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Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2010

Título A construção do saber e a prática cotidiana de química experimental para o ensino de química no ensino médio

Autor Félix Paracena

Escola de Atuação Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio

Município da escola Salto do Lontra

Núcleo Regional de Educação Dois Vizinhos

Orientador Prof. Dr. Reinaldo Bariccatti

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Área do Conhecimento Química

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Relaciona-se com Geografia, Física, Biologia.

Público Alvo Alunos do Ensino Médio

Localização Rua Rio Grande Sul - Salto do Lontra - PR

Apresentação

Este material didático-pedagógico apresenta algumas possibilidades de trabalhar os conteúdos de Química, para as séries iniciais do Ensino Médio. Subsidiam teoricamente o material, autores como AMARAL (1996), ARRIBAS (1993), CORDÃO (2011), DEL PINO (1995), FONSECA (2001), GIORDAN (1999), JAPIASSU (1976), MALDANER (2002), VIEIRA (2011), QUEIROZ (2004), SANTANA (2004) e SAVIANI (2000).

A Unidade Didática aqui apresentada aborda práticas experimentais que envolvem a montagem de um laboratório e seus equipamentos básicos, a extração de óleos essenciais, a fabricação de produtos de limpeza (como sabão), a produção de silagem e a separação do álcool encontrado na gasolina, entre outras. Estas práticas são atividades propostas na implementação e, serão trabalhadas em contraturno, com alunos do 2º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Ir. Maria Margarida.

Palavras-chave Química; Substâncias químicas; Atividades experimentais.

INTERPRETAÇÕES DE OBSERVAÇÕES DE FENÔMENOS

COTIDIANOS COM UM OLHAR QUÍMICO

APRESENTAÇÃO

A ciência é uma construção completamente humana, movida pela fé de que, se sonharmos, insistirmos em descobrir, explicarmos e sonharmos de novo, o mundo de algum modo se tornará mais claro e toda a estranheza do universo se mostrará interligada e com sentido. (FONSECA, 2001).

A escolha do tema deve-se à riqueza e variedade do assunto. A química

nos envolve e está presente em todos os momentos de nossa vida, para isto basta

observar ao redor para vermos que estamos cercados de pequenos e grandes

mistérios, alguns com explicação mais simples, outros mais sofisticados, mas tudo

tem encanto e beleza em sua explicação.

Por tudo isso, a escolha do tema Interpretações de observações de

fenômenos cotidianos com um olhar químico é algo extremamente envolvente e

apaixonante, e tenho certeza que será em grande prazer o desafio de desenvolver o

tema um pouco mais profundamente através deste trabalho.

A proposta principal é como fazer o aluno identificar a química em cada

aspecto da vida cotidiana, ver a beleza e a utilidade do assunto e interessar-se por

isto no sentido de aprender e desenvolver cada aspecto descoberto.

Outra pergunta muito interessante e útil para o professor é como transferir o

entusiasmo pelo estudo e descoberta dos fenômenos químicos do dia-a-dia.

Acreditamos que se o estudante olhar a matéria com este olhar e

entendimento, o papel do professor será muito mais fácil e produtivo, porque a partir

do momento que o aluno tiver esta concepção ele próprio buscará aprofundar-se nas

descobertas e mostrará resultados bem mais que os normalmente satisfatórios para

ser aprovado.

Aqui o educando terá oportunidade de esclarecer as dúvidas que ocorrem

em seu cotidiano, tais como a formação de água no escapamento de um automóvel,

a formação microflocos de gelo após a combustão no motor de um avião a jato a

uma altitude de 10 km, conhecerá algumas formas para se proceder à separação de

misturas, em nosso caso álcool e gasolina, e também os respectivos cálculos para

identificar a o volume de cada substância. Também terá oportunidade de conhecer a

origem dos principais aromas e fragrâncias e uma forma de obtê-los, saberá

identificar a diferença entre um Ph ácido de um Ph básico, terá acesso também aos

tipos de fermentação que ocorrem na natureza espontaneamente e as provocadas

pelo ser humano como a obtenção de silagem, por exemplo, e certos produtos

alimentícios como yogurte, queijo, etc. O aluno também estará apto a identificar uma

substância polar de uma apolar, bem como seu uso.

