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    1.0 - INTRODUO

    Fundao o elemento estrutural, base natural ou preparada, destinada a suportar estruturas dequalquer tipo, ou sejam: edifcios, barragens, pontes, tanques de armazenamento de lquidos, etc..

    evidente a importncia de uma fundao, indispensvel prpria existncia de qualquer tipo deobra de engenharia, como tambm responsvel pela garantia de suas condies de estabilidade, daconservao de sua esttica, como at da manuteno de sua funcionalidade.

    So quatro os requisitos bsicos a serem satisfeitos por uma fundao:

    - apresentar segurana ruptura suficiente, seja do terreno sobre o qual se apoia asuperestrutura, como tambm do material que constitui o elemento de fundao.

    - conduzir a valores de deformaes (recalques ou mesmo deslocamentos horizontais)compatveis superestrutura projetada.

    - no oferecer riscos de segurana s fundaes de estruturas vizinhas.- atender aos aspectos econmicos.A segurana ruptura do elemento de fundao como pea estrutural perfeitamentecompreensvel, devendo suportar ainda os eventuais esforos executivos, como tambm a possvelagressividade do meio em que se encontra.

    No que se refere ao terreno de fundao, o segundo requisito de limitao das deformaes, teminfluncia preponderante. Como todos os materiais se deformam sob ao de cargas quaisquer,todas as fundaes tambm apresentaro deformaes, cujos valores dependero da grandeza eforma de aplicao dos esforos, como da constituio e caractersticas dos terrenos localizadosabaixo da cota de fundao.

    Envolvendo a execuo de uma fundao a realizao de trabalhos e/ou operaes especiais, taiscomo: escavaes, esgotamento e rebaixamento de lenol d'gua, alm de cravao de estacas,injees de produtos qumicos, etc., perturbaes sensveis podero ser transmitidas ao terrenovizinho, modificando suas caractersticas iniciais de suporte das cargas das estruturas sobre eleassentes, que poderiam assim ter suas condies de fundaes alteradas, chegando mesmo aprejudicar sua segurana, em casos extremos. Dever ser verificada ainda a influncia da novaconstruo sobre as adjacentes mais antigas, de forma a evitar que o campo de distribuio das

    presses da fundao a construir venha a se somar ao da existente, conduzindo forosamente amaiores deformaes (recalques em particular) do terreno de suporte de tais estruturas.

    A escolha, detalhamento e execuo de uma fundao exigir o conhecimento, em cada caso, deum certo nmero de informaes como as a seguir relacionadas:

    a) Caractersticas gerais da construo a executar, envolvendo no somente os valores e forma deatuao das cargas, como ainda sua finalidade e limites mximos das deformaes compatveisem cada caso.

    b) Caractersticas gerais do terreno local, cuja constituio bsica e condies de limites deresistncia, deformabilidade, permeabilidade e trabalhabilidade, sero obtidas atravs deestudos geolgicos e geomecnicos.

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    c) Levantamento topogrfico, plani-altimtrico e cadastral.d) Estudos hidrolgicos, em particular se tratando de fundaes de pontes, barragens e obras

    hidrulicas em geral.

    e) Caractersticas gerais das construes vizinhas, compreendendo estado de conservao,estimativa das cargas aplicadas e soluo da fundao empregada.

    f) Disponibilidade de mo-de-obra, materiais e equipamentos, inclusive suas condies de acessoao local da obra.

    De posse de tais elementos ser possvel definir, de forma ento a atender aos requisitosrelacionados, o tipo, cota de assentamento e processo executivo da fundao a adotar.

    Os problemas que governam o estudo de uma fundao podem ser classificados em dois gruposdistintos, que inclusive definem as diferentes situaes crticas inerentes ao comportamento damesma:

    a) problemas de deformaes em geral.b) problemas de ruptura ou de estabilidade.

    Limitando as consideraes a seguir ao campo da Geomecnica, ao primeiro grupo pertenceriamos problemas dos recalques, enquanto no segundo estariam includos aqueles referentes capacidade dos terrenos, isto , a carga limite capaz de ser suportada pelo terreno, sem ruptura(afundamento repentino e catastrfico da fundao).

    As teorias e mtodos disponveis para o estudo de tais problemas baseiam-se fundamentalmente,conforme ser visto adiante, em critrios bsicos pertencentes aos campos da matemtica aplicadae da mecnica dos meios contnuos, devidamente simplificados e adaptados de forma a permitirsua extenso ao estudo do comportamento do terreno, em particular do solo de fundao, que secaracteriza como um sistema de partculas, por excelncia.

    No estudo das fundaes, as deformaes verticais (recalques) tm especial importncia,conforme observado, principalmente se for considerado o fato de que so poucos os acidentes deobras envolvendo a ruptura do terreno de suporte (falta de capacidade de carga), o que entretantono ocorre em se tratando de recalques, causadores de inmeros acidentes em construes dosmais variados tipos. Alm disso, por observaes constantes da evoluo de suas conseqnciasdiretas (desnivelamentos, desaprumos e fissuras), podero os recalques servirem como indicadoresde futuros acidentes.

    Por sua influncia sobre as condies de estabilidade estrutural das construes, so os recalquesdiferenciais considerados como os mais crticos na maioria dos casos, ao contrrio dos absolutos,causadores de problemas de ordem esttica e funcional, mas sem atentar contra a estabilidade daconstruo. Por tais razes que se costuma afirmar ser o dimensionamento da fundao dequalquer estrutura, governado por critrios de recalques (deformaes) admissveis, a seremfixados em cada caso em estudo.

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    O quadro a seguir fornece uma idia geral a respeito de limites de recalques totais e diferenciaispara os casos especficos :

    Tipo demovimento

    Limitao de recalques paraAssegurar

    Recalque mximo

    Recalque total

    - Drenagem- Facilidade acesso- Alvenarias- Estruturas aporticadas com vigamento- Silos, chamins, Radiers

    15 a 30 cm30 a 60 cm2,5 a 5 cm5 a 10 cm7,5 a 30 cm

    Recalque

    diferencial

    Segurana quanto a fissurao :- Grandes alvenarias de tijolos

    - Estruturas de edifcios em concretoarmado- Estruturas contnuas em ao

    0,0005 a 0,001 L*

    0,0025 a 0,004 L*

    0,002 L*

    * sendo L o comprimento do vo.

    2.0 - CLASSIFICAO GERAL DAS FUNDAES

    As fundaes, de um modo geral, so classificadas em trs grandes grupos

    - Superficiais, ou Diretas, ou Rasas- Profundas- Especiais

    Fundao superficial ou rasa ou direta:

    Elementos de fundao em que a carga transmitida ao terreno, predominantemente pelaspresses distribudas sob a base da fundao, e em que a profundidade de assentamento emrelao ao terreno adjacente inferior a duas vezes a menor dimenso da fundao. Incluem-seneste tipo de fundao os blocos, as sapatas, os radiers, as sapatas associadas, as vigas de fundaoe as sapatas corridas.

    A classificao acima tem carter puramente didtico porque muitas vezes no representa oconceito que deveria exprimir. Assim temos freqentemente construes em fundaosuperficial, digamos a 7 m da superfcie, como o caso de edifcios com dois subsolos em sapatas,e, outros em fundao profunda a 5 m , como o caso de vrios edifcios construdos sobre

    estacas de 4 a 5 m de comprimento e que no possuem subsolos.

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    3.0 - FUNDAES SUPERFICIAIS

    Os tipos de fundaes superficiais mais usuais so as seguintes:

    3.1 - BLOCO

    Elemento de fundao superficial construdo em concreto simples, ou ciclpico, ou em alvenariade pedras, e, dimensionado de modo que as tenses de trao nele produzidas possam serresistidas sem necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadase apresentar normalmente em planta seo quadrada ou retangular.

    A sua utilizao , por questes econmicas , fica restrita para cargas inferiores a 500KN.Podem ser isolados ou corridos :

    Figura 4

    A principal caracterstica desses tipos de fundao que os materiais que os constituem devemtrabalhar unicamente compresso (cerca de 5 Mpa para blocos de concreto simples e 2 Mpa paraos de alvenaria de pedras).

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    Os blocos de fundao podem ser dimensionados de tal maneira que o ngulo , expresso emradianos e mostrado na Figura 5, satisfaa equao:

    tan adm------ ------ + 1

    ct

    Onde:

    adm = tenso admissvel do terreno, em MPa

    ct = tenso de trao no concreto(ct = 0,4 ftk 0,8 MPa)

    ftk = resistncia caracterstica trao do concreto, cujo valor pode ser obtido a partir daresistncia caracterstica compresso (fck) pelas equaes:

    fckftk = ---- para fck 18MPa

    10

    ftk = 0,06fck + 0,7MPa para fck> 18MPa

    A dimenso mnima dos blocos em planta no deve ser inferior a 60 cm e a profundidade deassentamento deve ser tal que garanta que o solo de apoio no seja influenciado pelos agentesatmosfricos e fluxos d'gua. Nas divisas de terrenos, salvo quando a fundao for assente sobrerocha, tal profundidade no deve ser inferior a 1,5 m.

    Nos casos simples e comuns na prtica pode-se adotar ct = 0,5 Mpa para blocos em concretosimples ou ciclpico e ct = 0,2 Mpa para os blocos em alvenaria de pedras.

    No quadro 1 a seguir fornecido o ngulo para diversos valores da relao adm /ct

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    Quadro 1adm /ct 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 4,0 6,0

    0

    30 40 47 52 56 59 61 63 65 67 73 76 78 80 82 85

    Conhecido o valor de b a altura h do bloco obtida pela frmula:

    h =B-b

    2tg

    onde b a dimenso do pilar ou largura da alvenaria

    Problema 1

    Dimensionar um bloco em concreto simples para receber a carga de 300 KN de um pilar de 25 cmx 25 cm em um terreno cuja presso admissvel de 0,2 Mpa

    Soluo:

    a) Clculo da dimenso B do bloco:B =

    P= 1,22 m Adotado B = 1,30 m

    adm

    b) Clculo da presso de trabalho do terreno =

    30= 17,8 t/m2 = 1,78 kg/cm2

    2

    1,3

    = 178 KN/m2

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    Figura 6

    A economia neste caso seria de 0,464 m3.

    3.2 - SAPATA ISOLADA

    Elemento de fundao superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tenses

    produzidas no sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego da armadura. Pode possuirespessura constante ou varivel, sendo sua base em planta normalmente quadrada, retangular outrapezoidal.

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    No estudo das sapatas sujeitas a fora normal de compresso deve-se analis-las segundo doisaspectos:

    a) Estabilidade externab) Estabilidade interna.Entende-se por estabilidade externa o equilbrio da sapata em relao ao terreno.

    A distribuio das presses no contato sapata-solo depende do tipo do solo e da sua rigidez.

    Assim, uma placa flexvel uniformemente carregada, transmitir ao solo tambm uma presso

    uniforme, sendo porm os recalques diferentes (figura 10).

    Argilas AreiasFigura 10

    O contrrio ocorre no caso de placas rgidas, onde as deformaes so idnticas, enquanto aspresses no contato placa-solo so diferentes (figura 11).

