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Pedro António

DIRECTOR

Frankelim AmaralDIRECTOR DE REDACÇÃO

DirectorPedro ANTÓNIO

Director de redacçãoFrankelim AMARAL

Propriedade e EdiçãoFP Productions

Sede97 avenue Emile Zola, 75015 Paris

ContactosTel. Comercial: 06 63 78 17 13 - Tel. Informação: 06 08 91 15 50

Email: [email protected]: www.portugalmag.fr - www.facebook.com/portugalmag

Journalistes accrédités auprès de l'UNESCO

Composição gráficaFolheto Edições & Design

Praça Madre Teresa de Calcutá, Lote 115, loja 12410-363 Leiria – Portugal

Tel./Fax: 00351 244 815 198 | [email protected]

ColaboradoresSusana Patarra, Guida Amaral, Maria-Yvonne Frutuoso,

Vitor Santos, Adélio Amaro (Portugal),Magali Terrasson, Mário Pina, Lucia Lopes,

Angélique David-Quinton, Manuel Moreira, Susana Alexandre,Serge Farinho, Mario Cantarinha, Manuel do Nascimento,

Maria Fernanda Pinto, Alfredo Lima

FotógrafosTeresina Amaral, Marla Maciel, Maryline da Cunha

Portugal Magazineé uma publicação mensal gratuita

Agence de PresseLusa

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ISSN2105-7761

Tiragem15.000 exemplares

Todos os direitos reservadosOs textos assinados são da responsabilidade dos autores

e não reflectem, necessariamente, a opinião da revista

A revista bilingue da comunidadeportuguesa em França

Recherche de Commerciaux H/F autonomes, organisés et dotés d’un bon sens du relationnel,ayant pour mission de développer un portefeuille clients composé de professionnels de la communautéportugaise à Paris et Ile-de-France. Ainsi, vos principales responsabilités seront de définir la stratégie

commerciale de prospection, cibler les entreprises à prospecter, effectuer principalement de la prospectionterrain. Le permis B ainsi qu’un véhicule sont nécessaires. Rémunération attractive.

Si vous êtes intéressé, envoyez votre CV à [email protected]

EDITORIAL 3ABRIL 2014

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Chegamos ao mês de abril, dia 25 irá ser festejado em

Portugal e pelas comunidades portuguesas espalhadas

pelo mundo, o 40° aniversário da Revolução dos Cravos,

data que marcou uma página importante na história do

nosso país. No dia 25 de abril de 1974, a população por-

tuguesa recuperou a liberdade de pensar, de exprimir-se

libremente depois de acabar com o regime de ditadura

instaurado por Salazar que oprimiu o seu povo durante

cerca de 50 anos. Leia nesta edição nosso dossier especi-

al sobre esta data, e encontre na agenda todos os nume-

rosos eventos organizados pelas associações.

Também nesta edição, diversos artigos relacionados

com as eleições municipais que decorreram nas duas úl-

timas semanas de Março em França, é de saudar a pre-

sença de muitos portugueses e lusodescendentes na vida

política, empenhando papeis importantes. Nossos para-

bens a todos, assim que ao Hermano Sanches Ruivo, re-

eleito Conselheiro na Mairie de Paris, grande defensor de

tudo quanto toca à comunidade portuguesa residente em

França. Esperemos que todos os eleitos mantenham uma

ligação forte com Portugal nas suas políticas, tal é o ape-

lo de José Cesário, Secretário de Estado das Comunida-

des, num artigo a ler nesta edição.

Dia 20 de abril, festeja-se a Páscoa, a celebração mais

importante da Igreja Cristã, onde se comemora a Res-

sureição de Jesus Cristo. A Páscoa está inserida na Se-

mana Santa, onde na Sexta Feira Santa é celebrada a

crucificação de Jesus, e no Domingo de Páscoa se cele-

bra a Ressurreição e sua primeira aparição para os seus

discípulos.

A figura do coelho está simbolicamente relacionada a

esta data comemorativa, pois este animal representa a

fertilidade. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade

era sinônimo de preservação da espécie e melhores con-

dições de vida, numa época onde o índice de mortalida-

de era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho

representava o nascimento e a esperança de novas vidas.

Cuidado neste dia com os doces e não exagerar com o

chocolate e amêndoas !

A todos os nossos leitores desejamos-lhes uma Santa

Páscoa e uma boa leitura.

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ÍNDICE4ABRIL 2014

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06

Cada vez maispopulação a sair

de Portugal

12

Daniel Bastos apre-sentou em Paris o

livro “Fafe - história,memória e

património”

23

40.º Aniversário daRevolução do 25 deabril de 1974

28

29

O português CristianoRonaldo, do RealMadrid, é o futebolistamais rico do mundo

“Esculturas do meufado”: a fadista e

escultora portuguesaCristina Maria

expõe pela primeiravez em França

15

Francisco Seixas daCosta dá o seu ponto

de vista sobre aseleições municipais

34Serra ou matanacional do Buçacoe o museu militar

08

10Felícia Glória da

Assunção-Pailleux éum símbolo do Cor-po Expedicionário

Português

Semaine culturellePortugaise du 25 Avril

au 3 Mai 2014

17

Tocam os sinos,é domingo de Páscoa

40

Distritos de Portugal

Família Teixeiraganhou pela segunda

vez o prémio para a“Melhor Baguete

de Paris”

18

30A paixãopela músicade Sabrina Simões

36

Empresas colectivas– Por qual devo optar?

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POLÍTICA 5ABRIL 2014

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José Cesário, apela a portugueses e lusodescendentesque foram eleitos nas municipais francesas para

mantarem uma ligação com Portugal nas suas políticas

"Percebemos que houve um aumentoclaro do número de recenseados e houvemais movimentações a nível da comuni-dade no sentido de se envolverem nestaseleições. Há muitas personalidades dacomunidade que foram eleitas", disse JoséCesário, acrescentando tratar-se de "umfator de satisfação muito grande".

O governante lembrou que os portu-gueses e lusodescendentes que agora vãodesempenhar cargos políticos são "eleitosfranceses, independentemente de teremtambém nacionalidade portuguesa" e,como tal, "devem obediência a um man-dato que lhes é conferido pelos eleitores".

O Governo português pede aos elei-tos que mantenham "uma ligação comPortugal".

"Pedimos que não esqueçam as res-petivas origens, que as tenham muito pre-

O SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES, José Cesário, afirmou que vários portugueses elusodescendentes foram eleitos nas municipais francesas, a quem apelou que garantam uma ligação comPortugal nas suas políticas.

sentes, e que em políticas de naturezasocial, de promoção cultural, a nível dalíngua portuguesa, de promoção dos pro-dutos portugueses, eles consigam fazeruma ligação com Portugal e com as res-petivas comunidades locais", sublinhouCesário.

Questionado sobre o aumento dos

resultados eleitorais da Frente Nacional(extrema-direita), numa altura em quepaíses como a Alemanha e a Suíça endu-recem as medidas contra os imigrantes,José Cesário disse que "este tipo de cres-cimento dos partidos radicais é cíclico,acontece quando há alguma indefiniçãonos projetos políticos e nos projetos eco-nómicos e quando há um aumento subs-tancial do desemprego".

"A Europa está a viver uma fase deredefinição muito grande, o projeto eu-ropeu está a necessitar de um grandeamadurecimento", acrescentou, mostran-do-se convicto de que "com o previsívelcrescimento económico, que se está aadivinhar, haverá uma recuperação dospartidos mais moderados, de centro, in-dependentemente de serem mais de cen-tro-esquerda ou de centro-direita".

Cristina Semblano, foi eleita na primeira volta das eleiçõesmunicipais francesas representando o Bloco de Esquerda em França

Cristina Semblano, economista e repre-sentante do Bloco de Esquerda em Françafoi eleita na primeira volta das eleiçõesmunicipais francesas, deputada municipalà Câmara de Gentilly e deputada municipaldelegada à aglomeração de municípios doVal de Bièvre qui reagrupa as cidades deGentilly, Arcueil, L'Hay les Roses, Fresnes,Kremlin-Bicêtre, Villejuif e Cachan.

A lista de união da Esquerda que inte-grava a candidata portuguesa conduzidapor Patricia Tordjamn, Presidente da Câ-mara de Gentilly que se recandidatou paraum segundo mandato, obteve 68.1% dosvotos e elegeu 28 deputados municipaissobre 33 (dos quais 6 /7 vão ter assentona aglomeração de municípios) deixandopara trás a lista de direita (UMP) que obte-ve 31.9% dos votos e elegeu 5 deputados.

A morar apenas há um ano e meioneste município limítrofe do Sul de Paris,que conta com uma população de cerca

de 17 000 habitantes e uma presençaportuguesa forte, a actual deputada mu-nicipal adoptou Gentilly e foi por ela adop-tada. Defini-a como uma cidade bela erebelde, rebelde como o demonstrou oresultado da eleição a contrário do movi-mento de direita (e extrema-direita) quepercorre a França e fraterna por ter erigi-do os valores da solidariedade e da fra-ternidade como baluarte.

Contente com os resultados do seumunícipio, a também ex-cabeça de listado Bloco às legislativas, vê com apreen-são os resultados das eleições em Fran-ça. A componente nacional no voto local

é por demais evidente e demonstra o re-púdio do povo francês pelas políticas deausteridade levadas a cabo por FrançoisHollande que em 2012, tinha incarnado aseus olhos a esperança de um novo rumo.

Ora, esse novo rumo não necessita deuma mudança de governo, mas de umamudança de políticas: as que invertam asactuais trajectórias do desemprego, daprecariedade, da exclusão, da destruiçãoda classe média e essa mudança não épossível no âmbito da actual arquitecturainstitucional europeia.

A campanha para as eleições europei-as deverá, na sua opinião, ser um palcode pedagogia, de confrontos e de deba-tes com os cidadãos sobre a actual Euro-pa e a Europa possível. Sobre a realidadede países como Portugal, Grécia, Chipreou Espanha, exemplo vivo do que a Eu-ropa pode advir.

É nesse palco de confronto, debate epedagogia, que se empenhará a ex-cabe-ça de lista do Bloco às legislativas e agoratambém deputada municipal de Gentilly.

FRANKELIM AMARAL

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POLÍTICA6ABRIL 2014

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"Há vários meses que a perda de forçado Partido Socialista e a possível ascensãoda Frente Nacional estava em praticamen-te todas as previsões", afirmou Seixas dacosta, no dia em que o primeiro-ministrofrancês e o seu executivo se demitiram,na sequência da pesada derrota dos soci-alistas nas eleições municipais realizadasno domingo.

"Talvez a debacle do Partido Socialistafosse algo surpreendente na sua dimen-são, mas a sua derrota é normal", acres-centou.

Seixas da Costa salientou que "há ma-nifestamente em certos setores de França,em particular no sul, no leste e no norte, aparte mais oriental da França, um apareci-mento de núcleos muito fortes marcadospela crise económica e onde há emana-ções nazistas, xenófobas, bem claras".

O ex-diplomata pormenorizou que "hápor vezes transferência direta de votos doantigo Partido Comunista para a FrenteNacional", que tem vindo a aumentar o seupeso desde que Marine Le Pen teve 17,8%nas presidenciais de 2012.

Trata-se de "pessoas que, perante oaumento do desemprego e em particularas questões de natureza securitária, ten-dem a refugiar-se numa lógica de maiorautoridade e de policiamento mais forte".

Sobre eventuais consequências dosresultados eleitorais para a comunidadeportuguesa, Seixas da Costa minimizou:"Em princípio não. A comunidade portu-guesa está protegida pela legislação relati-va aos cidadãos comunitários e, além domais é vista, diria quase de forma unâni-me, como uma comunidade que se inte-grou muitíssimo bem na sociedade fran-cesa".

A comunidade portuguesa não só "nãoé conflitual com os valores fundamentais,mesmo aqueles que são tradicionalmentemais ligados a uma ideia da França tradici-onal", como "o discurso da Frente Nacio-nal é muito ligado a comunidades que têmuma identidade étnica e uma diferença em

O ANTIGO EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM PARIS, Francisco Seixas da Costa,

considerou "altamente preocupante" a subida do peso eleitoral da Frente Nacional em França e

que "tem vindo a estruturar-se desde as eleições presidenciais de 2012".

Antigo embaixador de Portugal em ParisFrancisco Seixas da Costa dá o seu ponto

de vista sobre as eleições municipais

termos de matriz cultural muito contras-tante com a vida dos franceses", justifi-cou.

O ex-embaixador em Paris considerouainda "uma surpresa" a dimensão da abs-tenção nestas eleições: "Não há tradicio-nalmente uma abstenção muito elevada.A vida política em França motiva muito oscidadãos a votar. Foi uma surpresa."

A explicação pode estar no "desencan-to" das pessoas com os políticos.

"Traduz, de certo modo, algo que co-meça a verificar-se em muitos países eu-ropeus, que é um desencanto em rela-ção à coisa política, às soluções que ospolíticos podem apresentar aos cidadãos,não acreditar nem na esquerda nem nadireita. Esse é o sinal de um certo afas-tamento relativamente à questão políti-ca", justificou.

As eleições autárquicas, realizadas emduas voltas nos dois últimos domingos,foram marcadas por uma abstenção re-corde, de cerca de 36,3%, e tiveram umbalanço muito negativo para a esquerda,mas muito favorável para o centro-direita,que recuperou o terreno perdido em 2008,e um bom resultado para a Frente Nacio-nal, de extrema-direita.

O Presidente de França, François Ho-llande, anunciou a nomeação como pri-meiro-ministro do atual ministro do Inte-rior, Manuel Valls, em substituição de Jean-Marc Ayrault.

A nomeação foi anunciada numa men-sagem televisiva do chefe de Estado fran-cês, um dia depois de uma pesada derrotado Partido Socialista francês nas eleiçõesmunicipais, que levou Ayrault e o seu go-verno a demitirem-se.

FRANCISCO SEIXAS DA COSTA

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ARTES8ABRIL 2014

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“Esculturas do meu fado”: a fadistae escultora portuguesa Cristina Maria

expõe pela primeira vez em França

Na abertura da exposição, CristinaMaria irá interpretar alguns fados do seurepertório, acompanhada apenas pelaguitarra portuguesa de Custódio Castelo.

Esta exposição, que levou cerca dedois anos a preparar, foi apresentada pelaprimeira vez em junho passado no Mu-seu do Fado, em Lisboa, e mostrou-seem vários espaços nacionais, como oConvento de Cristo, em Tomar, o Museude Aveiro e a Casa-Museu Guerra Jun-queiro, no Porto, tendo igualmente segui-do para Pontederam, na Itália.

Cristina Maria afirmou que, atravésdesta exposição, procura "exprimir o du-plo sentimento de mar, o fado", que can-ta e de que gosta, assim como a cantariaem pedra, de que é mestre, "igualmenteuma arte tradicional portuguesa", desta-cou.

A exposição integra apenas escultu-ras em mármores e calcários pretos ebrancos, à exceção da escultura de ho-

A ESCULTORA E FADISTA CRISTINA MARIA apresenta, a partir do mês de abril, a exposição"esculturas do meu fado", no Centrum Sete Sóis Sete Luas, em Frontignam, França.

menagem a Amália Rodrigues, em ver-melho de Alicante.

