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Ficha Catalográfica Artigo - Trabalho Final · professores, eles podem ter muitas qualidades positivas como: vivacidade, jogo de cintura, persistência, criatividade e um talento

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Ficha Catalográfica Artigo - Trabalho Final

Professor PDE/2010

Título Ações que visam orientar aos professores do Ensino Fundamental em sua Prática Pedagógica aos Alunos com TDAH.

Autor Magali Moedinger Moreno

Escola de Atuação Colégio Estadual Rui Barbosa - EFMP

Município da escola Jacarezinho

Núcleo Regional de Educação Jacarezinho

Orientador Me. Maria de Lourdes Oliveira Ximenes

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Norte do Paraná -UENP

Área do Conhecimento/Disciplina Educação Especial

Relação Interdisciplinar -

Público Alvo Professores e Equipe Pedagógica

Localização Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP, Av. Manoel Ribas nº 500

Resumo: O presente artigo tem por finalidade fazer uma abordagem sobre a Educação Inclusiva, É Importante questionarmos como vem sendo tratado as diferenças no interior das escolas. Este estudo leva aos professores orientações, reflexões e discussões sobre como lidar com crianças e adolescentes com o Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH. Esse transtorno se associa a problemas na escola e no relacionamento, das crianças ou adolescentes com os pais, amigos e professores. Quanto a prática dos professores foi possível identificar dificuldade de trabalhar com alunos com TDAH, pois seus sintomas são classificados como preguiçosos, não inteligentes e parecem estar no “mundo da

lua”, não correspondendo às expectativas do professor. Com base nestas reflexões, este trabalho teve como proposta viabilizar grupo de estudos com professores do referido Colégio a fim de direcionar o trabalho do professor contribuindo, dessa forma, para que o aluno com TDAH tenha acesso a uma qualidade de vida e um melhor desempenho escolar.

Palavras-chave Inclusão. Alunos com TDAH. Apoio pedagógico. Professores da rede pública.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ

MAGALI MOEDINGER MORENO

AÇÕES QUE VISAM ORIENTAR AOS PROFESSORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL EM SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA AOS ALUNOS COM TDAH

JACAREZINHO – PR

2012

MAGALI MOEDINGER MORENO

AÇÕES QUE VISAM ORIENTAR AOS PROFESSORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL EM SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA AOS ALUNOS COM TDAH

Artigo Científico apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED como requisito final do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – Turma 2010.

Orientadora: Professora Me. Maria de Lourdes Oliveira Ximenes

JACAREZINHO – PR

2012

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AÇÕES QUE VISAM ORIENTAR AOS PROFESSORES DO ENSINO

FUNDAMENTAL EM SUA PRÁTICA PEDAGÓGICA AOS ALUNOS COM TDAH

Autor: MORENO, Magali Moedinger1

Orientadora: XIMENES, Maria de Lourdes Oliveira2

Resumo

O presente artigo em por finalidade fazer uma abordagem sobre a Educação Inclusiva, essa ideia humaniza as instituições e abre novas perspectivas sociais e comportamentos. É importante questionarmos como vem sendo tratado essas diferenças no interior das escolas. Este estudo leva aos professores orientações, reflexões e discussões sobre como lidar com crianças e adolescentes como o Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. Esse transtorno se associa a problemas na escola e no relacionamento dos adolescentes com pais, amigos e professores. Quanto a prática dos professores foi possível identificar dificuldade de trabalhar com alunos com TDAH, pois seus sintomas são classificados como preguiçosos, não inteligentes, e parecem estar no “mundo da lua”, não correspondendo às expectativas do professor. Com base nestas reflexões este trabalho teve como proposta viabilizar grupo de estudos com professores do Colégio a fim de direcionar o trabalho do professor contribuindo, dessa forma, para que o aluno com TDAH tenha acesso a uma qualidade de vida e um melhor desempenho escolar.

Palavras-chave: Inclusão. Alunos com TDAH. Apoio Pedagógico. Professores da rede pública.

1 Pós-graduada em Psicopedagogia, graduada em Pedagogia com Habilitação em Orientação Educacional pela Universidade Estadual do Norte do Paraná – Campus Jacarezinho, Pedagoga no Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP – Jacarezinho – Paraná.

2 Mestre em Educação, Pós-graduada em Educação Especial, Psicopedagogia e Políticas Públicas, formada em História e Pedagogia com Habilitação em Orientação e Supervisão Escolar pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, professora da UENP/Campus Jacarezinho – Paraná.

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1. INTRODUÇÃO

O referido artigo é uma experiência de estudo do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE, realizado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná.

Sabe- se, portanto que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

compromete de modo marcante a vida das crianças, adolescentes e adultos, dificultando

o controle de impulsos, concentração, memória, organização, planejamento e autonomia.

Em se tratando de diversidade, não podemos esquecer que vivemos num mundo

diverso e que ninguém é igual a ninguém. Devemos repensar diante desta diferença uma

educação inclusiva onde devemos respeitar o ritmo e o nível de aprendizagem de cada

aluno.

