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    Finanas Pblicase Economia do

    Setor Pblico

    Curso preparatrio para o concurso da Secretaria doTesouro Nacional - 2013

    Autor: Professor Vincius Sacramento

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    Finanas Pblicas e Economia do Setor Pblico Professor Vincius Sacramento

    Curso de Finanas Pblicas e Economia do Setor Pblico Professor Vincius Sacramento

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    APRESENTAO ........................................................................................ 6

    CONTEDO ............................................................................................... 8

    1 TEORIA DAS FINANAS PBLICAS OBJETIVOS, METAS, ABRANGNCIAS

    E DEFINIO ............................................................................................ 91.1 EXERCCIOS ........................................................................................ 10

    2 EVOLUO DAS FUNES DO GOVERNO E CRESCIMENTO DO SETORPBLICO ................................................................................................. 11

    2.1 VISO CLSSICA/LIBERAL DAS FUNES DO ESTADO...................................... 11

    2.2 EVOLUO DAS FUNES DO GOVERNO ...................................................... 11

    2.3 TENDNCIAS GERAIS DE EVOLUO DO GASTO PBLICO NO MUNDO .................. 122.3.1 Razes para o crescimento do gasto pblico ............................................................................... 12

    2.3.2 Modelos macroeconmicos de evoluo do gasto pblico ............................................................ 14

    2.3.2.1 Wagner ....................................................................................................................... 14

    2.3.2.2 Peacock e Wiseman ..................................................................................................... 14

    2.3.2.3 Musgrave, Rostow e Herber ......................................................................................... 14

    2.4 EXERCCIOS ........................................................................................ 16

    3 FALHAS DE MERCADO ........................................................................ 20

    3.1 TIMO DE PARETO ............................................................................... 203.2 FALHAS DE MERCADO ............................................................................ 203.2.1 Existncia de bens pblicos........................................................................................................ 20

    3.2.2 A existncia de monoplios naturais ........................................................................................... 22

    3.2.3 As externalidades ...................................................................................................................... 22

    3.2.4 Interveno do Estado .............................................................................................................. 23

    3.2.5 Mercados Incompletos ............................................................................................................... 23

    3.2.6 Falhas de informao ................................................................................................................ 24

    3.2.7 Ocorrncia de desemprego e inflao ......................................................................................... 24

    3.2.8 Mapa mental ............................................................................................................................. 24

    3.3 EXERCCIOS ........................................................................................ 25

    4 OBJETIVOS DA POLTICA FISCAL E FUNES DO GOVERNO ................ 29

    4.1 FUNOALOCATIVA.............................................................................. 29

    4.2 FUNO DISTRIBUTIVA .......................................................................... 29

    4.3 FUNO ESTABILIZADORA....................................................................... 30

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    4.4 EXERCCIOS ........................................................................................ 32

    5 TEORIA DA TRIBUTAO .................................................................... 35

    5.1 INTRODUO ...................................................................................... 355.1.1 Sistema Tributrio ..................................................................................................................... 35

    5.1.2 Sistema Tributrio Ideal .......................................................................................................... 35

    5.1.3 Carga Tributria ........................................................................................................................ 36

    5.1.4 Evoluo da Carga Tributria no Brasil ps Plano Real ................................................................. 36

    5.2 PRINCPIOS DA TRIBUTAO.................................................................... 375.2.1 Princpio da Equidade ................................................................................................................ 37

    5.2.1.1 Princpio do Benefcio ................................................................................................... 37

    5.2.1.2 Princpio da Capacidade de Pagamento ......................................................................... 38

    5.2.2 Princpio da Neutralidade ........................................................................................................... 38

    5.2.3 Princpio da Simplicidade ........................................................................................................... 38

    5.3 TIPOS DE TRIBUTOS.............................................................................. 39

    5.4 TIPOS DE IMPOSTOS QUANTO AO FATO GERADOR OU BASE ECONMICA .............. 395.4.1 Impostos sobre a Renda ............................................................................................................ 39

    5.4.2 Impostos sobre o Patrimnio ..................................................................................................... 40

    5.4.3 Impostos sobre Vendas ............................................................................................................. 40

    5.4.3.1 Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) e suas vantagens ............................................... 41

    5.5 CLASSIFICAO DOS IMPOSTOS ................................................................ 425.5.1 Impostos Diretos e Indiretos ...................................................................................................... 42

    5.5.1.1 Impostos Diretos ......................................................................................................... 42

    5.5.1.2 Impostos Indiretos ...................................................................................................... 43

    5.5.2 Impostos Progressivos, Regressivos e Proporcionais .................................................................... 44

    5.5.2.1 Impostos Progressivos ................................................................................................. 44

    5.5.2.2 Impostos Regressivos .................................................................................................. 44

    5.5.2.3 Impostos Proporcionais ................................................................................................ 44

    5.5.3 Impostos Uniformes ou Seletivos ............................................................................................... 45

    5.6 EXERCCIOS ........................................................................................ 46

    6 NECESSIDADES DE FINANCIAMENTO DO SETOR PBLICO ................... 52

    6.1 CONCEITOS BSICOS............................................................................. 526.1.1 Fluxo e Estoque ........................................................................................................................ 52

    6.1.2 Critrios .................................................................................................................................... 52

    6.2 PRIMEIROS CONTATOS COM ALGUNS INDICADORES......................................... 53

    6.3 METODOLOGIAS................................................................................... 54

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    6.3.1 Acima da linha X Abaixo da linha .......................................................................................... 54

    6.4 RESULTADOS....................................................................................... 556.4.1 Resultado Primrio .................................................................................................................... 56

    6.4.2 Resultado Nominal .................................................................................................................... 56

    6.4.3 Resultado Operacional ............................................................................................................... 576.5 RESULTADO FISCAL DO GOVERNO -NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO DO SETORPBLICO ................................................................................................... 57

    6.6 DFICIT PBLICO E FINANCIAMENTO DO DFICIT .......................................... 58

    6.7 EXERCCIOS ........................................................................................ 59

    7 CLASSIFICAO DAS RECEITAS E DESPESAS SEGUNDO O MTO 2013 ... 63

    7.1 EXERCCIOS ........................................................................................ 63

    8 CURVA DE LAFFER E FINANCIAMENTO POR SENHORIAGEM ................. 64

    8.1 CURVA DE LAFFER................................................................................ 64

    8.2 FINANCIAMENTO PORSENHORIAGEM.......................................................... 65

    8.3 EXERCCIOS ........................................................................................ 66

    9 DVIDA PBLICA ................................................................................ 68

    9.1 EXERCCIOS ........................................................................................ 69

    10 FINANAS PBLICAS NO BRASIL EXPERINCIAS A PARTIR DE 1970 .. 70

    10.1EXERCCIOS ........................................................................................ 70

    11 TPICOS ESPECIAIS ........................................................................... 71

    11.1PREVIDNCIA SOCIAL ............................................................................ 71

    11.2FEDERALISMO...................................................................................... 71

    11.3SISTEMA TRIBUTRIO BRASILEIRO ............................................................ 71

    11.4PRIVATIZAO E REGULAO NO BRASIL..................................................... 71

    11.5EXERCCIOS ........................................................................................ 71

    12 TPICOS DE LRF ................................................................................ 72

    12.1PRINCPIOS, OBJETIVOS E EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO ORAMENTRIO72

    12.1.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.2REGRA DE OURO .................................................................................. 7212.2.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

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    12.3ANEXOS............................................................................................. 7212.3.1 Anexo de Metas Fiscais .............................................................................................................. 72

    12.3.2 Anexo de Riscos Fiscais ............................................................................................................. 72

    12.3.3 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.4RECEITA CORRENTE LQUIDA................................................................... 7212.4.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.5RENNCIA DE RECEITA .......................................................................... 7212.5.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.6GERAO DE DESPESA E DESPESA OBRIGATRIA DE CARTERCONTINUADO......... 7212.6.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.7VEDAES.......................................................................................... 7212.7.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    12.8INSTRUMENTOS DE TRANSPARNCIA .......................................................... 7212.8.1 Exerccios ................................................................................................................................. 72

    13 BIBLIOGRAFIA .................................................................................... 73

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    ApresentaoPessoal,

    Meu nome Vincius Sacramento. Sou Analista de Finanas e Controle na Secretaria do TesouroNacional. Tenho experincia lecionando na ESAF e ABOP. Para esse concurso do Tesouro irei lecionar

    Finanas Pblicas e Economia do Setor Pblico em alguns dos principais cursos preparatrios de Braslia eem cursos a distncia.

    Bom, no acredito muito nesse modelo de negcio onde o professor elabora materiais e os vendeem sites especializados ou por demanda. Nada contra quem faz isso. Entretanto o que tenho visto quecom a facilidade de cpia, muita gente tem colocado o preo de cada curso muito alto, o que faz com que aspessoas que no concordam com atitudes de pirataria acabem se prejudicando. Isso porque elas pagamtambm o preo que o autor espera recuperar pelas cpias ilcitas.

    Esse material, portanto, no tem nenhuma restrio quanto cpia tampouco quanto distribuio.Pelo contrrio. Eu indico. Se voc gostou, copie! Se outro amigo precisa de material, distribua! Esse opropsito desse material. Quanto mais concurseiros tiverem acesso, mais perto de seu propsito o autor

    estar.Alm disso, estou amplamente aberto a sugestes. Se essa verso est com uma fonte ruim para

    impresso ou uma formatao que no te agrada, sugira. Novas verses podem sair para atender melhor atodos. Todas as sugestes e crticas so bem vindas e sero analisadas. Basta que as envie pelo facebookhttp://www.facebook.com/pages/Professor-Vincius/541033752588430 ou para o [email protected].

