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ESTRUTURAS DE CONCRETO Sem 2015/1
1 Prof. Narbal A. Marcellino ECV/UFSC
Flexão simples
Dimensionamento e verificação
a) Introdução
a.1) Ações
As ações geram solicitações nas estruturas. No caso geral, a partir das ações em
valor característico (F = Fk) definem-se os seus valores de cálculo (Fd = f Fk) que,
usando as teorias de análise estrutural, permitem determinar as solicitações em
valor de cálculo (Sd). Resumidamente, tem-se:
F = Fk Fd = f.Fk Sd
Em estruturas de comportamento linear, como vale a superposição de efeitos, pode-
se primeiro determinar as solicitações em valor característico, correspondentes às
ações em valor característico, que multiplicadas por f definem os seus valores de
cálculo, ou seja:
F = Fk Sk Sd = f.Sk
No caso da flexão simples, tem-se: Fd Md.
E assim pode-se usar: Md = f .Mk que significa que o momento de cálculo (ou usado
para o cálculo no ELU) é o momento característico majorado pelo coeficiente de
majoração das ações.
a.2) Resistências As resistências são determinadas através de teorias apropriadas, já mostradas, a partir dos dados da seção transversal e das características mecânicas dos materiais.
No caso da flexão simples tem-se, como dados:
fck (resistência do concreto);
fyk (resistência da armadura), e dimensões da seção transversal (concreto e armadura)
Com as hipóteses admitidas e da teoria apropriada determina-se o momento
resistente último da seção, Md,ult = Mud.
a3) Verificação da segurança (Estado Limite Último) No processo dos estados limites de verificação da segurança, deve ser verificada a condição:
Sd Ru.
Na flexão simples tem-se Md Mud. Por razões de economia, faz-se Md = Mud.
A partir das dimensões iniciais de “pré-dimensionamento” verifica-se se elas estão na faixa normal de utilização e, a seguir, determina-se a quantidade correspondente de armadura (As).
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b)Tipos de ruptura na flexão
Figura 1 – Seção transversal , elevação de um trecho e diagrama de deformações
Em geral, tem-se os seguintes tipos de ruptura:
se As = 0 ou muito pequena tem-se ruptura do tipo frágil (brusca) iniciada
pela tração no concreto, evolução da fissuração, escoamento da armadura
e provável ruptura do concreto comprimido. Como é exigida uma armadura
mínima essa possibilidade fica mais distante;
se As for muito grande (haverá uma pequena deformação s) tem-se
ruptura frágil (brusca) por esmagamento do concreto comprimido; e
se As for “adequada” tem-se ruptura dúctil (com aviso), com escoamento
da armadura e acompanhada de uma evolução na fissuração da zona
tracionada. Atualmente a Norma exige ainda um limite na quantidade de
armadura de modo a ter-se a devida dutilidade.
c) Hipóteses básicas
c.1) manutenção da seção plana: por exemplo, as seções A e B passam para A’ e
B’, quando fletidas, permanecendo planas;
c.2) aderência perfeita entre concreto e armadura: admite-se que não haja
escorregamento entre os materiais (a deformação da armadura s, é admitida
igual à deformação da fibra de concreto c, junto a esta armadura);
c.3) tensão nula no concreto na região da seção transversal sujeita a deformação de
alongamento;
c.4) diagrama tensão-deformação (de cálculo) na armadura
Os aços usados como armadura são designados pela sigla CA (Concreto
Armado), seguido da resistência característica no escoamento em kN/cm2.
Tipo fyk(kN/cm2) fyd(kN/cm2) yd
CA 25 25 21,74 0,00104
CA 50A 50 43,48 0,00207
c
s
Mud Mud
B’ B A A’
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aço de dureza natural: o diagrama convencional deste aço apresenta patamar de
escoamento.
Figura 2 – Diagrama tensão - deformação do aço
Módulo de elasticidade do aço: Es = 210 GPa = 21.000 kN/cm2
fyk = valor característico da resistência da armadura correspondente ao
patamar de escoamento (resistência característica no escoamento)
s = 1,15 (coeficiente de ponderação da resistência da armadura)
fyd = fyk / s , = valor de cálculo da resistência do aço correspondente ao patamar de escoamento do material.
yd = fyd / Es = deformação correspondente ao início do patamar de escoamento
aço encruado CA 60B
Até o ponto A (limite de proporcionalidade), tem-se diagrama linear: entre A e B. admite-se diagrama em parábola do 2o grau: e, além do ponto B, um patamar.
Tipo fyk(kN/cm2) fyd(kN/cm2) yd
CA 60B 60 52,17 0,00248
Admite-se que o diagrama tensão-deformação dos aços seja o mesmo, na tração e na compressão e a norma define seu diagrama na Figura 8.4.
c.5) diagrama tensão-deformação (de cálculo) no concreto diagrama parábola-retângulo
Figura 3 - Diagrama tensão - deformação idealizado para o concreto (Fig 8.2 da NB-1)
cd
fyd
yd
fyk
s = 10%o
Diagrama de cálculo
c 0,002 0,0035
c = 0,85fcd
2
002,011 c
c = 0,85fcd
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c = 1,4 (coeficiente de ponderação da resistência do concreto)
Resistência de cálculo do concreto: fcd = fck / c
0,85 : coeficiente que considera a queda de resistência do concreto para
cargas de longa duração (efeito Rüsch 0,72 * diferença da forma do cp.
* 0,96 e o aumento da resistência com o tempo de acordo com o
cimento usado para o tipo Portland *1,23 fc28)
[ 0,72 * 0,96 * 1,23 = 0,85 (Comentários Técnicos – IBRACON)]
k = 0.85, quando a largura da zona comprimida não diminui em direção à borda
comprimida (seção retangular) e 0,80 , em caso contrário.
d) estado limite último convencional na flexão
Para uma seção de concreto armado de largura bw, altura h e área de armadura As
(Figura 5) o estado limite último (ou “ruína”) é atingido quando ocorre uma das duas
situações seguintes:
- a deformação de alongamento na armadura mais tracionada (su) atinge 0,010
(10%o). Denomina-se, estado limite último por alongamento plástico excessivo
da armadura;
Figura 4 – Domínio 2 de deformação
- a deformação de encurtamento no concreto (cu) atinge 0,0035; denomina-se,
estado limite último por esmagamento do concreto.
Figura 5 – Domínios 3 e 4 de deformação
c < 3,5 %o
s = 10%o
bw
h
As
cu = 3,5%o
10%o > s > 0 bw
h
As
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e) domínios de deformação
Conforme foi visto no item anterior, o estado limite último convencional ocorre quan-
do o diagrama de deformação passa por um dos dois pontos, A ou B, na Figura 6.
Figura 6 – Domínios 2, 3 e 4 de deformação do concreto armado
d = altura útil da seção = distância do CG da armadura à borda comprimida
x = altura da zona comprimida ou altura da linha neutra (medida a partir da
borda comprimida)
z = (d - 0,4.x) braço de alavanca entre as resultantes de compressão e a
resultante de tração.
Diz-se que o diagrama de deformação do tipo 2 está no domínio de deformação 2
(D2); passa pelo ponto B (ELU por alongamento plástico excessivo da armadura) e o
encurtamento do concreto na borda comprimida está compreendido entre 0 e
0,0035. O concreto é pouco solicitado e a armadura está em escoamento. A ruptura
é do tipo dúctil (com “aviso”). A altura da zona comprimida obedece à condição:
x x23 = 0,0035 d / (0,0035 + 0,010) = 0,259 d,
obtida por semelhança de triângulos.
Diz-se que o diagrama do tipo 3 está no domino 3 (D3); passa pelo ponto A (ELUlt
por esmagamento do concreto) e o alongamento da armadura está compreendido
entre yd e 0,010. O concreto está adequadamente solicitado e a armadura está em
escoamento. A ruptura é do tipo dúctil (com “aviso”). A altura da zona comprimida
obedece á condição:
x23 x x34 = 0,0035 d / (0,0035 + yd )
E que o diagrama de deformação 4 está no domínio 4 (D4); passa pelo ponto A
(ELUlt por esmagamento do concreto) e o alongamento da armadura está
compreendido entre 0 e yd. O concreto está muito solicitado e a armadura é pouco
solicitada. A ruptura é do tipo frágil (praticamente, sem “aviso”). A altura da zona
comprimida obedece à condição:
x34 x d.
A seção que atinge o ELUlt. nos domínios D2 e D3 é dita subarmada ou
b
10%o
Rcc
Rst +
yd
D3 D4
D2
d
x
0,85fcd
0,8x
3,5%o
(d-0,4x)
A
B
As
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normalmente armada.
Quando o ELUlt. é atingido no D4, a seção é dita superarmada. Trata-se de
situação antieconômica, pois a armadura não é explorada na sua plenitude. E a
ruptura é frágil. Não se pode usar o dimensionamento neste domínio.