Esta pesquisa visa identificar os comportamentos indicativos do TDAH e orientar

os professores junto a equipe pedagógica do Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP, na

cidade de Jacarezinho sobre a necessidade de conhecer os conteúdos sobre TDAH,

promover discussões das propostas por meio de leituras de textos, visando à melhoria

das práticas pedagógicas na escola. Conhecendo melhor o transtorno, o educador junto

com a equipe pedagógica poderá orientar os pais com esclarecimentos de como lidar com

esta criança ou adolescente, impondo limites e clareza na hora de cobrar determinadas

tarefas.

Os pontos importantes a destacar nesta pesquisa foram: definição do TDAH, suas

características para o reconhecimento do TDAH, diagnóstico, tratamento e a importância

da psicoterapia como uma medida complementar, sendo indicada quando existem

problemas secundários ao TDAH, o objetivo central desta modalidade é treinar o individuo

a exercer um controle sobre os seus próprios comportamentos.

Espera- se com este estudo levar o professor a perceber que acima de tudo ele

tem em mãos um aluno criativo, inteligente e talentoso e que devido às características

apresenta de forma desatenta, hiperativa ou impulsiva, que esses três estados clínicos

impossibilita seu aluno de progredir nos estudos e consequentemente, levando- o ao

fracasso escolar.

A criança e o adolescente representam um enorme desafio para pais e

professores, eles podem ter muitas qualidades positivas como: vivacidade, jogo de

cintura, persistência, criatividade e um talento intelectual escondido, para descortinar

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estas qualidades se faz necessário um trabalho conjunto da escola e da família, lado a

lado.

1.1 TDAH: Definições, Causas e Sintomas

O TDAH é um dos Transtornos mais freqüentes distúrbios que ocorrem em

crianças e adolescentes, é um descontrole motor acentuado com movimentos bruscos e

mudança de humor.

Para Valle (2007) são muitas as razões encontradas para as dificuldades de

aprendizagem dentre tantas o transtorno e déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é

uma das principais queixas, seja no âmbito social, quanto no pedagógico, pois a criança

não consegue manter a atenção e a hiperatividade a impossibilita um esforço mental

prolongado durante os estudos.

Topczewski (1999) define Hiperatividade como:

A hiperatividade é um sintoma que não tem definição precisa aceita unicamente, mas todos concordam que compromete de modo marcante o comportamento do indivíduo. A hiperatividade é um desvio comportamental, caracterizado pela excessiva mudança de atitudes e de atividades, acarretando pouca consistência em cada tarefa a ser realizada. Portanto, isto incapacita o indivíduo para se manter quieto por um período de tempo necessário para que possa desenvolver as atividades comuns do seu dia a dia. Este padrão de comportamento se mostra incompatível com a organização do seu ambiente e com determinadas circunstâncias. Crianças e adolescentes hiperativos são frequentemente considerados como pessoas inconvenientes.(p.21)

Segundo Mattos (2005) o Transtorno do Déficit de Atenção é um problema que

deve ser diagnosticado por um médico ou psicólogo, pois sempre é necessário o uso de

medicamentos. Na escola professores e especialistas se baseiam pelos indicadores

durante o ensino fundamental.

Para Facion (2007), o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade continua

sendo um problema clínico significativo com que se defrontam famílias, médicos,

professores, pedagogos, psicólogos e educadores.

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De acordo com Bromberg (2001):

O TDAH é uma deficiência neurobiológica de origem genética que afeta de 3% a 5% de todas as crianças em idade escolar. Até recentemente, acreditava-se que os sintomas de TDAH desapareciam na adolescência. Sabe-se que agora muitos sintomas acompanham o crescimento e 30% a 70% dos portadores podem vir a ter dificuldades emocionais profissionais e em seus relacionamentos sociais e afetivos na vida adulta (p.04).

Comungam com essa ideia os autores Kaplan, Sadock e Grebb quando dizem que

cerca de 20% dos adultos sofrem com os sintomas do TDAH.

Mattos (2005) acredita que:

O TDAH é mais comum em meninos do que em meninas. Entretanto, como a forma hiperativa é mais comum no sexo masculino, os meninos tendem a “criar mais confusão” e incomodar mais a sala de aula, sendo então encaminhados para avaliação médica a pedido dos professores (p.27).

Nas 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental, nota-se uma agitação muito grande nos

alunos, do sexo masculino, dificultando o despertar da atenção deste aluno na sala de

aula.

Conforme as ideias de Bromberg (2001), Facion (2007) e Mattos (2005) as

características do TDAH aparecem na infância, o comportamento é crônico e com

duração de no mínimo seis meses. As principais características para o reconhecimento do

TDAH são hiperatividade, o distúrbio de atenção (ou concentração), a impulsividade e a

agitação.

Estes autores afirmam que a criança com TDAH pode ser desatenta, hiperativa,

impulsiva, sendo que esse transtorno é classificado em três tipos clínicos:

-Predominante desatento;

-Predominante hiperativo / impulsivo

-Tipo misto ou Tipo combinado

Predominante Desatento

1- Não presta atenção aos detalhes e comete erros por descuido;

2- Apresenta dificuldades em manter atenção (tanto na escola, e brincadeiras);

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3- Parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra;

4- Não segue instruções, dificuldades em terminar tarefas escolares e

rotineiras;

5- Apresenta dificuldades com organização;

6- Evita ou reluta em dedicar- se a tarefas que exijam esforço mental;

7- Distrai- se com facilidade, perde objetos necessários;

8- Distrai- se facilmente com estímulos externos, é comum que pais e

professores se queixem de que estas crianças parecem “sonharem acordadas”;

9- Esquece as atividades diárias.