    A ideia fazer um material bem focado para esse certame do Tesouro. Assim, as vrias definies econceitos encontrados nesse material no vm somente de livros. Eles foram tirados de cerca de dezenas dequestes, na sua grande maioria da ESAF (para complementar alguns pontos sero vistas questes doCESPE), para que saibamos no s o entendimento de alguns doutrinadores, mas principalmente osposicionamentos anteriores da banca.

    O contedo ter uma parte textual, grficos retirados de livros e trabalhos publicados no site daESAF, quadros propostos pelo professor, mapas mentais e um nmero razovel de exerccios.

    Quanto bibliografia, segue um breve resumo dos materiais que sero utilizados (a bibliografiacompleta estar no final do material):

    Livroso Finanas Pblicas Giambiagi/Ana Cludia Almo Finanas Pblicas Fernando Rezendeo Gesto de Finanas Pblicas Paulo Henrique Feijo Dvida Pblica Livro publicado pela Subsecretaria de Dvida Pblica da STN

    Materiais de Apoioo MTO 2013o Apostilas e Questes do curso de formao do ltimo concurso do Tesouro Nacionalo Provas recentes da ESAF e algumas do CESPE

    Espero que vocs gostem!

    Forte abrao,

    Professor Vincius Sacramento

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    ContedoPara ajud-los abaixo segue a estruturao do trabalho e seu relacionamento com o edital de FinanasPblicas como de Economia do Setor Pblico

    Captulo Edital FinanasPblicas

    Edital Economia doSetor Pblico

    Cap. 1) Teoria das Finanas Pblicas Objetivos,

    metas, abrangncias e definiesItem 1 NULL

    Cap. 2) Evoluo das Funes do Governo e

    Crescimento do Setor PblicoItem 2 Item 4

    Cap. 3) Falhas de Mercado Externalidades, bens

    pblicos e o papel do Governo Item 3 Item 1

    Cap. 4) Objetivos da Poltica Fiscal Item 4 Item 2

    Cap. 5) Teoria da Tributao Item 5 Items 3 e 9

    Cap. 6) Necessidades de Financiamento do Setor

    PblicoItems 6 e 8 Item 5

    Cap. 7) Classificao das receitas e despesassegundo o MTO

    Item 7 NULL

    Cap. 8) Curva de Laffer e financiamento por

    senhoriagemNULL Item 6

    Cap. 9) Dvida Pblica NULL Items 6 e 7

    Cap. 10) Finanas Pblicas no Brasil

    Experincias a partir de 1970Item 10 NULL

    Cap. 11) Tpicos Especiais Previdncia Social,

    Federalismo, Sistema Tributrio Brasileiro e

    Privatizao e Regulao no Brasil

    NULL Items 8, 9, 10 e 11

    Cap. 12) Tpicos de LRF Item 9 NULL

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    1 Teoria das Finanas Pblicas Objetivos, metas,abrangncias e definioPessoal, antes de qualquer coisa interessante que todos tenhamos um pouco de noo sobre a

    disciplina. Mesmo esse no sendo o item do edital que mais cobrado em provas, seu estudo se faz

    necessrio, pois atravs dele teremos noo do que vem pela frente, e quando explorarmos cada assuntopoderemos entender em que contexto eles esto inseridos.

    De acordo com Musgrave & Musgrave, Finanas Pblicas a terminologia que tem sido tradicionalmenteaplicada ao conjunto de problemas da poltica econmica que envolvem o uso de medidas de tributao e dedispndios pblicos.

    Analisando essa definio dos ilustres autores, podemos perceber que as Finanas Pblicas nascem danecessidade de existncia de um Governo e principalmente de sua atuao econmica para cumprir algumasfunes e tarefas que a o sistema de mercado, por si s, no conseguiria cumprir.

    Ao longo desse curso veremos que essa interferncia do Estado pode ser maior ou menor, de acordo com as

    convices de seu povo e Governo, mas ela certamente ter que existir. Alguns servios como a defesanacional provavelmente sempre sero desempenhados pelo Estado, mas outras como a sade dependerode como pensa a sociedade a cerca do papel de seu Governo.

    Para que possa intervir no processo econmico, o Estado se utilizar de vrios instrumentos para atingirsuas metas de boa alocao dos recursos, de possuir uma economia estvel e de alcanar uma razoveldistribuio das riquezas entre sua populao. O estudo de Finanas Pblicas abrange todos essesinstrumentos tais como a captao de recursos pelo Estado - seja por emisso de moeda, por emisso dettulos pblicos ou at mesmo atravs da inflao -, a gesto das receitas auferidas e a forma com que essesrecursos sero gastos englobando a a alocao dos recursos pblicos visando s necessidades dacoletividade e do prprio Estado. Alm desses instrumentos, tambm esto sob a rea de estudos dasFinanas Pblicas as discusses de como dever ser essa interveno do Governo na economia, de quais so

    as reais funes do Estado e de como os gastos e suas fontes de financiamento se sustentaro ao longo dosanos.

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    1.1 Exerccios

    Questo 1) (ESAF ANEEL Analista Administrativo - 2006) Conceitualmente, pode-se dizer que oestudo sobre Finanas Pblicas abrange os seguintes temas, exceto:

    a) a emisso de moeda e ttulos pblicos.

    B) a captao de recursos pelo Estado.

    C) a gesto e o gasto das receitas pblicas.

    D) a racionalizao da estrutura administrativa do Estado.

    E) a alocao dos recursos pblicos visando s necessidades da coletividade e do prprio Estado.

    Gabarito:

    1) D

    Dicas de resoluo:

    1) D

    a)Verdadeiro.

    b)Verdadeiro.

    c) Verdadeiro.

    d) Falso. A racionalizao da estrutura administrativa do Estado no est entre os temas que as FinanasPblicas abrangem.

    e)Verdadeiro.

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    2 Evoluo das Funes do Governo e Crescimentodo Setor Pblico

    Quando falamos das vises sobre quais devem ser as funes do Estado, o estudo se concentra em duasabordagens: abordagem clssica e a abordagem keynesiana.

    2.1 Viso Clssica/Liberal das Funes do Estado

    Suas razes datam do sculo XVII e XVIII e prega que a ao do Estado deve restringir-se ao mnimoindispensvel, como a defesa militar, a manuteno da ordem, a distribuio da justia e pouco mais, pois,segundo esse pensamento, a iniciativa privada faz melhor uso dos recursos pblicos.

    Assim, podemos entender por liberalismo, o conjunto de ideias onde predominam a primazia do indivduoem relao do Estado. Suas origens vm do pensamento de Adam Smith em sua clebre obra a Riqueza dasNaes (1779) e corresponde poca em que a burguesia ganhava mais expresso e tentava cada vez maisse impor.

    Segundo essa viso, que acredita que o ideal seria um Estado Mnimo, a economia funcionaria bem e obem-estar seria atingido apenas com a atuao da iniciativa privada e com a busca individualista pelo lucro.Todo esse contexto seria equilibrado e corrigido pelo que Adam Smith chamou de mo invisvel, queatuaria auto-regulando os mercados. Segundo o autor, a mo invisvel no funcionaria adequadamente seexistissem impedimentos ao livre comrcio.

    Assim, de acordo com o liberalismo, os governos devem arrecadar e gastar o mnimo possvel.

    Importante registrar que, no final do sculo XX, com a crise pela qual passou o modelo econmicokeynesiano, surgiu uma nova verso desse pensamento, conhecido como neoliberalismo. Expoentes dessepensamento foram Thatcher na Inglaterra e Reagan nos EUA.

    2.2 Evoluo das Funes do Governo

    Ao fim do sculo XIX e incio do sculo XX, alguns problemas como limitao de oferta de bens e servios eaumentos de preos comearam a ocorrer. A esperada mo invisvel parecia no agir, principalmente coma existncia de grandes concentraes e monoplios. Esse processo culminou com a crise de 1929 e quebrada Bolsa de Nova York. A esses fatos se seguiu uma recesso de mbito global ficando claras as limitaesdas ideias liberais.

    Dentro desse contexto publicado em 1936 a Teoria Geral de John Maynard Keynes, que se contrapunha atodo o pensamento liberal. De acordo com esse novo pensamento era preciso que uma interveno doEstado na economia, pois s assim seria possvel reduzir as imperfeies do mercado.

    Baseado na ideia de atingir o pleno emprego, a demanda era estimulada atravs da mo do Governo, poisas foras do mercado, por si ss, no conseguiriam promover a alocao tima dos recursos, gerandodesemprego e capacidade ociosa. A teoria keynesiana fundamentou a implantao do Estado de Bem-EstarSocial nos pases centrais do sistema capitalista.

