Fichamento a Porta Aberta Peter Brook

8/10/2019 Fichamento a Porta Aberta Peter Brook

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O teatro imediato s#$ere "#e (evemos (escobrir, a"#i e a$ora, osmelhores meios (e (ar vi(a a #m tema "#al"#er /&$ 1 o# o teatro (o "#e %necessrio. m teatro "#e (eve abrir es&ao &ara os elementos ros e osimros.

O teatro % '#stamente oponto de encontroentre as $ran(es "#est6es (a

h#mani(a(e ? a vi(a, a morte e a (imenso artesanal, e+tremamente &r;tica. /&$21A base (o o*cio teatral consiste em estabelecer com o &)blico, a &artir (e

elementos m#itos concretos, #ma relao $ue funcione/&$ 51O teatro % sem&re a busca(e #ma significao% bem como um modo de

torn&la significativa para outros /&$ 301O teatro no tem haver com e(i*cios, nem com te+tos, atores, estilos o#

*ormas, a essncia(o teatro resi(e no momento presente. /&$ 3=1O teatro se torna &eri$oso "#an(o libera no &resente #m &otencial

coletivo (e &ensamentos, (e mitos e tra#mas "#e estava oc#lto. /&$ 3>1O teatro no tem na(a haver com #m (ebate entre &essoas c#ltas. Atrav%s

(a ener$ia (o som, (a &alavra, (a cor e (o movimento, o teatro aciona #ma teclaemocional"#e &or s#a vez envia (escar$as &ara o intelecto. /&$ 21 /as&ectosensorial &rimeiramente1

E #m mecanismo "#e &ermite a to(os os &artici&antes saborear &or #mmomento, #m aspecto da verdade./&$ 51

O teatro % #ma ma"#ina (e *azer (escer e s#bir &elos n#veis dasignificao/&$ 51

E #m alia(o e+terno (a via es&irit#al e e+iste &ara o*erecer relances*#$azes, (e #m m#n(o invisvel "#e inter&enetra o m#n(o coti(iano e %normalmente i$nora(o &or nossos senti(os /&$ 01

8eatro tem "#e ter #mafaceta cotidiana, &ois a vi(a % o "#e ele conhece.9 &recisa ter s#bstncia e si$ni*ica(os ori#n(os (a e+&eri7ncia h#mana. /&$ >1

Para viver no &resente uma experincia teatraltemos "#e acom&anhar apulsao do nosso tempo. Combinar a criativi(a(e com a s#&er*cie m#t;vel (avi(a./&$ >1

Ob'etivo: encontrar o teci(o (a vi(a. Por isso to(a *orma viva % v;li(a./&$ >1

O m#n(o (e ho'e nos o*erece novas &ossibili(a(es. 9sse imensovocab#l;rio h#mano &o(e ser enri"#eci(o &or elementos "#e n#nca tiveram

'#ntos no &assa(o. Ca(a raa, ca(a c#lt#ra &o(e trazer #ma *rase "#e #na ah#mani(a(e /&$ =1

-o (eve ser chato nem convencional. 8em "#e ser inesperado.9le nos leva aver(a(e atrav%s (a surpresa,(a e+citao, (os 'o$os, (a ale$ria. Gnte$ra o &assa(o e o*#t#ro no &resente, &ermite #ma (istncia entre ns e a"#ilo "#e nos ro(eia, e elimina a(istncia entre ns e o "#e est; lon$e. /&$ =1

O "#e im&orta % a verdadeno momento &resente. /&$ =1

na orao, no rit#al, no coro e na com#nicao (e ti&o com#nit;rio, o teatrose$#e o rastro (e s#as razes reli$iosas e msticas. 9m vez (e #ma &sicolo$ia (e &o#co*Hle$o, alme'am4se $ran(es &ai+6es. Bastante s#r&reen(ente: na era tecnol$ica, oteatro contin#a a ser #m l#$ar (e meta*sica mais s#$estivo. J; "#e a reali(a(e encontra4

se como aban(ona(a &elos (e#ses, caracteriza(a &or #ma *alta no s (e ser, masmesmo (e #ma a&ar7ncia no4trivial, evi(encia4se a necessi(a(e (e b#scar o#tros