A QUÍMICA EXPERIMENTAL DESPERTANDO A CURIOSIDADE DO EDUCANDO

Objetivo Geral

Mostrar que é possível aumentar o interesse do aluno pelo ensino de Química

na formação de um conhecimento científico sólido, fundamentado no processo

ensino-aprendizagem.

Objetivos Específicos

• Elevar a curiosidade científica do aluno;

• Mostrar a utilidade de juntar o lado teórico e o lado prático através da

experimentação;

• Melhorar a qualidade do aprendizado;

• Propiciar troca de experiências entre educando e educador.

Fundamentação Teórica

É possível contribuir com o conhecimento científico a partir do conhecimento

popular através de práticas experimentais através da Química. Não é apenas

possível como é desejável e aconselhável para que o ensino de Química, esta

matéria tão fundamental na vida do ser humano, venha a ser efetivada de maneira

muito mais proveitosa e agradável.

Através desta disciplina escolar torna-se mais fácil introduzir seus conceitos

a vários agentes em uma única oportunidade que é a turma de uma sala de aula. E

é neste ponto que se encontra o problema: os professores muitas vezes não estão

preparados para mostrar aos alunos a abrangência dos conteúdos e estes acabam

aceitando tudo que lhes é ensinado apenas teoricamente por obrigação de ser

aprovado nesta matéria. Se houver prática, se houver laboratório e alguém que

saiba conduzir uma aula assim, se elimina o desperdício de tempo e energia que

acontece com aulas teóricas quando não são postas em práticas. Sem falar que o

aluno que crescer sob tal influência dificilmente se tornará um professor capaz de

usar o laboratório adequadamente, contribuindo para o prosseguimento do círculo

vicioso. É necessária uma articulação entre os dois tipos de atividades, teoria e

prática, para que os conteúdos sejam relevantes à formação do indivíduo.

Para se obter isto é necessário o envolvimento do aluno nas atividades, e

não apenas com o objetivo de tirar uma nota que possibilite ser aprovado.

Se na sala de aula for feita a pergunta – “qual a importância do laboratório

nos seus estudos de química” - provavelmente teremos próximo de cem por cento

de opiniões enfatizando de várias formas essa importância e mostrando interesse

em tal participação. Além de útil a aula será muito mais interessante. E se for feita a

pergunta – “quantos acham as aulas de química interessantes da maneira que

normalmente são efetivadas” – certamente teremos um percentual preocupante de

descontentes, acreditando que o assunto é difícil de ser entendido e acompanhado

teoricamente.

Bem, se o aluno não gosta das aulas, muitos deles acabam desistindo por

este motivo, sem levar nada mais em consideração, sem ter a capacidade de

entender o quanto isto será danoso para suas vidas.

E isto é um problema de abrangência nacional. Em 28 de janeiro de 2011, o

jornal A Folha de São Paulo traz um artigo interessante sobre o tema. Segundo

Francisco Aparecido Cordão, presidente da Câmara de Educação Básica do

Conselho Nacional de Educação,

Os dados chocam: metade dos jovens de 15 a 17 anos estão fora do ensino médio, informa reportagem de Fabiana Rewald, publicada na Folha desta segunda-feira. Parte desse contingente estuda, com atraso, no ensino fundamental. Mas outra parte, a face mais preocupante dessa estatística, deixou os bancos escolares para trás. [Os alunos] encontram um ensino [médio] organizado em torno de um número muito grande de disciplinas, sobrecarregadas de conteúdos mais voltados para vestibulares, muitos deles sem significado para suas vidas. (CORDÃO, 2011).

Vamos prestar atenção a estas palavras do texto: “sobrecarregadas de

conteúdos mais voltados para vestibulares, muitos deles sem significado para suas

vidas”.

Os alunos geralmente estão procurando, definindo um rumo para suas vidas,

e sentem que estão desperdiçando o tempo com matérias teóricas sem importância

para eles, então desistem. Quando não desistem da escola, desistem de aprender o

que está sendo ensinado. Então acontece aquele comportamento de acompanhar as

aulas o mínimo necessário para conseguir nota suficiente para ser aprovado.