    Abaixo segue um mapinha mental pra que vocs possam dar uma passada na vspera da prova:

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    2.3 Tendncias Gerais de Evoluo do Gasto Pblico no Mundo

    2.3.1 Razes para o crescimento do gasto pblicoO gasto pblico aumentou pronunciadamente ao longo de sculo XX. Vrios so os estudos que

    visaram a identificar as causas da evoluo do gasto pblico nos diversos pases. Todos esses estudosidentificaram muitas razes para o crescimento das funes do Estado. Abaixo so citadas algumas queMusgrave & Musgrave e Giambiagi apontam como causas da evoluo do gasto pblico. A lista complementada com algumas causas encontradas em provas da ESAF:

    Esforo de guerra:Apesar de no ser o nico motivo, uma vez que os gastos continuaram a seampliar mesmo em perodos de paz, o esforo de guerra, que implica em um acentuado gastomilitar, foi um dos mais importantes fatores para o histrico aumento dos gastos pblicos. Maisadiante, quando analisarmos os estudos de Peacock e Wiseman e o efeito translao, detalharemosmelhor a situao;

    Crescimento da rendaper capitae o aumento da demanda por servios pblicos: Quandouma sociedade experimenta uma elevao no nvel de renda h um incremento no grau de

    escolaridade e com isso h um aumento das presses em favor da oferta de servios pblicosmelhores;

    Mudanas tecnolgicas: Saltos tecnolgicos geram aumentos nos gastos pblicos. Podemos citarcomo exemplo o motor de combusto interna que implicou em vrios tipos de gastos como rodoviase toda a infraestrutura para veculos automotores.

    Fatores demogrficos associados ao envelhecimento da populao: Com uma populaomais idosa, os gastos totais com sade e previdncia aumentam.

    Apesar da reduo da taxa de crescimento populacional poder implicar em

    envelhecimento da populao, a ESAF considerou falsa a afirmativa de que a reduoda taxa de crescimento populacional razo para expanso do gasto pblico.

    Custos relativos dos servios pblicos: Grande parte dos servios pblicos do tipo intensivo,sendo pouco suscetveis a racionalizao e novas tecnologias que diminuam seus custos;

    Mudana no alcance das transferncias: Ao longo do tempo os encargos com transfernciassociais cresceram. O alcance dos servios cada vez mais ampliado. Alm disso, mudanas naforma da previdncia fazem com que ela no seja cada um paga o seu, o que pode demandarcomplementos do Tesouro;

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    Disponibilidade de alternativas para a tributao: Esta causa est mais perto da realidade dospases desenvolvidos, onde a economia suporta melhor os efeitos da tributao e o setorempresarial, por razes de organizao, menos propenso a sonegao;

    Fatores polticos e sociais: Novos grupos sociais passaram a ter representatividade e forapoltica demandando novos empreendimentos pblicos;

    Menor produtividade do setor pblico em relao ao privado: Apesar de haver estudosdizendo o contrrio, a maioria dos estudiosos acredita que o setor privado mais produtivo que opblico. Assim, a menor produtividade leva a um crescimento da mquina e consequente aumentodos gastos pblicos;

    Impacto no custeio de grandes investimentos: Muitos polticos, preocupados em deixarmarcas em seus mandatos, constroem grandes investimentos sem analisar o legado que deixar.

    Apesar de ser de suma importncia analisar se a mquina do estado ir comportar os gastoscorrentes advindos do investimento, esse tipo de planejamento normalmente no feito. Oresultado que aps a finalizao de cada obra acrescentada s despesas de custeio uma novadespesa, qual seja, a de manuteno do novo investimento.

    Pessoal, montei um mapinha mental pra vocs mentalizarem e levarem pra prova:

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    2.3.2 Modelos macroeconmicos de evoluo do gasto pblicoPessoal, agora que j sabemos as principais razes para o crescimento do gasto pblico, estamos

    preparados para entender outra classificao j cobrada pela ESAF e que por isso devemos levarmemorizada para a prova. Trata-se dos principais modelos macroeconmicos da evoluo do gasto pblico:

    2.3.2.1 Wagner

    Sua contribuio est sintetizada na chamada Lei do Crescimento Incessante das Atividades Estatais ousimplesmente Lei de Wagner: medida que cresce o nvel de renda em pases industrializados, o setorpblico cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participao relativa do governo naeconomia cresce com o prprio ritmo de crescimento econmico do pas.Devido s vrias razes elencadas acima, Wagner afirma que com o crescimento econmico, os gastos dogoverno aumentam mais que proporcional ao PNB, ou seja, que a elasticidade das despesas pblicas emrelao ao PNB sempre foi maior que 1.

    2.3.2.2 Peacock e Wiseman

    Peacock e Wiseman abordam o assunto de maneira diferente de Wagner. Para eles a demanda por bens eservios por parte dos indivduos muito mais uma funo das possibilidades de obteno de recursos doque da expanso dos fatores que explicam o crescimento da demanda.

    Para eles, existe uma resistncia natural elevao da carga tributria que persiste em perodos denormalidade. Entretanto, num perodo de anormalidade uma guerra, surto inflacionrio grave ou umagrave crise global, por exemplo tal resistncia seria amenizada e a tributao elevada. Ao fim desseperodo a carga tributria se reduz, mas estaciona num patamar superior ao anterior anormalidade. A essefenmeno foi dado o nome de efeito translao.

    2.3.2.3 Musgrave, Rostow e HerberOs trs autores propuseram modelos que tinham em comum o fato de associar o grau de desenvolvimentodo pas com o crescimento do gasto pblico.

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    Moada, segue abaixo um mapa mental pra ser lido na vspera da prova:

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    2.4 Exerccios

    Questo 1) (ESAF 08/11/2008 08:02:11 - STN AFC) Sobre a Escola Clssica (Liberalismo) corretoafirmar:

    a) trata-se de um sistema econmico baseado na livre-empresa, mas com acentuada participao do Estado

    na promoo de benefcios sociais, com o objetivo de proporcionar padres de vida mnimos, desenvolver aproduo de bens e servios sociais, controlar o ciclo econmico e ajustar o total da produo, considerandoos custos e as rendas sociais.

    b) admite, por princpio, que a ao do Estado deve restringir-se ao mnimo indispensvel, como a defesamilitar, a manuteno da ordem, a distribuio da justia e pouco mais, pois a iniciativa privada faz melhoruso dos recursos pblicos.

    c) deu-se a partir das dcadas de 1980 e 1990, a reboque da crise fiscal, do incio do processo deglobalizao da economia e da ineficincia do Estado na produo de bens e servios.

    d) de carter nacionalista e intervencionista, preconiza para o Estado uma poltica econmica e financeira

    fundada na maior posse de dinheiro e metais preciosos, acreditando que nisso reside a base daprosperidade.

    e) corresponde fundamentalmente s diretrizes estatais aplicadas nos pases desenvolvidos por governossocial-democratas. Nos Estados Unidos, certos aspectos de seu desenvolvimento ocorreram,particularmente, no perodo de vigncia do New Deal.

    Questo 2) (ESAF 08/06/2008 - MPOG APO) Com relao s hipteses tericas do crescimento dasdespesas pblicas, indique a nica opo falsa.

    b) As mudanas demogrficas so uma importante varivel para explicar as alteraes e o crescimento dos

    gastos pblicos, seja pelo acrscimo absoluto da populao ou por sua prpria distribuio etria.

    c) Wagner estabeleceu como lei de expanso das atividades do Estado uma situao em que os gastoscresceriam inevitavelmente mais rpido do que a renda nacional, em qualquer Estado progressista.

    d) Peacock e Waiseman estabeleceram que o crescimento do setor pblico, em que pese o crescimento daoferta, estaria limitado pelas possibilidades de expanso da demanda, a qual, por sua vez, limitada pelapossibilidade de crescimento da tributao.

    e) O grau de urbanizao destacado como varivel importante na anlise e determinao do crescimentodos gastos nas diferentes funes exercidas pelo governo.

    Questo 3) (ESAF 04/06/2005 STN - AFC) Confirmadas as previses de WAGNER, para as maisvariadas economias, sobre o aumento do gasto pblico, outras explicaes mais especficas passaram aequacionar essa tendncia. Assinale opo incorreta com relao ao aumento dos gastos pblicos.

    a) A menor produtividade do setor pblico, que torna os servios governamentais mais caros, relativamenteao produto do setor privado.

    b) A busca das realizaes governamentais, encaradas como a inaugurao de certos investimentos (obras),sem a correta avaliao dos posteriores compromissos de custeio.

    c) O controle dos subsistemas de planejamento (as grandes corporaes) que interferem com as leis demercado.

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    d) medida que fatores como o demogrfico evoluem juntamente com o prprio crescimento da renda, dademanda global de bens produzidos pelo prprio governo, a elasticidade-renda se torna inferior unidade.

    e) A dissociao natural entre o custo e benefcios das aes pblicas, o que favorece os grupos de interesseem suas presses para maiores gastos e a aceitao social desses gastos.

    Questo 4) (ESAF 05/06/2005 STN - AFC) Analisado, historicamente, o setor pblico tem, ao longodo ltimo sculo, dilatado sobremaneira suas funes, tanto no plano econmico como no social. Uma sriede razes bsicas responsvel pela expanso da atividade do Setor Pblico. No que diz respeito a essasrazes, indique a opo falsa.

    a) Crises econmicas de mbito mundial.

    b) Reduo da taxa de crescimento populacional.

    c) Necessidade de estruturao e afirmao do processo de industrializao, no caso de pasessubdesenvolvidos.

    d) Crescente militarizao das naes.

    e) Necessidade de modernizao da infra-estrutura de transportes.