Relações entre as deformações:
Figura 7 – Relação entre a posição relativa da Linha Neutra e as deformações
Limites dos domínios pelas deformações:
Figura 8 – Limites dos domínios de deformação para a flexão
Ver Figura 17.1 da Norma NBR 6118/14. E item 14.6.4.3 Limites...e condições de dutilidade.
h
a) seção transversal
c
d
x
s
sc
c
d
x
As
bw
d”
b) diagrama de deformações
c) relação entre a posição
relativa da Linha Neutra x/d e
as deformações
c
scc
dx
d
x
s = 10%o
As
bw
d”
a) seção transversal b) diagrama de deformações
259,0105,3
5,323
d
x
yd
c=3,5%o
A
B
D4 D3
D2 x23
x34
ydd
x
5,3
5,334
alongamentos encurtamentos
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Seção retangular com armadura simples
A seção retangular com armadura simples é caracterizada pelas seguintes
condições:
- a parte comprimida da seção sujeita a flexão tem forma retangular;
- as barras que constituem a armadura estão agrupadas junto à borda
tracionada e podem ser imaginadas como concentradas no centro de
gravidade destas barras.
Figura 9 – Elementos para o dimensionamento à flexão no ELU.
Resultantes das tensões:
no concreto: Rcd = 0,85 . fcd . b . 0,8 . x = 0,68 . b . x . fcd
na armadura: Rcd = As . sd
Equações de equilíbrio:
de forca: = Rcd = Rsd ou 0,68 . b . x . fcd = As . sd (1)
de momento: Mu = Rcd . (d – 0,4 . x)
ou
Mu = Rsd . (d – 0,4 . x)
Substituindo os valores das resultantes de tensão, vem:
Mu = 0,68 . b . x . fcd . (d – 0,4 . x) (2)
ou
Mu = As . sd . (d – 0,4 . x)
(3)
1) Caso de dimensionamento
Nos casos usuais de dimensionamento, tem-se b, fcd e faz-se Mu = Md ou
MRu = MSd (momento fletor solicitante em valor de cálculo). Normalmente, pode-se
adotar d 0,9 h. Dessa forma, a equação (2) nos fornece o valor de x:
c 0,85fcd
s
Rcc
Rst
x
d
bw
h
0,8x
fyd
As
z = (d -0,4x)
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0,4.x2 – d.x + Md / 0,8.b.0,85.fcd = 0
ou
x = [d + (d2 – 2.Md/0,85.b.fcd)1/2]/0,8
e _____________________
x = 1,25. (d - (d2 - Md/0,425.fcd.bw)
ou ___________________
x = 1,25.d.[ 1 - 1 - Md / 0,425.bw.d2. fcd ] (4)
Com o valor de x, tem-se o domínio de deformação correspondente, podendo
ocorrer as seguintes situações:
I) domínio 2, onde x x23 = 0,259.d; e sd = fyd
II) domínio 3, onde x23 x x34 = 0,628.d ; e também sd = fyd
III) domínio 4, se x x34; neste caso, a seção é super-armada e deve ser evitada:
pode ser utilizado um dos dois expedientes indicados a seguir:
aumentando-se a altura h porque, normalmente, b é fixo pois depende
da espessura da parede onde a viga é embutida:
adotando-se armadura dupla.
Para a situação adequada de peça sub-armada tem-se sd = fyd. Assim, a equação
(3) nos fornece a área de armadura [5]
As = Md / sd (d - 0,4x) [3]
As = Md / fyd (d – 0,4x) [5]
O procedimento de dimensionamento, consiste em encontrar a armadura necessária
para uma seção de concreto sujeita à flexão. A resistência do concreto é adotada
conforme a Tabela 7.1 da Norma. O aço é o CA-50. Assim, o dimensionamento
pode ter três maneiras de iniciar:
1) Estimando uma altura para a viga, onde é sugerido o valor inicial de 1/10 do
vão para vigas isostáticas sem balanço, ou 1/12 do vão para vigas contínuas
ou com balanços. Ou partindo de uma altura h já definida anteriormente. E
usando a relação d = 0,9.h para a altura útil inicial.
2) Escolhendo uma altura útil correspondente a um determinado limite entre o
domínio 2 (d23) e o limite d0,45 prescrito pela Norma (NBR 6118/2014).
3) Partindo de determinada altura relativa da linha neutra x/d. Como x/d = 0,26
ou x/d =45 (limite), por exemplo.
A largura é definida previamente, em geral pela largura da parede (ou tijolo) onde a
viga fica alinhada para evitar ressaltos no revestimento.
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Exemplo 1: Dimensionar a seção do meio do vão da viga esquematizada a seguir.
O concreto foi definido como C20 e o aço CA-50. Com altura definida.
Seção Elevação
Figura 10 – Elementos para o dimensionamento de seção retangular com armadura simples
b = 12 cm
h = 40 cm d = 0,9.h = 0,9.40 = 36 cm
carga total: p = 18 kN/m vão de cálculo: 4,2 m Concreto C-20 fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm2
Aço CA-50 fyk = 500 MPa = 50 kN/cm2
Concreto: fcd = fck / c = 2,0 / 1,4 = 1,43 kN/cm2
Armadura: fyd = fyk / s = 50 / 1,15 = 43,48 kN/cm2
Mk = pL2 / 8 = 18 . 4,22 / 8 = 39 ,7 kN.m Md = f Mk = 1,4 . 39,7 = 55,6 kN.m = 5560 kN . cm
h
b c
s
As
x y
z
Mud Rcc
Rst
bw
h
Mk
4,2 m
p = 18 kN/m
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Limites dos domínios:
x23 = 3,5.d /13,5 = 0,259 d = 0,259 . 36 = 9,3 cm
x34 = 3,5.d / (3,5 + yd) = 3,5.36/(3,5+2,07)=0,628.d = 22,6 cm
Posição da linha neutra (altura da zona comprimida x):
Md = 0,85.fcd.bw.0,8.x.(d – 0,4.x)
0,4x2 – d . x + Md / 0,68.b.fcd = 0 0,4x2 – 36 . x + 5560 / 0,68 . 12 . 1,43 = 0
0,4x2 – 36 . x + 476,48 = 0 _________________
x = [- (-36 ) ± (-36)2 – 4 . 0,4 . 476,48 ]/ 2 .0,4
= 36 ± 23,10 / 0,8 = 16,12 cm
73,87 cm d = 36 cm (descartado)
Como x está compreendido entre x23 = 9,3 cm e x34 = 22,6 cm, tem-se
ELU no domínio 3 (peça subarmada) e yd = fyd = 43,48 kN/cm2
E o limite exigido pela norma de x/d 0,45 é atendido pois 16,12/36 = 0,448
Portanto a área de armadura necessária é:
As = Md / fyd.(d - 0,4.x) = 5560 / 43,48.(36 - 0,4 . 16,12) = 4,33 cm2
Está definido o dimensionamento. A etapa seguinte é o detalhamento, ou seja, a escolha da bitola e a definição da posição da armadura na seção transversal da viga,
mas isso será visto mais adiante. Pode-se aproveitar esse primeiro exemplo para mostrar o que acontece quando se
escolhe outras opções de altura, como no Exemplo 2.
Exemplo 2: Considere-se a viga do exemplo anterior com h = 35 cm.
Tem-se: d 0,9 . 35 = 31,5 cm
Limites dos domínios:
x23 = 0,259 d = 0,259 . 31,5 = 8,2 cm
x34 = 0.628 d = 0,628 . 31,5 = 19,8 cm
__________________
x = 1,25.d [1 - 1 - Md / 0,425 b.d2.fcd
____________________________
= 1,25 . 31,5 . 1- 1- (5560 / 0,425 . 12 . 31,52 . 1,43) = 20,42 cm
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Portanto, tem-se ELUlt. no domínio 4, pois x > x34 = 19,8 cm, sendo aconselhável
alterar a seção.
Veja-se, contudo, como seria o dimensionamento no domínio 4.
Como a deformação na armadura é menor do que yd, a tensão correspondente é
menor do que fyd.
