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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica ... · ROTEIRO DO 2° ENCONTRO – 4 horas Disciplina/Área PDE: História IES: Universidade Estadual de Londrina NRE:

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica –

Turma 2016

Título: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO

CAFÉ NO NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS

LONDRINENSES

Autor: Carlos Yoshio Okawati

Disciplina/Área: História

Escola de

Implementação do Projeto e

sua localização:

Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Município da escola: Londrina

Núcleo Regional de

Educação:

Londrina

Professor Orientador: Dr. Gilmar Arruda

Instituição de Ensino

Superior:

Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar: História e Geografia

Resumo:

No dia 18 de julho de 1975, uma forte

geada ocorreu na região do norte do Paraná

atingindo as plantações de café, ficando

conhecida como "Geada Negra de 75". O

fenômeno natural que dizimou as plantações é

descrito na história da cidade como responsável

pelo fim da cultura cafeeira. No entanto, além

desse episódio específico outros fatores

externos já indicavam a decadência da café na

região. Nesse sentido, as políticas econômicas

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do período serão analisadas dentro do contexto

da região norte do Paraná. A fim de reconstruir a

versão da “Geada Negra de 75”, baseando-se

em fatos e fontes históricas, principalmente por

meio de análise de jornais, busca-se refletir

sobre a influência dessas mídias nos imaginário

coletivo dos londrinenses, questionando outros

fatores que podem ter influenciado a decadência

da cultura cafeeira.

Palavras-chave: Cafeicultura; política econômica de 1964-

1980; geada negra de 1975; imaginário coletivo.

Formato do Material

Didático:

Unidade Didática

Público: Alunos(as) do 9° ano

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APRESENTAÇÃO

A cultura cafeeira é parte fundamental da história de Londrina, Paraná. A

cidade deve sua expansão fundamentalmente pela iniciativa do plantio do café na

região do norte do Paraná. Nesse período o produto café tinha um alto valor

agregado, e por isso era nominado de “Ouro Verde”, mesmo nome que leva o bairro

da zona norte, onde situa-se o colégio em que desenvolverei este projeto. Outros

bairros, ruas, empreendimentos espalhados pela região também fazem referência

em seus nomes a este que foi principal negócio que estimulou o desenvolvimento

econômico na época. A cidade chegou a ganhar o título de “Capital Mundial do

Café”, uma vez que, na década de 60 a 70, a Cia. Cacique de Café Solúvel

representava a maior exportadora no país.

No dia 18 de julho de 1975, uma forte geada ocorreu na região atingindo as

plantações de café, ficando conhecida como "Geada Negra de 75". O fenômeno

natural que dizimou as plantações é descrito na história da cidade como responsável

pelo fim da cultura cafeeira. No entanto, além desse episódio específico, outros

fatores externos já indicavam a decadência do café na região. Nesse sentido, as

políticas econômicas do período serão analisadas dentro do contexto da região norte

do Paraná.

A fim de reconstruir a versão de que a “Geada Negra de 75”, foi responsável

pelo fim dos cafezais, baseando-se em fatos e fontes históricas, principalmente por

meio de análise de jornais, busca-se refletir sobre a influência dessas mídias no

imaginário coletivo dos londrinenses, questionando outros fatores que podem ter

influenciado na decadência da cultura cafeeira.

Por meio do diário impresso, propõe-se identificar quais eram as personagens

políticas que estavam no poder e as suas intenções, os conteúdos de suas

narrativas, os seus interesses, as suas atitudes. Além disso, estimar de que forma as

personagens políticas influenciaram na construção do imaginário coletivo de que a

geada negra de 1975 acabou com a cafeicultura, assim provocando o desemprego

no campo, êxodo rural e graves problemas sociais na cidade.

Portanto, busca-se compreender de que maneira os meios de comunicações,

juntamente com as autoridades estaduais e federais, influenciaram na criação do

presente imaginário coletivo de que a geada negra de 1975 teria dizimado a

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monocultura cafeeira de Londrina e norte do Paraná, analisando quais seriam os

interesses envolvidos na construção desse imaginário e quais os atores silenciados

por essa memória.

O material está organizado em planos de aulas com temáticas específicas,

que seguem roteiros, com previsão de seis encontros de 4 horas e um encontro de 8

horas, somando 32 horas, sendo que a maior parte das atividades será realizada no

contra turno escolar. Além disso, há atividades extra classe que propõem pesquisa e

entrevistas que devem ser feitas pelos próprios alunos.

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 1° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

A Cafeicultura em Londrina

INTRODUÇÃO

O café foi uma das atividades mais importantes da economia brasileira.

Sendo a economia cafeeira também parte fundamental da história de Londrina/PR e

do seu desenvolvimento. Muitos símbolos da cidade podem ser relacionados de

forma direta com a cultura cafeeira. Além disso, também podemos identificar bairros,

ruas, monumentos, empreendimentos, etc. com a mesma conexão. Ex: O Brasão de

Armas e Hino da Cidade.

