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Módulo II
Parabéns por participar de um curso dos
Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de um
grande sucesso em sua carreira.
Desejamos boa sorte e bom estudo!
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site
www.Cursos24Horas.com.br
Atenciosamente,
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário
Unidade 3 – O planejamento financeiro em família ..................................................3
3.1 – O planejamento financeiro familiar ...............................................................4
3.2 – O casal e o dinheiro ......................................................................................5
3.3 – A educação financeira na família ................................................................ 11
3.4 – Como organizar a documentação ................................................................ 16
Unidade 4 – Investimentos........................................................................................ 20
4.1 – O que são investimentos?............................................................................ 21
4.2 – Caderneta de poupança ............................................................................... 26
4.3 – Fundos de investimento mútuo ................................................................... 28
4.4 – Fundos de baixo risco ................................................................................. 32
4.5 – Fundos de risco entre moderado a alto ........................................................ 35
4.7 – Títulos públicos .......................................................................................... 38
Unidade 5 – Dívidas e Empréstimos......................................................................... 42
5.1 – Problemas com dívidas ............................................................................... 43
5.2 – Causas do endividamento e negociação....................................................... 48
5.3 – Cartões de Crédito ...................................................................................... 54
5.4 – Empréstimo ................................................................................................ 59
Encerramento............................................................................................................ 66
Bibliografia – Finanças Pessoais ....................................................................... 68
3
Unidade 3 – O planejamento financeiro em família
Olá aluno.
Nesta unidade veremos como é feito o planejamento financeiro dentro da família.
Você verá como fazer o orçamento e a importância do planejamento com a participação
de todos os membros familiares.
Também mostraremos a você qual a importância dos cônjuges planejarem como
será feito o gasto em parceria e veremos as vantagens e desvantagens de possuir uma
conta conjunta ou individual.
Aprenderemos também como é importante a educação financeira dos filhos e
formas que você poderá utilizar para aplicar isso dentro da sua casa.
No final desta unidade será visto o motivo pelo qual você deve sempre organizar
os seus documentos, os prazos obrigatórios por lei em que os documentos devem ser
preservados, e alguns métodos que podem ser usados para fazer isso.
Bons estudos.
4
3.1 – O planejamento financeiro familiar
Para quem possui uma família não há dúvidas de que o planejamento familiar
deve considerar os dependentes e o cônjuge durante sua estruturação e manutenção.
Em primeiro lugar é importante que, ainda que um cônjuge seja dependente da
renda do outro, os dois elaborem o planejamento financeiro em parceria.
Uma esposa responsável por cuidar dos filhos e da casa, por exemplo, tem muito a
contribuir no momento de identificar as despesas fixas e variáveis, além de poder ser
muito eficiente na diminuição e contenção de gastos.
Outro passo importante é o cuidado na hora de listar as despesas por dependentes.
Não coloque apenas o nome do dependente e o quanto ele gasta, mas detalhe para onde
está indo o dinheiro. Aí você poderá verificar onde pode fazer cortes de custo, como dar
menos dinheiro para o filho se alimentar na escola ou, em vez de fazer isso, levar
lanche, por exemplo.
Um fator importante que os pais geralmente esquecem é incluir todas as despesas
relativas aos filhos, ainda que sejam pequenas. Isso acontece quando os pais compram
presentes ou dão dinheiro para comer na escola, o que diariamente pode ter um valor
baixo, mas no final do mês faz bastante diferença no orçamento familiar.
O diálogo com a família
Para que o planejamento financeiro dentro de uma família dê certo, é preciso que
todos os membros se comprometam com os objetivos estabelecidos. Não adianta apenas
o provedor ou a mãe colaborarem se os filhos não o fizerem. Para isso, é preciso que se
converse com toda a família.
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Nessa conversa, todos os membros da família devem participar até mesmo os
mais novos. Assim, todos podem colaborar com ideias e opiniões para reduzir o
orçamento.
A conversa com a família
ajuda a criar um ambiente de
cumplicidade e de franqueza entre
os membros, pois, assim, o objetivo
a ser alcançado não é individual,
mas sim de todos.
Se precisar realizar algumas
contenções no orçamento que afetarão toda a família, a conversa franca e honesta é o
melhor caminho para que se indiquem as razões daquele sacrifício estar sendo feito.
Por exemplo, se planejar uma viagem em família e precisar reduzir o item lazer,
sente com os filhos e procure fazê-los entender que gastar menos dinheiro com saídas
para comer ou em parques de diversão terá como resultado uma viagem pela qual todos
esperam.
3.2 – O casal e o dinheiro
Segundo Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e autor do livro ”Casais
inteligentes enriquecem juntos”, os dez mandamentos para manter um orçamento
equilibrado são:
1) Planeje seus gastos para conhecer seus limites de consumo.
2) Controle seus impulsos de consumo.
3) Não tenha um padrão de vida maior do que suas posses.
6
4) Não pague juros maiores do que os
que recebe de seus investimentos.
5) Poupe para garantir aquisições
futuras.
6) Jamais despreze a inflação.
7) Resista à tentação de gastar a
poupança que garantirá sua velhice.
8) Informe-se bem antes de investir.
9) Jamais despreze pequenos valores.
10) Jamais despreze uma boa negociação de preços.
Mas, se sozinho manter uma vida financeira equilibrada já é difícil, em dupla
essa tarefa apresenta ainda mais desafios.
Em primeiro lugar, a divisão de contas entre o casal pode se tornar uma questão
delicada por vários motivos, como quando um ganha mais do que o outro ou quando um
dos cônjuges gasta descontroladamente.
Para que a vida financeira não vire motivo de conflitos entre os cônjuges é
necessário que esses tenham uma conversa franca e madura sobre o que há a ser pago e
quais são os recursos para fazê-lo.
Podemos dizer que existem três meios para que o casal chegue a um acordo
sobre o pagamento das despesas:
a) Dividir igualmente o pagamento. É o mais recomendado no caso de ambos
os parceiros possuírem rendas similares.
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b) Divisão das contas. Ocorre quando determinadas contas ficam destinadas a
cada um dos cônjuges.
Este método pode começar com uma divisão aparentemente justa, mas os
valores das despesas podem evoluir de forma tal que a divisão inicial se torne mais
pesada para um cônjuge do que para o outro. Se isso acontecer é hora de repensar a
divisão das contas ou adotar outro método para divisão das despesas.
c) Divisão proporcional das contas. Essa é uma saída indicada para casais que
possuem sensível disparidade entre os recebimentos, pois quem ganha mais paga
proporcionalmente mais do que aquele que ganha menos.
Se um dos cônjuges ganhar o dobro do que o outro, por exemplo, o valor pago
em contas da casa deverá também ser duas vezes maior do que aquele despedido pelo o
que ganha menos.
Dessa forma, encontre com seu cônjuge a forma mais adequada ao
relacionamento de vocês. Ainda assim, podem surgir conflitos, em particular quando
apenas um está comprometido em atingir um objetivo, enquanto o outro não está tão
empenhado nisso.
Nesse caso, o mais recomendado é uma conversa com o/a parceiro/a sobre o
problema, antes que ele se torne motivo de afastamento entre os dois companheiros.
Leitura Complementar
O Casal e as Finanças
William Eid Júnior e Fabio Gallo Garcia
Nem sempre é fácil falar sobre dinheiro com o cônjuge. Há todo tipo de
bloqueio: diferenças salariais, hábitos arraigados, medo de magoar. Mas é
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melhor conversar que deixar pra depois.
DINHEIRO E CASAMENTO
O casamento ainda hoje é um ato envolto em romantismo. Os dois estão
apaixonados e acham que permanecerão assim para o resto da vida. É difícil que
isso aconteça, mas não impossível. O segredo é conversar muito. Estabeleçam
padrões de conduta para ambos e os respeitem, principalmente nas questões
financeiras. As chances de o casamento dar certo aumentam muito.
DIMINUA OS CONFLITOS
O dinheiro é uma das maiores causas das separações. Cada um de nós tem
características próprias, e nossas diferenças são até um motivo de atração. Mas
as pequenas discussões podem se avolumar a ponto de, em certo momento, a
convivência tornar-se impossível. O primeiro passo para evitar esse processo é
conhecer a si próprio e ao cônjuge. O principal problema surge quando um dos
dois não tem controle sobre suas finanças e, portanto, as contas do casal acabam
ficando muito longe da organização – o que é fundamental para ter
tranquilidade.
Diferenças. Mas a diferença de comportamento também pode ser causa
de problemas: um gasta mais do que o outro, seu cônjuge estoura o limite do
cartão de crédito, você teve um relacionamento anterior e precisa pagar pensão
alimentícia. As causas para conflitos são inúmeras, mas, como todo conflito,
este também deve ser administrado. A melhor saída é renegociar as condições
para a condução das finanças pessoais.
O GASTADOR COMPULSIVO
Um dos dois é um comprador compulsivo. Compra sem avaliar a utilidade
do bem que está adquirindo. Não pensa antes de assinar uma fatura de cartão de
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crédito que com certeza trará dificuldades posteriores. Pior: muitas vezes se
arrepende, mas volta a cometer o mesmo desatino.
Distúrbio. Os psicólogos hoje identificam esse tipo de pessoa como tendo
um distúrbio de comportamento comparável ao alcoolismo. A entidade
Devedores Anônimos procura tratar esse distúrbio: em São Paulo, Rua Sampaio
Vidal, nº 1.055 (11-3081-3446), e no Rio de Janeiro, Rua México, nº 90, 9°
andar (21-3390-8905).
O CÔNJUGE GASTA MAIS QUE VOCÊ
Vocês fizeram tudo certo, mas você sempre acha que o outro está
gastando mais do que devia – mesmo que esse gasto seja pago com o dinheiro
pessoal dele(a). O erro pode estar na discussão inicial sobre a divisão das contas
e da poupança ou nos hábitos do cônjuge. Conversar é sempre a melhor saída.
O PATRIMÔNIO
Como construir um patrimônio a dois sem gerar conflitos? Trata-se de
uma questão delicada e de muito interesse hoje, quando muitos casais se unem
em segundo ou terceiro casamento. Antes de se casar, o ideal é conhecer e
discutir as formas de união previstas na legislação brasileira. São três e valem
também para as chamadas uniões estáveis.
Comunhão total. É o regime no qual todo o patrimônio, obtido antes ou
depois do casamento, é dos dois cônjuges. Nesse regime casaram-se nossos pais
e avós. Os cônjuges são meeiros, isto é, sócios em todas as propriedades.
Comunhão parcial. Apenas o patrimônio obtido após a união é comum.
Isto é, os cônjuges são sócios apenas no que for comprado após o casamento. O
que cada um tinha antes do casamento continua sendo individual. Se você não
optar formalmente por outro regime, é este que valerá quando você se casar.
10
Separação total. Nesse caso, todos os bens são individuais. É preciso
fazer um contrato em cartório chamado Pacto Antenupcial de Separação de
Bens. Mesmo os bens que forem adquiridos após o casamento serão individuais,
a não ser que vocês optem por registrá-los em nome dos dois.
Fonte: Finanças pessoais: como fazer o orçamento familiar.
Conta conjunta ou conta individual?
O motivo principal para abrir uma conta conjunta é a segurança, pois se algo
acontece com um dos cônjuges, como falecimento, por exemplo, o outro pode
movimentar o dinheiro da conta sem ter dor
de cabeça – o que acontece quando as
contas são individuais.
Além disso, a praticidade da conta
conjunta é enorme, pois um dos parceiros
pode estar viajando no momento de pagar
as contas, por exemplo, e assim o outro tem
como pagá-las sem a sua presença.
