Isso pode ser vis-to, inclusive, em empresas da nossa região. Duas cerâmicas implantaram, entre outros projetos, o sistema de cré-ditos de carbono. Uma delas está loca-lizada em Bemposta e a outra, quase centenária, em Paraíba do Sul.

Sócio-diretor na cerâmica de Bempos-ta, Cedenir Fernando Barbosa Lima con-ta como iniciou o projeto. “Começamos com um consultor que passou orienta-ções. Até hoje, são feitas vistorias. Tro-camos o combustível fóssil por resíduos de madeiras para a geração de energia nos

fornos. Temos, também, um equipamento para esta queima que veio da França. Não foi barato, mas é válido, pois a região terá uma qualidade de vida muito melhor”, diz.

Já a empresa sul-paraibana, que, em 2004, havia iniciado o plantio de 20 mil mudas de eucalipto, dois anos depois co--desenvolveu o projeto de troca de com-bustíveis, que culminou com a geração dos créditos de carbono e melhoria na so-ciedade. Alice Vicente Franklin, gestora financeira da cerâmica, mostra o resultado. “Entre 2006 e 2009, tivemos uma redução na emissão de 25.326 toneladas de CO2”.

O crédito de carbono foi uma solução encontrada para que os países diminu-am a emissão de gases e não tenham as economias abaladas. “É uma unidade de

O Brasil é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa

Crédito do futuroCaso tenha dormido na aula de geografi a, preste atenção. Em 1988, aconteceu a primeira reunião com cientistas e líderes de países para uma discussão acerca das mudanças climáticas no planeta. Dois anos depois, foi constatado que o dióxido de carbono (CO2), emitido por queima de combustíveis fósseis, é o principal causador das transformações no clima. Passada a Eco-92 e mais alguns anos, foi assinado, em 1997, o protocolo de Kyoto, onde as nações desenvolvidas assumiram o compromisso de reduzir a emissão de gases. Para ninguém “sair perdendo”, foram criados os créditos de carbono. E empresas da região já começam a utilizar esta “moeda ecológica”.

POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

MEIO AMBIENTE

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24 | revistaon.com.br

neutralização de carbono. Cada crédito corresponde a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida para a atmosfera por uma empresa, organização ou pessoa física. As ações para redução dos gases causadores do efeito estufa contribuem para o clima e para o meio ambiente. Esse esforço para a redução de emissões, gera créditos que podem ser vendidos para empresas, organizações ou pesso-as físicas que não conseguiram reduzir suas emissões, ou seja, é como se eles ‘patrocinassem’ a redução de gases por um terceiro”, explica Mirna Kragulj, re-presentante da Sustainable Carbon, co--desenvolvedora de projetos do tipo.

Mas o que é o efeito estufa? Mestre em Gestão Ambiental, Thiago Vila Verde ex-plica a atual situação climática do planeta.

“O efeito estufa é natural. Sem ele, a tem-peratura média do planeta seria de -18ºC, ou seja, precisamos que exista. Mas o ser humano está aumentando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e, com isso, acontece o aquecimento global. O sol ilumina o planeta e garante o aqueci-mento da crosta terrestre através dos raios ultravioletas. Parte desta radiação precisa retornar ao espaço pois, caso contrário, aqueceria demais. Porém, como está ha-vendo uma grande concentração de gases, parte destes raios não retornam e ficam presos na barreira formada por eles, o que está causando o aquecimento da Terra. Por isso, a importância da redução dos gases de efeito estufa, como o CO2”, explica.

Em 1998, foi criada, no Tocantins, com a missão de estudar a mudança cli-mática e desenvolver soluções sustentá-veis com a participação ativa das comuni-dades, a ONG Instituto Ecológica. Lá, foi desenvolvida a metodologia do carbono social, para mostrar que o meio ambien-te oferece boas condições de vida para as comunidades que dele dependem, desde que sejam protegidas. Aplicando o con-ceito em indústrias de cerâmica vermelha, foi criada a Sustainable Carbon que, hoje,

já contribuiu com a validação de 33 proje-tos, que podem ter o Markit Environmental Registry, o registro global que proporciona transparência necessária e credibilidade.

Mirna explica as principais iniciativas. “No Brasil, desenvolvemos a maioria dos projetos de redução de emissões com pe-quenas e médias empresas da indústria ceramista que produzem produtos de ce-râmica vermelha, como tijolos e telhas para a indústria da construção local”.

Para um resultado positivo, as mu-danças precisam ir além do espaço físi-co de produção. “Quando falamos em empresa, dentro dos muros falamos em segurança do trabalho, mas, a partir do momento que ela emite algum tipo de efluente, seja líquido, particulado, fu-maça, etc., e vai para fora, começamos

A redução de emissões gera créditos que podem ser vendidos

RESISTÊNCIA

Para Thiago Vila Verde, a

consciência ambiental agrega

valores à gestão das empresas

SELO

Os caminhões da cerâmica levam o selo

do carbono social e atraem clientes com

consciência ambiental

CERTIFICADO

A cerâmica sul-paraibana

reduziu em mais de 26 mil

toneladas a emissão de CO2

CERÂMICA

Etapas de produção dos tijolos

são pensadas de forma a agredir

menos o meio ambiente

MEIO AMBIENTE

Page 25: FB | Revista On Três Rios #07

25revistaon.com.br |

a falar de sistema de gestão ambiental, que está preocupado com a comunidade como um todo”, explica Vila Verde.

As mudanças da comunidade onde as indústrias estão inseridas, também fazem parte do projeto que gera os créditos de carbono. “Aqui, por onde nosso caminhão passa, temos um caminhão pipa que lava a rua. Se esquecermos da parte social, uma parte do processo não funciona. Já vende-mos os créditos por duas vezes e, agora, está sendo feita uma nova avaliação que mostrará quantos temos para uma nova ne-gociação”, explica Fernando, que comple-ta dizendo que os caminhões da cerâmica possuem o selo do projeto, o que chama atenção e atrai novos compradores.

Clientes, estes, cada vez mais exigen-tes. “As novas gerações estão chegando com muito mais consciência ambiental que as antigas. Isso gera consumidores exigentes com relação à essa questão. Por isso, as empresas que elaboram projetos sustentáveis têm, e terão cada vez mais

destaque no mercado”, argumenta Vila Verde que, além de ser secretário de Meio Ambiente de Três Rios, desenvolve pro-jetos de sistemas de gestão e encontra re-sistências quando frisa o benefício ao am-biente: “algumas vezes preciso reforçar a questão financeira, falar da economia que haverá no futuro. Alguns ainda mudam as empresas sem pensar no meio ambien-te, apenas na parte econômica, mas essa consciência está sendo modificada”, diz.

Fundada em 1919, a cerâmica localiza-

da em Paraíba do Sul entende a mudança no perfil dos compradores. “Com o passar do tempo, o cliente passou a não só que-rer comprar um tijolo e, sim, um produ-to que proporcione redução de custo em sua obra, reduzindo os desperdícios e au-mentando a produtividade. Atualmente, produzimos mais de 40 tipos de tijolos, inclusive os que podem reduzir o consu-mo futuro de energia do nosso cliente”, revela Alice Vicente Franklin.

A cerâmica de Bemposta, que já serviu como unidade de demonstração do Projeto Conservação de Energia na pequena e mé-dia indústria do Estado do Rio de Janeiro, recebeu um prêmio nacional de conserva-ção e uso racional de energia em 2004 e ficou com o 1º lugar no Rio de Janeiro do Prêmio Sebrae Eco eficiência, também em 2004, mas continua em busca de soluções sustentáveis, garante Fernando. “Estamos fazendo testes para usar os resíduos da per-furação dos poços de petróleo do Pré-Sal”.

Em Paraíba do Sul, o pensamento eco-lógico é motivo de comemoração. “Temos orgulho de, com a redução, valorizar o am-biente de trabalho, a comunidade local, os colaboradores e nossos clientes. O grande retorno que temos é o orgulho de contri-buirmos para o futuro do nosso planeta através da redução da emissão de CO2 no meio ambiente”, finaliza Alice.

APARATO

Em Bemposta, um equipamento importado foi

necessário para reduzir os danos ao meio ambiente

ETAPAS

A consciência ambiental está, também,

nos plásticos e madeiras das embalagens

Segundo Thiago Vila Verde, as novas gerações já chegam com uma consciência ambiental que as antigas não tinham

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Amor às águas sul-paraibanas“Nosso Paraíba do Sul, fonte de muitas riquezas, já foi limpo e caudaloso, tá morrendo com certeza, que Minas, São Paulo e Rio, se unam com grande brio, lutando em sua defesa”. As palavras do arquiteto urbanista, Josemar Coimbra, mostram que é necessário cuidar do rio para que ele não morra.

POR ALINE RICKLY FOTOS REVISTA ON

Segundo estatísticas realizadas pela guarda fluvial sul-paraiba-na, só em 2010 foram retirados 950 sacos de lixo com isopor,

chinelo, sapato, garrafa pet, brinquedos, entre outros. Foi realizada a soltura de 2.000 peixes juvenis que mediam de 13cm a 15cm. Foram plantadas 2.031 mudas de ingá, jamelão e sangue de adraga. Dez capivaras foram recolhidas, frutos da caça predatória, e 29 redes de pesca ilegal foram apreendidas.

Pelos números, a conclusão é clara: Em tempos de desmatamento, poluição e quei-

madas, encontrar cidadãos que cuidam da natureza é algo que chama a atenção. Em Paraíba do Sul, quatro guardas flu-viais são responsáveis por manter as mar-gens limpas. Eles realizam mutirões para retirar o lixo que vem de fora, fiscalizam atividades ilegais e zelam pelo bem estar da flora e da fauna na região.

Criada em 27 de agosto de 2003 com o objetivo principal de preservar o rio e os recursos naturais, a patrulha fluvial com-posta por José Adyr, Rodnei Alves, Shir-ley da Silva e Manoel Rivello, contribui para o bem do meio ambiente. As ações

desenvolvidas pelos inspetores beneficiam não só as pessoas, que respiram um ar mais saudável, como também os animais que se sentem seguros naquele lugar.

O secretário de Meio Ambiente e De-fesa Civil, Luiz Carlos Garrido, conta que em maio de 2007 foi assinada a lei municipal 2.553. Ela garante a proibição da caça e pesca predatória, além de dar poder à guarda fluvial de coibir essas práticas. “Eles apreendem material de caça ilegal e patrulham o rio nos seus 32 km, entre a divisa de Vassouras e Três Rios. Contam com o apoio de pessoas

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Amor às águas sul-paraibanas“Nosso Paraíba do Sul, fonte de muitas riquezas, já foi limpo e caudaloso, tá morrendo com certeza, que Minas, São Paulo e Rio, se unam com grande brio, lutando em sua defesa”. As palavras do arquiteto urbanista, Josemar Coimbra, mostram que é necessário cuidar do rio para que ele não morra.

POR ALINE RICKLY FOTOS REVISTA ON

Segundo estatísticas realizadas pela guarda fluvial sul-paraiba-na, só em 2010 foram retirados 950 sacos de lixo com isopor,

chinelo, sapato, garrafa pet, brinquedos, entre outros. Foi realizada a soltura de 2.000 peixes juvenis que mediam de 13cm a 15cm. Foram plantadas 2.031 mudas de ingá, jamelão e sangue de adraga. Dez capivaras foram recolhidas, frutos da caça predatória, e 29 redes de pesca ilegal foram apreendidas.

Pelos números, a conclusão é clara: Em tempos de desmatamento, poluição e quei-

madas, encontrar cidadãos que cuidam da natureza é algo que chama a atenção. Em Paraíba do Sul, quatro guardas flu-viais são responsáveis por manter as mar-gens limpas. Eles realizam mutirões para retirar o lixo que vem de fora, fiscalizam atividades ilegais e zelam pelo bem estar da flora e da fauna na região.

Criada em 27 de agosto de 2003 com o objetivo principal de preservar o rio e os recursos naturais, a patrulha fluvial com-posta por José Adyr, Rodnei Alves, Shir-ley da Silva e Manoel Rivello, contribui para o bem do meio ambiente. As ações

desenvolvidas pelos inspetores beneficiam não só as pessoas, que respiram um ar mais saudável, como também os animais que se sentem seguros naquele lugar.

O secretário de Meio Ambiente e De-fesa Civil, Luiz Carlos Garrido, conta que em maio de 2007 foi assinada a lei municipal 2.553. Ela garante a proibição da caça e pesca predatória, além de dar poder à guarda fluvial de coibir essas práticas. “Eles apreendem material de caça ilegal e patrulham o rio nos seus 32 km, entre a divisa de Vassouras e Três Rios. Contam com o apoio de pessoas

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MEIO AMBIENTE

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que fazem denúncias e facilitam o traba-lho da equipe”, diz Garrido.

Segundo José Adyr, muitas pessoas abusavam na localidade. “Aqui tinha mui-ta gente que explorava a pesca como renda complementar”, comenta. Quando a patru-lha recebe denúncia, eles possuem o apoio da polícia militar. “É um serviço de grande importância, pois eles também fiscalizam toda e qualquer atividade que acontece nas margens do rio e das ilhas, como constru-ções irregulares, desmatamento, poluição, etc.”, acrescenta o secretário Luis Carlos.

Além disso, os guardas cuidam do re-florestamento no entorno do rio e da re-cuperação da mata ciliar. Periodicamente, é realizado um mutirão de limpeza nas margens do rio com o apoio de voluntá-rios. No período de cheias dos rios, a guar-da ainda dá apoio às famílias ribeirinhas e conta com a ajuda do corpo de bombeiros. “No caso de acidentes e afogamento, nós

também auxiliamos a Defesa Civil e a po-lícia”, complementa José Adyr.

Em 2009 houve a invasão de garimpei-ros em locais onde não há acesso por terra. De acordo com Garrido, para a retirada das embarcações, a patrulha foi fundamental.

Na região, a guarda conta com o ajuda da população que encara com muita sim-patia o trabalho realizado por eles. Quan-do as pessoas são pegas jogando lixos no rio ou poluindo, os profissionais têm o po-der de notificar o cidadão e comunicar a fiscalização. “Eles estão sempre atuantes e fazem com que a comunidade se sinta mais segura para um passeio de barco ou uma atividade de lazer em volta do rio, porque sabem que se acontecer um imprevisto eles podem contar com a se-

gurança da guarda fluvial”, diz Garrido que acredita na fiscalização como forma de prevenção de delitos.

Josenir de Freitas, 73, é aposentado e um dos pescadores do rio. Ele diz que pra-tica a atividade de forma legal desde que era criança. “Toda folga que tenho, estou dentro d’água. Pesco 3 kg de peixes por se-mana que servem para o consumo”, conta.

As multas para quem infringir a lei da caça e da pesca são pesadas e podem chegar a R$ 3.500 se a guarda florestal for comunicada.

Rodnei afirma que o trabalho é bem dinâmico. Para ele, a questão da preven-ção a crimes ambientais e atividades ir-regulares que degradam o meio ambiente é satisfatória. Já Manoel acredita que é importante o auxílio que a equipe presta aos pescadores e a limpeza que realizam. Shirley está há cinco meses no grupo e é a única mulher. Quanto ao trabalho, garantiu não ter medo de água. “Já co-nhecia o serviço realizado pela patrulha antes e gosto de estar aqui. Quando fui chamada não pensei duas vezes”, diz.

O comandante, Paulo Celso Soares da Silva, também é a favor e elogia o trabalho da equipe. “A meu ver, é uma atividade de muita importância para o município, pois, além de estar atenta às oscilações do rio Paraíba do Sul, ela tam-bém previne que a população retire árvo-res em volta do rio e fazem o plantio de mudas. Alguns dos nossos guardas muni-cipais trabalham na patrulha”, explicou.

De acordo com José Adyr, para ser membro da guarda é necessário ter o

NINHAL

Em 2010 e 2011, as garças

usaram o rio Paraíba do Sul

para terem seus fi lhotes

PATRULHA

O trabalho realizado pela equipe contribui

para um meio ambiente mais puro

“Em maio de 2007 foi assinada a lei municipal 2.553. Ela garante a proibição da caça e pesca predatória, além de dar poder à guarda fl uvial de coibir essas práticas”

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MEIO AMBIENTE

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perfil, gostar da natureza, saber nadar e ter paixão pela preservação. O secre-tário de Meio Ambiente Luis Carlos, acredita que: “Se cada cidade tomasse conta do seu trecho do rio, na totalida-de, ele estaria mais preservado”.

E para encerrar nas palavras de Jose-mar Coimbra: “E você que joga no rio / Entulho, lixo e sujeira/ Pense sempre duas vezes / Antes de fazer a besteira / Levante alto sua voz / Da nascente até a foz / Da Bacaína a Mantiqueira.”

Rio Paraíba do Sul

O rio Paraíba do Sul banha os esta-dos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Formado pela ligação dos rios Paraitinga e Paraibuna, tem sua nascente mais afastada da foz, na Serra da Bocaína, em São Paulo, com o nome de rio Parai-tinga. Ele recebe o nome Paraíba do Sul na confluência com o Paraibuna, na represa.

O Paraíba do Sul percorre um total de 1.137 km, desde a nascente até a foz em Atafona (São João da Barra), no norte fluminense.

Foi no Paraíba do Sul que encontraram a estátua de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em meados de 1717.

EFETIVO

Guardas Fluviais junto ao secretário

de Meio Ambiente de Paraíba do Sul

“Periodicamente, é realizado um mutirão de limpeza nas margens do rio com apoio de voluntários”

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O perigo mora ao ladoJá parou para pensar que um simples ato do seu dia a dia pode se transformar em um grande pesadelo? A todo momento acontece algum acidente doméstico, aliás, nesse exato momento eles devem estar acontecendo em algum lugar do Brasil. Todo cuidado é pouco nos afazeres de casa e, por isso, profi ssionais dão as dicas de como evitar esses percalços.

POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

Há quem pense ser uma boba-gem pensar ou ficar imaginan-do que atos rotineiros possam ocasionar grandes acidentes

dentro de uma casa. Mas a real situação é mais grave do que se pode imaginar e a mí-dia divulgar. Nesse exato momento em que você está lendo essa matéria, o gás de co-zinha de sua casa pode estar vazando, um fio desencapado pode dar início a um in-cêndio. Tantas coisas podem ocorrer numa residência, que é difícil enumerá-las.

O ferroviário aposentado, Jair Anas-tácio Gomes, 86, sabe bem sobre o que estamos falando, e relembra um fato ocor-rido com ele em 2005, quando preparava o café da manhã e sofrera um acidente mo-tivado por uma cafeteira elétrica. “Depois de abastecer a cafeteira com água e pó de café, conectei o plugue na tomada, poucos

segundos após, observei que a água não es-tava circulando, parecendo que estava en-tupido, então desconectei o cabo da energia elétrica e soprei no tubo, daí, com o cho-que térmico, houve um retorno imediato de água fervente, que penetrou através de minha boca até a traqueia. A dor foi quase insuportável, fiquei meio tonto em vias de perder os sentidos”, lembra Gomes. Pre-vendo que em pouco tempo perderia a fala,

tentou contato com seus filhos por telefone e embarcou no primeiro ônibus de Paraíba do Sul, onde se encontrava, com destino a Três Rios a procura de socorro médico. “Já em observação médica, aconteceu o que era previsto, entrei em choque, não sentia e nem via mais nada. Por conta do edema, minha glote fechou e os mé-dicos tentaram introduzir uma sonda pela minha boca, sem sucesso”, relata o sofri-mento e conta como foi o desfecho. “Tive que ser transferido para o hospital e, ainda no pronto-socorro, fui submetido a uma traqueostomia (procedimento cirúrgico no pescoço que estabelece um orifício ar-tificial na traqueia, abaixo da laringe, para emergências que comprometam a respira-ção), no qual voltei a respirar”, finaliza Gomes, que hoje escreve e compartilha sua experiência com outras pessoas.

Por conta de um acidente com uma cafeteira elétrica, Jair teve sua glote fechada e foi submetido a uma traqueostomia

SHU

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SEGURANÇA

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31revistaon.com.br |

O perigo mora ao ladoJá parou para pensar que um simples ato do seu dia a dia pode se transformar em um grande pesadelo? A todo momento acontece algum acidente doméstico, aliás, nesse exato momento eles devem estar acontecendo em algum lugar do Brasil. Todo cuidado é pouco nos afazeres de casa e, por isso, profi ssionais dão as dicas de como evitar esses percalços.

POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

Há quem pense ser uma boba-gem pensar ou ficar imaginan-do que atos rotineiros possam ocasionar grandes acidentes

dentro de uma casa. Mas a real situação é mais grave do que se pode imaginar e a mí-dia divulgar. Nesse exato momento em que você está lendo essa matéria, o gás de co-zinha de sua casa pode estar vazando, um fio desencapado pode dar início a um in-cêndio. Tantas coisas podem ocorrer numa residência, que é difícil enumerá-las.

O ferroviário aposentado, Jair Anas-tácio Gomes, 86, sabe bem sobre o que estamos falando, e relembra um fato ocor-rido com ele em 2005, quando preparava o café da manhã e sofrera um acidente mo-tivado por uma cafeteira elétrica. “Depois de abastecer a cafeteira com água e pó de café, conectei o plugue na tomada, poucos

segundos após, observei que a água não es-tava circulando, parecendo que estava en-tupido, então desconectei o cabo da energia elétrica e soprei no tubo, daí, com o cho-que térmico, houve um retorno imediato de água fervente, que penetrou através de minha boca até a traqueia. A dor foi quase insuportável, fiquei meio tonto em vias de perder os sentidos”, lembra Gomes. Pre-vendo que em pouco tempo perderia a fala,

tentou contato com seus filhos por telefone e embarcou no primeiro ônibus de Paraíba do Sul, onde se encontrava, com destino a Três Rios a procura de socorro médico. “Já em observação médica, aconteceu o que era previsto, entrei em choque, não sentia e nem via mais nada. Por conta do edema, minha glote fechou e os mé-dicos tentaram introduzir uma sonda pela minha boca, sem sucesso”, relata o sofri-mento e conta como foi o desfecho. “Tive que ser transferido para o hospital e, ainda no pronto-socorro, fui submetido a uma traqueostomia (procedimento cirúrgico no pescoço que estabelece um orifício ar-tificial na traqueia, abaixo da laringe, para emergências que comprometam a respira-ção), no qual voltei a respirar”, finaliza Gomes, que hoje escreve e compartilha sua experiência com outras pessoas.

Por conta de um acidente com uma cafeteira elétrica, Jair teve sua glote fechada e foi submetido a uma traqueostomia

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SEGURANÇA

De acordo com informações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Norma-lização e Qualidade Industrial), no Brasil não existem estatísticas sobre acidentes do-mésticos, porém, acredita-se que os índices sejam bem altos, especialmente envolven-do crianças e idosos. Um levantamento do Ministério da Saúde revela que os aciden-tes domésticos são as principais causas de morte de pessoas com até 14 anos.

“Todos os ambientes residenciais apre-sentam riscos de acidentes, sendo a cozi-nha e o banheiro verdadeiros campos mi-nados”, diz o cabo do Corpo de Bombeiros e técnico de enfermagem Marcelo Eugênio de Almeida. Concordando com os índices, Almeida fala sobre os acidentes mais co-muns envolvendo crianças. “Obstrução de vias aéreas por ingestão de pequenos objetos como bolas de gude, moedas e ba-las. Crises convulsivas são muito comuns. Crianças mexendo em panelas, água quen-te, óleo, fogo também são”, ressalta. O bombeiro acredita que muitos destes aci-dentes acontecem porque as crianças estão desempenhando as tarefas que deveriam ser feitas pelos adultos.

É válido destacar os acidentes que en-volvem velas acesas dentro de casa e os va-zamentos de gás de cozinha. Luciana Silva, mãe de três crianças, vivenciou, recente-mente com o seu filho caçula, Lucas, um

acidente ocasionado por uma vela. “Em um dia de chuva, acabou a luz e acendi velas por toda a casa. No dia não aconteceu nada, mas no dia seguinte, na primeira oportuni-dade, meu filho resolveu brincar de acen-der vela. O resultado dessa história vocês podem imaginar. Se a casa não pegou fogo, alguém se queimou e, nesse caso, ele ficou ferido. Queimou os dedinhos e chorou por longos dias. Ainda bem que a queimadura foi superficial”, compartilhou.

A fisioterapeuta Roberta Padilha, con-ta como evitou que esses acidentes ocor-ressem dentro de sua casa com os filhos, Eduardo, de 3, e Felipe, de 1 ano. “Desde que o Eduardo começou a engatinhar, pro-videnciei protetores plásticos para todas as tomadas lá de casa e quando começou a andar, coloquei protetores de silicone em todas as quinas das mesas. Achei importan-

te, também, instalar uma grade de ferro na porta da cozinha (uma portinha presa por pressão que pode ser encontrada em sites comerciais) para evitar que ele entrasse na cozinha e se acidentasse, por exemplo, ao esbarrar no forno, ou mesmo mexer em panelas quentes”, aconselhou. Ainda de acordo com Padilha, outra questão deve ser levada em conta: a hora do banho. “Desde que tirei as crianças da banheira e passei a dar banho no banheiro, em pé, por volta da idade de 1 ano e meio, tenho sempre o cui-dado de deixá-los de chinelinho para não escorregarem dentro do box”, completa e finaliza lembrando de uma história ocorri-da com uma amiga de seu filho. Ela que-brou o braço ao escorregar dentro de um box enquanto tomava banho.

Luxações, arranhados e hematomas causados por tombos são muito comuns e o ortopedista Bruno de Araújo, expli-ca a diferença dos dois tipos de gravi-dade que os envolve. A primeira são as de baixa energia, que segundo Araújo são casos mais frequentes, como que-das de pequenas alturas, escorregões em pisos molhados, ferimentos cortantes causados por faca de cozinha e, princi-palmente, pequenas queimaduras. Os já considerados de alta periculosidade, de acordo com ele, são os de queda de gran-des alturas, como cair de uma laje e ro-

LEMBRANÇAS

Jair lembra e simula o acidente

em que quase perdeu a vida

SALVANDO VIDAS

Para o bombeiro Marcelo Eugênio de

Almeida, falta sensibilidade dos pais

no cuidado com as crianças

Evitar mesas de centro, tapetes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos, são dicas do ortopedista Bruno de Araújo

lamentos de escadas. Nessas situações, existe a possibilidade de ocorrer fraturas múltiplas e lesões graves na coluna.

A estudante Camila Santos, 23, conta

como foi o tombo, que a deixou com hema-tomas durante várias semanas, em um dia de limpeza doméstica. “Eu lavava a varan-da de minha casa, quando, sem perceber, desci apressada uma das rampas de acesso à residência. Eu não tinha tirado todo o sa-bão e ao passar levei um grande escorregão que me deixou arranhões e hematomas por todo o corpo’’, lembra.

O ortopedista faz um alerta aos idosos, que são os que mais sofrem com acidentes do lar. “Geralmente os idosos, por restri-ções da própria senilidade e dificuldade visual, sofrem quedas com frequência e, mesmo sendo traumas de baixa energia, podem resultar em fraturas dos punhos e do quadril”, fala e explica que nesta fai-xa etária, existe uma condição que é a osteoporose, doença responsável por os-sos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Encerrando, ele dá algumas dicas que podem ser úteis no dia a dia para cuidar dos idosos. “Evite mesas de centro, tape-tes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos. A instalação de corrimão nas escadas e

banheiros e o aumento da iluminação do ambiente podem contribuir muito para a segurança deles. Tais medidas podem evitar acidentes que, em muitos casos, necessitem até mesmo de um tratamen-to cirúrgico. Em casos de emergência, o bombeiro Marcelo orienta que a melhor solução é evitar a automedicação e pedir ajuda a um profissional. “Ligar para pedir socorro a uma ambulância ou corpo de bombeiros é o mais adequado sempre”, completa. Além dessa orientação, Almei-da fala sobre os trotes que são passados diariamente e que comprometem os ser-viços prestados. “Use o telefone com res-ponsabilidade, pois uma informação bem passada e com calma faz com que quem estiver do outro lado da linha possa enten-der o que está acontecendo para melhor orientar ou mandar o socorro especiali-zado. Lembre-se que trote é crime e quem o fizer estará sujeito às medidas legais e devidas punições. Além disso, um telefone ocupado por trote pode impossibilitar o so-corro de quem realmente está precisando. Pode ser um parente seu’’, finaliza.

ESCORREGÃO

O simples fato de lavar o quintal

pode provocar ferimentos como

os de Camila Santos

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33revistaon.com.br |

De acordo com informações do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Norma-lização e Qualidade Industrial), no Brasil não existem estatísticas sobre acidentes do-mésticos, porém, acredita-se que os índices sejam bem altos, especialmente envolven-do crianças e idosos. Um levantamento do Ministério da Saúde revela que os aciden-tes domésticos são as principais causas de morte de pessoas com até 14 anos.

“Todos os ambientes residenciais apre-sentam riscos de acidentes, sendo a cozi-nha e o banheiro verdadeiros campos mi-nados”, diz o cabo do Corpo de Bombeiros e técnico de enfermagem Marcelo Eugênio de Almeida. Concordando com os índices, Almeida fala sobre os acidentes mais co-muns envolvendo crianças. “Obstrução de vias aéreas por ingestão de pequenos objetos como bolas de gude, moedas e ba-las. Crises convulsivas são muito comuns. Crianças mexendo em panelas, água quen-te, óleo, fogo também são”, ressalta. O bombeiro acredita que muitos destes aci-dentes acontecem porque as crianças estão desempenhando as tarefas que deveriam ser feitas pelos adultos.

É válido destacar os acidentes que en-volvem velas acesas dentro de casa e os va-zamentos de gás de cozinha. Luciana Silva, mãe de três crianças, vivenciou, recente-mente com o seu filho caçula, Lucas, um

acidente ocasionado por uma vela. “Em um dia de chuva, acabou a luz e acendi velas por toda a casa. No dia não aconteceu nada, mas no dia seguinte, na primeira oportuni-dade, meu filho resolveu brincar de acen-der vela. O resultado dessa história vocês podem imaginar. Se a casa não pegou fogo, alguém se queimou e, nesse caso, ele ficou ferido. Queimou os dedinhos e chorou por longos dias. Ainda bem que a queimadura foi superficial”, compartilhou.

A fisioterapeuta Roberta Padilha, con-ta como evitou que esses acidentes ocor-ressem dentro de sua casa com os filhos, Eduardo, de 3, e Felipe, de 1 ano. “Desde que o Eduardo começou a engatinhar, pro-videnciei protetores plásticos para todas as tomadas lá de casa e quando começou a andar, coloquei protetores de silicone em todas as quinas das mesas. Achei importan-

te, também, instalar uma grade de ferro na porta da cozinha (uma portinha presa por pressão que pode ser encontrada em sites comerciais) para evitar que ele entrasse na cozinha e se acidentasse, por exemplo, ao esbarrar no forno, ou mesmo mexer em panelas quentes”, aconselhou. Ainda de acordo com Padilha, outra questão deve ser levada em conta: a hora do banho. “Desde que tirei as crianças da banheira e passei a dar banho no banheiro, em pé, por volta da idade de 1 ano e meio, tenho sempre o cui-dado de deixá-los de chinelinho para não escorregarem dentro do box”, completa e finaliza lembrando de uma história ocorri-da com uma amiga de seu filho. Ela que-brou o braço ao escorregar dentro de um box enquanto tomava banho.

Luxações, arranhados e hematomas causados por tombos são muito comuns e o ortopedista Bruno de Araújo, expli-ca a diferença dos dois tipos de gravi-dade que os envolve. A primeira são as de baixa energia, que segundo Araújo são casos mais frequentes, como que-das de pequenas alturas, escorregões em pisos molhados, ferimentos cortantes causados por faca de cozinha e, princi-palmente, pequenas queimaduras. Os já considerados de alta periculosidade, de acordo com ele, são os de queda de gran-des alturas, como cair de uma laje e ro-

LEMBRANÇAS

Jair lembra e simula o acidente

em que quase perdeu a vida

SALVANDO VIDAS

Para o bombeiro Marcelo Eugênio de

Almeida, falta sensibilidade dos pais

no cuidado com as crianças

Evitar mesas de centro, tapetes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos, são dicas do ortopedista Bruno de Araújo

lamentos de escadas. Nessas situações, existe a possibilidade de ocorrer fraturas múltiplas e lesões graves na coluna.

A estudante Camila Santos, 23, conta

como foi o tombo, que a deixou com hema-tomas durante várias semanas, em um dia de limpeza doméstica. “Eu lavava a varan-da de minha casa, quando, sem perceber, desci apressada uma das rampas de acesso à residência. Eu não tinha tirado todo o sa-bão e ao passar levei um grande escorregão que me deixou arranhões e hematomas por todo o corpo’’, lembra.

O ortopedista faz um alerta aos idosos, que são os que mais sofrem com acidentes do lar. “Geralmente os idosos, por restri-ções da própria senilidade e dificuldade visual, sofrem quedas com frequência e, mesmo sendo traumas de baixa energia, podem resultar em fraturas dos punhos e do quadril”, fala e explica que nesta fai-xa etária, existe uma condição que é a osteoporose, doença responsável por os-sos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Encerrando, ele dá algumas dicas que podem ser úteis no dia a dia para cuidar dos idosos. “Evite mesas de centro, tape-tes, móveis amontoados ou qualquer tipo de obstrução no deslocamento dos idosos. A instalação de corrimão nas escadas e

banheiros e o aumento da iluminação do ambiente podem contribuir muito para a segurança deles. Tais medidas podem evitar acidentes que, em muitos casos, necessitem até mesmo de um tratamen-to cirúrgico. Em casos de emergência, o bombeiro Marcelo orienta que a melhor solução é evitar a automedicação e pedir ajuda a um profissional. “Ligar para pedir socorro a uma ambulância ou corpo de bombeiros é o mais adequado sempre”, completa. Além dessa orientação, Almei-da fala sobre os trotes que são passados diariamente e que comprometem os ser-viços prestados. “Use o telefone com res-ponsabilidade, pois uma informação bem passada e com calma faz com que quem estiver do outro lado da linha possa enten-der o que está acontecendo para melhor orientar ou mandar o socorro especiali-zado. Lembre-se que trote é crime e quem o fizer estará sujeito às medidas legais e devidas punições. Além disso, um telefone ocupado por trote pode impossibilitar o so-corro de quem realmente está precisando. Pode ser um parente seu’’, finaliza.

