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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA FGF PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA As planilhas eletrônicas como recurso dinamizador das aulas de Matemática do Ensino Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria Francisco Jandro Albuquerque Paiva Fortaleza CE 20 de junho de 2011

Francisco Jandro Albuquerque Paiva - nead.fgf.edu.br · Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na área de licenciatura em Matemática, como

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FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA – FGF

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES

NA ÁREA DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

As planilhas eletrônicas como recurso dinamizador das aulas de Matemática do

Ensino Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria

Francisco Jandro Albuquerque Paiva

Fortaleza – CE

20 de junho de 2011

FRANCISCO JANDRO ALBUQUERQUE PAIVA

As planilhas eletrônicas como recurso dinamizador das aulas de Matemática do

Ensino Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria

Monografia apresentada como requisito

parcial para a obtenção do grau de

Licenciado em Matemática, do Programa

Especial de Formação Pedagógica de

Docentes na área de licenciatura em

Matemática, da Faculdade Integrada da

Grande Fortaleza.

Orientador: Prof. Msc. David Carneiro de

Souza.

Fortaleza – CE

20 de junho de 2011

Monografia submetida ao Programa Especial de Formação Pedagógica de

Docentes na área de licenciatura em Matemática, como parte dos requisitos

necessários à obtenção do grau de Licenciado em Matemática, outorgado pela

Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF.

______________________________________________

Francisco Jandro Albuquerque Paiva

______________________________________________

Prof. Msc. David Carneiro de Souza

Nota obtida: ______

Monografia aprovada em: _____ / ____ / ____

À minha esposa, Iraci, sempre ao meu lado em

todas as minhas jornadas, superando seus

próprios medos e receios para me ajudar a

superar os meus; e a meus filhos, Gabriela, 8, e

Christian, 6. Esses três são a razão principal de

meu esforço e dedicação para a contribuir, nem

que seja de forma mínima, para a construção de

uma sociedade melhor.

AGRADECIMENTOS

A Deus, onipotente, onipresente e onisciente.

À Faculdade Integrada da Grande Fortaleza e a seus colaboradores, de todas as áreas,

inclusive a senhora do cafezinho com bolo de todas aquelas manhãs de sábado, por esta

oportunidade de crescimento espiritual e realização profissional.

À coordenadora, Dra. Kellen Cristina Vilhena Lima, por me conduzir magistral,

compreensiva e pacientemente pelas trilhas que me levaram ao desfecho desse curso.

Ao professor-tutor Msc. David Carneiro de Souza, pela orientação de minha monografia.

Não posso deixar de agradecer a cada um dos professores pela tutoria dos módulos:

Ao prof. Msc. Antenor Teixeira (Novas Tecnologia da Educação);

À profa. Msc. Das Dores Mendes (Projeto de Pesquisa e Met. do Trabalho Científico);

Ao prof. Msc. David Carneiro Sousa (Metodologia do Ensino da Matemática I, Geometria

Plana e Geometria Analítica);

À profa. Esp. Helaine Girão (Funções de 1º e 2º grau);

Ao prof. Msc. João Claudio Nunes Carvalho (Análise de Dados);

À profa. Dra. Kellen Cristina Vilhena Lima (Números e Operações, Inequações e Funções);

À profa. Msc. Luiza Furtado (Metodologia do Ensino da Matemática II);

À profa. Esp. Monica Helena Gurgel Barroso (Psicologia da Educação);

À profa. Msc. Paula Patrícia Barbosa Ventura (Introdução à Educação à Distância, Sociedade

e Educação e Prática Docente);

À profa. Msc. Renata Rosa Russo Pinheiro Costa Ribeiro (Didática Geral);

À profa. Msc. Tarcileide Maria Costa Bezerra (Políticas Educacionais);

À profa. Esp. Maria Lúcia Mesquita Magalhães, diretora do Colégio Dom Bosco, e a seu

quadro de colaboradores, por tornarem esta experiência viável.

À profa. Esp. Maria Aurismênia Chaves Farias Paiva, coordenadora do Colégio Dom Bosco,

pelo apoio no decorrer do curso de formação e na pesquisa deste trabalho.

À profa. Silvia Helena de Sales Farias, tecnóloga da construção civil, de formação, brilhante

professora do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Dom Bosco – sala na qual

desenvolvi a prática docente – pela confiança ao deixar seus pupilos em minhas mãos durante

as vinte semanas que duraram a prática docente.

Ao Ensino Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria, em especial ao 1º ano, que serviu

como objeto de estudo da pesquisa para desenvolver esta monografia;

Aos meus pais, pela base moral e cidadã desde cedo em minha vida, abrindo meus olhos para

o valor que tem a educação.

Essa monografia não é fruto somente de meu trabalho, mas do de muitas pessoas, que

participaram dela, direta ou indiretamente. Por isso, mais uma vez, agradeço.

―Os estudos desordenados e as meditações

obscuras turvam as luzes naturais da razão e

cegam a inteligência.‖

Descartes

RESUMO

A aula expositiva, aplicada há muito tempo em salas de aula de todo o Brasil,

não só é monótona como também pouco motivadora do processo de construção

do conhecimento. Isto se deve em virtude desta metodologia considerar o aluno

um mero elemento repositor de informação, o que Paulo Freire denominava de

educação bancária. Este trabalho procurou analisar a forma como a mudança na

metodologia de ensino da Matemática com um viés tendendo a uma abordagem

construtivista pode motivar os alunos e, até mesmo mudar a sua forma de

encarar a Matemática. As webquests foram primordiais para conduzirem a

atividades que utilizam as ferramentas da tecnologia da informação e

comunicação, com foco nas planilhas eletrônicas, como ferramentas auxiliares

no processo de ensino e aprendizagem, em colaboração com a contextualização

e com a modelagem matemática.

Palavras-chave:

Metodologia de ensino da Matemática, tecnologia da informação e

comunicação, webquests, planilhas eletrônicas, contextualização, modelagem

matemática.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 : Comparativo entre educação tradicional e com novas tecnologias .............. p. 25

Figura 02 : Tela do Visicalc - versão para MS-DOS. Tela de apenas 40 caracteres ........ p.32

Figura 03 : Tela do Supercalc. versão para MS-DOS ...................................................... p. 33

Figura 04 : Quattro Pro, adquirido da Borland pela Corel, empresa canadense ............... p. 33

Figura 05 : Lotus 1 2 3, da Lotus Software, atualmente pertencente à IBM Corporation. p.34

Figura 06 : OpenOffice.org Calc ....................................................................................... p.35

Figura 07 : MS Excel 2007 ............................................................................................... p.35

Figura 08 : Plan. MS Excel com exemplo de capital, juros e montante ........................... p. 37

Figura 09 : Plan. MS Excel com exemplo de capital, juros e montante selecionados ...... p. 38

Figura 10 : Planilha Microsoft Excel, aba Inserir ............................................................. p.38

Figura 11 : Planilha Microsoft Excel, opção Dispersão ................................................... p. 39

Figura 12 : Planilha Microsoft Excel, gráfico de dispersão do montante ........................ p. 39

Figura 13 : Quadro de distribuição do número de alunos por turno e níveis de ensino ... p. 42

Figura 14 : Gráfico de distribuição dos alunos entrevistados por série ........................... p.45

Figura 15 : Quadro de nomenclatura e correspondência das séries com a idade escolar . p. 46

Figura 16 : Gráfico s/ o estudo da Matemática utilizando as TICs .................................. p. 54

Figura 17 : Gráfico sobre o conhecimento dos recursos das planilhas eletrônicas ........... p. 54

Figura 18 : Gráfico sobre a aval. das aulas com a utilização das TICs ............................. p. 55

Figura 19 : Gráfico sobre a qualificação do método interventivo ..................................... p.55

Figura 20 : Gráfico sobre o interesse/motivação pelas aulas interventivas ....................... p.56

Figura 21 : Gráfico sobre os motivos do interesse/motivação pelas aulas interventivas .. p.56

Figura 22 : Gráf. s/ a nota de 0 a 10 dada a cada uma das ferramentas interventivas ...... p. 57

Figura 23 : Gráfico sobre a nota de 0 a 10 dada às aulas interventivas ............................ p.57

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 : Divisão dos alunos do Ensino Médio do Colégio Dom Bosco ....................... p. 43

Tabela 02 : Relação entre os alunos entrevistados e o total de alunos .............................. p. 44

Tabela 03 : Distribuição dos alunos entrevistados por série .............................................. p. 44

Tabela 04 : Distribuição dos alunos entrevistados por idade e série .................................. p. 45

Tabela 05 : Distribuição dos alunos entrevistados por sexo e série ................................... p. 46

Tabela 06 : Distribuição dos alunos entrev. por res. de aprov./desaprovação ................... p. 47

Tabela 07 : Distribuição dos alunos por curso e série ....................................................... p. 47

Tabela 08 : Distribuição das disciplinas que os alunos mais gostam por série ................. p. 48

Tabela 09 : Distribuição das disciplinas que os alunos menos gostam por série .............. p.49

Tabela 10 : Distribuição do gosto pela disciplina de Matemática no Ensino Médio ........ p. 49

Tabela 11 : Dist. da resp. à perg. se os alunos sabem usar plan. eletrônicas, por série ...... p. 51

Tabela 12 : Dist. da resp. à perg. se os alu. sabem fazer gráf. com plan. elet., por série ... p. 52

Tabela 13 : Dist. da resp. à perg. se os alunos já haviam utilizado plan. Elet., por série ... p. 52

LISTA DE SIGLAS

CEC – Conselho Estadual de Educação do Estado do Ceará

Enem – Exame Nacional do Ensino Médio

FGF – Faculdade Integrada da Grande Fortaleza

FLF – Faculdade Luciano Feijão

LDB/LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais

PNE – Plano Nacional de Educação

PNLD – Programa Nacional do Livro Didático

TIC – Tecnologia da Informação e da Comunicação

UFC – Universidade Federal do Ceará

Unifor – Universidade de Fortaleza

UVA – Universidade Estadual Vale do Acaraú

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 11

1.1 Objetivo geral ........................................................................ 13

1.2 Objetivos específicos ............................................................. 13

1.3 Justificativa ............................................................................ 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................... 21

2.1 A educação ............................................................................. 21

2.2 A escola e o professor ............................................................ 23

2.3 O Tradicionalismo, o Construtivismo e as novas TICs .......... 23

2.4 A modelagem matemática e os eixos cognitivos do Enem ...... 27

2.5 A evolução da tecnologia e a postura da escola ...................... 28

2.6 As planilhas eletrônicas .......................................................... 30

2.7 As vantagens das planilhas eletrônicas ................................... 35

2.8 Passos para a criação de gráficos utilizando o MS Excel ........ 36

2.9 A contextualização, o trabalho em equipe e as webquests ...... 38

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................ 41

3.1 O ambiente da pesquisa .......................................................... 41

3.2 A pesquisa diagnóstica ........................................................... 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................... 53

5 CONCLUSÕES ................................................................................... 58

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 62

7 APÊNDICES E ANEXOS ................................................................... 65

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1. INTRODUÇÃO

A aula expositiva com o auxílio de giz, pincel, quadro e livro didático, é uma

metodologia amplamente utilizada no quotidiano, mas remonta à época da educação jesuítica.

Apesar de sua importância, há que se perceber que esse método quando aplicado às aulas de

Matemática induz à prática do decoreba e à aplicação de fórmulas prontas para se chegar ao

valor de ―x‖. Mas, quem é xis? Para um estudante que está ingressando no mundo da

Matemática nem sempre é fácil perceber o que está por trás de uma simples letra. É preciso,

primeiramente fazê-lo entender o significado que essa simbologia traz consigo.

Com o avanço da informática, o conhecimento enciclopédico começa a dar espaço às

competências e habilidades. Não é suficiente às pessoas saber o quê é algo, mas, como,

porque e para quê este algo serve.

Para FONSECA & FONSECA (2005a, p. 52), na Sociedade da Informação a educação

não se pode limitar à instrução promotora do saber fazer profissional. Ela tem de cultivar

competências e habilidades para uma participação ativa na dinâmica social.

Na prática, percebe-se que há preferência pela utilização única e exclusiva do livro

didático no planejamento das aulas de Matemática. O que deixa de lado muitos recursos

didáticos de melhor assimilação, e até mesmo de mais reforço à informação repassada. Como

é o caso de uma simples folha de isopor, cola, tesoura e um pouco de água a serem utilizados

em uma aula em que se objetiva trabalhar capacidade e volume.

BRASIL (2007, p.9), no Guia de Livros Didáticos de Matemática do Programa

Nacional do Livro Didático (PNLD) 1, refere que:

―Um livro didático deve oferecer informações e explicações sobre o conhecimento

matemático que interfere e sofre interferências das práticas sociais do mundo

contemporâneo e do passado. Também deve conter uma proposta pedagógica que

leve em conta o conhecimento prévio e o nível de escolaridade do aluno e que

ofereça atividades que o incentivem a participar ativamente de sua aprendizagem e

a interagir com seus colegas. Além disso, o livro precisa assumir a função de texto

de referência tanto para o aluno, quanto para o docente.‖

No entanto, o mesmo autor esclarece que:

―o livro didático é recurso auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Não pode,

portanto, ocupar papel dominante nesse processo. Assim, cabe ao professor manter-

se atento para que a sua autonomia pedagógica não seja comprometida. Não é

demais insistir que, apesar de toda a sua importância, o livro didático não deve ser o

_________________ 1 O PNLD para as séries finais do Ensino Fundamental está na quinta edição (1999, 2002, 2005, 2008 e 2011) e

o PNLD para o Ensino Médio está na terceira edição (2005, 2008 e 2012).

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único suporte do trabalho pedagógico do professor. É sempre desejável buscar

complementá-lo, seja para ampliar suas informações e as atividades nele propostas

ou contornar suas deficiências, seja para adequá-lo ao grupo de alunos que o

utilizam. (BRASIL, 2007, p.12):‖

Para Magda Soares, doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais,

ao longo da História, o ensino sempre se vinculou indissociavelmente a um livro ―escolar‖,

quer ‗utilizado‘ para ensinar e aprender, quer ‗feito‘ para ensinar e aprender.

Na Grécia Antiga, Platão aconselhava o uso de livros de leitura que apresentassem o

melhor da cultura grega e, a partir daí, o livro didático persistiu ao longo dos séculos, sempre

presente em todas as sociedades e em todas as situações formais de ensino.

Atualmente inserida em um mundo globalizado, impregnado de evoluções

tecnológicas sem precedentes, cercada de informação que flui através do tempo e do espaço

com uma velociade assustadora, a escola do ensino médio continua, na maior parte do país,

simplesmente trabalhando a educação do conteúdo desprovido de aplicação prática e de

signifivado para os estudantes. Tal fato não condiz com o papel da escola de ser um espelho

do mundo para a sociedade.

O que determina o que é a escola é a sociedade. Aquela funciona como espelho

repesentativo desta, sendo totalmente por esta influenciada.

Para FONSECA & FONSECA (2005a, p. 48) ―ao longo dos séculos, a sociedade tem

definido as regras da educação e, vice-versa, a educação tem influenciado a sociedade. A

mudança social no decorrer da história acarretou mudanças educacionais.‖

O presente trabalho tem por objetivo investigar a importância da utilização dos

recursos das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de Matemática do Ensino

Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria, CE, e, ainda, mostrar que com esses

recursos, trabalhados de forma interativa com os alunos – tendo o professor como um

condutor do processo – é possível se criar uma aula mais dinâmica.

Com o auxílio de datashow, vídeos do Youtube, além de outros vídeos assistidos no

computador e no datashow, mensageiros e planilhas eletrônicas, todos esses recursos

conduzidos e organizados por webquests, mostram que essa prática didático-pedagógica não

só estimula o aprendizado como também o torna mais agradável ao público jovem, tornando o

processo mais interativo, motivador da aprendizagem, eficiente, e, consequentemente,

gerando resultados mais eficazes.

A primeira parte dessa pesquisa objetiva situar a escola na sociedade atual e apresentar

os conceitos e características pertinentes a utilização das tecnologias da educação e

informação e a justificativa da pesquisa em Educação Matemática.

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A segunda parte tem por objetivo mostrar, o papel da escola e do professor diante da

sociedade cada vez mais inserida em um mundo globalizado que vive em função das

tecnologias.

O objetivo da terceira parte é caracterizar o local, a população e o método a ser

utilizado na pesquisa, que iniciou com uma avaliação diagnóstica e partiu para uma uma

pesquisa-ação utilizando metodologias de cunho construtivista, baseado nas ideias de Piaget e

Vigotsky, com os alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola da rede privada de

ensino. Nessa etapa são apresentados todos os referenciais que influenciarão na pesquisa.

Na quarta etapa é feita a discussão das informações coletadas em consonância com o

que foi observado na intervenção da população pesquisada.

Na quinta parte é feito o registro das conclusões do resultado da intervenção da

aplicação das planilhas de forma pedagógica nas aulas de matemática do ensino médio e do

estudo baseado não em currículos mas em temas e de como os alunos reagiram a essa

metodologia.

1.1. Objetivo geral

Este trabalho visa mostrar que a utilização dos recursos propiciados pelas Tecnologias

da Informação e da Comunicação (TIC‘s) podem tornam as aulas mais interativas, e nem por

isso com menos rigor matemático, mas ao mesmo tempo mais estimuladoras.

1.2. Objetivos específicos

1. Constatar o grau de interesse dos alunos do ensino médio do Colégio Dom Bosco com

relação à disciplina Matemática;

2. Identificar o motivo do desinteresse dos alunos pela Matemática;

3. Aplicar as ferramentas das tecnologias da informação nas aulas de Matemáticas para

estimular o interesse dos alunos no tocante a esse disciplina.

4. Mostrar que a Matemática está presente no cotidiano das pessoas.

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5. Mostrar que as outras ciências se utilizam da Matemática para serem melhor

compreendidas e para facilitar a análise dos fatos inerentes a cada uma delas.

1.3. Justificativa

A educação básica é o caminho para assegurar a todos os brasileiros a formação

comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no

trabalho e em estudos posteriores. São dois os principais documentos norteadores da educação

básica: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de

dezembro de 1996 e o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, regidos,

naturalmente, pela Constituição da República Federativa do Brasil. (ALMEIDA E SILVA,

Maria do Pilar Lacerda).

Durkheim afirmava que não era possível existir sociedade sem educação e que a

inserção do homem na sociedade se faz através da educação moral e intelectual (FONSECA

& FONSECA, 2005a, p. 23).

É a homogeneidade dos membros que forma a sociedade. E a escola tem que se

enquadrar nesse aspecto. Enquanto o mundo vive uma revolução tecnológica, a escola parece

viver em outra era. É um verdadeiro choque de realidades. O público alvo da escola é

formado por jovens, em sua maioria, que, quotidianamente estão assistindo programas em

aparelhos televisores com tela de lcd, plasma, led; estão utilizando aparelhos de telefonia

celular com tela sensível ao toque e que trazem uma infinidade de recursos multimídia.

Utilizam computadores cada vez mais avançados, notebooks, netbooks, ouvem músicas em

aparelhos de mp3 ou nos computadores, graças aos recursos da digitalização dessas músicas.

Os pais e familiares desses jovens, em seus ambientes de trabalho utilizam-se diariamente de

computadores, calculadoras, aparelhos de fax. No supermercado, a frente de caixa se utiliza

de um leitor de código de barras conectado a um computador que por sua vez está ligado a

uma impressora fiscal. Todos vêem isso no dia a dia, no entanto, quando chegam à escola,

recebem a informação de que não podem usar o celular, não podem utilizar a calculadora. Não

há aula no computador, nem são estimulados a fazerem pesquisas na internet. Então sentem

esse choque de realidades e concluem que a escola é um ambiente que não está em sintonia

com o mundo. Ficam desacreditados e, portanto, desmotivados com esse ambiente

educacional fora de sua realidade.

Para Vigotsky:

―a psicologia sócio-histórica compreende que o ser humano se estabelece como tal

pelas relações que forma com os outros. Assim, a história de cada individua é

15

construída à medida que ele interage com o meio e se apropria da riqueza histórico -

cultural da humanidade (FGF, 2005(?), p. 98).‖

Para Piaget,

―a construção do conhecimento se dá a partir da interação ativa, do sujeito com o

meio. A interação ativa acontece quando o sujeitoaluno compara, ordena, exclui,

classifica, critica, hipotetiza, comprova etc. em uma ação interiorizada (pensamento) ou em uma ação efetiva (de acordo com o nível de desenvolvimento). Há a

estimulação da participação do aluno. Ele deve criar, questionar, interrogar,

participar ativamente da rotina educativa. Enfatiza o desenvolvimento da

inteligência nos alunos através das interações entre o aluno e o conteúdo a ser

aprendido. A escola construtivista procura problematizar as atividades a fim de

provocar no aluno reflexão. (FGF, 2005(?), p. 98).‖

A escolha do tema: As planilhas eletrônicas como recurso dinamizador das aulas de

Matemática do Ensino Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria surgiu a partir da

observação quotidiana e da ponderação a respeito da atual situação da educação matemática

nas escolas. A escola é um ambiente que consome boa parte do tempo dos jovens, além de

servir como espelho da sociedade, mas atualmente o que se vê é uma escola distante dos fatos

no que tange às novas tecnologias.

Internet, cartão de crédito, caixas de auto-atendimento de banco, todos eles utilizam

algo que prescinde da Matemática: a criptografia. Com a criptografia 2, que, por enquanto

3, se

baseia no fundamento matemático dos números primos, é possível utilizar o correio eletrônico

(e-mail), fazer compras na internet com um determinado nível de confiança e segurança.