A tensão sd é obtida no trecho linear do diagrama x , do seguinte modo:
Figura 11 - Diagrama de deformações
sd / d – x = 3,5 / x
Portanto
sd = 3,5.(d – x )/x = 31,5 – 20,42 / 20,42 . 3,5 = 1,90 %o
sd = Es.sd = 21000 . 0,0019 = 39,9 kN / cm2
Figura 12 – Diagrama de cálculo para a tensão na armadura
Logo
As = Md / sd (d - 0,4x) = 5560 / 39,9 . (31,5 - 0,4 . 20,42) = 5,97 cm2
Observações:
- Para que se tenha x = x34, ou seja x/d = 0,628 e x = 0,628.d,
a altura da seção pode ser determinada a partir da equação
de equilíbrio de momento, resultando:
yd
X34 X
sd
d
3,5%o
fyd
yd
sd
s = 10%o
Diagrama de cálculo
sd
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Md = 0,68 b x34 fcd (d - 0,4 x34) = 0,68 b (0,628 d) fcd [d – 0,4 (0,628 d)]
________________________________ ______________
d = Md / 0,68 . b . 0,628 . fcd (1 - 0,4 . 0,628) = Md /0,3197.fcd.bw
Para o momento fletor de 5560 kN.cm dos exemplos 1 e 2 tem-se:
_____________________________________
d = 5560 / 0,68 . 12 . 0,628 . l,29. (1 - 0,4 . 0,628) = 33,5 cm
x = 0,628 d = 0,628 . 33,5 = 21,0 cm
h = d / 0,9 = 33,5 / 0,9 = 37,2 cm
Armadura:
As = Md / fyd (d - 0,4x) = 5560 / 43,48 . (33,5 - 0,4 . 21,0) = 5,1 cm2
- Para que se tenha x = x23, a altura da seção pode ser determinada a partir
da equação de equilíbrio de momento, resultando:
Mud,lim = 0,68 b x23 fcd (d - 0,4 x23) = 0,68 b (0,259 d) fcd [d – 0,4 (0,259 d)] ________________________________ _____________
d = Md / 0,68 . b . 0,259 . fcd (1 - 0,4 . 0,259) = Md /0,158.fcd.bw
Para o momento fletor de 5560 kN.cm dos exemplos 1 e 2 tem-se:
_____________________________________
d = 5560 / 0,68 . 12 . 0,259 . 1,29. (1 - 0,4 . 0,259) = 47,7 cm
x = 0,259 d = 0,259 . 47,7 = 12,4 cm
h = d / 0,9 = 47,7 / 0,9 = 53,0 cm
As = Md / fyd (d - 0,4x) = 5560 / 43,48 . (47,7 - 0,4 . 12,4) = 2,99 cm2
Altura mínima da seção transversal
Segundo a NBR 6118/2014 deve-se usar a máxima possibilidade da altura como sendo x = 0,45.d, de modo a garantir uma dutilidade necessária, que resulta na expressão:
Md = 0,68 b x0,45 fcd (d - 0,4 x0,45) = 0,68 b (0,45.d) fcd [d – 0,4 (0,45.d)] Mud = fcd.bw.[0,306.d2 - 0,05508.d2] = fcd.bw.[0,251.d2]
ou seja, neste caso, para se saber o valor de d(0,45)= (Md/0,251.fcd.bw)1/2
Pode-se, então, fazer d(0,45) = dmín e
e
O que define as possibilidades de escolha de .
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2) Caso de verificação
Algumas vezes, procura-se o momento resistente da seção inteiramente definida.
Nas duas equações de equilíbrio, as variáveis desconhecidas são: x, Mud e sd.
Pois não se sabe se é o caso de sd = fyd (D2 e D3) ou sd < fyd (D4).
Contudo, esta última variável sd é conhecida ou é função de x; de fato, nos
domínios 2 e 3 tem-se sd = fyd e, no domínio 4, ela é dada pela expressão:
sd = Es sd = Es . (d – x) / (x . 0,0035)
Dessa forma, tem-se duas equações a duas incógnitas e, portanto, o Mud procurado.
Não se sabe, a priori, qual o domínio de deformação correspondente ao ELU. Assim, a solução pode ser obtida por tentativas:
admite-se, por exemplo, que o ELUlt. corresponda aos domínios 2 ou 3 (armadura
em escoamento) então da equação de equilíbrio de força tem-se:
0,68 b x fcd = As sd = As fyd
e, portanto
x = (As fyd) / (0,68 b fcd)
que permitirá verificar a validade da hipótese inicialmente admitida.
Caso positivo, é só determinar o momento resistente:
Mu = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x)
Se a hipótese inicial não for válida, isto é, se o ELU corresponder ao domínio 4, a
tensão na armadura será função de x e o seu novo valor pode ser obtido da
equação de equilíbrio (reescrita):
0,68 b x fcd = As sd = As.{Es .(d – x) /( x . 0,0035)}
e o momento procurado é obtido, substituindo o valor de x na expressão já vista.
Exemplo 3: Verificar o momento resistente da seção dada por:
b = 12 cm ; h = 40 cm ; d = 36 cm ;
Concreto C-20 : fck = 2,0 kN/cm2 ; CA 50A com As = 4,5 cm2
Na hipótese de ocorrer ELUlt nos domínios 2 ou 3, tem-se sd = fyd e:
x = (As fyd) / (0,68 bw fcd) = (4,5 . 43,48) / (0,68 . 12 . 1,43) = 16,77 cm
Como x23 = 0,259 d = 0,259 x 36 = 9,3 cm e
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x34 = 0,628 d = 0,628 x 36 = 22,6 cm,
o ELUlt. ocorre no domínio 3 (x23 < x = 16,77 cm < x34). Portanto, a hipótese é
real e verdadeira, e o momento resistente de cálculo resulta em:
Mud = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x) = 0,68.12.16,77.1,43 (36 - 0,4 . 16,77) = 5732 kN.cm.
Exemplo 4: Considere-se a seção dada por:
b = 12 cm ; h = 35 cm ; d 31,5 cm ;
C20: fck = 2,0 kN/cm2 ; CA 50A e As = 5,97 cm2
Na hipótese de ocorrer ELU1t nos domínios 2 ou 3, tem-se sd = fyd e:
x = (As fyd) / (0,68 b fcd) = (11,4 . 43,48) / (0,68 . 12 . 1,43) = 42,48 cm
As fronteiras entre os domínios são dados por:
x23 = 0,259 d = 0,259 . 31,5 = 8,2 cm e
x34 = 0.628 d = 0,628 . 31,5 = 19,8 cm.
O ELU não ocorre do domínio 3, pois x > x34.
Na realidade, este valor supera a altura útil da seção invalidando a hipótese admitida.
Admitindo-se o domínio 4, e substituindo sd por Es.s, com s = 0,0035 (d – x) / x, vem:
0,68 . b . x . fcd = As . sd = As . Es. 0,0035 (d – x) / x
0,68 . 12 . x . 1,43 = 5,97 . 21000 . 0,0035 (31,5 – x) / x
11,669 x2 + 438,79 x – 13822,042 = 0
x = - 438,79 915.256 / 2 . 11,669 = 20,416 m
- 58,02 cm (descartado)
O novo valor de x confirma o ELU no domino 4, pois
(x34= 19,8 cm) (x = 20,42 cm) < (d = 31,5 cm).
A deformação no aço:
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sd = 3,5%o (d – x) / x = 3,5 (31,5 – 20,416) / 20,416 = 1,9 %o
Portanto,
Mud = 0,68 b x fcd (d - 0,4 x) = 0,68.12. 20,416.1,43 (31,5 - 0,4.20,416) = 5559 kN.cm.
Figura 13 – Seção transversal e diagrama de deformações
18.2 Disposições gerais relativas às armaduras
18.2.1 Arranjo das armaduras
O arranjo das armaduras deve atender não só à sua função estrutural como também às condições adequadas de execução, particularmente com relação ao lançamento e ao adensamento do concreto.
Os espaços devem ser projetados para a introdução do vibrador e de modo a impedir a segregação dos agregados e a ocorrência de vazios no interior do
elemento estrutural.
18.3.2 Armadura longitudinal
18.3.2.1 Quantidade mínima
A quantidade mínima de armadura de flexão deve ser calculada de acordo com 17.3.5. Para concretos até 30 MPa pode-se usar:
As,mín = 0,15% bw.h
17.3.5 Armaduras longitudinais máximas e mínimas 17.3.5.1 Princípios básicos
A ruptura frágil das seções transversais, quando da formação da primeira fissura, deve ser evitada considerando-se, para o cálculo das armaduras um momento mínimo dado pelo
12
35
d - x
x = 20,416 cm
c = 3,5 %o
s = 1,9 %o
D3
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valor correspondente ao que produziria a ruptura da seção de concreto simples, supondo que a resistência a tração do concreto seja dada por fctk,sup., devendo também obedecer às condições relativas ao controle da abertura de fissuras dadas no item 17.3.3. A especificação de valores máximos para as armaduras decorre da necessidade de se assegurar condições de dutilidade e de se respeitar o campo de validade dos ensaios que deram origem às prescrições de funcionamento conjunto aço-concreto. 17.3.5.2 Valores limites para armaduras longitudinais de vigas 17.3.5.2.1 Armadura de tração A armadura mínima de tração, em elementos estruturais armados ou protendidos deve ser determinada pelo dimensionamento da seção a um momento fletor mínimo dado pela expressão a seguir, respeitada a taxa mínima absoluta 0,15 %:
Md,mín = 0,8.W0.fctk,sup
onde: W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto relativo à fibra mais tracionada; Ou seja para a seção retangular W0 = bw.h2/6 fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração (ver 8.2.5).
Ou seja: fctk,sup = 1,3.fctm = 1,3.0,3.fck2/3 = 0,39.fck
2/3
Alternativamente, a armadura mínima pode ser considerada atendida se forem respeitadas as taxas mínimas de armadura da tabela 17.3.
Tabela 17.3 - Taxas mínimas de armadura de flexão para vigas
Forma da seção
Valores de min*(As,mín/Ac)
%
20 25 30 35 40 45 50
60
Retangular
0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,219
1)Os valores de min estabelecidos nesta tabela pressupõem o uso de aço CA-50, c = 1,4 e s = 1,15. Caso esses fatores
sejam diferentes, min deve ser recalculado.