Isso representa quase o fim do aluno e também o fim de qualquer estímulo

ao professor. E isto precisa ser evitado a qualquer custo.

Em meu ponto de vista, baseado em longa experiência de sala de aula, a

solução para o problema exposto são aulas práticas acompanhadas de explicações

teóricas simples.

Quando noto e comento a falta de interesse nas aulas puramente teóricas e

o problema enorme que isso representa, eu não estou sozinho. Alguma coisa é

preciso ser feita, inclusive para que o professor disponha de tempo suficiente para

trabalhar em laboratório, repassando esta experiência ao aluno.

A autora Letícia Ramos, coordenadora do programa Ensino Médio Inovador,

em Pernambuco destaca:

O CNE discute atualmente uma atualização das diretrizes curriculares do ensino médio. Um dos programas que tem servido de base para a discussão é Ainda reportando-me ao artigo do jornal O Estado de São Paulo de 28/01/2011, vamos ver o envolvimento de órgãos governamentais responsáveis pela educação. O Ensino Médio Inovador, criado e financiado pelo Ministério da Educação e já implementado em 357 escolas do país em 2010 --São Paulo não participa, mas estuda entrar. O programa se baseia em quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Cada escola cria seu plano de ação pedagógica, que pode eleger um desses eixos como principal ou misturá-los, em atividades complementares, que podem acontecer até fora da sala de aula. Para isso, a carga horária passa das 2.400 horas anuais obrigatórias para 3.000. Outros focos são leitura, artes e atividades em laboratórios, além da dedicação integral dos professores. O programa acaba mexendo com a prática pedagógica do professor e o aluno começa a questionar. Ele vê que é possível que aquela disciplina seja ministrada de uma ou outra forma. (RAMOS, 2011)

Baseado mais uma vez em minha experiência de educador eu diria que

atualmente nota-se uma grande dificuldade encontrada por professores da área das

Ciências, no meu caso específico a Química, em trabalhar de forma dinâmica

associando teoria e prática. A falta de preparo profissional destes, aliada à escassez

de material adequado para a realização de aulas experimentais e do apoio das

escolas e do sistema educacional agrava ainda mais o problema.

No entanto, de acordo com Santana e Fonseca (2009),

O ensino de Ciências não deve apresentar respostas prontas e bem articuladas a perguntas pré-concebidas, ele deve acontecer por meio de atividades que problematizem e desafiem o aluno, conduzindo-o na construção do conhecimento cientifico. Este deve ser apresentado ao aluno como uma linguagem que lhe possibilitará interagir de maneira viva, “profunda”, com o ambiente e o mundo. Enfim, pensamos o ensino de Ciências baseado em atividades que sensibilizem, estimulem a criatividade e instiguem o espírito curioso e inventivo de crianças e jovens, enfocando os fenômenos mais simples do dia a dia. (SANTANA; FONSECA, 2009, p.6)

A química é uma ciência eminentemente experimental; daí a importância das

aulas práticas. As aulas no laboratório proporcionam uma maior aproximação dos

alunos com a disciplina. É de conhecimento dos professores de ciências o fato de a

experimentação despertar um forte interesse entre alunos de diversos níveis de

escolarização.

Sabe-se que os alunos possuem grande dificuldade de abstrair conceitos

passados em sala de aula, impossibilitando dessa forma uma relação destes

conceitos com seu dia-a-dia. A aula prática é uma sugestão de estratégia de ensino

que pode contribuir para melhoria na aprendizagem de Química. Pois, além dos

experimentos facilitarem a compreensão do conteúdo, tornam as aulas mais

dinâmicas, tendo assim uma aprendizagem mais significativa.

E não é isso que todos buscamos?

Encaminhamentos Metodológicos

A proposta da implementação do tema pesquisado será a de apresentar

algumas reflexões extraídas da realidade das práticas laboratoriais do Colégio

Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio, no município de Salto do Lontra –

Pr, tendo como pano de fundo o contexto do laboratório para a eficácia da Química

experimental, história, mecanismo de poder e decisão, falta de recursos financeiros

e atuação do educador/educando entre outros.