Mas a existência de conta conjunta também costuma criar problemas entre o casal
e seu maior desafio se constitui no gerenciamento diário sem que seja motivo para
desentendimentos.
Um problema possível de ser enfrentado, por exemplo, é quando um dos cônjuges
passa um cheque sem fundo e o nome dos dois entra na lista de inadimplentes do
Serviço de Proteção ao Crédito. Não interessa quem passou o cheque, os dois ficam
com o nome “sujo”.
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Outro motivo de conflitos é quando um dos dois gasta mais do que foi combinado
ou é um comprador compulsivo. Se esse é o caso do seu parceiro ou da sua ou parceira,
o mais indicado é ambos terem conta individual.
Aconselhamos que, antes de ter uma conta conjunta, o casal deve conversar sobre
o que são despesas da casa e o que são despesas individuais. Entendemos aqui despesas
individuais como aquelas que são destinadas a apenas um dos dois, como um creme
para o corpo, ir ao cabeleireiro ou comprar um presente para o irmão, por exemplo.
Ao distinguir e concordar o que são despesas
individuais e o que são despesas da casa, fica mais
fácil para os dois usarem a conta conjunta apenas
para pagar o que for uma despesa da casa.
Por último, procure discutir com o(a)
parceiro(a) antes de realizar grandes gastos, como
reforma da casa, um jantar muito caro, compra de
um eletrodoméstico caro, etc. Conversem para
acertar quem deve ficar com a despesa e em qual
proporção, para que a aquisição de um bem ou
serviço que deveria ser prazeroso não se torne
motivo de discussão.
3.3 – A educação financeira na família
A educação financeira é um fator essencial no mundo em que vivemos, pois ela
possibilita que nos organizemos melhor e que sejamos capazes de aproveitar melhor o
tempo.
Para muitos, isso pode parecer uma supervalorização de questões materiais, mas,
na realidade, a educação financeira garante que possamos viver melhor, não apenas em
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relação ao dinheiro que podemos guardar e investir, mas a qualidade de vida aumenta,
pois a preocupação no fim do mês de “como poderei pagar minhas contas?” acaba.
Por isso, as práticas que aprenderemos neste curso são fundamentais para que
possamos viver melhor. A importância do dinheiro na vida é inegável e, por isso,
sermos capazes de nos planejar para utilizá-lo da melhor forma possível é de igual
relevância.
Como não aprendemos na escola como organizar a nossa vida financeira é preciso
que tentemos conhecer meios para isso. Se alguém tivesse nos ensinado desde a infância
como gerenciar melhor nossos recursos, sem dúvida seríamos melhores
administradores.
Por isso, para quem tem filhos é bom incluir na formação deles princípios que
possam nortear o modo como lidam com o dinheiro.
A educação financeira, essencialmente, deve começar dentro de casa. Mas como
os pais podem fazer isso?
A primeira preocupação da maioria dos pais é de que os valores materiais não
sejam sobrepostos a outros valores que eles considerem importantes. Por esse motivo,
muitos podem negligenciar esse aspecto na educação das crianças e dos jovens.
O primeiro passo na educação financeira, particularmente da criança, é conhecer
as moedas e as cédulas. Procure mostrar os elementos que compõem ambos, para que
seu filho se interesse pelo objeto e não o trate com negligência, o que evita que ele perca
o dinheiro ou o danifique.
Todas as notas e moedas têm a mesma efígie no anverso: o símbolo da República.
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Essa efígie, ou imagem da República, é a representação do regime republicano,
das garantias das liberdades individuais e da igualdade e fraternidade entre os homens,
ideais da Revolução Francesa, de 1789, que inspiraram a instauração de regimes
republicanos em todo o mundo.
Em relação ao verso das notas
de real, elas são ilustradas por
animais que compõem a fauna
brasileira. Eles são:
- Nota de 1 real: beija-flor.
Existem mais de cem espécies de
beija-flor no Brasil. A ave está
presente em todo continente latino-americano. A nota de 1 real deixou de ser fabricada
pelo Banco Central em 2009, mas continua com valor de troca.
- Nota de 2 reais: tartaruga de pente. É uma das tartarugas mais encontradas na
costa do Brasil.
- Nota de 5 reais: possui uma garça em seu verso, ave muito encontrada no
território brasileiro.
- Nota de 10 reais: arara, outra ave amplamente encontrada no Brasil e na América
Latina.
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- Nota de 20 reais: mico-leão-dourado, primata originário da Mata Atlântica,
atualmente ameaçado de extinção, sendo símbolo da preservação de animais originários
de biomas brasileiros.
- Nota de 50 reais: onça-pintada, felino de grande porte, atualmente ameaçado de
extinção no Brasil. Encontrado nos territórios englobados pela Amazônia e pelo
Pantanal.
- Nota de 100 reais: garoupa, peixe marinho, sendo um dos mais presentes na
costa do Brasil.
As moedas do Real, por sua vez, possuem personagens significativos da história
brasileira em seu verso. Vale a pena mostrar para o seu filho as moedas, identificando
quem está ilustrado nela e qual foi a sua importância para a história do nosso país.
- Moeda de 1 centavo: Pedro Álvares Cabral, primeiro europeu a chegar ao
território brasileiro no ano de 1.500, na época das grandes navegações.
- Moeda de 5 centavos: Tiradentes. Mineiro, lutou no século XVIII contra o
domínio de Portugal sob o Brasil, em revolta conhecida como Inconfidência Mineira.
Foi capturado e enforcado em 21 de abril, dia em que se comemora o feriado de
Tiradentes em todo território nacional.
- Moeda de 10 centavos: Dom Pedro I. Foi o primeiro imperador do Brasil, tendo
sido chamado também Dom Pedro I do Brasil (pois era o primeiro na dinastia em
território brasileiro). Proclamou a Independência da República, livrando o Brasil do
domínio português, em 7 de setembro de 1822.
- Moeda de 25 centavos: Deodoro da Fonseca. Militar que proclamou a República,
em 15 de novembro de 1889, fazendo com que o Brasil se tornasse uma República em
substituição à monarquia vigente até então.
15
- Moeda de 50 centavos: Barão do Rio Branco. Foi um diplomata brasileiro do
século XIX que teve papel estratégico em negociações brasileiras, como negociações de
paz na Guerra do Paraguai e garantia da soberania do território nacional em negociação
firmada com a Argentina.
- Moeda de 1 real: efígie da República – em edição comemorativa pelos 50 anos
da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
ENSINAMENTOS AOS FILHOS SOBRE EDUCAÇÃO FINANCEIRA
O estabelecimento de mesada para os filhos é um importante instrumento para
educá-los para a vida financeira. Seu objetivo deve ser o de ensiná-los a administrar seu
próprio orçamento e realizar projeções de gastos e de poupança.
Embora seja instrumento útil, a mesada não é essencial, e sua manutenção
dependerá da disponibilidade de seu orçamento. Tenha em mente que esse recurso evita
os pedidos de dinheiro diários e, se fizer a conta, perceberá que a mesada acaba saindo
mais barato.
Um dos aspectos mais importantes para que as crianças e os jovens mantenham
uma relação saudável com o dinheiro é que eles saibam como utilizá-lo. Por isso, eles
devem ser educados no sentido de serem capazes de diferenciar o que é “querer” e o que
é “precisar” ou “necessitar” de algo.
Todos nós gostaríamos de ter
uma porção de coisas e é bom gastar
dinheiro com elas, mas o que é
necessário vem antes do que é
desejado. A criança precisa entender
que, ainda que seja bom gastar o
dinheiro com doces, antes deve ser
reservado o dinheiro para o básico –
arroz e feijão, por exemplo.
16
Os filhos devem entender, fundamentalmente, que o dinheiro serve também para
comprar aquilo que desejamos, mas que não é possível comprar tudo o que queremos no
momento em que queremos e, por isso, eles devem ser capazes de decidir o que querem.
Outra boa estratégia com os filhos é ensiná-los que é importante poupar dinheiro
para poder usá-lo no futuro. Devemos transmitir o conceito de segurança, de que o
dinheiro não conservado adequadamente faltará quando precisarmos.
Por exemplo, se você mantém uma mesada para seu filho e ele lhe pedir algo que
considere caro, motive-o a guardar durante determinado tempo uma parte da mesada
que ele recebe. Quando finalmente ele conseguir comprar o que tanto desejou, além de
ter aprendido a importância de poupar, também terá a sensação de que obteve algo a
partir do próprio esforço.
3.4 – Como organizar a documentação
Para quem quer organizar as finanças pessoais, nada mais fundamental do que
manter toda a documentação organizada. Existem várias maneiras de fazer isso, além de
um determinado prazo para guardar os documentos.
A manutenção da documentação organizada, além de ter mais facilidade para
encontrar recibos, extratos, comprovantes de
pagamentos, é sempre importante para fazer a
conferência com o que foi realmente gasto.
Se colocar no orçamento um valor errado, por
exemplo, e perceber uma incompatibilidade nas contas
no final do mês, basta localizar o comprovante de
pagamento e corrigir o número na planilha.
Existem várias maneiras de guardar documentos.
Se você não tiver um número grande de documentos a
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serem guardados, é possível usar uma pasta para arquivo com divisórias.
Em pastas-arquivo, as contas e os documentos relativos aos anos anteriores podem
ser guardados em uma única divisão, que deve ter no título o ano aos quais aqueles
documentos se referem.
Para arquivar documentos do ano em exercício, recomenda-se que você utilize
outra pasta-arquivo, dividida de acordo com os meses. Nela você poderá, inclusive,
colocar as contas a pagar nos meses em que elas vencerão, pois isso evitará que se perca
a conta, por exemplo.
Se tiver muitos documentos (seus e de seus dependentes, por exemplo), é possível
até mesmo adquirir um arquivo de aço, no qual armazenará os documentos de acordo
com os meses e anos em que eles se referem.
Outra razão para manter a documentação sempre em ordem é que, de acordo com
o Código Civil brasileiro, artigo 206, todos podemos ser cobrados por dívidas antigas e,
por isso, todas as pessoas precisam guardar os documentos como imposto de renda,
comprovantes de pagamento e de notas fiscais, por exemplo, por um período
determinado, para que não se pague a mesma conta duas vezes.
Veja abaixo quanto tempo os documentos devem ser retidos:
- Escrituras. Elas devem ser guardadas por toda a vida, ainda que você se desfaça
da propriedade. Procure embalar os documentos cuidadosamente, para que eles não se
deteriorem com o tempo.
Tire cópias autenticadas e guarde em lugares diferentes e, se for o caso, peça a
alguém de confiança que guarde uma das cópias, para ser utilizada caso o original tenha
sido destruído ou perdido.
- Comprovante do Imposto de Renda, do IPVA e do IPTU. Devem ser
guardados por cinco anos a partir do primeiro dia útil do ano seguinte à declaração.
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- Contas de água, luz, telefone, gás, cartão de crédito, condomínio,
comprovantes de mensalidades escolares e de pagamento de parcelas do
financiamento de imóveis. Devem ser guardados por cinco anos, além de servirem
como precaução contra as falhas das prestadoras de serviços (cobrança indevida, por
exemplo).
- Notas de serviço de profissionais liberais (médicos, advogados, professor
particular). Esses documentos devem ser guardados por, no mínimo, cinco anos.
- Recibo de pagamento de salário (holerite ou contracheque). Guarde por
cinco anos, sendo que esse período foi estabelecido para eventuais cobranças
trabalhistas. Mas se o funcionário deixa de trabalhar em uma empresa, ele pode entrar
com ação judicial contra a mesma em até dois anos a contar da data do seu
desligamento.