Em elementos estruturais, exceto elementos em balanço, cujas armaduras sejam calculadas com um momento fletor igual ou maior que o dobro de Md, não é necessário atender à armadura mínima. Neste caso, a determinação dos esforços solicitantes deve considerar de forma rigorosa todas as combinações possíveis de carregamento, assim como os efeitos de temperatura, deformações diferidas
e recalques de apoio. Deve-se ter ainda especial cuidado com o diâmetro e espaçamento das armaduras de limitação de fissuração.
18.3.2.2 Distribuição transversal
O espaçamento mínimo livre entre as faces das barras longitudinais [eh ou ev] , medido no plano da seção transversal, deve ser igual ou superior ao maior dos seguintes valores:
a) no sentido horizontal (ah):
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- 20 mm;
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 1,2 vezes o diâmetro máximo do agregado.
b) no sentido vertical (av):
- 20 mm;
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 0,5 vezes o diâmetro máximo do agregado.
__
Para feixes de barras deve-se considerar o diâmetro do feixe n = . n
DETALHAMENTO DA ARMADURA NA SEÇÃO TRANSVERSAL DE VIGAS Para dispor as armaduras na seção transversal das peças fletidas, pode-se usar
barras ou feixe de barras. Normalmente procura-se usar apenas as barras, pois a
aderência é mais efetiva. é o diâmetro da barra em milímetros (bitola).
Figura 14 - Barra e Feixes de barras
Na disposição das barras procura-se obter a maior altura útil d , que é a distância do
centro de gravidade da armadura até o bordo comprimido. Entre as exigências construtivas, a primeira a ser observada, é que o estribo deve ter barras nos quatro cantos. Isso implica no mínimo em duas barras na parte inferior da viga. A segunda exigência é a de respeitar o espaçamento eh entre as barras.
2 cm
eh ou n
1,2.dmáx
Sendo dmáx o diâmetro máximo do agregado graúdo usado no concreto.
dmáx = 19 mm para Brita 01 1,2.dmáx = 1,2.19 = 22,8 mm = 2,28 cm dmáx = 25 mm para Brita 02 1,2.dmáx = 1,2.25 = 30,0 mm = 3,00 cm
Cada linha de barras é denominada de camada, em vigas usuais usa-se até 3 camadas de barras. Para saber quantas barras cabem na primeira camada deve-se inicialmente considerar o espaçamento horizontal eh , o cobrimento c adotado e o
diâmetro do estribo t . Como mostra a Figura 15, a limitação a ser observada
inicialmente é que só se dispõe da largura bdisp para a 1a. camada, portanto cabem apenas n1 barras nesse nível.
bw,mín = 2.(c + t) + ni. + (ni-1).eh bw,disp = bw – 2.(c+t) n1. + (n1-1).eh
n = n
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Figura 15 - Seção transversal e elementos para a disposição das barras
O arranjo das armaduras na seção transversal deve permitir a introdução do vibrador e uma eficiente vibração de todo o concreto. Para garantir esse objetivo sugere-se
considerar para cada posição de vibração um raio de ação de 30 cm e a possibilidade do vibrador penetrar até a primeira camada se existirem mais de duas camadas de armadura. Além disso, a abertura deixada para cada posição de
vibração deve ter largura igual ou maior que o diâmetro do vibrador mais 2 cm (ver Figura C 18.1 dos comentários da NB-1/2003 reproduzida na Figura 14 a).
Figura 16 - Arranjo transversal da armadura
Assim, para as vigas de largura inferior à 30 cm pode-se dispor nas segunda, ou demais camadas o mesmo número de barras que se usou na primeira. Já para vigas de maior largura (30 cm) deve-se somar ao valor da largura disponível a dimensão
igual a evibr + 2 cm e cumprir o que indica a Figura 3a.
Centro de gravidade da armadura
bw,disp+eh n1 = +eh
c
c
c
ev
eh eh t
t
t L
d’’
d’
N8
– 3
0
10
- 1
20
12
42
vibr vibr
30 cm
ev 2 cm
ev
0,5.Dmáx
a)
bdisp
b)
cg
2 cm
eh
1,2.dmáx
eh
bw
d2
ev
ys
bw,disp
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Para obter a posição do centro de gravidade das armaduras longitudinais, na seção transversal, usa-se a expressão geral;
i
ii
A
yAy
.
Onde y é a altura do cg em relação a linha de referência, iy é a altura de cada
barra em relação à linha de referência e iA é a área de cada barra i. Se todas as
barras tem mesma bitola basta considerar a quantidade correspondente. Limitação para a consideração do cg da armadura como local da resultante conforme item 17.2.4.1 “Os esforços nas armaduras podem ser considerados como concentrados no centro de gravidade correspondente, se a distância deste centro ao ponto da seção de armadura mais afastada da linha neutra medida normalmente a
esta for menor que 10% de h.”
Assim, chamando a tal distância de ys = d2 – (c+t)] a condição é que: ys < 0,1.h
Figura 17 – Elementos para o detalhamento da seção transversal de uma viga
Disposição da armadura de flexão na seção transversal A Figura 17 mostra os elementos necessários a definição da posição das barras
longitudinais na seção transversal de uma viga para o caso de momento positivo.
bw
L L L c c
bdisp
c
L
ev
h
eh eh t t
t
ys
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bw – largura da viga;
h - altura total da viga;
c – cobrimento da armadura;
dmáx - diâmetro máximo do agregado graúdo (brita);
L - bitola da armadura longitudinal;
t - bitola da armadura transversal (estribos);
eh - espaçamento horizontal entre as barras;
ev - espaçamento vertical entre as barras;
bdisp – largura disponível para alojar as barras longitudinais;
n = número total de barras longitudinais;
n1 – número de barras da primeira camada;
Definição da posição das barras e dos espaçamentos entre as barras
bw = 2.(c + t) + bdisp
).(2 twdisp cbb
disphL benn ).1(.1
hL
hdisp
e
ebn
1
dmáx - diâmetro máximo do agregado graúdo (brita)
Brita 1 Brita 2
dmáx [mm] 19 25
1,2 dmáx [mm] 22,8 30
eh [cm] 2,28 3,0
Espaçamento horizontal
eh [; 2 cm; 1,2 dmáx ]
Espaçamento vertical
ev [; 2 cm; 0,5 dmáx ]
Posição do centro de gravidade CG da armadura de flexão
Se for usada uma só camada de armadura o centro de gravidade estará localizado na altura d” da borda inferior da viga como mostra a Figura 18.
h d
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Figura 18 – Posição do centro de gravidade CG da armadura em uma só camada Se houver uma segunda camada de armadura com o mesmo número de barras da
primeira camada a altura do CG estará no centro da distância ev como mostra a Figura 19.
Figura 19 - Posição do CG da armadura para duas camadas de barras
Quando uma das camadas não é igual a(s) outra(s) é necessário determinar a posição do CG, da maneira descrita a seguir. Para facilitar pode-se coincidir o eixo x com a borda inferior da viga e assim obter diretamente a distância d”. Como mostra
a Figura 20.
Figura 20 - Posição do cg da armadura para camadas de barras diferentes
A expressão que fornece a ordenada do centro de gravidade em relação a um eixo escolhido é
h d
d” d” = c + t + L+ev/2 t c
L
CG
ev L
y2
y3 y1
y
y
x
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i
n
ii
A
yA
y 1
.
onde iA é área de cada barra e
iy a distância do CG da barra até o eixo de
referência.
Se todas as barras tiverem o mesmo diâmetro a expressão pode ser simplificada
n
yn
d
n
ii 1"
.
,ou seja, para três camadas de armadura: n
ynynynd 332211" ...
Se forem usadas barras de diâmetros diferentes as diferentes áreas devem ser consideradas.
Exemplo 5:
Para a seção transversal da viga detalhada abaixo. Com dimensões de 15 x 40 cm, concreto de brita 1 e cobrimento adotado de 2 cm. Usando armadura longitudinal
tracionada de 4 16 com estribos de bitola 5. Verificar a distribuição mais adequada
e determinar a posição do centro de gravidade da armadura para confirmar se pode ser considerada a resultante da tensão na armadura no centro de gravidade cg?
- Largura disponível para as barras longitudinais:
bw,disp = bw – 2.(c+t) = 15 – 2.(2+0,5) = 10 cm
- Espaçamentos horizontal eh e vertical ev
- Determinação do número de barras que podem ser dispostos em uma camada:
A disposição adotada é de 3 barras na primeira camada e uma na segunda como
mostra a Figura 21. Para determinar a posição do CG da armadura usa-se a expressão do centro de
massa:
bw,disp + eh 10 + 2,3
n1 = = = 3,15
+ eh 1,6 + 2,3
2 cm
eh = 1,6 cm
1,2.dmáx = 2,3 cm
ev = 2 cm
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Figura 21 – Seção transversal e cálculo do CG da armadura
Condição do CG da armadura ys = d2 – (c+t) = 4,2–2,5=1,7 cm < 0,1.h=0,1.40 = 4 cm Atende e assim o CG pode representar o ponto de aplicação da resultante Rst.
