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0 Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA Mestrado Profissional em Gestão Empresarial Felipe Carvalho Gomes da Silva O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTEMA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL. Recife, 2014

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Faculdade Boa Viagem – DeVry Brasil Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração - CPPA

Mestrado Profissional em Gestão Empresarial

Felipe Carvalho Gomes da Silva

O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTE MA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚ BLICA

FEDERAL.

Recife, 2014

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FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry BrasilCPPA – CENTRO DE PESQUISA E PÓS

MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial Pesquisa e Pós-Graduação em Administração em três graus:

• Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); • Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bib • Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia; A classificação desta dissertação Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração. A classificação desta dissertação se e

Título da Dissertação: “O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTEMA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA

INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL”. Nome do(a) autor(a): Felipe Carvalho Gomes da Silva Data da Aprovação: 30 de maio de 2014.

Classificação conforme especificação acima: Grau 1 (X) Grau 2 ( ) Grau 3 ( )

FACULDADE BOA VIAGEM| DeVry Brasil CENTRO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃOMESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

CLASSIFICAÇÃO DE ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a dissertação do Mestrado Profissional em Gestão Empresarial -

Graduação em Administração – CPPA – da Faculdade Boa Viagem é definido

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de bibliotecas com saída controlada;

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou

A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração. A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor.

“O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTEMA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA

INSTITUIÇÃO PÚBLICA FEDERAL”.

Felipe Carvalho Gomes da Silva

Aprovação: 30 de maio de 2014.

Classificação conforme especificação acima:

Recife, 30 de maio de 2014.

1

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EMPRESARIAL

ACESSO A DISSERTAÇÕES

Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o - MPGE do Centro de

Faculdade Boa Viagem é definido

Grau 1: livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e

Grau 2: com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita

Grau 3: apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou

se encontra, abaixo, definida por seu autor.

se aos depositários e usuários sua fiel observância, afim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área de administração. A

ncontra, abaixo, definida por seu autor.

“O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTEMA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA

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Felipe Carvalho Gomes da Silva

O IMPACTO DO MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS DO SISTE MA SUAP NOS INDICADORES DE DESEMPENHO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚ BLICA

FEDERAL.

Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Gestão Empresarial do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração – CPPA da Faculdade Boa Viagem - DeVry Brasil, sob a orientação do Prof. Dr. James Anthony Falk.

Recife, 2014

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Catalogação na fonte - Biblioteca da Faculdade Boa Viagem, Recife/PE

S586i Silva, Felipe Carvalho Gomes da. O impacto do módulo de gestão de contratos do sistema SUAP nos indicadores de desempenho de uma instituição pública federal/ Felipe Carvalho Gomes da Silva. -- Recife : FBV | Devry, 2014. 122f.: il.

Orientador(a) :James Anthony Falk. Dissertação (Mestrado) -- Faculdade Boa Viagem | Devry. Inclui apêndice.

1.Avaliação de impacto. 2. Mudança organizacional. 3. Tecnologia da informação.4. Sistema de informação. I. Título.

DISS658[14.1]

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367

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Dedico esta dissertação aos meus pais e a

minha esposa, que representam todos

aqueles que contribuíram para minha

formação moral e intelectual.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. James Falk, representando todos os docentes da Faculdade Boa

Viagem, que sempre nos pautaram com suas orientações, fator decisivo para a realização

desta pesquisa.

Aos colegas da Turma 8 e a todos aqueles que me ofereceram subsídios através de materiais e

depoimentos, o que possibilitou o enriquecimento do trabalho.

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RESUMO

O presente estudo foi elaborado nos campos das pesquisas organizacionais, gestão de

contratos, tecnologia da informação e avaliação de impacto. Teve como objetivo avaliar o

impacto do módulo de gestão de contratos do sistema SUAP nos indicadores de desempenho

de uma instituição pública federal, localizada no Estado de Pernambuco. Para atingir esse

objetivo, foram realizadas pesquisas de campo e análise de documentos, comparando os dados

levantados com os conceitos identificados na literatura. Os dados foram coletados através de

questionários, survey e análises de documentos da Instituição. O estudo verificou usuários do

SUAP e clientes internos da gestão de contratos quanto às mudanças percebidas e

posteriormente comparadas com os registros documentais. A pesquisa demonstrou resultados

positivos referente às percepções das mudanças na avaliação dos usuários e clientes, que

divergiram dos indicadores de desempenho. Estes indicadores não demonstraram impactos

significantes após a implantação da ferramenta tecnológica. Os achados também evidenciaram

a necessidade de pesquisas futuras para a compreensão das divergências existentes entre a

percepção dos pesquisados e os resultados dos indicadores efetivamente medidos,

considerando que não houve resistência à mudança por parte dos usuários. Os resultados da

pesquisa contribuem para estudos teóricos da mudança e avaliação de impacto no âmbito da

gestão de contratos administrativos de serviços continuados.

Palavras-chave: Avaliação de impacto. Mudança organizacional. Tecnologia da informação.

Sistemas de informação. Gestão de contratos.

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ABSTRACT

The present study was undertaken in the fields of organizational research, contract

management, information technology and impact evaluation. Aimed to evaluate the impact of

management contracts SUAP system performance indicators from a public institution located

in the state of Pernambuco module. To achieve this goal, field research and document analysis

were conducted, comparing the data obtained with the concepts identified in the literature.

Data has been collected through questionnaires, survey and analysis of documents of the

institution. The study found users SUAP internal customers and contract management as to

perceived changes and subsequently compared with the documentary record. Research has

shown positive results related to perceptions of changes in the assessment of users and

customers, which diverged from performance indicators. These indicators showed no

significant impacts after the implementation of technological tool. The findings also

highlighted the need for further research to understanding the differences between the

perception of respondents and the results of the indicators measured effectively, considering

that there was resistance to change on the part of users. The research results contribute to

theoretical studies of change and impact assessment in the management of administrative

contracts continued services.

Keywords: Impact evaluation; organizational change; information technology;

information systens; contract management.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES QUADROS Quadro 1. Categorias de Mudanças................................................................................... 27 Quadro 2. Benefícios obtidos com a utilização de TI....................................................... 30 Quadro 3. Conceitos sobre Sistemas de Informação........................................................ 32 Quadro 4. Quadro resumo – Variáveis do desempenho de contratos............................... 43 Quadro 5. Síntese do modelo proposto............................................................................. 58 Quadro 6. Motivos que levaram a instituição a adotar a tecnologia da informação na gestão de contratos.............................................................................................................

72

Quadro 7. Expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das atividades de Gestão de Contratos..............................................................................

73

Quadro 8. Percepção dos Gestores e Fiscais dos Contratos sobre as mudanças percebidas após a implantação do SUAP na Gestão de Contratos....................................

74

Quadro 9. Não-conformidades.......................................................................................... 77 Quadro 10. Resumo - Não-conformidades........................................................................ 78 Quadro 11. Prazos médios referentes às atividades da Gestão de Contratos.................... 79 Quadro 12. Prazos médios gerais referente às atividades da Gestão de Contratos realizadas com antecedência..............................................................................................

79

Quadro 13. Resultados Consolidados dos Construtos...................................................... 81 Quadro 14. Resultados do Construto Satisfação do Cliente............................................. 83 Quadro 15. Resultados do Construto Satisfação dos Usuários......................................... 86 Quadro 16. Resultados do Construto Inovação................................................................. 87 Quadro 17. Resultados do Construto Controle Gerencial.................................................. 90 Quadro 18. Resultados do Construto Qualidade................................................................ 92 Quadro 19. Resultados do Construto Resistência à mudança........................................... 95 Quadro 20. Resultados do Construto Decisão................................................................... 97 Quadro 21. Resultados do Construto Produtividade......................................................... 101

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS DERO Declaração de Existência de Recursos Orçamentários DOU Diário Oficial da União NBR Norma Brasileira de Registro SEGES Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento SIAFI Sistema Integrado de Administração Financeira SICAF Sistema de Cadastro de Fornecedores SI Sistema de Informação SUAP Sistema Unificado de Administração Pública TCU Tribunal de Contas da União TI UA UG

Tecnologia da Informação Unidade Administrativa Unidade Gestora

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 13 1.1. Contextualização...................................................................................................... 1.2. Objetivos.................................................................................................................. 1.2.1. Objetivo Geral......................................................................................................... 1.2.2. Objetivos Específicos.............................................................................................. 1.3. Justificativa............................................................................................................. 1.3.1. Teórica.................................................................................................................... 1.3.2. Prática.....................................................................................................................

13 15 15 16 17 17 18

2. REVISÃO DA LITERATURA............................................................................ 2.1. Contratos Administrativos de Serviços Continuados.............................................. 2.1.1. Conceito de Contratos Administrativos................................................................... 2.1.2. Conceito de Serviços Continuados.......................................................................... 2.1.3. Gestão de Contratos de Serviços Continuados........................................................ 2.2. Mudança Organizacional......................................................................................... 2.2.1. Conceitos................................................................................................................ 2.2.2. Tipos e classificação de mudança organizacional................................................... 2.2.3. Mudança organizacional no setor público.............................................................. 2.3. O Impacto da Implantação de Tecnologia da Informação na Gestão de Contratos. 2.3.1. Tecnologia da Informação e Sistema de Informação.............................................. 2.3.2. A Avaliação da Implantação da Tecnologia da Informação................................... 2.3.2.1. Avaliando o Desempenho da Gestão de Contratos............................................... 2.3.2.2. Mensurando a percepção dos usuários...................................................................

20 20 20 22 24 26 26 27 28 30 30 32 33 43

3. A FERRAMENTA UTILIZADA PARA A GESTÃO DE CONTRATO S...... 59 4. METODOLOGIA.................................................................................................. 4.1. Delineamento da Pesquisa....................................................................................... 4.2. Unidades Pesquisadas............................................................................................ 4.3. População e sujeitos da pesquisa............................................................................. 4.4 Instrumentação das variáveis................................................................................... 4.5 Desenhos da Pesquisa ..............................................................................................

60 60 60 61 62 63

5. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS DA PESQUISA............................ 5.1. Perfil dos pesquisados.............................................................................................. 5.2. Análise das Entrevistas............................................................................................ 5.2.1. Mudanças Percebidas............................................................................................... 5.3. Análise dos Documentos......................................................................................... 5.3.1. Não conformidades identificadas na Gestão de Contratos...................................... 5.3.2. Controle dos prazos referente às atividades da Gestão de Contratos...................... 5.4. Análise dos Questionários.......................................................................................

69 69 69 69 75 75 79 80

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES........................................................................ 6.1 Conclusões............................................................................................................... 6.2 Sugestões de ação.................................................................................................... 6.3 Sugestões de pesquisa............................................................................................. 6.4 Limites da pesquisa................................................................................................. 6.5 Limitações da pesquisa............................................................................................

103 103 105 106 106 107

REFERÊNCIAS................................................................................................................

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APÊNDICES .....................................................................................................................

Apêndice A – Instrumento original desenvolvido por Tarkezedh e Doll (1999)................

Apêndice B - Questionário aplicado na Pesquisa................................................................

Apêndice C – Relação dos respondentes por respostas abertas..........................................

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Um dos mais modernos princípios constitucionais, o princípio da eficiência é uma exigência

da nova gestão pública, no sentido de que a Administração Pública, por meio de seus

servidores e prestadores de serviço, priorize a qualidade superior no cumprimento de seus

objetivos, que é a finalidade pública.

Na Administração, a eficiência “poder ser definida como denotar competência para se

produzir com o mínimo de recursos e esforço” (CARNEIRO, 2010, p. 18). Segundo a autora,

a eficiência refere-se ao processo, ao trabalho e ao esforço.

Para Moraes (1999), o princípio da eficiência impõe à administração pública e aos seus

agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências, a melhor

utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se

maior rentabilidade social. Segundo o autor, à administração pública deverá atuar de forma

imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da

qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários.

Segundo Meirelles (1999), as atribuições dos agentes públicos deverão ser realizadas com

presteza, perfeição e rendimento funcional, exigindo resultados positivos, para o serviço

público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.

Di Pietro (2011) ressalta que uma administração eficiente pressupõe qualidade, presteza e

resultados positivos, constituindo, em termos de administração pública, um dever de mostrar

rendimento funcional, perfeição e rapidez dos interesses coletivos.

Em um momento pretérito ao princípio da eficiência, o dever do agente público era o de

apenas cumprir a legislação, evitando a corrupção e o desvio de recursos públicos. Meirelles

(1999), que o surgimento do princípio da eficiência deve-se ao fato de que já não se contenta

em ser desempenhada apenas com legalidade.

O processo licitatório e o de contratação não devem ficar apenas restritos ao cumprimento das

respectivas legislações. Os gestores devem acompanhar a modernização da gestão pública, em

especial com o surgimento do princípio da eficiência, modernizando, inovando e buscando

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diversos meios que visam garantir resultados positivos, serviços com qualidade e a satisfação

das necessidades da sociedade.

Apesar dos princípios orientadores da administração burocrática, visando evitar a corrupção e

nepotismo, construídos com o objetivo de melhorar a administração pública, o excesso de

controle e formalismo ocasionou a ineficiência da administração pública. Bresser-Pereira

(2006, p.27) reforça que a nova administração pública não basta ser efetiva em evitar o

nepotismo e a corrupção: ela tem que ser eficiente ao prover bens públicos e semipúblicos,

que cabe ao Estado diretamente produzir ou indiretamente financiar.

A gestão publica tem sofre um processo de modernização e profundas mudanças, iniciando

um ciclo de adesão dos gestores públicos a ferramentas e boas práticas de gestão com foco em

resultados, decorrente principalmente de uma cobrança mais qualificada pelos segmentos

sociais organizados no tocante à transparência na execução das ações governamentais e o

impacto destas na sociedade. Essas reformas administrativas e a introdução de práticas de

gestão nos órgãos públicos seguindo tendências mundiais de adoção de um novo modelo de

administração, orientada a resultados.

Na busca pelo cumprimento da sua missão, a instituição pública de ensino, alvo desta

pesquisa, assim como outras organizações públicas, atravessa um processo de reforma

administrativa e introdução de práticas de gestão nos seus setores administrativos para o

aumento e melhoria da eficiência organizacional. Uma dessas atividades de apoio será objeto

de estudo desta pesquisa: gestão contratual. Segundo Carneiro (2010, p.18), esta eficiência

pode ser definida como “denotar competência para se produzir com o mínimo de recursos e

esforço que será eficiente quando atender às expectativas de prazo e custos”.

Ao longo dos anos, a instituição vem expandindo suas atividades. Este crescimento

permanente reflete no aumento da demanda por serviços administrativos, sejam em assuntos

relacionados à reestruturação dos equipamentos existentes ou para a expansão do atendimento

ao público beneficiário.

Com um quadro de pessoal cada vez mais enxuto, caberá aos gestores o dispêndio de esforços

visando à racionalização de seus processos a benefício da eficiência organizacional. Além da

racionalização de processos, haverá também a necessidade de inovação de novos processos

através da implantação de ferramentas inovadoras.

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Dentre das atividades já desenvolvidas pela área meio da instituição, destacamos a gestão de

contratos em especial a gestão dos contratos administrativos para prestação de serviços

continuados, que são os serviços prestados ao setor público e que não podem sofrer

paralisação. Uma atenção maior à gestão dos processos referente às contratações dos serviços

continuados é considerada pela existência de riscos à Administração na prestação desses

serviços. Isso ocorre principalmente pela repercussão negativa que ocorreria na

Administração Pública se houvesse uma paralisação de um serviço continuado, justificando,

assim, a necessidade contínua da avaliação atualizada da sua aquisição e contratação.

Para auxiliar na gestão dos contratos, foi implantada em 2013 a primeira versão do SUAP,

módulo de Gestão de Contratos. Há de se descobrir os benefícios que a implantação do novo

módulo informatizado trouxe para a gestão de contratos de instituições públicas, visando

melhores tomadas de decisão e a alocação eficiente de recursos humanos e financeiros.

Conforme as mudanças ocorridas, a pesquisa tentará responder a seguinte pergunta de

pesquisa: Qual o impacto da implantação do módulo de Gestão de Contratos

Administrativos do Sistema SUAP nos indicadores de desempenho de uma Instituição

Pública Federal?

Para fins de pesquisa, serão escolhidas duas unidades administrativas da instituição: uma

unidade gestora, localizada no Recife e uma unidade administrativa, localizada em outro

município da Região Metropolitana do Recife, reconhecida entre as demais Unidades como a

unidade de referência administrativa.

1.2. Objetivos

Esta etapa do trabalho apresenta os objetivos que se deseja atingir com este trabalho, que

podem ser divididos em dois grupos, objetivo geral e objetivos específicos. O objetivo geral

pode ser considerado a principal razão para o desenvolvimento deste trabalho e os objetivos

específicos são desdobramentos ou detalhamentos do objetivo geral.

1.2.1. Objetivo Geral

Avaliar o impacto gerado pela implantação do módulo de Gestão de Contratos do Sistema

SUAP nos indicadores de desempenho de uma Instituição Federal localizada no Estado de

Pernambuco.

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1.2.2. Objetivos Específicos

São objetivos específicos desta pesquisa:

1. Levantar as atividades de Gestão de Contratos de Serviços Continuados passíveis de

mensuração de desempenho;

2. Identificar as discrepâncias nos resultados dos indicadores de desempenho, antes e

depois da implantação do SUAP, das Unidades Gestora e Administrativa da

Instituição pesquisada;

3. Levantar a ocorrência, antes e depois da implantação do SUAP, de não conformidades

na Gestão de Contratos de Serviços Continuados das Unidades Gestora e

Administrativa da Instituição pesquisada;

4. Mensurar o grau das mudanças percebidas sobre as atividades da Gestão de Contratos

de Serviços Continuados após a implantação do SUAP na Gestão de Contratos; e

5. Levantar as mudanças ocorridas nas atividades de Gestão de Contratos de Serviços

Continuados, das Unidades Gestora e Administrativa da Instituição pesquisada.

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1.3. Justificativa

1.3.1. Teórica

Ainda não existe na literatura um consenso sobre qual a medida atinge os objetivos de

determinar o sucesso de um Sistema de Informação (MELONE, 1990). Nos dias atuais, esse

consenso ainda não foi obtido.

A avaliação de sistemas de informação está ganhando cada vez mais importância na medida

em que as organizações adotam uma postura orientada à qualidade, utilizando Sistemas de

Informações como instrumentos para prover e medir a qualidade de seus serviços a seus

clientes (MAÇADA; BORENSTEIN, 2000).

Diversos trabalhos acadêmicos que apresentam instrumentos de medição de impactos de TI

sobre o trabalho. Na maior parte destes trabalhos aborda a percepção de valor para os

usuários: a crença individual do quanto uma TI ajuda ou auxilia no desempenho da

organização.

Existem inúmeros instrumentos desenvolvidos para avaliar a satisfação do usuário. Para

Maçada e Borenstein (2000), “a percepção de valor dos usuários passa a constituir um

referencial significativo para o sucesso ou fracasso da TI, segundo o nível de atendimento de

suas necessidades”. Já o instrumento desenvolvido por Torkzadeh e Doll (1999), que é

amplamente utilizado, mede o impacto percebido da TI no trabalho na visão do usuário final e

nos aspectos da produtividade, da inovação, do controle gerencial e da satisfação do cliente.

Utilizados em larga escala no estudo de organizações privadas e que possuem semelhanças

entre os efeitos provocados pela Tecnologia da Informação em organizações públicas, não

podemos destacar que as organizações públicas têm características distintas e totalmente

relevantes. Para Kotler (2000), “a prestação de serviços pelo setor público requer uma

diferenciação entre a relação e o juízo de valor dos acionistas, bem como a relação entre

cliente e fornecedor”.

A Administração Pública é todo o aparelhamento do Estado preordenado à realização de

serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos de

governo; pratica tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional,

segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos

(MEIRELLES, 1999).

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Deve-se observar que uma organização pública tem seus atos vinculados as leis, bem como os

sistemas de informação devem atender aos requisitos legais, independente das expectativas

dos usuários. Enquanto no setor privado, a organização pode ignorar regimentos internos para

obter a satisfação do cliente, os atos da Administração Pública são vinculados a legislação

vigente.

1.3.2. Prática

A saída de um processo licitatório homologado poderá representar a entrega de produtos ou a

prestação de serviços à Administração. É a fase em que convertemos os recursos públicos em

um bem ou serviço. Têm-se avançado muito no combate a corrupção ou simplesmente na

questão de melhorar o gasto público.

Para Schwanka (2009, p.91), o contrato administrativo na gestão pública tem grande

relevância para obter acesso aos bens e serviços dos particulares dos que necessita para a

persecução do bem comum.

A Gestão de Contratos é uma área que ainda sofre com poucos investimentos da

Administração Pública, mesmo representando a transformação de grandes vultos de recursos

públicos na prestação de serviços prestados por terceiros. Segundo Vieira et al. (2006, apud

MOTTA, 2010), “o resultado mais comum desta lacuna tem sido a ausência crônica de

acompanhamento dos contratos, gerando possíveis prejuízos ao erário público”.

Para Motta (2010), a gestão de contratos é uma das dimensões mais promissoras em termos de

aperfeiçoamento do gasto público. No entanto, a administração pública federal brasileira

ainda necessita compreender melhor seu potencial, conforme se depreende de Vieira et al.

(2006, apud MOTTA, 2010):

De maneira geral, existe uma cultura na Administração Pública, de se preocupar muito com o processo licitatório e deixar para segundo plano a gestão dos contratos. E é quando ouvimos com frequência a seguinte expressão, depois de homologado o processo licitatório pela autoridade competente: ― Graças a Deus, estamos livres desse processo (VIEIRA et al., 2006, apud MOTTA, 2010).

A legislação brasileira peca pela economia e deixa os gestores de contrato sem instrumentos

mais claros sobre os procedimentos necessários, pelo menos para o fiel cumprimento das

cláusulas contratuais e para o estabelecimento de uma comunicação saudável entre fornecedor

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e representante do poder público. Mesmo o Tribunal Contas da União, destina apenas 06

(seis) das 409 páginas de seu manual sobre Licitações e Contratos, a maioria delas utilizada

para a apresentação de trechos de acórdãos daquela corte, para tratar da execução dos

contratos (VIEIRA et al., 2006, apud MOTTA, 2010).

Segundo Morêto (2000, p.166), "é necessário avaliar a eficiência e eficácia do gerenciamento

dos contratos dos serviços terceirizados”. Morêto (2000) ainda afirma que:

“A gestão eficiente de contrato, voltada para os conceitos de uma verdadeira terceirização, requer mudança radical na cultura gerencial na forma de enfocar a atividade terceirizada, exigindo o aprimoramento do conhecimento e informação sobre a terceirização. Esta avaliação da atuação dos gestores do contrato deve ser contínua quando se deseja mudar a cultura existente”.

Além de toda a mudança comportamental da organização, a gestão de contratos representa

uma ação sustentável para as instituições públicas. Motta (2010, p.129) define “a gestão de

contratos para o setor público como “uma atividade de significativo potencial de redução de

custos e geração de valor”.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

O objetivo deste capítulo é apresentar os conceitos mais relevantes para o desenvolvimento

desta dissertação.

2.1. Contratos Administrativos de Serviços Continuados

Inúmeros são os trabalhos acadêmicos que abordam os contratos administrativos como tema

de suas pesquisas e análises. Em sua maioria, esses trabalhos são realizados no âmbito do

Direito Público: aspectos legal, formal e jurídico do contrato administrativo.

Diferente dos trabalhos já realizados, esta pesquisa abordará os contratos administrativos no

âmbito da Administração, considerando o desempenho da gestão de contratos.

Na seção 2.1.1 serão abordados os conceitos básicos do contrato administrativo e a sua forma

de divisão quanto à prestação de serviços: continuados ou não continuados. Na seção 2.1.2

serão abordados os conceitos básicos sobre os contratos de serviços continuados, escopo desta

pesquisa. Na seção 2.1.3 serão abordados os conceitos básicos referente às atividades de

gestão e fiscalização de contratos administrativos.

2.1.1. Conceito de Contratos Administrativos

A definição legal sobre contrato administrativo é expressa no artigo 2º do parágrafo único da

Lei nº. 8.666/93, de 21 de junho de 1993, que rege os Contratos Administrativos, instituindo

normas para contratos da Administração Pública e dá outras providências:

Todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada (BRASIL, 1993).

Na literatura são inúmeros os conceitos para definir os Contratos Administrativos. Conforme

Gasparini (2011, p. 853), contrato “é o acordo celebrado pela Administração Pública, ou por

quem lhe faz as vezes, com um certo particular, mediante o qual este lhe presta utilidade

concreta de seu interesse”.

Podemos dividir a definição de Nohara (2001) sobre contratos administrativos em duas partes.

A primeira quando Nohara (2011) conceitua os contratos administrativos como sendo um

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ajuste de vontades regido por regime jurídico de direito público firmado entre duas partes:

Administração Pública e terceiros.

A segunda parte, quanto aos interesses das partes. Nohara (2011) ressalta que os interesses

patrimoniais do contratado estão assegurados, mas que o contrato administrativo é submetido

às modificações de interesse público. Essa é a grande diferença entre os contratos celebrados

entre particulares e os contratos administrativos, no qual, uma ou mais partes é a

Administração Pública. No contrato administrativo existe a supremacia da Administração

sobre o particular. Conforme Nohara (2011), os contratos administrativos podem sofrer

alterações ou modificações para atender aos interesses públicos. Nesse caso, os interesses

patrimoniais do contratado estão assegurados, ou seja, a Administração Pública irá ressarcir

os custos adicionais não previstos originalmente.

Esta pesquisa utilizará o conceito de contratos definido por Cintra et al. (2012): “O contrato

administrativo como “o instrumento em que a administração pública utiliza para formalizar a

contratação com terceiros, com o objetivo de satisfazer seus interesses e suas necessidades”.

Os processos de contratação deverão seguir padrão e forma de processos administrativos.

Nohara (2011) ressalta que o processo administrativo tem o objetivo de garantir a proteção

dos direitos dos administrados, que se dá pelo respeito a garantias constitucionais relacionadas

com o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, e o melhor cumprimento dos

fins da Administração, por meio do encadeamento de atos que se direcionam para este fim.

O contrato definirá, segundo os termos do ato convocatório e da proposta, os prazos de

execução das prestações que incubem as partes. As regras contratuais variarão conforme as

circunstâncias. Assim, o contrato pode prever que a execução de uma obra se efetive em

diversas etapas, com prazos definidos. O contrato poderá distinguir diversos eventos. Para

efeitos jurídico-contratuais, poderão considerar-se como distintos os momentos da conclusão,

da entrega, da observação e do recebimento definitivo. A conclusão consiste no encerramento

da atividade do contratante (JUSTEN FILHO, 2010, p.710).

Dessa forma, nos contratos pode-se conhecer como irá iniciar, mas não se pode prever o

termino da sua vigência. A previsão dos fluxos a serem percorridos também é inexistente.

Deve-se muito isso a existência de contratos de execução continuada. Para Justen Filho

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(2010), devem-se distinguir os contratos de execução instantânea e os de execução

continuada, onde a terminologia não é precisa e pode induzir a equívocos:

Os contratos de execução instantânea impõem à parte o dever de realizar uma conduta específica e definida. Uma vez cumprida a prestação, o contrato se exaure e nada mais pode ser exigido do contratante. Já os contratos de execução continuada impõem à parte o dever de realizar uma conduta que se renova ou se mantém no decurso do tempo. Não há uma conduta específica e definida cuja execução libere o devedor (JUSTEN FILHO, 2010, p.723).

