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Filosofia, Educação e o Brasil Reflexões e perspectivas em Platão, Nietzsche e Edgar Morin. O objetivo do presente artigo visa estabelecer relação entre a Filosofia, a Educação e o Brasil. Assim, é necessário retomar o início da Filosofia. A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia Ocidental, isto é, a gênese do saber racional, crítico, sistemático e global. A Filosofia surge como crítica ao conhecimento mitológico e ao senso comum, pois essas formas de explicações não conseguiam mais justificar a realidade a partir do século VI, principalmente pelo nascimento de novos valores e instituições sociais nas cidades-estado das colônias gregas. A primeira questão filosófica foi a questão do Ser, ou seja, pelo fundamento último de toda a realidade. Platão e Aristóteles afirmavam que a filosofia nasce do “espanto ontológico” (Morra, 2002, p.18), isto é, só é capaz de filosofar quem é capaz de maravilhar-se perante a realidade. É na admiração que o homem sente-se motivado a buscar as causas primeiras e princípios que justifiquem o fato perante seus olhos físicos e racionais. Logo, a filosofia não permanece no fato, mas ultrapassa a experiência. Por isso, pode destacar o pensamento do filósofo Hegel que afirmava: “A coruja de Minerva só alça vôo quando a noite cai” (Grateloup, 2004, p. 80). De fato, só há saber filosófico a partir da concretização da história. Portanto, a filosofia parte da situação, porém transcende o empírico na busca dos princípios universais. A Filosofia em cada momento histórico foi delineando a sua história e construindo seus sistemas 1 , conforme a condição humana e seus problemas de ordem ontológica, ética, política, teológica, cosmológica, antropológica, metafísica, lingüística, cultural, estética, histórica, axiológica e pedagógica. A história da filosofia é a história da razão em suas diversas metamorfoses intelectuais. O filósofo Immanuel Kant defendia que a filosofia é “a rainha de todas as ciências”. Na perspectiva kantiana as ciências surgiram do seio da filosofia, pois ambas possuem em comum a razão e diferem apenas no método, quanto ao exame da realidade. A primeira utiliza o método puramente racional e a segunda o experimental. 1 MONDIN, Batista. Introdução à Filosofia – problemas, sistemas, autores e obras. Col. Filosofia, 15ª ed., SP: Paulus, 2004. 1

Filosofia e Educação

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O artigo é uma reflexão a respeito da Relação da Filosofia e a Educação a partir do Mito da Caverna de Platão.

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Filosofia, Educação e o Brasil Reflexões e perspectivas em Platão, Nietzsche e Edgar Morin.

O objetivo do presente artigo visa estabelecer relação entre a Filosofia, a Educação e o Brasil. Assim, é necessário retomar o início da Filosofia. A Grécia Antiga é considerada o berço da Filosofia Ocidental, isto é, a gênese do saber racional, crítico, sistemático e global. A Filosofia surge como crítica ao conhecimento mitológico e ao senso comum, pois essas formas de explicações não conseguiam mais justificar a realidade a partir do século VI, principalmente pelo nascimento de novos valores e instituições sociais nas cidades-estado das colônias gregas.

A primeira questão filosófica foi a questão do Ser, ou seja, pelo fundamento último de toda a realidade. Platão e Aristóteles afirmavam que a filosofia nasce do “espanto ontológico” (Morra, 2002, p.18), isto é, só é capaz de filosofar quem é capaz de maravilhar-se perante a realidade. É na admiração que o homem sente-se motivado a buscar as causas primeiras e princípios que justifiquem o fato perante seus olhos físicos e racionais. Logo, a filosofia não permanece no fato, mas ultrapassa a experiência. Por isso, pode destacar o pensamento do filósofo Hegel que afirmava: “A coruja de Minerva só alça vôo quando a noite cai” (Grateloup, 2004, p. 80). De fato, só há saber filosófico a partir da concretização da história. Portanto, a filosofia parte da situação, porém transcende o empírico na busca dos princípios universais.

A Filosofia em cada momento histórico foi delineando a sua história e construindo seus sistemas1, conforme a condição humana e seus problemas de ordem ontológica, ética, política, teológica, cosmológica, antropológica, metafísica, lingüística, cultural, estética, histórica, axiológica e pedagógica. A história da filosofia é a história da razão em suas diversas metamorfoses intelectuais. O filósofo Immanuel Kant defendia que a filosofia é “a rainha de todas as ciências”. Na perspectiva kantiana as ciências surgiram do seio da filosofia, pois ambas possuem em comum a razão e diferem apenas no método, quanto ao exame da realidade. A primeira utiliza o método puramente racional e a segunda o experimental.