Através do questionário que aparece na sequência, elaborado com esta

finalidade, a turma também será avaliada de alguma forma e reconhecerá seu grau

de conhecimento em relação à matéria estudada. Conforme pode ser conferido pelo

cronograma, isto será feito no mês de julho, e o resultado será comparado com outra

avaliação no final. Desta maneira o trabalho terá como preocupação básica a busca

de alternativas didáticas para se trabalhar as práticas laboratoriais e atender uma

clientela pertencente às camadas mais desfavorecidas da população.

Primeira Oficina Explanação do projeto e questionário

Pelo momento da explanação do projeto já se buscará incutir a idéia da

quebra da estrutura didática dos livros-texto para o desenvolvimento da metodologia

científica mais útil e aplicada ao cotidiano. Com esta abordagem espera-se

desenvolver no educando uma postura de investigação científica focada no lado

prático, um espírito crítico para a leitura do mundo em que está inserido sob o

ângulo dos conhecimentos químicos.

QUESTIONÁRIO

1. O que você entende por Química Experimental?

2. Como interpretamos os fenômenos do cotidiano ligados à Química?

3. Como são feitos os chás diversos em sua casa?

4. A dosagem dos chás que as pessoas de sua família tomam é controlada?

5. Quais os principais remédios caseiros usados em as casa?

6. Você conhece os diversos princípios ativos desses remédios?

7. Em que você acha que a Química pode contribuir para a síntese cotidiana

desses remédios?

8. Dê a sua opinião sobre o conhecimento científico para o uso cotidiano.

A partir desta análise os problemas serão identificados e algumas soluções

serão propostas para a organização do laboratório, introduzindo a experimentação

com materiais alternativos para suprir as deficiências financeiras. Este é o grande

objetivo no qual o educador e o educando assumem a postura pedagógica da

integração da teoria com a prática, para a melhoria do ensino de Química.

Este aspecto aparecerá quando for feita a silagem, e então trabalharemos as

questões de fermentação, questões do Ph quando ácido ou base e serão feitas

visitas a algumas propriedades.

O presente questionário tem também a finalidade de testar o conhecimento

que o aluno tem da área de química e fazer uma comparação com uma avaliação ao

final das aulas ministradas.

Sugestão aos Professores

Nossa sugestão aos educadores da área de Química é que antes da

aplicação do questionário tenha um diálogo aberto com os alunos com o objetivo de

obter uma resposta íntegra e ter um parâmetro da medida da informação prévia do

aluno para avaliar o grau de conhecimento que se alcançou com o trabalho efetuado

durante todas as oficinas.

O objetivo de incutir conhecimento ao aluno é a transformação da sociedade

ou do dia-a-dia através dele.

O professor tem como missão transformar a sociedade, porque é o personagem principal da educação. É a única via de acesso à integração social para todos, e a única porta de saída da miséria para as camadas mais pobres da população, (SAVIANI, 2000).

Avaliação

Ao final deste questionamento, pretende-se observar o conhecimento prévio

que os alunos possuem sobre o conteúdo químico abordado. Partindo desse

conhecimento é que as atividades terão maior grau de complexidade e, não

esquecendo, de utilizar a realidade cotidiana dos educandos.

Segunda Oficina

Preparação do laboratório e a montagem dos materiais para extração de óleos

essenciais

No desenvolvimento desta aula se criará uma atmosfera de expectativa

positiva para o que ocorrerá na aula seguinte. Enquanto isto será transmitida a idéia

da importância de materiais capazes de ajudar a executar uma tarefa, e o quanto

eles podem alterar os resultados, seja para um bom ou mau desempenho de uma

determinada função. Enfim será mostrada a importância da ferramenta como auxiliar

na execução de uma tarefa específica.