ESCORREGÃO

O simples fato de lavar o quintal

pode provocar ferimentos como

os de Camila Santos

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34 | revistaon.com.br

Elementos surpresa

“Na defesa pessoal, 90% é prevenção, 5% reação e 5% ação”. Para sua segurança nas ruas, a atenção ao que acontece ao redor pode diminuir os riscos de um ataque surpresa. Para treinar sua atenção, esse texto permite que você aprenda técnicas que contribuem com sua segurança e apresenta o perito em defesa pessoal Enoque Freitas. Para treinar mais ainda sua atenção, essa matéria pode ser lida de três formas diferentes.

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Elementos surpresa

“Na defesa pessoal, 90% é prevenção, 5% reação e 5% ação”. Para sua segurança nas ruas, a atenção ao que acontece ao redor pode diminuir os riscos de um ataque surpresa. Para treinar sua atenção, esse texto permite que você aprenda técnicas que contribuem com sua segurança e apresenta o perito em defesa pessoal Enoque Freitas. Para treinar mais ainda sua atenção, essa matéria pode ser lida de três formas diferentes.

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SEGURANÇA

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Filme é ficção, a rua é uma realidade. Desconfie de tudo e de todos. Suspeito não tem

cara. Pode ser homem, mulher, branco, negro, jovem, idoso, bonito ou feio”. As palavras são de Enoque Freitas. Ele é pe-rito em artes marciais, defesa pessoal e ações táticas. Em uma primeira conversa, ao conhecer a formação que possui, não é difícil imaginar que estamos em fren-te a um herói saído de filme ou seriado norte-americano. Porém, com um pouco mais de conversa e atenção, descobre-se que, diferente dos personagens, ele tem um coração, o que fica muito claro, prin-cipalmente, quando o assunto é a família. Conhecendo Enoque, elementos surpresas surgem na história do décimo filho de um casal de comerciantes, nascido e criado na baixada fluminense. Fique atento ao texto e conheça um pouco mais este “homem de honra”.

Elemento surpresa é uma denomi-nação dada a qualquer pessoa que faça uma abordagem que poderá trazer riscos a outra. Um exemplo: você está andando por uma rua, à noite, e é pa-rado por um indivíduo que anuncia um assalto. Você não sabe o que ele pode fazer a partir daquele momento. Está pronto para situações como esta? Fique atento a esta parte do texto e conheça formas de evitar abordagens perigosas. E quem dá as dicas é alguém que en-tende do assunto. “Todos correm risco. Eu, mesmo com tudo o que sei sobre de-

fesa pessoal e toda minha experiência, ainda corro riscos”, diz Enoque. Faixa--preta em kickboxing desde os 17 anos, com parte da vida dedicada à carreira militar, ele tem especializações na área de segurança privada, ações táticas, é formado no CETTA (Centro de Es-pecialização de Treinamentos Táticos Avançado), fez cursos de operações tá-ticas com facas, de guerras químicas e de contra-terrorismo, é especialista em Defense Combat System (Sistema de combate defensivo), entre outros certi-ficados visíveis na parede da sala onde dá aulas. “A vida militar me ensinou muito, desde controle físico ao espírito de equipe. Lá, somos treinados a igno-rar a dor, a fome, o frio”, diz ele, que completa. “Sabia que deveria superar tudo isso para, lá dentro, construir um nome de honra”.

Quando pequeno, a arte marcial já esta-va presente na vida de Enoque. Com seis anos, sonhava que estava na China, de-senhava bonecos de quimono e soldados saltando de paraquedas. “Se eu estivesse andando na rua e o vento batesse na folha de um coqueiro, eu me esquivava desta; se minha mãe pedisse para levar um balde d’água e molhar as plantas, arrumava uma posição que servisse para exercitar meus músculos”. Apesar de parte da paixão pe-las artes marciais vir da família, ele teve uma força pessoal, que não sabe de onde surgiu, como incentivo a mais. Se a televi-são é capaz de atrair a atenção de qualquer criança, com ele não foi diferente. “Me apaixonei pelos movimentos que vi em filmes do Bruce Lee. Como não tinha nin-guém para treinar comigo, fazia com a mi-nha sombra, dava socos na parede, o que me levou a ter muita agilidade”, lembra.

A atenção de uma pessoa má inten-cionada, como um assaltante, está sem-pre voltada para o que vê e ouve. Por isso, uma dica dada pelo perito para di-minuir o risco de ser assaltado, é que as

pessoas evitem andar com jóias, cartei-ra, chave de carro, celular e outros itens valiosos à mostra. Se você está com a chave de um carro na mão, o criminoso saberá que você tem um veículo. Tais objetos devem estar no bolso, para que atraiam a menor atenção possível.

Enoque sempre foi ligado, principal-mente, a três artes marciais específicas: Kung Fu, Karatê e Kickboxing. A primei-ra vez que subiu no tatame para compe-tir foi aos 11 anos com o Karatê e ficou com o segundo lugar. Participou de alguns campeonatos estaduais e, aos 17 anos, já com a faixa-preta, ingressou na vida mi-litar. “Eu, quando criança, olhava aquela farda do exército camuflada, com a cor da nossa nação, e falava com meus pais que seria paraquedista. Quando entrei, via ho-mens enormes, fortes e eu pesando 60 kg, pensava ‘o que estou fazendo aqui?’, mas não quis desistir”, relembra. Lá, fez cur-sos, foi destaque da turma à qual pertencia e chegou a dar instrução de defesa pesso-al a militares. Aos 22 anos, entrou para a reserva e o caminho a seguir foi a união entre as artes marciais e a vida militar, se especializando na área de segurança.

Os caminhos por onde precisamos passar até chegar em casa, também tra-zem riscos, mas podem ser amenizados quando se tem noção de defesa pessoal. Freitas ensina que devemos, sempre, evitar ruas escuras. Se existe um ponto de ônibus em local iluminado, por que parar em outro escuro e vazio? Se há uma rua com boa iluminação que te leve

A atenção de uma pessoa má intencionada, como um assaltante, está sempre voltada para o que vê e ouve

UNIÃO

Os praticantes se ajudam

durante todo o treinamento

ESFORÇO

O treinamento é forte, mas, segundo

os praticantes, a sensação de bem-

estar é maior ainda

“SEGURANÇA

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até sua casa, passe por ela, ainda que te-nha que andar mais. Caso exista apenas um caminho e este esteja escuro, não te-nha nas mãos objetos de valor, como os citados anteriormente. Se notar que há alguém te seguindo, não entre em casa, pois a pessoa poderá entrar junto. Pas-se direto e procure ajuda.

O lado competidor parou por uma questão de palavra. “Falei com minha esposa que pararia, pois ela não queria ver meu nariz sangrando, a boca incha-da, essas coisas corriqueiras na vida de quem pratica esportes de contato”, diz. Há oito anos casado com Fernanda, que o conheceu quando ainda era militar, ele diz que foi o encontro perfeito. “Ela veio para dar um equilíbrio muito grande. Ela é controlada, calma, passiva. Creio que meu lado ‘leão’ da arte marcial foi do-mado com ajuda dela”. Foi pouco antes do casamento que Enoque adotou Três Rios como nova moradia. O motivo da vinda? Esse é um daqueles elemen-tos surpresas ao conhecer a vida dele.

Vale ressaltar que, também no ôni-bus, alguns cuidados devem ser toma-dos para garantir a segurança. É im-portante ter o dinheiro da passagem separado previamente, para que, ao entrar no veículo, não tenha que abrir a bolsa ou a carteira, deixar o valor que possui exposto a quem estiver entran-do atrás. Dentro do coletivo, Freitas diz que é sempre melhor sentar mais próxi-mo ao motorista. Na traseira do ônibus,

caso alguém sente ao seu lado, poderá encostar uma faca e ninguém notará. Outra vantagem de sentar mais à frente é no caso de assalto ao veículo. A fonte de dinheiro está com o cobrador. Quan-to mais próximo estiver deste, mais ris-co correrá. Caso comece um tiroteio, abaixe-se e coloque as mãos na cabeça, como forma de proteção.

A assistência de Enoque não vem ape-nas das técnicas que aprendeu, mas tam-bém de Deus. “Eu vim para Três Rios por uma missão. E não foi uma militar, foi uma espiritual”, diz. Membro de uma igreja evangélica, foi designado para atuar no bairro Purys, em um núcleo missioná-rio e contribuir com a sociedade. “Costu-mo usar o esporte para recuperar jovens dependentes químicos que nos procuram. Quem quiser aprender princípios de vida, palavras de Deus, estamos dispostos a

ENSINAMENTO

Para Enoque, as aulas vão além de

aprender técnicas de defesa

S.W.A.T.

Um dos mais recentes cursos,

deixa Enoque preparado para

operações contra-terrorismo

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38 | revistaon.com.br

ajudar”, conta. Quando chegou à cidade, ainda não estava casado. O matrimônio aconteceu quatro meses depois e a esposa o seguiu na missão. “Na época, só tínha-mos uma cama, um fogão e uma geladei-ra. Hoje, com nosso trabalho, já consegui-mos ter uma casa própria”.

Dentro de casa, você também corre riscos. Se estiver em casa e alguém to-car a campainha dizendo que é do com-bate à dengue, pesquisador, vendedor, etc., exija um crachá de identificação antes de abrir a porta para a pessoa entrar. Ainda para segurança no lar, Freitas conta que trancas internas são as melhores opções para os portões. Cadeados, quando trancados pelo lado de fora, mostram que não há ninguém na residência, deixando-a vulnerável.

Em Três Rios, Enoque chegou sem emprego, mas, com o currículo que dei-xou em algumas empresas, logo foi cha-mado. “Foram poucos dias até começar no trabalho. Comecei em um setor e fui promovido tempos depois, passando a ser inspetor de segurança das indústrias do grupo que me contratou”, relembra. Então, tomou a decisão de sair do empre-

go e atuar integralmente na área da arte marcial e de segurança, dando aulas em uma sala. Assim surgiu seu grupo tático de defesa pessoal e combate, com cerca de seis alunos. “Terças e quintas costumo ficar 14 horas, hoje já perdi a conta do nú-mero de alunos. Dou aula para grupos ou individualmente”.

Um dos alunos é Luiz Augusto No-gueira, 26 anos. “Comecei há quase um ano. O Kickboxing eu faço para ter uma saúde melhor e a defesa pessoal me aju-da também no trabalho”, diz ele que atua como vigilante patrimonial. “Quanto me-nos usar a arma, melhor para mim e, com essas aulas, já estou mais preparado, sei o que fazer”. Os alunos têm as mais va-riadas idades e profissões. “Tenho alunos de 10 anos, jovens, e até de 50 anos. São empresários, estudantes, psicólogos. Nun-ca é tarde para começar na arte marcial e se preparar para defender. Tenho alunos que vem de outras cidades para aprender”, revela o professor.

Entre idas e vindas, o trânsito tam-bém oferece riscos. Ao se aproximar de um semáforo em local pouco movimen-tado e perceber que ele está fechado ou fechando, a dica é que não pare o veícu-lo, apenas diminua a velocidade. Caso apareça alguém que seja uma ameaça, o carro estará engrenado e você terá mais facilidade em escapar do perigo.

Apesar de levar a sério o trabalho, é lá que também encontra diversão, quando, em determinados momentos das aulas, há risadas e brincadeiras com os alunos. “Minha maior diversão atualmente é à três, com minha esposa e meu filho, assistindo filmes, tocando violão ou comendo pizza de vez em quando”, diz referindo-se ao pequeno Caio, “o samurai junior do papai”, que nasceu no meio do ano passado e é motivo de orgulho para Enoque. “Sempre quis ser pai, é a coisa mais maravilhosa que já aconteceu na minha vida. Me esforço para ser um bom pai. Se me perguntar o que acho mais lindo hoje, a resposta é a minha esposa amamentando meu filho. É a coisa mais linda que Deus criou, a capacidade de um ser humano dar o alimento do próprio corpo para o outro”, emociona-se.

Uma última situação que você pode não perceber que existe risco, acontece

durante suas longas viagens. De férias ou a trabalho, ela pode ser ótima, mas lembre-se que sua casa ficará desocupa-da durante este período. Neste caso, um erro é deixar a luz de fora acesa. Quem passar observará que tanto durante o dia, quanto a noite, ela está do mesmo jeito. Deixe uma luz interna acesa pois, assim, durante o dia não será percebi-da e à noite dará o efeito necessário. Se faz assinatura de jornal, é importante suspender o recebimento durante este período ausente. Uma pessoa má inten-cionada saberá, com o acúmulo do im-presso na caixa de cartas ou no chão da varanda, que não há alguém recebendo.

Viagens para Turquia, Texas ou Afe-ganistão estão no plano de Enoque Frei-tas. Ainda jovem, com 33 anos, pretende fazer cursos fora do país. Ele estuda erros de segurança para descobrir soluções. Ele prefere suco de melão a um refrigerante gelado. É uma pessoa séria e calma. É preocupado com a sociedade e toca vio-lão. É apaixonado pela família e torce por todos os que passam por seus treinamen-tos. Quer usar sua qualificação em benefí-cio da população. Diariamente pensa que poderia ter sido melhor no dia anterior e não foi. Com tudo isso, quando diz que correria de uma pessoa que o aborde no meio da rua e o provoque, ele deixa clara a postura que o faz ser um homem de honra. “Prefiro que ele me chame de faixa-preta medroso que meus alunos me chamem de faixa-preta violento, sou espelho para eles”, finaliza.

APRENDIZ

Luiz Augusto está há um ano treinando e já

se sente mais preparado para a profi ssão

FAIXA-PRETA

No kickboxing, Enoque ainda pretende

aumentar a graduação

“Se estiver em casa e alguém tocar a campainha dizendo que é do combate à dengue, pesquisador, vendedor, etc., exija um crachá de identifi cação antes de abrir a porta para a pessoa entrar”

SEGURANÇA

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40 | revistaon.com.br

PUBLIEDITORIAL

Profi ssão solidariedadeConheça o trabalho humanitário feito por um trirriense que diz não ter medo de en-frentar a morte e que faz de tudo para sal-var a vida das pessoas em situações de risco.

Nascido em Três Rios e forma-do em administração, Luis Fernando dos Santos, de 50 anos, sempre se preocupou

com as causas sociais e o bem-estar dos outros. Há mais de oito meses, foi convi-dado pelo presidente da Cruz Vermelha do Estado do Rio e o interventor da enti-dade na cidade de Petrópolis. Após deixar o cargo, no final do ano passado, decidiu organizar um grupo com a meta de pres-tar assistência humanitária a sociedade. A partir desta ideia, surgiu, no dia 15 de novembro de 2011, a equipe denominada “Força Tarefa”, reunindo socorristas que ajudaram as vítimas da tragédia causada pelas fortes chuvas na Região Serrana. O projeto reúne colaboradores, voluntários, ex-integrantes da instituição criada por Henry Dunat no século 18, e possui ba-ses também na Posse, São José do Vale do Rio Preto e Areal.

O empenho na concepção de uma ONG (Organizações não governamentais) sem fins lucrativos e de auxílio à popula-

ção não foi uma das mais fáceis tarefas, mas fez com que mais de 38 pessoas fos-sem beneficiadas logo no primeiro mês de atividade. “Apoiamos como força auxiliar o Corpo de Bombeiros. A pessoa liga para o 193 e quando o acidente é de menor gra-vidade ou mal subido, eles se comunicam conosco e damos um apoio. Com isso, li-bera a UTI deles”, ilustra. Ao contrário do que muitos pensam, não há concorrência com as instituições que tradicionalmente prestam serviços de saúde às suas respec-tivas comunidades. Todo o trabalho é rea-

lizado através da junção de vários grupos, objetivando assistir quem carece. O dire-tor do grupo afirma que a ajuda de custo é feita exclusivamente pelo setor empresa-rial das regiões de atuação. “Toda a ajuda nossa é particular. Nós não temos apoio de nenhum órgão público”, garante.

Apesar do pouco tempo de existência, a entidade, coordenada por Luis Fernan-do, já colheu resultados, mas ainda assim necessita de mais investimentos para a realização das atividades. Durante a en-trevista, ele revelou que em muitos casos teve que gastar do próprio bolso na ten-tativa de conseguir materiais e recursos. A maioria das ambulâncias usadas no dia a dia, por exemplo, foram adquiridas em ferro-velhos e, logo em seguida, reforma-das e reequipadas. Outro detalhe é que os integrantes do “Força Tarefa” também precisam ser remunerados, sem falar em condução e alimentação, pois ficam 24 horas de plantão. “Nós temos a locomo-ção, os custos com os carros, almoço e lanche”, reforça.

POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS REVISTA ON

SHU

TT

ER

STO

CK

Luis Fernando dos Santos afi rma que o grupo “Força Tarefa” também auxilia o Corpo de Bombeiros em ocorrências com menor teor de gravidade

Page 41: FB | Revista On Três Rios #07

41revistaon.com.br |

EU SEI FAZER

Profi ssão solidariedadeConheça o trabalho humanitário feito por um trirriense que diz não ter medo de en-frentar a morte e que faz de tudo para sal-var a vida das pessoas em situações de risco.

Nascido em Três Rios e forma-do em administração, Luis Fernando dos Santos, de 50 anos, sempre se preocupou

com as causas sociais e o bem-estar dos outros. Há mais de oito meses, foi convi-dado pelo presidente da Cruz Vermelha do Estado do Rio e o interventor da enti-dade na cidade de Petrópolis. Após deixar o cargo, no final do ano passado, decidiu organizar um grupo com a meta de pres-tar assistência humanitária a sociedade. A partir desta ideia, surgiu, no dia 15 de novembro de 2011, a equipe denominada “Força Tarefa”, reunindo socorristas que ajudaram as vítimas da tragédia causada pelas fortes chuvas na Região Serrana. O projeto reúne colaboradores, voluntários, ex-integrantes da instituição criada por Henry Dunat no século 18, e possui ba-ses também na Posse, São José do Vale do Rio Preto e Areal.

O empenho na concepção de uma ONG (Organizações não governamentais) sem fins lucrativos e de auxílio à popula-

ção não foi uma das mais fáceis tarefas, mas fez com que mais de 38 pessoas fos-sem beneficiadas logo no primeiro mês de atividade. “Apoiamos como força auxiliar o Corpo de Bombeiros. A pessoa liga para o 193 e quando o acidente é de menor gra-vidade ou mal subido, eles se comunicam conosco e damos um apoio. Com isso, li-bera a UTI deles”, ilustra. Ao contrário do que muitos pensam, não há concorrência com as instituições que tradicionalmente prestam serviços de saúde às suas respec-tivas comunidades. Todo o trabalho é rea-

lizado através da junção de vários grupos, objetivando assistir quem carece. O dire-tor do grupo afirma que a ajuda de custo é feita exclusivamente pelo setor empresa-rial das regiões de atuação. “Toda a ajuda nossa é particular. Nós não temos apoio de nenhum órgão público”, garante.

Apesar do pouco tempo de existência, a entidade, coordenada por Luis Fernan-do, já colheu resultados, mas ainda assim necessita de mais investimentos para a realização das atividades. Durante a en-trevista, ele revelou que em muitos casos teve que gastar do próprio bolso na ten-tativa de conseguir materiais e recursos. A maioria das ambulâncias usadas no dia a dia, por exemplo, foram adquiridas em ferro-velhos e, logo em seguida, reforma-das e reequipadas. Outro detalhe é que os integrantes do “Força Tarefa” também precisam ser remunerados, sem falar em condução e alimentação, pois ficam 24 horas de plantão. “Nós temos a locomo-ção, os custos com os carros, almoço e lanche”, reforça.

POR JOSÉ ÂNGELO COSTA FOTOS REVISTA ON

SHU

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Luis Fernando dos Santos afi rma que o grupo “Força Tarefa” também auxilia o Corpo de Bombeiros em ocorrências com menor teor de gravidade

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EU SEI FAZER

Projetos

Uma das iniciativas do grupo criado por Luis Fernando dos Santos é o pacote de projetos sociais destinados às comu-nidades. Entre eles, está o “Primeira Ali-mentação”, com a distribuição de um kit composto por café com leite, chocolate, café e biscoitos, para as pessoas em filas de ônibus ou mesmo que estejam passan-do na rua, entre quatro e seis horas da ma-nhã. O segundo e talvez mais interessante de todos, é o “Atravesse a rua e pague pedágio com um sorriso”. Neste caso, a ideia é fazer com que o pedestre agrade-ça a cordialidade do motorista em deixar passá-lo sorrindo para o mesmo. Já para os desempregados, é oferecido o “De volta à carteira assinada”. “São pessoas que estão sem profissão e carteira assinada e nós fa-zemos o teste vocacional. Depois, ocorre um treinamento para aquilo que este exa-me indicou. Assim que [o candidato] esti-ver apto, eu busco parceria com empresas para a contratação”, explica.

A equipe

Encabeçado por socorristas que pres-taram assistência às famílias vítimas da catástrofe provocada pelas chuvas no

início de 2011, o “Força Tarefa” é com-posto atualmente por 12 pessoas que aju-dam nos trabalhos humanitários. Entre elas está a auxiliar de consultório den-tário Marcília Aparecida Souza. Sempre quando há ações voluntárias envolvendo a saúde bucal, ela colabora no sentindo de orientar um determinado paciente a passar o flúor e manter a higiene da boca. “Desde a tragédia, eu comecei a ajudar levando água e alimentos para os desa- brigados”. Para Marcília, o diferencial da

equipe é que os membros que a compõe são unidos em prol das causas sociais e o efeito deste processo pode ser sentido na pele. “Aqui não temos desunião e, portan-to, somos um conjunto. As pessoas ficam muito gratas, quando amparadas por nós. Tratam-nos com carinho”, revela.

Venâncio Novaes de Oliveira é por-tador de uma doença chamada miopia crônica e não enxergava direito. Através da ajuda oferecida por Luis Fernando, conseguiu melhorar e hoje é um dos vo-luntários do projeto, atuando como uma espécie de observador. Ele constata as necessidades de determinado indivíduo ou comunidade e repassa os dados ao ex-interventor da Cruz Vermelha. “Eu tenho acompanhado tudo de perto, mais como um conselheiro. Faço as avaliações, passo as informações e a relação de tudo; quantas famílias precisam ser atendidas pelo projeto”, confirma. Na avaliação de Venâncio, a tendência é de que a equipe

Para o voluntário Venâncio Novaes de Oliveira, o trabalho de ajuda humanitária só tem tido resultado, graças à união da equipe

EMPENHO

Luis Fernando dos Santos criou o grupo

“Força Tarefa” após deixar a intervenção

na Cruz Vermelha de Petrópolis

AMBULÂNCIAS

Todas as viaturas adquiridas pelo grupo são equipadas

com macas e outros ítens utilizados na prestação

de socorro em casos de acidentespossa, cada vez mais, galgar frutos devido ao comprometimento de cada cooperador.

“O trabalho está sendo desenvolvido com mais facilidade por causa da nossa união. Temos desempenhado bastante os projetos e cada um tem vontade de ajudar a população. A ideia está dando certo e creio que em 2012 possamos mostrar ain-da mais a realidade”, acredita. A jovem Jéssica Figueiredo Guimarães é outra vo-luntária que acompanha a equipe desde o início e esteve prestando socorro às víti-mas do temporal, em janeiro de 2011. Ela diz sentir-se satisfeita em poder ajudar ao próximo. “Nunca tivemos um grupo como esse e as pessoas ficam gratifica-das por isso. A nossa expectativa é de que possamos crescer e agregar mais colabo-radores”, acrescenta.

Quem acredita

Hoje, Luis Fernando tem ao seu lado padrinhos, empresários e representantes de instituições religiosas que contribuem no sentido de tornar as ações dele mais simples e viáveis. O comerciante Bruno Ludovico Tavares é uma dessas pessoas que apostaram na iniciativa. Administra-dor de uma loja de roupas na rua 16 de Março, no Centro de Petrópolis, foi res-ponsável pela doação de 30 blusões de resgate destinados a todos os voluntários do “Força Tarefa”. “Depois da chuva, o Luis se apresentou aqui na loja. Explicou a situação e passou a comprar roupas com a gente. Daí, trazendo-nos para dentro do que havia ocorrido, foi assim que come-çou”, comenta.

O gerente do estabelecimento comer-cial, que já fazia doações para as pesso-as carentes, logo identificou a seriedade no serviço realizado pelo ex-interventor e, sempre que pode, disponibiliza algum material para o grupo. “Na medida do possível, nós ajudamos sempre que eles precisam. Quando tiveram eventos na Cruz Vermelha, fomos até eles e já co-nhecíamos a história do Luis. O que é mais importante no grupo é que ele chega aos lugares aonde os bombeiros não vão. Tenta, de toda a forma, amparar a socie-dade”, finaliza Bruno Tavares. Depois de um 2011 de desastres e conflitos pelo mundo afora, saber que existem profissio-nais solidários, torna bem mais fácil pla-nejar um novo ano.

INVESTIDORES

A ONG recebe o apoio de padrinhos e

empresários que apostam e acreditam

no trabalho social prestado por

Luis Fernando dos Santos

JÉSSICA FIGUEIREDO GUIMARÃES

Para a voluntária, nunca houve registro de

uma equipe que pudesse ajudar as pessoas

da forma como faz o “Força Tarefa”

VOLUNTÁRIOS

Venâncio Novaes de Oliveira recebeu

ajuda antes de entrar para a equipe

de ação humanitária

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Projetos

Uma das iniciativas do grupo criado por Luis Fernando dos Santos é o pacote de projetos sociais destinados às comu-nidades. Entre eles, está o “Primeira Ali-mentação”, com a distribuição de um kit composto por café com leite, chocolate, café e biscoitos, para as pessoas em filas de ônibus ou mesmo que estejam passan-do na rua, entre quatro e seis horas da ma-nhã. O segundo e talvez mais interessante de todos, é o “Atravesse a rua e pague pedágio com um sorriso”. Neste caso, a ideia é fazer com que o pedestre agrade-ça a cordialidade do motorista em deixar passá-lo sorrindo para o mesmo. Já para os desempregados, é oferecido o “De volta à carteira assinada”. “São pessoas que estão sem profissão e carteira assinada e nós fa-zemos o teste vocacional. Depois, ocorre um treinamento para aquilo que este exa-me indicou. Assim que [o candidato] esti-ver apto, eu busco parceria com empresas para a contratação”, explica.

A equipe

Encabeçado por socorristas que pres-taram assistência às famílias vítimas da catástrofe provocada pelas chuvas no

início de 2011, o “Força Tarefa” é com-posto atualmente por 12 pessoas que aju-dam nos trabalhos humanitários. Entre elas está a auxiliar de consultório den-tário Marcília Aparecida Souza. Sempre quando há ações voluntárias envolvendo a saúde bucal, ela colabora no sentindo de orientar um determinado paciente a passar o flúor e manter a higiene da boca. “Desde a tragédia, eu comecei a ajudar levando água e alimentos para os desa- brigados”. Para Marcília, o diferencial da

equipe é que os membros que a compõe são unidos em prol das causas sociais e o efeito deste processo pode ser sentido na pele. “Aqui não temos desunião e, portan-to, somos um conjunto. As pessoas ficam muito gratas, quando amparadas por nós. Tratam-nos com carinho”, revela.

Venâncio Novaes de Oliveira é por-tador de uma doença chamada miopia crônica e não enxergava direito. Através da ajuda oferecida por Luis Fernando, conseguiu melhorar e hoje é um dos vo-luntários do projeto, atuando como uma espécie de observador. Ele constata as necessidades de determinado indivíduo ou comunidade e repassa os dados ao ex-interventor da Cruz Vermelha. “Eu tenho acompanhado tudo de perto, mais como um conselheiro. Faço as avaliações, passo as informações e a relação de tudo; quantas famílias precisam ser atendidas pelo projeto”, confirma. Na avaliação de Venâncio, a tendência é de que a equipe

Para o voluntário Venâncio Novaes de Oliveira, o trabalho de ajuda humanitária só tem tido resultado, graças à união da equipe

EMPENHO

Luis Fernando dos Santos criou o grupo

“Força Tarefa” após deixar a intervenção

na Cruz Vermelha de Petrópolis

AMBULÂNCIAS

Todas as viaturas adquiridas pelo grupo são equipadas

com macas e outros ítens utilizados na prestação

de socorro em casos de acidentespossa, cada vez mais, galgar frutos devido ao comprometimento de cada cooperador.

“O trabalho está sendo desenvolvido com mais facilidade por causa da nossa união. Temos desempenhado bastante os projetos e cada um tem vontade de ajudar a população. A ideia está dando certo e creio que em 2012 possamos mostrar ain-da mais a realidade”, acredita. A jovem Jéssica Figueiredo Guimarães é outra vo-luntária que acompanha a equipe desde o início e esteve prestando socorro às víti-mas do temporal, em janeiro de 2011. Ela diz sentir-se satisfeita em poder ajudar ao próximo. “Nunca tivemos um grupo como esse e as pessoas ficam gratifica-das por isso. A nossa expectativa é de que possamos crescer e agregar mais colabo-radores”, acrescenta.

Quem acredita

Hoje, Luis Fernando tem ao seu lado padrinhos, empresários e representantes de instituições religiosas que contribuem no sentido de tornar as ações dele mais simples e viáveis. O comerciante Bruno Ludovico Tavares é uma dessas pessoas que apostaram na iniciativa. Administra-dor de uma loja de roupas na rua 16 de Março, no Centro de Petrópolis, foi res-ponsável pela doação de 30 blusões de resgate destinados a todos os voluntários do “Força Tarefa”. “Depois da chuva, o Luis se apresentou aqui na loja. Explicou a situação e passou a comprar roupas com a gente. Daí, trazendo-nos para dentro do que havia ocorrido, foi assim que come-çou”, comenta.

O gerente do estabelecimento comer-cial, que já fazia doações para as pesso-as carentes, logo identificou a seriedade no serviço realizado pelo ex-interventor e, sempre que pode, disponibiliza algum material para o grupo. “Na medida do possível, nós ajudamos sempre que eles precisam. Quando tiveram eventos na Cruz Vermelha, fomos até eles e já co-nhecíamos a história do Luis. O que é mais importante no grupo é que ele chega aos lugares aonde os bombeiros não vão. Tenta, de toda a forma, amparar a socie-dade”, finaliza Bruno Tavares. Depois de um 2011 de desastres e conflitos pelo mundo afora, saber que existem profissio-nais solidários, torna bem mais fácil pla-nejar um novo ano.

INVESTIDORES

A ONG recebe o apoio de padrinhos e

empresários que apostam e acreditam

no trabalho social prestado por

Luis Fernando dos Santos

JÉSSICA FIGUEIREDO GUIMARÃES

Para a voluntária, nunca houve registro de

uma equipe que pudesse ajudar as pessoas

da forma como faz o “Força Tarefa”

VOLUNTÁRIOS

Venâncio Novaes de Oliveira recebeu

ajuda antes de entrar para a equipe

de ação humanitária

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Welcomenew wizard

A história do Wizard Três Rios, começou em 2005, quando a professora e empresária Dei-se Grossi trouxe o curso de

idiomas Alps, do mesmo grupo, para a cidade. Na época, eram dez metros qua-drados distribuídos em apenas três salas de aula. Após um ano, a escola mudou de endereço para um espaço maior. Em 2007, veio a grande mudança. Com em-penho e dedicação, a marca da escola deixou de ser Alps e, em um upgrade, passou para a marca Wizard. Hoje são mais de 450 alunos matriculados nos

cursos de inglês, espanhol e francês.A primeira escola Wizard de línguas

surgiu em Campinas/SP em 1987, com uma metodologia totalmente peculiar, vol-tada para a diferenciação de cada aluno. O objetivo educacional do plano pedagógico é promover o desenvolvimento completo das comunicações: leitura, escrita, compre-ensão auditiva e fala. A conversação acon-tece desde o primeiro dia de aula, demons-trando resultados práticos e imediatos.

O aluno é estimulado a se expressar li-vremente, vencendo suas inibições e blo-queios durante o aprendizado, resultado

das avançadas técnicas de neurolinguísti-ca, que desenvolvem os aspectos pessoal,

NOVO ENDEREÇO

Com 14 salas de aula, o novo espaço

tem capacidade para 800 alunos

ATENDIMENTO

Roll de entrada ganhou requinte

e conforto para as atendentes

FOTOS DIVULGAÇÃO

Page 45: FB | Revista On Três Rios #07

Welcomenew wizard

cultural e acadêmico, além de liderança e automotivação.

Em sete anos de história em Três Rios, a Wizard tem o orgulho em oferecer aos seus alunos o que há de mais moderno no ensino de línguas, com competência e conforto.

No dia 16 de dezembro de 2011, alu-nos, pais, professores e convidados pres-tigiaram a inauguração da nova estrutura Wizard Três Rios. Uma escola que é refe-rência em ensino, agora também em tec-nologia, acessibilidade e inovação.

Com um espaço maior, o Wizard Três Rios está no grupo seleto das 14 escolas prime do país, consideradas entre as que mais se adequam a padronização da fran-quia tanto em design, espaço e inovação. Hoje a escola conta com recursos e no-vidades que antes estavam presentes so-mente em grandes cidades do país. Toda a reforma foi pensada para proporcionar aos alunos, professores e visitantes uma expe-riência única de aprendizado. Os alunos podem desfrutar de várias novidades. En-tre elas estão 14 salas de aula, a de vídeo,

informática, além da interatividade com lousas, rampa de acesso, sala e banheiro para cadeirantes, bibliotecas para profes-sores e alunos, snack bar para lanches dos alunos, sala de espera e segurança especia-lizada.

Outra exclusividade da escola é a cane-ta Wizpen, desenvolvida com tecnologia de ponta para auxiliar o aluno na pronun-cia do inglês. Devido à inauguração do novo espaço, todos os alunos serão pre-senteados com uma Wizpen.

Ao todo, são mais de 1.200 escolas no mundo, distribuídos entre os Estados Uni-dos, Japão, México, Irlanda, Colômbia, Guatemala, Paraguai, Costa Rica, China e Panamá.