Outro fato marcante da atualidade é a utilização da assinatura digital em documentos

enviados para órgãos públicos via rede mundial de computadores (INTERNET).

_________________ 2 Uma das formas de se criptografar informação é a que utiliza o código RSA, criada por três professores do

Massachussets Institute of Technology (Instituo MIT): Ronald Rivest, Adi Shamir e Leonard Adleman. Segundo

a Wikipedia: ―O RSA envolve um par de chaves, uma chave pública que pode ser conhecida por todos e uma

chave privada que deve ser mantida em sigilo. Toda mensagem cifrada usando uma chave pública só pode ser

decifrada usando a respectiva chave privada. A criptografia RSA atua diretamente na internet, por exemplo, em mensagens de emails, em compras on-line e o que você imaginar; tudo isso é codificado e recodificado pela

criptografia RSA. Essas chaves são desenvolvidas a partir de gigantescos números primos.

3 Há pouco tempo surgiu um rival para o RSA, que começa a corresponder aos desafios do mundo da

comunicação sem fios ou do comércio portátil. Os novos códigos não se baseiam em números primos, mas em

algo mais exótico: curvas elípticas. Essas curvas são definidas por tipos especiais de equações, e se encontram no

centro da prova de Andrew Wiles do último teorema de Fermat. Já penetraram no mundo criptográfico como

parte de um novo método para decompor depressa números e seus constituintes primos. Neal Koblitz, da

Universidade de Washington, em Seattle, estava estudando esse método de decifração de códigos, quando se deu

conta de que as curvas elípticas poderiam ser usadas também para criar códigos. Koblitz promoveu a ideia de

criptografia com curvas elípticas, em meados dos anos 1980. Ao mesmo tempo, Victor Miller, de Rampo College, em Nova Jersey, também descobriu o modo de criar um código a partir de curvas elípticas.

16

Segundo Rivest et al. (1977), a assinatura digital permite a confidencialidade da

informação e a garantia da veracidade de quem a está transmitindo. Esse processo,

denominado de certificação4, ou assinatura, digital é feito com a utilização de números

primos, proveniente da multiplicação de dois outros números primos.

A Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional (LDBEN), instituída pela Lei

Federal 9.394/96, reza, em seu art. 35, que o ensino médio deve promover:

IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,

relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.‖

Vieira e Albuquerque (2001, p. 56) apud FONSECA & FONSECA (2006c, p. 51)

referem que:

―os dispositivos do PNE que abordam o ensino médio, totalizam vinte itens e

enfocam ―a expansão do atendimento, infra-estrutura apropriada, a implantação da

nova concepção curricular, a melhoria da aprendizagem, a formação de professores,

a utilização de tecnologias de informação e comunicação (grifo do autor),

participação da comunidade na gestão e manutenção, o projeto político-pedagógico,

incentivo à organização estudantil e atenção à educação ambiental‖

Para Mustaro (2003) apud MENDONÇA(2005, p.30):

―O mundo contemporâneo apresenta mudanças que afetam todos os setores da

sociedade, inclusive a educação. Essas são irreversíveis, e estão relacionadas ao

desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC, que

instituem diferentes concepções de tempo e de espaço e possibilitam ao professor e

ao aluno desenvolver novas práticas pedagógicas.‖

FONSECA (2006a, p.20) refere que:

―A sociedade em que vivemos caracteriza-se pelo dinamismo da informação, que

transita a velocidades e quantidades crescentes em redes de comunicação globais.

Esse processo foi estimulado pelo desenvolvimento das novas tecnologias da

informação e comunicação que invadem o nosso quotidiano, socializando e

difundindo novas concepções de mundo, novas idéias, crenças, valores e modelos de

comportamento.‖

Segundo FONSECA & FONSECA (2006c, p. 58):

O currículo proposto pelos PCN´s para o ensino médio organiza-se em três grandes

áreas de conhecimento, não se fixando proporções entre elas, nem se definindo

disciplinas ou conteúdos específicos:

* A área das linguagens, seus códigos de apoio e suas tecnologias (Língua

Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática);

* A área das ciências da natureza e suas tecnologias (Química, Física, Biologia e

Matemática);

* A área das ciências humanas e sociais e suas tecnologias (História, Geografia,

Sociologia, Antropologia & Política e Filosofia).

_______________________

4 DUARTE (2008, p. 39-42) cita que conforme a Medida provisória 2.200-2, a lei brasileira dá fé pública a

qualquer documento digital certificado pela ICP-Brasil (a ICP oficial brasileira) e que, assim, qualquer

documento digital assinado pode de fato ser considerado assinado pela própria pessoa.

17

O fato de o currículo estar organizado por áreas de conhecimento não elimina o

significado das disciplinas, mas conduz a um permanente diálogo interdisciplinar

que procure proporcionar ao alunos as condições para analisar criticamente a

realidade que se quer que os alunos compreendam e interpretem para propor

soluções, possibilitando, pois, uma aprendizagem significativa e contextualizada.

Com isso, tem-se uma educação que não desperta o interesse dos jovens sempre

interessados em novas tecnologias e motivados por uma sociedade cada vez mais consumista

que torna tudo descartável.

Tal fato enseja a pergunta: ―o que posso fazer para que meus alunos se interessem pelo

que ensino e para motivá-los a se esforçarem para aprender?‖ (TAPIA, 2003, p. 104, apud

TATSCH, 2006, p.20). Mais: Por que tratar a Matemática de forma tão somente algebrizada e

mecânica, desprovida de sentido? Por que não associar a Matemática a um fenômeno e com o

auxílio das tecnologias disponíveis atualmente não fazer um estudo focando, além da pergunta

o quê ou quem, mas, as perguntas como, para quê, em função de ... poderá acontecer o quê,

dentre outras inferências? Com isto o estudo da Matemática passa a ser provido de

significado, interessante e motivador do aprendizado.

O governo federal, percebendo que a escola deve integrar-se à sociedade em que está

inserida, tem trabalhado no sentido de se fazer a inclusão digital tanto de alunos, como de

professores. Tanto é que criou em 2009 um projeto nacional denominado Programa Gestão da

Aprendizagem Escolar – Gestar II. Matemática. Um curso de formação continuada de

professores de matemática das séries finais do Ensino Fundamental que trabalhou a utilização

de planilhas eletrônicas e aplicativos educacionais. Das Seis unidades de trabalho

denominadas TP‘s (cadernos de teoria e prática) dedicou a participação dos programas de

computador em cinco delas.

Fonseca & Fonseca (2005a, p. 19), corroboram tal fato citando que as pessoas que

fazem a escola atualmente, como elemento de uma sociedade que a contém, não se apercebem

da solidariedade orgânica de Durkheim, teoria na qual se estabelece que os membros de uma

sociedade devem se sentir obrigados, através de um sistema de direitos e deveres, a se

manterem coesos e solidários uns aos outros.

Há também a necessidade precípua de se resgatar nas pessoas a ideia de que, se a

Matemática é a ciência que representa a natureza. Conforme refere BRASIL, (2007, p.13 ):

―A Matemática pode ser concebida como uma fonte de modelos para os fenômenos

nas mais diversas áreas do saber. Tais modelos são construções abstratas que se

constituem em instrumentos para ajudar na compreensão desses fenômenos.

Modelos matemáticos incluem conceitos, relações entre conceitos, procedimentos e

18

representações simbólicas que, num processo contínuo, passam de instrumento na

resolução de problemas a objeto próprio de conhecimento.‖

Não é concebível se ouvir pessoas dizendo que não entendem nada de Matemática,

pois é o mesmo que se afirmar que não se entende o mundo que você está inserido. É preciso

despertar nas pessoas o interesse e a curiosidade pela Matemática da mesma forma que uma

criança tem curiosidade entender o mundo. E isto não é uma problemática tão somente

tupiniquim, a aversão à fórmulas chega a ser absurda: um escritor deixou de colocar fórmulas

em seu livro para não cair a venda dos exemplares de sua edição, conforme cita HAWKING

(1988, p. 10), nos agradecimentos de sua obra: Uma Breve História do Tempo - Do Big Bang

aos Buracos Negros, ―Alguém me disse que cada equação que eu incluísse no livro diminuiria

sua venda, resolvi, portanto, não apresentar qualquer equação. Na verdade, incluí uma: a mais

famosa de Einstein, E = mc². Mas acredito que isto não assustará meus leitores potenciais.‖

Apesar dessa ojeriza às formulas, não há como se negar sua importância no cotidiano.

Elas servem para simplificar os conceitos abordados, quer sejam os mesmos de uma área

pertencente às ciências exatas ou não. O fato é que se as pessoas passarem a olhar e

conseguirem ver o mundo sob a ótica matemática, isto é, dentre outras coisas, a partir de suas

equações e funções, elas perceberão que a Matemática tem mais para oferecer como

contribuição do que, até então, elas imaginam. Atribui-se a Einstein, grande físico alemão, a

afirmativa de que: ―Se A é um sucesso na vida, então A = x + y + z. Trabalho é x, y é diversão

e z é manter a boca calada.‖(CURY, 2009(?), p. 8). O que mostra, de certa forma, que quando

se quer simplificar, mas ao mesmo tempo não se quer ficar simplório, se pode recorrer a

artifícios matemáticos.

E é essa a função da Matemática. Percebe-se claramente a utilização quotidiana da

linguagem matemática para facilitar o entendimento de fenômenos das mais diversas áreas

das ciências:

* A trajetória de uma bola de basquete em direção à cesta lembra um arco de parábola

que tem sua representação dada por uma equação polinomial de segundo grau. (BARROSO,

2008, p. 127).

* A história do caracol e a representação dos números irracionais na reta (BARROSO,

2008, p. 38).

* O cálculo da meia-vida de uma substância radioativa é representado por uma função

exponencial. (BARROSO, 2008, p. 185).

* A medição do ph (indicação de acidez ou basicidade) do sangue em seres humanos

pode ser feita a partir da fórmula de henderson-hasselbach, dada por :

19

pH = 6,1 + log (B/C)

em que B representa a concentração de bicarbonato, a substância básica (alcalina) contida no

sangue, em mmol/l, e C representa a concentração de ácido carbônico, a substância ácida, em

mmol/l. (BARROSO, 2008, p. 199).

* O nível de intensidade sonora, medida em decibel, é calculada pela lei de Weber-

Fechner:

N = 10. log (I/I0),

onde I0 é um valor associado a um som muito fraco denomidado limiar do som e I seria a

intensidade de um som produzido para se ter uma análise de sua intensidade.

―The relationship between stimulus and perception is logarithmic. This logarithmic

relationship means that if a stimulus varies as a geometric progression (i.e.

multiplied by a fixed factor), the corresponding perception is altered in an arithmetic

progression (i.e. in additive constant amounts). For example, if a stimulus is tripled

in strength (i.e, 3 x 1), the corresponding perception may be two times as strong as

its original value (i.e., 1 + 1). If the stimulus is again tripled in strength (i.e., 3 x 3 x

1), the corresponding perception will be three times as strong as its original value

(i.e., 1 + 1 + 1). Hence, for multiplications in stimulus strength, the strength of

perception only adds. This logarithmic relationship is valid, not just for the sensation

of weight, but for other stimuli and our sensory perceptions as well. (WIKIPEDIA)‖

―A relação entre o estímulo e a percepção é logarítmica. Esta relação logarítmica

significa que se um estímulo varia em progressão geométrica (ou seja, multiplicado

por um fator fixo), a percepção correspondente é alterada em uma progressão

aritmética (ou seja, adicionados valores constantes). Por exemplo, se um estímulo é

triplicada em força (ou seja, 3 x 1), a percepção correspondente pode ser duas vezes mais forte que seu valor original (ou seja, 1 + 1). Se o estímulo for novamente

triplicado em força (ou seja, 3 x 3 x 1), a percepção correspondente será três vezes

mais forte do que seu valor original (ou seja, 1 + 1 + 1). Assim, para multiplicações

na força do estímulo, a força da percepção só aumenta.

Esta relação logarítmica é válida, não só para a sensação de peso, mas para outros

estímulos e as nossas percepções sensoriais também (WIKIPEDIA, Tradução livre

do inglês pelo autor da monografia).‖

* o cálculo da perda do poder aquisitivo da população em um determinado período é feito a

partir dos conceitos de aumentos sucessivos, o que enseja a utilização de taxas acumuladas.

Essa mesma situação pode ser utilizada para o cáclulo do valor final de um produto após

alguns aumentos sucessivos, como na representação abaixo:

20

Vf = V0.(1+i1)(1+i2) . (...) . (1 + in)

Em que:

Vf é o valor final de um produto depois de sucessivos aumentos,

v0 é o valor inicial do produto, e (1+i1)(1+i2) . (...) . (1 + in) representa a taxa de variação a ser

aplicada sobre o valor inicial. (BARROSO, 2008, p. 252).

Um outro fator que justifica este trabalho é o que concerne à motivação. É preciso

incutir nas pessoas o desejo de querer aprender mais, de aguçar sua curiosidade para a

Matemática e uma ferramenta atual pode ser um elemento motivador disso.

―Pode-se considerar que uma pessoa que deseja aprender tem uma maior probabilidade em adquirir conhecimentos, habilidades ou técnicas. A motivação é,

sem duvida, a mola propulsora da aprendizagem. Na sala de aula, o uso de jogos

bem populares aos alunos para ensinar matemática, por exemplo, pode trazer

resultados surpreendentes. (FGF, 2005(?), p. 26)‖.

Um ótimo instrumento para se desenvolver fórmulas e gráficos é a planilha eletrônica.

Desenvolvida, inicialmente, para ser uma ferramenta gerencial aplicada ao mundo

corporativo, a planilha eletrônica, em virtude de sua facilidade de uso, interatividade e

dinamicidade acabou tendo seu uso expandido, tornando-se uma ferramenta multi-propósito.

Há quem use a planilha eletrônica associada à linguagem de programação para criar pequenos

aplicativos que gerenciam bancos de dados (SANTOS, 2011).

A informática constitui forte ferramenta no desenvolvimento da educação nas aulas de

matemática. ―Os ambientes informatizados apresentam-se como ferramentas de grande

potencial aos obstáculos inerentes ao processo de aprendizagem. É a possibilidade de ‗mudar

os limites entre o concreto e o formal‖ (PAPERT,1988 apud Gravina e Santarosa (1999,

p.78).

Dullius e Hattinger (2009?) referem que:

―A presença das tecnologias, principalmente do computador, requer das instituições

de ensino e do professor novas posturas frente ao processo de ensino e de

aprendizagem. Essa educação necessitará de um professor mediador do processo de

interação tecnologia/aprendizagem, que desafie constantemente os seus alunos com

experiências de aprendizagem significativas, tanto presenciais como a distância.‖

Para se formar um cidadão crítico é preciso antes se criar um educando que entenda o

mundo que o cerca para, com isso, em cima dos fatos, analisar e tirar suas prórpias

conclusões. Para se favorecer isso, o pensar lógico e concatenado da Matemática pode atuar

positivamente. Quando se está analisando uma função é preciso saber de que assunto a mesma

se trata, observar o comportamento da mesma e, a partir da análise dessa função, tomar uma

decisão. Essa é a função da modelagem matemática.

21

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Educação

A Educação é um dever do Estado e um direito do cidadão5. Está na Constituição

Federal, em seu artigo XXX.

As escolas estão abarrotadas de gente, no entanto quantidade não é sinônimo de

qualidade. O Estado tem o dever de prover acesso à educação. Os pais têm o dever de colocar

seus filhos, a partir dos 6 anos de idade na escola6, para que se inicie a educação de seus

filhos. No entanto, o que vem a ser educar? Qual a qualidade da educação que os brasileiros

têm hoje?

Influenciado por teorias neoliberais propostas pelo Banco Mundial desde a década de

oitenta, o sitema educacional sofre para atender a tais demandas.

Para Barone (2004) apud FONSECA & FONSECA (2006c, p. 20) ―a educação

brasileira na década de oitenta priorizou a expansão quantitativa da oferta, em detrimento da

vertente qualitativa do sistema escolar‖ e que:

―Esses aspectos orientaram as reformas ocorridas na educação brasileira nos anos 90

e que tiveram como eixo nuclear trazer a educação para uma posição de destaque na

perspectiva da cidadania e da formação para o trabalho, associada à perspectiva de

retomada do crescimento do país. Barone (2004) apud FONSECA & FONSECA

(2006c, p. 20).‖

Atribui-se à baixa qualidade do ensino à burocratização do sistema educacional, com

centralização das decisões, à falta de recursos, infra-estrutura e ao nível de qualificação dos

professores. Campos (2010, p. 127) critica o sistema de formação de professores e a tendência

de reformular os currículos dos cursos. Campos ainda afirma que, no Brasil, 48% dos

professores não tem formação superior (CAMPOS, 2010, p. 132), mais um fator complicador

_________________

5 De acordo com o compromisso assumido no Fórum Mundial de Educação realizado em 2000, em Dakar, "A

educação é um direito fundamental do ser humano. É a chave para o desenvolvimento sustentável, para a paz e a estabilidade no interior das nações e entre países, e, portanto, um meio indispensável para a efetiva participação

nas sociedades e economias do século XXI, afetadas pela globalização. Assim, a necessidade básica de se

garantir educação para todos pode e deve ter resposta com a máxima urgência". (FONSECA & FONSECA,

2005a, p. 108).

6 D Lei federal 11.114, de 16 de maio de 2005

22

para a qualidade dos professores, pois além da formação não ser boa, não há mão de

obra qualificada.

Dentro desse contexto, FONSECA & FONSECA (2006c, p. 20) refere que ―esses

aspectos orientaram as reformas ocorridas na educação brasileira nos anos 90 e que tiveram

como eixo nuclear trazer a educação para uma posição de destaque na perspectiva da

cidadania e da formação para o trabalho, associada à perspectiva de retomada do crescimento

do país.‖

Com isso: ―(..) foi implantado um conjunto de iniciativas visando: diminuir a repetência e evasão, avaliar o funcionamento do sistema, adequar os conteúdos aos alunos,

investir na formação dos professores, para além de melhoria salarial e das condições

de trabalho, apetrechar a escola com recursos básicos, especialmente os

tecnológicos. FONSECA & FONSECA (2006c, p. 20).‖

Rubem Alves em entrevista à Revista Profissão Mestre (2006), reflete sobre essa

questão: - Qual é o principal objetivo da educação? - O objetivo da educação não é transmitir

informações, é ensinar a pensar (FONSECA & FONSECA, 2005b, p. 53).

FONSECA & FONSECA (2005a, p. 48-9) traçam um perfil da relação entre a

sociedade e o papel da educação no decorrer dos tempos indo da sociedade agrária à

sociedade da informação:

―Na sociedade agrária, a terra constituía o principal gerador de riqueza. A missão de

educar era praticamente assumida no seio da família, que ensinava à criança as

habilidades necessárias para cultivar a terra ou para assumir e continuar a profissão

dos pais. Já na sociedade industrial, o eixo central da economia passa da produção de comida para a produção de bens materiais e de consumo. A energia do trabalho

humano foi substituída pela energia dos combustíveis, que movimentam as

máquinas. Operar com as máquinas exigia do operário habilidades eminentemente

de natureza repetitiva. A educação é formalmente assumida pelo Estado, que

promove a sua massificação, tendo como principal tarefa preparar os cidadãos para o

trabalho na fábrica. Na escola a criança é moldada à realidade do trabalho, num

ambiente decalcado na fábrica, com horários, campainhas, fragmentação dos

conteúdos. São considerados valores, a obediência, a disciplina e o autocontrole. A

Sociedade da Informação, foi prevista ainda na segunda metade do século do XX,

quando o pensador Marshall Mcluhan (1969) afirmou que o mundo se tornaria uma

grande aldeia. O autor acreditava que o desenvolvimento dos meios

comunicacionais seria responsável pelo fenômeno da globalização, e que a economia se sustentaria no conhecimento. E a previsão de Mcluhan se concretizou. O

conhecimento tornou-se o fator econômico e produtivo mais importante. O poder

deslocou-se da indústria e da produção, em grande escala, de bens de consumo para

a produção de bens imateriais.

23

2.2 A escola e o professor

A escola, enquanto sistema dirigido às massas, praticamente não existia antes do

século XIX. A exigência surgiu da revolução industrial, para atender às necessidades de mão-

de-obra qualificada (FONSECA & FONSECA, 2005a, p. 48).

Segundo PERRENOUD (2000, p. 19-31) apud FONSECA & FONSECA (2005a, p.

52) aponta oito competências a serem adquiridas pelos educadores:

Saber identificar, avaliar e valorizar suas possibilidades, seus direitos, seus limites e suas

necessidades;

Saber formar e conduzir projetos e desenvolver estratégias, individualmente ou em grupo;

Saber analisar situações, relações e campos de força, de forma sistêmica;

Saber cooperar, agir em sinergia, participar de uma atividade coletiva e partilhar liderança;

Saber construir e estimular organizações e sistemas de ação coletiva do tipo democrático;

Saber gerenciar e superar conflitos;

Saber conviver com regras, servir-se delas e elaborá-las;

Saber construir normas negociadas de convivência que superem diferenças culturais‖.

2.3 O Tradicionalismo, o Construtivismo e as novas TICs

Os métodos tradicionais de ensino de matemática são baseados em aulas expositivas e

centrados na figura do professor como detentor do saber. A ênfase do ensino é dada na

memorização, na aquisição do conhecimento via repetição dos conceitos e práticas

apresentadas pelo professor, e disso deriva a importância que se dá, nesse contexto, à

avaliação através de provas (JUNIOR, 2002, p. 25 apud LENZ et al., 2007, p. 6).