- Contrato de locação e comprovantes de pagamento de aluguel. Deve ser
guardado por três anos.
- Contratos de seguro (de vida, de saúde, de carro, imóvel etc.). Guardar por
um ano após o pagamento da primeira mensalidade.
- Consórcios e prestações. Os comprovantes de pagamento de consórcios devem
ser guardados até que o fornecedor dê ao participante do consórcio o comprovante de
quitação das prestações. No caso de um imóvel, guarde os comprovantes até obter o
registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis.
- Comprovante de pagamento do INSS de autônomo. Deve ser guardado até o
momento da aposentadoria para evitar que haja qualquer dúvida sobre o tempo de
contribuição ou em relação ao que foi pago.
- Notas fiscais. A recomendação é que as notas fiscais de bens duráveis sejam
guardadas até o final da garantia destes. Mas, como existem alguns casos em que a
19
reclamação a respeito da qualidade do produto pode ser feita até muito tempo depois da
garantia, é bom que a nota fiscal seja guardada até que você se desfaça do produto.
- Comprovantes de depósito bancário. Guarde o comprovante até se certificar
que o dinheiro foi efetivamente debitado na conta de destino. Depois disso, ele pode ser
descartado.
Quando for arquivar seus
documentos, assinale neles qual é o
prazo legal que devem ficar
armazenados. Assim, quando chegar
a data, você poderá jogar aquelas
contas e recibos velhos fora, sem
necessidade de ocupar um grande espaço com eles.
20
Unidade 4 – Investimentos
Olá aluno.
Nesta unidade veremos o que é o um investimento e quais são os conceitos mais
fundamentais relacionados às aplicações financeiras.
Você também aprenderá quais são os investimentos mais realizados no Brasil,
suas vantagens e desvantagens, assim como características de cada um deles: caderneta
de poupança, fundos de investimento e títulos públicos.
Assim, conhecendo melhor os investimentos disponíveis no mercado, você será
capaz de selecionar o que mais se encaixa em seu perfil, bem como um com uma
rentabilidade que proporcione a conquista dos objetivos de vida que você definiu.
Bons estudos.
21
4.1 – O que são investimentos?
Quando investimos o dinheiro que
conseguimos guardar com sacrifício no
final do mês, isso significa que estamos
emprestando dinheiro ao banco. O
processo é análogo ao de um aluguel, só
que em vez de estar alugando uma casa,
você estará alugando o seu dinheiro.
O banco, nesse caso, é o locatário, ou seja, é ele quem pega o dinheiro emprestado
de você. No final de um período, você receberá o dinheiro de volta, com o acréscimo da
taxa de juros daquele período.
No Brasil, após a implementação do Plano Real, o investidor brasileiro passou a
ter mais opções para guardar o seu dinheiro. No período anterior, as possibilidades eram
mais restritas, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), o overnight e a
caderneta de poupança.
As aplicações chamadas de tradicionais são aquelas em que o risco é baixo (CDB
e poupança, por exemplo), ou seja, o investidor não corre o risco de perder o seu
dinheiro pelas oscilações do mercado.
Mas as aplicações com baixo risco podem camuflar o poder de compra do seu
dinheiro já que o poder de compra do dinheiro é medido pela inflação. Veja o exemplo:
Se você tem R$ 1.000,00 hoje, eles podem comprar uma televisão de LCD da
marca X. Digamos que a taxa de juros dos próximos 12 meses seja 8%. Isso significa
que aquela televisão, no final de 1 ano, estará custando R$ 1.080,00 (8% x R$ 1.000,00
= R$ 80,00).
22
Se você deixou o dinheiro
guardado embaixo do colchão, por
exemplo, no final do período ele não será
mais capaz de comprar a televisão que
antes poderia. Isso quer dizer que você
perdeu o poder de compra do dinheiro
em função da inflação.
Em muitas aplicações financeiras o poder de compra do dinheiro é perdido
também, pois essas acabam rendendo menos do que a taxa de inflação. Por isso, quando
for aplicar seus recursos, você deve conhecer a diferença entre rendimento real e
rendimento nominal do dinheiro.
O rendimento nominal é aquela taxa de juros que a aplicação tem. Já o rendimento
real é a diferença entre o rendimento nominal e a inflação. Isso quer dizer que o
rendimento real indica qual é o ganho real, ou seja, aquele ganho que está acima da
manutenção do poder de compra do dinheiro.
Por exemplo, você tem uma aplicação que rende 1,2% ao mês. Em um
determinado período, a inflação foi de 0,7%. Neste tempo, o rendimento real da
aplicação é:
1,2 (rendimento nominal) – 0,7 (inflação) = 0,5% (rendimento real)
Algumas aplicações, em particular o FGTS e a caderneta de poupança, rendem
menos do que a inflação. Isso significa que, além de não ter rendimento real nesses tipos
de investimentos, o aplicador ainda perde poder de compra do dinheiro.
Para avaliar se o investimento que você está fazendo é bom ou ruim, veja as
seguintes dicas:
23
1) Nunca compare o rendimento do seu investimento com o rendimento da
caderneta de poupança. Ela costuma
ser um investimento tão ruim que
qualquer outro mau investimento acaba
parecendo bom na comparação com a
poupança.
2) A aplicação mais segura que
um investidor pode fazer no Brasil é a
compra de títulos públicos federais.
Eles podem ser comprados por qualquer pessoa física a partir do investimento de R$
200,00. Os títulos públicos rendem mais do que a poupança e o CDB, por exemplo.
3) As pessoas continuam investindo em cadernetas de poupança por puro
desconhecimento da educação financeira. Não caia neste erro caso queira ter um
rendimento real do dinheiro e não apenas manter ele guardado.
4) Outro bom investimento é no LFT, título público, cujo rendimento está de
acordo com a taxa Selic. Para fazer uma comparação, em 2005, a Selic rendeu 1,51% ao
mês enquanto a poupança rendeu 0,76% a.m. A taxa Selic é um índice definido pelo
Banco Central do Brasil que serve de referência para as taxas de juros cobradas no país.
5) Compare o seu investimento com o rendimento da taxa Selic ou da taxa CDI. A
taxa CDI é aquela que norteia a rentabilidade de fundos de investimento CDI
(Certificado de Depósito Interbancário). Adiante no curso veremos mais detalhadamente
o que é o CDI.
6) Quanto mais abaixo estiver o rendimento da sua aplicação, em relação a essas
taxas, pior ele é.
7) Saiba que o rendimento das aplicações financeiras é calculado de acordo com
os dias úteis do mês. Portanto, não faz sentido comparar o rendimento de fevereiro, que
24
é o mês do ano com menos dias úteis, com o de agosto, por exemplo, que contém mais
dias úteis. Compare o rendimento mensal com as taxas Selic e CDI.
8) Quando for realizar uma aplicação financeira, não se esqueça de perguntar ao
gerente do banco ou da corretora qual é o rendimento líquido da aplicação. O
rendimento líquido é o resultado do rendimento bruto menos os impostos.
Se você faz uma aplicação cujo rendimento é 5% ao ano e investe R$ 10.000,00, o
rendimento bruto será de 5% x R$ 10.000,00 = R$ 500,00. Se os impostos a serem
pagos na retirada do dinheiro e no Imposto de Renda somarem, hipoteticamente, R$
120,00, seu rendimento líquido será de R$ 500,00 – R$ 120,00 = R$ 380,00.
9) Além de se informar sobre o rendimento líquido, você também deverá levantar
todos os impostos que podem ser cobrados sobre uma aplicação financeira.
No mercado de investimentos, existem várias opções de aplicações diferentes,
tanto para aqueles que preferem não correr risco algum até para os que aceitam correr
grandes riscos para ganhar mais.
Existem, a rigor, três perfis de investidores. Veja abaixo e defina qual é o perfil
mais adequado para você:
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1) Conservador. São as pessoas que não querem correr nenhum tipo de risco ao
aplicar o dinheiro e investem em fundos de renda fixa.
2) Moderado. São aqueles que aceitam alguns riscos para ter uma rentabilidade
maior do que obteriam caso investissem apenas em fundos de renda fixa. Geralmente
investem uma parcela maior do dinheiro em renda variável (entre 55% e 60% do
capital) e a outra parcela em renda fixa (entre 40% e 45%). Adiante no curso veremos
mais detalhadamente o que é a renda variável e quais tipos de ativos a compõem.
3) Agressivo. É o investidor que aceita mais riscos e tem a possibilidade de perder
grande parte do dinheiro investido assim como de obter excelentes lucros, acima do que
em qualquer outro perfil, por meio do investimento exclusivo em renda variável.
Agora que já tem o seu perfil de investimento definido, é preciso que você
conheça alguns conceitos sobre aplicações:
- O mais importante é que melhor que guardar muito de uma vez só, é guardar
sempre.
- Retorno ou rentabilidade da aplicação: expectativa de crescimento do dinheiro
aplicado.
- Risco: perda ou redução potencial do capital investido.
- Liquidez: disponibilidade do investimento de estar em mãos na hora que for
necessário. Alguns investimentos não podem ter valores retirados até uma data
determinada, já outros podem ser acessados a qualquer momento.
- Acompanhe a economia do país, através dos índices de inflação, crescimento
econômico, desemprego, evolução do PIB e crises nos mercados internacionais. Ao
conhecer essas variáveis, você estará mais informado para gerenciar a sua carteira de
investimentos.
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4.2 – Caderneta de poupança
O investimento de recursos em caderneta de poupança é o investimento mais
tradicional no Brasil, pois foi amplamente incentivado pelo Governo brasileiro nas
últimas décadas do século XX.
Podemos dizer que este investimento é o mais popular de todos no país porque ele
possui baixa complexidade operacional quando comportado a outros tipos de aplicação.
Além disso, o investidor pode começar a investir com um capital bem baixo, a partir de
R$ 10,00.
Outra vantagem da poupança é que é possível estimar com certa precisão e com
baixíssimo risco o valor do rendimento no ato da aplicação, independentemente da
instituição financeira em que os recursos sejam aplicados.
A rentabilidade da poupança é
definida sobre os valores da Taxa
Referencial (TR), uma taxa de referência
criada pelo Governo Federal para
complementar os juros pagos pela
poupança, sendo que os juros são
calculados no dia do aniversário da
aplicação.
Como o cálculo da rentabilidade é feito no dia do aniversário da aplicação é
preferível que o investidor sempre deposite uma quantia fixa no mesmo dia do mês.
Em relação à liquidez, os recursos podem ser tirados a qualquer hora da poupança.
O problema é que se o investidor resolver retirar o dinheiro fora da data de aniversário,
ele perderá rentabilidade do investimento.
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Por isso, as regras da poupança prejudicam a rentabilidade do investidor que
precisa sacar os recursos fora da data de aniversário, fato que limita a liquidez desse tipo
de investimento.
Não existe prazo para investir na poupança, pois o investidor pode deixar o
dinheiro lá quanto tempo desejar. O risco é considerado um dos mais baixos entre as
aplicações do mercado financeiro brasileiro.
Além da baixa complexidade e da rentabilidade fixa, os recursos da poupança são
garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Desta forma, no caso da instituição
financeira não conseguir honrar os depósitos na poupança, o investidor tem o direito de
ter até R$ 60.000,00 ressarcidos.
Pode-se dizer que a principal vantagem da caderneta de poupança é que esse tipo
de investimento possui regras simples e padronizadas, o que facilita o seu entendimento
por parte de investidores com rendas mais modestas.