Figura 1 - Destilação por arraste. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/cheiros-milenares-500064.shtml

Nesta aula também se mostrará a importância do manuseio dos

instrumentos de laboratório, pois o manuseio correto ou não dos materiais definirá o

resultado das atividades propostas. Esta aula se mostrará como a essência da

prática experimental, porque irá interferir no conhecimento futuro do educando.

Como em nosso laboratório as bancadas estão distantes das torneiras de

água, haverá uma adaptação com mangueiras de captação e devolução da água

para montagem dos condensadores. Também se trabalhará as vidrarias e outros

materiais tais como tela de amianto, tripé de ferro, bico de bussen, piceta, copo de

Becker balão de fundo chato, balão com saída lateral entre outros.

O trabalho com todas estas ferramentas deverá por si só despertar o

interesse dos alunos para saber quais serão os resultados obtidos.

O grande desinteresse dos alunos pelo estudo da química se deve, em geral, a falta de atividades experimentais que possam relacionar a teoria e a prática. Os profissionais de ensino, por sua vez, afirmam que este problema é devido à falta de laboratório ou de equipamentos que permitam a realização de aulas práticas (QUEIROZ, 2004)

Sugestão aos professores

Aos educadores da área de Química sugerimos que com relação a esta

oficina o trabalho de montagem, como demonstra a figura acima, tem que ser

executado minuciosamente, pois os materiais ali usados são extremamente

sensíveis, e os resultados dependem de seu correto manuseio. Também sugerimos

que, se possível, em nome da segurança e eficácia nos resultados, o trabalho seja

acompanhado por laboratorista.

Avaliação

A preparação do laboratório para a prática e o desenvolvimento das

atividades propostas nesta implementação é de fundamental importância. Para

tanto, avalia-se o envolvimento que os alunos têm no decorrer desta prática, além do

compromisso e responsabilidade na montagem dos equipamentos.

Terceira Oficina

Extração de óleos essenciais de citronela, cravo e eucalipto

A destilação a vapor é o método mais comum de extração de óleos

essenciais. Utiliza-se um alambique onde são colocadas as plantas. O vapor oriundo

da caldeira toca o local onde está a planta, liberando seus óleos. Os óleos voláteis

são arrastados pelo vapor da água e sai pelo destilador, sendo resfriado a seguir.

Então acontece a condensação da água e do óleo.

Para que ocorra a extração destes óleos é necessário que eles estejam

misturados a certas quantidades de água e o mesmo deverá estar em banho Maria

para que a evaporação seja lenta e a extração seja efetuada com sucesso e com

maior quantidade e qualidade possível.

Nesta etapa do processo, a habilidade e preparo do professor são

indispensáveis para se alcançar um resultado satisfatório de transferência de

conhecimento, porque é daí que ocorrerá o sucesso ou fracasso do ensino em sua

forma geral.

De acordo com (ALVES, 2007),

Ele terá sua parte a cumprir na luta contra o fracasso escolar. Nenhuma escola, nenhum sistema educacional será melhor do que a qualidade e habilidade do professor. Sua prática pedagógica, porém, dependerá de três fatores: qualidade básica, habilidade pessoal e preparo teórico e prático.

É possível que nenhum dos alunos tenha visto como se faz isto, e

seguramente a maioria nem tem idéia de como isto acontece. Espera-se um grande

interesse dos participantes nesta aula porque se verá na prática como algo de

utilidade na vida cotidiana pode ser alcançado. No dia seguinte a esta aula,

certamente o tema aqui estudado será motivo de assunto na mesa do almoço ou

nas conversas com amigos, nos comentários nas redes sociais que os alunos

participam, entre outros.

Apesar de parecidos, os processos de extração dos referidos óleos

essenciais não são iguais, no entanto, ao final da aula o educando terá uma ideia

bem concreta de como se efetuam estas extrações ou outras semelhantes. A partir

de então ele tem o conhecimento de onde vem os odores agradáveis dos materiais

de limpeza, perfumes, produtos de uso pessoal, etc.

O objetivo principal aqui é a obtenção dos produtos para extração do óleo.

Após isto será utilizado o laboratório previamente montado para extração dos óleos.