    Figura 11

    Na verificao da estabilidade externa de sapatas assentes em solo tem sido adotado um diagramaconvencional, na grande maioria dos casos a favor da segurana, admitindo a distribuio detenses linear (figura 12)

    Figura 12

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    Compreende-se por estabilidade interna, o equilbrio no interior da sapata, de modo que emqualquer seo da mesma no sejam ultrapassadas as tenses admissveis no concreto ou ao.

    Dentre os processos utilizados para atender a condio acima temos o mtodo das bielas que utilizado para o dimensionamento de sapatas rgidas.

    Segundo experincias de Lebelle, desde que a relao a seguir seja satisfeita, a sapata comporta-secomo rgida, no oferecendo perigo de puno nem de ruptura por cisalhamento.

    A seo de ao pode ser calculada pelo mtodo das linhas de ruptura ou por outro mtodo baseado

    na teoria de elasticidade, ou pelo mtodo das bielas.O mtodo das bielas admite que a sapata funciona transmitindo a fora do pilar s barras daarmao, que funcionam como tirantes, por intermdio de escoras de concreto chamadas bielas,da o nome de bielas.

    Em resumo pode ser adotado o seguinte procedimento para o dimensionamento de sapatasquadradas ou retangulares pelo mtodo das bielas:

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    Sapata corrida

    Sapata sujeita ao de uma carga distribuda linearmente.

    Figura 15

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    3.3 - VIGA DE FUNDAO

    Fundao comum a vrios pilares, cujos centros, em planta, esto situados no mesmo alinhamento.

    Figura 16

    Exerccio:

    Dimensionar uma sapata quadrada com 2,20m de lado, que serve de apoio para um pilar de seo,tambm, quadrada com lado 0,45m e que recebe a carga de 1000 KN. Considere que o sero

    utilizados ao CA 50A, FCK do concreto de 15 Mpa e adm = 250 KN/m2.

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    Clculo do lado B:

    Clculo da seo da armadura :

    que em funo da tabela 2 a seguir d 10 ferros de ou 21 de 3/8

    ` Figura 17

    Tabela 2 - Fornece dimetros de vrios aos, pesos e reas

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    Sapata associada (ou radierparcial)

    Sapata comum a vrios pilares, cujos centros, em planta, no estejam situados em um mesmoalinhamento.

    So utilizadas quando h superposio das reas de pilares contguos, sendo os pilares ligados,geralmente, por vigas :

    Figura 18

    Radier

    Elemento de fundao superficial que abrange todos os pilares ou carregamentos distribudos (porexemplo: tanques, depsitos, silos, etc.).

    3.4 - FUNDAES EXCNTRICAS

    Diz-se que uma fundao solicitada carga excntrica quando estiver submetida a:

    a) uma fora vertical cujo eixo no passa pelo centro de gravidade da superfcie de contato dafundao com o solo.

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    b) foras horizontais situadas fora do plano da base da fundao;c) qualquer outra composio de foras que gerem momentos na fundao.No dimensionamento de uma fundao solicitada por carga excntrica (V), pode-se considerar area efetiva (A) da fundao, conforme indicado na Figura 20. Nesta rea efetiva atua uma pressouniformemente distribuda (), obtida pela equao:

    = VA

    A presso uniformemente distribuda () deve ser comparada presso admissvel com a qualdeve ser feito o dimensionamento estrutural da fundao.

    Para equilibrar a fora horizontal que atua sobre uma fundao em sapata ou bloco, pode-se contarcom o empuxo passivo, e com atrito entre o solo e a base da fundao. O coeficiente de seguranaao deslizamento deve ser pelo menos igual a 1,5 e somente considerados os empuxos favorveisdesde que se tenha garantia de sua atuao contnua e permanente em conjunto com a atuao dasdemais solicitaes.

    Fi ura 20 rea efetiva de funda o com car a excntrica

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    Em nenhuma condio pode ser considerada qualquer reduo de cargas devida a efeitos desubpresso, principalmente em obras urbanas.

    Para efeito de clculo estrutural de fundaes apoiadas sobre rocha, o elemento estrutural deve sercalculado como pea rgida, adotando-se o diagrama de distribuio mostrado na Figura 21.

    Em planta, as sapatas, assim como os blocos, no devem ter dimenso inferior a 60 cm e sua basedeve ser assente a uma profundidade tal que garanta que o solo de apoio no seja influenciadopelos agentes atmosfricos e fluxos d'gua. Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando afundao for assente sobre rocha, tal profundidade no deve ser inferior a 1,5 m.

    Nos terrenos com topografia acidentada, a implantao de qualquer obra e de suas fundaes deveser feita de maneira a no impedir a utilizao satisfatria dos terrenos vizinhos.

    Em fundaes que no se apoiam sobre rocha, deve ser lanado anteriormente sua execuo umacamada de concreto simples de regularizao de no mnimo 5cm de espessura, ocupando toda area da cava da fundao.

    Nas fundaes apoiadas em rocha, aps a preparao acima, deve-se executar um enchimento deconcreto de modo a se obter uma superfcie plana e horizontal. O concreto a ser utilizado deve terresistncia compatvel com a presso de trabalho da sapata.

    No caso de fundaes prximas, porm situadas em cotas diferentes, a reta de maior declive quepassa pelos seus bordos deve fazer, com a vertical, um ngulo como mostrado na Figura 22,com os seguintes valores:

    a) solos pouco resistentes: 60;b) solos resistentes: = 45;c) rochas: = 30.

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    A fundao situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a no ser que setomem cuidados especiais.

    Viga de equilbrio

    Elemento estrutural que recebe as cargas de um ou dois pilares (ou pontos de carga) e dimensionado de modo a transmiti-las centradas s fundaes. Da utilizao de viga de equilbrioresultam cargas nas fundaes, diferentes das cargas dos pilares nelas atuantes.

    Para as sapatas de pilares situados nas divisas de terrenos, a excentricidade deve ser eliminadamediante o emprego de artifcios estruturais, como por exemplo vigas de equilbrio. A figura 23 aseguir esquematiza o funcionamento de uma viga de equilbrio :

    Figura 23

    Para efeito de verificao da estabilidade interna de uma fundao excntrica, pode-se, na falta deum processo mais rigoroso, uniformizar a presso adotando o maior dos seguintes valores :

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    Dois teros do valor mximo ou a mdia dos valores extremos

    Quando ocorre uma reduo da carga, a fundao deve ser dimensionada, considerando-se apenas50% desta reduo.

    Quando da soma dos alvios totais puder resultar trao na fundao do pilar interno, o projeto defundao deve ser reestudado.

    4.0 - FUNDAES PROFUNDAS

    Os principais tipos de fundaes profundas so:

    - estacas

    - tubules- caixes

    Caracterizam-se por transmitirem os esforos que suportam s camadas mais profundas eresistentes dos terrenos.

    4.1 - ESTACAS

    As estacas so peas alongadas de pequena seo transversal em relao ao seu comprimento,tendo essencialmente a funo de transmitir as cargas que suportam para camadas profundas desolo de alta capacidade de suporte e baixa compressibilidade.

    A extremidade inferior de uma estaca denomina-se "ponta", a superior "cabea", enquanto o corpoda estaca em si chamado comumente por "fuste".

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    A transmisso de carga de uma estaca para o terreno pode ser feita de trs modos:

    - pela ponta- pelo atrito- pela ponta e atrito

    Estaca de ponta a que transmite toda a carga que suporta atravs de sua extremidade inferior(ponta). o caso que ocorre quando a estaca atravessa terreno pouco resistente e se apoia em solomuito resistente ou em rocha. (figura 24)

    Estaca de atrito ou estaca flutuante aquela que transfere a carga que recebe para o terreno,praticamente, somente pelo atrito lateral. Este caso ocorre quando uma estaca cravada em solohomogneo e de grande espessura podendo desprezar a resistncia de ponta em funo da

    contribuio do atrito lateral.

    Estaca de ponta e atrito, que o caso mais geral, aquela que transfere a carga que recebe tantopelo atrito lateral como pela ponta.

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    importante notar que a contribuio do atrito lateral, dependendo das condies do terreno,poder ser nos dois sentidos. Nos casos mais comuns a resistncia por atrito lateral ocorreconforme indicado nas figuras anteriores. Quando, entretanto, as estacas atravessam terrenos emfase de consolidao ou aterros sobre bases fracas, o atrito lateral age em sentido contrario,denominado nesses casos "atrito negativo", reduzindo, portanto, a capacidade de carga da estaca,pois ser necessrio que ela resista alm da carga Q, tambm, da parcela por atrito negativo:

    PRINCIPAIS TIPOS DE ESTACAS:

    4.4.1 Estacas de madeira

    Consistem em troncos de rvore, bem retos e regulares, que so cravados no terreno at seconseguir "nega" adequada.

    Denomina-se nega a penetrao permanente de uma estaca, causada pela aplicao de um golpe dopilo. Em geral medida por uma srie de dez golpes. Ao ser fixada ou fornecida, deve sersempre acompanhada do peso do pilo e da alturade queda ou da energia de cravao (martelosautomticos).

    As estacas de madeira mais usuais, so as de eucalipto, massaranduba, aroeira e peroba-de-campo.

    De acordo com a NBR-6122, as estacas de madeira devem atender s seguintes condies:

    1. A ponta e o topo devem ter dimetros maiores que 15 cm e 25 cm, respectivamente.2. A reta que une os centros das sees da ponta e do topo deve estar integralmente dentro da

    estaca.

    3. Os topos das estacas devem ser convenientemente protegidos para no sofrerem danos durantea cravao; entretanto, quando, durante a cravao, ocorrer algum dano na cabea da estaca, aparte afetada deve ser cortada.

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    4. As estacas de madeira devem ter seus topos (cota de arrasamento) permanentemente abaixo donvel d'gua; em obras provisrias ou quando as estacas recebem tratamento de eficciacomprovada, esta exigncia pode ser dispensada.

    5. Em guas livres, as estacas de madeira devem ser protegidas contra o ataque de organismos.6. Em terrenos com mataces, devem ser evitadas estacas de madeira.

    7.

    Quando se tiver que penetrar ou atravessar camadas resistentes, as pontas devem serprotegidas por ponteira de ao.

    8. As estacas de madeira podem ser emendadas, desde que estas emendas resistam a todas assolicitaes que possam ocorrer durante o manuseio, cravao e trabalho da estaca. Asemendas podem ser feitas, por anel metlico, por talas de juno ou qualquer outro processoque garanta a integridade da estaca.

    Carga estrutural admissvelAs estacas de madeira tm sua carga estrutural admissvel calculada, sempre em funo da seotransversal mnima, adotando-se tenso admissvel compatvel com o tipo e a qualidade damadeira, conforme a NBR 7190.

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    Cravao

    A cravao normalmente executada com martelo de queda livre, cuja relao entre o peso domartelo e o peso da estaca seja a maior possvel, respeitando-se a relao mnima de 1,0.

    No caso em que a cota de arrasamento estiver abaixo da cota do plano de cravao, pode-seutilizar um elemento suplementar, denominado prolonga ou suplemento, desligado da estacapropriamente dita, que deve ser retirado aps a cravao. Caso no sejam usados dispositivosespeciais devidamente comprovados, que garantam o posicionamento da estaca e a eficincia dacravao, fica limitado a 2,5 m o comprimento do suplemento.