Predominante/Hiperativo/Impulsivo

1- Inquietação, mexendo as mãos e os pés ou se mexe muito na cadeira;

2- Dificuldade em permanecer sentada;

3- Corre sem destino em situações inapropriado (em adultos, há um sentimento

subjetivo de inquietação);

4- Dificuldades em engajar- se em atividade silenciosa;

5- Fala excessivamente;

6- Responde perguntas antes de elas serem formuladas;

7- Age como se fosse movido a motor;

8- Dificuldade em esperar sua vez;

9- Interrompe e intromete nas conversas dos outros.

Tipo Misto ou Tipo Combinado

A criança e o adolescente apresentam uma desatenção evidente, sendo

acompanhada de uma hiperatividade e impulsividade, esta é a forma mais comum, no

entanto causa mais problemas para o portador e também para os que convivem com ele.

Estamos de acordo com a ideia de Mattos (2005), no que se refere que não existe

uma única causa estabelecida, esse distúrbio existe uma participação genética, em torno

de 90%. Alguns pesquisadores acreditam que à predisposição herdada dos pais podem

somar a outros fatores externos.

Segundo Mattos (2005), outro fator importante são os problemas obstétricos, não

exatamente problemas emocionais e sim o sofrimento do feto na hora do parto.

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Facion (2007), afirma a suposição da ocorrência de um distúrbio da função do

cérebro na primeira infância provocado por uma lesão pré, peri ou pós-natal no sistema

nervoso central, podemos citar exemplo do tabagismo e o alcoolismo na fase pré natal.

Em seus estudos Bromberg (2001) nos relata que uma criança com TDAH

apresenta diversos problemas biológicos e psicológicos e podem contribuir com sintomas

similares aos apresentados pelos portadores. É realizada uma avaliação para determinar

a presença ou ausência de fatores concomitantes. Essa avaliação inclui testes de

inteligência e o levantamento do comportamento acadêmico, social e emocional. Mede-se

ainda o nível de impulsividade, incluindo-se avaliação dos pais e de professores.

Por isso se faz necessário observar as considerações de Parolin (2010) onde a

autora destaca que é comum a família e a escola após receber o diagnóstico clínico, o

neuropediatra dará informações da situação orgânica. A autora afirma, quanto aos

cuidados ao avaliarmos uma criança com hiperatividade, pois muitas vezes falta de limites

da presença dos pais e de professores podem confundir e rotular inadequadamente.

Bromberg (2001) nos relata que os pais das crianças com TDAH, possuem um

nível de estresse e uma culpa, e apresenta um índice elevado de separações nessas

famílias em decorrência do problema, é importante conscientizar que a família não é

responsável pelo problema, ele é de origem genética e tem que ser enfrentado.

É muito comum o pai não aceitar o diagnóstico do médico, ele não aceita alegando

comportamento próprio da idade. Já em outros casos há pais que consideram ser a mãe o

foco maio do problema, culpando a mãe de não saber lidar de modo adequado com o

filho.

1.2. TDAH: Diagnóstico e Tratamento

Estudos mostram que adultos com TDAH tendem a desenvolver problemas sérios

de comportamentos, desempenho acadêmico e profissional pouco satisfatório, problemas

com ansiedade e abuso de substâncias tóxicas. Compete à identificação do diagnóstico

ao neurologista a prescrição de psicofármacos e a parceria com a escola em relação à

compreensão do quadro clínico deste aluno requerendo certos cuidados no

desenvolvimento global.

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Pois segundo Facion (2007)

A experiência clínica com crianças e adolescentes com TDAH tem indicado claramente que elas precisam, mais que as outras, de Reforço Constante, para que os comportamentos esperados predominem. Aliás elas respondem melhor ao Reforço Positivo do que às estratégias punitivas. O reforço positivo aumenta a auto-estima, fornecendo maiores subsídios para modificação dos comportamentos indesejáveis (p.101).

Para Facion (2007) o TDAH geralmente é diagnosticado quando a criança entra na

escola, mesmo que o problema já exista antes. Esses sintomas podem persistir na

adolescência e até na vida adulta, esse percentual varia em cerca de 15 a 20% dos

casos, ainda que a hiperatividade apresente uma melhora.

Os médicos veem hoje o TDAH como um extremo dentro da diversidade do

comportamento humano, depois de diagnosticado o transtorno, é necessário o trabalho

envolvendo pais, professores e terapeutas. Segundo estudos o TDAH não é tratado com

calmante, os psicoestimulantes são os medicamentos mais utilizados, apresentam uma

melhora em relação ao comportamento impulsivo e hiperativo e com isso aumenta a sua

capacidade de concentração.

Para que o diagnóstico seja realizado deverá ser recolhidos dados com professores

e outros adultos que, de alguma forma tenha contato com a pessoa avaliada.

Para Mattos (2005), o estudo com TDAH apresenta várias controvérsias, sendo isto

saudável dentro da medicina, muitos estudos afirmam que somente a psicoterapia isolada

não é alternativa, sendo necessária a complementação da medicação.

