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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Fitase e grãos secos destilados com solúveis para suínos em
crescimento
Daniela Rocha da Silva
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal
de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Sinop,
como parte das exigências para a obtenção do título
de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Nutrição e alimentação
animal.
Sinop, Mato Grosso
Fevereiro de 2017
ii
DANIELA ROCHA DA SILVA
Fitase e grãos secos destilados com solúveis para suínos em
crescimento
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal
de Mato Grosso, Câmpus Universitário de Sinop,
como parte das exigências para a obtenção do título
de Mestre em Zootecnia.
Área de concentração: Nutrição e alimentação
animal.
Orientador: Prof. Dr. Anderson Corassa
Sinop, Mato Grosso
Fevereiro de 2017
v
“A primeira palavra dita, o primeiro passo dado e todas as situações da vida. Existem
coisas que só a família sabe, e coisas que só ela faz questão de saber”.
Jean Lacerda
A minha mãezinha, Srª Maria Apª Rocha de P. Silva, por todas as palavras de apoio e
por me ensinar que devemos retribuir sempre coisas boas para as pessoas,
independentemente da forma que nos tratam.
Ao “meu rei”, Srº Amilton da Silva, por não medir esforços para fazer nossa família
feliz. Exemplo de honestidade, perseverança e um verdadeiro homem de família.
Ao meu irmão, Daniel Rocha da Silva, por sempre nos ajudar e nos mostrar que
podemos ser sempre melhores, apesar dos tropeços dados no caminho.
Amo vocês incondicionalmente.
Dedico...
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, saúde e por sempre me dar
forças nos momentos difíceis, sei que muitas vezes esqueço-me de agradecer por tudo e
todos que tenho ao meu lado, sou uma mulher de muita sorte e de um Deus
maravilhoso.
A minha família por todo apoio, sem vocês eu não teria conseguido chegar até
aqui. Não há nada no mundo que eu faça que seja o suficiente para retribuir tudo que
fizeram por mim. Amo muito vocês!
Ao meu namorado Cesar Augusto por todo apoio, carinho e paciência em todos
os momentos que não podia estar ao seu lado por conta do trabalho. Agradeço cada
momento com você, são especiais. Amo-te.
Ao meu orientador Drº Anderson Corassa pelos ensinamentos, por toda
paciência e esforço para realizarmos esse trabalho. Obrigada pelos puxões de orelha,
tenho certeza que são para o meu crescimento pessoal e profissional. Saiba professor
que tenho uma admiração enorme pelo senhor, exemplo de profissional e educador.
Obrigada por tudo!
A minha co-orientadora Drª Ana Paula Silva Ton pela simplicidade do ensinar,
paciência e dedicação. Obrigada por sempre estar disponível quando preciso, pelos
conselhos sobre a vida e por me mostrar que mesmo com as dificuldades que passamos
no início, tudo será recompensado no final.
Aos professores Drº Erick Darlisson Batista, Drº Charles Kiefer e Drº Maicon
Sbardella pela disponibilidade em participar da banca, corroborando na melhoria do
trabalho.
vii
Aos alunos de graduação pela ajuda na realização do experimento, sem vocês
não seria possível. O meu muito obrigado.
Aos meus amigos mais que especiais por todo carinho durante essa fase da
minha vida, se mostraram presentes e dispostos a me ajudar sempre que precisei
Aninha, Priscila, Josi, Mircéia, Bruna, Luis Eduardo, Célio, Daniel (goiano) e Sílvia
(em especial pela ajuda no laboratório). Minha irmã do mestrado Tatiane Izabel,
obrigada pela ajuda desde o início de tudo, pela paciência que temos uma com a outra e
por me ensinar o verdadeiro significado da parceria, te adoro. As pessoas que tornam
minhas noites de trabalho mais especiais Pretinha, Branca e Geisi.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela bolsa
de mestrado concedida.
Ao senhor Nelson Kappes pela disponibilização das instalações para execução
do experimento.
Pela doação do DDGS utilizado no experimento, agradeço a fazenda Libra.
viii
“Não é sobre tudo que o seu dinheiro é capaz de comprar
E sim sobre cada momento, sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abraça os teus pais enquanto estão aqui
Que a vida é trem bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir”.
Ana Vilela
ix
BIOGRAFIA
Daniela Rocha da Silva, filha de Amilton da Silva e Maria Apª Rocha de Paula
Silva, nasceu aos quinze dias de agosto de 1992 na cidade de Nova Canaã do Norte –
MT.
Em agosto de 2010 ingressou no curso de Zootecnia da Universidade Federal de
Mato Grosso Câmpus Universitário de Sinop, onde recebeu o título de Bacharel em
Zootecnia em onze de março de 2015.
Em março de 2015 ingressou no curso de mestrado do Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso Câmpus
Universitário de Sinop, na área de concentração de Nutrição e Alimentação Animal.
1
RESUMO
SILVA, Daniela Rocha. Dissertação de Mestrado (Zootecnia), Universidade Federal de
Mato Grosso, Campus Universitário de Sinop, Fevereiro, 2017, 69f. Fitase e grãos secos
destilados com solúveis para suínos em crescimento. Orientador Profº Dr. Anderson
Corassa. Co-orientadora: Profª Drª Ana Paula Silva Ton.
Resumo: Objetivou-se com este estudo avaliar a digestibilidade, o desempenho e a
viabilidade econômica da inclusão de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) e
fitase na dieta de suínos em crescimento. Foram realizados dois experimentos.
Experimento1: ensaio de digestibilidade para determinar o efeito da fitase sobre os
valores nutricionais de DDGS obtidos da produção de etanol de milho. Foram utilizados
oito suínos machos castrados geneticamente homogêneos, com 29,35 ± 5,74 kg,
alojados individualmente em gaiolas de metabolismo, para realizar a coleta total de
fezes e urina. Experimento 2: desempenho de suínos em crescimento alimentados com
dietas contendo DDGS e fitase. Utilizou-se 40 suínos machos castrados oriundos de
cruzamentos industriais, de mesma origem e com peso médio inicial 47,65 ± 3,99 kg. O
desempenho dos animais avaliado por meio das variáveis de consumo de ração diário
(CRD), ganho diário de peso (GPD), conversão alimentar (CA) e ganho de peso (GP) de
cada unidade experimental. Os tratamentos foram compostos por dieta referência (DR)
à base de milho e farelo de soja, DR com 200 g kg-1
de DDGS (DDGS), DR com adição
de 1,000 unidades de fitase (FIT) e DR com 200 g kg-1
de DDGS e 1,000 unidades de
fitase (D+F). A partir dos resultados do estudo 2 foi realizado uma análise de
viabilidade econômica do uso de DDGS e da enzima fitase utilizando o custo por
quilograma de ganho de peso (CGP), índice de eficiência econômica (IEE) e o índice de
custo (IC). A inclusão de 200 g kg-1
DDGS em dietas para suínos em crescimento
elevou a excreção de matéria seca (MS), nitrogênio (N), energia excretada (E exc.),
reduzindo o coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS), coeficiente de
digestibilidade da energia (CDE) e o coeficiente de metabolizabilidade da energia
(CME). Os valores para MS e N consumido, o balanço de N (BN), N digestível (ND), N
metebolizável (NM), energia consumida (E cons.), energia digestível (ED) e energia
metabolizável (EM) não foram alterados significativamente com o fornecimento do
DDGS. Os animais que consumiram as dietas com DDGS apresentaram um menor
CRD e GPD para os períodos 1 e total, quando comparados aos animais recebendo a
2
dieta controle. Consequentemente estes animais apresentaram um peso menor ao final
do experimento. O uso de fitase na alimentação de suínos em crescimento em dietas
com o sem DDGS não afetou os coeficientes de digestibilidade e o desempenho. Dietas
com a inclusão de 200 g kg-1
de DDGS e 1,000 unidades de fitase, não diferiram para as
variáveis CGP, IEE e IC durante todo o período estudado em comparação com a dieta
controle. Conclui-se que mesmo com uma pequena redução nos parâmetros avaliados
com o uso do DDGS, esse coproduto ainda é uma alternativa viável para a produção de
suínos em crescimento.
Palavras-Chaves: Coprodutos, Grãos secos destilados com solúveis, Desenvolvimento,
Energia
3
ABSTRACT
SILVA, Daniela Rocha. Master's Dissertation (Zootecnia), Federal University of Mato
Grosso, University Campus of Sinop, February, 2017, 69f. Fitase and distilled dry
grains with solutes for growing pigs. Advisor Prof. Dr. Anderson Corassa. Co-advisor:
Prof. Dr. Ana Paula Silva Ton.
Abstract: The objective of this study was to evaluate the digestibility, performance and
economical feasibility of inclusion of dry distillery grains (DDGS) and phytase in the
diet of growing pigs. Two experiments were carried out. Experiment 1: digestibility
assay to determine the effect of phytase on the nutritional values of DDGS obtained
from corn ethanol production. Eight genetically homogeneous castrated male pigs with
29.35 ± 5.74 kg were housed individually in metabolism cages to perform total
collection of feces and urine. Experiment 2: performance of growing pigs fed diets
containing DDGS and phytase. 40 castrated male pigs from industrial crosses, of the
same origin and with an initial mean weight of 47.65 ± 3.99 kg were used. The
performance of the animals was evaluated by means of daily ration consumption
(ADFi), daily weight gain (ADG), feed conversion (G:F) and weight gain (BW) of each
experimental unit. The treatments were composed by reference diet (RD) based on corn
and soybean meal, RD with 200 g kg-1 of DDGS (DDGS), RD with addition of 1,000
units of phytase (FIT) and RD with 200 g kg- 1 of DDGS and 1,000 units of phytase (D
+ F). From the results of study 2 an economic feasibility analysis of the use of DDGS
and phytase enzyme was performed using the cost per kilogram of weight gain (PWG),
economic efficiency index (EEI) and cost index (CI). The inclusion of 200 g kg-1
DDGS in diets for growing pigs increased the excretion of dry matter (DM), nitrogen
(N), excreted energy (E exc.), Reducing the dry matter digestibility coefficient
(DMDC), Coefficient of energy digestibility (EDC) and the metabolizable energy
coefficient (MEC). The values for DM and N consumed, balance of N (NB), N
digestible (DN), N metabolizable (MN), energy consumed (E cons.), digestible energy
(DE) and metabolizable energy (ME) with the supply of DDGS. The animals that
consumed the DDGS diets presented lower ADFi and ADG for periods 1 and total,
when compared to the animals receiving the control diet. Consequently, these animals
had a lower weight at the end of the experiment. The use of phytase in growing pigs in
diets with no DDGS did not affect the digestibility coefficients and performance. Diets
4
with the inclusion of 200 g kg-1 of DDGS and 1,000 units of phytase did not differ for
the PWG, EEI and CI variables throughout the study period compared to the control
diet. It is concluded that even with a small reduction in the parameters evaluated using
DDGS, this co-product is still a viable alternative for the production of growing pigs.
Keywords: Coproducts, dried distillers grains with solubles, Development, Energy
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Composição de grãos secos destilados com solúveis..................................... 20
Tabela 2. Vitaminas e minerais presentes na composição do DDGS. ........................... 21
Tabela 3. Perfil de ácidos graxos de uma amostra de milho e DDGS. .......................... 22
Tabela 4. Composição centesimal e calculada de dietas para suínos em crescimento
com diferentes inclusões de DDGS e fitase. ................................................................... 66
Tabela 5. Balanço diário, digestibilidade e metabolizabilidade da MS, N e energia de
dietas contendo DDGS e/ou fitase fornecidas para os suínos em crescimento. ............. 67
Tabela 6. Consumo de ração diário (CRD), ganho de peso diário (GPD), ganho de peso
(GP) e conversão alimentar (CA) e peso de suínos em crescimento alimentados com
DDGS e fitase. ................................................................................................................ 68
Tabela 7. Custo médio por ganho de peso (CGP), índice de custo (IC) e índice de
eficiência econômica (IEE) de suínos alimentados com DDGS e fitase na fase de
crescimento. .................................................................................................................... 69
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................... 7
CAPÍTULO I – UTILIZAÇÃO DE DDGS DE MILHO E DA ENZIMA FITASE
NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS: REVISÃO ........................................................ 10
1. Introdução ................................................................................................................... 12
2. Produção de biocombustíveis no Brasil: etanol .......................................................... 14
3. Caracterização e produção de DDGS ......................................................................... 15
4. Valor nutricional do DDGS ....................................................................................... 18
5. Utilização de DDGS em dietas para suínos ................................................................ 22
7. Os minerais P e Ca na alimentação de suínos ............................................................. 27
8. Fitase na nutrição de suínos ........................................................................................ 31
9. Considerações finais ................................................................................................... 35
10. Referências Bibliográficas ........................................................................................ 35
CAPÍTULO II. DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E EFICIÊNCIA
ECONÔMICA DE DIETAS CONTENDO FITASE E GRÃOS SECOS
DESTILADOS COM SOLÚVEIS PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO ............ 42
1. Introdução ................................................................................................................... 44
2. Material e Métodos ..................................................................................................... 45
3. Resultados ................................................................................................................... 50
4. Discussões ................................................................................................................... 52
5. Conclusões .................................................................................................................. 61
6. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 62
7
INTRODUÇÃO GERAL
Nos últimos anos a demanda pela produção de combustíveis limpos conhecidos
como biocombustíveis tem levado os países desenvolvidos ou em desenvolvimento,
adotarem suas próprias tecnologias. Em meio a este cenário, a produção mundial de
etanol tem apresentado aumento crescente, de maneira que países como os Estados
Unidos pretendem intensificar sua produção nos próximos anos (Silva et al., 2016).
Neste contexto, o Brasil ocupa lugar de destaque como o maior produtor de etanol de
cana no mundo, mas, em produção total, é superado pelos Estados Unidos, que usa o
milho como matéria-prima (Leite e Leal, 2007).