    Preparo de cabeas e ligao com o bloco de coroamento

    Deve ser cortado o trecho danificado durante a cravao ou o excesso em relao cota dearrasamento. Caso a nova cota de topo esteja abaixo da cota de arrasamento previsto, deve-sefazer uma emenda conforme descrito acima.

    As principais vantagens das estacas de madeira so:

    Durao ilimitada quando completa e permanentemente submersas

    Na Europa existem vrias construes executadas h vrios sculos, com suas fundaes emestacas de madeira ainda perfeitas. Exemplo clssico o Campanrio de So Marcos em Veneza,que quando foi reconstrudo em 1902, verificou-se, que aps mil anos de funcionamento, asestacas de madeira ainda eram capazes de suportar o seu peso.

    Baixo custo

    Corte fcil

    Normalmente necessrio cortar uma estaca para que fique na cota exata da confeco do blocode coroamento e no caso de estacas de madeira esta operao extremamente simples.

    Emenda fcil

    simples a emenda de uma estaca de madeira, que pode ser feita, por exemplo, por meio dechapas metlicas e parafusos, ou anel metlico ou por outro processo.

    Resistem facilmente as manobras de manuseio e transporte

    Enquanto que estacas de concreto pr-moldadas exigem cuidados especiais e equipamentospossantes para o seu manuseio e transporte, o mesmo no ocorre com as de madeira que, emfuno de seu menor peso e resistncia mais elevada, so bastante facilitados.

    Imediata cravao e colocao em servio desde que existam em estoque

    Esta outra das vantagens das estacas de madeira comparada com as de concreto pr-moldadas ouas moldadas in loco, que necessitam de vrios dias para que o concreto adquira resistnciasuficiente para a cravao ou colocao em servio.

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    As principais desvantagens das estacas de madeira so as seguintes:

    a) Durao reduzida quando no permanentemente submersas

    A madeira sujeita ao apodrecimento, causado por fungos aerbios que se desenvolvem empresena de gua e ar. Assim, quando no permanentemente submersa, eliminandoconsequentemente o ar, a vida mdia de uma estaca limitada e da ordem de 8 a 10 anos.

    Tm sido usados em alguns casos, tratamentos de madeira com produtos qumicos, mas osresultados at agora obtidos no permitem garantir a sua durabilidade.

    Face ao exposto, excetuando-se as que trabalham permanentemente submersas, as estacas de

    madeira tm sido utilizadas somente em obras provisrias.

    b) Facilmente danificadas durante a cravao

    o que ocorre quando no terreno existem obstculos como pedregulhos, pedras, etc., ou quandose tenta atravessar com esse tipo de estaca camadas resistentes (NSPT da ordem de 20 a 25).

    c) Dimenses limitadas nos pases sem rvores de espcies adequadas

    o caso que ocorre no Brasil, pois dificilmente se consegue madeira com as convenientesdimenses, resistncia, e, possibilidade de durao como, por exemplo, na Amrica do Norte,onde tm sido cravadas estacas de madeira, como cedro, abeto, etc., com dimetros da ordem de50cm e comprimentos maiores que 40 m.

    d) Vibraes

    As estacas de madeira, por serem macias, provocam a mesma ordem de grandeza de vibraesque as de concreto pr-moldadas, e, outras estacas cravadas de dimetro equivalente, no devendoser utilizadas em locais onde vibraes possam causar danos.

    e) Capacidade de carga reduzida

    As cargas usuais das estacas de madeira so :

    Dimenses(cm)

    Carga Nominal(KN)

    20 150 25 200 30 300 35 400 = 4,0 Mpa 40 500

    - Estacas de concreto pr-moldadas

    As estacas pr-moldadas em funo do processo utilizado para sua confeco podem ser de:- Concreto armado- Concreto protendido

    - Centrifugadas.

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    Podem ser concretadas em formas horizontais ou verticais . Devem ser executadas com concretoadequado, alm de serem submetidas cura necessria para que possuam resistncia compatvelcom os esforos decorrentes do transporte, manuseio, instalao e a eventuais solos agressivos.

    A seo transversal dessas estacas geralmente quadrada, hexagonal, octogonal ou circular.

    As figuras abaixo apresentam uma estaca de seo quadrada e outra de seo octogonal.

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    Existem diversos tipos de estacas de concreto pr-moldadas em uso, em funo do processo de suafabricao:

    O quadro a seguir fornece cargas usuais de diversas estacas pr-moldadas:

    CONCRETO Armado Protendido Centrifugado

    SeoCarga Nominal

    (KN)Seo

    Carga Nominal(KN)

    SeoCarga Nominal

    (KN)

    20 x 20 250 20 250 20 250

    25 x 25 400 25 500 23 300

    30 x 30 550 33 700 26 400

    35 x 35 800 33 600

    38 750

    42 900

    50 1300

    60 1700

    70 2300

    As estacas pr-moldadas devem ser dimensionadas para suportar no s os esforos atuantes naestaca como elemento de fundao, como tambm aqueles que ocorrem no seu manuseio,transporte, levantamento e cravao. Em particular os pontos de levantamento previstos devem sernitidamente assinalados.

    Para a fixao da carga estrutural admissvel, deve ser adotado um coeficiente de minorao daresistncia caracterstica do concreto c = 1,3, quando se utiliza controle sistemtico. Casocontrrio, c, deve ser adotado igual a 1,4.

    Nas estacas comprimidas, quando no feita a verificao da capacidade de carga atravs deprova de carga ou de instrumentao, pode-se adotar como carga de trabalho aquela obtida a partirda tenso mdia atuante na seo de concreto, limitada ao mximo de 6MPa, considerando nocaso de estacas vazadas, para efeito da seo de concreto, como macias.

    Para levar em conta as tenses elevadas que surgem nas extremidades da estaca durante a suacravao deve-se fazer um reforo da armadura transversal junto ao topo e a ponta de cada estaca.Com o mesmo objetivo, entre as pontas das barras longitudinais e o topo da estaca deve haver um

    trecho no armado de 30 a 50 mm de espessura.

    Geralmente a armao necessria ao manuseio que predomina no dimensionamento, devendo-se,portanto, fixar a posio dos apoios de modo a obter momentos positivo e negativo iguais, emvalor absoluto, o que conduz a ferragem simtrica.

    Nas figuras apresentadas a seguir, esto indicados os diagramas de momentos e seus valores paraatender a essas condies quando o levantamento feito por um ou por dois pontos:

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    No clculo consideram-se as estacas com peso prprio um pouco superior ao real para levar emconta pequenas aes dinmicas.

    A cravao de estacas pr-moldadas de concreto pode ser feita por percusso, prensagem ouvibrao. A escolha do equipamento deve ser feita de acordo com o tipo e dimenso da estaca,

    caractersticas do solo, condies de vizinhana, caractersticas do projeto e peculiaridades dolocal.

    A cravao de estacas atravs de terrenos resistentes sua penetrao pode ser auxiliada com jatod'gua ou a ar (lanagem) ou atravs de perfuraes. Essas perfuraes podem ter suas paredessuportadas ou no, e o suporte pode ser um revestimento recupervel ou perdido, ou lamatixotrpica. De qualquer modo, quando se trata de estacas trabalhando compresso, a cravaofinal deve ser feita sem uso desses recursos, cujo emprego deve ser devidamente levado emconsiderao na avaliao da capacidade de carga das estacas e tambm na anlise do resultado dacravao.

    No caso em que a cota de arrasamento estiver abaixo da cota do plano de cravao, pode-seutilizar um elemento suplementar (prolonga ou suplemento), desligado da estaca propriamente

    dita, que ser retirado aps a cravao. Caso no sejam usados dispositivos especiais que,devidamente comprovados, garantam o posicionamento da estaca e a eficincia de cravao, ficalimitado a 2,50 metros o comprimento do suplemento.

    O sistema de cravao deve ser dimensionado de modo a levar a estaca at a profundidade previstapara a sua capacidade de carga, sem danific-la. Com esta finalidade, o uso de martelos maispesados com menor altura de queda, mais eficiente do que os martelos mais leves, com grandealtura de queda, mantido o mesmo conjunto de amortecedores. Assim recomenda a NBR 6122para estacas at l MN de carga admissvel, quando se usa martelos de queda livre o seu peso nodeve ser inferior a 15 KN, nem a relao entre o peso do pilo e o peso da estaca inferior 0,7. Paraestacas com carga admissvel maior que l MN a escolha do sistema de cravao deve ser analisadaem cada caso e os resultados controlados atravs de ensaios ou provas de carga estticas.

    Levantamento da estaca por umponto

    Levantamento da estaca por doispontos

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    Quando se utiliza martelos automticos ou vibratrios, deve-se seguir as recomendaes dofabricante do equipamento.

    Quando se utilizam estacas pr-moldadas sempre conveniente estudar o terreno com o maiordetalhamento possvel com a finalidade de fixar o comprimento das estacas e evitar perdas ouemendas que sempre oneram e atrasam a obra.

    A confeco de estacas pr-moldadas deve seguir os cuidados comuns de construes deestruturas de concreto, cumprindo ainda o que se segue:

    a) A concretagem de uma estaca deve ser contnua at complet-la, iniciando-se pela cabea;b) As formas podem ser retiradas aps 24 horas da concretagem, devendo-se manter as

    superfcies midas durante pelo menos 7 dias para cimento Portland comum e 3 dias paracimentos de alta resistncia e desde que o concreto tenha atingido resistncia compresso,medida em corpos de prova, superior a 12,5 Mpa.

    c) As estacas somente devem ser cravadas aps 21 dias de sua concretagem ou menos, caso setenha utilizado cimentos de alta resistncia, ou aditivos, ou traos especiais, mas sempre apsa comprovao das resistncias de projeto atravs de corpos de prova;

    Antes de iniciada a cravao a estaca deve ser inspecionada para detectar possveis defeitos defabricao e principalmente danos decorrentes de sua movimentao.

    sempre conveniente cravar algumas estacas de prova e ter estacas com comprimento varivel nocanteiro.

    Para a cravao das estacas utiliza-se sempre um capacete no qual enfiada a cabea da estaca. sobre este capacete que atuam o pilo. Entre o capacete e a cabea da estaca, em contato diretocom o concreto, coloca-se material elstico, geralmente madeira macia previamente molhada, edestinada a assegurar uma boa distribuio de presses (Ver figura abaixo).

    A figura abaixo mostra um capacete especial utilizado em estacas a serem emendadas

    Madeira macia

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    A cravao das estacas deve ser contnua, principalmente quando esto prximo ao final de suacravao, e processar-se no caso de concentrao de estacas, do centro para a periferia. Essasprovidncias so sempre convenientes devido ao fato de em determinados solos, de volume devazios elevados e alta permeabilidade, a densidade e resistncia do terreno aumentarem pelacravao das estacas.

    As estacas pr-moldadas podem ser emendadas desde que resistam a todas as solicitaes quenelas ocorram durante o manuseio, cravao e sua utilizao. Os processos mais usados soatravs de solda ou utilizao de produtos de epoxi com acelerador de pega.