A filosofia grega já possui 2.500 anos de história e se encontra divulgada por toda a humanidade como paradigma de saber radical e profundo a respeito da realidade que circunda o homem. A filosofia tornou-se bandeirante e atravessou mares e terras, desbravando a razão, como fundamento superior de todos os seres que habitam a humanidade. Ela é uma reflexão global da realidade e por isso, todos os objetos podem ser submetidos ao crivo do logos. A filosofia em primeiro lugar é uma reflexão e depois uma práxis. O alemão Karl Marx dizia: “os filósofos só fizeram interpretar o mundo de diferentes maneiras, o que importa é transformá-lo” (Grateloup, 2004, p. 84). Na perspectiva de Marx, a filosofia até o momento já havia pensado o mundo e construído seus sistemas. A tarefa da filosofia, agora, deveria trabalhar pela transformação da realidade político-social.

Historicamente, o Brasil ainda não construiu um sistema filosófico conforme os paradigmas anteriores, porém os diversos pensamentos filosóficos são utilizados para pensar a condição da realidade brasileira em seus diversos aspectos. A Filosofia está presente desde o ensino Fundamental à Universidade. Em 11 de agosto de 2007, o presidente Luís Inácio Lula da Silva juntamente com o ministro da educação Fernando Haad sancionou a lei que torna obrigatório o ensino de Filosofia no Ensino Médio, conforme orientação da LDB2 de 1996. A filosofia está ganhando espaço em nossas escolas, faculdades e universidades. A filosofia no Brasil supera o ambiente acadêmico, pois se faz presente nos cafés livraria espalhados em todo país por meio das capitais brasileiras. Ela está presente em pequenas associações, nas

1 MONDIN, Batista. Introdução à Filosofia – problemas, sistemas, autores e obras. Col. Filosofia, 15ª ed., SP: Paulus, 2004.2 Lei de Diretrizes e Bases.

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praças e nas rodas de amigos e intelectuais de maneira formal e informal. Por isso, a filosofia é encontro de vida e sobre a vida. Ela é diálogo reflexivo da condição humana na dimensão subjetiva e intersubjetiva do ser.

A Filosofia é forma de saber fundamental para o desenvolvimento do homem. Ela se faz necessária em toda cultura e possui condições de propor as grandes questões e construir sistemas que fundamentem o problema epistemológico, metafísico e ético, mediante as angústias humanas. Nessa perspectiva, a filosofia pode contribuir com a formação cidadã e educacional do povo brasileiro. A filosofia é antes reflexão e depois concretização desse pensamento por meio do agir humano. Destaco nesta pesquisa a contribuição da filosofia para o Brasil no aspecto educacional, ou seja, a investigação filosófica versará na área da Filosofia da Educação.

A educação é o primeiro e fundamental instrumento da formação humana. Ela promove e liberta o homem de sua ignorância. No Brasil, a educação não é prioridade número 01 (um) da política. A formação dos docentes está em crise e como conseqüência, há pouca motivação para exercer a função, pois carece de certas habilidades e conhecimentos para a formação ensino-aprendizagem dos discentes. Um povo sem a devida formação educacional torna-se “objeto” de fácil manipulação ideológica, pois não possuem consciência de seus direitos e também de seus deveres. Por isso, a filosofia é instrumento capaz de pensar a educação e refleti-la de forma global e sistemática. É necessário promover uma nação de filósofos ou em tese que todo educador seja filósofo ou todo filósofo seja educador.

Para a concretização da devida reflexão sobre a Filosofia e o Brasil será utilizado como metodologia o “Mito da Caverna” de Platão, como caminho capaz de pensar o processo da educação como libertação da ignorância do indivíduo e transformá-lo no filósofo (sábio), isto é, tornando-o agente de transformação da realidade política-social do Brasil. O filósofo-educador poderá utilizar como elementos para concretizar a sua missão os sete saberes apresentados pelo sociólogo e filósofo francês Edgar Morin no livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”3. Por fim, será utilizada a imagem do filósofo como “médico da civilização” pensada na obra “O livro do Filósofo” 4 de Nietzsche.

O Mito Caverna de Platão e a condição da educação no Brasil: ilusão ou razão?

A Alegoria ou Mito da Caverna de Platão presente em sua obra A República5 no Livro VII expressa a condição em que se encontra a humanidade desde a infância. O mito utilizado é uma forma de demonstrar o grau de educação recebido pela natureza humana 6. O objetivo do mito é refletir sobre a possibilidade do homem conhecer a verdadeira realidade que circunda o seu ser, portanto de se chegar à verdade. A intenção de Platão é, a partir da alegoria, descrever o problema da educação. O que é o homem e o que este pode tornar a partir da educação? O Mito da caverna é evidente quanto à vida humana fundada na educação ou a falta dela. Para Platão, a educação poderia transformar e purificar a alma, em vista da contemplação do Bem Supremo. A visão do bem é a condição da possibilidade para o homem discernir o correto do errado no aqui da existência, seja no indivíduo, seja no Estado.