Os contratos de execução continuada, Justen Filho (2010) evidencia que existe uma clara

dissociação entre as condições temporais para execução da prestação e o prazo de vigência.

Nesse caso, o prazo de vigência destina-se a estabelecer o período de tempo durante o qual a

contratação produzirá efeitos. O autor ressalta que os contratos de execução continuada

referem-se às contratações cujo objeto envolve prestações homogêneas, de cunho continuado.

Esta pesquisa abordará os contratos administrativos de serviços continuados, considerando a

importância e relevância que este tipo de serviço tem para a Administração Pública.

A seção 2.1.2 conceituará os serviços de execução continuadas, escopo escolhido para esta

pesquisa, por considerar a sua importância e relevância para a Administração Pública.

2.1.2. Conceito de Serviços Continuados

Para fins de aplicação da legislação e definição do conceito para esta pesquisa, considera-se

serviço como:

Toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais (BRASIL, 1993).

Segundo Viana (2002, p.253), serviço é “toda atividade prestada para a Administração para o

atendimento de suas necessidades ou de seus administrados”. Com uma visão mais voltada

para a relação entre o cliente e o fornecedor, Justen Filho (2010, p.173) define serviço como

sendo a prestação que satisfaz uma obrigação a fazer.

Os serviços prestados à Administração Pública podem representar uma entrega única e

específica, mas há também os serviços que possuem caráter continuados, onde a prestação

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ocorre de forma cíclica e repetitiva e a paralisação desses serviços pode comprometer os

serviços essenciais da Administração Pública. A Instrução Normativa nº 02/2008, de 30 de

abril de 2008, que dispõe sobre regras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados

ou não, conceitua e diferencia os serviços continuados e dos não continuados:

I - SERVIÇOS CONTINUADOS são aqueles cuja interrupção possa comprometer a continuidade das atividades da Administração e cuja necessidade de contratação deva estender-se por mais de um exercício financeiro e continuamente;

II - SERVIÇOS NÃO-CONTINUADOS são aqueles que têm como escopo a obtenção de produtos específicos em um período pré-determinado (BRASIL, 2008).

De maneira consistente, Justen Filho (2010) traz o entendimento prático ao destacar que os

serviços continuados são destinados a atender necessidades públicas permanentes, no qual o

seu atendimento não exaure prestações futuras:

A identificação dos serviços de natureza contínua não se faz a partir do exame propriamente da atividade desenvolvida pelos particulares, como execução da prestação contratual. A continuidade do serviço retrata, na verdade, a permanência da necessidade a ser satisfeita. Ou seja, o dispositivo abrange os serviços destinados a atender necessidades públicas permanentes, cujo atendimento não exaure prestação semelhante no futuro (JUSTEN FILHO, 2010, p. 726).

Na Administração Pública, a necessidade e importância da prestação de serviços continuados

vão além da representatividade financeira desses contratos. Principalmente quando

consideramos que, além dos possíveis prejuízos causados para a sociedade quando há

interrupção dos serviços, senão houvesse essa continuidade, haveria na Administração a

constante necessidade de novos procedimentos licitatórios. Justen Filho (2010) amplia o

entendimento quanto aos inconvenientes para a administração caso os serviços continuados

não tivessem tratamento diferenciado na gestão pública:

Consiste na inconveniência da suspensão das atividades de atendimento ao interesse coletivo. A demanda permanente de atuação do particular produziria uma espécie de trauma na transição de um contrato para outro. Se a contratação fosse pactuada por períodos curtos, haveria ampliação do risco de problemas na contratação posterior. Isso significaria, ademais, o constrangimento à realização de licitações permanentemente. O encerramento de uma licitação não seria sucedido pela instalação de outra, destinada a preparar a contratação subsequente. Acabaria por multiplicar-se o custo da Administração: seria necessário departamento encarregado exclusivamente de realizar licitações para aquele objeto. Ademais, os serviços prestados de modo contínuo teriam de ser interrompidos, caso fosse

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vedada a contratação superior ao prazo de vigência dos créditos orçamentários. Isso importaria sério risco de continuidade da atividade administrativa (JUSTEN FILHO, 2010, p.726).

Podemos conceituar os serviços continuados como sendo: toda atividade permanente

destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, no qual a

interrupção possa comprometer a continuidade das atividades da Administração e a

necessidade de contratação deva estender-se por mais de um exercício financeiro.

A relevância dos contratos de serviços continuados é a de evitar uma possível inconveniência

da suspensão das atividades de atendimento ao interesse coletivo e traumas na transição de

um contrato para outro. Sob outro aspecto, os contratos de serviços continuados reduzem os

custos da Administração, bem como diminuem o sério risco de descontinuidade da atividade

administrativa.

A seção 2.1.3 abordará as funções obrigatórias da Administração Pública enquanto

contratante de serviços.

2.1.3. Gestão de Contratos de Serviços Continuados

A gestão de contratos é uma função obrigatória da Administração, conforme a Lei de

Licitações e Contratos, através do artigo 67, da Lei Federal nº 8.666 de 21 de junho de 1993,

obrigando que “a execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros

para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição”.

Além do dever de fiscalizar, na gestão de contratos de serviços continuados existem

atividades que são obrigatórias, dispostas e normatizadas através da Lei Federal nº 8.666, de

21 de junho de 1993, que trata as licitações e contratos administrativos, e da Instrução

Normativa do Ministério do Planejamento nº 02, de 30 de abril de 2008, que representam os

principais documentos públicos que norteiam as atividades da gestão de contratos.

Essa gestão de contratos tem duas atividades de grande relevância: a do próprio gestor do

contrato e a fiscalização de contratos. A gestão de contratos é geral, acompanhamento mais

amplo e sistêmico, representa o interesse da Administração quanto a aspectos como

eficiência, eficácia e economicidade das contratações, estando voltada a um serviço

administrativo com questões mais amplas, como conveniência da realização, prorrogação ou

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encerramento de acordo; controle de documentos, arquivo, controle de prazos, enfim,

atividades administrativas de rotina e semelhantes para todos os contratos firmados. O fiscal

de contrato tem um papel específico, de caráter técnico especialista, correlacionado ao objeto

do contrato, para avaliar a atuação do contratado na execução do serviço, focando-se na

aferição da qualidade na prestação, nos interesses da Administração quanto a um contrato

específico (PACHECO, 2009; SANTOS, VIMIEIRO, RODRIGUES, 2013).

Segundo Motta (2005), para que a fase de execução dos contratos atinja a qualidade

requerida, será necessário: o acompanhamento, no sentido de supervisão e monitoramento

das atividades; o controle, com a manutenção das condições de execução dos contratos dentro

de parâmetros aceitáveis e previamente estabelecidos; e a fiscalização, utilizando o poder de

“superveniência” que o Poder Público traz como prerrogativa sua, no que tange aos contratos

firmados com terceiros.

O gestor de contrato tem grande responsabilidade pela eficiência e economicidade de um

contrato, estando diretamente relacionadas com o acompanhamento de sua execução e o

atendimento das exigências legais nas empresas estatais. A diversidade e complexidades dos

contratos levam a necessidade de adoção de uma ferramenta adequada para executar de forma

eficiente suas atribuições (CAVALCANTE, 2012).

Após estas definições, entendemos que a gestão de contratos é responsável pelas as atividades

administrativas comuns a todos os contratos administrativos, a fiscalização de contratos

analisa o nível de serviço prestado pelo contratado à Administração, ou seja, a fiscalização

trará elementos acessórios para a tomada de decisão da gestão de contratos.

Conforme Santos, Vimieiro e Rodrigues (2013), a gestão de contratos busca um

acompanhamento mais amplo e sistêmico, representando o interesse da Administração quanto

a aspectos como eficiência, eficácia e economicidade das contratações.

Durante muito tempo na Administração Pública buscou-se apenas garantir a legalidade e a

isonomia dos atos. Atualmente, ampliam-se a necessidade de implantar ou melhorar e

acompanhamento da gestão de contratos, na busca uma maior eficiência, eficácia e

economicidade das contratações.

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Essa nova etapa da Administração requer mudanças nas organizações, sobre diversos

aspectos: estrutural, humano, tecnológico. A próxima seção abordará conceitos vinculados a

mudança organizacional, em especial como as mudanças ocorrem no setor público.

2.2. Mudança Organizacional

Na seção 2.2.1 serão abordados conceitos básicos sobre mudança organizacional. Na seção

2.2.2 serão conceituados os tipos de mudança e as diversas classificações da mudança

organizacional. Na seção 2.2.3 será abordada a mudança organizacional no setor público.

2.2.1. Conceitos

A mudança organizacional significa abandonar a maneira antiga de fazer as coisas, adotando

novas práticas que proporcionem resultados melhores. Envolvem reestruturação do processo

de negócio, terceirização, gestão pela qualidade total, reengenharia, Just-in-time, redução de

custos, foco no cliente, envolvimento dos colaboradores, equipes auto-gerenciadas e

estruturas organizacionais inovadoras (MATTOS, 2002, p.16).

Para Magalhães et al. (2006) apresentou que a mudança organizacional é caracterizada

basicamente por modificações na forma de fazer as coisas dentro de uma organização, onde as

forças internas e externas são um dos principais motivos para o impulsão dessas mudanças.

As forças internas compreendem a estrutura da organização e seus recursos humanos.

Segundo Stoner e Freeman (1982), a estrutura da organização que tem cada vez mais, a

necessidade de mudanças para responder à complexidade e a dinâmica do ambiente externo.

Montana e Charnov (1998) ressaltam que os recursos humanos podem influenciar a favor da

mudança quando estão sempre buscando melhores maneiras de fazer as coisas ou contra,

quando resistem às mudanças, preferindo fazer as coisas sempre da mesma forma.

Quanto às forças externas, estas são compostas pelas mudanças ambientais, que ameaçam a

existência da organização, na medida em que as necessidades, preferências dos clientes

mudam constantemente (STONER; FREEMAN, 1982; MONTANA; CHARNOV, 1998).

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2.2.2. Tipos e classificação de mudança organizacional

Para melhor compreensão do significado do termo mudança, autores desenvolveram várias

classificações, em especial quanto ao tipo da mudança e ao impacto dessas mudanças na

organização, bem como o tipo do conteúdo afetado pela mudança.

Algumas categorias de mudanças estão apresentadas no Quadro 01. Categorias de Mudanças:

Quadro 1. Categorias de Mudanças

CATEGORIA AUTOR(ES) DEFINIÇÃO DESCRIÇÃO

Tipo

Fleig, Estrada e Grohmann (2013); Ford e Ford (1995)

Planejada / intencional

Deliberada e consciente, a partir da qual se busca a sua realização, com ou sem a colaboração de outras pessoas baseada em uma decisão; acontece como resultado do trabalho de um agente de mudança como resposta a uma deficiência no desempenho das atividades de uma organização.

Fleig, Estrada e Grohmann (2013); Ford e Ford (1995); Shermerhorn (1996)

Não planejada / não intencional

Decorrente de efeitos colaterais ou secundários, acidentes ou do inesperado.

Impacto Silva (2002) Normal

Provoca pequenas e pontuais alterações na organização com relação ao seu estado inicial

Silva (2002) Radical Tende a provocar grandes e profundas alterações na organização

Amplitude Geral

Fleig, Estrada e Grohmann (2013)

Interna Estruturais, processuais, tecnológicas, econômicas e humanas.

Fleig, Estrada e Grohmann (2013)

Externa Relação entre a organização e seu ambiente. Pode ter resultados positivos ou negativos.

Natureza Silva (2002)

Técnica ou econômica.

Afeta, principalmente, dimensões processuais, estruturais, econômicas e tecnológicas.

Silva (2002) Humana ou social. Afetando, sobretudo, as relações humanas.

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Silva (2002) ressalta que a mudança não é produzida apenas por meio de ações institucionais

implementadas, mas em grande parte nas interações do dia-a-dia, nas relações sociais que

ocorrem dentro da organização.

As mudanças ocorrem de forma distinta de uma organização para outra. Diversos aspectos

podem interferir nessa mudança. Deve existir uma preparação de toda organização para se

adaptar às mudanças em seus objetivos, que é a mudança planejada. Stoner e Freeman (1982)

concluíram que a intensidade das mudanças difere em cada organização, podendo constituir-

se em pequenos ajustes na estrutura da organização para reagir às modificações do ambiente

interno e externo ou então ocorrer de forma mais ampla.

Os gestores mais eficazes implementam uma mudança através de processo proativo, ou seja,

planejam para se preparar para as mudanças potenciais do ambiente, aplicam várias técnicas

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de previsão e fazem planejamento estratégico. Já outros gestores reagem às mudanças à

medida que elas vão ocorrendo, um processo reativo de mudança, através do qual a

administração vai se adaptando aos poucos para tratar os problemas à medida que eles vão

surgindo (STONER , FREEMAN, 1982; MEGGINSON et al.,1986).

Nesta pesquisa será utilizado o conceito que a mudança organizacional representa

modificações na forma de fazer as coisas dentro de uma organização, planejada ou não

planejada, impulsionadas por forças internas e/ou externas, mas que mesmo buscando

melhores maneiras de fazer as coisas, poderá sofrer resistências.

A seção 2.2.3 abordará como essas mudanças estão ocorrem na gestão pública.

2.2.3. Mudança organizacional no setor público

Diversos pesquisadores estudaram a mudança organizacional no setor privado, mas essas

organizações privadas possuem características distintas das organizações públicas, em

especial na forma de gestão e na prestação de serviços à sociedade.

Kotler (2000) acredita que a prestação de serviços pelo setor público requer uma

diferenciação entre a relação e o juízo de valor dos acionistas, bem como a relação entre

cliente e fornecedor. Essa diferenciação da relação entre as missões das organizações públicas

e privadas foram reforçadas por Kaplan e Norton (2004):

O critério definitivo de sucesso para as organizações do setor público e para as entidades sem fins lucrativos é o desempenho no cumprimento da missão. As organizações do setor privado, em qualquer setor econômico, podem adotar uma perspectiva financeira homogênea: aumento do valor para os acionistas. Já as organizações do setor público e as entidades sem fins lucrativos abrangem um conjunto amplo e diversificado de missões e, portanto, devem definir seu impacto social e seus objetivos maiores de maneira diferente (KAPLAN, 2004, p.09).

Tait (2000) ressalta que essas características peculiares à organização pública influenciaram,

inclusive, no desenvolvimento, implantação e utilização dos sistemas de informação, cuja

importância para este tipo de organização tem crescido nos últimos anos viabilizando sua

utilização para análise estratégica e planejamento dos órgãos governamentais e que essas

mudanças têm reestruturado os processos de trabalho, o tipo de recursos humanos necessário,

a forma de tratamento e a disseminação das informações, entre outros aspectos, alavancado

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pelo uso de modernas tecnologias, como a computacional, para a realização de suas

atividades.

Para se renovar e se adaptar a novos paradigmas organizacionais, Pereira et al. (2012) ressalta

que as organizações públicas não estão alheias a essas mudanças e precisam se adaptar a esse

novo meio social tecnológico, visando a melhoraria dos serviços que essas organizações

públicas prestam a sociedade.

O desafio das organizações contemporâneas é de estar em constante desenvolvimento, o que

requer mudança. Apesar de não que conquistar mercados ou de auferir lucros para acionistas,

as organizações públicas estão em constante movimento, requerendo mudanças para evitar a

estagnação ou fracasso no cumprimento de suas missões. Pereira et al. (2012) identifica como

um grande desafio para os gestores públicos é a boa gestão do recursos, com a oferta de

serviços de qualidade, atendendo as necessidades da população.

Vergara (2003) analisa as mudanças que vem ocorrendo na Gestão Pública, sob as dimensões

organizacional, tecnológica e humana:

• Dimensão organizacional: novos formatos organizacionais têm substituído a

tradicional pirâmide hierárquica organizacional. O objeto são as barreiras que separam

a organização dos funcionários e da sociedade.

• Dimensão tecnológica: apesar de não garantir um melhor desempenho quanto à

comunicação, que continua a ser o maior problema na organização, influencia o fluxo

e o tratamento das informações. De outro lado, segmentos da organização são

interligados, independentemente da distância. Maior controle e a subordinação

também foram privilegiados.

• Dimensão humana: um pacto psicológico embasa as relações. Garantias de emprego

e benefícios eram trocados pela lealdade, assiduidade e pontualidade. Esse

paternalismo é cada vez mais substituído por compartilhamento de responsabilidades.

Com oportunidades para o desenvolvimento pessoal, os funcionários passam a se

preocupar com os resultados. Esse novo pacto alinha-se aos valores emergentes da

sociedade de maior participação. A mudança de natureza humana remete à questão da

ética, que é uma das exigências do atual ambiente organizacional público.

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Dolisse (2009) estudou sobre as recentes transformações no setor público, identificando uma

característica comum nas reformas administrativas é a falta de preocupação com o

comportamento das pessoas. Segundo a autora, os gestores acreditam que homologados os

documentos formais da mudança, ela acontecerá sem mais nenhum esforço. Há destaque

ainda para a existência de servidores preocupados com os interesses particulares e que não

participam das mudanças, mas também há aqueles que encontram convergências entre seus

interesses e os interesses públicos.

2.3. O Impacto da Implantação de Tecnologia da Informação na Gestão De Contratos

2.3.1. Tecnologia da Informação e Sistema de Informação

Neto (1999) defende que a utilização de novas tecnologias tem sido considerada vital para a

sobrevivência da organização, principalmente a utilização da Tecnologia de Informação (TI).

Segundo o autor, a TI já está presente no dia-a-dia das organizações, provocando mudanças

profundas em toda a organização, alterando a estrutura organizacional, as relações de

trabalho, o perfil do trabalhador e a cultura da organização.

Apesar de diversos autores relacionarem diversos benefícios decorrentes da ampla utilização

de TI nas organizações, apenas a utilização da tecnologia não garante maiores resultados e

mudanças na organização. A ferramenta precisa estar alinhada aos objetivos e as necessidades

estratégicas da organização. Esse alinhamento é o que separa a informatização dos processos

em tecnologia da informação.

Vergara (2003) defendeu a dimensão tecnológica como elemento propulsor para grandes

mudanças na gestão pública. Graeml (1998) foi mais incisivo ao afirmar que a tecnologia por

si só não vale nada para o negócio. Para o autor, o que importa é como a informação gerada

por ela é capaz de proporcionar melhor atendimento às necessidades dos seus clientes.

As mudanças com a implantação provocam inúmeros benefícios a organização, que atribuídos

a ampla utilização da Tecnologia de Informação. Alguns desses benefícios estão dispostos no

Quadro 2:

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Quadro 2. Benefícios obtidos com a utilização de TI

AUTORES BENEFÍCIOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DE TI

Pereira et al. (2012)

Melhorar a estrutura

Melhorar a comunicação

Agilizar processos

Eliminar a burocracia

Melhorar os serviços prestados

Leite e Neto (2010)

Gerenciar informações

Auxiliar na tomada de decisões estratégicas

Promover a eficiência das operações

Baschab e Piot (2003 apud Albertin e Albertin, 2009)

Disseminar uma cultura de alto desempenho

Reduzir riscos Reduzir atividades não planejadas

Alocar recursos com mais eficiência

Aumenta a produtividade do pessoal

Melhora os serviços ao cliente

Albertin e Albertin (2009)

Integrar processos e áreas

Promover novas práticas e processos

Reduzir custos Aumentar produtividade nos processos

Melhorar a qualidade de produtos, serviços e processos

Bobsin et al. (2009)

Integrar processos na execução das tarefas

Facilitar o controle

Disponibilizar informação para a tomada de decisão em todos os níveis

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

A Tecnologia da Informação (TI) é uma poderosa ferramenta de apoio à gestão aliada aos

sistemas de informação. Ela deixou de ser apenas uma ferramenta de processamento para se

tornar uma poderosa ferramenta estratégica (PEREIRA et al., 2012). Para compreender

melhor esse alinhamento da tecnologia da informação aos sistemas de informação (SI).

O Quadro 3 traz algumas definições sobre Sistemas de Informação:

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Quadro 3. Conceitos sobre Sistemas de Informação

AUTORES DEFINIÇÕES DE SI

O´Brien (2001) É um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicações e recursos de

dados que coleta transforma e dissemina informações em uma organização.

É um grupo de componentes inter-relacionados que trabalham juntos rumo a uma meta comum,

recebendo insumos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação.

Laudon e Laudon

(2009)

É um conjunto de componentes interrelacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e

distribui informações que irão subsidiar a tomada de decisão, a coordenação e o controle de uma

organização, como também auxiliar os trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos

complexos e criar novos produtos/serviços.

Stair (2008) É a combinação estruturada de vários elementos, como a informação (dados formatados), os

recursos humanos (pessoas), as tecnologias de informação (hardware e o software) e as práticas de

trabalho (métodos), cujo objetivo é satisfazer adequadamente a totalidade das necessidades de

informação de uma organização e os respectivos processos de negócio, organizados de tal modo a

permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização.

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Em sua forma mais simples, alguns autores definiram sistemas como interações para atingir

objetivos. Stair (2008) definiu o significado de sistema como sendo um conjunto de elementos

ou componentes que interagem para atingir objetivos.

Esta pesquisa utilizará o conceito de Sistema definido por O'brien e Marakas (2010) como

“um conjunto de componentes relacionados, com limites bem definidos, trabalhando em

conjunto para alcançar uma série de objetivos comuns”.

Compreendido o significado do termo “sistemas”, faz-se necessário relacioná-lo a questão da

Tecnologia da Informação. Quando incluímos os componentes que se relacionam com a

tecnologia e adicionamos também a informação ao conceito de sistema, chegamos as

definições de autores sobre Sistema de Informação.

Esse conjunto de componentes que se relacionam no SI são: a organização (pessoas, as

práticas de trabalho); a tecnologia (hardware, software, redes de comunicação); e a

informação (recursos de dados). No contexto da pesquisa, teríamos os recursos humanos da

organização (servidores), os equipamentos tecnológicos (computadores, redes de internet, etc)

e o módulo de gestão de contratos do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP).

Desta forma podemos compreender um sistema de informação como um conjunto de

pessoas, práticas de trabalho, hardware, software, redes de comunicação, que se

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relacionam com limites bem definidos, trabalhando em conjunto para coletar e

processar dados e distribuir informações com o objetivo de alcançar uma série de

objetivos comuns.

2.3.2. A Avaliação da Implantação da Tecnologia da Informação

Apesar de se conhecer amplamente os benefícios, não existe consenso sobre a forma e

métodos de avaliação de TI e de SI. Stager (1994) acredita que as avaliações dos projetos

envolvendo TI nas organizações erram quando avaliam a própria tecnologia e se as pessoas

gostam dela e a utilizam, deixando de lado uma avaliação que o autor considera importante,

que é descobrir se o projeto realmente faz diferença para a competitividade. Graeml (1998)

ressalta que o primeiro passo para uma decisão acertada é ter consciência de que os benefícios

advindos do investimento em TI não estão diretamente ligados ao investimento em si, mas ao

uso que é feito dela.

Para Roche (2002), a avaliação de impacto é a análise sistemática das mudanças duradouras

ou significativas – positivas ou negativas, planejadas ou não – nas vidas das pessoas e

ocasionadas por determinação de ação ou série de ações. A autora ressalta que todos os

processos de avaliação de impacto fazem suposições a respeito de como a mudança acontece

e por que ela ocorreu ou ocorrerá no futuro.

Segundo Arcoverde (2010), os modelos de avaliação de processo e de impactos podem, na

prática da pesquisa avaliativa, ser utilizados de modo articulado, combinando análise de

processo e de impactos em decorrência da realização de um determinado programa. A autora

complementa que, independente da natureza do impacto, sua aferição requer que sejam

comparados os aspectos quantitativos, ideológicos e qualitativos da população entre o antes,

no processo e o depois da ação ou experiência realizada.

Gronroos (1994) postulou a existência de dois tipos de avaliação do serviço: técnica, o qual

envolve o que o cliente está realmente recebendo do serviço e a funcional, que envolve a

maneira pela qual o serviço é entregue ao cliente. A avaliação de impacto será realizada

medindo a satisfação dos usuários (clientes pelos serviços da gestão de contratos) – a maneira

como o cliente percebe a entrega do serviço - e mensurando o desempenho das atividades de

gestão de contratos – o que o cliente está realmente recebendo do serviço.

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Reforçando a necessidade de avaliações técnicas e funcionais, Stager (1994) acredita que a

principal falha na avaliação dos projetos envolvendo TI está no fato de que, em geral, se os

usuários gostam e utilizam a ferramenta. Para o autor, outra avaliação, muito mais importante

é normalmente deixada de lado, que é descobrir se o projeto realmente faz diferença para a

competitividade. Para fins desta pesquisa, foi considerada como inexistente a competitividade

no setor público, no qual a mensuração da competitividade será substituída pela análise do

desempenho das atividades da instituição, comparado o antes com o depois.

A avaliação técnica ocorreu através da mensuração e análise dos indicadores de desempenho

das atividades de gestão de contratos. A avaliação funcional ocorreu através da medição do

grau de satisfação dos clientes.

Esta pesquisa considerou a Gestão de Contratos como uma atividade de apoio, que será

avaliada pelos clientes internos - recursos humanos da instituição que prestam e recebem os

serviços - e pela mensuração dos indicadores de cada atividade, quanto as mudanças

provocadas pela implantação de uma tecnologia de informação na gestão de contratos.

Salomi et al. (2005) ressalta a importância de direcionar uma maior atenção aos clientes

internos. Para o autor, esse esforço redunda em “uma melhoria do serviço final, por meio da

melhoria de suas partes, em cada etapa da produção de um serviço, ou produto”. Nessa

perspectiva, a gestão de contratos será analisada de forma mais aproximada, como uma

atividade fim, sendo analisado o seu desempenho, o seu impacto.

2.3.2.1. Avaliando o Desempenho da Gestão de Contratos

A gestão do valor da TI refere-se às atividades conduzidas para que a TI demonstre o seu

valor para o negócio em termos de custos relativos, transformação do negócio e apoio à

estratégia do negócio e as medições decorrentes (FERNANDES; ABREU, 2014). A análise

de valor do processo é uma abordagem bastante direta que envolve o estudo dos componentes

e atividades dos processos, para compreender o seu fluxo. Tomando o processo existente

como ponto de partida, documenta o tempo transcorrido e as despesas de cada atividade

(DAVENPORT,1994, p.170).

A gestão do desempenho refere-se ao monitoramento dos objetivos de desempenho das

operações de serviços em termos de desenvolvimento de aplicações, suporte a serviços,

entrega de serviços, segurança da informação e o seu monitoramento, assim como dos acordos

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de níveis de serviço, acordos de níveis operacionais e níveis de serviços dos contratos de

apoio (FERNANDES; ABREU, 2014).

Semelhante a medição da satisfação subjetiva dos usuários que comparam a expectativa de

desempenho com o desempenho percebido, a avaliação objetiva do desempenho da gestão de

contratos será realizado medindo o desempenho real com o desempenho esperado da gestão

de contratos. Bateman (1998) defende que a lacuna de desempenho é, em geral, o catalisador

de uma mudança maior. Uma lacuna de desempenho é a diferença entre o desempenho real da

organização e o desempenho que ela deveria ter.

Conforme Bateman (1998), na direção de um desempenho planejado e, se necessário, aplicar

medidas corretivas para garantir que o desempenho esteja alinhado com o objetivo da

organização. O autor define essa atividade de controle como qualquer processo que orienta as

atividades dos indivíduos na direção da realização de metas organizacionais.