A aluna Fabíola Bastos conta como foi seu aprendizado na escola. “Eu estudo inglês há bastante tempo. Iniciei no Alps até o Wizard. No entanto, em ambos, o ensino sempre foi muito dinâmico. Quan-do pequena, eu adorava as brincadeiras, trocadilhos, trava-línguas e músicas que

A Wizard é a maior rede de ensino de idiomas do mundo com mais de 1.200 unidades

ESPAÇO

Os alunos podem ver artes espalhadas nos

amplos corredores de acesso as salas de aula

MODELO

A decoração segue a padronização

do manual da Wizard

INFORMATIZAÇÃO

Os alunos podem usar a sala de

informática para trabalhos e pesquisas

PUBLIEDITORIAL

Page 46: FB | Revista On Três Rios #07

faziam com que aprendêssemos a língua de maneira extrovertida. O método Wi-zard facilita o conhecimento e mostra o idioma de uma forma apaixonante. Hoje em dia, sou fluente no inglês. Essa expe-riência que o Wizard me forneceu junto ao inglês foi o que me incentivou a pro-curar outras línguas dentro do curso. Já concluí o espanhol e iniciei o francês, os quais seguem essa linha de ensino muito vigorosa e ensinam o aluno a se ambien-tar nas mais diversas situações”.

Marcelo Coelho conta o motivo que o fez voltar às salas de aula. “Eu resolvi voltar a estudar por dois motivos, em pri-meiro lugar para suprir uma deficiência que possuía daquela língua desde a mi-nha infância e, também, por se tratar do idioma mais utilizado no mundo. O que me atraiu no Wizard foi flexibilidade de horário, conhecido como curso Flex, o que veio ao encontro de minhas neces-sidades, visto a dificuldade em disponi-bilizar tempo e horário para frequentar

as incomparáveis aulas presenciais, em razão do exercício de minhas ativida-des profissionais. Mas quem já possuía satisfação em estudar no Wizard Três Rios, agora tem mais um bom motivo. A nova sede, imponente, mais espaçosa e confortável, implica em mais benefícios para todos os alunos, professores e cola-boradores,” compartilha.

Cursos oferecidos

A escola está com vagas abertas para inglês, espanhol e francês. Para feverei-ro, turmas de mandarim e alemão serão abertas. Além desses cursos, será possí-vel se cadastrar para turmas de italiano, português e japonês.

Diferencial

Com flexibilidade, o Wizard disponi-liza 40 horários semanais para adequar o curso ao melhor horário. A escola conta

também com profissionais que realizam assessoria empresarial, proporcionando uma maior comodidade para as pessoas que não tem tempo de se matricularem nos cursos. Veja quais são as modalida-des que o Wizard oferece:

Tots: Jogos, histórias, rimas, músi-cas, brincadeiras e teatro. É neste clima de bem estar que a criança aprende in-glês no curso Tots. É um curso voltado para alunos entre 5 e 7 anos, considerada a melhor fase para o aprendizado de um segundo idioma. Nesta idade, o ensino se dá da mesma forma que em sua língua de origem. A comunicação oral e o de-senvolvimento da leitura e da escrita são trabalhados lado a lado com atividades descontraídas, confortáveis e divertidas.

Kids: Especialmente voltado para crianças com idade entre 8 e 10 anos, o curso Kids é um jeito divertido de se aprender inglês. Apesar de não faltarem brincadeiras durante o curso, o ensino é trabalhado com seriedade. As habilida-des de comunicação oral, compreensão e desenvolvimentos da leitura e escrita são desenvolvidas ao longo das atividades, cuidadosamente preparadas por profis-sionais qualificados.

Teens: A modalidade teens foi de-senvolvida para atender adolescentes que desejam falar inglês fluentemente e necessitam do idioma, principalmente, como veículo de desenvolvimento aca-dêmico e profissional, assim como àque-les que buscam um idioma para viajar ou participar de intercâmbios educacionais. As aulas são ministradas para grupos de

INAUGURAÇÃO

As crianças curtiram

a nova sala de aula

TECNOLOGIA

A sala de vídeo tem tv de lcd de 50 polegadas

WIZPEN

Esta caneta auxilia o aluno no aprendizado

da pronúncia correta. Matricule-se este

ano e ganhe uma Wizpen

Page 47: FB | Revista On Três Rios #07

REALIZAÇÃO

O casal de empresários

comemoram a nova conquista

dez a 16 alunos, nos horários preestabe-lecidos pela escola Wizard. Este curso, além de enfatizar a conversação, apre-senta uma gramática direcionada, visan-do não só um acompanhamento escolar, como também uma preparação para exa-mes, como o vestibular.

Class: As aulas são realizadas em horários pré-determinados na própria escola. Com uma carga horária de duas horas semanais e com grupos de 10 a 16 alunos, as turmas são formadas da forma mais diversificada possível. Os estudan-

tes escolhem o horário que a escola dis-ponibiliza e que melhor se ajusta às suas necessidades. Trata-se da modalidade mais tradicional dentre todas as demais.

Executive: Este curso é voltado para profissionais com necessidades espe-cíficas, já que possui aulas ministradas em empresas, em horários mais conve-nientes. Esta modalidade é ideal para um grupo de pessoas que possuem as mes-mas necessidades, como a realização de viagens de negócios ou turismo e cuja disponibilidade de tempo é escassa. O

programa de aulas segue um ritmo mais acelerado. O grupo, que pode ser forma-do pelos próprios alunos ou pela escola, tem aulas em locais e horários escolhi-dos pelos próprios alunos.

Flex: As aulas seguem o ritmo, in-teresse e necessidades específicas de aprendizado. Nesta modalidade o alu-no tem a flexibilidade de ter aulas pela manhã, à tarde ou à noite, conforme sua conveniência. Poderá avançar o curso tendo mais aulas durante a semana, ou interrompê-lo devido a compromissos.

Vip: Para quem tem pressa, mas não dispõe de muito tempo livre. As aulas são individuais e personalizadas, em horário e local combinados. Aulas indi-viduais que podem ser agendadas para serem ministradas na própria escola Wizard, no trabalho ou em outro local. O curso pode ser concluído em até seis meses, com carga de duas horas por dia para cada aula; o curso alia agilidade à alta qualidade de ensino.

Novo endereçoRua Duque de Caxias, 408, Centro,Três Rios - RJTelefone: (24) 2252-0887

CRIANÇA

A partir dos 5 anos é possível

iniciar o curso de inglês em uma

sala específi ca

EDUCADORES

A empresária Deise com

toda equipe de professores

e funcionários do curso

PUBLIEDITORIAL

Page 48: FB | Revista On Três Rios #07

48 | revistaon.com.br

Sexualidadeartifi cialNada melhor do que surpreender o parceiro e sair da rotina. O stress do dia a dia pode deixar o prazer em segundo plano, por isso, a ajuda de alguns “brinquedinhos” garante “um gás” a mais no relacionamento. Mergulhe neste mundo da imaginação onde tudo é possível e conheça, de perto, as novidades que os sex shops disponibilizam.

FOTOS REVISTA ONPOR ALINE RICKLY

Page 49: FB | Revista On Três Rios #07

49revistaon.com.br | 49revistaon.com.br |

Sexualidadeartifi cialNada melhor do que surpreender o parceiro e sair da rotina. O stress do dia a dia pode deixar o prazer em segundo plano, por isso, a ajuda de alguns “brinquedinhos” garante “um gás” a mais no relacionamento. Mergulhe neste mundo da imaginação onde tudo é possível e conheça, de perto, as novidades que os sex shops disponibilizam.

FOTOS REVISTA ONPOR ALINE RICKLY

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50 | revistaon.com.br

SAÚDE

Dizem que entre quatro paredes, vale tudo. Essa máxima popu-lar parece um clichê, mas é a receita ideal para apimentar

a relação. Entre os remédios certos para evitar o arrefecimento na hora H, estão óleos, géis, roupas íntimas comestíveis e até preservativos com sabores exóticos. Tudo para alimentar fantasias e contribuir para uma vida sexual mais prazerosa. Os mais empolgados se devaneiam em roupas menos comuns. Até aí nenhum problema, entretanto, produtos de uso interno e de maior contato com a pele podem causar alergia e, por isso, são necessários cui-dados básicos para não estragar o que era para ser um incrível momento a dois.

A jornalista Renata Muros Rubim, 46, decidiu abrir uma loja de lingerie em Pe-trópolis. Ela conta como foi que os artigos de sex shop começaram a chegar a seu es-tabelecimento. “Foi sugestão na época de uma sócia que eu tinha, quando ia adquirir os produtos morria de vergonha, mas com o tempo percebi que era uma coisa legal. Hoje em dia vou até com o meu marido comprar”, diz.

Renata, atualmente lida com mais na-turalidade, ela vende todos os tipos de objetos de uma forma bem discreta, pois, aparentemente, para quem olha de fora, é uma loja normal de lingerie. “Eu não que-ria que meu negócio tivesse a cara de um sex shop, acredito que as pessoas gostam de discrição. É muito interessante lidar com essa parte, a maioria que vem aqui é por indicação”, esclarece Renata.

De acordo com a jornalista, os clientes são variados, de todas as idades, alguns homens, embora as mulheres comprem mais. “Eu percebo muitas vezes que os namorados puxam as companheiras para

entrar e elas ficam com vergonha. Os ca-sais mais novos preferem as coisas mais simples, enquanto os mais velhos optam pelos produtos mais sofisticados”, afirma.

Para a estudante petropolitana Cecília Côrrea, 22, é uma experiência válida. A jovem confessa que já usou as famosas bo-linhas explosivas e óleos. Segundo ela, o resultado foi bom, porém depois teve pro-blemas na hora de urinar. “Acredito que é muito legal principalmente para casais que estão há muito tempo juntos. É uma forma de inovar e sair da rotina”, acredita. A estudante ainda acrescenta que embora no momento tenha sido legal, depois ela ficou assustada com os efeitos. “Dois dias depois de usar as bolinhas a minha urina ainda estava saindo azul, me assustei na hora, mas depois passou”, conta.

Fernanda da Silva, 27, passou por uma situação parecida com o mesmo produto, mas o caso foi mais sério. No dia seguinte, a jovem começou a sentir coceiras, ardên-cia e a pele ficou irritada. Imediatamente procurou um médico para tratar. “O líqui-do da bolinha ficou saindo aos poucos e causou transtorno. Quando procurei o es-pecialista ele me receitou uma ducha va-ginal que limpou os restos do artigo que ficaram lá dentro. Também tive que usar um creme por 12 dias e só depois disso que melhorou. Isto eu não uso mais, por-que fui alertada de que tenho a flora muito sensível”, relatou.

Segundo Françoise Padula, titulada em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo e

especialista em sexualidade humana pela USP, os objetos devem ser usados com os devidos cuidados de higiene. “O ideal é evitar os produtos de dispersão vaginal, pois, podem agredir a microflora vulvar, tais como óvulos ou géis de odor”, assi-nala.

A especialista ressalta que estes artigos podem causar uma alergia ou até mesmo uma infecção por cândida, um fungo que causa coceira e irritação além de corri-mento na mulher. A dica é a seguinte: “quando usar este tipo de produto, teste antes em pequenas doses para verificar assim o risco de sintomas alérgicos. Mas de qualquer forma, não é recomendado o uso intravaginal de produtos líquidos com muitos corantes ou perfumes, pois estes acarretam no desequilíbrio do ambiente vaginal e podem vir a proliferar bactérias e fungos”, alerta Françoise.

ARTIGOS

É possível encontrar diversos tipos

de produtos para todos os gostos

FANTASIAS

A jovem Cecília Correa acredita que os

artigos de sex shop servem para inovar

VENDEDORAS

Raquel e Alessandra levam o

trabalho na esportiva e indicam

os produtos aos clientes

A jovem Fernanda da Silva teve problemas com o uso de bolinhas explosivas e, após usá-las, precisou consultar um ginecologista. Alergia, ardência e pele irritada foram os principais sintomas após o uso do produto

A profissional afirma que a busca por produtos de sex shop é comum nos dias de hoje e que funcionam para criar, no casal, uma nova motivação visto que esquenta os namoros e traz novidades aos relacio-namentos mais estáveis. “Não há necessi-dade de ter vergonha ao procurar uma loja com estas características, mesmo que seja só por curiosidade. Vemos algumas mu-lheres que ainda possuem restrição, mas para solucionar este problema existem estabelecimentos voltados apenas para o público feminino, o que facilita o acesso às mais tímidas”, acredita.

Em Três Rios, as vendedoras de um sex shop se divertem enquanto explicam sobre os produtos mais procurados. Ales-sandra dos Santos Andrade, 31, trabalha no ramo há um ano e Raquel Siqueira, 30, há oito meses. “Vendemos muito géis com sabores. Os que esquentam saem muito. Anestésico, redutor de canal, próteses, anéis, algemas, fantasias e camisinhas de vários tipos e tamanhos também são muito

procurados”, explica Raquel. Elas dizem ainda que muitas pessoas demonstram timidez. “Tem gente que passa na frente da loja umas quatro, cinco vezes até en-trar, mas existem as mais desinibidas também”, confessa Alessandra. As ven-dedoras asseguram que os clientes sempre voltam satisfeitos e que é raro ter reclama-ção. Um único episódio, conta Raquel, foi uma cliente que o parceiro usou o produto incorretamente e teve que se apressar para retirá-lo.

Não são só as mulheres que gostam de diferenciar as relações. O jovem de Paraíba do Sul, G.L.S., 27, diz que gosta muito quando as parceiras querem inovar no sexo. “Acho que na cama tudo é vá-lido e o que vier para aquecer a hora H é sempre melhor. Já tive namoradas que usavam fantasias, calcinhas comestíveis e gostei muito”, revela. A trirriense que também não quis se identificar T.C.S.O, 24, confessou a sua maior compra: calci-nhas e sutiãs. Entretanto, confidenciou já ter comprado bolinhas explosivas e um par de algemas de pelúcia rosa para dar de presente a uma amiga que ia casar. “Esta é uma maneira de tornar a “brincadeira” ainda mais divertida”, destaca.

Segundo a assessoria de imprensa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há regulamentação especí-fica para produtos de sex shop. A agên-cia só regulamenta produtos que tenham alguma finalidade para uso em saúde, como preservativos e géis lubrificantes. Já os óleos em geral, são registrados como cosméticos e só devem ser usados como hidratante e para refrescar. A assessoria deixou claro que estes tipos de óleos com registro da Anvisa, não podem ter indica-ção de uso para fins sexuais.

Cada indivíduo deve tomar os cuidados necessários, mas é claro, sem deixar o pra-zer de lado, como explica Françoise. “Os casais devem procurar alimentar o desejo sexual de sua maneira. O que sabemos é que não existem regras ou certezas quanto à eficácia da busca destas lojas para isso. É importante que ambos estejam de acor-do e tenham resultados positivos com esta medida adotada. Mas, caso não seja esta a forma de buscar o prazer ou ter a resposta esperada, é indicado a procura de outras

formas de melhorar ou estimular a libi-do do casal”, receita a especialista.

PRODUTOS

Em Três Rios, a loja disponibiliza

óleos, bolinhas explosivas,

algemas, entre outros

Françoise Padula é especialista em sexualidade humana pela USP e indica o uso dos artigos em pequenas doses para verifi car a possibilidade de reação alérgica

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51revistaon.com.br |

Dizem que entre quatro paredes, vale tudo. Essa máxima popu-lar parece um clichê, mas é a receita ideal para apimentar

a relação. Entre os remédios certos para evitar o arrefecimento na hora H, estão óleos, géis, roupas íntimas comestíveis e até preservativos com sabores exóticos. Tudo para alimentar fantasias e contribuir para uma vida sexual mais prazerosa. Os mais empolgados se devaneiam em roupas menos comuns. Até aí nenhum problema, entretanto, produtos de uso interno e de maior contato com a pele podem causar alergia e, por isso, são necessários cui-dados básicos para não estragar o que era para ser um incrível momento a dois.

A jornalista Renata Muros Rubim, 46, decidiu abrir uma loja de lingerie em Pe-trópolis. Ela conta como foi que os artigos de sex shop começaram a chegar a seu es-tabelecimento. “Foi sugestão na época de uma sócia que eu tinha, quando ia adquirir os produtos morria de vergonha, mas com o tempo percebi que era uma coisa legal. Hoje em dia vou até com o meu marido comprar”, diz.

Renata, atualmente lida com mais na-turalidade, ela vende todos os tipos de objetos de uma forma bem discreta, pois, aparentemente, para quem olha de fora, é uma loja normal de lingerie. “Eu não que-ria que meu negócio tivesse a cara de um sex shop, acredito que as pessoas gostam de discrição. É muito interessante lidar com essa parte, a maioria que vem aqui é por indicação”, esclarece Renata.

De acordo com a jornalista, os clientes são variados, de todas as idades, alguns homens, embora as mulheres comprem mais. “Eu percebo muitas vezes que os namorados puxam as companheiras para

entrar e elas ficam com vergonha. Os ca-sais mais novos preferem as coisas mais simples, enquanto os mais velhos optam pelos produtos mais sofisticados”, afirma.

Para a estudante petropolitana Cecília Côrrea, 22, é uma experiência válida. A jovem confessa que já usou as famosas bo-linhas explosivas e óleos. Segundo ela, o resultado foi bom, porém depois teve pro-blemas na hora de urinar. “Acredito que é muito legal principalmente para casais que estão há muito tempo juntos. É uma forma de inovar e sair da rotina”, acredita. A estudante ainda acrescenta que embora no momento tenha sido legal, depois ela ficou assustada com os efeitos. “Dois dias depois de usar as bolinhas a minha urina ainda estava saindo azul, me assustei na hora, mas depois passou”, conta.

Fernanda da Silva, 27, passou por uma situação parecida com o mesmo produto, mas o caso foi mais sério. No dia seguinte, a jovem começou a sentir coceiras, ardên-cia e a pele ficou irritada. Imediatamente procurou um médico para tratar. “O líqui-do da bolinha ficou saindo aos poucos e causou transtorno. Quando procurei o es-pecialista ele me receitou uma ducha va-ginal que limpou os restos do artigo que ficaram lá dentro. Também tive que usar um creme por 12 dias e só depois disso que melhorou. Isto eu não uso mais, por-que fui alertada de que tenho a flora muito sensível”, relatou.

Segundo Françoise Padula, titulada em ginecologia e obstetrícia pela Febrasgo e

especialista em sexualidade humana pela USP, os objetos devem ser usados com os devidos cuidados de higiene. “O ideal é evitar os produtos de dispersão vaginal, pois, podem agredir a microflora vulvar, tais como óvulos ou géis de odor”, assi-nala.

A especialista ressalta que estes artigos podem causar uma alergia ou até mesmo uma infecção por cândida, um fungo que causa coceira e irritação além de corri-mento na mulher. A dica é a seguinte: “quando usar este tipo de produto, teste antes em pequenas doses para verificar assim o risco de sintomas alérgicos. Mas de qualquer forma, não é recomendado o uso intravaginal de produtos líquidos com muitos corantes ou perfumes, pois estes acarretam no desequilíbrio do ambiente vaginal e podem vir a proliferar bactérias e fungos”, alerta Françoise.

ARTIGOS

É possível encontrar diversos tipos

de produtos para todos os gostos

FANTASIAS

A jovem Cecília Correa acredita que os

artigos de sex shop servem para inovar

VENDEDORAS

Raquel e Alessandra levam o

trabalho na esportiva e indicam

os produtos aos clientes

A jovem Fernanda da Silva teve problemas com o uso de bolinhas explosivas e, após usá-las, precisou consultar um ginecologista. Alergia, ardência e pele irritada foram os principais sintomas após o uso do produto

A profissional afirma que a busca por produtos de sex shop é comum nos dias de hoje e que funcionam para criar, no casal, uma nova motivação visto que esquenta os namoros e traz novidades aos relacio-namentos mais estáveis. “Não há necessi-dade de ter vergonha ao procurar uma loja com estas características, mesmo que seja só por curiosidade. Vemos algumas mu-lheres que ainda possuem restrição, mas para solucionar este problema existem estabelecimentos voltados apenas para o público feminino, o que facilita o acesso às mais tímidas”, acredita.

Em Três Rios, as vendedoras de um sex shop se divertem enquanto explicam sobre os produtos mais procurados. Ales-sandra dos Santos Andrade, 31, trabalha no ramo há um ano e Raquel Siqueira, 30, há oito meses. “Vendemos muito géis com sabores. Os que esquentam saem muito. Anestésico, redutor de canal, próteses, anéis, algemas, fantasias e camisinhas de vários tipos e tamanhos também são muito

procurados”, explica Raquel. Elas dizem ainda que muitas pessoas demonstram timidez. “Tem gente que passa na frente da loja umas quatro, cinco vezes até en-trar, mas existem as mais desinibidas também”, confessa Alessandra. As ven-dedoras asseguram que os clientes sempre voltam satisfeitos e que é raro ter reclama-ção. Um único episódio, conta Raquel, foi uma cliente que o parceiro usou o produto incorretamente e teve que se apressar para retirá-lo.

Não são só as mulheres que gostam de diferenciar as relações. O jovem de Paraíba do Sul, G.L.S., 27, diz que gosta muito quando as parceiras querem inovar no sexo. “Acho que na cama tudo é vá-lido e o que vier para aquecer a hora H é sempre melhor. Já tive namoradas que usavam fantasias, calcinhas comestíveis e gostei muito”, revela. A trirriense que também não quis se identificar T.C.S.O, 24, confessou a sua maior compra: calci-nhas e sutiãs. Entretanto, confidenciou já ter comprado bolinhas explosivas e um par de algemas de pelúcia rosa para dar de presente a uma amiga que ia casar. “Esta é uma maneira de tornar a “brincadeira” ainda mais divertida”, destaca.

Segundo a assessoria de imprensa da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há regulamentação especí-fica para produtos de sex shop. A agên-cia só regulamenta produtos que tenham alguma finalidade para uso em saúde, como preservativos e géis lubrificantes. Já os óleos em geral, são registrados como cosméticos e só devem ser usados como hidratante e para refrescar. A assessoria deixou claro que estes tipos de óleos com registro da Anvisa, não podem ter indica-ção de uso para fins sexuais.

Cada indivíduo deve tomar os cuidados necessários, mas é claro, sem deixar o pra-zer de lado, como explica Françoise. “Os casais devem procurar alimentar o desejo sexual de sua maneira. O que sabemos é que não existem regras ou certezas quanto à eficácia da busca destas lojas para isso. É importante que ambos estejam de acor-do e tenham resultados positivos com esta medida adotada. Mas, caso não seja esta a forma de buscar o prazer ou ter a resposta esperada, é indicado a procura de outras

formas de melhorar ou estimular a libi-do do casal”, receita a especialista.

PRODUTOS

Em Três Rios, a loja disponibiliza

óleos, bolinhas explosivas,

algemas, entre outros

Françoise Padula é especialista em sexualidade humana pela USP e indica o uso dos artigos em pequenas doses para verifi car a possibilidade de reação alérgica

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52 | revistaon.com.br

FOTOS ARQUIVO PESSOALPOR FREDERICO NOGUEIRA

Saltos e linhas em galope abertoEla e o mar, Mariela. Com esse nome, poderia ter uma forte ligação com as ondas e uma carreira de sucesso no surfe ou, quem sabe, dentro de uma embarcação, como um navio. Mas o esporte da vida de Mariela Amodeo é outro, o hipismo. Embarcações? Bem, ela embarcou na arquitetura. Se alguns podem montar a cavalo e outros montarem projetos de design, por que não unir os dois? Pode parecer difícil. Mas é ela, a Mariela.

CARREIRA

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53revistaon.com.br |

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54 | revistaon.com.br

Mariela Amodeo nasceu em Bauru, São Paulo, mas os pais já moravam no Rio de Janeiro. Como grande par-

te da família estava na cidade do interior paulista, nas férias era para lá que viaja-va. Foi nesse tempo, nas fazendas, que começou a carreira no hipismo. “Desde os quatro anos eu já montava sozinha e a brincadeira com meus primos era correr atrás do gado e saltar o que tivesse pela frente”, recorda.

Aos oito anos participou da primeira competição. Foi esta, também, a única vez que a mãe, Maria Bernadete a viu competir. “Ela ficava muito tensa”, diz Mariela. O pai, José Gracia Junior, por não ter muito contato, nunca a viu nas provas. Sobre as dificuldades, a maior se deve ao alto custo do esporte. “Minha fa-mília não tinha recursos para eu competir nas categorias de base. Tinha que ficar na cerca e aprender olhando os campeões. Tentava fazer como eles, mas sem um bom cavalo, era praticamente uma missão impossível. Mas às vezes dava certo.”, lembra. Ela acredita que o esporte deveria ser mais popular no Brasil. “Nos países da Europa, o hipismo é como o nosso futebol. Na Bélgica, por exemplo, já vi cocheira no lugar de garagem. A pessoa não tem carro, mas tem dois cavalos de salto”, diz ela que, fora do país, chegou a competir na Argentina, França, Holanda, além da citada Bélgica.

Nas competições, são julgadas, entre outras, a disciplina e a elegância da du-pla formada pelo cavaleiro ou amazona e o cavalo ou égua, enquanto realizam uma série de movimentos e saltos. Com a vontade de aprender tudo isso, Mariela precisava estar na escola. “Era tranquilo porque eu montava depois das aulas e competia nos finais de semana. Sempre fui uma aluna regular, do tipo que passava com média oito”, explica.

Com 18 anos, a jovem se casou com um banqueiro. O casamento durou quatro anos. Logo depois, na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro, conheceu Felipe Amodeo, com quem se casou em 1997. Advogado renomado, Felipe foi presidente do Superior Tribunal de Justi-ça Desportiva do Hipismo Brasileiro e fa-

leceu em 2005. Ele está diretamente liga-do à escolha de Mariela pela arquitetura.

O salto para outros projetos começou em 1998. “Tudo partiu de uma brincadei-ra do Felipe, apaixonado por arquitetura. Ele dizia que iria se aposentar e que eu teria que sustentar a casa. Com todo poder de convencimento dele, acabei me apai-xonando também por essa profissão”, diz ela, que se formou em design de interiores

“Minha família não tinha recursos para eu competir nas categorias de base. Tinha que fi car na cerca e aprender olhando os campeões”.Mariela Amodeo

COMPETIÇÃO

Mariela tem importantes

títulos no hipismo

CARREIRA

Page 55: FB | Revista On Três Rios #07

55revistaon.com.br |

e, depois, em arquitetura e urbanismo.Após o nascimento do filho, diminuiu

o ritmo no hipismo e a arquitetura passou a ter mais tempo. Morando em um con-domínio hípico a poucos quilômetros do centro de Três Rios, escolheu a cidade para residir em busca de qualidade de vida. “Adoro a simpatia dos trirrienses”, completa. Por isso, na cidade também está a sede da empresa. Além de ter traba-lhos no município, suas criações já chega-ram ao Rio de Janeiro e Itaipava.

Parte do processo de criação é feito de forma solitária. “Gosto desse momento de descobertas e soluções nos projetos. De-pois de pronta essa parte, passo para um assistente o trabalho metódico de plantas

de execução. Atualmente estou trabalhan-do sozinha, porque ainda não consegui ninguém em Três Rios para fazer essa parte”.

Admiradora de Richard Meier, Zaha Hadid, Peter Eisenman, Santiago Cala-trava e Tadao Ando, nomes brasileiros da arquitetura também fazem parte da lista de preferências. “Gosto muito das linhas curvas do Niemeyer, das grandes sacadas do Paulo Mendes da Rocha e da geniali-dade de Janete Costa”, cita. Se definindo modernista nos projetos que faz, com gos-to por linhas retas e limpas, ela gosta de ambientes claros e com boa circulação. “Me preocupo muito com sustentabilida-de e procuro trabalhar ventilação e ilumi-

nação natural em todos os meus projetos. Ofereço sempre opções por materiais eco-lógicos e adoro quando os clientes podem compartilhar esse pensamento”.

O gosto pela filosofia fica explícito quando Mariela compara as duas carrei-ras. “A beleza do cavalo é como a beleza da arquitetura. Quanto mais simples, mais elegante. Acredito que a boa arquitetura é como um bom cavalo. Deve ser bem estruturada, ter linhas suaves e personali-dade. As dificuldades são iguais em todas as profissões. Para conseguir se firmar em uma carreira, acredito ser necessária mui-ta persistência e uma dose de sorte”.

Os amigos feitos no tempo de amazo-na, ela diz que nunca serão esquecidos e

DEPOIS

...A sala após passar

pela criativa Mariela

ANTES

Uma sala antes de passar

por Mariela Amodeo...

PROJETO

As ideias de Mariela estão nesta sala da presidência de uma empresa

Page 56: FB | Revista On Três Rios #07

56 | revistaon.com.br

que o esporte sempre estará nela. Aos 39 anos, dos quais 30 deles foram dedicados ao hipismo, ela diz que “a amazona agora está em galope aberto em direção a bons projetos”.

Um projeto inesperado surgiu quando a reportagem já estava quase finalizada. Mariela acaba de comprar um cavalo na Bélgica. “Decidi voltar a competir quando estava arrumando meus troféus com meu filho e ele disse: ‘mamãe, eu não sabia que você era tão campeã! Ensina-me a saltar com cavalo?’ ”. A escolha por um cavalo europeu, ela explica. “Lá, estão os melho-res do mundo, assim como nós temos os melhores jogadores de futebol. Para ser

competitivo, é preciso ter um bom cavalo, afinal ele faz 50% do trabalho”.

Porém, desta vez, o esporte não será praticado com a pretensão de competir nas categorias mais altas. Ela segue em galo-pe aberto rumo à arquitetura e a uma loja que está abrindo. Mas nada impede que no futuro, ela, que mesmo longe do mar, sem navio ou prancha, já tendo realinhado as velas para receber ventos de outra direção, volte a fazer reajustes e encare as catego-rias do hipismo que lhe renderam o título de “mamãe tão campeã”. “Minha intenção é fazer o esporte como hobby, mas nunca se sabe...”, diz ela, a Mariela.

PREMIAÇÃO

Em uma das competições,

Mariela ganhou um carro

“No Campeonato Brasileiro de Sênior, meu fi lho tinha 8 meses e foi para o pódio comigo. Esse foi um prêmio duplo”,Mariela Amodeo

INFÂNCIA

Desde pequena, a cena acima

já existia na vida de Mariela

2002 2003 2004

2006

2006

2008

A força da amazona em seus principais títulos

Campeã Brasileira de Proprietário Top

Campeã Brasileira de Amazonas

Campeã do Serra & Mar(principal campeonato Brasileiro, com premiação de um carro para o vencedor)

Campeã Brasileira Sênior Top

FAB

IOLA

ME

DE

IRO

S

CARREIRA

Page 57: FB | Revista On Três Rios #07

57revistaon.com.br |

Page 58: FB | Revista On Três Rios #07

O ano está começando. “Saúde para dar e vender?” A acade-mia está em dia? A falta de tempo ou a idade avançada

não são mais desculpas para deixar de lado os cuidados com o corpo. A hora de começar a sair do sedentarismo é agora. Os benefícios são para sempre.

Comemorando 31 anos de atividades em Três Rios, a Teludi Academia ofere-ce à população as mais variadas opções de exercícios físicos para deixar o corpo pronto para curtir o verão nas praias e pis-cinas, e, antes de tudo, colocar a saúde em dia. E o melhor, não é necessário ficar ho-ras suando para conseguir os resultados.

Se o tempo está curto, Márcio Wogel, diretor da academia e professor de edu-cação física, tem a solução. “Em função da falta de tempo, que é a maior arma usada pelas pessoas para não praticarem atividades físicas, nós pensamos em pro-gramas específicos com tempos meno-res. Trinta minutos por dia, na hora do almoço, são suficientes. Não pode ser

nesse horário? Venha antes de ir para o trabalho ou quando sair”, convida, afir-mando que os resultados são garantidos, ao contrário do que alguns ainda podem pensar. “Entra em nossa cabeça que, para ter efeito, precisamos ficar várias horas na academia. Mas não! Condensa-mos as aulas e, os programas montados, dão os resultados esperados”.

Com vários planos no catálogo, um que conta com 11 tipos de aulas, mere-ce destaque. Este é o Teludi Fitness, que contribui com todas as partes do corpo. Márcio resume dizendo que “os resulta-dos vêm através de estímulos diferen-tes”. Tais estímulos são feitos, além de aulas clássicas como musculação, loca-lizada e alongamento, por atividades do Body Systems. Única da região a contar com o sistema, a academia oferece au-

Tempo para a saúde

Trinta minutos de atividades por dia são sufi cientes para uma saúde melhor

SPINNING

Na aula de ‘ciclismo indoor’

é possível queimar calorias e

contribuir com a saúde

ERGOMETRIA

Exercícios aeróbicos reduzem

o risco de doenças cardíacas

FOTOS DIVULGAÇÃO

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las como a de Body Vive, que melhora o condicionamento e a flexibilidade. Outra aula disponível é a de Body Pump.

Paula Martins Schmitz, educadora físi-ca por formação, é responsável pela aula. “Ela atende ao público que não se identi-fica com a musculação. É uma aula cole-tiva e utilizamos músicas, uma para cada atividade, onde trabalhamos peito, costas, bíceps, tríceps, etc.”, diz a professora so-bre a aula que queima até 600 calorias.

Outras atividades disponíveis do sistema são o Body Step, que auxilia no emagrecimento e melhora a coorde-nação motora; o RPM, que aumenta o condicionamento cardiovascular, além de tonificar as pernas, quadril e glúteos; e o Power Jump, que aumenta a força muscular dos membros inferiores e gera gasto calórico de até 700K/cal.

Diogo da Matta também é formado em educação física e atua na academia como personal trainer, professor de Spinning e Localizada. “Esta trabalha força, resistên-cia muscular, cardiovascular, coordena-ção e flexibilidade. Além dos benefícios no corpo, há as vantagens para a mente. Por ser feita de forma coletiva, a aula se transforma, também, em um compromis-so social”, diz o professor. Ele ainda ex-plica que, apesar de ser feita em grupo, é

necessário que o profissional esteja atento às particularidades de cada aluno.

O programa de personal tem atividades, como o próprio nome explica, direciona-das à individualidade de quem o busca. Na academia, todos os profissionais são capa-citados a oferecerem o serviço.

Bem-Estar

Se a falta de tempo não é um pretexto, quem dirá a idade avançada. Pensando nes-sa outra desculpa, a Teludi Academia criou o programa Bem-Estar. Ele é indicado para homens e mulheres acima dos 45 anos que não praticam atividades físicas e grupos es-peciais, de hipertensos e diabéticos.

O programa conta com avaliação fí-sica e nutricional, aulas de Body Vive, alongamento, musculação e caminhadas indoor e outdoor. As atividades previ-nem dor lombar, fadiga, depressão, an-siedade e obesidade. O acompanhamen-to físico é constante.