A imagem do Mito da caverna de Platão ilustra o objetivo do presente trabalho na relação da Filosofia e o Brasil, na perspectiva da educação. No Mito da caverna, está o esforço intelectual de Platão em resgatar a polis grega a partir da educação, ou seja, a sociedade só será promovida a partir da educação do homem. Nessa visão, a educação pode ser comparada ao fogo que Prometeu7 roubou dos deuses e deu aos homens. A educação é a verdade que liberta o homem e o Estado. A educação brasileira de forma generalizada está 3 MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 12ª ed., SP: Cortez, 2007.4 NIETZSCHE, Friedrich. O livro do filósofo. SP: Escala, 2007.5 Platão. A República. SP: Martin Claret, 2002, pp. 210 - 213.6 MARCONDES, Danilo. Textos básicos de Filosofia – dos pré-socráticos a Wittgenstein. 3ª ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2000, p.39.

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aprisionada nas algemas de sua ilusão. É preciso libertá-la e conduzi-la para a verdade de sua missão.

Há uma diversidade de objetos, imagens e símbolos8 que Platão utilizou para construir a metáfora da Alegoria da caverna. A caverna corresponde em nossa análise filosófica a situação da educação no Brasil, considerando a estrutura física. Ela é a nossa sala de aula, nossas casas, o Ministério da Educação. Os prisioneiros simbolizam os responsáveis pela educação, os discentes, os docentes e os pais, ou seja, aqueles que ainda estão aprisionados na própria ignorância e, portanto na ilusão das sombras produzidas pelo sistema educacional em vigor. Alguns prisioneiros já se libertaram e estão cumprindo a sua missão político-pedagógica de transformar a realidade educacional do País. Para Platão, o homem nasce na condição de caverna, portanto na ignorância. A tarefa do filósofo-educador é apontar o caminho aos acomodados da caverna, para que estes superem seu estado de ignorância e de alienação.

O interior da caverna é a realidade sensível marcada pelas sombras. É o nível do senso comum. Há falta da crítica e da racionalidade perante as imagens. A verdade está oculta aos olhos dos prisioneiros. A verdade precisa ser conhecida, pois ela é o caminho que irá transformar o prisioneiro no sábio e, portanto no filósofo-educador. Há luzes e sombras em nossa educação brasileira. É importante destacar as sombras, ou seja, as falsas imagens que se apresentam como verdadeiras aos olhos dos alienados, para que sejam criticadas e superadas.

Pode-se descrever a realidade da caverna no contexto educacional brasileiro. No Brasil há um modelo de educação que ainda só transmite conhecimento aos discentes. Outro que se preocupa somente em conseguir o diploma. Alguns reduziram a educação à mercadoria. Para outros o mais importante é a nota e não o aprendizado. O aluno se aliena, pois ele acredita ser vantajoso ter o diploma, mas não deseja superar os desafios que o próprio processo ensino-aprendizagem lhe impõe. De quem é a culpa da educação estar de forma generalizada na sombra e, portanto na caverna? O problema não é encontrar um culpado, mas adaptar-se aos novos tempos e também às novas tecnologias e demandas da sociedade atual. Por outro lado, deve-se buscar aqueles que são responsáveis pela educação no país e verificar a ilusão de seus métodos e propostas.

Na continuidade do Mito da Caverna, eis que de repente um desses prisioneiros é libertado e forçado a sair da caverna e enfrentar o desconhecido, o novo e a luz da verdade, isto é, do verdadeiro conhecimento a respeito da realidade. Nessa perspectiva, há duas formas de sofrimentos, isto é, a física e a psicológica. Deslocar-se da caverna é desafio, pois é necessário quebrar paradigmas e superar a opinião (doxa). Nesse sentido, a educação consiste numa provocação e num questionamento. O educador é aquele que provoca o educando, forçando a sua desinstalação de seu comodismo perante a falsa realidade em que ele está inserido. Assim, a educação está atrofiada e presa à ilusão de números e notas, mas o verdadeiro resultado da educação é aquele que promove o indivíduo e o conduz para ao verdadeiro significado de sua existência, ou seja, consciência do seu ser e senhor de seu destino.

A saída da caverna representa o processo de metánoia, isto é, a conversão de mentalidade e, portanto uma mudança radical de vida. A educação brasileira deverá passar por essa transformação. Ela está na ilusão de metodologias de três séculos passados. A realidade é outra! A questão é o interesse pelo ser humano. O problema fundamental é a política educacional que deseja dar escola, livros, carteiras, porém não dá oportunidades para que os professores e alunos deixem a prisão. Tornem-se pensadores e não meros repetidores de informações.