    Questo 5) (ESAF 05/06/2005 STN - AFC) Baseada na viso clssica das funes do Estado naeconomia, identifique a opo que foi defendida por J.M. Keynes.

    a) As funes do Estado na economia deveriam ser limitadas defesa nacional, justia, servios pblicos emanuteno da soberania.

    b) As despesas realizadas pelo Governo no teriam nenhum resultado prtico no desenvolvimentoeconmico.

    c) A participao do Governo na economia deveria ser maior, assumindo a responsabilidade por atividadesde interesse geral, uma vez que o setor privado no estaria interessado em prover estradas, escolas,hospitais e outros servios pblicos.

    d) A economia sem a presena do governo seria vtima de suas prprias crises, cabendo ao Estado tomardeterminadas decises sobre o controle da moeda, do crdito e do nvel de investimento.

    e) A atuao do Governo se faria nos mercados onde no houvesse livre concorrncia e sua funo seria ade organiz-la e defend-la, para o funcionamento do mercado e para seu equilbrio.

    Questo 6) (ESAF 18/01/2004 - CGU- AFC) Os modelos macroeconmicos procuram analisar ocomportamento dos gastos pblicos durante o tempo. Os modelos que tentam associar o crescimento dosgastos pblicos com os estgios de crescimento do pas foram desenvolvidos por

    a) Peacock , Wiseman e Wagner.

    b) Adolpho Wagner.

    c) Peacock, Wiseman e Herber.

    d) Musgrave, Rostow e Herber.

    e) Musgrave, Rostow e Kay.

    Gabarito1) B

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    2) D3) D4) B5) D6) D

    Dicas para Resoluo

    Questo 1)B

    a) Falso. Realmente ele baseado na livre-empresa. Entretanto as demais afirmaes so incorretas umavez que no Liberalismo, a interveno do governo na economia deve ser o mnimo possvel.

    b) Verdadeiro. exatamente essa a viso clssica.

    c) Falso. Trata-se do neoliberalismo.

    d) Falso. No se trata de perodo nacionalista muito menos intervencionista.

    e) Falso. O New Deal foi uma srie de programas implementados pelo Governo, ou seja, com visintervencionista na economia, o contrrio do que prega o Liberalismo.

    Questo 2)Db) Verdadeiro. Mudanas demogrficas impactam nos gastos pblicos, seja no total de habitantes ou nadistribuio etria (mais jovens demanda mais investimentos em educao e mais idosos em polticas deterceira idade, por exemplo)

    c) Verdadeiro. exatamente isso que a Lei de Wagner estabelece.

    d) Falso. Peacock e Waiseman estabeleceram que a demanda por bens e servios por parte dos indivduos muito mais uma funo das possibilidades de obteno de recursos do que da expanso dos fatores queexplicam o crescimento da demanda.

    e) Verdadeiro. Quanto mais urbanizado, mais sofisticados e caros os servios demandados pela populao.Ex.: Metr.

    Questo 3)Da) Verdadeiro. Realmente ao setor pblico atribuda uma menor produtividade em relao ao setorprivado.

    b) Verdadeiro. Por vezes os governantes em sua busca incessante por deixar obras em seus nomes seesquecem de que a manuteno dessas obras acarretar aumento nas despesas com custeio nos anossubsequentes.

    c) Verdadeiro. A existncia de grandes corporaes, com grande poder e interferindo nas leis de mercadodemandam uma atuao do setor pblico no sentido de controle/regulao dessas reas.

    d) Falso. A elasticidade-renda aumenta, se tornando superior unidade, uma vez que os gastos do governocrescero mais que proporcionalmente ao crescimento do PNB.

    e) Verdadeiro. bem natural de o indivduo pensar somente nos benefcios que sero possveis com o gastoe se esquecer de que ele implica em um custo, ou seja, em um esforo da sociedade para banc-lo.

    Questo 4) Ba) Verdadeiro. De acordo com o efeito translao, proposto por Peacock e Waiseman, em perodos deanormalidade como crises econmicas de mbito mundial, os gastos disparam e ao seu fim eles se reduzemmas estacionando num patamar superior ao anterior anormalidade.

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    b) Falso. O aumento da taxa de crescimento populacional ou a mudana no perfil da populao so razespara a expanso da atividade do Setor Pblico. Entretanto, a reduo da taxa de crescimento populacionalno .

    c) Verdadeiro. Para aumentar seu processo de industrializao torna-se necessrio que o Governo noespere investimentos s da iniciativa privada. preciso que ele interfira no mercado o que provoca umaexpanso de seus gastos.

    d) Verdadeiro. A militarizao crescente faz com que os gastos dos Governos aumentem muito. Um bomexemplo o que aconteceu com EUA no ps Iraque e Afeganisto.

    e) Verdadeiro. A infraestrutura de transportes, no contexto de maior urbanizao, faz com que os gastosdos governos sejam maiores pois demandam recursos considerveis.

    Questo 5) Da) Falso. Keynes no defendia que as funes do Estado na economia deveria se limitar s citadas

    b) Falso. Keynes defendia que as despesas do governo deveriam ser usadas para interferir na economia

    justamente pois elas teriam resultado prtico no desenvolvimento econmico

    c) Falso. Keynes defendia uma participao maior do Governo mas no era devido ao setor privado noestar interessado em prov-los.

    d) Verdadeiro. Era exatamente isso que Keynes defendia.

    e) Falso. Era exatamente isso que Keynes defendia.

    Questo 6) DPeacock e Waiseman: A demanda por bens e servios por parte dos indivduos muito mais uma funo

    das possibilidades de obteno de recursos do que da expanso dos fatores que explicam o crescimento dademanda.

    Wagner: Lei do Crescimento Incessante das Atividades Estatais. medida que cresce o nvel de renda empases industrializados, o setor pblico cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participaorelativa do governo na economia cresce com o prprio ritmo de crescimento econmico do pas.

    Musgrave, Hostow e Herber: Tentam associar o aumento do gasto pblico ao grau de desenvolvimentodo pas.

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    3 Falhas de MercadoJ vimos que para muitos o setor privado mais eficiente que o setor pblico. Mas se isso verdade,

    por que em praticamente todos os pases h uma interferncia do governo na economia?

    Bom, pra explicar sobre isso vamos comear falando sobre um conceito simples que o de timo dePareto.

    3.1 timo de Pareto

    Imagine que a alocao de recursos na economia fosse feita da melhor forma possvel. Como ela seria?O conceito de timo de pareto se refere exatamente a isso. Assim, podemos definir timo de pareto comosendo a alocao de recursos que tem a propriedade de que ningum pode melhorar sua situao, semcausar prejuzos a outros agentes. Entretanto, a ocorrncia da alocao Pareto eficiente depende dealguns pressupostos:

    1. A no existncia de progresso tcnico;2. O funcionamento do modelo de concorrncia perfeita;

    Na prtica essa situao no existe. E quem impede a existncia dessa situao so as falhas de mercado.

    3.2 Falhas de Mercado

    Falhas de mercado so fenmenos que impedem que a economia alcance o estado de bem-estarsocial, por meio do livre mercado, sem interferncia do governo. Dessa forma faz-se necessria ainterveno do governo para que a alocao se torne mais prxima da desejada.

    As falhas de mercado so representadas por:

    A existncia de bens pblicos; A existncia de monoplios naturais; As externalidades; Os mercados incompletos; As falhas de informao; A ocorrncia de desemprego e inflao.

    Vamos prosseguir analisando cada uma delas j que elas so to importantes que algumas estoexplicitadas em nosso edital. Bora l...

    3.2.1 Existncia de bens pblicosBens pblicos so aqueles cujo consumo indivisvel ou no rival, ou seja, quando um indivduo ougrupo o consome ele no prejudica que os demais integrantes da sociedade faam o mesmo. Alm disso,seu consumo tambm segue o princpio da no-excluso, ou seja, no se consegue excluir que

    determinados indivduos ou segmentos da populao o consumam.

    Consumo indivisvel ou no rival: O consumo por parte de um indivduo ou deum grupo social no prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantesda sociedade.

    Princpio da No-Excluso: Impossibilidade de se excluir determinados indivduosou segmentos da populao do seu consumo.

    Mas agora voc pode estar se perguntando: Ento por que a existncia de bens pblicos considerada uma

    falha de mercado?

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    Bom, vamos por partes que a gente chega l. Vimos que bens pblicos respeitam o princpio da no-excluso, o que significa dizer que no podemos excluir determinados indivduos de consumi-los. Mas se nopodemos excluir quem no paga, no h como cobrar diretamente. Se no h como cobrar diretamentesignifica que os bens pblicos no se adaptam a soluo de mercado pois no teremos interessados emdisponibiliz-los. Dito de outra forma, o sistema de mercado s funciona adequadamente quando se aplica oprincpio da excluso do consumo. E agora respondendo pergunta, justamente pelo fato de os benspblicos no se adequarem ao sistema de mercado e com isso no haver ningum disposto a prov-los que

    recai sobre o governo tal responsabilidade. E como o governo o faz? Agora simples... Principalmenteatravs da cobrana compulsria de impostos.

    Exemplos de bens/servios pblicos so a segurana nacional e a iluminao pblica.

    Bem pessoal, sobre bens pblicos acho que j d pra matar as questes da ESAF. Apesar de no estarexplcito no edital, vou falar agora um pouco sobre bens privados e bens semi-pblicos ou meritrios prano darmos margem pra surpresas na prova.