Sugestão aos professores

O que se pode sugerir aos educadores sobre este tópico é que tenham o

máximo cuidado com o manuseio do equipamento em nome da segurança porque

esta atividade envolve materiais para aquecimento, montagem de vidraria e

separação de produtos tais como os óleos essenciais.

Avaliação

Como proposta de avaliação aos educandos, já que estamos dando ênfase

ao lado prático, é que façam em forma de pesquisa as aplicações dos óleos

essenciais em um âmbito geral.

Quarta Oficina

Produção de sabões e alvejantes com adição dos óleos essenciais

No decorrer da produção destes produtos de uso comum, será possível ao

aluno participar de maneira ativa e esclarecer dúvidas que pareçam interessantes no

seu cotidiano.

A experimentação pode ter um caráter indutivo e nesse caso, o aluno pode controlar variáveis e descobrir ou redescobrir relações funcionais entre elas, e pode também ter um caráter dedutivo quando eles têm a oportunidade de testar o que é dito na teoria, porém a utilização dessas atividades bem planejadas facilita muito a compreensão da produção do conhecimento em química, podendo incluir demonstrações feitas pelo professor, experimentos para confirmação de informações já dadas, cuja interpretação leve a elaboração de conceitos entre outros, essas atividades é importante na formação de elos entre as concepções espontâneas e os conceitos científicos, propiciando aos alunos oportunidades de confirmar suas idéias ou então reestruturá-las (GIORDAN, 1999).

Com a adição das análises das reações que ocorreram nos experimentos

mencionados, será possível mostrar a eficácia dos sistemas práticos e teóricos

trabalhando em conjunto. A prática laboratorial representa o momento em que se

estabelece a ligação entre teoria e prática, onde se dá a instrumentalização do

educando sendo, dessa forma, um espaço dentro do laboratório em que ocorre a

busca de articulação entre o conhecimento específico e o vivencial.

Entre as várias fórmulas manipuladas para a obtenção dos produtos,

mostraremos uma onde se obterá sabão em barra.

Material utilizado: 8l de óleo comestível usado, 4l de água, 1 copo de sabão

em pó, 2 Kg de soda cáustica (NaOH), 10 ml de óleo essencial - Procedimento:

Dissolver o sabão em pó em 1l de água quente; dissolver a soda cáustica em 3l de

água quente.

Em um recipiente de 20l, adicionar lentamente as duas soluções ao óleo (não

vai ao fogo). Em seguida, adicionar lentamente vinagre (ácido acético) e controlar o

pH entre 6 e 7 com a ajuda de um papel indicador (ou papel de tornassol). Mexer por

20 minutos utilizando uma colher de pau ou um cabo de vassoura. Adicionar a

essência à massa fria. Despejar em formas. Desenformar após 24h. Cortar em

barras. Deixar secar por vinte dias.

Sugestão aos professores

Os conteúdos a serem trabalhados são reações endotérmicas e exotérmicas,

separações, vaporização e condensação. Também serão utilizados vários

compostos ácidos e básico, os quais podem causar danos ao organismo humano,

por isso sugerimos aos professores envolvidos nesta atividade que usem os

equipamentos de segurança de praxe para si e os alunos envolvidos nestas práticas

tais como luvas, máscaras, óculos, jaleco, calçados entre outros.

Avaliação

O que se espera dos educandos, na proposição da extração de óleos

essenciais é que percebam a importância dos cuidados na prática da atividade, bem

como a necessidade de seguir corretamente as orientações, visto que irão trabalhar

com produtos que podem agredir a saúde.

Quinta Oficina

Separação do álcool presente na gasolina

O objetivo desta oficina é a separação do álcool da gasolina para sabermos

os percentuais destes produtos nos postos de combustíveis em nossa cidade. Será

trabalhado a separação de componentes, eletronegativadade, substâncias polares e

apolares, cálculos químicos, entre outros.