O Mato Grosso é o maior produtor de milho do país concentrando cerca de
24,5% da produção nacional (CONAB, 2016). As projeções de aumento da produção e
da área plantada de milho no estado são estimadas em 28,9 e 27,5% até 2020/2021. As
previsões indicam que nos próximos anos, cerca de 86% da produção de milho será
destinada ao mercado interno, para o atendimento do consumo humano e fabricação de
rações para animais, em especial suínos e aves.
Os coprodutos da produção de etanol a partir do milho são referenciados na
literatura como grãos secos de destilaria com solúveis (dried distillers grains with
solubles-DDGS) são subprodutos oriundos da produção de etanol sendo obtidos após a
fermentação do amido do milho pelas leveduras e enzimas selecionadas para produzir o
etanol e o dióxido de carbono (Fastinger et al., 2006). Estes resíduos possuem
concentração de proteína, lipídeo e fibra aproximadamente três vezes maior que a do
milho, devido ao fato de a maior parte do amido ser convertida em etanol durante a
fermentação (Spiehs et al., 2002) pela levedura Sacharomices cereviceae (Davis, 2001).
Apesar disso, um fator limitante na utilização do DDGS na alimentação de aves
8
e suínos é a variação na composição nutricional entre as fontes (Fastinger e Mahan,
2006; Stein, 2007; Whitney et al., 2006), por isso é recomendado analisar a composição
do DDGS antes de seu fornecimento na alimentação animal, quando adquirido de um
novo fornecedor. A variação na composição do DDGS ocorre devido a variação
genética do milho utilizado (Fastinger e Mahan, 2006), à proporção de solúveis
adicionados antes da secagem e ao processamento por calor (Lumpkins et al., 2004),
resultando na reação de Maillard (Fastinger et al., 2006), proporcionando uma redução
em seu valor nutricional.
A concentração de energia bruta é de 5.434 kcal/kg-1
de MS, no entanto, a
digestibilidade é menor que do milho, produzindo valores de 4.140 e 3.897 kcal/kg-1
de
matéria seca (MS) para energia digestível e metabolizável, respectivamente (Stein e
Shurson, 2009).
As fitases têm sido usadas como fontes de substituição de fósforo (P) inorgânico
pelo seu custo-efetivo, mas de acordo com Adeola e Cowieson (2011), indicam que
liberação do ortofosfato do fosfato de inositol pode ser de importância secundária para
remoção do fitato reativo da dieta. Esses autores evidenciam que modificações
estratégicas das dietas são necessárias para formular na ausência de fitato, e estas
mudanças estendem ao cálcio (Ca), sódio (Na), aminoácidos (AA) e energia. A maioria
das enzimas disponíveis comercialmente são obtidos a partir de sistemas de fermentação
otimizados contando com o uso de bactérias ou fungos geneticamente modificados.
Exemplos de organismos de produção incluem Trichoderma reesei, Aspergillus niger,
Escherichia coli, Bacillus licheniformis, e Pichia pastoris.
Em dietas formuladas tipicamente com milho e farelo de soja a maior parte do P
inorgânico é encontrado na forma de fitato, sendo pior digerido pela ausência da enzima
no trato gastrointestinal de suínos, entretanto adicionando fitase microbiana aumenta a
9
digestibilidade do P, pois degrada parcialmente o fitato no estômago e intestino
delgado. Yáñez et al. (2011), concluiram que a suplementação de fitase melhorou a
digestibilidade do P em dietas contendo DDGS.
Objetivou-se com este estudo avaliar a digestibilidade, o desempenho e a
viabilidade econômica de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) e fitase para
suínos em crescimento.
O Capítulo II foi redigido de forma adaptada as normas da Revista Brasileira de
Zootecnia – Sociedade Brasileira de Zootecnia 2017 (ISSN 1806-9290 versão online).
10
CAPÍTULO I – UTILIZAÇÃO DE DDGS DE MILHO E DA ENZIMA FITASE
NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS: REVISÃO
Resumo: A produção mundial de etanol vem apresentando aumento. O governo
brasileiro criou um programa que passou a tornar obrigatória a adição de 2% de
biodiesel no diesel fóssil e na sequência efetivou o aumento da mistura de biodiesel para
7% nos combustíveis nacionais. As previsões indicam que nos próximos anos, cerca de
86% da produção de milho será destinada ao mercado interno, para o atendimento do
consumo humano e fabricação de rações para animais, em especial suínos e aves. Os
subprodutos da produção de etanol a partir do milho são referenciados na literatura
como grãos secos de destilaria com solúveis (dried distillers grains with solubles-
DDGS), que são os subprodutos provenientes da produção de etanol obtido após a
fermentação do amido do milho pelas leveduras e enzimas selecionadas para produzir o
etanol e o dióxido de carbono. Um fator limitante referente a utilização do DDGS na
alimentação de suínos é a variação da composição nutricional entre as fontes, por isso é
recomendado analisar a composição do DDGS antes de seu fornecimento na
alimentação animal. A concentração de energia bruta no DDGS é cerca de 5.434
kcal/kg-1
de MS, no entanto, a digestibilidade é inferior a energia do milho, produzindo
valores de 4.140 e 3.897 kcal/kg-1
de MS para energia digestível e metabolizável,
respectivamente. As fitases têm sido usadas como fontes de substituição de P inorgânico
pelo seu custo-efetivo, mas evidências recentes indicam que a liberação do ortofosfato
do fosfato de inositol pode ser de importância secundária para remoção do fitato reativo
da dieta. Modificações estratégicas das dietas são necessárias para formular na ausência
de fitato, e estas mudanças estendem ao cálcio, sódio, aminoácidos e energia.
Palavras-chaves: Coprodutos, Desempenho, Fitato, Fósforo.
11
CHAPTER I - CORN DDGS USE AND ENZYME PHYTASE IN PIG FEED:
REVIEW
Abstract: The world production of ethanol has been increasing. The Brazilian
government created a program that made mandatory the addition of 2% of biodiesel in
fossil diesel and in the sequence made the increase of biodiesel blend to 7% in national
fuels. The forecasts indicate that in the coming years, about 86% of the production of
maize will be destined to the domestic market, to the service of the human consumption
and manufacture of rations for animals, especially pigs and birds. The by-products of
ethanol production from maize are referred to in the literature as dried distillers grains
with solubles (DDGS), which are by-products from the ethanol production obtained
after the fermentation of corn starch by yeast And enzymes selected to produce ethanol
and carbon dioxide. A limiting factor regarding the use of DDGS in pig feed is the
variation of the nutritional composition among the sources, so it is recommended to
analyze the composition of the DDGS before its supply in animal feed. The
concentration of crude energy in DDGS is about 5,434 kcal / kg-1
of DM, however, the
digestibility is lower than maize energy, producing values of 4,140 and 3,897 Kcal/kg-1
DM for digestible and metabolizable energy, respectively. Phytase has been used as a
source of substitution of inorganic P for its cost-effective, but recent evidence indicates
that the release of inositol phosphate orthophosphate may be of secondary importance
for the removal of reactive phytate from the diet. Strategic modifications of diets are
necessary to formulate in the absence of phytate, and these changes extend to calcium,
sodium, amino acids and energy.
Keywords: By- products, Performance, Phytate, Phosphorus.
12
1. Introdução
A partir da fermentação dos grãos de cereais para a produção de etanol são
gerados os grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS), que correspondem a
aproximadamente 30% do cereal empregado. Deste modo, há um aumento da utilização
de fontes energéticas convencionais para a produção do etanol, podendo
consequentemente reduzir o volume de grãos destilados para à alimentação animal,
principalmente o milho, tornando os DDGS mais disponíveis como uma alternativa para
sua utilização na alimentação animal (Mallmann et al., 2009).
O teor de energia e de nutrientes dos DDGS é mais variável quando comparado
ao milho e do farelo de soja (Urriola et al., 2014). Anderson et al. (2012), mostraram
que a concentração de energia metabolizável (EM) entre as fontes de DDGS pode variar
de 3.414 a 4.141 kcal/kg-1
de matéria seca (MS). Essa variabilidade na energia e teor de
nutrientes entre as fontes de DDGS implica em desafios para determinar o valor
econômico relativo e estabelecer os valores de nutrientes precisos para formular as
dietas. A energia é o componente nutricional mais caro em termos quantitativos nos
alimentos para animais, consequentemente é importante determinar o teor de energia,
sobretudo em ingredientes com teores variáveis como DDGS (Urriola et al., 2014).
O DDGS de milho é considerado uma fonte de proteína de baixa qualidade,
devido a reduzida presença dos aminoácidos essenciais para os suínos, como lisina,
treonina e triptofano. Durante o processamento e a secagem dos grãos a digestibilidade
dos aminoácidos pode ser reduzida (Stein, 2007). Para suínos, por exemplo, o
coeficiente de digestibilidade verdadeira dos DDGS de milho varia entre 439 g kg-1
e
630 g kg-1
. (Fastinger e Mahan, 2006). A baixa digestibilidade de fontes de DDGS pode
ser evitada com o uso de aminoácidos exógenos quando utilizado acima de 100 g kg-1
de DDGS na alimentação dos animais, bem como utilizar de avaliações nutricionais dos
13
DDGS antes de acrescentá-los a dieta. O teor de lipídios desse ingrediente varia de 100
a 110 g kg-1
de MS (Stein e Shurson, 2009).
A concentração de fósforo nos DDGS é aproximadamente 6 g kg-1
e a
digestibilidade aparente total deste mineral é cerca 600 g kg-1
de MS, sendo valores
superiores comparados com o milho (193 g kg-1
de MS) (Pedersen et al., 2007). Assim,
a inclusão de DDGS nas dietas dos animais pode reduzir a suplementação de uma fonte
de fósforo inorgânico, diminuindo a excreção desse mineral no ambiente (Stein e
Shurson, 2009).
A maior parte do fósforo presente nos grãos de cereais utilizados nas dietas está
na forma do complexo orgânico fitato. Devido ao grupo ortofosfato do fitato ser
altamente ionizado, este complexa com uma variedade de cátions (cálcio, ferro, zinco,
manganês, etc.) e grupo amino de alguns aminoácidos básicos. Esse complexo
caracteriza o fitato como um fator anti-nutricional, pois reduz a disponibilidade de
minerais e proteínas (Lehninger et al. 1993).
A quantidade de fitase adicionada à ração é expressa em unidade de fitase ou
FTU. Uma unidade de atividade de fitase é definida pela quantidade de enzima que
libera um micromol de fósforo inorgânico em um minuto em substrato de sódio-fitato a
37° em pH de 5,5 (Lozano et al., 2014).
A adição de fitase, em dietas a base de ingredientes vegetais, para suínos em fase
de terminação, promove a melhora da conversão alimentar, a manutenção das
características de carcaça e de qualidade de carne, reduzindo a excreção do fósforo, um
resultado positivo em relação ao meio ambiente (Lozano et al., 2014). Nesse sentido, é
necessária a realização de estudos que caracterizem o efeito da enzima fitase sob essas
características, bem como a digestibilidade e o desempenho de suínos na fase de
crescimento alimentados com DDGS.
14
2. Produção de biocombustíveis no Brasil: etanol
Nos últimos anos a demanda pela produção de combustíveis limpos (etanol,
diesel e gás), conhecidos como biocombustíveis, tem levado os países em
desenvolvimento, como o Brasil, a desenvolverem suas próprias tecnologias com o
intuito de atender suas necessidades (Silva et al., 2016). Biocombustíveis são definidos
como combustíveis produzidos a partir da biomassa (matéria orgânica), isto é, de fontes
renováveis como produtos vegetais ou compostos de origem animal. As fontes mais
conhecidas no mundo são cana-de-açúcar, milho, soja, girassol, madeira e celulose. A
partir destas fontes é possível produzir álcool, etanol e biodiesel (MME, 2007).
O Brasil ocupa lugar de destaque como o maior produtor de etanol de cana-de-
açúcar no mundo, com recorde em 2015, ao produzir 30 bilhões de litros, um
crescimento de 6% em relação a 2014 (EPE, 2016).
O estado de Mato Grosso é o segundo maior produtor de milho do país
concentrando 24,5% da produção nacional (CONAB, 2016). As projeções de aumento
da produção e da área plantada são de 28,9 e 27,5% até 2020/2021, respectivamente
(MAPA, 2011). As previsões indicam que nos próximos anos, cerca de 86% da
produção de milho será destinada ao mercado interno para o atendimento do consumo
humano, fabricação de rações para animais, em especial suínos e aves e recentemente
para produção de etanol (EPE, 2016).
O etanol é produzido por meio da fermentação de amido ou açúcares de
diferentes fontes adquiridas (amiláceas e açucareiras) sendo a concentração de amido ou
açúcar relacionado diretamente com a produção de etanol (Leite e Leal, 2007). A
produção de etanol a partir da cana de açúcar envolve um processo mais simples, por ter
como base açúcares, quando comparada com a produção por meio de matérias
amiláceas, por exemplo, o milho e trigo, e celulósica, como o bagaço da cana (Figura
15
1). Com o uso da cana os açúcares presentes estão prontamente disponíveis, contudo
trabalhando com as matérias amiláceas ou celulósicas, necessita da hidrólise preliminar
dos polissacarídeos simples utilizando-se enzimas e ácidos (BNDES e CGEE, 2008).
Figura 1. Diferentes rotas tecnológicas para a produção do etanol (BNDES e CGEE, 2008).
A produção de etanol a partir de uma tonelada de cana de açúcar é capaz de
produzir cerca de 90 litros do combustível (Silva et al., 2016). No estado de Mato
Grosso cada tonelada de milho utilizado é capaz de gerar de 345 a 395 litros de etanol e
desse processo de industrialização a usina extrai de 220 a 240 quilos de DDGS (Alves e
Barros, 2015).
A utilização do milho em relação à cana de açúcar para produção de etanol
apresenta algumas vantagens, entre estas se destacam a facilidade na armazenagem do
grão (no período de entressafra da cana); a elevada produção de milho em Mato Grosso
e o baixo custo da matéria prima nessa região (Silva et al., 2016).