“O Brasão traz no listel as datas de 3 e 10/12/1934, que representam a

criação e a instalação do Município respectivamente. As torres identificam uma

cidade de primeira grandeza. O escudo de prata reverencia os descobridores

portugueses enquanto a cruz vermelha é homenagem aos empreendedores ingleses

que deram início a Londrina. As estrelas de prata representam a constelação do

Cruzeiro do Sul, o arado lembra o valor do trabalho na terra e os ramos de cafeeiro

formam um registro histórico do produto que marcou o progresso da cidade.”

(PREFEITURA DE LONDRINA).

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Em consonância o hino da cidade de Londrina faz também referência a

cultura cafeeira (ANEXO 1). Bairros e Ruas levam no nome a herança do Café:

Paque Ouro Verde; Cafezal; Residencial do Café, Av. Do Café, etc. Da mesma forma

outros espaços Públicos, empreendimentos e monumentos, como: Estádio do Café;

Teatro Ouro Verde; Bar Estação Café Brasil; Hotel Bourbon; Hotel Sumatra,

Shopping Catai (esses relacionados a diferentes tipos de café).

Evidenciamos assim, a importância do café e seu cultivo na história de

Londrina.

OBJETIVOS

Introduzir brevemente a história do café

Apresentar o histórico da expansão cafeeira no norte do Paraná

e sua importância especialmente para cidade de Londrina/PR

ESTRATÉGIAS

Apresentação do projeto do PDE e programa de atividades aos

alunos;

Tempo previsto: 1h.

Apresentar e comentar o vídeo “Origem do Café” com alunos.

Apresentar um breve histórico sobre a origem do consumo da bebida;

introdução do café ao Brasil;

Tempo previsto: 2h.

Identificar relações da cultura cafeeira com lugares, bairros,

monumentos na cidade de Londrina.

Tempo previsto: 1h.

ATIVIDADES

Reproduzir o curta: Origem do café - Vídeo ilustrando a origem

do café em 4min;

Reproduzir o curta: Café Passado Agora “Do êxito ao êxodo,

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caminhos da cafeicultura na região norte do Paraná”. Curta documentário

gravado em 2008 em distritos da zona rural de Londrina, traz entrevistas com

trabalhadores e ex-trabalhadores do café e as memórias em torno de

fotografias produzidas entre 1957 e 1970 por Armínio Kaiser, ex-funcionário

do Instituto Brasileiro do Café”.

Refletir sobre as relações da cultura cafeeira com lugares,

bairros, monumentos na cidade de Londrina, especialmente no que diz

respeito ao bairro “Ouro Verde”, onde o Col. Est. Pe. Wistremundo R. P.

Garcia está localizado.

RECURSOS

COMPUTADOR

DATASHOW

REFERËNCIAS

Café Passado Agora. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=S5tJss5u980. Acesso em 01/11/2016.

Origem do café. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BXsILW7u8mc. Acesso em 01/11/2016.

Prefeitura de Londrina. Disponível em: http://www1.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=133&Itemid=19. Acesso em 01/11/2016.

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ANEXO 1° ENCONTRO

Hino de Londrina

Londrina!

Cidade de braços abertos

A todos os filhos do nosso Brasil!

E a todos aqueles de Pátria distantes,

Que aqui confiantes

Sob um pálio anil,

Seu lar construíram e aos filhos se uniram,

E aos filhos se uniram do nosso Brasil!

Londrina!

Cidade que sobe, que cresce,

Que brota e floresce,

Que em frutos se expande!

Que a Pátria enriquece,

Que alta, e que grande,

O encanto oferece

De sempre menina!

Londrina!

Das matas e das derrubadas,

Londrina das roças de espigas dobradas!

Das filas cerradas de pés de café!

Dos grandes poentes das tardes douradas,

De escolas ao longo, das longas estradas!

Do arado, do livro, da indústria e da fé!

De braços abertos, dá pouso e guarida,

A todos que a buscam, materna e gentil!

Porém, destemida, se os brios lhe ofuscam,

Sói ser atrevida, impávida, hostil.

Seu solo fecundo, feraz, generoso

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A quem, carinhoso, lhe deita a semente,

Por uma dá mil!

Padrão de trabalho plantado na História!

Londrina!

Cidade que um povo viril

Ergueu para a

Glória

Do nosso Brasil!

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 2° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

Geada Negra de 1975

INTRODUÇÃO

O jornal é um meio de comunicação muito rico como fonte de construção de

conhecimento e igualmente, para reflexão e identificação das ideologias que

perpassam o que é transmitido na mídia. O produto de empresa jornalística está

diretamente relacionada à questão do lucro, portanto, manifesta um interesse

financeiro e ideológico. Os jornais não são apenas retratos da realidade, são

manifestações que transmitem a sua verdade do que acontece na sociedade como

afirma (Faria, 1996, p.14) “grande número de pessoas são levadas a acreditar que

tudo o que vem no jornal é verdade ou é a verdade sobre o fato”.