Aos 78 anos, João Batista de Olivei-ra retornou às atividades físicas há nove meses. “O médico recomendou. Todos os meus exames estavam normais, meu úni-co problema era a condição física. Eu não conseguia amarrar os sapatos de manhã, agora já consigo, as aulas dão resultado”, diz ele, que não praticava atividades des-de a juventude, quando jogava basquete.

Professores capacitados, pacotes espe-ciais, área virtual para marcação de aulas e ambiente exalando saúde e beleza. Tudo contribui para a frase que João Batista usou para definir o local. “Eu estou vicia-do nisso, não posso mais deixar de vir”.

Como esse faz bem, busque o vício das atividades físicas e cuide da saúde. Ah, e a estética ainda agradecerá.

Praça da Autonomia, 102, CentroTrês Rios – RJ(24)2252-3354www.teludiacademia.com.brSegunda a sexta: 06h às 22hSábado: 09h às 13h

Idade não é desculpa. O programa Bem-Estar foi pensado para maiores de 45 anos

LOCALIZADA

Embora em grupo, Diogo observa as

necessidades individuais de cada aluno

BODY PUMP

Aula queima até

600 calorias

PUBLIEDITORIAL

BEM-ESTAR

João Batista (de branco) conta

que já não consegue fi car sem

praticar atividades físicas

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Rumo à chegada“Há muita gente que corre, sem entrar numa corrida... Quem corre por gosto não se cansa. E há quem se canse e não corre”. É com o trecho da poesia de Zeni Nuni que ilustramos os caminhos traçados de uma mulher que não teve medo de arriscar e ir atrás dos seus verdadeiros sonhos em uma verdadeira corrida da vida. Ela é Ivani Gomes, nossa maratonista trirriense.

POR PRISCILA OKADA FOTOS REVISTA ON

CARREIRA

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Atriz, modelo, médica, enfer-meira, esses são alguns dos sonhos de profissão de muitas crianças quando pequenas.

Ao entrevistar a única maratonista de Três Rios, nos deparamos com quem nunca sonhou com essas profissões, tampouco reinar nas pistas de corridas. De origem pobre, sem muitos recursos, Ivani Gomes, 50, sempre trabalhou para conseguir o seu sustento. Operária padrão, cumpria com os seus compromissos. “Carismática e de-dicada”, características descritas por uma de suas irmãs, Genir Gomes. Essa alegria e dedicação de encarar a vida e o trabalho, a levou a conhecer, de maneira inusitada, o caminho das corridas.

Foi em uma festa organizada por uma empresa em que trabalhou. Gomes con-ta que foi convidada a participar de um concurso de dança, cujo objetivo era premiar o funcionário que aguentasse dançar até ao final da festa. “O resultado foi que ganhei esse ‘prêmio’ e foi muito divertido”, lembra-se rindo da situação. Após a festa de comemoração, Ivani foi informada por um de seus amigos, que haveria uma corrida em Santana do Deserto, Minas Gerais. Parece loucura, mas foi esta a primeira disputa da atle-

ta trirriense. O evento era uma corrida onde o atleta tinha que percorrer 14 km de estrada de chão até a linha de chega-da. Sem ter a dimensão da distância a ser alcançada, Ivani conquistou a prova chegando em primeiro lugar na categoria amadora e na segunda colocação geral. O destaque geral fica por conta de sua revelação após contar sua vitória. “Eu venci a corrida de salto alto. Estava arru-mada na festa e do jeito que saí fui para a corrida”, conta.

Divorciada, Ivani revela que encon-trou no esporte a maneira de esquecer os problemas sentimentais. Com isso, se dividiu entre as máquinas de costura de uma confecção e as pistas por um longo tempo. “Eu tinha uma hora de almoço, tirava 30 minutos para treinar, 10 minu-tos para ir até minha casa, 10 minutos para comer e 10 minutos para o retorno ao meu posto na malharia”, recorda-se.

Devido a idade, as provas curtas não tiveram vez em sua trajetória, por ter um tempo mínimo a ser batido. Gomes co-meçou a se inscrever em outras corridas, as de longa distância como maratonas e ultramaratonas, com extensões superiores a 40 km de prova. Na sua estreia na Super Maratona do Rio Grande do Sul em 1996, bateu o recorde da prova, chegando 11 minutos antes da maratonista cotada para vencer a prova. De acordo com ela, um ano antes, participou da corrida de São Silvestre em São Paulo cujo percurso era de 15 km. “Fui a nona geral na categoria”, lembra. De 1996 a 2011, contabiliza mais de 400 medalhas e participação em apro-ximadamente 700 corridas.

Com o corte de funcionários na em-presa onde trabalhava, Ivani foi demi-tida. “Nessa época, eu já participava de várias corridas, foi quando procurei aju-da. Consegui um patrocinador na cidade que passou a ajudar com as inscrições, a roupa e as viagens”, explica a atleta que hoje ainda recebe ajuda desse mes-mo patrocinador. Para a maratonista, a dificuldade maior na prática do esporte está justamente na questão financeira. “Tenho essa ajuda, mas tenho contas a pagar, preciso me alimentar bem e participo das maratonas por categoria.

Ivani conquistou sua primeira corrida calçando sandália de salto alto

MEDALHAS

A maratonista coleciona 400

medalhas em 22 anos de carreira

AQUECIMENTO

Todos os dias Ivani se

levanta às 7h para treinar

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Geralmente, não tem premiação”, de-sabafa. O maior prêmio conquistado foi de R$ 2.000. “Meu patrocínio tem uma cota, que é principalmente para provas regionais e nacionais”, completa. Além dessa premiação, Ivani se recorda de ou-tro bom prêmio que recebeu nas marato nas: uma viagem para a Argentina. “Nes-se período fiquei sabendo que teria uma maratona no país e fui justamente nessa época”, conta. Ao ser questionada sobre a falta de patrocínio público, ela esclare-ce. “Como não participo de competições em equipe, não tenho a ajuda da prefei-tura que disponibiliza o transporte para equipes esportivas”, responde. A atleta revela que alguns comerciantes con-tribuem com pequenas quantias e, gra-ta, conta que a cada corrida que vence, circula pela cidade mostrando troféus e medalhas.

Todos os dias, se levanta às 7h e corre aproximadamente 1h30. Em quilometra-gem ela revela. “Com esse tempo, corro entre 15 e 21 km”. Grande parte dos atle-tas são acompanhados por técnicos espor-tivos, mas devido a falta de recursos, ela sempre trabalhou sozinha. “Eu mesma me treino, já acostumei. Ao longo desses anos, adquiri experiência. Se tivesse técni-co hoje, acho que me atrapalharia”, brinca.

A trirriense é tricampeã da Ultra-maratona de Rio Grande (1996, 2000 e 2004). No dia 13 de novembro partici-pou da corrida de Rua do Sesi em Juiz de Fora (MG) e foi um dos destaques do evento ao conquistar o 5º lugar geral e o 2º em sua categoria.

Em 2011, Ivani participou do Desafio das seis Maratonas e conseguiu participar de sete de 42 km e uma super maratona de 50 km. A última competição aconte-ceu em São Paulo no dia 31 de dezembro, na corrida de São Silvestre, quando che-gou em segundo lugar em sua categoria e em 129º na colocação geral, finalizando suas conquistas em mais um ano.

A atleta é tricampeã da Ultramaratona de Rio Grande de 1996, 2000 e 2004

TREINAMENTO

Diariamente, Ivani

chega a percorrer 21 km

História da Maratona

A Maratona é uma das mais antigas modalidades praticadas no mundo. Diz a lenda grega,

que a modalidade surgiu no sacrifício de um herói. O grego Pheidíppides percorreu 40

quilômetros entre as cidades de Maratona e Atenas, ambas na Grécia, para levar a notícia

da vitória grega sobre os persas no ano 490 a.C.. Ao concluir o duro percurso, o soldado

anunciou: “vencemos a batalha” e depois morreu.

Atualmente, o recorde mundial pertence ao etíope Haile Gebrselassie, que no dia 28 de

setembro de 2008 estabeleceu o tempo de 2h03min59s na Maratona de Berlim. Apenas

um brasileiro já obteve esse recorde: Ronaldo da Costa em 1998, também em Berlim,

com 2h06min05s.

O Brasil atualmente tem apenas seis maratonas: Florianópolis (19 de abril), Porto Alegre

(24 de maio), São Paulo (31 de maio), Rio de Janeiro (28 de junho), Foz do Iguaçu (27 de

setembro) e Curitiba (22 de novembro).

CARREIRA

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PUBLIEDITORIAL

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O início da música interpretada por Caetano Veloso “Soy louco por ti América”, resume a von-tade dos milhares de brasileiros

que já pensaram ou embarcaram rumo aos Estados Unidos.

Facilidade. Esta é a principal razão que os imigrantes apontam quando decidem se tornar cidadãos norte-americanos. A his-tória de Ricardo Zainotte, 44, poderia ser confundida com tantas narrativas espalha-das pelo o mundo. Mas além de sonhar, ele conseguiu trilhar uma realidade mais expressiva, a de vencer profissionalmente e conseguir independência em outro país.

Ex-comprador e vendedor de farinha, na cidade de Três Rios, viu seu negócio ruir no governo Fernando Henrique Cardoso em 1996, quando o Brasil teve o maior índice de inadimplência. Com a empresa fechada, a alternativa vista por ele, foi a de seguir os

mesmos passos de seu irmão que já morava em Orlando, na Flórida. “Fui sem saber o que ia fazer, consegui um visto de turista e embarquei’’, lembra. Ao chegar, sem falar inglês, o empresário imediatamente iniciou o processo de aprendizagem, por meio do convívio diário com os americanos no tra-balho. “Aprendi a falar do jeito que eles gostam, depois fui para uma escola para aprender a gramática”, comenta. Mas antes disso, até para ir ao supermercado era uma

Sonho americano Mais de 28 milhões de imigrantes legais e ilegais vivem nos Estados Unidos. Os dados retirados do consulado americano no Brasil retratam o sonho de muitas pessoas. Algumas pretendem fazer fortuna, enquanto outras pensam apenas em conseguir uma vida mais digna, entretanto, a maioria acaba não conseguindo realizar esse objetivo. Um trirriense teve esse sonho e conseguiu chegar além dele.

POR PRISCILA OKADA FOTOS ARQUIVO PESSOAL

EMPREENDEDOR

Ricardo Zainotte saiu do Brasil

em 1996 sem saber o que ia

fazer e hoje é um conceituado

empresário de turismo

Ex-vendedor de farinha, embarca para os Estados Unidos, torna-se grande empresário no país e retoma negócios no Brasil

SH

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TE

RS

TO

CK

EMPREENDEDORISMO

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tarefa difícil. “Costumo dizer que a pessoa vira uma criança de novo, tendo que apren-der a andar e a falar de novo” relembra. Ca-sado e pai de uma filha, o brasileiro disse que, para sua herdeira, alfabetizada nos Es-tados Unidos, esse processo foi mais tran-quilo. Orgulhoso, não deixa de falar sobre a conquista dela, que aos 16 anos, por ob-tenção de boas notas, adiantou seus estudos e atualmente cursa medicina na Flórida.

Seu primeiro emprego foi na construção civil, onde permaneceu por pouco tempo. Trabalhou como gerente de restaurante e foi chamado para atuar no marketing de uma loja de cosméticos da Flórida, onde continuou por seis anos. “Meu serviço era viajar pela América do Sul, incluindo o Brasil, obtendo contato com agências de turismo, fazendo propaganda para as pes-soas irem comprar na loja”, conta.

Após esse tempo, o espírito empreende-dor de Zainotte falou mais alto. Arriscou abrir o seu próprio negócio, uma empresa de transporte em 2003. Observador, atinou que a cidade recebia muitos turistas brasilei-ros, mas grande parte deles não dominava o inglês e, por isso, existia um desconforto em contratar os serviços de um americano. “Peguei o dólar a R$ 3,50. Todo mundo me chamou de doido, mas eu comprei um car-ro, vim para o Brasil, comecei a visitar as agências de viagem e fui conseguindo meu espaço bem devagar”, lembra.

A empresa que começou pequena, já conta com uma frota de quatro veículos de passeios e carros executivos, que atendem não só o público de turismo, mas também de negócios. “Só não estou maior por causa da dificuldade com a mão de obra. Muitos motoristas estão ilegais e os que são legali-zados não conseguem carteira de motoris-ta. Então você fica meio restrito ao cresci-mento”, completa.

Em 2005, quando os EUA passou pela queda no mercado imobiliário, foi o ano de maior crescimento para o empresário. “Só eu acreditei nesse crescimento. Os outros brasileiros que tinham empresas de transportes não acreditavam no Brasil. Eu fui o único e me mantive. Hoje atendo as maiores empresas brasileiras de turismo”, orgulha-se.

Brasileiros nos Estados Unidos

De acordo com o consulado americano, existem 10 milhões de imigrantes ilegais nos EUA. Diferente de Ricardo, que viajou com o visto de turista e mais tarde conse-guiu o visto de permanência (Green Card), muitos atravessam diariamente as frontei-ras do México com o país de forma ilegal. O empresário explica como é ser legaliza-do. “A pessoa se torna cidadão com todos os direitos de um americano”.

Estima-se que haja aproximadamente

350 mil brasileiros residindo somente na jurisdição do consulado-geral do Brasil em Nova York, que engloba os estados de Connecticut, Delaware, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, além do Arquipélago das Bermudas (protetorado britânico). A estimativa do Ministério das Relações Ex-teriores é de que residam 1.280.000 bra-sileiros em toda a nação norte-americana. Somente em 2010, mais de 8.800 brasilei-ros se naturalizaram nas terras do Tio Sam.

Investimentos no Brasil

Com a consolidação de sua empresa e capital nos Estados Unidos, Zainotte não parou de pensar em sua terra natal. Acom-panhando o crescimento trirriense nos úl-timos anos, decidiu investir novamente. Comprou terrenos, apartamentos e, com o conhecimento adquirido na loja de cosmé-ticos, abriu uma empresa especializada na área em Três Rios e já ruma à inauguração de um segundo empreendimento em Vitó-ria, Espírito Santo. De acordo com ele, o fato de ter permanência americana facilita o processo de exportação. “Comigo estan-do fora do país, consigo manter a loja atu-alizada com o que é lançado lá fora. Tem um produto de cabelo que foi lançado há cinco meses aqui no Brasil e há um ano eu já tinha. Eu tinha clientes como médicos e juízes que vinham na minha loja para com-

FROTA

A empresa conta com carros de passeios e veículos

executivos que atendem turistas e empresários brasileiros

EMPREENDEDORISMO

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tarefa difícil. “Costumo dizer que a pessoa vira uma criança de novo, tendo que apren-der a andar e a falar de novo” relembra. Ca-sado e pai de uma filha, o brasileiro disse que, para sua herdeira, alfabetizada nos Es-tados Unidos, esse processo foi mais tran-quilo. Orgulhoso, não deixa de falar sobre a conquista dela, que aos 16 anos, por ob-tenção de boas notas, adiantou seus estudos e atualmente cursa medicina na Flórida.

Seu primeiro emprego foi na construção civil, onde permaneceu por pouco tempo. Trabalhou como gerente de restaurante e foi chamado para atuar no marketing de uma loja de cosméticos da Flórida, onde continuou por seis anos. “Meu serviço era viajar pela América do Sul, incluindo o Brasil, obtendo contato com agências de turismo, fazendo propaganda para as pes-soas irem comprar na loja”, conta.

Após esse tempo, o espírito empreende-dor de Zainotte falou mais alto. Arriscou abrir o seu próprio negócio, uma empresa de transporte em 2003. Observador, atinou que a cidade recebia muitos turistas brasilei-ros, mas grande parte deles não dominava o inglês e, por isso, existia um desconforto em contratar os serviços de um americano. “Peguei o dólar a R$ 3,50. Todo mundo me chamou de doido, mas eu comprei um car-ro, vim para o Brasil, comecei a visitar as agências de viagem e fui conseguindo meu espaço bem devagar”, lembra.

A empresa que começou pequena, já conta com uma frota de quatro veículos de passeios e carros executivos, que atendem não só o público de turismo, mas também de negócios. “Só não estou maior por causa da dificuldade com a mão de obra. Muitos motoristas estão ilegais e os que são legali-zados não conseguem carteira de motoris-ta. Então você fica meio restrito ao cresci-mento”, completa.

Em 2005, quando os EUA passou pela queda no mercado imobiliário, foi o ano de maior crescimento para o empresário. “Só eu acreditei nesse crescimento. Os outros brasileiros que tinham empresas de transportes não acreditavam no Brasil. Eu fui o único e me mantive. Hoje atendo as maiores empresas brasileiras de turismo”, orgulha-se.

Brasileiros nos Estados Unidos

De acordo com o consulado americano, existem 10 milhões de imigrantes ilegais nos EUA. Diferente de Ricardo, que viajou com o visto de turista e mais tarde conse-guiu o visto de permanência (Green Card), muitos atravessam diariamente as frontei-ras do México com o país de forma ilegal. O empresário explica como é ser legaliza-do. “A pessoa se torna cidadão com todos os direitos de um americano”.

Estima-se que haja aproximadamente

350 mil brasileiros residindo somente na jurisdição do consulado-geral do Brasil em Nova York, que engloba os estados de Connecticut, Delaware, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, além do Arquipélago das Bermudas (protetorado britânico). A estimativa do Ministério das Relações Ex-teriores é de que residam 1.280.000 bra-sileiros em toda a nação norte-americana. Somente em 2010, mais de 8.800 brasilei-ros se naturalizaram nas terras do Tio Sam.

Investimentos no Brasil

Com a consolidação de sua empresa e capital nos Estados Unidos, Zainotte não parou de pensar em sua terra natal. Acom-panhando o crescimento trirriense nos úl-timos anos, decidiu investir novamente. Comprou terrenos, apartamentos e, com o conhecimento adquirido na loja de cosmé-ticos, abriu uma empresa especializada na área em Três Rios e já ruma à inauguração de um segundo empreendimento em Vitó-ria, Espírito Santo. De acordo com ele, o fato de ter permanência americana facilita o processo de exportação. “Comigo estan-do fora do país, consigo manter a loja atu-alizada com o que é lançado lá fora. Tem um produto de cabelo que foi lançado há cinco meses aqui no Brasil e há um ano eu já tinha. Eu tinha clientes como médicos e juízes que vinham na minha loja para com-

FROTA

A empresa conta com carros de passeios e veículos

executivos que atendem turistas e empresários brasileiros

prar esse produto”, conta.O empresário faz uma reflexão e com-

para investimentos feitos aqui no Brasil e nos Estados Unidos. “Hoje venho a Três Rios a cada 40 dias e observo, pelo cres-cimento da minha empresa, que vivemos um bom momento. Quando eu saí daqui, a diferença era absurda, quase de 1.000%. Hoje essa realidade mudou. Os EUA pas-sam por um momento difícil, mas ainda é o país do dinheiro. Lá você ganha um sa-lário digno, por pior que seja, você conse-gue comprar, investir, claro que hoje tem que trabalhar bem mais”, conclui ele sobre o medo de ser atingido pela crise. “É uma ameaça sim. Eu trabalho com convenções. Orlando tem um centro de convenções que é o segundo maior dos EUA. Atualmente, eventos que atraiam 70 mil participantes caíram para 12 mil. Isso abala o transporte, hotel e restaurantes. A máquina trabalha a todo vapor, reduz ou para. Nesse caso ela reduziu,” revelou.

Aos que pensam em seguir os mesmos caminhos do empresário, ele deixa a dica. “A primeira coisa que eu digo a essas pes-

soas, é que elas tenham foco, sem desviar dele. Se você acreditar e não desviar do ob-jetivo, nada pode te deter”, aconselha.

Vontade de voltar ao Brasil não falta a Ricardo, e isso faz com que ele invista cada vez mais aqui, já pensando no futuro. Um

pouco antes de encerrar esta matéria, a Re-vista On foi informada de que o empresá-rio adquiriu dois estabelecimentos no ramo alimentício em Três Rios. Provando, mais uma vez, que o trirriense não para e seus sonhos vão além do americano.

TURISTAS

Diariamente Ricardo busca brasileiros

nos aeroportos americanos

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70 | revistaon.com.br

Vendedores ambulantes são aqueles que vendem serviços ou mercadorias em espaços públicos. São vendedores de

doces, pipoqueiros, engraxates. Aqueles que comercializam balões em forma de personagens de desenhos, brinquedo para fazer bolhas de sabão ou despertam o de-sejo das crianças de pular em uma cama elástica. Eles fazem a alegria dos adultos com CDs, DVDs e perfumes. As donas de casa, enquanto aguardam o ônibus, não resistem aos coadores de café, alicates

e tesouras para unha. Enquanto algumas pessoas que ganham a vida dessa forma têm a permissão para prestar os serviços em local público, outras trabalham sem qualquer tipo de licença.

O objetivo aqui não é mostrar quem está ou não trabalhando de forma ilegal, mas o de conhecer as pessoas que encon-tramos diariamente nas ruas. A fiscaliza-ção em Três Rios é feita por agentes da secretaria de Ordem Pública. “Muitos dos ambulantes são de fora da cidade, que vêm pelo momento de crescimento

do município. Somos satélite de cidades vizinhas e uma parte das pessoas que buscam emprego aqui e não conseguem, vai para as ruas fazer comércio. Quan-do encontramos alguém, durante nossas

Trabalho a céu aberto“Chapéus, sapatos e roupas usadas, quem tem?”. Já ouviu isso? Sim, a frase saiu do seriado “Chaves”, aquele que muitos amam e outros tantos odeiam. Essas foram as palavras usadas pelo clássico personagem “Seu Madruga”, quando se aventurou nas vendas de, além dos itens citados, panelas, abajur e, até mesmo, uma bola de boliche. Fora da televisão, você já deve ter esbarrado com vendedores ambulantes e, quem sabe, comprado seus produtos ou serviços. Vamos dar uma volta pelas ruas da cidade e conhecer alguns destes que têm calçadas e praças como locais de trabalho.

AMBULANTE

POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

Acostumado a trabalhar por conta própria, Evaldo não quer ser funcionário

EMPREENDEDORISMO

Page 71: FB | Revista On Três Rios #07

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operações, fazendo comercialização de um produto em via pública que não tenha autorização, damos uma notificação para que retire o produto em um tempo deter-minado. Quando encontramos a mesma pessoa novamente, ainda sem autoriza-ção, apreendemos o material e doamos, quando possível”, explica Alexandre Mansur, secretário da pasta.

Em meio a espanadores coloridos, Evaldo Lopes da Paz, 38 anos, passa de loja em loja oferecendo seus produtos. Paulista, começou a trabalhar como am-bulante em 1991, sempre com materiais de limpeza. “Acostumei a trabalhar por conta própria, não quero ser funcionário. Compro em São Paulo e vendo em cida-des do Vale do Paraíba, do sul de Minas, Vale do Aço e Espírito Santo. Costumo ficar 20 dias fora de casa”. A opção pela profissão, ele explica. “Não estudei mui-to. Pelo que estudei, sei que se for para uma firma não vou ganhar o mesmo que ganho. Parei na 6ª série. Já tentei voltar, mas não consegui”. Ele trabalha cin-co dias por semana e diz que não gosta de vender aos sábados. Com o ofício, já comprou um carro e pretende adquirir um terreno para construir a casa própria.

Durante a conversa, uma cliente apa-rece. “Quanto está o espanador?” O vendedor, com seu papo, tem a resposta

pronta. “Tá R$ 12, mas dá pra fazer por R$ 10”. A moça não compra e Evaldo comenta que naquela manhã as vendas não estavam muito boas como das outras vezes que passou pela cidade. Ele disse que deve continuar na profissão por mais dois ou três anos, mas pretende fazer um curso e abrir um salão, onde atuará como cabeleireiro, na Zona Leste de São Paulo.

Única representante do sexo feminino na matéria, Camila Correa de Sousa tem 18 anos, mora em Três Rios e, quando a encontrei, estava no segundo dia do pri-meiro emprego. Ela vende iogurtes con-gelados, daqueles que estão amenizando o calor dos trirrienses. Para cada unidade vendida, ganha R$ 0,10. No dia anterior, foram 304 vendidos. “Coloco currículo nas firmas e não consigo emprego. Sem-pre pedem que tenha estudos, cursos e eu não tenho. Estudei até o primeiro ano do ensino médio”, diz. No momento, ela pretende continuar como ambulante, mas

Camila Correa diz que não consegue emprego em fi rmas por não ter terminado os estudos

SONHO DE BELEZA

Evaldo pretende sair da rua e ser

cabeleireiro daqui a três anos

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quer retornar às salas de aula. “Agora não posso porque tenho uma filha pequena de dois anos, mas quero voltar e fazer um curso. Ainda não pensei em qual, mas tenho interesse por advocacia. Acho tão bonito uma mulher advogada. Sei que é difícil, mas vou tentar”, garante a jovem.

Quer ouvir uma música? Marcos Va-letim tem para oferecer! Aos 37 anos, es-tava em um ponto de ônibus no centro da cidade com diversos CDs expostos e uma caixa de som para convencer os clientes. “Tem sete anos que comecei a vender. Sou cantor, comecei vendendo os meus CDs e passei a vender de outros cantores também”. De Duque de Caxias, ele com-pra no Rio de Janeiro e passa por diver-sas cidades vendendo os produtos por R$ 10. Os clientes gostam por serem músi-cos conhecidos há muito tempo no meio evangélico. E as músicas dele? “Meu CD é muito procurado. É tão bom que já aca-bou, só vou ter mais em março”, se orgu-lha o cantor ambulante.

Se a fome chegar, a solução também está na rua. Samuel Vargas de Oliveira vende empadas e pastéis de forno. De Teresópolis, ele mora na cidade há dois anos. “Vim com a família para cuidar da minha sogra, que morava no asilo. Che-guei aqui e não tinha trabalho para mim. Minha esposa já fazia salgados, então passei a vender na rua. Tenho que trazer só os assados, mas ela faz outros tipos que podem ser encomendados. Funciono

como vitrine”, diz. Samuca, como é co-nhecido, conta que o trabalho rende cerca de R$ 60 por dia. Mas, tirando os gastos, sobra metade da renda mensal como lu-cro. “Viver só disso não dá. Tem um bu-ffet que encomenda sempre salgados com minha esposa”, revela.

Tereza é uma das clientes. Chegou para comprar duas bandejas de empada. “Compro com ele há muito tempo. Co-nheci passando por aqui uma vez, levei para casa, todos gostaram, então passei a comprar sempre”, diz. As empadas, se-gundo ela, são tão gostosas, que às vezes não encontra. “Semana passada, mandei minha filha buscar aqui, mas ela ficou no mercado e quando chegou aqui não tinha mais”. Samuel sabe as datas que tem um lucro maior. “Vendo melhor do dia 1º ao dia 15. Aos sábados, o movimento tam-bém é sempre melhor”, diz ele, que mata a fome dos moto taxistas, como Júnior e Marcelo, que dividiam uma bandeja de pastel de forno.

Está com sede? Com muito calor? Se não encontrar a Camila do iogurte, com certeza encontrará Diogo Lincoln Resen-de ou uma das suas carrocinhas de água de coco. Já trabalhou descarregando ca-minhões e como taxista, mas há 10 anos é vendedor ambulante. “Comecei traba-lhando para um rapaz, vendendo água de coco aqui na cidade. Após um mês, ele foi para o Rio de Janeiro e fiquei com a

carrocinha”. Com o tempo, Diogo passou a comprar outras unidades e, atualmente, tem uma “frota” com 10 delas espalhadas pelas ruas. “A população acostumou a to-mar água de coco durante o inverno, mas a época que mais vendo é entre setembro e março”. Hoje, aos 30 anos, ele é procu-rado para uma novidade que surgiu com o crescimento da cidade. “Outro dia, uma empresa me contratou para ficar na festa deles. Todos os funcionários que quises-sem, podiam pegar a água”. No futuro, ele pretende expandir o negócio para cidades vizinhas, como Paraíba do Sul e Levy Gasparian.

O passeio termina por aqui, após um iogurte de morango, algumas empadas e uma água de coco. Aquele mesmo “Seu Madruga” do início, disse, outra vez, que “não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar”. Depois de andar um pouco e encontrar tantos sonhos em exemplos de quem descobriu, nas ruas, uma forma de ganhar a vida, a certeza é que não existe trabalho ruim, o ruim é quando alguém não tem sonhos para realizar.

Em Três Rios, cerca de 400 pessoas estão em busca de formalização

COCO GELADO

Diogo fez o empreendimento crescer

e, ainda hoje, fi ca nas ruas

ADVOGADA

Camila estava no segundo dia

do emprego, mas seu objetivo

é estudar Direito

EMPREENDEDORISMO

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Caminho para legalização

Em julho de 2009 entrou em vigor a figura do microempreendedor individual. Foi criado para pessoas que trabalham por conta própria e querem formalizar um pequeno negócio, com benefícios e deveres. Pagando os tributos, os direitos previdenciários ficam garantidos. O em-preendedor formalizado como MEI deve ter receita bruta anual de até R$ 36 mil, não ter sócio, não abrir filial e pode ter um funcionário que recebe até um salário mínimo mensal ou piso da categoria.

Porém, a obtenção do CNPJ e a ins-crição na Junta Comercial, resultados do processo, não garantem que o vendedor ambulante terá autorização para comer-cializar produtos ou serviços em espaços públicos. “Nós os dividimos por área, sem causar um transtorno no local. Por exemplo, estudamos uma praça e vemos a quantidade de ambulantes que podem fi-car ali sem que prejudique o urbanismo e o bem-estar da população que precisa passar pelo local”, explica Alexandre Mansur, sobre a atual situação em Três Rios.

Para quem pretende se legalizar, ele conta como proceder. “Antes de ir ao Se-brae e iniciar o processo do microempre-endedor individual, a pessoa deve passar nas secretarias de Fazenda e de Ordem Pública para saber da viabilidade do local onde pretende estabelecer sua carrocinha ou banca de produtos”. Na atual gestão, Mansur diz que já houve 50 autorizações para exercício da profissão em ambientes públicos. “Chego a ter 400 pedidos de pes-soas querendo se formalizar e ter um lugar fixo, mas não podemos liberar. Se aconte-cer isso, a cidade ficará desordenada”, ex-plica. Para o futuro, o secretário conta que há um projeto, ainda em fase de estudo, para a criação de uma área destinada aos ambulantes, o que permitiria mais vagas.

Um resultado da fiscalização que acon-tece no município surgiu alguns dias após a apuração da matéria, quando o portal Três Rios Online colocou em sua página principal uma notícia sobre a “Operação Choque de Ordem”. Uma foto mostrava o material apreendido horas antes. Ele per-tencia a um dos vendedores ambulantes que você acabou de conhecer.

O CANTOR

Marcos Valentim só terá seus

CDs novamente em março

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EvoluçãosucessivaDados do Censo 2010 mostram que a população de Três Rios passou de 71.976, em 2000, para 77.503, mas o crescimento da cidade vai além deste número. São novas empresas, oportunidades, questões a serem pensadas e a necessidade de novos olhares. Embora Três Rios viva um amplamente divulgado “momento mágico”, o desenvolvimento acontece como fruto de trabalhos de um passado recente e com a atenção especial voltada a problemas que possam surgir.

POR FREDERICO NOGUEIRA E RAFAEL MORAES

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ECONOMIA

Se Três Rios fosse um ser humano, teria encontrado na terceira ida-de seus melhores dias. Seria um senhor que, após ter uma história

de sucesso no meio da vida e passar por uma crise pessoal, encontrou o incentivo para continuar a viver e voltar à boa for-ma. Aos 73 anos, a cidade é considerada uma das mais promissoras do Estado do Rio de Janeiro, embora esteja localizada a duas horas da capital, não tenha a eco-

nomia baseada em poços de petróleo, nem belas paisagens praianas que

componham seu visual. A famo-sa “esquina do Brasil” volta

a ter grande movimento. A “princesa do Vale do Paraí-ba” passa a receber olhares de todos os cantos.

Quem esteve fora e está de volta à cidade, com certeza se surpre-

endeu pela quantidade de obras públicas e novos in-

vestimentos imobiliários. As ruas vazias da cidade, antes

pacata, deram lugar a um muni-cípio voltado para turismo de ne-

gócios, oportunidades de trabalho e polo educacional na região. “Este é

um reflexo do trabalho que nossa equi-pe tem desempenhado. No entanto, não há uma fórmula para este sucesso atual.

O que posso adiantar é que temos tra-balhado muito para isso. Aproveitamos o que tínhamos de melhor no governo passado e buscamos novos investimen-tos para a cidade”, conta o atual prefeito Vinicius Medeiros Farah.

O professor e economista Celso Jacob governou a cidade entre 2001 e 2008, quando o crescimento do município passou a ser notado. Um dos principais setores que recebeu atenção especial durante o período foi o da educação. “Muitos falavam comigo que queriam emprego, não educação. Mas eu explica-va que, para ter um emprego bom, seria necessário investir na educação. Quando uma empresa toma a decisão de contra-tar alguém, não aceita qualquer um. A população precisa estar pronta para as vagas, precisa estar profissionalizada”. Foi neste período que a cidade começou a receber cursos superiores e técnicos. Enquanto isso, Celso iniciava o proces-so que culminaria na chegada de novas indústrias. “Fizemos um trabalho de

infraestrutura para receber os empresá-rios. Eles não chegam porque a cidade é simpática ou o prefeito é bonito, mas, sim, porque encontram base e segurança para investir. Enxergam a perspectiva de bons negócios. A redução do ICMS foi importante, mas sozinha não resolveria. Existem outros municípios na região que possuem o mesmo incentivo, mas não têm essas condições para recebê-los”, diz, citando a Lei Rosinha.

Em 2005, a governadora Rosinha Garotinho sancionou a lei nº 4.533, de 04/04/2005, que “dispõe sobre a política de recuperação econômica de municípios fluminenses e dá outras providências”, conforme diz o texto. Esta cita alguns mu-nicípios do estado onde os estabelecimen-tos industriais passam a ser beneficiados com a redução do ICMS de 19% para 2%.