O método tradicional está voltado praticamente, ao método pedagógico instrucionismo

de ensino, tendo suas raízes na aprendizagem tradicional, folha de instrução ou do livro de

instrução, tendo em foco principal o professor como fonte de orientação. O mesmo ocorre

quando o computador ensina o aluno, o computador assume o papel de máquina de ensinar e a

abordagem pedagógica é a instrução auxiliada por computador, ou seja, o instrucionismo

(VALENTE, 2001, p. 01 apud LENZ et al., 2007, p. 6).

24

Em ambientes informatizados não têm importância e nem interessam os métodos

pedagógicos tradicionais, instrucionistas, que privilegiam a transmissão do conhecimento e a

memorização de conteúdos (JUNIOR, 2002, p. 43 apud LENZ et al., 2007, p. 6).

O construtivismo, derivado da epistemologia genética de Piaget, enfatiza o educando e

centra as atenções nele, criando situações para que o aluno se sinta desafiado e aceite o

desafio, exercitando, assim, a sua criatividade. (LENZ et al., 2007, p. 8).

Os métodos mais modernos de ensino são centrados na relação/interação professor-

aluno, e a ênfase do ensino são da capacidade do aluno de vencer desafios e desenvolver a

criatividade na resolução de problemas (JUNIOR, 2002, p. 25 apud LENZ et al., 2007, p. 8).

Outro aspecto é o da metodologia dos professores ligados totalmente ao

tradicionalismo, situação na qual fazem dos alunos repositórios de informações.

Em relação a isto FONSECA & FONSECA (2005a, p. 62) afirmam que:

―A estrutura curricular mantém o saber compartimentado em disciplinas estanques

em que a interdisciplinaridade é uma miragem. A escola limita-se a ser uma mera

corrente de transmissão do poder político, sem autonomia e isolada do meio. No

âmbito da pedagogia, o professor ocupa o centro do processo de

ensinoaprendizagem. A avaliação leva em conta, essencialmente, o que o aluno sabe

no dia do exame, esquecendo o processo de construção do saber. A escola produz

seres individualistas e obedientes, pouco moldáveis às características do mercado de

trabalho da época.‖

FONSECA (2006b, p. 10) afirma que a educação com base nos recursos das novas

tecnologias possibilita uma alteração radical no foco das propostas de ensino e aprendizagem

e faz um paralelo entre a educação tradicionalista e a educação com a utilização das novas

tecnologias, conforme figura 01 abaixo ilustra.

Figura 01 – Comparativo entre educação tradicional e com novas tecnologias

Fonte: Apostila FGF Introdução à EAD – Unidade II, pág. 10.

25

Os professores não devem temer essa nova postura educacional na qual ele passa a ser

um facilitador da aprendizagem. Sócrates há cerca de 2400 anos já fazia isso. É que cita

GENTILE (2001) apud FONSECA (2006b, p. 23):

―Filho de um escultor e de uma parteira, ele foi muito mais do que um filósofo, na

época em que a Grécia era o centro do universo. Nas ruas de Atenas, dedicava-se a

ensinar a virtude e a sabedoria. Revolucionário, rejeitava o modelo vigente, segundo

o qual o conhecimento devia ser transmitido "de cima para baixo". Seu método era

dialogar com pequenos grupos em praças e mercados. Usava a consciência da

própria ignorância ("Só sei que nada sei") para mostrar que todos nós construímos

conceitos. Acreditava que é preciso levar em conta o que a criança já sabe para ajudá-la a crescer intelectualmente. Na época, essas práticas representavam uma

ameaça, porque tiravam o mestre do pedestal para aproximá-lo dos discípulos. Por

isso, Sócrates foi levado a julgamento e punido com a condenação à morte bebendo

cicuta, veneno extraído dessa planta. (GENTILE, 2001)‖

A respeito da postura dos professores no processo educativo Gilberto Dimenstein

afirma: ―Acho que está faltando corrente de transmissão. Os educadores vivem hoje o pior dos

mundos: nem foram para aquela educação de projeto com significado e também não saíram da

educação conteudista, e, ao mesmo tempo, ainda há trava do vestibular‖. (ALVES E

DIMENSTEIN, 2003, p.100 apud FONSECA & FONSECA, 2005b, p. 23).

FONSECA & FONSECA (2005a, p. 24) referem que Durkheim afirmava que o

indivíduo só poderá agir na medida em que aprende a conhecer o contexto em que está

inserido, a saber, quais são suas origens e as condições de que depende. Isto corrobora a ideia

de que o estudante deve participar consciente e ativamente do processo educacional em que

está inserido, não ser simplesmente um mero espectador passivo neste processo.

O papel da família é importante na formação do educando pois, enquanto a escola

cuida da moral social, a família ocupa-se das relações privadas, não estando estruturada de

modo a poder formar a criança para a vida social. A moral da família é de caráter

essencialmente afetivo. A escola serve de intermediário entre a moral afetiva da família e a

moral social. (ROSA, 2000 apud FONSECA & FONSECA, 2005a, p. 25).

Dentro desse contexto entende-se que é papel da escola não simplesmente passar

instrução, mas conhecimento, ensinar a aprender. Conforme refere (FONSECA &

FONSECA, 2005a, p. 45) a afirmar que instruir é uma tarefa mais fácil do que transmitir aos

estudantes o desejo de continuarem aprendendo e as habilidades e conhecimentos de que

necessitarão. Até hoje nenhum sistema escolar se dispôs a enfrentar essa tarefa.

Na verdade o papel da escola é o de possibilitar aos seus alunos o desenvolvimento

das habilidades básicas de que irão precisar em qualquer caminho que escolherem

(FONSECA & FONSECA, 2005a, p. 46).

Para FONSECA & FONSECA (2005a, p. 66):

26

―Pensar a sociedade e a educação é antes de tudo, repensar a escola, nos seus

fundamentos, na sua organização e, sobretudo, nos seus propósitos,

comprometendo-a na construção do novo mundo, para que possa assumir a função

de universalizar o conhecimento e a informação. A escola deverá passar de um

paradigma no qual domina a assimilação de um conhecimento enciclopédico, para

um paradigma centrado na autonomia e na responsabilidade do aluno, na construção

do seu saber e na interatividade com o seu meio tecnológico e humano. Um ensino,

portanto, baseado num quadro de recursos pedagógicos diversificados, que

proporcionem a aquisição de uma base de conhecimentos ao mesmo tempo em que

desenvolvam processos mentais superiores e habilidades sociais.‖

De acordo com KILPATRICK (1994) apud LENZ et al. (2007, p. 5) existem sete

temáticas de investigação, em educação matemática, em alta nos anos 90. São elas:

1. Processos de ensino e aprendizagem de matemática;

2. Mudanças curriculares;

3. Emprego de tecnologias no ensino de matemática;

4. Prática docente;

5. Desenvolvimento profissional de professores;

6. Práticas de avaliação;

7. Contexto sócio-cultural e político do ensino e aprendizagem de

matemática.

A tarefa do educador não se resume a somente passar conhecimento, muito pelo

contrário, vai mais além. É nesse ponto que se distingue o verdadeiro educador. Se faz

necessário criar nos educadores o senso de que de nada adianta o mesmo jogar assuntos

matemáticos ao ar, desprovidos de uma carga de valores práticos, concretos e dissociados o

cotidiano dos estudantes. Aquilo que se ensina deve, pelo menos em boa parte de seus

conteúdos, tem alguma aplicabilidade ou pelo menos ser ligado a algo do conhecimento ou da

vivência do seu público.

A temática desenvolvida nesta pesquisa foi a do item 3. Emprego de tecnologias no

ensino de matemática.

Demo (2001) apud FONSECA & FONSECA (2006c, p. 78) refere que ―o ambiente

mais favorável à aprendizagem é o interdisciplinar, ao mesmo tempo teórico e prático,

socialmente motivador, pluralista e crítico, implicando qualidade formal e política.‖

―De acordo com os PCN´s a interdisciplinaridade significa: "... planejamento e

desenvolvimento de um currículo de forma orgânica, superando a organização por

disciplinas estanques e revigorando a integração e articulação dos conhecimentos...". De acordo com o mesmo documento: "... a interdisciplinaridade não tem a pretensão

de criar novas disciplinas ou saberes, mas utilizar os conhecimentos de várias

disciplinas para resolver o problema concreto ou compreender um determinado

fenômeno sob diferentes pontos de vista.‖ (FONSECA & FONSECA, 2006c, p. 62).

27

2.4 A modelagem matemática e os eixos cognitivos do Enem

TATSCH (2006, p.53) refere que ―Ao adotar a Modelagem Matemática como

estratégia de ensino aparecerão, muitas vezes, segundo Caldeira (2004), conceitos da

Biologia, Geologia, Física, Geografia ou da Astronomia, por exemplo, o que enriquece muito

a aula, bem como a percepção da importância do conhecimento matemático para a vida.‖

Atualmente, há várias correntes educativas que dão suporte metodológico aos

professores na tentativa de que os mesmos desenvolvam, dentro de suas aulas, metodologias

que dêem mais significado e compreensão aos conteúdos abordados. Dentre as tendências

atuais, pode-se citar a etnomatemática, a história da matemática, a informática, os jogos

matemáticos e a modelagem, dentre outros. Para esta pesquisa foi utilizada a modelagem,

aliada informática e, virtude da importância das tecnologias no mundo corporativo e da

relevância da modelagem como método de indução para o aprendizado da matemática.

Para D‘AMBROSIO (1989) apud DA FONSECA(2006, p. 58), ―a modelagem procura

estudar e formalizar fenômenos do dia a dia.‖

Já CHEVALLARD (2001) apud DA FONSECA (2006, p. 58-9), refere que: ―um aspecto essencial da atividade de modelagem consiste em construir um modelo

(matemático) da realidade que queremos estudar, trabalhar com tal modelo e

interpretar os resultados obtidos nesse trabalho, para responder as questões

inicialmente apresentadas‖.

Segundo VIECILI:

―Uma das situações que define Modelo Matemático são as relações que traduzem de alguma forma, um fenômeno ou problema da situação real. Na Ciência, a noção de

modelo é fundamental; em especial, a Matemática, com sua arquitetura, permite a

elaboração de modelos matemáticos, possibilitando uma melhor compreensão,

simulação e previsão do fenômeno estudado. (VIECILI, 2006, p. 36)‖

Ainda, VIECILI:

―Um modelo pode ser formulado em termos familiares, tais como as expressões ou

fórmulas, os diagramas, as tabelas, os gráficos, os cálculos estatísticos, as

representações geométricas, os programas computacionais e outros. Quando se

propõe um modelo, ele é proveniente de aproximações realizadas para se poder

entender melhor um fenômeno. (VIECILI, 2006, p. 33).‖

A associação de todos esses fatores teve como pilar os eixos cognitivos para o Enem.

Com eles se teve um norte para direcionar os trabalhos realizados nessa pesquisa.

1 - Dominar linguagens (DL) : dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das

linguagens matemática, artística e científica e das línguas espanhola e inglesa.

28

2 - Compreender fenômenos (CF) : construir e aplicar conceitos das várias áreas do

conhecimento para compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos,

da produção tecnológica e das manifestações artísticas.

3 - Enfrentar situações-problema (SP) : selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e

informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-

problema.

2.5 A evolução tecnológica e a postura da escola

O mundo já viveu várias revoluções. Na época de Marx e Engels, há 150 anos, houve

a Revolução Industrial, período da história em que havia grande concentração de renda por

parte das classes burguesas, detentoras do capital, em detrimento da classe proletária,

desesperadamente pobre e necessitada que tinha como único bem a capacidade de trabalho.

Hoje a sociedade convive inserida em um ambiente de revolução das tecnologias da

informática e das telecomunicações, chegando a ser considerada por muitos como sendo tão

importante e significativa quanto à Revolução Industrial. Nessa Era do Conhecimento, a

rapidez com a qual as informações saltam à frente das pessoas, quer seja via celular, correio

eletrônico, rede social – Twitter, Orkut, Sonico, dentre outras – é surpreendente. E, sendo a

escola um elemento de formação da sociedade, deveria ela acompanhar a evolução.

JONASSEN(1996, p. 70) refere que:

―A Internet alterou as formas com que externamente guardamos e procuramos

informação, conduzimos negócios e respondemos a questões em nossa sociedade.

Poucos previram o impacto revolucionário que isso provocaria. Entretanto, o World

Wide Web (WWW) está se tornando a primeira fonte para a qual os estudantes se

voltam quando têm indagações sobre informação (JONASSEN, 1996, p.70).‖

Segundo FONSECA & FONSECA (2005a, p. 64) ―A globalização está atualmente

associada à revolução tecnológica cujos efeitos estão presentes em todas as áreas da vida

humana. O ideal de globalização tem de envolver a garantia dos direitos fundamentais de

liberdade, solidariedade e igualdade.‖

E mais, FONSECA & FONSECA (2005a, p. 67), referem que:

―Hoje escola e trabalho devem buscar uma integração. As tecnologias podem

contribuir para superar o ensino tradicional e criar uma cultura de educação no

contexto do mundo global. O potencial da tecnologia possibilita à escola o

desenvolvimento de currículos e práticas exigidas na Sociedade da Informação.‖

29

Ocorre que, justamente no caso da escola, não se tem visto isto acontecer, o que se

percebe nas aulas de matemática são professores diante de um quadro simplesmente

transmitindo informações prontas que são repassadas para os alunos que devem aceitar aquilo

como verdade absoluta.

FONSECA & FONSECA (2006c, p. 16) citam a postura de Lauro de Oliveira Lima,

um dos maiores educadores cearenses, em relação à postura da escola atualmente, em

entrevista ao jornal O Povo, que afirmou que:

―As mudanças que ocorreram no mundo ao longo das últimas décadas e que

ganharam corpo principalmente nos anos noventa, tais como a globalização dos

mercados econômicos, a tendência para a redefinição do papel do Estado e as

decorrências das transformações tecnológicas e organizacionais/produziram

diferentes impactos nos cenários políticos, econômicos, sociais e públicos

contemporâneos.

Segundo FONSECA (2006a, p. 23):

―Na sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado, a

educação deve formar indivíduos capazes de aprender a aprender e de lidar

positivamente com a contínua e acelerada transformação tecnológica. Para isso, a educação deve considerar um leque de aspectos relativos às tecnologias de

informação e comunicação, a começar pelo papel que elas desempenham junto à

sociedade, que deve ter a inclusão e a justiça social como prioridades.‖

FONSECA (2006a, p. 23) infere que:

―O desenvolvimento acelerado das tecnologias da informação e da comunicação

oferece novos recursos à formação do sujeito e criam novos desafios à educação. A

convergência dos meios de comunicação de massa e da informática, base de uma

nova realidade cujos contornos ainda não estão completamente definidos, mudará,

drasticamente, o espaço da sala de aula tal como hoje o conhecemos. As aplicações

educativas das novas tecnologias digitais da informação podem gerar condições para

um aprendizado mais interativo, por meio de caminhos não-lineares em que o

estudante determina seu ritmo, sua velocidade, seus percursos. Bibliotecas,

laboratórios de pesquisa e outros recursos de aprendizagem podem ser acessados por

qualquer usuário que disponha de um computador conectado por linha telefônica à Internet.‖

e que ―O aparecimento das tecnologias baseadas na digitalização da informação (CD-ROM,

computador, Internet) possibilita o desenvolvimento de novas linguagens e a criação de novas

formas de diálogo e cooperação.(FONSECA, 2006a, p. 88)‖

Uso de computadores: procura possibilitar ao aluno: ―criar e fazer matemática‖,

assumindo fazer parte ―integrante do processo de construção de seus conceitos‖.

(D‘AMBRÓSIO,1989) apud DA FONSECA (2006, p. 60).

Cada vez mais presente no quotidiano das pessoas o computador e seus softwares,

assim como outros aparelhos eletro-tecnológicos, tornaram-se mais uma ferramenta a ser

utilizada na educação.

O uso desses recursos traz diversos benefícios ao processo ensino-aprendizagem:

30

É uma ferramenta atual;

Permite muitas variações de atividades;

É dinâmico;

Atrai mais os jovens;

Pode ser utilizado como mecanismo de motivação das aulas.

Facilita no desenvolvimento dos mais variados cálculos e conferência do resultado.

Incentiva o raciocínio;

Valoriza a leitura e interpretação da linguagem gráfica;

Facilita à simulação nas atividades de modelagem;

FONSECA (2006a, p. 89) afirma que o crescente poder da tecnologia da informação e

comunicação possibilitou a criação de ambientes simulados. São novos universos

denominamos de virtuais, intermediários entre o real e o ficcional, e que:

―A realidade virtual possibilita ao usuário imergir, navegar e interagir em um

ambiente sintético tridimensional gerado por computador.Ela tem potencial para dar

uma sensação completa de realismo a uma determinada situação. Poderemos entrar

em mundos tridimensionais e neles ver, ouvir e tocar? Visitar lugares onde jamais

estaremos na vida real? A realidade virtual possibilita simular fenômenos do mundo

físico ou mesmo incluir na simulação elementos que não estejam necessariamente

ligados à realidade. O aluno pode observar diretamente os resultados de suas

próprias decisões, independentemente do grau de dificuldade ou de perigo da ação,

na realidade.‖

FONSECA (2006b, p. 24-5) afirma que:

―O ensino e aprendizagem devem partir de problemas relacionados com situações

reais do contexto, conduzindo o aluno a definir estratégias próprias de seleção de fontes fidedignas, busca, ordenação, análise e interpretação da informação,

construindo conhecimentos novos de forma autônoma e evitando situações de cópia

e de repetição. O aluno deve ser motivado a participar ativamente, observar,

interagir, agir e descobrir por meio da pesquisa. Deseja-se que ele vivencie o auto-

conhecimento, a necessidade de dialogar, socializar seus resultados e buscar a cada

pesquisa novos métodos.‖

Para Tanya Zaguri apud FONSECA & FONSECA (2005b, p. 53):

―A motivação é um processo interno do aluno e não envolve mágica, mas didática.

Para motivar o aluno, o professor tem de mostrar a beleza e o poder das idéias. O

processo todo envolve principalmente comunicação, ou seja, a escolha do código

adequado para aquela disciplina e para o público em questão.‖

2.6 As planilhas eletrônicas7

_________________ 7

As planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras e pequenos bancos de dados.

No Brasil, estas tabelas também são chamadas de planilhas. Em Portugal são chamadas de folhas de cálculo. (WIKIPEDIA, 2011d)

31

Planilha eletrônica, ou folha de cálculo, é um tipo de programa de computador que

utiliza tabelas para realização de cálculos ou apresentação de dados. Cada tabela é formada

por uma grade composta de linhas e colunas. O nome eletrônica se deve à sua implementação

por meio de programas de computador (WIKIPEDIA, 2011d).

As planilhas, realizadas em papel, existem há muito tempo, porém foi Dan Bricklin

que inventou a primeira planilha eletrônica, o Visicalc (WIKIPEDIA, 2011d). O Visicalc foi

idealizado por Dan Bricklin e implementado por Bob Frankston (WIKIPEDIA, 2011e).

O Visicalc, lançado em 1979, foi a primeira planilha eletrônica. Era muito semelhante

ao atual Excel, mas comparativamente parca de recursos. Porém, era eficiente para a maioria

dos computadores da época, realizando quase todas as atividades principais características das

planilhas eletrônicas (WIKIPEDIA, 2011e).

Figura 02: Tela do Visicalc - versão para MS-DOS. Esta permitia uma tela de apenas 40 caracteres.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Visicalc.png

O Visicalc influenciou fortemente o programa Lotus123 (que unificava uma planilha,

um banco de dados e um programa de dados), e o Excel. Tirando as características de

interface muito mais avançadas, a interface básica (linhas, colunas, barra de comandos, célula

atual iluminada, etc…) do Visicalc pode ser encontrada no Excel.

Pode-se dizer que o programa simultaneamente:

Criou um novo tipo de aplicação (planilhas eletrônica altamente interativas e

baratas);

32

Criou um tipo de interface que continua sendo o paradigma principal para essas

aplicações;

Criou um novo mercado, o de computadores pessoais para negócio. (WIKIPEDIA, 2011e).

Nos ANOS 80, existiam ainda no mercado, além do lotus e Visicalc, o Supercalc e o

Quattro Pro. O Supercalc era um aplicativo que vinha no Osborne I8.

Figura 03 : tela (screenshot) do Supercalc. versão para MS-DOS.

Fonte: http://adm-ufam-2010.blogspot.com/2010_04_01_archive.html

Figura 04 : Quattro Pro, adquirido da Borland pela Corel, empresa canadense.

Fonte: http://www.functionx.com/quattropro/lesson01.htm

_________________

8 O Osborne 1 foi o primeiro ―laptop‖ a fazer sucesso, lançado em 1981 pela Osborne Computer Corporation.

Pesava 10,7 kg e custava, no seu lançamento, US$ 1.795,00. Não incluía bateria, embora uma bateria de uma

hora de duração pudesse ser adquirida separadamente. (MRCCARDOSO, 2011).

33

O blog Administradores cita em, A História do Microsoft Office Excel, um breve

relato dessas planilhas e de como a planilha da Microsoft se sobressaiu em relação às demais:

―Após ter feito grande sucesso o VISICALC não pôde continuar seu reinado

sozinho, já que a Lotus Development Corporation lançou o Lotus 1-2-3, que, além

de ser uma planilha, também gerava gráfico e tratava os dados como uma ferramenta

de base de dados. Na década de 80, a Lotus seria a grande líder do mercado,

concorrendo com outras planilhas como a Supercalc, Multiplan, Quattro, entre

outras.

