Upload
joao-filho
View
112
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Tema:
Nulidade das cláusulas abusivas nos contratos de consumo: entre o passado e o futuro
do direito do consumidor brasileiro
Referência bibliográfica:
MIRAGEM, Bruno. Nulidade das cláusulas abusivas nos contratos de consumo: entre o
passado e o futuro do direito do consumidor brasileiro. Revista do direito do
consumidor. Nulidade das cláusulas abusivas nos contratos de consumo: entre o
passado e o futuro do direito do consumidor brasileiro. 71, Jul./Set. 2009.
Ideias do texto:
Segundo Bruno Miragem aborda no artigo a nulidade das clausulas abusivas no direito
brasileiro. Levando com base no CDC, em seu art. 51, a nulidade em questão “é uma
das mais importantes sanções a projetar, pela via normativa, a proteção do consumidor”.
Mas a conformação da liberdade contratual por parte do consumidor pela norma de
proteção sempre sofreu criticas . No art. 51 é expresso em afirmar que as clausulas
abusivas são nulas de pleno direito, mas o STJ, na Sumula 381 informa que é vedado,
nos contratos bancários, ao julgador, conhecer, de ofício, a abusividade das cláusulas.
“O desenvolvimento e efetividade do direito do consumidor brasileiro, em boa medida,
resultam da construtiva interpretação e aplicação pela jurisprudência”. A nulidade das
clausulas abusivas, quando violam a lei, ofendem a ordem pública, isso expressam o
resultado da proteção jurídica aos vulneráveis no mercado de consumo.
Por mais que tenham a mesma origem, o instituto do abuso do direito, a concepção de
abuso/abusividade nos direitos Civil e do Consumidor, não se confundem, por mais que
tenham semelhanças. No Direito do consumidor o abuso se vincula a dois critérios: “(a) o
status constitucional do consumidor como sujeito de direitos fundamentais” e “(b)
presunção jurídica de sua vulnerabilidade”.
“É a vulnerabilidade do consumidor, reconhecida de modo implícito pela Constituição -
que determina sua defesa/proteção, e explicito pelo Código de Defesa do consumidor
(art. 4º, I), fundamento para o reconhecimento do abuso do direito do microssistema do
direito do consumidor. Enquanto que no direito civil comum, o desrespeitos dos limites
impostos pelos fins econômicos e sociais, pela boa fé e pelos bons costumes, implica na
caracterização da conduta abusiva, no direito do consumidor se dá por uma posição de
dominância do fornecedor em relação ao consumidor”. A sistemática do Direito do
Consumidor visa a sansão da nulidade da cláusula abusiva e a preservação da parte
válida do contrato. Em direito comparado a violação da ordem pública, sua
consequência, mediante ato jurídico há a nulidade do referido ato. A abusividade se
apresenta de duas formas no contrato de consumo: (a) – pelo conteúdo do contrato,
quando a violação do equilíbrio das prestações ou do poder de direção da execução
contratual. (b) – Forma de contratação, quando há violação da qualidade do
consentimento.
Controle de conteúdo do contrato – “ tem que haver , com a verificação do equilíbrio
contratual, tanto do ponto de vista do equilíbrio econômico das prestações como na
celebração e execução do contrato.
Forma de Contratação – As informações devem ser de imediata e fácil compreensão do
fornecedor ao consumidor, assim não sendo, determina a ineficácia das disposições
quando houver prejuízo do consumidor, assim descriminado nos artigos 46 e 54 § 4º, “a
falta de conhecimento e informações não permite: (a) o acesso ás especulações do
contrato de adesão antes da celebração; ou mesmo (b) a compreensão dos termos do
contrato, em geral redigido em linguagem técnico-jurídica ou técnico econômica,
inacessíveis ao consumidor médio. Deve ser clara em não em conteúdo, mas em forma
de inclusão no pacto em relação a prévia e adequada informação do consumidor. “ o
reconhecimento de um direito de manutenção de manutenção do contrato é condição
para a efetividade da proteção do consumidor, de modo a evitar que qualquer demanda
em relação aos termos do contrato ou a conduta do fornecedor possa dar causa a
resolução unilateral por sua parte”. Não havendo provas não se confunde com a
inexistência de interesse que que não seja rompido a continuidade do ato de seus
efeitos.
