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 ESCOLA: ESPAÇO PRIVIL EGIADO DE FORMAÇÃO DOCENTE Isaneide DOMINGUES 1 Coordenadora Pedagógic a do CEU EMEI Vila Curuçá Doutora em Educação pela FEUSP [email protected] Comunicaçã o Oral Eixo: Formação, valorização e trabalho dos profissionais da Educação RESUMO Esse trabalho faz parte da pesquisa de doutorado realizada com o objetivo de investigar a ação do coordenador pedagógico na formação contínua do docente na escola. O contexto desta pesquisa está situado na Rede Municipal de Ensino de São Paulo especificamente no horário coletivo de formação possibilitado pela opção do docente a Jornada Especial Integral de Formação (JEIF) que garante oito horas na escola pa ra o de senvolvi me nto de pro jet os de for ma ção doc ent e. A metodo log ia utilizada nesta pesquisa, de abordagem qualitativa, envolveu entrevistas com quatro coorde nad oras pe dag ógi ca s, a ob ser vaç ão de dois gru pos de JEI F, a oit iva dos  professores em dois Grupos Dialogais e pesquisa documental. Assim a investigação  procurou compreende r o papel do coordenador pedagógico na formação centrada na escola, considerando os aspectos inerentes à escola e a sua função socializadora de conhecimentos para alunos e professores. Foi possível compreender ao longo deste trabalho a importância dos espaços coletivos na escola para a construção de projetos format ivos que at en dam as ne cessidades das in st it ui ções escolares. Ad emais, evidenciou-se que o professor precisa rejeitar a posição de técnico e assumir-se como  profissional crítico-reflexivo e isso só é possível com a ruptura do individualismo e a con strução do coletivo esc ola r. Con cluiu-se que a escola consti tui -se um locus  privilegiado de formação docente quando as ações de formação estão assentadas na co nc epção do pr otagonismo dos pr ofesso re s e co or de na do res pe dagógi co s, na autonomia do projeto pedagógico, no investimento nos saberes dos educadores e nos  projetos elaborados coletivamente, optando pelo enfrentamento da cultura imposta pelo sistema por meio das reformas. Palavras-chave: Formação na escola; Projeto político pedagógico; Políticas públicas de formação. Será usado para apresentação um computador e datashow. 1  Membro do GEPEFE/USP - Gr upo de Estudo e Pesq uisa sobre Formaçã o de Educad ores da Universidade de São Paulo. 1

FORMAÇÃO CENTRADA NA ESCOLA

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ESCOLA: ESPAO PRIVILEGIADO DE FORMAO DOCENTEIsaneide DOMINGUES1 Coordenadora Pedaggica do CEU EMEI Vila Curu Doutora em Educao pela FEUSP [email protected] Comunicao Oral Eixo: Formao, valorizao e trabalho dos profissionais da Educao RESUMO Esse trabalho faz parte da pesquisa de doutorado realizada com o objetivo de investigar a ao do coordenador pedaggico na formao contnua do docente na escola. O contexto desta pesquisa est situado na Rede Municipal de Ensino de So Paulo especificamente no horrio coletivo de formao possibilitado pela opo do docente a Jornada Especial Integral de Formao (JEIF) que garante oito horas na escola para o desenvolvimento de projetos de formao docente. A metodologia utilizada nesta pesquisa, de abordagem qualitativa, envolveu entrevistas com quatro coordenadoras pedaggicas, a observao de dois grupos de JEIF, a oitiva dos professores em dois Grupos Dialogais e pesquisa documental. Assim a investigao procurou compreender o papel do coordenador pedaggico na formao centrada na escola, considerando os aspectos inerentes escola e a sua funo socializadora de conhecimentos para alunos e professores. Foi possvel compreender ao longo deste trabalho a importncia dos espaos coletivos na escola para a construo de projetos formativos que atendam as necessidades das instituies escolares. Ademais, evidenciou-se que o professor precisa rejeitar a posio de tcnico e assumir-se como profissional crtico-reflexivo e isso s possvel com a ruptura do individualismo e a construo do coletivo escolar. Concluiu-se que a escola constitui-se um locus privilegiado de formao docente quando as aes de formao esto assentadas na concepo do protagonismo dos professores e coordenadores pedaggicos, na autonomia do projeto pedaggico, no investimento nos saberes dos educadores e nos projetos elaborados coletivamente, optando pelo enfrentamento da cultura imposta pelo sistema por meio das reformas. Palavras-chave: Formao na escola; Projeto poltico pedaggico; Polticas pblicas de formao. Ser usado para apresentao um computador e datashow.1

Membro do GEPEFE/USP - Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formao de Educadores da Universidade de So Paulo.