"O branco e o negro são, para mim,as cores representativas do fado, desta-cando-se um vermelho de Alicante que éminha homenagem à minha grande ins-piração, Amália Rodrigues", afirmou Cris-tina Maria.

A escultura dedicada à criadora de"Povo que lavas no rio" mede 1,50 me-tros e "é a mais pesada", disse.

Além de Amália, são homenageadosoutros nomes do fado como o guitarristae compositor Custódio Castelo, o fadistaFernando Maurício, o músico Jorge Fer-nando, o viola baixo Joel Pina e o cons-trutor de guitarras Óscar Cardoso.

A escultura dedicada a Custódio Cas-telo, músico que habitualmente acompa-nha a fadista, intitula-se "Inquietude", éem ferro e em calcário preto do Alquei-dão da Serra e tem 1,60 metros.

"Procurei, através da pedra, exprimir

inovação, genialidade, criação e forma dereinventar o instrumento, como acompa-nhador e também como solista, do músi-co Custódio Castelo".

"Todos os fadistas são homenageadosatravés da escultura 'Fado menor', de 1,23metros, que representa o xaile da fadistaem repouso, no cadeirão de ferro, guar-dando a dor, a solidão e a saudade". "Éuma escultura em mármore ruivina e fer-ro", explicou.

A canção de Coimbra é homenageadacom "Verdes Anos", em calcário preto doAlqueidão da Serra e mármore branco daGrécia, remetendo o seu título para a com-posição homónima de Carlos Paredes.

A mostra no Centrum Sete Sóis SeteLuas, em Frontignam, estará patente até29 de maio.

Centrum Sete Sóis Sete Luas

Avenue Frédéric Mistral

34110 Frontignan

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GASTRONOMIA 9ABRIL 2014

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Pub.

Foram muitos os visitantes durante estasemana do festival. A maior parte já veiono ano anterior e gostaram, e por isso vi-eram novamente, agora com amigos.

Fernando Lopes, diretor da radio Alfa,ficou bastante contente com a adesão dosvisitantes, e lembra que desde 12 anosesta iniciativa tem vindo cada vez a me-lhorar e ter sempre mais visitantes ente-

Festival da Gastronomia Portuguesa da Regiãode Paris com deliciosos pratos e petiscos

TEVE LUGAR NO FINAL DO MÊS DE MARÇO o Festival da Gastronomia Portuguesa da Região de Paris,esta foi a 12.ª edição, cada vez mais um número crescente de franceses, marcou presença neste festival, mas agrande maioria foram lusófonos que saborearam os deliciosos pratos e petiscos.

resados pela culinária portuguesa, peloqual o deixa orgulhoso salientou o dire-tor da rádio da comunidade portuguesana região de Paris.

Esta iniciativa teve início, a partir deuma ideia do embaixador de Portugal,António Monteiro, que achou que erabom ter aqui alguma coisa que divulgas-se a gastronomia portuguesa", disse ain-da Fernando Lopes.

O festival aconteceu nas instalações daRádio Alfa, nos arredores de Paris, comrefeições ao almoço e ao jantar.

Este ano a gastronomia portuguesa foilevada à região de Paris pelo restaurante'O Cortiço', de Viseu, que serviu, arrozde carqueja, cabrito assado à pastor daserra e vitelinha na púcara à lavrador deCavernães entre outros saborosos pratos,e os hotéis RR, do Algarve, que propuse-

ram lombo de porco recheado com figossecos, molho de castanha de Monchique,salpicos, bife de espadarte à moda da Sa-lema, arroz de tamboril e camarão dacosta algarvia com aroma a poejo entreoutras receitas.

Nesta edição de 2014 passaram peloFestival da Gastronomia Portuguesa daRádio Alfa, mais de 2 500 pessoas.

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COMEMORACÃO10ABRIL 2014

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Felícia Glória da Assunção-Pailleux é umsímbolo do Corpo Expedicionário Português

COM 87 ANOS, FELÍCIA GLÓRIA DA ASSUNÇÃO-PAILLEUX, filha de um soldado português, éum símbolo do Corpo Expedicionário Português que combateu no norte de França durante a I GuerraMundial, e mantém viva, até hoje, a memória do pai.

Felícia nasceu em França,filha de pai português, "o queera algo original na época", "Nãoera banal ser português numavila do norte de França no iní-cio do século XX", contou Felí-cia da Assunção-Pailleux.

O seu pai, João Manuel daCosta Assunção, era serralhei-ro em Portugal quando, com22 anos, deixou o país para sejuntar ao Corpo Expedicioná-rio no norte de França.

Foi um dos sobreviventes daBatalha de La Lys, em 1918,que aconteceu na sequência daofensiva alemã contra as for-ças britânicas, nas quais seencontrava inserido o CorpoExpedicionário Português queacabou por perder cerca dedois mil homens nesta batalha,que se encontram sepultadosno Cemitério Militar PortuguêsRichebourg.

"O meu pai fez 440 dias detrincheira 2.685 dias de guerra",sabe de cor a filha do porta-ban-deira, "soldado n.º 13.044, do23.º Regimento, 4.ª companhia,2.a divisão", acrescentou.

Depois da guerra, João daCosta Assunção decidiu per-manecer em França por amor.

BATALHA DE LA LYS I GUERRA MUNDIAL

CORPO EXPEDICIONÁRIO NO NORTE DE FRANÇA

Casou com a mãe da senhoraPailleux em 1920 e tiveram 15filhos.

"Éramos 15 crianças, erapreciso trabalhar. O papá par-tiu muito cedo por ter traba-lhado muito, fazia muitas coi-sas", explicou madame Pailleux.

João Manuel da Costa As-sunção morreu em França em1975, mas é recordado até hojepela filha, que portou a bandei-ra original do pai até 2010, al-tura em que a ofereceu ao Mu-seu da Liga dos Combatentes,em Portugal e foi convidada porCavaco Silva para as comemo-rações do centenário da Repú-blica Portuguesa, em Lisboa.

O soldado português era"um guardião da cultura lusita-na", assegurou a filha, que nãotrouxe a bandeira, mas vestiuas cores de Portugal numa gra-vata vermelha com a cruz por-tuguesa.

A filha do soldado portu-guês falou com à margem deuma conferência em memóriada participação do Corpo Ex-pedicionário Português na pri-meira Guerra Mundial de 1914à 1918, na Casa de Portugal,em Paris.CEMITÉRIO MILITAR PORTUGUÊS RICHEBOURG

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EMIGRACÃO12ABRIL 2014

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Cada vez mais população a sairde Portugal e poucos são o que

escolhem Portugal para imigrarem

O alerta foi lançado por Rui Pena Pi-res, coordenador científico do Observa-tório da Emigração, durante a conferên-cia "Emigração portuguesa contemporâ-nea", que decorreu em Lisboa.

O investigador explicou que, na UniãoEuropeia, apenas Malta, país que tem me-nos de um milhão de habitantes, tem mai-or percentagem de emigrantes do que Por-tugal.

Além disso, Portugal é um dos paísescom menos imigrantes em percentagemda população.

A conjugação destes dois dados colo-ca o país no "quadrante da repulsão dosistema migratório europeu", onde RuiPena Pires coloca os países que afastammais população do que atraem, como aLituânia, a Roménia ou a Bulgária.

"Portugal está a aproximar-se do gru-po dos países de leste menos desenvolvi-dos", afirmou o investigador do ISCTE -Instituto Universitário de Lisboa.

Embora reconheça que a situação atualnão é nova e que já nos anos 60 Portugaltinha mais emigração do que imigração,Pena Pires sublinhou que atualmente háuma agravante.

Para o investigador, os efeitos da emi-gração dos anos 60 puderam ser parcial-mente contrariados pelo repatriamento deÁfrica nos anos 70, que representou oregresso de meio milhão de pessoas emano e meio.

Atualmente, no entanto "não é previ-sível qualquer fenómeno migratório va-gamente semelhante ao do repatriamen-to, pelo que a situação é hoje muito maisaguda do ponto de vista recessivo popu-lacional do que nos anos 60".

Aos jornalistas, o cientista explicouque "tudo depende da retoma do cresci-mento económico", mas alertou que, seesta demorar muito, " torna-se muito di-fícil corrigir os défices demográficos en-tretanto acumulados".

"Neste momento o saldo é negativo"reiterou o investigador, que estima em 90

PORTUGAL É O SEGUNDO PAÍS DA UE com mais emigrantes em percentagem dapopulação e um dos com menos imigrantes, o que cria uma alarmante situação demográfica,mais grave do que a dos anos 60.

a 95 mil o número de saídas anuais deemigrantes.

Este valor é ligeiramente inferior à es-timativa do secretário de Estado das Co-munidades, José Cesário, que fala em 120mil saídas, mas Rui Pena Pires diz que asua estimativa é de emigrantes permanen-tes, que ficam fora por mais de um ano,excluindo os temporários.

O investigador João Peixoto, do Insti-tuto Superior de Economia e Gestão(ISEG), fez uma intervenção menos pes-simista do que a de Rui Pena Pires, aler-tando que a par das saídas, é preciso con-tabilizar as reentradas de emigrantes.

Analisando os dados do Censos 2011,João Peixoto e a sua equipa concluíramque entre 2001 e 2011 regressaram aPortugal 230 mil pessoas nascidas emPortugal e que tinham estado emigradasdurante mais de um ano.

"É significativo ver que 10% da popu-lação portuguesa em 2011 já tinha residi-do mais de um ano no estrangeiro", acres-centou o cientista.

Os dados do Censos permitiram con-cluir que só entre 2009 e 2011 regressa-ram 35 mil pessoas, sobretudo jovensentre os 25 e os 34 anos, que tinham es-tado em países como o Reino Unido, aSuíça, Espanha ou Angola.

Embora reconhecendo que muitas pes-soas regressam e voltam a sair, Peixoto dis-se, que é preciso não olhar apenas para osnúmeros de saídas, mas também pensar"que há um movimento muito mais com-plexo que muitas vezes passa por um re-gresso a Portugal". Ainda assim, o investi-gador admitiu que "a deterioração da situa-ção portuguesa desde 2011 até 2013 deve-rá ter feito cair as reentradas" e sublinhouque mesmo em 2011 é provável que o saldoentre saídas e reentradas fosse negativo.

E recordou que é preciso conjugaroutras variáveis demográficas: "Não es-tamos apenas com um problema de per-da grave em termos migratórios, estamoscom um problema de fecundidade baixís-sima e de envelhecimento muito forte".

"Quando se nasce pouco, vive-se atémuito tarde, entram poucos estrangeirose muitos portugueses saem, temos for-tes razões para sermos pessimistas", re-conheceu, alertando que o risco é quePortugal se torne um país cada vez maisperiférico dentro da Europa.

Como resumiu Rui Pena Pires: "Aemigração tem sido boa para as pessoasporque tem permitido que resolvam osproblemas na situação de crise extremaem que estamos, mas para o país nãotem sido a melhor solução".

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Jantar da Academiado Bacalhau de Paris

na sala Vasco da Gama

No passado dia 27, as co-madres e compadres da Aca-demia do Bacalhau de Paris reu-niram-se na sala Vasco daGama, aproveitando a Semanada Gastronomia Portuguesaorganizada pela Radio Alfa.

Ao programa, um donativode 7.500 euros pela parte daABP a favor do forcado NunoMata numa sala repleta de 250pessoas. A Academia do Baca-lhau de Rouen também vai con-tribuir em breve com a somade 500 euros. A associação dePub.

Bienfaisance presidida pelo SrManuel Oliveira do Raincy, de-cidiu oferecer a cadeira elétricaao Nuno. O jantar contou coma presença do grande futebolis-ta Valdo que dando algumaspalavras ao Nuno, prometeu-lhe

que daria como donativo umaparte do cachêt a quando do seujubileu no Estadio da Luz (gran-de homem que também sofreucom a morte da filha).

Neste jantar também este-ve presente, com a sua espo-sa, o Sr. Teixeira, galordoadocom o prémio da melhor ba-guette de Paris.

Da parte dos alocutores,começando pelo cavaleiro Ri-beiro Teles que começou porfrisar a sua carreira e por fimdeu o elogio ao Nuno pela suacamaradagem e a entreajudaentre os forcados na arena

frente ao touro. O Pedro Coe-lho dos Reis também descre-veu o seu trajeto de carreiradizendo que o Nuno foi aquelecompanheiro com quemaprendeu muito nesta entregade entreajuda que é o meio tau-rino. Por fim o Nuno descre-veu o seu percurso em todasas praças Portuguesas, Espa-nholas, Francesas e Mexicanas.

A ABP aproveitou a Sema-na da Gastronomia Portuguesapara organizar seu jantar men-sal na sala Vasco da Gama, ondeos dois restaurantes presentes,serviram uma boa refeição.

ALFREDO DE LIMA

CONVÍVIO14ABRIL 2014

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LITERATURA / HISTÓRIA 15ABRIL 2014

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Daniel Bastos apresentou em Parisno Consulado Geral de Portugal o livro“Fafe - história, memória e património”

Para Daniel Bastos, o facto dea obra estar traduzida para inglêse francês "permite que qualquerpessoa que queira visitar ou co-nhecer a história e o patrimóniodo concelho, nomeadamenteemigrantes de segunda ou terceirageração, tenham um livro que é um car-tão-de-visita de Fafe".

O trabalho designa-se "Fafe - história,memória e património", foi traduzido por

O HISTORIADOR DANIEL BASTOS apresentou em Paris, um livro sobre Fafe escrito em português, francês e

inglês. "Este livro é o corolário de um conjunto de trabalhos e estudos que tenho desenvolvido nos últimos anos

sobre a história de Fafe, que agora assumem um formato conciso e universal", explicou o historiador.

Paulo Teixeira e ilustrado com cer-ca de uma centena de fotografiasa preto e branco de José PedroFernandes.

A apresentação decorreu noConsulado Geral de Portugal, diri-gindo-se sobretudo à comunida-

de emigrada em França.O historiador, de 34 anos, acrescen-

tou que o livro, de 300 páginas, "transmi-te uma imagem global e fundamentada da

evolução do território concelhio, das ori-gens à atualidade".

Para Daniel Bastos, a obra "constituium autêntico cartão-de-visita para todosos que queiram conhecer e visitar o con-celho de Fafe", no distrito de Braga.

A apresentação da obra foi feita pelopoeta e pintor francês Gérald Bloncourt,que também assina o prefácio do livro.

Fotos: Mário Cantarinha

25 de abril, 40.° aniversário

Antes do 25 de abril 1974, havia umhomem, que se chamava António de Oli-veira Salazar, o chefe do Estado Novo.

Salazar corrompia os que o serviampara melhor o servirem. Não era um cor-rupto, era um corruptor. Sabia no entantofazê-lo e com quem fazê-lo. A política erapensada por elites, dirigida por elites. OEstado Novo salazarista reprimia a vidapolítica e intelectual do País. Salazar, refu-giava-se na ideia de um império colonialportuguês. As guerras na África onerosase em vão, começaram progressivamente,chegando até às elites, militares e políti-cos a semear a discórdia.