Além disso, não é cobrado Imposto de Renda (IR) sobre as aplicações em
poupança de investidores que sejam pessoas físicas e pessoa jurídica sem fins
lucrativos.
Mas toda a segurança fornecida pelo investimento na poupança é acompanhada
por uma baixíssima rentabilidade. Ainda que, nos últimos anos, com as sucessivas
quedas das taxas de juros no país, a poupança tenha voltado a ser um investimento
possível de ser pensado.
Para pequenas aplicações por um curto período de tempo, inferior a um ano, a
caderneta de poupança está se tornando viável à medida que a taxa de juros no Brasil
recua.
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4.3 – Fundos de investimento mútuo
Podemos dizer que, devido à falta de educação financeira do brasileiro, muitos
acabam passando longe das notícias e dos temas relacionados a palavras como
“mercado financeiro”, “investimento” e “matemática financeira”.
Da mesma forma, quando o assunto é relativo a fundos de investimento, muitos
podem trocar de canal ou virar a página do jornal, procurando por temas mais
interessantes.
Mas o que poucos sabem é que os fundos de investimentos são instrumentos que
servem para simplificar a vida do investidor que considera o mercado financeiro algo
complicado.
Para mostrar como o mercado de investimento pode ser algo simples, vamos fazer
uma comparação com condomínios residenciais.
Por que as pessoas buscam morar em condomínios residenciais? Podemos dizer
que os condomínios oferecem vantagens para seus moradores que não existem em casas
isoladas, como áreas de lazer e entretenimento, por exemplo.
Outra vantagem é a existência de
um administrador do condomínio
(síndico ou zelador), que é responsável
pela manutenção e pelo bom
funcionamento do local, assim como
pelas reuniões de condomínio e a
administração geral dele.
Para que seja possível manter essa estrutura de conforto, os condôminos pagam
uma taxa, o condomínio, que serve para pagar o salário do administrador, a limpeza, e a
manutenção dos locais comuns.
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Com os fundos de investimento a situação é análoga. Esse tipo de investimento
consiste na reunião de vários cotistas, que são como os condôminos, que adquirem uma
cota de fundos (que são como os apartamentos), equivalentes a uma parte do fundo de
investimento, proporcional ao capital investido.
Nesse tipo de investimento também existe um administrador, assim como o
síndico ou o zelador, que é responsável pela aplicação do dinheiro do cotista de acordo
com as regras fixadas por cada fundo.
A vantagem de aplicar em um fundo de investimento é que o proprietário da cota
tem a vantagem do fundo captar e reunir recursos de outros cotistas para aplicar em
opções com maior rendimento, uma vez que o fundo total aplicado é maior.
Se o cotista resolvesse aplicar sozinho, o dinheiro disponível para investimento
seria menor e, portanto, o rendimento da aplicação também seria menor. Quanto mais
dinheiro a ser aplicado em um determinado investimento, mais ele renderá.
Em outras palavras, como muitos moradores não conseguiriam pagar sozinhos por
tantos benefícios que dispõem em um condomínio, os proprietários de cotas de fundos
de investimento também não conseguiriam investir em opções que necessitam de grande
quantidade de capital para ser aplicado e que pagam a taxas superiores do que
investimentos com capital inicial menor.
Outra vantagem do fundo de investimento é que o cotista conta com um
administrador qualificado e experiente
para administrar os seus recursos, pois ele
acompanha diariamente os principais
movimentos do mercado financeiro e está
buscando cotidianamente as melhores
opções para investir.
30
Como é de se esperar, os cotistas também precisam remunerar os administradores
pelo seu trabalho por meio da taxa de administração, da mesma forma que um
condômino para o valor do condomínio. Essa taxa é cobrada através de um débito sobre
a rentabilidade bruta do fundo de investimento, ou seja, sem considerar o desconto de
impostos.
Por essas facilidades, os fundos de investimento, amplamente utilizados nos
Estados Unidos, já apresentam grande espaço no mercado de investimento brasileiro.
Devido ao controle inflacionário, desde 1994 os investidores passaram a confiar mais na
economia e na rentabilidade deste tipo de aplicação.
Dessa forma, o patrimônio líquido (PL) dos fundos de investimento no Brasil, que
até 1990 não havia passado do patamar de R$ 100 bilhões, no final da década de 1990
chegou ao valor de R$ 500 bilhões aproximadamente e, em 2006, já havia ultrapassado
o patamar de R$ 900 bilhões. Isso mostra que esse mercado só tende a crescer no país.
Seguindo essa tendência, o número de fundos de investimento em que um
investidor pode aplicar o seu dinheiro também cresceu vertiginosamente a partir de
1994.
Com o aumento da popularidade, os fundos de investimento foram diversificando-
se e se modernizando a partir da segunda metade da década de 1990. A distribuição das
cotas passou a ser feita não apenas pela instituição que administrava o fundo, mas
também por empresas dedicadas ao relacionamento direto com investidores.
Existem várias opções de fundos de investimento no Brasil, desde aqueles com
baixo risco (mais conservadores) que buscam acompanhar a variação da taxa básica de
juros da economia, até aquelas com riscos mais elevados e, consequentemente, com
maior rentabilidade.
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Tipos de fundo de investimento
Tipo de risco Fundo
Fundos de curto prazo
Fundos referenciados
Baixo risco
Fundos de renda fixa
Investimentos no mercado externo Risco de moderado a elevado
Multimercados
Fundos de renda variável (mercado de
ações)
Multimercados
Risco alto
Fundos cambiais
Adaptado de Aprenda a administrar o próprio dinheiro, pág. 103
Em relação à liquidez da aplicação, também existem várias opções à disposição do
proprietário das cotas de investimento. A maioria dos fundos possui liquidez diária, ou
seja, o dinheiro pode ser retirado em qualquer dia, excluindo-se os fundos que aplicam
em ações.
Estes possuem menor liquidez porque os prazos de retirada estão relacionados ao
processo de compra e venda dos papéis no mercado de renda variável. Os
administradores, de forma geral, não exigem prazo mínimo para o investidor deixar seu
dinheiro aplicado em cotas.
Existem muitas vantagens em se
aplicar dinheiro em fundos de
investimento. A principal delas é que esse
instrumento permite que pequenos
investidores sejam beneficiados por
aplicações de títulos públicos federais,
ações e outros instrumentos financeiros
que remuneram mais do que as aplicações
que exigem menor capital de investimento.
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Outro benefício inegável é que o investidor conta com um gestor especializado em
mercado financeiro, que contribui com seus conhecimentos e experiência para valorizar
o dinheiro aplicado. Uma vez que o valor da remuneração do gestor estará diluído entre
todos os cotistas, torna-se possível para um pequeno investidor usufruir dos benefícios
desse profissional que, se tivesse que ser remunerado apenas por uma pessoa, acabaria
tornando o custo da aplicação muito alto.
Nos próximos tópicos, vamos estudar os tipos de fundo de investimento mútuo,
quais são suas características principais e seus benefícios.
4.4 – Fundos de baixo risco
Os fundos de baixo risco são aqueles em que o investidor tem baixa probabilidade
de perder parte do dinheiro aplicado inicialmente, uma vez que estes tipos de
investimento trabalham com títulos públicos, cuja taxa está relacionada à Selic, ao CDI
e a taxas pré-fixadas, ou seja, aquelas que não se alteram no decorrer da aplicação.
Alguns desses fundos têm parte da carteira de investimento direcionada para
operações compromissadas, ou seja, estão ligadas a taxas e títulos emitidos pelo
Tesouro Nacional brasileiro ou pelo Banco Central do Brasil.
Os fundos de baixo risco não admitem estratégias por parte dos investidores que
impliquem em risco relacionados aos índices de preços, moeda estrangeira ou renda
variável.
Os mais conhecidos são os fundos DI e de renda fixa que, juntos, possuem mais
de 50% do total de capital aplicado neste tipo de investimento.
Os títulos possuem liquidez diária e prazo indeterminado para aplicação, sendo
que o investidor pode colocar e retirar recursos quando quiser, sem que perca a
rentabilidade do investimento.
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- Fundos de curto prazo (CP)
Este tipo de investimento é composto por títulos que têm a taxa de juros fixada à
taxa CDI, à Selic ou com juros prefixados, de emissão do Tesouro Nacional ou do
Banco Central, com prazo máximo de investimento de 375 dias, e com prazo médio de
no máximo de 60 dias.
O investimento em fundos de curto prazo
tem como característica a baixa volatilidade das
cotas. As cotas de investimento são voláteis
quando o seu rendimento sai do padrão médio da
rentabilidade dos outros investimentos.
Por exemplo, se a média da rentabilidade de um determinado investimento for de
4% e a rentabilidade da sua cota específica for de 6%, isso significa que ela é altamente
volátil, ou seja, que ela varia bastante em relação à média.
Da mesma forma, uma cota que se aproxima da média da rentabilidade é a que
possui baixa volatilidade. As cotas com alta volatilidade apresentam mais risco, pois a
variação pode ser positiva ou negativa e quem determinará isso será o mercado.
Mas a presença de títulos que vencem em curto prazo limita os ganhos desse tipo
de investimento, cuja rentabilidade é em geral menor do que fundos referenciados DI ou
de renda fixa.
- Fundos referenciados
A grande parte dos fundos referenciados (95% do total investido) é direcionada a
investimentos em títulos ou operações que buscam acompanhar a variação de um
parâmetro definido como referência. Esse parâmetro é determinado antes pelo
investidor juntamente com o administrador da cota.
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O restante da aplicação é investido de acordo com as regras dos fundos de curto
prazo, sendo que o investidor está sujeito às oscilações apresentadas pelo padrão de
referência.
O fundo referenciado mais procurado pelos investidores é aquele que procura
acompanhar a variação do CDI e da taxa Selic, conhecido como fundo referenciado DI
ou apenas fundo DI.
Esse é um fundo de baixíssimo risco, pois o dinheiro é aplicado, em sua maioria,
em fundos públicos, possuindo grande parte da sua rentabilidade pós-fixada atrelada à
variação das taxas de juros do mercado financeiro. Como essas taxas de juros não
costumam sofrer oscilações inesperadas e bruscas, o risco de se perder dinheiro é baixo.
- Fundos de renda fixa (RF)
Os fundos de renda fixa possuem no mínimo 80% do capital investido em títulos
públicos ou em ativos de baixo risco de crédito. Esses tipos de fundo possuem risco
ligeiramente maior do que os fundos referenciados, pois nem sempre acompanham o
movimento da taxa de juros.
Uma variação dos tradicionais fundos de renda fixa é o fundo RF crédito, que
destina parte dos investimentos em aplicações em títulos de dívida privada. Esses títulos
possuem risco superior do que no caso da aplicação em títulos do governo e, por isso,
antes de investir neles, é recomendado que se faça boa análise dos riscos por parte do
administrador das cotas.
Se você fizer uma boa análise desses fundos em parceria com o administrador das
cotas, essa modalidade sem dúvida é um investimento com boa rentabilidade e baixo
risco.
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4.5 – Fundos de risco entre moderado a alto
Quando dizemos que um fundo tem risco entre moderado e alto, isso significa que
o investidor pode ter a rentabilidade negativa em um determinado período. Isso quer
dizer que ele corre o risco de perder parte do capital inicialmente investido.
Mas estes tipos de fundos não permitem o uso de instrumentos de alavancagem. A
alavancagem é uma situação em que o gestor dos recursos assume obrigações em
relação ao capital investido, que são maiores do que o patrimônio investido de fato no
fundo.