    O topo da estaca, danificado durante a cravao ou acima da cota de arrasamento, deve serdemolido. A seo resultante deve ser plana e perpendicular ao eixo da estaca e a operao dedemolio deve ser executada de modo a no causar danos estaca. Nesta operao podem serutilizados ponteiros ou marteletes leves, trabalhando com pequena inclinao, para cima, emrelao horizontal. Para estacas cuja seo de concreto for inferior a 2000 cm2, o preparo dacabea somente pode ser feito com a utilizao de ponteiro.

    No caso de estacas danificadas at abaixo da cota de arrasamento ou estacas cujo topo resulteabaixo da cota de arrasamento prevista, deve-se fazer a demolio do comprimento necessrio daestaca, de modo a expor o comprimento de traspasse da armadura e recomp-lo at a cota dearrasamento. A armadura da estaca deve penetrar suficientemente no bloco, a fim de transmitir a

    solicitao correspondente.

    O material a ser utilizado na recomposio das estacas deve apresentar resistncia no inferior do concreto utilizado na fabricao da estaca.

    Em estacas cuja armadura no tiver funo resistente aps a cravao, no h necessidade de suapenetrao no bloco de coroamento (isto no significa que necessariamente devam ser cortados osferros das estacas que penetram no bloco). Caso contrrio, a armadura deve penetrarsuficientemente no bloco, a fim de transmitir a solicitao correspondente.

    Em estacas vazadas, antes da concretagem do bloco, o furo central deve ser convenientementetamponado, de modo a evitar a fuga do concreto do bloco.

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    As principais vantagens na utilizao de estacas de concreto pr-moldadas so:

    a) Qualidade de concreto a grande vantagem dessas estacas em relao s estacas moldadas no solo, devido ao fato depermitirem uma fcil fiscalizao, adensamento e cura.

    b) Grande durao mesmo quando sujeitas a molhagens e secagens alternadas.

    c) No so atacadas por seres vivos.

    d) Podem ser fabricadas com quaisquer formas e dimenses.

    e) Resistem, desde que convenientemente armadas, a esforos de flexo.

    As principais desvantagens so:

    a) Transmitem elevadas vibraes.

    b) Necessitam demolir as cabeas das estacas para incorpor-las construo.

    c) Perigo de fenderem durante o transporte e cravao.

    d) Necessidade de aguardar pelo menos 21 dias para a sua cravao.

    e) Necessidade de espao na obra para o seu preparo, cura e armazenamento.

    f) Dimenses limitadas aos bate-estacas disponveis.

    g) Dificuldade de atravessar camadas resistentes quando isso necessrio. Esse caso ocorrefreqentemente quando a estaca deve passar por camadas resistentes, situadas entre outras demenor resistncia, at atingir o comprimento adequado. o que acontece, por exemplo, emcamadas de areia com mais de 2 metros de espessura e resistncia NSPT> 20 a 25 assentes sobre

    argila mole como indicado na figura abaixo .

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    Uma das solues, para este caso, seria cravar a estaca at atingir a camada de argila mole comauxilio de jato d'gua ou ar (lanagem) ou atravs de perfuraes o que , naturalmente, aumenta ocusto dos trabalhos.

    4.4.2 - Estacas Metlicas

    As estacas metlicas so constitudas por perfis laminados ou soldados, simples ou mltiplos,tubos de chapa dobrada (seo circular, quadrada ou retangular), tubo sem costura e trilhos.

    As estacas de ao devem ser retilneas. Para isto, o raio de curvatura, em qualquer ponto do eixodeve ser maior que 400m ou apresentar flecha mxima de 0,3% do comprimento do perfil.

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    As estacas de ao devem resistir corroso pela prpria natureza do ao ou por tratamentoadequado. Quando inteiramente enterradas em terreno natural, independentemente de situao dolenol d'gua, as estacas de ao dispensam tratamento especial. Havendo, porm, trechodesenterrado ou imerso em aterro com materiais capazes de atacar o ao, obrigatria a proteodeste trecho com um encamisamento de concreto ou outro recurso adequado (por exemplo:pintura, proteo catdica, etc.)

    Em obras especiais (por exemplo: martimas, subestaes, Metr, etc.), cuidados especiais parasua proteo podem ser necessrios.

    Para cravao de estacas metlicas com carga de trabalho at 1000 KN, quando empregadomartelo de queda livre, a relao entre o peso do pilo e o peso da estaca deve ser a maior

    possvel, no se devendo usar relao menor que 0,5 nem martelo com peso inferior a 10 KN.

    Se durante a cravao for necessrio utilizar prolonga ou suplemento, desligado da estacapropriamente dita, seu comprimento no deve ser superior a 2,5 m, a menos que dispositivosespeciais sejam usados de modo a garantir o posicionamento da estaca e a eficincia de cravao.

    As estacas de ao podem ser emendadas, desde que as emendas resistam a todas solicitaes quepossam ocorrer durante o manuseio, a cravao e o trabalho da estaca, conquanto que seu eixorespeite a condio citada anteriormente.

    Na emenda por solda de estacas de ao, o eletrodo a ser utilizado deve ser compatvel com acomposio qumica do material da estaca. O uso de talas parafusadas ou soldadas obrigatrionas emendas, devendo ser dimensionadas conforme a NBR 8800.

    Quando as estacas funcionam permanentemente no interior do solo, para obter a carga mximaque pode ser aplicada, considerando o material constituinte, multiplica-se, simplesmente, a seotil do perfil pela tenso admissvel do ao.

    A determinao da rea til dos perfis, para levar em conta o efeito da corroso, feitadescontando da sua rea total uma espessura de 1,5mm ao longo do permetro do perfil ver figuraabaixo.

    No caso de utilizao de perfis usados, o desconto de 1,5 mm deve ser feito a partir da seo realmnima.

    A experincia tem mostrado que em estacas metlicas imersas no solo a primeira camada deferrugem combina com o cido slico do solo, criando, assim, uma crosta resistente que dificulta oacesso do oxignio da gua superfcie do perfil no atacada, tornando a sua durabilidadepraticamente ilimitada. Os carbonatos, tambm, contribuem para formar crostas impermeveis eservem para a proteo das estacas metlicas.

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    De qualquer modo, a menos que se tenha experincia especfica do local, sempre convenienteverificar a agressividade do solo ao ao, pois, em alguns casos, o metal pode ser atacado mais doque normalmente se admite como corroso, a menos que se utilizem ligas especiais ou proteoadequada.

    Os tipos de proteo mais utilizados tm sido atravs de tratamentos com pinturas ou por proteocatdica.

    Quando as estacas metlicas funcionam parcialmente enterradas ou imersas em aterro commateriais capazes de atacar o ao, obrigatria a proteo desse trecho com um encamisamentode concreto ou outro recurso equivalente.

    No quadro a seguir esto sendo indicados os perfis metlicos com caractersticas correspondentese cargas de trabalho freqentemente utilizados.

    Perfis Peso pormetro (N)

    Seototal

    (cm2)

    Seo naponta (cm2)

    Permetro(cm)

    Carga deTrabalho

    (KN)H - 6x 6 37.1 47,3 229,8 60,64 400I - 10x4 5/8 37.7 48,1 300,7 74,48 400I - 12 x5 1/4 60.6 77,3 406,6 87,64 6002 I - 10 x 4 5/8 75.4 96,2 601,5 98,16 8002 I - 12 x 5 1/4 121.2 154,6 813,2 114,32 1201 TR - 25 250 31,5 75 36 200

    2 TR - 25 500 62,8 150 50 4003 TR - 25 750 94,2 340,0 66 6004 TR - 25 1000 125,6 584.4 90 8001 TR - 32 320 40,8 98 41 2502 TR - 32 640 81,6 196 58 5003 TR - 32 960 122,5 462 85 7504 TR - 32 1280 163,3 759 102 10001 TR - 37 370 47,3 113 44 3002 TR - 37 740 94,5 226 62 6003 TR - 37 1110 141,8 532 91 9004 TR - 37 1480 189,0 882 111 12001 TR - 45 450 56,9 140 49 350

    2 TR - 45 900 113,8 279 68 7003 TR - 45 1350 170,6 674 104 10504 TR - 45 1800 227,5 1115 125 14001 TR - 57 570 72,5 176 55 4502 TR - 57 1140 145 351 76 9003 TR - 57 1710 217,5 874 119 1350

    A figura a seguir esclarece a respeito do clculo das sees de ponta e permetro total, cujasaplicaes sero vistas nos prximos captulos.

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    Para o preparo da cabea da estaca e a ligao com o bloco de coroamento os seguintes cuidadosdevem ser tomados:

    Deve ser cortado o trecho danificado durante a cravao ou o excesso em relao cota dearrasamento, recompondo-se, quando necessrio, o trecho de estaca at esta cota, ou adaptando-seo bloco.

    Quando as estacas de ao constitudas por perfis laminados ou soldados trabalharem acompresso, basta uma penetrao de 20 cm no bloco. Pode-se, eventualmente, fazer umafretagem, atravs de espiral, em cada estaca neste trecho.

    No caso de estacas metlicas trabalhando a trao, deve-se soldar uma armadura capaz detransmitir ao bloco de coroamento as solicitaes correspondentes.

    No caso de estacas tubulares, se trabalharem a compresso, tambm, basta uma penetrao de 20cm no bloco com ou sem fretagem, e, se a estaca for cheia de concreto at a cota tal que transmita

    a carga por aderncia camisa, a armadura de ligao deve penetrar suficientemente no bloco, afim de transmitir a solicitao correspondente

    As principais vantagens das estacas metlicas so:

    a) Possibilidade de cravao nos piores terrenos.b) Possibilidade de cravao sem provocar alterao da estrutura de argilas.

    c) Resistem bem flexo.

    d) Podem ser utilizadas imediatamente aps a sua cravao.

    e) Resistem bem aos servios de manobra.

    f) Provocam pequenas vibraes.

    g) Podem ser reaproveitadas em obras provisrias.

    Como desvantagens pode-se considerar:

    a) Custo elevado.b) Necessidade de proteo quando utilizadas em contato direto com a gua ou expostas ao ar

    livre.

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    4.4.3 - Estaca tipo broca

    Tipo de fundao profunda executada por perfurao com trado manual ou mecnico e posteriorconcretagem.

    Perfurao

    executada com trado manual ou mecnico, sem uso de revestimento. A escavao deveprosseguir at a profundidade prevista. Quando for atingida a profundidade desejada, faz-se alimpeza do fundo com a remoo do material desagregado eventualmente acumulado durante aescavao. Dadas as condies de execuo, estas estacas s podem ser utilizadas acima do nvelde gua se o furo puder ser seco antes da concretagem.

    Recomenda-se para as estacas tipo broca um dimetro mnimo de 20 cm e mximo de 50 cm.

    Concretagem

    O concreto deve ser lanado do topo da perfurao com o auxlio de funil, devendo apresentar fckno inferior a 15 Mpa, consumo de cimento superior a 300 kg/m3 e consistncia plstica.