Exemplo 6:
Para a seção transversal da viga detalhada abaixo (Fig. 22). Com dimensões de 15 x 40 cm, cobrimento adotado de 2 cm e usando armadura longitudinal tracionada de 2
20 + 3 16 com estribos de bitola 5. Verificar se a distribuição é adequada e
determinar a posição do centro de gravidade cg da armadura para confirmar se pode ser considerada a resultante no cg da armadura?
Condição do cg da armadura ys = d2–(c+t) = 4,7-2,5 =2,2 cm < 0,1.h = 0,1.40 = 4 cm
Figura 22 - Seção Transversal e cálculo da altura do cg da armadura
bw,disp
CG
eh
bw = 15 cm
d2 ys
y1
y2
d2
cg
y1 = 2 + 0,5 + 1,6/2 = 3,3 cm
y2 = 2 + 0,5 + 1,6 + 2 + 1,6/2 = 6,9 cm
Ai.yi 3.3,3 + 1.6,9
y = = = 4,2 cm
Ai 4
2 10 a20 = .2/4 = 3,15 cm2
a16 = .2/4 = 2,00 cm2
y1 = 2 + 0,5 + 2/1 = 3,5 cm y2 = 2 + 0,5 + 1,6/2 = 3,3 cm
y3 = 2 + 0,5 + 2 + 2 + 1,6/2 = 7,3 cm
Ai.yi
d2 =
Ai
2.a20.y1 + 1.a16.y2 + 2.a16.y3 d2 = 2.a20 + 1.a16 + 2.a16
d2 = 4,70 cm
d2
3 16
t = 5
c = 20
ev = 20
L = 20
d1
2 20
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Exemplo 7 Para a viga de seção retangular com h = 55 cm, bw = 15 cm submetida a um
momento fletor de 88,10 kN.m determinar a armadura necessária quando são empregados concreto C20 e aço CA-50 Valores de cálculo dos materiais
Concreto fck = 20 MPa = 2 kN/cm2
fcd = fck/ γc = 2/1,4 = 1,428 kN/cm2
Aço: fyk = 500 MPa = 50 kN/cm2 fyd = fyk/γs = 50/1,15 = 43,48 kN/cm2
Estimativa de d” = 5 cm
d = h – d” = 55 – 5 = 50 cm
Momento de cálculo Md = γf.Mk = 1,4.8810= 12334 kN.cm Altura da linha neutra
x = 1,25.d.[ 1 – [1 – Md/(0,425.bw.d2.fcd]
1/2] x = 1,25.50.[1– [1– (12334/(0,425.15.502.1,428)]1/2]
x = 20,2 cm Domínio de deformação
x/d = 20,2/50 = 0,404 x23/d = 0,259 < x/d = 0,404 < x34/d = 0,628
Figura 23 – Seção transversal e diagrama das deformações
55 d = 50
x = 20,2
d - x
s
c = 3,5%o
D3
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Domínio 3 ( concreto: εc = 3,5 %o ; εyd < εs < 10 %o ) Deformação do aço εs = 3,5.(d–x )/x = 3,5.(50–20,2)/20,2 = 5,163 %o
As = Md / fyd.(d–0,4.x) = 12334/(43,48.(50 – 0,4.20,2)) = 6,77 cm2
Armadura mínima As,min = 0,15% bw.h = 0,0015.15.55 = 1,24 cm2
Como As > Asmín, não é preciso calcular o valor de Mdmín = 0,6.W0.fctk,sup
Opções para a armadura Φ 10 as = 0,8 cm2 n = As/as = 6,77 / 0,8 = 8,46 9 Φ10 ( 7,2 cm2)
Φ 12,5 as = 1,25 cm2 n = As/as = 6,77 / 1,25 = 5,42 6 Φ12,5 ( 7,5 cm2)
Φ 16 as = 2,0 cm2 n = As/as = 6,77 / 2,0 = 3,39 4 Φ16 ( 8,0 cm2)
Disposição da armadura longitudinal na seção transversal
Cobrimento adotado: c = 2 cm Estribo: Φt = 5 mm = 0,5 cm
Largura disponível para a disposição da armadura bw,disp = bw – 2 (c + Φt) = 15 – 2.(2+0,5) = 10 cm
Espaçamento mínimo horizontal entre as barras eh = 1,2.1,9 = 2,28 cm Espaçamento mínimo vertical entre as barras ev = 2 cm
Detalhamento da primeira opção 6 Φ12,5 n1 = ( bw,disp + eh)/(Φ+eh) = 10 + 2,28 /(1,25+2,28) = 3,48 = 3 [3 + 3 ]
n = 6 = n1 = 3; n2 = 3 e n3 =0. y1 = c + Φt + Φ/2 = 2 + 0,5 + 0,625 = 3,125 cm
y2 = y1 + ev + Φ = 3,125 + 2 + 1,25 = 6,375 cm
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d” = (n1.y1 + n2.y2)/ n
d” = (3.3,125 + 3.6,375) / 6 = 28,5/6 = 4,75 cm defe = h – d” = 55 – 4,75 = 50,25 cm
VIGA 15 x 55
Figura 24 – Elementos para a disposição das barras na seção
O valor efetivo da altura da linha neutra pode então ser calculado pela expressão: xefe = Asefe.fyd/0,68.bw.fcd
xefe = 7,5.43,48/0,68.15.1,428 = 326,1/14,566 = 22,39 cm
Assim, resulta no momento resistente da seção:
MRd=0,68.fcd.bw.xefe(defe-0,4xefe)=0,68.1,428.15.22,39(50,25-0,4.22,39)=13467 kN.cm Ou, pela armadura adotada:
MRd = Asefe.fyd.(defe- 0,4xefe) = 7,5.43,48.(50,25-0,4.22,39) = 13466 kN.cm O que resulta numa segurança adicional de 13466/12334=1,09 de 9%.
A relação x/d efetiva: x/d = 0,446 < 0,45.
x23/d = 0,259 < x/d = 0,446 < x34/d = 0,45
Domínio 3 ( concreto: εc = 3,5 %o ; εyd < εs < 10 %o )
6 O 12,5
bw=15
h = 55
2 O 5
1,25 1,25 1,25 2,0 2,0
3,1 3,1 0,5 0,5
2,0
1,25
1,25 2,0
4,75 3,125
3,25
2,0 1,25
3,25
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Deformação do aço εs = 3,5.(d–x )/x = 3,5.(50,25–22,39)/22,39 = 4,355 %o e a Figura 25 mostra as deformações finais correspondentes.
Figura 25 – Seção transversal e diagrama das deformações
Detalhamento da segunda opção 4 Φ 16 n1 = ( bw,disp – eh)/(Φ+eh) = 10 + 2,28 (1,6+2,28) =3,16 = 3 [3 + 1]
y1 = c + Φt + Φ/2 = 2 + 0,5 + 0,8 = 3,3 cm y2 = y1 + ev + Φ = 3,3 + 2 + 1,6 = 6,9 cm
d” = (n1.y1 + n2.y2 )/ n
d” = (3.3,3 + 1.6,9 ) / 4 = 23,7/5 = 4,20 cm d = h – d” = 50 – 4,20 = 45,80 cm
Figura 26 – Elementos para a disposição das barras na seção na opção 2
3,3
3,6 4 O 16
bw=15
h = 50
2 O 5
1,6 1,6 1,6 2,0 2,0
2,6 2,6 0,5 0,5
2,0
1,6
1,6 2,0 4,2
55 d = 50,25 cm
x = 22,39
d - x
s = 4,36%o
c = 3,5%o
D3
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Detalhamento da terceira opção 3 Φ 20
n1 = ( bw,disp – eh)/(Φ+eh) = 10 + 2,28 (2,0+2,28) = 2,86 = 2 [2+1] y1 = c + Φt + Φ/2 = 2 + 0,5 + 1,0 = 3,5 cm; y2 = y1+ev+Φ = 3,5 + 2 + 2 = 7,5 cm
d” = (2.y1 + 1.y2)/3 = 2.3,5+1.7,5)/3 = 4,83 e d = h – d” = 50 – 4,83 = 45,17 cm
Figura 27 – Elementos para a disposição das barras na seção na opção 3
O mesmo procedimento feito para a primeira opção pode mostrar os valores finais da linha neutra e respectivas deformações.
Exemplo 8
Dimensionar e detalhar a viga do exemplo anterior usando a mínima altura possível para a solução com armadura simples. Mostrando as deformações relativas ao ELU.