A imagem do Mito da Caverna ilustra que a maior parte dos discentes e docentes estão aprisionados e alienados nas cavernas de nossos espaços acadêmicos. Deixar a caverna é sair

7 BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia – histórias de deuses e heróis. 19ª edc., RJ: Ediouro, 2001, pp. 19 – 26.8 Apostila de Filosofia do Grupo Positivo, Vol. II, 2007, p. 10.

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da alienação de nosso ser e reconhecer que nós podemos exigir a verdade e melhores condições de trabalho e salários. O educador que se transforma no filósofo volta à caverna para anunciar aos companheiros que existe uma nova realidade, ou seja, a mudança é possível, porém é necessário passar pelo processo da metánoia.

O prisioneiro que se transforma no sábio, na verdade se transforma no filósofo-educador, pois ele assume uma missão político-pedagógica, isto é, de contribuir para que a realidade seja modificada em vista do verdadeiro Bem e da Justiça. O filósofo-educador possui uma consciência crítica que incomoda os alienados e o que desejam manter a alienação na educação. Um povo educado é um povo que sabe cumprir seus deveres e exigir seus direitos. A porcentagem do PIB que é investida na educação é ilusória! Os governantes procuram outras prioridades e deixam a educação em segundo plano. A educação deve estar como projeto número do governo. Assim, somente educadores-filósofos ou filósofos- educadores poderão contribuir de forma mais relevante para as mudanças. E para cumprir essa missão, o filósofo-educador ou educador-filósofo poderá utilizar como ferramenta de trabalho os sete saberes necessários à educação do futuro.

O filósofo-educador e os sete saberes do futuro

Edgar Morim a pedido da UNESCO elaborou um livro intitulado “Os sete saberes necessários à educação do Futuro”. Esses saberes devem ser utilizados pelo filósofo-educador ou educador-filósofo para cumprir a sua missão na realidade educacional brasileira. Na verdade, seria sete instrumentos para transformar a nossa forma de educar tanto regional quanto global. A reflexão elaborada deve-se converter em um instrumento que conduza o discente a um diálogo criativo com as dúvidas e interrogações do tempo presente, condição fundamental para uma formação cidadã e, portanto libertação da caverna.

Platão elaborou uma filosofia com dimensões teóricas e práticas. Os sete saberes estariam a serviço da dimensão prática de sua filosofia, pois o prisioneiro ao se tornar sábio volta à caverna para libertar seus companheiros da alienação, mesmo correndo risco de ser rejeitado e pagar com a própria vida. O filósofo-educador é aquele que expõe a sua própria vida para a realização de sua missão. Assim, há muita omissão e medo em denunciar ou colocar em prática as novas posturas pedagógicas que irão abalar o sistema vigente.

O filósofo-educador deve ajudar a curar as cegueiras do conhecimento que levam os discentes e a sociedade ao erro e a ilusão. O processo educativo deve conduzir o ser humano para a autocrítica e descobrir as idéias lúcidas para nos possuir ao bem e à verdade do sentido de nossa existência. Em outras palavras, “o dever principal da educação é de armar cada um para o combate vital para a lucidez”9. Na caverna só há erro e ilusão! É preciso criticar as características cerebrais, mentais, culturais do conhecimento.

Os princípios do conhecimento pertinente é o segundo instrumento da missão do filósofo-educador. O conhecimento tornou-se fragmentado e, portanto passou a oferecer ao homem uma visão parcial da realidade. A função da escola é organizar o conhecimento e a missão do filósofo-educador é organizar o conhecimento de forma crítica, global e sistemática. É pertinente organizar o conhecimento num mundo marcado pela complexidade planetária. Nessa perspectiva, “é preciso situar as informações e os dados em seu contexto para que adquiram sentido”10. A situação da caverna simboliza de forma parcial a realidade, pois o conhecimento está no nível apenas dos sentidos. A visão global do conhecimento está na transformação do prisioneiro no sábio, pois a filosofia é uma visão do todo.

O filósofo-educador deve ensinar a condição humana. A educação deve situar o humano no universo e buscar a profunda compreensão do seu ser. Hoje, não basta oferecer a infra-estrutura para o processo ensino-aprendizagem é necessário descobrir a condição humana e seus grilhões. A condição humana implica compreender que, “todo

9 MORIN, op. cit., p. 33. 10 Idem, p. 36.

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desenvolvimento verdadeiramente humana significa o desenvolvimento conjunto das autonomias individuais, das participações comunitárias e do sentimento de pertencer à espécie humana”11. Na caverna a condição humana sem educação está no nível da ignorância. Quando o prisioneiro conhece a verdadeira condição humana ele se transforma no sábio.