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ESCOLA: ESPAO PRIVILEGIADO DE FORMAO DOCENTE

INTRODUOO desenvolvimento pessoal e profissional depende muito do contexto em que exercemos nossa atividade. Todo professor deve ver a escola no somente como o lugar onde ele ensina, mas onde aprende. A atualizao e a produo de novas prticas de ensino s surgem de uma reflexo partilhada entre os colegas. Essa reflexo partilhada tem lugar na escola e nasce do esforo de encontrar respostas para problemas educativos. Antnio Nvoa

A epgrafe acima ilustra uma ideia que tem se disseminado de forma pouco reflexiva nos brasis que compem o nosso territrio nacional. Mas, devido a natureza plural dos sistemas de ensino e dos espaos educativos vm tomando formas diversas e sendo apropriada por diferentes segmentos: professores, gestores de polticas pblicas, sindicalistas, jornalistas etc. O autor, no entanto, reala aspectos que precisam ser alvo de articulaes polticas quando se pensa a formao contnua do docente na escola. Na perspectiva apontada por Nvoa o desenvolvimento profissional depende pelo menos de trs fatores: a) do contexto onde os educadores exercem a profissionalidade; b) de uma disposio pessoal; c) de um espao para a reflexo coletiva. Tais fatores esto imbricados a uma concepo ativa do docente, compreendido como pesquisador da sua prtica em prol da resoluo dos problemas educativos. A mesma epgrafe tambm compe, como elemento introdutrio, o artigo que justifica o investimento da Secretaria Municipal de Educao de So Paulo, gesto2 de 2005 a 2008, na formao do docente na escola sob a responsabilidade do coordenador pedaggico. Segundo o texto3: no cotidiano das unidades educacionais, diante dos seus problemas e dilemas prticos, que a articulao coletiva de diversos saberes pode se dar, impulsionando as mudanas necessrias. (p.28). Com efeito, tal abordagem2

Neste perodo a prefeitura da cidade de So Paulo esteve inicialmente sobre a administrao do Sr. Jos Serra, que deixou o cargo para disputar o governo de So Paulo, assumindo, posteriormente, a prefeitura o vice-prefeito o Sr Gilberto Kassab e a Secretaria de Educao o Sr. Alexandre Alves Schneider. 3 So Paulo (municpio) Educao: fazer e aprender na cidade de So Paulo. So Paulo, 2008.

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pressupe uma regulao, por parte das polticas pblicas, dos processos de formao desenvolvidos na escola, para que se contemple as mudanas previstas pelo sistema educativo. Tal anlise requer uma reflexo sobre como as escolas e seus gestores apropriam-se do espao formativo e constroem seus problemas e dilemas, considerando as condies reais em que a equipe escolar desenvolve o trabalho pedaggico, de modo a promover o desenvolvimento profissional docente na escola. Neste contexto, o projeto poltico-pedaggico tem um papel essencial e constitui-se no eixo do processo formativo centrado na escola, o que pressupe considerar nos projetos formativos a complexidade do espao escolar que pblico e historicamente situado. Assim, a formao contnua ganha diferentes sentidos e significados em funo das diversas relaes que o projeto educativo de cada unidade estabelece. O objetivo, neste artigo, analisar e problematizar especialmente o papel do projeto poltico-pedaggico na formao contnua do docente articulada pelo coordenador pedaggico. Para tanto, toma como referncia os dados da pesquisa e a produo acadmica sobre o tema. A FORMAO CONTNUA DO DOCENTE NA ESCOLA: interseco entre os sujeitos e o projeto poltico-pedaggico No Brasil, a discusso sobre formao contnua assume especial relevncia, especialmente frente ao grande nmero de crianas e jovens que deixam a escola sem as condies necessrias para assumir seu papel de leitor e de escritor na sociedade contempornea, estabelecendo-se o que se determinou chamar de crise da educao. Tal situao tem mobilizado os trabalhos acadmicos na investigao sobre a formao docente (inicial e contnua) e as polticas pblicas no investimento no desenvolvimento profissional do professor, especialmente no espao onde ele desenvolve a docncia. Os projetos pblicos, neste sentido, tm sido orientados por determinaes e presses externas de polticas econmicas, principalmente as ligadas ao Banco Mundial, que advoga um investimento maior de recursos na formao contnua do docente, aligeirando a formao inicial4.4

Sobre o Banco Mundial e as polticas pblicas, ver TOMASI, L de, WARDE, M. J., HADAD, S. (org.) O Banco Mundial e as polticas educacionais. So Paulo, Cortez, 2000.