Para a inclusão de Três Rios, o proje-to dizia que “de fato, diante dos impor-tantes benefícios concedidos, não resta outra alternativa às empresas, que a pre-ferência recaia sobre aqueles municípios cujo tratamento é diferenciado, fazendo com que os municípios de Três Rios e Paraíba do Sul por suas proximidades à aqueles municípios beneficiados por esta lei, deixe de ser atrativos, fato que vem ocorrendo com certa frequência, uma vez que duas empresas nos últimos quatro meses optaram em se instalar em

VALE DO PARAÍBA

Foto aérea mostra o

centro da cidade

Com o ICMS de 2%, as empresas são atraídas para a cidade

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Sapucaia depois de todos entendimentos estabelecidos com o município de Três Rios”.

Para Júlio Cezar Rezende de Frei-tas, secretário de Indústria, Comércio e Trabalho, o início do desenvolvimento aconteceu entre 2002 e 2003, antes da citada lei. “Nessa época não havia ini-ciativas dos governos, municipal e esta-dual, para restabelecimento da vocação natural da cidade, que eram os setores ferroviário e metal-mecânico. Grupos de empresários se reuniram para resolver a situação. Durante dois anos, foram feitas reuniões e, a exemplo do que existe no setor automotivo em Resende e do na-val em Angra dos Reis, foi criado, aqui, o programa ‘Rio ferroviário’, que dá incentivo fiscal do Estado do Rio para toda a cadeia produtiva do setor. Foi a partir deste momento que a cidade co-meçou a viver a recuperação industrial”.

O prefeito Vinicius Farah relembra os momentos que antecederam o desenvolvi-mento. “Nossa cidade viveu, nas últimas décadas, o que, hoje, diagnosticamos cla-ramente como o impacto da concentração excessiva em três grandes indústrias que sustentavam a economia local. Tempos di-fíceis foram experimentados quando estas empresas, em seus processos de falência, fecharam mais de 12 mil postos de tra-balho, levando o município à estagnação econômica e social por mais de 20 anos. O comércio, com foco no varejo local, teve impacto direto nas vendas e foi tes-temunha do desespero de muitos chefes de família”, recorda ele que, neste período, entrava na vida pública, como vereador.

Carlos Malta é presidente do Sindicato d o s

Comerciários de Três Rios, Levy Gaspa-rian, Paraíba do Sul e Areal, e mostra o impacto do desenvolvimento do municí-pio no setor, responsável pela manutenção da economia durante os anos difíceis do município. “Havendo mais empregos na região, haverá, consequentemente, maior número de consumidores. Isso gera maior número de vendas e a necessidade de no-vas vagas para vendedores.” Malta revela que a região conta com 5.000 comerciá-rios e, destes, 1.000 são sindicalizados. Um recente levantamento da Jucerja (Jun-ta Comercial do Estado do Rio de Janei-ro) de Três Rios, mostrou que, apenas em outubro do ano passado, foram contabili-zados 116 atendimentos, dos quais 36 cor-respondem à entrada de abertura de novas empresas. Em outubro de 2010, foram constituídas 29 instituições empresariais. Ainda segundo os dados divulgados, entre outubro de 2010 e outubro de 2011, a Jun-ta trirriense contabilizou 519 processos de abertura de empresas.

Tal crescimento começou a ser pos-sível, entre outros fato-

res, devido ao governo ter buscado in-formações sobre empresas em fase de expansão e interessadas na implantação de novas unidades. Farah conta as vanta-gens que Três Rios teve a oferecer. “Lo-gística de escoamento para todo o terri-tório nacional, proximidade aos centros de fornecimento de recursos humanos, matérias-primas e insumos, alto nível em segurança, excelente malha bancária e institucional, estímulos patrimoniais, in-centivos à ocupação dos Distritos Indus-triais e apoio em infraestrutura, além de incentivos fiscais municipais e estaduais. Tudo isso veio contribuir para o fortale-cimento do comércio, que vem atraindo interesse de grandes redes e fortalecendo os comerciantes locais”. O pensamento é logo completado por Júlio Cezar. “A úl-tima grande conquista que tivemos foi a Nestlé. Corremos atrás e fizemos contatos para convencer a diretoria da empresa a

vir para cá. O mu-

CENTRO

O desenvolvimento pode

ser notado pelo número

crescente da população

IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO

Localizada no centro da cidade,

é um dos cartões-postais

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ECONOMIA

nicípio se preparou ao longo dos anos para receber esses investimentos. Sempre se falou que Três Rios é a es-quina do Brasil, mas nin-guém havia olhado para essa esquina como tem

acontecido hoje”, finaliza, citando a célebre frase de

Juscelino Kubitschek.Teófilo Henrique Pereira

de Paula, coordenador de Ciên-cias Econômicas do ITR/UFRRJ

(Instituto Três Rios/ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), ex-

plica: “é uma combinação entre o bom desempenho da economia nacional e as políticas de cunho regional que vem sen-

do adotadas. As chances de sucesso na implementação de políticas de incentivo local tendem a aumentar num cenário de crescimento econômico. As políticas locais desempenham um papel decisivo quando uma empresa toma a decisão de um novo empreendimento. Três Rios pa-rece estar aproveitando bem as oportu-nidades do momento”. Teófilo destaca, ainda, que a localização do município é, de fato, um forte atrativo para os in-vestidores. “Este é um elemento de com-petitividade para as empresas, uma vez que impacta diretamente na estrutura de custos. A proximidade em questão reduz os custos de transporte, tanto de insumos quanto de produtos finais. Em suma, a associação destes fatores é que explica o atual cenário de crescimento. De forma isolada, dificilmente teríamos este resul-tado”, finaliza.

Para contribuir ainda mais com a che-gada de novos investidores, o governo busca auxiliar de forma a facilitar os pró-prios empresários. “O benefício fiscal é para quem adquire matéria prima dentro do Estado do Rio de Janeiro. Se o mate-rial está fora, gera custos. Então, estamos conseguindo trazer empresas que vendem para outras que estão aqui, o que também favorece a chegada de novas”, Explica o secretário de Indústria e Comércio.

Um dos resultados do processo de crescimento da cidade pode ser visto em José Bianchi Junior, engenheiro indus-trial. Trabalhando há 23 anos no ramo de embalagens plásticas, mora em São Paulo e passa 26 dias do mês em Três Rios, onde atua como gerente industrial há um ano e meio. “Vejo oportunidades em várias áreas, como na comercial, já que, com a chegada de novas empresas, peças de reposição serão necessárias; na educacional, para cursos profissionali-zantes e de complementação profissio-nal; de saúde, em unidades de pronto

atendimento, hospitais, clínicas e farmá-cias e no setor financeiro, com institui-ções de investimentos na cidade e para quem está começando”, enumera.

Outro recém-chegado ao município é Vinicius Silveira Marques, administra-dor e sócio-diretor de uma indústria de vidros planos para construção civil. Na-tural do Rio de Janeiro, ele sentiu a dife-rença entre o grande centro e o interior. “Um ponto positivo que percebi quando cheguei aqui, foi o acolhimento do povo trirriense, o que certamente contribuiu muito para minha adaptação”. Assim como José Bianchi, Vinicius vê novos negócios surgindo. “Penso que o mer-cado imobiliário tem, e terá por longo prazo, um crescimento exponencial. O setor hoteleiro apresenta uma gama de oportunidades. O setor de entretenimen-to também apresenta uma janela a ser aberta, seja através de eventos, como os que estão sendo realizados, ou através de novos negócios e franquias”.

Rafael Chapinoti também chegou com os novos ares do desenvolvimento. Insta-lou sua empresa em Três Rios em 2007, sendo uma das precursoras do “grande boom”. Hoje ela conta com 105 colabo-radores. “O interesse pelo local surgiu com o incentivo fiscal e pela prefeitura, que mostrou comprometimento com as empresas que viessem para a cidade”, diz ele, que ainda citou as vantagens apon-

Entre outubro de 2010 e 2011, a Junta Comercial trirriense contabilizou 519 novas empresas

EDUCAÇÃO

Celso Jacob baseou o

desenvolvimento econômico

na qualifi cação profi ssional

APOIO ÀS NOVAS EMPRESAS

Para Júlio Cezar é importante

colocar compradores próximos a

produtores de matérias-primas

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De acordo com o prefeito, a logística

de escoamento para todo o território

nacional ajuda atrair novas empresas

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tadas por Farah. “Estar em Três Rios ajuda a empresa ficar presente num polo industrial em grande expansão, em man-ter nossa forte atuação em todo o estado. A empresa acredita que estamos em um novo ciclo que veio para crescer com a região”, completa Chapinoti.

Embora satisfeito com a escolha, Ra-fael aponta problemas a serem soluciona-dos. “As vias do centro da cidade quase sempre estão engarrafadas e também é necessário resolver a dificuldade de achar locais para estacionamento público. Ou-tro ponto muito importante, e que precisa ser resolvido pelos empresários, é a rede hoteleira da cidade, com poucos leitos, que já não atendem a demanda e as exi-gências dos hóspedes atuais”. Ele aponta, ainda, que restaurantes e opções de lazer são outros campos a serem expandidos.

Ciente dos problemas que ainda exis-tem, Vinicius Farah comenta o papel do poder público na decisão das questões. “Certamente não será possível resolver todos os problemas estruturais de 73 anos de história de um município. Mas, com

muita sensibilidade e vontade de transfor-mar metas em realizações, estamos conse-guindo grandes conquistas. Todas as áreas estão recebendo investimentos. Educação, cultura, lazer, esporte, saúde, meio am-biente, promoção social, segurança públi-ca, obras, transportes e infraestrutura estão crescendo na mesma velocidade”.

Sobre as reclamações de buracos nas ruas que chegam diariamente nos veícu-los de imprensa, a secretaria de Obras e Habitação informa que o “Programa Asfalto para Todos” contemplará mais de 300 ruas em todos os bairros, se tor-nando o maior programa de pavimen-tação já realizado na história de Três Rios. “Serão duas frentes de trabalho, reunindo equipes de Obras, Serviços Pú-blicos, Transportes, Saaetri e Meio Am-biente. O cronograma foi aberto no final

de 2011 no bairro Moura Brasil e segue para Ponto Azul, Ponte das Garças, Pi-lões, Triângulo, Vila Isabel, Rua Direita e Morro do Ataulfo. Ao mesmo tempo, outra frente atende os bairros Monte Castelo, Caixa D´Água, Cantagalo, San-ta Terezinha, Cidade Nova, Boa União, Mirante Sul e Purys. Dentro desta subdi-visão, a partir dos bairros citados, todos as localidades no entorno serão atendi-das”, diz a nota enviada para a redação.

Com o aumento do número de pesso-as e empresas, cresce, também, o volu-me de lixo produzido. Com isso, a preo-cupação com as formas de descarte dos resíduos surgiram e um aterro sanitário já foi projetado. “A implantação e opera-cionalidade do aterro estão sendo geridas por meio de Consórcio Público Intermu-nicipal de Gestão de Resíduos Sólidos na região. O objetivo é a implantação e operação do sistema de tratamento dos resíduos através da construção de aterro sanitário no município, cujo projeto pre-vê ainda a aquisição de equipamentos e ações de educação ambiental. Receben-

do investimentos na ordem de R$ 7 milhões, Três

Três Rios vai receber um aterro sanitário no município, cujo projeto prevê ainda a aquisição de equipamentos e ações de educação ambiental

INDÚSTRIAS

Com as condições adequadas, município

atrai investidores e gera empregos

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NESTLÉ

A empresa é a promessa para

reaquecer a bacia leiteira da região

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as manifestações culturais que, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, serão multiplicados na proporção do talen-to da população trirriense. O turismo local

vem recebendo fortes incentivos, especial-mente através da elaboração do projeto de sinalização turística e da criação do Polo Gastronômico, que atualmente reúne os

empresários do setor em ações que visam principalmente atender à forte demanda do setor, como fator de geração de emprego e renda”, diz a nota enviada pelo setor.

Com tudo o que aqui foi mostrado, Vinicius Farah exibe sua satisfação ao pensar no futuro de Três Rios. “Um mu-nicípio que hoje abriga grandes empresas como a Nestlé, estabeleceu bases fortes para seu crescimento. Com tudo isso é possível antecipar que, em um futuro próximo, o município estará fortemen-te capitalizado, graças à arrecadação de impostos provenientes das empresas que hoje se instalam na cidade”.

“Parado na esquina” é apenas uma le-tra de funk ou um passado já remoto. O movimento não para na esquina do Bra-sil. Se fosse um senhor de 73 anos, olharia para o passado e veria que tudo foi ne-cessário para que pudesse sorrir hoje. E o melhor, olharia para a herança que fica para as próximas gerações. Afinal, esta é ou não é a melhor idade?

EVOLUÇÃO DO EMPREGO EM TRÊS RIOS

5.000

2003 2004 2005 2006 2008 2009 20102007

6.000

7.000

8.000

9.000

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Pessoas

Anos

7.428

9.0828.773

6.209

7.156

8.5668.937

12.025

(Fonte: MTE/ Cadastro geral de admitidos e demitidos)

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ECONOMIA

Rios foi a cidade definida pelo Governo do Estado por sua localização estratégi-ca e por oferecer uma área de 67.278,22 m²”, diz o comunicado enviado pela se-cretaria de Meio Ambiente.

Teófilo Henrique mostra o principal ponto positivo do desenvolvimento da cidade. “Verificamos uma elevação da renda. No entanto, a importância do plane-jamento e do acompanhamento dos desdo-bramentos do processo não pode ser esque-cida. Destaco o caso da fábrica da Nestlé. Existe uma grande expectativa quanto à reativação da bacia leiteira do município. Penso que, de fato, as oportunidades estão colocadas, mas, ao mesmo tempo, a explo-ração deste potencial, em sua plenitude,

dificilmente será alcançada sem o devido suporte aos produtores”.

Por isso, para preparar não apenas produtores de leite, mas,

sim, qualquer um que esteja disposto a se beneficiar com o crescimento econômico da cidade, os investimen-tos na educação continu-am sendo feitos. A rede municipal conta com 10,5

mil alunos, que estão divi-didos em educação infantil,

básica e, até mesmo, em um curso de idiomas gratuito. O

município conta, ainda, com cur-sos superiores, entre privados e

públicos, como no caso do campus da UFRRJ, com investimento de R$

8 milhões do Governo Federal. “Fazen-do jus à estratégia de reverter a descrença

do jovem na potência de nossa economia,

investimos em programas de qualificação profissional como o Projovem Trabalha-dor e Cursos Técnicos Profissionalizantes que todos os anos inserem no mercado de trabalho milhares de profissionais capaci-tados”, disse o prefeito.

A saúde é um problema de todo o território nacional, uma fatal realida-de trirriense, mas as USF (Unidades de Saúde da Família) dos bairros, prestam o primeiro atendimento aos pacientes. Segundo nota da secretaria, “as USFs possuem atendimento programado por meio de agendamento das consultas para atender demandas de grupos prioritários (diabéticos, hipertensos e outros) para acompanhamento pelas equipes. Em casos específicos, após o atendimento, os pacientes são encaminhados para os serviços especializados. Os encaminha-mentos são enviados para a coordenação

da Estratégia de Saúde da Família, que agenda o atendimento e repassa para as USF. As equipes de saúde da família informam ao paciente a data e horário agendado para as consultas especiali-zadas por meio das visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde”. Ainda assim, existem reclama-ções como a de Ruth Rodrigues, 69 anos, que a Revista On encontrou no posto de saúde central, enquanto aguardava a con-sulta para o filho. “Não está boa. Às ve-zes, quando precisamos de um especialis-ta, temos que esperar dois ou três meses”.

Em termos estatísticos, nos últimos três anos, a Saúde contabilizou 248.298 consultas realizadas por médicos nas Unidades Básicas de Saúde, 276.216 re-alizadas por especialistas e 171.770 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Inaugurada no final de 2009, ela tem funcionado como uma das melhores em conceito do Estado do Rio de Janeiro.

Com as transformações em todas as áreas já citadas, a cultura também está em avanço. Depois do resgate do Carnaval, a cidade experimenta o ressurgimento da exposição que, em 2011, levou ao parque de exposições aproximadamente 300 mil pessoas nos cinco dias de festa. No ano passado, a cidade contou com as primei-ras edições de festivais nacionais de dan-ça, música e teatro. “Desde a sua criação, na atual gestão municipal, a secretaria de Cultura e Turismo recebe, analisa e colo-ca em prática projetos de artesanato, mú-sica, teatro, artes plásticas, dança e todas

VIADUTO

No centro acontece a mais

visível obra no momento

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UPA

A unidade de Três Rios

é referência no estado

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as manifestações culturais que, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, serão multiplicados na proporção do talen-to da população trirriense. O turismo local

vem recebendo fortes incentivos, especial-mente através da elaboração do projeto de sinalização turística e da criação do Polo Gastronômico, que atualmente reúne os

empresários do setor em ações que visam principalmente atender à forte demanda do setor, como fator de geração de emprego e renda”, diz a nota enviada pelo setor.

Com tudo o que aqui foi mostrado, Vinicius Farah exibe sua satisfação ao pensar no futuro de Três Rios. “Um mu-nicípio que hoje abriga grandes empresas como a Nestlé, estabeleceu bases fortes para seu crescimento. Com tudo isso é possível antecipar que, em um futuro próximo, o município estará fortemen-te capitalizado, graças à arrecadação de impostos provenientes das empresas que hoje se instalam na cidade”.

“Parado na esquina” é apenas uma le-tra de funk ou um passado já remoto. O movimento não para na esquina do Bra-sil. Se fosse um senhor de 73 anos, olharia para o passado e veria que tudo foi ne-cessário para que pudesse sorrir hoje. E o melhor, olharia para a herança que fica para as próximas gerações. Afinal, esta é ou não é a melhor idade?

EVOLUÇÃO DO EMPREGO EM TRÊS RIOS

5.000

2003 2004 2005 2006 2008 2009 20102007

6.000

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7.156

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(Fonte: MTE/ Cadastro geral de admitidos e demitidos)

Rios foi a cidade definida pelo Governo do Estado por sua localização estratégi-ca e por oferecer uma área de 67.278,22 m²”, diz o comunicado enviado pela se-cretaria de Meio Ambiente.

Teófilo Henrique mostra o principal ponto positivo do desenvolvimento da cidade. “Verificamos uma elevação da renda. No entanto, a importância do plane-jamento e do acompanhamento dos desdo-bramentos do processo não pode ser esque-cida. Destaco o caso da fábrica da Nestlé. Existe uma grande expectativa quanto à reativação da bacia leiteira do município. Penso que, de fato, as oportunidades estão colocadas, mas, ao mesmo tempo, a explo-ração deste potencial, em sua plenitude,

dificilmente será alcançada sem o devido suporte aos produtores”.

Por isso, para preparar não apenas produtores de leite, mas,

sim, qualquer um que esteja disposto a se beneficiar com o crescimento econômico da cidade, os investimen-tos na educação continu-am sendo feitos. A rede municipal conta com 10,5

mil alunos, que estão divi-didos em educação infantil,

básica e, até mesmo, em um curso de idiomas gratuito. O

município conta, ainda, com cur-sos superiores, entre privados e

públicos, como no caso do campus da UFRRJ, com investimento de R$

8 milhões do Governo Federal. “Fazen-do jus à estratégia de reverter a descrença

do jovem na potência de nossa economia,

investimos em programas de qualificação profissional como o Projovem Trabalha-dor e Cursos Técnicos Profissionalizantes que todos os anos inserem no mercado de trabalho milhares de profissionais capaci-tados”, disse o prefeito.

A saúde é um problema de todo o território nacional, uma fatal realida-de trirriense, mas as USF (Unidades de Saúde da Família) dos bairros, prestam o primeiro atendimento aos pacientes. Segundo nota da secretaria, “as USFs possuem atendimento programado por meio de agendamento das consultas para atender demandas de grupos prioritários (diabéticos, hipertensos e outros) para acompanhamento pelas equipes. Em casos específicos, após o atendimento, os pacientes são encaminhados para os serviços especializados. Os encaminha-mentos são enviados para a coordenação

da Estratégia de Saúde da Família, que agenda o atendimento e repassa para as USF. As equipes de saúde da família informam ao paciente a data e horário agendado para as consultas especiali-zadas por meio das visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde”. Ainda assim, existem reclama-ções como a de Ruth Rodrigues, 69 anos, que a Revista On encontrou no posto de saúde central, enquanto aguardava a con-sulta para o filho. “Não está boa. Às ve-zes, quando precisamos de um especialis-ta, temos que esperar dois ou três meses”.

Em termos estatísticos, nos últimos três anos, a Saúde contabilizou 248.298 consultas realizadas por médicos nas Unidades Básicas de Saúde, 276.216 re-alizadas por especialistas e 171.770 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Inaugurada no final de 2009, ela tem funcionado como uma das melhores em conceito do Estado do Rio de Janeiro.

Com as transformações em todas as áreas já citadas, a cultura também está em avanço. Depois do resgate do Carnaval, a cidade experimenta o ressurgimento da exposição que, em 2011, levou ao parque de exposições aproximadamente 300 mil pessoas nos cinco dias de festa. No ano passado, a cidade contou com as primei-ras edições de festivais nacionais de dan-ça, música e teatro. “Desde a sua criação, na atual gestão municipal, a secretaria de Cultura e Turismo recebe, analisa e colo-ca em prática projetos de artesanato, mú-sica, teatro, artes plásticas, dança e todas

VIADUTO

No centro acontece a mais

visível obra no momento

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A unidade de Três Rios

é referência no estado

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PUBLIEDITORIAL

Itaipava tem experimentado o cresci-mento econômico nos últimos anos. O reflexo está nas vendas do comér-cio e na valorização de imóveis. O

preço do metro quadrado pode ser com-parado ao de bairros de alto padrão na ca-pital do estado. Nos últimos cinco anos o setor imobiliário registrou valorização de até 30% no preço dos imóveis. Segundo o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, o metro qua-drado em Itaipava já custa R$ 4.500.

Em aproximadamente três semanas de divulgação do novo residencial do Granja Brasil Resort, 100 unidades já fo-ram vendidas. Os apartamentos são cerc-

cados pela Mata Atlântica, em um local privilegiado em Itaipava, com excelente infraestrutura e comodidade. A poucos metros, é possível encontrar bancos, res-taurantes, shoppings e concessionárias de carros. É perfeito para pessoas que priorizam qualidade de vida, boa mora-dia, lazer ou investimento para renda.

As obras do novo empreendimento devem ser concluídas em até 30 meses, antes do inicio da Copa do Mundo de Futebol, em 2014.

O prédio será construído no terreno do Granja Brasil Resort, em um complexo que já conta com mais de 400 residências.

Para quem adquirir esse investimento, poderá desfrutar de uma ampla variedade em lazer que inclui piscina semi olímpica, infantil, hidromassagem, saunas, fitness center, centro de tênis, quadra poliespor-tiva, campo de futebol society, quadra de vôlei de praia, churrasqueira, pista de cor-rida, Spa e escola bilíngue João de Barro.

Sem deixar de falar do centro gastronômi-co, onde se encontram os melhores restau-rantes da região, como o Club do Filét, o restaurante Deck, restaurante Wine Store e o Chez Bonbon. Para aqueles que apre-ciam um bom vinho, oferecemos umas das maiores e renomadas adegas da região, a Quinta do Escanção, com mais de 5.000 garrafas e mais de 1.000 rótulos. Visi-tantes também podem conferir o Clarion Itaipava, o hotel cinco estrelas do Granja Brasil Resort, já em funcionamento.

Com certeza, o Granja Brasil é um con-ceito de vida, localizado em uma das regi-ões mais aconchegantes da serra carioca, porque morar ou investir em algo junto a Mata Atlântica e com uma estrutura com-pleta para a família, é uma experiência úni-ca. Preço excelente, qualidade, segurança e certeza de retorno. Visite-nos e conheça o que há de melhor em complexos residen-ciais para o seu futuro investimento.www.granjabrasil.com.br

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Em breve, mais um empreendimento do Granja Brasil Resort estará pronto na melhor localização de Itaipava. Oportunidade única para quem busca um excelente investimento com alta valorização imobiliária.

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Em aproximadamente três semanas

100 unidades foram vendidas

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um hotel cinco estrelas

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FOTOS DIVULGAÇÃO

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Câmara Municipal de Areal devolveu mais de R$ 300 mil ao executivo

A Câmara Municipal de Are-al devolveu aos cofres pú-blicos, a quantia de R$ 319.779,41 (trezentos e de-

zenove mil setecentos e setenta e nove reais e quarenta e um centavos), referen-te à economia e responsabilidade quanto ao uso do dinheiro público pela casa de Leis durante o ano de 2011, dentro do orçamento previsto.

A devolução foi feita no dia 29 de dezembro de 2011 pelo presidente da câmara, José Adilson Soares (PP), o Adilson Golden Cross, à secretaria de Fazenda e Planejamento.

Segundo o presidente da câmara, “a devolução foi possível devido à excelen-te utilização dos materiais de consumo e outras medidas que contaram com a colaboração de todos os vereadores, fun-cionários e assessores. Usamos apenas o

que foi necessário para o bom andamen-to do trabalho legislativo”.

Adilson ainda ressaltou que o dinhei-ro foi muito bem concebido pela câmara e a devolução do que sobrou, faz parte do processo de regimento do Poder Le-gislativo. “Se sobrar dinheiro vamos de-volver tudo novamente, porque o dinhei-ro é do povo e não pode haver sobras no serviço público”, afirmou.

Fala-se em devolução de dinheiro porque o orçamento da câmara é manti-do por recursos encaminhados pela pre-feitura, conforme o que é de direito do legislativo, dentro dos percentuais.

Ao fazer a entrega, o presidente fez algumas sugestões ao executivo a serem empregadas a partir dos recursos devol-vidos, como a aquisição de um terre-no para construção de uma escola e de uma quadra coberta, bem como de um

FOTOS ASSESSORIA

PROBIDADE

“Se sobrar dinheiro vamos devolver tudo

novamente”, garante o presidente da

câmara, José Adilson Soares

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PSF (Posto Saúde da Família) no bairro Portões. “Tudo irá depender do entendi-mento do executivo, mas esperamos ser atendidos neste pedido”.

Para o prefeito Laerte Calil, esta con-tribuição é muito importante “primeiro porque todo e qualquer valor que a pre-feitura arrecada é muito bem investido. Segundo porque demonstra a serieda-de da administração do presidente José Adilson Soares, como gestor da Câma-ra Municipal de Areal. Como cidadão, tenho que cumprimentar os vereadores pela seriedade do trabalho e pela gestão financeira que vem sendo feita”.

E em relação às propostas, Laerte disse que há atenção aos pedidos feitos pelos vereadores, pois o que vem sendo demonstrado pela atual legislatura é uma verdadeira parceira em prol do municí-pio. “Nós temos um cronograma com prioridades estabelecidas, mas há boas chances daquele local ser contemplado, sem falar que sempre respeitamos e pro-curamos atender as sugestões da câmara”.

Para o presidente José Adilson, o va-lor devolvido à prefeitura, uma quantia significativa, demonstra o trabalho sério que vem sendo feito pela Casa Legislati-va. Um serviço de seriedade e responsa-

bilidade, fruto do empenho e comprome-timento de todos os vereadores, da mesa diretora, funcionários e assessores.

“É um momento de muita alegria, pois por um lado vemos que o dinheiro da câmara está sendo bem administrado, sem exageros e desperdícios. Por outro, é bom poder colaborar com o executi-vo, que poderá investir esse montan-te [mais de R$ 300 mil] em melhorias para a cidade e para a população. E é isso que esperamos que aconteça, pois é o Poder Legislativo trabalhando para o desenvolvimento de Areal”, salienta José Adilson.

RESTITUIÇÃO

A câmara arealense devolveu R$ 319.779,41 aos cofres públicos

Câmara Municipal de ArealDe portas abertas para o cidadão arealense

As reuniões da câmara retornam no dia 15 de fevereiro e acontecem às segundas e quartas-feiras, sempre às 19h.

A participação da população é fundamental para o crescimento de nossa cidade! Participe das reuniões.

Acesse: www.cma.rj.gov.br

PUBLIEDITORIAL

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As reféns do

álcoolElas são mais de 97 milhões no Brasil. Em Três Rios, o número de mulheres aumentou 8,7% entre 2000 e 2010, conforme os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística). Geralmente são vaidosas. Com suas unhas bem arrematadas e cabelos cuidadosamente penteados, combinam a roupa da moda com a cor do sapato, chinelo, tamanco, rasteirinha ou qualquer outro aparato dos pés. Quando uma foge a esse perfi l, algo está errado. A falta de zelo com a casa, o corpo, além da perda de confi ança pelos familiares, são as principais características dessas mulheres reféns do álcool.

POR RAFAEL MORAES

Ah! O primeiro gole. A “bran-quinha” no copo é uma ten-tação e o ingrediente perfeito para comemorar as vitórias e o

único remédio para terminar um dia estres-sante no serviço ou, quem sabe, para fugir dos problemas diários. Seja este ou aquele, as dependentes do álcool usam as adver-sidades da vida para justificar o fracasso diante ao vício que culmina em conflitos sociais e comorbidades incuráveis.

A pesquisadora Ivanira de Souza Araú-jo é mestre em sociologia pela Universida-de de São Paulo. Em sua tese, apresentada em 2008, mostra que o Brasil apresenta mais de 5 milhões de dependentes e o con-sumo de bebidas alcoólicas é o principal fator de redução da expectativa de vida. “Atualmente, um terço dos estudantes de-clara sua iniciação à bebida entre os 10 e 12 anos. Na década passada a média de ini-ciação era de 14 anos”, revela. Para defen-der sua ideia, ela escolheu as salas do AA (Alcoólicos Anônimos), pois aponta que seus frequentadores admitem sua condição de dependentes. Apesar de não focar em

jovens e mulheres, a pesquisadora deixou o alerta sobre a necessidade futura de um estudo sobre esses casos. O Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira revela que “o consumo nocivo de bebida é respon-sável por cerca de 3% de todas as mortes que ocorrem no planeta, incluindo, desde cirrose e câncer hepáticos, até acidentes, quedas, intoxicações e homicídios”.

A dependência química é um transtorno biológico, psicológico e social, ou seja, “o transtorno de dependência de substâncias psicoativas (listado no CID-10 - Classifi-cação Internacional de Doenças da Orga-nização Mundial da Saúde) é um conjunto de fenômenos comportamentais, mentais e físicos que se desenvolvem após repetido consumo, ou seja, age no sistema nervoso central, alterando o funcionamento cere-bral”, explica a psicóloga especialista em psicoterapia psicodinâmica breve, Daniela Faria. Ainda de acordo com ela, a síndrome de dependência está associada ao desejo de utilizar a bebida e à dificuldade de contro-lar o consumo, apesar das suas consequên-

cias negativas.A camareira aposentada A.A.S., 66

anos, e a vendedora L.A.A.V., 30, são per-sonagens que passam ou já passaram por esta doença. O nome dessas mulheres foi abreviado para manter em sigilo suas iden-tidades. Na da entrevista, realizada no dia 18 de outubro, A.A.S. comemorava um mês que estava em tratamento no Capsad (Centro de atenção psicossocial- álcool e drogas) em Três Rios. L.A.A.V., é adepta ao AA, uma irmandade de homens e mu-lheres que compartilham suas experiên-cias, forças e esperanças, a fim de resolver um problema comum e ajudar outros a se recuperarem do vício.

O alcoolismo é considerado uma doença que não tem cura, no entanto, com auxílio de terapias e até mesmo de remédios, o pa-ciente consegue se manter sóbrio. “É fator de risco para a morte prematura e incapaci-dade no mundo. Produz violência, atingin-do as faixas etárias mais jovens em ambos os sexos e soma uma grande quantidade de gastos em ações e serviços públicos de saúde para o atendimento desta morbidade.

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Traz sofrimento psíquico tanto ao usuário como a todos de sua convivência”, revela a especialista em pesquisa na temática do uso de Álcool e Drogas pela CICAD/Or-ganização dos Estados Americanos, Delma Perpétua Oliveira de Souza.

Perpétua desenvolveu uma pesquisa com as adolescentes em Cuiabá, Mato Grosso. Ela verificou maior consumo de bebida no sexo feminino entre as que tra-balham, relacionadas aos homens. Sobre o Levantamento Nacional, realizado pela Se-cretaria Nacional Antidrogas, 35% dos ado-lescentes consomem bebidas alcoólicas ao menos uma vez no ano. O mesmo trabalho aponta que começar a beber em idade pre-coce é um fator importante em problemas futuros relacionados ao vício. Contextuali-zando para a realidade trirriense, L.A.A.V., começou a beber aos 15 anos. “Bebia even-tualmente com colegas. Era aquela farra e foi se agravando, aumentando a compul-são. Depois conheci a droga”, conta ela que tem três filhos. Em sua família, o vício do marido só agravava ainda mais a doença. “Os problemas relacionados ao consumo de bebida exercem profundo efeito sobre a família do alcoolista. O cônjuge e os fi-lhos são os que mais sofrem. Eles nunca sabem qual será o comportamento do alco-olista ao sair de um bar”, elucida a doutora Delma Perpétua. Ainda de acordo com ela, a imprevisibilidade do que irá acontecer gera estresse e resulta em um abalo das re-lações na dinâmica familiar. “Pode surgir ansiedade, autoestima baixa. Geralmente

as crianças apresentam baixo rendimento escolar. Na adolescência, comportamentos inadequados, entre eles, violência e uso de drogas, pois os intensos conflitos centrados no álcool produzem, nas crianças e adoles-centes, atitudes conflitantes”, completa. “O alcoolismo é reflexo de uma perturbação social profunda com consequências pesso-ais e sociais amplas”, completou Ivanira de Souza Araújo em sua pesquisa.

“Quando íamos para os botequins, eu levava minhas filhas. Elas eram pequeni-nas. Ficávamos tarde da noite nos bares. Enquanto não fechava, não saíamos. Às ve-zes ficavam com fome”, conta a vendedora ao confessar ter perdido um apartamento por causa da bebida alcoólica. Depois de três anos e quatro meses de abstinência, diz ter conseguido realinhar a vida e recuperar o tempo perdido. “Agora tenho uma casa própria, tenho um carro, mercadoria para vender. Antes, eu passei fome. Minhas fi-lhas já comeram farinha com água. Comia pão puro. Meu armário vivia vazio. Minha geladeira só tinha água”, relembra os tem-pos difíceis.