Dados: fck = 20 MPa = 2 kN/cm2 fyk = 500 MPa
= 50 kN/cm2 bw = 15 cm
Mk = 8810 kN.cm Figura 28 – Seção transversal
1) Momento Fletor de cálculo
Md = f.Mk = 1,4.8810 = 12334 kN.cm
2) Valor de cálculo da resistência à compressão do concreto
fcd = fck/c = 2/1,4 = 1,43 kN/cm2
3 O 16
2 2 2,0 2,0
0,5 0,5
2,0
2,0 4,83
6
15
h
d”
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4) Estimativa da altura útil mínima d onde se pretende que x/d 0,45.
d lim = x/0,45. d lim = (Md/0,251.bw.fcd)
1/2
d lim = 12334/0,251.15.1,43 = 47,86 cm Adotando d = 48 cm
4) Altura da parte comprimida x
x = 1,25.d [ 1 – (1 - Md/0,425.bw.d2.fcd)1/2]
x = 1,25.48.[ 1- (1 - 12334/0,425.15.482.1,43)1/2
x =53,75. [1- (1- 0,732)1/2] = 21,49 cm
5) Definição do domínio Altura relativa: x/d = 21,49/48 = 0,448
Domínio 3: 0,259 < 0,448 < 0,628 6) Armadura necessária
As = Md/fyd.(d- 0,4.x) As = 12334/43,48.(48 - 0,4.21,49) = 7,2 cm2
7) Escolha da armadura
Opções: [área unitária = as = .2/4]
12,5 as12,5 =1,25 cm2 n = As/as12,5 = 7,2 /1,25=5,76 6 12,5 (7,5 cm2)
16 as16 = 2,00 cm2 n = As/as16 = 7,2 /2 = 3,6 4 16 (8,0 cm2)
20 as20 = 3,15 cm2 n = As/as20=7,2 /3,15 =2,29 3 20 (9,45 cm2)
8) Armadura adotada
6 12,5 (7,5 cm2)
9 ) Número de barras por camada
Largura disponível para as barras: bw,disp = 15 – 2(2,5 +0,5) = 9 cm
Diâmetro máximo do agregado brita 1 dmáx = 1,9 cm
eh = 1,2.dmáx = 1,2.1,9 = 2,28 cm,
n1 = (bw,disp + eh ) / ( + eh)
n1 = (9 + 2,28) / (1,25 + 2,28) = 3,11 = 3
n2 = 3 e n3 = 0
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10) Altura do centro de gravidade CG da armadura
y1 = c + t + L/2 = 2,5 + 0,5 +1,25/2 = 3,625 cm
y2 = y1 + L + ev = 3,625 + 1,25 + 2 = 6,875 cm
y3 = y2 +L + ev = 6,875 + 1,25 + 2 = 10,125 cm
d” = (n1.y1+n2.y2+n3.y3)/n = (3.3,625+3.6,875+0.10,125)/7 = 5,95 cm
hnec = d + d” = 48 + 5,95 = 53,95 cm adotando h = 54 cm
defe = h – d” = 54 – 5,95 = 48,05 cm
Figura 29 – Detalhe da seção transversal e diagrama das deformações
11) Verificação da altura efetiva da linha neutra
x = As.fyd/0,68.bw.fcd
x = 7,5.43,48/0,68.15.1,43 = 22,35 cm
x/d = 22,35/48,05 = 0,465 > 0,45 ( +3,3 %) Domínio 3
O limite x/d = 0,45 não é atendido! Uma solução é adotar h = 55 cm.
defe = h – d” = 55 – 5,95 = 49,05 cm
x/d = 22,35/49,05 = 0,456 > 0,45 ( +1,2 %) Domínio 3
12) Deformação na armadura
s = c.(d-x)/x = 3,5.(49,05-22,35)/22,35 = 4,18 %o
13) Verificação da distância entre o CG da armadura e a
sua face mais tracionada
ys = d” – c + t = 5,95 – 2,5 – 0,5 = 2,95 cm < 0,1.h = 5 cm OK!
14) Armadura mínima As,min = 0,15% bw.h = 0,0015.15.50 = 1,13 cm2
15
55
5,95
6 12,5
(3+3)
d - x = 26,7
x = 22,35cm
c = 3,5 %o
s = 4,18 %o
D3
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Detalhamento da segunda opção 4 Φ 16 n1 = ( bw,disp – eh)/(Φ+eh) = 10 + 2,28 (1,6+2,28) =3,16 = 3 [3 + 1]
y1 = c + Φt + Φ/2 = 2 + 0,5 + 0,8 = 3,3 cm y2 = y1 + ev + Φ = 3,3 + 2 + 1,6 = 6,9 cm
d” = (n1.y1 + n2.y2 )/ n d” = (3.3,3 + 1.6,9 ) / 4 = 16,8/4 = 4,2 cm
hnec = 48 + 4,2 = 52,2 cm Adotando h = 53 cm
d = h – d” = 53 – 4,2 = 48,8 cm
Figura 30 – Elementos para a disposição das barras na seção na opção 2 11) Verificação da altura da linha neutra
x = As.fyd/0,68.bw.fcd
x = 8.43,48/0,68.15.1,43 = 23,85 cm
x/d = 23,85/48,8 = 0,49 (+8,6%) Domínio 3 O limite x/d = 0,45 não é atendido!
Só mesmo adotando a altura h = 57 cm
x/d = 23,85/52,8 = 0,452 (+0,4%) Domínio 3 O limite x/d = 0,45 é atendido!
3,3
3,6 5 O 16
bw=15
h = 50
2 O 5
1,6 1,6 1,6 2,0 2,0
2,6 2,6 0,5 0,5
2,0
1,6
1,6 2,0 4,2
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Exemplo 9
A mesma viga do exemplo anterior seguindo a determinação da NBR 6118/2014:
2) Estimativa da altura útil mínima d dlim = (Md/0,25.bw.fcd)
1/2
dlim = 12334/0,25.15.1,43 = 47,96 cm Adotando d = 49 cm
3) Valor de cálculo da resistência à compressão do concreto
fcd = fck/c = 2/1,4 = 1,43 kN/cm2
4) Altura da parte comprimida x x = 1,25.d [ 1 – (1 - Md/0,425.bw.d2.fcd)
1/2]
x = 1,25.49.[ 1- (1 - 12334/0,425.15.492.1,43)1/2 = 20,78 cm
5) Definição do domínio Altura relativa: x/d = 20,78/49 = 0,424
Domínio 3: 0,259 < 0,424 < 0,45 6) Armadura necessária
As = Md/fyd.(d- 0,4.x) As = 12334/43,48.(48 - 0,4.21,47) = 6,97 cm2
7) Escolha da armadura
Opções: [área unitária = as = .2/4]
12,5 as12,5 =1,25 cm2 n = As/as12,5 = 6,97 /1,25=5,58= 6 (7,5 cm2)
16 as16 = 2,00 cm2 n = As/as16 = 6,97 /2 = 3,49 = 4 (8,0 cm2)
20 as20 = 3,15 cm2 n = As/as20=6,97 /3,15 =2,2 = 3 (9,45 cm2)
8) Armadura adotada
6 12,5 (8,75 cm2)
9 ) Número de barras por camada
Largura disponível para as barras
bw,disp = 15 – 2(2,5 +0,5) = 9 cm
Diâmetro máximo do agregado brita 1 dmáx = 1,9 cm
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eh = 1,2.dmáx = 1,2.1,9 = 2,28 cm,
n1 = (bw,disp + eh ) / ( + eh)
n1 = (9 + 2,28) / (1,25 + 2,28) = 3,11 = 3
n2 = 3
10) Altura do centro de gravidade CG da armadura
y1 = c + t + L/2 = 2,5 + 0,5 +1,25/2 = 3,625 cm
y2 = y1 + L + ev = 3,625 + 1,25 + 2 = 6,875 cm
d” = (n1.y1+n2.y2)/n = (3.3,625+3.6,875)/6 = 5,25 cm
hnec = 49 + 5,25 = 54,25 cm
Adotando h = 55 cm
defe = h – d” = 55 – 5,25 = 49,05 cm
Figura 31 – Detalhe da seção transversal e diagrama das deformações
11) Verificação da altura efetiva da linha neutra
x efe = As.fyd/0,68.bw.fcd
x efe = 7,5.43,48/0,68.15.1,429 = 22,37 cm
x/d = 22,37/49,05 = 0,456 > 0,45 ( +1,0 %) Domínio 3
xefe/defe = 0,45
Essa é a menor altura que se pode adotar. Se necessário adotar altura menor pode-se adotar armadura dupla ou seção T se
houver possibilidade de contar com a laje como mesa colaborante.
15
55
5,25
6 12,5
(3+3)
d - x = 26,68
x = 22,37cm
c = 3,5 %o
s = 4,27 %o
D3
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f.3) Casos de simplificação do diagrama de tensões de compressão (seção
retangular): ( Sussekind pág. 103, vol I)
f.3.1 Caso em que %5,3máx
c o
Figura 32 - Distribuição das tensões: real e simplificada de cálculo
7
4.
3
2
7
3..85,021
xxbfRRR wcdcc
809,0...85,0 wcdcc bfR
cdwcc fxbR ..68,0
Em relação ao bordo mais comprimido:
14
.5
14
3.. 21
xxR
xRyRcc
ou seja
14
.9.
21
8
14
.3.