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No obstante as diversas compreenses sobre formao contnua e a forma como o discurso sobre o desenvolvimento profissional docente na escola vem sendo apropriado por diferentes segmentos da sociedade, a produo cientfica na rea da formao docente no Brasil, Fusari (1997, 2007); Libneo (2003), e no exterior, Nvoa (1999, 2001); Alarco (2001); Canrio (1997, 2006), tem atribudo escola e s socializaes profissionais desenvolvidas nesse espao uma especial importncia para a formao contnua do docente. Neste sentido, a escola passa a ser ressignificada como contexto no s da ao pedaggica, mas tambm da reflexo do professor, tornando-se um lugar onde os professores aprendem a profisso pela relao entre teoria (pesquisas, estudos, discusses e trocas de experincias) e a prtica (sala de aula) num processo reflexivo. Deste modo, a formao contnua na escola no assume carter compensatrio das deficincias formativas vividas pelos educadores e nem diminui a importncia e a necessidade da formao inicial, concentradas nos cursos de Pedagogia e de licenciatura. Esses cursos devem caracterizar-se por sua excelncia e no apenas como academizao da formao de professores, evidenciada por um processo de progressiva subordinao da formao profissional lgica tradicional da universidade clssica, baseada na valorizao de conhecimentos desvinculados das demandas da realidade cotidiana da educao verificada nas diversas escolas espalhadas pelo territrio nacional. A nfase na profissionalizao continuada, na prtica reflexiva e nas dimenses sociais e polticas do trabalho pedaggico na escola faz oposio a uma concepo que, protegida pelo discurso da qualidade e pela pseudoneutralidade das avaliaes institucionais, que tendem a atribuir ao professor a responsabilidade pela baixa qualidade da educao, pelo fracasso educacional. Corrobora tambm, para essa reflexo, o debate atual que valoriza as experincias profissionais docentes como reveladoras de uma epistemologia construda a partir da prtica, num processo de reflexo sobre o fazer. Nvoa (1992); Schn (1992); Marcelo Garcia (1999); Sacristn (1995); Contreras (2002); Pimenta (1996; 1998; 2002a), entre outros, vm enfatizando que o professor um profissional que reflete sobre o seu saber e o seu saber-fazer, contextualizado num processo de profissionalizao contnua que reorienta suas concepes e a sua prtica.

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Assim, a escola torna-se um lugar profcuo para a formao porque congrega a atividade profissional, a possibilidade de reflexo sobre a ao, bem como um profissional especfico para promov-la. Marcelo Garcia (1999, p.171), ao considerar aspectos referentes formao na escola, ressalta que tal concepo tem como princpio [...] entender a escola como lugar onde surgem e se pode resolver a maior parte dos problemas de ensino. Tal anlise presume o envolvimento dos educadores no s no processo de detectar os problemas, mas, sobretudo na proposio de solues locais. Pimenta (2002a, pp 72-73) confirma essas ideias, quando faz a seguinte reflexo: Trabalho coletivo significa tomar a problemtica da escola coletivamente com base na individualidade de cada um, da colaborao especfica de cada um, em direo a objetivos comuns [...]. A autora destaca a implicao pessoal como um fator decisivo nas aes coletivas, o que inclui a formulao da prpria formao contnua, que, por caracterizar-se como processo compartilhado, pode significar adeses e resistncias de alguns da equipe. Na histria da Rede Municipal de Ensino de So Paulo, a formao oferecida aos professores, por meio de aes das polticas pblicas, vem configurando-se como projetos vinculados s reformas educativas mobilizadas pelas diferentes gestes administrativas. Tais reformas, por vezes, ao investirem na formao contnua do professor, focaram os olhares na figura do coordenador pedaggico como o elemento intermediador entre as polticas de formao e o profissional na escola. Assim, os gestores pblicos passaram a investir na formao instrucional desse profissional de modo a refinar sua competncia na divulgao dos projetos de governo. Marcelo Garcia (1999) aponta que o xito no processo de formao centrado na escola est relacionado s condies para essa iniciativa, ou seja, a necessidade de liderana (diretores, professores, coordenadores pedaggicos); o clima relacional entre os membros da escola, influenciado pela cultura grupal e pela cultura do meio; os prprios professores e seu comprometimento com um projeto voltado melhoria da escola; e natureza da formao proposta, se, reflexiva, dinmica e sensvel ao contexto. Todos esses aspectos contribuem para o bom desenvolvimento dessa modalidade de formao. Ao enumerar essas condies, o autor reafirma a importncia de um projeto pedaggico que ajude a articular os princpios dessa formao coletiva, bem como, a necessidade de uma liderana, que promova a reflexo sobre os saberes pedaggicos construdos e desenvolvidos at ento. Em concordncia com o autor, possvel afirmar