O golpe de Estado obedeceu a um pla-neamento muito cuidadoso e a uma exe-cução de grande eficácia, baseada em prin-

A REVOLUÇÃO DA PRIMAVERA, a primavera suave dos Cravos, uma Revolução pacífica, abril emPortugal. Portugal deu uma lição revolucionária ao Mundo.

MANUEL DO NASCIMENTO

cípios militares muito simples; surpresa,coordenação e concentração de forças.

Acontece que a história de um País vira.É o caso do 25 de abril de 1974, em que aRevolução dos Cravos instala um poderdemocrático em Portugal.

O sucesso do golpe de Estado do 25de abril de 1974, teve um apoio forte eimediato da população de Lisboa e do País.O povo português percorria as ruas de Lis-boa gritando com lágrimas de alegria: Vi-

tória Vitória...Na quinta-feira, dia 25 de abril de 1974,

cerca das 0h20, e na Rádio Renascença,ouve-se a canção Grândola vila morena deZeca Afonso. Era o sinal para o início dasoperações militares. Pouco a pouco, to-dos os pontos estratégicos do País esta-vam no poder do Exército. Só mais tarde,às 18h39, uma viatura (Bula) entra na ca-serna do Carmo de Lisboa, para transpor-tar Marcello Caetano, refugiado durante anoite, a pedido de Silva Pais, diretor da Pide.Mais tarde, às 19h30, é dado o conheci-mento da rendição do governo.

A população estava na rua para mani-festar a sua alegria. "O Povo Unido, jamaisserá Vencido". O Povo estava lá. E nós hoje?40 anos depois! É de relembrar esta data ede a contar aos nossos filhos e netos. Nãoesquecer, que com a participação de hoje,é construir o amanhã.

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COMMÉMORATION 17ABRIL 2014

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Semaine culturelle Portugaisedu 25 Avril au 3 Mai 2014

Pourquoi une semaine culturelle, parce

que la Révolution des œillets, représente la

fin du fascisme au Portugal et l’ouverture

sur la démocratie, l’ouverture sur la liberté

d’expression, de toutes les expressions,

notamment la culture.

Cette semaine s’articulera donc sur 4

modules différents :

Une Exposition Photographique :

« Regards sur le Portugal » du 25

avril au 3 Mai 2014, aux Passerelles

à entrée libre.

25 Avril à 19h00 : Nous ouvrons cette

semaine culturelle le 25 Avril, date emblé-

matique de la révolution des Œillets, par un

Vernissage de l’exposition « Regards sur

le Portugal ».

En présence des 3 photographes : Ge-

rald Bloncourt, Philippe Martins et David

Martins.

- Gérald Bloncourt, nous donne sa vi-

sion du Portugal et notamment l’immigra-

tion portugaise des années 60-70, qui fuyait

le fascisme et la misère pour venir travailler

en France. Il capte ce moment d’histoire du

Portugal, en fixant dans l’image, les regards,

les conditions de vie des portugais arrivés

en France dans les années 60-70. Leur hu-

milités, leur courage, leurs conditions de

vie, tout y ai.

- Philippe Martins et David Martins,

deux photographes luso descendants de

Pontault-Combault, née en France et amou-

reux du Portugal, nous montrent leurs re-

gards sur leur pays d’origine, les instants

de vie attrapés au détour d’un regard, l’art

de rue, l’architecture, ce qui fait le Portu-

gal d’aujourd’hui.

A L’OCCASION DU 40ÈME ANNIVERSAIRE de la Révolution des œillets au Portugal (1974 – 2014),

l’APCS à décidé de fêter l’événement avec une semaine culturelle du 25 Avril au 3 Mai 2014.

Cinéma / Cinéma Apollo : le Portu-

gal vu par le cinéma le 27 avril à 15h00,

- entrée 5 euros pour l’après-midi

- 15h00 – « Les Grandes Ondes » :

film de Lionel Baier, Regards drôles et dé-

calés d’une équipe de journalistes Suisses

pendant la Révolution du 25 Avril au Portu-

gal. On y découvre un Portugal libéré, avec

une soif de toutes les libertés, meures,

morale, et culture.

- 16h25 Lisboa Orchestra : court

métrage de Guillaume Delaperriere, regards

original et musical sur Lisbonne.

- 16h40 : Entracte : En présence de

José Vieira et échange sur le Portugal et le

40ème anniversaire de la révolution des Œil-

lets, autour d’un verre accompagnés de

« Pasteis de Nata » (pâtisserie lisboète)

- 17h00 – « Les émigrés » film de José

Vieira - Histoire d’un village du Portugal où

presque tous les habitants ont émigré à la

recherche d’une vie meilleure. Le film tente

de comprendre ces hommes et ces fem-

mes qui ont fuis le fascisme et la misère et

qui sont devenus, un jour, des étrangers.

Concert de Fado : Katia Guerreiro

aux Passerelles le 29 avril à 20h30,

- entrée adhérents APCS 12 euros /

Non adhérents APCS 20 euros.

Une fois par an, les Passerelles en par-

tenariat avec l’APCS invitent une figure ma-

jeure de la diversité musicale Portugaise. En

2011 : Déolinda, en 2012 : Oquestrada,

et cette année la grande Katia Guerreiro.

Katia Guerreiro, grande ambassadrice

du Fado. Musique fortement ancrée dans

les profondeurs de l’âme portugaise. Le Fado

se devait d’être présent pour cette semaine

culturelle portugaise. Véritable bande son

du Portugal, le Fado est depuis peu, rentré

dans le patrimoine mondial de l’UNESCO.

En fin de concert, nous invitons le pu-

blic à boire un verre et échanger.

Théâtre : « Résistance » aux Pas-

serelles le 3 mai à 20h30, - entrée

libre.

Pièce de Joaquim Pires, tantôt drama-

tique, tantôt humoristique ; sur la période

salazariste et le soulèvement contre le fas-

cisme des années 70 au Portugal.

Entre rire et larme, véritable témoigna-

ge sur ce qu’a été le fascisme portugais et

la « Révolution des Œillets ». « Résistan-

ce » soulève certaines questions qui sont

aujourd’hui d’une grande actualité : Com-

ment résister et prendre son destin en main

malgré la misère.

Le Portugal d’aujourd’hui est le fruit de

cette histoire, il nous semblait important de

finir cette semaine par ce témoignage.

ASSOCIATION PORTUGAISE

CULTURELLE & SOCIALE

CENTRE CULTUREL FRANCO-PORTUGAIS

62, rue Lucien Brunet

77340 Pontault-Combault

Tél.: 01 70 10 41 26

E-mail: [email protected]

site: apcs77.free.fr

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COMUNIDADE18ABRIL 2014

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António Teixeira chegou aFrança com seis anos, em1998 ganhou o prémio daMelhor Baguete de Paris. Em2014, o filho, AnthonyTeixeira, seguiu as pisadas dopai e voltou a conquistar ogalardão.

"Há muito mais visibilida-de porque na primeira vezque ganhámos, podiam dizerque foi um bocado de sorte.Agora mostrámos que a ha-ver sorte, é mínima. Hoje te-mos uma qualidade compro-vada, não é uma sorte", disseAntónio Teixeira.

Questionado sobre a ori-gem da sabedoria que leva afamília a conquistar os tro-féus, António Teixeira res-ponde que não a foi buscar aPortugal, porque aprendeu oofício com franceses, masnão nega que haja uma certa"saudade portuguesa" na mas-sa do melhor pão de Paris.

O filho, Anthony Teixeira,reconhece os ensinamentos do

Família Teixeira ganhoupela segunda vez o prémio para

a “Melhor Baguete de Paris”A PASTELARIA "AUX DÉLICES DU PALAIS", cujo dono é português, ganhou pela segunda vez o prémio para

a "Melhor Baguete de Paris", e irá fornecer o Palácio do Eliseu no próximo ano.

PORTUGUÊS ANTÓNIO TEIXEIRA GANHA PRÉMIO DA MELHORBAGUETTE DE PARIS PELA SEGUNDA VEZ

Pub.

pai e espera agora ganhar oprémio no concurso que abran-ge toda a região de Paris.

"Ele deu-me algumas ba-ses e depois fazemos à nos-sa maneira, melhoramos deano para ano", afirma.

"É um grande orgulhoporque tenho 24 anos", reve-lou Anthony, que considera"incrível" a possibilidade defornecer o Eliseu.

Para concorrer à MelhorBaguete de Paris o produtodeve ter entre 55 e 65 centí-metros, pesar 250 e 300 gra-mas e ter um nível de sal de18 gramas por quilo de fa-rinha. As baguetes concor-rentes são de seguida avalia-das segundo critérios de co-zedura, gosto, odor e apa-rência.

Concorreram este ano 187baguetes, avaliadas por umjúri composto por 15 mem-bros, entre os quais o vence-dor da Melhor Baguete de Pa-ris de 2013.

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Pedro Almeida Cabral es-creveu no « Expresso » do 2de Março de 2014 um artigointitulado « Dez razões paraapoiar o Acordo Ortográfi-co ». Começou por minimizar,tentando irónicamente ridicu-larizar, a opinião daqueles quese opõem ao dito acordo. Es-camoteando o facto de que osopositores, para além de seremmuitos milhares de cidadãos detodos os horizontes, têm noseu seio grandes línguistas,professores, escritores, jorna-listas, historiadores, artistas eaté alguns políticos, etc...

Vou responder-lhe colocan-do o meu comentário a seguirao seu.

Durante o dia de hoje,os nossos deputados te-rão finalmente uma ques-tão verdadeiramente im-portante para decidir: de-vem ou não as consoan-tes mudas sobreviver?Será que Portugal deixa deser Portugal e que os por-tugueses deixam de serportugueses se passarmosa escrever sem as conso-antes mudas?

Portugal nunca deixou deser Portugal apesar do elevadonível de analfabetismo, mais le-tra menos letra, não é disso quese trata.

Devemos condenar àmorte estas periclitantesletrinhas? Andamos tão en-tretidos com questõesmenores como o desem-prego elevado, a emigra-ção galopante e os cortesdefinitivos nas pensõesque não estamos suficien-temente atentos para amaior ameaça à maneira deviver portuguesa: o Acor-

Não mata mas mói!

AURÉLIOPINTO

OPINIÃO20ABRIL 2014

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do Ortográfico.É na altura em que o País

anda preocupado com as ques-tões maiores (que são as quecita como menores) que nosquerem fazer « engolir » oAO, que na realidade é tambémuma questão maior e cuja so-lução, contráriamente ao quepretende dar a entender, nãointerfere com os outros proble-mas.

Pelo menos, é essa aideia que fica cada vez quese lê mais um artigo con-tra o Acordo Ortográfico.Ainda esta semana, forampublicados vários deles nojornal Público. Clama-secontra a invasão estrangei-ra. Brame-se pelo portu-guês de lei. Invectivam-seos traidores da pátria por-tuguesa. Mas será que oAcordo Ortográfico nos vaicondenar a uma nova Ida-de Média de trevas e ig-norância? Será que pode-mos viver normalmentesem consoantes mudas? Oque me parece é que hápelo menos dez boas ra-zões para apoiar o Acor-do Ortográfico.

É evidente que por vezescertas mudanças são aceitáveise até necessárias, (reconheçoque também nesses casos háoposição, haverá sempre), masjá se viu que por isso ninguémse suicidou ! Mas mudar pormudar, quando a única moti-vação é nivelar pelo baixo, navã esperança de transformar« cábulas em bons alunos »ou de ganhar mais uns tostõesem troca de uns « ces » e deuns hífenes... Não mata masmói !

1. Começando peloprincípio. Foi Portugalque, em 1911, alterou agrafia da língua portugue-sa sem consultar o Bra-sil, o que fez com que pas-sasse a haver duas orto-grafias para a mesma lín-gua. O Acordo vem resol-ver este erro histórico.

Quando em 1911(*) se al-terou a grafia (no Brasil já ha-via uma grafia diferente, pelomenos no terreno) ninguémimpediu o Brasil de se alinhar.É assim que procedem fran-ceses e ingleses e nunca seouviu queixas de ninguém.

2. As alterações doAcordo Orográfico facili-tam a aprendizagem. Querde crianças, quer de es-trangeiros. Por uma razãosimples: as palavras pas-sam a ficar mais próximasda forma como se lêem.

Quando os próprios pro-fessores, obrigados a aplicarjá o AO, andam atrapalhados,como andarão os alunos, aolerem os clássicos das biblio-tecas ou mesmo na Internet,escritos antes do AO ? Sejameles portugueses ou não a bal-búrdia é a mesma. E diga-melá, que ganha um chinês deMacau ou um africano seja deonde for, que queira estudarportuguês ao aprender se ago-ra certos « ces » caíram ? Defacto não ganha para um fato !

3. O Acordo Ortográ-fico apenas afeta um nú-mero diminuto de pala-vras, cerca de 1,6%. O quesignifica que as alteraçõestrazidas pelo Acordo sãomínimas face ao portugu-ês que se escreve.

Então para quê mudar, sea diferença é tão limitada, que,o quê ou quem fica a ganharcom isso ?

4. As escolas portu-guesas já ensinam confor-me o Acordo Ortográfico.As leis portuguesas já sãopublicadas conforme oAcordo Ortográfico. OGoverno já governa con-forme o Acordo Ortográ-fico. A maioria dos jor-nais já publica conformeo Acordo Ortográfico. Pa-rece impossível, mas tudoisto acontece sem revol-ta, dor ou trauma.

De modo inconsciente e àforça de muita publicidade,

este Governo tenta introduzireste Acordo Ortográfico portudo quanto é sítio; mas se nãohá revolução (não é caso paratanto) revolta há e não é pou-ca. Já pesou as petições assi-nadas contra o AO ? Não lhechegou aos ouvidos a voz doscontestatários ? Advogados,tribunais, Centros Culturais,escritores, jornalistas e tantosoutros. Do Ministério da Cul-tura não, esse já não existe !

5. Entrando no Acor-do, é evidente que nuncapoderia haver qualqueracordo com o Brasil paraunificar a ortografia quenão abrangesse as conso-antes mudas. É que, sim-plesmente, os brasileirosnão as afloram nem aspronunciam.

Pois, tem de se fazer umacordo porque os brasileirosse não afloram nem pronun-ciam as consoantes mudas,correm o risco de corte de re-lações diplomáticas ! Eis umaboa razão.

6. E quem acha que ab-dicámos da nossa formade escrita, é bom lembrarque o Brasil também ce-deu e deixou, por exem-plo, de usar o trema emalgumas palavras, comono «u» em linguiça.

Sendo a língua falada noBrasil o Português, o Brasil nãocedeu, alinhou-se ou corrigiu(mas a linguiça não perdeuqualidade).

7. Há apenas oito paí-ses no mundo que têm oportuguês como línguaoficial. E só há duas or-tografias, a portuguesa ea brasileira. Chegar a umconsenso quanto à formade escrever é relativamen-te fácil. O que é altamen-te vantajoso para uma lín-gua falada em quatro con-tinentes por mais de 250milhões de pessoas.