Isso quer dizer que ele trabalha como se tivesse mais recursos do que realmente
têm, o que é admitido apenas em fundos de
alto risco.
- Investimentos no exterior
Esses títulos são também conhecidos
como fundos da dívida externa, cujo objetivo
é investir a maior parte do capital em títulos
da dívida pública que estão sendo negociados no exterior.
Como esses títulos são cotados em outra moeda, o investidor corre o risco
relacionado à variação da taxa de cambio e da oscilação do preço do título em questão.
Por exemplo, se o título estiver sendo negociado em dólar, e o dólar subir, o
investidor ganha dinheiro, mas ele corre o risco de perder caso a cotação do dólar caia.
- Multimercados
Este tipo de investimento busca o retorno do dinheiro em longo prazo mediante
investimentos em diversos tipos de ativos, como por exemplo, renda fixa, câmbio e
outros.
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Para que o investimento em multimercados seja classificado como risco entre
moderado e alto, o tipo de ativo em que será investido o dinheiro não pode admitir
alavancagem nem o risco relacionado a aplicações em renda variável.
Como existem várias opções de aplicação de dinheiro quando se decide investir
em multimercados, recomendamos que você estude bem com o administrador das cotas
todos os riscos relacionados a todos os investimentos em que seu dinheiro será
colocado.
É importante que fique claro que não há risco relacionado à renda variável e nem
que o administrador poderá usar o recurso da alavancagem, pois assim você estará
assumindo um fundo de alto risco.
4.6 – Fundos de alto risco
Quando se aplica em um fundo de alto risco, o investidor espera obter lucros mais
elevados do que nas outras modalidades de investimento. Mas o alto risco está
relacionado ao fato de que se está propenso a ter perdas maiores dependendo do
mercado.
Nesta classificação estão os fundos que aplicam em renda variável, derivativos,
câmbio e alavancagem. Os investidores dessa modalidade são aqueles que procuram
retornos elevados, e que também podem suportar momentos de turbulência a que o
fundo pode estar submetido.
A liquidez deste investimento nem sempre é diária, como no caso do mercado de
ações, cujo dinheiro pode ser retirado em até quatro dias úteis após a solicitação do
resgate.
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São fundos de alto risco o
mercado de ações (Ibovespa, IBX,
ações setoriais), fundos cambiais e
fundos multimercados, que admitem
risco relacionado à renda variável e/ou
alavancagem.
- Fundos de ações
Quando o investidor aplica em um fundo de ações, ele está submetendo o seu
dinheiro em recursos de renda variável. Aplicar em renda variável significa aplicar em
ações do Ibovespa ou IBX, ou entre fundos de ações setoriais.
Ao aplicar na Ibovespa e no IBX a rentabilidade de aplicação acompanhará o
índice destes mercados de ação. Ações setoriais são aquelas compostas por títulos de
empresas de um mesmo ramo de atuação, como tecnologia ou energia, por exemplo, e
os títulos são das diversas empresas que compõem aquele determinado segmento de
mercado.
O risco, nesses casos, está associado à variação dos índices dos setores de atuação
em que as empresas atuam, além dos riscos relacionados ao investimento em mercado
de ações.
A liquidez desse tipo de fundo é mais limitada do que em outros investimentos,
uma vez que o investidor recebe os recursos em até quatro dias úteis após a solicitação
do resgate.
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- Fundos cambiais
Os fundos cambiais são aqueles em que a
rentabilidade procura acompanhar a variação da taxa
de cambio de uma moeda estrangeira. A taxa de
cambio é o valor daquela moeda em relação ao real –
o valor do dólar em relação ao real, por exemplo.
Os investimentos em fundos cambiais mais
usados são os que buscam acompanhar a variação do
dólar e do euro. Esse tipo de investimento não possui alavancagem e, por isso, possui
risco relativamente menor do que os outros investimentos de alto risco.
- Multimercados
Já vimos como é feita a aplicação financeira em multimercados. A diferença em
aplicações de alto risco é que, nesses fundos, operações que implicam alavancagem do
patrimônio são permitidas.
Além disso, a carteira acionária também permite o investimento em fundos, como
renda variável, e derivativos, que são classes de ativos que possuem alto risco embutido.
Em outras palavras, o investidor pode ganhar muito, mas corre o risco de perder
muito dinheiro da mesma forma. É preciso que se tenha um bom administrador das
cotas, além de grande conhecimento sobre os ativos aplicados antes de decidir investir
nesta modalidade de fundo de investimento.
4.7 – Títulos públicos
A administração pública, representada pelos governos federal, estadual e
municipal, precisa de dinheiro para financiar obras e outros projetos, assim como para
pagar dívidas e para equilibrar o orçamento.
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Por isso esses órgãos emitem títulos
públicos, e quem os compra está
emprestando dinheiro para o governo, que
assume a responsabilidade de pagar esse
dinheiro de volta ao investidor com o
acréscimo de juros, de acordo com as
características de cada título.
Os títulos públicos brasileiros são classificados em quatro grandes grupos, de
acordo com o índice de juros fixado para cada um deles:
- prefixados: a rentabilidade do investimento é definida no ato do lançamento do
título pelo governo.
- pós-fixados: são os títulos que procuram acompanhar a variação de determinado
índice de referencia.
- cambiais: aqueles que acompanham a variação da taxa de câmbio.
- títulos que acompanham a variação do índice de preços, ou seja, que
acompanham a inflação.
Os principais títulos negociados no mercado são:
- Letra do Tesouro Nacional (LTN). É um título com rentabilidade definida, ou
seja, a taxa é prefixada no momento da compra do título. O pagamento ao investidor é
feito no vencimento do título.
- Letra Financeira do Tesouro (LFT). A rentabilidade deste título é diária, e
está vinculada à taxa de juros básica da economia (Selic). O pagamento é feito no
vencimento do título.
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- Nota do Tesouro Nacional (NTN-B). Série B: é o título com rentabilidade
vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros que são definidos no momento em que
o investidor adquire o título. O IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O pagamento é feito semestralmente e na data do vencimento, sendo que os juros
são pagos semestralmente e o valor principal pago na data do vencimento.
- Nota do Tesouro Nacional (NTN-C). Série C: este título tem a rentabilidade
vinculada com o IGP-M, mais juros definidos no momento da compra do título.
O IGP-M é o Índice Geral de Preços de Mercado, divulgado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
O pagamento dos juros é feito semestralmente, e o pagamento do valor principal é
feito na data de vencimento do título.
- Nota do Tesouro Nacional (NTN-D). Série D: este título é pós-fixado, sendo
emitido pelo Tesouro Nacional, e sua rentabilidade acompanha a variação do dólar,
acrescida de uma taxa fixada durante a negociação do título. O pagamento do principal
e dos juros é feito na data do vencimento.
- Nota do Tesouro Nacional (NTN-F). Série F: a rentabilidade do NTN-F é
prefixada. O pagamento dos juros é feito semestralmente, e o pagamento do valor
principal é feito no vencimento do título.
O risco relacionado ao investimento em títulos públicos está relacionado ao risco
do emissor do título, ou seja, do governo federal, estadual ou municipal, que emitiu o
título.
O prazo, igualmente, varia de acordo com a esfera do governo emissor do título, e
a liquidez costuma ser diária.
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Você pode investir em títulos públicos através dos fundos de investimento, mas,
neste caso, a rentabilidade é menor, pois há o custo da taxa de administração dele.
Os títulos podem ser adquiridos diretamente e a vantagem é que, neste caso, você
receberá a rentabilidade nominal dos títulos, menos o Imposto de Renda, que também é
cobrado quando se investe em fundos de investimento.
Para investir em títulos públicos é preciso ter um bom conhecimento sobre o
funcionamento deste mercado, pois as operações não são tão simples.
Os preços para adquirir um título da dívida pública são altos e isso acaba
constituindo uma barreira ao pequeno investidor. Caso o capital seja pequeno, esse
investidor pode obter esta aplicação através de cotas de fundos de investimento.
Mas para tornar esses títulos mais acessíveis, desde janeiro de 2002, o Governo
Federal criou o site Tesouro Direto, em que é possível negociar títulos públicos a partir
do investimento de R$200,00.
A possibilidade de adquirir títulos a preços mais baixos atraiu muitos investidores,
uma vez que para adquirir esses títulos o investidor não precisa pagar taxa de
administração dos fundos de investimento, ao mesmo tempo em que pode tornar sua
carteira de investimentos mais diversificada.
Por esse motivo, o volume de transações desses títulos vem crescendo a cada ano.
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Unidade 5 – Dívidas e Empréstimos
Olá aluno.
Nesta unidade do nosso curso veremos os problemas relacionados às dívidas:
porque as pessoas acabam entrando no vermelho, quais são os motivos pontuais e
recorrentes para que isso aconteça, e meios que podem ser utilizados para sair dessa
situação.
Apresentaremos também como funciona o cartão de crédito, o que são os juros
rotativos e por que muitas pessoas acabam entrando em dívidas por causa dele.
Por fim, veremos como fazer um empréstimo pode ajudar a quem tem problemas
com dívidas, desde que esse seja contraído com o devido planejamento.
Bons estudos.
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5.1 – Problemas com dívidas
A dívida é o valor de um montante que pegamos emprestado no passado, ou uma
determinada quantia que nos comprometemos a pagar e que, chegado o dia de quitar o
débito, não foi possível pagá-la parcialmente ou por inteiro.
Existem muitas causas que podem levar um indivíduo ao endividamento, desde
um evento inesperado à manutenção de um padrão de vida acima do que ele pode
realmente pagar.
As dívidas são perigosas porque não trazem apenas problemas financeiros, mas
acabam repercutindo na vida pessoal do devedor. Desde instabilidade no casamento e
discussões, até preocupações e falta de sono podem ser motivados por problemas
financeiros.
Caso esteja em uma situação dessas,
recomendamos que o primeiro passo seja a
manutenção da calma. Parece simples, mas
quando perdemos a calma nossa capacidade de
raciocinar e de fazer um planejamento claro é
diminuída e isso só o prejudicará nesse
processo.
A atitude mais racional nesse momento é
tomar consciência das dívidas e encará-las
com maturidade. Não adianta fingir que o
problema não existe, pois isso só o tornará
ainda mais prejudicial no futuro pelo
crescimento vertiginoso do débito existente.
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Não tenha vergonha de procurar ajuda. Muitas pessoas, por falta de controle ou
por eventos inesperados, acabam devendo dinheiro e grande parte delas tem vergonha
de procurar conselhos e conversar sobre o assunto.
Ter coragem para enfrentar o desafio de pagar uma dívida é a chave para que esse
problema que lhe tira o sono pare de perturbar a sua vida. A vergonha deve vir da falta
de disposição de assumir os erros e consertá-los, não de procurar os melhores meios
para fazê-lo.
Se achar necessário, procure uma instituição que possa lhe auxiliar no processo de
aconselhamento sobre a dívida. Existem várias entidades que fazem esse trabalho
gratuitamente, como por exemplo:
- Devedores Anônimos. Esta é uma irmandade sem fins lucrativos, que visa
contribuir para solução de problemas de seus membros através da troca de experiências
em reuniões abertas. Não há pagamento de taxas nem de mensalidades, basta ir a um
local de reunião. Para consulta, acesse o site http://devedoresanonimos-
rio.org/index.html.
- Serasa Experian. Essa instituição trabalha com o cadastramento de pendências
financeiras de pessoas físicas e jurídicas, mas também oferece um Serviço Gratuito de
Orientação ao Consumidor, a respeito da negociação e parcelamento de dívidas e
demais pendências financeiras. Para ter acesso ao serviço, basta comparecer a uma
unidade da Serasa Experian com seu RG e CPF.