A educação não deve ensinar apenas conteúdos, mas ensinar também a identidade terrena. O filósofo-educador deve conduzir os discentes à formação de quatro consciências:

“a consciência antropológica, que reconhece a unidade na diversidade; a consciência ecológica, isto é, a consciência de habitar, com todos os seres mortais, a mesma esfera vida (biosfera): reconhecer nossa união consubstancial com a biosfera conduz ao abandono do sonho prometéico do domínio do domínio do universo para nutrir a aspiração de convivibilidade sobre a Terra; a consciência cívica terrena, isto é, da responsabilidade e da solidariedade para com os filhos da Terra; a consciência espiritual da condição humana que decorre do exercício complexo do pensamento e que nos permite, ao mesmo tempo, criticar-nos mutuamente e autocriticar-nos e compreender-nos mutuamente”12.

A identidade humana possui o mesmo destino, assim é necessário que a educação promova as quatro identidades citadas, pois por meio delas devemos responder de forma responsável perante o outro e a natureza.

O prisioneiro quando saiu da caverna e com a visão ofuscada pela claridade da luz ficou na incerteza da realidade que se manifestava perante seus olhos. O filósofo-educador deve ensinar a enfrentar as incertezas na existência humana e, por conseqüência da própria história. A educação deve apontar que a visão do progresso ilimitado deixou marcas trágicas no século XX. O novo é inesperado! A história se revelou até agora trazendo a tensão da criação e da destruição. É necessário enfrentar as incertezas do real, do conhecimento e da ecologia da ação. O filósofo-educador deve ensinar os princípios de estratégia que permitiriam enfrentar os imprevistos nas ciências físicas, nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas. Portanto, foi enfrentando as incertezas da nova realidade que o prisioneiro descobriu a verdadeira realidade. É necessário que todos os que se ocupam da educação constituam a vanguarda ante a incerteza de nossa história atual.

A compreensão é ao mesmo tempo meio e fim da comunicação humana. A filosofia é diálogo e não monólogo. Nessa perspectiva, o filósofo-educador deverá ensinar a compreensão perante a incompreensão em relação às causas do racismo, da xenofobia e do desprezo. O ensino deve adotar a compreensão em todos os níveis dos processos educativos. É urgente a metamorfose da mentalidade para a compreensão mútua. Assim, o filósofo- educador estará utilizando o instrumento da compreensão para argumentar com aqueles que permanecem na prisão do ser e na inércia do comodismo.

Por fim, o último instrumento que o filósofo-educador poderá tomar em sua missão educativa é a ética do gênero humano. É impensável o processo educativo sem considerar a “antropo-ética”. A ética é a casa do humano, é forma de estabelecer em sociedade os costumes e as bases do bem viver e conviver. A reflexão ética é filosófica. Ela é marcada pela criticidade, pois não basta libertar o outro da alienação e transmitir conteúdos, mas vivendo numa sociedade marcada pelo niilismo e relativismo éticos, torna-se necessário uma educação que forme o humano para a práxis da ética.

O filósofo-educador deverá utilizar a antropo-ética como base do trabalho acadêmico. A antropo-ética supõe a decisão consciente e esclarecida de: “assumir a condição humana indivíduo/sociedade/espécie na complexidade de nosso ser; alcançar a humanidade em nós mesmos em nossa consciência pessoal; assumir o destino humano em suas antinomias e plenitude”13. Nessa perspectiva, o filósofo-educador assume também, a antropo-ética como

11 Idem, p. 55.12 Idem, pp. 76 – 77. 13 Idem, p. 106.

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instrução para construção antropológica do milênio. Os elementos que serão descritos abaixo são fundamentais para despertar uma nova imagem do homem brasileiro frente ao mundo globalizado. O caminho para a construção dessa nova imagem de homem deverá realizar as seguintes práticas:

“trabalhar para a humanização da humanidade, efetuar a dupla pilotagem do planeta: obedecer à vida, guiar a vida; alcançar a unidade planetária na diversidade; respeitar no outro, ao mesmo tempo, a diferença e a identidade quanto a si mesmo; desenvolver a ética da solidariedade; desenvolver a ética da compreensão; ensinar a ética do gênero”14.

Esses elementos não são receitas prontas, mas caminhos que visam estabelecer na educação brasileira e planetária uma nova consciência, ou seja, iluminada pela razão- consciente e fundada na idéia do Bem, como princípio absoluto da existência humana. Para Platão, contemplar o Bem era alcançar o caminho da sabedoria e da verdade.

Portanto, os sete saberes necessários à educação do futuro deverão ser assumidos pelo filósofo-educador em sua missão político-pedagógica. A educação deve ser um compromisso de todos e, principalmente dos governantes que possuem o poder para governar o país e administrar o dinheiro público, fruto de nossos impostos.