A nossa língua é falada (já)nos quatro continentes, mascada um com as suas particu-

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Segundo a Agência daUnião Europeia para os Direi-tos Fundamentais, Malta e Por-tugal são os únicos países cujalegislação não prevê nem penade prisão nem coimas para osimigrantes que entrem ilegal-mente no seu território ou quenão possuam documentaçãoválida, embora acionem ime-diatamente mecanismos paraa deportação.

Nos outros países, há ati-tudes diversas: Espanha, porexemplo, não pune criminal-mente a entrada ilegal de imi-grantes, mas aplica multas aosindocumentados, ao inverso deFrança, que castiga criminal-mente a entrada ilegal mas nãoos imigrantes encontradossem documentos válidos.

Portugal não pune criminalmente osimigrantes em situação irregular

PORTUGAL É UM DOS POUCOS PAÍSES EUROPEUS que não pune criminalmente osimigrantes em situação irregular, constata um relatório, que analisa a compatibilidade das medidasanti-imigração com os direitos fundamentais.

Em Itália, um imigrante ile-gal pode ser multado até 10mil euros e em outros paísesa pena de prisão pode variarentre um mês e cinco anos deprisão, para além da deporta-ção, refere o relatório.

Apoiando-se em decisõesdo Tribunal de Justiça daUnião Europeia, a agência eu-ropeia defende o fim das pe-nas de prisão, pois consideraque deve prevalecer a legisla-ção que determina o regres-

so, voluntário ou forçado, doimigrante ilegal ao país de ori-gem.

A mesma entidade sugeretambém alterações ou clarifi-cações na legislação sobre oauxílio à imigração para nãoserem punidos atos humani-tários, como os de pescado-res que ajudem imigrantes emrisco de vida, ou senhoriosque arrendem alojamento semintenções de obstruir a depor-tação.

"O uso de sanções crimi-nais e prisão para combater aimigração ilegal prejudica nãosó as pessoas em causa, mastambém dá uma imagem ne-gativa de como a sociedadecomo um todo os considera",refere no relatório.

OPINIÃO / CRIMINALIDADE 21ABRIL 2014

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laridades e compreendida portodos. É também utilizada pordezenas de autores por essemundo fora, que adoramos,em que é que este Acordo Or-tográfico vai melhorar a situa-ção ? Baralha os que escre-vem bem e para os outros... ?Com a fasquia a 20cm do solo,todos são saltadores em altu-ra !

8. Numa perspectiva

egoísta, o Acordo Orto-

gráfico contribui, de for-

ma modesta, para que o

português do Brasil se

mantenha português do

Brasil e não se torne bra-

sileiro. Sim, interessa-nos

que o português seja fa-

lado por mais de 200 mi-

lhões de pessoas na Amé-

rica do Sul.

Os ingleses não mudam alíngua por causa da Américaou da Índia, como os france-ses não mudam nada por cau-

sa do Québec. Não é por issoque esses países dizem falaramericano ou quebequês. Epara as nossas diferenças re-gionais ? Também se faz umacordo « à casa » ?

9. O Brasil já aplica o

Acordo Ortográfico e, ao

contrário do que se diz,

não o rasgou nem o rejei-

tou. Apenas prolongou o

período de transição em

que se podem utilizar as

duas grafias, a antiga e a

nova, que passou de 2012

para 2015. Aliás, todos os

países de língua oficial

portuguesa já ratificaram

o Acordo Ortográfico. A

única exceção é Angola

que, mesmo assim, tem

dado alguns sinais de que-

rer rever a sua posição.

O Brasil empurrou o Acor-do Ortográfico para 2015 ecomo todos os outros paísesestá a avançar em marcha

atrás, sinónimo do pouco in-teresse que ele suscita, senãojá o teriam apanhado commãos ambas.

10. Finalmente, um dos

argumentos mais repeti-

dos é que não devemos

escrever como os brasi-

leiros porque somos por-

tugueses. Ver telenovelas

brasileiras, tudo bem.

Ouvir cantores brasilei-

ros, excelente. Ler ro-

mancistas brasileiros,

nada contra. Admirar fu-

tebolistas brasileiros, sim

senhor. Comer comida

brasileira, é um gosto.

Viajar para o Brasil, uma

maravilha. Mas escrever

como os brasileiros é que

é mortal.

Francamente acho fraca aconclusão. Tudo o que diz arespeito do Brasil : cantores,escritores, futebolistas, comi-da, viagens (menos as teleno-

velas, que detesto !) é verda-de. Mas também se aplica atantos outros países com lín-guas próprias, que se tivesse-mos que escrever como eles,seria um nunca mais acabar deAcordos Ortográficos. Voucontinuar a escrever (mal)como sei, mas sem nunca es-quecer, como tantos vão es-quecendo, que a minha Pátriaé a minha Língua.

(*) 1911 - Portugal Assina oprimeiro Acordo Ortográfico.

1945 - actualização do Acor-do de 1911

2002 - na cimeira de Brasília,decidiu-se que qualquer acordoentra em vigor desde que seja de-positado em Lisboa.

2004 - Segundo Protocole Mo-dificativo do Acordo Ortográfico,assinado pela CPLP em São Tomé,diz-se que basta que três países daCPLP o ratifiquem para que entreem vigor... Isso foi aprovado pelaAR com a Resolução n35/2008, emMaio de 2008. É esta RAR que aILC pretende revogar !

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Revolução dos Cravos, conhecida, efe-tivamente, como Revolução de 25 de abril,refere-se a um período da história de Por-tugal resultante de um movimento social,ocorrido a 25 de abril de 1974, que de-pôs o regime ditatorial do Estado Novo,vigente desde 1933, e iniciou um proces-so que viria a terminar com a implanta-ção de um regime democrático e com aentrada em vigor da nova Constituição a25 de abril de 1976, com uma forte ori-entação socialista na sua origem.

Esta ação foi liderada por um movi-mento militar, o Movimento das ForçasArmadas (MFA), que era composto na suamaior parte por capitães que tinham par-ticipado na Guerra Colonial e que tiveramo apoio de oficiais milicianos. Este movi-mento surgiu por volta de 1973, basean-do-se inicialmente em reivindicações cor-porativistas como a luta pelo prestígiodas forças armadas, acabando por seestender ao regime político em vigor.Com reduzido poderio militar e comuma adesão em massa da populaçãoao movimento, a resistência do regimefoi praticamente inexistente e infrutífera,registando-se apenas 4 civis mortos e 45feridos em Lisboa pelas balas da DGS.

O movimento confiou a direção do Paísà Junta de Salvação Nacional, que assu-miu os poderes dos órgãos do Estado.

A 15 de maio de 1974, o General Antó-nio de Spínola foi nomeado Presidente daRepública. O cargo de primeiro-ministroseria atribuído a Adelino da Palma Carlos.

Seguiu-se um período de grande agi-tação social, política e militar conhecidocomo o PREC (Processo RevolucionárioEm Curso), marcado por manifestações,ocupações, governos provisórios, nacio-nalizações e confrontos militares que, ter-minaram com o 25 de Novembro de 1975.

Estabilizada a conjuntura política,prosseguiram os trabalhos da AssembleiaConstituinte para a nova constituição de-mocrática, que entrou em vigor no dia25 de Abril de 1976, o mesmo dia dasprimeiras eleições legislativas da novaRepública.

EM 2014, O POVO PORTUGUÊS COMEMORA OS 40 ANOS DO 25 DE ABRILDE 1974 – DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS.

40.º Aniversário da Revoluçãodo 25 de abril de 1974

COMEMORACÃO 23ABRIL 2014

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Na sequência destes eventos foi insti-tuído em Portugal um feriado nacional nodia 25 de abril, denominado como «Diada Liberdade».

Na sequência do golpe militar de 28de Maio de 1926, foi instaurada em Por-tugal uma ditadura militar que, culmina-ria na eleição presidencial de Óscar Car-mona em 1928. Foi durante o mandatopresidencial de Carmona, período quese designou por «Dita-dura Nacio-

nal», que foi elabora-da a Constituição de 1933 einstituído um novo regimeautoritário de inspiração fas-cista - «o Estado Novo». An-tónio de Oliveira Salazar passouentão a controlar o país através dopartido único designado por «UniãoNacional», ficando no poder até lhe tersido retirado por incapacidade em 1968,na sequência de uma queda de uma ca-deira em que sofreu lesões cerebrais. Foisubstituído por Marcello Caetano que, pôsem prática a Primavera Marcelista e diri-giu o país até ser deposto no dia 25 deAbril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foisempre considerado como um país go-vernado por uma ditadura pela oposiçãoao regime, pelos observadores estrangei-ros e até mesmo pelos próprios dirigen-tes do regime. Durante o Estado Novo

existiam eleições, que não eram univer-sais e eram consideradas fraudulentaspela oposição.

O Estado Novo tinha como políciapolítica a PIDE (Polícia Internacional deDefesa do Estado), versão renovada daPVDE (Polícia de Vigilância e Defesa doEstado), que mais tarde foi reconvertidana DGS (Direcção-Geral de Segurança).

A políciapolítica do regime,

que recebeu formaçãoda Gestapo e da CIA,tinha como objectivocensurar e controlar

tanto a oposiçãocomo a opiniãopública emPortugal e nascolónias.

Na visãohistórica dos ide-

ólogos do regime,o país teria de manter

uma política de defesa, demanutenção do «Ultramar»,numa época em que os paí-ses europeus iniciavam osseus processos de descoloni-zação progressiva. Apesar deséria contestação nos fórunsmundiais, como na ONU, Por-tugal manteve a sua política ir-redentista, endurecendo-a apartir do início dos anos 1960,face ao alastramento dos mo-vimentos independentistas em

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COMEMORACÃO24ABRIL 2014

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Angola, na Guiné e em Moçambique.Economicamente, o regime manteve

uma política de condicionamento indus-trial que protegia certos monopólios ecertos grupos industriais e financeiros (aacusação de plutocracia é frequente). Opaís permaneceu pobre até à década de1960, sendo consequência disso um sig-nificativo acréscimo da emigração. Con-tudo, é durante a década de 60 que senotam sinais de desenvolvimento econó-mico com a adesão de Portugal à EFTA.

A Guerra do Ultramar, um dos

precedentes para a revolução

No início da década de setenta manti-nha-se vivo o ideário salazarista . Conti-nuavam os ideólogos do regime a alimen-tar o mito do «orgulhosamente sós», coi-sa que todos entendiam, num país peri-férico e pequenino, marcado pelo isola-mento rural: estar ali e ter-se orgulho nis-so eram valores, algo merecedor de res-peito. Mesmo em plena Primavera Mar-celista, Marcelo Caetano, que sucedeu aSalazar no início da década (em 1970, anoda morte do ditador), não destoa. Sentin-do o mesmo, age a seu modo, governaem isolamento, faz o que pode, mas umdia virá em que já nada pode fazer.

Qualquer tentativa de reforma políticaera impedida pela própria inércia do regi-me e pelo poder da sua polícia política(PIDE). Nos finais de década de 1960, oregime exilava-se, envelhecido, num oci-dente de países em plena efervescênciasocial e intelectual. Em Portugal cultiva-se outros ideais: defender o Império pelaforça das armas. O contexto internacio-nal era cada vez mais desfavorável ao re-gime salazarista/marcelista. No auge daGuerra Fria, as nações dos blocos capita-

lista e comunista começavam a apoiar efinanciar as guerrilhas das colónias por-tuguesas, numa tentativa de as atrair paraa influência americana ou soviética. A in-transigência do regime e mesmo o dese-jo de muitos colonos de continuarem sobo domínio português, atrasaram o pro-cesso de descolonização: no caso de An-gola e Moçambique, um atraso forçadode quase 20 anos.

Portugal mantinha laços fortes e du-radouros com as suas colónias africanas,quer como mercado para os produtosmanufaturados portugueses quer comoprodutoras de matérias primas para a in-dústria portuguesa. Muitos portuguesesviam a existência de um império colonialcomo necessária para o país ter poder einfluência contínuos. Mas o peso da guer-ra, o contexto político e os interessesestratégicos de certas potências estran-geiras inviabilizariam essa ideia.

Apesar das constantes objeções emfóruns internacionais, como a ONU, Por-tugal mantinha as colónias consideran-do-as parte integral de Portugal e defen-dendo-as militarmente. O problema sur-ge com a ocupação unilateral e forçadados enclaves portugueses de Goa, Damãoe Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portugue-sas africanas – Moçambique, Angola,Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde– surgiam entretanto movimentos inde-pendentistas, que acabariam por se ma-nifestar sob a forma de guerrilhas arma-das. Estas guerrilhas não foram facilmentecontidas, tendo conseguido controlar umaparte importante do território, apesar dapresença de um grande número de tro-pas portuguesas que, mais tarde, seriamem parte significativa recrutadas nas pró-

prias colónias.Os vários conflitos forçavam Salazar

e o seu sucessor Caetano a gastar umagrande parte do orçamento de Estado naadministração colonial e nas despesasmilitares. A administração das colóniascustava a Portugal um pesado aumentopercentual anual no seu orçamento e talcontribuiu para o empobrecimento daeconomia portuguesa: o dinheiro era des-viado de investimentos infra-estruturaisna metrópole. Até 1960 o país continuourelativamente frágil em termos económi-cos, o que aumentou a emigração parapaíses em rápido crescimento e de es-cassa mão-de-obra da Europa Ocidental,como França ou Alemanha. O processoiniciava-se no fim da Segunda GuerraMundial.

O estado do país

A economia cresceu bastante, em par-ticular no início da década de 1950. Eco-nomicamente, o regime mantinha a suapolítica de Corporativismo, o que resul-tou na concentração da economia portu-guesa nas mãos de uma elite de industri-ais. A informação circulava e a oposiçãobulia. A guerra colonial tornava-se temaforte de discussão e era assunto de elei-ção para as forças anti-regime. Portugalestava muito isolado do resto do Mundo.Muitos estudantes e opositores viam-seforçados a abandonar o país para esca-par à guerra, à prisão e à tortura.

Em fevereiro de 1974, Marcelo Caeta-no é forçado pela velha guarda do regimea destituir o general António de Spínola eos seus apoiantes. Tentava este, com idei-as de índole federalista tornadas célebresnum livro publicado pelo próprio intitula-do «Portugal e o Futuro» (em cuja obra

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COMEMORACÃO 25ABRIL 2014

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MARCELLO CAETANOANTÓNIO DE OLIVEIRASALAZAR

também afirmava a impossibilidade devencer militarmente a Guerra do Ultra-mar), modificar o curso da política colo-nial portuguesa, que se revelava demasi-ado dispendiosa.

Conhecidas as divisões existentes noseio da elite do regime, o MFA decide le-var adiante um golpe de estado. O movi-mento nasce secretamente em 1973. Neleestão envolvidos certos oficiais do exér-cito que já conspiravam, descontentes pormotivos de carreira militar.