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que o coordenador pedaggico na Rede Municipal de Educao de So Paulo o lder que coordena um grupo de pessoas, homens e mulheres que se dispuseram a pensar coletivamente sobre o seu fazer e o espao social em que esse fazer se desenrola. Subsidiar a reflexo dos professores em servio, problematizando as razes que justificam suas opes pedaggicas e suas dificuldades, pode promover a tomada de conscincia dos professores sobre suas aes e estimular a pesquisa em torno dos conhecimentos que levem a superar essas situaes. Assim, a formao contnua desenvolvida na escola possibilita a mudana educativa ao favorecer que os participantes elaborem coletivamente o projeto formativo em consonncia com o projeto poltico-pedaggico da unidade, cujo mote encontra-se na reflexo coletiva sobre as prticas educativas enraizadas. Candau (1997, p. 57) ajuda a pensar essa ideia quando afirma: [...] considerar a escola como locus de formao continuada passa a ser uma afirmao fundamental na busca de superar o modelo clssico de formao continuada e construir uma nova perspectiva na rea de formao continuada de professores. Mas este objetivo no se alcana de maneira espontnea, no o simples fato de estar na escola e de desenvolver uma prtica escolar concreta que garante a presena de condies mobilizadoras de um processo formativo. Uma prtica repetitiva, uma prtica mecnica no favorece esse processo. Para que ele se d, importante que essa prtica seja uma prtica reflexiva, uma prtica capaz de identificar os problemas, de resolv-los, e cada vez mais as pesquisas so confluentes, que seja uma prtica coletiva, uma prtica construda conjuntamente por grupos de professores ou por todo o corpo docente de uma determinada instituio escolar. Na ltima dcada, principalmente, observou-se que o discurso da escola como locus de formao docente rompeu as esferas acadmicas e tem sido incorporado pelas polticas pblicas que, via de regra, apostam nesse modelo de formao, como aquele capaz de promover as polticas educacionais voltadas melhoria dos ndices de aprendizagens medidos regularmente pelas provas institucionais (Prova Brasil, Prova So Paulo, ENEM, SARESP e outras). Nesta perspectiva, alguns estados e municpios tm se organizado para criar as condies para que as escolas desenvolvam a formao. O estado de So Paulo consolidou essa idia com a conquista do Horrio de Trabalho Pedaggico (HTP), no final da dcada de 1980, e da figura do professor-coordenador que foi criado na mesma

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poca5. O municpio de So Paulo criou o cargo de coordenador pedaggico em 1985 e estabeleceu a Jornada de Tempo Integral6 (JEI) em 19927. As polticas educacionais paulistas ilustram bem a idia de que a formao contnua na escola exige tempo para o desenvolvimento de um programa de formao e a presena de um profissional que a articule. Normalmente, no caso de So Paulo, essa pessoa tem sido o coordenador pedaggico, mas tambm poderia ser um diretor ou um professor que assuma a funo de coordenador. Os tericos Canrio (1997); Nvoa (1992, 2002) e Marcelo Garcia (1999), ao enfatizarem a escola como locus de formao, buscam superar a dicotomia entre teoria e prtica que durante muito tempo separou - e ainda separa - os pesquisadores daqueles que exercem a docncia. Para Fusari (1997, p.167), em uma formao assim organizada, [...] a escola teria, a partir do diagnstico de suas necessidades, vrios e diferentes projetos em andamento [...], que, por estarem localizados na escola, considerariam o percurso biogrfico de seus profissionais, o exerccio do trabalho e a necessidade de reflexo sobre a ao profissional como fatores decisivos ao processo de produo da profissionalidade docente.Nesta perspectiva, a produo (e a mudana) das prticas profissionais remete, fundamentalmente, para o processo de socializao profissional, vivido nos contextos de trabalho, onde coincidem, no espao e no tempo, uma dinmica formativa e um processo de construo identitria. (CANRIO, 1997, p.2)

Para Canrio (1997), aspectos como a troca de experincia ou, como por ele denominado, a socializao profissional, passveis de serem desenvolvidos nos espaos coletivos da escola, fazem coincidir, nesse espao/tempo de formao contnua, a prtica docente e a reflexo sobre a prtica, tornando-o especialssimo para o desenvolvimento profissional docente.