Segundo Certo (2010), o controle deve comparar o desempenho com o padrão, para

determinar se o desempenho está de acordo com esses padrões. Conforme o autor, padrões

são os critérios que determinam se o desempenho de uma atividade está de acordo ou não, ou

seja, é o nível de atividade estabelecido para servir de modelo para a avaliação do

desempenho. Definido por Bateman (1998), como parâmetro, os padrões de desempenho

motivam o desempenho e servem como pontos de referência em relação aos quais é possível

avaliar o desempenho real.

Stair (2008) defende que o nível básico de produtividade de um sistema de informação deve

ser medido, possibilitando o monitoramento e a comparação dos resultados ao longo do tempo

para verificar se a produtividade está aumentando. Dessa forma, a melhoria da produtividade

pode resultar em resposta mais rápida ao cliente, custos mais baixos e melhor satisfação do

cliente.

Sistemas de informação são importantes para a redução do tempo gasto em cada processo,

melhorando a qualidade da prestação de serviços. Para Laudon e Laudon (2007), os sistemas

de informação têm uma grande contribuição a dar nessa caminhada rumo à qualidade. Para os

autores, a melhor medida isolada para reduzir os problemas de qualidade é reduzir o tempo de

ciclo, isto é, o tempo transcorrido desde o início até o fim de um processo.

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A despeito de oferecer medidas mais facilmente quantificáreis e comparáveis, os indicadores

objetivos desconsideram uma dimensão importante da prestação de serviços: a perspectiva

dos públicos alvos (BRASIL, 2013).

A análise da variação periódica do indicador é uma ferramenta simples e pode ser muito útil

para a compreensão dos episódios de redução ou elevação de seus valores. Trata-se

especificamente do cálculo da variação do nível ou da taxa de variação percentual

(GONÇALVES; CAMPOS; CARVALHO, 2010).

As tendências dos indicadores objetivos podem não corresponder às tendências dos

indicadores subjetivos. Ocorrendo esta situação, Brasil (2013) ressalta que “embora, uma

instituição possa atingir todos os seus padrões de atendimento, seus serviços podem ser mal

avaliados por um grande contingente de públicos alvos”. Caso isso ocorra, Brasil (2013)

revela que “o que pode estar ocorrendo é que a instituição pode ter definido como critério de

qualidade de sua prestação de serviço metas que são menos relevantes para os públicos alvos

do que outras dimensões do serviço que não estão sendo consideradas”.

Além da avaliação objetiva dos indicadores, pesquisa deverá ser composta pela pesquisa e

análise das percepções de mudanças dos clientes da gestão de contratos, com o objetivo de

comparar os resultados objetivos e subjetivos, analisando convergências e aprofundando nas

divergências.

Brasil (2013) ressalta a importância em diferenciar os chamados “Padrões de qualidade do

serviço público” e as pesquisas de satisfação, indicadores objetivos e subjetivos do serviço

público. Brasil (2013) esclarece que não há superioridade entre nenhum dos dois - “padrões

de qualidade” e pesquisa de satisfação. Os padrões de qualidade informam aos públicos alvos

o modo com que a instituição se propõe a prestar seus serviços e a pesquisa de satisfação

respondendo à instituição como os públicos alvos avaliam seus serviços, se suas expectativas

e necessidades estão sendo atendidas, e ainda, como os públicos alvos avaliam os próprios

padrões de qualidade.

Conforme Brasil (2013), “os padrões de qualidade são indicadores objetivos escolhidos por

cada organização do serviço público federal para monitorar os seus processos de prestação de

serviço, como forma de garantir alguns critérios essenciais de qualidade, como prazos para as

etapas do serviço, forma de atendimento, etc”. Por outro lado, Brasil (2013) revela que os

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públicos alvos, contudo, podem não concordar com os padrões estabelecidos, ou seja,

poderiam considerar que os prazos não fossem relevantes, mas, que outra característica da

prestação de serviço fosse objeto de um padrão de qualidade: “os servidores devem atender

com cortesia e educação”. O autor revela ainda que essa pesquisa subjetiva de satisfação

possibilite a exploração do que os públicos alvos consideram relevante e como avaliam a

qualidade do serviço prestado.

Os resultados desta pesquisa serão confrontados com a citação de Pinochet et al. (2010) de

que “a Tecnologia de Informação (TI) é elemento propulsor de mudanças nas organizações,

que a utilizam com o intuito de alcançar maior produtividade, desempenho e alcançar

melhores resultados”. Além de medir os resultados, o desempenho, a pesquisa tem como

objetivo identificar possíveis mudanças ocorridas com a implementação da ferramenta de

Tecnologia da informação.

Conforme Roche (2002), uma linha do tempo, ou perfil histórico, usada durante uma

avaliação de impacto, pode ajudar a captar grandes mudanças. Pode também estimular as

discussões a respeito de como essas mudanças ocorreram e que efeitos tiveram.

2.3.2.1.1. Indicador de Desempenho

Conforme Paladini (2002), indicador de desempenho refere-se ao processo produtivo.

Segundo o autor, por atuar nas ações de operação básica de produção de serviços, procurando

otimizar as operações individualmente como o gerenciamento integrado delas, esses

indicadores investem na eficiência das operações em si, ou seja, na produtividade.

Os indicadores de desempenho avaliam o desempenho do processo, incluindo-se aí todos os

seus elementos, entre eles, o elemento humano. São indicadores que medem a eficiência.

Referem-se ao processo, ao trabalho, ao esforço e não aos resultados (PALADINI, 2002;

CARVALHO, 2010).

2.3.2.1.2. Construtos do desempenho da Gestão de Contratos

A mensuração do desempenho ocorrerá da avaliação das atividades desenvolvidas na gestão

de contratos, atividades estas que são consideradas de apoio as atividades fins da organização.

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Araújo (2011) ressalta que as atividades de apoio são focalizadas na organização e não no

cliente, e têm como responsabilidade viabilizar a estrutura necessária para que os processos

essenciais funcionem, mas que não se pode esquecer que tais processos influenciam o

resultado e, por isso, precisam ser considerados também. O autor considera que para o cliente

pouco importa onde foi o problema, se de um aspecto diretamente relacionado ao resultado ou

não.

Diversas pesquisas buscam analisar as atividades primárias, a avaliação do cliente externo,

mas Kaplan e Norton (2004) revelam a importância dessas atividades que são desenvolvidas

no interior da organização. Para os autores, “o desempenho dos processos internos é um

indicador de tendência de melhorias que terão impacto junto aos clientes e nos

resultados fins da organização”.

As Seções de 2.4.1.1.1. e 2.4.1.1.7. são referente aos construtos propostos para analisar o

desempenho da gestão de contratos.

2.3.2.1.2.1. Formalização do Contrato

Existem diversos objetos que representam uma necessidade a ser suprida na Administração

Pública. Dependendo do objeto a ser contratado e a forma de como o serviço será prestado,

nem sempre o termo de contrato é utilizado, passando a utilizar outros instrumentos

equivalentes.

Em geral, os contratos de serviços continuados são firmados através de termo de contrato.

Conforme Di Pietro (2011), o contrato formaliza-se por meio de “termo de contrato”, “carta

contrato”, “nota de empenho de despesa”, “autorização de compra” ou “ordem de execução de

serviço”. Ainda segundo a autora, o Termo de Contrato é obrigatório no caso de concorrência

e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades nos limites dessas duas

modalidades de licitação, sendo dispensável, no entanto, a critério da Administração e

independente de seu valor, nos casos de compras, com entrega imediata e integral dos bens

adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

Com relação ao conceito de nota de empenho, devem ser analisados os artigos 58 e 61 da Lei

nº 4.320, de 17-3-64, que estatui normas gerais de direito financeiro; o primeiro define

empenho como “o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de

pagamento pendente ou não de implemento de condição”; e o segundo determina que “para

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cada empenho será extraído um documento denominado “nota de empenho” que indicará o

nome do credor, a representação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do

saldo da “dotação própria” (DI PIETRO, 2011, p.267).

Os contratos de serviços não exigem, para sua celebração, autorização legislativa, mas, em

tese, exigem licitação e, uma vez celebrados, publicação (GASPARINI, 1995, p.415). Para

mensuração do tempo gasto na etapa de formalização dos contratos, optou-se pela utilização a

data em que o processo de (licitação) aquisição do material ou serviço foi concluído até a data

da assinatura do instrumento contratual.

2.3.2.1.2.2. Emissão da Nota de Empenho

A emissão de empenho deverá ocorrer sempre antes do início do contrato ou término de sua

vigência, nos casos de aditivo, sob pena de ilegalidade do ato, conforme a Lei Federal nº

4.320 de 1964, que dispõe em seu artigo 60: “é vedada a realização de despesa sem prévio

empenho”.

As organizações públicas deverão emitir o documento denominado nota de empenho, na

mesma data ou em data anterior ao instrumento contratual ou termo aditivo ao contrato. Os

termos aditivos serão abordados na seção 2.4.1.1.4.

2.3.2.1.2.3. Publicação dos extratos de contratos e termos aditivos

Legalmente, existe a necessidade de publicação de extrato de contrato ou termo aditivo na

imprensa oficial, com ônus financeiro para a Administração Pública, nesse caso, o

instrumento contratual ou termos aditivos, apenas começarão a produzir efeitos quando

publicados na imprensa oficial. Esta obrigação está disposta na Lei Federal nº 8.666, de 21 de

junho de 1993:

A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus (BRASIL, 1993).

Di Pietro (2011) enfatiza que a não publicação do seu extrato no prazo fixado, o contrato não

adquire eficácia, deixando de adquirir efeitos e perde, portanto, sua validade. Além da

publicação do extrato representar a transparência e a publicidade dos atos administrativos,

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estas publicações produzem os efeitos jurídicos indispensáveis e condicionantes a sua

eficácia.

Nas publicações de extratos, estas etapas ocorrem antes ou depois da assinatura dos termos de

contrato ou aditivo, para atender a publicidade e transparência dos atos da Administração

Pública. A Lei Federal nº 8.666 de 1993, regula apenas os prazos de publicação de extratos

após a assinatura do termo de contrato ou de aditivo.

2.3.2.1.2.4. Termo Aditivo

O Tesouro Nacional (BRASIL, 2013b) conceitua o Termo Aditivo como sendo um

“instrumento elaborado com a finalidade de alterar itens de contratos, convênios ou acordos

firmados pela administração pública”. Podem ocorrer alterações de prazos, valores,

quantidade do objeto, entre outras mudanças que podem ser obtidas através de aditivo

contratual.

Uma característica dos contratos de serviços continuados é de que a necessidade de

contratação deva estender-se por mais de um exercício financeiro e continuamente, este tipo

de contrato faculta ao gestor público a possibilidade de prorrogações contratuais para atender

a necessidade da Administração. Durante a execução, o contrato administrativo poderá ter os

quantitativos do objeto de valor e/ou de prazos alterados. Os contratos regidos pela Lei

Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão ser alterados, com as devidas justificativas,

nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução; b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado,

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sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual (BRASIL, 1993).

O inciso II do Artigo 57, da Lei federal nº 8.666 de 1993, estipula o prazo máximo para

renovação de contratos:

A prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses (BRASIL, 1993).

Existindo a prorrogação contratual, gera direito ao Contratante a possibilidade de repactuar os

preços firmados no início da contratação. Será admitida a repactuação dos preços dos serviços

continuados contratados com prazo de vigência igual ou superior a doze meses, desde que seja

observado o interregno mínimo de um ano (BRASIL, 2008). A repactuação irá garantir a

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do objeto do contrato. O monitoramento das

repactuações possibilitará uma ampla informação para o planejamento financeiro dos

contratos administrativos. A Instrução Normativa do Ministério do Planejamento nº 02, de 30

de abril de 2008 define o termo repactuação como sendo:

O processo de negociação para a revisão contratual de forma a garantir a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em face da variação dos custos contratuais dos serviços continuados, devendo estar previsto no instrumento convocatório com data vinculada à apresentação das propostas ou do acordo ou convenção coletiva ao qual o orçamento esteja vinculado, no caso da primeira repactuação, ou da última repactuação, no caso de repactuação sucessiva (BRASIL, 2008).

Tanto o reajuste por índices financeiros, quanto o reajustamento por repactuação, deverão

estar previstos no instrumento contratual. Ambos os casos possuem prazos para obter ou

perder o direito pela solicitação, como também o prazo trará impacto quanto aos efeitos

financeiros. A importância dos prazos para as repactuações são evidenciadas pela Instrução

Normativa do Ministério do Planejamento nº 02, de 30 de abril de 2008:

Art. 37. A repactuação de preços, como espécie de reajuste contratual, deverá ser utilizada nas contratações de serviços continuados com dedicação

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exclusiva de mão de obra, desde que seja observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos ao qual a proposta se referir [...].

Art. 38. O interregno mínimo de 1 (um) ano para a primeira repactuação será contado a partir:

I - da data limite para apresentação das propostas constante do instrumento convocatório, em relação aos custos com a execução do serviço decorrentes do mercado, tais como o custo dos materiais e equipamentos necessários à execução do serviço; ou

II - da data do acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho ou equivalente, vigente à época da apresentação da proposta, quando a variação dos custos for decorrente da mão-de-obra e estiver vinculada às datas-base destes instrumentos.

Art. 39. Nas repactuações subsequentes à primeira, a anualidade será contada a partir da data do fato gerador que deu ensejo à última repactuação. (Nova redação pela INSTRUÇÃO NORMATIVA MP Nº 3, DE 15/11/2009)

Art. 40. As repactuações serão precedidas de solicitação da contratada, acompanhada de demonstração analítica da alteração dos custos, por meio de apresentação da planilha de custos e formação de preços ou do novo acordo convenção ou dissídio coletivo que fundamenta a repactuação, conforme for a variação de custos objeto da repactuação (BRASIL, 2008).

2.3.2.1.2.5. Atesto da Nota Fiscal e Pagamento

Durante a execução contratual, o representante da administração designado para a fiscalização

do contrato deverá atestar os serviços, procedimento obrigatório e que antecede o pagamento

da fatura. O atraso no pagamento poderá gerar encargos para a Administração, representando

uma clara justificativa para o acompanhamento das atividades de ateste de notas fiscais e do

seu efetivo pagamento, conforme Instrução Normativa Nº 02, de 30 de abril de 2008:

Art. 36. O pagamento deverá ser efetuado mediante a apresentação de Nota Fiscal ou da Fatura pela contratada, devidamente atestadas pela Administração.

[...]

§ 3º O prazo para pagamento da Nota Fiscal/Fatura, devidamente atestada pela Administração, não deverá ser superior a 5 (cinco) dias úteis, contados da data de sua apresentação, na inexistência de outra regra contratual.

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2.3.2.1.2.6. Não conformidades

As não conformidades afetam a eficiência organizacional. Danielewicz (2006) defende que as

não conformidades são as responsáveis diretas pelo aumento dos custos da produção, pela

ineficiência e perda da competitividade.

Conforme Carvalho (2011, p. 30), “toda não conformidade gera um retrabalho, seja para ser

refeito alguma atividade, ou para corrigir problemas causados por ela e, com isso, está se

gastando mais recursos do que seria necessário”.

Carvalho (2011) ressalta que o registro das não conformidades ajuda a organização aprender

com seus erros, revisando seus procedimentos, melhorando seus processos e criando

mecanismos de gestão capazes de impedir que o mesmo erro torne a acontecer. O autor

destaca também que com os registros das não conformidades, a organização também pode

fazer um monitoramento que indique o quão bom está o desempenho de suas atividades.

Nesta pesquisa, as não conformidades serão registradas através da análise dos pareceres

jurídicos, que são emitidos após análise jurídica do processo.

2.3.2.1.2.7. Análise jurídica

Na gestão de contratos, há previsão de parecer jurídico com a finalidade de analisar a

legalidade dos atos que a Administração pretende realizar. Conforme o parágrafo único, do

artigo 38 da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993, todas as minutas de editais de

licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente

examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração:

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.

Segundo Davenport (1994), os processos bem dotados de uma estrutura clara podem ter várias

de suas dimensões medidas, onde seus outputs e inputs podem ser avaliados em termos

ausência de defeitos e numerosos outros fatores.

Os processos administrativos de contratação ou seus ajustes devem ser previamente

examinados e aprovados por assessoria jurídica da Administração, conforme o parágrafo

único do artigo 38 da Lei Geral de Licitações e Contratos nº 8.666/93. Nesse momento, as

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assessorias jurídicas expedirão pareceres jurídicos com as não conformidades encontradas. As

não conformidades encontradas serão registradas e analisadas.

2.3.2.1.3. Síntese da mensuração do desempenho

Visando facilitar a compreensão e visualização dos construtos e variáveis propostas para a

mensuração do desempenho, apresenta-se abaixo um quadro-resumo com as variáveis

selecionadas e a legislação embasada:

Quadro 4. Quadro resumo – Variáveis do desempenho de contratos

CONSTRUCTOS VARIÁVEIS ITENS

Formalização do Contrato

Formalização do Contrato: tempo entre a homologação do processo licitatório e a data da assinatura do Termo de Contrato;

A ferramenta reduziu o prazo para formalizar um instrumento contratual.

Termo Aditivo Solicitação de Aditivo: tempo entre a solicitação e a data da assinatura do Termo Aditivo;

A ferramenta reduziu o prazo para Aditivar um Contrato.

Emissão da Nota de Empenho

(Data de) Emissão do Empenho do Contrato: tempo entre o início da vigência do Contrato e a data da emissão do empenho;

A ferramenta reduziu o prazo para emissão de nota de empenho para a formalização de instrumento contratual.

Emissão da Nota de Empenho

(Data de) Emissão do Empenho do Aditivo: tempo entre a assinatura do Termo Aditivo e a data da emissão do empenho;

A ferramenta reduziu o prazo para emissão de nota de empenho para a formalização de termo Aditivo.

Pagamento (Dias entre o recebimento da Nota Fiscal e a) Emissão da Ordem Bancária: tempo entre o recebimento da nota fiscal e a emissão da ordem bancária;

A ferramenta reduziu o prazo para pagar ao contratado.

Atesto da Nota Fiscal

(Dias entre o recebimento da Nota Fiscal e o) Atesto do fiscal: tempo entre o recebimento da nota fiscal e o atesto do fiscal;

A ferramenta reduziu o prazo para o atesto da nota fiscal

Publicação dos Extratos

Publicação de Extrato do Contrato: tempo entre a assinatura do contrato e a publicação do extrato do contrato;

A ferramenta reduziu o prazo para publicação do extrato do contrato.

Publicação dos Extratos

Publicação de Extrato do Aditivo: tempo entre a assinatura do termo aditivo e a publicação do extrato do termo aditivo; e

A ferramenta reduziu o prazo para publicação do extrato do termo aditivo ao contrato.

Análise Jurídica (Prazos)

(Data de envio para) Análise Jurídica (Aditivo): tempo entre o envio do processo de contratação à procuradoria jurídica e a data do parecer jurídico.

A ferramenta reduziu o prazo para análise do processo e emissão de parecer jurídico.

Análise Jurídica (Não-conformidades)

Não-conformidades do processo (falhas, retrabalhos, situações que fujam da rotina) identificadas no Parecer Jurídico.

A ferramenta reduziu o número de não conformidades.

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

2.3.2.2. Mensurando a percepção dos usuários

A avaliação de sistemas de informação está ganhando cada vez mais importância na medida

em que as organizações adotam uma postura orientada à qualidade, utilizando Sistemas de

Informações como instrumentos para prover e medir a qualidade de seus serviços a seus

clientes (MAÇADA; BORENSTEIN, 2000).

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Conforme Melone (1990), ainda não existe na literatura um consenso sobre qual a medida

atinge os objetivos de determinar o sucesso de um Sistema de Informação.

Existem inúmeros instrumentos desenvolvidos para avaliar a satisfação do usuário. Nessa

pesquisa utilizou-se o instrumento desenvolvido por Torkzadeh e Doll (1999).

Para auxiliar a descrever o impacto de uma aplicação sobre os indivíduos de uma organização,

Torkzadeh e Doll (1999) definiram quatro dimensões: produtividade das tarefas, inovação,

satisfação do cliente e controle gerencial. O motivo da escolha desse instrumento é o fato de

que ele estuda o impacto da TI sobre um aspecto multidimensional e por ser considerado o

instrumento mais utilizado e pelo reconhecimento da literatura do impacto da tecnologia na

natureza do trabalho do indivíduo.

Na próxima seção serão apresentados os construtos que serão utilizados nesta pesquisa.

2.3.2.2.1. Construtos do impacto de TI

Nesta seção serão apresentados os diversos construtos referentes ao impacto de TI para esta

pesquisa: 2.3.2.2.1.1. Produtividade, 2.3.2.2.1.2. Inovação, 2.3.2.2.1.3. Satisfação do

cliente, 2.3.2.2.1.4. Satisfação do usuário, 2.3.2.2.1.5. Controle gerencial, 2.3.2.2.1.6.

Qualidade, 2.3.2.2.1.7. Resistência à mudança, 2.3.2.2.1.8. Decisão.

2.3.2.2.1.1. Produtividade

Deming (1990) destacou que um órgão público deve prestar de forma econômica, o serviço

prescrito pela legislação vigente, ou seja, o objetivo deveria se destacar por serviço bem

executado. Ao contrário dessa realidade, Lins (2002) revela que o serviço público brasileiro

carrega há muitos anos uma imagem negativa, caracterizada por burocracia excessiva,

lentidão, ineficiência nos serviços, baixa qualificação e produtividade.

Uma organização deve se esforçar ao máximo para satisfazer às expectativas mínimas de cada

um dos grupos de públicos interessados. Ao mesmo tempo, a empresa pode ter como alvo

entregar níveis de satisfação acima do mínimo a diferentes públicos interessados (KOTLER,

2000, p.62). Assim como as empresas, cada vez mais as instituições públicas estão voltadas

para uma prestação dos serviços públicos buscando aumentar o nível de eficiência e eficácia,

além de atingir o nível de satisfação dos seus grupos de públicos interessados.

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As melhorias dos processos têm que ocorrer de forma contínua. Davenport (1994, p.7)

acredita que “quando reduzimos os custos ou aumentamos a satisfação do cliente,

melhoramos o processo em si. Para Torkzadeh e Doll (1999), essa melhora ocorrera "na

medida em que um aplicativo melhora a produção de um usuário por unidade de tempo”.

De forma sintética, Pinochet et al. (2010) aborda a relação entre a Tecnologia de Informação e

a mudança organizacional, corroborando com as definições dos autores já citados. Para o

autor, “a Tecnologia de Informação (TI) é elemento propulsor de mudanças nas organizações,

que a utilizam com o intuito de alcançar maior produtividade, desempenho e alcançar

melhores resultados”. Nessa mesma linha, Lohmann et al. (2010) ressalta que “a Tecnologia

de Informação (TI) é responsável pelo processo que promove a circulação de ideias,

informações e conhecimentos no ambiente corporativo”.

Inúmeros são os benefícios obtidos através da utilização da TI, apontados por diversos

autores, que possuem impacto direto em relação à produtividade e eficiência:

• Pereira et al. (2012): agilizar processos; eliminar a burocracia; e melhorar os serviços prestados.

• Leite e Neto (2010): promover a eficiência das operações. • Baschab e Piot (2003 apud Albertin e Albertin, 2009): melhorar o desempenho de

sistemas; alocar recursos com mais eficiência; aumentar a produtividade do pessoal; disseminar uma cultura de alto desempenho; reduzir atividades não planejadas; e reduzir riscos.

• Albertin e Albertin (2009): reduzir custos; e aumentar produtividade nos processos.

Bolwijn e Kumpe (1990 apud Albertin e Albertin, 2009, p. 35) argumentam que “além da

redução de custo e melhoria da qualidade, os esforços da organização estão em aumentar a

velocidade, minimizando o tempo de atendimento das necessidades dos clientes”.

Essa redução de tempo também é ressaltada por Tapscott (1997). Segundo o autor, “a adoção

da TI possibilita às pessoas fazer mais em menor espaço de tempo, de modo com que a

eficiência resulte em economia de tempo a qual, por sua vez, pode ser reinvestida na eficácia

pessoal”.

Nessa mesma linha, Gertler et al. (2011) ressaltam a importância dos resultados de uma

avaliação de impacto como fonte de informação gerencial para uma análise do custo-

benefício, visando aumento/redução de investimentos em sistemas de informação ou aumento

do quadro de pessoal, por exemplo.

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A análise da redução de custos decorrentes da implantação ocorrerá da premissa que a

redução de tempo na execução do processo reduz a necessidade de pessoal, reduzindo o custo

de recursos humanos.

Esta pesquisa utilizará o conceito definido por Campos (1992) onde “aumentar a

produtividade é fazer mais e/ou melhor com cada vez menos”. O autor ressalta que “não

basta aumentar a quantidade produzida, é necessário que o produto (serviço) tenha valor, que

atenda as necessidades dos clientes”.

Portanto, considerando-se apenas os fatores internos de uma organização, a produtividade só

pode ser aumentada pelo aporte de capital e pelo aporte de conhecimento (CAMPOS, 1992).

O autor revela que as organizações são compostas por três elementos básicos: equipamentos e

materiais (hardware), procedimentos (software) e ser humano (humanware). A melhoria do

hardware ocorre do aporte de capital com a aquisição de equipamentos ou materiais

desejados.

Só seria possível melhorar os procedimentos ou métodos de uma organização através das

pessoas, ou seja, não é possível simplesmente comprar um procedimento sem que este

processo passe pelas pessoas. As pessoas precisam absorver ou desenvolver métodos ou

procedimentos. Portanto, desenvolver o software depende do desenvolvimento do humanware

(CAMPOS, 1992). O autor finaliza o desenvolvimento quando afirma que para melhorar o ser

humano é necessário fazer “APORTE DE CONHECIMENTO” e que esse aporte deverá

aumentar o “ATIVO DE CONHECIMENTO”, que está nas cabeças das pessoas e com ele é

possível desenvolver e absorver “software”.

2.3.2.2.1.2. Inovação

Melhorar a produtividade é um dos grandes desafios do gestor público. Conforme já

ressaltado por Lins (2002), o serviço público brasileiro carrega uma imagem negativa,

caracterizada por burocracia excessiva e baixa produtividade, entre outros. Para superar esses

desafios, a Administração Pública vem buscando melhorar seus processos através da

inovação, com a adoção de novos processos ou de novos métodos.

Neto (1999) defende que a utilização de novas tecnologias tem sido considerada vital para a

sobrevivência da organização, principalmente a utilização da Tecnologia de Informação (TI).

Segundo o autor, a TI já está presente no dia-a-dia das organizações, provocando mudanças

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profundas em toda a organização, alterando a estrutura organizacional, as relações de

trabalho, o perfil do trabalhador e a cultura da organização.

Quando Magalhães et al. (2006) afirma que “a mudança organizacional é caracterizada

basicamente por modificações na forma de fazer as coisas dentro de uma organização, onde as

forças internas e externas são um dos principais motivos para o impulsão dessas mudanças”,

essa forma de fazer for algo novo, é uma inovação. Independente se a mudança já ocorreu em

outras instituições, para o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 69) “o requisito mínimo para se

considerar uma inovação é que a mudança introduzida tenha sido nova para a organização”.