3. Caracterização e produção de DDGS
Os coprodutos da produção de etanol a partir do milho são referenciados na
16
literatura como grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS), são subprodutos
oriundos da produção de etanol sendo obtidos após a fermentação do amido do milho
pelas leveduras (Saccharomyces cerevisiae) e enzimas selecionadas para produzir o
etanol e o dióxido de carbono (Fastinger et al., 2006).
O etanol pode ser resultante por meio de dois processos principais, a moagem de
grãos secos e a moagem de grãos úmidos (Figura 2), resultando em coprodutos
diferentes (Eriksson et al., 2012).
O processo de moagem úmida começa com a semente de milho sendo embebida
por uma solução de kernel, que irá facilitar a separação das várias partes que o
compõem, antes da transformação em etanol. Em seguida, o mosto (mesmo que suco)
fermentado é processado para remover o álcool e o grande volume de água associada
com a matéria seca residual. Após a destilação, a suspensão de alimentação restante
denominado vinhaça contém 50 a 100 g kg-1
de MS. Em seguida, este produto é
peneirado ou pressionado ou também centrifugado para remover as partículas de grãos
mais grosseiros (Eriksson et al., 2012).
Outro processo resume-se em remover as partículas mais grosseiras de grãos
antes do processamento através da coluna de destilação. Neste método, somente a
fração líquida é destilada. As partículas mais grosseiras de grãos removidos de todo o
vinhoto pode ser comercializado como DDGS (Silva et al., 2016).
17
Figura 2. Processo de obtenção do etanol e seus subprodutos. Fonte: US Grains Council (2012).
No processo de moagem a seco existem seis etapas majoritárias: moagem,
maceração, cozimento, hidrólise enzimática, fermentação e destilação (Figura 3). Os
resíduos que seriam descartados são centrifugados e separados em frações:
hidrossolúvel (conhecida como vinhaça – utilizada como adubo orgânico), lipídica (óleo
de milho) e sólida (o DDGS). Esse processamento, devido à menor necessidade de
investimentos e o maior rendimento de etanol, em relação à moagem úmida é
responsável por mais de 70% da produção de etanol baseado no milho (Silva et al.,
2016).
Segundo Eriksson et al. (2012), cerca de um terço da matéria-prima permanece
como o produto para alimentação animal. Isso significa que, todos os nutrientes são
concentrados três vezes porque a maioria dos grãos contêm aproximadamente dois terço
18
de amido. O processo demoagem úmida é mais complexo, consequentemente o grão de
milho é dividido em mais componentes para maior valor de comercialização.
Figura 3. Processamento do etanol de milho e seus coprodutos – moagem seca (Silva et al., 2016).
4. Valor nutricional do DDGS
Grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) são coprodutos obtidos a partir
do etanol produzido via grãos de cereais com elevados valores de energia, proteína e
alto teor de P digestível, sendo considerados como alimento alternativo para inclusão
parcial na alimentação animal (Pedersen e Lindberg, 2010). Quando o DDGS é
adicionado na dieta, implica em melhora na saúde animal, desempenho e qualidade do
produto alimentar. Essas entre outras vantagens tornaram o DDGS um dos ingredientes
mais populares para uso em rações animais em todo o mundo nos últimos anos
(Eriksson et al., 2012).
Na América do Norte, a maior parte do etanol é produzida a partir do milho,
sorgo e do trigo, mas também são usadas algumas combinações de diferentes grãos de
cereais para a produção de etanol. A composição de nutrientes do DDGS produzido é
caracterizada de acordo com o grão utilizado para produzir o etanol, no entanto mesmo
19
quando o mesmo grão é utilizado, a variabilidade na composição química de DDGS foi
observada (Spiehs et al., 2002).
De acordo com Stein e Shurson (2009), a concentração de energia bruta do
DDGS de milho é de 5.434 Kcal/kg de MS, no entanto, a digestibilidade é menor que do
milho, produzindo valores de 4.140 Kcal/Kg para MS de ED e 3.897 Kcal/kg de MS
para EM. Fastinger e Mahan (2006) evidenciaram um teor de EM superior, variando de
3.674 a 4.336 kcal EM/kg na MS. O NRC (1998) os valores de ED e EM do DDGS para
suínos são 3.441 e 3.032 kcal/kg de MS respectivamente.
A composição de minerais presentes no DDGS é de extrema importância para
avaliação e estimação da qualidade desse ingrediente. O DDGS corresponde
aproximadamente a 0,33 do valor total do milho utilizado na produção do etanol, já que
os outros 0,67 são transformados em álcool e dióxido de carbono, portanto as
concentrações de minerais devem ser aproximadamente elevadas (três vezes mais em
relação ao milho) o que pode tornar-se uma limitação no seu uso na alimentação animal.
Segundo Godoy et al. (2009) a variação na composição mineral dos DDGS pode ser
influenciada pela cultivar, produção e características do solo onde o grão foi cultivado.
A concentração de P no DDGS é aproximadamente 6 g kg-1
e a digestibilidade
aparente total deste mineral é aproximadamente 600 g kg-1
, estes valores são superiores
aos observados para o milho (193 g kg-1
) (Pedersen et al., 2007). Por conseguinte, ao se
incluir DDGS nas dietas a suplementação de uma fonte de fósforo inorgânico pode ser
reduzida, o que implica em redução do impacto ambiental (Stein e Shurson, 2009). No
entanto, a concentração de nutrientes e digestibilidade variam entre as fontes.
Este coproduto é caracterizado por possuir alta concentração de hemicelulose
(Silva et al., 2016). Stein e Shurson (2009), ao compilar resultados de 39 fontes de
DDGS de milho, uma de sorgo e duas de trigo, observaram grande variação na
20
digestibilidade de aminoácidos entre as diferentes amostras. Grande parte dos
aminoácidos analisados apresentaram digestibilidade aproximadamente dez unidades
percentuais menores que o milho, o que pode ser resultado da maior concentração de
fibra. Isso porque a maior parte do amido no grão é convertida em etanol durante o
processo de fermentação e apenas uma pequena quantidade está presente no DDGS.
Entretanto, a fibra não é convertida em etanol e, como resultado, aumenta sua
concentração no resíduo. Kerr e Shurson (2013) obtiveram o teor de 319 g kg-1
MS para
fibra em detergente neutro (FDN) enquanto Li et al. (2012), determinaram 454,4 g kg-1
MS de FDN.
Diversos autores (Kerr e Shurson, 2013; Adeola e Kong, 2014; Adebiyi e
Olukosi, 2015; Wang et al., 2016), estimaram valores para o DDGS (Tabela 1),
evidenciando a qualidade nutricional desse coproduto utilizados na alimentação de
suínos em diferentes categorias.
Tabela 1. Composição de grãos secos destilados com solúveis.
Item
Kerr e
Shurson, 2013
Adeola e
Kong, 2014
Adebiyi e
Olukosi, 2015
Wang et
al. 2016
Proteína Bruta (g kg-1
) 302,8 - 326,0 331,0
Energia Metabolizável (Kcal/kg) 4919 5429 4422 -
Matéria seca (g kg-1
) 893,9 918,0 858,0 -
Extrato Etéreo (g kg-1
) 72,1 87,0 72,5 48,0
FDA (g kg-1
) 97,7 120 223,0 163,0
FDN (g kg-1
) 319,0 319,0 389,0 304,0
Cálcio (g kg-1
) - 0,8 1,1 1,0
Fósforo (g kg-1
) 9,0 6,0 6,5 7,1
A proteína é o nutriente mais caro em dietas para animais. Variações em sua
proporção podem subestimar ou superestimar a sua concentração na dieta e,
consequentemente afetar a produtividade animal, ou torna-lá onerosa e não é
ambientalmente saudável, no caso do excesso de proteína (Belyea et al., 2004).
21
Segundo Martinez-Amezcua et al. (2007), o valor nutricional de DDGS pode ser
influenciado por muitos fatores. Por exemplo, o tipo das condições de secagem pode
afetar a biodisponibilidade de P e a digestibilidade de aminoácidos. A disposição de
aminoácidos essenciais do DDGS também é resultante pelo tipo de grão utilizado (Lim
et al., 2008).
A identificação das fontes de variação das concentrações de nutrientes e
encontrar maneiras de reduzir a variação são importantes para a manutenção da
sustentabilidade do processamento e fabricação de DDGS (Belyea et al., 2004). De
acordo com Lim et al. (2008) as composições de vitaminas e minerais podem variar
consideravelmente durante o processamento e fabricação do DDGS (Tabela 2).
Tabela 2. Vitaminas e minerais presentes na composição do DDGS.
Vitaminas (UI ou mg/Kg) DDGS
A (UI) 2700
E 40
Tiamina 3,5
Riboflavina 9,0
Ácido Fólico 0,88
Niacina 79,9
Ácido Pantotênico 11,4
Biotina 0,3
Colina (UI) 3400
Minerais
Sódio (%) 0,2
Potássio (%) 1,0
Cloreto (%) 0,17
Magnésio (%) 0,42
Enxofre (%) 0,3
Manganês (mg/Kg) 30
Ferro (mg/Kg) 300
Cobre (mg/Kg) 50
Zinco (mg/Kg) 85
Selênio (mg/Kg) 0,35 Fonte: Adaptado de Lim et al. (2008).
Embora grande atenção seja dada à proteína do DDGS, a gordura também é um
nutriente importante, porque aumenta a energia disponível da dieta. De acordo com
22
Martinez-Amezcua et al. (2007), de um modo geral, não há grandes alterações no perfil
de ácidos graxos (g kg-1
) quando observados os dados entre o milho e as amostras de
DDGS, apenas uma pequena diminuição do ácido linoléico e linolênico, e um aumento
menor nos ácidos esteárico e oléico (Tabela 3).
Tabela 3. Perfil de ácidos graxos de uma amostra de milho e DDGS.
Ácido graxo Estrutura Milho (g kg-1
) DDGS (g kg-1
)
Láurico 12:0 2,34 0,50
Tridecanóico 13:0 14,41 0,45
Mirístico 14:0 0,000 1,83
Pentadecanóico 15:0 0,000 0,13
Palmítico 16:0 135,29 143,53
Palmitoleico 16:1 0,99 8,20
Heptadecanoico 17:0 0,000 0,95
Esteárico 18:0 16,55 25,04
Oleico 18:1 n-9 cis 229,16 243,94
Linoleico 18:2 n-6 cis 590,36 503,59
Araquidônico 20:0 3,32 4,15
Linolênico 18:3 n-3 16,71 16,29 Fonte: Adaptado de Martinez-Amezcua et al. (2007).
Nesse sentido, o teor de ácidos graxos poliinsaturados da família n-3 como o
ácido linoléico (C18:2) e linolênico (C18:3), quando presentes na composição da dieta
em suínos, melhoram a relação entre ácidos graxos poliinsaturados: saturados (Abreu et
al., 2014). Os efeitos dos lipídios na nutrição humana estão bem documentados na
literatura (Lai, 2006). No entanto, os efeitos dos lipídios sobre a composição da carne de
suínos ainda necessitam de maiores esclarecimentos sobre o perfil lipídico depositado
(Abreu et al., 2014).
5. Utilização de DDGS em dietas para suínos
As pesquisas com coprodutos de destilaria na alimentação de suínos são
realizadas por mais de meio século nos Estados Unidos. No começo, os estudos tinham
como objetivo avaliar o valor alimentar, solúveis secos de destilaria, grãos secos de
destilaria e grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) fornecidos para suínos em
23
crescimento. Mais tarde, a construção de usinas de etanol de grande escala na década de
1970 aumentou a produção de DDGS, estimulando pesquisas para elucidar os efeitos da
adição de DDGS às dietas de crescimento-terminação e rações iniciais (Cromwell et al.,
1993; Stein e Shurson, 2008).
Os resultados dos primeiros estudos revelaram que DDGS é limitante em lisina
quando administrado para suínos, e trabalhos posteriores se concentraram em medir os
efeitos da adição de lisina cristalina para dietas à base de DDGS. Também ficou
evidente que os procedimentos de processamento e aquecimento utilizados para
produzir DDGS podem afetar a qualidade nutricional (Cromwell et al., 1993).
No Brasil a Usimat Flex, localizada na cidade de Campos de Júlio no estado de
Mato Grosso, passou a produzir etanol de milho desde fevereiro de 2012 além de
manter a atual produção de etanol de cana-de-açúcar (Planta, 2012). Esta foi a primeira
usina no país a produzir DDGS a partir do milho, isso devido à forte produção agrícola
do estado. Contudo, ainda não existem estudos científicos com uso de DDGS na
alimentação de suínos no país.
Em estudo realizado por Whitney e Shurson (2004), foram conduzidos dois
experimentos para avaliar os efeitos do aumento dos níveis de DDGS (0 a 250 g kg-1
) na
dieta, sobre o desempenho de leitões submetidos ao desmame precoce. De acordo com
os autores, a inclusão de DDGS produzido a partir do milho em um programa
nutricional de três fases na creche pode ser de até 250 g kg-1
na segunda fase (animais
com peso mínimo de 7 kg) e na terceira fase, após um período de adaptação de duas
semanas, não foram evidenciados efeitos negativos no desempenho dos animais.
Contudo, a inclusão de níveis acima de 250 g kg-1
logo após o desmame pode apresentar
um efeito negativo sobre o consumo de ração, e consequentemente, um baixo
crescimento na fase inicial de vida desses animais.
24
Foram avaliados os efeitos da introdução de dietas contendo DDGS para leitões
desmamados em diferentes momentos pós-desmame. De acordo com Spencer et al.
(2007), o trabalho continha quatro tratamentos e foi desenvolvido oferecendo um
programa de alimentar na creche classificado por 4 fases em que o DDGS foi
introduzido na fase 1 (75 g kg-1
), e nas fases 2, 3 e 4 (150 g kg-1
) e também o
tratamento de controle, composto por dietas que não continham DDGS em qualquer das
fases. Não foram observadas diferenças no desempenho e no crescimento dos animais
entre os tratamentos, o que indica que o DDGS pode ser introduzido imediatamente
após o desmame, sem comprometer o desempenho dos suínos. No entanto, Burkey et al.