A “Geada Negra de 1975” foi um evento que ocorreu no dia 18 de julho de

1975 estando nas manchetes dos principais jornais e meios de comunicação da

região e do país. Nesse sentido, o jornal aparece como uma fonte importante para a

reconstituição da geada negra, e a repercussão deste evento na época. Registrado

em suas matérias, propagandas, editoriais, fotografias, utilizamos tais elementos

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como meio para reconstituição da história, o que nos possibilita a interpretação e

análise da pesquisa em um primeiro momento.

“A Geada Negra recebe esse nome porque queima as plantas por dentro,

deixando-as com aparência escura. A baixa temperatura e o vento intenso causam o

rápido congelamento da seiva. “O vento frio colabora para que a geada seja

bastante intensa. Foi o caso. Uma geada como a de 1975 aniquilou toda a produção

de café. Nesse caso, seria preciso esperar três anos até o café se recuperar.

Quando ocorre uma geada dessas, o tronco queima até o nível solo. Mas depois o

café brota”, explica o agrônomo Irineu Pozzobon.” (GAZETA DO POVO).

OBJETIVOS

Apresentar o fenômeno denominado “Geada Negra de 1975”

Desenvolver o senso crítico nas leituras das reportagens

produção da informação dos jornais;

Compreender que as informações produzidas pelos jornais

podem valorizar (exagerar) ou omitir determinados fatos atendendo

interesses, opiniões e acordos;

Perceber que o jornal pode ser uma importante ferramenta de

pesquisa, mas deve ser usado de forma crítica.

ESTRATÉGIAS

Por meio de fontes de jornal, fotos e vídeos busca-se

compreender o evento da “Geada Negra de 1975”;

Tempo previsto: 1h30min.

O aluno será capaz de ler, analisar, compreender, interpretar e

desenvolver o senso crítico nas leituras das reportagens sobre a “Geada

Negra de 1975”;

Tempo previsto: 1h

O aluno será capaz de questionar os interesses que norteiam a

produção da informação dos jornais.

Tempo previsto: 1h30min.

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ATIVIDADES

Reproduzir o documentário “Geada Negra”. Dir.: Adriano Justino

| 52 min. | Cor | 2010. “Na manhã de 18 de julho de 1975 uma perspectiva

terrível assombra o Paraná. A economia do estado, ainda vinculada à

produção cafeeira, passaria pelo seu pior pesadelo. Se na noite anterior

Curitiba dormia deslumbrada com a rara neve que caíra sobre a cidade, no

dia seguinte o Paraná acordou com os efeitos catastróficos da geada negra. A

partir daquele momento, as cidades paranaenses seriam transformadas.”

Serão distribuídos aos alunos cópias das matérias dos principais

jornais que cobriram o fenômeno da Geada de 75. Em seguida em grupos os

alunos deverão ler e destacar as principais informações encontradas.

Os alunos deverão perguntar aos seus familiares, avós, vizinhos

mais velhos sobre a memória da geada de 1975. Para aula seguinte trazer

para esses relatos transcritos em caderno ou gravados no celular/câmera.

RECURSOS

COMPUTADOR

DATASHOW

JORNAIS (Folha de Londrina, Gazeta do Povo, O Estado do

Paraná)

REFERËNCIAS

ANTONELLI, Diego. O dia antes do fim. Gazeta do povo,Curitiba,12 jul.2015. Vida e cidadania, p.8.

Geada Negra. Dir.: Adriano Justino | 52 min. | Cor | 2010.

ACCORSI, Fernanda Amorim. TERUYA, Teresa Kazuko. A MEDIAÇÃO DOCENTE NO USO JORNAL NA SALA DE AULA. Volume 1, Número 1. Maringá: UEM, 2012. 1

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ANEXO 2° ENCONTRO

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 3° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

O Imaginário Coletivo sobre a Geada Negra

INTRODUÇÃO

Muitos estudos têm sido realizados acerca do papel do historiador diante,

principalmente, dos fatos históricos e sua relação direta com a memória e a história;

igualmente com a memória social e a memória coletiva.

De acordo com Le Goff (1996) a memória é sempre uma construção feita no

presente a partir de vivências e experiências ocorridas no passado. Discutir sobre o

que deve ser lembrado e também sobre o que deve ser esquecido integra os

mecanismos de controle de um grupo sobre outro. Como diz Le Goff “A memória, na

qual cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para

servir o presente ao futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva

sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.” (1996, p.471).

Entender os processos históricos e como eles aconteceram, além de resgatar

um passado que não tenha sido “lido” como deveria, como menciona Maurice

Halbwachs (2005) é uma forma não só de revivê-lo como de reinterpretá-lo e, assim,

sentir a história, de alguma forma, ser reescrita, pois “esquecer um período da sua

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vida é perder contato com aqueles que então nos rodeavam” (2005, p. 37).