Todas as pesquisas que foram realizadas demonstram que os medicamentos é a

forma de tratamento mais eficaz, eles aumentam a quantidade de dopamina e

noradrenalina encontrada em determinadas regiões do sistema nervoso central, na região

frontal (parte anterior do cérebro).

Mattos afirma que:

A dopamina e a noradrenalina são substâncias normalmente produzidas e liberadas pelas células nervosas e servem para transmitir as informações entre elas, por isso são chamadas de neuro-transmissores e/ou noradrenalina parece estar envolvida no aparecimento dos sintomas de TDAH. (p.148)

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Os medicamentos segundo o autor acima ajudam a normalizar os

neurotransmissores enquanto estão sendo tomados, uma vez interrompidos tudo volta à

estaca zero.

Mattos (2005), afirma que além do tratamento farmacológico, a psicoterapia deve

ser encarada como uma alternativa, uma medida complementar, ela está indicada quando

existem problemas secundários ao TDAH, seja na escola, no trabalho, em casa ou

socialmente, isto é necessário quando acontece quando a demora do diagnóstico correto.

A psicoterapia não vai diminuir os sintomas do transtorno (desatenção, hiperatividade e

impulsividade), mas vai ajudar que a pessoa com TDAH administre melhor esse sintoma

no dia a dia.

Quando a psicoterapia poderá ser indicada?

Quando é associada a outros problemas secundários, ela deverá ser indicada

quando:

1- Quando a criança e o adolescente têm dificuldades em aceitar regras e limites;

2- Baixa auto-estima (comum em adultos e também em adolescentes)

3- Depressão ou ansiedade (ocorrem em crianças, adolescentes e adultos)

4- Dificuldades significativas de relacionamento interpessoal (comum em

adolescentes e adultos).

Souza (2011 apud VIDA E SAÚDE, p.32) vem relatar que o primeiro passo para

lidar com crianças agitadas é diagnosticar se os cuidadores dela, também são agitados, é

necessário que haja mudança de comportamento. O pediatra Dr. Sérgio Spalter diz que

crianças precisam sentir-se seguras, confiantes e acolhidas.

Dicas para ajudar uma criança agitada

1- Acolha a criança reservando um tempo diário se possível para ela,

2- Valorize as conquistas dela mesmo que pequenas, segundo sua avaliação,

3- Tenha regras claras em casa para organizar a disciplina. Explique o que pode e o

que não pode ser feito,

4- Não se irrite quando a criança quebrar uma regra. Não fale dez vezes que ela

errou,

5- Se ela quebrar de novo a regra aplique a disciplina previamente combinada,

6- Depois da disciplina não fique emburrado com a criança. Ao ser multado, por

exemplo, por alta velocidade ninguém fica emburrado, pagamos a multa e pronto,

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7- Elogie muito a criança agitada quando ela fizer qualquer coisa certa,

8- Evite encher sua casa com muito bibelô, porcelanas, vasos de vidros, pois crianças

hiperativas tem dificuldades com coordenação motora,

Os medicamentos curam o TDAH?

De acordo com Mattos (2005), os medicamentos não curam o TDAH, da mesma

forma que os medicamentos para pressão não curam a hipertensão arterial, nem a

insulina cura o diabetes, os medicamentos ajudam a normalizar os neurotransmissores.

Quando o TDAH é diagnosticado na infância, e quando tratado de forma correta,

com o passar do tempo o portador vai desenvolvendo uma capacidade de prestar mais

atenção, controlar o comportamento, e administrar as deficiências pessoais.

O tratamento precocemente ajuda a diminuir as conseqüências emocionais

negativas e as dificuldades acadêmicas, a baixa auto-estima, o risco de abuso de drogas

e a má adaptação social.

Antigamente achava- se que o TDAH era uma doença infantil que desaparecia na

adolescência, hoje sabemos que o TDAH pode persistir na vida adulta, quando isso

acontece e modo significativo no adulto, o medicamento será tomado para toda a vida. O

correto é a escolha correta da medicação

Mas em alguns casos, segundo Mattos (2005), em algumas crianças, os sintomas

podem desaparecer ou diminuir entre os 12 e o 20 anos de idade. A hiperatividade

desaparece e a desatenção melhora muito, mas persiste na vida adulta, isso também

ocorre com a impulsividade. Por isso o tratamento de uma criança ou adolescente deverá

persistir enquanto os sintomas forem evidentes. Antes de o médico suspender a

medicação, é necessário avaliar se realmente desapareceram os sintomas.

Segundo estudos o TDAH é apresentado de forma errônea, como problema de

aprendizagem. Sabe-se que crianças e adolescentes com Transtorno de Déficit de

Atenção e Hiperatividade são capazes de aprender, mas tem dificuldades em obter

sucesso nos estudos devido aos sintomas.

Facion (2007), um dos grandes desafios dos pais é a escolha da escola que seu

filho deverá frequentar. O ideal é optar por uma escola inclusiva que acolha, aceite e se

preocupe com o desenvolvimento global do aluno com TDAH, o ideal é perceber seus

pontos fracos e tentar superá-los. A comunicação frequente entre escola e família é muito

importante.