Monumento em Grândola

A primeira reunião clandestina de ca-pitães foi realizada em Bissau, em 21 deagosto de 1973. Uma nova reunião, em 9de setembro de 1973 no Monte Sobral(Alcáçovas) dá origem ao Movimento dasForças Armadas. No dia 5 de março de1974 é aprovado o primeiro documentodo movimento: Os Militares, as ForçasArmadas e a Nação. Este documento éposto a circular clandestinamente. No dia14 de março o governo demite os gene-rais Spínola e Costa Gomes dos cargos deVice-Chefe e Chefe de Estado-Maior Ge-neral das Forças Armadas, alegadamentepor estes se terem recusado a participarnuma cerimónia de apoio ao regime. Noentanto, a verdadeira causa da expulsãodos dois Generais foi o facto do primeiro

GENERAL ANTÓNIODE SPÍNOLA

ÓSCAR CARMONAOTELO SARAIVA DECARVALHO

RAMALHO EANES COSTA GOMESMÁRIO SOARESJUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL

ter escrito, com a cobertura do segundo,um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pelaprimeira vez uma alta patente advogava anecessidade de uma solução política paraas revoltas separatistas nas colónias e nãouma solução militar.

No dia 24 de março, a última reuniãoclandestina dos capitães revoltosos deci-de o derrube do regime pela força. Pros-segue a movimentação secreta dos capi-tães até ao dia 25 de abril. A mudança deregime acaba por ser feita por acção ar-mada.

No dia 24 de abril de 1974, um grupode militares comandados por Otelo Sa-raiva de Carvalho instala secretamente oposto de comando do movimento golpis-ta no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Às 22h 55m é transmitida a canção Edepois do Adeus, de Paulo de Carvalho,pelos Emissores Associados de Lisboa,emitida por João Paulo Diniz. Este é umdos sinais previamente combinados pe-los golpistas, que desencadeia a tomadade posições da primeira fase do golpe deestado.

O segundo sinal é dado às 0h20 m,quando a canção Grândola, Vila Morenade José Afonso é transmitida pelo pro-grama Limite, da Rádio Renascença, queconfirma o golpe e marca o início dasoperações. O locutor de serviço nessaemissão é Leite de Vasconcelos, jornalis-ta e poeta moçambicano. Ao contrário deE Depois do Adeus, que era muito popu-lar por ter vencido o Festival RTP da Can-ção, Grândola, Vila Morena fora ilegaliza-da, pois, segundo o governo, fazia alu-são ao comunismo.

O golpe militar do dia 25 de abril tema colaboração de vários regimentos mili-tares que desenvolvem uma ação concer-tada. No Norte, uma força do CICA 1 li-derada pelo Tenente-Coronel Carlos deAzeredo toma o Quartel-General da Re-

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gião Militar do Porto. Estas forças são re-forçadas por forças vindas de Lamego.Forças do BC9 de Viana do Castelo to-mam o Aeroporto de Pedras Rubras. For-ças do CIOE tomam a RTP e o RCP noPorto. O regime reage, e o ministro daDefesa ordena a forças sediadas em Bra-ga para avançarem sobre o Porto, no quenão é obedecido, dado que estas já tinhamaderido ao golpe.

À Escola Prática de Cavalaria, que partede Santarém, cabe o papel mais impor-tante: a ocupação do Terreiro do Paço.As forças da Escola Prática de Cavalariasão comandadas pelo então Capitão Sal-gueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupa-do às primeiras horas da manhã. Salguei-ro Maia move, mais tarde, parte das suasforças para o Quartel do Carmo onde seencontra o chefe do governo, MarceloCaetano, que ao final do dia se rende,exigindo, contudo, que o poder seja en-tregue ao General António de Spínola, quenão fazia parte do MFA, para que o «po-der não caísse na rua». Marcelo Caetanoparte, depois, para a Madeira, rumo aoexílio no Brasil.

No rescaldo dos confrontos morremquatro pessoas, quando elementos dapolícia política (DGS) disparam sobre umgrupo que se manifesta à porta das suasinstalações na Rua António Maria Cardo-so, em Lisboa.

No dia 26 de abril, forma-se a Juntade Salvação Nacional, constituída pormilitares, que dará início a um governode transição. O essencial do programa doMFA é, em síntese, resumido no progra-ma dos três D: Democratizar, Descoloni-zar, Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da revo-lução conta-se a extinção da polícia polí-tica (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindi-catos livres e os partidos são legalizados.No dia seguinte, a 26 de abril, são liber-tados os presos políticos da Prisão deCaxias e de Peniche. Os líderes políticosda oposição no exílio voltam ao país nosdias seguintes. Passada uma semana, o1.º de Maio é celebrado em plena liberda-de nas ruas, pela primeira vez em muitosanos. Em Lisboa junta-se cerca de ummilhão de pessoas.

Portugal passará por um período con-turbado de cerca de dois anos, comum-mente designado por PREC (Processo Re-volucionário Em Curso), em que se con-frontam facções de esquerda e direita, porvezes com alguma violência, sobretudoem ações organizadas no Norte. São na-cionalizadas grandes empresas, «sanea-dos» quadros importantes e levadas ao

COMEMORACÃO26ABRIL 2014

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exílio personalidades identificadas com oEstado Novo, gente que não partilha davisão política que a revolução prescreve.Consumam-se várias conquistas da revolu-ção». Acabada a guerra colonial e duranteo PREC, as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.

Finalmente, no dia 25 de abril de 1975,têm lugar as primeiras eleições livres paraa Assembleia Constituinte, ganhas peloPS . Na sequência dos trabalhos destaassembleia é elaborada uma nova Consti-tuição, de forte pendor socialista, e esta-belecida uma democracia parlamentar detipo ocidental. A constituição é aprovadaem 1976 pela maioria dos deputados,abstendo-se apenas o CDS.

Forma-se o I Governo Constitucionalde Portugal, chefiado por Mário Soares(23 de setembro de 1976). Ramalho Ea-nes, militar em Angola no 25 de Abril, osisudo oficial que adere ao MFA fora dehoras, o extemporâneo general que natelevisão se esconde por trás de uns ócu-los de sol, ganha as presidenciais de 27de junho de 1976. Segue-se o fim doPREC e um período de estabilização polí-tica. Eanes impõe-se como chefe militare Mário Soares, desvinculado dos funda-mentos marxistas do ideário socialista,proclama as virtudes do pluralismo, a ine-vitabilidade do liberalismo, e lidera, do-minando o partido e o país. Com o seutalento, ergue a voz e faz-se ouvir: comele, a democracia em Portugal está ga-rantida e o país livre da «ameaça comu-nista». Com a sua habitual persistência,mantendo durante anos o mesmo discursosempre que fala, acaba por ganhar terre-no e isolar a esquerda.

A Revolução dos Cravos continua adividir a sociedade portuguesa, sobretudo

nos estratos mais velhos da população queviveram os acontecimentos, nas facçõesextremas do espectro político e nas pes-soas politicamente mais empenhadas. Aanálise que se segue refere-se apenas àsdivisões entre estes estratos sociais.

Extremam-se entre eles os pontos devista dominantes na sociedade portugue-sa em relação ao 25 de abril. Quase to-dos reconhecem, de uma forma ou deoutra, que a revolução de abril represen-tou um grande salto no desenvolvimentopolítico-social do país.

À esquerda, pensa-se que o espíritoinicial da revolução se perdeu. O PCP la-menta que não se tenha ido mais longe eque muitas das chamadas «conquistas darevolução» se tenham perdido. Os secto-res mais conservadores de direita tendema lamentar o que se passou. De uma for-ma geral, uns e outros lamentam a formacomo a descolonização foi feita. A direitalamenta as no período imediato ao 25 deabril de 1974, afirmando que a revoluçãoagravou o crescimento de uma economiajá então fraca. A esquerda defende que ao agravamento da situação económica dopaís é consequente de medidas então pro-gramadas que não foram aplicadas ou queforam desfeitas pelos governos posterio-res a 1975, desfeitas as utopias da cons-trução de um socialismo democrático.

O cravo vermelho tornou-se o símbo-lo da Revolução de Abril de 1974. Segun-do se conta, foi uma florista de Lisboaque iniciou a distribuição dos cravos ver-melhos pelos populares que os oferece-ram aos soldados. Estes colocaram-nosnos canos das espingardas. Por isso sechama ao 25 de Abril de 74 a «Revoluçãodos Cravos».

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CRÓNICA28ABRIL 2014

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Tocam os sinos,é domingo de Páscoa

Neste mês de Abril aproxima-se a fes-ta da Páscoa. Uma grande parte da comu-nidade portuguesa emigrada em França,ou noutra região do mundo conhece comcerteza as vivências desta festa nas vilas ealdeias do nosso Portugal. Para os que anão conhecem ou já a esqueceram, este éo momento ideal para relembrar momen-tos vividos nesse dia diferente marcadocom o selo do convívio entre familiares,amigos e até mesmo vizinhos.

Sendo um acontecimento importantee de caráter religioso tem um percursomuito sentido. A preparação para o gran-de dia começa na quarta-feira de cinzas eprolonga-se até à semana-santa. No do-mingo de ramos a realização da bênçãoprópria dos ramos empunhados peloscrentes durante a celebração da missaonde o pároco, com o hissope, os asper-ge com água benta ao som de cânticosque louvam e aclamam de rei a figura deJesus Cristo. Nas procissões de quinta esexta-feira santa a irmandade enverga opasnegras, a imagem do Senhor dos Passosvestido de túnica roxa, a banda filarmóni-ca a tocar os sons de marcha fúnebre queemprestam um ar solene num misto de fée tristeza a esses momentos tão significa-tivos para os que são verdadeiramente cré-dulos. Este semblante culmina no dia dagrande festa com o repicar dos sinos quese torna ainda mais alegre com as cores eos sons da primavera.

A alegria nota-se nas primeiras horas

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MÁRIOPRATAPINA

da manhã quando o cortejo passa pelasruas com um ar festivo onde a irmandadese veste agora com as opas vermelhas oubrancas e o som da banda toca notas maisalegres com a cor da ressurreição, os cren-tes seguem o pálio com ar domingueiro edos rostos brotam sorrisos de aleluia. Ascolchas pendem nas janelas e dão um as-peto mais solene à celebração do Senhorressuscitado. A tarde avizinha-se e na casaantecipadamente limpa e arejada cheira abolos e folares, as portas abrem-se paradar e receber as boas-festas. O chefe defamília acolhe com alegria os que se reú-nem na sala até que se ouve o som dacampainha a anunciar a chegada do com-

passo. O padre cumprimenta os membrosda família, benze a casa e ora pelos pre-sentes e ausentes, beija-se a cruz com orespeito que o acto merece e de seguida adona da casa convida a que se aproximemda mesa recheada de doces e salgados tí-picos da época acompanhados com vinhose licores enquanto os mais novos se deli-ciam com as guloseimas confecionadascom amêndoas e chocolates.

Para além destes festejos, Páscoa é tam-bém significado de passagem e renovação.

Resta-me desejar aos leitores da Por-tugalMag uma páscoa recheada de alegriacom a força do renascer para uma vidanova.

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O português Cristiano Ronaldo,do Real Madrid, é o futebolista

mais rico do mundoO PORTUGUÊS CRISTIANO RONALDO, do Real Madrid, é o futebolista mais rico do mundo, de acordo

com uma lista publicada anualmente pelo site na Internet goal.com, superando o argentino Lionel Messi, do

FC Barcelona.

DESPORTO 29ABRIL 2014

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O "capitão" da selecção portuguesa temum património estimado a 148 milhõesde euros, após um ano em que aumen-tou a sua influência no Real Madrid e naequipa das "quinas", tendo conquistado aBola de Ouro da FIFA e assinado um novocontrato milionário de cinco anos com os"merengues".

O argentino Lionel Messi é o segundoda lista, com apenas menos dois milhõesde euros do que Ronaldo, num ranking efec-tuado por um grupo de analistas e que temem conta todas as fontes de rendimentodos jogadores ao longo da sua carreira.

Ronaldo sucede ao inglês David Be-ckham, que era o mais rico em 2013, mas

terminou a carreira em Maio.O camaronês do Chelsea Samuel Eto'o

é o terceiro da lista, seguido do inglêsWayne Rooney, que subiu a quarto, de-pois de ter renovado com o ManchesterUnited.

O brasileiro Neymar ascendeu ao sextolugar, num valor que tem em conta os 40milhões pagos aos seus pais na polémicatransferência do Santos para o FC Barce-lona.

Lista dos futebolistas mais ricos:

1. Cristiano Ronaldo, Portugal (Real Ma-drid/Esp), 148 milhões de euros.

2. Lionel Messi, Argentina (FC Barcelo-na/Esp), 146.3. Samuel Eto'o, Camarões (Chelsea/Ing), 85.4. Wayne Rooney, Inglaterra (ManchesterUnited/Ing), 84.5. Kaká, Brasil (AC Milan/Ita), 82.6. Neymar e família, Brasil (FC Barcelo-na/Esp), 80.7. Ronaldinho, Brasil (Atlético Mineiro/Bra), 78.8. Zlatan Ibrahimovic, Suécia (Paris Saint-Germain/Fra), 69.9. Gianluigi Buffon, Itália (Juventus/Ita),63.10. Thierry Henry, França (New York RedBulls/EUA), 57.

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A paixãopela músicade Sabrina

Simões

Apesar do seu sonho de viver em Por-tugal ainda não se tenha concretizado, Sa-brina vai vivendo a sua paixão pela músi-ca que adora partilhar com o público.Caso ainda não seja o caso, fique a co-nhecer esta cantora de talento que pensagravar seu terceiro álbum brevemente.

Podes falar-nos das tuas origens

depois de te apresentar aos nossos

leitores ?

Sou a Sabrina Simões tenho 22 anos.Sou filha de pais portugueses e nasci emFrança no dia 12 de junho 1991. Tenhoum irmão que é mais novo.

Como nasceu a tua paixão pela

música ?

Sempre gostei de cantar, até acho quenasci a cantar (risos).

Quando era pequena, era muito timi-da. Não conseguia cantar em frente à fa-milia ou amigos. Cantava no meu quartopara as minhas bonecas. Os meus paisouviam-me sempre a cantar por detrazda porta, escondidos... e viram realmen-te que eu gostava mesmo disto e que eramesmo uma paixão.

Aos 16 anos, gravei o meu primeiroálbum "Bailinho à portuguesa" com o LuisFelipe Reis e o Ricardo Ladum. E o meusonho começou.... Depois começei a fa-zer espectáculos. Dois anos depois, saiuo meu segundo álbum "Cantar" que gra-vei com o Paquito.

Qual a tua melhor recordação em

palco ?

SABRINA SIMÕES, COM APENAS 22 ANOSDE IDADE e dois albuns já editados, é uma jovem

artista lusodescendente cuja paixão pela música

nasceu quando ainda era pequena.

Em todos os espectáculos que faço,tenho sempre uma boa recordação por-que o público é sempre muito carinhosoe tão simpático comigo.

Mas é verdade que tenho uma recor-dação especial para um, no ano passadofui cantar para São Bartolomeu nas Ca-raibas, e foi fantástiiiiiiiiiico! Quando can-tava, eu via o mar ao longe, ai que bom!!!O público, mar e calor, é um cocktail per-feito (risos).

Quais são os teus projetos a cur-

to e longo prazo ?

Os meus projetos a curto prazo é co-meçar a gravar novas músicas (mas istoé surpresa, chuuuut). E a longo prazo écontinuar o que faço, a ter muitos espec-táculos para conviver com o público ecantar em live, que é o que mais gosto.

Para os leitores interessados,

onde seguir o teu trabalho e como

entrar em contacto contigo ?