    Bens Privados

    Bens privados so aqueles cujo consumo tanto rival quanto excludente e so providos eficientemente emmercados competitivos. Agora que j dominamos os conceitos de rivalidade e excluso fica fcil. Importantedestacar que, ao contrrio dos bens pblicos, os bens privados se adaptam bem soluo de mercado porrespeitarem o princpio da excluso.

    Exemplos de bens/servios privados so as roupas e os carros.

    Bens semi-pblicos ou meritrios

    Os bens semi-pblicos ou meritrios, apesar de serem submetidos ao princpio da excluso e por issopoderem ser explorados pela iniciativa privada, o fato de gerarem altos benefcios sociais e externalidadespositivas fazem com que sejam oferecidos pelo setor pblico. O governo os oferece geralmente sem cobrar

    diretamente. Os recursos da produo vm principalmente da cobrana compulsria dos impostos.Exemplos de bens/servios semi-pblicos ou meritrios so a sade e a educao.

    O que so os caronas ou free riders? So pessoas que, ainda que vo usufruir do bempblico, aproveitam-se do fato de que o consumo no pode ser individualizado, e alegam queno querem ou no precisam ter acesso a ele para que no precisem pagar.

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    Pra finalizar fica um quadro e um mapa mental pra reforar a memorizao.

    Rivalidade Excluso Exemplo

    Pblicos No No Segurana Nacional

    Privados Sim Sim Roupas

    Semi-Pblicos ou

    MeritriosIndiferente Sim Educao

    3.2.2 A existncia de monoplios naturaisH setores cujo processo produtivo caracteriza-se pelos retornos crescentes de escala, ou seja, h umdeclnio nos custos unitrios de produo medida que a quantidade produzida aumenta. Dessa forma podeser mais vantajoso haver apenas uma empresa produtora do bem.

    Nesses casos, restam ao governo dois tipos de interveno: ou exerce a regulao do monoplio ouassume diretamente a produo do bem ou servio.

    3.2.3 As externalidadesDizemos que h externalidades, quando a atividade econmica dos indivduos, na produo, consumo ou

    troca, afeta ou interfere com o interesse dos outros indivduos. Tal interferncia pode trazer benefcios oumalefcios para terceiros. Por isso podemos classificar as externalidades em dois tipos:

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    Externalidades PositivasOcorrem externalidades positivas quando as aes dos indivduos ou firmas implicam em benefcios para osdemais. Quando um indivduo limpa sua casa visando a eliminar os focos de mosquito da dengue, elecontribui no somente pra sua sade como tambm pra sade da vizinhana.

    Externalidades Negativas

    Intuitivamente, pelo prprio nome, podemos deduzir que externalidades negativas ocorrem quando asexternalidades prejudicam os terceiros. Um exemplo clssico o lixo txico da indstria qumica jogado nosrios ou mares.

    As externalidades podem ser geradas tantos por produtores quanto por consumidores. Da mesma forma,ambos podem ser impactados. Abaixo seguem exemplos da combinao dessas situaes possveis:

    Produtores causando externalidades sobre consumidores: Lixo de indstria de cobreaumenta incidncia de tuberculose;

    Consumidores causando externalidades sobre consumidores: Uso de automveis privadoscongestiona o trfego e contribui pra reduzir a velocidade de entrega das mercadorias;

    Produtores causando externalidades sobre produtores: Lixo de uma indstria qumica podesujar a gua usada por outra indstria;

    Consumidores causando externalidades sobre consumidores: Fumantes de cigarrocontribuem pra disseminao de doenas para no fumantes (fumantes passivos).

    3.2.4 Interveno do EstadoUma vez que o sistema de preos consegue refletir apenas os custos e os benefcios privados, torna-senecessria a presena do governo para incorporar as externalidades ao custo privado. Assim, a ideia fazercom que os produtores de externalidades sejam impactados de acordo com o tipo de externalidade queproduzem. claro que no caso da externalidade positiva a ao do Estado ser favorecendo o produtor daexternalidade a fim de incentiv-lo, e no caso da externalidade negativa a ao ser penalizando seuemissor.Essa interveno do Estado pode se dar de 3 formas:

    1) Produo direta ou incentivos fiscais: Com a inteno de fomentar externalidades positivas. Ex.:Concesso de subsdios para geradores de energia elica e solar;

    2) Multas ou impostos: A fim de desestimular a gerao de externalidades negativas. Ex.: Multa aempresas/cidados que causem danos sociedade como por exemplo as multas de trnsito;

    3) Regulamentao: A fim de reprimir externalidades negativas ou estimular externalidades negativas.Ex.: Estipulao de um mximo de emisso de gases na atmosfera por parte de empresas ou obrigaodo investimento de um percentual mnimo de faturamento em treinamento de funcionrios.

    3.2.5 Mercados IncompletosUm mercado denominado incompleto quando um bem/servio no ofertado, ainda que o custo deproduo esteja abaixo do preo que os potenciais consumidores estariam dispostos a pagar.

    Mas por que isso acontece? Na verdade, mesmo nas atividades tpicas de mercado, existem situaes emque o setor privado no se dispe a assumir os riscos inerentes atividade.

    Em pases em desenvolvimento a situao se agrava por dois motivos: a inexistncia de um mercado decapitais desenvolvido, capaz de fornecer o financiamento de longo prazo e a falta de coordenao dosmercados em alta escala, dificultando a ordenao de setores prioritrios para a instalao de uma indstria.

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    Diante dessas dificuldades, faz-se necessria a presena do governo para no primeiro caso fornecer crditosde longo prazo no Brasil atravs do BNDES, por exemplo -, e no segundo caso, coordenar a instalao daindstria.

    3.2.6 Falhas de informaoOcorrem falhas de informao nas situaes em que o mercado por si s no disponibiliza informaessuficientes para que os consumidores tomem suas decises racionalmente.

    A ao do governo pode ser no sentido de criar legislao que induza o mercado a ter maior transparncia.Exemplo desse tipo de ao so as exigncias de que haja balanos contbeis e que eles sejam publicadosperiodicamente pelas empresas.

    3.2.7 Ocorrncia de desemprego e inflaoSabemos que problemas como a existncia de altos nveis de desemprego e inflao no so, na prtica,solucionados somente pelo livre funcionamento do sistema de mercado. Assim, torna-se necessria ainterveno do Estado atravs de polticas que visem estabilizar a economia o mais prximo possvel dopleno emprego e da estabilidade dos preos.

    3.2.8 Mapa mentalAbaixo segue um mapa mental resumindo tudo o que vimos sobre falhas de mercado:

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    3.3 Exerccios

    Questo 1) (ESAF 26/09/2010 SMF - RJ) A respeito dos conceitos e uso dos bens pblicos,semipblicos e privados correto afirmar, exceto:

    a) os bens privados, assim conceituados pelas finanas pblicas, so aqueles em que a produo no

    realizada por entidade pblica e seu consumo por um indivduo pode impedir sua disponibilidade para outrosindivduos.

    b) os bens pblicos tm como uma das suas caractersticas a impossibilidade de se excluir determinadosindivduos ou segmentos da populao do seu consumo.

    c) no caso dos bens pblicos, a curva total de demanda dada pela soma vertical das demandas individuais.

    d) o princpio da no-excluso condiciona que o consumo de bens pblicos exercido coletivamente emdetrimento do consumo individualmente.

    e) uma das caractersticas dos bens semipblicos um elevado grau de externalidade em razo de osbenefcios advindos do seu consumo no serem totalmente internalizados pelo indivduo que o consome.

    Questo 2) (ESAF 08/11/2008 - STN AFC) Sob determinadas condies, os mercados privados noasseguram uma alocao eficiente de recursos. Em particular, na presena de externalidades e de benspblicos, os preos de mercado no refletem, de forma adequada, o problema da escolha em condies deescassez que permeia a questo econmica, abrindo espao para a interveno do governo na economia, deforma a restaurar as condies de eficincia no sentido de Pareto. Nesse contexto, incorreto afirmar:

    a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produo de um determinado bem afetam osconsumidores e/ou produtores, em outros mercados, e esses impactos no so considerados no preo demercado do bem em questo.

    b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-versa.

    c) a correo de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante tributao corretiva, no caso deexternalidades positivas, ou aplicao de subsdios, no caso de externalidades negativas.

    d) um exemplo de bem pblico puro o sistema de defesa nacional, cujo consumo se caracteriza por serno-excludente e no-rival.

    e) falhas de mercado so fenmenos que impedem que a economia alcance o estado de bem-estar social,por meio do livre mercado, sem interferncia do governo.

    Questo 3) (ESAF 16/04/2006 - ANEEL - Analista Administrativo) Sobre a iluminao pblica,

    presente nas ruas, praas e avenidas, pode-se dizer que se trata de um bem:a) Pblico.

    b) Privado.

    c) Semi-pblico.

    d) Semi-privado.

    e) Misto.

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    Questo 4) (ESAF 05/03/2006 - CGU AFC) No mundo real, mercados perfeitamente competitivos soraros, existindo falhas de mercado que justificam a interveno do governo. Identifique a opo falsa.

    a) So exemplos de falhas de mercado a existncia de bens pblicos e de externalidades.

    b) Os bens pblicos puros possuem as caractersticas de no-rivalidade e de impossibilidade de excluso deseu consumo.

    c) O sistema de preos reflete apenas os custos e os benefcios privados, sendo necessria a presena dogoverno para incorporar as externalidades ao custo privado, mediante, por exemplo, a tributao ouincentivo fiscal.

    d) Diz-se que uma externalidade tem lugar quando a atividade econmica dos indivduos, na produo,consumo ou troca, no afeta e no interfere com o interesse dos outros indivduos.

    e) H externalidades positivas que podem demandar a interveno do governo para que no haja umasuboferta.