Na década seguinte houve o lançamento do Microsoft Excel 3.0, que rodava em ambiente Windows e tornou-se líder absoluto desse mercado, embora ainda tenha

concorrido com planilhas posteriores, tais como Quattro Pro for Windows e Lotus 1-

2-3 for Windows.

A primeira versão do Microsoft Excel foi lançada para Mac, em 1985, e a primeira versão para Windows foi lançada em novembro de 1987, com o nome de Microsoft

Excel 2.0.

Em meados de 1988, o Excel já ultrapassava o sucesso de vendas do Lotus 1-2-3 que demorou muito para ser integrado ao ambiente Windows, fato esse que posicionou a

Microsoft no topo do ranking em relação ao desenvolvimento de software para PC.

A Microsoft tornou-se líder absoluta no mercado das planilhas eletrônicas em 1990,

com o advento do Microsoft Excel 3.0 e ampliou sua vantagem com a primeira

versão de 32 bits, denominada Microsoft Excel 95.(A História do Microsoft Office

Excel, 2010)‖

Dentre as planilhas existem, atualmente, no mercado, pode-se destacar:

Lotus123;

OpenOffice.org Calc*;

Microsoft Excel.

Figura 05 : Lotus 1 2 3, da Lotus Software, atualmente pertencente à IBM Corporation.

Fonte: http://www.file-extensions.org/lotus-1-2-3-file-extensions _________________

9 O BrOffice.org é a versão brasileira do OpenOffice, um projeto internacional de software de código aberto que

é uma alternativa grátis e muito interessante ao Microsoft Office. Atualmente o BrOffice.org está na versão

3.3.2.

34

Figura 06 : OpenOffice.org Calc. Fonte: http://primataregus.blogdetik.com/2010/09/

Figura 07 : MS Excel 2007.

Fonte: figura extraída do próprio aplicativo pelo autor.

Ao que se pode perceber, todas essas planilhas são similares, não só visual como

também tecnicamente. Um diferencial é que as planilhas do aplicativo MS Excel não lêem as

planilhas desenvolvidas no aplicativo Calc, se o arquivo gerado por esse aplicativo não for

salvo com a extensão do MS Excel, isto é, *.xls ou *.xlsx.

35

2.7 As vantagens das planilhas eletrônicas

* O Excel oferece muitos ajustes na interface ao usuário (WIKIPEDIA, 2011), o que a torna

mais agradável que a de um aplicativo como o Winplot, que não pode ter sua itnerface

remodelada;

* As células são organizadas em linhas e colunas, e contêm dados ou fórmulas com

referências relativas ou absolutas às outras células (WIKIPEDIA, 2011a), o que faz com que o

usuário possa criar uma fórmula uma única vez e, com o mouse, arrastá-la ou copiá-la para

várias partes da planilha, agilizando bastante essa tarefa.

* A recomputação inteligente de células, na qual apenas células dependentes da célula a ser

modificada são atualizadas (WIKIPEDIA, 2011a). Com essa característica, quando o usuário

altera uma célula, ou grupos de células, o aplicativo recalcula somente a parte diretamente

ligada ao que foi modificado, fazendo com que não se exija tanto da máquina (leia-

se:computador) que está processando a informação, pois quanto maior a quantidade de células

a serem processadas, maior o consumo de memória do aparelho, o que poderia torná-lo lento.

* O Excel tem capacidades avançadas de construção de gráficos. (WIKIPEDIA, 2011a)

* Socializa o educando com uma ferramenta que é bastante utilizada no mundo corporativo

(leia-se: empresarial), conforme se percebe ao ler vários anúncios de emprego na área

administrativa;

* Manipula com facilidade dados obtidos para se fazer cálculos estatísticos, servindo, ao

mesmo tempo, como repositório da informação do fenômeno observado (coleta dos dados

brutos), meio de análise e interpretação das observações (tabulação) e apresentação final dessa

informação por meio de gráficos (exposição);

* A facilidade no manuseio das informações coletadas;

* A dinamicidade que as planilhas trazem no momento da troca de modelos de gráficos sem

ter de se inserir a informação novamente;

* As fórmulas a serem desenvolvidas (no Excel, denominadas de funções) são divididas em

categorias tais quais Financeira, Matemática e Trigonométrica, Estatística, Lógica e, até

mesmo, Definida pelo usuário.

* Faz, facilmente, cálculos, operações matemáticas, projeções, análise de tendências, gráficos

ou qualquer tipo de operação que envolva números.

36

* Você pode tratar com um variado número de informações, de forma fácil e rápida,

principalmente se as mesmas fórmulas forem usadas por uma grande quantidade de

dados.

* Se houver necessidade de alterar algum número as fórmulas relacionadas serão

automaticamente atualizadas.

* Caso o usuário entenda um pouco de programação, pode utilizar o VBA9 para criar macros

10

para, entre outras coisas, facilitar ainda mais a prática de atividades excessivamente

repetitivas.

2.8 Passos para a criação de gráficos utilizando o aplicativo MS Excel

1.º passo – Abre-se o aplicativo que contenham os dados. Nesse exemplo, será utilizada uma

planilha que mostra o valor do capital e a dinâmica dos juros e do montante no decorrer de

dois anos, sendo a taxa de juros de 10% a.m. (ao mês);

Figura 08 : Planilha Microsoft Excel com exemplo de capital, juros e montante.

Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

_________________

9*1 O VBA é um complemento poderoso ao aplicativo (Excel e demais aplicativos do pacto MS Office

(WIKIPEDIA, 2011a). O seu principal uso é para fazer tarefas repetitivas, como por exemplo imprimir um

numero sequencial em um convite (WIKIPEDIA, 2011b).

10 Macros são comandos ou conjuntos de comandos tipicamente usados para automatizar sequências de instruções frequentemente usadas (repetitivas) pelo usuário, que, desse modo, poderá automatizar, de forma

simples, tarefas cotidianas (WIKIPEDIA, 2011c). A gravação de macros produz um código VBA que replica

ações do usuário, desse modo permitindo automação simples de tarefas cotidianas (WIKIPEDIA, 2011a).

37

2.º passo – Seleciona-se o intervalo que contém as variáveis a serem utilizadas. Isto pode ser

feito clicando-se na célula A1 e arrastando-se, com o botão o botão esquerdo do mouse até a

célula A26. Para não selecionar os intervalos de B1:B26 e C1:C26, pode-se optar por

pressionar e manter pressionada a tecla Control (Ctrl), clicar na célula D1 e arrastar até a

célula D26;

Figura 09 : Planilha Microsoft Excel com exemplo de capital, juros e montante selecionados.

Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

3.º passo – Clica-se na aba: Inserir;

Figura 10 : Planilha Microsoft Excel, aba Inserir.

Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

38

4.º passo – Seleciona-se a opção Dispersão (gráficos de dispersão);

Figura 11 : Planilha Microsoft Excel, opção Dispersão.

Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

5.º passo – adequar o gráfico (arrastar em qualquer direção, aumentar a largura ou o

comprimento do gráfico gerado).

Figura 12 : Planilha Microsoft Excel, gráfico de dispersão do montante.

Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

2.9 A contextualização, o trabalho em equipe e as webquests

Uma das formas de se trabalhar o aprendizado significativo é a partir da utilização de

situações-problema. Deixa-se de lado o modo de perguntar o que é e passa-se a utilizar as

39

situações do quotidiano dos alunos para criar algo a ser resolvido. Cria-se uma busca que terá

como ferramenta a aplicação do conceito matemático. É a chamada contextualização.

―A contextualização recomendada nos PCN‘s significa: ‗... a existência de um

referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questões

propostas. Essa postura não significa permanecer no nível de conhecimento que é

dado pelo contexto mais imediato, nem muito menos para o senso comum, mas visa

gerar a capacidade de compreender e intervir na realidade, numa perspectiva autônoma e desalienante.‘(FONSECA & FONSECA, 2006c, p.62)‖

Guiomar Namo de Mello (1999) apud FONSECA & FONSECA (2006c, p. 45) destaca como

aspecto importante da LDB a ênfase nas competências cognitivas, revertendo o foco do

ensino para a aprendizagem significativa e contextualizada.

Para (OBERTO, 2006) apud FONSECA & FONSECA (2006c, p. 62):

―contextualizar o conteúdo é trazer importância para o cotidiano do aluno, mostrar que os conhecimentos gerados dentro de uma sala de aula tem aplicação prática na

vida das pessoas como um todo, fazer com que o aluno compreenda que o saber não

é apenas acumulo de conhecimentos técnicocientíficos, mas as ferramentas para

enfrentar um mundo de significações.

Segundo TATSCH (2006, p. 22) ―A contextualização influencia diretamente na

produção de significados aos conhecimentos matemáticos pelo aluno, uma vez que possibilita

a relação entre teoria e prática. O ensino da Matemática que viabilize a contextualização pode

retirar o aluno da passividade no processo educativo.‖

Aliando-se a isto a interdisciplinaridade com a Física e a Biologia, conseguiu-se atrair

os alunos que gostam dessas áreas de estudo. Tudo na tentativa de promover um estudo que

seja mais atraente para uma gama maior do público alvo.

Segundo FONSECA & FONSECA (2006c, p. 62-3):

―A interdisciplinaridade e a contextualização possibilitam de acordo com os PCN´s

‗a integração dos diferentes conhecimentos que pode criar as condições necessárias

para uma aprendizagem motivadora, na medida em que ofereça maior liberdade aos

professores e aos alunos para a seleção de conteúdos mais diretamente relacionados

aos assuntos ou problemas que dizem respeito à vida da comunidade.‘‖

A escola construtivista procura desenvolver a inteligência por intermédio de situações

provocadoras, (substitui as aulas expositivas e a ―decoreba‖) que são escolhidas de acordo

com o nível mental dos alunos. (...) As pesquisas são estimuladas como ricas possibilidades

de aprendizagem. (FGF, 2005(?), p. 108).‖

Como no mundo corporativo se prega o trabalho em equipe, em detrimento do

individualismo, montou-se essa pesquisa fazendo os educandos priorizarem o trabalho

coletivo associado à pesquisa na rede mundial.

40

FONSECA & FONSECA (2005a, p. 63) corroboram tal ponto de vista:

―A educação acompanhou as mudanças na organização do trabalho após a revolução

industrial? Enquanto que na Sociedade Industrial a classe mais numerosa é a dos trabalhadores cuja atividade está ligada à produção industrial em massa, na

sociedade pós-industrial prevalece o conhecimento, surgindo de forma predominante

o emprego associado ao setor da Informação. Passou-se do trabalho individual

mecânico e repetitivo ao trabalho de equipe, desenvolvendo-se em estruturas

empresariais cada vez mais horizontais.‖

Após pesquisar várias técnicas que poderiam ser aplicadas a essa metodologia de

ensino, se optou por condensar a pesquisa em webquests. Com essa sistemática de trabalho se

pode deixar a população pesquisada mais à vontade para trabalhar os temas sem que o

professor fosse muito requisitado, deixando para os alunos trabalharem entre si as dúvidas e

questionamentos, não obstante houvesse interferência do professor em alguns momentos

estritamente necessários.

41

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 O Ambiente da Pesquisa

Esse trabalho se iniciou com uma pesquisa diagnóstica junto aos alunos do Ensino

Médio do Colégio Dom Bosco de Santa Quitéria, no estado do Ceará com o intuito de

escolher, dentro de um critério técnico, a sala que servira de população para a pesquisa. Em

seguida partiu-se para uma pesquisa-ação com os alunos do primeiro ano do ensino médio

dessa escola da rede particular de ensino.

Segundo VIECILI(2006, p.38-9):

―A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e

utilizar os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste

apenas em ver e ouvir, como também em examinar fatos ou fenômenos que se

desejam estudar. Traz como vantagem, a possibilidade de estudar uma ampla

variedade de fenômenos e de coletar dados sobre um conjunto de atitudes

comportamentais típicas. No entanto, reconheço que traz limitações como a de que

vários aspectos particulares podem não ser acessíveis ao pesquisador.‖

A escola escolhida fica no município de Santa Quitéria, no estado do Ceará. Santa

Quitéria é um município localizado na mesorregião do noroeste cearense, região de clima

semi-árido, quente e seco. Santa Quitéria tem uma extensão territorial de 45.080 habitantes

(Censo, IBGE, 2009) distribuídos por uma. (WIKIPEDIA, 2011f).

O Colégio Dom Bosco funciona normalmente nos expedientes de manhã e tarde e,

eventualmente, realiza atividades pedagógicas e culturais à noite ou, quando há procura e essa

procura se converte em uma situação líquida favorável, monta-se um cursinho preparatório

para concursos. Abaixo segue tabela com a distribuição das quantidades de alunos por turno,

nível e série:

Turno Nível Série Quantidade

Manhã: Educação infantil: infantil I, II e III 92

Ensino Fundamental: 1.º ao 5º ano 163

Tarde:

Ensino Fundamental: 6.º ao 9.º ano 124

Ensino Médio: 1.º ao 3.º ano 57

Figura 13 : Quadro de distribuição do número de alunos por turno e níveis de ensino. Fonte: Desenvolvido pelo próprio autor.

42

O Colégio Dom Bosco começou como uma pequena escola no centro de Santa

Quitéria, denominada, na época, de Educandário ―O Mindinho‖, fundado pela pedagoga

Maria Lúcia Mesquita Magalhães em 05 de março de 1974. O nome se devia ao fato de o

objetivo inicial da escola ser a socialização e alfabetização de crianças. Com a implantação do

Ensino Médio, surgiu a necessidade de modificar o nome da escola, por exigência do

Conselho Estadual de Educação – CEC, adotando a escola o nome que tem hoje: Colégio

Dom Bosco.

Atualmente a coordenação geral do colégio é exercida pela Professora Maria

Aurismênia Chaves Farias Paiva, graduada em Ciências pela Universidade Estadual Vale do

Acaraú – UVA, com habilitação em Física e Química. A coordenação pedagógica do Ensino

Médio está sob a responsabilidade do professor Francisco das Chagas Araújo de Paiva,

Graduado em Pedagogia com habilitação em História. A direção da escola ainda está sob a

orientação da Professora Maria Lúcia Mesquita Magalhães e seu esposo José Ornelito

Magalhães, engenheiro civil e professor universitário aposentado.

O Colégio Dom Bosco emprega quarenta e uma pessoas - englobando o núcleo gestor,

pedagógico, docentes, pessoal técnico e de apoio – estando entre as empresas que mais

fornecem emprego e oportunidade de emprego em Santa Quitéria. É uma das poucas

instituições que recebem o profissional para, pacientemente, capacitá-lo para a situação real

da docência e para o estágio supervisionado de alunos dos cursos de licenciatura.

3.2 A Pesquisa diagnóstica

Iniciou-se a pesquisa coletando os dados da escola através de uma entrevista com a

secretária da escola. A tabela abaixo consta o número de alunos por sala e sexo:

Tabela 01 - Divisão dos alunos do Ensino Médio do Colégio Dom Bosco.

Série Núm. de alunos % Masculino % Feminino %

1º ANO – EM 22 38,6 10 45,45 12 54,55

2º ANO – EM 17 29,8 6 35,29 11 64,71

3º ANO – EM 18 31,6 5 27,78 13 72,22

Total 57 100,0 21 36

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

43

Por esta tabela, percebe-se que a turma do 1º ano é a mais numerosa do Ensino Médio,

(38,6% do total de alunos deste nível de ensino).

O próximo passo da pesquisa foi a distribuição de questionários nas salas do primeiro,

segundo e terceiro ano do Ensino Médio, dentre os alunos que estavam presentes no dia da

pesquisa, 31 de março de 2011. Nem todos os alunos estavam presentes, no entanto a amostra

observada ficou considerável para o estudo, pois mais de 90% do universo a ser estudado

estava presente, conforme se percebe na tabela abaixo:

Tabela 02 - Relação entre os alunos entrevistados e o total de

alunos.

Série Total de alunos Entrevistados %

1º ANO – EM 22 19 86,36

2º ANO – EM 17 17 100,00

3º ANO – EM 18 16 88,89

Total 57 52 91,23

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

A primeira pergunta do questionário indagava a respeito da série que cada aluno

cursava. O intuito era de associar essa informação à faixa etária do aluno. Essa primeira

informação postada em um gráfico setorial mostra distribuição dos 57 alunos presentes no dia

da entrevista entre as três séries do ensino médio.

Tabela 03 - Distribuição dos alunos entrevistados por série.

Série Total de alunos %

1º ANO - EM 19 36,50

2º ANO - EM 17 32,70

3º ANO - EM 16 30,80

TOTAL 52 100,00

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

44

Por este gráfico percebe-se que o número de alunos por série está bastante

uniformizado, com ligeira maioria apontada pelo 1º ano do Ensino Médio.

Figura 14 : Gráfico de distribuição dos alunos entrevistados por série.

Fonte: Dados coletados e tabulados pelo próprio autor.

A segunda pergunta era referente à idade dos entrevistados. Percebe-se que em sua

maioria, os jovens estão dentro de sua faixa etária. A média de idade do primeiro ano é de

catorze anos, coincidindo com a idade que mais se apresenta. Já a média de idade do segundo

ano é de dezesseis anos, com a moda coincidindo com a mediana. Da mesma forma a mediana

e a moda se igualam com a idade de dezesseis anos observada no terceiro ano do ensino

médio.

Para Tania Zagury apud FONSECA & FONSECA (2005b, p. 53), ―O papel do

professor é iniciar esse processo (a motivação), trazendo coisas interessantes para o aluno, de

acordo com a faixa etária.‖

Tabela 04 - Distribuição dos alunos entrevistados por idade

e série.

Série \Idade <14 14 15 16 17 >17 Total

1º ANO - EM 4 9 6 0 0 0 19

2º ANO - EM 0 0 7 8 1 1 17

3º ANO - EM 0 0 1 12 3 0 16

TOTAL 4 9 14 20 4 1 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

A Lei federal 11.114, de 16 de maio de 2005, instituiu a obrigatoriedade de matricular

as crianças no primeiro ano do ensino fundamental aos seis anos, quando a mesma completar

essa idade até o início do ano letivo. Já a Lei federal 11.274, de 06 de fevereiro de 2006,

45

instituiu o ensino fundamental de nove anos. A partir desse parâmetro, pode-se inferir que, se

a criança entra no primeiro ano do ensino fundamental aos seis anos, concluirá o ensino

fundamental aos catorze anos e, consequentemente, o ensino médio aos dezessete anos.

Analisando a faixa etária dessas três séries, percebe-se que dentre os dezenove alunos do

primeiro ano, quatro estão com a idade abaixo de catorze anos e quinze alunos estão na faixa

etária ideal. No segundo ano, considerando a faixa etária ideal, como sendo de dezesseis anos,

tem-se que sete alunos estão adiantados em relação à essa faixa, nove alunos estão na faixa

etária ideal e um aluno se encontra fora de sua faixa. Em relação ao terceiro ano, percebe-se

que eles estão, de certa forma, adiantados em relação à sua faixa etária, pois terminarão o

ensino médio com dezesseis anos.

Figura 15 – Quadro de nomenclatura e correspondência das séries com a idade escolar.

Fonte: Adaptado de http://www.sinepe-ce.org.br/fundamental9anosl.htm

A tabela 05 dá uma noção da relação do sexo da população pesquisada, com maior

presença do público feminino em todas as três séries do Ensino Médio.

Tabela 05 - Distribuição dos alunos entrevistados por sexo e série.

Série Masculino % Feminino % Total

1º Ano - EM 9 47,4 10 52,6 19

2º Ano - EM 7 41,2 10 58,8 17

3º Ano - EM 5 31,3 11 68,8 16

Total 21 40,4 31 59,6 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Apenas o aluno do terceiro ano do ensino médio justificou sua reprovação que

ocorrera no primeiro ano do ensino fundamental pois, na época, não havia aprendido a ler em

ACES-SO EM

I D A D E (anos)

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

2006 Mater-nal I

Mater-nal II

Jar- dim I

Jar-dim II

-- -- -- -- -- -- -- -- --

2007 Inf. 2 Inf. 3 Inf. 4 Inf. 5 1ª

série 2ª

série 3ª

série 4ª

série 5ª

série 6ª

série 7ª

série 8ª

série 9ª

série

Educação Infantil (2007)

Anos Iniciais Anos Finais

Ensino Fundamental (2007)

46

virtude de problemas de saúde que o levou a se ausentar da escola durante o processo de

estudo.

Tabela 06 - Distribuição dos alunos entrevistados por resultado de

aprovação/desaprovação.

Série Reprovados % Aprovados % Total

1º Ano - EM 0 0,0 19 100,0 19

2º Ano - EM 1 5,9 16 94,1 17

3º Ano - EM 1 6,3 15 93,8 16

Total 2 3,8 50 96,2 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

No tocante à sexta pergunta: Você pretende fazer faculdade/curso técnico de nível

superior, a resposta foi unânime. A força com a qual os governos trabalham na mídia o

incentivo ao estudo talvez seja o motivo disso. Hoje, as pessoas têm estudado mais e isso é

bom para o desenvolvimento do pais. Outro motivo que pode acarretar a essa busca incessante

pode ser a necessidade da atualização em relação à utilização das novas tecnologias – sempre

crescentes.

Tabela 07 - Distribuição dos alunos por curso e série.

Série Adm. Arq. Des. Dir. Enf. Eng. Hist. Let. Med.

Med.

Vet. Mús. Nutr. Odon. Zoot.

Não

sabe Total

1º ano 1 1 1 3 1 6 0 0 3 1 0 0 2 0 2 21*

2º ano 0 0 0 3 0 1 1 0 10 0 0 0 1 0 1 17

3º ano 0 0 0 2 1 2 0 2 3 0 1 1 0 1 6 19*

Total 1 1 1 8 2 9 1 2 16 1 1 1 3 1 9 57

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Percebe-se o tradicionalismo histórico pela escolha dos cursos com prevalescência dos

cursos de Medicina e Direito, com o aparecimento do curso de Engenharia.