Alcoólicos Anônimos

“Trim, trim, trim”, toca o sino e come-ça a reunião. O AA mais parece uma reu-nião religiosa. No entanto, o que menos importa é a classe social, cor ou crença. Para os frequentadores, basta a vontade de se recuperar do vício. Lá, a luta é por mais 24 horas de sobriedade. No dia em que a

Revista On visitou o grupo, o marido de L.A.A.V., conduziu a reunião. Na plateia, cuja maioria era homens, apenas duas mulheres destoavam os espectadores. Em cada depoimento, a certeza da recuperação e a confirmação de que viver preso ao ál-cool, não é uma boa opção para nenhum problema. Os 12 passos, os 12 conceitos e as 12 tradições são as “regras” a serem se-guidas para se obter uma boa recuperação. “Um alcoólatra é sempre um alcoólatra”, disse um homem durante sua participação. “Quando eu vejo uma mulher bêbada na rua, vejo o meu retrato”, disse a vendedora de forma mais aberta, visto o ambiente pro-pício, sobre a situação dos demais.

Ela encontrou no AA, o remédio para interromper esse mal. Entretanto, foi atra-vés da vontade que o marido tinha em parar de beber, que ela confiou nesta filosofia. “Eu a conheci no réveillon de 2000”, disse o marido que também não quis se identi-ficar. Retrucado com a pergunta: sóbrio? “Estava bêbado [risos]”, respondeu. Neste instante, o depoimento da mãe, empresária e esposa, se tornou ainda mais forte. Tal-vez uma forma de demonstrar o quanto quer distanciar as lembranças da vida no álcool. “Só tinha vexame. Sempre crise de ciúmes. Brigávamos muito, quebrava tudo. Eu quem era agressiva. Quando ele bebia [marido], nunca ficou agressivo, nunca me bateu. Ele chegava em casa e apagava, mas eu brigava”, explica. “Aqui [AA] estamos protegidos. Há um poder maravilhoso. Tudo que eu perdi, ganhei em dobro”, ga-rante.

A camareira aposentada A.A.S., pre-feriu buscar ajuda no Capsad no centro de Três Rios. “Minha vizinha ligava para minha filha que ficava preocupada. Eu pro-metia que ia parar, mas não conseguia. Até que desta última vez não teve jeito. Ela dis-se: ‘mamãe, vou procurar uma internação para senhora’. Daí eu disse que queria mui-to parar. Pedi esse tratamento, pois estava de mais”, conta ela que estava no primeiro mês de tratamento. Para a moradora do bairro Vila Isabel, foi depois de completar 50 anos que começou a ter pressão alta. Ela atribui a hipertensão ao uso do álcool, mas o desgaste na relação familiar foi um dos fatores preponderantes para buscar ajuda. “Ficava bêbada, sem comer, sem tomar um banho, sem nada. Eu ficava até 15 dias

PERSISTÊNCIA

Na sala cheia, as duas mulheres se

destacam dentre a maioria masculina

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Traz sofrimento psíquico tanto ao usuário como a todos de sua convivência”, revela a especialista em pesquisa na temática do uso de Álcool e Drogas pela CICAD/Or-ganização dos Estados Americanos, Delma Perpétua Oliveira de Souza.

Perpétua desenvolveu uma pesquisa com as adolescentes em Cuiabá, Mato Grosso. Ela verificou maior consumo de bebida no sexo feminino entre as que tra-balham, relacionadas aos homens. Sobre o Levantamento Nacional, realizado pela Se-cretaria Nacional Antidrogas, 35% dos ado-lescentes consomem bebidas alcoólicas ao menos uma vez no ano. O mesmo trabalho aponta que começar a beber em idade pre-coce é um fator importante em problemas futuros relacionados ao vício. Contextuali-zando para a realidade trirriense, L.A.A.V., começou a beber aos 15 anos. “Bebia even-tualmente com colegas. Era aquela farra e foi se agravando, aumentando a compul-são. Depois conheci a droga”, conta ela que tem três filhos. Em sua família, o vício do marido só agravava ainda mais a doença. “Os problemas relacionados ao consumo de bebida exercem profundo efeito sobre a família do alcoolista. O cônjuge e os fi-lhos são os que mais sofrem. Eles nunca sabem qual será o comportamento do alco-olista ao sair de um bar”, elucida a doutora Delma Perpétua. Ainda de acordo com ela, a imprevisibilidade do que irá acontecer gera estresse e resulta em um abalo das re-lações na dinâmica familiar. “Pode surgir ansiedade, autoestima baixa. Geralmente

as crianças apresentam baixo rendimento escolar. Na adolescência, comportamentos inadequados, entre eles, violência e uso de drogas, pois os intensos conflitos centrados no álcool produzem, nas crianças e adoles-centes, atitudes conflitantes”, completa. “O alcoolismo é reflexo de uma perturbação social profunda com consequências pesso-ais e sociais amplas”, completou Ivanira de Souza Araújo em sua pesquisa.

“Quando íamos para os botequins, eu levava minhas filhas. Elas eram pequeni-nas. Ficávamos tarde da noite nos bares. Enquanto não fechava, não saíamos. Às ve-zes ficavam com fome”, conta a vendedora ao confessar ter perdido um apartamento por causa da bebida alcoólica. Depois de três anos e quatro meses de abstinência, diz ter conseguido realinhar a vida e recuperar o tempo perdido. “Agora tenho uma casa própria, tenho um carro, mercadoria para vender. Antes, eu passei fome. Minhas fi-lhas já comeram farinha com água. Comia pão puro. Meu armário vivia vazio. Minha geladeira só tinha água”, relembra os tem-pos difíceis.

Alcoólicos Anônimos

“Trim, trim, trim”, toca o sino e come-ça a reunião. O AA mais parece uma reu-nião religiosa. No entanto, o que menos importa é a classe social, cor ou crença. Para os frequentadores, basta a vontade de se recuperar do vício. Lá, a luta é por mais 24 horas de sobriedade. No dia em que a

Revista On visitou o grupo, o marido de L.A.A.V., conduziu a reunião. Na plateia, cuja maioria era homens, apenas duas mulheres destoavam os espectadores. Em cada depoimento, a certeza da recuperação e a confirmação de que viver preso ao ál-cool, não é uma boa opção para nenhum problema. Os 12 passos, os 12 conceitos e as 12 tradições são as “regras” a serem se-guidas para se obter uma boa recuperação. “Um alcoólatra é sempre um alcoólatra”, disse um homem durante sua participação. “Quando eu vejo uma mulher bêbada na rua, vejo o meu retrato”, disse a vendedora de forma mais aberta, visto o ambiente pro-pício, sobre a situação dos demais.

Ela encontrou no AA, o remédio para interromper esse mal. Entretanto, foi atra-vés da vontade que o marido tinha em parar de beber, que ela confiou nesta filosofia. “Eu a conheci no réveillon de 2000”, disse o marido que também não quis se identi-ficar. Retrucado com a pergunta: sóbrio? “Estava bêbado [risos]”, respondeu. Neste instante, o depoimento da mãe, empresária e esposa, se tornou ainda mais forte. Tal-vez uma forma de demonstrar o quanto quer distanciar as lembranças da vida no álcool. “Só tinha vexame. Sempre crise de ciúmes. Brigávamos muito, quebrava tudo. Eu quem era agressiva. Quando ele bebia [marido], nunca ficou agressivo, nunca me bateu. Ele chegava em casa e apagava, mas eu brigava”, explica. “Aqui [AA] estamos protegidos. Há um poder maravilhoso. Tudo que eu perdi, ganhei em dobro”, ga-rante.

A camareira aposentada A.A.S., pre-feriu buscar ajuda no Capsad no centro de Três Rios. “Minha vizinha ligava para minha filha que ficava preocupada. Eu pro-metia que ia parar, mas não conseguia. Até que desta última vez não teve jeito. Ela dis-se: ‘mamãe, vou procurar uma internação para senhora’. Daí eu disse que queria mui-to parar. Pedi esse tratamento, pois estava de mais”, conta ela que estava no primeiro mês de tratamento. Para a moradora do bairro Vila Isabel, foi depois de completar 50 anos que começou a ter pressão alta. Ela atribui a hipertensão ao uso do álcool, mas o desgaste na relação familiar foi um dos fatores preponderantes para buscar ajuda. “Ficava bêbada, sem comer, sem tomar um banho, sem nada. Eu ficava até 15 dias

PERSISTÊNCIA

Na sala cheia, as duas mulheres se

destacam dentre a maioria masculina

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N bebendo direto porque eu tenho cartão de crédito, então adquiria várias garrafas de uma vez no mercado”, contou. Ainda de acordo com ela, “comprava essas garrafas de 500 ml e bebia tudo. Se eu ficasse ton-ta, deitava, mas se conseguisse ficar de pé, bebia a outra.”

“Eu ficava em coma alcoólico. As pes-soas me chamavam em casa e nada. Eu ficava como uma morta”, alerta ela que não se cuidava. “A minha filha me abando-nava. Meu ex-marido que me ajudava, me abdicava”.

“O Capsad é um dispositivo clínico do município que atende a rede sócio assisten-cial e é uma ferramenta que trabalha com a estratégia de cuidado da redução de danos do ministério da Saúde”, explicou a psi-cóloga coordenadora do Capsad em Três Rios, Octávia Cristina Barros.

Criado em 2009, o centro de atenção psicossocial chegou a registrar no primeiro ano 312 usuários de álcool. Pelo levanta-mento da instituição, em fevereiro de 2010, foram identificados 514 dependentes. Des-

tes, 67, ou seja, 13% eram mulheres. Em setembro deste mesmo ano, foram mais 236 novos cadastrados. Entre janeiro e se-tembro de 2011, a procura pelo tratamento chegou a 35%, neste grupo estão incluídos homens e mulheres.

A.A.S. confia no trabalho desempenha-do na instituição e luta para recuperar o que o aguardente lhe roubou: a confiança das pessoas. “Eu só tive prejuízo. A be-bida me tirou tudo. Tirou-me o caráter, o crédito. As pessoas não têm credibilidade em mim”, disse emocionada em meio às lágrimas.

AA x Capsad

Apesar da recuperação não ser fácil, há mais de duas formas de acompanhamento e tratamento. De acordo com a especialista em psicoterapia psicodinâmica breve, Da-niela Faria, são eles: médico/medicamen-toso, psicológico e social. O AA e o Caps usam técnicas e ferramentas destes recur-sos citados por Faria, entretanto, há uma

diferença entre os dois. Ainda assim, não é possível dizer qual é o mais eficaz que o outro, visto que cada pessoa traz consigo uma particularidade.

“Têm pessoas que se identificam mais com o AA, outras se identificam mais com o Caps. Um é abstinência total e outro é redução de danos”, explica a coordenadora do Capsad, Barros. “Inicialmente, não exi-gimos que o usuário fique em abstinência. Nosso objetivo é alcançá-la, mas nós tra-balhamos com a diminuição do uso, gra-dativo. Muitos não conseguem interromper imediatamente, desde sua chegada. Então, reduzindo aos poucos, muitos conseguem ficar abstêmios”, completa.

Para Daniela Faria, o AA “é uma op-ção de tratamento bastante eficaz para a dependência de álcool”. A instituição, cujo tratamento consiste em reuniões de mútua ajuda, segue a filosofia dos 12 passos. “São passos simples, mas muito importantes, como admitir que tem uma doença, admitir que precisa de tratamento, fazer reparações com as pessoas que porventura tenha pre-

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judicado”, elucida. A irmandade foi criada em 1938 por

Bill Wilson e Robert Holbrook Smith, conhecido como Dr. Bob. Atualmente, são mais de 97 mil grupos locais em 150 países. Os dois foram dependentes da bebida na década de 30. O AA, embora não seja uma, assimilou e incorporou aos seus princípios básicos, alguns dos ensi-namentos espirituais e morais, comuns a todas as denominações religiosas. “Essa crença em um poder superior que ofereça suporte, conforto e direcionamento, além da possibilidade de fazer parte de um gru-po ou instituição religiosa, pode ser de grande ajuda no momento de abrir mão da droga, de escolha e reestruturação de vida”, completa Faria.

O tratamento

Apesar da preocupação de especialis-tas sobre o consumo de álcool entre as mulheres, elas ainda sofrem mais precon-

ceitos e demoram a procurar ajuda. Ainda assim, a coordenadora do Capsad, Octá-via Cristina, garante que “os alcoolistas têm mais adesão ao tratamento, diferente dos usuários de outras drogas. Normal-mente, quando eles têm o desejo de tratar e estar de uma forma diferente no mundo, vêm pela via do desejo e aparecem com frequência ao Centro, não faltam não”.

Um estudo realizado pela Uniad (Unidade de Pesquisa em Àlcool e Dro-gas) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), concluiu que mulheres usuárias que desistiram do tratamento no primeiro mês, quando comparadas às não desistentes, fizeram mais uso de fer-mentados ou associação com destilados, embora tenham diminuído a quantidade de doses por semana. Esse trabalho ana-lisou o prontuário de indivíduas que pro-curaram, pela primeira vez, o tratamento da Uniad entre 2000 e 2006. Também foi identificado o predomínio de desem-pregadas, solteiras e pessoas de baixo nível de instrução. O artigo ainda revela

a importância de não se restringir o tra-tamento à farmacologia.

O álcool nos cromossomos XX

“A metabolização da bebida e de ou-tras substâncias psicoativas, ocorrem de maneira mais lenta nas mulheres do que nos homens”, esta afirmação está no ar-tigo produzido pela Uniad. Ele também informa que elas são mais susceptíveis aos prejuízos associados ao seu consumo, mesmo ingerindo níveis mais baixo de álcool. Elas também associam, com mais frequência, transtorno de personalidade, depressão, transtorno bipolar, transtornos de ansiedade e alimentares ao alcoolismo.

Apesar de inúmeros fatores contra, a facilidade de conseguir a bebida, asso-ciada à emancipação financeira e social, quando caem perante o vício, tendem a viver no anonimato e retardam a procura por ajuda, o que, de fato, as tornam ainda mais reféns do álcool.

COMPORTAMENTO

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Seu cabelo está detonado? Não se preocupe, pois ele ainda não é um caso perdido. A indústria japonesa de cosméticos desen-

volveu uma técnica que repõe proteínas perdidas nos fios. É a requeratinização capilar, mais conhecida como plástica dos fios. Quem dá a notícia é Taiane de Araújo Coelho, proprietária do Salão Di-cas de Beleza, em Três Rios. “É um pro-cesso que nutre internamente cada um dos fios de cabelo, deixando-os macios, brilhantes e maleáveis”, explica.

Taiane esclarece que, dependendo da situação dos cabelos, ou seja, se estão com os fios ressecados pela chapinha, desbotados pelo sol, opacos por causa do secador, tingidos ou com permanentes, a

hidratação e o banho de creme podem não ser suficientes para recuperar o des-gaste sofrido pela fibra capilar. “A hi-dratação repõe a água perdida, mas atua apenas na superfície, que já está sem proteínas, sem umidade natural, sem brilho, áspero e sujeito a rompimentos. Já a queratinização preenche o fio com queratina, encorpando-o”. Ela ainda fri-sa que é necessário consultar um pro-fissional para avaliar a necessidade do tratamento, que pode ser feito, inclusive, em gestantes e crianças.

Cliente do salão em Três Rios, Ali-ne Araújo Barbosa, 30 anos, se mostrou satisfeita com os resultados da plástica. “É imediato, já saí com o cabelo lavado. O cabelo fica natural, brilhoso, sedoso,

sem o frizz. As pessoas nem acreditam que não fiz nada. Já indiquei o tratamen-to para várias pessoas”, revela.

O salão em Três Rios está funcionan-do há um ano. Em Paraíba do Sul, a his-tória já tem 20 anos. Além dos serviços de tratamento capilar, o salão conta com manicures e pedicures. Taiane disse que o público masculino cresce a cada dia e, também, faz a plástica dos fios. Por-tanto, não se desespere. Dicas de Beleza tem a solução!

Três RiosRua Maestro Costa Barros, 39 lj 02Telefone: (24) 2252-0188

Paraíba do SulPraça Carlos Canellas Leal, 100 - Santo AntônioTelefone: (24) 2263-1655

Cabelo danifi cado? Conheça a plástica dos fi os!

NOVIDADE

O tratamento repõe

as proteínas perdidas

EMPRESÁRIAS

Mãe e fi lha, Cláudia e Taiane

são as responsáveis pelos

salões nas duas cidades.

Antes Depois

PUBLIEDITORIAL

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Presosà balançaTrês rabanadas, 445 kcal; uma taça de champagne, 85 kcal; dois pedaços de leitoa, 408 kcal; uma lata de refrigerante, 137 kcal, uma fatia de panettone, 300 kcal. As festas acabam, o tempo passa, mas as gordurinhas fi cam após o fi nal de ano, o que leva boa parte da população a começar o ano novo de mal com a balança.

POR ALINE RICKLY FOTOS REVISTA ON

Não dá para negar que final de ano é um período em que todo mundo se excede. São doces, salgados, aquela ceia

de dar água na boca. Não tem como não se entregar às delícias da mesa e satisfazer os desejos. No entanto, o resultado final é considerado ruim por boa parte das pes-soas. As novas calorias dão muito traba-lho para esvaecerem e, por este motivo, homens e mulheres recorrem a diversos tipos de dietas e exercícios físicos para perder os quilinhos a mais que ganharam em dezembro.

Janeiro é mês de férias, verão e calor, tudo o que remete a praia, clubes e pisci-nas, mas para frequentar esses lugares é necessário estar em forma. A nutricionis-ta Nathália Pinho, 23, acredita que o ideal é esquecer os exageros do final do ano e começar de novo com uma nova dieta.

“O principal é manter uma alimentação adequada e balanceada em qualquer épo-ca do ano”, orienta. Já Hortência Bonato que também é nutricionista, acredita que o melhor a se fazer é investir numa ali-mentação mais leve. “Evitar frituras, sal-gados, doces e alimentos industrializados, como biscoitos recheados e refrigeran-tes”, completa.

Outro fator importante é aliar a dieta à prática de exercícios físicos, como alerta a educadora física Michele Yamamoto,

27. “Atividade física ajuda a controlar o peso ao utilizar as calorias em excesso que seriam armazenadas como gordura. Fazer exercícios regularmente ajuda a atingir e a manter o peso ideal. A malha-ção pode incluir caminhadas, corridas ou outros esportes, como também pode agre-gar atividades cotidianas como afazeres domésticos, trabalhos no jardim ou cami-nhar com o cachorro”, explica.

A jovem Fernanda Rabello, 27, há cer-ca de quatro meses procurou uma acade-mia para perder peso e se matriculou na aula de capoeira para ajudar a emagrecer mais rápido. “Pretendo dobrar o número de horas em que estou na academia este ano, pois tenho como meta ficar magri-nha. Além disso, vou procurar uma nu-tricionista para começar o ano com uma dieta apropriada, que me faça comer na hora certa os alimentos”, comenta. Fer-

De acordo com Nathália Pinho, é importante seguir uma dieta balanceada durante o ano inteiro

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COMPORTAMENTO

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nanda confessa que nas festas de fim de ano abusa do panettone. “Tem pratos que só têm graça em datas típicas. Panettone só tem graça no Natal”, brinca. Outra ini-ciativa que a jovem irá apostar neste novo ano é a drenagem linfática que, junto com a reeducação alimentar e os exercícios fí-sicos, auxiliam na perda de peso.

Elaine Cristina de Oliveira, 34, é fi-sioterapeuta e conta como a drenagem colabora com quem está em uma dieta. Para a especialista, esta é uma forma de acionar o sistema imunológico, o que ajuda as defesas do organismo e, assim, contribui para o emagrecimento, aliado a outros métodos. Elaine esclarece que a drenagem linfática não elimina a gordu-ra localizada propriamente dita, mas que é responsável por eliminar os líquidos e as toxinas acumuladas, o que diminuem as medidas do corpo. No entanto, ela dei-xa claro que o sistema linfático e os rins não têm capacidade de filtrar a gordura. “É importante ressaltar que a drenagem contribui para a eliminação da celulite e é contraindicada a pacientes que sofrem de insuficiência renal, trombose, hipertireoi-dismo e portadores de tumores no sistema linfático”.

O publicitário Igor Fernandes, 21, esco-lheu emagrecer apenas através da alimen-tação. Ele é um dos adeptos a dietas cons-tantes, mas deixa escapar que no final do ano abusa das lentilhas e das cerejas. No dia a dia, diz evitar doces, carboidratos e gordura em excesso. “Só nessa eu já per-di 8 kg em um mês e pretendo continuar assim em 2012”, aspira. Igor diz que quan-do vai a um restaurante self service, come salada com frango ou peixe, mas às vezes opta até por fast-food, quando escolhe san-duíche de carne grelhada e suco.

Segundo Hortência, uma boa dica é au-mentar o consumo de legumes e verduras. “É legal diferenciar, já que uma alimenta-ção bem colorida fornece diversos minerais e vitaminas ao organismo. Não se pode es-quecer, também, que beber muito líquido é essencial. A preferência é água para evitar desidratação, mas sucos naturais também valem. E por falar em frutas, elas são ide-ais como opção de lanche. Fácil, rápido e saudável”, recomenda a nutricionista. Na-thália Pinho concorda com Hortência. De acordo com ela, ingerir bastante líquido

ajuda a limpar o organismo. “Mate e gua-raná natural também são indicados porque ajudam a acelerar o metabolismo e assim a queimar as calorias”, confirma.

Para Pinho, abusar das saladas de folhas é uma opção, visto que são refrescantes, ri-cas em fibras e dão mais saciedade, o que ajuda a controlar o apetite. “As folhas mais escuras são ricas em minerais e têm poucas

calorias, assim você pode comer à vonta-de”. A especialista destaca que o consumo de três a cinco porções de frutas ao longo do dia contribui para um funcionamento melhor do organismo. “Frutas da estação e com mais fibras como a maçã, a pera e o mamão, por exemplo, são as mais adequa-das”, acrescenta.

A endocrinologista, Kalina Massi No-

BICICLETA

Exercícios físicos contribuem para

o bem estar e é um forte aliado

para quem quer perder peso

EXERCÍCIO

Fernanda pretende aumentar

as horas de academia em 2012

JUMP

A jovem tem

como principal

meta emagrecer

COMPORTAMENTO

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velino, também cita a importância de be-ber muito líquido depois das festas de fim de ano. “No período pós-festas, as pessoas devem se preocupar em se desintoxicar, porque há um excesso na ingestão de car-nes gordurosas, açúcar e álcool. Por isso, é recomendado beber muita água e isotô-nicos”, alerta. A endocrinologista faz uma ressalva quanto a necessidade de procurar um médico nutricionista antes de começar qualquer dieta, porque, através dele, será elaborado um cardápio balanceado e sem os riscos de uma dieta carente em vitami-nas e minerais essenciais. “É extremamen-te perigoso seguir receitas da moda e de revistas, porque elas são personalizadas e podem causar desequilíbrios alimentares e carências nutricionais”.

Outro problema relacionado a seguir qualquer tipo de dieta é quanto ao quadro clínico de cada paciente. “Ao procurar um médico, serão solicitados os exames para detectar problemas relacionados à obesida-de e má alimentação, como alterações nas taxas de colesterol, glicose e ácido úrico. Além disso, serão pesquisadas doenças ti-reoidianas, adrenais, ovários micropolicís-ticos e outras patologias que contribuem para o ganho de peso”, explica Kalina.

O analista de marketing digital, Rodol-ffo Cabral de Moraes, 24, foi mais radical quando resolveu emagrecer. O jovem pesa-va 84kg, já perdeu 13kg e pretende chegar aos 68kg no carnaval. “Tem cinco meses que estou na dieta com acompanhamen-

to de uma nutricionista. Não como carne vermelha e estou há um ano sem comer frango, só como frutos do mar e proteína de soja como bacalhoada e camarão. Nos finais de ano, eu admito que não resisto às rabanadas e às sobremesas, mas é certo de que começo 2012 dando continuidade à minha dieta”, garante. O analista concilia o regime com a prática de exercícios. Duas vezes por semana joga futebol e também se dedica à corridas.

Já a professora de português Marília Sacramento, 42, teve que aderir à dieta por motivos mais sérios. Ela sofre de hipertireoidismo, ovário policístico e deficiência da glândula supra-renal e por isto vive constantemente em dieta. No período de fim de ano, a professora tenta manter a alimentação equilibrada, toma refrigerante diet, escolhe um chester, arroz e salada, mas não resiste a uma rabanada, uma fatia de panettone e a bacalhoada. “Devido a minha dificuldade em perder peso, tive que me acostumar a estar sempre de dieta. É uma coisa para a vida inteira e uma forma de manter a qualidade de vida”. Marília pretende comprar uma esteira agora em 2012. Há oito anos, parou de ir à academia e sente falta da prática de exercícios físicos.

A nutricionista Nathália Pinho, lembra que é fundamental todas as pessoas se ali-mentarem a cada três horas, evitando um período de jejum muito prolongado, pois assim o organismo funciona melhor e o me-tabolismo também. Outro conselho é evitar o consumo excessivo de carboidratos, como arroz, batatas, pães e massas em geral, prin-cipalmente no período da noite, depois das 18h. Através da adequação entre exercícios físicos e uma alimentação equilibrada du-rante todo o ano, é possível emagrecer de forma saudável e comer as delícias das fes-tas de fim de ano sem culpa.

PERSISTÊNCIA

Marília Sacramento vive

constantemente em dieta

por motivos de saúde

Para a educadora física Michele Yamamoto, os exercícios físicos englobam tanto o esporte quanto atividades domésticas. Até caminhar com o cachorro vale.

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Com 41 anos de atividades com-pletados em Três Rios, a Esco-la de Dança Maria Emília tem divulgado a arte de diversas

maneiras na cidade. Hoje conta com di-versos projetos e subprojetos que, além de proporcionar a dança para pessoas com menos recursos, qualifica e lança verdadeiros profissionais no mercado.

Pioneiro na escola, o projeto “Três Rios Dançantes” foi criado em 2001, quando realizava em sua sede, aulas de dança para 40 crianças da rede pública de ensino e vi-sava a criação de um produto artístico que contasse a história de Três Rios.

Durante os dez anos de trabalho, o projeto ofereceu para crianças e jovens de baixa renda aulas de balé, canto coral, acrobacia aérea, dança contemporânea, de rua, do ventre e acompanhamento psico-lógico. O “Três Rios Dançantes” cresceu e se consolida em diferentes subprojetos:

Projeto Atitude: desenvolve apti-dões em artes e atitudes sustentáveis para

80 crianças e jovens entre 8 e 13 anos da rede pública do município de Três Rios (Escola Municipal Margaretha Schöeller e Escola Municipal Modesta Sola).

Qualificação profissional: formação em balé para crianças e jovens de baixa renda. Atualmente, dez beneficiados.

Parceria com as Obras Sociais Ma-dre Palmira Carlucci: aulas de jazz para 15 crianças.

Grupo de Dança Sacra Maria da Assumpção: beneficia 30 crianças e jo-vens na comunidade da Morada do Sol, na Vila Isabel.

Mais de uma centena de crianças e jo-vens já participaram do projeto. Nos úl-timos anos, foram preparados 16 alunos para os Exames da Royal Academy of Dance. Destes, três alunos prestaram exa-mes profissionais, sete preparados como monitores e oito alunos encaminhados

Bailarinos brilhantesPROJETOS DANÇANTES

COREOGRAFIA DE RAFAEL PITTA

Em 2011, a escola participou

dos principais festivais nacionais

FOTOS DIVULGAÇÃO

PUBLIEDITORIAL

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para Cias de Dança da cidade e também de outros estados. A da Royal Academy of Dance de Londres cumpre um papel importante no segmento, pois emite a es-colas de dança, certificado internacional profissionalizante por meio de exames anuais. Na cidade, a Escola Maria Emília é a única credenciada da academia a qua-lificar profissionais de dança.

Para manter-se como referência na dança em Três Rios, a escola investe constantemente no aperfeiçoamento de

seus professores, seja prestando exames da Royal, seja fazendo cursos anualmente em grandes centros, como Joinville, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Clara Mockdece está em Londres para receber o Certificate in Ballet Teathing Studies (CBTS) do curso de professor da Royal Academy e para se qualificar em outros cursos.

As novas inscrições do projeto 2012 co-meçaram no dia 9 de janeiro e podem ser feitas através do telefone (24) 2252-2477.

PROJETO ATITUDE

Oitenta crianças são

benefi ciadas pela dança

FACHADA DA ROYAL ACADEMY OF DANCE

A Escola Maria Emília é

a única credenciada em Três Rios

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PUBLIEDITORIAL

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Relíquias de aluguelPara muitos, ter um carro pode ser um demonstrativo de poder aquisitivo, status ou necessidade. Para o nosso pequeno colecionador de veículos, é amor, é lembrança. As preciosidades desse apaixonado por carros não passam de cinco, mas sua dedicação e relação com essas raridades do século passado o fazem um colecionador.

Em sua ampla garagem, Antônio de Souza Teixeira, 81, guarda três tesouros. O trirriense por opção conserva seus carros e

história particular de cada um. Ele revela que há 50 anos mantém os veículos em sua residência.

Petropolitano, Antônio traz de crian-ça o gosto pela mecânica, que acredita ter adquirido ao ver o pai, caminhoneiro, consertar seus veículos. Tais recordações, segundo ele, podem ter sido a influência para as funções que exerceu durante mui-tos anos como ajudante em oficina mecâ-nica e taxista. Como motorista, comprou seu primeiro carro, um Buick 1938, da General Motors. A paixão pelo veículo era tão grande que o colecionador o trocou, seis vezes, por modelos mais novos, até chegar no de 1955 que mantém até hoje.

O Buick surgiu como um fabrican-te independente de automóvel, a ‘Buick Motor Company’, incorporada em 19 de maio de 1903 pelo escocês-americano David Dunbar Buick. Mais tarde, a em-presa foi vendida para William Durant, em 1904, que, após a aquisição, se tornou o maior fabricante de carros da América.

Hoje, a marca mantém essa posição na linha GM. O público alvo eram clientes com desejo de um carro confortável, mas não eram ricos o suficiente para permitir um Cadillac. Ela é uma das mais antigas marcas em todo o mundo, como a Mer-cedes-Benz, Renault, Peugeot e Cadillac.

De acordo com Teixeira, os carros tive-ram que ser reformados, pois se encontra-vam em estado de degradação. O ex-sol-dador da rede ferroviária de Leopoldina, utilizou os aprendizados da profissão para a conservação dos veículos. “Eu sempre reformei os meus carros. Quando era mais novo, trabalhei em uma oficina de rola-mentos de motores, era ajudante e recupe-rava bateria de carros”, complementa.

Teixeira detém um modelo Hudson 1950, vermelho e conversível, que, se-gundo ele, é o único no Brasil. “Existem outros modelos da marca, mas desco-nheço que haja outro conversível igual ao meu”, acredita.

A Hudson foi uma das pioneiras, após a Ford, a posicionar o motorista do lado esquerdo do veículo com as alavancas de câmbio e do freio à sua direita. Também foi ágil em adotar em seus motores a par-

tida elétrica, lançada em 1912 pela Ca-dillac. Também lançou o freio duplo, com um segundo reservatório que só entrava em ação quando o pedal era pisado a fun-do. Seu motor de seis cilindros em linha podia atingir maior rotação e obter mais potência. Após a interrupção para o esfor-ço da guerra entre 1942 e 1945, a Hudson voltou a produzir automóveis.

Dos quatro veículos que o colecionador armazena, o modelo Taunus, de fabrica-ção alemã, chama atenção pelas modifica-ções. “Eu não gostava de alguns detalhes e modifiquei a frente e a traseira”, conta.

O Taunus foi o primeiro carro da Ford genuinamente alemão. Um projeto local e não uma adaptação dos modelos ame-ricanos. Em 1952 ele recebeu uma carro-ceria completamente nova, tornando-se novo de acordo com a sua época.

POR PRISCILA OKADA E RAFAEL MORAES FOTOS REVISTA ON

Os veículos colecionados há mais de 50 anos podem ser alugados para casamentos

Sobre o uso dos veículos, ele afirma que três dos quatro veículos que mantém em sua coleção, estão em perfeita condi-ções de uso e costuma usar para passear. “As pessoas sempre olham quando eu passo na rua”, revela. O quarto carro do colecionador é um Opala, que ainda está em recuperação.

Aposentado desde 1983, Teixeira ga-rante que ainda não parou, já que nunca abandonou a profissão. “Faço serviço de solda, recupero roda de carro de alumínio e motor de moto”, pontua. Viúvo, ele tem

oito filhos, 12 netos e três bisnetos. Den-tre os filhos, apenas o mais velho possui a mesma fascinação por carros antigos. “Ele tem um Opala 1974 de duas portas. Quando tenho que fazer uma viagem lon-ga, costumo usá-lo”, compartilha.

Fabricado durante mais de duas déca-das, o Chevrolet Opala tornou-se símbolo de longevidade no mercado brasileiro. O automóvel foi oficialmente apresentado ao público em 19 de novembro de 1968. Primeiro veículo de passeio projetado e construído pela GMB, o Chevrolet Opala

era um automóvel de porte médio destina-do às classes A e B, perfeitamente adequa-do às condições gerais de pavimentação, clima e topografia encontradas no país.

Quanto ao valor pago pelos automó-veis, Antônio lembra que o Buick azul foi comprado por R$ 3.000. As ofertas de compradores são constantes, mas ele é enfático. “Não vendo por nenhum valor e, se pensasse em vender, não fecharia por menos de R$ 150 mil”, confidencia.

Negócios

Com os carros em condição de uso, surgiram as oportunidades. Atualmente, Antônio aluga suas máquinas para casa-mentos. O colecionador é procurado du-rante essas solenidades. “Costumo cobrar até R$ 350 para dirigir e levar a noiva até a igreja” conta e lembra-se de um casal que morava nos Estados Unidos, cuja fa-mília era de Três Rios. “Casaram-se duas vezes e, no segundo casamento, contrata-ram meus serviços”, finaliza o coleciona-dor que está em plena atividade.

HUDSON

O modelo conversível é o único do

Brasil segundo o colecionador

BUICK

A marca é um das mais

antigas em todo o mundo

PAPO DE COLECIONADOR

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107revistaon.com.br |

Relíquias de aluguelPara muitos, ter um carro pode ser um demonstrativo de poder aquisitivo, status ou necessidade. Para o nosso pequeno colecionador de veículos, é amor, é lembrança. As preciosidades desse apaixonado por carros não passam de cinco, mas sua dedicação e relação com essas raridades do século passado o fazem um colecionador.