    Armadura

    Em geral, estas estacas no so armadas, utilizando-se somente armaduras de ligao com o bloco.Quando necessrio, a estaca pode ser armada para resistir aos esforos da estrutura.

    Carga estrutural admissvel

    Para a fixao da carga estrutural admissvel, no pode ser adotado fck superior a 15 Mpa,adotando-se um coeficiente de minorao de resistncia c= 1,8, tendo em vista as condies deconcretagem.

    As cargas usuais de estacas brocas, com trados manuais, cujo comprimento no convm sersuperior a 6m, so as seguintes:

    Dimetro (cm ) Carga mxima (KN)15 6020 10025 150

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    Entre as principais vantagens deste tipo de estaca pode-se citar seu baixo custo, facilidade deexecuo, no necessitarem de pessoal especializado e no transmitirem vibraes.

    Quanto as desvantagens temos as cargas de valor reduzido e somente poderem ser utilizadas emcondies especiais de terreno :

    Sem nvel dguaCoesivosSuporte suficiente a pequena profundidade (4 a 6m)

    4.4.4 - Estaca tipo Strauss

    Tipo de fundao profunda executada por perfurao atravs de balde sonda (piteira), com uso,parcial ou total de revestimento recupervel e posterior concretagem.

    Perfurao

    iniciada com um soquete, at uma profundidade de 1m a 2 m. O furo feito com o soquete servede guia para introduo do primeiro tubo de revestimento dentado na extremidade inferior,chamado "coroa". Aps a introduo da coroa, o soquete substitudo pela sonda (piteira), a qual,por golpes sucessivos, vai retirando o solo do interior e abaixo da "coroa", que vai sendointroduzida no terreno. Quando a coroa estiver toda cravada, rosqueado o tubo seguinte, e assimpor diante, at que se atinja a profundidade prevista para a perfurao ou as condies previstaspara o terreno. Imediatamente antes da concretagem, deve ser feita a limpeza completa do fundoda perfurao, com total remoo da lama e da gua eventualmente acumuladas durante aperfurao.

    Caso as caractersticas do terreno o permitam, o revestimento com o tubo pode ser parcial sendoconveniente que o seu dimetro mximo no seja superior a 500mm.

    Concretagem

    Com o furo completamente esgotado e limpo, lanado o concreto em quantidade suficiente parase ter uma coluna de aproximadamente 1m. Sem puxar a linha de tubos de revestimento, apiloa-seo concreto, para formar uma espcie de bulbo.

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    Para a execuo do fuste, o concreto lanado dentro da linha de tubos e, medida que aplicado, vo sendo retirados os tubos com o emprego do guincho manual. Para garantia decontinuidade do fuste, deve ser mantida dentro da linha de tubos, durante o apiloamento, umacoluna de concreto suficiente para que este ocupe todo o espao perfurado e enventuais vazios edeformaes no subsolo. O pilo no deve entrar em contato com o solo da parede ou base daestaca, para no provocar desabamento ou mistura de solo com o concreto; este cuidado deve serreforado no trecho eventualmente no revestido.

    O concreto utilizado deve apresentar fck no inferior a 15MPa, consumo de cimento superior a300kg/m3 e consistncia plstica.

    Caso ao final da perfurao exista gua no fundo do furo que no possa ser retirada pela sonda,deve-se lanar um volume de concreto seco para obturar o furo. Neste caso, deve-se desprezar a

    contribuio da ponta da estaca na sua capacidade de carga.

    Armadura

    As estacas Strauss podem ser armadas. Neste caso, a ferragem longitudinal deve ser confeccionadacom barras retas, sem esquadro na ponta, e os estribos devem permitir livre passagem ao soquetede compactao e garantir um cobrimento da armadura, no inferior a 3 cm.

    Quando no armadas, deve-se providenciar uma ligao com o bloco atravs de uma armaduraque simplesmente cravada no concreto, dispensando-se, neste caso, o uso de estribos.

    Carga estrutural admissvel

    Para a fixao da carga estrutural admissvel no pode ser adotado fck maior do que 15MPa,adotando-se um coeficiente de minorao de resistncia c = 1,8, tendo em vista as condies deconcretagem. A carga admissvel deve ainda ser determinada utilizando-se a seo da estaca,determinada pelo dimetro do tubo de revestimento, quando a estaca for totalmente revestida, oupelo dimetro da piteira, quando a estaca for parcialmente revestida.

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    As cargas usuais das estacas strauss so as seguintes :

    Dimetro (cm) Cargas (KN)25 20032 30042 55053 800

    As principais vantagens so :

    baixo custo - comparando esse tipo de estaca com qualquer outro tipo de estaca de concretoconstata-se que seu custo bem inferior .

    execuo com o comprimento estritamente necessrio - esta vantagem comum a todas as estacasmoldadas in loco.

    acesso fcil na obra - o tipo de equipamento usado para a sua execuo, um simples trip comguincho, permite que a estaca seja confeccionada em pontos onde as estacas pr-moldadas ououtras moldadas in situ, geralmente, no podem ser executadas em virtude das dimenses do bate-estacas.

    provoca vibraes reduzidas - o modo de execuo, por escavao, elimina, praticamente, operigo das vibraes que, em alguns casos, podem ser o fator preponderante na soluo dafundao a ser adotada.

    execuo com comprimentos variveis - esta vantagem em relao s estacas de concreto pr-moldadas e em terrenos onde h necessidade de prever, em funo das caractersticas do subsolo,a execuo de estacas com comprimentos muito variveis.

    possibilidade de atravessar camadas de grande resistncia - como so executadas por escavaopodem atravessar camadas muito resistentes que vrios outros tipos de estaca dificilmenteconseguiriam, como por exemplo no terreno apresentado a seguir :

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    4.4.5 - Estaca tipo Franki

    Tipo de estaca caracterizada por ter uma base alargada, obtida introduzindo-se no terreno umacerta quantidade de material granular ou concreto, por meio de golpes de um pilo.

    As estacas tipo Franki so executadas enchendo-se de concreto perfuraes previamenteexecutadas no terreno, atravs da cravao de tubo de ponta fechada, recuperado e possuindo basealargada. Este fechamento pode ser feito no incio da cravao do tubo ou em etapa intermediria,por meio de material granular ou pea pr-fabricada de ao ou concreto.

    Na cravao percusso por queda livre, as relaes entre o dimetro da estaca, a massa e odimetro do pilo devem atender aos valores mnimos indicados na Tabela:

    Caractersticas dos piles para execuo de estacas tipo Franki

    Dimetro da estaca(mm)

    Massa mnima do pilo(KN)

    Dimetro mnimo do pilo(mm)

    300 10 180350 15 220400 20 250450 25 280520 28 310600 30 380

    As massas acima so mnimas aceitveis. No caso de estacas de comprimento acima de 15m, amassa mnima deve ser aumentada.

    A execuo desse tipo de estaca feita do seguinte modo:

    a) posiciona-se o molde de revestimento e coloca-se no seu interior uma certa quantidade (cercade 1m) de concreto seco, ou areia e pedras, e apiloam-se de encontro ao terreno para constituiruma bucha estanque.

    b) sendo a quantidade de material que constitui a bucha suficiente, a partir de determinada alturade material apiloado, no interior do molde, o atrito entre ele e o molde capaz de cravar omolde arrastando-o para dentro do solo medida em que o pilo atua sobre a bucha.

    c) prossegue-se assim a cravao at atingir a profundidade desejada quando o molde preso torre do bate-estacas. Coloca-se mais concreto no interior do molde e com o pilo caindo de

    altura suficiente provoca-se a expulso da bucha tendo o cuidado de manter no molde umapequena altura de concreto para garantir a sua estanqueidade. Em seguida coloca-se maisconcreto no interior do tubo apiloando-o com grande energia a fim de formar a base alargada(cebolo).

    Na confeco da base alargada, necessrio que nos ltimos 0,15 m3 de concreto sejamintroduzidos com uma energia mnima de 2,5 MNm, para as estacas de dimetro inferior ou iguala 450 mm, e 5 MNm, para as estacas de dimetro superior a 450 mm. No caso do uso de volumediferente, a energia deve ser proporcional ao volume.

    A energia obtida pelo produto do peso do pilo e a altura de queda (constante entre 5m e 8m) epelo nmero de golpes, controlando-se o volume injetado pela marca do cabo do pilo em relaoao topo do tubo.

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    d) preparada a base, coloca-se a armao e concreta-se a estaca em pequenos trechos, cada um

    dos quais fortemente apiloado, retirando-se concomitantemente o molde, at que toda aestaca esteja concretada.

    O consumo mnimo de cimento deve ser de 350 kg/m3 .

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    O comprimento mximo normal da estaca Franki da ordem de 50 vezes o seu dimetro, podendotodavia alcanar, excepcionalmente, maiores profundidades. As cargas de trabalho so calculadasna base da taxa de 6 Mpa aplicada ao concreto. As cargas usuais so:

    Dimetro (cm) Carga de trabalho (KN)40 75052 130060 1700

    Como principais vantagens desse tipo de estaca pode-se citar:

    a) Cargas elevadas.

    b) Comprimento estritamente necessrio (comum a todas as estacas moldadas in loco).

    c) Melhor possibilidade de controle da execuo em relao a estacas do tipo Strauss

    O uso de armao, com espiras pouco espaadas e os equipamentos utilizados reduzem os perigosde um eventual estrangulamento, seccionamento do fuste, alm de fornecer indicao de defeitosna execuo da estaca quando a armao sofre deslocamento.

    Na figura a seguir tem-se, esquematicamente, detalhes do controle para verificar casos dedeslocamento da armao.

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    d) Melhor distribuio das presses, devido base alargada.

    Grande aderncia ao solo, devido a rugosidade do fuste

    Essa vantagem, entretanto, pode tornar-se desvantagem quando h possibilidade de ocorrncia deatrito negativo.

    Como principais desvantagens, pode-se citar:

    a) Transmisso de elevadas vibraes

    Esse problema obriga muitas vezes a executar a estaca pr-escavando at determinadaprofundidade e somente aps, prosseguindo como Franki normal.

    Para evitar esse problema existem outras variantes de execuo alm da indicada, que sero vistasposteriormente, devendo, entretanto, considerar o acrscimo de custo correspondente.

    b) Possibilidade de levantamento

    Consideremos uma estaca cravada prximo a outra, em terreno onde existe uma camada de argilamdia ou rija para ser atravessada.

    Quando se crava o molde para execuo da nova estaca o terreno ao ser deslocado tende a levantara estaca j executada. Sendo grande a base, pode se dar ruptura da estaca no ponto mais fraco, isto, na unio da base com o fuste, j que a armadura no penetra na base . A soluo geralmenteutilizada tem sido atravessar a camada de argila, pr-escavando e prosseguindo normalmente apsisso.

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    c) Qualidade do concreto (comum a estacas moldadas in loco).

    d) Possibilidade de deslocamento

    Em solos de argila mole, ao se cravar uma estaca prxima a outra recentemente concluda, possvel ocorrer deslocamento dessa ltima em funo do deslocamento da argila mole.

    4.4.6 - Estacas Raiz

    So estacas de pequeno dimetro escavadas e concretadas no local. Seu dimetro varia de 80 mma 400 mm.