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m#n(os, ato&ias e #to&ias nas ci*ras (o &alco &ara realizar #ma a#t7ntica e+&eri7ncia (oes&irit#al. /531

Porque os quadros so emoldurados? [...] a moldura [...] os desprende da

natureza; ela uma janela que d para um espao inteiramente diferente, uma janelapara o esprito, onde a flor pintada no mais uma flor que mur!"a, mas uma

interpretao de todas as flores. # moldura !olo!a fora do tempo [...] o que uma

moldura nos diz? $la diz% &ol"e para !, aqui 'o!( en!ontra al)o di)no de ser 'isto,

al)o que est fora do a!aso e da transitoriedade; aqui 'o!( en!ontra o sentido que

dura * no as flores que mur!"am, mas a ima)em das flores, ou !omo j foi dito% o

sentido ima)em.+ -a /ris!"0 1230

8otali(a(e, il#so e re&resentao (o m#n(o esto na base (o mo(elo (rama, ao&asso "#e o teatro (ram;tico, &or meio (e s#a *orma, a*irma a totali(a(e como mo(elo(o real. O teatro (ram;tico termina "#an(o esses elementos no mais constit#em o

&rinc&io re$#la(or, mas a&enas #ma variante &ossvel (a arte teatral. /&;$. 231

!obre o Ator:

D#al"#er idia tem "#e se materializar em carne, san$#e e reali(a(eemocional: tem "#e ir al%m (a imitao &ara "#e a vi(a inventa(a se'a tamb%m#ma vida paralela, "#e no se &ossa (istin$#ir (a reali(a(e em nvel al$#m /&$=1

!er mais intenso re"#er harmonia perfeita(e &ensamento, sentimento ecor&o /&$ 01

O h;bito (e no se mover, (e *icar inerte a *rente (a 8I atro*ia eim&ossibilita o cor&o. Blo"#eia o ritmo enri'ecen(o e mal acostumando ocorpo. O ator oci(ental /#rbano e contem&orneo1 tem "#e com&ensar essa(e*ici7ncia /(a a im&ortncia (os e+erccios e t%cnicas orientais. /&$ 31

D#an(o #m ator *az e+erccio acrob;tico no % &ara (esenvolver aacrobacia, o# ser #m acrobata, mas desenvolver a sensibilidade /&erce&ocor&oral1 /&$ 1

m ator (eve manter #mpermanente contatocom a totali(a(e (o se#cor&o. D#an(o inicia #m movimento, ele (eve saber e+atamente a &osio (eca(a membro. /&$ 1

A racionalizao e+cessiva, a mente ent#lha(a (e i(%ias e &ensamento&ert#rbam o espao interior do ator./&$ >1

A ver(a(eira *orma o personagemno % obti(a como #m e(i*cio, *eita(e avanos l$icos em relao < antecesso. as envolve #ma demolio"#eim&lica a aceitao (o me(o. /&$ >1

E &reciso *azer a &re&arao &ara 'o$;4la *ora, constr#ir &ara (emolir /&$21 -enh#ma (eciso % irrevo$;vel.

Os vnc#los (o ator com s#a vi(a interior, se#s cole$as e co & &)blico

(evem e+istir emperfeita harmonia./&ara(o+o (o ator1 /&$ 231


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9+istem (ois caminhos em b#sca (a beleza cnica $ue fascina aimaginao. m caminho % o oriental, on(e &roc#ra4se extrairo m;+imo (abeleza(e ca(a elemento /&$ 5=1 O o#tro caminho seria o (a transformao dosob'etos, s#bverso (a *orma &ela interpretaoal"#mica./&$ 5>1

maforma magn#ficano % necessariamente o vec#lo a&ro&ria(o &ara

trans*ormar #ma e+&eri7ncia (e vi(a "#an(o o conte+to histrico se mo(i*ica/&$ 018o(a aforma mortal. -o h; *orma, incl#sive a nossa, "#e no este'a

s#'eita a lei *#n(amental (o #niverso: a lei (o (esa&arecimento. /&$ 021A b#sca (aforma ade$uada% o "#e chamamos (e es&et;c#lo. 8#(o tem