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Vale ressaltar que anterior a esse momento, as escolas estaduais contaram com a presena do coordenador pedaggico, porm, no havia a conjuno entre a funo e a jornada dos professores. Tambm, a presena desse profissional, nesse primeiro momento, no estava associada formao do professor, salvo raras excees como as desenvolvidas no antigo Colgio Experimental da Lapa, conforme relato de Salvador (2000). 6 A Jornada Especial Integral de Formao (JEIF) prev 25 horas-aula na docncia e 15 horas-aula em atividades extraclasse, das quais 8 horas-aula devero ser cumpridas coletivamente desenvolvendo projetos de formao docente na escola. 7 Em 1992 entra em vigor o Estatuto dos Profissionais de Educao elaborado entre 1989 e 1991 no governo do Partido dos Trabalhadores (PT), no municpio de So Paulo, tendo como Prefeita Luiza Erundina e como Secretrio de Educao o professor Paulo Freire e posteriormente, com a sada do professor Paulo Freire, o professor Mrio Sergio Cortela. O estatuto foi elaborado a partir de uma ampla discusso entre todos os segmentos dos profissionais de educao.

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Os professores que participaram da pesquisa enfatizaram a importncia da Jornada Especial Integral de Formao (JEIF) no desenvolvimento de projetos de formao, especialmente por proporcionar a troca de experincias entre os envolvidos. Esse discurso foi recorrente, tanto durante as atividades do grupo dialogal quanto durante o acompanhamento do trabalho dos coordenadores. Os professores falavam sobre isso e trocavam experincias, nas situaes organizadas pela coordenadora e fora delas. Assim manifestaram-se os grupos de professores: Grupo IA jornada favorece a interao entre os docentes de diversas reas, proporcionando projetos como a interdisciplinaridade, a aquisio de conhecimentos, o apoio mtuo entre os professores, criando um clima de segurana profissional e oferece a oportunidade de formao continuada. (grifo nosso)

Grupo IIA jornada possibilita momentos para reflexo acerca de situaes vivenciadas na educao, de trocas de experincias entre os pares, de preparao de aulas, para estudos, de elaborao de projetos coletivos, de atualizao profissional, de integrao entre os grupos e a equipe tcnica, o que contribui para o enriquecimento das aulas e para a socializao de prticas pedaggicas.

Grupo IIIA jornada proporciona momentos: de reflexo e estudo sobre a prtica pedaggica e sobre a teoria que a embasa, de troca de experincias entre os educadores a fim de responder ao PEA construdo a partir do diagnstico de problemas na escola.

Grupo IVEste espao garante estudos tericos, troca de experincias entre os professores, reflexo em relao prtica cotidiana, alm de planejamentos de aes coletivas e individuais, diagnsticos dos alunos e consequentes aes, colabora com a formao do grupo e a melhora da prtica em sala de aula. (grifo nosso)

Os depoimentos enfatizam que a formao na escola s possvel quando h investimentos das polticas pblicas, possibilitando jornadas de trabalho que contemplem a docncia e a reflexo sobre a docncia. Evidencia-se nas falas dos educadores que os projetos de formao no esto alicerados apenas na existncia de um espao/tempo, mas nas singularidades dos diagnsticos e das problemticas que caracterizam cada escola e seu projeto poltico-pedaggico. Nenhuma escola igual

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outra, assim como nica cada turma na escola. Por isso, os projetos formativos e as trocas de experincias tornam-se singulares e particulares como cada espao educativo. A formao desenvolvida no espao escolar pressupe que os professores so capazes de decidir coletivamente sobre o que querem aprender para alcanar os conhecimentos e as competncias que consideram necessrias para o seu desenvolvimento profissional. Fusari (1997) afirma que o desenvolvimento profissional docente depende, tambm, de condies subjetivas e objetivas:A formao contnua na escola e fora dela dependem, como dissemos, das condies de trabalho oferecidas aos educadores, mas depende tambm das atitudes destes diante de seu desenvolvimento profissional [...]. Cada educador responsvel por seu processo de desenvolvimento profissional; cabe a ele o direcionamento, o discernimento e a deciso de que caminhos percorrer. (FUSARI, 1997, p.171)