O filósofo como médico da civilização

A reflexão filosófica defende que a filosofia pode ajudar o Brasil a superar diversas deficiências sociais e uma delas é a educação. Uma sociedade alienada e apática da transformação social pode ser curada por meio da filosofia, isto é, por meio da dialética. Por isso, abordo nesse item a partir do filósofo Nietzsche, o filósofo como médico da civilização15. Uma cultura massificada, dominada ideologicamente e alienada só pode ser curada pela educação e, portanto pela presença da filosofia enquanto saber crítico e dialético no desvelamento do ser e da realidade.

Para Nietzsche a “filosofia não tem nada em geral: ela é ora ciência, ora arte”16. A filosofia deve seguir a mediação entre os princípios apolíneo e dionisíaco, ou seja, ela é logos, discurso, racionalidade, reflexão, porém deve ajudar o homem a desvelar a base vital da existência que passa pelo sentimento, os mitos, a imaginação, a paixão, a poesia, a música, etc. O homem enquanto filósofo deverá ser guiado com base no logos e no eros.

O processo educativo deve superar pura a racionalidade e trabalhar também as potencialidades vitais do próprio ser. Para Nietzsche a arte é uma forma de possibilitar ao homem a comunhão com ser. Há muitas escolas espalhadas pelo Brasil que estão adotando a música como princípio da educação. A música é capaz de curar e integrar o ser humano.

Qual é o poder de um filósofo no tocante à civilização de seu povo? Para Nietzsche, o filósofo parece:“a) um solitário indiferente; b) o senhor das cem cabeças mais espirituais e mais abstratas; c) ou então o odioso destruidor da civilização nacional”17. O filósofo não é um solitário e ilhado do mundo civilizado. Ele encontra na solidão do ser, o tempo oportuno para a reflexão filosófica, mediante a condição humana imposta pelo tempo presente. Ele pode até ficar solitário e abandonado devido às idéias defendidas, porém a sua obra ficará para a posteridade. A filosofia antes de ser uma prática é uma reflexão, antes de se tornar resposta é interrogação, por isso o filósofo é o homem que valoriza o espírito, enquanto capacidade racional e, portanto metafísica.

Conforme Nietzsche, pode-se questionar se o filósofo é necessário ao seu tempo? Se ele tem uma relação necessária com seu povo? Haverá uma teleologia do filósofo? Nietzsche

14 Idem.15 NIETZSCHE, op. cit., pp. 69 – 77. 16 Idem, p. 70.17 Idem, p. 72.

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afirma o seguinte: “ele não pode criar uma civilização, mas prepará-la, suprimir sempre os entraves ou moderá-la e assim apenas conservá-la ou destruí-la negando”18. O filósofo é útil quando há muito para destruir em épocas de caos e de regeneração. No Brasil, o filósofo se faz necessário para contribuir na crise educacional que afeta todas as instâncias da educação do homem. A crise afeta o conjunto dos fatores responsáveis pela educação no Brasil (Família, Escola e Estado). O filósofo-educador pode contribuir para a quebra de paradigmas ultrapassados e que não respondem mais aos novos tempos. A dialética pode ajudar a superar a visão da educação reduzida a nota, pois a grande motivação dos discentes é tirar a nota mínima para passar de série.

A filosofia para Nietzsche é valorativa na capacidade de “purificação de todas as representações confusas e supersticiosas. Contra o dogmatismo das ciências”19. A filosofia não aceita verdades prontas e, portanto inquestionáveis. Na medida em que é ciência, ela é purificadora e esclarecedora, na medida em que é anti-científica, é obscurantista à maneira religiosa. A filosofia é ciência aberta do espírito alimentado por meio da argumentação e não da violência ou dominação.

Para Nietzsche, o filósofo “deve reconhecer o que é necessário [...] deve simpatizar o mais profundamente possível com a dor universal”20. A causa primeira é a busca objetiva da filosofia, por isso o filósofo em sua missão de médico da civilização deverá refletir o que é necessário para a cultura, ou seja, descobrir a causa que pode levar à cura da civilização em seus momentos de crises, de caos e de dores. Qual a causa da crise da educação brasileira? Essa interrogação se impõe sobre o filósofo, pois ele pode contribuir realizando uma reflexão global, profunda e sistemática no desvelamento da verdade que está oculta e provoca a desestruturação da educação brasileira.