7
3
85,0...809,0
...85,0 xx
fxb
xbfy
cdw
wcd
xxy 4,0.41,0
O que mostra que a consideração do diagrama retangular em substituição ao
diagrama parábola-retângulo é uma diferença de apenas 2,5 %. Essa substituição facilita o dimensionamento no Estado Limite Último.
Quando as deformações são menores que 3,5%o duas situações distintas
acontecem a primeira quando omáx
c %5,3 e a segunda quando máx
c %2 o. Para
esses casos a substituição do diagrama necessita das correções propostas.
0,85.fcd
0,4.x
0,4.x
3.x / 7
4.x / 7
2 %o
3,5 %o
7
.4.
8
5 x
7
.3.
2
1 x
x
R1
R2
Rcc =0,68. bw.x.fcd
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f.3.2 Caso em que omáx
c %5,3
a) 2%o omáx
c %5,3
Figura 33 - Distribuição real e distribuição simplificada de cálculo
xbfxbfxxxbfR wcdwcdwcdcc ..8,0..85,03
1..85,0.3
1.3
2.1..85,0
máx
c
.3
002,0125,1
3125,1
b) Caso em que máx
c %2 o
2
y002,0
1185,0 c
cdf
Figura 34 - Distribuição real e distribuição simplificada de cálculo
xdbfxbfR ywcd
c
wcdcc
máxc
..80,0...85,0002,0
11..80,0...85,00
2
22
0 002,03
1
002,0.
002,0
.11
máx
ccy
máx
cx
cc xdx
yR
Assim, para máx
c %2 o , tem-se
0,85..fcd
0,4.x
0,4.x
(1-).x
.x =0,002.x /cmáx
2 %o
cmáx
<3,5 %o
x
R1
R2
Rcc =0,68.. bw.x.fcd
0,85..fcd 0,85.fcd c =2%o
x c
y
(y)
cmáx
<2%o
0,8.x
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002,0.
3
11
002,025,1
máx
c
máx
c
Então, resumindo as três situações:
1 se omáx
c %5,3
máx
c
.3
002,0125,1 quando 2%o c 3,5%o
002,0.
3
11
002,025,1
máx
c
máx
c quando c 2%o
Exemplo 10: Dimensionar a seção do meio do vão da viga esquematizada a seguir.
Figura 35 – Elementos para o dimensionamento
Dimensões: bw = 12 cm ; h = 45 cm Concreto C-20 fcd = 20 MPa = 2,0 kN/cm2 Aço CA-50 fyk = 500 MPa = 50 kN/cm2
M = pL2 / 8 = 14 . 4,22 / 8 = 30 ,87 kN.m
Md = f M = 1,4 . 30,87 = 43,22 kN.m = 4322 kN . cm Concreto: fyd = fyk / c = 2 / 1,4 = 1,43 kN/cm2
Armadura: fyd = fyk / s = 50 / 1,15 = 43,48 kN/cm2
Limites: x23 = 0,0035 d /0,0135 = 0,259 d = 0,259 . 41 = 10,62 cm
x34 = 0,628 d = 0,628 . 41 = 25,75 cm
Posição da linha neutra (altura da zona comprimida x):
0,4x2 – d . x + Md / 0,68.b.fcd = 0 0,4x2 – 41.x + 4322 / 0,68 . 12 . 1,43 = 0
h
b c
s
As
x y
z
Mud Rcc
Rst
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0,4x2 – 41 . x + 370,4 = 0
__________________
x = [- (-41 ) ± (-41)2 – 4.0,4 . 370,4 ] ] / 2 .0,4
= 41 ± 32,99 / 0,8 = 10,01 cm
Como x é menor que x23 = 10,62 cm, tem-se ELU no domínio 2 (peça subarmada)
Neste caso sd = fyd = 43,48 kN/cm2
Tem-se: As = Md / fyd(d - 0,4.x) = 4322 / 43,48.(41 - 0,4 . 10,01) = 2,69 cm2
No entanto quando se verifica a linha neutra x/d <0,259 vê-se que estando no
domínio 2, e nesse caso
%23,31000
226,3
100).41/101(
41/10
100)/1(
/
dx
dxmáx
c o
máx
c
.3
002,0125,1 quando 2%o c 3,5%o
000323,0.3
002,0125,1 = 0,992
E a tensão máxima no concreto será c = 0,85.. fcd
c = 0,85.0,992.1,43 = 1,206 kN/cm2
Rcd = c .bw.0,8.x = 1,206.12.0,8.10,01 = 115,89 kN
Rst = As.fyd = 2,69.43,48 = 116,96 kN
Mud = Rcc.z = 115,89.(41 - 0,4.10,01) = 4287 kN.cm
Obs.:
A Tabela II-2 para dimensionamento de seção retangular do livro do Prof. Sussekind
mostra que o erro cometido a favor da segurança é irrisório em termos práticos
Para tabelas prontas que não considerem pode-se usar as seguintes relações:
kx=x/d 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20 0,22 0,24
0,121 0,244 0,357 0,465 0,565 0,657 0,742 0,811 0,872 0,917 0,955 0,987
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h) Seção retangular com armadura dupla
A seção retangular com armadura dupla é caracterizada pelas seguintes
condições:
- a parte comprimida da seção sujeita a flexão tem forma retangular e é adida de
uma área de aço comprimida;
- as barras que constituem a armadura estão agrupadas junto à borda
tracionada e podem ser imaginadas como concentradas no centro de
gravidade destas barras.
Figura 36 – Elementos para o dimensionamento à flexão de armadura dupla no ELU
h.1) Equações
Resultantes das tensões:
no concreto: Rcc = 0,85 . fcd . b . 0,8 . x = 0,68 . b . x . fcd
na armadura comprimida: Rs’= Rsc = As’ . sd’
Resultante de compressão: Rcd = Rcc + Rsc
na armadura tracionada: Rst1 = As1 . sd
Equações de equilíbrio:
de forca: = Rcd = Rsd ou 0,68 . b . x . fcd = As . sd (1)
de momento: Mu = Rcd . (d – 0,4 . x)
ou
Mu = Rsd . (d – 0,4 . x)
Substituindo os valores das resultantes de tensão, vem:
Mu = 0,68 . b . x . fcd . (d – 0,4 . x) (2)
ou
Mu = As . sd . (d – 0,4 . x) (3)
Rcc
Rsc
Rcc Rsc
Rst Rst1 Rst2
Ast
Asc
= + Md Md1 Md2
= +
(d-d’)
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h.2 Caso de dimensionamento
Nos casos usuais de dimensionamento. tem-se b, fcd e faz-se Mu = Md (momento
fletor solicitante em valor de cálculo). Normalmente, pode-se adotar d 0,9 h. Dessa
forma, a equação (2) nos fornece o valor de x:
0,4x2 – d . x + Md / 0,68.bw.fcd = 0
ou
x2 - (2,5d)x + 2.5Md / 0,68.bw.fcd = 0
e ___________________
x = 1,25.d.[ 1 - 1 - Md / 0,425.bw.d2.fcd ]
Com o valor de x, tem-se o domínio de deformação correspondente, podendo
ocorrer as seguintes situações:
1) domínio 2, onde x x23 = 0.259 d; e sd = fyd
II) domínio 3, onde x23 x x34 = 0,0035 d /(0,0035 + yd)
III) domínio 4, se x x34; neste caso, a seção é superarmada e deve ser evitada:
pode ser utilizado um dos dois expedientes indicados a seguir:
aumentando-se a altura h porque, normalmente, b é fixo
(pois depende da espessura da parede onde a viga é embutida):
adotando-se armadura dupla.
h.3) Exemplo de armadura dupla:
Exemplo 11. Dimensionar a seção do meio do vão da viga dada a seguir.
bw = 15 cm
h = 40 cm ; d’ = 2,5 cm e d” = 4 cm
Viga pré-fabricada c = 1,3
Concreto C-20 fck = 20 MPa = 2,0 kN/cm2 Aço CA-50 fyk = 500 MPa = 50 kN/cm2
Mk = pL2 / 8 = 21,44 . 6,02 / 8 = 96 ,48 kN.m Md = f Mk = 1,4 . 96,48 = 135,1 kN.m = 13510 kN.cm Concreto: fcd = fck / c = 2,0 / 1,3 = 1,538 kN/cm2
Armadura: fyd = fyk / s = 50 / 1,15 = 43,48 kN/cm2
x34 = 0,628 d = 0,628 . 36 = 22,6 cm
Posição da linha neutra (altura da zona comprimida x):
0,4x2 – d . x + Md / 0,68.b.fyd = 0
0,4x2 – 36 . x + 13510 / 0,68 . 15 . 1,538 = 0 0,4x2 – 36 . x + 861,19 = 0
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__________________
x = - (-36 ) ± ((-36)2 – 4 . 0,4 . 861,19 ) / 2. 0,4
= 36 ± 9,05 / 0,8 = 33,69 cm
56,31 cm d = 36 cm (descartado)
Como x é maior que x34 = 22,6 cm, tem-se ELU no domínio 4 (peça
superarmada) e sd < 43,48 kN/cm2 . Portanto:
O máximo momento fletor absorvido pela parcela de armadura Rst1 será:
Md1 = 0,68.bw.x34.fcd (d - 0,4.x34)
Md1 = 0,68.15.22,6.1,923.(36 – 0,4.22,6) = 11690 kN.cm
A parcela de armadura correspondente a Md1 é :
As1= Md1/fyd.(d – 0,4.x34)
As1 = 11690 / 43,48. (36 – 0,4.22,6) = 10,09 cm2
A parcela de momento a ser absorvida pela armadura comprimida resulta em:
Md2 = Md = Md – Md1 = 13510 – 11690 = 1820 kN.cm
E a armadura comprimida correspondente fica sendo:
As2 = Asc = Md2/fyd (d - d’)
As2 = 1820 / 43,48. (36 – 2,5) = 1,25 cm2
Armadura comprimida adotada: 2 10 (Asc,adt = 1,6 cm2)
Armadura tracionada total:
Ast = Ast1 + Ast2 = 10,09 + 1,60 = 11,69 cm2
2 20 + 3 16 Ast,adt = 12,3 cm2
Figura 37 - Detalhamento da seção
d2
3 16
2 10
t = 5
c = 20
ev
L = 20
d1
2 20
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h.4) Caso de verificação
Exemplo 12 - Determinar o momento resistente para a seção retangular indicada na figura 38.