Em sua ampla garagem, Antônio de Souza Teixeira, 81, guarda três tesouros. O trirriense por opção conserva seus carros e

história particular de cada um. Ele revela que há 50 anos mantém os veículos em sua residência.

Petropolitano, Antônio traz de crian-ça o gosto pela mecânica, que acredita ter adquirido ao ver o pai, caminhoneiro, consertar seus veículos. Tais recordações, segundo ele, podem ter sido a influência para as funções que exerceu durante mui-tos anos como ajudante em oficina mecâ-nica e taxista. Como motorista, comprou seu primeiro carro, um Buick 1938, da General Motors. A paixão pelo veículo era tão grande que o colecionador o trocou, seis vezes, por modelos mais novos, até chegar no de 1955 que mantém até hoje.

O Buick surgiu como um fabrican-te independente de automóvel, a ‘Buick Motor Company’, incorporada em 19 de maio de 1903 pelo escocês-americano David Dunbar Buick. Mais tarde, a em-presa foi vendida para William Durant, em 1904, que, após a aquisição, se tornou o maior fabricante de carros da América.

Hoje, a marca mantém essa posição na linha GM. O público alvo eram clientes com desejo de um carro confortável, mas não eram ricos o suficiente para permitir um Cadillac. Ela é uma das mais antigas marcas em todo o mundo, como a Mer-cedes-Benz, Renault, Peugeot e Cadillac.

De acordo com Teixeira, os carros tive-ram que ser reformados, pois se encontra-vam em estado de degradação. O ex-sol-dador da rede ferroviária de Leopoldina, utilizou os aprendizados da profissão para a conservação dos veículos. “Eu sempre reformei os meus carros. Quando era mais novo, trabalhei em uma oficina de rola-mentos de motores, era ajudante e recupe-rava bateria de carros”, complementa.

Teixeira detém um modelo Hudson 1950, vermelho e conversível, que, se-gundo ele, é o único no Brasil. “Existem outros modelos da marca, mas desco-nheço que haja outro conversível igual ao meu”, acredita.

A Hudson foi uma das pioneiras, após a Ford, a posicionar o motorista do lado esquerdo do veículo com as alavancas de câmbio e do freio à sua direita. Também foi ágil em adotar em seus motores a par-

tida elétrica, lançada em 1912 pela Ca-dillac. Também lançou o freio duplo, com um segundo reservatório que só entrava em ação quando o pedal era pisado a fun-do. Seu motor de seis cilindros em linha podia atingir maior rotação e obter mais potência. Após a interrupção para o esfor-ço da guerra entre 1942 e 1945, a Hudson voltou a produzir automóveis.

Dos quatro veículos que o colecionador armazena, o modelo Taunus, de fabrica-ção alemã, chama atenção pelas modifica-ções. “Eu não gostava de alguns detalhes e modifiquei a frente e a traseira”, conta.

O Taunus foi o primeiro carro da Ford genuinamente alemão. Um projeto local e não uma adaptação dos modelos ame-ricanos. Em 1952 ele recebeu uma carro-ceria completamente nova, tornando-se novo de acordo com a sua época.

POR PRISCILA OKADA E RAFAEL MORAES FOTOS REVISTA ON

Os veículos colecionados há mais de 50 anos podem ser alugados para casamentos

Sobre o uso dos veículos, ele afirma que três dos quatro veículos que mantém em sua coleção, estão em perfeita condi-ções de uso e costuma usar para passear. “As pessoas sempre olham quando eu passo na rua”, revela. O quarto carro do colecionador é um Opala, que ainda está em recuperação.

Aposentado desde 1983, Teixeira ga-rante que ainda não parou, já que nunca abandonou a profissão. “Faço serviço de solda, recupero roda de carro de alumínio e motor de moto”, pontua. Viúvo, ele tem

oito filhos, 12 netos e três bisnetos. Den-tre os filhos, apenas o mais velho possui a mesma fascinação por carros antigos. “Ele tem um Opala 1974 de duas portas. Quando tenho que fazer uma viagem lon-ga, costumo usá-lo”, compartilha.

Fabricado durante mais de duas déca-das, o Chevrolet Opala tornou-se símbolo de longevidade no mercado brasileiro. O automóvel foi oficialmente apresentado ao público em 19 de novembro de 1968. Primeiro veículo de passeio projetado e construído pela GMB, o Chevrolet Opala

era um automóvel de porte médio destina-do às classes A e B, perfeitamente adequa-do às condições gerais de pavimentação, clima e topografia encontradas no país.

Quanto ao valor pago pelos automó-veis, Antônio lembra que o Buick azul foi comprado por R$ 3.000. As ofertas de compradores são constantes, mas ele é enfático. “Não vendo por nenhum valor e, se pensasse em vender, não fecharia por menos de R$ 150 mil”, confidencia.

Negócios

Com os carros em condição de uso, surgiram as oportunidades. Atualmente, Antônio aluga suas máquinas para casa-mentos. O colecionador é procurado du-rante essas solenidades. “Costumo cobrar até R$ 350 para dirigir e levar a noiva até a igreja” conta e lembra-se de um casal que morava nos Estados Unidos, cuja fa-mília era de Três Rios. “Casaram-se duas vezes e, no segundo casamento, contrata-ram meus serviços”, finaliza o coleciona-dor que está em plena atividade.

HUDSON

O modelo conversível é o único do

Brasil segundo o colecionador

BUICK

A marca é um das mais

antigas em todo o mundo

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De Três Rios para a GréciaMúsica, dança e passarela. Este é o mundo de Jefferson Luiz da Silva, que há oito anos vive na Grécia, onde foi atrás do seu sonho para conquistar seus objetivos.

POR ALINE RICKLY FOTOS ARQUIVO PESSOAL

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Nascido em 14 de dezembro de 1976, em Três Rios, Jefferson Luiz da Silva se interessou cedo pela vida artística. Aos

nove anos fez o primeiro curso de teatro, participava de peças, desfiles em escola de samba e, anos mais tarde, participou de um grupo de pagode na cidade, fez figura-ções em novelas da “Globo” e, como mo-delo, invadiu as passarelas. Em 2003 foi convidado por uma amiga a ir para a Gré-cia trabalhar na área que tanto gostava.

“Mãe, eu vou investir no que eu gos-to”, foram as palavras que ele usou quando aceitou o convite. Sandra Maria Silva dos Santos, 60, contou que, na época, quando o filho partiu, ela sofreu muito, entrou em depressão, mas, ao mesmo tempo, estava feliz por ele seguir o caminho que almeja-va. “Sempre fomos só eu e ele. Morro de saudades, só o vejo uma vez por ano, mas o sucesso dele é tudo para mim. Infelizmen-te, criamos filhos para o mundo. A dança está no sangue, é de família”, acredita.

A mãe acrescenta que, desde crian-ça, Jefferson sempre participava de tudo o que era ligado à arte. “Ele sempre foi bom aluno na escola. Por mim seria bom-beiro, mas não teve jeito. Ele gostava era

de música, desfiles e teatro. Começou a fazer capoeira aos quatro anos e até hoje não parou. Quando pequeno, estava sem-pre jogando bola”, recorda. Sandra lem-bra o dia em que seu filho descobriu que ia ser pai. “Na hora ele ficou assustado, mas depois encarou numa boa”.

Em Três Rios, o artista estava sem-pre procurando eventos para promover. Por muitos anos realizou o “Consciência Negra”, o qual reunia negros trirrienses, corria atrás de patrocínio e “era um su-cesso”, como explica Sandra. “Agora ele faz este mesmo evento na Grécia, no mesmo dia da consciência negra aqui no Brasil. Já tem três anos que ele promove lá e sempre diz que fica lindo”.

Nas terras gregas, Jefferson lidera um grupo variado de show de capoeira, axé, forró e samba, além de ser cantor. “Nun-ca me formei em nada, mas aprendi e sou doutor em todas essas áreas”, garante ele. Uma vez por ano, Jeff – apelido dado pe-los amigos e familiares - vem ao Brasil visitar a família: mãe, tios, amigos e a filha, de 11 anos. “Minha família é tudo para mim, fico aqui vivendo um dia após o outro, louco para chegar a hora de vol-tar”, disse ao confessar que não consegue ficar mais de um mês no Brasil. Às vezes, apenas algumas semanas. O plano agora é voltar definitivamente para o país. “Que-ro lançar minha música e meus projetos aí no Brasil. Se tudo der certo, ainda neste ano”, revela. Mesmo assim, a mãe não acredita que o filho volte. “Ele já fez o berço na Grécia, tem o círculo de amigos, a vida pronta lá, talvez seja mais fácil eu ir para lá. Por ele, faço tudo, até mudar de vida na idade que estou”, garante. Du-rante a entrevista, Sandra se emocionou e disse estar muito feliz por falar no filho que , segundo ela, é sua grande razão de viver.

Mas nem tudo são flores. Pelo cami-nho, Jefferson esbarrou com algumas di-

ficuldades, principalmente por não ter na Grécia, uma base, um apoio. “Tive que buscar tudo sozinho e sem falar a língua do país. É muito ruim estar longe da fa-mília, mas a vida na Europa, com certeza, me fez crescer ainda mais. Porém, se eu pudesse, mudaria amanhã para perto dos meus familiares”. Hoje, ele fala quatro lín-guas: inglês, espanhol, grego e português.

Jefferson comemora seu sucesso. “A vida me deu tudo o que eu precisava para aprender e alcançar meus sonhos. Sempre fiz planos para a vida artística. Atualmente, me sinto realizado na vida, pois conquistei muitas coisas, o que falta mesmo é alcançar o sucesso no meu país. Quero ser útil a minha pátria”, anseia.

Para o jovem, a música é a forma de expressar a vida. “Ela faz você sonhar,

“Mãe, eu vou investir no que eu gosto”, disse Jefferson quando aceitou ir para a Grécia.

PASSARELA

Lak Cavalas e Marc By

Marc Jacobs são grifes que

Jefferson já representou

MODELO FOTOGRÁFICO

Por algum tempo o jovem se

dedicou ao mundo da moda

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114 | revistaon.com.br

querer, chorar, amar...”, declama. Atu-almente, Jefferson já não participa de desfiles como antes. “Meu início na vida artística foi graças às passarelas em várias cidades do Brasil. Depois, continuei na carreira de modelo aqui na Grécia, mas o mercado para negros aqui é muito peque-no. Ainda assim, fiz muita coisa boa para estilistas considerados no mundo inteiro como Lak Cavalas, Marc by Marc Jacobs, Dmitris Strepkos, entre outros. Agora não tenho tempo para me dedicar tanto a esta carreira. Trabalho em vários lugares que

são distantes uns dos outros”, conta.Jeff tem prazer por descobrir culturas

diferentes. “A capoeira, em minha con-cepção, é uma lição de vida, onde peguei os ensinamentos como exemplo para o meu comportamento no cotidiano. Disci-plina, educação, cuidados com o corpo e também a forma de amar, respeitar e fa-zer o bem. A capoeira me forneceu raízes eternas e devo tudo isso ao saudoso Dio-lézio. Além da luta e da arte que envolve, tiro dela toda uma experiência de vida”, declara. Pela Europa, o artista já visitou a Grécia inteira, Turquia, Portugal, Espanha e Itália, agregando valores a sua cultura.

Sua rotina é mesmo de um artista. “Eu levanto de acordo com a hora que durmo, na maioria das vezes durmo pou-co, porque vou tarde para a cama e tenho que acordar cedo para reuniões de clas-ses. As tardes, eu divido entre ensaios e aulas. Uma ou duas vezes por semana aproveito para assistir a programação

da TV do Brasil. Toda segunda é dia de “Enzzo Cuba”, onde faço minha noite brasileira. Nos fins de semana, sempre trabalho a noite, exceto domingo que é o dia de ir a um restaurante brasileiro co-mer a feijoada da tia Rose”, relata.

Mesmo longe Jefferson afirma viver o Brasil o tempo inteiro. Tem amor por ser brasileiro e seu maior objetivo de vida no momento é retornar para casa. Para en-cerrar, ele diz em grego: “S’ayapo Brazi-lia”, que significa, te amo Brasil!

Atualmente o jovem se sente realizado na vida, mas lamenta que ainda falta alcançar o sucesso no Brasil

CAPOEIRA

O esporte é a vida de Jefferson

MÚSICA

Na Grécia o jovem

canta em shows

FAMÍLIA

Jefferson sente saudades da

sua mãe que está no Brasil

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querer, chorar, amar...”, declama. Atu-almente, Jefferson já não participa de desfiles como antes. “Meu início na vida artística foi graças às passarelas em várias cidades do Brasil. Depois, continuei na carreira de modelo aqui na Grécia, mas o mercado para negros aqui é muito peque-no. Ainda assim, fiz muita coisa boa para estilistas considerados no mundo inteiro como Lak Cavalas, Marc by Marc Jacobs, Dmitris Strepkos, entre outros. Agora não tenho tempo para me dedicar tanto a esta carreira. Trabalho em vários lugares que

são distantes uns dos outros”, conta.Jeff tem prazer por descobrir culturas

diferentes. “A capoeira, em minha con-cepção, é uma lição de vida, onde peguei os ensinamentos como exemplo para o meu comportamento no cotidiano. Disci-plina, educação, cuidados com o corpo e também a forma de amar, respeitar e fa-zer o bem. A capoeira me forneceu raízes eternas e devo tudo isso ao saudoso Dio-lézio. Além da luta e da arte que envolve, tiro dela toda uma experiência de vida”, declara. Pela Europa, o artista já visitou a Grécia inteira, Turquia, Portugal, Espanha e Itália, agregando valores a sua cultura.

Sua rotina é mesmo de um artista. “Eu levanto de acordo com a hora que durmo, na maioria das vezes durmo pou-co, porque vou tarde para a cama e tenho que acordar cedo para reuniões de clas-ses. As tardes, eu divido entre ensaios e aulas. Uma ou duas vezes por semana aproveito para assistir a programação

da TV do Brasil. Toda segunda é dia de “Enzzo Cuba”, onde faço minha noite brasileira. Nos fins de semana, sempre trabalho a noite, exceto domingo que é o dia de ir a um restaurante brasileiro co-mer a feijoada da tia Rose”, relata.

Mesmo longe Jefferson afirma viver o Brasil o tempo inteiro. Tem amor por ser brasileiro e seu maior objetivo de vida no momento é retornar para casa. Para en-cerrar, ele diz em grego: “S’ayapo Brazi-lia”, que significa, te amo Brasil!

Atualmente o jovem se sente realizado na vida, mas lamenta que ainda falta alcançar o sucesso no Brasil

CAPOEIRA

O esporte é a vida de Jefferson

MÚSICA

Na Grécia o jovem

canta em shows

FAMÍLIA

Jefferson sente saudades da

sua mãe que está no Brasil

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POR ALINE RICKLY FOTOS ARQUIVO PESSOAL

O que você vai ser quando crescer?Esta é a pergunta que assusta milhares de jovens no pré-vestibular. Muitos ainda não escolheram a profi ssão e sofrem a pressão de todos os lados na hora de optar pela atividade que vai exercer por toda a vida. Escolher uma profi ssão é um tema bastante complexo, pois envolve muitos valores e, frequentemente, gera diversos confl itos. Afi nal, deve proporcionar prazer, dinheiro ou status na sociedade?

Jovens entre 17 e 18 anos. Esta é a faixa etária que os alunos geral-mente concluem o ensino médio e partem para decidir o que serão

quando crescerem. Meninos e meninas na correria do vestibular, um ano de muita pressão, muitos estudos e concentração. Alguns não passam de primeira e têm que tentar de novo, e de novo, até conseguir. Será que esta é a hora certa para decidir a profissão que vai exercer para sempre? De acordo com o MEC (Ministério da Educação), só em 2011, foram mais de 6 milhões de inscrições no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Para a psicóloga Letícia Rinaldi, 38, a primeira medida a ser tomada deve ser a orientação vocacional e, depois disso, a escolha do curso. Já para o psicólogo

Alex Ramos, 30, esta é uma fase em que os jovens não possuem certeza abso-luta do curso para o qual se inscreverá. “Muitas pessoas sequer conhecem a fun-do as áreas para as quais são aprovadas, portanto, é bastante frequente que os ca-louros universitários migrem para outros cursos”, explica ele.

Alex acrescenta que dificilmente exis-tirá uma forma milagrosa para saber qual é a melhor profissão e a mais perfeita para

cada indivíduo. “O sucesso profissional não é o resultado de uma equação de ma-temática, mas algo muito mais comple-xo e sujeito a infindáveis interferências. O melhor que o vestibulando pode fazer é escolher um curso que tenha afinida-de com suas habilidades pessoais. Por exemplo, se tem mais facilidade para li-dar com a lógica dos números ou com a subjetividade da filosofia e avaliar os seus interesses, se gosta de atividades ao ar livre, de trabalhar sozinho ou em grupo. Há pessoas que se sentem inseguras em relação à qual profissão se dedicar e, para isso, pode ser útil participar das sessões de orientação com especialistas da área, na qual existem diversas formas de orientar e, em geral, contribuem para que o estu-dante perceba melhor e consiga fazer uma

De acordo com o MEC, o Enem de 2011 registrou mais de 6 milhões de inscrições

EDUCAÇÃO

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POR ALINE RICKLY FOTOS ARQUIVO PESSOAL

O que você vai ser quando crescer?Esta é a pergunta que assusta milhares de jovens no pré-vestibular. Muitos ainda não escolheram a profi ssão e sofrem a pressão de todos os lados na hora de optar pela atividade que vai exercer por toda a vida. Escolher uma profi ssão é um tema bastante complexo, pois envolve muitos valores e, frequentemente, gera diversos confl itos. Afi nal, deve proporcionar prazer, dinheiro ou status na sociedade?

Jovens entre 17 e 18 anos. Esta é a faixa etária que os alunos geral-mente concluem o ensino médio e partem para decidir o que serão

quando crescerem. Meninos e meninas na correria do vestibular, um ano de muita pressão, muitos estudos e concentração. Alguns não passam de primeira e têm que tentar de novo, e de novo, até conseguir. Será que esta é a hora certa para decidir a profissão que vai exercer para sempre? De acordo com o MEC (Ministério da Educação), só em 2011, foram mais de 6 milhões de inscrições no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Para a psicóloga Letícia Rinaldi, 38, a primeira medida a ser tomada deve ser a orientação vocacional e, depois disso, a escolha do curso. Já para o psicólogo

Alex Ramos, 30, esta é uma fase em que os jovens não possuem certeza abso-luta do curso para o qual se inscreverá. “Muitas pessoas sequer conhecem a fun-do as áreas para as quais são aprovadas, portanto, é bastante frequente que os ca-louros universitários migrem para outros cursos”, explica ele.

Alex acrescenta que dificilmente exis-tirá uma forma milagrosa para saber qual é a melhor profissão e a mais perfeita para

cada indivíduo. “O sucesso profissional não é o resultado de uma equação de ma-temática, mas algo muito mais comple-xo e sujeito a infindáveis interferências. O melhor que o vestibulando pode fazer é escolher um curso que tenha afinida-de com suas habilidades pessoais. Por exemplo, se tem mais facilidade para li-dar com a lógica dos números ou com a subjetividade da filosofia e avaliar os seus interesses, se gosta de atividades ao ar livre, de trabalhar sozinho ou em grupo. Há pessoas que se sentem inseguras em relação à qual profissão se dedicar e, para isso, pode ser útil participar das sessões de orientação com especialistas da área, na qual existem diversas formas de orientar e, em geral, contribuem para que o estu-dante perceba melhor e consiga fazer uma

De acordo com o MEC, o Enem de 2011 registrou mais de 6 milhões de inscrições

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escolha consciente”, conclui o psicólogo.A estudante petropolitana Thaís Mello

Borges, 19, concluiu o ensino médio em 2011 e se baseou nas matérias que melhor se destacava na escola, quando resolveu selecionar a área de direito. “Para ter cer-teza na escolha do curso, pesquisei sobre a carreira, remuneração e o estilo de vida. Acho que é muito importante ter uma ro-tina agradável e trabalhar naquilo que re-almente gosto”, disse. Thaís estudou em um colégio preparatório para o vestibular com carga horária integral, com interva-lo de duas horas para o almoço. “Quan-do chegava em casa, aproveitava para descansar”, conta. A aluna afirma sofrer pressão dela mesma quando o assunto é passar para uma boa faculdade. “Meu pai sempre me mostrou o caminho para ter sucesso na vida, incluindo o modo cor-reto de estudar, com dedicação, foco e persistência, mas ele nunca me obrigou a nada. Eu demorei um pouco a seguir este rumo, mas agora levo a sério. A pressão que me coloco é devido à concorrência para entrar em uma universidade públi-

ca”, garante.Para conquistar um sonho é necessário

abrir mão de algumas coisas. Thaís expli-ca que deixava de sair para estudar. “Fes-tas, barzinhos e sociais com os amigos têm todo fim de semana, portanto, não é sacrifício passar este tempo estudando para o vestibular, pelo contrário, eu es-tudo com prazer”, revela. Em relação ao namoro, a jovem destaca que é possível conciliar, mas que deve existir compre-ensão da necessidade de estudar. “Estudo não é traição, você apenas está cuidando do futuro que deseja viver”, enfatiza.

Caio Reis Mattos, 17, diz que não dei-xa de sair, exceto em vésperas de provas e simulados, mas acredita que é neces-sário saber dosar as coisas. Ele pretende cursar engenharia de petróleo e só chegou a essa conclusão depois de constatar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, além da remuneração. “Durante o ano de 2011 defini um número mínimo de horas de estudo por dia, que foi de três horas. A partir daí tentei manter as maté-rias em dia, reforçando o que foi dado na aula pela manhã e dando atenção especial ao que eu julgava ser importante”, contou. O jovem também sonha em passar para uma universidade pública. A UFF (Uni-versidade Federal Fluminense) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) são as favoritas. O aluno diz que não so-fre pressão dos pais, a não ser a cobrança normal em relação a boas notas, bons de-sempenhos e esforço. Para se sentir mais preparado, Caio fez curso de inglês, aulas

extras de humanidades, como história, ge-ografia e filosofia e também de redação.

O professor de português e literatura do ensino médio, Leandro Magrani, 28, dá aulas em escolas de Três Rios e Petró-polis. Leandro explica que o vestibular é uma etapa decisória na vida de muitos que se sujeitam a passar por ele. “Decisória porque pode fazer com que o indivíduo mude sua vida em todos os sentidos, prin-cipalmente na parte profissional. É dever do professor ter cautela ao trabalhar com seus alunos para que estes separem a res-ponsabilidade nos estudos das possíveis frustrações. É o corpo docente que apon-ta os caminhos para os alunos e também indica algumas adversidades, uma delas, a reprovação no vestibular, assim como os incentiva a serem determinados, que

O psicólogo Alex Ramos acredita que muitas pessoas nem conhecem as áreas para as quais são aprovadas no vestibular

VESTIBULANDO

A não ser em vésperas de

provas, Caio não deixa de

sair para estudar

JOVEM

Thaís Borges consegue conciliar

o namoro com os estudos

TURMA

Caio com os colegas da escola que

também prestaram vestibular

tenham compromisso com os estudos. No entanto, também é fundamental que o pro-fessor mostre ao aluno que é indispensável ser paciente e reconhecer que os erros são apenas vírgulas e não pontos finais”, escla-rece.

Seguindo ainda a posição de Leandro, as últimas décadas tornaram a vida midi-ática e imediatista, o que dificulta, pois, a reflexão nos dias atuais tornou-se uma si-tuação supérflua e isso impõe ainda mais desafios ao profissional que ensina. Mas é necessário a adequação aos meios. “Ten-do a tecnologia como suporte, o professor pode fazer com que os alunos se interessem ainda mais pelos estudos. Cativar os estu-dantes nunca foi uma missão fácil e, por isso, é preciso determinação para conseguir alcançar este objetivo”, complementa.

A pedagoga, Cristiane Manzini, 37, concorda com Leandro e adverte sobre a necessidade do aluno possuir interesse nos estudos. “É importante que ele veja esta atitude como parte de sua vida. Em função do excesso de informações, facilmente en-contrado na internet, jornal, TV ou revista, a escola precisa despertar, nos jovens da atualidade, o desejo de aprender. Isto não se inicia no ensino médio, mas nas séries iniciais. O professor pode e deve incentivar os alunos a pesquisarem assuntos do dia a dia, do seu interesse e mostrar, de forma lúdica, a importância disso”, adverte.

Yuri Soares, 17, também terminou o

ensino médio em 2011 e está prestando vestibular para o curso de ciência da com-putação. “Não foi uma escolha fácil, desde o início de 2011, venho considerando ou-tras opções como física e engenharia, mas com o tempo decidi por ciência da compu-tação”. Yuri prestou vestibular para UFF, UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), além das que aderem ao Enem, como a UFRJ. “O mais conveniente seria estudar em Juiz de Fora, por ser uma cidade próxima”, destacou. O jovem não sofre pressão dos pais. “Muitas vezes a pressão vem de nós mesmos. As incerte-zas, angústias e renúncias da vida de um vestibulando são alguns fatores que nos gera cobrança”.

Júlia do Carmo Silveira, 17, escolheu a área de biomedicina e partiu do princí-pio de que gosta das matérias relacionadas ao curso. “Estudo, em média, duas horas por dia, além das aulas no colégio. Para a Universidade de Petrópolis já passei em primeiro lugar, mas ainda estou tentando a UFF, a UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ; com preferência pela última”. A jovem afirma não sofrer pressão dos pais em relação aos estudos. A mãe, Silvia Vilela do Carmo Silveira, 45, se considera fora dos padrões por não cobrar dos filhos que se dediquem na escola. “A Julia foi muito empenhada, se dedicou, se esforçou ao longo do ano e não só no período que antecedia às provas. Eu cheguei ao ponto de pedir até que ela parasse de estudar um pouco para descan-sar. O importante é que ela alcançou bons

resultados no Enem e já foi aprovada para uma faculdade”, disse.

Luciana Manzini é formada em psico-pedagogia diferencial pela Puc-Rio. Ela acredita que os alunos devem intercalar os estudos com atividades que tragam prazer. “É importante ver que o vestibular é apenas um caminho para a escolha profissional e, caso o aluno não passe na primeira vez, ele poderá refazer num outro momento”. Lu-ciana explica que a maturidade é essencial e auxilia na escolha da profissão e que o papel dos pais é fundamental neste período em que o aluno está prestando vestibular. “Os pais devem dar todo o apoio que o fi-lho necessitar. É preciso respeitá-lo quanto à escolha que fez e não deixar que ele fique somente ligado à prova. É necessário tirar o foco do estudo em alguns momentos, para que ele busque outras atividades também. O estudante deve passar pelo momento do vestibular como mais uma etapa e não parar a vida, porque está se dedicando so-mente ao vestibular”, alerta.

Segundo o professor Leandro Magrani, é o corpo docente que indica os caminhos para os alunos e, também, algumas adversidades, dentre elas, a reprovação no vestibular

ESTUDANTE

Julia Silveira completou o ensino

médio em 2011 e pretende

cursar biomedicina

AN

A C

LAR

A S

ILV

EIR

A

PROFESSOR

Leandro Magrani com os

alunos petropolitanos

EDUCAÇÃO

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escolha consciente”, conclui o psicólogo.A estudante petropolitana Thaís Mello

Borges, 19, concluiu o ensino médio em 2011 e se baseou nas matérias que melhor se destacava na escola, quando resolveu selecionar a área de direito. “Para ter cer-teza na escolha do curso, pesquisei sobre a carreira, remuneração e o estilo de vida. Acho que é muito importante ter uma ro-tina agradável e trabalhar naquilo que re-almente gosto”, disse. Thaís estudou em um colégio preparatório para o vestibular com carga horária integral, com interva-lo de duas horas para o almoço. “Quan-do chegava em casa, aproveitava para descansar”, conta. A aluna afirma sofrer pressão dela mesma quando o assunto é passar para uma boa faculdade. “Meu pai sempre me mostrou o caminho para ter sucesso na vida, incluindo o modo cor-reto de estudar, com dedicação, foco e persistência, mas ele nunca me obrigou a nada. Eu demorei um pouco a seguir este rumo, mas agora levo a sério. A pressão que me coloco é devido à concorrência para entrar em uma universidade públi-

ca”, garante.Para conquistar um sonho é necessário

abrir mão de algumas coisas. Thaís expli-ca que deixava de sair para estudar. “Fes-tas, barzinhos e sociais com os amigos têm todo fim de semana, portanto, não é sacrifício passar este tempo estudando para o vestibular, pelo contrário, eu es-tudo com prazer”, revela. Em relação ao namoro, a jovem destaca que é possível conciliar, mas que deve existir compre-ensão da necessidade de estudar. “Estudo não é traição, você apenas está cuidando do futuro que deseja viver”, enfatiza.

Caio Reis Mattos, 17, diz que não dei-xa de sair, exceto em vésperas de provas e simulados, mas acredita que é neces-sário saber dosar as coisas. Ele pretende cursar engenharia de petróleo e só chegou a essa conclusão depois de constatar as oportunidades de inserção no mercado de trabalho, além da remuneração. “Durante o ano de 2011 defini um número mínimo de horas de estudo por dia, que foi de três horas. A partir daí tentei manter as maté-rias em dia, reforçando o que foi dado na aula pela manhã e dando atenção especial ao que eu julgava ser importante”, contou. O jovem também sonha em passar para uma universidade pública. A UFF (Uni-versidade Federal Fluminense) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) são as favoritas. O aluno diz que não so-fre pressão dos pais, a não ser a cobrança normal em relação a boas notas, bons de-sempenhos e esforço. Para se sentir mais preparado, Caio fez curso de inglês, aulas

extras de humanidades, como história, ge-ografia e filosofia e também de redação.

O professor de português e literatura do ensino médio, Leandro Magrani, 28, dá aulas em escolas de Três Rios e Petró-polis. Leandro explica que o vestibular é uma etapa decisória na vida de muitos que se sujeitam a passar por ele. “Decisória porque pode fazer com que o indivíduo mude sua vida em todos os sentidos, prin-cipalmente na parte profissional. É dever do professor ter cautela ao trabalhar com seus alunos para que estes separem a res-ponsabilidade nos estudos das possíveis frustrações. É o corpo docente que apon-ta os caminhos para os alunos e também indica algumas adversidades, uma delas, a reprovação no vestibular, assim como os incentiva a serem determinados, que

O psicólogo Alex Ramos acredita que muitas pessoas nem conhecem as áreas para as quais são aprovadas no vestibular

VESTIBULANDO

A não ser em vésperas de

provas, Caio não deixa de

sair para estudar

JOVEM

Thaís Borges consegue conciliar

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Caio com os colegas da escola que

também prestaram vestibular

tenham compromisso com os estudos. No entanto, também é fundamental que o pro-fessor mostre ao aluno que é indispensável ser paciente e reconhecer que os erros são apenas vírgulas e não pontos finais”, escla-rece.

Seguindo ainda a posição de Leandro, as últimas décadas tornaram a vida midi-ática e imediatista, o que dificulta, pois, a reflexão nos dias atuais tornou-se uma si-tuação supérflua e isso impõe ainda mais desafios ao profissional que ensina. Mas é necessário a adequação aos meios. “Ten-do a tecnologia como suporte, o professor pode fazer com que os alunos se interessem ainda mais pelos estudos. Cativar os estu-dantes nunca foi uma missão fácil e, por isso, é preciso determinação para conseguir alcançar este objetivo”, complementa.

A pedagoga, Cristiane Manzini, 37, concorda com Leandro e adverte sobre a necessidade do aluno possuir interesse nos estudos. “É importante que ele veja esta atitude como parte de sua vida. Em função do excesso de informações, facilmente en-contrado na internet, jornal, TV ou revista, a escola precisa despertar, nos jovens da atualidade, o desejo de aprender. Isto não se inicia no ensino médio, mas nas séries iniciais. O professor pode e deve incentivar os alunos a pesquisarem assuntos do dia a dia, do seu interesse e mostrar, de forma lúdica, a importância disso”, adverte.

Yuri Soares, 17, também terminou o

ensino médio em 2011 e está prestando vestibular para o curso de ciência da com-putação. “Não foi uma escolha fácil, desde o início de 2011, venho considerando ou-tras opções como física e engenharia, mas com o tempo decidi por ciência da compu-tação”. Yuri prestou vestibular para UFF, UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), além das que aderem ao Enem, como a UFRJ. “O mais conveniente seria estudar em Juiz de Fora, por ser uma cidade próxima”, destacou. O jovem não sofre pressão dos pais. “Muitas vezes a pressão vem de nós mesmos. As incerte-zas, angústias e renúncias da vida de um vestibulando são alguns fatores que nos gera cobrança”.

Júlia do Carmo Silveira, 17, escolheu a área de biomedicina e partiu do princí-pio de que gosta das matérias relacionadas ao curso. “Estudo, em média, duas horas por dia, além das aulas no colégio. Para a Universidade de Petrópolis já passei em primeiro lugar, mas ainda estou tentando a UFF, a UNIRIO (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) e UFRJ; com preferência pela última”. A jovem afirma não sofrer pressão dos pais em relação aos estudos. A mãe, Silvia Vilela do Carmo Silveira, 45, se considera fora dos padrões por não cobrar dos filhos que se dediquem na escola. “A Julia foi muito empenhada, se dedicou, se esforçou ao longo do ano e não só no período que antecedia às provas. Eu cheguei ao ponto de pedir até que ela parasse de estudar um pouco para descan-sar. O importante é que ela alcançou bons

resultados no Enem e já foi aprovada para uma faculdade”, disse.

Luciana Manzini é formada em psico-pedagogia diferencial pela Puc-Rio. Ela acredita que os alunos devem intercalar os estudos com atividades que tragam prazer. “É importante ver que o vestibular é apenas um caminho para a escolha profissional e, caso o aluno não passe na primeira vez, ele poderá refazer num outro momento”. Lu-ciana explica que a maturidade é essencial e auxilia na escolha da profissão e que o papel dos pais é fundamental neste período em que o aluno está prestando vestibular. “Os pais devem dar todo o apoio que o fi-lho necessitar. É preciso respeitá-lo quanto à escolha que fez e não deixar que ele fique somente ligado à prova. É necessário tirar o foco do estudo em alguns momentos, para que ele busque outras atividades também. O estudante deve passar pelo momento do vestibular como mais uma etapa e não parar a vida, porque está se dedicando so-mente ao vestibular”, alerta.