(2008), relataram que a inclusão de DDGS em dietas para suínos alimentados 21 dias
pós-desmame reduziu o desempenho dos animais.
O DDGS, comparado ao milho e farelo de soja, possui uma maior concentração
de fibra, o que pode ser uma das principais razões para a diminuição da digestibilidade
da energia (Urriola et al., 2010). As primeiras pesquisas avaliando a adição de DDGS de
milho nas dietas de suínos em crescimento e terminação mostraram que o desempenho
pode ser mantido com a inclusão de até 200 g kg-1
de DDGS, ao passo que o
desempenho seria reduzido quando se utilizou níveis de 40% (Cromwell et al., 1983). O
uso de DDGS para suínos em crescimento também foi evidenciado por Linnen et al.
(2008), onde a inclusão de 150 g kg-1
de DDGS não afetou significativamente o ganho
de peso e o consumo de ração. No entanto, a utilização de 300 g kg-1
reduziu o ganho de
peso.
A inclusão de 0, 50, ou 100 g kg-1
de DDGS em dietas para suínos em
terminação (88-105 kg) e 190 g kg-1
de DDGS em dietas fornecidas a suínos em
crescimento (30 a 60 kg) não resultaram em mudanças no desempenho dos suínos
(Jenkin et al., 2007). Estas observações estão de acordo com estudos mostrando que até
25
200 g kg-1
de DDGS pode ser incluído em dietas fornecidas durante o período de
crescimento e terminação sem reduzir o consumo médio diário (CMD) e o ganho de
peso diário (GPD), desde que forem devidamente enriquecidas com AA (Stein e
Shurson, 2008).
Seabolt et al. (2010) realizaram cinco experimentos com suínos em crescimento
e terminação, onde esses animais tinham livre escolha as dietas com e sem DDGS, o
qual se diferenciava em relação a cor (mais claro e mais escuro), o alto valor de proteína
e o os com efeitos com a suplementação de sabor. Foi obtido um baixo desempenho
quando DDGS foi incluído nas dietas. Em tais dietas, os efeitos da inclusão de DDGS
foi confundida com aumento da concentração de PB, por isso não foi possível
determinar se a redução do desempenho foi causada pelo aumento da concentração de
DDGS ou pelo aumento da concentração de PB. Quando comparado o DDGS claro com
o escuro, os animais tinham uma maior preferência pelo escuro. Independente do nível
de inclusão de DDGS, ou adição de flavorizante, este ingrediente reduziu o consumo.
Na maioria dos experimentos em que GPD foi reduzido, também foi observado a
redução do CMD. Por conseguinte, é possível que o pior desempenho foi devido a uma
redução da palatabilidade das dietas que continham DDGS. Assim, foi demonstrado
que, quando dada uma escolha, os suínos preferem consumir as dietas que não
contenham DDGS.
O uso da fibra para porcas em gestação, em nível superior ao geralmente
empregado em outras fases, é uma estratégia nutricional que pode influenciar a
condição de bem-estar das fêmeas, no que diz respeito à saciedade após o consumo ser
mais duradoura. Também, o uso da fibra na gestação pode influenciar positivamente no
peso dos leitões ao nascimento, e o consumo de ração das porcas ao longo da lactação,
refletindo no peso dos leitões ao desmame (Peet-Schwering, 2003; Veum, 2009). Deste
26
modo, o uso de DDGS na gestação pode ser uma das técnicas para melhorar a
produtividade das atuais fêmeas disponíveis no mercado, já que este coproduto contém
um elevado teor de fibra (Pascoal e Watanabe, 2014).
Experimentos com porcas em gestação que receberam dietas com inclusão de
400 g kg-1
a 800 g kg-1
de DDGS não reduziu a taxa de parto, consumo de ração, ganho
de peso vivo, e tamanho de leitegada ao parto. Aos animais utilizados nestes estudos foi
oferecida uma dieta de milho e farelo de soja contendo DDGS durante todo o período de
lactação, e houve diferenças no desempenho independentemente do tratamento (Thong
et al., 1978). Mais tarde, confirmou-se que porcas gestantes poderiam ser alimentadas
com dietas contendo 500 g kg-1
de DDGS sem qualquer impacto negativo no
desempenho, aumentando o tamanho da leitegada (Wilson et al., 2003). Grieshop et al.
(2001) demonstraram que fêmeas em gestação alimentadas com dietas contendo
concentrações elevadas de fibra dietética, em comparação a fêmeas alimentadas com a
dieta sem a presença acentuada de fibra, na maioria, aumentaram o tamanho da
leitegada.
Utilizando 93 porcas multíparas para determinar os efeitos de dietas contendo
500 g kg-1
de DDGS na gestação e 200 g kg-1
de DGGS na lactação sobre o desempenho
reprodutivo, constataram que a mortalidade pré-desmame foi maior para fêmeas
alimentadas com a dieta de gestação contendo 500 g kg-1
de DDGS e com 20 g kg-1
de
DDGS na dieta de lactação, em comparação com as outras combinações de tratamento
durante o primeiro ciclo reprodutivo. Contudo, dietas de lactação com 20 g kg-1
de
DDGS reduziu a ingestão de alimento na primeira semana pós-parto, para as porcas que
não foram adaptadas a uma dieta com DDGS durante a gestação (Wilson et al., 2003).
27
7. Os minerais P e Ca na alimentação de suínos
Os suínos passam por mudanças em relação a genótipo e questões sanitárias ao
decorrer do estabelecimento e padrão das raças. Dessa maneira, as exigências de
minerais dos suínos há 20 anos são diferentes daquelas de hoje, que serão diferentes
daqui a 20 anos (Sakomura et al., 2014).
Normalmente a suplementação mineral é fornecida nas formas salinas
inorgânicas, por apresentar um custo mais baixo. No entanto, a biodisponibilidade
desses minerais é variável, pois na forma de íons livres podem competir com outros
minerais pelo sítio de absorção, formando complexos insolúveis com outras moléculas
da dieta, tornando-se indisponíveis, além de serem excretados em grande quantidade.
Esses fatores evidenciam a necessidade de estudos de prováveis soluções que aumentem
a absorção dos elementos minerais para suínos, permitindo absorção diferenciada e
garantindo melhor aproveitamento dos microminerais (Suttle, 2010).
A tolerância aos minerais usualmente muda em função da idade, sendo os
animais adultos e saudáveis frequentemente mais resistentes a toxicoses. Isso está
relacionado ao fato de terem passado por desafios ao longo de seu desenvolvimento,
pois seus mecanismos homeostáticos são mais aprimorados (NRC, 1998).
O P compõe aproximadamente 1% do peso corporal do animal, sendo que 80%
estão localizado nos ossos e dentes e, junto com o Ca, são considerados os principais
elementos estruturais do tecido esquelético. Os 20% restantes estão largamente
distribuídos nos tecidos moles do corpo do animal, principalmente nas hemácias, tecido
muscular e nervoso, tendo função vital em muitos processos metabólicos. O P atua na
composição e manutenção dos ossos e dentes, no metabolismo de nutrientes como
gordura, proteínas e carboidratos, estão presentes na composição dos ácidos nucléicos,
no equilíbrio ácido-base, formação de fosfolipídios, nos sistemas enzimáticos e na
liberação e transporte de energia (ADP, ATP) (Nunes, 1998; Lana, 2005).
28
A pequena proporção (1%) de Ca no corpo encontra-se fora do esqueleto é
importante para a sobrevivência. É encontrado como o íon livre, ligado a proteínas
séricase complexado com ácidos orgânicos e inorgânicos. O Ca ionizado (50-60% do
total do plasma) é essencial para a condução dos nervos, contração muscular e
sinalização celular. Alterações nas concentrações de íons de Ca dentro e entre as células
são modulados pela vitamina D3 e as proteínas de ligação ao Ca, calmodulina e
osteopontina, estas podem desencadear a resposta sistema imunitário. O Ca pode ativar
ou estabilizar algumas enzimas e é necessário para a coagulação normal do sangue,
facilitando a conversão de protrombina em trombina, que reage com fibrinogênio para
formar o coágulo de sangue, a fibrina (Suttle, 2010).
As rações de suínos são normalmente formuladas à base de grãos de cereais, os
quais possuem grande parte de P na forma de fitato (50 a 80% do P) que é pouco
disponível para esses animais (Araujo et al., 2008). A maior restrição quanto ao uso dos
fosfatos de rocha em rações de suínos e aves é o seu elevado teor de flúor, pois o uso de
fosfatos utilizados como suplemento de P na alimentação para os animais, com elevados
teores de flúor, conduz á fluorose. Por isso, a alimentação animal com o uso de P de
fontes alternativas deve atender ao que foi estabelecido pelo MAPA na Instrução
Normativa (IN) 01 de 02 de maio de 2000. Nesta, estão definidos os níveis máximos de
umidade (70 g kg-1
), Ca (200 g kg-1
), flúor (15 g kg-1
) e o nível mínimo de P (90 g kg-1
).
Além disso, é exigido que o rótulo contenha o nível de solubilidade do P em ácido
cítrico (Bellaver et al., 1995).
As fontes suplementares de Ca das rações, de origem mineral e animal, são
consideradas de boa disponibilidade biológica, quando comparadas com o carbonato de
Ca, como padrão. As rochas calcárias apresentam elevada concentração de Ca e,
normalmente, são de baixo custo e alta disponibilidade (Sakomura et al., 2014).
29
Quando são adicionadas as fontes de Ca na dieta de leitões, há um aumento na
relação cálcio disponível: fósforo, levando à redução na absorção de P. Isso se deve a
alta disponibilidade do Ca no carbonato. Com isso, o excesso de Ca pode comprometer
o status de P e reduzir desempenho dos suínos (Suttle, 2010). A exigência de Ca
depende do estado fisiológico do suíno, da disponibilidade biológica da fonte utilizada,
da interação com outros minerais e da quantidade de vitamina D (Mateos et al., 2005).
A disponibilidade de P para suínos depende da quantidade de hexafosfato de
mio-inositol (IP6) presente na dieta formulada. O IP6 na ração pode ser degradado pelos
microrganismos durante a fermentação. Os DDGS têm maior digestibilidade de P em
comparação com os grãos normalmente utilizados na dieta, isso pode ser atribuído tanto
à fermentação, secagem e aquecimento durante seu processo de fabricação (Lyberg et
al., 2013).
Segundo Pedersen et al. (2007), o DDGS tem uma concentração de P de
aproximadamente 6 g kg-1
e a digestibilidade aparente total deste mineral é,
aproximadamente, 0,60 sendo estes são percentuais superiores aos observados para o
milho (193 g kg-1
). Lyberg et al. (2013), em estudo determinaram uma digestibilidade
de P maior em dietas que continham DDGS em relação à dieta referência (5,4 e 4,1 g
kg-1
respectivamente). Para o mineral Ca não houve diferença em relação à
digestibilidade. Os autores atribuíram esse resultado aos microrganismos que, durante o
processo de fermentação e o armazenamento, pode ser afetado a degradação do IP6 e,
consequentemente, a digestibilidade de P. Widyaratne et al. (2007) analisaram o valor
nutricional do DDGS, as dietas eram estabelecidas como o farelo de trigo sendo a
referência; DDGS de milho; DDGS de milho e trigo; e DDGS de trigo. Estes autores
constataram que a digestibilidade de P dos DDGS foram maior em relação à dieta que
tinha somente o farelo de trigo.
30
De acordo com Pedersen et al. (2007) ao analisarem a digestibilidade aparente
total do P em rações para suínos em crescimento utilizando dez fontes de DDGS de
milho, concluíram que a digestibilidade do P foi maior nas dietas com o uso de DDGS
(591 g kg-1
) do que a dieta com milho (193 g kg-1
). Segundo esses autores, a inclusão de
DDGS em rações para suínos em crescimento implica em maior proporção de P
orgânico digerido e absorvido, reduzindo assim a necessidade de adição P inorgânicos
nas dietas.
A razão pela qual o P no DDGS parece ser mais digerível do que no milho não
foi elucidada, mas devido à importância do P na nutrição de suínos e preocupação no
escoamento e no tratamento dos dejetos oriundos da exploração de suínos, torna-se
importante que os valores para a digestibilidade de P presentes nas dietas e com uso de
coprodutos como o DDGS, por exemplo, estejam disponíveis (Pedersen et al., 2007). O
preço relativamente baixo de DDGS em comparação com o milho e farelo de soja,
combinados com o seu elevado teor de P disponível torna-o um ingrediente alternativo
ideal.
Em um estudo, ao avaliaram a digestibilidade do P e do Ca em dietas para suínos
na creche contendo 100 ou 200 g kg-1
de DDGS. Hanson et al. (2012), concluíram que
suínos alimentados com as dietas contendo 200 g kg-1
de DDGS tendem a ter maior
ingestão diária de P em comparação com suínos alimentados com as dietas com 100 g
kg-1
DDGS. Ambas as dietas que continham DDGS apresentaram uma concentração de
P fecal menor do que suínos alimentados com a dieta controle, contudo a dieta contendo
200 g kg-1
de DDGS apresentou uma menor excreção de P fecal. Em relação ao Ca, os
animais alimentados com dietas contendo DDGS tenderam a ter baixa ingestão de Ca,
menor concentração fecal do que aqueles alimentados com a dieta controle, eles
31
constataram também que a adição de DDGS para suínos resultou numa redução na
quantidade de fosfato dicálcico adicionado a dieta.
8. Fitase na nutrição de suínos
Historicamente, as fitases têm sido usadas como fontes de substituição de P
inorgânico pelo seu custo-efetivo, mas estudos recentes indicam que liberação do
ortofosfato do fosfato de inositol pode ser de importância secundaria para remoção do
fitato reativo da dieta. Modificações estratégicas das dietas são necessárias para
formular na ausência de fitato, e estas mudanças estendem ao Ca, Na, AA e energia
(Adeola e Cowieson, 2011).