Como instrumento para recuperação da história, muitas vezes os documentos

considerados fontes históricas podem ser também os testemunhos, depoimentos de

pessoas que viveram em determinado momentos históricos. Márcio Seligmann-Silva,

pesquisador que se debruça sob os aspectos dos testemunhos como gênero

literário, afirma que:

“O testemunho coloca-se desde o início sob o signo da sua

simultânea necessidade e impossibilidade. Testemunha-se um excesso de

realidade e o próprio testemunho enquanto narração testemunha uma falta:

a cisão entre a linguagem e o evento, a impossibilidade de recobrir o vivido

(o ‘real’) com o verbal” (2003, p.46).

Assim, o testemunho - oral e escrito - é uma forma de resgate necessário da

memória - individual e coletiva - e também uma maneira de avaliação, por parte do

historiador, dos instrumentos que retratam os fatos históricos e assim atribuir a

relevância dos mesmos, pois como ensina Maurice Halbwachs, “a história não é

todo o passado, mas aquilo que resta do passado”, e isto faz com que a memória

seja uma espécie de instrumento de releitura da história fazendo-a viva e isto a

perpetua ou se renova, enfatiza ele, “através do tempo e onde é possível encontrar

um grande número dessas correntes antigas que haviam desaparecido somente na

aparência” (2005, p.71).

OBJETIVOS

Compreender de que forma atua o Imaginário Coletivo dos

londrinenses em relação a “Geada Negra de 1975”

ESTRATÉGIAS

Refletir acerca dos testemunhos apresentados tanto pelos

jornais e vídeos de época, como também aqueles trazidos pelos alunos em

relação as memórias daqueles que vivenciaram a “Geada Negra de 1975”

Tempo previsto: .2h

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Trabalhar o conceito de memória coletiva com os alunos.

Tempo previsto: 2h

ATIVIDADES

Os alunos deverão apresentar os relatos que obtiveram nas

entrevistas com parentes, avós, vizinhos etc. Isto posto, juntos iremos

identificar pontos em comum ou divergentes das perspectivas trazidas.

Introduzir conceitos acerca da memória coletiva. Traremos para

isso o texto: “Conclusão: o valor da memória”, do livro História e Memória,

Jacques Le Goff.

Projeção dos vídeos: Ouro Verde, Memórias da cidade do café,

um documentário sobre a saga histórica de Londrina e norte do Paraná;

Geada Negra, Kosmos Noetós produções, que retratam a história da

cafeicultura no norte do Paraná e a trágica geada negra ocorrida no Estado

do Paraná em 1975 e as suas consequências.

Discutir a matéria da Gazeta: “Os 40 anos da geada que

devastou o Paraná”. De acordo com o jornal “em 1975, a geada negra

destruiu com a cultura do café no Norte do estado e mudou a configuração

urbana e econômica do Paraná.”

RECURSOS

COMPUTADOR

DATASHOW

TEXTO IMRPESSO - Le Goff, Jacques. “História e memória”.

(1990). pg. 409-411

REFERËNCIAS BOSI, Eclea. Memória e Sociedade: lembrança de velhos. São Paulo,

Companhia das Letras, 2009. HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução: Laís Teles Benoir.

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São Paulo, Centauro Editora, 2005. LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, Editora da Unicamp,

1996. SELIGMANN-SILVA, Márcio (org.). História, memória, literatura: o

Testemunho na Era das Catástrofes. Campinas, Editora da Unicamp, 2003

ANEXO 3° ENCONTRO

O valor da memória

A evolução das sociedades na segunda metade do século XX clarifica

a importância do papel que a memória coletiva desempenha. Exorbitando a

história como ciência e como culto público, ao mesmo tempo a montante

enquanto reservatório (móvel) da história, rico em arquivos e em

documentos/monumentos, e a aval, eco sonoro (e vivo) do trabalho histórico,

a memória coletiva faz parte das grandes questões das sociedades

desenvolvidas e das sociedades em vias de desenvolvimento, das classes

dominantes e das classes dominadas, lutando todas pelo poder ou pela vida,

pela sobrevivência e pela promoção. Mais do que nunca, são verdadeiras as

palavras de Leroi-Gourhan: "A partir do Homo sapiens, a constituição de um

aparato da memória social domina todos os problemas da evolução humana"

[1964-65, p. 24]; e ainda: "A tradição é biologicamente tão indispensável à

espécie humana como o condicionamento genético o é às sociedades de

insetos: a sobrevivência étnica funda-se na rotina, o diálogo que se

estabelece suscita o equilíbrio entre rotina e progresso, simbolizando a rotina

o capital necessário à sobrevivência do grupo, o progresso, a intervenção das

inovações individuais para uma sobrevivência melhorada" [Pg. 476] [ibid.]. A

memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade,

individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos

indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia. Mas a memória

coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto

de poder. São as sociedades cuja memória social é sobretudo oral ou que

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estão em vias de constituir uma memória coletiva escrita que melhor

permitem compreender esta luta pela dominação da recordação e da tradição,

esta manifestação da memória. O caso da historiografia etrusca constitui

talvez a ilustração de uma memória coletiva tão estreitamente ligada a uma

classe social dominante que a identificação dessa classe com a nação

significou ausência de memória, quando a nação desapareceu: "Não

conhecemos os Etruscos, no plano literário, a não ser por intermédio dos

Gregos e dos Romanos: não nos chegou nenhuma relação histórica,

admitindo que esta tenha existido. Talvez as suas tradições históricas ou

para-históricas nacionais tenham desaparecido com a aristocracia que parece

ter sido a depositária do patrimônio mural, jurídico e religioso da sua nação.