    Suas aplicaes tem sido muito variadas desde fundaes em geral, reforo de fundaes,fundaes de difcil execuo pelos mtodos tradicionais quer pela ocorrncia de mataces noterreno, quer devido a condies de acesso reduzidas, conteno de taludes, fundaes demquinas, etc..

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    As cargas usuais so as seguintes :

    Carga de trabalho (KN) Dimetro (mm)At 100 100At 250 150At 500 200At 700 250At 1000 310At 1300 400

    Sua execuo compreende trs etapas, distintas, porm consecutivas:

    - perfurao do furo- colocao da armao- concretagem da estaca

    A - Perfurao

    Para as operaes de perfurao so utilizadas mquinas perfuratrizes rotao com revestimentoprovisrio ou mquinas a rotopercusso acionadas a ar comprimido.

    A perfurao executada normalmente por rotao com revestimento contnuo do furo e comauxlio de um fluido em circulao - normalmente gua - . O revestimento provisrio utilizado naperfurao possui na sua extremidade inferior uma ferramenta (sapata) de dimetro ligeiramente

    superior ao do tubo de revestimento e dotada de pastilhas de metal duro (tungstnio).

    Os detritos provenientes da perfurao so trazidos superfcie pela gua em circulao atravs dointerstcio anular que se forma entre o tubo e o terreno o que impe, como conseqncia, dimetroda estaca acabada maior que o dimetro do revestimento.

    B - Armao

    Terminada a perfurao colocada a armadura no interior do tubo de perfurao. Esta pode serconstituda por uma ou mais barras de ao comum ou especial.

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    C - Concretagem

    Uma vez armada a estaca, colocado no revestimento de perfurao um tubo de concretagem, que introduzido at a extremidade inferior do furo. Atravs deste tubo de concretagem injetadaargamassa que vai preenchendo o furo de baixo para cima, deslocando para fora a gua (oufluido) de perfurao. Durante esta operao o furo permanece revestido.

    Preenchido totalmente o tubo de revestimento com argamassa montado em sua extremidadesuperior um tampo e aplicado, atravs deste, ar comprimido que comprime a argamassa e aomesmo tempo facilita as operaes de retirada do revestimento de perfurao. A compressoda argamassa, normalmente, procedida vrias vezes, at a total execuo da estaca,

    acrescentando sempre que necessrio mais argamassa para manter a estaca totalmente preenchida.

    4.4.7 - Estacas tipo pressoancoragem

    So microestacas, executadas com tecnologia de tirantes injetados em mltiplos estgios,utilizando-se em cada estgio presso que garanta a abertura das manchetes e posterior injeo.

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    4.4.8 - Estacas tipo hlice contnua

    A estaca hlice contnua uma estaca moldada no local aps a introduo no terreno de um tradocontnuo, por rotao, at a profundidade estabelecida pelo projeto e injeo de concreto atravsda haste central do trado simultaneamente com a sua retirada do furo.

    Os dimetros usuais vo de 25cm a 100 cm e com cargas de trabalho de 250 KN at 3.900 KN. Atabela a seguir fornece os dimetros e as cargas correspondentes:

    Equipamentos para execuo de estacas do tipo raize pressoancoradas

    Equipamentos para execuo de estacas do tipo raize pressoancoradas

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    As fotos a seguir mostram equipamentos em operao :

    As fases de execuo desta estaca so: perfurao, concretagem simultnea extrao da hlice ecolocao da armao conforme abaixo:

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    A perfurao consiste em cravar a hlice no terreno por meio de torque apropriado para vencer asua resistncia.

    A haste de perfurao composta por uma hlice espiral solidarizada a um tubo central, equipadacom dentes na extremidade inferior que possibilitam a sua penetrao no terreno.

    A metodologia de perfurao permite a sua execuo em terrenos coesivos e arenosos, na presenaou no do lenol fretico e atravessa camadas resistentes com ndices SPTs de 30 a mais de 50dependendo do equipamento utilizado, podendo ser produzidos 250m de estaca por dia.

    A entrada de terra no tubo central impedida por uma tampa de proteo colocada na sua

    extremidade.A concretagem feita atravs de concreto bombeado pelo tubo central, preenchendosimultaneamente a cavidade deixada pela hlice, que extrada do terreno sem girar ou giradalentamente no mesmo sentido da perfurao.

    Para a fixao da carga estrutural admissvel, no pode ser adotado fck maior do que 20 MPa,adotando-se um fator de reduo de resistncia c = l,8, tendo em vista as condies deconcretagem.

    A armadura neste tipo de estaca s pode ser instalada depois da concretagem. A armao, emforma de gaiola, introduzida na estaca por gravidade ou com auxilio de um pilo de pequenacarga ou vibrador.

    As principais vantagens deste tipo de estaca so :

    Elevada produtividade Pode ser utilizada na maioria dos terrenos, exceto na presena de mataces e rochas . No produzem vibraes tpicas dos equipamentos de cravao nem causam descompresso

    do terreno.

    As principais desvantagens so :

    Em funo do porte dos equipamentos, necessitam de reas de trabalho planas e de fcilmovimentao.

    Necessrio um nmero grande de estacas a serem executadas para compatibilizar os custoselevados de mobilizao dos equipamentos.

    Limitao nos comprimentos da estaca e armao.

    4.4.9 Estacas Tipo Omega

    A estaca tipo omega foi desenvolvida como uma estaca moldada in loco com deslocamentohorizontal e compactao do terreno, sem remoo do material, em um processo livre devibraes.

    O principio deste sistema se baseia em um tipo de trado completamente novo que aparafusadoao terreno, deslocando o material lateralmente com uma alta taxa de transferncia de energia.

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    As caractersticas do desenho e construo do trado Omega, com o dimetro de eixo do trado e opasso da hlice aumentados progressivamente, resultam na possibilidade da estaca penetrarcamadas de solos mais resistentes e na estabilidade da perfurao e concretagem em argilas moles.

    At o momento, os dimetros das estacas do tipo Omega variam de 310 mm at 610 mm, sendo otorque necessrio entre 12,00 e 30,00 t.m., dependendo das caractersticas do solo.

    Atualmente a carga de trabalho chega 1700 KN.

    Provas de carga executadas em estacas Omega totalmente instrumentadas indicaram umcomportamento semelhante ao de estacas cravadas.

    Dos pontos de vista econmico e tcnico, este tipo de estacas apresenta, se comparado aossistemas existentes tradicionais em uso, uma srie de vantagens importantes, abaixo indicadas:

    1 Tenso de trabalho mdia da ordem de 6,00 Mpa.

    2 Sensvel reduo, sendo na maioria dos casos ausncia total, de material escavado.

    3 Maior rapidez na mudana de dimetro.

    Evidentemente, o sucesso da estaca Omega est diretamente ligado ao tipo de equipamentoutilizado, sendo necessrio o uso de mquinas modernas, de elevado torque.

    O processo de execuo da estaca Omega basicamente o seguite:

    1 Perfurao do solo com perfuratriz de potncia compatvel com dimetro da estaca e do tipode solo.

    Uma tampa mvel na ponta do trado garante que durante a perfurao no entre gua ou terra nointerior do trado, prejudicando a concretagem.

    2 Alcanando a profundidade desejada, uma gaiola ou ferragem de reforo pode ser introduzidaatravs do tubo do trado.

    3 Atravs de uma bomba de concretagem, o concreto conduzido, com a presso adequada aocomprimento da estaca e ao tipo do solo, atravs do trado, permitindo um contato perfeito entre osolo e o concreto.

    4 Durante a concretagem a retirada do trado feita girando-o no mesmo sentido de perfurao,permitindo que a parte superior do trado empurre novamente o solo contra as paredes do furo.

    5 Caso a ferragem no tenha sido introduzida anteriormente, ao fim da concretagem pode-seintroduzi-la diretamente no concreto do fuste.

    4.4.9.1 - ESPECIFICAES GERAIS SOBRE OS EQUIPAMENTOS DE PERFURAO

    O trado Omega construdo de forma a utilizar o mnimo de energia possvel durante a perfuraodo terreno, otimizando o aproveitamento do torque.

    Entretanto a quantia de torque necessria varia em funo do dimetro da estaca e do tipo de solo.

    Nos solos normalmente encontrados, os seguintes torques so adequados:

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    12,00 t.m. a 22,00 t.m. para os dimetros 310 360 420 mm22,00 t.m. a 24,00 t.m. para os dimetros 460 510 560 mm24 t.m. a 30 t.m. para dimetros de 560 mm em diante

    Claramente os valores acima so indicativos e devem ser verificados para cada obra.

    Torques mais altos at 40 t.m. viabilizam a utilizao de dimetros maiores e a perfurao emcamadas mais resistentes, possibilitando tambm uma taxa de produo mais elevada comdimetros menores.

    4.4.9.2 - RELAO DIMETRO CARGA

    A relao ideal entre a tenso de trabalho (dimetro da estaca x carga de trabalho) e ocomprimento da estaca deve ser estabelecida para cada obra, levando-se em conta as cargasatuantes e as caractersticas do solo.

    De uma forma geral, as cargas de trabalho normalmente utilizadas so as seguintes:

    DIMETRO(mm)

    CARGAS USUAIS(KN)

    310 400

    360 550

    420 700

    460 800

    510 1100

    600 1400

    4.4.10 - Estacas mega ou prensadas:

    So estacas, em geral , de concreto pr-moldadas ou metlicas, constitudas de segmentos curtos(da ordem de 0,5 m a 1,00 m ) que so cravados um aps o outro sobrepostos por meio de macacohidrulico que reage contra a estrutura ou contra a fundao existente ou uma cargueira:

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    A principal aplicao deste tipo de fundao em reforo de estruturas quando , na maioria doscasos se aproveita para a reao a estrutura j existente.

    Em alguns casos onde era necessrio eliminar vibraes foi possvel executar, inicialmente, aestrutura parcialmente em blocos vazados, e, aps a construo dos primeiros 4 pavimentoscravadas as estacas mega utilizando como reao a parte j executada.

    Quanto as vantagens e desvantagens possuem as correspondentes as de concreto pr-moldadas oumetlicas, conforme os materiais utilizados, alm das seguintes:

    Vantagens: - eliminao de vibraes

    capacidade de carga de cada estaca isolada conhecida, pois ,esta carga medida diretamente nomanmetro acoplado ao equipamento de cravao .

    Desvantagem : - Custo elevado.

    4.4.11 - Estacas mistas:

    4.4.11.1 Franki Pr-moldadas

    So estacas constitudas pela combinao de dois tipos de materiais ou tipos de estacas. As maisutilizadas so as estacas mistas franki pr-moldadas:

    So estacas pr-moldadas ancoradas em uma base alargada pelo processo franki. Inicialmentecrava-se o molde da estaca franki normal, as vezes pr-escavando para diminuir vibraes, eexecuta-se a base alargada. Em seguida coloca-se sobre a base uma certa quantidade de concretoou argamassa para servir de ligao e descida a estaca pr-moldada com armao saliente na suaponta para permitir a ancoragem na base e retira-se o molde. A depender do objetivo que se temem vista, o espao vazio entre o molde e a estaca pr-moldada preenchido com argamassa, argilacoloidal, bentonita ou asfalto ou permite-se que o solo local ocupe esse espao.