De acordo com Lehninger (1993), o fitato ou P fítico é a denominação dada ao
fósforo que faz parte da molécula do ácido fítico (hexa-fosfato de inositol), que é
encontrado nos vegetais. Por causa do seu grupo ortofosfato, altamente ionizado, este
complexa com uma variedade de cátions (Ca, Fe, Cu, Zn, Mn e Mg). Em virtude da
ocorrência deste fator antinutricional nos alimentos de origem vegetal, para os animais
monogástricos, existe a necessidade de suplementar o P como fonte inorgânica, e
determinar o teor de P em excesso nas dietas dos animais. Nesse sentido, o P fítico, por
ser de baixa disponibilidade para os não-ruminantes, juntamente com o excesso de P
inorgânico adicionados às dietas é eliminado nas fezes dos animais acarretando
problemas ambientais.
As fitases ou mio-inositol hexafosfato fosfohidrolase são denominadas como
uma grande família de hidrolases que catalisa a hidrólise do ácido fítico a fosfato de
inositol, myo-inositol e fósforo inorgânico (Figura 4). Cineticamente, poucas fitases
comerciais são capazes de desfosforilar completamente IP6 em mio-inositol e 6 fosfatos
livre porque da presença de um fosfato orientada axialmente recalcitrante na posição 2
32
no anel. No entanto, fosfatases sistêmicas das mucosas e algumas esterases microbianas
são capazes de remover este fosfato, gerando o mio-inositol livre no trato
gastrointestinal do animal (Adeola e Cowieson, 2011).
Figura 4. A liberação de fósforo do ácido fítico pela ação da fitase (Petersen, 2001).
O uso estratégico de fitases ou de qualquer outra enzima com o intuito de
melhoria da capacidade absortiva de nutrientes necessita de modificações na dieta,
especialmente com atenção à escolha dos ingredientes da ração, isso resulta em
vantagens econômicas para o usuário final, mas estas vantagens podem ser reduzidas se
a matriz (valores de nutrientes-equivalente atribuídas à enzima) for utilizada
incorretamente (Adeola e Cowieson, 2011).
De acordo com Vats e Banerjee (2004), existem dois tipos de fitases: a 3- fitase
a 6-fitase. A 6-fitase e capaz de desfosforilar completamente o acido fítico, enquanto a
3-fitase não hidrolisa o fosfomonoester. Normalmente, a 3- fitase é sintetizada pelas
plantas, enquanto a 6-fitase é uma enzima sintetizada por microorganismos.
A enzima fitase é amplamente distribuída em plantas, animais e
microorganismos, sua origem pode ser através de quatro fontes distintas: fitase
33
intestinal (encontrada em secreções digestivas); fitase originada de microorganismos no
trato gastrintestinal; fitase endógena (presente nas plantas); fitase exógena (sintetizada
por microorganismos e com finalidade comercial). Grande parte das enzimas
disponíveis comercialmente são obtidos a partir de sistemas de fermentação otimizadas
contando com o uso de bactérias ou fungos geneticamente modificados. Exemplos de
organismos de produção incluem Trichodermareesei, Aspergillus niger, Escherichia
coli, Bacillus licheniformis e Pichia pastoris (Adeola e Cowieson, 2011).
Tipicamente, as fitases são utilizadas em doses comerciais que variam entre 500
a 750 FTU/kg de ração lançando entre 0,5 e 1,5 g kg-1
de P digestível. É, no entanto,
evidente a partir da literatura que fitases consistentemente melhoram a digestibilidade
do P em dietas que contêm baixas concentrações de P digestíveis para suínos. No
entanto, os efeitos da fitase sobre a melhora da digestibilidade da energia, AA e outros
minerais têm sido controverso (Adeola e Cowieson, 2011). Contudo, de acordo com
Nortey et al. (2007), a fitase pode melhorar a digestibilidade do amido e dos lipídeos.
Com isso, o aumento da digestibilidade desses nutrientes levaria a um aumento da EM
do alimento. Esses autores analisaram a digestibilidade dos nutrientes em dietas para
suínos em crescimento utilizando dois tipos de enzimas: xilanase (0 ou 4375 U/kg-1
de
ração) e fitase (0 ou 500 UF/ kg-1
de ração). Observaram uma melhor digestibilidade da
energia, aminoácidos e maior absorção e retenção de Ca e P quando as enzimas estavam
presentes nas dietas dos animais. Nesse sentido, Lindemann et al. (2009), relataram que
suínos em crescimento alimentados com dietas contendo 200 g kg-1
de DDGS
suplementados com 250 ou 500 U/ kg-1
de fitase apresentaram maior digestibilidade da
matéria seca e energia do que os suínos não suplementados.
As indústrias que comercializam fitases disponibilizam diferentes tabelas,
denominadas de “matrizes ou planos nutricionais” para serem empregadas em situações
34
específicas conforme a espécie, dieta e a fase de desenvolvimento dos animais. As
matrizes nutricionais indicam a quantidade do nutriente (Ca, P, energia ou AA) que
pode ser liberado quando a fitase for adicionada à dieta (Shelton et al., 2004).
A fitase tem sido utilizada com sucesso nas dietas de monogástricos, primeiro
por liberar parte do fósforo, mas também outros nutrientes complexados na forma de
fitato, melhorando a digestibilidade da proteína bruta e dos aminoácidos e a absorção de
minerais, além liberar o amido e lipídeos complexados na molécula, tornando-os mais
solúveis e disponíveis para serem absorvidos pelo animal (Conte et al., 2003).
O potencial da fitase em hidrolisar o fitato no trato digestivo dos suínos pode ser
influenciado por diversos fatores, dentre esses destacam a variação do pH, a presença de
certos minerais como o Ca e de outras enzimas, da umidade, da temperatura, além da
taxa de passagem na digestão. A acidificação da ração com ácido orgânico, e também a
capacidade tamponante dos ingredientes reduzem a atividade da fitase. Todavia, o Ca
parece ser o fator predominante que influencia a atividade da fitase no trato
gastrintestinal de monogástricos (Lüdke et al., 2000).
Existem três teorias que tentam explicar a menor eficiência da fitase de acordo
com a maior concentração de Ca da dieta. A primeira teoria sugere que o Ca forma um
complexo insolúvel com o fitato impedindo a ação da fitase no organismo do animal. A
segunda descreve que o Ca cria um meio desfavorável para atividade da enzima
(Nelson, 1967). Por último, a possível competição do excesso de Ca e a enzima por
mesmos sítios de absorção (Qian et al., 1995).
De acordo com estudo, a adição de fitase aumentou a digestibilidade verdadeira
de P em milho e farelo de soja, mas não teve efeito sobre P em DDGS. Contudo, as
dietas podem ser formulados com base nos valores corretos de P sem comprometer o
desempenho dos suínos e o uso de fitase, DDGS, ou a combinação de fitase e DDGS
35
reduz a excreção de P por suínos em crescimento. Em dietas formadas tipicamente com
milho e farelo de soja a maior parte do P inorgânico é encontrado na forma de fitato,
sendo pior digerido pela ausência da enzima no trato gastrointestinal de suínos,
entretanto adicionando fitase microbiana aumenta a digestibilidade do P, pois degrada
parcialmente o fitato no estômago e intestino delgado (Almeida e Stein, 2010).
Em um ensaio, realizado com a adição de fitase em dietas para suínos propicia
maior disponibilidade de fósforo e cálcio, ampliando a eficiência no desempenho dos
animais e, consequentemente, reduzindo a quantidade de Ca e P excretados nas fezes
(Lüdke et al., 2000).
9. Considerações finais
A qualidade e a aceitabilidade dos DDGS com relação aos animais influenciam
o desempenho produtivo dos mesmos. A inclusão de DDGS nas dietas de suínos em
crescimento pode ser de até 200 g kg-1
sendo que níveis superiores a estes prejudicam o
desempenho dos animais desta categoria.
A enzima fitase quando adicionada as dietas de suínos promove melhor
aproveitamento dos nutrientes contidos nos ingredientes, principalmente o P,
possibilitando redução na excreção de P e nitrogênio nos dejetos.
10. Referências Bibliográficas
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CAPÍTULO II. DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E EFICIÊNCIA
ECONÔMICA DE DIETAS CONTENDO FITASE E GRÃOS SECOS
DESTILADOS COM SOLÚVEIS PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO
Resumo: Objetivou-se com este estudo avaliar os efeitos da enzima fitase e de
DDGS sobre a digestibilidade, desempenho e viabilidade econômica de suínos em
crescimento. Foram realizados dois experimentos onde os tratamentos foram compostos
por dieta referência (DR) à base de milho e farelo de soja; DR com 200 g kg-1
de DDGS
(DDGS); DR com adição de 1000 unidades de fitase (FIT); e DR com 200 g kg-1
de
DDGS e 1000 unidades de fitase (D+F). No experimento 1, utilizou-se oito suínos
machos castrados com 29,35 ± 5,74 kg, alojados individualmente em gaiolas de estudos
de metabolismo, com repetição no tempo, totalizando quatro repetições por tratamento,
empregando-se o método de coleta total de fezes e urina. No experimento 2 utilizou-se
40 suínos machos castrados com 47,65 ± 3,99 kg, com cinco repetições com dois
animais por unidade experimental, para avaliação de desempenho e viabilidade
econômica. A inclusão de DDGS aumentou a excreção de nitrogênio e energia nas fezes
e urina prejudicando os coeficientes de digestibilidade e metabolizabilidade da energia
da dieta. Os animais que consumiram as dietas com DDGS apresentaram menor
consumo de ração, ganho de peso e peso final que aqueles da dieta sem DDGS. A
inclusão de fitase não afetou a digestibilidade da dieta e o desempenho zootécnico dos
animais. Dietas com a inclusão de 200 g kg-1
de DDGS e 1000 unidades de fitase, não
diferiram no custo por quiligrama ganho em comparação com a dieta controle.
Palavras-Chaves: coleta total de fezes, coprodutos, DDGS, energia digestível, energia
metabolizável
43
CHAPTER II.DIGESTIBILITY, PERFORMANCE AND ECONOMIC
EFFICIENCY OF DIETS CONTAINING PHYTASE AND DRIED GRAINS
WITH SOLUBLE DISTILLED FOR GROWING PIGS
Abstract: The objective of this study was to evaluate the effects of the phytase
enzyme and DDGS on the digestibility, performance and economic viability of growing
pigs. Two experiments were carried out where the treatments were composed by
reference diet (DR) based on corn and soybean meal; DR with 200 g kg-1
DDGS
(DDGS); DR with addition of 1000 phytase units (FIT); And DR with 200 g kg-1
of
DDGS and 1000 units of phytase (D + F). In experiment 1, eight male pigs castrated
with 29.35 ± 5.74 kg, housed individually in metabolism cages, with repetition in time,
totaling four replicates per treatment were used, using the total collection method of
Feces and urine. In the experiment 2 40 castrated male pigs with 47.65 ± 3.99 kg were
used, with five replicates with two animals per experimental unit, for performance
evaluation and economic viability. The inclusion of DDGS increased the excretion of
nitrogen and energy in faeces and urine, impairing the digestibility and metabolizable
coefficients of dietary energy. The animals that consumed DDGS diets presented lower
feed intake, weight gain and final weight than those without DDGS. The inclusion of
phytase did not affect the digestibility of the diet and the zootechnical performance of
the animals. Diets with inclusion of 200 g kg-1 of DDGS and 1000 units of phytase did
not differ in cost per kilogram gain compared to control diet.
Keywords: total collection of feces, coproducts, DDGS, digestible energy,
metabolizable energy
44
1. Introdução
Com o aumento da produção de etanol a partir do milho no Brasil, a
disponibilidade de grãos secos de destilaria com solúveis (DDGS) para uso em dietas
esta sendo mais difundida.
Entretanto, a variação na composição química e digestibilidade do DDGS têm
sido observada, principalmente devido a diferenças na eficiência do processo de
produção bem como na variabilidade na composição da matéria prima. Assim, se faz
necessário conhecer a disponibilidade de nutrientes e energia destes coprodutos para
uma formulação mais precisa (Adeola e Kong, 2014), como caracterizam os efeitos
sobre o desempenho animal e sua viabilidade econômica. Porém, há pouquíssimas
informações a respeito do valor nutricional do DDGS produzido no Brasil.
Na produção de etanol a partir do milho, o amido do grão é fermentado em
etanol, enquanto a fibra, proteína, lipídios e minerais são os principais constituintes do
DDGS. Diversos estudos demostram que esses componentes podem influenciar o
equilíbrio do organismo do animal, principalmente na energia e no balanço de
nitrogênio (N) (Gomes et al., 2007; Adeola e Kong, 2014; Wang et al., 2016).
O uso de fitase em dietas que contém DDGS para suínos pode ser uma estratégia
para influenciar positivamente no balanço de energia, e consequentemente, o
desempenho dos animais, além da viabilidade econômica. Segundo Rodrigues et al.
(2011), além de aumentar a disponibilidade de fósforo dos ingredientes, a fitase
aumenta a digestibilidade da energia, outros minerais e aminoácidos, permitindo que
níveis mais baixos de nutrientes sejam usados na dieta. Entretanto, o impacto da
suplementação de fitase na dieta sobre a digestibilidade dos nutrientes, principalmente
da energia em dietas contendo DDGS não tem sido muito consistente (Kerr et al., 2010).
Dessa forma, ensaios de digestibilidade e desempenho zootécnico são necessários para
evidenciar o valor nutricional do DDGS para suínos, com a finalidade de otimizar o
45
desempenho e reduzir os custos de formulação.
O objetivo deste estudo foi avaliar a digestibilidade do DDGS e seus efeitos na
alimentação de suínos em crescimento, bem como o efeito da enzima fitase na dieta
sobre o desempenho zootécnico e a viabilidade econômica.
2. Material e Métodos
O experimento 1 foi conduzido na Universidade Federal de Mato Grosso,
Campus de Sinop, MT. O experimento 2 foi realizado de maio e junho de 2015, em uma
granja localizada no município de Santa Carmem, MT. Todas as práticas envolvendo o
uso dos animais estavam de acordo com os princípios éticos na experimentação animal,
adotados pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal e foram
previamente aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da UFMT sob No
23108.700673/14-4.