Nesse sentido, possvel afirmar que a formao do docente na escola, longe de ser apenas produto de um deslocamento do espao formativo, , antes de tudo, uma possibilidade de ao com vistas a uma nova concepo de formao, produto de uma constituio histrica, da complexa dinmica da escola objetivada, das relaes estabelecidas pelos sujeitos envolvidos nesse processo e das condies oferecidas. Tal dinmica pressupe professores envolvidos com um processo de autoformao, que se configura nas trocas de experincias qualificadas, ou seja, na socializao crtica, com outros profissionais, das experincias docentes, mediada pelo coordenador pedaggico, assumindo, como diz Nvoa (2002, p.39), o papel ora de formador, quando relata, ora de formando, quando na condio de ouvinte. Para o autor, a partilha dos conhecimentos profissionais o [...] processo que pode conduzir a uma produo pelos prprios professores de saberes reflexivos e pertinentes. Canrio (1995, p.12) explica esse processo da seguinte maneira:A optimizao do potencial formativo dos contextos de trabalho passa, em termos de formao, pela criao de dispositivos de dinmicas formativas que facilitem a transformao das experincias vividas no quotidiano profissional, em aprendizagens a partir de um processo autoformativo, marcado pela reflexo e a pesquisa a nvel individual e coletivo.

Nesta perspectiva, o processo formativo do docente no espao escolar no pode ser concebido, pelas polticas pblicas, como um treino, em que os momentos coletivos

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se transformem numa condio para transmitir conhecimentos ou treinar o profissional que dever reproduzir as experincias apreendidas no exerccio da docncia. Este modelo de formao no leva em conta as demandas reais da instituio de ensino, pois atua sempre de forma genrica. Para Nvoa (2002, p. 40):A formao contnua alicerada na dinamizao de projectos de investigaoaco nas escolas, passa pela consolidao das redes de trabalho colectivo e de partilha entre os diversos actores educativos, investindo as escolas como lugares de formao.

A formao contnua na escola, neste contexto, deve estar orientada por um paradigma apoiado no trabalho coletivo, na investigao da ao pedaggica realizada e na cooperao em prol do desenvolvimento profissional docente e da melhoria da educao oferecida aos discentes. Esses moldes implicam a organizao de uma estrutura que pode ser caracterizada, de maneira mnima, por quatro aspectos: A organizao do tempo/espao na escola para desenvolver esse processo de formao; A aproximao com as necessidades formativas da escola; A corresponsabilidade dos professores pelo seu desenvolvimento profissional; O investimento num profissional (coordenador pedaggico) habilitado para promover a reflexo para alm de uma socializao profissional que se caracterize pela mera troca de receitas de atividades. A proposta de formao do docente na escola no pode ser uma ao descolada de uma estrutura organizativa, de um compromisso com os alunos e com a comunidade, de intenes formativas e do trabalho coletivo. Ou seja, tal proposta deve estar inserida no projeto pedaggico da escola, configurando-se como um plano de formao docente que, associado s demandas educativas da escola, promova o desenvolvimento do trabalho pedaggico, o desenvolvimento profissional docente e a construo de uma escola voltada para uma educao de qualidade para todos. Nessa estrutura, deve haver uma ligao intrnseca entre as demandas escolares e a formao oferecida ao docente, que tende a caracterizar-se pelo paradoxo marcado pela aproximao da prtica docente e do currculo escolar e, ao mesmo tempo, pelo afastamento que possibilita o exerccio da reflexo sobre a teoria e a prtica. Segundo

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Fusari e Franco (2005, p. 24), a formao docente em servio, expressa no projeto poltico-pedaggico, configura-se por reconhecer:[...] os saberes que (os professores) produzem no exerccio da profisso docente, suas possveis contribuies para o desenvolvimento institucional, suas diferentes necessidades formativas, as reais condies de trabalho e os desejos educacionais que ali existem.