Figura 38 - Seção transversal da viga do exemplo
Nos casos de verificação de uma seção com armadura dupla, não se sabe, a priori,
qual o domínio de deformação correspondente ao ELU1t. Assim, a solução pode ser obtida por tentativas: Admitindo-se inicialmente que as duas armaduras estejam em escoamento, isto é:
Hipótese 1 : sd = 43,48 kN/cm2 ;
Hipótese 1: ’sd = 43,48 kN/cm2
As resultantes de tensão valem:
Rcd = 0,68 bw.x.fcd = 0,68.12.x.1,07 = 8,73.x
Rsd = As sd = As fyd = 6.43,48 = 260,9 kN
R’sd = A’s ’sd = A’s fyd = 4.43,48 = 173,9 kN
Do equilíbrio de forças, vem:
Rsd = Rcd + R’sd
260,9 = 173,9 + 8,73.x
Então x = (260,9 - 173,9) / 8,73 = 9,97 cm < x23 = 11,66 (domínio 2).
Portanto, a Hipótese 1 está satisfeita.
Já para a Hipótese 2 no domínio 2, tem-se:
< yd = 0,00207
Portanto, ’sd < fyd e a Hipótese 2 não
é verificada.
Estes últimos resultados permitem orientar a adoção de um outro conjunto de
bw
As’ = 4 cm2
h
As’ = 6 cm2
d’
d’’
fck = 15 MPa; AÇO CA –50
Es = 21000 kN/cm2
bw = 12 cm ;
h = 50 cm; d = 45 cm
d’ = d1 = 5 cm;
d’’ = d2 = 5 cm
xddx
s
010,0
'
'
00142,0
97,945
597,9010,0'.010,0'
xd
dxs
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hipóteses bem mais realista.
Por exemplo:
Hipótese 1 : sd = 43,48 kN/cm2 ;
Hipótese 2 : A’s sob a tensão ’sd < fyd
Tem-se:
x
x
x
x
xd
dxEE ssssd
45
1050.210010,0.
45
5.21000010,0...
'''
R’sd = A’s.’sd = x
x
x
x
45
4200.840
45
1050.210.4
Rsd = Rcd + R’sd
260,9 = 8,73.x+x
x
45
4200.840
8,73.x2 – 1493,8.x + 15941 = 0
43,1173,8.2
1,12948,1493
x cm ( 159,7 descartado)
Como x < x23 = 11,66 cm, tem-se domínio 2 de deformação ( Hipótese 1 satisfeita).
Também,
< yd = 0,00207
Portanto a Hipótese 2, também está satisfeita. Prosseguindo, tem-se a resultante: Rcd = 8,73.x = 8,73.11,43 = 99,8 kN
R’sd = 43,1145
420043,11.840
45
4200.840
x
x = 160,9 kN
E, do equilíbrio de momento, tem-se:
Mud = Rcd.(d - 0,4 x) + R’sd.(d-d’) = 99,8.(45-0,4.11,43)+160,9.(45-5) = 10471 kN.cm
00192,0
43,1145
543,11010,0'.010,0'
xd
dxs
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i) Flexão Simples na Seção T
Exemplo 13
Considere-se a seção “T”, esquematizada a seguir na Figura 39. Se a altura comprimida (0,8 x) for menor ou igual à espessura da laje (hf ), tem-se uma seção
retangular com armadura simples, já vista. Quando x for maior do que h f, a forma da zona comprimida (sujeita à tensão 0,85fcd) tem a forma de um “T”.
Figura 39 - Elementos para a viga T [www.lmc.ep.usp.br]
Dados: bw = 20 cm ; bf = 100 cm ; hf = 7 cm ; d = 90 cm
fck = 20 MPa ; CA 50A ; M = 574 kN.m
Tem-se:
fcd = fck / c = 2,0 / 1,4 = 1,4286 kN/cm2
fyd = fyk / s = 50 / 1,15 = 43,48 kN/cm2
yd = fyd / Es = 43,48 / 21000 = 0,00207
x23 = 0,0035 d / (0,0035 + 0,010) = 0,259 d = 0,259 x 90 = 23,3 cm
x34 = 0,0035 d / (0,0035 + yd) = 0,0035 x 90 / (0,0035 + 0,00207) = 56,5 cm
Na hipótese de 0,8 x hf = 7 cm, b = bf = 100 cm. Logo
429,1.90.100.425,0
57400.4,11190.25,1
...425,011.25,1
22
cdf
d
fdb
Mdx
x = 9,60 cm
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e, 0,8 x = 0,8 x 9,6 = 7,68 cm > hf = 7 cm (contrariando a hipótese admitida)
O problema pode ser equacionado subdividindo a zona comprimida em retângulos (1
e 2). As resultantes de tensão sobre as partes 1 e 2 valem:
Rcfd = 0,85 fcd (bf - bw) hf = 0,851,429(100 - 20) 7 = 680,2 kN
Rcwd = 0,85 fcd bw (0,8 x) = 0,68 bw x fcd =0,6820x1,429 = 19,43 x
A equação de equilíbrio de momento fornece:
Mu = Md = Mcfd + Mcwd = Rcfd (d - hf / 2) + Mcwd
1,457400 = 680,2(90 - 7/2) + Mcwd
ou Mcwd = 80360 – 58837,3 = 21522,7 kN.cm
Este momento deve ser resistido pela parte 2 que é uma seção retangular bw por d. Portanto a altura da linha neutra é:
429,1.90.20.425,0
7,215221190.25,1
...425,011.25,1
22
cdw
d
fdb
Mdx
x = 13,06 cm
com ELUlt. no domínio 2, pois x < x23 = 23,3 cm (ssd = fyd).
Portanto:
Rcwd = 19,43 x = 19,4313,06 = 253,82 kN.
A equação de equilíbrio de força permite escrever:
Rsd = Rcfd + Rcwd
As fyd = 680,2 + 253,82 = 934,02 kN
E, assim: As = 934,02 / 43,48 = 21,48 cm2 . (11 16 (22 cm2)
Armaduras de costura A viga calculada desse modo exige armaduras de costura que garantam a transferência de cisalhamento, tanto entre a alma e as abas (negativos da laje), como entre a alma e a mesa (estribos). Como mostra a Figura 40.
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Figura 40 - Armaduras de costura para a viga T
14.6.2.2 Largura colaborante de vigas de seção T
Quando a estrutura for modelada sem a consideração automática da ação conjunta de lajes e vigas, esse efeito
pode ser considerado mediante a adoção de uma largura colaborante da laje associada à viga, compondo uma
seção transversal T.
A consideração da seção T pode ser feita para estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões,
deformações e deslocamentos na estrutura, de uma forma mais realista.
A largura colaborante bf deve ser dada pela largura da viga bw acrescida de no máximo 10% da distância "a" entre pontos de momento fletor nulo, para cada lado da viga em que houver laje colaborante.
A distância "a" pode ser estimada, em função do comprimento do tramo considerado, como se apresenta a seguir:
- viga simplesmente apoiada..........................................................a = 1,00
- tramo com momento em uma só extremidade.............................a = 0,75
- tramo com momentos nas duas extremidades.............................a = 0,60
- tramo em balanço..........................................................................a = 2,00
Alternativamente o cômputo da distância "a" pode ser feito ou verificado mediante exame dos diagramas de momentos fletores na estrutura.
No caso de vigas contínuas, permite-se calculá-las com uma largura colaborante única para todas as seções,
inclusive nos apoios sob momentos negativos, desde que ela seja calculada a partir do trecho de momentos
positivos onde a largura resulte mínima.
Devem ser respeitados os limites b1 e b3 conforme indicado na figura 14.2.
As ≥ 1,5 cm2/m
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Figura 41 (Figura 14.2 da Norma) - Largura de mesa colaborante.