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Parolin (2010) nos relata a duvida entre os professores em revelarem o transtorno

de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o perfil do aluno preguiçoso, em relação ao

comportamento de um aluno agitado e disperso, ele demonstra falta de vontade de

estudar terminar as lições, terminar uma prova. A pergunta frequente é como esses

alunos ficam horas e horas na frente do computador, ou tocando algum instrumento, eles

não conseguem nem mesmo memorizar a tabuada, percebe-se que a criança e o

adolescente são inteligentes e muito ágeis naquilo que é interessante para ela.

As queixas dos pais e professores mostram uma dúvida muito grande, sendo eles

tão ágeis e inteligentes, mas não consegue prestar atenção e efetuar suas tarefas

escolares com sucesso. A incapacidade de prestar atenção ou ficar quieto leva os adultos

a considerá- los malandros e são rotulados de irresponsáveis malandros, endiabrados, ou

avoados e surdos. Pais e educadores vivem em conflitos e se sentem impotentes de

entender o problema e até mesmo de ajudá-los. Não percebem o esforço que essas

crianças e adolescentes fazem para obter sucesso em suas tarefas.

O TDAH não afeta a inteligência do aluno, mas a sua aprendizagem, pois em uma

sequencia de exercícios, operações ele possivelmente consiga fazer duas,

consequentemente não veja as outras ou esqueça algum sinal.

A impulsividade do aluno com TDAH é anormal, ele não consegue ficar quieto, diz

coisas fora da hora, seus impulsos colocam em constantes atritos com professores e

colegas. Apresenta descontrole emocional pela irritabilidade, pela agressividade e pelo

choro. Algumas crianças e adolescente são retraídas, inibidas e frustram com facilidade.

Com esse quadro os alunos com os sintomas do TDAH são vulneráveis ao fracasso

escolar.

Mattos (2005) faz uma alerta aos professores em relação ao aluno prestar atenção,

fazer apenas o que lhe interessa, essa é uma das características do transtorno. Outro

aspecto muito importante é o professor saber distinguir: “incapacidade de vontade de

atender a regras” (TDAH) com “falta de vontade de atender a regras” (problemas

comportamentais), juntos podem ocasionar um problema ainda maior.

Caro educador, Mattos (2005), nos mostra as dificuldades de aprendizagem que

podem coexistir com o TDAH:

A) Transtornos do Aprendizado

1. Transtorno da Leitura, também conhecido como “dislexia”, existem graus variáveis de

dislexia, a forma mais grave (não sendo possível a alfabetização) e a forma mais leve.

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(dificuldades de leitura, leitura silabada, aos tropeços) em relação à escrita também

apresenta graves problemas.

2. O transtorno da Expressão Escrita, também conhecida por “disgrafia”, além de a grafia

ser ruim, varia a forma e tamanho da letra, uso incorreto do espaço no papel, dificuldades

de se expressar, construção de frases sem sentido, com ordem inversa, sendo difícil a

compreensão.

3. O Transtorno da Matemática, também chamado de “discalculia”. Uma dificuldade muito

grande de operar conceitos matemáticos seja por escrito ou oralmente.

B) Os Transtornos da Linguagem:

Existem dois tipos, O primeiro é o expressivo, quando existe muita dificuldade de

se expressar oralmente e por escrito. Essas crianças geralmente aprendem a falar muito

tarde. Usam frases curtas, com vocabulário reduzido, (dificuldade no ditado e na

redação).

O segundo tipo é o expressivo-receptivo, além das dificuldades acima

mencionadas, existe a dificuldade de compreensão, é muito comum à existência de

problemas psiquiátricos.

2. DESENVOLVIMENTO DO MATERIAL TEMÁTICO E APRESENTAÇÃO DO

PROJETO DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA

O projeto de Intervenção Pedagógica ocorreu no período de julho a outubro do

ano de dois mil e onze, no Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP.

A intenção do projeto foi sua aplicação para os professores do Ensino

Fundamental, mas no decorrer do processo, surgiram oportunidades de expandir o

assunto a toda a comunidade escolar, atendendo os três turnos de funcionamento, e aos

acadêmicos do curso de Pedagogia da UENP.

Os encontros foram distribuídos nas horas atividades dos professores e nos

sábados com encontros presenciais.

O objetivo principal deste trabalho foi o processo de Inclusão, uma política que

visa eliminar nos processos educacionais qualquer tipo de discriminação e preconceito, e

possibilitar aos funcionários, pedagogos e professores a conhecer, refletir e discutir

acerca do Transtorno Déficit de Atenção e Hiperatividade.

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A metodologia utilizada envolveu aulas expositivas e trabalhos em grupo,

permitindo uma ação participativa dos envolvidos por meio de discussões, leituras e

debates referentes ao tema proposto.

A Produção Didático-Pedagógica desenvolvida no formato de Caderno Temático

intitulado ¨Educação Inclusiva: Ações orientadoras que contextualizam a prática

pedagógica”, abordou o seguinte tema na Unidade 3: “O aluno com TDAH no processo

ensino aprendizagem”, destacando o que é e como o TDAH pode influenciar nas relações

interpessoais, comprometendo o desempenho escolar e provocando baixa estima nos

alunos que o possuem. Busca através de conhecimento literário acerca do Transtorno

Déficit de Atenção e Hiperatividade oferecer subsídios aos docentes em sua prática

pedagógica, sugestões para “driblarem” as dificuldades e como lidar com adolescentes

que apresentam sinais de TDAH. A Inclusão é hoje objeto de reflexões e a sociedade

desperta para a diversidade, sendo então, o momento de superar estigmas e a

discriminação em relação às diferenças, pois falar em diversidade é não nos

esquecermos que vivemos num mundo diverso e ninguém é igual a ninguém.