Sentido e alcance da nulidade de pleno direito das clausulas abusivas – Antes de
tudo a principal critica ao se referir que só uma só relação nas espécies de clausulas
abusivas e sua sanção, preferencia que o legislador brasileiro preferiu, é a de nulidade
pendente de rescisão. A nulidade absoluta sustenta-se em que deverá ser arguida pelo
interessado, mesmo muitas destas não sendo evidentes no CDC, dependendo, algumas
de dilação probatória por parte do juiz, avaliando as circunstâncias do caso. Também se
há uma modificação de clausula abusiva,, como poderia modificar algo que é nulo? É
preciso se entender o conceito de nulidade, desta forma, entende-se: “a nulidade é o
meio de se assegurar o respeito à lei, podendo haver, conforme bem assinalaram Ripert
e Boulanger, dentre as nulidades absolutas as que se denominam nulidades de ordem
pública, consideradas de revestidas de gravidade contra o interesse coletivo, que podem
ser decretadas, de oficio pelo juiz”. Mazeud e Chalbas: “as nulidade absolutas
sancionam a violação de uma regra de ordem pública, as nulidades relativas à violação
de regras editadas para proteção de interesses privados”.
Efeito da nulidade de pleno e seu reconhecimento jurisprudencial – “Este é o
reconhecimento de oficio da nulidade das clausulas abusivas, a partir aplicação do art.
51 do CDC que ora observa resistência, especialmente do STJ, conforme demonstra a
recente edição da Súmula 381 daquela Corte. Esta, ao proibir expressamente o
conhecimento de ofício da abusividade da clausula nos contratos bancários, parece
encaminhar-se no sentido contrário à tendência observada em direito comparado, assim
como desfia o significado consagrado às disposições do Código de Defesa do
Consumidor”.
Entre o passado e o futuro: a Súmula 381 do STJ e a definição de nulidade nos
contratos de consumo – a expansão da jurisdição e do acesso à justiça aumentou o
numero de processos a serem julgados pelo Judiciário. Com esse aumento o poder
Judiciário vem a conceber, periodicamente, estratégia para as políticas judiciária para
suprir o atendimento a demanda. Dentro deste escopo de demanda, uma boa parte
desse aumento encontra-se as relações de consumo. Dentro desse cenário, têm da
jurisprudência, emergido importantes contribuições para o desenvolvimento científico e
prático do Direito do Consumidor. “Da mesma forma, a importante concreção da norma
do art. 51, IV do CDC, aplicado no controle do conteúdo do contrato de consumo,
compreendida como clausula geral de definição das clausulas abusivas”. Há ainda, com
o acesso a informações do direito, consumidores individuais que se aproveitariam, de
má-fé, da presunção de vulnerabilidade em casos que dariam causa de aproveitamento
indevido. Em exame dessas possíveis situações há criticas quanto a validade, sendo
assim (a) as normas não protegem o individuo de má-fé, (b) “parte de casos individuais
geralmente não demonstrados, mas que recolhe do senso comum, para contrapor a
natureza da norma em situações que marcadamente indicam a dependência do
consumidor que não produz os bens da vida necessários a sua subsistência e
desenvolvimento, daqueles que os produzem e detêm o conhecimento especializado
sobre estes bens, os fornecedores; (c) desconsidera, ainda, o fundamento da imputação
de responsabilidade ao fornecedor a partir da alocação dos riscos do mercado a quem
tenha melhores condições de retribuir os custos que representam para os demais
participantes do mercado”.
Considerações finais – O controle da clausulas abusivas nos contratos de consumo
integra a gênese do sistema normativo de defesa ao consumidor, integrando a ordem
púbica constitucional. A nulidade de pleno direito é historicamente afirmada no direito
privado como meio de proteção da autoridade do direito, exigindo do juiz a conhecer e
aplicar a sanção de ofício. O entendimento do STJ está em contra ponto ao art. 51 do
CDC, de modo amplo, do sistema nacional de nulidades construído pelo direito brasileiro.
“A aplicação do art. 51 do CDC e da nulidade de pleno direito com que sanciona as
clausulas abusivas nos contratos de consumo, pressupõe a discursão do sistema de
nulidade construído pelo direito brasileiro. E a reflexão sobre o poder do juiz e do
compromisso estatal com a autoridade da lei – e no caso presente – da realização do
direito fundamental – pressupõe a argumentação técnica que sustente a solução
adotada”.
Observações complementares:
O texto aborda o contexto das nulidades das clausulas das clausulas abusivas no direito
brasileiro. De modo prático, as clausulas ao irem de encontro a ordem pública há a
nulidade de pleno direito. O juiz para manter a ordem jurídica, pode conhecer de ofício a
abusividade das clausulas. Dentro do escopo do texto, refere-se ainda, o autor, em que o
direito de consumo estaria divido, na prática, no viés das instituições bancárias, onde o
juiz, não poderia realizar o procedimento de ofício, esta vedação ao magistrado está
ligada a súmula 381 do STJ, que distingue os contratos de consumo. Assim esse
procedimento a ambiguidade entre a interpretação do tribunal e o art. 51 do CDC.