No site da empresa é possível verificar as unidades em todo país, assim como ter
acesso a outros serviços como cadastramento de cheques e documentos roubados, além
de possuir instruções de como proceder para realizar uma consulta sobre a sua situação
financeira. http://www.serasaexperian.com.br/index.htm
- Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON). O PROCON
possui um Núcleo de Tratamento de Superendividamento, que desenvolve ações para
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combater o endividamento excessivo da população, por meio de ações preventivas e
auxilio a negociações para parcelamento.
A instituição também oferece palestras gratuitas sobre a relevância da educação
financeira e demais assuntos relativos à área. Para saber mais, acesse
http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=409.
Veja, a seguir, alguns conselhos elaborados pelo Núcleo de Tratamento de
Superendividamento do PROCON para evitar as dívidas:
- Não confunda necessidade de consumo com
desejo de comprar;
- Não se engane sobre sua renda
confundindo-a com o limite de cartão de crédito,
cheque especial, empréstimo consignado ou
demais formas de crédito;
- Não contrate crédito ofertado por telefone,
caixas eletrônicos, ou internet sempre que faltar
tempo para uma adequada reflexão sobre a
necessidade, bem como a capacidade de pagamento da dívida;
- Nunca gaste contando com oportunidades de ganhos futuros ainda não
confirmados;
- Não se endivide para adquirir produtos ou serviços por status ou aparência de
um padrão de vida superior ao seu. Muitas pessoas desestruturam seu orçamento
familiar consumindo por modismos produtos ou serviços desnecessários e inadequados
à sua renda;
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- Cuidado com possíveis ilusões do tipo: "Se eu comprar este terno mais caro,
porém mais bonito, serei aprovado na entrevista para o emprego que tanto espero,
assim, logo, logo, compensarei esse gasto extra";
- Antes de decidir comprar, desocupe sua mente de ideias pré-concebidas, como:
"Consumindo as marcas "X", "Y" ou "Z", serei aceito em meu grupo social". Nossa
aceitação depende unicamente de nossa autoaceitação que, por sua vez, depende
apenas de nós mesmos;
- Sempre que possível, pratique a poupança prévia evitando ao máximo as
compras a prazo e nunca comprometa mais de 30 % de sua renda com empréstimos ou
financiamentos;
- Caso seu gasto não possa esperar a formação de uma poupança, opte por
prazos de pagamento menores e com entrada no ato da compra. Sempre que puder,
liquide prestações antes do vencimento, assim você se livra dos juros proporcionais ao
período antecipado;
- Cuidados com as armadilhas: "... compre agora e comece a pagar só depois do
natal, carnaval, etc. ..." (serão cobrados juros durante o período de carência) ou
"...não deixe de comprar, parcelamos esse preço pra você em suaves prestações..." (um
produto ou serviço não deixa de ter um preço inadequado apenas por ser pago aos
poucos);
- Mantenha reservas para imprevistos. As aplicações financeiras estão bem mais
acessíveis do que se pensa. Há opções para todas as idades e faixas de renda, basta
conhecer como elas funcionam;
- Avalie as reais causas de suas frustrações para combatê-las de frente pois sair
consumindo para aliviar tensões e angústias à custa de novas dívidas não eliminará a
causa do problema, mas talvez agravará as atuais dificuldades;
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- Nunca decida comprar para satisfazer vontades repentinas. Deparando-se
seduzido por algo que não havia se programado, dê um tempo para refletir procurando
antes mudar o cenário mental. Muitas vezes, aquela vontade "incontrolável" ou
"desesperadora" desaparece;
- Não decida comprar sob efeito de fortes sentimentos como inveja, tristeza,
raiva, competitividade, etc.;
- Procure compartilhar suas intenções de
consumo ou situação financeira com familiares.
Isolamentos sociais importantes podem sinalizar o
início de um superendividamento;
- Saiba que grande parte dos compradores
compulsivos não sabe que possuem o transtorno.
Renegociam suas dívidas pensando em mudar,
mas, com frequência, acabam contraindo novas
dívidas entrando em uma "Roda Viva" difícil de
frear;
- Não assuma dívidas em benefício de terceiros;
- Jamais informe dados pessoais, inclusive bancários e de beneficio junto ao INSS
a estranhos. Assim você estará se protegendo de possíveis fraudes;
- Cuidado! O convite à satisfação imediata somado ao impulso pelo consumo e à
inexperiência em contar com imprevistos na organização das próprias finanças são
alguns dos principais motivos do crescimento do superendividamento;
- Lembre-se! A publicidade empenha-se em nos convencer de que atingiremos a
felicidade através dos prazeres de consumo, contudo, a FELICIDADE NÃO ESTÁ NO
CONSUMO DE PRODUTOS OU SERVIÇOS, mas no SIGNIFICADO que damos a
eles. Fonte: http://www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=575
48
5.2 – Causas do endividamento e negociação
Existem muitos motivos que podem levar uma pessoa a entrar no vermelho, e é
muito difícil encontrar alguém que nunca tenha estado, ou que não conheça pelo menos
uma pessoa, que está com as contas fora de ordem.
Ao contrário do que muitos pensam, endividar-se não é exclusividade de quem
ganha pouco: todos aqueles que não possuem uma educação financeira e que
simplesmente gastam mais do que recebem estão expostos a essa situação.
Quando perceber que está com as contas no vermelho, o primeiro passo é
identificar a causa disso. De acordo com a causa, teremos soluções diferentes. Mas é
muito mais fácil identificar a causa do que trabalhar efetivamente para eliminá-la da sua
vida.
Por isso, insistimos que é essencial a disciplina
financeira, caso tenha traçado um objetivo de vida e
queira realmente conquistá-lo. Isso pode significar uma
mudança drástica de hábitos e comportamentos, mas que
serão recompensados a médio e longo prazo.
De acordo com Paschoarelli, as causas para o
endividamento podem ser pontuais ou recorrentes.
As causas pontuais podem ser:
- Perda de emprego e, consequentemente, de renda.
- No caso de ser prestador de serviços ou autônomo, o indivíduo ficou doente e
sem possibilidade de acumular renda no período.
49
- Problemas de saúde do provedor ou de algum membro da família, o que gera,
como consequência, gastos médicos não previstos no planejamento financeiro.
- Casamento: a pessoa acabou de casar e acaba gastando com a compra de móveis,
eletrodomésticos, etc.
- Separação: quem se separa precisa arcar com gastos como pensão alimentícia,
advogados, custos do processo entre outros. Além disso, ao separar-se, o indivíduo
precisa morar em uma nova casa, mobiliá-la e isso também acaba gerando um dispêndio
grande de recursos.
- Acidente com o carro quando esse não possui seguro.
- Falta de planejamento pontual, como fazer uma viagem que acabará não cabendo
no orçamento ou gastos de final de ano sem guardar dinheiro para as contas do início do
ano seguinte (IPVA, IPTU, matrícula na escola, material escolar, seguro do carro etc.).
Caso o motivo do
endividamento tenha sido
pontual, isso significa que ela não
irá se repetir, uma vez que é
esperado que o indivíduo aprenda
com o erro cometido uma vez
para não cometê-lo novamente
(se em um ano você gastou seu
décimo terceiro salário em
compras de natal e ficou sem recursos para pagar o IPVA, por exemplo, é esperado que
não faça isso no ano seguinte).
Se você for autônomo, por exemplo, e não tiver décimo terceiro, faça uma reserva
à parte ao longo do ano para arcar com as contas que sabe que terá de pagar no início do
ano seguinte.
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A mudança do estilo de vida deverá ser momentânea, com o objetivo de sanar o
problema financeiro pontual que você possui. Com paciência, esforço e perseverança,
todos somos capazes de realizar restrições em nosso estilo de vida para conquistar um
objetivo.
Caso precise de uma alternativa rápida para se livrar das dívidas, uma solução que
pode ser tomada é vender um bem para cobrir este valor. Por exemplo, se entrar no
cheque especial e tiver dois carros, venda um deles e use o valor para quitar o cheque
especial.
Agora, vamos ver o que são as causas recorrentes do endividamento e como
podemos proceder para saná-las.
As causas recorrentes são causadas por decisões voluntárias do indivíduo no
sentido de que pretende manter um padrão de vida acima do que ele pode prover.
A chave para identificar os motivos recorrentes de endividamento são os custos
fixos. Já aprendemos que esses são os gastos que estão presentes todos os meses, e que
estão diretamente relacionados com o padrão de vida sustentado pela pessoa.
Caso esteja com as contas no vermelho, pare e olhe para os gastos fixos. Pense se
você está custeando um gasto fixo relacionado a um bem ou serviço que seja supérfluo,
como por exemplo:
- Prestações de um automóvel de luxo.
- Prestações de um bem de luxo (uma televisão de plasma, um computador de
última geração).
- Prestações de um imóvel muito caro.
- Manutenção de uma casa de praia ou de campo.
51
O essencial é identificar aquilo que está sendo mantido e que realmente não é
necessário, ou que pode ser trocado por um custo mais baixo. Por exemplo, se você
estiver pagando prestações de um carro de luxo e isso estiver estourando seu orçamento,
venda o carro e troque por um mais barato, ou simplesmente venda o carro e salde as
dívidas.
Este é um processo difícil, afinal estamos acostumados ao padrão de vida que
estabelecemos. Mas a situação pode se tornar grave, a ponto de não ser possível pagar a
mensalidade da escola do seu filho e as prestações do carro.
Por isso o estabelecimento de prioridades é essencial, justamente para incentivá-lo
a cortar custos que, apesar de reduzir o padrão de vida, farão com que seja possível
manter o que é mais importante.
Outro passo fundamental é prever os gastos fixos relativos a um bem ou serviço
que se vai adquirir. Ao comprar um celular para seu filho, por exemplo, o mais
importante não é pensar no valor do aparelho, mas sim quanto dinheiro será gasto para
pagar a conta de telefone.
Outro exemplo é quando se
adquire um sítio, pois o custo não se
restringe ao valor do imóvel, mas
também ao valor que será pago para
a manutenção da propriedade. Vale
a pena gastar com algo supérfluo e
se arriscar a não conseguir pagar o
aluguel de casa, ou a conta de luz?
Lidando com as dívidas
A verdade é que ninguém fica no vermelho porque quer, mas, sim, por uma falta
de planejamento prévio em relação ao gasto, quando falamos em causas recorrentes.
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Abaixo vamos mostrar algumas dicas para que você possa lidar com as dívidas e saldá-
las o quanto antes.
1) Seja qual for o motivo do endividamento, o mais indicado é a negociação dos
valores a serem pagos. Em primeiro lugar, faça um levantamento de todas as dívidas, da
taxa de juros que está pagando sobre cada uma e trace um planejamento para quitar os
débitos.
2) As dívidas de valores mais altos devem ser negociadas primeiro e, se possível,
negocie um refinanciamento com a instituição para qual você está devendo. As dívidas
maiores e com maiores juros devem ser priorizadas no planejamento do pagamento dos
débitos totais.
3) Procure identificar se possui dívidas que relacionem o nome de outras pessoas,
como fiadores ou compras feitas em nome de outra pessoa. Esse passo é de extrema
importância, pois se esse terceiro perceber que você não está priorizando o pagamento
de uma dívida que o afeta, certamente perderá a confiança em você.
4) Para que não assumam proporções incontroláveis, procure controlar a dívida no
início. Às vezes a pessoa começa com uma dívida pequena, mas, dependendo da taxa de
juros cobrada, em particular no cartão de crédito,
pode acabar se tornando impagável.