Experimento 1
No primeiro experimento, empregou-se o método de coleta total de fezes e urina
em oito suínos machos castrados geneticamente homogêneos, com peso de 29,35 ± 5,74
kg, alojados individualmente em gaiolas de estudos de metabolismo. Cada animal
constituiu uma unidade experimental e foi submetido a um dos quatro tratamentos: dieta
referência (DR) à base de milho e farelo de soja, de acordo comas recomendações de
Rostagno et al. (2011); DR com 200 g kg-1
de DDGS (DDGS), DR com 1000 unidades
de fitase (FIT); e DR com 200 g kg-1
de DDGS e 1000 unidades de fitase (D+F) (Tabela
4). O DDGS foi incluído às dietas com substituição isométrica da dieta referência, de
acordo com metodologia descrita por Sakomura e Rostagno (2007), enquanto a fitase,
origem 6-fitase de E. coli, foi incluída on top sem levar em consideração sua matriz
nutricional.
46
Os grãos secos de destilaria com solúveis utilizados na confecção das rações
experimentais foram submetidos a análises laboratoriais e sua composição química foi:
300.4 g kg-1
de proteína bruta (PB); conforme o método de Kjeldahl; 48.8 g kg-1
de
matéria mineral (MM); 928.5 g kg-1
de matéria seca (MS); 66.9 g kg-1
de extrato etéreo
(EE) conforme o método de Randall; e 4,780.0 kcal/kg de energia bruta (EB)
determinada por meio de combustão completa em bomba calorimétrica com o ácido
benzóico usado como padrão, seguindo as recomendações de Silva e Queiroz (2002).
Os valores estimados para energia digestível (ED) e energia metabolizável (EM) do
DDGS neste estudo foram 3304.0 kcal/kg e 3277.0 kcal/kg, respectivamente.
Os suínos foram distribuídos em delineamento de blocos ao acaso, quatro
repetições por tratamento, sendo cada animal uma unidade experimental. Na formação
dos blocos, foi levado em consideração o peso dos animais e o tempo.
O período experimental teve duração de dezesseis dias divididos em dois
períodos de oito dias com três dias de adaptação dos animais às gaiolas de metabolismo
e às rações e cinco dias de coleta total de fezes e urina.
No período de adaptação a ração foi fornecida ad libitum, e as sobras
contabilizadas. Para evitar perdas e facilitar a ingestão, as rações foram devidamente
pesadas e umedecidas com água na proporção 1:1 e fornecidas duas vezes ao dia (7:00 e
17:00 horas). A partir dos dados de consumo no período de adaptação e com base no
peso metabólico (PV0,60
) foram calculadas as quantidades de ração fornecidas a cada
animal no período de coleta.
As coletas de fezes e urina foram realizadas unicamente pela manhã de cada dia.
As fezes foram coletadas, pesadas, homogeneizadas e em seguida retiradas amostras
equivalentes a 20% do total, as quais foram acondicionadas em sacos plásticos,
identificadas e armazenadas em congelador (-10º C) até o final do período de coleta.
47
A urina foi filtrada à medida que foi sendo excretada, através de um tecido filtro
acoplado no funil da caixa coletora de urina e então colhida em baldes plásticos que
continham 10 ml de HCl 1:1. O volume total de urina de cada animal foi contabilizado
através de uma proveta com graduação de 500 ml, do qual foram retiradas alíquotas de
20% para amostragem, que foram acondicionadas em embalagens plásticas com tampa,
e armazenadas em congelador. Ao final do período de coleta, as amostras de fezes
foram descongeladas, pesadas, homogeneizadas e secas em estufa de ventilação forçada
(60ºC/72 horas) a fim de promover a secagem parcial. Posteriormente, as amostras
foram processadas em moinhos de facas utilizando-se peneiras de 1mm, em seguida
foram avaliadas: MS (INCT-CA G-003/1), MM (INCT-CA M-001/1), EE (INCT-CA
G-005/1) e PB (INCT-CA N-001/1). Para análise da concentração de FDN (INCT-CA
F-001/1), as amostras foram tratadas com α-amilase termoestável sem uso de sulfato de
sódio, corrigidas para o resíduo de cinzas (INCT-CA M-002/1) e para o resíduo de
compostos nitrogenados (INCT-CA N-004/1). Todas as análises foram conduzidas de
acordo com Detmann et al. (2012). O teor de matéria orgânica (MO) foi determinado
pela diferença entre o teor de matéria seca e o teor de matéria mineral. As amostras de
urina foram descongeladas e homogeneizadas para determinação de nitrogênio total e
energia. Os valores de energia bruta das amostras foram obtidos através de bomba
calorimétrica (Silva e Queiroz, 2002).
Com base no consumo e excreção de MS, nitrogênio (N) e EB foram
determinados os valores de balanço de nitrogênio, N digestível e metabolizável, os
coeficientes de digestibilidade (CD´s) da MS e da energia e o coeficiente de
metabolizabilidade da energia, além dos teores de energia digestível (ED) e
metabolizável (EM) das dietas, segundo Adeola (2001).
Experimento 2
48
Foram utilizados 40 suínos machos castrados geneticamente homogêneos com
peso médio inicial de 47.65 ± 3.99 kg, distribuídos em delineamento experimental de
blocos ao acaso, com quatro tratamentos e cinco repetições com dois animais por
unidade experimental. O peso corporal dos animais foi utilizado como critério para
formação dos blocos.
Os tratamentos avaliados foram: dieta referência (DR), à base de milho e farelo
de soja, atendendo às recomendações de Rostagno et al. (2011); DR com 200 g kg-1
de
DDGS (DDGS); DR com adição de 1000 unidades de fitase (FIT); e DR com 200 g kg-1
de DDGS e 1000 unidades de fitase (D+F) (Tabela 4).
Os grãos secos de destilaria com solúveis era oriundo da Destilaria de Álcool
Libra Ltda. (São José do Rio Claro, MT, Brasil) foi incluso nas rações considerando-se
a seguinte composição: (286,0 g kg-1
de PB; 3.571,0 kcal de EM/kg-1
; 3,0 g kg-1
de P
disponível; 64,6g kg-1
de EE; 500,0 g kg-1
de FDN; 2,8g kg-1
de lisina digestível; 5,6g
kg-1
de metionina digestível; 8,4g kg-1
de met+cis digestível; 13,4g kg-1
de treonina
digestível; 1,3g kg-1
de triptofano digestível). A composição química do DDGS foi
determinada no Laboratório de Nutrição Animal da UFMT, enquanto a composição de
aminoácidos foi determinada por cromatografia líquida de alta performance (HPLC) e o
conteúdo de cada aminoácido digestível foi estimado a partir de coeficientes de
digestibilidades (Stein et al., 2006). Ao final da confecção das rações experimentais, as
mesmas foram submetidas a análises laboratoriais.
Os animais foram alojados em galpão de alvenaria, coberto com telhas de
fibrocimento, com baias contendo comedouros na parte frontal e bebedouros tipo
chupeta na parte distal. A limpeza das baias foi realizada diariamente com raspagem dos
dejetos e escoamento da lâmina d’água.
49
As rações e a água foram fornecidas à vontade durante todo o período
experimental de 26 dias. O desempenho foi avaliado a partir do consumo de ração
médio diário (CRD), do ganho de peso médio diário (GPD) e da conversão alimentar
(CA) de 0 a 14, 15 a 26 e 0 a 26 dias. Para mensuração desses parâmetros, foram
realizadas pesagens dos animais e das sobras de ração no início do experimento e ao
final de cada período. O controle do consumo das rações foi realizado diariamente. A
conversão alimentar foi calculada pela relação do consumo com o ganho de peso.
Aqui Tabela 4.
Viabilidade econômica
A partir dos dados do experimento 2 foi realizada avaliação econômica. Para os
cálculos dos custos de produção foi considerado apenas o custo com a ração, uma vez
que todos os outros custos foram os mesmos para todos os tratamentos experimentais.
Os valores do milho e do farelo de soja foram obtidos a partir das cotações para a região
médio norte de Mato Grosso realizadas pelo Instituto Mato-grossense de Economia
Agropecuária (IMEA, 2016) de julho de 2013 a julho de 2016. Os valores dos demais
ingredientes foram obtidos de cotações em julho de 2016. O custo de cada ingrediente
(R$/kg) utilizado na formulação das dietas foi: DDGS de milho R$0,45/kg; farelo de
soja R$1,041/Kg; milho R$0,273/Kg; fosfato bicálcico R$2,28/Kg; calcário calcítico
R$0,131/Kg; sal comum R$0,132/Kg; L-lisina HCl R$4,75/Kg; DL-metionina
R$22,97/Kg; premix R$3,40/Kg; e fitase R$44,00/Kg.
Com os dados do custo de cada ração, foi possível calcular o custo por
quilograma de peso que foi determinado segundo Bellaver et al.(1985) utilizando-se o
seguinte modelo:
Yi = (Qi x Pi) / Gi
50
Onde Yi = custo da ração por quilograma de peso ganho no i-ésimo tratamento;
Pi = preço por quilograma da ração utilizada no i-ésimo tratamento; Qi = quantidade de
ração consumida no i-ésimo tratamento e Gi = ganho de peso do i-ésimo tratamento.
Após os cálculos com o custo dos ingredientes utilizados para a formulação das
dietas, foram calculados os custos por quilo produzido, índice de custo (IC) e o índice
de eficiência econômica (IEE).
O IEE = (MCei/CTei) x 100 e IC = (CTei/MCei) x 100, foram estimados
segundo Barbosa et al. (1992), onde MCei = Menor custo da ração por quilograma
ganho, observado entre tratamentos e CTei = Custo do tratamento i considerado.
Análises estatísticas
Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o procedimento
GLM (General Linear Models) do programa estatístico Statistical Analysis System
(SAS Institute, Inc, Cary, NC, USA).
O modelo matemático incliu o efeito dos tratamentos em arranjo fatorial 2X2,
sendo dois níveis de inclusão de DDGS (0 e 200 g kg-1
) e dois níveis de fitase (0 e 1000
FTU) e o efeito de bloco, conforme segue:
Yijk = µ + Di + Fj + D*Fij + Bk + eijk
Em que: Yijk = variáveis observadas; µ = média geral; Di = efeito dos níveis de
inclusão de DDGS na dieta (i = 0 ou 200 g kg-1
); Fj = efeito dos níveis de inclusão de
fitase na dieta (j = 0 ou 1000 FTU); D*Fij= efeito de interação do DDGS e fitase; Bk=
efeito de bloco; Eijk = erro aleatório associado a cada observação.
Valores de probabilidade menor que 5% (P<0.05) foram considerados
significativos.
3. Resultados
Experimento 1
51
Não se observou interação (P>0.05) de fitase e DDGS para as variáveis
avaliadas no experimento de digestibilidade das dietas.
A inclusão de DDGS às dietas não afetou (P>0.05) a matéria seca consumida
(MS cons.), mas aumentou (P<0.05) a matéria seca excretada (MS exc.), reduzindo o
coeficiente de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS) (Tabela 5). O consumo
de nitrogênio (N cons.) também não foi influenciado (P>0.05) pela inclusão de DDGS
às dietas, mas o teor de nitrogênio excretado nas fezes (N exc. fezes) e na urina (N exc.
urina) foi aumentado. O balanço de nitrogênio (BN), o nitrogênio digestível (ND) e o
nitrogênio metabolizável (NM) não diferiram (P>0.05) entre os tratamentos com ou sem
a utilização do DDGS.
O consumo de energia (E cons.) pelos animais não foi influenciado (P>0.05)
pela inclusão de DDGS às dietas, contudo houve maior excreção de energia fecal (E
exc. fezes) e de energia na urina (E exc. urina), reduzindo os coeficientes de
digestibilidade (CDE) e metabolizabilidade (CME) da energia. Os teores de energia
digestível (ED) e metabolizável (EM) das dietas não foram influenciados (P>0.05) pela
inclusão de DDGS.
Aqui Tabela 5.
Experimento 2
Não houve interação (P>0,05) do DDGS e fitase sobre os parâmetros avaliados
no experimento de desempenho de suínos em crescimento.
Constatou-se efeito dos tratamentos no desempenho dos animais, em que o
DDGS no primeiro período (0-14 dias) e no período total (0 a 26 dias) pioraram
(P<0.05) o CRD e GPD em relação ao tratamento sem DDGS (Tabela 6). No segundo
período (15-26 dias) não houve efeito significativo (P>0.05) nas variáveis analisadas,
tanto com o uso de DDGS quanto para a fitase. No período total, houve diferença
52
significativa (P<0.05) para CRD e GPD, havendo piora nesses parâmetros com a
inclusão de DDGS nas dietas dos animais. Por sua vez, a CA não foi influenciada
(P>0.05) pelos tratamentos em nenhum dos períodos analisados.
O ganho de peso dos animais durante os períodos foi influenciado (P<0.05) pelo
tratamento com DDGS apresentando redução no desempenho dos mesmos com uso do
coproduto.
Ao analisar o peso total dos animais durante os períodos verificou-se redução
(P<0,05) do peso dos animais alimentados com DDGS ao 14º e 26º dia.
Aqui Tabela 6.
Viabilidade econômica
Os custos calculados para cada quilograma de ração foram: DR R$0.4724/Kg de
ração; DR+FIT R$0.4811/Kg de ração; DDGS R$0.4305/Kg de ração; e DDGS+FIT
R$0.4393/Kg de ração. Os menores custos por quilo de ração produzida foram obtidos
com as dietas contendo DDGS.
Constatou-se que o DDGS e a fitase na alimentação de suínos em crescimento
não afetaram (P>0.05) as variáveis para custo de ração por quilograma de ganho de peso
dos animais (CGP), índice de eficiência econômica (IEE) e índice de custo (IC) durante
todo o período estudado (Tabela 7).
Aqui Tabela 7.