O prisioneiro ao se transformar no sábio, isto é, no filósofo-educador ele passou por duas metamorfoses, ou seja, ultrapassou a agnose (ignorância) e a doxa (mera opinião) para alcançar o logos, a ciência e, portanto o conhecimento. Esse processo foi uma das metas da filosofia socrática, ou seja, “homem conhece-te a ti mesmo”. Por isso, Nietzsche afirmava que “o homem conhece o mundo na medida em que se conhece: sua profundidade se desvenda a ele à medida que se espanta de si mesmo e de sua complexidade”. A realidade é uma efusão consciente ou inconsciente do mundo interior do homem. Em primeiro lugar o homem deve conhecer a si mesmo. Ele deve entender a sua complexidade, ou melhor, a sua alma. O processo ensino-aprendizagem no Brasil deve conduzir os discentes e docentes para o despertar do ser. É necessário espantar-se diante de si mesmo e mergulhar na geografia da natureza humana, descobrindo suas potencialidades e habilidades. Por isso, o filósofo-educador é a voz que deve provocar a revolução do interior da alma do educando para que ele faça a revolução exterior.

Por fim, pode-se concluir que em Nietzsche,“o filósofo não procura a verdade, mas a metamorfose do mundo nos homens: luta pela compreensão do mundo com a consciência de si. Luta em vista de uma assimilação: fica satisfeito quando consegue colocar algo de antropomórfico. Do mesmo modo que o astrólogo vê o universo a serviço dos indivíduos particulares, assim também o filósofo vê o mundo como sendo um ser humano”21.

Seguindo as sendas do pensamento de filosófico de Nietzsche, pode-se afirmar que o filósofo é médico da civilização e, portanto do homem à medida que consegue compreender as transformações que o mundo provoca no homem, pois o mundo pode alienar e enquadrar o homem dentro de uma ideologia massificante e alienante. No Brasil, a filosofia pode ajudar a compreender as metamorfoses que a educação tem provocado no cidadão. Nessa perspectiva, o filósofo de Nietzsche enquanto médico da civilização pode assumir os sete saberes

18 Idem.19 Idem, p.73.20 Idem, p.17.21 Idem, p. 63.

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necessários à educação do futuro, depois que se tornou no filósofo-educador, pois abandou a falsa realidade alienante da ignorância e conquistou a ciência que promove a transformação política-pedagógica de uma cultura em crise e aprisionada num jogo de interesses e sem preocupação com processo educativo consciente e crítico.

O ideal da polis como critério para a educação do cidadão brasileiro

A Lei de Diretrizes e Bases de 20 de dezembro de 1996, conforme a Lei nº 9.394 afirmou no artigo 2º que “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”22. A educação é dever da família e do Estado e a grande missão do processo educativo é desenvolver as potencialidades do educando para o seu pleno exercício de cidadania e profissional, pois o Estado evolui com a participação dos cidadãos na observância de seus direitos e deveres, trabalhando para o progresso e a promoção da nação.

Já a Constituição Federal de 1988 afirma no capítulo II, dos direitos sociais no art. 6º que a educação é um dos direitos sociais23. O Estado tem por dever proporcionar educação ao povo. A educação não pode ser um gasto desnecessário para a política brasileira, mas uma prioridade fundamental. Educar é chamar para a liberdade e a responsabilidade ética no exercício da cidadania e da profissão. Educar é ensinar a ver a partir de dentro, pois é conhecendo a alma do homem, que ela poderá ser curada de suas ignorâncias e de seus vícios.

A partir dessa perspectiva, ou seja, em que o Estado possui o dever de proporcionar a educação ao povo, faz-se necessário recuperar o ideal da polis como critério para a educação do cidadão brasileiro. Para Platão, a polis representava o ideal de sociedade. A palavra polis pode ser traduzida tanto por Estado como por cidade. Do termo polis derivam as palavras “política” e “político”. A polis grega construiu essa expressão primeiro na poesia e, logo a seguir, na prosa, e determinou permanentemente o caráter da nação24.

Na visão platônica o Estado seria como ser espiritual, que congregava em si os mais altos aspectos da existência humana e os repartia como dons próprios. Resgatar essa concepção de polis, por meio da construção de um Estado ideal, fundamentado na Filosofia, foi a resposta encontrada por Platão como um modo privilegiado de consolidação e unificação do povo grego. O Estado brasileiro pode inspirar-se na polis grega para edificar uma nação educada e justa, com base no ensino-aprendizagem que liberte o homem de sua ignorância e de seus vícios que corrompem o bem-comum25.

Platão era defensor de que os filósofos deveriam governar a cidade, pois receberam uma educação completa e, portanto estavam capacitados para comandar a cidade com justiça e nessa ótica, garantir o maior grau de felicidade (eudaimonía) à polis26. A educação deveria conduzir os cidadãos a prática da justiça e por isso, os homens seriam felizes. Ao contrário, a falta de educação conduziria ao homem à injustiça e, portanto à infelicidade. Assim, o filósofo, para Platão “é o mais bem preparado para governar a cidade, pois, graças ao seu conhecimento e sabedoria, adquiridos com a educação, poderá fazer boas leis que garantam a harmonia e a superação das conseqüências contradições da vida em sociedade”27. Nessa perspectiva, a educação brasileira deveria ser conduzida por filósofos-educadores ou educadores filósofos, pois são educados para a justiça e o bem.