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    As principais Vantagens desse tipo de estaca so:

    Eliminao do perigo de estrangulamento.

    Reduo radical do atrito negativo - neste caso, antes da retirada do molde o espao entre ele e aestaca pr-moldada preenchido com argila coloidal, bentonita ou outro material poucoconsistente e estvel .

    Podem ser executadas abaixo do nvel dgua como o caso de pontes e obras hidrulicas.

    Podem ser utilizadas em locais onde h dificuldade de cravar diretamente as estacas de concretopr-moldadas e que necessitam de pr-furo.

    Possibilidade de usa-las em locais com solos agressivo. Neste caso as estacas de concreto pr-

    moldadas so confeccionadas, normalmente com cimento portland resistente a sulfatos (NBR 5737) para poderem resistir a agressividade da gua do subsolo ou do prprio solo.

    Considerando que a utilizao dessas estacas tem como objetivo eliminar problemas especficos,sua principal desvantagem tem sido, geralmente, o custo.

    4.4.11.2 Concreto Madeira

    Estaca mista de concreto e madeira - embora pouco freqente sua utilizao, em alguns casospode-se obter vantagem. Consiste em cravar a estaca de madeira, com auxlio de suplemento, atque a cabea fique abaixo do nvel mnimo de gua e em seguida sobre ela concretada umaestaca de concreto.

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    4.4.12 - Tubules

    Elementos de fundao profunda, cilndricos, em que, pelo menos na sua etapa final, h descida deoperrio. Podem ser feitos a cu aberto ou com ar comprimido (pneumtico) e ter ou no basealargada. Podem ser executados com ou sem revestimento, podendo este ser de ao ou deconcreto. No caso de revestimento de ao (camisa metlica), este poder ser perdido ourecuperado.

    4.4.12.1 - Tubulo a Cu Aberto

    Tubulo a cu aberto, normalmente, usado em terreno coesivo e acima do nvel de gua, namaioria das vezes dispensando o escoramento. Esses tubules podem ser dotados de base alargadatronco-cnica, sendo executado somente acima do nvel d'gua, natural ou rebaixado, ou em casosespeciais em que abaixo do seu nvel seja possvel bombear a gua sem que haja risco dedesmoronamento ou perturbao no terreno de fundao. Se houver riscos de desmoronamento,pode-se utilizar, total ou parcialmente, escoramento de madeira, ao ou concreto.

    As bases alargadas dos tubules devem ser dimensionados de maneira a evitar alturas de basesuperiores a 2 m. Em casos excepcionais, devidamente justificados, admitem-se alturas maiores.

    A forma da base, normalmente, circular, embora no caso de fundao de divisa ou desuperposio de bases de tubules prximos, se adote a falsa elipse constituda por um retngulo edois semicrculos de dimetro D. (Ver figura abaixo).

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    Nesse caso o ngulo determinado em relao ao eixo maior.

    Quando as caractersticas do solo indicarem que o alargamento da base problemtico, deve-seprever o uso de injees, aplicaes superficiais de cimento, ou mesmo escoramento, a fim deevitar desmoronamento da base. Quando a base do tubulo for assente sobre rocha inclinada, necessrio que seja preparada atravs de chumbamentos ou escalonamentos em superfcieshorizontais de modo a evitar seu deslizamento.

    Deve-se evitar que entre o trmino da execuo do alargamento da base de um tubulo e suaconcretagem decorra tempo superior a 24 h.

    De qualquer modo, sempre que a concretagem no for feita imediatamente aps o trmino do

    alargamento e sua inspeo, nova inspeo deve ser feita por ocasio da concretagem, limpando-secuidadosamente o fundo da base e removendo-se a camada eventualmente amolecida pelaexposio ao tempo ou por guas de infiltrao.

    Quando previstas cotas variveis de assentamento entre tubules prximos, a execuo deve seriniciada pelos tubules mais profundos, passando-se a seguir para os mais rasos.

    Deve-se evitar trabalho simultneo em bases alargadas em tubules cuja distncia, de centro acentro, seja inferior a duas vezes o dimetro da maior base. Esta indicao vlida seja quanto escavao seja quanto concretagem, sendo especialmente importante quando se tratar defundaes executadas sob ar comprimido. Esta exigncia visa impedir o desmoronamento debases abertas ou danos a concreto recm-lanado.

    A base alargada, esta deve ter a forma de tronco de cone (com base circular ou de falsa elipse),superposto a um cilindro de no mnimo 20 cm de altura, conforme figura abaixo.

    O ngulo indicado nesta Figura acima deve ser tal que as tenses de trao que venham aocorrer no concreto possam ser absorvidas por este material. Quando, por alguma razo, for

    preciso adotar um ngulo menor que o indicado, deve-se armar a base do tubulo. Desde que abase esteja embutida no material idntico ao de apoio, no mnimo 20 cm, um ngulo igual a 60pode ser adotado, independentemente da taxa, sem necessidade de armadura.

    O dimensionamento estrutural do fuste, feito como o de uma pea de concreto simples ouarmado, conforme o caso. Quanto ao coeficiente de minorao c do concreto, este deve sertomado igual a 1,6, tendo em vista as condies de concretagem do tubulo.

    A sua concretagem feita simplesmente lanando o concreto da superfcie, atravs de tromba(funil) com comprimento do tubo do funil no inferior a cinco vezes seu dimetro interno. desaconselhvel o uso de vibrador em tubules no revestidos e por esta razo o concreto deve terplasticidade adequada.

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    Por questes econmicas esse tipo de fundao somente aconselhvel para cargas superiores a2000 KN, exceto em casos especiais, onde condies peculiares de preos podem tornar a soluoeconmica mesmo para cargas menores.

    Quanto a carga mxima no h maiores problemas, tendo sido aplicadas at 40.000 KN em umnico tubulo, como por exemplo no conjunto Nacional, em So Paulo.

    Quanto ao comprimento dos tubules no h limitaes desde que as condies anteriores sejamatendidas. Tubules a cu aberto tm sido usados em nossa rea, com muita freqncia e comcomprimentos da ordem de 20m, enquanto que em Braslia tm atingido mais de 35m deprofundidade.

    4.4.12.2 - Tubulo a Cu Aberto com RevestimentoConsiste em executar poos total ou parcialmente revestidos, procedendo-se em seguida oalargamento da base e a concretagem. Em alguns casos o alargamento da base no realizado.

    Na maioria dos casos esse revestimento consiste em camisas metlicas que so introduzidas noterreno por cravao com bate-estacas, por vibrao ou atravs de equipamento especial queimprima ao tubo um movimento de vai-e-vem, simultneo a uma fora de cima para baixo.

    Independente do processo de instalao das camisas, o equipamento deve ser dimensionado parapossibilitar a cravao dos tubos at a profundidade prevista, sem deform-los longitudinal outransversalmente.

    A escavao interna, manual ou mecnica, pode ser feita medida da penetrao do tubo ou deuma s vez, quando completada a sua cravao.

    Quando assim previsto, pode-se executar um alargamento da base; em seguida o tubulo concretado, o qual pode ser executado manualmente sob ar comprimido ou no.

    4.4.12.3 - Tubules com equipamentos Benoto

    Consistem em executar o tubulo cravando-se o revestimento metlico com equipamento especialque imprime ao tubo um movimento semi-rotativo (vai e vem) forando ao mesmo tempo a suapenetrao no terreno. A escavao e retirada do material feita com equipamento Benoto enovos tubos vo sendo ligados at atingir a profundidade desejada. Aps a inspeo final procede-se o alargamento da base e concreta-se recuperando ao mesmo tempo o revestimento.

    Existem equipamentos que permitem executar tubules de 2,50m de dimetro a 105m deprofundidade.

    4.4.12.4 - Tubules com equipamentos Bade e escavao tipo Salzgitter

    So equipamentos que permitem a escavao de tubos de 1,5m de dimetro de 3/8 de espessura,a mais de 10m, em materiais de resistncia a compresso simples superior a 40 MPa.

    A desagregao do material feita com ferramentas especiais e brocas para rocha e o materialdesagregado trazido superfcie por air-lift. Com esses equipamentos tm sido executadostubules com profundidades superiores a 45m.4.4.12.5 - Tubules com equipamentos PTC

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    Com esse equipamento os tubos so introduzidos no terreno por meio de vibraes e suautilizao tem sido limitada a solos arenosos.

    Cravado o tubo, feita a escavao e retirada do material utilizando-se, geralmente air-lift eprocede-se a concretagem com tremonha. Com ferramentas especiais pode ser feito o alargamentoda base.

    Na ponte construda sobre o Rio So Francisco, ligando as cidades Propri e Colgio foi utilizadoesse tipo de equipamento, parcialmente, tendo sido cravados os tubos a partir de certaprofundidade com auxlio de equipamento Delmag, realizando em seguida a escavao com air-lift e prosseguindo-a com auxlio de lama bentontica at a rocha quando aps a troca da broca deperfurao, conseguiu-se penetrando 2m a 4m no interior da rocha. Com esse processo foram

    atingidas profundidades de at 65m. A concretagem foi feita por meio de tremonha.

    4.4.12.6 - Tubules Pneumticos

    Chamados tambm tubules a ar comprimido, consistem basicamente em tubules revestidos,sendo a escavao feita em geral, manualmente e a gua mantida afastada da rea dos trabalhospor meio de ar comprimido.

    Para manter o tubulo durante as operaes sem gua necessrio aplicar uma presso de ar (p)capaz de contrabalanar o peso da coluna de gua (h), isto e:

    p ha

    .

    Os tubos de revestimento so de concreto ou metlicos.

    A seqncia de execuo de um tubulo pneumtico a seguinte:

    - Concreta-se inicialmente no local um tubo cujos dimetros externo e interno so funo de cargaque se pretende aplicar no tubulo.

    O dimetro externo (D) varivel de um mnimo de 1,2m (excepcionalmente 1,10m) a ummximo de 2,0m a 2,4m.

    Internamente o tubo tem um trecho com o dimetro d e uma parte de 2m de altura que a cmarade trabalho com dimetro interno varivel de 1,0m para o dimetro externo de 1,2 at 1,60 para ode 2,0m, ver a figura abaixo.

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    A armao bsica desse elemento a transversal para resistir aos esforos de compresso do ar,enquanto que a longitudinal de distribuio.

    Aps a concretagem do primeiro elemento, retira-se a forma, em geral no dia seguinte, e escava-sepor dentro do tubo que desce pelo peso prprio. Chegando ao nvel do solo, concreta-se um novotrecho de tubo sobre o primeiro e escava-se novamente retirando o solo, ainda a cu aberto.

    As operaes acima prosseguem at atingir o nvel de gua e continuam bombeando diretamenteenquanto isso possvel e com segurana. No sendo mais possvel o bombeamento ou quando oterreno devido suas caractersticas impede o prosseguimento dos servios a cu aberto, fixa-seuma campnula de chapa de ao sobre o tubo atravs de parafusos j chumbados no concreto,usando-se ainda uma junta de vedao e injeta-se ar comprimido at que a presso interna

    equilibre a coluna de gua.A campnula provida de sistema de comportas e tampes que permite a entrada e sada dosoperrios e material, sem que a presso interna seja alterada, o que possibilita o prosseguimentodas escavaes. Continuando as escavaes o tubo desce pelo peso prprio, sendo as vezes,necessrio descomprimir para facilitar a sua descida.