Como ciência experimental, a Química exige que as aulas teóricas sejam

reforçadas com experimentos relacionados ao tema debatido. Essas atividades,

segundo Maldaner (1999) e Amaral (2996),

[...] podem incluir demonstrações feitas pelo professor, experimentos para confirmação de informações já dadas, cuja interpretação leve à elaboração de conceitos entre outros (MALDANER, 1999). A própria essência da Química revela a importância de introduzir este tipo de atividade ao aluno, esta ciência se relaciona com a natureza, sendo assim os experimentos propiciam ao estudante uma compreensão mais científica das transformações que nela ocorrem (AMARAL, 1996).

O lado prático ficará bem claro quando for abordado o assunto da qualidade

dos combustíveis distribuídos nos postos de nossa cidade, tais como percentual de

álcool na gasolina, uma vez que é algo do conhecimento geral e afeta a todos de

uma forma ou outra.

O procedimento para se obter a separação mencionada será colocar 100 ml

deste combustível em uma bureta graduada. Em um copo de Becker efetua-se uma

solução de água e cloreto de sódio diluída, e será adicionada uma quantidade entre

20 ml a 50 ml. Agita-se a mistura e aguarda-se entre 3 a 5 minutos, observa-se e

se procede a medição da gasolina em ml. Após isto efetua-se os cálculos

necessários para a obtenção dos percentuais de álcool no combustível.

Figura 2: Vidraria de laboratório Fonte: http://fisicayquimicaastura3eso.blogspot.com/

2010_11_01_archive.html

Figura 3: Copo de Becker Fonte:http://www.brasilescola.com/quimica/analise-volumetrica.htm

Sugestão aos professores

Uma sugestão de cautela aos professores é que seja mantida secreta a

origem dos estabelecimentos comerciais que fornecerem os combustíveis para se

evitar alguma polêmica desnecessária, uma vez que o objetivo aqui é apenas a

verificação do aspecto técnico da atividade desenvolvida.

Com relação à segurança deve ser observada estrita atenção no tocante aos

produtos usados já que são de fácil combustão e passiveis de causar acidentes

através de incêndio.

Sexta Oficina

Produção de silagem

O objetivo desta oficina que é a produção de silagem vem ao encontro dos

interesses diretos dos alunos envolvidos, uma vez que grande parte deles tem esta

atividade como parte de seu trabalho diário. Apesar da longa prática nesta produção,

nota-se alguma deficiência que compromete a qualidade do produto final. Uma das

fases incorretas que se tem observado é no momento da vedação do silo o ar não é

totalmente eliminado e a parte superior do silo ou cobertura deixa muito a desejar

porque são usados materiais muito leves para conservar a compactação da silagem.

Segundo Vieira (2011), do Centro de Produções Técnicas, da Universidade

Federal de Viçosa – UFV,

Define-se silagem como sendo o produto resultante da fermentação da planta forrageira na ausência de ar, finamente picada e acondicionada rapidamente em estrutura de armazenagem. Vale ressaltar que a ensilagem não é um método para melhorar o valor nutritivo de plantas forrageiras, mas, sim, um método que visa a preservação dos nutrientes dessas plantas. A ensilagem é um processo de conservação de forragem que tem sido amplamente utilizado com a finalidade de produção de alimento volumoso (silagem) de boa qualidade durante todo o ano, permitindo o aproveitamento do excesso de forragens do período das águas para fornecimento aos animais durante o período seco, quando ocorre uma diminuição quali-quantitativa das forrageiras. Essa estratégia é muito importante, principalmente, para empreendimentos de exploração intensiva com vacas leiteiras ou bovinos em confinamento, nos quais a exigência por volumoso de boa qualidade é maior. Para que haja um mínimo de perdas durante a confecção da silagem, alguns fatores devem ser considerados. O teor de umidade das forrageiras ao serem ensiladas tem grande influência nas reações químicas que ocorrerão durante o armazenamento, afetando, consequentemente, o valor nutritivo. A exclusão do ar é importante porque a respiração da planta consome os carboidratos disponíveis para a fermentação natural de ácido lático. Uma grande quantidade de ar deixada dentro do silo, ou nele penetrando naturalmente, prolongarão a respiração e, em consequência, o conteúdo de carboidratos solúveis será reduzido, aumentando as perdas de nutrientes e diminuindo a quantidade de ácido lático no produto final. Outros parâmetros importantes são a presença de bactérias produtoras de ácido lático e a quantidade de seus substratos (carboidratos solúveis). Em outras forragens que não milho e sorgo, a quantidade de carboidratos solúveis pode ser um fator limitante na produção de silagens com conteúdo de matéria seca inferior a 30% ou 35%. É sabido que muitas das forrageiras tropicais apresentam baixo teor de carboidratos solúveis. Em princípio, qualquer espécie forrageira, anual ou perene, pode ser ensilada. Entretanto, o milho é a espécie forrageira que tem sido mais utilizada na produção de silagens, em função, principalmente, de seu alto