Podem seguir o meu trabalho no meusite : www.sabrinasimoes.com

Na minha página facebook "Sabrina Simo-es" e cliquar no gosto se não ainda foi feito. Nomeu Instagram "@sabrinasimoes__"para verfotos dos meus espectáculos e um bocadinhoda minha vida de todos os dias.

Podem enviar mensagem que eu res-pondo sempre com muito prazer para :[email protected]

Uma última mensagem para os

leitores da Portugal Magazine ?

Um grande beijo para todos os leito-res da Portugal Magazine e espero atébreve num próximo espectáculo meu.Beijos, Sabrina.

Biografia : Sabrina Simões nasceu evive em França, filha de pais portuguesesà muito radicados neste país, Sabrina ti-nha um sonho, para além da dança quepratica desde os 6 anos de idade, queacompanhou desde muito pequena, can-tar.

Esta paixão pelo canto e as imitaçõesque fazia dos seus cantores preferidos fezcom que os seu pais a inscrevecem numaescola de música a fim de aperfeiçoar osseus dotes artísticos.

Em 2008 este sonho de cantar tor-nou-se realidade, edita o seu primeiro ál-bum de originais produzido por Luis Fili-pe Reis, "Bailinho à Portuguesa, com le-tras e música de Ricardo Landum e LuisFilipe Reis, é um álbum muito ao estilopopular todo ele de ritmo e festa.

Deste álbum destacam-se além dotema " Bailinho à Portuguesa ", que é otítulo do CD, “Se queres namorar comi-go” e “Lembra-te de mim”.

Uma voz poderosa e bonita, cheia dejovialidade e alegria fazem dos temas queSabrina interpreta melodias cheias de cor,e alegria que conquistam desde logo quan-tos as escutam.

Em 2009 segue-se um novo àlbum, "Cantar ", uma afirmação pessoal e a con-tinuação do sonho de à muitos anos. UmCD com temas ainda que populares, maismaduro, onde se continuam a destacaros seus dotes vocais e a interpretação quecoloca em todas as canções do CD, fa-zendo de cada tema um hino à musicapopular portuguesa.

PORTUGAL MAG

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Depois da liga dos campeões, depoisda liga Europa de futebol , vou-vos falar dodesporto que faz furor... são os campeo-natos nacionais e mesmo mundiais que sechamam : a liga das mentiras, e como nofutebol, há alguns craques... os Ronaldos eMessis a quem chamam os Aldrabões ...., e como é óbvio, também há os adeptosfanáticos que seguem os seus ídolos .

A liga das mentiras, também tem osseus treinadores, que cumulam por vezesoutras funções, exemplos advogados, con-selheiros…

Este desporto está atualmente com ple-na extensão, o número de participantes naliga das mentiras cresce todos os dias, pormotivos muito simples, é que para ter aces-so à liga não é preciso ter grandes qualida-

Liga das mentiras !

OPINIÃO32ABRIL 2014

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des desportivas ou mesmo intelectuais !basta ser um bom aldrabão !, mas se forum bom manipulador (saber fintar), podevir a ser um craque, e assim pode ter pré-mios, o prémio maior é a anexação de umpaís e depois uma província, etc, etc ...

Neste desporto, pode se jogar todos osdias, a toda à hora, o mentiroso é rara-mente substituído .....é sim ajudado, as-sim são mais fortes, porque mentemjuntos....e como diz o provérbio... a uniãofaz a força... da mentira ! Outra curiosida-de... é que neste desporto não há descri-minação, todos podem jogar, homens,mulheres, velhos, novos, pobres e ricos,ministros, presidentes da república, chefede partidos, deputados, etc... mas é de re-conhecer que há alguns que têm uma van-tagem sobre os outros... são os políticos !Normal, eles treinam todos os dias, às ve-zes até se treinam em e com a família oucom o seu cônjuge! Mas os craques trei-nam com a população do seu país, mas otop do top só há dois ou três no mundoque treinam com o planeta inteiro !

As regras neste desporto são muito sim-ples, o bom mentiroso tem que ter umaatitude, uma postura de inocente... indig-

nado, e não lhe é permitido dizer a verda-de, senão é expulso do jogo, mas comomentiroso que foi, guarda esse título parasempre! E tem direito de entrar em jogo,logo que aprenda novamente a mentir.

Como no futebol, há o campeonato na-cional, depois o campeonato da Europa efinalmente do mundo, mas contrariamenteao futebol, o povo assiste mais ao campeo-nato nacional, porque os jogos passam to-dos na radio e na televisão, a qualquer horado dia e da noite, é como quem diz, umjogo ao vivo ! Outra curiosidade, os menti-rosos ou mentirosas não têm direito a des-canso, mas quando dizem muitas menti-ras, o capitão da sua equipa tem que o as-sistir com outras mentiras, durante o tem-po necessário que ele ou ela estude e apren-da outra estratégia de jogada.

Para terminar, queria vos dizer tambémque este campeonato não sei quando co-meçou, mas sei que nunca vai acabar en-quanto houver aldrabões e aldrabonas, epovo para enganar...

PS: Eu, como muitos de certeza, já jo-guei no campeonato, mas depressa fui ex-pulso, era muito refilão!

Pub.

LUIS

GONÇALVES

Estimado leitor.Participe na Portugal Mag. Envie-nos o seu artigo de opinião.

Será aqui publicado e poderá ser lido por todos.Envie os seus artigos para: [email protected]

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REDESCOBRIR PORTUGAL34ABRIL 2014

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Hoje, no seu lugar existe oluxuoso Hotel Palace do Buça-co, com a azulejaria historicistae nacionalista da autoria de Jor-ge Colaço, como os painéis deinspiração camoniana, nas jane-las-portais da galeria nas alas, dohall de entrada e do vão da esca-daria, sobre temas da GuerraPeninsular e da batalha do Buça-co, ou da epopeia marítima dosportugueses com cenas da par-tida para a índia, a conquista deCeuta e a tomada de Goa. A ser-ra ou mata nacional do Buçaco éconsiderada área protegida. Pos-sui espécies vegetais do mundointeiro, algumas gigantescas,além do mundialmente célebrecedro-do-buçaco (cupressus lu-sitanica) ex-libris da mata do Bu-çaco que se encontra na avenidados Cedros do Buçaco. A estenúcleo central do Palace Hotel doBuçaco e pelo convento de San-ta Cruz, juntam-se ermidas dehabitação, jardins, casas flores-tais, escadarias monumentais,capelas de devoção, os passos

A SERRA OU MATA DO BUÇACO QUE EXISTE AINDA HOJE, foi mandada plantar no século (1)

XVII pela Ordem dos Carmelitas Descalços (ramo da Ordem do Carmo formado em 1593), onde osCarmelitas construíram também aí o convento da Santa Cruz do Buçaco, destinado a albergaressa ordem que existiu entre 1628 e 1834, data da extinção das ordens religiosas em Portugal.

MANUEL DO

NASCIMENTO

Serra ou mata nacionaldo Buçaco e o museu militar

PALACE HOTEL DO BUÇACO CORREDOR BALCÃO DO PALACE HOTEL BATALHA DO BUÇACO

MONUMENTO DA BATALHA DO BUÇACO

que compõem avia sacra, miradouros e o obe-lisco inaugurado em 1873 come-morativo da batalha, «o Moinhode Sula». As águas do Luso eSerra de Penacova são captadasna serra do Buçaco. Foi tambémnesta serra que se travou a ba-talha do Buçaco em 1810, noquadro da terceira invasão de Por-tugal por Napoleão. As forçasfrancesas comandadas por Mas-sena são derrotadas pelas for-ças anglo-lusas comandadas porWellington. A 27 de setembro de1910, por altura do 1° centená-rio da batalha do Buçaco em ho-menagem à vitória Luso-britâni-ca, foi fundado o Museu Militar,que se encontra junto da capelade Nossa Senhora da Vitória eAlmas, que, durante o períododa batalha, foi aproveitado pelosFrades Carmelitas Descalços, doconvento próximo (Santa Cruzdo Buçaco), para acolher umhospital de sangue onde foramassistidos os feridos da batalhade ambos os exércitos, semqualquer distinção.

(1)o botânico francês Tournefort

(1656-1708), em visita de arbori-

zação ao Buçaco em 1689 faz-lhe

referência específica: in catalogue

des plantes agricoles au Portugal;

page 123.

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TEMPOS de POESIA – XIIIEscolha de Isabel Meyrelles

Colaboração de Maria Fernanda Pinto

Século XIX, Primeira Época

O ROMANTISMOPodemos dizer, entre outras razões, que o

Romantismo se desenvolveu para contrariar oClassicismo florescente na Europa até ao sé-culo XVIII. A revolução francesa abriu novoshorizontes à Literatura, que se esforçava pordescobrir uma liberdade que só o movimentoromântico lhe ofereceu.

O Romantismo nasceu em Inglaterra quan-do as «Baladas Líricas» de Wordsworth et Cole-ridge foram publicadas em 1798, seguidas deautros poetas como Burns, William Blake,Byron, Shelley e Keats, e depois na Alemanhapor poetas como Jean Paul, Novalis, Ludwig Ti-eck, E.T.A. Hoffmann, Henrich von Kleist, etc...

A França veio a seguir e teve como precur-sores François René de Châteaubriand, Jean-Jacques Rousseau, mais tarde Victor Hugo noseu começo, Alfred de Musset, Alfred de Vigny,Charles Nodier e bastantes outros, mas umúnico profundamente romântico, que foi Gé-rard de Nerval.

Pena (arquitectura romântica)

Almeida Garrett (1799 -1854), publicou«Camões» em 1825, que foi considerado o iní-cio do Romantismo em Portugal, participou emtodas as revoltas da sua época, ao lado dos libe-rais, foi exilado em França e em Inglaterra vá-rias vezes e foi aí que ele tomou contacto com oRomantismo e todos os outros movimentos queabanaram a Europa. Poeta, dramaturgo, ro-mancista, ele também renovou o Teatro com apeça «Frei Luís de Sousa». Em 1836, AlmeidaGarrett foi encarregado de apresentar umaauditoria sobre o teatro nacional, o que ele fez,propondo também a organização de uma ins-pecção geral dos teatros, a construção do tea-tro D. Maria II e a criação do Conservatório deArte Dramática.

Alexandre Herculano (1910-1877) foi po-eta, jornalista, historiador e sobretudo roman-cista, escrevendo romances muito influencia-dos por Walter Scott, cuja acção se passavaquase sempre na Idade Média com o seu corte-jo de fantasmagorias, mas baseadas num fun-do histórico real.

António Feliciano de Castilho (1800 -1877),foi um dos três iniciadores e conselheiros doRomantismo nacional.

O que há de curioso na sensibilidade deCastilho é que ele é muito ligado ao academis-mo do século XVIII e que à parte A Noite no

Castelo et O Ciúme do Bardo, ele permaneceuum romântico entre duas correntes literárias,mesmo se foi ele que revolucionou a técnica daversificação.

Estes três autores, deixaram obras notáveis,cujo o renome perdura até aos nossos dias.

É preciso citar também outros poetas, todosque os que se reivindi- cam do Romantismo:Mendes Leal, João de Lemos, Luís Augusto Pal-meirim, Soares dos Passos, Gomes de Amorim,Bulhão Pato, Alexandre Braga, Tomás Ribeiro.

Não esqueçamos de mencionar um grandenome do Romantismo, o romancista CamiloCastelo Branco, que também foi poeta nas ho-ras vagas.

ALMEIDA GARRETT

«Bela D’Amor»(«Folhas Caídas»)

Pois essa luz cintilanteQue brilha no teu semblanteDonde lhe vem o ‘splendor?Não sentes no peito a chamaQue aos meus suspiros se inflamaE toda reluz de amor?Pois a celeste fragrânciaQue te sentes exalar,Pois, dize, a ingénua elegânciaCom que te vês ondularComo se baloiça a florNa Primavera em verdor,Dize, dize: a naturezaPode dar tal gentileza?Quem ta deu senão amor?Vê-te a esse espelho, querida,Ai!, vê-te por tua vida,E diz se há no céu estrela,Diz-me se há no prado florQue Deus fizesse tão belaComo te faz meu amor (...)

ALEXANDREHERCULANO

«A Graça»Que harmonia suaveÉ esta, que na menteEu sinto murmurar,Ora profunda e grave,Ora meiga e cadente,Ora que faz chorar?Porque da morte a sombra,Que para mim em tudoNegra se reproduz,Se aclara, e desassombraSeu gesto carrancudo,

Banhada em branda luz?Porque no coraçãoNão sinto pesar tantoO férreo pé da dor,E o hino da oração,Em vez de irado canto,Me pede íntimo ardor? (...)

ANTÓNIO FELICIANODE CASTILHO

A NOITE DO CASTELLO

Canto primeiroTodo por dentro e fora illuminadoO Castello feudal pemoita em festaNa margem negra do espaçoso lago.Inda corseis de nitidos jaezesContra o vasto elarão trotão rinchandoDos longes do arredor: ja muitos pasceimAos grossos troncos presos; vôao vêlasDe toda a parte demandando a praia,E dos toldos as lampadas pendentesMostrão Senhores, Cavalleiros, Damas,Em que o oiro reluz por entre as cores.Pelas francas janelas se difundemNa alvoroçada noite os sons que alegrãoOs gothicos salões: a todo o instanteNa ponte levadiça, agora baixa ,«Quem vem la?» brada alerta a sentinela,Pára, e escuta em resposta um nome illustre.Era o dia natal de Ignez, a herdeiraDo Senhor do Castéllo, o Conde Orlando.O convite do Pai, da filha as graçasA vizinhança ao largo despovôão,E um mundo de alegria enche o palácio.O Céo calado e grosso esconde a lua ;Soão na torre oito horas. Cavalleiro,Armas simples, viseira derrubada,Sáyo negro, ante as grades se apresenta,Pede ás guardas ingresso, e cala o nome.Requerem-lho; emudece....e apoz instantesResponde «Cavalleiro das Cruzadas,Amigo do Castello, e antigo socioDo Castellão», Sua resposta isentaFindou subindo affoito a escadaria (...)

Romantismo (a moda)

O período romântico no século XIX irá definiruma transformação gradual no visual anteri-or, a moda império.

POESIA 35ABRIL 2014

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DIREITOS DO LEITOR36ABRIL 2014

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Empresas colectivas– Por qual devo optar?

As quotas podem ser trans-mitidas livremente (caso o con-trato social não dispuser emcontrário) e esta cessão deveser registada no Registo Co-mercial. As contas da socie-dade têm que ser depositadasonline anualmente através daIES (Informação empresarialsimplificada).

As sociedades anónimaspor sua vez devem ter pelomenos 5 accionistas (ou ape-nas 1 se este for uma outrasociedade) e o capital mínimoé de 50.000 euros represen-tado em diferentes acções. Asacções podem ter, ou não, umvalor nominal de emissão, quenunca poderá ser inferior a 1cêntimo. A responsabilidadedos sócios é limitada ao valordas acções que subscrevem.O lucro anual deve ser repar-tido anualmente no valor mí-nimo de 50% entre os sócios,sendo também possível a re-partição do lucro entre os ad-ministradores, se a sociedadeassim o entender. As contas

da sociedade devem ser apro-vadas em Assembleia Geralanualmente e depositadas on-line também.