Quando esta deixou de existir enquanto nação autônoma, os Etruscos

perderam, ao que parece, a consciência do seu passado, ou seja, de si

mesmos" [Mansuelli, 1967, pp. 139-40]. Veyne, estudando o evergetismo

grego e romano, mostrou admiravelmente como os ricos "sacrificaram então

uma parte da sua fortuna para deixar uma recordação do seu papel" [1973, p.

272], e como, no Império Romano, o imperador monopolizou o evergetismo e,

ao mesmo tempo, a memória coletiva: "sozinho, manda construir todos os

edifícios públicos (à exceção dos monumentos que o senado e o povo

romano erguem em sua honra)" [ibid., p. 688]. E o senado vingar-se-á por

vezes pela destruição desta memória imperial. Balandier fornece o exemplo

dos Beti dos Camarões, para evocar a manipulação das "genealogias" cujo

papel na memória coletiva dos povos sem escrita se conhece: "Num estudo

inédito consagrado aos Beti dos Camarões meridionais, o escritor Mongo Beti

relata e ilustra a estratégia que permite aos indivíduos [Pg. 477] ambiciosos e

empreendedores "adaptar" as genealogias a fim de legalizar uma

preponderância contestável" [1974, p. 195]. Nas sociedades desenvolvidas,

os novos arquivos (arquivos orais e audiovisuais) não escaparam à vigilância

dos governantes, mesmo se podem controlar esta memória tão estreitamente

como os novos utensílios de produção desta memória, nomeadamente a do

rádio e a da televisão. Cabe, com efeito, aos profissionais científicos da

memória, antropólogos, historiadores, jornalistas, sociólogos, fazer da luta

pela democratização da memória social um dos imperativos prioritários da sua

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objetividade científica. Inspirando-se em Ranger [1977], que denunciou a

subordinação da antropologia africana tradicional às fontes "elitistas" e

nomeadamente às "genealogias" manipuladas pelos clãs dominantes, Triulzi

convidou à pesquisa da memória do "homem comum" africano. Desejou o

recurso, na África, como na Europa, "às recordações familiares, às histórias

locais, de clã, de famílias, de aldeias, às recordações pessoais..:, a todo

aquele vasto complexo de conhecimentos não-oficiais, não-

institucionalizados, que ainda não se cristalizaram em tradições formais... que

de algum modo representam a consciência coletiva de grupos inteiros

(famílias, aldeias) ou de indivíduos (recordações e experiências pessoais),

contrapondo-se a um conhecimento privatizado e monopolizado por grupos

precisos em defesa de interesses constituídos" [1977, p. 477]. A memória,

onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado

para servir o presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma a que a

memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.[J.

Le G.].

Le Goff, Jacques. “História e memória”. Conclusão: O valor da memória -

pg. 475-477. Campinas, Editora da Unicamp, 1996

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 4° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

Política Econômica de 1964 – 1980.

INTRODUÇÃO

Em meados da década de 1960, havia um processo de erradicação do café

conforme a política econômica agrária dos governantes militares estabelecidos no

Brasil, após o golpe de 64. Ao analisar as várias narrativas, pretende-se questionar

quais as perspectivas do Governo Estadual e Federal, os interesses dos fazendeiros

e outros setores sociais, que podem ter contribuído para a consolidação da memória

que a geada negra de 1975, acabara com a cafeicultura do Norte do Paraná,

resultando no êxodo rural, provocando um rápido crescimento urbano e ampliando

os problemas sociais como o de desemprego, falta de habitação e outros mais.

A geada negra de 1975 está inserida ao contexto histórico do período da

Ditadura Militar no Brasil (1964-1985). No dia 31 de março de 1964, os militares

brasileiros aplicaram um golpe de Estado, depondo o então presidente João Goulart.

Sob o pretexto de afastar a “ameaça comunista”, eles implantaram no país uma

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ditadura militar, que ficou marcada pelo desrespeito aos direitos humanos e pela

perseguição aos opositores do regime. Com o golpe militar, o debate político ficou

restrito e houve uma derrota coletiva das propostas defendidas pelos segmentos da

esquerda brasileira, que defendiam justiça social por meio de uma mudança

expressiva no campo da reforma agrária.

Com a chegada dos militares ao poder, os estudos e propostas do economista

Delfim Neto, da USP, efetiva-se como hegemônica e as suas teses se consolidam,

em 1967, quando assume o Ministério da Fazenda. O economista Guilherme

Delgado, demarca que de 1965 a 1980, nesse período histórico, houve o

crescimento da agricultura capitalista em integração com a economia industrial e

urbano e com o setor externo sob a mediação financeira do setor público.