A formao contnua centrada na escola possibilita que se tomem os elementos da experincia do docente e das necessidades da escola local como referncia para a reflexo, caracterizada pela diversidade de propostas formativas ancoradas na multiplicidade de escolas existentes. Uma escola cujo projeto educativo considera a educao para todos como finalidade, estendendo essa expresso para alm do acesso e da permanncia, precisa considerar o contexto em que a comunidade est inserida e propor formas para promover o acesso e o domnio do conhecimento por ela veiculado. O projeto poltico-pedaggico, como sntese desse processo de decises em prol da melhoria da educao, deve considerar em sua estrutura aspectos locais e especficos, sem abandonar as configuraes mais globais (dos conhecimentos construdos, de experincias externas, da situao social e poltica que move a sociedade) que tambm condicionam a realidade local. Pensado nesses moldes, a formao no locus escolar exige que as equipes gestoras ocupem os espaos de autonomia institucional, o que significa apostar na concepo de que a escola pode resolver seus problemas, por meio de parcerias entre os envolvidos, cabendo ao sistema dar condies para que as aes se concretizem, avaliando as diversas possibilidades formativas e seus resultados junto aos alunos. Portanto, falar em autonomia do projeto poltico-pedaggico considerar a escola como uma instituio pblica, gerida por um sistema legal e burocrtico. Dessa forma, o espao de autonomia passa a ser aquele desenvolvido nas brechas legais e pela capacidade de crtica da equipe escolar em relao aos projetos que desconsiderem a proposta formativa da escola. Planejar a ao pedaggica um passo para consolidar o plano de trabalho da escola que pode adquirir os contornos da cultura da escola. No entanto, ainda assim, se configurar num documento-ao, sujeito a alteraes circunstanciais, fruto das decises democrticas, do aprimoramento dos processos de organizao da escola e das

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determinaes legais que retratam as mudanas de concepes, como as apontadas na LDB, Lei n 9394/96. Conceber um projeto educativo local impor um certo grau de autonomia, revelar singularidades, desvelar a identidade da escola e seu compromisso pedaggico sem depender da tutela dos rgos centrais. A atual LDB, Lei n 9394/96, possibilitou pensar de forma genrica em autonomia progressiva da escola, em projeto poltico pedaggico local e na formao contnua do docente, conceitos estes que foram generalizados em todo territrio nacional. A coordenadora Maria Augusta, no trecho abaixo, relaciona o projeto de formao ao projeto poltico-pedaggico, estabelecendo uma ligao intrnseca entre eles, de modo que o primeiro vai produzindo aes para concretizar o segundo:Neste ano, quando ns escrevemos o texto do projeto polticopedaggico tendo como tema a cidadania, ns j pensamos num nico PEA, este mais relacionado com a questo da formao do educador, de modo a organizar a discusso e o planejamento, dando concretude ao PPP.

Nas entrevistas as coordenadoras pedaggicas afirmaram a importncia de os projetos de formao estarem imbricados com o projeto poltico-pedaggico da escola, pois ambos so construes coletivas dos sujeitos que coexistem neste espao. No entanto, elas tambm reconhecem que a elaborao do projeto polticopedaggico envolve diversos condicionantes, pois vai sendo cerceada pela legislao, pelo projeto poltico da administrao pblica, pelas condies fsicas e materiais da instituio, pela concepo de gesto do diretor e da equipe tcnica, pelo envolvimento coletivo da equipe escolar etc., o que torna a autonomia, neste sentido, relativa. Contudo, para que os projetos da unidade educativa sejam legtimos, eles devem estar alicerados no interesse comum. Assim, viver juntos num espao pblico e poltico, como cidados, significa usar a relativa autonomia em favor da vontade e da necessidade da coletividade. Contreras (2002, pp. 199,200), referindo-se autonomia profissional do professor, faz uma reflexo que tambm pode ser aplicada coordenao pedaggica e escola. Segundo esse autor:A autonomia se desenvolve em um contexto de relaes, no isoladamente. Tem a ver, portanto, com uma forma de manter relaes. Consequentemente, as qualidades que estas relaes reunirem so as que podero favorecer ou entorpecer. Uma perspectiva de relao e construo da autonomia a define no como a

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posse de direitos e atributos, mas como a busca e a construo de um encontro pedaggico em que as convices e pretenses abrem um espao de entendimento no qual podem se desenvolver por meio do dilogo, tanto em sua significao como em sua realizao. [...] a autonomia profissional no significa, dessa perspectiva o isolamento do restante dos colegas, nem to pouco oposio interveno social na educao ou ao princpio de responsabilidade pblica. Pelo contrrio, a idia de autonomia, entendida como exerccio, como construo, deve se desenvolver em relao ao encargo prtico de uma tarefa moral, da qual se publicamente responsvel, e que deve ser socialmente participada.