A sala do primeiro ano do Ensino Médio se mostrou mais dividida (maior distribuição

dos cursos escolhidos em relação às demais turmas, com uma certa preferência pelo curso de

Engenharia (28%), Medicina e Direito (14%) . O segundo ano do Ensino Médio se mostrou

_________________

Apesar de haver 19 alunos no 1º do Ensino Médio, dois deles estavam em dúvida em relação aos cursos

pretendidos e escolheram dois cursos cada um. O mesmo ocorreu no 3º ano.

47

interessado no curso de Medicina (58%) e Direito (17%). Já a turma do terceiro ano, com

interesses bem diversos, chamou atenção pelo alto índice de dúvida em relação ao curso

pretendido (32%), isto posto, considerando que todos afirmaram em pergunta anterior que

cursarão algum curso de nível superior. Percebeu-se ainda uma ligeira preferência pelo curso

de Medicina (15%), seguido dos cursos de Direito, Engenharia e Letras (10%).

Outro fato a ser destacado é o de que os locais dos cursos continuam restritos, quase

que na totalidade às cidades de Sobral (UVA-UFC-Inta-FLF) e Fortaleza (UFC-Unifor).

Apenas uma pessoa pretende fazer curso fora do Estado do Ceará. A UECE não foi opção de

nenhum dos alunos entrevistados.

Ao serem consultados sobre quais as duas disciplinas das quais mais gostam ficou

evidente que a Biologia ganhou das demais disciplinas (24% da preferência do universo

entrevistado) seguido pela História (14%). Quando se analisa por série, a preferência pela

Biologia no primeiro ano continua evidente (21%) enquanto que o gosto pela História (18%)

se acentua um pouco mais em relação à média dos três anos do ensino médio. Esse resultado é

estranho, haja vista a maioria dos alunos do primeiro ano ter optado pelo curso de Engenharia.

No segundo ano do Ensino Médio, turma que tem predileção pelo curso de Medicina, houve a

predominância do gosto pela Biologia (32%) e pela Química e Redação (14%, cada uma). O

que se adequa aos cursos escolhidos pelos alunos. Já no terceiro ano, a disciplina de História

(22%) apresenta ligeira preferência dos alunos seguida pela disciplina de Biologia(19%).

Tabela 08 - Distribuição das disciplinas que os alunos mais gostam por série.

Série Arte Bio. Ed.

Fís. Esp. Fil. Fís.

For.

Hum. Geog. His. Ing. Lit. Mat. Por. Quí. Red. Soc. Total

1º ano 1 8 4 4 1 3 0 0 7 2 0 3 1 3 1 0 38

2º ano 0 11 1 2 1 0 0 2 1 0 0 3 3 5 5 0 34

3º ano 1 6 0 0 1 4 0 0 7 0 0 4 4 3 1 1 32

Total 2 25 5 6 3 7 0 2 15 2 0 10 8 11 7 1 104

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Ao serem questionados sobre as duas disciplinas das quais menos gostam, há a

predominâncias das disciplinas referentes às ciências exatas: Química, Física e Matemática.

Quando se analisa por série, a Química continua na liderança (18%) seguida da

Literatura e da Matemática (ambas com 13%) no primeiro ano do Ensino Médio. Ao se

analisar os dados relativos ao segundo ano, a Química e a Física (26%) respondem pela

48

primeira posição, seguidas da Matemática e do Inglês (14%). Quanto ao terceiro ano, a

Química (22%) se apresenta em primeiro lugar seguida da Física (19%).

Tabela 09 - Distribuição das disciplinas que os alunos menos gostam por série.

Série Arte Bio. Ed.

Fís. Esp. Fil. Fís.

For.

Hum. Geog. His. Ing. Lit. Mat. Por. Quí. Red. Soc. Total

1º ano 2 1 2 0 2 2 0 3 1 4 5 5 1 7 1 2 38

2º ano 0 0 0 0 0 9 0 1 2 5 2 5 1 9 0 0 34

3º ano 0 0 0 1 3 6 0 3 2 1 3 4 1 7 0 1 32

Total 2 1 2 1 5 17 0 7 5 10 10 14 3 23 1 3 104

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Os altos índices de desgosto/descontentamento com a Química em todos as três séries

do Ensino Médio não correspondem com o interesse do público pela escolha do curso de

Medicina, haja vista esta disciplina, juntamente com a Biologia, ser considerada uma das

principais para quem vai cursar Medicina. É o que as comissão executivas dos vestibulares

chamam/avam de disciplinas específicas.

Na décima pergunta foi questionado, especifica e claramente, se eles gostavam de

Matemática ou não, e justificassem sua resposta. No geral, a resposta ficou tecnicamente

equilibrada com ligeira tendência à resposta negativa. Da amostra de 52 alunos pesquisados,

25 (48%) afirmaram gostar da Matemática e 27 (52%) afirmaram não gostar dessa disciplina.

Ao se analisar por série, se percebe que o primeiro ano apresenta maior resposta negativa a

essa pergunta com 37% respondendo afirmativamente e 63%, negativamente.

Tabela 10 - Distribuição do gosto pela disciplina de

Matemática no Ensino Médio.

Série Sim Não Total

1º ano - EM 7 12 19

2º ano - EM 9 8 17

3º ano - EM 9 7 16

Total 25 27 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Em relação ao motivo pela qual gostam da Matemática, alguns alunos do primeiro ano

justificaram assim: ―aulas divertidas‖, ―são bem explicadas, mas os cálculos são difíceis‖, ―o

49

professor explica bem e é divertido‖; já, os alunos que responderam negativamente a pergunta

justificaram que: (a aula) ―deveria ser divertida para melhor entendimento‖, ―o professor foge

do assunto‖, ―explicado de uma maneira que não entendo‖, ―tem que ser mais objetivo‖, ―pois

não entendo‖.

No tocante às respostas dadas se percebe que alguns alunos gostam da metodologia

atual aplicada, e que há uma convergência de interesses entre parte dos alunos e do professor.

Por outro lado, o professor não consegue se fazer entender para alguns alunos: as afirmativas

de que ―o professor foge do assunto‖ e ―tem que ser mais objetivo‖, é uma referência,

segundo afirmativa dos alunos, aos momentos em que o professor utilizava-se da história da

matemática para introduzir assuntos de geometria plana e trigonometria. Fato este reprovado

por eles que diziam que isto era ―aula de História‖.

A turma do segundo ano que afirmou gostar de matemática justificou com frases do

tipo: ―o professor trata tambem de temas da atualidade‖, ―pois o professor se esforca para me

fazer entender a materia.‖, ―pois o professor sabe a materia e é muito brincalhão nas aulas.‖;

em contrapartida a isso, os alguns que afirmaram não gostar de matemática justificaram

assim: ―pois tem muita aula‖, ―são todas dadas de uma forma só‖, ―pois não gosto da matéria

e logicamente não irei gostar das aulas‖ .

Em verdade, o estilo tradicionalista expositivo de lecionar, em que se privilegia o

conteúdo, é realmente cansativo, mas as aulas costumam ser dialogadas com os alunos, e

enriquecidas de aplicações, quando possível, do assunto abordado no quotidiano.

Em se tratando do terceiro ano, as justificativas afirmam que: ―pois (as aulas) são

divertidas‖, ―ele dá exemplos que fazem com que a matéria fique fácil‖, ―pois ele conduz

muito bem e explica muito bem.‖; no tocante aos que responderam negativamente, suas

justificativas são como estas: ―pois são cansativas.‖, ―não gosto da resolução (de questões)‖,

―as aulas são monótonas‖.

Percebe-se que no terceiro ano, o professor ainda não conseguiu chegar no ponto de

motivação dos alunos. Isso em parte se deve ao fato de que essa série é, por determinação das

políticas educacionais da escola, voltada ao ingresso no ensino superior, o que faz com que os

aspectos do tradicionalismo estejam mais presentes. As aulas expositivas costumam ter o

mesmo ar de apresentação, pois durante todo o aluno letivo essa turma, os professores e a

coordenação falam uma única língua: a de que tem que passar no vestibular.

Ao serem questionados se queriam sugerir algo, alguns alunos do primeiro ano

responderam que o professor: ―trouxesse vídeos interessantes de matemática‖, ―tornar a aula

mais interessante, explicando a matéria de outro jeito‖, ―aulas que despertassem o interesse do

50

aluno‖. Já os alunos do segundo ano responderam que: (queriam) ―menos aula de Matemática

na semana‖, ―trabalhos práticos‖, ―Nada. Matemática é Matemática.‖. O terceiro ano sugeriu

que: (fizesse) ―algo mais prático‖, ―aulas interativas‖, ―coisas novas‖.

Ao que se percebe, há um clamor por parte dos alunos para que as aulas tenham um

cunho mais prático, que se mostre melhor a aplicabilidade do conteúdo que está sendo

passado e uma modificação na forma de se ministrar as aulas. Os alunos estão se sentindo

cansados e desmotivados pois a forma de se trabalhar está monótona.

Com o intuito de averiguar a viabilidade da utilização das planilhas eletrônicas como

instrumento didático sem que se tenha que parar o curso das aulas para ir explicar o

funcionamento desse aplicativo, foi perguntado aos alunos se eles sabiam utilizar as planilhas

eletrônicas. E a resposta foi positiva para todas as séries pesquisadas.

Tabela 11 - Distribuição da resposta à pergunta se os alunos sabem usar

planilhas eletrônicas, por série.

Série Sim Não Total

1º ano - EM 11 8 19

2º ano - EM 11 6 17

3º ano - EM 9 7 16

Total 31 21 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Esse alto índice afirmativo também se deve ao fato de que a escola oferece em seu

currículo, há alguns anos, a disciplina de informática para o ensino fundamental, de sexto a

nono ano.

Como o objetivo é a modelagem matemática a partir, principalmente, da análise de

gráficos e funções, foi indagado aos alunos se eles sabiam construir gráficos dentro do

ambiente das planilhas eletrônicas. No geral, as respostas foram negativas. Tanto o primeiro

quanto o segundo ano afirmaram em sua maioria não saberem criar gráficos em planilhas.

Somente o terceiro ano respondeu positivamente a esta pergunta.

51

Tabela 12 - Distribuição da resposta à pergunta se os alunos sabem fazer

gráficos com planilhas eletrônicas, por série.

Série Sim Não Total

1º ano - EM 6 13 19

2º ano - EM 5 12 17

3º ano - EM 12 4 16

Total 23 29 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Apesar de este ser um ponto chave para o aprendizado utilizando este método, a

criação de gráficos em ambiente de planilhas é tarefa relativamente simples, conforme se

pode verificar nas figuras que seguem os passos descritos no item 2.8 deste trabalho.

Enfim, com o intuito de saber se a metodologia seria inédita na escola, indagou-se se

algum professor já havia utilizado planilhas eletrônicas em suas aulas para fazer algum

cálculo, gerar algum gráfico ou chegar a alguma conclusão a partir da análise de alguma

informação feita nas planilhas eletrônicas.

Tabela 13 - Distribuição da resposta à pergunta se os alunos já

haviam utilizado planilhas eletrônicas em alguma aula, por série.

Série Sim Não Total

1º ano - EM 4 15 19

2º ano - EM 3 14 17

3º ano - EM 11 5 16

Total 18 34 52

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

A maioria das respostas foram negativas para essa pergunta. Ao que responderam sim

foi feito uma segunda pergunta para se saber como havia sido essa aula, ao que responderam

que quando faziam aulas de informática o professor da disciplina havia ensinado a utilizar o

excel em algumas aulas. Considerando que a utilização da planilha na aula de informática foi

com o intuito de se fazer o aluno aprender a utilizar a ferramenta, e não como elemento

ferramenta de apoio pedagógico em alguma tarefa de outra disciplina, entende-se que a sua

52

aplicação nas aulas de matemática como instrumento pedagógico e estimulador da curiosidade

dos alunos será vista um fato novo, indo ao encontro do anseio do público observado.

Levando em consideração o fato de os alunos do primeiro ano do Ensino Médio

representam dentro desse nível de ensino a maior amostraterem dentre as demais séries

(38,6%), que eles representam o público em que houve maior presença no dia da aplicação do

questionário de sondagem (36%), que foi a turma que teve maior predileção por um curso da

área de ciências exatas (28% pretende fazer engenharia), sendo, no entanto, a sala que

apresentou maior negatividade ao questionamento do gosto pela Matemática (13%), Química

(18%) e, inclusive, Literatura (13%) e a sala que apresentou maior negatividade à pergunta se

gostavam de Matemática (63%) é que se decidiu por aplicar a pesquisa ação nessa sala.

Na perspectiva de ensinar na era planetária, a didática adquire uma articulação

multidimensional, necessitando de articular as diferentes dimensões da tríade: ação-

reflexãoação e propor uma verdadeira contextualização para a educação. (FONSECA &

FONSECA, 2005b, p. 21).‖

Para Tania Zagury apud FONSECA & FONSECA (2005b, p. 53), ―Ligar o conteúdo à

realidade tem se mostrado um método bastante eficaz. Alguns conteúdos, no entanto, não se

prestam a essa estratégia. Isso não significa que devam ser retirados do currículo.‖

53

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em um segundo momento foi feita outra avaliação diagnóstica, via questionário, para

se ter uma noção de antes e depois da intervenção.

A primeira pergunta tinha o intuito de confirmar se os alunos já haviam estudado

Matemática com o auxílio das TICs e de forma interativa. O resultado da análise dos dados

demonstrou que 100% da amostra respondeu negativamente.

Figura 16 – Gráfico sobre o estudo da Matemática utilizando as tecnologias da informação.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor. A segunda pergunta procurava mostrar o grau de conhecimento dos recursos que as

planilhas eletrônicas ofereciam por parte dos alunos. A análise dos dados mostrou que a

maioria dos alunos conhecia o mínimo, o que mostra, pelo que se observa nos trabalhos

realizados, que houve bastante progresso no conhecimento das ferramentas utilizadas.

Figura 17 – Gráfico sobre o conhecimento dos recursos das planilhas eletrônicas.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

54

O terceiro quesito tinha por finalidade avaliar o que os alunos achavam de ter estudado

dessa forma. Na qualidade de questão aberta, deu-se margem às mais variadas formas de

respostas. Uma interpretação do linguajar atribuído ao sentido das expressões dadas como

respostas pelos alunos mostra que eles avaliaram positivamente o método aplicado. São

respostas deles: ―boa‖, ―mais interessante‖, ―diversificada, o que deixou a aula mais bacana e

nos fez prestarmos mais atenção‖, ―muito divertido e dinâmico‖, ―melhor que a tradicional‖.

O quarto quesito tinha por finalidade, dentro de um espaço amostral de respostas pré-

direcionadas, avaliar as aulas de maneira mais generalizada. Nenhum dos alunos se mostrou

totalmente averso ao método. Alguns poucos acharam as aulas ruins, mas a grande maioria

considerou as aulas boas (39%) ou ótimas (44%).

Figura 18 – Gráfico sobre a avaliação das aulas com a utilização das tecnologias da informação.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

Numa tentativa de buscar um paralelo entre a metodologia anterior e a utilizada na

intervenção, questionou-se se o método era motivador ou desmotivador do estudo da

Matemática. O resultado mostrou que a maioria dos alunos achou o método

interessante/divertido, com boa parte preferindo essa forma de estudar.

Figura 19 – Gráfico sobre a qualificação do método interventivo.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

55

O sexto quesito objetivou verificar se a metodologia aplicada havia motivado os

alunos em relação ao estudo da Matemática. A análise constatou que a maioria dos alunos se

sentiu interessada/motivada pela Matemática.

Figura 20 – Gráfico sobre o interesse/motivação pelas aulas interventivas.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

A sétima pergunta buscava identificar o motivo que levou os alunos a darem a resposta

à questão anterior. Para esse quesito, em virtude de a cidade ser localizada no sertão central e

de não ter salas climatizadas, optou-se, no momento da aplicação do questionário, por

solicitar aos alunos que marcassem duas opções, pois temia-se que a climatização da sala de

informática fosse considerada a razão principal da motivação dos alunos, o que desviaria, de

certa forma, a análise da aplicação das TICs no processo.

Figura 21 – Gráfico sobre os motivos do interesse/motivação pelas aulas interventivas.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

56

O objetivo do oitavo quesito era de sentir quantitativamente, da parte do aluno, qual

das metodologias realmente influenciou na formação da opinião do aluno. O gráfico abaixo

representa a média das notas atribuídas pelos 23 alunos da pesquisa. Aqui se percebe,

novamente, que a climatização da sala de informática influenciou consideravelmente na

decisão dos alunos. Em segundo lugar, a utilização das planilhas, seguida do datashow e do

trabalho em equipe.

Figura 22 – Gráfico sobre a nota de 0 a 10 dada a cada uma das ferramentas interventivas.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

O objetivo da nona pergunta era de identificar o tema que foi melhor trabalhado.

Novamente o gráfico abaixo mostra a média das notas atribuídas pelos alunos. Os resultados

foram bastante similares, em termos de notas, sendo que todos tiveram um alto nível de

aceitação, pois nenhuma nota dada às aulas foi menor que 8,0, apesar de nenhuma das aulas

ter agradado consensualmente à turma.

Figura 23 – Gráfico sobre a nota de 0 a 10 dada às aulas interventivas.

Fonte : Questionário desenvolvido e aplicado pelo autor.

57

A décima pergunta indagava se a intervenção conseguiu ajudar o aluno a entender

melhor as aplicações da matemática. Nesse ponto, um aluno respondeu que não gostou

afirmando que dessa forma a Matemática tinha ficado ―chata‖, dois alunos responderam

―mais ou menos‖, isto é ficaram indecisos e a grande maioria acenou positivamente com

―sim‖ e outras respostas que pertencem a esse mesmo campo semântico.

A décima primeira pergunta objetivava analisar falhas no método. A mesma pedia um

ponto negativo percebido pelos alunos na metodologia. Dos vinte e três alunos, cinco não

encontraram nada de negativo nas aulas. Dentre aqueles que responderam, pode-se citar: (a

Matemática ficou) ―sem raciocínio‖, ―um certo barulho‖, ―o computador fazendo cálculos por

mim‖ e ―porque quanto eu to nas aulas eu tenho vontade de mexer no facebook e não posso‖.

Ao que se percebeu pela análise das respostas obtidas, uma minoria dos alunos não se

sentiu confortável com a mudança no estilo de trabalho em que eles tinham que pesquisar os

temas na internet, assistir aos vídeos sobre o assunto e depois resolver, de forma crítica, as

tarefas contidas nas webquests. Outro fato que chamou bastante atenção logo no início da

intervenção foi que os alunos, tão acostumados à internet, ao sentarem à mesa da sala de

informática, iam diretamente acessar suas redes sociais. Esse foi um dos problemas a serem

encarados no decorrer dessa pesquisa: conscientizar os alunos de que aula com auxílio de

internet não significa aula de rede social.

Segundo BALESTRASSI & DE PAIVA (2007) ―A média é muito sensível a valores

extremos de um conjunto de observações, enquanto a mediana não sofre muito com a

presença de alguns valores muito altos ou muito baixos. A mediana é mais ―robusta‖ do que a

média.‖

Devemos preferir a mediana como medida sintetizadora quando o histograma do conjunto de

valores é assimétrico, isto é, quando há predominância de valores elevados em uma das

caudas.

58

5. CONCLUSÕES

Ao fim da pesquisa, percebeu-se que a metodologia aplicada, associando vários

aspectos conseguiu atingir boa parte do público alvo e, consequentemente, seu objetivo:

mostrar que a Matemática está bem presente no quotidiano das pessoas.

O trabalho feito com as webquests pôde propiciar uma atitude mais ativa por parte dos

alunos do que o que tradicionalmente se percebe quando o professor simplesmente apresenta

assunto que devem ser assimilados pelos alunos que têm que ter aquilo como verdade

absoluta de forma acrítica. Dessa forma se conseguiu fazer os alunos pesquisarem e criticarem

os assuntos por eles trabalhados.

Edgar Morin (2003, p.107) apud FONSECA & FONSECA (2005b, p. 21 ) refere que:

―A missão da educação consiste em reforçar as condições que tornarão possíveis

emergências de uma sociedade-mundo composta por cidadãos protagonistas, envolvidos de forma consciente e critica na construção de uma civilização

planetária‖. Percepção instigante, para os pensadores no tempo atual.‖

A contextualização e as situações problema conseguiram dar mais significado aos

conteúdos abordados.

Para Arroyo (2002, p. 19) apud Silva (2009), ―quanto mais nos aproximamos do

cotidiano escolar mais nos convencemos de que ainda a escola gira em torno dos professores,

de seu ofício, de sua qualificação e profissionalismo. São eles e elas que a fazem e

reinventam‖.

A disseminação e o uso massivo da informática e suas tecnologias, surgiu, diante da

educação, e por conseguinte, do professor, um novo desafio: utilizar de forma estratégica o

computador e as demais tecnologias da informação como ferramenta de trabalho pedagógico.

Não deveria ser um desafio, mas uma questão de convergência espontânea, se não

fosse pelo fato de o professor que atualmente milita no mercado de trabalho não ter tido, em

sua maioria, formação para isso. Na verdade, os atuais professores, quando alunos, no

máximo, utilizavam máquinas de datilografar e faziam consultas em livros e enciclopédias das

bibliotecas públicas ou das escolas/faculdades onde esstudavam.