É válido salientar que por meio do grupo de Trabalho em Rede (GTR), realizados

via ambiental virtual de aprendizagem Moodle, importantes contribuições e socializações

foram desenvolvidas por intermédio da interação e debates entre os participantes,

pedagogos, professores que atuam na sala de Recursos, Apoio, APAE e no Ensino

Regular de vários Núcleos Regionais de Educação do Estado do Paraná.

Nas interações, pude observar o interesse dos professores de “como trabalhar

com a criança ou adolescente com TDAH”, ficou claro entre os participantes o despreparo

e a dificuldade dos professores em relação à questão do comportamento, do

relacionamento e a metodologia utilizada para que realmente o processo ensino

aprendizagem se efetive. Evidenciou-se ainda, entre os participantes a necessidade da

interação da família na escola e na vida deste aluno, visto que ele necessita de cuidados

médicos com ajuda de medicamentos e a psicoterapia quando indicada.

A execução do Projeto de Intervenção Pedagógica, realizou- se com os

professores e pedagogos do Colégio Estadual Rui Barbosa EFMP e acadêmicos do Curso

de Pedagogia da UENP do Campus de Jacarezinho. A carga horária foi de 32 (trinta e

duas ) horas, com início em 23/07/2011 e término em 13/10/2011. Foram ainda utilizadas

32 (trinta e duas) horas para elaboração dos materiais utilizados durante a execução da

oficina, totalizando um total de 64 (sessenta e quatro) horas de implementação na escola.

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A proposta iniciou- se com a socialização do projeto à equipe pedagógica do

colégio em julho de 2011, no da semana pedagógica e a formação do grupo de estudos

com Direção, Professores, Pedagogos e funcionários interessados na efetivação do

projeto.

O momento de preparação do material foi importante e me dediquei a escolha dos

slides e textos que norteariam o projeto.

No mês de agosto de 2011 apresentei o projeto para os professores da Sala de

Recursos Multifuncional do Colégio Estadual Rui Barbosa – EFMP, do período matutino e

vespertino. Este encontro se tornou rico, pois suas contribuições e experiências com

alunos com necessidades educacionais especiais, e especificamente alunos com TDAH,

veio contribuir e enriquecer o estudo apresentado.

No dia 10 de agosto foi realizado a Implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica para o grupo de cursistas do Profuncionário realizado no Colégio Estadual

Rui Barbosa – EFMP, onde tivemos a presença da professora Miriam Suzana Olivieri

representante do PDE do Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho, neste encontro

fez-se sucintamente a apresentação com auxilio de slides do Projeto: “O aluno com TDAH

no processo ensino-aprendizagem”, para que o grupo tomasse conhecimento acerca do

TDAH. Neste encontro tivemos o depoimento de uma cursista Josiane Palmas, mãe de

uma criança com TDAH, diagnosticada pelo neuropediatra, seu depoimento foi muito

marcante pois todos os participantes puderam entender a importância e os cuidados da

família, da escola, dos fonoaudiólogos e psicólogos para o desenvolvimento pleno da

criança e do adolescente com TDAH. Além da importância dos profissionais ficou claro

que o carinho e o amor são essenciais no seu dia-a-dia. Foi importante a contribuição da

cursista Meiriele, acadêmica do curso de farmácia, que relatou a importância e os

cuidados do uso farmacológico no controle dos sintomas apresentados pelos pacientes do

TDAH.

Em 25 de agosto de 2011 deu- se início a Implementação no III Seminário de

Educação Especial na UENP, no campus de Jacarezinho, no evento da Educação,

Diversidade e Inclusão. Esteve presente a acadêmica do Curso de Pedagogia Ilaíde

Cherubin onde trouxe esclarecimentos das experiências vividas com sua filha que

apresenta o TDAH, este momento enriqueceu a parte teórica proposta pelo projeto.

Houve relatos do dia a dia vividos pela família, e esta ação foi valiosa no sentido de que

os participantes puderam expor casos de seus alunos, ou até mesmo de familiares que

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apresentam este transtorno. Foi distribuído aos participantes um texto com dicas sobre o

assunto.

No mês de setembro ocorreu a implementação do Projeto aos professores do

Ensino Fundamental e Médio nos períodos matutino e vespertino do Colégio Estadual Rui

Barbosa. As contribuições foram valiosas, visto que os sintomas de TADH são

apresentadas em alguns alunos no Ensino Regular. É de suma importância o professor

conhecer o TDAH, para poder diferenciá- lo de “má-educação”, “intolerância” ou

“preguiça”.

Para finalizar o encontro foi distribuído aos docentes para leitura e reflexão um

roteiro de dicas para o professor sobre o tema, destacando alguns pontos de uma série

de estratégias e intervenções que podem auxiliar o professor no ambiente da sala de aula

com a criança e adolescente com TDAH.