A inovação real, mais cedo ou mais tarde, deve ser aceita pelo consumidor final, que tem de

tomar a iniciativa de mudar de um serviço ou de um produto novo. Essa mudança envolve um

esforço que o consumidor só fará se obtiver um benefício claro e superior dele (TRIAS DE

BES; KOTLER, 2011, p. 26).

Referência para os trabalhos de pesquisa em inovação, o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p.

59) ressalta que “as inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de

distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou

significativamente melhorados”.

Para Davenport (1994, p.7), “uma simples redução de custo, não é uma inovação. Esta

melhoria passa a ser considerada inovação quando inserimos algo novo no processo e há o

reconhecimento do cliente”.

Partindo de um princípio que o processo já existe na organização, Barney (2007, p.50) define

de inovação de processos como sendo os esforços de uma organização para refinar e

aprimorar seus processos atuais. Para o autor, as inovações são como facilitador tanto para a

redução de custos como para o aumento da qualidade dos produtos e serviços.

Definimos a inovação de processo como a capacidade de perceber, idealizar, estruturar e

operacionalizar situações novas, inserindo recursos atualmente não existente através da

adoção de métodos novos ou significativamente melhorados (OLIVEIRA, 2011;

FULGÊNCIO, 2007).

Segundo o Manual Oslo (OCDE, 2005), a introdução de novas práticas organizacionais pode

melhorar a capacidade organizacional de adquirir e criar novos conhecimentos que poderão

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ser usados para o desenvolvimento de outras inovações. Para conseguir isso, Manual Oslo

(OCDE, 2005, p.66) destaca que “a inovação de processo lida sobretudo com a

implementação de novos equipamentos, softwares, técnicas ou procedimentos”.

2.3.2.2.1.3. Satisfação do cliente

Inovação de processo e produtividade são temas que andam juntos, ambos ressaltam a atingir

as necessidades e o reconhecimento dos clientes. Na busca da melhoria dos processos para

obter mais produtividade e atingir a eficiência, Bolwijn e Kumpe (1990 apud Albertin e

Albertin, 2009) ressaltaram os esforços da organização para o atendimento das necessidades

dos clientes”. Quanto as inovações, Davenport (1994) declara que, além da melhoria obtida,

para ser considerada uma inovação tem que existir o reconhecimento do cliente.

Para identificar os clientes desta pesquisa, existe a necessidade de conhecer a classificação

das atividades de gestão de contratos no setor público. A execução das atividades nas

organizações estão divididas entre: atividades primárias e atividades de apoio. Porter (1992)

definiu que as “atividades primárias são as atividades envolvidas na criação física do produto

e na sua venda e transferência para o comprador, bem como na assistência após a venda”. A

definição de Porter (1992) para as atividades primárias são direcionadas para o setor privado.

Por analogia, podemos considerar que as atividades primárias no setor público, são as

atividades envolvidas na criação e entrega de bens e serviços para a sociedade.

Já a definição de Porter (1992) para as atividades de apoio pode ser aplicada para os setores

público e privado. O autor definiu as atividades de apoio como as atividades que “sustentam

as atividades primárias e a si mesmas, fornecendo insumos adquiridos, tecnologia, recursos

humanos e várias funções ao âmbito da empresa”.

Numa visão geral, a gestão de contratos de serviços continuados está enquadrada nas

atividades de apoio à instituição, por prestar serviços acessórios às atividades primárias da

instituição. Essas atividades desenvolvidas na gestão de contratos interagem com os clientes

internos da organização.

Juran (1992) realizou uma breve distinção entre os conceitos dos termos "cliente externo" e

"cliente interno". O autor define cliente externo como sendo as pessoas ou organizações que

não fazem parte da organização, mas são impactadas pelas atividades da organização. Já os

clientes internos são aqueles que fazem parte da organização e também são impactados

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pelas atividades da organização. Para Marques (2006), clientes internos são todas as

pessoas que trabalham na organização, influenciando o processo produtivo e de

fornecimento de serviços.

Marques (2006) ressalta que há um dinamismo do conceito de cliente interno dentro de uma

organização, pois quando um funcionário precisa da ajuda do outro, torna-se cliente interno

daquele funcionário.

A gestão de contrato não é um setor, é um sistema nos quais diversos setores interagem entre

si durante o processo de gestão contratual. Além do próprio setor de gestão de contratos, há

interação direta com o setor jurídico, financeiro, execução dos serviços etc. No processo de

gestão de contratos, as atividades ocorrem no âmbito interno da organização, ocorrendo o

interrelacionamento entre setores da organização e entre servidores do próprio setor de

lotação. Adair (1996) ressalta que os clientes internos têm valores e necessidades exatamente

como os clientes externos, mesmo que este cliente interno esteja localizado na estação de

trabalho ao lado. Gronroos (1994) descreve o processo de produção de serviços como sendo

uma rede de sistemas construídos por inter-relações e interdependências entre uma série de

subprocessos. O autor argumenta que os serviços internos suportam uns aos outros e que, na

existência de uma má prestação de serviço interno, ocorrerá danos na qualidade do serviço

final para o cliente.

Esta alimentação dos processos internos que vão agregando valor até o cliente final foi

destacada por Adair (1996), da seguinte maneira:

O resultado de alguns processos internos alimenta outros processos, em vez de ir diretamente para o cliente. No entanto, esse produto também precisa ter valor para o cliente, pois fornece os insumos necessários para que os clientes internos atendam melhor às necessidades dos clientes externos. Oferecer valor ao cliente precisa ser a razão fundamental do processo e de todas as suas etapas (ADAIR, 1996, p.120).

Conforme Trias de Bes e Kotler (2011), a equação de valor para o cliente é o resultado obtido

através da divisão de “o que ele recebe” pelos “custos que ele assume”. O autor ressalta que

esse custo não é apenas financeiro, mas também outros parâmetros como o tempo gasto, o

risco etc.

Se as atividades forem bem executadas, a satisfação dos clientes internos deverá repercutir

numa avaliação final positiva pelo cliente externo. Reynoso e Moores (1995) declara como

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importante as atividades de apoio internas, sendo um elo fundamental para a satisfação do

cliente externo. Para Slack e Lewis (2009), a premissa é que os erros ocorridos no serviço

fornecido dentro de uma organização acabarão afetando o cliente externo.

2.3.2.2.1.4. Satisfação do usuário

A satisfação do usuário em relação ao Sistema de Informação é um fator determinante para

que o investimento realizado seja revertido em ganhos reais para a organização. A partir da

mensuração da satisfação do usuário final com relação ao SI nas múltiplas dimensões de

utilização, é possível compreender os pontos de melhorias ao nível de sistemas, fluxos

organizacionais, recursos humanos e estruturas de apoio, a fim de encontrar a melhor

combinação estes recursos com vistas a maximizar os resultados para a organização

(MAÇADA; BORENSTEIN, 2000).

Conforme Goodhue (1995), os usuários parecem ver os sistemas como ferramentas que os

assistem ou os obstaculizam no desempenho de suas tarefas. O autor ressalta que, com o

aumento das exigências das tarefas os usuários respondem mais fortemente àquelas

características do SI que estão em conformidade com essas exigências.

Na gestão de contratos, o mesmo servidor é cliente interno, que o seu trabalho é impactado

por outras ações internas, este servidor também é um fornecedor interno, usuário da

ferramenta de TI, executando atividades que compõe parte do processo de gestão de contratos.

Salomi et al. (2005) identifica que na etapa intermediária da produção de um bem, ou serviço,

o setor recebedor é considerado como cliente interno e a sua contraparte o fornecedor deste

bem ou serviço. Nessa mesma linha, Slack e Lewis (2009) identificam que todo mundo é

cliente dentro da organização e consome mercadorias ou serviços fornecidos por outros

fornecedores internos, onde todo mundo também é um fornecedor interno de mercadorias e

serviços para outros clientes internos.

2.3.2.2.1.5. Controle gerencial

Controle gerencial é o processo de guiar a organização, através de rotinas e procedimentos

formais, baseadas em informação, para manter ou alterar padrões viáveis de atividade em um

ambiente em mudança (SIMONS, 2000; BERRY, BROADBENT, OTLEY, 2005).

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Através do controle gerencial, os gestores reúnem e usam informações para avaliar o

desempenho, tomar de decisões e influenciar e motivar o comportamento de outros membros

de uma organização para implementar estratégias da organização (ANTHONY,

GOVINDARAJAN, 2008; HORNGREN, SUNDEM, STRATTON,2004).

De acordo com Laudon e Laudon (2009) um sistema de informação coleta (ou recupera),

processa, armazena e distribui informações que irão subsidiar a coordenação e o controle de

uma organização. Bobsin et al. (2009) identifica que o Sistema de Informação possui funções

importantes, entre elas a função de facilitar o controle.

Inúmeros são os sistemas de informação que são criados com o objetivo de monitorar as

atividades praticadas pelos usuários onde os gestores se veem constantemente exercendo o

controle sobre seus subordinados através de sistemas de informação.

Mesmo considerando que a percepção do controle gerencial ser uma variável mais afeta aos

gestores do que aos usuários de uma maneira geral, optou-se pela manutenção da mesma no

instrumento, pois muitos respondentes apesar de executarem operações rotineiras nos

sistemas, também assumem responsabilidade gerencial sobre seus setores ou em muitos

momentos são instados a assumirem essa responsabilidade na ausência dos gestores.

Para avaliar dimensão, foram utilizados os itens do instrumento de Torkzdeh e Doll (1999),

usado na medição de impacto de TI que focou, entre outros constructos, o controle gerencial.

2.3.2.2.1.6. Qualidade

Campos (1992) afirmou que “a razão de ser de uma organização são os seus clientes, onde

toda sua administração deve estar voltada para a qualidade, que é a busca contínua da

satisfação das necessidades de todas as partes”. Nessa pesquisa, a mensuração da qualidade

ocorrerá pelos clientes internos, que são os beneficiários diretos, decorrente da melhoria da

qualidade. Esses mesmos clientes são os próprios usuários da ferramenta de TI - servidores da

instituição que são usuários da ferramenta.

Melhorar esses processos é uma forte tendência existente no serviço público, em especial com

a adoção de Tecnologia da Informação. Pereira et al. (2012) destaca que a evolução

administrativa de Tecnologia da Informação (TI) no setor público alinha-se aos objetivos de

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maximizar a eficiência e diminuir os gastos, contribuindo para o processo de gestão das

informações e do conhecimento, bem como do processo de desburocratização.

Além da melhoria, a partir do uso da tecnolgia, Bobsin et al. (2009) identifica que o Sistema

de Informação possui funções importantes, que assessoram as organizações, tais como a

função de integrar processos na execução das tarefas.

A melhoria da comunicação interna é essencial para atingir os objetivos da mudança

pretendida. Segundo Davenport (1994), o “entendimento dos processos existentes facilita a

comunicação entre os participantes”. A implantação de uma ferramenta de TI numa

instituição gera uma mudança e que grande parte das mudanças fracassa porque sofrem

resistências dos usuários. Os usuários precisam conhecer e entender os processos existentes

para poder conhecer os benefícios que serão auferidos com a inovação. Magalhães et al.

(2006) relaciona o sucesso da mudança organizacional ao “modo como vão reagir à mudança

depende de como serão comunicadas e conscientizadas a respeito deste processo e, além

disso, devem ser incentivadas a contribuir ativamente na sua implementação”.

Não há um consenso sobre a melhor foram de avaliar a qualidade de serviços. Parasuraman,

Zeithaml e Berry, (1985;1988), afirmam que as discrepâncias entre o serviço esperado e o

serviço recebido representam a medição da qualidade do serviço. Corroborando com os

autores, Gianesi e Correa (1994) afirmam que a qualidade em serviços pode ser definida como

o grau em que as expectativas são atendidas/excedidas por sua percepção do serviço prestado.

Já Cronin e Taylor (1992) discordaram desse modelo e apresentaram o desempenho como

sendo o parâmetro de medição mais adequado para a medição da qualidade do serviço.

Gronroos (1994) postulou a existência de dois tipos de qualidade de serviço: qualidade

técnica, o qual envolve o que o cliente está realmente recebendo do serviço e a qualidade

funcional, que envolve a maneira pela qual o serviço é entregue ao cliente, ou seja, o cliente

compara o que deseja receber com o que efetivamente recebe.

Entendemos a qualidade técnica como o serviço recebido pelo cliente. Já a qualidade

funcional refere-se aos meios, aos processos internos da instituição, ou seja, a maneira como a

instituição prestou o serviço ao cliente.

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Deming (1990) destaca que um órgão público deve prestar de forma econômica, o serviço

prescrito pela legislação vigente, ou seja, o objetivo deveria se destacar por serviço bem

executado.

2.3.2.2.1.7. Resistência à mudança

Na prática, o processo de mudança representa uma ameaça aos valores internalizados pelos

indivíduos e a pela própria estrutura organizacional. Magalhães et al. (2006), identifica que

“para se protegerem desta ameaça, em muitos casos, os funcionários desenvolvem resistências

às mudanças em razão do medo do que é desconhecido, preferindo assim, continuar a realizar

suas atividades como sempre fizeram. Estas atitudes dificultam o alcance dos objetivos

pretendidos com a mudança”.

Essas resistências à mudança precisam ser identificadas, compreendidas para o sucesso na

implementação da mudança. Para Megginson et al. (1986) “os gestores devem identificar

quais elementos estão impedindo a efetividade organizacional e trabalhar a mudança destes

elementos”.

Os indivíduos muitas vezes, resistem a mudanças por desconhecimento ou por querer

preservar o que já conhecem e aquilo com que se sentem confortáveis, afinal é muito mais

fácil e seguro para eles executar suas atividades como estão acostumados, criando a

incapacidade de correr riscos e ir de encontro aos hábitos estabelecidos: “sempre foi feito

assim”.

Para Montana e Charnov (1998), as pessoas resistem às mudanças porque apesar de bem

intencionadas, elas ameaçam o status quo, o que já é conhecido. Motta (1999) complementa

que a resistência a essa situação se faz pela opção ao que é familiar, conhecido e já

experimentado. Wagner e Hollenbeck (1999) reforçam os demais autores quando defende que

“as pessoas tendem a resistir àquilo que percebem como ameaça à maneira estabelecida de

fazer as coisas”. O autor é mais enfático quando declara que “sempre que a mudança é

declarada, pode-se esperar resistência”.

Devemos nos lembrar de que as pessoas são, por natureza, adversas à mudança. As pessoas

que trabalham em uma organização, com capacidade suficiente para desempenhar suas

obrigações diárias de maneira adequada, se perguntam: por que o esforço extra? Por que o

risco adicional? Os seres humanos enxergam a mudança como algo a ser evitado, algo que

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não trará nada de bom, ao menos no curto prazo. Assim, nas organizações, e no mundo, de

forma geral, a inércia e o desejo de manter o status quo dificultam a inovação e o

aprimoramento (TRIAS DE BES, KOTLER, 2011, p.31).

Magalhães et al. (2006) explica que uma das causas que levam as pessoas a evitarem a

mudança é a falta de informação, não conhecem exatamente de que se trata a mudança, quais

são seus objetivos e benefícios para a organização. O autor defende que por conta deste

desconhecimento, as pessoas preferem continuar fazendo as coisas como sempre fizeram.

Certo (2010) ressalta parte dos funcionários tem resistência a mudanças, seja por medo de

alguma perda pessoal, como a redução do prestígio individual e o distúrbio das relações

sociais e de trabalho, e o medo do fracasso pessoal, que pode decorrer da incapacidade de

assumir novas responsabilidades.

Camillo (2003) defende que a mudança, tanto individual como organizacional, só começa a

surtir efeito, quando os funcionários da organização sentem a necessidade de mudar e que

podem tirar proveito dessas mudanças.com a adoção de técnicas de gestão participativa. Para

o autor, para um programa de aprendizado organizacional ser implementado com sucesso,

deverá existir uma consciência organizacional e individual voltada para aceitar as alterações

substanciais necessárias para uma nova mentalidade de pensar e agir.

Diversos autores ressaltam a importância do aspecto humano para o sucesso da implantação

da mudança organizacional. Stoner e Freeman (1982) e Shermerhorn (1996) citam o modelo

desenvolvido pelo psicólogo Kurt Lewin que estabelece três etapas para o processo de

mudança. Este modelo consiste em descongelar o padrão de comportamento que é mostrar

para o indivíduo a importância de implantar a mudança, pois o sucesso do processo de

mudança depende da conscientização das pessoas para fazer as coisas de modo diferente. A

segunda fase consiste em desenvolver um novo padrão em que ocorre a implementação da

mudança (mudar) com a supervisão de um agente de mudança treinado para liderar todo o

processo. Em seguida deve-se recongelar o novo comportamento que significa transformar

em regra geral o novo padrão de comportamento, criando condições para continuidade deste

comportamento a longo prazo.

Diversos autores ressaltaram que as maiores resistência à mudança têm origem da baixa ou

inexistente integração e participação das pessoas nos processos de implementação da

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mudança. Para a presente pesquisa, o processo de implementação da mudança deverá

impactar nas atividades dos clientes internos e nos resultados da gestão.

2.3.2.2.1.8. Decisão

A tomada de decisões é uma atividade essencial dentro das funções e processos

administrativos, cujas habilidades são fundamentais para os administradores. À medida que os

gestores absorvem mais responsabilidades, suas habilidades de decisão são utilizadas com

mais freqüência, sendo que os impactos destas decisões têm efeitos profundos e de longo

prazo nas organizações (WZOREK, REZENDE, MENDES, 2008).

Uma decisão não constitui, obrigatoriamente, um ato que modifique a situação existente; pode

ser simplesmente a prática de uma rotina estabelecida ou a origem de uma inovação de caráter

importante (CURY, 2009, p. 90). Conforme o autor, essas informações podem ser formuladas

em caráter rotineiro ou inovador.

Cury (2009) afirma que as decisões rotineiras são tomadas pelos escalões mais baixos da

organização e visam mais aos meios, sendo, portanto, instrumentais e baseadas em fatos. Já as

decisões inovadoras são tomadas pelos escalões mais altos da organização e visam aos fins da

organização e são valorativas, ou seja, baseadas em julgamento de valores.

Se possuir toda a informação necessária e se pode prever com precisão as consequências das

ações, está-se operando sob condições de certeza (BASS, 1983). A informação é o foco

central da atuação do profissional como decisor nas empresas, principalmente quando estas

têm modelo de gestão direcionado para resultados. A tomada de decisão refere-se à conversão

das informações em ação. Portanto, a decisão é uma ação tomada com base na analise de

informações (OLIVEIRA, 2011).

O processo de tomar a melhor decisão não é algo simples e requer o conhecimento de

informações e da situação atual pelo gestor. Para Fontana e Oliveira (2008), “o uso de

Tecnologia de Informação (TI) tem se mostrado ao longo do tempo como uma ferramenta

estratégica e de grande valia no processo de tomada de decisão”.

A informação é fundamental no apoio às estratégias e processos de tomada de decisão, bem

como no controle das operações empresariais. Sua utilização representa uma intervenção no

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processo de gestão, podendo, inclusive, provocar mudança organizacional, à medida que afeta

os diversos elementos que compõem o sistema de gestão (BEUREN, 2000, p.43).

A sociedade está em constante mutação cultural, de valor ou de organização social.

Considerando o excesso de informações a que todas as organizações estão expostas, o grande

desafio figura em conseguir ordenar e processar informações na mesma velocidade em que

são produzidas. Neste ambiente, encontram-se organizações publicas que, em seu processo de

gestão, possuem informações, mas não conseguem organizá-las e utilizá-las de maneira que se

tornem subsidio para tomada de decisões (WZOREK, REZENDE, MENDES, 2008).

Cada vez mais cresce a importância dos sistemas de informações nos processos e na no apoio

à tomada de decisão das organizações. Khauaja e Campomar (2007) afirmam que um fator

relevante na aquisição e implantação de um sistema de informação é o apoio à decisão

fornecido pelo SI, fato percebido quando o sistema auxilia a organização na priorização de

ações e na realização de alocações de recursos melhores e medir o resultado de suas ações.

A partir do uso da tecnolgia, Bobsin et al. (2009) identifica que o Sistema de Informação

possui funções importantes, que assessoram as organizações, tais como a função de

disponibilizar informação para as decisões em todos os níveis.De acordo com Laudon e

Laudon (2009) um sistema de informação coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui

informações que irão subsidiar a tomada de decisão e o auxilio aos trabalhadores a analisar

problemas e visualizar assuntos complexos. Nessa mesma linha, Leite e Neto (2010) afirmam

que o uso de tecnologias que permitam gerenciar informações e tomar decisões estratégicas,

conferindo-lhe um diferencial competitivo sustentável.

Para Padoveze (2010), os sistemas devem estruturar informações para a tomada de decisão.

Segundo O'Brien e Marakas (2010), sistemas de informação dão suporte aos processos, às

operações, às tomadas de decisão e às estratégias para vantagem competitiva dos negócios de

uma organização. Os autores afirmam que, a qualquer momento, os sistemas de informação

planejados para apoiar processos e operações de negócios também podem fornecer dados para

sistemas com foco na tomada de decisão de negócios ou no alcance da vantagem competitiva

ou receber dados desses processos.

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2.3.2.2.2. Síntese do modelo proposto

O modelo proposto tem por base o instrumento desenvolvido por Torkzadeh e Doll (1999).

Através de revisão bibliográfica, os autores definiram quatro dimensões e suas medidas para

os impactos da TI no trabalho. O modelo original está disposto no Apêndice A.

Além da quantidade reduzida de pesquisas que avaliam o impacto de TI em organizações

públicas, cada ferramenta requer um modelo único de avaliação, de acordo com a

especificidade e necessidade da instituição e da tecnologia.

Lucht (2006) realizou uma pesquisa para avaliar o impacto de TI na Receita Federal, um

órgão da Administração Pública Federal. Utilizou quatro construtos do instrumento original

de Torkzadeh e Doll (1999) - Produtividade, Controle gerencial, Satisfação do cliente e

Satisfação do usuário-, excluiu o construto Inovação. Lucht (2006) ainda incorporou ao

instrumento os construtos: Decisão e Segurança da informação.

Com base no instrumento desenvolvido por Torkzadeh e Doll (1999) e pesquisas na literatura,

foi possível desenvolver um novo instrumento, para reforçar instrumento anterior e trazer

novos construtos que auxiliarão na avaliação das mudanças ocorridas.

O instrumento original de Torkzadeh e Doll (1999) contemplava o construto Produtividade,

mas houve a necessidade de ampliar o conhecimento, incorporando o construto Eficiência.

O construto Segurança da Informação, sugerido por Lucht (2006), não fez parte desta

pesquisa, pois, diferente de uma ferramenta de TI utilizada na Receita Federal, que requer

uma segurança maior, já as atividades de gestão de contratos requer uma maior transparência

das informações, ou seja, as informações sobre licitações e contratos públicos devem estar

disponíveis para consulta nas páginas eletrônicas das instituições públicas e nos seus portais

da transparência.

A revisão na literatura resultou na necessidade de adicionar ao instrumento original (incluindo

o construto Inovação), dois novos construtos: Qualidade e a Resistência a mudanças.

Visando facilitar a compreensão e visualização do modelo proposto, apresenta-se abaixo um

quadro-resumo com as variáveis selecionadas e os autores utilizados para embasar a

construção do instrumento:

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Quadro 5. Síntese do modelo proposto

CONSTRUCTOS ITENS SUPORTE DA LITERATURA

PRODUTIVIDADE

A tecnologia poupa-me tempo; Torkzadeh e Doll (1999), Bolwijn e Kumpe (1990 apud Albertin e Albertin, 2009), Tapscott (1997)

A tecnologia melhora minha produtividade; Torkzadeh e Doll (1999), Pinochet et al. (2010)

A tecnologia permite-me melhores resultados do que seria possível executar sem ele.

Torkzadeh e Doll (1999), Pinochet et al. (2010)

INOVAÇÃO

A tecnologia ajuda-me a criar novas idéias; Torkzadeh e Doll (1999), Oliveira (2011), Fulgêncio (2007), Manual Oslo (OCDE, 2005).

A tecnologia permite-me propor novas ideias;

Torkzadeh e Doll (1999), Oliveira (2011), Fulgêncio (2007), Manual Oslo (OCDE, 2005).

A tecnologia coloca-me diante de ideias inovadoras.

Torkzadeh e Doll (1999), Oliveira (2011), Fulgêncio (2007), Manual Oslo (OCDE, 2005).

SATISFAÇÃO DO USUÁRIO

A tecnologia melhora o serviço do usuário; Torkzadeh e Doll (1999), Goodhue (1995), Maçada e Borenstein (2000)

A tecnologia melhora a satisfação do usuário;

Torkzadeh e Doll (1999), Goodhue (1995), Maçada e Borenstein (2000)

A tecnologia vai ao encontro das necessidades do usuário.

Torkzadeh e Doll (1999), Goodhue (1995), Maçada e Borenstein (2000)

SATISFAÇÃO DO CLIENTE

A tecnologia melhora o serviço prestado ao cliente;

Torkzadeh e Doll (1999), (Marques, 2006), (Trias de Bes, Kotler, 2011)

A tecnologia melhora a satisfação do cliente;

Torkzadeh e Doll (1999), (Juran, 1992), (Marques, 2006), (Trias de Bes, Kotler, 2011)

A tecnologia vai ao encontro das necessidades do cliente.

Torkzadeh e Doll (1999), Bolwijn e Kumpe (1990 apud Albertin e Albertin, 2009), Adair (1996), Trias de Bes e Kotler (2011)

CONTROLE GERENCIAL

A tecnologia ajuda no controle gerencial do processo de trabalho;

Torkzadeh e Doll (1999), Bobsin et al. (2009), Laudon e Laudon (2009)

A tecnologia melhora o controle gerencial; Torkzadeh e Doll (1999), Bobsin et al. (2009), Laudon e Laudon (2009)

A tecnologia ajuda no controle do gerenciamento da performance.

Torkzadeh e Doll (1999), Bobsin et al. (2009), Laudon e Laudon (2009)

QUALIDADE

A tecnologia melhora a comunicação interna.

Pereira et al. (2012), Davenport (1994

A tecnologia integra os processos. Bobsin et al. (2009) A tecnologia melhora os processos internos. Gronroos (1994) A tecnologia melhora a qualidade dos serviços prestados ao cliente.

Gronroos (1994)

RESISTÊNCIA

A tecnologia não representa uma ameaça ao seu cargo.

Certo (2010)

A tecnologia não representa uma ameaça ao seu prestígio pessoal na organização.

Certo (2010)

A tecnologia traz benefícios para a organização.

Magalhães et al. (2006)

A tecnologia não representa esforço extra. Trias de Bes e Kotler (2011)

DECISÃO

As informações geradas pela tecnologia auxiliam na qualidade da tomada de decisão.

Oliveira, (2011), Beuren (2000), Khauaja e Campomar (2007), Laudon e Laudon (2009), O'Brien e Marakas (2010)

As informações geradas pela tecnologia auxiliam para que a tomada de decisão seja mais rápida e confiável.

Oliveira, (2011), Beuren (2000), Khauaja e Campomar (2007), Laudon e Laudon (2009), O'Brien e Marakas (2010)

As informações geradas pela tecnologia auxiliam os tomadores de decisão na resolução de problemas.

Oliveira, (2011), Beuren (2000), Khauaja e Campomar (2007), Laudon e Laudon (2009), O'Brien e Marakas (2010), Leite e Neto (2010)

A tecnologia melhorou os processos de tomada de decisão.