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PROFESSOR

Leandro Magrani com os

alunos petropolitanos

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Cliente da Hélio Dutra ganha carro em sorteio da CDL

No dia 26 de dezembro, acon-teceu o sorteio da campanha de Natal da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Três

Rios. Para o prêmio mais esperado, um carro 0 quilômetro. O cupom sorteado mostrava que, além de ajudar a construir o sonho da casa própria, a Hélio Dutra Materiais de Construção contribuiu com o sonho do carro novo. A sorteada foi a professora Rozemary Curcio de Almeida.

Dois dias depois, a ganhadora com-pareceu à loja para receber as chaves do carro. “Eu não pensei que ia ganhar. No momento que fizeram o sorteio do com-putador eu ficava dizendo meu nome e, no fim, o computador não saiu para mim.

Então fui embora antes do sorteio do car-ro”, lembra. Ela ainda contou que tinha depositado apenas 12 cupons.

Localizada no coração de Três Rios, a loja completará, em maio, 55 anos de um trabalho que começou com a chegada do casal Hélio e Martha Dutra à cidade. A história da pioneira no ramo de materiais de construção continua com a dedicação de seus filhos, Welington e Ricardo.

Com amplo show room, que con-ta com produtos de alta qualidade para atender as obras desde a fundação até o acabamento, a Hélio Dutra Materiais de Construção pensa no conforto dos clientes e oferece estacionamento, entrega progra-mada na região, variadas formas de paga-

mento e uma equipe de vendas experiente.No final deste ano, uma nova campa-

nha de Natal movimentará o comércio da cidade. Até lá, arrume a casa para esperar o carro que pode ser seu.

Rua Manoel Duarte,188, CentroTrês Rios - RJ

Tel: (24) 2251-6500

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Rozemary recebeu as chaves do

carro na loja onde fez a compra

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Produtos de alta qualidade

para as obras dos sonhos

TRADIÇÃO

Completando 55 anos em Três Rios,

a loja oferece estacionamento para

o conforto dos clientes

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Agora você sabe onde encontrar

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Herivelto da Silva Moreira foi criado no bairro do Triângu-lo, em Três Rios e já nasceu apaixonado pelo futebol. Uma

inspiração para ele era o tio, Gilmar, que foi jogador profissional no Botafogo. Ain-da cedo, brincava com a bola em qualquer espaço que encontrasse, até que passou a integrar o Verona, time de um amigo. Em seguida, o Independente do Triângu-lo F.C., criado por outro tio, foi um dos primeiros destinos. “Na escola, quando os professores perguntavam o que eu gostaria de ser, sempre respondi que se-ria jogador de futebol”, lembra.

Como o bairro passou a ficar pequeno para a vontade de Herivelto, ele migrou para a equipe Canarinhos, time trirriense. Deste, foi para o América, onde esteve no time que venceu a 1ª Copa da Amizade da CBF. O Entrerriense sempre foi o rival do América, mas foi para o Carijó que ele mudou tempos depois. Foi lá que surgiu a primeira grande oportunidade. “O Flu-minense veio fazer uma partida, eu estava com 15 anos. Me escolheram, juntamente com outros dois meninos, para ir para às Laranjeiras. Joguei no infantil, juvenil e no primeiro ano de juniores. Na época, o

treinador era o Zé Roberto Padilha. Pude jogar no Maracanã no último jogo do campeonato e até fazer o gol do empate de 4 x 4 com o Vasco”, recorda.

Após rápida passagem pelo time cruz maltense, surgiu o convite para jogar no C.S. Marítimo, de Portugal. “No come-ço foi aquela alegria, o sonho realizado, jogar na Europa muito cedo, mas depois chegou a saudade. Na equipe, havia mui-tos brasileiros. Apesar do idioma ser um pouco diferente, dava para entender bem e, em resumo, a experiência foi boa”, conta. Com a equipe, conseguiu duas presenças na taça UEFA, foi finalista na Copa de Portugal, participou de inúme-ros campeonatos internos e internacio-nais. Nos jogos, encontrava com Deco, Ricardo Carvalho e outros nomes de su-cesso no futebol português.

Neste clube, ficou por seis anos e meio

e, em seguida, passou pelo União de Lei-ria . “Nesta época, tive meu primeiro em-presário. Seria uma passagem rápida e um salto para um grande clube. Mas houve mudança de treinadores, meu empresário brigou com a diretoria e isso acabou che-gando até mim”. Foi através do treinador Paulo Autuori, no ano 2000, que surgiu a oportunidade de voltar ao Brasil para jo-gar no Cruzeiro. E, mais uma vez, outra surpresa desagradável, conforme Herivel-to diz. “Abri mão do contrato no Leiria para voltar ao país. Eles concordaram, mas não avisaram que tinham problema na FIFA. Todos os jogadores estavam bloqueados para transferências interna-cionais, por isso meu certificado não foi emitido. Fiquei no Cruzeiro apenas por dois meses, sem jogar, e acabei voltando para Portugal”, relembra, acrescentan-do que, meses depois, Felipão assumiu o time e foi campeão da Copa do Brasil. “Eu poderia ter ficado, minha carreira po-deria ter tomado outro rumo”.

Se, em Três Rios, ele havia trocado o América pelo Entrerriense, na volta para Portugal foi parar no principal rival do Marítimo, o Nacional. “No início eu me sentia um estranho no ninho e via algu-

DESAFIOS X SONHOS

Bola nos pés e uma ideia na cabeçaA maioria dos meninos tem o mesmo sonho: ser jogador de futebol. Com Herivelto não foi diferente. Com uma carreira que atravessou o oceano por diversas vezes, fi cou conhecido e conquistou respeito por parte de muitas pessoas, o que pode ser observado em alguns dos encontros na rua para a produção desta matéria. Hoje, o sonho de ser jogador de futebol continua. Desta vez, em dezenas de outras cabeças. Agora, com o apito na boca e prancheta na mão, o atleta sonha cada um deles.

FOTOS REVISTA ONPOR FREDERICO NOGUEIRA

Entre idas e vindas, o trirriense jogou por nove anos em Portugal

ESPORTE

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125revistaon.com.br |

mas pessoas com certa resistência à mi-nha chegada”. Até hoje Herivelto é re-conhecido em Portugal, principalmente na Ilha da Madeira. “Fiz o gol do título que classificou o Marítimo para a Taça UEFA, faltando cinco minutos para ter-minar o jogo contra o Porto. Esse gol é sempre muito lembrado”.

Em 2001, o atacante foi para a Ingla-terra, para jogar no Walsall. Lá, duas di-ficuldades. “Quando o treinador começou a falar, lembrei da minha quarta série no colégio Entre-Rios. Lembro de perguntar para a professora por que deveria apren-der inglês se não iria para a Inglaterra”. A língua foi, aos poucos, superada. A outra

dificuldade foi a grande diferença entre os estilos de futebol. “Em Portugal era um futebol mais corrido e, na Inglaterra, era mais de ‘chutão’. Eu não achava divertido. A bola saía no goleiro, que jogava para o lateral, e chutava lá na frente. Eu ficava lá no meio. Quando a bola chegava até mim, passava pelo primeiro adversário, mas vi-nha o segundo e fazia falta”, diz. Por lá, ficou um ano e meio. Foi neste país que a vida financeira começou a melhorar.

Nas férias, vinha para o Brasil. E, aqui, o futebol dava um tempo para os assuntos do coração. “Foi amor à primeira vista”, fala sobre o encontro com a esposa, Vi-viane. “Foi uma coisa muito legal, muito

forte. Ficamos juntos aqui por duas se-manas, depois retornei para a Inglaterra, voltei mais 10 dias, começamos a namo-rar e o fruto dessa história é nossa Ana Luiza, que está com oito anos”.

Antes do nascimento da filha, Heri-velto estava na Grécia para jogar no Io-nikos. Neste período, uma decisão que mudou mais uma vez o rumo da carreira. “Eu não conseguia ficar longe da minha filha e resolvi dar um tempo no futebol. Fiquei um ano e meio inativo e as coisas não voltaram a ser como antes. Mas não me arrependo. Naquele momento, minha prioridade era minha filha e não minha carreira”, conta o orgulhoso pai que, du-rante uma das entrevistas, precisou bus-car a filha na aula particular, dar almoço e levá-la para a escola.

“Minha carreira praticamente encerrou aos 28 anos”, diz. Mas, depois disso, ain-da voltou a jogar na Inglaterra e na Coréia do Sul. Retornando ao Brasil, fez tem-poradas semestrais em pequenos clubes, como os distantes Potigar de Mossoró e Baraúnas. Entretanto ainda tem, na car-reira, passagem pelos vizinhos Paraíba do Sul F.C. e Tupi. O último clube que pas-sou, em 2010, foi o Luziânia, de Brasília.

O sonho de realizar sonhos

“Eu queria passar o que já tinha vi-vido, trabalhando o correto para ter fru-tos”, conta sobre o objetivo do trabalho na escolinha que iniciou há cerca de um

EQUIPE

Uma das turmas treinadas

pela equipe de Herivelto

CARREIRA

Jogando em Portugal, Herivelto ganhou

reconhecimento dos torcedores

AR

QU

IVO

PE

SSO

AL

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ano no Social Olímpico Ferroviário de Três Rios. “Os meninos chegam lá e querem saber quando será o coletivo, então tenho que explicar que antes eles precisam aprender o básico”, explica.

A equipe da escolinha é formada por ele e outros três professores. Na verdade, escolinha é um apelido. Ela é, oficialmen-te, uma academia de futebol de base. Um dos membros da equipe é Ian da Silva Pi-nho, 25 anos. “Fazemos o trabalho e nem esperamos por um resultado rápido, mas acontece. Têm garotos que chegam sem saber correr com a bola e, hoje, já jogam. Mesmo aqueles que não serão jogadores profissionais, terão capacidade de jogar aquelas peladas de final de semana de uma forma diferenciada”, explica Ian.

Com cerca de 100 alunos, incluindo algumas meninas, o número não para de aumentar. No dia da visita ao treinamen-to, por exemplo, chegaram quatro novos rapazes para participar do treino. Dentre eles estava Maicon Haubrick, de 16 anos. “Estou vindo para ver se consigo um futu-ro melhor, meu colega me chamou. Quero seguir carreira no futebol. Espero que con-siga arrumar alguma coisa”, diz o jovem.

Essa “alguma coisa” à qual Maicon se refere é a chance de mostrar seu tra-balho em um clube grande, assim como Herivelto teve no passado. Do grupo, al-guns meninos já conseguiram a sonhada chance. Marlon da Silva Timóteo, 14, é

um desses exemplos. “Eu via meu irmão treinar. Meu pai também me incentivou e comecei a gostar de futebol”, garante. No meio do segundo semestre de 2011, foi es-colhido, junto com um colega, para fazer teste no Internacional. “Eu cheguei com sorriso no rosto em casa e meu pai adivi-nhou o que tinha acontecido. Fui para lá, fiquei um mês fazendo teste e voltei para terminar a escola. Volto para a temporada 2012 e devo ficar o ano inteiro”, explica. O outro escolhido não passou para o Inter, mas conseguiu uma vaga no Porto Alegre.

Para Marlon, a maior dificuldade é a saudade de casa e da família. No entanto, sabe que essa distância é necessária e será recompensada. “A saudade é uma coisa que dá e passa, a recompensa vem no fi-nal. Vou conseguir trazer felicidade para os meus pais”, acredita a jovem promessa.

Espelho para os novos atletas duran-te os treinamentos, Herivelto também se vê em cada história. “Futebol é uma entrega. Tem que querer muito. Fui para Portugal com 18 anos, nunca tinha an-dado de avião. Quem quer o futebol de verdade tem que querer 200%. Alguns desses meninos da escolinha já têm essa característica, determinação, com famí-lia estruturada, sabem muito bem o que querem”, completa o professor.

Família é tão importante que alguns pais e mães acompanham o treinamen-to. Paulo César Pereira de Campos, de

48 anos, passou, além da paixão pelo futebol, o nome para o filho, que está com 15 anos. “Já conhecia o Herivel-to. Meu filho estava no Volta Redonda F.C., mas trocou a diretoria da base de lá e não estou conseguindo manter ele em alojamentos. Ele já passou em outros testes, mas a dificuldade financeira não contribui. Sorte ele tem, e é bom. O que estiver ao meu alcance, faço para ajudar. Família é para isso”, conta o pai.

O valor social do projeto, o treinador

PROMESSA

Marlon foi observado e

conseguiu vaga no Inter

EM CAMPO

Enquanto se enfrentam, os

meninos mostram as melhoras

que conseguiram na escolinha

APOIO FAMILIAR

Paulo César acompanha

o sonho do fi lho

ESPORTE

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127revistaon.com.br |

explica. “O menino que hoje está lá, é o mesmo que, daqui a alguns anos, será uma pessoa de bem. Por mim, teríamos mais de 1.000 alunos, mas ainda não con-seguimos abraçar todos”. Herivelto conta com parcerias de empresas no projeto e

planeja que pessoas físicas ou jurídicas, apadrinhem alunos e colaborem com a mudança da sociedade através do esporte. “Descobrir talentos é detalhe”, finaliza.

“O futebol me proporcionou muitas coisas, visitei lugares que nunca ima-

ginei. Cheguei em países que conhecia apenas através dos livros de história”, conta o ex-jogador. São experiências como esta que o projeto quer promover.

Uma última pergunta mostra que o menino sonhador continua ativo dentro do homem responsável, preocupado com a sociedade, paizão, marido, filho dedi-cado e boa praça. Se surgisse um convite muito bom para voltar a ser jogador na In-glaterra, Herivelto aceitaria? “Sim, acho que sim. Mas a escolinha não acaba mais. Cada menino que sair para um clube será minha felicidade”. Ainda tem muita bola para rolar. Então, como diz alguém que você já ouviu na TV, haja coração!

A receita para uma carreira de sucesso no esporte, Herivelto resume em poucas palavras: “Futebol é uma entrega”

INSTRUTORES

Ian e Herivelto são alguns

dos responsáveis pelos

treinamentos dos jovens

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128 | revistaon.com.br

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129revistaon.com.br |

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130 | revistaon.com.br

São 20 mil m² e um investimen-to de R$ 163 milhões que pro-metem reaquecer a produção de leite em Três Rios e região.

A inauguração aconteceu no dia 18 de novembro na própria empresa, localiza-da às margens da BR 040, e reuniu em-presários, políticos e o presidente, Ivan Zurita.

Esta é a 31º fábrica no Brasil. No evento, Zurita revelou o porquê Três Rios foi a cidade escolhida. “O prefeito foi mais agressivo e mostrou o poten-cial da bacia leiteira”, contou. Ainda de acordo com ele, a empresa oferece apoio técnico aos produtores locais. O objetivo é fomentar a produção da cidade, pois a estrutura tem capacidade de receber 200 mil litros de leite por dia. “Este é um compromisso da Nestlé alinhado ao con-

Inaugurada a fábrica da Nestlé em Três RiosA promessa é de gerar 1.000 empregos diretos e indiretos

POR RAFAEL MORAES FOTOS LUANA MOURA

ESTRUTURA

São 20 mil m² localizados

às margens da BR 040

ACONTECEU

ceito de criação de valor compartilhado, plataforma mundial de responsabilidade social da companhia que busca aliar o desenvolvimento sustentável do negócio à geração de valor para as comunidades onde a empresa está presente”, aponta.

O prefeito Vinicius Farah lembrou que a bacia leiteira ajudou a sustentar a

cidade antes da década de 80 e depois ficou estagnada. “Independentemente dos empregos gerados [1.000 diretos e indiretos] e dos impostos, o melhor é o ressurgimento da bacia leiteira...A histó-ria de Três Rios começa a mudar a partir de hoje”, enfatizou Farah.

O chefe do executivo estadual, Sérgio

Cabral também esteve presente e contou com a companhia do vice-governador Pe-zão, além de alguns secretários e o sena-dor Lindbergh Farias. “A nova fábrica da Nestlé consolida a diversificação da eco-nomia do nosso Estado, que tem atraído um mix de investimentos extraordinários de setores diferenciados. Além disso, é o aprofundamento da presença da indústria de transformação no Rio de Janeiro”, afir-mou Cabral.

Nesta primeira fase, o empreendimento começa a produzir leites líquidos. A capa-cidade total de produção da nova fábrica será de 124 mil toneladas de produtos por ano. “Vamos começar com 200 mil litros e já contamos com 400 produtores na região. Esperamos chegar rapidamente a um milhão de litros, essa é nossa meta. Já iniciamos a produção da linha Sollys e dos leites Ninho e Molico líquidos e va-mos começar, em março, a produção do Nescau líquido. A produção dessa fábrica abastecerá também os estados de Espírito Santo e Minas Gerais, além de parte de São Paulo. Ou seja, nós queremos e neces-sitamos de leite e mais leite”, disse o presi-dente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita.

EXPECTATIVA

Na plateia, prefeitos, secretários

municipais, vereadores e empresários

SIRENE

O toque coletivo simbolizou

o início ofi cial das atividades

Page 131: FB | Revista On Três Rios #07

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São 20 mil m² e um investimen-to de R$ 163 milhões que pro-metem reaquecer a produção de leite em Três Rios e região.

A inauguração aconteceu no dia 18 de novembro na própria empresa, localiza-da às margens da BR 040, e reuniu em-presários, políticos e o presidente, Ivan Zurita.

Esta é a 31º fábrica no Brasil. No evento, Zurita revelou o porquê Três Rios foi a cidade escolhida. “O prefeito foi mais agressivo e mostrou o poten-cial da bacia leiteira”, contou. Ainda de acordo com ele, a empresa oferece apoio técnico aos produtores locais. O objetivo é fomentar a produção da cidade, pois a estrutura tem capacidade de receber 200 mil litros de leite por dia. “Este é um compromisso da Nestlé alinhado ao con-

Inaugurada a fábrica da Nestlé em Três RiosA promessa é de gerar 1.000 empregos diretos e indiretos

POR RAFAEL MORAES FOTOS LUANA MOURA

ESTRUTURA

São 20 mil m² localizados

às margens da BR 040

ACONTECEU

ceito de criação de valor compartilhado, plataforma mundial de responsabilidade social da companhia que busca aliar o desenvolvimento sustentável do negócio à geração de valor para as comunidades onde a empresa está presente”, aponta.

O prefeito Vinicius Farah lembrou que a bacia leiteira ajudou a sustentar a

cidade antes da década de 80 e depois ficou estagnada. “Independentemente dos empregos gerados [1.000 diretos e indiretos] e dos impostos, o melhor é o ressurgimento da bacia leiteira...A histó-ria de Três Rios começa a mudar a partir de hoje”, enfatizou Farah.

O chefe do executivo estadual, Sérgio

Cabral também esteve presente e contou com a companhia do vice-governador Pe-zão, além de alguns secretários e o sena-dor Lindbergh Farias. “A nova fábrica da Nestlé consolida a diversificação da eco-nomia do nosso Estado, que tem atraído um mix de investimentos extraordinários de setores diferenciados. Além disso, é o aprofundamento da presença da indústria de transformação no Rio de Janeiro”, afir-mou Cabral.

Nesta primeira fase, o empreendimento começa a produzir leites líquidos. A capa-cidade total de produção da nova fábrica será de 124 mil toneladas de produtos por ano. “Vamos começar com 200 mil litros e já contamos com 400 produtores na região. Esperamos chegar rapidamente a um milhão de litros, essa é nossa meta. Já iniciamos a produção da linha Sollys e dos leites Ninho e Molico líquidos e va-mos começar, em março, a produção do Nescau líquido. A produção dessa fábrica abastecerá também os estados de Espírito Santo e Minas Gerais, além de parte de São Paulo. Ou seja, nós queremos e neces-sitamos de leite e mais leite”, disse o presi-dente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita.

EXPECTATIVA

Na plateia, prefeitos, secretários

municipais, vereadores e empresários

SIRENE

O toque coletivo simbolizou

o início ofi cial das atividades

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132 | revistaon.com.br

Faça como este grupo de amigos e conte suas viagens pelo mundo afora. Para participar envie um e-mail com sua história para: [email protected]. Ah! Não se esqueça de mandar as fotos com as legendas, assim poderá compartilhar sua experiência conosco.

de embarcar e via o sonho cada vez mais longe do meu alcance. Porém, aos poucos, eu, com o apoio de meus pais, meu irmão, e de todos meus familiares, começamos a planejar alguma manobra que me permitisse embarcar numa outra data.

Voltei ao Rio de Janeiro na mesma terça-feira com meus pais e pernoitei na cidade maravilhosa, para que na primeira hora da manhã de quarta eu pudesse procurar algum órgão públi-co que me permitisse a retirada de uma nova documentação. Assim foi feito e, após muitos esforços de meus familiares, consegui uma nova iden-tidade em perfeitas condições.

Finalmente, na quinta-feira, em companhia de meu pai, após ter-mos passado a noite no aeropor-to, embarquei e não via a hora de encontrar com Sérgio, Marcelo e Pedro Henrique para colocarmos em prática tudo aquilo que plane-jamos para nossa viagem.

Após cerca de três horas e meia de vôo, desembarquei em solo argentino no aeroporto internacional de Ezeiza. Ali-viado, e louco para conhecer o país que sempre idolatrei por conta do futebol e meu maior ídolo, o argentino Dom Diego Armando Maradona.

Diário de bordo com

Lucas Peralta, Marcelo Rocha, Sérgio Zamboni e Pedro Henrique Neves

| revistaon.com.br

Atenção passageiros da Revista On! A partir de agora os convido para acompanhar nossa via-

gem para Buenos Aires, Argentina, realizada no mês de novembro de 2011 por Lucas Peralta, quem lhes escreve, Marcelo Rocha, Sérgio Zamboni e Pedro Henrique Neves.

Entretanto, antes de embarcarmos rumo às cômicas histórias, recorda-ções e, claro, os “perrengues” quase sempre normais em viagens, quero dedicar o “check-in” desses relatos de nossa expedição rumo à terra de D10S, à toda equipe Fiobranco de

Comunicação e agradecer-lhes o con-vite para participarmos dessa, criativa editoria da revista, que é um sucesso em nossa cidade, muito obrigado!

Retomando o foco para nossa via-gem, em primeiro momento já nos deparamos com um fato marcante que quase interrompeu esse grande sonho de realizar essa viagem, pla-nejada por nós há algum tempo: problemas com documentação.

Ingressamos no balcão de check-in do aeroporto inter-nacional do Rio de Janeiro no feriado do dia 15 de novembro e todos, até então, obtiveram

sucesso em suas documentações e realizaram seus respectivos che-ck-ins também com sucesso.

Entretanto, eu, Lucas Peralta, apresentei minha carteira de identi-dade e esta apresentava alguns ras-gos em função do tempo e, também, de mau uso, reconheço. Imediata-mente, após a entrega da carteira, a funcionária da empresa pela qual viajaríamos não autorizou meu em-barque com tal documentação.

Naquele momento um filme me veio à cabeça, além daque-

le sentimento: “O sonho acabou para mim!” O clima de frustração e constrangimento tomou conta de todos, e aquela euforia e alegria para o embarque foram substituí-das pelo silêncio e preocupação.

Não embarquei na terça-feira, diferentemente do restante do gru-po, e regressei a Três Rios com um sentimento de impotência de não poder resolver o transtorno, por ter sido feriado naquele dia e um sen-sação de derrota, pois, até então, eu não enxergava possibilidade

132 | revistaon.com.br

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133revistaon.com.br |

Faça como este grupo de amigos e conte suas viagens pelo mundo afora. Para participar envie um e-mail com sua história para: [email protected]. Ah! Não se esqueça de mandar as fotos com as legendas, assim poderá compartilhar sua experiência conosco.

de embarcar e via o sonho cada vez mais longe do meu alcance. Porém, aos poucos, eu, com o apoio de meus pais, meu irmão, e de todos meus familiares, começamos a planejar alguma manobra que me permitisse embarcar numa outra data.

Voltei ao Rio de Janeiro na mesma terça-feira com meus pais e pernoitei na cidade maravilhosa, para que na primeira hora da manhã de quarta eu pudesse procurar algum órgão públi-co que me permitisse a retirada de uma nova documentação. Assim foi feito e, após muitos esforços de meus familiares, consegui uma nova iden-tidade em perfeitas condições.

Finalmente, na quinta-feira, em companhia de meu pai, após ter-mos passado a noite no aeropor-to, embarquei e não via a hora de encontrar com Sérgio, Marcelo e Pedro Henrique para colocarmos em prática tudo aquilo que plane-jamos para nossa viagem.

Após cerca de três horas e meia de vôo, desembarquei em solo argentino no aeroporto internacional de Ezeiza. Ali-viado, e louco para conhecer o país que sempre idolatrei por conta do futebol e meu maior ídolo, o argentino Dom Diego Armando Maradona.

Diário de bordo com

Lucas Peralta, Marcelo Rocha, Sérgio Zamboni e Pedro Henrique Neves

| revistaon.com.br

Atenção passageiros da Revista On! A partir de agora os convido para acompanhar nossa via-

gem para Buenos Aires, Argentina, realizada no mês de novembro de 2011 por Lucas Peralta, quem lhes escreve, Marcelo Rocha, Sérgio Zamboni e Pedro Henrique Neves.

Entretanto, antes de embarcarmos rumo às cômicas histórias, recorda-ções e, claro, os “perrengues” quase sempre normais em viagens, quero dedicar o “check-in” desses relatos de nossa expedição rumo à terra de D10S, à toda equipe Fiobranco de

Comunicação e agradecer-lhes o con-vite para participarmos dessa, criativa editoria da revista, que é um sucesso em nossa cidade, muito obrigado!

Retomando o foco para nossa via-gem, em primeiro momento já nos deparamos com um fato marcante que quase interrompeu esse grande sonho de realizar essa viagem, pla-nejada por nós há algum tempo: problemas com documentação.

Ingressamos no balcão de check-in do aeroporto inter-nacional do Rio de Janeiro no feriado do dia 15 de novembro e todos, até então, obtiveram

sucesso em suas documentações e realizaram seus respectivos che-ck-ins também com sucesso.

Entretanto, eu, Lucas Peralta, apresentei minha carteira de identi-dade e esta apresentava alguns ras-gos em função do tempo e, também, de mau uso, reconheço. Imediata-mente, após a entrega da carteira, a funcionária da empresa pela qual viajaríamos não autorizou meu em-barque com tal documentação.

Naquele momento um filme me veio à cabeça, além daque-

le sentimento: “O sonho acabou para mim!” O clima de frustração e constrangimento tomou conta de todos, e aquela euforia e alegria para o embarque foram substituí-das pelo silêncio e preocupação.

Não embarquei na terça-feira, diferentemente do restante do gru-po, e regressei a Três Rios com um sentimento de impotência de não poder resolver o transtorno, por ter sido feriado naquele dia e um sen-sação de derrota, pois, até então, eu não enxergava possibilidade

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64

Fernanda Pompeu apresenta 64 his-tórias de fi cção, b e m - h u m o r a d a s e amargas, envol-vendo situações em torno de uma paisagem histórica, o golpe militar de 1964. (Brasiliense, R$ 19,90)

SAMBÔ

Não é apenas uma roda de amigos tocando sam-ba. Eles vão além e criam versões para clássicos do rock, como de Janis Joplin, James Brown e Led Zeppe-lin. (R$ 24,90)

CHITÃOZINHO E XORORÓ - SINFÔNICO

Com o maestro João Carlos Martins e a Orquestra Ba-chiana Filarmônica, Chitão-zinho e Xororó apresentam seus sucessos com arranjos únicos, emocionantes e inesquecíveis. (R$ 29,90)

CANCIONEIRO

Segunda reunião de poesias de An-dré Pullig, mostra a constante evo-lução do poeta e reafi rma seu talento e paixão pela escrita. (The-saurus, R$ 25)

OS INDECENTES: CRÔNICAS SOBRE AMOR E SEXO

Os canalhas têm alguma função? E os homossexu-ais escondidos? O que acontece com uma mulher

que trai? Refl exões relacionadas à se-xualidade em 100 crônicas de Stella Florence. (Rocco, R$ 28)

AS ESGANADAS

Uma mulher gor-da é assassinada. Jô Soares revela o criminoso no início da obra. O restante do livro traz as confusões dos investigado-res para chegar

ao assassino. (Companhia das Le-tras, R$ 29,90)

Livros

DVDDVD

Música Cinema

A banda foi criada em 2008, com seis músi-

cos. Atualmente, integram a Garagem Afi nada,

Pablo Belisário (voz), Deco Mariano (violão) e

Vitor Santos (gaita).

Ela surgiu quando músicos e amigos de uma

igreja começaram a tocar MPB e Bossa Nova. O

nome foi dado por Deco, após resolverem, de

fato, se transformarem em uma banda e realiza-

rem todos os ensaios em uma garagem.

Nelson Sargento, ícone do samba e tio do vo-

calista, criou o bordão da banda em um comentá-

rio: “Os meninos são bons pra chuchu”. Entre as

infl uências, estão Djavan, Leila Pinheiro, Lenine,

João Bosco, Gilberto Gil, Tom Jobim e Elis Regina.

Atualmente, estão em fase de “amadureci-

mento” para conclusão do primeiro álbum. Já

apresentaram os shows “Novas Raízes” e “Minei-

rice Carioca”, este último com colaboração de Fe-

lipe Carretiero. Recentemente, participaram do I

Festival Nacional de Música de Três Rios.

Para ouvir, acesse: http://palcomp3.com/

garagem-afi nada/

Eduardo Coutinho volta às telonas com uma

das coisas que melhor sabe fazer: colocar

pessoas comuns e suas histórias como

as grandes atrações da obra. Após ouvir

moradores em “Edifício Master” e histórias

reais contadas ou encenadas em “Jogo de

cena”, o documentarista lança “As canções”.

Quem não tem uma música que lembra o pai, a

mãe, o primeiro amor ou uma viagem? A pergunta

“alguma música já marcou sua vida?” serviu

como convocação para que pessoas contassem

suas histórias diante da câmera. No fi lme, são

mostrados 18 depoimentos escolhidos.

Um jovem que canta uma música para o pai, já

morto, como pedido de desculpa; um homem

que chora ao cantar para a mãe de 85 anos;

outro que canta ao recordar a história de

amor. As músicas servem como forma de ver a

própria vida e recordar cada momento. Como

esperado, as músicas de Roberto Carlos foram

as mais recordadas.

Enquanto o fi lme acontece, o “maestro”

Eduardo Coutinho, aos 78 anos, rege a plateia

que esbarra em emoções semelhantes. Qual é

a música que marcou sua vida?

GARAGEM AFINADA

AS CANÇÕES (Eduardo Coutinho – 2011)

GUIA

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Fernanda Pompeu apresenta 64 his-tórias de fi cção, b e m - h u m o r a d a s e amargas, envol-vendo situações em torno de uma paisagem histórica, o golpe militar de 1964. (Brasiliense, R$ 19,90)

SAMBÔ

Não é apenas uma roda de amigos tocando sam-ba. Eles vão além e criam versões para clássicos do rock, como de Janis Joplin, James Brown e Led Zeppe-lin. (R$ 24,90)

CHITÃOZINHO E XORORÓ - SINFÔNICO

Com o maestro João Carlos Martins e a Orquestra Ba-chiana Filarmônica, Chitão-zinho e Xororó apresentam seus sucessos com arranjos únicos, emocionantes e inesquecíveis. (R$ 29,90)

CANCIONEIRO

Segunda reunião de poesias de An-dré Pullig, mostra a constante evo-lução do poeta e reafi rma seu talento e paixão pela escrita. (The-saurus, R$ 25)

OS INDECENTES: CRÔNICAS SOBRE AMOR E SEXO

Os canalhas têm alguma função? E os homossexu-ais escondidos? O que acontece com uma mulher

que trai? Refl exões relacionadas à se-xualidade em 100 crônicas de Stella Florence. (Rocco, R$ 28)

AS ESGANADAS

Uma mulher gor-da é assassinada. Jô Soares revela o criminoso no início da obra. O restante do livro traz as confusões dos investigado-res para chegar

ao assassino. (Companhia das Le-tras, R$ 29,90)

Livros

DVDDVD

Música Cinema

A banda foi criada em 2008, com seis músi-

cos. Atualmente, integram a Garagem Afi nada,

Pablo Belisário (voz), Deco Mariano (violão) e

Vitor Santos (gaita).

Ela surgiu quando músicos e amigos de uma

igreja começaram a tocar MPB e Bossa Nova. O

nome foi dado por Deco, após resolverem, de

fato, se transformarem em uma banda e realiza-

rem todos os ensaios em uma garagem.

Nelson Sargento, ícone do samba e tio do vo-

calista, criou o bordão da banda em um comentá-

rio: “Os meninos são bons pra chuchu”. Entre as

infl uências, estão Djavan, Leila Pinheiro, Lenine,

João Bosco, Gilberto Gil, Tom Jobim e Elis Regina.

Atualmente, estão em fase de “amadureci-

mento” para conclusão do primeiro álbum. Já

apresentaram os shows “Novas Raízes” e “Minei-

rice Carioca”, este último com colaboração de Fe-

lipe Carretiero. Recentemente, participaram do I

Festival Nacional de Música de Três Rios.

Para ouvir, acesse: http://palcomp3.com/

garagem-afi nada/

Eduardo Coutinho volta às telonas com uma

das coisas que melhor sabe fazer: colocar

pessoas comuns e suas histórias como

as grandes atrações da obra. Após ouvir

moradores em “Edifício Master” e histórias

reais contadas ou encenadas em “Jogo de

cena”, o documentarista lança “As canções”.

Quem não tem uma música que lembra o pai, a

mãe, o primeiro amor ou uma viagem? A pergunta

“alguma música já marcou sua vida?” serviu

como convocação para que pessoas contassem

suas histórias diante da câmera. No fi lme, são

mostrados 18 depoimentos escolhidos.

Um jovem que canta uma música para o pai, já

morto, como pedido de desculpa; um homem

que chora ao cantar para a mãe de 85 anos;

outro que canta ao recordar a história de

amor. As músicas servem como forma de ver a

própria vida e recordar cada momento. Como

esperado, as músicas de Roberto Carlos foram

as mais recordadas.

Enquanto o fi lme acontece, o “maestro”

Eduardo Coutinho, aos 78 anos, rege a plateia

que esbarra em emoções semelhantes. Qual é

a música que marcou sua vida?

GARAGEM AFINADA

AS CANÇÕES (Eduardo Coutinho – 2011)

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