#m tem&o (e (#rao, o &r&rio tem&o se es$ota. /&$ 051A *orma &o(e ser #m obst;c#lo total a vi(a, "#e no tem *orma em si

mesma. a *orma % necess;ria &or%m no % t#(o. /&$ 01E no corpo livre "#e t#(o vive o# morre. /&$ 019+&ressamos incessantemente milhares (e coisas com to(as as &artes (o

nosso cor&o e na maior &arte no temos consci7ncia (isso. Fazen(o "#e o ator

tenha #ma atit#(e cor&oral (i*#sa, inca&az (e ma$netizar a &lat%ia /&$ 4=1A liberdades e+iste realmente "#an(o o "#e vem (e *ora e o "#e sai (o

ntimo *ormam #ma combinao &er*eita e in(issoci;vel /&$ =1A habilidade do ator profissionalconsiste emprovocar em si mesmo%

sem esforo nem artificialidades &erce&tveis, esta(os emocionais "#e no&ertencem a ele e sim a &ersona$em. /&$ 31

A tare*a (o ator % tornar "#al"#er estilo natural.ma vez "#e to(o estiloo# conveno % arti*icial. /&$ 31

Al$o % natural"#an(o, no momento em "#e acontece, no h; an;lisenem coment;rio, sim&lesmente &arece (e ver(a(e /&$ 31

O ator (eve ter raciocnio e ca&aci(a(e (e analisar soma(os a int#io,at% isso (eve estar #ni(o (e *orma harmHnica no momento (a criao e (aa&resentao /&$ 351

D#al"#er movimento"#e o ator e+ec#ta &o(e contin#ar sen(o #ma cascavazia. ! (e&en(e (ele &reencher com #ma significao autntica/&$ 351

A $ualidade resi(e no detalhe/&$ 351O aspecto da realidade "#e o ator est; evocan(o (eve despertar #ma

relao na mesma reaem casa es&ecta(or, *azen(o com "#e o &)blico viva#ma im&resso coletiva /&$ 1

A *orma % o virtual"#e se torna mani*esto, o es&rito "#e se *az carne, osom &rimor(ial /&$ 1

A b#sca (e novas *ormas &or si s, no &o(e ser a sol#o /&$ =1nergias e $ualidades muitas vezes so inseparveis (o conte+to /&$>>1

E im&ortante &reservar a intimi(a(e e to(o o &rocesso vivencia(o &elosatores em sala (entro (a mesma. /&$ =31

O ator (eve ser estim#la(o a encontrar o se# &r&rio caminho /&$ >31O se$re(o (o teatro est; na mutao constante do processo durante sua

tra'et)riaat% a *orma a&resent;vel /&ronta1 viva. /&$ 51

!obre o Texto:


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A *#no &rinci&al (a histria o# tema % &ro&iciar #ma 4ase !omum, on(eca(a #m (a &lat%ia &ossa sentir4se #ni(o ao se# vizinho e com&artilhe (a mesmae+&eri7ncia /&$ 1

O m#n(o invisvel no tem *orma, no m#(a n#nca, o# &elo menos noenten(emos as s#as mo(i*ica6es (as maneiras (evi(as. O m#n(o visvel est;

sem&re em movimento, s#a caracterstica % a *l#i(ez. !#as *ormas vivem emorrem /&$ 01 -o (evemos i$norar arro$antemente o &assa(o. as tamb%mno &o(emos tra&acear. !e ro#barmos se#s rit#ais e smbolos, tentan(o e+&lor;4los em bene*cio &r&rio, % &ossvel "#e eles &ercam as virt#(es e se tornema&enas en*eites rel#zentes e vazios. O $ran(e (esa*io % saber (iscernir, a to(omomento. 9m certos casos a *orma tra(icional ain(a est; viva, em o#tros atra(io % a mo morta "#e estran$#la a e+&eri7ncia vital. O &roblema consisteem re'eitar a sol#o consa$ra(a. as sem m#(ar a&enas &or m#(ar. /&$ 041