    Na figura a seguir est indicada esquematicamente uma campnula, cujo funcionamento oseguinte:

    Fecham-se as portas 2 e 3 injeta-se ar por B com presso suficiente para expulsar a gua dointerior do tubulo.

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    Os operrios entram por 1 e fecha-se as portas 1 e 4 injetando em seguida, em estgios, ar por A.

    Quando a presso no interior da campnula igual a presso do ar no tubulo, a porta 2 desce peloseu peso prprio, dando condies aos operrios de prosseguirem as escavaes.

    Os materiais provenientes da escavao so levados at a campnula por meio de guincho emantida a porta 5 fechada, colocados no cachimbo de sada dos materiais abrindo 4. Em seguida,fecha-se 4, e atravs de cdigo de batidas avisa-se as pessoas do exterior aberta a portinhola 5,donde o solo escavado cai por gravidade para fora da campnula.

    Os trabalhos prosseguem at atingir a cota prevista onde, aps escorar ou estaiar os tubos, feito oalargamento da base e segue-se com a concretagem.

    O concreto lanado atravs do cachimbo de concretagem fechando a porta 3 e abrindo 6 poronde introduzido.

    Em seguida fecha-se 6 e abre-se 3 sendo o concreto jogado no interior do tubulo.

    Na fase da concretagem, os operrios ficam na parte superior aguardando que se forme uma certaaltura de concreto e somente descem para adens-lo.

    A concretagem prossegue desse modo at uma altura capaz de resistir a subpresso hidrosttica,sendo completada a cu aberto.

    A execuo de tubules pneumticos limitada a presso mxima que o organismo humano podesuportar, o que no permite atingir profundidades superiores a 30m, abaixo do nvel dgua, esomente em casos excepcionais a 35m.

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    Os perigos de acidentes com tubules pneumticos, so constantes principalmente quandocompresses e descompresses repentinas libertam ar em excesso no organismo, formando bolhasno sangue e nos tecidos e como o nitrognio desse ar no assimilvel nem dissolvido permaneceno sangue causando o mal de ar comprimido que pode provocar at a morte.

    Quando as presses a serem utilizadas forem superiores a 0,15 Mpa as seguintes providnciasdevem ser adotadas:

    - equipe permanente de socorro mdico disposio;- cmara de recompresso equipada disponvel na obra;- compressores e reservatrios de ar comprimido de reserva;- renovao de ar garantida, sendo o ar injetado em condies satisfatria para o trabalho

    humano.Nos trabalhos com tubules pneumticos, acidentes ainda podem ocorrer devido a perdas depresso atravs do solo e repentinas subidas ou descidas dos tubos.

    Quando h possibilidade de perdas de presso, deve-se prever uso de injees e aplicaessuperficiais de argamassa de cimento ou argila.

    A subida do tubo ocorre quando este metlico e deve ser impedida, ancorando ou lastreando acampnula enquanto que a descida dos tubos de concreto deve ser impedida externamente, ouinternamente.

    Assim para evitar acidente com a compresso e principalmente a descompresso devem ser feitaslentamente.

    A portaria n 73 de 02/05/1959 do Ministrio do Trabalho regulamenta as condies de trabalhoem ar comprimido, dando as seguintes tabelas:

    PRESSESEMMpa

    TEMPOSOB

    PRESSO

    PERODODE

    TRABALHO

    TEMPO DEDESCANSO

    ENTREPERODOS

    TEMPO COM-PRESSO POR

    PERODO

    DESCOM-PRESSO

    1 PERODO

    DESCOM-PRESSO

    2 PERODO

    0,01 a 0,10,1 a 0,150,15 a 0,20,2 a 0,250,25 a 0,30,3 a 0,350,35 a 0,4

    7h 00m7h 00m6h 00m5h 00m5h 00m4h 00m4h 00m

    2122222

    1 hora1 hora2 horas

    2 horas3 horas

    3 horas4 horas

    5 minutos5 minutos

    10 minutos10 minutos15 minutos15 minutos20 minutos

    5 minutos20 minutos20 minutos25 minutos30 minutos40 minutos40 minutos

    15 minutos20 minutos35 minutos35 minutos35 minutos40 minutos35 minutos

    5.0 - CAIXES

    Caixo

    Elemento de fundao profunda de forma prismtica, concretado na superfcie e instalado porescavao interna. Na sua instalao pode-se usar ou no ar comprimido e sua base pode seralargada ou no.

    Caixes abertos;Caixes fechados;Caixes pneumticos.Caixes Abertos

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    So grandes caixes, em geral, divididos por paredes internas em forma de xadrez construdosparcialmente ou no, sobre o terreno e afundados a medida que feita a escavao por meio deClam Shell nos diversos comportamentos. Ver figuras abaixo.

    Caixes Fechados

    Enquanto os caixes abertos o so na sua parte superior e inferior, estes so fechados na base eusados quase que exclusivamente em obras marinhas.

    Esses caixes so rebocados, flutuando at o local da fundao e ali afundados.

    Esse foi o sistema utilizado para as fundaes do prolongamento do cais A da Base Naval deAratu; onde aps a preparao do leito da fundao a rea foi inundada e os caixes rebocados eafundados.

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    Caixes Pneumticos ou a Ar Comprimido

    Esses caixes, so geralmente de concreto armado e construdos sobre uma carreira, margem dagua ou sobre flutuadores e rebocados em seguida at o local da fundao onde so submergidos.Possuem em geral uma grande cmara de trabalho a qual ligada superfcie por um ou vrioscompartimentos circulares estanques, sobre os quais so fixadas as cmaras de compresso. Umavez submergidos e fixadas as campnulas, os operrios descem para a cmara de trabalhorealizando os servios de preparo da fundao das mesmas condies que nos tubules a arcomprimido.

    6.0 - FUNDAES ESPECIAIS

    Foram includas nesse grupo, as fundaes que por sua natureza no se enquadram perfeitamentenos tipos j apresentados, apesar da maioria delas representarem casos clssicos no tendo,portanto nada de especial.

    CAIXES A AR COMPRIMIDO

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    Fundaes Flutuantes

    So fundaes onde se procura manter o equilbrio de presses do solo, retirando um peso de terraequivalente ao peso da construo.

    Exemplo: Admitindo que a presso mdia transmitida por um edifcio residencial 0,01Mpa/andar, calcular a profundidade de escavao necessria para uma fundao flutuante numterreno sem nvel dgua e de peso especfico igual a 16 KN/m3, onde se pretende construir umedifcio de 12 andares.

    Soluo: O peso do edifcio por m2 ser: 0,01 x 12 = 0,12 Mpa sendo a presso a umaprofundidade h igual a .h devemos ter:

    0,12 Mpa = 120 KN/m2

    12016 . h = 120 h -------- = 7,5m

    16

    Esse tipo de fundao muito limitado tendo em vista a necessidade de escavaes comescoramentos, rebaixamento do lenol dgua, custo de subsolos adicionais, sendo compatvel,somente quando o terreno resistente encontra-se a grandes profundidades (mais de 40m deprofundidade, por exemplo).

    Fundaes Calveis

    No , propriamente, um tipo de fundao, mais uma soluo que tem sido utilizada parapossibilitar a compensao de recalques diferenciais, ver figura abaixo.

    A previso de nichos, como pode ser observado, permite a colocao de macacos quepossibilitaro a compensao de recalques sempre que ultrapassarem valores consideradosprejudiciais.

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    Estacas de compactao

    So estacas utilizadas em terrenos tipicamente arenosos com o objetivo de melhorar a suacapacidade de suporte, diferenciando-se das estacas convencionais por no suportaremdiretamente as cargas aplicadas, compactando somente o terreno e tornando-o mais resistente.

    Com este objetivo tem sido utilizadas estacas de areia que so executadas, na maioria dos casos,cravando-se o molde metlico de revestimento nas mesmas condies de uma estaca frankinormal, que em seguida recuperado enchendo-o, por etapas, com areia, ao invs de concreto, que adensada do mesmo modo que o concreto da estaca franki.

    Fundaes Ancoradas ou Atirantadas

    So fundaes utilizadas para resistir a esforos laterais (ventos, empuxos, frenagem, etc.) elevantamento (subpresso e suco), ver figura abaixo.

    Fundaes sobre Aterro Compactado

    Consistem em remover uma certa espessura do solo local e deposit-lo ou substitu-lo por outro demelhores caractersticas, em camadas devidamente compactadas.

    Essa soluo tem sido freqentemente utilizada em caso de fundaes de tanques dearmazenamento.

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    Fundaes sobre Solo Tratado com Produtos Qumicos

    Consistem em melhorar a resistncia do solo local mediante injees de produtos qumicos. Osprodutos qumicos comumente utilizados so o silicato de sdio e o cloreto de clcio, que reagemconjuntamente formando um gel bastante duro e insolvel de silicato de clcio. Essa soluotem sido utilizada, com sucesso, em solo de granulometria superior as de areia fina. Em areiasfinas tem se conseguido bons resultados utilizando-se resinas epoxdicas.

    Fundaes de Aterros

    Compreendem quase sempre a realizao de operaes de terraplanagem de preparao do terrenode suporte (escavaes, remoes e substituies de solos) como tambm a construo de bermas

    de equilbrio e, a acelerao da drenagem profunda de terrenos compressveis, por meio de estacasde areia ou outro processo.

    Fundaes de Barragens

    As fundaes de barragem envolvem operaes de terraplanagem (escavao e remoo com ousem substituio de materiais), conjugadas com os tratamentos especiais de consolidao,vedao, impermeabilizao e drenagem do terreno de suporte, muitas vezes, o prprioembasamento rochoso (condio indispensvel em se tratando de barragens de concreto).

    7.0 - CONSIDERAES GERAIS VLIDAS PARA FUNDAES PROFUNDAS

    Efeito de grupo

    Entende-se por efeito de grupo de estacas ou tubules o processo de interao das diversas estacasou tubules que constituem uma fundao ou parte de uma fundao, ao transmitirem ao solo ascargas que lhes so aplicadas. Esta interao acarreta uma superposio de tenses, de tal sorteque o recalque do grupo de estacas ou tubules para a mesma carga por estaca , em geral,diferente do recalque da estaca ou tubulo isolado. O recalque admissvel da estrutura deve sercomparado ao recalque do grupo e no ao do elemento isolado da fundao.

    A carga admissvel de um grupo de estacas ou tubules no pode ser superior de uma sapata demesmo contorno que o do grupo, e assente a uma profundidade acima da ponta das estacas outubules igual a 1/3 do comprimento de penetrao na camada suporte, como mostrado na figuraabaixo, sendo a distribuio de presses calculada por um dos mtodos consagrados na Mecnicados Solos. Em particular, deve ser feita uma verificao de recalques, que , sobretudo,importante quando houver uma camada compressvel abaixo da camada onde se