Oliveira (2011), Fontana e Oliveira (2008), Bobsin et al. (2009)

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

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3. A FERRAMENTA UTILIZADA PARA A GESTÃO DE CONTRATOS

O Sistema Unificado de Administração Pública – SUAP é uma ferramenta de tecnológica de

Gestão de Contratos Administrativos foi implantada decorrente de um acordo de cooperação e

colaboração técnica, firmado, sem ônus, entre a instituição pernambucana (instituição

pesquisada) e uma instituição pública federal localizada no Rio Grande do Norte. O sistema

opera em todas as unidades da instituição, sendo acessado preferencialmente por meio da rede

coorporativa. O Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP), módulo de Gestão

de Contratos está sendo utilizando nas unidades administrativas pesquisadas desde junho de

2013.

As principais funcionalidades do módulo de gestão de contratos são a de possibilitar o

gerenciamento sistêmico de todos os contratos, registro de ocorrências, controles de prazos,

controle de custos, cadastros de terceirizados e a padronização das atividades e documentos

de fiscalização do contrato. Os usuários são os servidores da instituição que o utilize

especificamente na realização de suas atividades administrativas de gestão de fiscalização de

contratos.

A Instituição pesquisada é formada na sua estrutura organizacional por uma Unidade Gestora

e mais nove Unidades Administrativas, localizadas em todas as regiões do Estado de

Pernambuco. A utilização da ferramenta tecnológica de gestão de contratos é de fundamental

importância para a Instituição considerando que todas as unidades possuem autonomia

administrativa para na gestão dos gastos públicos, onde cada Unidade Administrativa,

denominada também de Unidade Gestora (UASG), formalizam seus contratos

administrativos. Controlar estes contratos de maneira sistêmica requer maior controle

acompanhamento, tendo em vista que os contratos administrativos têm prazos determinados

de vigência, são dinâmicos e passíveis de alterações (de valor, de prazos, de quantidade).

A descrição das funcionalidades do SUAP – Gestão de Contratos estão dispostas no Apêndice

A, na lista de anexos desta pesquisa.

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4. METODOLOGIA

4.1. Delineamento da Pesquisa

A presente pesquisa é um estudo de caso e está caracterizada como quantitativa e exploratória.

Como estudo de caso, vai explorar a realidade encontrada em duas Unidades Administrativas

de uma Instituição do Governo Federal, localizadas no Estado de Pernambuco, a fim de

avaliar o impacto da implantação do Sistema de Gestão de Contratos, no desempenho da

Gestão de Contratos.

A pesquisa é exploratória, por tentar proporcionar visão geral, do tipo aproximativo, acerca de

determinado fato. Este tipo de pesquisa é utilizado especialmente quando o tema escolhido é

pouco explorado e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis

(GIL, 2011).

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos

objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, praticamente

impossível mediante os outros tipos de delineamentos (GIL, 2011, p.57).

Para este estudo de caso, foram selecionadas duas unidades administrativas de uma instituição

pública federal: uma unidade administrativa localizada no Recife, capital do Estado de

Pernambuco e uma unidade administrativa, localizada em um município da Região

Metropolitana do Recife. A primeira Unidade Administrativa foi escolhida por ser a principal

Unidade Gestora da instituição pesquisada e a segunda, por ser a Unidade de referência

administrativa, vinculada a Unidade Gestora.

4.2. Unidades Pesquisadas

A Instituição pesquisada está dividida entre a Unidade Gestora e uma Unidade

Administrativa. Um pré-teste foi realizado em uma das Unidades da instituição, localizada no

Agreste do Estado de Pernambuco.

4.2.1. Unidade Gestora

Localizada na capital do Estado de Pernambuco, em que a Instituição pesquisada está

sediada, a Unidade Gestora (UG) é responsável pelo planejamento e gestão sistêmica dos

recursos da Instituição. A Unidade Gestora também é responsável pela gestão das aquisições

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sistêmicas de materiais e serviços. Além da gestão sistêmica dos recursos, a Unidade Gestora

é responsável pela normatização e procedimentos administrativos de toda a organização,

como também da implantação das tecnologias da informação e sistemas de informação nas

diversas áreas da instituição.

No período entre julho de 2012 e dezembro de 2013, existiam 38 (trinta e oito) processos de

contratação que estavam vigentes em algum momento deste período, divididos em 09 (nove)

contratos de serviços não continuados e 29 (vinte e nove) contratos de serviços continuados.

4.2.2. Unidade Administrativa

As Unidades Administrativas (UA) correspondem à prestação direta dos serviços à população,

compostas por nove unidades, distribuídas em 01 unidade no Sertão, 01 na zona da mata

norte, 02 na Região Metropolitana e 05 no agreste do Estado de Pernambuco.

Entre as Unidades Administrativas, uma é reconhecida por todas as unidades que compõe a

Instituição, como a principal unidade de referência administrativa. Unidade do estudo de caso,

a unidade de referência está localizada na Região Metropolitana.

No período entre julho de 2012 e dezembro de 2013, existiam 31 processos de contratação

que estavam vigentes em algum momento deste período, divididos em 07 (sete) contratos de

serviços não continuados e 24 (vinte e quatro) contratos de serviços continuados.

4.3. População e Sujeitos da Pesquisa

A população da pesquisa foram todos os usuários do SUAP do módulo de contratos, sendo

dividida entre as Unidades pesquisadas. A população final é composta de 23 (vinte e três)

servidores da instituição, na seguinte distribuição: 02 (dois) diretores administrativos das

Unidades pesquisadas, 02 (dois) coordenadores de contratos das Unidades pesquisadas, 19

(dezenove) servidores designados para fiscalizar contratos e atestar os serviços executados nas

unidades pesquisadas: 08 (oito) na unidade administrativa e 11(onze) na unidade gestora.

Para facilitar a identificação do perfil dos respondentes, nos dados analisados, utilizamos os

seguintes códigos: UA (Unidade Administrativa) e UG (Unidade Gestora). Após cada código,

utilizamos a numeração referente e cada respondente.

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4.4. Instrumentação das variáveis

O problema de pesquisa, apresentado na introdução, gerou as seguintes questões norteadoras:

1. Quais as atividades de Gestão de Contratos de Serviços Continuados passíveis de

mensuração de desempenho?

Esta questão norteadora abrangeu a gestão de contratos de serviços continuados que teve

como variável as atividades que compõe esse processo de gestão. Para que essa pergunta fosse

respondida de forma qualitativa, utiliza-se o levantamento e análise da literatura e das

legislações vigentes.

2. Quais as discrepâncias nos resultados dos indicadores de desempenho, antes e

depois da implantação do SUAP, das Unidades Gestora e Administrativa da

Instituição pesquisada?

Esta questão norteadora abrangeu a gestão de contratos de serviços continuados que teve

como variável (eis) as atividades que compõe esse processo de gestão. Para que essa pergunta

fosse respondida de forma quantitativa, foi utilizada a variável identificada na questão

norteadora 01, no qual levantou as atividades da gestão de contratos de serviços continuados.

Após essa etapa, procede-se com a análise dos documentos e são realizados os registros das

datas de início e conclusão de cada atividade. Ao final, devem-se comparar as discrepâncias

entre os períodos que compõe o escopo da pesquisa.

3. Quais as não conformidades existentes nos processos da Gestão de Contratos de

Serviços Continuados das Unidades Gestora e Administrativa da Instituição

pesquisada, que ocorreram antes e depois da implantação do SUAP?

Essa questão norteadora tem como variável as não conformidades existente na execução das

atividades da gestão de contratos de serviços continuados. Para a identificação quantitativa da

variável, realiza-se a análise dos documentos em momento concomitante a questão norteadora

02, identificando não conformidades que podem resultar em falhas, erros, retrabalhos, entre

outros.

4. Qual o grau das mudanças percebidas sobre as atividades da Gestão de Contratos

de Serviços Continuados após a implantação do SUAP?

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Essa questão norteadora foi respondida de maneira quantitativa foi adaptado o modelo

proposto por Torkzadeh e Doll (1999) que consta no Apêndice A. O modelo foi adaptado para

que a questão norteadora fosse respondida através da percepção dos respondentes quanto as

variáveis melhoria da produtividade, a possibilidade de inovação, quanto a melhorar a

satisfação dos usuários e dos clientes, a melhoria do controle gerencial, na melhoria da

qualidade dos serviços prestados, na resistência à mudança e a melhoria da tomada de

decisão.

Uma escala Likert foi utilizada variando de 1 a 5 para as classificações das respostas sendo:

discordo totalmente, discordo parcialmente, nem concordo e nem discordo, concordo

parcialmente, concordo totalmente.

5. Quais as mudanças ocorridas nas atividades de Gestão de Contratos de Serviços

Continuados após a implantação do SUAP?

Essa questão norteadora teve como variável as mudanças ocorridas e foi respondida de forma

qualitativa através de pergunta aberta no questionário que perguntou “Quais as mudanças

percebidas na Gestão de Contratos após a implantação do SUAP na Gestão de Contratos?”.

4.5. Desenhos da Pesquisa

A pesquisa engloba uma fase preliminar (revisão da literatura) e mais quatro etapas: validação

inicial do conteúdo, delimitação do estudo ex-post-facto, análise de documentos e a survey

final, sendo as duas últimas ocorrendo de forma concomitante.

Ao utilizar essa estratégia de triangulação concomitante, segundo Creswell (2010), o

pesquisador coleta concomitantemente os dados quantitativos e qualitativos e depois compara

os dois bancos para determinar se há convergência, diferenças ou alguma combinação.

4.5.1. Fase preliminar

Nesta etapa preliminar, consistiu na revisão da literatura, englobando o desenvolvimento

teórico, a criação operacional das definições dos construtos e o desenvolvimento dos itens da

escala do instrumento. O desenvolvimento teórico e a criação operacional das definições dos

construtos foram mostrados na seção 02.

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4.5.2. Validação do conteúdo

Nesta etapa da pesquisa consistiu na validação inicial do conteúdo, que resume a validação de

conteúdo propriamente dita e a montagem final do instrumento. Segundo Hair et al. (2005), o

construto é um conceito que o pesquisador pode definir em termos teóricos, mas que não pode

ser diretamente medido ou medido sem erro.

Conforme Hoppen et al. (1997) são duas as condições para se determinar a validade de um

construto: a existência de bases teóricas e uma definição clara do construto, que é composto

pela definição conceitual e pela operacional.

A validação de conteúdo verifica se o instrumento está efetivamente medindo o que se

pretende medir, e é realizada em duas etapas: a geração dos enunciados, iniciado pela revisão

de literatura, e o refinamento do instrumento (HOPPEN et al., 1997).

A validação do conteúdo foi dividida em duas etapas: a primeira identificou as variáveis do

desempenho que seriam medidas. A segunda etapa foi para levantar os construtos, dentro da

suas definições conceituais que pretendem apresentar a natureza dos impactos da TI para o

presente trabalho, e conforme já delineado anteriormente. Desta forma, todas as variáveis

caracterizadas nas seções 2.3.1 e 2.3.2 do referencial teórico deste trabalho foram

incorporadas ao instrumento de avaliação desenvolvido.

Como relatado na revisão da literatura, há uma percepção de que as bases teóricas existentes

apontavam para essas variáveis como as principais dimensões de impacto de uma TI, e

determinantes de seu sucesso. O desenvolvimento dos itens da escala fez parte, portanto, da

definição operacional para medir os construtos.

Assim, foi efetuada a validação do conteúdo do mesmo, onde a representatividade das escalas

utilizadas como operacionalização dos construtos focalizados foi avaliada de uma forma

subjetiva e a medição do desempenho foi realizada de forma objetiva.

Para facilitar o entendimento acerca da montagem e do refinamento do instrumento a partir da

utilização de construtos desenvolvidos por outros autores, são elencados abaixo os principais

passos adotados para a validação do instrumento desta pesquisa:

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• Escolha das variáveis que serão medidos os desempenhos das atividades

através da análise de documentos;

• Escolha das dimensões e dos itens que compõem a base para a construção do

instrumento de pesquisa a partir do referencial teórico (validação de conteúdo);

• Organização do instrumento de pesquisa;

• Realização de entrevista com 01 (um) coordenador de contratos da instituição,

de uma unidade que não foi pesquisada, visando a adaptação do instrumento de

pesquisa à realidade organizacional, com a possibilidade de modificar ou até

mesmo excluir algum item do instrumento;

• Revisão bibliográfica do tema; e

• Montagem final do instrumento de survey.

4.5.3. Ex-post-facto

A terceira fase da pesquisa foi a de delimitar a faixa temporal da pesquisa ex-post-facto, ou

seja, como a gestão de contratos é dinâmica, ocorre diariamente, “a partir de quando” e “até

quando” os documentos entrariam na análise.

Inicialmente, foram selecionados os contratos de serviços continuados que estavam ou

continuavam vigentes entre o período de julho de 2012 a dezembro de 2013 e posteriormente

separados em dois grupos, considerando a temporalidade das ocorrências.

A pesquisa ex-post-facto foi realizada a partir de dois grupos de eventos dos contratos de

serviços continuados: o primeiro grupo foi composto pelas atividades dos contratos ocorridas

entre julho de 2012 e junho de 2013 e o segundo grupo, entre julho de 2013 e dezembro de

2013, percorrendo os eventos ocorridos entre julho de 2012 e dezembro de 2013.

O ponto de segregação da pesquisa, junho de 2013, correspondeu ao período de implantação

do SUAP, módulo de Gestão de Contratos. O primeiro período, classificado como ex-ante,

representou o período de doze meses que antecedeu a implantação do SUAP, módulo de

Gestão de Contratos.

O segundo período, ex-post, representou o período de seis meses posterior a implantação do

referido módulo do sistema de informação. A discrepância entre o quantitativo de meses entre

os dois períodos foi justificada para permitir a realização da análise da tendência. Quanto

maior tempo for considerada melhor a definição da tendência.

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Autores como Cintra et al. (2012) realizou pesquisa que analisava apenas os contratos que

foram celebrados em um período determinado.

Esta pesquisa analisou os contratos celebrados no período de análise da pesquisa, mas

também os contratos assinados em período anterior, mas que estavam vigentes durante todo o

período da pesquisa.

4.5.3.1. Análise dos documentos

A quarta etapa desta pesquisa foi a da análise dos documentos com o objetivo de registrar e

mensurar o desempenho das atividades da gestão de contratos. A análise dos documentos

também teve o objetivo de levantar e quantificar as não conformidades existentes nos

processos e que foram registrados através de documentos oficiais.

Para fins da pesquisa, foram considerados documentos não apenas os escritos utilizados para

esclarecer determinada coisa, mas qualquer objeto que possa contribuir para a investigação de

determinado fato ou fenômeno. Assim, a pesquisa documental tradicionalmente vale-se dos

registros cursivos que são persistentes e continuados (GIL, 2011, p.147). A análise de

documentos coletou dados úteis para as análises estatísticas e de conteúdo.

Quanto da descrição da prática empreendida de análise documental, Pimentel (2001 apud

DUARTE; BARROS, 2011) definiu:

“Organizar o material significa processar a leitura segundo critérios da análise de conteúdo, comportando algumas técnicas, tais como fichamento, levantamento quantitativo e qualitativo de termos e assuntos recorrentes, criação de códigos para facilitar o controle e o manuseio” (PIMENTEL, 2001 apud DUARTE; BARROS, 2011).

As análises detalhadas dos processos administrativos vinculados à gestão dos contratos de

serviços continuados, bem como das melhorias previstas com a implantação do modulo

informatizado, foram realizadas utilizando fontes primárias, através de registros institucionais

escritos: contrato, termos, nota de empenho e nota fiscal, pareceres, memorandos, ofícios,

despachos e mensagens eletrônicas contidas em cada processo pesquisado.

A análise documental serviu como fonte para a realização do detalhamento de todas as

operações que ocorreram durante a gestão contratual. A análise dos documentos secundários e

o mapeamento dos processos foram realizados com o objetivo de identificar, em especial, de

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mensurar o tempo necessário para a conclusão de cada atividade dentro do processo de gestão

de contratos de serviços continuados.

De caráter quantitativo, foram registradas as datas e as não-conformidades do processo

(falhas, retrabalhos, situações que fujam da rotina). Os resultados do mapeamento dos

processos foram:

• A identificação e o registro temporal das entradas, processamento e saídas;

• A identificação das não-conformidades; e

• A mensuração do desempenho quantitativo das atividades.

A análise da variação periódica do indicador é uma ferramenta simples e pode ser muito útil

para a compreensão dos episódios de redução ou elevação de seus valores. Trata-se

especificamente do cálculo da variação do nível ou da taxa de variação percentual

(GONÇALVES; CAMPOS; CARVALHO, 2010). Conforme Roche (2002), uma linha do

tempo, ou perfil histórico, usada durante uma avaliação de impacto, pode ajudar a captar

grandes mudanças. Pode também estimular as discussões a respeito de como essas mudanças

ocorreram e que efeitos tiveram.

A análise forneceu informações necessárias para comparar o desempenho da gestão de

contratos com o desempenho registrado em documentos oficiais regulatórios (portarias,

instruções normativas, orientação normativa, decretos, leis etc.).

A análise do desempenho foi limitada apenas as atividades individuais do processo, não o

processo, considerando que os fluxos processuais sofrem influência direta de legislações

externas. Fato que não possibilita comparar o tempo total gasto entre um serviço de

terceirização de mão de obra com um serviço de locação de equipamento. A entrega do objeto,

a prestação de serviço e entre outras particularidades, são inerentes a cada natureza do objeto

e não podem ser comparadas. Outro fato que impediu a análise de um processo de contratação

foi que alguns contratos são mais dinâmicos que outros, ou seja, ocorreram situações em que,

em 12 (doze) meses só ocorreram as entregas do objeto contratados e as atividades de

pagamentos das obrigações financeiras. Já em outros contratos, além das obrigações

financeiras, ocorreram situações de emissão de empenho, análise jurídica, assinatura de

termos aditivos, entre outros.

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Essa situação ficou mais evidente quando consideramos grande parte do processo gestão

contratual a própria vigência do contrato, já que muitas atividades ocorrem de forma paralela

e simultânea, dentro do limite da vigência contratual.

4.5.3.2. Questionário (Survey)

Os dados do estudo piloto foram coletados por meio da aplicação de um questionário

(Apêndice C - Questionário) composto por 26 itens respondidos em uma escala do tipo Likert

de cinco pontos (01-discordo totalmente, 02-discordo parcialmente, 03-nem concordo e nem

discordo, 04-concordo parcialmente e 05-concordo totalmente).

Os resultados inferiores ao escore 3,00 (nem concordo e nem discordo) serão considerados

avaliações negativas. Os resultados que escores forem superiores a 3,00 (nem concordo e nem

discordo) serão consideradas como avaliações positivas.

As questões foram dispostas de forma aleatória, a fim de evitar possível indução de respostas.

O instrumento foi então aplicado na Unidade Gestora e na Unidade Administrativa,

constituindo o estudo piloto. O número de respostas validadas no estudo piloto foi de 21

casos. A Tecnologia da Informação escolhida é o Sistema Unificado de Administração

Pública – SUAP - módulo de Gestão de Contratos, cujas razões para escolha já foram

apresentadas na seção 3.

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5. ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS DA PESQUISA

5.1. Perfil dos pesquisados

A pesquisa foi realizada com 21 (vinte e um) pesquisados, divididos entre 12 (doze)

servidores lotados na Unidade Gestora e 09 (nove) servidores lotados na Unidade

Administrativa.

A maior parte (81%) dos pesquisados estão na faixa etária entre 21 e 30 anos. A segunda faixa

etária com o maior número de pesquisados, com 14%, está a faixa entre 31 e 40 anos. A

última faixa, com cerca de 5% está o peso da faixa etária entre 50 e 60 anos na pesquisa. Não

houve pesquisado com idade superior a 60 anos.

A faixa etária seguiu a mesma tendência no tempo de exercício do servidor na Instituição. A

faixa com até 5 anos na instituição foi composta por 48% dos pesquisados. A faixa entre 6 e

10 anos foi representada por 24% dos pesquisados. A faixa entre 11 e 15 anos foi composta

por 19% dos entrevistados. A última faixa, com mais de 15 anos na instituição, foi composta

por cerca de 10% dos pesquisados.

Do total dos pesquisados, 48% exerce ou exerceu função gerencial. Já 24% dos pesquisados

exercem ou já exerceram a função de gestor substituto. Enquanto 29% dos entrevistados

jamais exerceram a função gerencial, nem como titular e nem como substituto, ou seja, isso

corresponde a 6 (seis) dos 21 (vinte e um) pesquisados.

5.2. Análise das Entrevistas

5.2.1. Mudanças Percebidas

As análises seguiram o procedimento delineado por Mayring (2002, apud APPOLINÁRIO,

2012), em especial com a seleção das partes que tinham relação e eram especialmente

relevantes para a solução do problema da pesquisa e a redução e simplificação dos dados.

Após isso, foi procedida a categorização dos dados em “unidades analíticas”, que foram

interpretadas tendo em vista o problema de pesquisa e o referencial teórico adotado.

Ao final de cada aplicação das questões que utilizam a escala Likert, os pesquisados

responderam de forma livre cinco questões abertas sobre as expectativas e mudanças

percebidas referente a implantação do SUAP. Todas as respostas foram reescritas e agrupadas

de acordo com a temática.

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O primeiro questionamento da pesquisa foi sobre “Quais os motivos que levaram a

instituição a adotar a Tecnologia da Informação na gestão de contratos?”. Em geral, os

pesquisados perceberam como principal motivo para adoção da ferramenta de TI a melhoria

do controle da gestão, tanto na questão do controle gerencial como também na prestação de

contas. Os resultados estão dispostos no Quadro 06.

Com finalidades diversas, cerca de 60% dos pesquisados destacaram a dificuldade para

coletar informações como sendo o principal motivo para a adoção da ferramenta de TI. O item

mais citado pelos pesquisados foi a dificuldade em coletar informações em tempo hábil

para prestação de informações aos órgãos de controle (67%). Entre outras informações, os

pesquisados (UA02, UA05, UG02, UG03 e UG05) relataram que os órgãos de controle,

interno e externo, costumam solicitar um grande volume de informações com um prazo curto

de tempo para o envio das respostas (prestação de contas). Relacionada aos órgãos de

controle, 33% dos pesquisados citaram como um fator motivador para a adoção de

ferramentas de TI as recomendações realizadas pelos órgãos de controle interno e externo.

Essas possuem caráter orientativo, transformando-se em punitivo no caso do não

cumprimento. Stoner e Freeman (1982) corroboram com os resultados da pesquisa quando

afirmam que “a estrutura da organização que tem cada vez mais, a necessidade de mudanças

para responder à complexidade e a dinâmica do ambiente externo”.

Em relação ao controle da gestão, grande parte dos pesquisados citaram a necessidade de

ampliar o controle sistêmico da gestão de contratos (57%) e a necessidade de ampliar o

controle gerencial (48%). Parte dos pesquisados (UA04, UA06, UA08, UG02, UG06, UG08)

revelaram que essa preocupação deve-se ao grande crescimento da Instituição nos últimos

anos, motivando a gestão buscar auxílio em ferramentas de TI. Esse crescimento da

instituição também está relacionado à falta de padronização das atividades. Os pesquisados

percebem que dentro da mesma instituição, algumas Unidades Administrativas realizam as

mesmas atividades com formas e procedimentos distintos. Já 57% dos pesquisados indicam

como um dos motivos para a gestão adotar a ferramenta de TI a necessidade de padronizar

essas atividades.

Os resultados vão ao encontro do que Mattos (2002) defende quando afirma que as

organizações devem abandonar a maneira antiga de fazer as coisas, adotando novas práticas

que proporcionem resultados melhores. Segundo o autor, essas mudanças envolvem, entre

outras coisas, a reestruturação do processo de negócio, a gestão pela qualidade total,

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reengenharia, Just-in-time, redução de custos, foco no cliente, envolvimento dos

colaboradores, equipes auto-gerenciadas e estruturas organizacionais inovadoras.

Quadro 6. Motivos que levaram a instituição a adotar a tecnologia da informação na gestão de contratos.

Quais os motivos que levaram a instituição a adotar a Tecnologia da Informação na gestão de contratos?

RESPOSTAS

QTD % do Total

Dificuldade em coletar informações em tempo hábil para prestação de informações aos órgãos de controle 13/21 62%

Ampliar o controle sistêmico 12/21 57%

Falta de padronização entre as unidades 12/21 57%

Necessidade de ampliar o controle gerencial 10/21 48%

Disponibilidade gratuita da ferramenta 8/21 38%

Apontamentos realizados pelos órgãos de controle, interno e externo 7/21 33%

Outros 5/21 24%

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

A disponibilidade gratuita da ferramenta de TI foi citada por 8 dos 21 pesquisados,

representando 38%. Se por um lado a economicidade é um fator positivo para a instituição, o

entrevistado UG03 avaliou criticamente à disponibilidade desta ferramenta quanto a sua

necessidade, da seguinte forma:

“A escolha da ferramenta ocorreu sem a participação da área fim e dos usuários da ferramenta. Só conhecemos o sistema no momento da implantação. [...] nós que conhecemos a nossa realidade e a nossa necessidade” (UG03).

O resultado vai ao encontro do que defendeu Saccol et al. (2004) quando afirma que “a não

observância do alinhamento entre estratégia e tecnologia pode ocasionar impacto negativo,

com perda de recursos e desgaste humano”.

Quanto às expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das

atividades de Gestão de Contratos (Quadro 7), os entrevistados apresentaram forte

tendência para as questões transacionais que a ferramenta de TI pode proporcionar, em

especial as questões operacionais da atividade de gestão de contratos.

Grande parte dos entrevistados acredita que a adoção de novas tecnologias reduzirá erros

(76%) e retrabalhos (62%) na gestão de contratos, bem como irá facilitar o controle de

prazos (76%). Ainda quanto ao controle, esperam que a ferramenta também facilite o

controle dos pagamentos aos contratados (43%).

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Nas mudanças referentes à qualidade dos serviços, os entrevistados destacam a expectativa de

mudança quanto a padronização (52%) e melhoria das atividades da gestão de contratos

(48%). Melhorar o fluxo de informações (48%) e o acesso a documentos digitalizados

(38%) também foram ressaltados pelos entrevistados.

Quadro 7. Expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das atividades de Gestão de Contratos

Quais as expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das atividades de Gestão de Contratos?

RESPOSTAS

QTD % do Total

Reduzir os erros 16/21 76%

Facilitar o controle dos prazos dos contratos 16/21 76% Reduzir o retrabalho 13/21 62% Padronizar a gestão de contratos 11/21 52% Melhorar as atividades da gestão de contratos ; 10/21 48% Melhorar o fluxo de informações na gestão de contratos 10/21 48% Melhorar a gestão sistêmica dos contratos da Instituição 9/21 43% Facilitar o controle dos pagamentos aos contratados 9/21 43% Disponibilizar acesso a documentos (digitalizados) 8/21 38% Outros 4/21 19% Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

O entrevistado UA09 acredita que um sistema de gestão de contratos pode ser útil para o

controle dos pagamentos aos contratados devido à possibilidade de ser realizado o

acompanhamento do cronograma financeiro, considerando que os sistemas oficiais do

Governo apresentam falhas na geração de cronograma de acompanhamento em alguns

contratos.