Guilherme Delgado expõe sua análise sobre as características da política

econômica do regime militar para o campo, denominada “modernização

conservadora da agricultura”:

“Denominei este processo de integração técnica-agricultura-

indústria, caracterizado de um lado pela mudança na base técnica de meios

de produção utilizados pela agricultura, materializada na presença

crescente de insumos industriais (fertilizantes, defensivos, corretivos do

solo, sementes melhoradas e combustíveis líquidos, etc.,); e máquinas

industriais (tratores, colheitadeiras, implementos, equipamentos de injeção,

entre outros. (2001, p. 164)”.

Assim afirmando que possibilitou a integração entre campo, agricultura com o

urbano e industrial: “ocorreu uma integração de grau variável entre a produção

primária de alimentos e matérias-primas e vários ramos industriais (oleaginosos,

moinhos, indústria de cana e álcool, papel e papelão, fumo, têxtil, bebidas, etc.)”

(2001 p.164).

Baseado nos fundamentos teóricos de Guilherme Delgado, podemos verificar

quais eram as intenções da política do governo federal em relação à cultura do café:

“Tratava-se ainda de uma resposta à política agrícola dos anos 50,

dominada excessivamente pela prioridade do IBC à valorização cafeeira e

ao regime cambial então vigentes. Ela foi também uma maneira de

responder aos intensos desafios da industrialização e urbanização,

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combinados com uma necessária diversificação e elevação das exportações

primárias e agroindustriais do Brasil (2001 p.164)”.

A respeito dessas mesmas intenções, José Miguel Arias Neto (1998, p.246)

analisa o processo e chega à conclusão de que a monocultura do café estava

acabada, uma vez que os dados da produção agrícola evidenciam também, que, por

volta de meados dos anos 70, a produção do café por outras lavouras –

especialmente soja e trigo- havia se consolidado.

Em uma edição comemorativa aos 40 anos da geada negra, o jornal Folha de

Londrina, domingo, na edição de 12 de julho, matéria assinada por Widson

Schwartz, nos dá pista, apontando sobre como a influência da política econômica da

ditadura militar para o campo influenciou o fim da monocultura cafeeira. Na década

de 60 o modelo de concentração cafeeira começa a dar sinais de esgotamento e a

soja ganha espaço.

Em 1966, a Sociedade Rural do Norte do Paraná, decide “reivindicar ao Sr.

Presidente da República um instituto de pesquisas”. Tais iniciativas passaram a

corresponder a uma decisão maior de “modernizar a agricultura” do governo

ditatorial, que assumiu o país em 1964. (2015).

Na Folha de Londrina, 12 de julho de 2015, o jornalista Widson Schwartz

informa que a soja estava sendo introduzida em Londrina e norte do Paraná:

Em 1963, depois da geada e os incêndios na zona rural, o presidente do IBC,

Nelson Maculan – também para atenuar as dificuldades dos cafeicultores-,

incentivou a produção de alimentos, pela distribuição de sementes, inclusive de soja,

trazida do Rio Grande do Sul.

Na mesma Folha reportagem de 12 de julho de 2015, Schwartz diz sobre a

consolidação da política agrícola e a consolidação da mecanização de Londrina e

região com dados estatísticos:

“Coincidentemente, a Transparana S.A. – sede em Londrina –

assumiu a posição de maior revendedora de tratores agrícolas na América

Latina em 1975, entregando 2.500 Massey Ferguson. E a área colhida de

soja no Estado – safra 74/75 – foi de 1,631 milhão de hectares, produção de

3.624 milhões de toneladas, produtividade de 2.200kg/ha. Indicativos de

que a soja mecanização já não eram estranhos (2015, p.9)”.

Três meses antes da geada negra, em 16 de abril de 1975, a Empresa

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Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) formalizou o Centro Nacional de

Pesquisa de Soja (CNPSo), em Londrina, fato que demonstra que a soja estava se

consolidando na agricultura da região do Norte do Paraná.

OBJETIVOS

Apresentar a política econômica do período de 1964 – 1980

Analisar a política econômica da ditadura militar, denominada

“modernização conservadora da agricultura” e estabelecer relações com a

economia cafeeira na década de 60 e 70.

ESTRATÉGIAS

A partir das manchetes de jornais, selecionar e identificar os

fatores paralelos a “Geada Negra de 1975” que já demonstravam ou previam

a decadência da cultura cafeeira.

Tempo previsto: 4h

ATIVIDADES

Em grupos os alunos deverão enumerar todos os fatores que já

identificavam ou previam a decadência da cultura cafeeira

RECURSOS

COMPUTADOR

DATASHOW

XEROX

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REFERËNCIAS

ARIAS NETO, José Miguel. O Eldorado: representações da política em Londrina 1930-1975. Londrina, Editora da UEL, 1998.