Al$#ns sistemas (e com#nicao &ertencem a s#a &r&ria %&oca e l#$ar en#m conte+to totalmente (i*erente as ressonncias se &er(em. /&$ 31 L; m#ita$ente mer$#lhan(o no &assa(o na tentativa (e mo(ernizar se#s mitos, rit#ais e

*olclore, mas in*elizmente o res#lta(o cost#ma ser #ma coisa h#brida"#e no %carne, nem &ei+e. /&$ 31

!ha@es&eare est; intimamente li$a(o a reli$io &or"#e os se#s escritos,s#as &eas, &oss#em #ma '#no, #m casamento entre o m#n(o invisvel e om#n(o visvel "#e &er&assa ca(a cena, ato o# ao nos revelan(o #ma a$#(a

&erce&o (a te+t#ra (a reali(a(e. /&$ 21O local, o conte+to social e &oltico, o &ensamento e a c#lt#ra (ominantes

tem "#e in*l#ir na criao (e #ma &onte entre o tema e o &)blico na(eterminao (o "#e a*li$e as &essoas /&$ 051

D#an(o 8che@ov (escreve #m interior o# e+terior com m#itos (etalhes, o"#e est; (izen(o na ver(a(e % quero que parea real. /&$ 001

Como se escolhe #ma &eaM -o h; #ma receita. as o *ato % "#einconscientemente ela '; est; (entro (e voc7.

-os &re&aramos &ara escolher re'eitan(o as o&6es "#e no servem. Ai aver(a(eira sol#o "#e '; estava ali a&arece. A vi(a o*erece #ma (ireo: i$norar% e+traviar4se &or m#itos caminhos /&$ ==1.

m te+to s $anha vi(a atrav%s (os (etalhes, e os (etalhes so *r#tos (acom&reenso.

-a ver(a(e, a )nica (i*erena &ara Broo@ en"#anto encena(or, entre #ma&ea teatral &ronta e "#al"#er o#tra e+&erimentao % o crono$rama (e s#asativi(a(es. -#ma &ea &ronta ele &rev7 o tem&o (e ensaio, as cenas a serem

ensaia(as e a (ata (e estr%ia. -#m e+&erimento livre no. as ambas (evemconter o *rescor (a vi(a. /&$ =1

!obre o Pblico

O $ra# (e silncio cria(o &elo es&et;c#lo na &lat%ia serve comotermHmetro. 9le se &otencializa "#anto mais interessante *ica, se ele *ica t7n#e e(eslancha as coisas no vo bem /&$ 51

O &)blico % resistente &or nat#reza, (evemos sem&re &roc#rar al$o "#eestim#le a eleve se# $ra# (e interesse /&$ 51

D#an(o #ma &ea *racassa em s#a noite (e estr%ia em &alco italiano, com

&rimeiro contato entre atores, es&ao e &)blico na"#ele momento. Po(e ser "#e oes&et;c#lo na"#ele momento comea n#m (etermina(o ritmo e a &lat%ia no#tro.


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9 to(os esses movimentos (iscre&antes n#nca se harmonizem entre si, mas emci(a(es &e"#enas '; no incio (o es&et;c#lo, atores e es&ecta(ores com&artilham(o mesmo m#n(o, lsan(o em #nssono, com as &rimeiras bati(as (oinstr#mento. /&$ 51

A &artici&ao (a &lat%ia consiste em ser c)m&lice (a ao e aceitar o "#e

se &ro&6e /&$ 251-o &recisa intervir nem mani*estar4se &ara &artici&ar: &artici&aconstantemente &or meio (e s#a &resena atenta /&$ 01

D#an(o &ercebemos "#e #ma terceira &essoa observa, as con(i6es (oensaio sem&re se trans*ormam /&$ 21

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