conteúdo de energia, além da facilidade de mecanização na ensilagem e da alta produção de matéria seca/ha.

O primeiro passo desta aula será a produção de silagem no próprio

laboratório, improvisando materiais de uso cotidiano, e no ato da produção serão

realizados dois tipos de fermentação: aeróbia e anaeróbia. Isto servirá de

comparativo ao tipo de silagem produzida nas propriedades rurais.

Nesta oportunidade trabalharemos as questões de fermentação, Ph quando

ácido ou base, e serão feitas visitas a algumas propriedades.

Acreditamos que visitas a algumas propriedades é um fator fundamental

dentro do que nos propusemos a mostrar e ensinar. A ênfase deste trabalho sempre

foi a prática sobre a teoria, sendo esta segunda uma importante auxiliar, mas tendo

o lado prático como aspecto principal.

Depois das lições explanatórias e as aulas laboratoriais, o trabalho será

coroado com as visitas que nos mostrarão o lado cem por cento prático, e onde se

poderá ver e sentir o que se pode e o que não se pode fazer, o que traz e o que não

traz resultado efetivo, afinal, em um momento ou outro nos deparamos com a

realidade e teremos que saber lidar com ela da forma mais eficaz. As visitas darão

grande suporte para alcançar este objetivo, e onde muito poderá ser mostrado e

revisado de acordo com o que foi ensinado até aqui. É a oportunidade do aluno de

sujar as mãos e limpar as dúvidas.

Como sugestão aos professores que se trabalhe o resultado de uma

fermentação aeróbia e uma fermentação anaeróbia, sendo que na primeira se

formará o ácido lático e na segunda se formará o ácido acético.

Avaliação

Além de uma avaliação escrita final, a principal avaliação acontecerá no

decorrer das aulas e em diferentes situações onde se poderão avaliar vários

aspectos como interesse, dedicação, compreensão do assunto e possibilidade de

cada um em conseguir colocar em prática o que estará sendo estudado. Agindo

assim acreditamos que poderemos diluir alguma injustiça que pode acontecer

causada por algum imprevisto com uma única avaliação. Desta forma se abrangerá

um espectro maior do conhecimento e capacidade de cada estudante, dando

oportunidade para que todo tipo de conhecimento útil seja aproveitado.

Será feita uma comparação com o que foi respondido sobre o questionário

na aula inicial, para que o próprio aluno possa avaliar a compreensão e o

aprendizado obtido durante as práticas de laboratório e a implementação do projeto

proposto, na escola. Deverá funcionar como um estímulo, no qual os alunos poderão

considerar seu aproveitamento e aprendizado neste breve período.

Ao final da implementação, os resultados do pré-teste (questionário inicial) e

do pós-teste (questionário final) serão divulgados entre os alunos.

REFERÊNCIAS

AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo: Nobel, 1996

ARRIBAS, S. D. O Ensino na Área das Ciências. Caderno Catarinense do Ensino de Física, Florianópolis, SC, v. 10, n.1, p. 13-17, abril 1993.

CORDÃO, F. Alterações para tornar a escola mais atraente. Disponível em <http://marista.edu.br/ensinomedio/2011/03/04/mec-propoe-alteracoes-para-tornar-a-escola-mais-atraente/> Acesso em abril/2011.

DEL PINO, J. C. et al. Proposta de ensino de Química. Relatos de Pesquisa, Porto Alegre, RS, v. 26, p. 9-21, set. 1995.

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