Na verdade, o problema não é saber utilizar o computador, mas utilizá-lo como

ferramenta pedagógica para um fim específico. Pois, saber ligar um computador, utilizar um

editor de texto, ouvir uma música ou acessar a internet, praticamente todos sabem, pois são

tarefas intuitivas; Já fazer com que o professor prepare uma aula com determinado conteúdo,

59

de acordo com os objetivos pré-estabelecidos, pressionado pela carga horária de trabalho

utilizando datashow, computador, internet, dentre outras ferramentas, considerando sua falta

de preparo e costume, é algo que se pode taxar de tarefa desafiadora, hercúlea.

É uma mudança de paradigma. A escola do passado era um ambiente fechado, com

cadeiras, quadro negro e o professor passava instrução para os alunos. Atualmente, a escola se

faz tanto dentro como fora das quatro paredes, com o auxílio das tecnologias da informação e

comunicação para desenvolver nos educandos o a capacidade de interpretar para agir diante

do que lhes foi exposto. Com isso, se faz importante que o professor passe a ser um mediador

no processo de ensinar o educando a aprender interagindo com o meio.

Para DORNELAS(2003) apud FONSECA (2006a, p. 25):

―O perfil da sociedade dos nossos dias aponta para a busca permanente da

construção de uma escola sem paredes, firmada numa cultura de autonomia e de

responsabilidade e promotora do debate de temas fundamentais para a nossa

existência diária tais como: liberdade e controle; humanidades e ciências técnicas; democracia e autoritarismo; homem e máquina.‖

Segundo FONSECA & FONSECA (2005a, p. 67) ―O professor será cada vez menos o

repositório do saber e transmissor dos conteúdos. Deverá se transformar no mediador do

processo de busca do conhecimento numa perspectiva de trabalho colaborativo, em

detrimento da aquisição e acumulação de conteúdos.‖

E que:

―Estaremos em breve assistindo ao fim da escola enquanto instrumento privilegiado

e quase exclusivo de ensino e aprendizagem. A escola deve cada vez mais constituir-

se um elemento da sociedade cognitiva, onde, numa visão mais ampla da

comunidade educativa, se reforçarão os laços com outros interlocutores, como os

museus, as bibliotecas, os centros de saber e todos os agente sociais direta ou

indiretamente envolvidos nas questões educacionais (FONSECA & FONSECA,

2005a, p. 67)‖.

Para TATSCH (2006, p. 26): ―É preciso oferecer meios para que o aluno estabeleça

significados aos conhecimentos matemáticos, construindo saberes e competências necessários

para a leitura do mundo.‖

O trabalho em equipe foi bem desenvolvido, com poucas rejeições ao método que

apresentou uma pequena falha devido a dois imprevistos: um dos computadores não tinha a

planilha eletrônica instalada, o que teve que ser contornado com a diminuição de uma das

turmas, o que aumentou o número de integrantes de três equipes que passaram a ter quatro

integrantes, ao invés de três. Outro imprevisto foi um defeito que apresentou um dos

computadores já no final da pesquisa, fato este que não foi determinante, mas que atrapalhou

um pouco o processo.

60

O Construtivismo de Piaget também prega o trabalho em equipe, conforme cita a

apostila de Psicologia da Educação da FGF:

―(As pesquisas) são estruturadas de modo a privilegiarem o espírito desafiador,

assim como a colaboração, a cooperação e intercâmbio de pontos de vista na busca

conjunta do conhecimento. (FGF, 2005(?), p. 108).‖

―A escola construtivista (...) privilegia a metodologia do trabalho grupal entre os

alunos; pois a interação social possibilita a aprendizagem.‖ (FGF, (2005(?), p. 109):

A contextualização, a interdisciplinaridade e a modelagem conseguem, quando

trabalhadas em conjunto, dar maior significado aos temas matemáticos, se comparados com o

que se costuma fazer nas aulas tradicionais.

Para Edgar MORIN (2000) apud FONSECA & FONSECA (2005a, p. 53), uma das

competências essenciais que a educação deverá possibilitar é a construção do conhecimento a

partir da organização, da informação de modo coerente.

Houve pouca preferência dos alunos pela pesquisa na internet, alguns chegando a

classificar o trabalho de pesquisa do roteiro da webquest como difícil.

No tocante a isso, LÉVY (1993) apud FONSECA & FONSECA (2005a, p. 53) refere

que a educação na atual sociedade tenderá a: Utilizar crescentemente de formas de ensino

aberto e a distância, aproveitando os recursos disponibilizados pelas novas tecnologias da

informação e comunicação; Explorar novas práticas pedagógicas que promovam a

aprendizagem individualizada e cooperativa;

Dentro deste aspecto a pesquisa tentou incluir a cidadania, ao mostrar a necessidade de

se exigir os direitos. Houve uma modesta conscientização dos alunos no tocante ao tema de

ética e cidadania com a abordagem da telefonia celular, momento em que houve uma atuação

mais expositiva por parte do professor comentando sobre os direitos e deveres do cidadão.

Os PCN´s, tentando superar as chamadas "grades curriculares" e contemplar a

preocupação com as questões sociais, integram os temas transversais: Ética, Pluralidade

Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual como proposta pedagógica

Segundo FONSECA & FONSECA (2005a, p. 147):

―Na sua implementação, a instituição escolar deverá proporcionar ou dinamizar um

conjunto de situações e atividades de modo a promover um leque variado de

aprendizagens, que inclui a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de

competências, a promoção de valores e a vivência de práticas, influenciando

princípios e instituições democráticas, bem como o respeito pelos direitos humanos

e da diversidade cultural e de idéias, baseadas em normas que não estando escritas,

apenas são sancionadas pelo sentimento universal do que é justo.‖

Conforme refere FONSECA & FONSECA (2006c, p. 64):

―(...) o aluno perceberia como a matemática, a história e a física contribuem para

compreendermos e atuarmos em relação ao meio ambiente. Qual o interesse

61

pedagógico desta proposta? Aproximar o estudo formal aos problemas reais.

Nenhum fenômeno pode ser explicado com clareza por uma disciplina isolada. O

mundo, enfim, é interdisciplinar.

FONSECA & FONSECA (2006c, p. 64) refere que deseja que a escola de ensino

médio possa vir a se constituir no espaço de formação de um jovem que se aproxime da

realidade de outras formas, que aprenda de modo diferente e que possa construir novos

saberes para a cultura de seu tempo.

A observação conseguiu perceber que os jovens, apesar de viverem em um meio em

que as tecnologias e a informática estão à sua volta, não utilizam essas ferramentas para

ampliar seus potenciais em sua plenitude; geralmente aprendem a utilizar as redes sociais, os

mensageiros eletrônicos e o celular para passar mensagens e acessar a internet. O correio

eletrônico não é muito utilizado por eles. Há uma utilização massivo-passiva dessas

tecnologias.

Outro fato que merece ser registrado é o que foi constatato no levantamento do

questionário aplicado após a intervenção. Alguns alunos se mostraram aversos a essa

metodologia alegando que dessa forma, se retira o brilho da Matemática. Isto é, há quem

goste da Matemática algebrizada. Em questionamento à sala, já que o questionário era

impessoal, alguns alunos responderam que a preocupação é a de que, quando chegarem no

vestibular (processo seletivo para admissão no ensino superior), não conseguirão se sair bem

na prova pois o método que algumas instituições de ensino superior utilizam é o modo

tradicional de se estudar. Esse comentário foi acatado, no entanto, foi replicado que o Exame

Nacional do Ensino Médio – Enem, que está em vigor, veio para suplantar essa forma de

trabalho para ingresso no ensino superior, e que, com o passar do tempo, a simples

algebrização de um assunto cairá em desuso.

Enfim, percebeu-se que o professor continua sendo peça fundamental no processo de

formação do educando. Segundo Silva (2009) ―A ele (professor) são dirigidos anseios e

expectativas de melhoria do quadro educacional e, consequentemente, lhe são imputadas

grandes responsabilidades e cobranças‖.

Mesmo redirecionando o foco da ação da metodologia para o público discente, o

professor ainda foi peça determinante do processo de ensino e aprendizagem. Pois é o

elemento que reage decisivamente diante do imprevisto.

62

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A História do Microsoft Office Excel. domingo, 11 de abril de 2010. Disponível em :

http://adm-ufam-2010.blogspot.com/2010_04_01_archive.html. Acesso em : 22 mai 2011.

ALMEIDA E SILVA, Maria do Pilar Lacerda. Secretaria de Educação Básica. Disponível

em : http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&Itemid

= 358 . Acesso em : 31 mar 2011.

Aplikasi Pengolah Angka. Disponível em : http://primataregus.blogdetik.com/2010/09/ .

Acesso em : 22 maio 2011.

BALESTRASSI, Pedro Paulo Balestrassi, DE PAIVA; Anderson Paulo. Estatística

Aplicada. Instituto de Engenharia de Produção & Gestão da UNIFEI - Universidade Federal

de Itajubá. Itajubá-MG, 2007. Apostila. UNIFEI.

BARROSO, Juliana Matsubara et al. Matemática : Construção e Significado – vol. 1 / Obra

coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna – 1. ed. – São Paulo :

Moderna, 2008.

BRASIL. LEI Nº 11.114, DE 16 DE MAIO DE 2005. Altera os arts. 6º, 30, 32 e 87 da Lei

9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o objetivo de tornar obrigatório o início do ensino

fundamental aos seis anos de idade. Brasília: MEC(?), 2005.

BRASIL. LEI Nº 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006. Altera a redação dos arts. 29,

30, 32 e 87 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da

educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental,

com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Brasília: MEC(?), 2005.

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WIKIPEDIA. VisiCalc. Disponível em : http://pt.wikipedia.org/wiki/Visicalc. Acesso em : 22

maio 2011.(2011e).

65

APÊNDICE A – WEBQUEST 1 – A TELEFONIA MÓVEL E A FUNÇÃO

LINEAR – FUNÇÕES DE PRIMEIRO GRAU

TEMAS ABORDADOS

Função polinomial de 1º grau;

Gráfico de função polinomial de 1º grau;

Cidadania (Tema transversal).

OBJETIVOS

Relacionar o significado de uma função de modelo linear com situações reais;

Construir os modelos funcionais do primeiro grau a partir de problemas reais;

Conscientizar a respeito dos direitos do consumidor, mostrando que o poder de escolha do

consumidor reflete-se no exercício de sua cidadania, conforme reza o inciso II do art. 6º da Lei

federal 8078/90 (Código de Defesa do Consumidor – CDC);

Utilizar as tecnologias da informação e comunicação (TIC‘s).

RECURSOS UTILIZADOS/MÉTODOS

Datashow;

Computadores(8);

Rede mundial de computadores (Internet);

Contextualização (Modelagem do valor a ser pago por um plano de telefonia móvel em função

do tempo de uso em minutos).

01. INTRODUÇÃO

Diariamente, encontramos os modelos lineares representados por funções, gráficos ou tabelas,

nos mais diversos meios de comunicação como, jornais, revistas, tv. É muito bom quando alguém é

capaz de, ao deparar-se com uma função, um gráfico ou uma tabela, ser capaz de associá-los à situação

real que lhe deu origem, isto é, a questão real que essa função ou gráfico, ou tabela representa.

Quando fazemos um exame de laboratório, ou quando o cardiologista executa um

eletrocardiograma, os resultados são demonstrados através de gráficos e a esses gráficos estão

associados uma lei de formação (função) que foi criada a partir de uma situação real. O volume de

vendas de um comerciante de sapatos pode ser representado funcionalmente relacionando-o ao preço

66

praticado pelo comerciante. O nível de produção de uma empresa também pode ser demonstrado

funcionalmente em relação à sua capacidade tecnológica, mão de obra especializada, estoque de

matéria-prima, restrição orçamentária, etc. O número de alunos que uma escola possui pode ser

relacionado ao número de vagas que ela dispõe e assim, são muitos os exemplos da aplicação de

função.

Outros exemplos de função no cotidiano são os seguintes:

• O rendimento mensal da caderneta de poupança é dado em função da do índice inflacionário;

• O reajuste salarial dos trabalhadores é dado em função de um índice autorizado pelo governo;

• O imposto de renda retido na fonte é função da renda auferida pelo trabalhador;

• A aprovação de um aluno em determinado curso é função da média exigida pela escola.

Adaptado de SILVA, Maria Eglantina Barata da . Funções do primeiro e do segundo grau – Fortaleza:

Editora Grande Fortaleza FGF, 2007. p.19, 75

02. TAREFA

Conscientizar-se da necessidade da utilização do poder de escolha diante dos planos de

telefonia celular, conforme reza os incisos II, III e IV do art. 6º da Lei federal 8078/90 –

Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Desenvolver gráficos de funções utilizando as planilhas eletrônicas.

03. PROCESSO

Assistir, no Youtube, ao vídeo: Tarifas de celular - 05/07/2010;

Acessar o sítio Jus Brasil Legislação e ler o art. 6º do capítulo III do CDC

Responder à pergunta: De que forma esse vídeo incentiva ao exercício da cidadania?

Baixar, no sítio do Projeto Fundão, as atividades constantes no arquivo FafimAluno.pdf;

Baixar a planilha eletrônica que apresenta o gráfico de uma função afim;

Estudar a forma como a função e o gráfico foram desenvolvidos no ambiente da planilha;

Abrir o excel e resolver as atividades do material baixado.

Salvar o arquivo no MSExcel utilzando a nomenclatura CDB 1 FUNCAO TURMA XX, onde

XX é o número da turma com dois dígitos;

Passar um correio eletrônico para [email protected] anexando o arquivo com a

tarefa finalizada.

67

04. FONTES

BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá

outras providências. Disponível em : <http://www.jusbrasil.com.br/legislacao /1027028/ codigo-de-

defesa-do-consumidor-lei-8078-90#art6> . Acesso em : 11 maio 2011.

Conteúdos Educacionais: Planilha para estudo da Função Afim (MS Excel 2007) - professor

Guilherme Erwin Hartung. Disponível em : <http://materialguilherme.webnode.com. br/news/planilha

para estudo da função afim (ms excel 2007)/>

Funções. Disponível em : <http://www.brasilescola.com/matematica/funcoes.htm>. Acesso em : 16

abr 2011.

Youtube: Tarifas de celular - 05/07/2010. Disponível em : < http://www.youtube.com

/watch?gl=BR&v=S5wylGWDuMY >. Acesso em : 08 abr 2011.

Função afim e telefonia. Disponível em : < http://www.projetofundao.ufrj.br/matematica/

atividades/portaldoprofessor/pdf/FAfimAluno.pdf > . Acesso em : 08 abr 2011.

SILVA, Maria Eglantina Barata da . Funções do primeiro e do segundo grau – Fortaleza: Editora

Grande Fortaleza FGF, 2007. p.19, 75

68

APÊNDICE B – WEBQUEST 1 – A TELEFONIA MÓVEL E A FUNÇÃO

LINEAR – IMAGEM DO ARQUIVO – WEBQUEST 6 PLANILHA

FUNCAO AFIM.XLS

69

APÊNDICE C – WEBQUEST 2 – A REPRODUCAO DE BACTERIAS E

O CRESCIMENTO EXPONENCIAL WEBQUEST

TEMAS ABORDADOS

Função polinomial de primeiro grau

Gráfico da função polinomial de primeiro grau

Função exponencial

Gráfico da função exponencial

Sucessão linear

Sucessão geométrica

OBJETIVOS

Espera-se que os alunos aprendam a diferenciar crescimento linear de crescimento

exponencial, que os mesmos são representados matematicamente por uma função de primeiro grau e

por uma função exponencial, que eles percebam que no quotidiano a Matemática tenta se aproximar ao

máximo da realidade e descubram que as planilhas eletrônicas são elementos dinamizadores dos

cálculos, assim como hoje é a calculadora.

RECURSOS/MÉTODOS

Datashow;

Computadores(8);

Arquivos de vídeo;

Rede mundial de computadores (Internet);

Programa mensageiro;

Contextualização (Modelando o crescimento linear e o exponencial);

Interdisciplinaridade com a Biologia (divisão celular do ovo e crescimento bacteriano) e com

a Geografia(Teoria de Malthus).

01. INTRODUÇÃO

CRESCIMENTO LINEAR E EXPONENCIAL

Uma viagem com tempo marcado

70

Para ir de Santa Quitéria à Fortaleza, distante cerca de 220km, para comemorar o término de

mais uma jornada dos estudos, a turma do primeiro ano do Colégio Dom Bosco contratará um ônibus

para levá-los para o Beach Park.

Considerando que o parque aquático inicia suas atividades às 11h e não querendo ficar muito

tempo esperando, a turma começou a imaginar a que horas deveriam sair de Santa Quitéria para

chegar lá aproximadamente na hora de entrar. Consideraram que a velocidade média do ônibus é de

80km/h, e que, se o ônibus percorre 80km em 1hora, percorrerá 160km em 2h e 240 em 3h. Com isso

perceberam que a viagem de ida durará pouco menos de três horas.

De repente um dos meninos falou que seria bom fazer uma parada no meio do caminho, em

Canindé, para fazer um lanche e ficou acertado entre eles que o tempo para isso seria de 30 minutos.

Sendo assim, para chegar às 10h, deveriam sair de Santa Quitéria às 6h30min. E assim ficou

acertado entre eles.

Reprodução de Bactérias

As bactérias podem reproduzir-se de modo assexuado por divisão binária ou cissiparidade, ou

por reprodução sexuada por conjugação, transformação e transdução. A reprodução sexuada é

caracterizada pela troca de material genético entre os indivíduos, sendo importante para a evolução das

espécies por proporcionar maior variabilidade genética para os indivíduos, aumentando o seu poder de

adaptação ao ambiente.

Crescimento microbiano

Quando falamos em crescimento microbiano, estamos nos referindo ao número e não ao

tamanho das células. Os micro-organismos em ―crescimento‖ estão, na verdade, aumentando seu

número e se acumulando em colônias, (grupos de células que podem ser visualizadas sem a utilização

de um microscópio) que contêm milhares de células ou populações que agrupam bilhões de células.

Em geral, não nos preocupamos com o crescimento de uma única célula. Apesar de cada célula ser

capaz de dobrar aproximadamente de tamanho, essa alteração pode ser considerada insignificante

quando comparamos com as alterações de tamanho observadas durante o desenvolvimento dos

animais e das plantas (Tortora et al. 2005).

(…) O crescimento corresponde a um componente essencial da função microbiana, já que

todas as células apresentam tempo de vida definido na natureza. Nesse sentido, as espécies apenas são

mantidas devido ao crescimento contínuo das populações microbianas (Madigan et al. 2004). (…)

A célula bacteriana corresponde a uma usina biosintética, capaz de se duplicar. Os processos

sintéticos do crescimento celular bacteriano envolvem cerca de 2000 reações químicas, (…) (Madigan

et al. 2004) .

71

02. TAREFA

TEORIA DE MALTHUS

―A população cresce em progressão geométrica, enquanto que a produção de alimentos cresce em

progressão aritmética‖.

Thomas Robert Malthus

Em 1798, Malthus publicou uma teoria demográfica (An Essay on the Principle of Population, as It

affects the Future Improvement of Society: with Remarks on the Speculations of Mr. Godwin, M.

Condorcet and Other Writers , ou Um Ensaio sobre o Princípio da População que Afetam o

Melhoramento Futuro da Sociedade: com Observações sobre as Especulações do Senhor Godwin,

Monsieur Condorcet e Outros Escritores), uma obra essencialmente polêmica, dirigida os autores e as

idéias utópicas oriundas da Revolução Francesa, que apresenta basicamente dois postulados:

a) A população, se não ocorrem guerras, epidemias, desastres naturais, etc., tenderia a duplicar a cada

25 anos. Ela cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator

variável, ou seja, que cresceria sem parar.

b) O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...)

e possuiria um limite de produção, por depender de um fator fixo: o próprio limite territorial dos

continentes.

03. PROCESSO

01. Dividir os alunos em trios ou quartetos.

02. Assistir aos vídeos Crescimento_exponencial_ovo e Crescimento_exponencial_ Bacterias.avi:

03. Desenvolva na planilha eletrônica um gráfico que represente o crescimento da população segundo

a teoria malthusiana, isto é, em períodos que representem 25 anos, considerando como ano inicial o

ano de 1800 até os dias de hoje (2000);

04. Desenvolva na planilha eletrônica um gráfico que represente o crescimento da produção de

alimentos, nas mesmas condições anteriores.

05. Consolide os dois gráficos em um mesmo plano cartesiano.

06. Refaça o gráfico consolidado diminuindo, gradativamente, a quantidade de períodos utilizada. O

que acontece com o gráfico do crescimento da população, comparando-o com o gráfico do

crescimento da produção de alimentos, no tocante à forma daquele gráfico?

07. Você acha que as previsões dessa teoria se concretizaram? Justifique sua resposta.

72

08. Salvar o arquivo utilzando a nomenclatura CDB 1 MALTHUS TURMA XX, onde XX é o número

da turma com dois dígitos;

09. Imprimir os dados e expor suas ideias para os demais alunos democratizando a informação

10. Enviar um correio eletrônico para [email protected], anexando o arquivo com o

arquivo salvo acima mencionado.

04. FONTES DE INFORMAÇÕES

COLLE, Cezar Luiz; ROSSI, Fábio Luiz. Aplicação de Equações Diferenciais na Teoria de

Malthus.(Adaptado) . Disponível em : <

http://hermes.ucs.br/ccet/deme/emsoares/eqdif/restrito/trabalhos/trab10.pdf >. Acesso em : 02 abr

2011.

Crescimento_exponencial_Bacterias.avi (vídeo). Parte integrante da Enciclopédia da Ciência (CD-

ROM) – São Paulo: Editora Globo, 1996.