Um projeto de escola bem definido inibe cerceamentos externos, pois se torna uma construo coletiva, que pressupe certo acordo interno, o que no significa ausncia de oposio para se atingir os objetivos que justificam as aes da comunidade educativa. A legislao educacional em vigor um dos aspectos institudos que precisa ser considerado na elaborao de uma carta de intenes educativas, mas esse aspecto no descarta as caractersticas da prpria cultura escolar como instituinte de metas, objetivos, modos de agir, hbitos e valores no espao escolar. Em relao aos processos de formao Canrio (2006, p. 75) afirma:A formao centrada na escola um das facetas de uma nova viso do estabelecimento de ensino, no qual ele , simultaneamente, uma unidade estratgica de mudana e a unidade central de gesto do sistema. O projeto educativo da escola constitui o instrumento essencial de uma gesto estratgica do estabelecimento de ensino, cujas construo e avaliao, nas suas diferentes formas, configura-se como o eixo fundamental de um processo de formao contnua dos professores. , portanto, em um plano mais global, balizado pelo projeto educativo da escola, que o plano de formao deve ser pensado.

Nesta perspectiva, destaca-se a imprevisibilidade do que acontece na escola como um dos aspectos a ser considerado na formulao de processos de desenvolvimento profissional centrado nesse espao. Ademais, entende que o professor precisa rejeitar a posio de tcnico e assumir-se como profissional crtico-reflexivo e isso s possvel com a ruptura do individualismo e a construo do coletivo escolar, cujas decises esto grafadas no projeto poltico-pedaggico que, como sntese das intenes educativas elencadas pelos docentes, pode propor formas de aprimoramento do trabalho desenvolvido pelos professores, por meio de programas de formao contnua desenvolvida na escola.

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CONCLUSO O paradoxo que a escola brasileira, que ainda sofre em decorrncia de condies precrias, tambm um lugar de formao para os educadores que l atuam e que podem, de acordo com as condies dadas, realizar o exerccio de repens-la e de reavali-la para, dessa forma, buscar responder s necessidades da populao que a ela tem acesso. Desta forma, a organizao da escola e dos projetos por ela desenvolvidos revelam as opes ideolgicas assumidas pelo coletivo escolar e comunica parte de sua cultura. Assim, questes como trabalho coletivo, articulao da escola com a sua realidade local, organizao didtico-pedaggica, horrio de funcionamento e tempo dedicado aos projetos de formao dos professores so estruturados a partir de uma luta poltica por condies ideais de trabalho pedaggico. A educao escolar tem por base um projeto de intenes que ganha forma nos planos de trabalho de professores, coordenadores, diretores etc. Esses planos fazem parte de um processo de planejamento que deve ser retomado e avaliado de tempos em tempos. O projeto de trabalho do coordenador pedaggico, bem como o prprio projeto de formao da escola, fazem parte deste grande plano de intenes. O projeto polticopedaggico cumpre o papel de organizar e sistematizar todas as aes educativas da unidade escolar, inclusive a ao formativa dos coordenadores pedaggicos que, ao gerir os projetos formativos, desenvolvem um plano de trabalho flexvel e acordado com os professores, pois considera as necessidades educativas dos envolvidos numa temporalidade real. No entanto, no basta arrolar nesse documento o levantamento das necessidades formativas da comunidade escolar - alunos, professores e demais funcionrios -, nem mesmo ter um profissional responsvel para que ela ocorra. Para isso, so necessrias, tambm, outras condies: previso de tempo remunerado para estudo, uma liderana pedaggica para coloc-lo em prtica, lugar para que os professores e/ou funcionrios se renam, material para a reflexo (livros, DVDs), acesso internet, palestras e outros que vo surgindo, dependendo do projeto formativo proposto pela escola. A formao proposta no ambiente de trabalho no pode ser determinada nem pelo coordenador pedaggico nem pelo sistema, mas caracterizar-se como produto do processo reflexivo dos atores envolvidos. A formao, sendo contemplada no projeto da escola, torna-se a expresso da concepo e das decises coletivas. Essa conjuntura

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possibilita ao coordenador pedaggico a busca das condies e dos conhecimentos para desenvolver o plano de formao construdo a partir das necessidades apontadas pelo projeto educativo da escola. O discurso da escola como locus de formao docente, conforme j mencionado, ultrapassou as fronteiras acadmicas e foi incorporado pelas polticas pblicas educacionais, tornando-se, como alerta Marcelo Garcia (1999), lugar-comum. Contudo, os depoimentos nas entrevistas ratificaram a importncia desse espao de formao para o desenvolvimento da profissionalidade docente, para a organizao dos projetos de cada unidade e para consolidao da concepo do professor como profissional crtico, reflexivo e pesquisador de sua prtica.

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