Os resultados demonstram que os entrevistados percebem a necessidade de melhorar a gestão

de contratos da Instituição pesquisada, em especial, quanto ao controle dos prazos, no acesso

as informações gerais da Instituição (de todas as Unidades) e a necessidade da padronização

das atividades. Foi possível perceber durante as entrevistas e as análises documentais que,

apesar da instituição ser única, não há uma padronização das atividades, tanto na comparação

entre as Unidades pesquisadas, como também dos processos das mesmas Unidades. De fato

uma implantação de um sistema informatizado, utilizado corretamente, facilitará a obtenção

de informações com velocidade e agilidade, bem como irá padronizar parte das atividades, se

estas estiveram contempladas nos requisitos do sistema informatizado.

Os pesquisados identificaram uma diversidade de benefícios que, conforme suas expectativas

podem trazer melhorias para a gestão de contratos. Apesar disso, a instituição não está imune

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a resistência dos servidores para a mudança pretendida na gestão de contratos. Montana e

Charnov (1998) ressaltaram que as pessoas resistem às mudanças porque apesar de bem

intencionadas, elas ameaçam o status quo, o que já é conhecido. Trias de Bes e Kotler (2001)

lembra de que as pessoas são, por natureza, adversas à mudança e que o desejo de manter o

status quo dificultam a inovação e o aprimoramento das instituições.

Os pesquisados também responderam sobre a percepção sobre “Quais as mudanças

percebidas na Gestão de Contratos após a implantação do SUAP na Gestão de

Contratos?”. Os resultados estão dispostos no Quadro 8, a seguir:

Quadro 8. Percepção dos Gestores e Fiscais dos Contratos sobre as mudanças percebidas após a implantação do SUAP na Gestão de Contratos

Quais as mudanças percebidas provocadas pela implantação do SUAP na Gestão de Contratos?

RESPOSTAS

QTD % do Total

Reduziu o tempo gasto nas atividades 15/21 71%

Reduziu do número de consultas ao processo físico 14/21 67% Integrou os setores que atuam na gestão de contratos 12/21 57% Melhorou a tomada de decisão 10/21 48% Fornece informações mais confiáveis 10/21 48% Reduziu o controle paralelo dos contratos em planilhas Excel / BrOffice 8/21 38% Melhorou o controle gerencial sistêmico dos contratos da instituição 8/21 38% Facilitou o acesso às informações 6/21 29% Outros 4/21 19%

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Citada por 15 dos 21 entrevistados (71%), a mudança mais percebida foi a redução de tempo

gasto nas atividades relacionadas à gestão de contratos. A segunda mudança mais

percebida, citada por 14 dos 21 entrevistados (67%), está relacionada a redução das

consultas realizadas ao processo físico dos contratos. Essa melhoria está diretamente

relacionada a outra mudança percebida por 6 dos 21 entrevistados (29%), no qual o SUAP

facilitou o acesso às informações.

A terceira mudança mais ressaltada possui caráter voltado para a organização. Lembrada por

12 dos 21 entrevistados (57%), a terceira mudança mais citada foi a de que o SUAP permitiu

a integração dos setores que atuam na gestão de contratos.

Citadas por 10 dos 21 entrevistados (48%) foram identificadas duas mudanças que de certa

forma interagem entre si: melhoria na tomada de decisão e a prestação de informações

mais confiáveis.

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Referente ao controle, apesar de não ter nenhuma relação direta entre si, duas mudanças

foram percebidas por 8 dos 21 entrevistados (38%): reduziu o controle paralelo dos

contratos em planilhas Excel / BrOffice e melhorou o controle gerencial sistêmico dos

contratos da instituição.

Os pesquisados tinham como expectativas de melhoria a redução de erros, a facilitação do

controle dos prazos e de pagamentos dos contratos, a redução do retrabalho e a melhoraria

geral as atividades da gestão de contratos. Relacionadas a essas expectativas estão as

mudanças percebidas referente a redução do tempo gasto nas atividades e a melhoria da

tomada de decisão na gestão de contratos. Essas expectativas estão alinhadas a um dos

motivos para a implantação da ferramenta: os apontamentos realizados pelos órgãos de

controle interno e externo.

A dificuldade em coletar informações em tempo hábil para prestação de informações aos

órgãos de controle, identificada como um dos motivos para a implantação do SUAP, os

pesquisados possuem expectativas de que a ferramenta disponibilize os documentos e

arquivos digitalizados. Os pesquisados perceberam como mudanças a redução do número de

consultas ao processo em meio físico, que consequentemente gerou a facilitação do acesso

às informações. Foi percebida também a redução do controle paralelo dos contratos com a

eliminação do uso de planilhas eletrônicas e o fornecimento de informações mais

confiáveis. Os resultados vão de encontro aos benefícios da TI identificados por Pereira et al.

(2012), Leite e Neto (2010), Baschab e Piot (2003 apud Albertin e Albertin, 2009) e Albertin

e Albertin (2009) que foram agilizar processos, promover a eficiência das operações,

aumentar produtividade nos processos e alocar recursos com mais eficiência.

Conforme os resultados, um dos motivos importantes para adoção da ferramenta de TI é a

falta de padronização entre as Unidades. Apareceu também como uma expectativa forte dos

pesquisados de que a ferramenta padronizasse a gestão de contratos. Essa padronização

não foi percebida como uma mudança. Essa percepção de mudança pode estar implícita

quando os pesquisados identificam como mudança que o SUAP integrou os setores que

atuam na gestão de contratos. Albertin e Albertin (2009) e Bobsin et al. (2009)

identificaram como benefícios da TI é o de integrar processos e setores na execução das

tarefas.

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Quanto ao motivo de implantação referente a ampliação do controle sistêmico, os pesquisados

apresentaram a expectativa de que ocorra a melhoria da gestão sistêmica e os pesquisados

também perceberam essa mudança de que melhorou o controle gerencial sistêmico dos

contratos da instituição e integrou os setores.

5.3. Análise dos Documentos

5.3.1. Não conformidades identificadas na Gestão de Contratos

Os pareceres jurídicos que constavam nos processos de contratação foram separados pelo

período do estudo: Antes da implantação do Sistema de Informação (ANTES) e depois da

implantação do Sistema de Informação (DEPOIS).

Os Pareceres Jurídicos foram emitidos por diferentes Procuradores Federais cedidos a

Instituição pesquisada ou pelos Procuradores Federais que estão lotados na Procuradoria

Federal. Quando existe sobrecarga de processos administrativos para análise e parecer dos

Procuradores Federais lotados na Instituição pesquisada, estes processos administrativos

remetendo a uma diversidade de termos para uma mesma situação.

Como forma de padronizar os principais apontamentos e solicitações de ajustes processuais

identificados, a padronização ocorreu em dois momentos: (1) na padronização dos termos e

expressões mais frequentes encontrados nos pareceres; e (2) na padronização do texto final

das expressões na pesquisa.

Construído o quadro, partiu-se para somatório das expressões, separadas pela temporalidade

da ocorrência. Essas discrepâncias permitiram identificar se houve aumento, diminuição total

ou parcial, ou se não ocorreram mudanças nas ocorrências de não conformidades registradas

nos pareceres jurídicos no período pesquisado.

Os resultados que estão dispostos no Quadro 9, individualmente, as não-conformidades

identificadas nas Unidades Gestora e Administrativa não representaram mudanças

significativas nos indicadores da gestão. Essa realidade foi identificada tanto no aspecto

individual, quanto na análise geral, de forma categorizada. As não-conformidades que

ocorreram com maiores frequências - Ausência de manifestação e justificativa da contratação

pela Autoridade competente; e Ausência de SICAF ou SICAF vencido – continuaram a

ocorrer sem maiores mudanças após a implantação do Módulo SUAP de Gestão de Contratos.

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Quadro 9. Não-conformidades

CATEGORIA NÃO-CONFORMIDADES

UNIDADE GESTORA

UNIDADE ADMINISTRATIVA

ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

Ausências

Ausência de análise técnica de valores 0 0 1 0 Ausência de caracterização da natureza continuada da Contratação; 1 2 0 1 Ausência de assinatura em documentos 0 1 1 0 Ausência de manifestação da contratada; 1 1 1 1

Ausência de manifestação do Fiscal do Contrato para a prorrogação; 1 2 1 2

Ausência de manifestação e justificativa da contratação pela Autoridade competente; 4 3 4 4

Ausência de Pesquisa de Preços (Vantajosidade) 1 0 1 1

Ausência de SICAF ou SICAF vencido; 4 3 4 3 Ausência da demanda para a contratação 1 1 1 0

Total Ausências 13 13 14 12

Erros

Erro na classificação do elemento de despesa; 0 0 1 0 Erro na clausula do prazo de vigência; 2 1 2 1 Erro no mapa de pesquisa de preços; 0 1 0 1 Erro no objeto (Objeto divergente ao da Contratação) 1 0 1 1 Erro no objeto da Declaração da Existência de Recursos Orçamentários; 0 0 0 1

Total Erros 3 2 4 4

Outros

Complementar/renovar garantias contratuais; 1 1 1 1 Divergência entre a redação de cláusulas do contrato/aditivo 1 0 1 1 Divergência entre as informações financeiras (SIAFI) e orçamentárias (DERO) 1 0 0 0

Total Outros 3 1 2 2

TOTAL GERAL 19 16 20 18

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

A ausência de SICAF ou SICAF vencido são atividades operacionais quem depende do

acompanhamento de uma simples lista de verificação para a correta instrução processual. Já a

manifestação e justificativa da contratação é algo mais complexo, requer conhecimentos e

informações técnicas do gestor. A recorrência da ausência dessa manifestação e justificativa

da contratação poderá ser explicada pela falha operacional pelo não acompanhamento de uma

lista de verificação de documentos, motivando a falta daquele documento no processo de

contratação, ou a falta de conhecimento técnico ou falta de subsídios de informações para uma

justificativa da contratação.

Segundo O'Brien e Marakas, (2010), a qualquer momento, os sistemas de informação

planejados para apoiar processos e operações (atividades operacionais) também podem

fornecer dados para sistemas com foco na tomada de decisão de negócios ou receber dados

desses processos - informações técnicas que possibilitem o gestor a fundamentar a

justificativa da sua decisão em contratar ou renovar um contrato.

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Quando a análise ocorre com as informações dispostas no quadro resumo, que agrupa as

informações por categoria, pode-se observar uma redução pouco significativa das não-

conformidades, conforme Quadro 10.

Quadro 10. Resumo - Não-conformidades

CATEGORIAS UNIDADE GESTORA UNIDADE ADMINISTRATIVA GERAL

ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS ANTES DEPOIS

Ausência de atos e documentos 13 13 14 12 27 25 Erros diversos 03 02 04 04 07 06 Outras não-conformidades 03 01 02 02 05 03

Total 19 16 20 18 39 34

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

A consequência direta da não redução ou da não eliminação de não conformidades é o

aumento dos custos e diminuição da produtividade na instituição. Conforme Carvalho (2011),

toda não conformidade gera um retrabalho, seja para ser refeito alguma atividade, ou para

corrigir problemas causados por ela e, com isso, está se gastando mais recursos do que seria

necessário. Baschab e Piot (2003 apud Albertin e Albertin, 2009) identificaram alguns

benefícios diretos pela utilização da TI, entre eles a alocação de recursos com mais eficiência

e aumentar a produtividade do pessoal. Na situação da instituição pesquisada, isso

representaria alocar os recursos humanos em outras atividades, aumentando a produtividade

da gestão de contratos. Essa não redução de recursos humanos envolvido na gestão de

contratos representa um gasto excessivo de recursos da instituição.

Conforme entrevista realizada, parte dos pesquisados tinha como expectativa de que a adoção

de novas tecnologias promovesse a redução de erros e de retrabalhos na gestão de

contratos. Já quando foram analisadas as mudanças percebidas, os pesquisados não

identificaram que houve mudança na redução de erros e/ou de retrabalhos. Os resultados da

análise dos documentos vão de encontro às percepções dos entrevistados que de fato não

ocorreram essas mudanças na redução perceptiva de não conformidades na gestão de

contratos.

5.3.2. Controle dos prazos referente às atividades da Gestão de Contratos

Os resultados do levantamento foram agrupados em três categorias: Geral, Unidade Gestora

(UG) e Unidade Administrativa (UA). O Geral de representa a média geral encontrada no

somatório dos resultados da Unidade Gestora (UG) e Unidade Administrativa (UA).

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No Quadro 11 estão dispostos os resultados referentes aos prazos médios das atividades da

gestão de contratos. Os resultados destacados nas colunas ANTES e DEPOIS representaram

os melhores desempenhos no comparativo entre as duas Unidades: Gestora e Administrativa.

As discrepâncias destacam os resultados que foram analisados como positivos nas

comparações individuais realizadas entre o antes e depois de cada Unidade e do Geral.

Quadro 11. Prazos médios referentes às atividades da Gestão de Contratos -

ATIVIDADES ANTES DEPOIS Indicador % DISCREPÂNCIAS

GERAL UG UA GERAL UG UA GERAL UG UA GERAL UG UA

Requisição de compras 95,50 91,50 99,50 77,88 79,50 76,25 0,82 0,87 0,77 -17,62 -12,00 -23,25

Emissão da Ordem Bancária 25,63 32,00 19,25 18,15 19,25 17,04 0,71 0,60 0,89 -7,49 -12,75 -2,21

Atesto do fiscal 16,88 21,50 12,25 12,63 12,25 13,00 0,75 0,57 1,06 -4,26 -9,25 0,75

Publicação de Extrato do Contrato 26,38 36,25 16,50 18,13 24,00 12,25 0,69 0,66 0,74 -8,26 -12,25 -4,25

Publicação de Extrato do Aditivo 13,13 15,00 11,25 8,88 11,25 6,50 0,68 0,75 0,58 -4,26 -3,75 -4,75

Análise Jurídica (Aditivo) 17,88 18,00 17,75 19,25 17,75 20,75 1,08 0,99 1,17 1,37 -0,25 3,00

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

O cálculo do valor percentual da discrepância ocorreu da divisão do resultado referente ao

período depois e do período anterior da implantação do TI.

As análises dos resultados das solicitações de aditivo e as emissões de empenho (Quadro 12)

ocorreram de maneira distinta das demais, pois neste caso o aumento do período é um fato

positivo para o desempenho da gestão. Já nas demais atividades devem reduzir o tempo de

ciclo, ou seja, quanto menor o período, melhor.

Quadro 12. Prazos médios gerais referente às atividades da Gestão de Contratos realizadas com antecedência

ATIVIDADES ANTES DEPOIS Indicador % DISCREPÂNCIAS

GERAL UG UA GERAL UG UA GERAL UG UA GERAL UG UA

Solicitação de Aditivo -32,88 -31,50 -34,25 -27,43 -17,35 -37,50 0,83 1,82 0,91 -5,46 -14,15 3,25

Emissão do Empenho do Contrato

-19,63 -18,50 -20,75 -22,38 -19,00 -25,75 1,14 0,97 0,81 2,75 0,50 5,00

Emissão do Empenho do Aditivo

-17,68 -19,85 -15,50 -16,88 -17,00 -16,75 0,95 1,17 0,93 -0,81 -2,85 1,25

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Na Unidade Gestora, foram identificadas as maiores mudanças positivas nos processos

analisados em comparativo com a Unidade Administrativa. Das nove atividades, oito

atividades apresentaram resultados positivos superiores ao período anterior. Apenas a

Solicitação de Aditivo obteve desempenho negativo. A discrepância existente entre o período

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anterior e posterior da implantação do módulo SUAP de Gestão de Contratos foi uma redução

de prazo em 14,15 dias.

Na Unidade Administrativa, foi identificado o maior número de mudanças negativas. Das

nove atividades, três apresentaram desempenhos deficitários: Data de Emissão do Empenho

do Aditivo; Dias entre o recebimento da Nota Fiscal e o atesto do fiscal; e Data do Envio a

Análise Jurídica (Aditivo). As discrepâncias encontradas nas duas primeiras, não representam

grandes mudanças negativas. Apenas o tempo médio que é utilizado para a análise jurídica

dos processos que apresentou resultados mais consideráveis: três dias a mais em comparação

com o período anterior.

As maiores mudanças (de prazo) ocorreram nas atividades referentes à publicidade e à

transparência dos atos da Gestão. As publicações de extratos de Contratos e de Termos

Aditivos sofrem impactos positivos em todas as discrepâncias analisadas. A segunda categoria

que apresentou maiores impactos positivos foi a referente ao ciclo de pagamento, composta

pelo período entre o recebimento da nota fiscal, atesto do fiscal e a emissão da ordem

bancária. Apesar de a Unidade Administrativa apresentar desempenho negativo em 0,75 dias

entre o recebimento da Nota Fiscal e o atesto do fiscal, a Unidade Gestora reduziu, de maneira

positiva, 9,25 dias neste processo, atingindo patamar semelhante (12,25 dias) ao da Unidade

Administrativa (13 dias), minimizando o resultado não positivo da Unidade Administrativa.

O resultado menos esperado foi obtido quanto à solicitação de Aditivo, em especial ao

resultado obtido pela Unidade Gestora no período posterior a implantação do Módulo SUAP

de Gestão de Contratos, com uma redução de 14,15 dias neste processo, passando de 31,50

para 17,35 dias. Esta redução é considerada uma avaliação negativa, considerando que a

solicitação antecipada de aditivo é uma boa prática da gestão, mas os resultados indicam a

falta de planejamento que gera o aumento do risco da perda de prazos e da probabilidade de

retrabalhos. Essa discrepância representa quase metade do prazo utilizado no período anterior

à implantação do Módulo SUAP de Gestão de Contratos, enquanto a Unidade Administrativa

manteve a execução da atividade no patamar de pouco maior do que 30 dias.

A análise é positiva quanto aos resultados obtidos após a implantação do Módulo SUAP de

Gestão de Contratos. Das 27 (vinte e sete) atividades que foram analisadas com base na

discrepância entre os períodos posterior e anterior à implantação do Módulo SUAP de Gestão

de Contratos - considerando a Unidade Gestora, Unidade Administrativa e a média geral das

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duas Unidades -, 21 (vinte e uma) atividades apresentaram resultados positivos. Apenas 06

(seis) atividades apresentaram resultados não satisfatórios, inferiores na comparação com o

período anterior.

5.4. Análise dos Questionários

Nesta seção são apresentadas as informações obtidas a partir das análises estatísticas

realizadas. Inicialmente, são mostradas as informações das médias isoladas de cada um dos

construtos e, após, os valores de médias de grupos significativamente diferentes do conjunto

dos pesquisados.

O Quadro 13 demonstra resumidamente as avaliações dos respondentes frente a todos os

construtos de maneira consolidada através da moda, média, desvio-padrão e coeficiente de

variação.

Quadro 13. Resultados Consolidados dos Construtos

Construto Média Moda Desvio padrão Coeficiente de Variação Resistência 4,095 4 0,684 16,70% Decisão 3,976 4 0,676 17,00% Controle gerencial 3,911 4 0,701 17,92% Satisfação do usuário 3,905 4 0,689 17,64% Qualidade 3,845 4 0,814 21,17% Satisfação do cliente 3,730 3 0,766 20,54% Produtividade 3,444 4 0,799 23,20% Inovação 2,952 3 0,792 26,83% Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Analisando os valores acima, depreende-se que os construtos que tiveram uma avaliação

positiva foram Resistência (média de 4,095), Decisão (média de 3,976), Controle Gerencial

(média de3,911), Satisfação do usuário (média de 3,905), Qualidade (média de 3,845) e

Satisfação do Cliente (média de 3,730) receberam avaliações negativas por parte dos

respondentes. Por último, pode-se dizer que o construto Inovação (média de 2,952) foi

caracterizado com neutralidade, conforme julgamento dos pesquisados.

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Observa-se também que as médias variaram entre o Concordo (=4,0) e o ponto neutro (=3,0).

Outro ponto analisado foi a dispersão dos dados. Os resultados apresentaram uma dispersão

pequena, exceto o construto Inovação, com um coeficiente de variação (que é a razão entre o

desvio-padrão e a média) ficou em 26,83%. Shimakura (2006) indica que um coeficiente de

variação é considerado baixo (indicando um conjunto de dados razoavelmente homogêneo)

quando for menor ou igual a 25%. Segundo a autora, como a ordem de grandeza de uma

variável, o desvio padrão pode ser considerado grande ou pequeno, uma maneira de se

expressar a variabilidade dos dados tirando a influência da ordem de grandeza da variável é

através do coeficiente de variação.

Com relação entre a moda e a média, destacamos o construto Satisfação do Cliente, que

obteve uma média de 3,730 (avaliação positiva) e moda de 3,00 (neutralidade). Essa

divergência será analisada na avaliação detalhada do construto.

5.4.1. Satisfação do cliente

O construto Satisfação do Cliente foi composto por três itens que foram respondidos por 21

clientes internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da

Unidade Gestora.

O construto da Satisfação do Cliente teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes

internos com base nas percepções dos níveis de melhora do serviço prestado, da satisfação do

cliente e se as mudanças ocorridas correspondem às necessidades dos clientes. Os resultados

do construto estão dispostos no Quadro 14.

Ao realizar uma análise geral, a satisfação do cliente internos com o SUAP é sugerida através

do escore médio de 3,730. A satisfação dos clientes internos também foi percebida nas

Unidades Administrativa (3,778) e Gestora (3,667). Os resultados demonstram que os

respondentes concordam parcialmente que existe o SUAP melhorou a satisfação dos clientes

internos da gestão de contratos.

A satisfação dos clientes internos também foi percebida quando analisado especificamente se

o SUAP melhora a satisfação do cliente (Q.07). Esse item obteve escore médio de 3,762,

próximo ao escore médio geral. O SUAP também melhorou a satisfação dos clientes internos

das Unidades Administrativa (3,750) e Unidade Gestora (3,778). Os resultados demonstram

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83

que os respondentes concordam que houve uma melhora na satisfação dos clientes internos

com o SUAP.

A melhora dos serviços prestados ao cliente (Q.02) foi o item que ocorreu o grau de

concordância maior na avaliação do construto Satisfação dos Clientes. O grau de percepção

da melhoria nos serviços prestados atingiu um escore médio de 4,143, onde os respondentes

concordaram fortemente. O maior escore ocorreu na Unidade Administrativa, com o escore

médio de 4,333 (respondentes concordam fortemente), contra a Unidade Gestora com o

escore de 3,667, ou seja, os respondentes simplesmente concordam com a afirmação.

Em divergência aos outros itens, o item “o SUAP vai ao encontro das necessidades do

cliente (Q.13)” obteve os menores índices de satisfação de todo o construto. Os escores

médios estão em patamares próximos à neutralidade, porém no lado de satisfação da escala.

As Unidades Administrativa (3,250) e Gestora (3,333) apresentaram escores médios próximos

entre si, bem como ao escore médio geral, que foi de 3,286. Os resultados demonstram um

grau de concordância relativo dos respondentes quanto a afirmativa de que o SUAP vai ao

encontro de suas necessidades.

Quadro 14. Resultados do Construto Satisfação do Cliente

Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

3,778

1 2 3 4 5 3,667

1 2 3 4 5 3,730

1 2 3 4 5

Q.02 4,333 0,778

2 4 6 3,889 0,782

3 4 2 4,143 0,793 0 0 5 8 8

Q.07 3,750 0,754

5 5 2 3,778 0,667

3 5 1 3,762 0,700 0 0 8 10 3

Q.13 3,250 0,622

1 7 4 3,333 0,500

6 3 3,286 0,561 0 1 13 7 0

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas. Discussão dos Achados

Para identificar os clientes desta pesquisa, existiu a necessidade de conhecer e classificar as

atividades de gestão de contratos no âmbito do setor público.

Numa visão geral, a gestão de contratos de serviços continuados está enquadrada nas

atividades de apoio à instituição, por prestar serviços acessórios às atividades primárias da

instituição. Essas atividades desenvolvidas na gestão de contratos interagem com os clientes

internos da organização. Porter (1992) definiu como de apoio as atividades que sustentam as

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atividades primárias e a si mesmas, fornecendo insumos adquiridos, tecnologia, recursos

humanos e várias funções ao âmbito da organização.

Como essas atividades de apoio, a gestão de contratos tem como clientes as próprias pessoas

que trabalham na organização. Considerando isto, a percepção da satisfação dos clientes

incluiu apenas os clientes internos e excluiu os clientes externos. Juran (1992) definiu como

clientes internos aqueles que fazem parte da organização e também são impactados

pelas atividades da organização. Para Marques (2006), clientes internos são todas as

pessoas que trabalham na organização, influenciando o processo produtivo e de

fornecimento de serviços.

Os resultados demonstraram que os clientes internos perceberam que ocorreram melhorias nos

serviços prestados aos clientes e também que estes clientes estão mais satisfeitos.

Esse reconhecimento é importante, pois, se as atividades de apoio forem bem executadas, a

satisfação dos clientes internos deverá repercutir numa avaliação final positiva pelo cliente

externo. Reynoso e Moores (1995) e Slack e Lewis (2009) ressaltaram a importância as

atividades de apoio internas, sendo um elo fundamental para a satisfação do cliente externo e

que erros ocorridos no serviço fornecido dentro de uma organização acabarão afetando o

cliente externo.

No geral, o SUAP melhorou o serviço prestado ao cliente, melhorou a satisfação do cliente,

mas ainda existe uma moderada discrepância entre o que o SUAP oferece e o que os clientes

necessitam.

Enquanto o resultado da “melhoria do serviço prestado ao cliente” obteve a maior média

individual (escore de 4,143) de todos os itens, quando analisados se o SUAP “vai ao encontro

das necessidades do cliente”, esse escore representou o item com menor avaliação média

(3,286). Os resultados demonstraram que o serviço melhorou, mas que ainda há uma lacuna

de necessidades a ser preenchida, algo justificável pelo pouco tempo de implantação da

ferramenta SUAP na instituição, mas que precisam ser preenchidas no curto e médio prazo.

Adair (1996) ressalta que os clientes internos têm valores e necessidades exatamente como os

clientes externos. Os resultados demonstraram que os clientes internos perceberam que

valores foram agregados aos serviços, porém ainda falta melhorar o principal objetivo:

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atender as necessidades dos clientes. Este seria o ponto de melhoria mais importante para o

construto Satisfação do cliente.

5.4.2. Satisfação dos usuários

Nesta pesquisa, existe similaridade entre os construtos Satisfação do Cliente e Satisfação do

Usuário. Isso ocorreu na pesquisa pelo motivo de que os servidores que estão lotados na

Gestão de Contratos ou designados para fiscalizar contratos, também são, ao mesmo tempo,

clientes internos da Gestão de Contratos e usuários do SUAP.

O construto Satisfação dos Usuários foi composto por três itens respondido por 21 clientes

internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da Unidade

Gestora.

O construto da Satisfação dos Usuários teve o objetivo de mensurar a percepção dos usuários

com base nas percepções dos níveis de melhora do serviço prestado, da satisfação do usuário

e se as mudanças ocorridas correspondem às necessidades dos usuários. Os resultados do

construto estão dispostos no Quadro 15.

Ao realizar uma análise geral, a satisfação dos usuários com o SUAP é sugerida com escore

médio de 3,905. A satisfação dos usuários também ocorreu nas Unidades Administrativa

(4,028) e Gestora (3,741).

A satisfação dos usuários também foi percebida quando analisado especificamente se o SUAP

melhora a satisfação do usuário (Q.08). Esse item obteve escore médio de 4,000, próximo ao

escore médio geral. O SUAP também melhorou a satisfação dos usuários das Unidades

Administrativa (4,167) e Unidade Gestora (3,778).

A melhoria dos serviços prestados ao usuário (Q.05) foi o item melhor avaliado no construto

Satisfação dos Usuários. O grau de percepção da melhoria nos serviços prestados atingiu um

escore médio de 4,238. O maior escore ocorreu na Unidade Administrativa, com o escore

médio de 4,417, contra a Unidade Gestora com o escore de 4,000.