5) No processo de negociação, procure o credor
e converse com ele mostrando que você é uma pessoa
séria e que está disposta a pagar a dívida. Exponha as
razões que o levaram a essa situação e apresente o
planejamento para pagar os débitos.
6) Se sua dívida for no cartão de crédito, não
pague o mínimo todos os meses. Suspenda o
pagamento e negocie o parcelamento do valor com a
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operadora do cartão e, o mais importante, não use o cartão nesse período. Se necessário,
quebre-o para que não volte a gerar problemas de descontrole financeiro.
7) Quando for negociar uma dívida, não aceite a primeira proposta que lhe
oferecerem. Sempre proponha um parcelamento mais longo, pois assim as parcelas
caberão com mais conforto no seu orçamento. Se a instituição financeira lhe propuser
um parcelamento em três vezes, proponha em quinze vezes. De início haverá
resistência, mas o acordo final acabará sendo maior do que as três parcelas iniciais e,
consequentemente, o valor a ser pago mensalmente será menor.
8) Evite fazer a negociação com intermediários, como empresas de cobrança, pois
essas instituições trabalham com comissões e tentarão tirar o maior valor possível de
você, o que dificulta muito as negociações.
9) Procure negociar também as taxas de juros.
10) Procure conhecer os direitos do consumidor previstos no Código de Defesa do
Consumidor, pois, muitas vezes, são cobrados valores indevidos no parcelamento de
dívidas, como honorários advocatícios ou despesas de cobranças. Recuse
terminantemente negociações que visam incluir valores indevidos.
11) Evite ao máximo possível contrair um empréstimo de um agiota, pois essas
pessoas agem – na sua grande maioria – na ilegalidade e fazem uso de chantagens
pessoais para receber o valor que emprestaram. Caso isso já tenha acontecido, negocie a
dívida, expondo o seu problema e como pretende quitar o debito.
12) Se estiver sendo cobrado indevidamente, não tenha receio de procurar seus
direitos e acionar o PROCON ou qualquer órgão de defesa do consumidor, pois ainda
que esteja devendo para uma instituição, pode acioná-la judicialmente caso ela esteja
cobrando valores indevidos.
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5.3 – Cartões de Crédito
O cartão de crédito é um instrumento que pode ser muito útil, mas deve ser
utilizado com cuidado e planejamento, para que não passe de solução a problema de
difícil resolução.
O funcionamento do cartão de crédito é simples: você faz uma compra hoje, passa
seu cartão e paga o valor no mês seguinte, no dia de vencimento da fatura, com o
acréscimo dos juros cobrados pelo banco. Se você não puder fazer o pagamento integral
do valor da fatura, pode parcelar a dívida, mas irá pagar um valor mais alto no final do
parcelamento.
Em suma, quando você usa o
cartão de crédito, acaba atrasando a
data de pagamento das suas compras ao
mesmo tempo em que paga um valor
maior pelo produto, uma vez que o
banco cobra juros em cada fatura do
cartão.
Mas os cartões de crédito não existiram se não houvesse vantagens na sua
utilização. Entre elas, podemos citar:
- permite que o correntista mar que o dia de vencimento da fatura no mesmo dia
em que recebe o salário ou depois deste, a fim de fazer com que coincidam as datas de
entrada e saída de dinheiro.
- o cartão evita que a pessoa carregue dinheiro ou cheque.
- sua utilização é obrigatória em algumas situações, como em viagens para o
exterior e pagamento do aluguel de carros.
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- por oferecer menor risco ao comerciante, o cartão de crédito é muito mais aceito
do que o cheque.
- em geral, oferece crédito rápido e sem burocracia.
- muitas operadoras de cartões de crédito oferecem serviços extras, como acesso a
salas VIP em aeroportos, descontos em ingressos de shows ou jogos de futebol, por
exemplo.
- muitas operadoras também oferecem programas de fidelidade, nos quais quanto
maior for a utilização do cartão, mais pontos são acumulados e o consumidor recebe
prêmios em troca, participa de promoções, etc.
Mas a utilização dos cartões de crédito também pode trazer muitas desvantagens
para os clientes. Muitas delas podem ser evitadas com a utilização racional e com o
planejamento prévio às compras feitas com o cartão. Algumas desvantagens no uso dos
cartões de crédito são:
- pagamento de anuidade para ter o cartão, que é uma taxa anual apenas por
possuir o instrumento de pagamento, ainda que você não o utilize. Alguns cartões são
oferecidos sem anuidade, mas preste atenção quando for adquirir um, pois algumas
operadoras oferecem determinado tempo sem anuidade (um ou dois anos) e depois
desse período passam a cobrar o valor.
É importante também que você pesquise os bancos e as operadoras de cartões para
verificar quais são as taxas cobradas e qual é a mais vantajosa.
- juros cobrados, em particular os de crédito rotativo. O juro de crédito rotativo é
aquele cobrado sobre a diferença entre o valor pago da fatura e o valor total. Por
exemplo, você pagou R$ 50,00 de uma fatura de cartão de R$ 200,00. Se o crédito
rotativo do seu banco for 10% ao mês, você terá a dívida no mês seguinte de:
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Ou seja, você ainda terá que pagar os R$ 150,00 que não pode pagar no mês
anterior, acrescidos de R$ 15,00. Além dos juros rotativos, existem a multa por atraso
(aproximadamente 2% ao mês) e os juros de mora (1% ao mês). Em um ano, os juros
rotativos dos cartões de crédito chegam a mais de 200%.
Portanto, tome muito cuidado com a utilização excessiva do cartão de crédito e,
em especial, com o pagamento continuado do valor mínimo da fatura.
- outra desvantagem do cartão de crédito é que, como ele é aceito na grande
maioria dos estabelecimentos comerciais e o desembolso só será feito no mês seguinte,
a maioria das pessoas acaba comprando coisas desnecessárias por impulso, sem pensar
se terão como pagar o valor no mês seguinte.
- podemos citar como a última desvantagem da utilização dos cartões de crédito o
fato de que os bancos impõem limites aos gastos que podem ser efetuados. Os limites
são calculados subtraindo o total que você tem financiado.
Por exemplo, uma pessoa que tem um cartão com limite de R$ 4.000,00 e fez uma
compra de R$ 1.500,00 parcelada em três vezes possui o limite, após esta compra, de
R$ 2.500,00. Quando ela pagar a primeira parcela de R$ 500,00, seu limite passará a ser
de R$ 3.000,00, só retornando a ser de R$ 4.000,00 após a quitação total das parcelas.
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CUIDADOS COM O CARTÃO DE CRÉDITO
O uso indiscriminado do cartão pode criar problemas grandes para você e para sua
família. Por exemplo, se uma pessoa mantém uma dívida de R$ 5.000,00 durante um
ano nesta modalidade de pagamento, no final desse período a dívida total pode chegar a
R$ 17.500,00.
Os cartões de lojas específicas são os cartões de créditos mais perigosos no
mercado atualmente, pois eles podem cobrar juros de até 500% ao ano. Além disso, só
podem ser utilizado em lojas da rede, o que diminui a sua opção de compra e o torna
refém do cartão.
Além disso, procure pagar à vista, pois se uma loja parcela no crédito, em geral,
oferece desconto no pagamento em dinheiro ou em cartão de débito direto na conta
corrente. Desta forma, ao invés de pagar um valor a mais no futuro, você estará pagando
um valor a menos no presente.
Outro conselho pra controlar a dívida do
cartão de crédito é fazer uma avaliação do quanto do
seu orçamento mensal está indo para o pagamento
dele. Se o valor for mais do que 30% do seu
orçamento significa que algo vai mal e que a partir
deste momento você deverá começar a controlar os
gastos.
Afinal, você tem outros gastos mais importantes a realizar, como lazer, educação,
saúde, habitação e alimentação que devem ser custeados com os outros 70% da sua
renda. Por isso, quando for utilizar o cartão, faça um planejamento do pagamento da
fatura que ocupe, no máximo, 15% do seu orçamento. Enquanto a dívida não for menos
do que isso, evite o máximo possível fazer compras que não sejam vitais.
Outro cuidado a se ter com o cartão de crédito é evitar pagar o valor mínimo da
fatura, pois, conforme vimos, isso pode virar uma bola de neve que vai virar uma dívida
58
enorme. Com o aumento excessivo do valor a pagar, a dívida pode assumir uma
proporção fora do controle, e o cliente pode ter o nome incluído no Serviço de Proteção
ao Crédito com o tempo.
A última dica que você pode utilizar, no caso de ter atingido uma dívida que sabe
que não conseguirá quitar de uma vez só, é renegociar o valor total com o banco. Se
você está nessa situação, vale a pena até mesmo quebrar o cartão para evitar o seu uso,
para que o pagamento das parcelas não seja inútil.
Leitura Complementar
Cartão de crédito é recurso útil, mas exige educação financeira
As recentes alterações promovidas pelo governo federal nas regras de
cartão de crédito motivam constantemente diversas discussões a respeito do uso
correto deste recurso.
O educador financeiro e presidente do instituto DSOP, Reinaldo
Domingos, se opõe à ideia de que o cartão de crédito é um vilão das finanças
pessoais. Para ele, a realidade é que o cartão é algo altamente seguro e eficaz,
mas a fraca educação financeira de muitos consumidores acaba levando aos
altos índices de inadimplência.
Domingos observa que o consumidor precisa ser cauteloso para não entrar
nas linhas de crédito oferecidas pelas operadoras, já que os juros cobrados
ultrapassam a exagerada marca de 230% ao ano. Atento a esta questão, o
consumidor só tem a ganhar com as vantagens dos cartões, como os prazos de
pagamentos maiores e os benefícios das empresas em geral.
Políticas abusivas
Para o educador, as instituições financeiras deveriam repensar suas
políticas, reduzindo principalmente as taxas de juros cobradas. O aumento do
59
IOF (imposto sobre operações financeiras), que passou de 1,5% para 3% ao ano
no crédito para pessoa física, também não colabora com o consumidor.
Em sua avaliação, seria preciso combater a causa do problema e não
simplesmente elaborar ações paliativas que só impulsionam o aumento da
inadimplência.
Dicas
Algumas sugestões podem ajudar o consumidor a se afastar dos
problemas que envolvem o uso do cartão. Entre elas, o educador orienta a ter
consciência na hora de consumir, ponderando a importância daquele produto ou
serviço. Além disso, é importante controlar de perto o parcelamento feito no
cartão, já que muitas vezes as prestações correntes já estão comprometendo todo
o salário.
Para quem tem salário fixo, um cartão de crédito é o suficiente, e para os
que possuem ganhos esporádicos, a recomendação é ter três cartões, se possível
com vencimentos nos dias 10,20 e 30 de cada mês. A recomendação final,
básica, mas essencial, é: seja responsável.
Fonte: http://www.infomoney.com.br/cartao-de-credito/noticia/2120554-
cartao+credito+recurso+util+mas+exige+educacao+financeira
5.4 – Empréstimo
Uma saída possível para quem está com dívidas, no caso de todas as soluções
apresentadas previamente não ter surtido resultado, é contrair um empréstimo para
saldar todas ou quase todas as dívidas.
Isso é indicado porque é mais fácil pagar apenas uma dívida do que várias, com
diferentes taxas de juros e tipos de credores.
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O indicado é que após fazer um levantamento das suas dívidas, você veja a taxa
de juros mais alta e a mais baixa que está pagando mensalmente e escolha um tipo de
empréstimo que tenha os juros que lhe parecem mais razoáveis.