No dia 17 de outubro foi apresentado no período noturno, o projeto de

implementação para os professores do Curso Técnico em Enfermagem, Recursos

Humanos, Administração, Segurança do Trabalho e Agente Comunitário de Saúde.

No dia 13 de outubro no período vespertino e noturno foi realizada a

Implementação do Projeto de intervenção aos acadêmicos do Curso de Pedagogia da

UENP, no campus de Jacarezinho, visto que esta ação foi muito significativa aos futuros

professores.

Nas horas atividades dos professores, com pequenos grupos de professores, foi

realizada a apresentação do vídeo do Dr. Paulo Mattos, um dos autores utilizados na

minha pesquisa, que apresentou de forma clara o tema proposto.

Foi muito valiosa esta Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na

escola, pois além do enriquecimento pessoal, pude levar aos profissionais da educação

um estudo aprofundado acerca do TDAH, podendo assim, auxiliar os professores e

alunos com TDAH, para um melhor desempenho acadêmico.

3. RESULTADOS

Foi escolhido como modelo de pesquisa a pesquisa- ação, dentro de uma

abordagem qualitativa: como instrumento de pesquisa foi elaborado um diário de campo,

cujas anotações foram organizadas em categorias de análises.'É basicamente um

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processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realize quanto da sociedade na qual

esta se desenvolve. A pesquisa como atividade regular também pode ser definida com o

conjunto de atividades orientadas e planejadas pela busca do conhecimento.

Esta pesquisa foi feita através de diário de campo um instrumento utilizado pelos

investigadores para registrar anotar dados recolhidos pelos professores para serem

interpretados esta ferramenta permite sistematizar as experiências para posteriormente

analisar os resultados.

O diário e um instrumento capaz de possibilitar o exercício acadêmico na busca da

identificação de sucessivas críticas, pode- se realizar uma reflexão da ação cotidiana. É

um documento que apresenta tanto um caráter descretivo-analítico, como também um

caráter investigativo, ou seja, uma fonte inesgotável de construção desconstrução e

reconstrução do conhecimento., conforme afirma LEWGOY E ARRUDA (2004, P.123-

124).

Após os grupos de estudos foi solicitado aos cursistas do curso profuncionário,

professores e pedagogos, no total de (30) trinta participantes para responderem um

questionário para identificar sua experiência em relação aos alunos com Transtorno

Déficit de Atenção e Hiperatividade, e a contribuição obtida através dos estudos para o

seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Quanto a experiência relacionada aos profissionais envolvidos encontramos os

seguintes depoimentos:

Observou- se que 23% dos entrevistados não tinham nenhum conhecimento sobre

o TDAH.

Em relação aos depoimentos dos professores P2, P6, P9 E P30, foram relatadas

as dificuldades encontradas nos alunos com TDAH, sendo elas: dificuldade de

relacionamentos, de lembrar coisas triviais, e falta de concentração, pois qualquer barulho

ou movimento desvia a sua atenção, e isto acarreta sérios problemas de aprendizagem, o

professor deve utilizar estratégias diferenciadas para alcançar seus objetivos.

Segundo Mattos 2005, os transtornos de ansiedade são os mais comuns

encontrados no TDAH, o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) oscilam ao longo

do tempo. Algumas crianças apresentam fobias, medos intensos, e outras apresentam

comportamentos repetitivos, realizam determinadas coisas várias vezes, conhecido como

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

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Os problemas comportamentais desafiam pais e professores, eles não obedecem

regras ou limites, criando uma barreira, pois sua desobediência frequentemente atrapalha

o seu desempenho pessoal e escolar, e consequentemente sua aprendizagem.

Quanto aos professores P11, P16, P19, P21 e P20 relataram a existência de terem

crianças e adolescentes com TDAH na família. O P11 comentou o caso de seu filho de 5

anos, diagnosticado pelo neuropediatra, sua preocupação é muito grande, os primeiros

sinais foram detectados pela professora na creche, ele é uma criança muito agitada, e

começou a fazer uso da Ritalina, fez acompanhamento fonoaudiológico e psicológico,

hoje para ele a medicação traz a concentração necessária para o aprendizado.

O P16, relatou que teve experiência com uma prima que dava muito trabalho na

escola, principalmente nos anos iniciais, mas com o tratamento, na adolescência

apresentou uma melhora de comportamento e no convívio com seus familiares e na

escola.

O P19, comentou o relato do caso da sua sobrinha neta, que foi diagnosticada com

TDAH, mais ou menos com 3 anos, e tomava medicamentos que foram suspensos pela

psicóloga.

O P21, foi muito interessante, pois o mesmo relatou o trabalho que sua bebê

apresentava, ela chorava muito, era agitada e dormia pouco. Ela desabafou que os

primeiros anos, não foi tranquilo, pois era muito difícil acompanhar o seu ritmo. Levou em

vários pediatras os quais acharam desnecessário seu encaminhamento para um

neuropediatra, o professor comentou a importância deste estudo para iniciar o tratamento

com o mesmo o quanto antes.

Conforme Benczik (2000), o autor enfatiza que:

A partir do momento em que os pais identificam o porquê das atitudes do filho, podem assumir uma postura de compreensão, unindo-se com os profissionais em questão (professores, escola, psicopedagogas, etc.) ficando mais fácil ajudá-los.