4. Discussões
Experimento 1
A inclusão de 200 g kg-1
de DDGS na dieta não influenciou o consumo de MS,
mesmo este coproduto apresentando alto teor de fibra. De forma similar, Adeola e Kong
(2014), observaram que em três fontes de DDGS (milho, triticale e sorgo) o consumo de
MS não foi afetado em comparação com a dieta referência. Contudo os valores para
53
matéria seca excretada (MS exc.) e coeficiente de digestibilidade da matéria seca
(CDMS) foram piores nas dietas com DDGS, isso pode ter ocorrido devido à limitada
capacidade do trato digestivo de suínos para digerir material fibroso (Urriola et al.,
2010).
De acordo com Gomes et al. (2007), a susceptibilidade da celulose à hidrólise
enzimática microbiana está relacionada à presença de componentes específicos, como a
sílica e cutina, além dos fatores intrínsecos da própria fração da celulose, como por
exemplo, a cristalinidade, e certas ligações químicas e também o efeito inibitório da
lignina sobre a digestibilidade dos constituintes da parede celular. Todavia, em
monogástricos a utilização da celulose pelos microrganismos intestinais é altamente
prejudicada pelo menor tempo de permanência da digesta no intestino grosso,
resultando em uma relação inversa entre a fração de fibra presente na dieta e a
digestibilidade da MS. Segundo o autor, a fibra por sua vez, apesar da contribuição
energética, pode provocar efeitos deletérios sobre os coeficientes de digestibilidade dos
componentes nutritivos. Esses autores concluíram que as dietas fibrosas podem
promover alterações na taxa de absorção dos nutrientes, especialmente aminoácidos e
minerais, e ainda na excreção de nitrogênio endógeno.
Ao avaliar a inclusão de DDGS em substituição ao farelo de soja nas dietas para
suínos em crescimento, Wang et al. (2016) verificaram que a adição de DDGS diminuiu
o coeficiente de digestibilidade total da matéria seca, proteína bruta e da energia
digestível. Não houve diminuição do consumo nas dietas que continham DDGS,
contudo a eficiência alimentar dos animais foi reduzida.
A maior excreção fecal e urinária de N nos animais que consumiram o DDGS
pode ser explicada pelo alto teor de proteína desse coproduto, bem como a presença da
fibra dietética. O desbalanço de proteína nas dietas com DDGS para avaliar a
54
digestibilidade acarretou em excesso de nitrogênio que o organismo do animal não
conseguiu absorver em sua totalidade, resultando na excreção de N nas fezes e urina.
Esses resultados podem prejudicar o desempenho de suínos, segundo Stein e Shurson
(2009), o desempenho de suínos varia de acordo com a digestibilidade estimada em
diferentes fontes de DDGS, uma vez que a digestibilidade principalmente dos
aminoácidos, variam entre as fontes, podendo comprometer o ganho de peso dos
mesmos.
A utilização de um elevado teor de fibra nas dietas para suínos pode ser um
componente crítico, especialmente quando fornecida para determinadas categorias
animais que não apresentam trato gastrointestinal apto, como por exemplo, leitões
desmamados ou em fase inicial de crescimento, fêmeas em final de gestação, fêmeas em
lactação ou animais debilitados (Gomes et al., 2007). Por isso a importância de se
fornecer um componente fibroso logo no inicio da vida, com o intuito de prepará-lo
nutricionalmente. Segundo Tran et al. (2012), a utilização de até 150 g kg-1
de DDGS
na fase inicial dos suínos, garantiu uma melhor adaptação da flora intestinal dos
animais, podendo estes ser alimentados com níveis crescentes de DDGS nas fases
posteriores, sem alterar seu desempenho.
Com a inclusão de DDGS aumentou a energia excretada nas fezes e na urina,
diminuindo os coeficientes de digestibilidade (CDE) e metabolizabilidade da energia
(CME). Esses resultados podem ser explicados pelo alto teor de fibra que contém no
coproduto. Segundo Kerr et al. (2010), os ácidos graxos voláteis (AGV), produzidos a
partir da fermentação do composto fibroso, são rapidamente absorvidos e têm
demonstrado fornecer entre 5 e 28% de exigência de energia de manutenção do suíno.
Contudo, uma fração considerável de energia pode ser perdida durante o processo de
fermentação com a produção do metano e calor, diminuindo a eficiência da utilização da
55
energia. Agyekum et al. (2016) observaram que a digestibilidade da energia, do N e da
matéria seca foi menor em suínos alimentados com DDGS em comparação a dieta
controle.
Da mesma forma que ocorreu nesse estudo, outros trabalhos apontam a
influência do teor de fibra na digestibilidade de suínos. Adeola e Kong (2014), ao
testarem a digestibilidade de dietas que continham ou não DDGS em suínos,
confirmaram que os valores para energia consumida não foi afetada, mas a
digestibilidade e a metabolizabilidade da energia foi maior na dieta sem DDGS,
atribuindo ao elevado teor de fibra presente no DDGS. Stein e Shurson (2009)
apontaram que a concentração de energia bruta do DDGS é de 5.434 kcal/kg-1
de MS,
no entanto, a digestibilidade é menor que do milho, produzindo valores de 4.140 e 3.897
kcal/ kg-1
de MS para energia digestível e metabolizável, respectivamente.
Gomes et al. (2007) trabalhando com elevado teor de fibra nas dietas de suínos
em crescimento demonstraram que houve um decréscimo da digestibilidade da MS, EB
e PB. Contudo, segundo o autor, o uso de dietas fibrosas não interferiu no peso final do
animal. Nesse sentido, o DDGS com a necessidade ainda de melhoras na dieta, pode
representar uma alternativa de substituição dos ingredientes mais onerosos, podendo ser
responsável pelo menor custo de produção.
A adição de fitase não afetou nenhuma resposta dos tratamentos, a mesma
característica foi observado por Kiefer et al. (2012) onde foram ponderados os níveis de
fitase em dietas a base de milho e farelo de soja para suínos submetidos em diferentes
ambientes térmicos. Estes autores concluíram que a suplementação de fitase não alterou
o valor energético da dieta e o coeficiente de digestibilidade da proteína.
Os coeficientes de digestibilidade não foram afetados com o uso da enzima
fitase. Estes mesmos resultados estão de acordo com aqueles publicados por Rodrigues
56
et al. (2011), ao analisarem o equilíbrio energético de suínos em crescimento
alimentados com dietas com níveis reduzidos e níveis recomendados de fitase,
observaram que a enzima não afetou a metabolizabilidade da energia, a digestibilidade
da matéria seca e os valores para N absorvido e retido.
À vista disso, Yáñez et al. (2011), realizaram um experimento com suínos
testando a digestibilidade dos nutrientes de dietas contendo DDGS e fitase, concluíram
que a adição da enzima na dieta não prejudicou os valores para energia, digestibilidade
total e ileal e para fibra. De acordo com esses autores a digestibilidade dos nutrientes
contidos no DDGS é limitada por restrições físicas tais como tamanho de partícula e por
limitações bioquímicas como polissacarídeos não amiláceos, presença de fitato e fibra.
Kerr et al. (2010), sugere que se houver um efeito da fitase sobre a
digestibilidade energética, esta é relativamente pequena em magnitude e altamente
variável. Isso pode ser explicado pela grande diversidade das características químicas
existentes entre os ingredientes alimentares de origem vegetal. A melhoria na
digestibilidade dos nutrientes e no desempenho dos suínos pela adição de enzimas
exógenas às dietas depende da compreensão destas características em relação à
atividade enzimática. Essencialmente, a enzima deve corresponder ao substrato alvo,
pode ser necessário um complexo de enzimas para desintegrar eficazmente as matrizes
complexas de estruturas de carboidratos fibrosos presente no DDGS.
Experimento 2
A redução no ganho de peso diário e total verificado durante os períodos para os
animais alimentados com as dietas contendo DDGS pode estar relacionada ao maior
teor de fibra presente nesse ingrediente. De acordo com Gomes et al. (2007), à
diminuição da digestibilidade dos componentes nutritivos da ração promovido pela
presença de componentes fibrosos pode afetar o desempenho principalmente de animais
57
mais jovens, como é o caso dos suínos utilizados nesse trabalho. Segundo esses autores,
diferente de suínos na fase de crescimento, suínos na fase adulta mesmo quando
alimentados com elevados níveis de fibra dietética, são capazes de manter o ganho de
peso em índices adequados devido à sua capacidade de elevação do consumo, como
tentativa de manter estável o nível de energia digestível ingerida.
O GP reduzido nos períodos, com a inclusão de 200 g kg-1
DDGS também pode
estar relacionado com a composição estrutural do DDGS. Nessa perspectiva, Kerr e
Shurson (2013) evidenciaram que açúcares simples e os compostos armazenados
presentes nos carboidratos vegetais são principalmente digeridos no trato gastrintestinal
superior, ainda que não completamente, enquanto que os carboidratos estruturais são
apenas parcialmente degradados pela microflora no ceco e no intestino grosso. Como a
maior parte do amido é removida do milho durante a produção de etanol, o DDGS,
contém níveis concentrados de proteína, lipídios, minerais e fibras (Stein e Shurson,
2009). Os suínos são capazes de utilizar níveis moderados de fibras, mas não altos, nas
fases de crescimento e terminação, quando fornecido esse alimento fibroso, é necessário
uma capacidade energética maior para utilizar a energia associada com os carboidratos
estruturais contidos no coproduto, podendo prejudicar o ganho de peso desses animais.
O consumo de ração dos suínos que receberam as dietas que continham DDGS
foi menor em relação aos animais que não consumiram, evidenciando que os animais
preferem não ingerir esse coproduto. O mesmo foi evidenciado por Seabolt et al. (2010)
analisando dietas para suínos contendo DDGS de 0 a 200 g kg-1
, onde os animais
tinham a opção de escolha do alimento, com ou sem DDGS, por meio de dois
alimentadores colocados lado a lado, esses por sua vez optaram pela dieta sem DDGS.
O mesmo autor constatou uma redução no ganho de peso dos animais, e concluiu que os
suínos preferem uma dieta sem esse ingrediente. Contudo, os autores afirmam que o uso
58
de aditivos que possam melhorar a palatabilidade dos animais, é uma estratégia a ser
pensada, a fim de aprimorar o consumo e ganho de peso dos suínos.
Os resultados encontrados em relação ao consumo de ração contendo DDGS
estão de acordo com Linneen et al. (2008) ao utilizarem 100, 200 ou 300 g kg-1
de
DDGS em dietas para suínos em crescimento, implicou em uma redução linear no CRD.
Hinson et al. (2007), mostraram que a inclusão de 0, 100, ou 200 g kg-1
de DDGS
reduziu linearmente GPD e CRD de suínos em crescimento.
Nesse estudo, a diferença no CRD e GPD foi suficiente para alterar a CA. De
forma semelhante, Linneen et al. (2008.) mostraram que a inclusão de 150 g kg-1
de
DDGS em dieta para suínos em crescimento (50-76 kg) não alterou a CA. A inclusão de
0, 50, ou 100 g kg-1
de DDGS em dietas para suínos em terminação (88-105 kg) e com
190 g kg-1
de DDGS em dietas para suínos em crescimento (30 a 60 kg) também não
resultou em mudanças na CA desses animais (Jenkin et al., 2007). Estas observações
estão de acordo com estudos mostrando que até 200 g kg-1
de DDGS pode ser incluído
em dietas fornecidas durante o período de crescimento e terminação sem reduzira CA
desde que as mesmas sejam devidamente enriquecidas com aminoácidos essenciais
(Augspurger et al., 2008; Duttlinger et al., 2012).
Stein e Shurson (2009) apontaram que a inclusão de até 300 g kg-1
de DDGS na
dieta não compromete o desempenho de suínos. Da mesma maneira o que foi observado
nesse trabalho no segundo período (15-26 dias) com a inclusão de 200 g kg-1
de DDGS
não afetou o CRD, GPD e CA. Whitney et al. (2006), confirmam que a inclusão de 100
g kg-1
de DDGS em dietas para suínos em terminação não afeta o ganho de peso e
conversão alimentar.
O desempenho inferior dos suínos, recebendo 200 g kg-1
de DDGS pode ser
resultante da proporção do coproduto utilizada. Segundo Thacker (2006), a adição de 0
59
a 250 g kg-1
de DDGS em dietas para suínos em crescimento à base de trigo e farelo de
soja resultou em redução linear no ganho de peso e no consumo de ração, porém sem
afetar a eficiência alimentar. Quando o mesmo autor reduziu a quantidade de DDGS nas
dietas à base de trigo e farelo de soja de 0 a 150 g kg-1
durante a fase de terminação dos
suínos, não foi observado efeito sobre o desempenho. O pesquisador atribuiu à
diferença observada a formulação das dietas com base no conteúdo de aminoácidos
totais, ou também pode ser julgado a qualidade do DDGS utilizado na fase de
crescimento quando comparado a fase de terminação.
De forma similar Whitney et al. (2006) incluíram de 0 a 300 g kg-1
de DDGS de
milho e observaram que os níveis de 200 e 300 g kg-1
comprometeram o ganho de peso
dos animais, e que 300 g kg-1
piorou a conversão alimentar.
Nesse contexto, Stein e Shurson (2009) apontam que a redução no desempenho
dos animais pode ocorrer se nas fontes de DDGS utilizado conter uma baixa
concentração lisina digestível, o mesmo não aconteceu no presente trabalho, pois a
lisina digestível foi aumentada proporcionalmente. Em contrapartida, alguns trabalhos
que obtiveram menor desempenho com inclusão de DDGS (Hastad et al., 2004; Seabolt
et al., 2010; Wang et al., 2016) as dietas foram formuladas de tal forma que o teor de
proteína das dietas foi aumentada quando o DDGS foi incluído. Em tais dietas, a
inclusão de DDGS foi confundida por uma concentração alta de PB, dessa maneira não
é possível determinar se a redução do desempenho foi causada pelo aumento da
concentração de DDGS ou pelo aumento da concentração de PB.