Se você tiver várias dívidas e a taxa de
juros mais alta for de 5% ao mês, e a dívida
com taxa de juros mais baixa for 0,8% a.m.,
você deverá escolher um empréstimo que se
aproxime do valor mais baixo, ou seja, 0,8%
a.m., e que se afaste o máximo do valor mais
alto, nesse caso, 5% a.m.
Isso se dá porque não adianta pegar um
empréstimo com uma taxa de juros muito acima do que aquela que você já possui só pra
quitar o débito, porque assim você estará acumulando mais dívidas.
Caso tenha dívidas com taxas de juros muito mais baixas do que as que puder
adquirir no empréstimo, vale a pena usar este valor apenas para cobrir as dívidas com
taxas de juros mensais mais altas do que a do empréstimo.
Por exemplo, você tem três dívidas: a, b e c. A dívida a possui taxa de juros de
10% ao mês, a dívida b possui taxa de juros mensais de 6% e a dívida c taxa de juros de
3,5% a.m. Se conseguir um empréstimo com taxas de juros de 5% ao mês, o que
compensa mais é usá-lo para pagar o valor a e b, pois se usar para pagar todas as
dívidas, acabará pagando uma taxa de juros maior pelo valor de c do que paga
atualmente.
Antes de contrair um empréstimo em uma instituição financeira, é preciso que
você verifique juntamente ao Banco Central se ela possui autorização para funcionar. A
lista completa está no site http://www.bcb.gov.br/?RELINST.
Agora que já decidiu se precisa ou não contrair o empréstimo, vamos ver os tipos
mais recorrentes no mercado.
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1) Empréstimo pessoal. Essa
modalidade pode ser realizada diretamente
com o banco ou com instituições financeiras
autorizadas para tal para pessoas físicas. Em
geral, esse tipo de empréstimo é uma saída
rápida e com menos burocracia do que os
outros, mas pode sair mais caro devido à taxa
de juros cobrada pela instituição financeira.
2) Empréstimo consignado. É um tipo de empréstimo oferecido a funcionários
públicos ou aposentados e pensionistas do INSS. Ele consiste na realização do
empréstimo e as parcelas para o pagamento são descontadas diretamente na folha de
pagamento.
Algumas empresas privadas possuem parcerias com bancos que permitem que
este empréstimo seja feito por seus funcionários. Em geral, as taxas do empréstimo
consignado são menores do que as dos outros empréstimos.
3) Cheque especial. Esse empréstimo pode muitas vezes ser camuflado pelo
banco como “limite da conta”. Quando temos uma conta corrente e seu limite é de
R$1.000,00, por exemplo, este valor corresponde a quantia que pode ser usada do
cheque especial.
Sempre que o correntista usa mais dinheiro do que possui na conta, esse valor é
pago através do cheque especial e quando você depositar valores na sua conta, eles vão
pagar o que foi usado dele. O problema desse empréstimo é que ele costuma ter as taxas
de juros mais altas entre todas as modalidades (a não ser a taxa do crédito rotativo do
cartão de crédito que pode ser mais alta).
O cheque especial é motivo para descontrole financeiro de muitas pessoas, pois
elas acabam não percebendo que estão usando o cheque especial e só veem o problema
quando ele chega ao limite. Para evitar ser pego de surpresa, ao abrir uma conta
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bancária, não autorize a colocação desse “limite” na conta, ou peça para que o banco
suspenda o seu caso já o tenha.
4) Empréstimo com cheque. Este tipo é realizado por agências financeiras que
são encontradas geralmente nas ruas, aquelas que costumam oferecer “crédito rápido e
sem burocracia”.
O processo consiste em pedir determinada quantia de dinheiro e, a partir disso, é
feita uma simulação, com os juros já embutidos, do valor e da quantidade das parcelas
que deverão ser pagas. Após a negociação, quem visa pegar o empréstimo preenche as
folhas de cheque e as deixa como garantia do pagamento.
Fazendo um bom uso do empréstimo
Contrair um empréstimo pode ser uma solução para os seus problemas anteriores
ou pode se tornar apenas mais um problema adiante: tudo dependerá da forma que você
irá tomar essa decisão.
Antes de ir à instituição financeira e se comprometer com o empréstimo, é
essencial que seja feito um planejamento de como esse dinheiro será usado e como será
garantido o pagamento das parcelas do empréstimo, para que ele não se torne outra
dívida.
Alguns conselhos de planejamento e utilização do empréstimo para saldar as
dívidas são:
- quando fizer o levantamento das dívidas, indique o nome do credor ou do banco,
quais são os meios de contato, qual é o valor inicial da dívida e o atual, taxa de juros e
quanto tempo ela está em atraso. Isso permite que se tenha uma ideia mais concreta do
tamanho do problema e de como solucioná-lo.
63
- verifique as pequenas
dívidas que podem ser pagas a partir
da contenção de custos. É comum
que o indivíduo tenha muitas
dívidas e acabe deixando de pagar
as grandes e as pequenas, mas se for
possível quitar as menores as
preocupações causadas por essa
situação passarão a ser mais tranquilas.
- pagas as menores dívidas, foque naquelas que podem lhe causar mais problemas,
ou seja, nas que o não pagamento pode resultar em cobranças judiciais, bloqueio de
bens ou colocar o seu nome na lista de devedores do Serviço de Proteção ao Crédito.
- após ter feito isso, sobrarão as dívidas grandes, e agora é o momento de pensar
como elas serão negociadas, parceladas e encaixadas no seu orçamento.
Com esse método, aquela angústia de possuir muitas dívidas vai diminuindo,
porque se começa a organizar a resolução do problema. O importante é ter calma para
enfrentar a situação, pois o desespero pode fazer com que tomemos decisões erradas.
Trabalhe sempre com o seu planejamento financeiro pessoal, vendo onde pode
economizar para que as dívidas não sejam mais um motivo de perda de sono ou de
perda da qualidade de vida.
Conscientize-se de que você está caminhando para eliminar os problemas
decorrentes das dívidas e siga as contenções financeiras com determinação, vendo a
qualidade de vida que resultará disso como um motivador da sua conduta mais
responsável.
64
Leitura Complementar
Vantagens de não ter dívida
Os problemas financeiros podem afetar todo o nosso bem-estar, que seja
físico ou psicológico. Uma dívida descontrolada é suficiente para que
passemos a dormir mal, comer mal e ter um mal-estar durante todo o dia
derivado das preocupações sobre o pagamento da dívida.
Para motivá-lo, aqui ficam algumas vantagens de não ter qualquer
dívida acumulada.
- Viver sem pressões desnecessárias. Podemos ter os nossos objetivos e
lutar por eles, mas estamos a fazê-lo porque queremos e não porque
precisamos desesperadamente ganhar dinheiro para pagar uma dívida.
Podemos dormir descansados sabendo que tudo está correndo bem
financeiramente.
- O dinheiro que recebe todos os meses é inteiramente seu. Pode
escolher onde o gastar. Pode até atirá-lo pela janela, porque não deve nada a
ninguém (embora não seja a atitude mais sensata…).
- Não tem grandes discussões com o seu parceiro, já que os problemas
financeiros são responsáveis por muitas brigas de casais e por muitos
divórcios. Se tudo estiver bem nessa área, apenas precisam decidir onde vão
investir o dinheiro que ganharam, ou seja, decidir como vai ser o futuro e isso
aproxima os casais, em vez de afastá-los.
- Simplifica muito o orçamento doméstico, porque não precisa se
preocupar com datas limites de pagamento, multas por atraso e até custos
judiciais por atrasos de pagamento. Além disso, não terá cobradores de dívidas
atrás de você.
65
- Pode fazer investimentos em longo prazo sem preocupação, porque
sabe que não necessita do dinheiro imediatamente para fazer um pagamento
extraordinário de uma dívida. Pode começar a investir na bolsa. Se o mercado
subir, é ótimo, mas se o mercado descer também está salvaguardado porque o
tempo corre a seu favor.
- Pode planejar todos os investimentos e provavelmente poupar dinheiro
para todos ao mesmo tempo, conforme forem os seus objetivos. Preparar a
educação dos seus filhos, a reforma ou preparar uma compra mais cara são
exemplos disso mesmo.
- Pode doar mais dinheiro e assim ajudar mais os outros. Quando não
temos dinheiro para nós, a última coisa em que podemos pensar é ajudar a
comunidade, mas se conseguirmos retirar um pouco dos nossos rendimentos e,
mesmo assim, cumprir os nossos objetivos pessoais, será fantástico e
altamente gratificante.
Existem tantas vantagens em não termos nenhuma dívida que é
impossível mencionar todas, mas basta refletir um pouco na sua situação e
encontrará mais uma dezena de razões pelas quais não se deve endividar.
Fonte: http://poupardinheiro.info/2008/10/29/vantagens-de-nao-ter-divida/
(adaptado do original para o português brasileiro)
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Encerramento
Olá aluno.
Chegamos ao fim do nosso curso de finanças pessoais.
Durante o curso, passamos à você os ensinamentos básicos em finanças pessoais,
como a educação financeira, sua importância, as consequências em não ter um
planejamento financeiro pessoal, e meios pelos quais podemos saber o que nos leva a
consumir de uma determinada forma, para que possamos cortar do nosso orçamento o
que é supérfluo.
Você aprendeu também como elaborar um orçamento financeiro, tanto para
aqueles que só precisam sustentar a si mesmos, como para os que possuem ou querem
possuir uma família. Viu também as formas como pode investir o seu dinheiro poupado
para que ele renda e você seja capaz de conquistar os objetivos de vida que traçou.
Por fim lhe mostramos as causas que fazem com que as pessoas entrem em
dividas e como é possível contorná-las, para que elas não sejam mais a causa de perda
de sono.
Dominando essas informações, você está apto a administrar corretamente suas
finanças pessoais. Os motivos para isso podem ser vários, como comprar uma casa, um
automóvel, obter independência financeira, fazer uma sonhada viagem em família ou
parar de ter preocupações por causa das dívidas.
Seja lá qual for a sua motivação, agora que você passou por uma reeducação
financeira, estamos certos de que possui as ferramentas necessárias para ter sucesso na
vida, conquistando seus objetivos por meio do seu próprio esforço e determinação.
Aconselhamos que você continue estudando o tema sempre, assim como preste
bastante atenção nas notícias sobre mercado financeiro, economia do Brasil e nas
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variações das taxas de juros, pois esses fatores alteram tanto os investimentos que
fazemos como os preços que pagamos pelos produtos que adquirimos, por exemplo.
Leia, estude, ouça e converse com amigos sobre o tema. Através da educação
financeira não nos tornaremos pessoas mais ligadas ao dinheiro, mas seremos
indivíduos capazes de planejar os gastos de forma que possamos aproveitar melhor a
vida, aumentando a qualidade dela.
Desejamos-lhe sucesso e boa sorte.
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Bibliografia – Finanças Pessoais
Livros:
- Sousa, Almir Ferreira de e Torralvo, Caio Fragata. Aprenda a administrar o
próprio dinheiro. Editora Saraiva, São Paulo, 2008.
- Eid Júnior, William e Garcia, Fabio Gallo. Finanças Pessoais: como fazer o
orçamento familiar. Publifolha, São Paulo, 2001.
- Paschoarelli, Rafael. A regra do jogo. Editora Saraiva, São Paulo, 2007.
- Silva, Eduardo D. Gestão em finanças pessoais. Uma metodologia para se adquirir
educação e saúde financeira. Qualitymark Editora, Rio de Janeiro, 2004.
Sites:
- Portal Brasil. O Real. Conheça a Nossa Moeda.
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