    Questo 5) (ESAF 05/06/2005 - STN AFC) No que diz respeito aos bens pblicos, semi-pblicos eprivados, indique a nica opo incorreta.

    a) Bens pblicos so os bens que o mecanismo de preos no consegue orientar os investimentos a fim deefetuar sua produo.

    b) Bens pblicos tm a caracterstica de serem usados por todos, indistintamente, no importando o nvel derenda ou condio social.

    c) Bens semi-pblicos satisfazem ao princpio da excluso, mas so produzidos pelo Estado.

    d) O servio meteorolgico um exemplo de bem de consumo no rival.

    e) Servios de sade e saneamento so bens pblicos, uma vez que seus custos podem implicar preosmuito altos para que as pessoas pobres possam ter acesso aos mesmos.

    Questo 6) (ESAF 18/01/2004 - CGU AFC) Com base na Teoria das Finanas Pblicas, assinale anica opo falsa.

    a) Um bem pblico puro caracterizado por ter seu consumo no rival e no excludente.

    b) Bens privados so aqueles cujo consumo tanto rival quanto excludente e so providos eficientementeem mercados competitivos.

    c) A excluso permite que o produtor do bem privado possa ser pago sempre que um consumidor fizer usodo mesmo.

    d) Um exemplo de bem pblico puro segurana nacional.

    e) H rivalidade no consumo de um bem se o consumidor desse bem por parte de uma pessoa aumenta adisponibilidade do mesmo para as outras.

    Gabarito1) A2) C3) A

    4) D5) E

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    6) E

    Dicas para Resoluo

    Questo 1)A

    a) Falso. Parte est correta pois realmente os bens privados se caracterizam por terem o consumo rival oudivisvel, ou seja, o consumo por uma pessoa prejudica o consumo do mesmo bem pelos demais integrantesda sociedade. Entretanto o erro est no fato de que o bem ser produzido pela entidade pblica no fatordeterminante para que se qualifique o bem como privado.b)Verdadeiro. Essa caracterstica conhecida como o princpio da no-excluso.c)Verdadeiro. Uma vez que os bens pblicos so de consumo/uso indivisvel ou no rival, a demanda totalser a soma das demandas individuais. Isso porque a demanda de um indivduo no interfere na de outro.d)Verdadeiro. Uma vez que muito difcil ou at mesmo impossvel, impedir que o indivduo usufrua o bempblico, dizemos que ele atende ao princpio da no-excluso. Segundo Giambiagi, justamente oprincpio da no-excluso que torna a soluo de mercado ineficiente para garantir a produo dos benspblicos.e)Verdadeiro. Bens semipblicos so aqueles que apesar de serem submetidos ao princpio da excluso epor isso podem ser explorados pela iniciativa privada -, o fato de gerarem altos benefcios sociais eexternalidades positivas fazem com que sejam oferecidos tambm pelo setor pblico. Isso coincide com oque est dito nesse item.

    Questo 2)Ca) Verdadeiro. Boa definio de externalidades.b) Verdadeiro.

    Produtores causando externalidades sobre consumidores: Lixo de indstria qumica prejudica osindivduos.

    Consumidores causando externalidades sobre consumidores: Uso de automveis privadoscongestiona o trfego e contribui pra reduzir a velocidade de entrega das mercadorias.

    c) Falso. exatamente o contrrio. A tributao corretiva usada no caso de externalidades negativas, e aaplicao de subsdios no caso de externalidades positivas.

    d) Verdadeiro. Muito boa definio e muito bom exemplo. e) Verdadeiro. Mais uma boa definio.

    Questo 3)APelo fato de a iluminao pblica ser algo no divisvel e de consumo no rival.

    Questo 4)Da)Verdadeiro. Esses realmente so exemplos de falhas de mercado.b) Verdadeiro. No rivalidade e no-excluso so caractersticas dos bens pblicos.c) Verdadeiro. Conforme j vimos, o mercado no incorpora as externalidades em seus preos e por isso sefaz necessria uma interveno do governo.

    d) Falso. Justamente o contrrio. H externalidade quando a atividade econmica de um indivduo afeta ouinterfere nos interesses de outro.e) Verdadeiro. H externalidades que so to desejadas que o governo interfere estimulando-as.

    Questo 5)Ea)Verdadeiro. Isso ocorre justamente porque eles atendem ao princpio da excluso.b) Verdadeiro. Por atenderem o princpio da excluso, no h como cobrar por esse tipo de bens. Assim, onvel de renda ou condio social no consegue selecionar os usurios.c) Verdadeiro. Os bens semi-pblicos respeitam o princpio da excluso mas pelo fato de produzirem muitasexternalidades positivas no so produzidos somente pelo setor privado. O setor pblico tambm o produz.Ex.: Educao, sade.d) Verdadeiro. Bem no rival aquele que o consumo de um indivduo no interfere no consumo de outro.O servio metereolgico se enquadra nessa definio.

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    e) Falso. O valor do servio no interfere na classificao se o bem pblico. Pelo fato de respeitar oprincpio da excluso mas ser produzidos pelo governo por gerar muitas externalidades positivas, eles soditos bens semi-pblicos.

    Questo 6) Xa) Verdadeiro. Essa a definio de bem pblico.b) Verdadeiro. Excelente definio para bens privados.

    c) Verdadeiro. E por isso que eles podem seguir a lgica de mercado.d) Verdadeiro. Se o consumo no rival ele pode ser classificado assim. e) Falso. A rivalidade caracterizada pelo fato de o consumo de uma pessoa DIMINUIR a disponibilidadepara outras pessoas.

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    4 Objetivos da Poltica Fiscal e Funes do GovernoMoada, esse assunto tem muita relao com o captulo anterior. Quem entendeu o problema das

    falhas de mercado e as razes da interferncia do governo no mercado, vai tirar de letra esse captulo.Ento vamos l...

    De acordo com os principais autores da rea, a ao do governo atravs da poltica fiscal abrange trsfunes bsicas:

    Funo Alocativa; Funo Distributiva; Funo Estabilizadora;

    Vamos agora falar sobre cada uma delas, como sempre, abordando algumas definies de Rezende eGiambiagi mas dando prioridade para conceitos utilizados em certames anteriores.

    4.1 Funo Alocativa

    Anteriormente vimos o caso dos bens pblicos que, por no se adaptarem lgica do sistema demercado precisam ser fornecido pelo Estado. Entretanto, questo importante se apresenta para os governosquanto deciso de quanto deve ser ofertado e qual o nvel de contribuio de cada indivduo para que osrecursos sejam obtidos a fim de se disponibilizar os bens. Visto de outra forma, as duas importantesdecises do governo so:

    a) Quais os tipos e quantidades de bens/servios pblicos sero disponibilizados?b) Quem vai arcar com esse custo?

    As duas questes so decididas pelo governo. Um cidado no escolhe diretamente nem a quantidade debens pblicos que sero disponibilizados tampouco a cota que ele acha justo de impostos que vai pagar.Nesse contexto fica clara a importncia das eleies pois nesse momento que o povo sinaliza, atravs dovoto no candidato que melhor atende suas expectativas, quais so os bens pblicos que lhe so prioritrios,suas respectivas quantidades bem como a forma e quantidade de impostos que est disposto a pagar.

    Assim, vrios so os objetivos do governo quando age em sua funo alocativa, quais sejam:

    Oferecer bens pblicos e semi-pblicos; Criar condies para que os bens privados sejam oferecidos de maneira adequada atravs de

    investimentos e intervenes; Corrigir imperfeies do mercado (monoplio e oligoplio, por exemplo); Corrigir ou abrandar externalidades negativas.

    4.2 Funo Distributiva

    Nem sempre a distribuio de renda da sociedade est no nvel considerado justo por ela. Naverdade, se analisarmos os exemplos prticos, principalmente nos pases em desenvolvimento mas tambmnos pases desenvolvidos, difcil encontrar um pas onde a maior parte da populao acredita que adistribuio de renda considerada justa.

    Dessa forma, tentando promover uma distribuio considerada justa pela sociedade, o governo se utilizadada funo distributiva. Os principais instrumentos que o governo se utiliza para tal so:

    Transferncias; Impostos; Subsdios.

    A combinao desses instrumentos pode contribuir para a redistribuio das seguintes formas: Atravs de uma tributao maior s altas camadas da sociedade e subsidiando as camadas de mais

    baixa renda. Ex.:Imposto de renda negativo, onde mais pobres recebem rendimentos;

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    Recursos arrecadados principalmente das camadas mais altas financiam programas voltados para ascamadas mais baixas; e

    Imposio de alquotas de impostos mais altas nos produtos suprfluos ou de luxo.Outro instrumento importante na redistribuio de renda da sociedade a seguridade social.

    4.3 Funo Estabilizadora

    J falamos sobre o keynesianismo e a sua abordagem que defende uma maior participao dogoverno na sociedade. Da fica fcil entendermos o porqu de a funo estabilizadora ter mais importncia apartir do momento em que o keynesianismo ganhou fora.