DELGADO, Delgado C. Expansão e modernização agropecuário do setor agropecuário no pós-guerra: um estudo da reflexão agrária. In: Estudos Avançados, vol. 1, nº 1, São Paulo, IEA. 1987. GAZETA DO POVO. Os 40 anos da geada que devastou o Paraná. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/especiais/40-anos-da-geada-negra/o-dia-antes-do-fim-0cq6bwgyf403z8w3q8e5k6ow5. Acesso em 01/11/2016.

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ANEXO 4° ENCONTRO

Um século de cafezais

“Paraná do café” tem início em meados do século 19, no chamado “Norte

Pioneiro”, estendendo-se até 1975, ano da Geada Negra que devassou cafezais

1860 – Primeiros registros do plantio do café no Paraná , então uma

extensão da zona cafeeira paulista.

Década de 1920 – Norte Pioneiro se integra à economia paranaense. Porto

de Paranaguá vai exportar 30 mil sacas.

1927 – Companhia de Terras Norte do Paraná compra meio milhão de

alqueires e a revende a pequenos e médios agricultores. Região chegará a 26 mil

lotes rurais.

Década de 1950 – População paranaense ultrapassa 2 milhões de

habitantes. Apenas no Norte do Paraná, 100 mil famílias serão fixadas. Café

ultrapassa a extração de madeira e o mate.

Década de 1960 – Modelo de concentração cafeeira começa a dar sinais de

esgotamento – soja ganha espaço. Aumentam migrações para a cidade – capital

passa de 300 mil para 600 mil habitantes.

17 de julho de 1975 – Neva em Curitiba. Jornais destacam a paisagem

europeia da capital.

18 de julho de 1975 – Em Londrina, termômetros marcam -3,2° C. Geada

Negra era um fato. Produção de café será reduzida a zero.

19 de julho de 1975 – Governador do Paraná, Jayme Canet Jr., decreta o

fim da cafeicultura no Paraná. Êxodo do campo para a cidade vai atingir 2,5

milhões de pessoas no estado, durante aquela década. Perto de 300 mil lavradores

ficam sem emprego

1976 – Início do Plano de Revigoramento dos Cafezais, com plantio de 130

milhões de novas covas e mais 50 milhões no ano seguinte, mas cultura não se

recupera.

Ipardes; No tempo do Canet, (2015); Dennison de Oliveira (2001).

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 5° ENCONTRO – 8 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

Aula de Campo – Visita ao Museu Carlos Pe. Weiss e Cia. Cacique de Café

Solúvel.

INTRODUÇÃO

“O Museu Histórico de Londrina foi inaugurado em 18 de setembro de

1970, na antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina e a partir de

1974 tornou-se órgão suplementar da Universidade Estadual de Londrina, vinculado

academicamente ao Centro de Letras e Ciências Humanas. Desde 10 de dezembro

de 1986, ocupa o prédio da antiga Estação Ferroviária de Londrina, que por suas

linhas arquitetônicas constitui-se em marco histórico da origem inglesa da

colonização de Londrina e do Norte Novo do Paraná” (MUSEU HISTÓRICO DE

LONDRINA).

“A Cia. Cacique de Café Solúvel foi criada em 17 de outubro de 1959 por

Horácio Sabino Coimbra em Londrina, Paraná, onde até hoje tem sua sede. Alguns

anos antes, Horácio Coimbra havia comprado a Cia. Cacique de Armazéns Gerais

com o intuito de armazenar a produção agrícola que o banco de sua propriedade

financiava. Resolveu então usar o mesmo nome, Cacique, e a imagem do índio, na

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empresa de café que acabara de criar.

Em 1970, a Cia. Cacique, já então uma importante exportadora brasileira de café, dá

um passo importante para sua consolidação. Em meados de 2014, uma notícia nada

alvissareira chega ao mercado. A Cia. Cacique de Café Solúvel resolve fechar o

capital na BM&FBovespa, a bolsa brasileira. Se por uma lado sua liquidez era baixa,

com poucos negócios realizados no dia-a-dia do pregão, e, com isso, tinha uma

participação inexpressiva, por outro lado, sua saída da bolsa, independente dos

motivos, traz a lume um grande paradoxo: no país tropical que por tanto tempo teve

o café como principal produto de exportação e com forte mercado interno, vê-se o

fechamento de capital de uma da poucas participantes do setor. E, cabe ressaltar,

que a Companhia Iguaçu de Café Solúvel, quase que concomitantemente, seguiu o

mesmo caminho. Também fechou o capital.” (Cia Cacique)

OBJETIVOS

Conhecer a história da cultura cafeeira na região;

Identificar materiais que estejam relacionados a cultura cafeeira

do norte do Paraná.

Buscar identificar de que forma foi construída a narrativa do

Museu Histórico Carlos Pe. Weiss.

Identificar na logística da cidade monumentos, objetos e formas

que remetem a memória da cidade de Londrina em relação a cultura cafeeira.