A característica essencialdeste tipo de sociedades é ocapital, razão pela qual estetipo de sociedades está voca-cionada para reunir um gran-de número de investidores(mesmo que "pequenos") e re-alizar avultados investimentos.Por esta razão as acções emprincípio serão facilmentetransmissíveis.

As Sociedades em Coman-dita podem ser simples ou poracções, diferindo assim osseus regimes. Por estes seremtão diversos, dedicaremos umartigo completo à sua explica-ção. Hoje mencionaremos osdois tipos de sócios existen-tes neste tipo de sociedades,cujo regime legal é o mesmonos dois tipos de sociedades.Os sócios são comanditários,que são aqueles que têm res-ponsabilidade limitada pelassuas entradas em dinheiro, ou

No artigo do último mêsfalamos sobre os diferentestipos de empresas singularesque existem, especificandocada um dos seus regimes eprincipais diferenças. Nesteartigo abordaremos as empre-sas colectivas, desde logo asmais frequentemente constitu-ídas pelos portugueses. En-quanto nas empresas singula-res encontramo-nos peranteum único titular da empresa -ou sócio, nas empresas colec-tivas teremos sempre mais doque um sócio co-titular daempresa, as suas participaçõessociais podem, no entanto, serdiferentes. Nestas empresas aactividade social é desenvolvi-da em conjunto e é tambémpartilhada a responsabilidade.

Os diferentes tipos de so-ciedades colectivas existentesem Portugal são: Sociedadespor quotas, sociedades anóni-mas, sociedades em comandi-ta, sociedades em nome colec-tivo, sociedades anónimas eu-ropeias, consórcios, agrupa-mentos complementares deempresas, sociedades gestorasde participações sociais - "Hol-dings" e por fim as cooperati-vas.

As sociedades por quotasobrigam à existência de doisou mais sócios, e estes têmuma responsabilidade limitadapelo capital social. Actualmen-te, para constituir uma empre-sa deste tipo, o valor do capi-tal social exigido é fixado li-vremente pelos sócios, com olimite mínimo de 2 euros (1euro por cada sócio). Diz-seque a responsabilidade dossócios é limitada pois estesnão respondem perante os cre-dores da sociedade. Apenas éobrigação dos sócios realiza-rem a sua própria entrada decapital conforme o valor no-minal acordado no momentoda constituição das empresas.

acções, na sociedade (que éobrigatória) e os sócios co-manditados que têm respon-sabilidade ilimitada perante oscredores e que contribuemcom bens ou serviços, assu-mindo a gestão efectiva e a di-recção da empresa.

No artigo do próximo mêsiremos explicar o regime dasrestantes empresas colectivasexistentes em Portugal.

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O ARROZ É UM ALIMENTO QUE OFERECE ENERGIA SEM GORDURA.

LUCIA

LOPES

lo, pelo que se recomenda oarroz integral, mais completodo que o refinado

- Contém vitaminas B1, B2e B3

As variedades

Existem até 8.000 tiposdiferentes de arroz, mas todoseles se enquadram em doisgrupos básicos, de acordocom a dimensão dos bagos:grão curto e grão longo.

O arroz integral

É parcialmente elaboradopara evitar muitas horas decocção. Pode dizer-se que éum arroz descascado mas quenão é polido.( ( Este aspecto émuito importante, porque en-quanto 100 g de arroz integralcru têm 0,90 g de fibra, amesma quantidade de arrozrefinado só contém 0,10 g. E,se estivermos a falar de vita-minas e minerais, a concen-tração pode triplicar.

Tempo de cozedura

O arroz de grão arredon-dado tem um tempo de coc-ção de 18 a 20 minutos. O de

É um produto acessível,energético e pode ser combi-nado com inúmeros ingredien-tes. Mas será que é mesmo tãosaudável e completo?

O que contém

- Os nutrientes que mais sedestacam no arroz são os hi-dratos de carbono, uma boafonte de energia

- É um alimento pobre emgordura

- As proteínas que contémsão de baixo valor biológico (oarroz tem pouca lisina, umaminoácido que está na basede várias proteínas)

- A maior parte dos seusminerais (cálcio, ferro e mag-nésio) e a sua fibra concen-tram-se no gérmen e no fare-

grão longo, cerca de 15 mi-nutos. O integral precisa de 35a 40 minutos para cozer, ape-sar de este tempo poder serreduzido se o deixar de mo-lho durante a noite.

Quantidade de água

A maioria dos arrozes re-querem, pelo menos, o dobrodo volume de água.

Quantidade ideal

Pode comer arroz duas atrês vezes por semana. De pre-ferência, deve cozinhá-lo sem acrescentar mais que uma co-lher de azeite por comensal,se não se quiser aumentar oseu conteúdo calórico. ( ( Con-vém não esquecer que podeser acompanhado de outrosingredientes, como carnes,peixes e molhos que comple-tam o valor proteico do arroz,mas que também podem su-bir consideravelmente o con-teúdo calórico da receita emquestão.

Benefícios

O elevado índice glicémicodo arroz é benéfico para pes-

Arroz e seus segredos

FORMA E SAÚDE38ABRIL 2014

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soas com esgotamento ou ane-mia. Além disso, o arroz é tam-bém um bom aliado de dietasadstringentes e antidiarreia.

O seu consumo deve, noentanto, ser moderado e con-jugado com alimentos comocenoura, frango e peixe, fiam-bre, banana e maçã.

Nestes casos, é importan-te, ainda, não esquecer umaboa hidratação e evitar alimen-tos ricos em fibra, enchidos,gorduras.

Quando não se deve

consumir

Embora a ingestão de ar-roz dentro de uma alimenta-ção equilibrada não apresentequalquer tipo de problema, oconsumo excessivo pode pre-judicar pessoas com proble-mas intestinais, sobretudo seo arroz não for integral. ( ( Osdiabéticos também devem in-geri-lo com precaução peloseu elevado conteúdo de hidra-tos de carbono e por se tratarde um cereal com um índiceglicémico elevado.

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Guida

Amaral

[email protected]

Portugal é dividido por 20 dis-

tritos, distribuídos de forma homo-

génea e administrados pelos res-

pectivos Governos Civis.

Neste dossier vamos apresentar

todos os distritos de Portugal, 2

por artigo.

Dossier composto

por 10 artigos (4/10)

Distrito de Braga

Braga situa-se no coração da verde-jante região do Minho, no Noroeste dePortugal, rodeada por uma paisagem demontes ondulantes e florestas. A cidade,um dos maiores centros religiosos dePortugal, é reconhecida pelas suas igre-jas barrocas, pelos esplêndidos solares doséculo XVIII e pelos belos parques e jar-dins. A parte antiga da cidade é solene,embora a indústria e o comércio tenhamdado origem a um estilo de vida moder-no, complementado pelas universidadeslocais, os restaurantes contemporâneose os bares animados. Às quintas-feirasde manhã, Braga acolhe o maior merca-do da região, com bancas que vendem detudo um pouco, desde produtos frescosa cerâmicas tradicionais.

A história da cidade reflecte-se nasinúmeras igrejas e monumentos, entre osquais se destacam a imponente Sé Cate-dral e a Igreja de Santa Cruz, datada doséculo XVII. Numa colina a cerca de 5km a sudeste ergue-se o Santuário doBom Jesus do Monte, um importante lo-

Distritos de Portugal

DISTRITOS DE PORTUGAL40ABRIL 2014

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cal de peregrinação. Por detrás, encon-tra-se o Monte do Sameiro, onde umaestátua colossal de Nossa Senhora vigiaatenta a cidade. Nos arredores de Bragaencontra-se a Citânia de Briteiros, umimpressionante local arqueológico da Ida-de do Ferro.

Ao longo da costa de Esposende, Ofire Apúlia encontrará belas praias. Todo odistrito é famoso pelas suas festividadese gastronomia, com receitas tradicionaisque incluem bacalhau (cozinhado em cen-tenas de formas distintas) e arroz de pato.

Concelhos de Braga: Amares, Barce-los, Braga, Cabeceiras de Basto, Celoricode Basto, Esposende, Fafe, Guimarães,Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vi-eira do Minho, Vila Nova de Famalicão,Vila Verde, Vizela.

Locais a Visitar

Sé Catedral

No centro histórico de Braga ergue-se a catedral mais antiga de Portugal, aSé, que contém inúmeros tesouros de artesacra. A construção teve início em 1070e foi influenciada por diversos estilos, comoo Gótico, o Renascimento e o Barroco. Osseus elementos mais relevantes são as tor-res sineiras e o tecto manuelino, bem comoo altar esculpido e os órgãos barrocos. Ostúmulos de Dom Henrique e Dona Tere-sa, pais do primeiro rei de Portugal, en-contram-se na Capela dos Reis.

Santuário do Bom

Jesus do Monte

Este santuário é considerado um dosmais belos de Portugal. A igreja neoclássi-

ca, rodeada por magníficos jardins, foiprojectada por Carlos Amarante em finaisdo século XVIII. A famosa escadaria bar-roca serpenteia até à igreja, com encanta-doras fontes e estátuas ao longo do per-curso. Os visitantes também podem optar

por apanhar o funicular ou conduzir atéao topo para desfrutar do ambiente pacífi-co e das vistas esplêndidas.

Igreja de Santa Cruz

A igreja de Santa Cruz, construída noséculo XVII, exibe uma intrincada fachada

de pedra em estilo barroco maneirista. Ointerior elaborado inclui um órgão e púlpi-tos com talha dourada, uma nave muitoalta e belíssimos painéis de azulejos.

Jardim de Santa Bárbara

O Jardim de Santa Bárbara é um dosmais bonitos do país. Datada do séculoXVII, esta praceta ajardinada fica perto doantigo Palácio Episcopal e contém florescoloridas, plantas luxuriantes e belos ar-bustos esculpidos.

Distrito de Coimbra

Envolvo em história e desde há muitoconsiderado o centro cultural e intelectualde Portugal, o distrito de Coimbra é umdestino intemporal que inspirou a obra depoetas e escritores aclamados, uma longatradição de serenadas de Fado cheias desentimento e um legado singular de ale-gres rituais académicos.

Coimbra estende-se ao longo do en-cantador rio Mondego o maior rio nacio-nal e está situada entre os distritos de Avei-ro e Viseu.

Descrita como a cidade com mais his-tória da região, Coimbra acolhe alguns doscostumes e monumentos mais venerados

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DISTRITOS DE PORTUGAL 41ABRIL 2014

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Pub.

do distrito. Vários anos após a ocupaçãoromana e domínio medieval, os vestígiosdos primeiros anos de Coimbra estão es-palhados por todo o distrito e podem sercontemplados na cidade costeira da Figuei-ra da Foz, no imponente castelo do séculoIX de Montemor-o-Velho e nas antigas ru-ínas de Conímbriga.

No ponto mais elevado da cidade, en-contrará a prestigiada Universidade deCoimbra e a sua majestosa biblioteca doséculo XVIII, bem como o encantador Jar-dim Botânico. Nesta localização privilegia-da situam-se ainda a Sé Nova, do séculoXVI, e o famoso Museu Nacional de Ma-chado de Castro.

Todos os anos, Coimbra atrai visitan-tes aos seus animados festejos académi-cos, onde milhares de estudantes entusi-astas desfilam orgulhosamente com assuas capas negras pelas ruas da cidade,entoando canções populares e enchendoas ruas com o som das guitarras queacompanham os fados. Uma das tradiçõesmais importantes é a Queima das Fitas,uma cerimónia da conclusão da licencia-tura que ocorre em Maio, quando os estu-dantes queimam as fitas para simbolizar ofinal dos seus dias de estudante.

Outro local digno de uma visita é o fa-moso Portugal dos Pequenitos, situado namargem sul do rio. Trata-se de um espa-ço maravilhoso, onde visitantes de todasas idades podem explorar as réplicas dealdeias tipicamente portuguesas, monu-mentos nacionais e edifícios em miniatu-ra. Não deixe de visitar as intrigantes ruí-nas do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha,nas proximidades.

Concelhos de Coimbra: Arganil, Can-tanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Fi-gueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Mirandado Corvo, Montemor-o-Velho, Oliveira doHospital, Pampilhosa da Serra, Penacova,

Penela, Soure, Tábua, Vila Nova de Poia-res.

Locais a visitar

Mata Nacional do Choupal

Esta floresta, cujo nome se deve aosinúmeros choupos que aí se encontram,

foi plantada durante o século XVIII paradeter o rio Mondego. Hoje, os visitantespodem desfrutar da sua tranquila localiza-ção à beira-rio, admirar as belas árvores,praticar desporto e passear a cavalo.

Quinta das Lágrimas

Este jardim romântico ecoa a trágicahistória de amor entre D. Pedro e Inês deCastro – uma lenda que inspirou a litera-tura, poesia e música. Repleta de árvorese fontes antigas, com um palácio do sécu-lo XIX e ruínas neogóticas, este local estáenvolto pela mais pura beleza. A famosaFonte das Lágrimas, bem como a vegeta-ção escarlate que nela se encontra, evo-cam simbolicamente as lágrimas e o san-gue derramados por Inês de Castro quan-do foi tragicamente executada em 1355por ordem do pai de D. Pedro, o rei D.Afonso IV.

Universidade de Coimbra

Originalmente fundada em Lisboa noreinado de D. Dinis, esta universidade foitransferida para Coimbra em 1537, ondeainda se mantém. Para além da grandiosa

arquitectura de todo o complexo, a biblio-teca joanina datada do século XVIII é o seumaior tesouro e irá encantá-lo com a opu-lência de inspiração barroca, as pinturastrompe d’oeil e as infindáveis prateleiras delivros. Com mais de 250 000 obras, estasrelíquias ancestrais são impecavelmentepreservadas com a ajuda de uma colóniade morcegos que habita a biblioteca e sealimenta dos insectos durante a noite.

Conímbriga

Conímbriga constitui um dos maiorescomplexos de ruínas romanas do país e éum excelente local para ter uma visão dostempos passados. Os artefactos descober-

tos nas escavações provam que Coimbrafoi habitada pela primeira vez durante osséculos VIII e IX a.C., tendo emergido comouma sociedade próspera apenas durante aocupação romana na segunda metade doséculo II a.C. Poderá contemplar as mura-lhas da cidade, os mosaicos, exemplaresextraordinários de modernos sistemas flu-viais, os banhos termais e vários edifícios.O Museu de Conímbriga é um dos maisfamosos do distrito e contém um espóliointeressante de objectos encontrados du-rante as escavações no local.

