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MEDIDA CAUTELAAR EM ÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE 2.250-4 1 Thais da Silva Oliveira 2 Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Governador do Estado de Minas Gerais. Este alega que os artigos 35 e 51 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, violam os arts. 1º; 3º; 18; 24; 25, §1º. 27; e 28 que configuram o pacto federativo, pois atribuem controle a União das transferências voluntarias, forçando os entes federados a lhes prestar contas e retirando a autonomia para realizar operações de crédito por meio de fundo. Ainda, pediu medida cautelar, que ao ser submetida ao Plenário foi indeferida. O congresso limitou-se a dizer que não possuía pressupostos necessários para sua concessão. O Presidente da República sustenta que não há nenhuma violação ao principio federativo, uma vez que, cabe a União legislar sobre finanças públicas, de acordo com o art. 24, I e II da CF. Ademais, o art. 165, §9º, I e II, contem previsão do art. 35 da lei citada, pois estabelece a regulamentação da instituição e funcionamento de fundos por parte da União. Afirma também, que o inciso II do artigo 163 da Constituição Federal, ao fazer referencia tanto a dívida pública interna quanto a externa, dá o direito a Lei de Responsabilidade Fiscal para regular as operações de crédito entre as unidades federadas. Em relação ao art. 51 da LC 101/2001, dispõe que tal dispositivo não trata de apreciação ou julgamento de contas, mas somente de divulgação de dados acerca das contas dos entes federados. O Senhor Ministro Ilmar Galvão, relator, votou sobre a medida liminar dispondo que as regras que estão estabelecidas no art. 35 da LRF, estão em consonância com o inciso II do §9º do 1 Texto devidamente fichado para avaliação da disciplina de Direito Financeiro, ministrada pelo docente Calilo Kzam. 2 Discente regulamente matriculada no curso de graduação em Direito do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará, sob matricula 1101009001, na turma 050/2011.

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MEDIDA CAUTELAAR EM ÇÃO DIRETA DE INSCONSTITUCIONALIDADE 2.250-41

Thais da Silva Oliveira2

Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pelo Governador do Estado de Minas Gerais. Este alega que os artigos 35 e 51 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, violam os arts. 1º; 3º; 18; 24; 25, §1º. 27; e 28 que configuram o pacto federativo, pois atribuem controle a União das transferências voluntarias, forçando os entes federados a lhes prestar contas e retirando a autonomia para realizar operações de crédito por meio de fundo. Ainda, pediu medida cautelar, que ao ser submetida ao Plenário foi indeferida. O congresso limitou-se a dizer que não possuía pressupostos necessários para sua concessão.

O Presidente da República sustenta que não há nenhuma violação ao principio federativo, uma vez que, cabe a União legislar sobre finanças públicas, de acordo com o art. 24, I e II da CF. Ademais, o art. 165, §9º, I e II, contem previsão do art. 35 da lei citada, pois estabelece a regulamentação da instituição e funcionamento de fundos por parte da União. Afirma também, que o inciso II do artigo 163 da Constituição Federal, ao fazer referencia tanto a dívida pública interna quanto a externa, dá o direito a Lei de Responsabilidade Fiscal para regular as operações de crédito entre as unidades federadas. Em relação ao art. 51 da LC 101/2001, dispõe que tal dispositivo não trata de apreciação ou julgamento de contas, mas somente de divulgação de dados acerca das contas dos entes federados.

O Senhor Ministro Ilmar Galvão, relator, votou sobre a medida liminar dispondo que as regras que estão estabelecidas no art. 35 da LRF, estão em consonância com o inciso II do §9º do art. 165 da CF, dessa forma, permitindo que lei complementar regule a gestão financeira e patrimonial dos entes federados. Ainda, diz que a alegação da inviabilização da existência dos fundos públicos do Estado de minas Gerais não caracteriza violação ao pacto federativo.

Quanto ao art. 51, o Ministro entende que este não atenta ao principio federativo, pois o artigo prevê criação de uma consolidação das contas dos entes da Federação, para posterior divulgação de dados. No que cabe a sanção expressa no § 2º compreende, o Ministro, que a LC 101/2002 está dentro de seus limites constitucionais. Sendo assim, votou a favor do indeferimento a cautelar, uma vez que, não viu impugnações plausíveis à inconstitucionalidade da Lei Complementar, ao ponto de ensejar a suspensão de sua eficácia.

O Senhor Ministro Marco Aurélio, por sua vez, acompanhou o voto do anterior Ministro, ressaltando apenas, que o objetivo maior do preceito é a publicidade dos atos administrativos.

O tribunal, por unanimidade, indeferiu o pedido de liminar contra os arts. 35 e 51 da Lei Complementar 101/2000.

1 Texto devidamente fichado para avaliação da disciplina de Direito Financeiro, ministrada pelo docente Calilo Kzam.2 Discente regulamente matriculada no curso de graduação em Direito do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará, sob matricula 1101009001, na turma 050/2011.