ESTRATÉGIAS

Visita ao Museu Carlos Pe. Weiss a procura de materiais

relacionados a cafeicultura e a Geada Negra de 75;

Tempo previsto: 4h

Visita à fábrica cacique para conhecer a história de 55 anos da

empresa, fazendo relações com o período anterior e posterior a Geada Negra

de 75.

Tempo previsto: 4h

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ATIVIDADES

Visita ao Museu - SETOR DE IMAGEM E SOM "Eugênio Brugin"

“O setor possui um acervo de aproximadamente 50 mil peças (fotografias,

álbuns fotográficos, negativos de vidro, negativos flexíveis, slides, filmes de 16mm e

35mm, quadros, discos, depoimentos gravados de pioneiros de diversas profissões

em fitas K-7 e Vídeo). São diversas as coleções fotográficas que integram acervo,

produzidas, sobretudo, a partir do final da década de 1920. Destacam-se as

coleções de José Juliani, fotógrafo oficial da Companhia de Terras Norte do Paraná,

que registrou o desenvolvimento de Londrina e região nas décadas de 1930 a 1960.

Coleção de George Craig Smith, integrante da Primeira Caravana que chegou em

Londrina em agosto de 1929 e registrou as primeiras imagens no Patrimônio Três

Bôcas, que deu origem a cidade de Londrina. E a Coleção de filmes de 16mm do

pioneiro Hikoma Udihara que documentou a cidade de Londrina e região nas

décadas de 1940, 1950 e 1960” (MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA).

Visita à fábrica Cia Cacique

RECURSOS

TRANSPORTE

BLOCO DE NOTAS

CAMERA FOTOGRÁFICA

REFERËNCIAS

MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA . Disponível em: http://www.uel.br/museu/. Acesso em 01/11/2016.

CIA CACIQUE. Disponível em: http://cacique.com.br/institucional/nossa-historia Acesso em 01/11/2016.

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 6° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

Contestando a História e imaginário da “Geada Negra de 1975”.

INTRODUÇÃO

Jacques Le Goff considera que todo documento reproduz o discurso do

dominador e tem a intenção de construir uma versão de quem escreve,

manifestando toda uma relação de poder de quem a produziu, e que o historiador

busca desconstruir mitos, questionando a veracidade dos conteúdo do documento,

insistindo que sempre se deve levantar questões como Quem o criou? Por que

criou? Quais os seus interesses? como ele salienta: “o documento é monumento.

Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou

involuntariamente – determinada imagem de si próprias” (1996, p.548).

Jacques Le Goff conceitua que todo documento/monumento é

resultado da intencionalidade de quem o produz reforçando que: “no limite, não

existe um documento-verdade. Todo documento é mentira. Cabe ao historiador não

fazer o papel de ingênuo” (1996, p. 548).

Assim pergunta-se, quais seriam os interesses envolvidos na construção do

imaginário da “Geada Negra de 1975” como responsável pelo fim da cultura cafeeira

e quais os atores silenciados por essa memória?

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OBJETIVOS

Debater e contrapor o ponto de vista contido nos documentários

de que a “geada negra!” acabou com a monocultura do café na região do

Norte do Paraná.

ESTRATÉGIAS

Propor novas possibilidades e significados acerca dos fatos

históricos.

Tempo previsto: 4h

ATIVIDADES

Em grupos os alunos deverão debater e buscar outros exemplos

em que fatos históricos ou mesmo atuais podem ser manipulados ou

distorcidos pela forma de abordagem.

RECURSOS

COMPUTADOR

DATASHOW

REFERËNCIAS

LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, Editora da Unicamp,

1996

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UNIDADE DIDÁTICA

ROTEIRO DO 7° ENCONTRO – 4 horas

Disciplina/Área PDE: História

IES: Universidade Estadual de Londrina

NRE: Londrina

Colégio de implementação: Col. Est. Pe. Wistremundo R. P. Garcia

Ano de Aplicação: 2017

Titulo: A “GEADA NEGRA” DE 1975 E O FIM DA MONOCULTURA DO CAFÉ NO

NORTE DO PARANÁ NO IMAGINÁRIO COLETIVO DOS LONDRINENSES.

TEMA

Oficina de Mural.

INTRODUÇÃO

Após todas as aulas em que foram discutidas várias temáticas relacionadas a

questão do café e da “geada negra” os alunos terão informações e conhecimentos

que possibilitarão a elaboração de um mural sobre a temática em questão.

OBJETIVOS

Elaborar com os alunos um Mural com o tema: “Geada Negra

de 1975”.

ESTRATÉGIAS

Na produção do mural os alunos devem levar em consideração

os demais fatores que além do fenômeno natural da geada influenciaram para

decadência da cultura cafeeira na região do norte do Paraná.

Tempo previsto: 4h

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ATIVIDADES

Os alunos deverão dividir-se em grupos por temas e irão

produzir os cartazes.

RECURSOS

JORNAIS

CARTOLINA

COLA E TESOURA

CANETAS E TINTA