A justificativa da redução de desempenho embasada no teor de fibra presente no
DDGS está de acordo com Burrough et al. (2015). Ao que reportarem que a inclusão de
DDGS nas dietas para suínos aumenta o teor de fibras insolúveis e, potencial de afetar a
microbiota do cólon no intestino grosso. Como nesta seção do trato gastrintestinal há
60
um microambiente dinâmico com enorme interação entre microrganismos, qualquer
alteração das propriedades físicas ou químicas do conteúdo colônico tem potencial para
impactar a população bacteriana residente e potencialmente favorecer ou inibir o
estabelecimento de espécies patogênicas, acarretando em piora na performance dos
animais. Os autores ainda concluíram que suínos alimentados com inclusões maiores
que 300 g kg-1
DDGS apresentam maior capacidade de degradação da mucina
comprometendo a função de barreira intestinal e predisposição a colite.
A inclusão de fitase nas dietas para suínos em crescimento não alterou em
nenhum dos períodos estudados. De acordo com Ker (2010), o efeito da fitase sobre a
digestibilidade energética, é relativamente pequeno em magnitude e está intimamente
ligada ao desempenho final desses animais. Os mesmos resultados verificados neste
presente trabalho foram reportados por Almeida e Stein (2010) ao avaliar a inclusão de
200 g kg-1
de DDGS e 500 unidades de fitase em dietas para suínos, concluindo que não
houve diferença no GPD e no CRD, exceto para CA que piorou com a inclusão do
coproduto e da enzima. Os mesmos resultados foram encontrados por Woyengo et al.
(2016) ao avaliarem o efeito da suplementação de DDGS (0 e 100 g kg-1
) com fitase no
desempenho de suínos em crescimento. Esses autores evidenciaram que a utilização da
enzima não afetou o desempenho desses animais na fase de crescimento.
Viabilidade econômica
Não foi observada diferença no custo médio por ganho de peso (CGP), índice de
custo (IC) e índice de eficiência econômica (IEE) de suínos em crescimento
alimentados com 200 g kg-1
DDGS e 1000 unidades de fitase na fase de crescimento.
Estes resultados evidenciam que embora a inclusão do DDGS alterar negativamente o
desempenho dos animais, é compensado financeiramente no final. Funciona como uma
espécie de balança, gerando um equilíbrio entre a produção, pois a redução no ganho de
61
peso é mitigada pelo menor custo do coproduto. O mesmo resultado foi descrito por De
Jong et al. (2012), que observaram o desempenho dos animais com a inclusão de DDGS
foi menor em relação aos animais que receberam o tratamento controle. Entretanto, ao
analisarem o custo com alimentação de suínos comparando as dietas com e sem DDGS,
concluíram que o custo por quilo ganho dos animais que consumiram DDGS foi
semelhante aos animais do grupo controle.
Embora a viabilidade econômica do DDGS esteja relacionada com preço do
coproduto e com o preço do milho e farelo de soja, o uso de DDGS reduz os custos com
a alimentação de suínos, o que está de acordo com Stein (2007), que afirmou que o
DDGS pode substituir o milho e o farelo de soja em dietas para suínos em crescimento e
terminação sem causar prejuízo econômico, e que uma proporção de 100 g kg-1
de
DDGS pode substituir em até 4,25% do farelo de soja e 5,8% do milho, sugerindo que a
variação de preço destes ingredientes pode determinar a viabilidade do uso do DDGS.
Neste sentido, Hilbrands et al. (2013), concluíram que DDGS quando adicionados a
dietas em níveis de 100 a 200 g kg-1
diminuem o custo da ração, sem alterar
desempenho dos suínos.
5. Conclusões
A inclusão de 200 g kg-1
de DDGS na dieta de suínos em crescimento reduz os
coeficientes de digestibilidade da matéria seca e energia das dietas, o consumo de ração
diário e o ganho de peso diário dos animais, sem afetar a viabilidade econômica. O uso
de fitase com dietas contendo DDGS não altera a digestibilidade das dietas, o
desempenho ou a viabilidade econômica para suínos em crescimento.
62
6. Referências Bibliográficas
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66
Tabela 4. Composição centesimal e calculada de dietas para suínos em crescimento com
diferentes inclusões de DDGS e fitase.
DR
(Exp.1)
DDGS (g kg-1
) / Fitase (FIT)
(Exp. 2)
Ingredientes (g kg-1
) 0 / 0 0 / 1000 200 / 0 200 / 1000
Milho 616.70 768.27 768.07 674.20 674.00
DDGS 0 0 0 200.00 200.00
Farelo de soja 302.6 208.80 208.80 100.00 100.00
Farelo de arroz 30.0 0 0 0 0
Óleo de soja 18.90 0 0 0 0
Fosfato bicálcico 17.50 10.92 10.92 9.00 9.00
Calcário calcítico 5.20 4.23 4.23 6.00 6.00
Sal comum 4.6 3.80 3.80 3.80 3.80
L-Lisina – HCl 1.5 1.82 1.82 5.00 5.00
Premix mineral/vitamínico* 3.00 2.00 2.00 2.00 2.00
Finase (Fitase) 0 0 0.20 0 0.20
DL-Metionina 0 0.17 0.17 0 0
Total 1000 1000 1000 1000 1000
Composição nutricional calculada
Energia Met. Suínos (kcal/kg) 3,230.0 3,230.0 3,230.0 3,300.0 3,300.0
Proteína Bruta (g kg-1
) 189.9 156.7 156.7 160.2 160.2
Cálcio (g kg-1
) 7.2 5.0 5.0 5.0 5.0
Fósforo disponível (g kg-1
) 3.6 2.46 2.46 2.49 2.49
Potássio (g kg-1
) 7.7 6.0 6.0 5.8 5.8
Sódio (g kg-1
) 2.0 1.7 1.7 1.7 1.7
Lisina Digestível (g kg-1
) 10.0 8.0 8.0 8.0 8.0
Metionina Digestível (g kg-1
) 2.6 2.4 2.4 2.6 2.6
Met + Cis Digestível (g kg-1
) 5.4 4.8 4.8 4.8 4.8
Treonina Digestível (g kg-1
) 6.4 5.2 5.2 6.0 6.0
Triptofano Digestível (g kg-1
) 2.1 1.6 1.6 1.2 1.2
Gordura (g kg-1
) 50.4 31.5 31.5 39.2 39.2
Fibra bruta (g kg-1
) 28.9 24.3 24.3 35.0 35.0
FDN (g kg-1
) 120.3 120.4 120.4 194.2 194.2
*Composição do suplemento de Minerais e Vitaminas por kg da dieta: cobre (0.01 mg kg-1
), ferro (0.06
mg kg-1
), zinco (0.08 mg kg-1
), manganês (0.03 mg kg-1
), selênio (0.00028 mg kg-1
), iodo (0.0008 mg kg-
1), cobalto (0.0005 mg kg
-1), colina (0.1 mg kg
-1), vitamina A (5.5 Ul), vitamina D3 (1.2 Ul), vitamina E
(0.03 Ul), vitamina K3 (0.0025 mg kg-1
), ácido nicotínico (0.02 mg kg-1
), ácido pantotênico (0.012 mg kg-
1), ácido fólico (0.00025 mg kg
-1), biotina (0.01 mcg kg
-1), vitamina B1 (0.0008 mg kg
-1), vitamina B2
(0.0005 mg kg-1
), vitamina B6 (0.0016 mg kg-1
), vitamina B12 (0.0018 mcg kg-1
), Etoxiquin (0.01 mg kg-
1), BHT (0.02 mg kg
-1), Bacitracina de Zinco (0.03 mg kg
-1).
67
Tabela 5. Balanço diário, digestibilidade e metabolizabilidade da MS, N e energia de
dietas contendo DDGS e/ou fitase fornecidas para os suínos em crescimento.
DDGS1
(gkg-1
)
FITASE
(FIT) Significância
2
Item 0 200 0 1000 DDGS FIT D*F CV3
MS cons. (gdia-1
) 1186 1183 1193 1176 0.9461 0.7560 0.6059 8.84
MS exc. (g/dia) 157 205 182 179 0.0052 0.8486 0.5296 15.44
CDMS (g kg-1
) 867.3 826.2 846.6 846.8 0.0052 0.9870 0.3800 2.85
N cons. (g/dia) 34.28 37.09 35.95 35.42 0.1040 0.7430 0.6006 8.94
N exc. fezes (g/dia) 5.15 6.75 5.95 5.96 <0.0001 0.9600 0.0550 8.20
N exc. urina (g/dia) 6.72 7.98 7.59 7.11 0.0398 0.3913 0.3635 14.80
BN 22.41 22.36 22.42 22.35 0.9799 0.9750 0.6740 17.80
ND (g kg-1
) 848.9 816.4 833.4 831.9 0.1198 0.9363 0.3750 4.67
NM (g kg-1
) 652.2 599.2 620.4 631.0 0.1268 0.7472 0.8951 10.32
E cons. (kcal/dia) 4726 4911 4854 4784 0.4034 0.7492 0.6035 8.89
E exc. fezes
(kcal/dia)
623 855 743 735 <0.0001 0.8305 0.2785 10.36
CDE (g kg-1
) 867.6 825.1 846.5 846.2 0.0063 0.9856 0.3527 3.05
ED (kcal/kg) 3457 3426 3442 3440 0.5740 0.9699 0.3476 3.02
E exc. urina
(kcal/dia)
25.96 28.10 27.11 26.96 0.0272 0.8630 0.6881 6.30
CME (g kg-1
) 862.1 819.3 840.8 840.6 0.0064 0.9835 0.3490 3.09
EM (kcal/kg) 3435 3402 3420 3417 0.5530 0.9683 0.3462 3.07
1DDGS: Dried Distillers Grains With Solubles.
2Nível de significância <0.05.
3CV: Coeficiente de
Variação.
MS cons (Matéria seca consumida);MS exc. (Matéria seca excretada);CDMS (Coeficiente de
digestibilidade da matéria seca);N cons. (Nitrogênio consumido);N exc. fezes (Nitrogênio excretado nas
fezes);N exc. urina (Nitrogênio excretado na urina);BN (Balanço de nitrogênio);ND (Nitrogênio
digestível); NM (Nitrogênio metabolizável);E cons. (Energia consumida);E exc. fezes (Energia excretada
nas fezes);CDE (Coeficiente de digestibilidade da energia);ED (Energia digestível); E exc. urina (Energia
excretada na urina);CME (Coeficiente de metabolizabilidade da energia);EM (Energia metabolizável).
68
Tabela 6. Consumo de ração diário (CRD), ganho de peso diário (GPD), ganho de peso
(GP) e conversão alimentar (CA) e peso de suínos em crescimento alimentados com
DDGS e fitase.
DDGS1
(gkg-1
)
Fitase
(FIT)
Significância2
Item 0 200 0 1000 DDGS FIT D*F CV(%)3
Período 1 (0-14 dias)
CRD(g/dia) 2700 2400 2480 2620 0.0045 0.1109 0.6248 7.34
GPD(g/dia) 1012 855 922 945 0.0225 0.7029 0.5579 14.31
CA(kg:kg) 2.69 2.84 2.70 2.83 0.4003 0.5007 0.6073 14.56
Período 2 (15-26 dias)
CRD(g/dia) 2970 2820 2850 2940 0.1302 0.4099 0.2280 7.42
GPD(g/dia) 970 861 922 909 0.0617 0.8002 0.6019 12.83
CA(kg:kg) 3.09 3.31 3.11 3.29 0.2742 0.3950 0.9446 13.79
Período Total
CRD(g/dia) 2820 2590 2650 2770 0.0156 0.1759 0.3506 6.72
GPD(g/dia) 992 858 922 928 0.0025 0.8607 0.3771 8.52
CA(kg:kg) 2.86 3.02 2.88 2.99 0.1592 0.3269 0.8218 8.26
Ganho de Peso dos Animais
GP 1 14.17 11.98 12.91 13.24 0.0225 0.7036 0.5566 14.30
GP 2 11.64 10.34 11.07 10.91 0.0619 0.8005 0.6030 12.84
GP T 25.81 22.32 23.99 24.15 0.0025 0.8628 0.3757 8.52
Peso corporal dos animais durante os períodos
Dia 0 48.06 47.93 47.94 48.05 0.7568 0.8153 0.7466 2.03
Dia 14 62.24 59.91 60.86 61.29 0.0396 0.6768 0.7267 3.69
Dia 26 73.88 70.25 71.93 72.20 0.0026 0.7860 0.4811 2.98
1DDGS: Dried Distillers Grains With Solubles.
2Nível de significância <0.05.
3CV: Coeficiente de
Variação.
69
Tabela 7. Custo médio por ganho de peso (CGP), índice de custo (IC) e índice de
eficiência econômica (IEE) de suínos alimentados com DDGS e fitase na fase de
crescimento.
DDGS1
(gkg-1
)
Fitase
(FIT)
Significância2
Item 0 200 0 1000 DDGS FIT D*F CV(%)3
Período 1 (0-14 dias)
CGP(R$) 1.28 1.24 1.22 1.30 0.5866 0.3212 0.6074 13.79
IEE(%) 69.94 73.38 73.41 69.91 0.4823 0.4759 0.7724 14.95
IC (%) 144.48 139.61 137.57 146.52 0.5865 0.3221 0.6079 13.79
Período 2 (15-26 dias)
CGP(R$) 1.47 1.44 1.40 1.51 0.7180 0.2070 0.9613 12.44
IEE(%) 81.47 83.59 85.66 79.40 0.6483 0.1884 0.9622 12.34
IC(%) 124.10 121.59 118.35 127.35 0.7179 0.2069 0.9615 12.45
Período Total
CGP(R$) 1.36 1.31 1.30 1.38 0.3409 0.1436 0.8568 8.29
IEE(%) 82.36 85.31 86.32 81.35 0.3592 0.1318 0.8176 8.34
IC(%) 122.26 117.90 116.67 123.50 0.3423 0.1445 0.8545 8.29
1DDGS: Dried Distillers Grains With Solubles.
2Nível de significância <0.05.
3CV: Coeficiente de
Variação.