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AGENDA42ABRIL 2014

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A G E N D ADia 04/04 às 18hRevolução dos CravosA Associação France-Portugal de Tours, or-ganiza dia 4 de abril a comemoração dos40 anos da Revolução dos Cravos, no Audi-tório da Biblioteca de Tours, quai AndréMalraux em Tours, com a presença dosautores: Altina Ribeiro e de Manuel do Nas-cimento.«Lembre-se que todos os anos têm um mêsde abril e todos meses de abril têm um dia 25, porém, o dia 25de abril de 1974 foi um dia especial para os Portugueses».Contem este dia 25 de abril de 1974 aos vossos filhos, netose amigos. Será a melhor homenagem que podem fazer e pres-tar a todos aqueles que lutaram e o fizeram.Auditório da Biblioteca de ToursQuai André Malraux - Tours

Le 05/04 de 14h à 19h et le 06/04de 10h à 19hSalon du livreLa Société des Auteurs Lusophones de Fran-ce (SALF) organise son premier Salon duLivre les 5 et 6 avril prochains. Au program-me : poésie, romans, histoire, biographies,musique, livres pour enfants. Rencontresavec les auteurs et dédicaces.Mairie de Paris XIV2 place Ferdinand Brunot - 75014 Paris

Le 06/04 à 14h30Festival FolkloriqueL’Association Musicale Franco Portugaise d’Ilede France (Groupe folckorique VERDE MIN-HO de MAISONS-ALFORT) organise un Fes-tival Folklorique avec de nombreux groupeset spécialités portugaises.Plus d’informations : 07 62 78 37 50 Ma-nuel ou 06 85 55 49 39 - 01 43 96 2857Alexandre Da Silva.Centre Culturel des PlanètesRue Marc Sangnier – Maisons Alfort

Le 08/04 à 19h00Concert de piano Marta Menezes interprète les œuvres de Lopes-Graça (1906-1944) compositeur portugais Lopes-Graça, écrites à Paris lors deson exil (1936-1939). Marta Menezes a étudié le piano à l’Eco-le supérieure de musique de Lisbonne et au Royal College ofMusic de Londres. Elle a été récompensée lors de nombreuxconcours internationaux de piano. Maison du Portugal - André de Gouveia7 P, bd Jourdan - 75014 Paris

Le 10/04 à 09h00Coup d’Etat et Révolution 64-74 : Le coup d’Etat au Brésil et la Révolution des Œillets auPortugal : littérature, histoire et mémoire. Journée d’étudesorganisée par le CREPAL - Centre de recherches sur le mondelusophone (Paris III) et la Chaire Solange Parvaux de l’InstitutCamões. En présence de l’écrivain portugais Lídia Jorge pour la présenta-tion et le lancement de son nouveau livre, OsMemoráveis (10h30 - 11h00).Université Sorbonne Nouvelle13 rue de Santeuil - 75005 Paris

Le 10/04 à 18h30Les soldats portugais des tranchéesde FlandreDans son dernier ouvrage : Première Guer-re mondiale - centenaire 1914-2014 - Lessoldats portugais des tranchées de Flandre etla main-d’œuvre portugaise à la demandede l’Etat français, paru chez L’Harmattan,Manuel do Nascimento aborde plus particu-lièrement la participation des soldats portu-gais, qui a amorcé l’émigration portugaise,dont l’Etat français était demandeur. Présen-tation de l’œuvre par le sociologue Jorge Portugal BrancoConsulat Général du Portugal6 rue Georges Berger - 75014 Paris

Le 12/04 à 19h30Repas dansant à Argenteuil L’association Agora organise un repas dansantanimé par Alexandre & Filipe Coelho (DJ Fresh).Au menu : apéritif et ses amuses bouche, Posta àMirandesa, fromage et dessert, les boissons sontcomprises durant le repas. Réservations : 06 2425 79 27, 09 50 51 13 43 ou 06 50 11 32 01Salle Jean Vilar9 bd Héloïse - 95100 Argenteuil

Le 12/04 à 20h30Tony Carreira au Palais des SportsTony Carreira, de son vrai nom António Manuel Mateus Antunes,est né dans la région de Coimbra en 1963. A 10 ans il connaîtral’émigration avec ses parents, qui s’installent dans l’Essonne. Sapassion pour la chanson commence à s’exprimer en 1988, il retour-ne alors au Portugal où ses premiers disques passent inaperçus. Cen’est qu’en 1995 que sa carrière commence avec Ai Destino. Palais des SportsPorte de Versailles - 75015 Paris

Le 19/04 à 20hRepas dansant à Argenteuil L’association Centre Pastoral Portugais d’Ar-genteuil organise un repas dansant animé parJosé Cunha. Au menu : entrée, plat (cozido àportuguesa), fromage et dessert ; eau, vin etcafé (compris durant le repas). Réservations :06 72 26 23 44 ou 06 63 48 54 74Salle Jean Vilar9 bd Héloïse - 95100 Argenteuil

Le 20/04 à 14h00Folklore du Minho à Argenteuil L’association Agora organise un festival de folk-lore de la région du Minho avec la participa-tion de plusieurs groupes.Cantares ao desafio avec Carlos Ribeiro et Ire-ne Pinto, venus spécialement du Portugal.Animation musicale par Christian Esteves. Baret spécialités portugaises. Salle Jean Vilar9 bd Héloïse - 95100 Argenteuil

Le 25/04 à 20h30Shina en concertCindy Peixoto, alias Shina appartient à la générationde fadistas nées à l’étranger, son fado a subi les influences de lamixité culturelle à laquelle elle appartient. Depuis la sortie de sonpremier album, Sinto-me Fado, Shina emmène le fado de l’exté-rieur vers le Portugal.En concert elle chante en portugais mais aussi en français, lesdeux cultures font partie de son univers et elle exprime toutel’émotion du fado dans l’une comme dans l’autre des deux lan-gues. Théâtre de l’Alliance FrançaiseMaison des cultures du monde101 boulevard Raspail - 75006 Paris

Les 26 et 27/04 :La Révolution des Œillets L’association Cantares de Noisy fête la Révo-lution des Œillets en musique et dans laconvivialité les 26 et 27 avril. Au program-me, de la gastronomie portugaise, de lamusique, un bal et des animations variéespour tous les publics. Espace Michel Simon36 rue de la République - 93160 Noisy-le-Grand

Programa VOZ DE PORTUGAL :Sábado 05 de Abril: Sabrina Simões, cantora.Sábado 12 de Abril: Shina fadista.Sábado 19 de Abril: Pegy.Sábado 26 de Abril: Diana Santos e Fla-viano Ramos.Voz de Portugal : todos os sábados das14h30 às16h30 no 98.00FM e na internetwww.idfm98.fr Para participar : 01 34 12 12 22. Paramais informações, Joaquim Parente : 06 48 24 85 53.

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Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica. Apesar de serbastante simples, é divertido e viciante. Basta completarcada linha, coluna e quadrado 3x3 com números de 1 a9. Não há nenhum tipo de matemática envolvida.

Sudoku

PROVÉRBIOSQuando Maio chegar, quem não arou tem de arar.

Quando mal, nunca pior.Quando mija um português, mijam dois ou três.

Quando minguar a Lua não comeces coisa alguma.Quando o ano é de leite, até os bodes o dão.

Quando o burro é jeitoso, qualquer albarda lhe fica bem.Quando o pobre come galinha, um dos dois está doente.

Quando se declara a guerra, o Diabo alarga o Inferno.Quando um burro zurra, os outros abaixam as orelhas.

Quando um cai, todos o pisam.Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.

Quanto maior a nau, maior a tormenta.Quanto mais alto se sobe, maior o trambolhão.

LAZER44ABRIL 2014

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SOLUÇÃO EDIÇÃO 49Frantuguês

O falar da emigração portuguesa em França. Tout pr'a se desembrulhar sur place.

- Faz cuidado com o cadi e com os trotoires as bouteilhas vão partir.- Hó filha vai comprar uma bagueta.- Nunca respondes ao teu portable ?

- Quem é o counardo que toque à la sounetta a estas horar !!

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www.aeiou.pt/humor

No Tribunal, o Juiz pergunta:- Porque é que não devolveu a pulseira?

- Porque dentro dizia: "Tua para sempre".

Diz um caracol para o outro:- Epá, nem sabes o que é que me aconteceu...- Então o que é que foi, pá?

- Uma tartaruga ia-me atropelando.- Então como é que isso aconteceu?- Não sei, foi tudo tão rápido...

A professora para o Joãozinho:- Joãozinho, qual o tempo verbal da frase: "Isso não po-dia ter acontecido"?- Preservativo imperfeito, professora!

Na festa:- Que pessoa estranha aquela! Não dá para saber se é eleou ela!- É ela. É minha filha.- As minhas desculpas. Não teria dito isso se soubesseque o senhor é pai dela.- Mas eu não sou o pai. Sou a mãe.

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Quer dar a conhecer as suas receitas aos leitores da Portugal Mag?Mande-as para [email protected] juntamente com a sua foto e serão publicadas neste espaço.

Ingredientes :1 Polvo com cerca de 2 kg2 Cebolas picadas4 Dentes de alho picados100g de pickles picados1 Molhinho de coentros picados125 ml de azeite100 ml de vinagre de vinho brancoSal a gostoPimenta a gosto

Preparação:Coloque o polvo no tacho, tape e deixecozinhar em lume brando durante 1 horae meia. Não é necessário adicionar água,porque o polvo irá cozer na própria

Salada de polvo

AS RECEITAS DA

SUGESTÃO: Recorte as receitas e arquive

PORTUGAL MAG

Cavaca Minhota

Tempo de preparação:40 minutos

Tempo de preparação:40 minutos

água. Passado 1 hora e meia, quando opolvo estiver tenrinho, retire e deixearrefecer. Corte o polvo em pedacinhos.Numa tigela, misture o polvo, com a ce-bola, os alhos, os pickles e os coentros.Tempere com umas pedrinhas de sal epimenta.Regue tudo com o azeite e o vinagre.Depois de tudo misturado, se quisermais molho, adicione azeite e vinagre agosto.Guarde no frigorífico até que a saladafique fresca.E está pronto a servir.A equipa do SaborIntenso.com deseja-lhe um bom apetite!

Le Lieutades

Restaurant-BarSpécialitésPortugaises

83 Avenue PaulVaillant Couturier

94250 Gentilly

Tél.: 01 47 40 08 56

LE TRIANONCafé – Restaurante

SpécialitésFranco-Portugaises

125, rue du Général

de Gaulle

94350 Villiers sur Marne

Tel: 01 49 30 15 57

Casado Churrasco

ChurrasqueiraSpécialitésPortugaises

14 Bld. du Maréchal Foch93160 Noisy le GrandTél.: 01 57 33 06 91

recomenda

Le Longchamp

Restaurant-Bar

SpécialitésPortugaises

40 Rue de Longchamp75016 Paris

Tél.: 01 47 27 53 50

Ingredientes:10 gemas, 5 claras, 6 colheres de sopade açúcar, 5 colheres de sopa de farinha200 g de açúcar para a calda125 g de açúcar para a cobertura2 colheres de sopa de leite1 casca de limão

Preparação :Batem-se muito bem as gemas com o açú-car (durante meia hora se for à mão e 10m se for batido com máquina eléctrica).À parte, batem-se as claras em castelobem firme e juntam-se cuidadosamenteás gemas, alternando com a farinha pre-viamente peneirada. Deita-se a massa

numa forma redonda e lisa com cerca de25 cm de diâmetro, previamente untadae polvilhada com farinha. Leva-se o boloa cozer em forno médio (180º C) duran-te cerca de 40 minutos. Depois de cozi-do, retira-se do forno, pica-se todo comum palito de madeira e, ainda dentro daforma, rega-se com a calda. Desenforma-se em seguida para o prato de serviço e ecobre-se com a cobertura preparada.Calda: Dissolve-se o açúcar com 2 dlde água e leva-se ao lume com a cascade limão. Deixa-se ferver até fazer pon-to de pasta.Cobertura: Dissolve-se o açúcar no leitesobre lume muito brando ou em ban-ho-maria.

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HOROSCOPE46ABRIL 2014

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BélierVous ne manquerezpas d'énergie ce mois-ci ami Bélier et enaurez bien besoinpour faire face au re-

mue ménage cosmique qui pour-rait bien affecter votre équilibreou achever de désordonner votrevie affective.

TaureauAvril va secouer lesmentalités et nousobliger à changer decodes (pour certainsde vie) ! Le ciel se dé-

chaine, nous contraignant à mo-biliser nos forces profondes pourfaire face aux événements maissurtout aux secousses intérieu-res qui ne manqueront pasd'ébranler nos certitudes, noscroyances et bien évidement no-tre sécurité !

GémeauxUn mois en ébullitionoù vous aurez enviede faire des étincelles.A condition peut-être

d'allumer le feu à bon escientpour entretenir la flamme entrevous et l'élu plutôt que de dé-penser votre précieuse énergiedans tous les sens et pas tou-jours dans le bon !

CancerEn avril vous osezvous affirmer enverset contre tous ? Vousallez faire des vaguesmais à priori vous ne

vous laisserez pas trop déborder! Si vous craigniez de dépasserles limites, apprenez à détermi-ner ou s'arrête vos responsabili-tés (pour les assumer) et oùcommence la culpabilité (pouréviter de tomber dans le piège!

LionUn mois complexe quivous demandera de laprudence et de la cons-cience ! Il n'est plus

temps de laisser dire, de laisser fai-re mais sans doute de réagir pourrétablir la vérité ou tout du moinsune forme d'équilibre actuellementdifficile à maintenir at home !

ViergeCe mois ci, vousaurez fort à faire surle plan professionnel! Les tensions sont

importantes, les enjeux de tailleet vous devez négocier de prèstout ce qui touche à vos intérêts! Mars, depuis décembre derniervous maintient sous pression etvous demande d'agir notammentdans le domaine financier.

BalanceSi vous cherchez àfaire des étincelles enavril, préparez-vousalors à vous découvrird'un fil… à vos ris-

ques et périls (ruptures, fâche-ries et émotions vives qui pour-raient vous fragiliser) ! Essayezcontre vents et marées de garderle contrôle!

ScorpionAvril promet d'êtreagité sur le plan col-lectif et sans douteallez vous essuyerquelques remous

dans votre vie quotidienne oùUranus vous pousse à vous re-beller contre les habitudes et seheurte depuis le début décembreà un adversaire de taille (Mars)même s'il n'agit qu'à couvert ettente de vous déstabiliser sansdévoiler son vrai visage.

SagittaireUn mois chaud, éclec-tique, explosif dontvous exploiterez tou-tes les ressources pour

réchauffer vos amours, resserrerles rangs ou trancher dans le vif.Qui m'aime me suive et en avril,votre regard se tourne définitive-ment vers un avenir… à ouvrir !

CapricorneAuriez-vous envie dechanger d'air, de vie demode de fonctionne-ment ? En avril, le ciel

en ébullition pourrait bien fairesauter quelques verrous et vousprojeter dans une compréhensionnouvelle de votre être et de ce quevous pouvez faire de votre vie !

VerseauVous tenterez de dé-samorcer les secous-ses sismiques prévuesce mois ci en usant devotre sens de la com-

munication plutôt affuté ami Ver-seau et tenterez de garder le con-tact avec un entourage toutautant ébranlé que vous en ex-primant le plus clairement possi-ble vos émotions et ressentis.

PoissonsLe ciel s'enflamme etmet le feu à votre bo-cal. En fait ça tombebien puisque vous

avez en tête de construire ailleursou autrement ! L'amour vous ins-pire, vous donne des ailes ? Alorsen avril, cher poisson volant, ser-vez vous de vos nouveaux attri-buts pour relever les défis et minede rien commencer à incarner vosrêves !

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