    A funo estabilizadora, ento, se manifesta quando, baseado principalmente nas ideias de Keynes, ogoverno passa a usar fortemente as polticas fiscal e monetria.

    No custa nada lembrar que o sistema de mercado no capaz de assegurar altos nveis de empregotampouco estabilidade nos preos e altas taxas de crescimento. Assim, quando o governo age visando aproteger a economia de flutuaes bruscas, caracterizadas por alto nvel de desemprego e inflao, estamosvendo o governo cumprindo sua funo estabilizadora da economia. Os principais instrumentos

    macroeconmicos que o governo se utiliza nesse tipo de situao so as polticas fiscal e monetria.Normalmente a melhor forma de se atingir os objetivos combinando-se as duas polticas.

    Poltica Fiscal: Normalmente se manifesta de duas formas: Diretamente,atravs de gastos pblicos em consumo e investimento. Indiretamente,pela reduo/aumento das alquotas dos impostos, que eleva/diminui arenda disponvel do setor privado.

    Poltica Monetria: Manifesta-se atravs da variao da taxa de juros.

    Reduz-se a taxa de juros para aumentar a demanda agregada visando aoaumento da renda nacional e aumenta-se a taxa de juros para reduzir ademanda agregada e por conseguinte reduzir os impactos inflacionrios.

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    Pessoal, abaixo segue mais um mapinha mental pra resumir as funes do governo:

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    4.4 Exerccios

    Questo 1) (ESAF 08/11/2008 - STN AFC) A aplicao das diversas polticas econmicas a fim depromover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar

    o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte funo do Governo:a) Funo Estabilizadora.

    b) Funo Distributiva.

    c) Funo Monetria.

    d) Funo Desenvolvimentista.

    e) Funo Alocativa.

    Questo 2) (ESAF 08/11/2008 - STN - AFC) Assim entendida como a atuao do governo no que dizrespeito arrecadao de impostos e aos gastos pblicos, a poltica fiscal possui como objetivos, exceto:

    a) prestao de servios pblicos (atendimento de necessidades da comunidade).

    b) redistribuio de renda (bem-estar social).

    c) estabilizao econmica, que corresponde ao controle da demanda agregada (C+I+G+X-Z) no curtoprazo.

    d) promoo do desenvolvimento econmico, que corresponde ao estmulo da oferta agregada.

    e) controle da moeda nacional em relao a outras moedas.

    Questo 3) (ESAF 05/03/2006 - CGU AFC) A poltica fiscal um instrumento importante que temcapacidade para afetar os quatro objetivos bsicos da poltica econmica, que so crescimento do ProdutoInterno Bruto, controle da inflao, equilbrio externo e distribuio de renda. Em relao poltica fiscal,no se pode afirmar que

    a) a curto prazo, a poltica fiscal interfere no nvel de produo da economia, tanto por meio da ao diretado gasto pblico, como indiretamente, via tributao.

    b) a longo prazo, a poltica fiscal importante no sentido de disponibilizar recursos para investimentos, que

    tanto podem ser pblicos como privados.c) a poltica fiscal pode afetar a distribuio de renda do pas de duas formas: do lado do gasto pblico,dirigindo-o predominantemente s classes de menor poder aquisitivo e do lado da arrecadao, por meio deum sistema tributrio progressivo.

    d) medida que as importaes de um pas so determinadas pelo nvel de demanda interna (entre outrosfatores), a poltica fiscal interfere no equilbrio externo, atuando exatamente sobre o nvel de demanda, ouseja, quanto maior o gasto pblico e menor a tributao, maior ser a demanda da economia, e portanto,maior o volume de importaes.

    e) quanto maior for o montante de poupana gerada no setor pblico, menor ser a capacidade do pasinvestir e maior ser o ritmo de crescimento da produo.

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    Questo 4) (ESAF 05/03/2006 - CGU AFC) Com base nas funes clssicas do Estado, assinale anica opo falsa.

    a) As necessidades meritrias so aquelas que tambm so atendidas pelo setor privado e, portanto, noesto sujeitas ao princpio da excluso.

    b) A funo estabilizadora do governo concentra seus esforos na manuteno de um alto nvel de utilizao

    de recursos e de um valor estvel da moeda.

    c) As necessidades meritrias e as necessidades sociais so atendidas, no Brasil, pelas trs esferas degoverno.

    d) Na atual conjuntura brasileira, verifica-se atividade governamental no que se refere distribuio derenda, via aes compensatrias, tais como as transferncias de renda por meio da distribuio de cestasbsicas.

    e) A funo alocativa do governo est associada ao fornecimento de bens e servios no oferecidosadequadamente pelo sistema de mercado.

    Questo 5) (ESAF 05/06/2005 - STN AFC) Devido a falhas de mercado e tendo em vista anecessidade de aumentar o bem-estar da sociedade, o setor pblico intervm na economia. Identifique aopo correta inerente funo alocativa.

    a) O setor pblico oferece bens e servios pblicos, ou interfere na oferta do setor privado, por meio dapoltica fiscal.

    b) O setor pblico age na redistribuio da renda e da riqueza entre as classes sociais.

    c) Adotando polticas monetrias e fiscais, o governo procura aumentar o nvel de emprego e reduzir a taxade inflao.

    d) Adotando polticas monetrias e fiscais, o governo procura manter a estabilidade da moeda.

    e) O governo estabelece impostos progressivos, com o fim de gastar mais em reas mais pobres e investirem reas que beneficiem as pessoas carentes, como a educao e sade.

    Questo 6) (ESAF 18/01/2004 - CGU AFC) A necessidade de atuao econmica do setor pblicoprende-se constatao de que o sistema de preos no consegue cumprir adequadamente algumas tarefasou funes. Assim, correto afirmar que

    a) a funo distributiva do governo est associada ao fornecimento de bens e servios no oferecidoseficientemente pelo sistema de mercado.

    b) a funo alocativa do governo est relacionada com a interveno do Estado na economia para alterar ocomportamento dos nveis de preos e emprego.

    c) o governo funciona como agente redistribuidor de renda atravs da tributao, retirando recursos dossegmentos mais ricos da sociedade e transferindo-os para os segmentos menos favorecidos.

    d) a funo estabilizadora do governo est relacionada ao fato de que o sistema de preos no leva a umajusta distribuio de renda.

    e) a distribuio pessoal de renda pode ser implementada por meio de uma estrutura tarifria regressiva.

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    Gabarito1) A2) E3) E4) A5) A6) C

    Dicas para Resoluo

    Questo 1)A

    Essa uma boa definio para a funo estabilizadora. Quando se fala em estabilizar emprego edesenvolvimento est se referindo funo estabilizadora.

    Questo 2)ETodas essas alternativas trazem objetivos da poltica fiscal, exceto a opo E que contm um item da polticacambial.

    Questo 3) EO erro da opo e) reside no fato de que quanto maior for o montante de poupana gerada no setorpblico, MAIOR ser a capacidade de o pas investir.

    Questo 4) AO erro da opo A est no fato de que as necessidades meritrias atendem sim o princpio da excluso.Inclusive, s por isso podem ser atendidas pelo setor privado.

    Questo 5) Aa) Verdadeiro. A funo alocativa se refere ao oferecimento de bens e servios pblico, bem comointerferindo na oferta do setor privado.

    b) Falso. Essa opo se refere funo distributiva.c) Falso. Essa opo se refere funo estabilizadora.d) Falso. Essa opo se refere funo estabilizadora.e) Falso. Essa opo se refere funo distributiva.

    Questo 6) Ca) Falso. Essa a funo alocativa.b) Falso. Essa a funo estabilizadora.c) Verdadeiro.d) Falso. Essa a funo distributiva.e) Falso. Deveria ser distribuio progressiva. Se for regressiva o efeito no de distribuio.

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    5 Teoria da Tributao

    5.1 Introduo

    Bem pessoal, no ltimo captulo vimos vrias atribuies do governo desempenhadas atravs das

    funes que estudamos detalhadamente. Mas uma pergunta pode ter sido levantada. De onde vm osrecursos com os quais o governo executa tantas funes? Na verdade, so vrias as fontes desses recursos,mas a principal, sem dvida, a arrecadao tributria. Dessa forma, podemos conceituar tributao comosendo um instrumento pelo qual a sociedade tenta obter recursos coletivamente para satisfazer snecessidades da sociedade.

    Mas a tributao desempenha um papel muito mais amplo. Isso porque atravs do mecanismo da tributaoo governo intervm diretamente na alocao dos recursos, na distribuio de recursos na sociedade e podereduzir as desigualdades na riqueza e na renda.

    Moada, agora vai uma pequena dica. Esse captulo um dos mais cobrados em provas da ESAF. Essabanca costuma utilizar bastante os conceitos extrados do livro do Giambiagi/Ana Cludia Alm. Assim, deuma forma at mais marcante que nos demais, toda a estrutura deste captulo foi construda a partir de

    afirmativas de provas antigas da ESAF e complementada com o livro do Giambiagi/Ana Cludia Alm.

    5.1.1 Sistema TributrioO sistema tributrio um conjunto de normas constitucionais, legais e infralegais, de natureza tributria. Aforma como esse sistema estruturado determina o impacto dos impostos tanto sobre o nvel de rendacomo sobre a organizao econmica e por isso dizemos que ele o principal instrumento de poltica fiscaldo governo. Assim, o sistema tributrio pode ajudar tanto a conter o processo de crescimento desajustado,como estimular o crescimento, atuando, muitas vezes, de forma contracclica.