É muito importante os pais estarem atentos a este transtorno, procurando

profissionais especializados para o diagnóstico clínico e o início do tratamento. Para

melhor compreensão é imprescindível o diálogo entre todos os envolvidos, para que seja

traçado uma linha de ação. Educar um filho com TDAH é um desafio muito grande.

O P10, P15, P17, P20, P22, P24 e P25 tiveram um mesmo comentário, com

relação às experiências como professor no trabalho com alunos com TDAH, o assunto

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relevante foi a diferença de comportamento dos alunos que tomavam medicação segundo

orientações médicas, e após o uso pareciam ser outra pessoa, acalmavam e ao mesmo

tempo parecia estar cansado.

Mattos (2005) afirma que uma vez feito o diagnóstico, é necessário o início

imediato do medicamento, e não deixá- lo “para último caso”. Os benefícios do tratamento

adequado são enormes em poucas semanas já bastam para se ver o resultado sobre a

hiperatividade, a impulsividade e a desatenção.

Para Benczik (2000) estudos avaliam a eficácia do metilfenidato no tratamento do

TDAH a inquietude sem propósito definido torna- se mais dirigida a um objetivo, e a

atenção sustentada melhora assim como a impulsividade.

Os autores utilizados nesta pesquisa mostram que a psicoterapia não deve ser

vista como uma alternativa ao tratamento farmacológico, e sim como uma medida

complementar.

Quanto aos demais professores relataram o comportamento agitado das crianças

e adolescentes com TDAH são conhecidos como “avoados”, “hiperativos”, e “impulsivos”,

não param quietos por muito tempo, e “parecem estar ligados no 220”, querem fazer tudo

ao mesmo tempo e costumam irritar as pessoas com facilidade.

De acordo com Facion (2007):

A hiperatividade manifesta- se através de características bem centrais como distúrbio de atenção ou de concentração, de impulsividade e de agitação. Como consequências desses sintomas, surgem muitas vezes outros problemas graves, como distúrbios emocionais, sociais, de aprendizagem e de aproveitamento.

O autor acima nos mostra que o problema maior se concentra na escola, visto que,

exige- se maior concentração. Essas crianças passam como perturbadas, não

conseguindo acompanhar as aulas, os trabalhos são confusos e quase sempre não

conseguem concluir suas tarefas. As atividades que exigem um esforço mental maior e

mais constante são vivenciadas como desagradáveis.

De acordo com Mattos (2005) ao escolher uma escola para uma criança ou um

adolescente com TDAH, é importante levar em consideração algumas características:

levar em conta as diferenças individuais de aprendizagem, adaptar metodologias

diversificadas de acordo com as necessidades dos alunos, o professor deverá utilizar

critérios diversificados ao avaliar e não compará- lo a media da turma. Para se utilizar

diferentes critérios de avaliação é recomendável classes com poucos alunos e a

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realização de trabalhos em pequenos grupos, a criança ou adolescente deve sentar- se

longe da janela e nas primeiras fileiras de preferências, bem como as mesas não devem

ficar muito juntas.

O rigor excessivo irá apenas contribuir para acentuar as dificuldades e diminuir a

autoestima, deve- se estabelecer metas em que ela possa cumpri- la.

“Lembre- se de que justiça não é dar a todo mundo a mesma coisa, mas dar a

qualquer um o que cada um precisa” (Mattos, 2005, p. 111). É importante amenizar o

impacto do TDAH tanto na vida acadêmica, quanto na vida social, pois os professores

devem dar um tratamento diferenciado aos alunos, aumentando suas chances de ser bem

sucedido.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto possibilitou- nos através da leitura pesquisada, esclarecimentos e

reflexões acerca do TDAH.

Através dos resultados foi confirmado que a criança ou adolescente com TDAH

passam boa parte de sua vida sendo consideradas incapazes, tendo sua autoestima

rebaixada e apresentam dificuldades em relacionar- se, são agitadas e sua paciência é

limitada.

O trabalho de estudo e reflexão realizado com pedagogos e professores

proporcionou auxiliar de maneira eficaz uma prática pedagógica que venha reintegrar o

nosso aluno com TDAH aos grupos sociais e possibilitar a estimulação e valorização do

seu aprendizado.

Enfatizar sempre o problema não melhora o comportamento e nem sua

aprendizagem, é preciso conhecer o transtorno e adaptar metodologias, enfatizando cada

possibilidade de avanço deste aluno. A queixa principal dos professores é o número

grande de alunos por sala de aula, dificultando o atendimento individual que o aluno com

TDAH precisa.

Dessa forma, acredita- se que o estudo realizado trouxe resultados significativos,

pois nos possibilitou o amadurecimento do conhecimento acerca ao tema, através das

pesquisas, e evidenciou- se que a ação pedagógica do professor não pode ser definida

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isoladamente, senão em contato com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas

que fazem o tratamento da criança do adolescente hiperativo e/ou desatenta.

Assim, a identificação precoce do problema, seguida por um tratamento adequado,

tem demonstrado que essas pessoas podem vencer os obstáculos, possibilitando desta

forma, uma vida normal.

5. REFERÊNCIAS

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