Em divergência aos outros itens, o item “o SUAP vai ao encontro das necessidades do

usuário (Q.18)” obteve os menores índices de satisfação de todo o construto. Ao considerar

que o escore 3,00 representa o nível de neutralidade do respondente, os escores médios estão

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em patamares próximos à neutralidade, porém no lado de satisfação da escala. As Unidades

Administrativa (3,500) e Gestora (3,444) apresentaram escores médios próximos entre si, bem

como ao escore médio geral, que foi de 3,476.

Quadro 15. Resultados do Construto Satisfação dos Usuários

Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

4,028 1 2 3 4 5 3,741 1 2 3 4 5 3,905 1 2 3 4 5

Q.05 4,417 0,669

1 5 6 4,000 0,707

2 5 2 4,238 0,700 0 0 3 10 8

Q.08 4,167 0,718

2 6 4 3,778 0,441

2 7

4,000 0,632 0 0 4 13 4

Q.18 3,500 0,522

6 6 3,444 0,527 5 4

3,476 0,512 0 0 11 10 0

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Discussão dos Achados

No construto da seção anterior, foram analisados e discutidos os resultados da satisfação do

cliente. Na gestão de contratos, o mesmo servidor é cliente interno, que o seu trabalho é

impactado por outras ações internas, também é um fornecedor interno e usuário da

ferramenta de TI, executando atividades que compõe parte do processo de gestão de contratos.

Marques (2006) ressaltou esse dinamismo existente ao identificar o cliente interno dentro de

uma organização. Dessa forma, quando um funcionário precisa da ajuda do outro, torna-se

cliente interno daquele funcionário.

A partir da mensuração da satisfação do usuário final com relação ao SI nas múltiplas

dimensões de utilização, é possível compreender os pontos de melhorias ao nível de sistemas,

fluxos organizacionais, recursos humanos e estruturas de apoio, a fim de encontrar a melhor

combinação estes recursos com vistas a maximizar os resultados para a organização

(MAÇADA; BORENSTEIN, 2000).

Maçada e Borenstein (2000) ressaltaram que a satisfação do usuário em relação ao Sistema de

Informação é um fator determinante para que o investimento realizado seja revertido em

ganhos reais para a organização. Os resultados da pesquisa demonstraram que o SUAP

melhorou a satisfação na percepção dos usuários das Unidades Administrativa (4,167) e

Unidade Gestora (3,778).

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Segundo Goodhue (1995), os usuários parecem ver os sistemas como ferramentas que os

assistem ou os obstaculizam no desempenho de suas tarefas. Os resultados da pesquisa

revelam que os usuários do SUAP estão mais satisfeitos e reconhecem que houve melhorias

na prestação dos serviços. Isso demonstra que os usuários do SUAP não enxergam a

ferramenta como obstáculos e reconhecem a importância do SUAP para a prestação de

serviço.

Goodhue (1995) também ressaltou que com o aumento das exigências das tarefas os usuários

respondem mais fortemente àquelas características do SI que estão em conformidade com

essas exigências. Com o escore médio de 3,476 do item “O SUAP vai ao encontro das

necessidades do usuário”, a pesquisa revela que os usuários do SUAP percebem que a

ferramenta atende em grande parte as suas necessidades.

Os resultados demonstraram que os usuários perceberam melhorias na satisfação dos usuários

e dos serviços prestados, porém ainda falta melhorar o principal objetivo: atender as

necessidades dos usuários. Este seria o ponto de melhoria mais importante para o construto

Satisfação dos Usuários.

5.4.3. Inovação

O construto Inovação foi composto por três itens que foram respondidos por 21 clientes

internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da Unidade

Gestora.

O construto da Inovação teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes internos com

base nas percepções sobre as inovações e os benefícios que a ferramenta proporcionada para

gerar outras inovações. No construto Inovação, as Unidades Administrativa (2,972) e Gestora

(2,926) convergiram para resultados semelhantes quando comparados os escores médios. Os

resultados do construto estão dispostos no Quadro 16.

A inovação tem início com a implementação da ferramenta de tecnologia da informação na

instituição pode ser considerada uma inovação. A ferramenta de tecnologia da informação

limitou-se a “colocá-los diante de ideias inovadoras (Q.19)”, conforme a percepção dos

usuários (média geral 3,619).

Quadro 16. Resultados do Construto Inovação

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Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

2,972

1 2 3 4 5 2,926

1 2 3 4 5 2,952

1 2 3 4 5

Q.09 2,333 0,492 8 4

2,333 0,500 6 3

2,333 0,483 0 14 7 0 0

Q.03 2,833 0,577

3 8 1 3,000 0,500

1 7 1

2,905 0,539 0 4 15 2 0

Q.19 3,750 0,754

5 5 2 3,444 0,726

1 3 5 3,619 0,740 0 1 8 10 2

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Quanto a ajuda a criação e a proposição de novas idéias pelos usuários, os escores

apresentados como média geral não permitiram a concordância com as afirmativas. O item “o

SUAP ajuda-me a criar novas ideias (Q.09)” obteve um escore geral médio de 2,333,

enquanto “o SUAP permite-me propor novas ideias (Q.03)” obteve um escore geral médio

de 2,905.

Discussão dos Achados

O construto Inovação foi considerado de acordo com a fundamentação teórica da seção

2.3.2.2.1.2.

Neto (1999) defende que a utilização de novas tecnologias tem sido considerada vital para a

sobrevivência da organização, principalmente a utilização da Tecnologia de Informação (TI).

Segundo o autor, a TI já está presente no dia-a-dia das organizações, provocando mudanças

profundas em toda a organização, alterando a estrutura organizacional, as relações de

trabalho, o perfil do trabalhador e a cultura da organização.

Uma visão inicial traz que a implantação do SUAP foi uma inovação para a instituição,

mesmo se a ferramenta já é utilizada por outras instituições públicas. Quando Magalhães et al.

(2006) afirma que “a mudança organizacional é caracterizada basicamente por modificações

na forma de fazer as coisas dentro de uma organização, onde as forças internas e externas são

um dos principais motivos para o impulsão dessas mudanças”, essa forma de fazer for algo

novo, é uma inovação. Independente se a mudança já ocorreu em outras instituições, para o

Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 69) o requisito mínimo para se considerar uma inovação é

que a mudança introduzida tenha sido nova para a organização.

Esse conceito básico não é o suficiente para caracterizar se o SUAP foi realmente uma

inovação para a instituição. Conforme Trias de Bes e Kotler (2011), “a inovação real, mais

cedo ou mais tarde, deve ser aceita pelo consumidor final, que tem de tomar a iniciativa de

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mudar de um serviço”. Davenport (1994), também destacou que “uma simples redução de

custo, não é uma inovação. Esta melhoria passa a ser considerada inovação quando inserimos

algo novo no processo e há o reconhecimento do cliente”. O reconhecimento do cliente

ocorreu através da percepção dos usuários, que esta ferramenta colocou-os diante de ideias

inovadoras (média geral 3,619) e com a satisfação dos clientes (3,730) e dos usuários (3,905),

nas seções 5.1.1.1 e 5.1.1.2.

Os resultados demonstram que a Administração Pública vem buscando melhorar seus

processos através da inovação, com a adoção de novos processos ou de novos métodos, para

superar os desafios e melhorar a imagem negativa, caracterizada por burocracia excessiva e

baixa produtividade, entre outros, como defendeu Lins (2002).

A inovação de processo, como a capacidade de perceber, idealizar, estruturar e

operacionalizar situações novas, inserindo recursos atualmente não existentes através da

adoção de métodos novos ou significativamente melhorados (OLIVEIRA, 2011;

FULGÊNCIO, 2007), os resultados obtidos revelaram que o SUAP não possibilitou a seus

usuários criar e propor novas ideias, na percepção dos respondentes.

Segundo o Manual Oslo (OCDE, 2005), a introdução de novas práticas organizacionais pode

melhorar a capacidade organizacional de adquirir e criar novos conhecimentos que poderão

ser usados para o desenvolvimento de outras inovações. Desse modo, a ferramenta

tecnológica induzirá a organização ao ambiente de mudanças, mas cabe a própria organização

a responsabilidade pelas inovações dos seus processos através de métodos e procedimentos

novos que poderão ser usados para o desenvolvimento de outras inovações.

Referência para os trabalhos de pesquisa em inovação, o Manual de Oslo (2005, p. 59)

ressalta que “as inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de

distribuição, melhorar a qualidade, ou ainda produzir ou distribuir produtos novos ou

significativamente melhorados”.

Partindo de um princípio que o processo já existe na organização, Barney (2007, p.50) define

de inovação de processos como sendo os esforços de uma organização para refinar e

aprimorar seus processos atuais. Para o autor, as inovações são como facilitador tanto para a

redução de custos como para o aumento da qualidade dos produtos e serviços.

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Barney (2007) e OCDE (2005) as inovações de processos visam e facilitam as reduções de

custos e a melhoria de qualidade dos serviços. A redução de custos representada pela

otimização dos recursos através do aumento da produtividade e a melhoria da qualidade foram

analisados e os resultados serão apresentados em construtos posteriores.

Os resultados demonstram que o SUAP de Gestão de Contratos foi reconhecido como sendo

uma inovação pelos usuários, mas que ainda não ajuda e nem permite a participação dos

usuários na criação e proposição de novas idéias.

5.4.4. Controle gerencial

O construto Controle Gerencial foi composto por três itens respondido por 15 clientes

internos, divididos em: 08 respondentes da Unidade Administrativa e 07 da Unidade Gestora.

Essa diminuição do número de respondentes comparado aos demais construtos ocorreu pelo

motivo de que 04 respondentes da Unidade Administrativa e 02 da Unidade Gestores ainda

não tinham tido experiências gerenciais.

O construto do Controle Gerencial teve o objetivo de mensurar a percepção dos

respondentes referente às mudanças positivas provocadas pelo SUAP no controle gerencial da

gestão. Os resultados do construto estão dispostos no Quadro 17.

Os resultados demonstram a percepção de melhoria referente ás mudanças provocadas pela

implantação do SUAP no construto do Controle Gerencial, com escore médio de 3,911. Essa

percepção é reforçada quando analisamos o item “O SUAP melhora o controle gerencial

(Q.22)”. Com escore médio de 3,933, os respondentes concordam com a afirmação do item.

Essa realidade também foi percebida na Unidade Administrativa (4,000) e na Unidade

Gestora (3,857).

Os resultados do item “O SUAP ajuda no controle gerencial do processo de trabalho

(Q.24)” apresentaram escore médio de 4,000, resultado idêntico para as Unidades

Administrativas e Gestora, consequentemente, o resultado médio geral do item. Este resultado

representa que os usuários concordam que o SUAP ajuda-lhes no controle gerencial do

processo de trabalho. Este item foi o que obteve a melhor avaliação pelos respondentes, mas

obtive resultados aproximados aos demais itens do construto.

Quadro 17. Resultados do Construto Controle Gerencial

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Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

3,958

1 2 3 4 5 3,857

1 2 3 4 5 3,911

1 2 3 4 5

Q.22 4,000 0,756

2 4 2 4,000 0,816

2 3 2 4,000 0,756 0 0 4 7 4

Q.20 4,000 0,756

2 4 2 3,857 0,690

2 4 1 3,933 0,704 0 0 4 8 3

Q.24 3,875 0,835

3 3 2 3,714 0,488

2 5 3,800 0,676 0 0 5 8 2

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas.

Quanto ao item “O SUAP ajuda no controle do gerenciamento da performance (Q.20)”,

os respondentes também concordam com a afirmação, com o escore médio de 3,800. Essa

realidade também é percebida na Unidade Administrativa (3,875) e na Unidade Gestora

(3,714).

Discussão dos Achados

Os resultados da pesquisa reforçam os achados de Laudon e Laudon (2009) e Bobsin et al.

(2009), no qual identificaram que o SI tem a função de facilitar o controle e distribuir

informações que irão subsidiar a coordenação e o controle de uma organização. Os

respondentes da pesquisa concordam que o SUAP melhora o controle gerencial.

Os resultados da pesquisa demonstram ainda que o SUAP ajuda no controle gerencial

do processo de trabalho. Os gestores controlam o processo de trabalho com o objetivo de

guiar a organização, através de rotinas e procedimentos formais, baseadas em informação,

para manter ou alterar padrões (de desempenho) viáveis de atividade em um ambiente em

mudança (SIMONS, 2000; BERRY, BROADBENT, OTLEY, 2005).

Os respondentes concordam que o SUAP ajuda no controle do gerenciamento da

performance (desempenho). É através do controle gerencial que os gestores reúnem e usam

informações para avaliar o desempenho e tomar de decisões. Essas informações também

possibilitam os gestores a influenciar e motivar o comportamento de outros membros de uma

organização para implementar estratégias da organização (ANTHONY, GOVINDARAJAN,

2008; HORNGREN, SUNDEM, STRATTON,2004).

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5.4.5. Qualidade

O construto Qualidade foi composto por quatro itens que foram respondidos por 21 clientes

internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da Unidade

Gestora.

O construto da Qualidade teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes internos

quanto às melhorias da qualidade dos processos, dos serviços e da comunicação interna na

gestão de contratos. Os resultados do construto estão dispostos no Quadro 18.

Em geral, os resultados demonstram que os respondentes concordam que ocorreram as

melhorias na qualidade. O construto Qualidade correspondeu a um escore médio geral de

3,845.

O item mais importante do construto foi o que recebeu a maior avaliação pelos respondentes.

Os respondentes concordam fortemente que “O SUAP melhora a qualidade dos serviços

prestados ao cliente (Q.25)”, com escore médio de 4,286. A maior avaliação ocorreu na

Unidade Gestora com o escore médio de 4,333, seguido da Unidade Administrativa com

4,250.

Quanto a integração dos processos internos, os respondentes concordam com o item, que

obteve o escore médio geral de 4,000. A avaliação do item “O SUAP integra os processos

internos (Q.14)” recebeu escores médios de 4,083 e 3,889 nas Unidades Administrativa e

Gestora, respectivamente. Os resultados demonstram que os respondentes concordam que o

SUAP integrou os processos internos da gestão de contratos.

Os respondentes também concordam que o SUAP melhora a comunicação interna (Q.04).

O item obteve um escore médio geral de 3,952. As avaliações positivas também ocorreram na

Unidade Administrativa (3,917) e Unidade Gestora (4,000).

Quanto a melhoria dos processos internos, o SUAP recebeu avaliação positiva, com escore

médio geral de 3,143. Tanto a média geral do item “O SUAP melhora os processos internos

(Q.12)”, como as Unidades Administrativa (3,167) e Gestora (3,111) tiveram avaliações

positivas, mas com escores que indicam proximidade com a neutralidade (=3,000).

Quadro 18. Resultados do Construto Qualidade

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Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

3,854

1 2 3 4 5 3,833

1 2 3 4 5 3,845

1 2 3 4 5

Q.04 3,917 0,669

3 7 2 4,000 0,707

2 5 2 3,952 0,669 0 0 5 12 4

Q.12 3,167 0,718

2 6 4 3,111 0,782

2 4 3

3,143 0,727 0 4 10 7 0

Q.14 4,083 0,793

3 5 4 3,889 0,782

3 4 2 4,000 0,775 0 0 6 9 6

Q.25 4,250 0,754 2 5 5 4,333 0,500 6 3 4,286 0,644 0 0 2 11 8

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas. Discussão dos Achados

Campos (1992) afirmou que “a razão de ser de uma organização são os seus clientes, onde

toda sua administração deve estar voltada para a qualidade, que é a busca contínua da

satisfação das necessidades de todas as partes”. Nessa pesquisa, a mensuração da qualidade

ocorrerá pelos clientes internos, que são os beneficiários diretos, decorrente da melhoria da

qualidade. Essa avaliação ganha em relevância, pois os clientes internos da gestão de

contratos também são os usuários do SUAP.

Melhorar esses processos é uma forte tendência existente no serviço público, em especial com

a adoção de Tecnologia da Informação. Pereira et al. (2012) destaca que a evolução

administrativa de Tecnologia da Informação (TI) no setor público alinha-se aos objetivos de

maximizar a eficiência e diminuir os gastos, contribuindo para o processo de gestão das

informações e do conhecimento, bem como do processo de desburocratização.

Além da melhoria, a partir do uso da tecnologia, Bobsin et al. (2009) identificou que o

Sistema de Informação possui funções importantes, que assessoram as organizações, tais

como a função de integrar processos na execução das tarefas. Os resultados demonstram que

os respondentes concordam parcialmente que o SUAP integrou os processos internos da

gestão de contratos. A avaliação do item “o SUAP integra os processos internos (Q.14)”

recebeu escores médios de 4,083 e 3,889 nas Unidades Administrativa e Gestora,

respectivamente.

A melhoria da comunicação interna é essencial para atingir os objetivos da mudança

pretendida. Segundo Davenport (1994), o “entendimento dos processos existentes facilita a

comunicação entre os participantes”. A implantação de uma ferramenta de TI numa

instituição gera uma mudança e que grande parte das mudanças fracassa porque sofrem

resistências dos usuários. Os usuários precisam conhecer e entender os processos existentes

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para poder conhecer os benefícios que serão auferidos com a inovação. Magalhães et al.

(2006) relaciona o sucesso da mudança organizacional ao “modo como vão reagir à mudança

depende de como serão comunicadas e conscientizadas a respeito deste processo e, além

disso, devem ser incentivadas a contribuir ativamente na sua implementação”. Na perspectiva

da comunicação interna, os respondentes também concordam que o SUAP melhorou a

comunicação interna (Q.04), com avaliações positivas nas Unidades Administrativa (3,917)

e Gestora (4,000).

Para Parasuraman, Zeithaml e Berry, (1985) a qualidade do serviço é medida mensurando a

discrepância entre o serviço esperado e o serviço recebido. Os respondentes concordam

fortemente que “o SUAP melhora a qualidade dos serviços prestados ao cliente (Q.25)”,

com escore médio de 4,286. A maior avaliação ocorreu na Unidade Gestora com o escore

médio de 4,333, seguido da Unidade Administrativa com 4,250.

Gronroos (1994) postulou a existência de dois tipos de qualidade de serviço: qualidade

técnica, o qual envolve o que o cliente está realmente recebendo do serviço e a qualidade

funcional, que envolve a maneira pela qual o serviço é entregue ao cliente, ou seja, o cliente

compara o que deseja receber com o que efetivamente recebe.

Entendemos a qualidade técnica como o serviço recebido pelo cliente e foi avaliada com base

na identificação e mensuração das não conformidades encontradas nas atividades de gestão de

contratos, na seção anterior. Os resultados demonstraram que não houve evolução na redução

de não conformidades após a implantação do SUAP.

Já a qualidade funcional refere-se aos meios, aos processos internos da instituição, ou seja, a

maneira como a instituição prestou o serviço ao cliente. Os respondentes avaliaram

positivamente ao item “O SUAP melhora os processos internos (Q.12)”, com ressalvas,

pelo motivo de que os escores indicam proximidade à neutralidade, em ambas as unidades

pesquisadas.

5.4.6. Resistência à mudança

O construto Resistência à mudança foi composto por quatro itens que foram respondidos por

21 clientes internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da

Unidade Gestora.

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O construto Resistência à mudança teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes

internos quanto ao processo de implementação do SUAP Módulo de Gestão de Contratos,

para analisar o processo e os focos de resistência à mudança dos servidores na gestão de

contratos. Os resultados do construto estão dispostos no Quadro 19.

Os resultados demonstram uma avaliação positiva do construto Resistência à mudança. Com

um escore médio de 4,095 os pesquisados demonstram concordar parcialmente com o

construto.

O Q.01 representou um dos itens que obteve as melhores avaliações dos pesquisados. O

resultado demonstra uma avaliação positiva de 4,238, representando uma forte concordância

com a afirmativa de que o “SUAP não representa uma ameaça ao meu cargo”. Essa forte

concordância ficou demonstrada também no resultado da Unidade Administrativa (4,417) e

Unidade Gestora (4,238).

Os pesquisados demonstraram concordar que o “SUAP não representa uma ameaça ao

prestígio pessoal na organização (Q.17)”. Este item obteve resultado idêntico em todas as

categorias, com escores médios de 4,333 indicando que os pesquisados concordam fortemente

com a afirmação.

Os resultados demonstram que os pesquisados assumem uma avaliação que concordam

fortemente que o “SUAP traz benefícios para a organização (Q.10)”. Os resultados das

Unidades Administrativa (4,425) e Gestora (4,222) representaram similaridades quando

comparamos os resultados de ambos e da média geral do total.

Os resultados que tiveram as avaliações mais baixas do construto foi o “SUAP não

representa esforço extra (Q.27)”. Os pesquisados avaliaram o item com uma concordância

parcial da negativa, com escore médio de 3,571. Os resultados das Unidades Administrativa

(3,583) e Gestora (3,556) também foram similares a média geral.

Quadro 19. Resultados do Construto Resistência à mudança

Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

4,146 1 2 3 4 5 4,028 1 2 3 4 5 4,095 1 2 3 4 5

Q.01 4,417 0,669 1 5 6 4,000 0,707 2 5 2 4,238 0,700 0 0 3 10 8

Q.17 4,333 0,778 2 4 6 4,333 0,707 1 4 4 4,333 0,730 0 2 8 8 3

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Q.10 4,250 0,622 1 7 4 4,222 0,667 1 5 3 4,238 0,625 0 3 10 8 0

Q.27 3,583 0,669 6 5 1 3,556 0,726 5 3 1 3,571 0,676 0 0 11 8 2

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas. Discussão dos Achados

O construto Resistência à mudança foi considerado de acordo com a fundamentação teórica

da seção 2.3.2.2.1.7. Resistência a mudança.

Na prática, o processo de mudança representa uma ameaça aos valores internalizados pelos

indivíduos e a pela própria estrutura organizacional. Magalhães et al. (2006), identifica que os

funcionários identificam a mudança como uma ameaça e desenvolvem resistências às

mudanças em razão do medo do que é desconhecido. Certo (2010) ressalta parte dos

funcionários tem resistência a mudanças, seja por medo de alguma perda pessoal, como a

redução do prestígio individual. Mas os resultados demonstram que os pesquisados

identificam que o SUAP não representa uma ameaça ao seu cargo ou ao seu prestígio

pessoal.

Devemos nos lembrar de que as pessoas são, por natureza, adversas à mudança. As pessoas

que trabalham em uma organização, com capacidade suficiente para desempenhar suas

obrigações diárias de maneira adequada, se perguntam: por que o esforço extra? Por que o

risco adicional? Os seres humanos enxergam a mudança como algo a ser evitado, algo que

não trará nada de bom, ao menos no curto prazo. Assim, nas organizações, e no mundo, de

forma geral, a inércia e o desejo de manter o status quo dificultam a inovação e o

aprimoramento (TRIAS DE BES, KOTLER, 2011, p.31). Os resultados demonstram que os

pesquisados compreendem que o SUAP não representa esforço extra as suas atividades.

Magalhães et al. (2006) explica que uma das causas que levam as pessoas a evitarem a

mudança é a falta de informação, não conhecem exatamente de que se trata a mudança, quais

são seus objetivos e benefícios para a organização. Os resultados demonstram que os

pesquisados concordam fortemente que o SUAP traz benefícios para a organização.

Os resultados não demonstraram evidências que houve resistências dos usuários quanto a

implantação e para a utilização do SUAP. As percepções dos usuários quanto as mudanças na

gestão de contratos foram positivas, em especial quando os usuários percebem que uma

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ferramenta de TI pode trazer benefícios para a organização e, principalmente, quando ela não

representam uma ameaça para eles.

5.4.7. Decisão

O construto Decisão foi composto por quatro itens que foram respondidos por 21 clientes

internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da Unidade

Gestora.

O construto Decisão teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes internos quanto ao

auxílio e a melhoria que o SUAP Módulo de Gestão de Contratos proporcionou na tomada de

decisão na gestão de contratos. Os resultados do construto estão dispostos no Quadro 20.

Os resultados demonstram uma avaliação positiva do construto Decisão. Com um escore

médio de 3,845 os pesquisados demonstram concordar parcialmente com o construto.

Os pesquisados demonstraram concordar que as “informações geradas pelo SUAP auxiliam

na qualidade da tomada de decisão (Q.15)”. Este item obteve um escore médio de 4,143

indicando que os pesquisados concordam fortemente com a afirmação. Os resultados das

Unidades Administrativa (4,250) e Gestora (4,000) também representaram esta tendência,

apesar do resultado da Unidade Gestora indicar a concordância parcial dos pesquisados.

O resultados do item Q.02 representou uma igualdade em todas as médias, com o escore

médio 4,000 quando analisamos a unidade Administrativa, Unidade Gestora e a média geral

considerando as respostas das duas Unidades. Esses resultados demonstram uma avaliação

positiva do item, no qual os respondentes concordam parcialmente com a afirmativa de que as

“ informações geradas pelo SUAP auxiliam para que a tomada de decisão seja mais

rápida e confiável”. O desvio padrão da Unidade Gestora representou o mesmo desvio

padrão de todas as respostas do item (0,707).

Os pesquisados demonstraram concordar que as “informações geradas pelo SUAP auxiliam

os tomadores de decisão na resolução de problemas (Q.21)”. Este item obteve um escore

médio de 3,952 indicando que os pesquisados concordam parcialmente com a afirmação. Os

resultados das Unidades Administrativa (4,083) e Gestora (3,778) também representaram esta

tendência.

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Os resultados do item Q.16 demonstram que os pesquisados assumem uma avaliação que

concordam parcialmente que o “SUAP melhorou os processos de tomada de decisão”, com

escore médio de 3,810. Os resultados das Unidades Administrativa (3,833) e Gestora (3,778)

também representaram esta tendência.

Quadro 20. Resultados do Construto Decisão

Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

4,042 1 2 3 4 5 3,889 1 2 3 4 5 3,976 1 2 3 4 5

Q.15 4,250 0,622

1 7 4 4,000 0,707

2 5 2 4,143 0,655 0 0 3 12 6

Q.06 4,000 0,739

3 6 3 4,000 0,707

2 5 2 4,000 0,707 0 0 5 11 5

Q.21 4,083 0,669

2 7 3 3,778 0,667

3 5 1 3,952 0,669 0 0 5 12 4

Q.16 3,833 0,718 4 6 2 3,778 0,667 3 5 1 3,810 0,680 0 0 7 11 3

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas. Discussão dos Achados

Uma decisão não constitui, obrigatoriamente, um ato que modifique a situação existente; pode

ser simplesmente a prática de uma rotina estabelecida ou a origem de uma inovação de caráter

importante (CURY, 2009). A tomada de decisões é uma atividade essencial dentro das

funções e processos administrativos, cujas habilidades são fundamentais para os

administradores (WZOREK, REZENDE, MENDES, 2008). Os resultados do item Q.16

demonstram que os pesquisados assumem uma avaliação que concordam parcialmente que o

“SUAP melhorou os processos de tomada de decisão”.

Os pesquisados demonstraram concordar que as “informações geradas pelo SUAP auxiliam

os tomadores de decisão na resolução de problemas (Q.21)”. Conforme Cury (2009), as

informações destinadas à tomada de decisão podem ser formuladas em caráter rotineiro ou

inovador. O autor afirma que as decisões rotineiras são tomadas pelos escalões mais baixos da

organização e visam mais aos meios, sendo, portanto, instrumentais e baseadas em fatos. Já as

decisões inovadoras são tomadas pelos escalões mais altos da organização e visam aos fins da

organização e são valorativas, ou seja, baseadas em julgamento de valores.