Crescimento_exponencial_Ovo.avi (vídeo). Parte integrante da Enciclopédia da Ciência (CD-ROM)

– São Paulo: Editora Globo, 1996.

ROCHA, Marina Silva. Bactérias Reproduzem? Disponível em : <

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20015 > . Acesso em : 3 abr 2011.

05. AVALIAÇÃO

Fazer um painel com o conteúdo abordado. Apresentação com cartaz, simulação de um jornal

ou qualquer outra forma de democratização do conteúdo estudado.

06. CONCLUSÃO

A utilização do trabalho em equipe, associada à utilização da rede mundial de computadores

propicia uma integração da escola à realidade vivida pelas pessoas. Essa metodologia construtivista

vai de encontro ao que rezam os PCN‘s em busca de um trabalho que desenvolva competências e

habilidades dos educandos.

07. CRÉDITOS

HENRIQUES, Alan. Thomas Malthus e a Explosão Demográfica. Disponível em : <

http://www.alanhenriques1.hpg.ig.com.br/artigoeconomia03.html > . Acesso em : 2 abr 2011.

COLLE, Cezar Luiz; ROSSI, Fábio Luiz. Aplicação de Equações Diferenciais na Teoria de

Malthus.

Disponível em : < http://hermes.ucs.br/ccet/deme/emsoares/eqdif/restrito/trabalhos/trab10.pdf

73

> . Acesso em : 2 abr 2011.

Fonte: ROCHA, Marina Silva. Bactérias Reproduzem? Disponível em : <

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20015 > . Acesso em : 3 abr 2011.

74

APÊNDICE D – WEBQUEST 3 – O IMC A RAZÃO E AS MEDIDAS DE

TENDÊNCIA CENTRAL

TEMAS ABORDADOS

Proporção

Escala

Medidas de tendência central

Gráficos

Massa e peso (Interdisciplinaridade com a Física)

OBJETIVOS

Espera-se que os alunos aprendam o que é IMC, que o mesmo é representado

matematicamente pela razão entre duas grandezas e que massa e peso são duas grandezas distintas

que, no cotidiano, são utilizadas, erroneamente, como sinônimos. Espera-se, também, que aprendam a

interpretar o significado das medidas de tendência central e a representar as informações coletadas sob

a forma de tabelas. Espera-se, inclusive, que eles percebam a importância das planilhas eletrônicas

para a análise de dados, pois essa análise é muito utilizada no meio corporativo.

RECURSOS/MÉTODOS

Datashow;

Computadores(8);

Trena;

Balança de banheiro;

Rede mundial de computadores (Internet);

Modelagem matemática (IMC).

01. INTRODUÇÃO

IMC*¹

O índice de massa corporal (IMC) é uma medida internacional usada para calcular se uma

pessoa está no peso ideal.

75

Ele foi desenvolvido pelo polímata Lambert Quételet no fim do século XIX. Trata-se de um

método fácil e rápido para a avaliação do nível de gordura de cada pessoa, ou seja, é um preditor

internacional de obesidade adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O IMC é determinado pela divisão da massa do indivíduo pelo quadrado de sua altura, onde a

massa está em quilogramas e a altura está em metros.

IMC = massa / (altura)²

TABELA DE CLASSIFICAÇÃO

IMC Classificação

< 18,5 Magreza

18,5 – 24,9 Saudável

25,0 – 29,9 Sobrepeso

30,0 – 34,9 Obesidade Grau I

35,0 – 39,9 Obesidade Grau II (severa)

≥ 40,0 Obesidade Grau III (mórbida)

02. TAREFA

Coletar dados para elaborar uma análise estatística dessas informações, com a utilização de planilhas

eletrônicas, a partir da utilização das medidas de tendência central, culminando na apresentação das

observações feitas sob a forma de tabelas e gráficos que serão explicados para as outras turmas com o

auxílio do datashow. Diferenciar massa de peso. Em meio a isso, será feito o cálculo do IMC daqueles

alunos presentes que quiserem participar dessa tarefa.

03. PROCESSO

01. Dividir os alunos em trios ou quartetos.

02. Acessar a internet para pesquisar as seguintes perguntas:

02.01. Cite uma vantagem do IMC.

02.02. Cite uma desvantagem do IMC.

02.03. Qual o ―peso‖ médio do brasileiro?

02.04. Qual a altura média do brasileiro?

02.05. Você acha que o brasileiro está ficando mais obeso? Por quê?

76

02.06. É comum se falar em peso quando na realidade se quer falar da massa, como você diferencia

isso?

03.Coletar a idade, a altura e a massa corpórea dos alunos que aceitarem disponibilizar essa

informação.

04.Passar os dados para uma planilha eletrônica.

05.Criar um rol com os dados coletados.

06.Colocar os dados em ordem numérica crescente.

07.Determinar qual idade ocupa a posição central dentre as idades dos alunos, qual a idade média da

turma e qual a idade que mais vezes foi observada no levantamento feito entre os alunos.

08.Determinar a medida da altura central dos alunos, a altura média dos alunos e a altura que mais se

apresenta entre esses alunos.

09.Determinar a medida central da massa dos alunos, a massa média desses alunos e qual a quantidade

de massa que mais vezes se repete entre os alunos.

10. Determinar o índice de massa corporal dos alunos que aceitaram participar dessa tarefa.

11.Determinar o índice de massa corporal da sala.

12.Comparar o índice de massa corporal de cada aluno que aceitou participar da tareda com o índice

da sala.

13.Fazer um gráfico de colunas e um setorial na planilha contendo a quantidade de alunos em função

de suas idades.

14.Fazer um gráfico de colunas e um gráfico setorial na planilha contendo a quantidade de alunos em

função de suas alturas.

15.Fazer um gráfico de colunas e um setorial na planilha contendo a quantidade de alunos em função

de suas massas corpóreas.

16. Imprimir os dados e expor suas ideias para os demais alunos democratizando a informação.

04. FONTES DE INFORMAÇÕES

Sítio : http://pt.wikipedia.org/wiki/IMC

Sítio : http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u103096.shtml

Sítio : http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1384109-5598,00-BRASILEIRO+ESTA+

MAIS+ALTO+E+MAIS+GORDO+DIZ+PESQUISA+DO+MINISTERIO+DA+SAUDE.html

Sítio : http://www.nutricaoemfoco.com/2010/07/06/o-brasil-esta-ficando-mais-gordo/

Sítio : http://pt.wikipedia.org/wiki/Peso

05. AVALIAÇÃO

77

Fazer um painel com o conteúdo abordado. A apresentação poderá ser feita com o retroprojetor ou

qualquer outra forma escolhida pela turma.

06. CONCLUSÃO

A utilização do trabalho em equipe, associada à utilização da rede mundial de computadores propicia

uma integração da escola à realidade vivida pelas pessoas. Essa metodologia construtivista vai de

encontro ao que rezam os PCN‘s em busca de um trabalho que desenvolva competências e habilidades

dos educandos.

07. CRÉDITOS

*¹ Wikipédia : Índice de Massa Corporal. Disponível em : <

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_de_massa_corporal > . Acesso em : 01 abr 2011.

TARGINO, Rafael. Brasileiro está mais alto e mais gordo, diz pesquisa do Ministério da Saúde.

Disponível em < http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1384109-5598,00-

BRASILEIRO+ESTA+MAIS+ALTO+E+MAIS+GORDO+DIZ+PESQUISA+DO+MINISTERIO+D

A+SAUDE.html >: Acesso em : 01 abr 2011.

LAGE, Janaina. Brasileiro médio não ultrapassa 1,70 m. Disponível em : <

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u103096.shtml > . Acesso em : 01 abr 2011.

Nutrição em Foco: O Brasil está ficando mais Gordo. Disponível em : <

http://www.nutricaoemfoco.com/2010/07/06/o-brasil-esta-ficando-mais-gordo/ > . Acesso em : 01 abr

2011.

Wikipedia : Peso. Disponível em : < http://pt.wikipedia.org/wiki/Peso > . Acesso em : 01 abr 2011.

78

APÊNDICE E – WEBQUEST WEBQUEST 4 – A INFLAÃO A

PORCENTAGEM E OS ÍNDICES

TEMAS ABORDADOS

Porcentagem;

Taxa;

Índice;

Coeficiente.

OBJETIVOS

Aprender o significado de porcentagem, taxa, índice e coeficiente;

Compreender o significado da inflação acumulada;

Entender o significado da perda do poder aquisitivo da população por causa da inflação;

Comparar a atual situação inflacionária do país com a da década de oitenta;

Utilizar as planilhas para agilizar os cálculos de índices de inflação acumulada.

RECURSOS UTILIZADOS/MÉTODOS

Datashow;

Computadores(8);

Rede mundial de computadores (Internet);

Contextualização (Modelagem do valor da inflação acumulada com a utilização de taxas,

índices e coeficientes).

01. INTRODUÇÃO

Quanto perco com a inflação?

Adaptado do artigo de

Manoel Henrique Campos Botelho

Souzinha, apesar de viver em um país que há mais de quarenta anos tem inflação, ainda não conseguiu

entendê-la. Certo dia, falou-me:

79

− A inflação nos anos subseqüentes ao último aumento (melhor seria dizer reajuste) de salário foi de

8% e 7%. Já perdi com isso 8% + 7% = 15% do meu salário.

Corrigi:

− Não é 15%, é outro valor.

Souzinha respondeu:

− Já sei, já sei. O cálculo exato é 1,08 × 1,07 = 1,1556, ou seja, 15,5%.

− Continua errado, insisti.

Souzinha bateu o pé e saiu murmurando baixinho, mas suficientemente alto para que eu pudesse ouvir:

− O Botelho não tem jeito, está sempre arrumando coisinhas para discutir. Afinal, quem está certo,

Souzinha ou eu?

Resposta:

É claro que sou eu que estou certo e Souzinha está errado. Admitamos que Souzinha ganhasse 1000

reais e usasse essa quantia para comprar unicamente produtos de valor unitário 10 reais. Logo, ele

compraria, inicialmente, um total de 100 produtos. Se a inflação foi de 8% no primeiro ano e de 7% no

ano seguinte, o produto padrão que custava 10 passará a custar 10 × 1,08 × 1,07 = 11,556.

Custando o objeto padrão 11,556 reais, e Souzinha continuando a ganhar 1000 reais, ele poderá

comprar 1000 / 11,556 = 86,5. Logo a redução da capacidade de compra terá sido de (100 – 86,5)/100

≅ 13,5%.

Certo, Souzinha? Assim, mesmo quando a inflação acumulada for de 100%, o nosso salário não some,

mas nosso poder de compra cai 50%.*¹

(...) É comum as pessoas somarem porcentagens indevidamente. Na época da inflação acelerada,

gastei muito tempo explicando para os alunos e outras pessoas que a inflação do trimestre não era a

soma das inflações de cada um dos três meses. Assim, por exemplo, se as inflações de janeiro,

fevereiro e março fossem, respectivamente, de 12%, 11% e 14% a inflação acumulada do trimestre

não seria de 12% + 11% + 14% = 37%. O cálculo correto deve ser feito assim: se p é o preço de uma

mercadoria em fim de dezembro, então, em fim de janeiro ela custa: 1,12p. Em fim de fevereiro: 1,11

x 1,12p e em fim de março: 1,14 x 1,11 x 1,12p ≅ 1,42p. Isto significa um aumento aproximado de

42%.*²

02. TAREFA

80

Espera-se que o aluno descubra o sentido de inflação, como a mesma afeta o cotidiano das

pessoas, além de desenvolver gráficos utilizando planilhas eletrônicas.

03. PROCESSO

01. Dividir os alunos em trios ou quartetos.

02. Acessar a internet para pesquisar as perguntas pré-estabelecidas.

02.01. O que é inflação?

02.02. O que é um índice de inflação?

02.03. Diferencie esses índices de inflação INPC(IBGE), IPCA-E(IBGE), IPC-Fipe e IGP-DI

02.04. O que é inflação acumulada?

02.05. Como está a inflação mensal calculada no Brasil nos últimos doze meses? Escolha um índice

oficial e faça um gráfico na planilha eletrônica mostrando seu desenvolvimento.

02.06. E a inflação anual?

02.07. Como era a inflação no Brasil entre as décadas de 80 e 90, comparada com a dos dias atuais?

Justifique sua resposta com gráficos desses dois períodos.

03. Procure os valores dos principais índices de inflação do ano passado na internet e passe-os para a

planilha eletrônica, colocando os doze meses do ano lado a lado e os índices um abaixo do outro,

conforme modelo no final do item 04 desta atividade.

04. Desenvolva na planilha eletrônica, em uma coluna após o mês de dezembro, uma fórmula para

calcular a inflação acumulada do ano passado segundo os quatro principais índices de inflação.

05. Faça um gráfico de área para cada um dos índices de inflação do ano de 2010.

06. Fazer um mural, expondo suas ideias para os demais alunos democratizando a informação

04. FONTES DE INFORMAÇÕES

Sítio : http://pt.wikipedia.org/wiki/Inflação

Sítio : http://www.brasilescola.com/economia/inflacao.htm

Sítio : http://www.suapesquisa.com/o_que_e/inflacao.htm

Sítio : http://calculu.sites.uol.com.br/Textos/inflacaoacumulada.htm

Sítio : http://www.ibge.gov.br/home/

Sítio : http://noticias.uol.com.br/economia/materias/2007/09/14/ult5365u14.htm

Sítio : www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2011/03/31/noticiaeconomiajornal, 2119806/bc-joga-

toalha-e-adota-meta-de-5-3-para-inflacao.shtml

Sítio : http://www.calculos.com/consulta10.php

Sítio : http://www.calculos.com/consulta10.php

81

TABELA COM OS PRINCIPAIS ÍNDICES DE INFLAÇÃO DO ANO DE 1999

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUM

INPC 0,65 1,29 1,28 0,47 0,05 0,07 0,74 0,55 0,39 0,96 0,94 0,74 8,43

IPCA-E 0,68 0,64 1,22 0,78 0,51 -0,02 0,79 0,81 0,47 0,80 0,99 0,91 8,92

IPC-FIPE 0,50 1,41 0,56 0,47 -0,37 -0,08 1,09 0,74 0,91 1,13 1,48 0,49 8,64

IGP-DI 1,15 4,44 1,98 0,03 -0,34 1,02 1,59 1,45 1,47 1,89 2,53 1,23 19,99

05. AVALIAÇÃO

Faça um painel com o conteúdo abordado. Apresentação com cartaz, simulação de um jornal ou

qualquer outra forma de democratização do conteúdo estudado.

06. CONCLUSÃO

A utilização do trabalho em equipe, associada à utilização da rede mundial de computadores propicia

uma integração da escola à realidade vivida pelas pessoas. Essa metodologia construtivista vai de

encontro ao que rezam os PCN‘s em busca de um trabalho que desenvolva competências e habilidades

dos educandos. O conhecimento da situação econômica do país ajuda a compreender melhor o

ambiente que cerca as pessoas.

07. CRÉDITOS

O Texto introdutório foi extraído e adaptado de:

*¹ Quanto Perco com a Inflação. Coleção Explorando o Ensino da Matemática. Vol. 3. Cap. 1.

Álgebra. p. 18-19. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2004. Disponível

em : < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensmat3_1_1.pdf > . Acesso em : 03 abr

2011.

*² IMENES, Luiz Márcio. O Editor e a Média. Coleção Explorando o Ensino da Matemática:artigos.

Vol. 1. Cap. 1 - Crônicas. p. 45. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica,

82

2004. Disponível em : < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/ pdf/EnsMed/expensmat_iicap1.pdf > .

Acesso em : 03 abr 2011.

O modelo da Webquest foi retirado de:

FONSECA, Sonia Maria Henrique da Pereira; FONSECA, João José Saraiva da. Módulo Novas

Tecnologias em Educação – Fortaleza : FGF, 2006. 195p. p.124-132.

A ideia da inflação acumulada foi retirada do manual:

BEZERRA, Manoel Jairo. Matemática para o Ensino Médio. – Volume único – Assessoria

Pedagógica. São Paulo : Scipione, 2001. (Série Parâmetros). p. 17-20.

Sítios sugeridos que auxiliarão na coleta de informações pelos alunos:

Wikipedia : Inflação. Disponível em : < http://pt.wikipedia.org/wiki/Inflação > . Acesso em : 03 abr

2011.

O que é inflação. Disponível em : < http://www.suapesquisa.com/o_que_e/inflacao.htm > . Acesso

em : 03 abr 2011.

Brasil Escola: O que é inflação. Disponível em : < http://www.brasilescola.com/economia/

inflacao.htm > . Acesso em : 03 abr 2011.

Inflação acumulada. Disponível em : < http://calculu.sites.uol.com.br/Textos/inflacao acumulada.htm

> . Acesso em : 03 abr 2011.

Entenda o que são os índices de inflação e calcule sua variação acumulada. Disponível em : <

http://noticias.uol.com.br/economia/materias/2007/09/14/ult5365u14.htm > . Acesso em : 03 abr 2011.

O Povo online: BC joga toalha e adota meta de 5,3% para inflação. Disponível em : <

http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2011/03/31/noticiaeconomiajornal,2119806/bc-joga-

toalha-e-adota-meta-de-5-3-para-inflacao.shtml > . Acesso em 03 abr 2011.

Sítio do IBGE. Disponível em : < http://www.ibge.gov.br/home/ > . Acesso em : 03 abr 2011.

Sítio do Debit. Disponível em : < http://www.calculos.com/consulta10.php > . Acesso em : 03 abr

2011.

83

APÊNDICE F – WEBQUEST 5 – A POUPANCA O CHEQUE ESPECIAL

E OS JUROS

TEMAS ABORDADOS

Juros simples;

Juros compostos;

Gráfico de montante calculado à taxa de juros simples;

Gráfico de montante calculado à taxa de juros compostos.

OBJETIVOS

Aprender a calcular juros simples;

Aprender a calcular juros compostos;

Diferenciar juros simples de compostos;

Aprender a calcular o montante à taxa de juros simples e compostos;

Compreender a forma como os juros simples e compostos são trabalhados no cotidiano;

Perceber, graficamente, o comportamento de uma dívida calculada à taxa de juros simples e

compostos;

Utilizar as planilhas para dinamizar os cálculos de juros e montante, além de dar um

acabamento gráfico ao conteúdo abordado, estimulando a criatividade dos alunos.

RECURSOS UTILIZADOS/MÉTODOS

Jornal (seção de Negócios);

Datashow;

Computadores(8);

Rede mundial de computadores (Internet);

Contextualização (aplicação dos juros no cotidiano da população).

01. INTRODUÇÃO

Diferença entre a poupança e o cheque especial

84

Você sabe qual é a diferença entre investir R$ 100,00 e dever R$ 100,00 num mesmo

período? Um exemplo dado por um economista, em 2007, demonstra bem essa diferença.

Se um correntista tivesse depositado R$ 100,00 (Cem Reais) na poupança em qualquer

banco, no dia 1º de julho de 1994 (data de lançamento do real), teria em 2007, na conta a

FANTÁSTICA QUANTIA de R$ 374,00 (Trezentos Setenta e Quatro Reais).

Se esse mesmo correntista tivesse sacado R$ 100,00 (Cem Reais) no Cheque Especial,

na mesma data, teria uma pequena dívida de R$ 139.259,00 (Cento e Trinta e Nove Mil e

Duzentos Cinqüenta e Nove Reais), no mesmo banco.

Ou seja: com R$ 100,00 do Cheque Especial, ele ficaria devendo 9 Carros Populares, e

com o da poupança, conseguiria comprar apenas 3 pneus.

Agora vocês entendem porque os bancos são tão ricos… e a gente cada vez mais

pobre.

Os juros

O costume de cobrar juros encontra-se já em 2000 a.C.; na Babilônia por exemplo os

juros chegaram a atingir 33%. Em Roma, na época de Cícero, permitia-se até 48%. Justiniano,

posteriormente, estabeleceu como máximo permissível a taxa de 0,5% ao mês e na Índia,

porém, durante o século XII as taxas chegaram até 60%.

A origem da palavra ―interest‖ (juros, em inglês) está associada com a política da

igreja, que proibia a agiotagem. O agiota contornava essa proibição imposta pelas leis

canônicas cobrando uma remuneração caso o dinheiro fosse devolvido com atraso. A

argumentação utilizada era que a remuneração (juros) o compensava pela diferença monetária

entre sua condição financeira empobrecida, devido ao atraso, e a condição que teria no caso

do pagamento ter sido feito no prazo determinado. Diferença esta chamada de id quod interest

(―aquilo que está entre‖)

85

Extraído de : Coleção Pré-Universitário. vol. 2B. Matemática I : Livro do professor –

Fortaleza : Editora Ipiranga, 2008. pág.11.

02. TAREFA

Calcular, utilizando as planilhas eletrônicas, o valor dos juros e do montante de um capital

aplicado de forma simples, e capitalizada, e desenvolver o gráfico do montante calculado a essas taxas

de juros, além de perceber o comportamento desses gráficos na linha do tempo.

03. PROCESSO

Juro é definido como sendo a remuneração a qualquer título, atribuída ao fator capital. O juro

se dá, por exemplo, quando emprestamos uma certa quantia (capital) por determinado tempo. Ao fim

desse prazo recebemos, além da quantia emprestada, um acréscimo (juro) pelo tempo que não

disponibilizamos do capital.

O juro simples (J) é a remuneração pelo capital aplicado (C) que é diretamente proporcional

ao seu valor e ao tempo de aplicação (t). O fator de proporcionalidade é a taxa de juros (i).

J = C.i.t

i taxa unitária, 0 ≤ i ≤ 1

Montante de um capital (M), aplicado à taxa (i) e pelo prazo (t) é a soma do juro mais o capital

inicial M = C + J.