É urgente resgatar no Estado brasileiro o ideal da polis, como espaço de vida e, portanto da construção de uma educação que proporcione desenvolvimento dos cidadãos no diversos aspectos pessoais e sociais. A Filosofia é capaz de ajudar a transformar a educação

22 Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Brasília, 1999.23 Constituição Federal, MG (Belo Horizonte): Mandamentos, 2004, p. 23.24 TEIXEIRA, Evilázio F. Borges. A educação do homem segundo Platão. 2ª ed., SP: Paulus, pp. 26 – 27.25 Idem, p. 29.26 Idem. 27 Idem.

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brasileira. Ela nasceu com a declarada intenção de buscar o Verdadeiro, o Belo, o Bom. Filosofia sempre teve conexões íntimas e duradouras com os resultados das ciências e das artes e, no esforço de pensar seus fundamentos. Ela possui uma vocação para a totalidade. A Filosofia é uma forma de conhecimento capaz de promover a cidadania conforme a Lei de Diretrizes e Bases, conforme a Lei 9394/96.

A Filosofia poderá contribuir para a formação cidadã dos educandos seguindo três princípios filosóficos:

1 – Do ponto de vista estético: a cidadania se instala à proporção que se adquire a capacidade de acesso à própria “natureza interna”, suas necessidades e seus pontos cegos.

[...] modo de ser que se traduz na fluência da expressão subjetiva e na livre aceitação da diferença;

[...] a capacidade de “conhecer-se a si mesmo”; [...] a capacidade de abertura para a diversidade, a novidade e a invenção [...] num

fazer criativo e lúdico;A cidadania, portanto exercita a sensibilidade (PCN, p. 332).

2 – Do ponto de vista ético: a cidadania deve ser entendida como consciência e atitude de respeito universal e liberdade na tomada de posição.

[...] a capacidade de reconhecer o outro em sua identidade própria e a admissão da solidariedade como forma privilegiada da convivência humana;

[...] a liberdade de tematizar e criticar normas; [...] decidir sobre o que fazer da própria vida [...];

A cidadania, portanto exercita a identidade autônoma (PCN, p. 332).

3 – Do ponto de vista político: a cidadania só pode ser entendida plenamente na medida em que possa ser traduzida em reconhecimento dos direitos humanos, prática da igualdade de acesso aos bens naturais e culturais, atitude tolerante e protagonismo na luta pela sociedade democrática.

[...] consciência dos direitos e deveres individuais e coletivos [...]; [...] engajamento concreto na busca por uma sociedade democrática [...];

A cidadania, portanto é participação democrática (PCN, p. 332).

Portanto, há caminhos e instrumentos para melhorar a educação brasileira. Ela é uma missão de toda sociedade a ser conduzida pelo Estado. O filósofo na visão de Nietzsche pode ajudar a curar os males da educação brasileira empregando os sete saberes necessários à educação do futuro propostas por Edgar Morin.

Referência bibliográfica

Apostila de Filosofia do Grupo Positivo. Vol. II, 2007.

BULFINCH, Thomas. O livro de ouro da mitologia – histórias de deuses e heróis. 19ª ed, RJ: Ediouro, 2001.

Constituição Federal. Belo Horizonte(MG): Mandamentos, 2004, p. 23.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 12ª ed., SP: Cortez, 2007.

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MARCONDES, Danilo. Textos básicos de Filosofia – dos pré-socráticos a Wittgenstein. 3ª ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

MONDIN, Batista. Introdução à Filosofia – problemas, sistemas, autores e obras. Col. Filosofia, 15ª ed., SP: Paulus, 2004.

NIETZSCHE, Friedrich. O livro do filósofo. SP: Escala, 2007.

Platão. A República. SP: Martin Claret, 2002.

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Brasília, 1999.

TEIXEIRA, Evilázio F. Borges. A educação do homem segundo Platão. 2ª ed., SP: Paulus, 1999.

Créditos:

Luciano Gomes dos SantosGraduado em Filosofia e Teologia pelo Seminário São José da Arquidiocese de Uberaba (MG); Licenciado em Filosofia pela Faculdade Phênix de Ciências Humanas e Sociais do Brasil (Santo Antônio do Descoberto - GO) e mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia em Belo Horizonte (MG). Exerce atividade docente na Faculdade Arnaldo e no Colégio Cotemig (Belo Horizonte – MG). Na área de Filosofia realiza o projeto “Filosofia no Parque” desde 2006 para adolescente e a partir de outubro de 2009 para adultos no Parque Municipal de Belo Horizonte - MGe-mail: [email protected]

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