A tomada de decisão refere-se à conversão das informações em ação. Portanto, a decisão é

uma ação tomada com base na analise de informações (OLIVEIRA, 2010). Mesmo sobre as

decisões rotineiras, os decisores necessitam de informações para a tomada de decisão.

Segundo Bass (1983), possuindo toda a informação necessária e se podendo prever com

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precisão as consequências das ações, está-se operando sob condições de certeza. Para Oliveira

(2010), a informação é o foco central da atuação do profissional como decisor nas empresas,

principalmente quando estas têm modelo de gestão direcionado para resultados. Os resultados

demonstram que os respondentes concordam parcialmente com a afirmativa de que as

“ informações geradas pelo SUAP auxiliam para que a tomada de decisão seja mais

rápida e confiável (Q.02)”.

O processo de tomar a melhor decisão não é algo simples e requer o conhecimento de

informações e da situação atual pelo gestor. Para Fontana e Oliveira (2008), “o uso de

Tecnologia de Informação (TI) tem se mostrado ao longo do tempo como uma ferramenta

estratégica e de grande valia no processo de tomada de decisão”.

A informação é fundamental no apoio às estratégias e processos de tomada de decisão, bem

como no controle das operações empresariais. Sua utilização representa uma intervenção no

processo de gestão, podendo, inclusive, provocar mudança organizacional, à medida que afeta

os diversos elementos que compõem o sistema de gestão (BEUREN, 2000, p.43).

A sociedade está em constante mutação cultural, de valor ou de organização social.

Considerando o excesso de informações a que todas as organizações estão expostas, o grande

desafio figura em conseguir ordenar e processar informações na mesma velocidade em que

são produzidas. Neste ambiente, encontram-se organizações publicas que, em seu processo de

gestão, possuem informações, mas não conseguem organizá-las e utilizá-las de maneira que se

tornem subsidio para tomada de decisões (WZOREK, REZENDE, MENDES, 2008).

Cada vez mais cresce a importância dos sistemas de informações nos processos e na no apoio

à tomada de decisão das organizações. Khauaja e Campomar (2007) afirmam que um fator

relevante na aquisição e implantação de um sistema de informação é o apoio à decisão

fornecido pelo SI, fato percebido quando o sistema auxilia a organização na priorização de

ações e na realização de alocações de recursos melhores e medir o resultado de suas ações.

A partir do uso da tecnolgia, Bobsin et al. (2009) identifica que o Sistema de Informação

possui funções importantes, que assessoram as organizações, tais como a função de

disponibilizar informação para as decisões em todos os níveis.De acordo com Laudon e

Laudon (2009) um sistema de informação coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui

informações que irão subsidiar a tomada de decisão e o auxilio aos trabalhadores a analisar

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100

problemas e visualizar assuntos complexos. Nessa mesma linha, Leite e Neto (2010) afirmam

que o uso de tecnologias que permitam gerenciar informações e tomar decisões estratégicas,

conferindo-lhe um diferencial competitivo sustentável.

Os pesquisados demonstraram concordar que as “informações geradas pelo SUAP auxiliam

na qualidade da tomada de decisão (Q.15)”. Para Padoveze (2010), os sistemas devem

estruturar informações para a tomada de decisão. Segundo O'Brien e Marakas (2010),

sistemas de informação dão suporte aos processos, às operações, às tomadas de decisão e às

estratégias para vantagem competitiva dos negócios de uma organização. Os autores afirmam

que, a qualquer momento, os sistemas de informação planejados para apoiar processos e

operações de negócios também podem fornecer dados para sistemas com foco na tomada de

decisão de negócios ou no alcance da vantagem competitiva ou receber dados desses

processos.

5.4.8. Produtividade

O construto Produtividade foi composto por quatro itens que foram respondidos por 21

clientes internos, divididos em: 12 respondentes (n) da Unidade Administrativa e 09 da

Unidade Gestora.

O construto Produtividade teve o objetivo de mensurar a percepção dos clientes internos em

que medida o SUAP Módulo de Gestão de Contratos ajuda no processo produtivo dos

usuários em determinada unidade de tempo na gestão de contratos. Os resultados do construto

estão dispostos no Quadro 21.

Os resultados demonstram uma avaliação positiva do construto Produtividade. Com um

escore médio de 3,444 os pesquisados sugerem concordar parcialmente com o construto.

O item melhor avaliado neste construto foi o Q.23 “O SUAP poupa-me tempo”, com escore

médio de 3,905, sendo considerada uma avaliação positiva pelos pesquisados, classificado

como “concordo parcialmente”.

A percepção de melhoria da produtividade (Q.11) “O SUAP melhora a minha

produtividade” recebeu avaliações positivas, porém próximas da neutralidade (nem concorda

e nem discorda). Os resultados foram iguais para a Unidade Administrativa, Unidade Gestora

e para a média geral considerando todas as respostas, com escore médio de 3,333.

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101

O item Q.26 “o SUAP permite-me melhores resultados do que seria possível executar

sem ele” obteve avaliação positiva apenas na Unidade Gestora (3,111), porém próxima a

neutralidade (nem concordo e nem discordo). Os resultados gerais e da Unidade

Administrativa foram avaliadas dentro da faixa de neutralidade (nem concordo e nem

discordo) com escores de 3,095 e 3,083 respectivamente. Destaque para os desvios padrão

deste item, que foram os maiores do construto.

Quadro 21. Resultados do Construto Produtividade

Unidade Administrativa (UA) Unidade Gestora (UG) Total Geral

Item Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas Média Desvio Padrão

Respostas

3,472

1 2 3 4 5 3,407

1 2 3 4 5 3,444

1 2 3 4 5

Q.23 4,000 0,739

3 6 3 3,778 0,667

3 5 1 3,905 0,700 0 0 6 11 4

Q.11 3,333 0,778

2 5 5 3,333 0,707

1 4 4 3,333 0,730 0 3 9 9 0

Q.26 3,083 0,793

3 5 4

3,111 0,782

2 4 3

3,095 0,768 0 5 9 7 0

Fonte: O autor, em função das pesquisas realizadas. Discussão dos Achados

Os órgãos públicos deveriam prestar de forma econômica, o serviço prescrito pela legislação

vigente, ou seja, o objetivo deveria se destacar por serviço bem executado. Ao contrário dessa

realidade, o serviço público brasileiro carrega há muitos anos uma imagem negativa,

caracterizada por burocracia excessiva, lentidão, ineficiência nos serviços, baixa qualificação

e produtividade (DEMING, 1990; LINS, 2002).

De forma sintética, Pinochet et al. (2010) abordaram a relação entre a Tecnologia de

Informação e a mudança organizacional. Para o autor, “a Tecnologia de Informação (TI) é

elemento propulsor de mudanças nas organizações, que a utilizam com o intuito de alcançar

maior produtividade, desempenho e alcançar melhores resultados”. Nessa mesma linha,

Lohmann et al. (2010) ressaltaram que “a Tecnologia de Informação (TI) é responsável pelo

processo que promove a circulação de ideias, informações e conhecimentos no ambiente

corporativo”. Apesar de estar próximo a neutralidade (nem discordo e nem concordo), os

resultados da pesquisa corroboram com os autores quando demonstram sugerem o SUAP

como uma ferramenta que permite obter melhores resultados que não seria possível

obter sem a ajuda desta ferramenta.

Os resultados demonstram que o SUAP é uma ferramenta que poupa tempo para os

usuários na execução de suas atividades. Esse resultado corroborou com Tapscott (1997)

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102

quando afirma que a “adoção da TI possibilita às pessoas fazer mais em menor espaço de

tempo, de modo com que a eficiência resulte em economia de tempo”. A redução de tempo

também foi identificada durante a análise dos documentos. Os resultados obtidos demonstram

que houve redução no tempo de realização das atividades internas após a implantação do

SUAP. Das 27 (vinte e sete) atividades que foram analisadas com base nas discrepâncias entre

os períodos posterior e anterior à implantação do SUAP - considerando a Unidade Gestora,

Unidade Administrativa e a média geral das duas Unidades -, 21 (vinte e uma) atividades

apresentaram resultados positivos. Apenas 06 (seis) atividades apresentaram resultados não

satisfatórios, inferiores quando realizada a comparação com o período anterior. Para

Torkzadeh e Doll (1999), essa melhora ocorrera "na medida em que um aplicativo melhora a

produção de um usuário por unidade de tempo”.

Esta pesquisa utilizou o conceito definido por Campos (1992) onde “aumentar a

produtividade é fazer mais e melhor com cada vez menos”. Os resultados demonstraram que o

SUAP melhora a produtividade na gestão de contratos, ou seja, que os usuários podem fazer

mais com cada vez menos. Os resultados corroboram também com os inúmeros benefícios

obtidos através da utilização da TI, em especial quando promovem a eficiência das operações,

agilizam processos, aumentam a produtividade nos processos e melhora o desempenho dos

sistemas (PEREIRA ET AL., 2012; LEITE, NETO, 2010); (BASCHAB E PIOT 2003 APUD

ALBERTIN E ALBERTIN, 2009; ALBERTIN, ALBERTIN, 2009).

Portanto, considerando-se apenas os fatores internos de uma organização, a produtividade só

pode ser aumentada pelo aporte de capital e pelo aporte de conhecimento (CAMPOS, 1992).

O autor revela que as organizações são compostas por três elementos básicos: equipamentos e

materiais (hardware), procedimentos (software) e ser humano (humanware). A melhoria do

hardware ocorre do aporte de capital com a aquisição de equipamentos ou materiais

desejados.

A TI é uma poderosa ferramenta de apoio à gestão aliada aos sistemas de informação. Ela

deixou de ser apenas uma ferramenta de processamento para se tornar uma poderosa

ferramenta estratégica (PEREIRA et al., 2012). Na perspectiva do hardware, os resultados

demonstram que a Administração Pública vem buscando melhorar seus processos através da

inovação, com a adoção de novos processos ou de novos métodos. O SUAP de Gestão de

Contratos foi reconhecido como sendo uma inovação pelos usuários, mas que ainda não ajuda

e nem permite a participação dos usuários na criação e proposição de novas idéias.

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103

Campos (1992) afirma que para melhorar o ser humano é necessário fazer “APORTE DE

CONHECIMENTO” e que esse aporte deverá aumentar o “ATIVO DE CONHECIMENTO”,

que está nas cabeças das pessoas e com ele é possível desenvolver e absorver “software”. Os

resultados da pesquisa demonstram ainda que o SUAP ajuda no controle gerencial do

processo de trabalho. Os gestores controlam o processo de trabalho com o objetivo de guiar a

organização, através de rotinas e procedimentos formais, baseadas em informação, para

manter ou alterar padrões (de desempenho) viáveis de atividade em um ambiente em mudança

(SIMONS, 2000; BERRY, BROADBENT, OTLEY, 2005).

Os respondentes concordam que o SUAP ajuda no controle do gerenciamento da performance

(desempenho). É através do controle gerencial que os gestores reúnem e usam informações

para avaliar o desempenho e tomar de decisões. Essas informações também possibilitam os

gestores a influenciar e motivar o comportamento de outros membros de uma organização

para implementar estratégias da organização (ANTHONY, GOVINDARAJAN, 2008;

HORNGREN, SUNDEM, STRATTON,2004).

Só seria possível melhorar os procedimentos ou métodos de uma organização através das

pessoas, ou seja, não é possível simplesmente comprar um procedimento sem que este

processo passe pelas pessoas. As pessoas precisam absorver ou desenvolver métodos ou

procedimentos. Portanto, desenvolver o software depende do desenvolvimento do humanware

(CAMPOS, 1992).

Os aspectos humanos foram tratados na questão da resistência à mudança por parte dos

usuários. Não foram percebidas resistências dos usuários para a utilização do SUAP. As

percepções dos usuários quanto as mudanças na gestão de contratos foram positivas, em

especial quando percebem uma ferramenta de TI com a possibilidade de trazer benefícios para

a organização e, principalmente, quando não representam uma ameaça para eles.

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6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Neste capítulo apresentamos as conclusões a partir da análise e discussão dos achados desta

pesquisa. Essa conclusão será feita em função das questões norteadoras abordadas na

fundamentação teórica, elencando sugestões de ação e pesquisa que possam guiar trabalhos

futuros.

6.1 Conclusões

Esta pesquisa teve o objetivo de avaliar o impacto gerado pela implantação de Sistema de

Informações nos indicadores de desempenho da Gestão de Contratos em uma Instituição

Federal, localizada no Estado de Pernambuco.

A pesquisa realizou levantamento e análise da literatura e das legislações vigentes para

identificar as atividades passíveis de mensuração de desempenho que compõe o processo de

gestão de contratos. Ao final, foram identificadas e analisadas as atividades de requisição de

compras, emissão da ordem bancária, atesto do fiscal, publicação de extrato do contrato,

publicação de extrato do aditivo, análise jurídica (aditivo), solicitação de aditivo, emissão do

empenho do contrato, emissão do empenho do aditivo.

No geral, quando analisados e comparados os resultados individuais das Unidades

Administrativa e Gestora, pode-se concluir a existência de bastante similaridade entre as duas

Unidades e que há uma heterogeneidade na instituição. As divergências entre as duas

unidades foram praticamente imperceptíveis, no qual a maioria absoluta dos resultados

convergiram para a mesma análise entre as duas unidades.

A segunda conclusão é referente a não redução e/ou não eliminação das não conformidades na

gestão de contratos. Parte dos pesquisados tinha a expectativa de que a adoção de novas

tecnologias promovesse a redução de erros e de retrabalhos na gestão de contratos. Essas

reduções não foram percebidas pelos pesquisados e nem foram auferidas através dos registros

e das análises dos documentos. Os resultados sugerem que mudanças não foram identificadas

quando analisadas a redução de erros e/ou de retrabalhos, possibilitando concluir que de fato

não ocorreram mudanças na redução de não conformidades na gestão de contratos.

Quando ocorre a necessidade de que se realize correção de erros e retrabalhos em excesso,

essa situação impossibilita de que a instituição aloque seus recursos humanos em outras

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atividades. Concluímos também que a não redução da necessidade de recursos humanos

representa desperdícios de recursos públicos, no qual poderia ser melhor aplicado em outras

áreas se as não conformidades tivesse sido eliminadas ou substancialmente reduzidas.

O SUAP representou uma inovação na instituição por ser algo novo e por ter recebido o

reconhecimento, auferindo a satisfação de usuários e clientes internos. A inovação também

ocorreu com a necessidade de mudança no processo de trabalho, que passou a ter atividades

desenvolvidas no SUAP. Apesar de ter atingido grau de satisfação, o SUAP não correspondeu

fortemente ao encontro das necessidades dos clientes. A ferramenta também produziu

impactos positivos nas diversas áreas, melhorando e ajudando nos processos de controle

gerencial e de tomada de decisão. Considerando também demais resultados da pesquisa,

podemos concluir que na implementação do SUAP não houve resistência à mudança por parte

dos usuários, possibilitando condições favoráveis para que as mudanças lograssem êxito, em

especial, que essas mudanças representassem aumento da produtividade nas atividades de

gestão de contratos.

O principal impacto ocorrido com a implantação do módulo de Gestão de Contratos

Administrativos do Sistema SUAP nos indicadores de desempenho de uma Instituição Pública

Federal foi a melhoria do desempenho dos gestores na tomada de decisão e no controle

gerencial. Ocorreu também a melhoria da qualidade através da melhoria e integração dos

processos, da comunicação interna, com usuários e clientes internos satisfeitos. Por outro

lado, o SUAP deixou de provocar mudanças por não proporcionar que os usuários tivessem

ou propusessem ideias novas. A ferramenta também poderia ter sido melhor avaliada quanto

ir de encontro as necessidades dos clientes e usuários.

A implementação do SUAP foi uma mudança planejada pelo departamento de TI da

instituição com objetivo de melhorar o desempenho da gestão de contratos. Os departamentos

de tecnologia possuem expertise relacionada aos métodos e técnicas de desenvolvimento de

TI e SI, mas esses departamentos falham ao não iniciar o projeto levantando as necessidades

dos clientes e dos usuários. Além de não atender as necessidades, o processo não

participativo, sem integrar os usuários pode gerar resistências dos usuários e fracassar o

processo e implementação da TI ou SI. Apesar de isso ser um fator negativo que poderia

representar em uma barreira à implantação da ferramenta, o resultado da pesquisa não

demonstrou resistências à nova ferramenta. Autores ressaltaram que os usuários tendem a ter

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resistências a qualquer mudança na organização, o que não ocorreu na percepção dos

usuários.

Um ponto que merece destaque na pesquisa foi quanto a redução do tempo gasto nas

atividades. Os pesquisados citaram a redução do tempo gastos nas atividades como principal

mudança que pode ocorrer com a implantação de uma TI e também percebem que o SUAP

reduz o tempo gasto nas atividades. Quando foram realizadas as análises dos documentos, a

utilização da ferramenta de Gestão de Contratos teve impacto positivo nos indicadores de

prazos. Esses impactos ocorreram fortemente nas atividades operacionais e transacionais. Os

resultados divergem quando atividades que requer maior experiência e conhecimento para a

execução. Estas atividades não foram impactadas positivamente pelo SUAP, como por

exemplo: a análise jurídica e a solicitação de aditivo. O SUAP atende as necessidades

transacionais e operacionais, mas não atende as necessidades de caráter mais estratégicas da

gestão de contratos.

Ao final da pesquisa, podemos concluir que o processo de implementação deveria ter ocorrido

de forma planejada e integrada entre o departamento de TI e os diversos setores que interagem

na gestão de contratos. Esse alinhamento organizacional tende a provocar grandes e profundas

alterações na instituição. O SUAP apenas permitiu pequenas e pontuais alterações, mas a

mudança radical só ocorrerá na gestão de contratos quando o SUAP atender plenamente com

as necessidades dos clientes, reduzindo os prazos e eliminando as não conformidades da

gestão de contratos.

Na próxima seção serão apresentadas as sugestões de ação.

6.2 Sugestões de ação

A implantação de ferramentas de informação tem transformado diversas organizações, com

ampla utilização em instituições privadas. As instituições públicas estão cada vez mais se

adequando a essa realidade, apesar de não possuir a mesma estrutura e agilidade para o

desenvolvimento de ferramentas e sistemas de informação.

Em relação à instituição pesquisada, os resultados da pesquisa evidenciaram que não houve a

participação dos usuários na escolha e desenvolvimento da ferramenta, que impactou direto na

não percepção de que o SUAP vai ao encontro das necessidades dos usuários e clientes. A

instituição deverá, não apenas no desenvolvimento do SUAP, mas também em todas as

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ferramentas e sistemas de informação da instituição, que os usuários e clientes internos façam

parte do processo de escolha e/ou desenvolvimento da TI ou SI, para que o investimento

resulte na otimização do atendimento as necessidades dos clientes.

Em relação à ferramenta, o SUAP poderia contribuir para a eliminação ou redução das não

conformidades apresentadas e de outras que venham a surgir, com os registros das não

conformidades à medida que estas fossem identificadas, bem como as soluções encontradas.

Com um registro sistêmico e essa base de conhecimento, seriam grandes as chances de uma

grande redução ou até mesmo a eliminação das não conformidades recorrentes. A

parametrização do sistema para alertar o gestor quando houver divergência nas informações

inseridas seria uma das formas efetivas do módulo eliminar as não conformidades do

processo, como forma de automatizar o parecer prévio.

Na próxima seção serão apresentadas as sugestões de pesquisa.

6.3 Sugestões de pesquisa

Os estudos sobre avaliação de impacto de TI e os benefícios advindos, ainda são poucos

difundidos no Brasil. Nesta pesquisa, focamos na gestão de contratos devido à escassez de

literatura sobre o assunto. Outro tema de pesquisa que surge com as conclusões deste trabalho

é referente as necessidades dos usuários e clientes internos da gestão de contratos. Para

futuras pesquisas, recomendamos o levantamento de quais são as necessidades dos usuários e

clientes internos da gestão de contratos.

Após o levantamento das necessidades da gestão de contratos, é recomendável a realização de

pesquisas que avaliem o impacto da TI na percepção do cliente externo.

6.4 Limites da pesquisa

O objetivo do estudo não contemplou o processo licitatório para a contratação por ser uma

atividade desenvolvida por setores distintos à Gestão de Contratos. As atividades do SUAP na

Gestão de Contratos têm início após a conclusão do processo licitatório e a emissão da Nota

de Empenho.

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A pesquisa também se limitou em pesquisar apenas as percepções dos usuários do SUAP.

Não foram realizadas entrevistas com os funcionários terceirizados, por considerar que o

objeto do estudo não contempla a execução dos serviços e nem são usuários do módulo.

6.5 Limitações da pesquisa

Foi considerada como uma grande limitação da pesquisa os períodos não uniformes que foram

analisados os processos de Gestão de Contratos para a identificação das atividades: 12 (doze)

meses e 06 (seis) meses.

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120

APÊNDICES

Apêndice A – Instrumento original desenvolvido por Tarkezedh e Doll (1999)

CONSTRUCTOS DEFINIÇÃO QUESTÕES

PRODUTIVIDADE DAS

TAREFAS

Em que medida um aplicativo

ajuda na produção do usuário

em determinada unidade de

tempo.

a) A tecnologia poupa-me tempo;

b) A tecnologia melhora minha produtividade;

c) A tecnologia permite-me melhores resultados do que seria

possível executar sem ele.

INOVAÇÃO

Em que medida um aplicativo

ajuda o usuário a criar e explorar

novas ideias em seu trabalho?

d) A tecnologia ajuda-me a criar novas idéias;

e) A tecnologia permite-me propor novas ideias;

f) A tecnologia coloca-me diante de ideias inovadoras.

SATISFAÇÃO DO

CLIENTE

Em que medida um aplicativo

ajuda o usuário a criar valor para

os clientes externos e internos à

organização?

g) A tecnologia melhora o serviço do usuário;

h) A tecnologia melhora a satisfação do usuário;

i) A tecnologia vai ao encontro das necessidades do usuário.

CONTROLE GERENCIAL

Em que medida um aplicativo

ajuda a regular o processo e a

performance do trabalho?

j) A tecnologia ajuda no controle gerencial do processo de

trabalho;

k) A tecnologia melhora o controle gerencial;

l) A tecnologia ajuda no controle do gerenciamento do processo de

trabalho e performance.

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Apêndice B - Questionário aplicado na Pesquisa

(Questionário a ser aplicado pelo pesquisador). SOBRE O PESQUISADO... Unidade de lotação: ( ) Gestora ( ) Administrativa Faixa etária: ( ) Entre 21 e 30 anos ( ) Entre 31 e 40 anos ( ) Entre 50 e 60 anos ( ) Mais de 60 anos Tempo de exercício na Instituição: ( ) Entre 0 e 5 anos ( ) Entre 6 e 10 anos ( ) Entre 11 e 15 anos ( ) Mais de 15 anos Exerce ou já exerceu função gerencial: ( ) Titular ( ) Substituto ( ) Nunca O SUAP MÓDULO DE GESTÃO DE CONTRATOS, na sua opinião... De 1 a 5 Escala Likert

1 Discordo totalmente 2 Discordo parcialmente 3 Não concordo, nem discordo 4 Concordo parcialmente 5 Concordo totalmente

1. O SUAP não representa uma ameaça ao seu cargo? ______

2. O SUAP melhora o serviço prestado ao cliente? ______

3. O SUAP permite-me propor novas ideias? ______

4. O SUAP melhora a comunicação interna? ______

5. O SUAP melhora o serviço do usuário? ______

6. As informações geradas pelo SUAP auxiliam para que a tomada de decisão seja mais rápida e confiável? ______

7. O SUAP melhora a satisfação do cliente? ______

8. O SUAP melhora a satisfação do usuário? ______

9. O SUAP ajuda-me a criar novas idéias? ______

10. O SUAP traz benefícios para a organização? ______

Continuação.

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11. O SUAP melhora minha produtividade? ______

12. O SUAP melhora os processos internos? ______

13. O SUAP vai ao encontro das necessidades do cliente? ______

14. O SUAP integra os processos internos? ______

15. As informações geradas pelo SUAP auxiliam qualidade da tomada de decisão? ______

16. O SUAP melhorou os processos de tomada de decisão? ______

17. O SUAP não representa uma ameaça ao prestígio pessoal na organização? ______

18. O SUAP vai ao encontro das necessidades do usuário? ______

19. O SUAP coloca-me diante de ideias inovadoras? ______

20. O SUAP melhora o controle gerencial? ______

21. As informações geradas pelo SUAP auxiliam os tomadores de decisão na resolução de problemas? ______

22. O SUAP ajuda no controle gerencial do processo de trabalho? ______

23. O SUAP poupa-me tempo? ______

24. O SUAP ajuda no controle do gerenciamento da performance? ______

25. O SUAP melhora a qualidade dos serviços prestados ao cliente? ______

26. O SUAP permite-me melhores resultados do que seria possível executar sem ele? ______

27. O SUAP não representa esforço extra? ______

O pesquisado irá responder com suas próprias palavras as três questões abaixo:

A) Quais os motivos que levaram a instituição a adotar a Tecnologia da Informação na gestão de contratos?

B) Quais as expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das atividades de Gestão de Contratos?

C) Quais as mudanças percebidas provocadas pela implantação do SUAP na Gestão de Contratos?

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Apêndice C – Relação dos respondentes por respostas abertas

PESQUISADOS UNIDADE GESTORA UNIDADE ADMINISTRATIVA

ITENS

UG

UA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Quais os motivos que levaram a instituição a adotar a Tecnologia da Informação na gestão de contratos? Dificuldade em coletar informações em tempo hábil para prestação de informações aos órgãos de controle 8 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Ampliar o controle sistêmico 7 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Falta de padronização entre as unidades 7 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Necessidade de ampliar o controle gerencial 6 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Disponibilidade gratuita da ferramenta 5 3 1 1 1 1 1 1 1 1

Apontamentos realizados pelos órgãos de controle, interno e externo 5 2 1 1 1 1 1 1 1

Outros 3 2 1 1 1 1 1

Quais as expectativas de melhoria com a adoção de novas tecnologias na realização das atividades de Gestão de Contratos?

Reduzir os erros 9 7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Facilitar o controle dos prazos dos contratos 9 7 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Reduzir o retrabalho 7 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Padronizar a gestão de contratos 6 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Melhorar as atividades da gestão de contratos ; 7 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Melhorar o fluxo de informações na gestão de contratos 6 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Melhorar a gestão sistêmica dos contratos da Instituição 5 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Facilitar o controle dos pagamentos aos contratados 7 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Disponibilizar acesso a documentos (digitalizados) 3 5 1 1 1 1 1 1 1 1

Outros 2 2 1 1 1 1

Quais as mudanças percebidas provocadas pela implantação do SUAP na Gestão de Contratos? Reduziu o tempo gasto nas atividades 9 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Reduziu do número de consultas ao processo físico 8 6 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Integrou os setores que atuam na gestão de contratos 7 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Melhorou a tomada de decisão 6 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Fornece informações mais confiáveis 6 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Reduziu o controle paralelo dos contratos em planilhas Excel / BrOffice 4 4 1 1 1 1 1 1 1 1

Melhorou o controle gerencial sistêmico dos contratos da instituição 3 5 1 1 1 1 1 1 1 1

Facilitou o acesso às informações 3 3 1 1 1 1 1 1

Outros 2 2 1 1 1 1