Em termos de juros simples, o montante fica definido por:

M = C + J

M = C + C.i.t

M = C( 1 + i.t)

O sistema de capitalização a juros compostos tem a característica de, ao final de cada período,

serem agregados os juros ao capital inicial ou do período anterior, para o cálculo dos juros do período

seguinte. Dessa forma ele é mais utilizado do que o juro simples, pois produz maior rendimento do

que este.

Observando a acumulação do capital, tem-se que:

No final do primeiro período:

M1 = C + C.i.1

86

M1 = C(1 + i)1

No final do segundo período:

M2 = C(1 + i)(1 + i)

M2 = C(1 + i)2

No final do terceiro período:

M3 = C(1 + i)2(1 + i)

M3 = C(1 + i)3

( ... )

No final de n períodos tem-se:

Mn = C(1 + i)(1 + i) ... (1 + i)

n vezes

Mn = C(1 + i) n

Adaptado de : ALENCAR NETO, João Lúcio de. Matemática Financeira – Fortaleza :

Imprece, 2006. p. 11-3, 73.

01. Dividir os alunos em trios ou quartetos.

02. Abrir uma planilha eletrônica.

Observe a situação 1:

Se cobrarmos juros simples de 2% ao mês sobre R$ 250,00, quanto teremos após 5 meses?

Atividade retirada do: Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II.

Matemática: Caderno de Teoria e Prática 2 – TP2: matemática na alimentação e nos

impostos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

pág. 188, atividade 12.

03. Utilizar três colunas na planilha: uma para colocar o período, outra para desenvolver o cálculo dos

juros simples e outra para o montante.

04. Criar um gráfico de dispersão com os dados da situação 1.

Observe a situação 2:

Se cobrarmos juros de 2% ao mês sobre R$ 250,00 no sistema de juros compostos, quanto

teremos após 5 meses?

87

Atividade retirada do: Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II.

Matemática: Caderno de Teoria e Prática 2 – TP2: matemática na alimentação e nos

impostos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.

pág. 191, atividade 13.

05. Utilizar três colunas na planilha: uma para colocar o período, outra para desenvolver o cálculo dos

juros simples e outra para o montante.

06. Criar um gráfico de dispersão com os dados da situação 2.

07. Qual a diferença entre o valor do montante encontrado nas situações 1 e 2?

08. Qual seria essa diferença entre os dois sistemas, se o período de tempo de aplicação for de 10

meses?

Atividades 07 e 08 adaptadas/retiradas do: Programa Gestão da Aprendizagem

Escolar – Gestar II. Matemática: Caderno de Teoria e Prática 2 – TP2: matemática

na alimentação e nos impostos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de

Educação Básica, 2008. pág. 191, atividade 13, itens b) e c).

09. Consolidar os dois gráficos dos montantes das questões 04 e 06 em um único plano cartesiano.

10. Analisar o que diferencia a metodologia dos juros simples da dos juros compostos.

11. Ler, na internet, o artigo: Os Juros do Cheque Especial.

12. Que conclusão se pode tirar a respeitos do cheque especial e da poupança após a leitura desse

artigo?

13. Retire, de preferência do jornal do dia, as taxas de juros mensais da caderneta de poupança e crie

uma taxa média de juros da poupança. Encontre a taxa de juros para parcelamento da fatura de cartão

de crédito de um parente ou amigo. Procure na internet a taxa de juros média para o cheque especial.

Com essas informações, e considerando as taxas encontradas invariáveis, calcule a situação de uma

pessoa que tenha investido R$ 200,00 na poupança em janeiro de 2009 e que essa mesma pessoa tenha

tido problemas com o cheque especial e com cartão de crédito, ficando devendo, na mesma época, a

quantia de R$ 100,00 ao banco e R$ 100,00 à operadora de cartão de crédito. Será que nosso amigo,

em maio de 2011, poderá retirar o dinheiro da poupança corrigido até abril de 2011 para pagar suas

dívidas atualmente?

04. FONTES DE INFORMAÇÕES

Os Juros do Cheque Especial. Disponível em : http://www.brasilescola.com/matematica/os-juros-

cheque-especial.htm . Acesso em : 07 maio 2011.

Diferença entre a poupança e o cheque especial. Disponível em :

http://www.insoonia.com/diferenca-entre-a-poupanca-e-o-cheque-especial/. Acesso em : 07 maio

2011.

88

05. AVALIAÇÃO

Fazer um detabe entre as turmas citando as vantagens e desvantagens dessas duas formas de cálculo de

juros.

06. CONCLUSÃO

A abordagem do tema juros leva a uma gama de opções a serem avaliadas dos alunos. Escolher um

tema mais específico facilita o trabalho de transmissão e intercâmbio da informação entre os alunos.

07. CRÉDITOS

ALENCAR NETO, João Lúcio de. Matemática Financeira – Fortaleza : Imprece, 2006. 184p.

Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Matemática: Caderno de Teoria e Prática

2 – TP2: matemática na alimentação e nos impostos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de

Educação Básica, 2008.

89

APÊNDICE G – WEBQUEST 5 – A POUPANCA O CHEQUE ESPECIAL

E OS JUROS – ARTIGO DA INTERNET – OS JUROS DOS CHEQUE

ESPECIAL

Os Juros do Cheque Especial

Cheque especial: uma das maiores taxas de juros do mercado

Cheque especial é um contrato firmado entre o banco e o correntista, onde uma determinada

quantia em dinheiro é disponibilizada na conta corrente para que seja utilizada e devolvida

com acréscimos e outros encargos financeiros. Uma pessoa que possui conta corrente em

banco e se enquadra nos moldes financeiros do cheque especial pode fazer uso do produto,

desde que liberado.

O cheque especial funciona da seguinte forma, atrelado ao seu saldo fica um valor extra, por

exemplo, vamos supor que o saldo da conta corrente de Ana é de R$ 2.000,00 e o limite do

cheque especial é de R$ 900,00, portanto o saldo disponível de Ana é de R$ 2.900,00. É

preciso ter cuidado ao movimentar uma conta corrente com disponibilidade de cheque

especial, pois algumas entidades bancárias fornecem nos extratos o saldo da conta corrente

somado com o valor do cheque especial, constituindo um único saldo.

Diferente dos empréstimos que são cobrados através de parcelas, o valor do cheque especial é

cobrado em parcela única na data de vencimento (valor utilizado mais acréscimos). Por ser

um dinheiro disponibilizado automaticamente e sem burocracia, as pessoas utilizam em razão

da facilidade, mas é bom estar atento às taxas efetivas de juros, alguns bancos abusam na

cobrança, chegando a trabalhar com taxas de 9% ao mês (dados Banco Central, junho 2009)

mais acréscimos.

Para se ter uma ideia da cobrança abusiva, basta realizar a comparação da taxa de juros do

cheque especial com a taxa de correção da poupança. Vimos que o cheque especial pode

cobrar em torno de 9% pelo empréstimo, enquanto paga aos usuários da poupança juros em

torno de 0,6% (dados Banco Central, junho de 2009). Essa diferença entre o preço de compra

(poupança) e o preço de venda (cheque especial) é chamada de spread.

Caso você use R$ 100,00 reais do limite de sua conta em uma instituição financeira que cobra

juros de 9% no cheque especial, pagará no fechamento do mês o valor mínimo de R$ 109,00,

lembrando que a cobrança é proporcional aos dias corridos da data de início da utilização. Já

90

no caso da caderneta de popança, os mesmos R$ 100, recebendo uma correção de 0,6%,

resultarão em R$ 100,60.

Os especialistas em economia alertam que o cheque especial é o dinheiro mais caro do

mercado financeiro, e orienta as pessoas a usarem somente em situações de extrema urgência.

Por isso fique atento ao usar seu cheque especial, procure saber a taxa de juros e os encargos

que incidirão sobre o valor utilizado.

Por Marcos Noé

Graduado em Matemática

Equipe Brasil Escola

91

APÊNDICE H – WEBQUEST 5 – A POUPANCA O CHEQUE ESPECIAL

– IMAGEM DO ARQUIVO JUROS SIMPLES E COMPOSTOS.XLS

92

APÊNDICE I – WEBQUEST 6 – WEBQUEST 6 AS CARACTERISTICAS

DO SOM E A TRIGONOMETRIA

TEMAS ABORDADOS

Funções periódicas (com foco na função seno);

Gráfico da função seno;

Casos especiais da construção de gráficos de funções periódicas.

OBJETIVOS

Relacionar as funções trigonométricas a fenômenos periódicos, isto é, cíclicos;

Construir gráficos de funções periódicas;

Compreender determinadas características de alguns fenômenos físicos a partir da leitura e

interpretação dos mesmos utilizando a função periódica como ferramenta de modelagem

matemática;

Interpretar o gráfico de uma função periódica da forma f(x) = A + B.sen (C.t + D) a partir de

seus parâmetros A, B, C e D.

RECURSOS/MÉTODOS UTILIZADOS

Datashow;

Computadores(8);

Rede mundial de computadores (Internet);

Modelagem Matemática a partir da utilização da função seno nos fenômenos;

Interdisciplinaridade com a Física (contextualizando as ondas sonoras).

01. INTRODUÇÃO

Atualmente, ouvimos músicas a partir de diversos equipamentos eletrônicos, tais quais

computadores, ipod‘s, aparelhos de mp3, celulares, inclusive de sons automotivos. Uma

característica comum a todos esses casos é que nenhuma desses aparelhos (fontes sonoras)

utiliza o contato físico para produzir o som: é o mundo digital produzindo o som.

Os dispositivos musicais trabalham com sons analógicos e/ou digitais. Os sinais

analógicos são produzidos por pressão mecânica, por um sinal magnético ou elétrico, de

93

amplitude proporcional à amplitude do sinal acústico original. Já nos dispositivos digitais, os

sinais são representados por sequência de números.

Os formatos mais comuns de música são:

– WAV

– WMA

– MP3

– MP4

As músicas são sinais sonoros que apresentam características fisiológicas. São essas

características (parâmetros perceptuais) que permitem ao ouvido normal distinguir os sons em

termos de altura, intensidade e timbre.

Figura 01 : Ouvido humano.

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/fisica/qualidades-fisiologicas-do-som.html

A frequência indica o número de ondas que se produz em um determinado instante,

geralmente medido em segundos. A frequência é medida em ciclos por segundo ou Hertz. A

mais baixa freqüência que pode dar a audibilidade a um ser humano é mais ou menos a de 20

hertz (vibrações por segundo), enquanto a mais alta se encontra entre 10.000 e 20.000 hertz, o

que depende da idade do ouvinte (quanto mais idoso menores as freqüências máximas

ouvidas).

Figura 02 : Altura do som.

Fonte: CARNEIRO, Danielli Veiga. Audio (arquivo pdf) . Novembro de 2005. Disponível em :

http://daniellivc.sites.uol.com.br/3AUDIO.pdf . Acesso em : 8 maio 2011.

94

A altura de um som está ligada exclusivamente à sua frequência: quanto mais alto o

som, maior sua frequência, isto é, o número de ondas produzidas por segundo.

Figura 03 : Som agudo e som grave

Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala10/10_T01.asp

A intensidade auditiva (sonoridade) está ligada à amplitude das vibrações da onda e

é medida em decibel(dB). Esta intensidade é considerada a qualidade que faz com que o

ouvido possa distinguir um som forte (grande amplitude – transporte de muita energia) de um

som fraco (pequena amplitude – transporte de pouca energia).

Figura 04 : Amplitude de uma onda

Fonte: http://www.feiradeciencias.com.br/sala10/10_T01.asp

A intensidade auditiva é calculada a partir da Lei de Weber-Fechner e costuma ser

medida em decibel, um submúltiplo do Bel.

Figura 05 : Lei de Weber-Fechner – decibel

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/fisica/qualidades-fisiologicas-do-som.html

95

Os efeitos da intensidade sonora para os seres vivos dependem de vários fatores como: sua

magnitude, tempo de exposição, além da forma como cada organismo reage a essa exposição. Isto

pode favorecer considervelmente a vários distúrbios podendo ir desde uma simples irritação auditiva

momentânea, deixar a pessoa estressada, como no caso da bolsa de valores, provocar surdez

temporária ou permanente, danificar o tímpano ou, até mesmo, produzir sangramentos no ouvido.

Figura 06: A magnitude da sensação auditiva para certos sons.

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/fisica/qualidades-fisiologicas-do-som.html

Na prática, sons acima de 100 dB já correspondem à intensidade qualificada como

poluição sonora, 16 bits são suficiente para música de alta fidelidade, resultando em uma

faixa dinâmica de 96dB.

O timbre é considerado a qualidade que faz com que o som seja distinguido na

mesma intensidade e na mesma altura, mesmo sendo emitidos por fontes diferentes. O timbre

de um som está relacionado à respectiva forma de onda.

Figura 07 : Timbre da nota musical LÁ

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/fisica/qualidades-fisiologicas-do-som.html

96

Apesar da natureza tridimensional do som, a forma mais comum de se trabalhar a

modelagem dessa forma de energia é a trigonométrica, devido ao seu caráter periódico.

Figura 08 : Onda senoidal

Fonte: CARNEIRO, Danielli Veiga. Audio (arquivo pdf) . Novembro de 2005. Disponível em :

http://daniellivc.sites.uol.com.br/3AUDIO.pdf . Acesso em : 8 maio 2011.

Texto produzido a partir da adaptação das seguintes fontes:

Alfa Virtual School – Física: Ondas OND. Disponível em : <http://alfaconnection.net/pag_

avsf/ond0202.htm> . Acesso em : 08 maio 2011.

CARNEIRO, Danielli Veiga. Audio (arquivo pdf) . Novembro de 2005. Disponível em :

http://daniellivc.sites.uol.com.br/3AUDIO.pdf . Acesso em : 8 maio 2011.

FERRAZ NETO, Luis. Acústica (Parte 1). Disponível em : < http://www.feiradeciencias.

com.br/sala10/10_T01.asp > . Acesso em : 12 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.colegioweb.com.br/fisica/ qualidades-

fisiologicas-do-som.html>.Acesso em : 10 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.fisica.icen.ufpa.br/aplicada/

qualifis.htm> . Acesso em : 10 maio 2011.

Wikipedia: Weber–Fechner law (A Lei de Weber-Fechner – Em inglês) . Disponível em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Weber%E2%80%93Fechner_law#cite_note-2 Acesso em : 30 abr

2011.

02. TAREFA

Desenvolver a função seno dentro do ambiente da planilha eletrônica. Associar o modelo matemático

da função trigonométrica ao conceito de onda sonora. Manipular uma função periódica da forma f(x) =

A + B.sen (C.t + D) a partir de seus parâmetros A, B, C e D.

03. PROCESSO

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01. Dividir os alunos em trios ou quartetos.

02. Responder às seguintes perguntas (pode-se, para isto, utilizar a internet, biblioteca ou consultar o

texto introdutório):

02.01. Quais são as qualidades fisiológicas do som?

02.02. Como se classifica um som quanto à altura?

02.03. Relacione a altura do som com a frequência de suas ondas.

02.04. Como se classifica, em geral, a voz do homem e a da mulher em relação à altura sonora?

02.05. Um som pode prejudicar a saúde de uma pessoa? Em caso positivo, cite uma situação que

exemplifique isso.

02.06. Como se classifica um som quanto à sua intensidade sonora?

02.07. Qual a característica de uma onda sonora que determina sua intensidade sonora?

03. Abrir a planilha eletrônica: webquest 6 funcoes trigonometricas parametros.xls e analisar os

gráficos conforme o roteiro abaixo descrito.

03.01. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, E3:E23 e gere um gráfico de dispersão.

03.02. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função g(x) = 2 + sen x

com o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

03.03. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, F3:F23 e gere um gráfico de dispersão.

03.04. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função h(x) = 2.sen x

com o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

03.05. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, G3:G23 e gere um gráfico de dispersão.

03.06. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função j(x) = sen (2x) com

o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

03.07. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, H3:H23 e gere um gráfico de dispersão.

03.08. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função m(x) = sen (x/2)

com o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

03.09. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, I3:I23 e gere um gráfico de dispersão.

03.10. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função p(x) = sen (x + 2)

com o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

03.11. Marque as colunas B3:B23, D3:D23, J3:J23 e gere um gráfico de dispersão.

03.12. Acomode o gráfico na tela e responda: Se compararmos o gráfico da função q(x) = sen (x – 2)

com o da função f(x) = sen x, a que conclusão podemos chegar?

04. Analisar o roteiro abaixo e marcar a opção mais viável:

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04. 01. Considere o som uma onda e que essa mesma onda possa ser modelada com a utilização da

função seno. Se compararmos os gráficos das funções h(x) = 2.sen x e f(x) = sen x, podemos chegar à

conclusão que, do ponto de vista das características fisiológicas do som, estaríamos simulando uma

situação de:

A)( ) Altura do som.

B)( ) Intensidade do som.

C)( ) Timbre do som.

D)( ) comparação entre onda mecânica e eletromagnética.

04. 02. Tal qual na situação anterior, se compararmos os gráficos das funções j(x) = sen (2x) e f(x) =

sen x, levando em conta que sen x representa um som normal, podemos chegar à conclusão que, do

ponto de vista das características fisiológicas do som, estaríamos simulando uma situação de:

A)( ) som alto.

B)( ) som baixo.

C)( ) som forte.

D)( ) som fraco.

04. 03. Comparando os gráficos das funções m(x) = sen (x/2) e j(x) = sen (2x), considerando as

características fisiológicas médias da voz da maioria da população, a observação mais adequada à essa

realidade é a do item:

A)( ) o gráfico j(x) representa, em geral, uma voz feminina, isto é, uma voz aguda.

B)( ) o gráfico m(x) modela, em geral, uma voz masculina, isto é, uma voz grave.

C)( ) o gráfico m(x) modela, em geral, uma voz alta.

D)( ) o gráfico da função de j(x) representa uma voz mais forte que a do gráfico de m(x).

04. FONTES DE INFORMAÇÕES

Alfa Virtual School – Física: Ondas OND. Disponível em : <http://alfaconnection.net/pag_

avsf/ond0202.htm> . Acesso em : 08 maio 2011.

CARNEIRO, Danielli Veiga. Audio (arquivo pdf) . Novembro de 2005. Disponível em :

http://daniellivc.sites.uol.com.br/3AUDIO.pdf . Acesso em : 8 maio 2011.

FERRAZ NETO, Luis. Acústica (Parte 1). Disponível em : < http://www.feiradeciencias.

com.br/sala10/10_T01.asp > . Acesso em : 12 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.colegioweb.com.br/fisica/ qualidades-

fisiologicas-do-som.html>.Acesso em : 10 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.fisica.icen.ufpa.br/aplicada/

qualifis.htm> . Acesso em : 10 maio 2011.

Wikipedia: Weber–Fechner law (A Lei de Weber-Fechner – Em inglês) . Disponível em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Weber%E2%80%93Fechner_law#cite_note-2 Acesso em : 30 abr

2011.

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05. AVALIAÇÃO

Serão colocados em uma caixa de papelão, alguns cartões em que estarão impressas as seguintes

funções:

y= -2 + sen x

y = 3 + sen x

y = sen x

y = 2.sen x

y = 3.sen x

y = sen (x/2)

y = sen (x/3)

Os cartões serão misturados e cada uma das turmas irá retirar um desses cartões.

Com esse cartão na mão, cada turma deverá abrir o arquivo:

Webquest 6 funcoes trigonometricas translacao.xls

Selecionar o intervalo B5:J24 (Da célula B5 até a célula J24);

Criar um gráfico de dispersão a partir desse intervalo;

Acomodar a área visual do gráfico da maneira que melhor lhes convier;

Apagar o gráfico linear que aparecer na imagem e os demais gráficos, de forma que reste apenas

aquele que fora escolhido pela turma.

Observação: Caso vocês apaguem uma função e queiram recuperá-la novamente, basta utilizar

o comando CTRL+Z.

06. CONCLUSÃO

A utilização do trabalho em equipe, associada à utilização da rede mundial de computadores propicia

uma integração da escola à realidade vivida pelas pessoas. Essa metodologia construtivista vai de

encontro ao que rezam os PCN‘s em busca de um trabalho que desenvolva competências e habilidades

dos educandos.

07. CRÉDITOS

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Alfa Virtual School – Física: Ondas OND. Disponível em : <http://alfaconnection.net/pag_

avsf/ond0202.htm> . Acesso em : 08 maio 2011.

CARNEIRO, Danielli Veiga. Audio (arquivo pdf) . Novembro de 2005. Disponível em :

http://daniellivc.sites.uol.com.br/3AUDIO.pdf . Acesso em : 8 maio 2011.

FERRAZ NETO, Luis. Acústica (Parte 1). Disponível em : < http://www.feiradeciencias.

com.br/sala10/10_T01.asp > . Acesso em : 12 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.colegioweb.com.br/fisica/ qualidades-

fisiologicas-do-som.html>.Acesso em : 10 maio 2011.

Qualidades fisiológicas do som. Disponível em : <http://www.fisica.icen.ufpa.br/aplicada/

qualifis.htm> . Acesso em : 10 maio 2011.

Wikipedia: Weber–Fechner law (A Lei de Weber-Fechner – Em inglês) . Disponível em:

http://en.wikipedia.org/wiki/Weber%E2%80%93Fechner_law#cite_note-2 Acesso em : 30 abr

2011.

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APÊNDICE J – WEBQUEST 6 – WEBQUEST 6 AS CARACTERISTICAS

DO SOM E A TRIGONOMETRIA – IMAGEMEM DO ARQUIVO

WEBQUEST 6 FUNCOES TRIGONOMETRICAS TRANSLACAO.XLS