    Com o objetivo de se aproximar de um sistema tributrio dito ideal alguns aspectos devem ser levados emconsiderao:

    a) Equidade;b) Progressividade;c) Neutralidade;d) Simplicidade.Mais a diante detalharemos cada um desses aspectos, mas antes vamos analisar o que Giambiagi chama desistema tributrio ideal.

    5.1.2 Sistema Tributrio IdealPara Giambiagi, para que um sistema tributrio seja considerado ideal ele deve seguir alguns pr-requisitos,quais sejam:

    Distribuio do nus tributrio deve ser equitativa, ou seja, cada um deve pagar uma contribuioconsiderada justa; A cobrana dos impostos deve ser conduzida no sentido de onerar mais aquelas pessoas com maior

    capacidade de pagamento O sistema tributrio deve ser estruturado de forma a interferir o minimamente possvel na

    alocao de recursos da economia, para que no cause ineficincia no funcionamento do sistemaeconmico.

    A administrao do sistema tributrio deve ser simples e eficiente a fim de garantir um fcilentendimento da parte de todos os agentes da economia e minimizar os custos de fiscalizao earrecadao.

    Abaixo, um pequeno mapa mental sobre o assunto:

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    5.1.3 Carga TributriaQuando falamos de carga tributria, vrios so os conceitos associados a ela. Assim, faz-se necessriodetalhar algumas dessas definies para melhor entendimento do assunto. As principais so:

    Carga Tributria BrutaCarga Tributria Bruta a soma das receitas tributrias das diferentes esferas de governo.Geralmente expressa como um percentual do PIB.

    Carga Tributria LquidaCarga Tributria Lquida a Carga Tributria Bruta descontada dos juros da dvida, previdncia eassistncia social e subsdios.

    Carga Tributria NeutraCarga Tributria Neutra aquela em que os impostos interferem o mnimo nas decises deproduo ou consumo e na alocao dos recursos.

    Abaixo segue um mapa mental pra resumir o assunto:

    5.1.4 Evoluo da Carga Tributria no Brasil ps Plano RealMoada, uma informao relevante pra levar pra prova a tendncia clara de evoluo da carga tributriano Brasil, principalmente aps o Plano Real. Ns aprofundaremos um pouco mais no assunto quandofalarmos de imposto inflacionrio e na evoluo das finanas pblicas no Brasil. De qualquer forma, valeadiantar que, com a estabilizao do nvel dos preos a partir do Plano Real, o governo perdeu uma de suasprincipais fontes de financiamento de seus dficits oramentrios que era o imposto inflacionrio. Assim,para compensar, o governo se utilizou de um aumento da carga tributria.

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    Imposto inflacionrio: aquele decorrente das receitas obtidas pelo governo pelaemisso de moeda. a perda do poder aquisitivo dos cidados e benefcios para o BancoCentral devidos ao pagamento de juros reais negativos. Trata-se de uma transferncia derecursos da economia para as mos do Banco Central.

    Para ilustrar, montei um grfico da evoluo da carga tributria bruta no Brasil desde o Plano Real a partirde dados coletados no site da Receita Federal. Apesar de mesmo dentro do site eu ter encontrado algunsvalores diferentes para o mesmo ano principalmente fruto de retificaes posteriores -, para o nossopropsito, considero que os pequenos erros so irrelevantes. Notem que os dados partem de cerca de 27%e sobem para cerca de 35%.

    5.2 Princpios da Tributao

    5.2.1

    Princpio da EquidadeSegundo Giambiagi, pelo conceito de equidade, cada contribuinte deve contribuir com uma parcela justapara cobrir os gastos do governo. Entretanto justia um conceito muito pessoal. Como defini-la ento?Duas so as principais abordagens, quais sejam, o princpio do benefcio e o princpio da capacidade depagamento.

    5.2.1.1 Princpio do Benefcio

    De acordo com o princpio do benefcio, um tributo justo aquele em que cada contribuinte paga aoEstado um montante diretamente relacionado com os benefcios que recebe do governo. Dessaforma, do ponto de vista do princpio do benefcio, os impostos so vistos como preos que os cidadospagam pelas mercadorias e servios que adquirem por meio de seus governos, presumivelmente cobrados

    de acordo com os benefcios individuais direta ou indiretamente recebidos.

    27 26,5 26,827,6

    28,729,9

    3132 31,4 32,2

    33,4 33,4 33,9 34,4 33,1 33,6

    35,3

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11

    Carga Tributria Bruta no Brasil em %

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    Se estivssemos tratando de bens privados, a implementao desse princpio seria menos complicada, poisbens privados tm o consumo rival e o princpio da excluso aplicvel. Entretanto, como estamos tratandode bens pblicos, no existem meios prticos que permitam operacionalizar o critrio dobenefcio, por no ser a produo pblica sujeita lei do preo.

    5.2.1.2 Princpio da Capacidade de Pagamento

    O princpio da capacidade de pagamento sugere que os contribuintes devem arcar com cargas fiscaisde acordo com sua capacidade econmica, mantendo o princpio da equidade. Tal equidade deve sergarantida ao se atender tanto a equidade horizontal quanto vertical.

    Equidade HorizontalDizemos que existe equidade horizontal quando os indivduos que possuem a mesma renda pagam a mesmaquantidade de tributos.

    Equidade VerticalA equidade vertical requer que indivduos com diferentes habilidades paguem tributos em montantesdiferenciados de tal forma que quem ganha mais paga mais.

    Quando falamos de capacidade de econmica e a associamos capacidade de pagamento, surgem algumasquestes. Como mensurar essa capacidade de pagamento? Qual seria o melhor indicador? Devemos usarindicadores de fluxo (renda ou consumo) ou seria melhor utilizar um indicador de estoque (riqueza)?

    A melhor resposta seria uma combinao deles. A despeito de tericos defenderem os mais diversos pontosde vista, tem-se notado na prtica que mesmo que se adote a renda como principal base, faz-se importante,para que se garanta a compatibilidade com o princpio da capacidade de pagamento, a adoo de impostoscomplementares sobre o consumo e a riqueza.

    5.2.2

    Princpio da NeutralidadeO princpio da neutralidade objetiva, que a alocao dos recursos no seja distorcida pelo sistema tributrio.

    Analisando o imposto de renda, vemos que ele at certo ponto neutro, pois no afeta a eficincia nasdecises de alocao de recursos para a produo e consumo de mercadorias e servios. Por outro lado, nocaso de impostos seletivos - aqueles em que h alquotas diferenciadas para tipos de produtos - sobre oconsumo, no h neutralidade e com isso podendo levar a uma reduo do consumo.

    5.2.3 Princpio da SimplicidadeSegundo Giambiagi, o conceito de simplicidade relaciona-se com a facilidade de operacionalizao dacobrana do tributo. Assim, ele deve ser de fcil entendimento para o contribuinte e de fcil fiscalizao earrecadao pelo governo.

    Como de praxe, segue um resuminho atravs de um mapa mental:

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    5.3 Tipos de Tributos

    Com a preocupao de no entrarmos demais no Direito Tributrio, vale a pena citar que nosso sistematributrio prev os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuies de melhoria, contribuies especiais eemprstimo compulsrio.

    Ateno! A ESAF no tem cuidado ao falar tributo e imposto. Ela usa esses termos como

    sinnimos por diversas vezes. bom ficar atento e levar em considerao que a prova

    de mltipla escolha, com isso, existe sim aquela ideia do mais certo ou mais errado.

    5.4 Tipos de impostos quanto ao Fato Gerador ou BaseEconmica

    Podemos classificar os impostos de acordo com as bases de incidncia. As principais so a renda, opatrimnio e o consumo.

    5.4.1 Impostos sobre a RendaO imposto sobre a renda incide sobre todas as remuneraes geradas no sistema econmico, quais sejam,salrios, lucros, juros, dividendos e aluguis. Trata-se de uma forma de tributao direta e classifica-se emimposto de renda pessoa fsica (IRPF) e imposto de renda pessoa jurdica (IRPJ).

    Imposto de Renda Pessoa Fsica - IRPFO IRPF apresenta a vantagem de ser um imposto pessoal por excelncia e por isso o que mais se adaptaaos princpios da equidade e progressividade. Isso se deve ao fato de permitir que os contribuintes sejamtratados de forma pessoal, de acordo com sua capacidade de pagamento.No Brasil, o IRPF cobrado com grande grau de progressividade uma vez que cobrado por faixas derenda.

    Tabela Progressiva para o clculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Fsicapara o exerccio de 2013, ano-calendrio de 2012.

    Alquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

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    Finanas Pblicas e Economia do Setor Pblico Professor Vincius Sacramento

    Curso de Finanas Pblicas e Economia do Setor Pblico Professor Vincius Sacramento

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    At 1.566,61 7,5

    De 1.566,62 at 2.347,85 15 117,49

    De 2.347,86 at 3.130,51 22 293,58

    De 3.130,52 at 3.911,63 27,5 528,37

    Acima de 3.911,63 7,5 723,95

    Fonte (http://www.receita.fazenda.gov.br/aliquotas/contribfont2012a2015.htm)

    Outra caracterstica importante, agora sob o prisma da simplicidade, o fato desses impostos serem retidosna fonte.

    Imposto de Renda Pessoa Fsica IRPFO IRPJ incide sobre o lucro das empresas. Conforme Giam