FUNDAMENTOS DE TERAPÊUTICA VETERINÁRIA

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE VETERINRIA DEPARTAMENTO DE CLNICA E CIRURGIA VETERINRIAS

FUNDAMENTOS DE TERAPUTICA VETERINRIAProf. Fernando Antnio Bretas VianaEDIO 2.000

FERNANDO ANTNIO BRETAS VIANA MMV, Professor Assistente Departamento de Clnica e Cirurgia Veterinrias Escola de Veterinria da UFMG COLABORADORES:ANTNIO CARLOS MUNDIM MMV, Professor Assistente Departamento de Medicina Veterinria Universidade Federal de Uberlndia Transfuses Sanguneas CARLOS ARTUR LOPES LEITE MMV, Dutorando, Professor Assistente Departamento de Medicina Veterinria Universidade Federal de Lavras Fluidoterapia Intravenosa, Fluidoterapia oral e Fluidoterapia Intrassea FABOLA DE OLIVEIRA PAES LEME MMV, Dutoranda Departamento de Clnica e Cirurgia Veterinrias Escola de Veterinria da UFMG Lazarides LEONARDO MUZZI MMV, Dutorando, Professor Assistente Departamento de Medicina Veterinria Escola de Veterinria da UFLA Contrastes Radiolgicos MANUELA MARIA BARBOSA DOS SANTOS Mestranda Departamento de Clnica e Cirurgia Veterinrias Escola de Veterinria da UFMG Imunomoduladores MARLIA MARTINS MELO Dra., Professora Adjunta Departamento de Clnica e Cirurgia Veterinrias Escola de Veterinria da UFMG Teraputica das Intoxicaes MARISTELA SILVEIRA PALHARES Dra., Professora Adjunta Departamento de Clnica e Cirurgia Veterinrias Escola de Veterinria da UFMG Teraputica do Sistema Reprodutor PATRCIA PINTO DE OLIVEIRA MMV, Veterinria Clnica Hospital Veterinrio da UFMG Antineoplsicos RUTHNA APARECIDA LZARO MUZZI MMV, Dutoranda, Professora Assistente Departamento de Medicina Veterinria Escola de Veterinria da UFLA Teraputica Cardiovascular

2

SUMRIO:

Prescrio mdico-veterinria Teraputica das infeces Antiparasitrios Anti-spticos, desinfetantes e esterilizantes Antinflamatrios hormonais (corticosterides) Antinflamatrios no hormonais e drogas similares Lazarides Teraputica da pele e anexos Teraputica oftalmolgica Teraputica cardiovascular Fluidoterapia intravenosa Fluidoterapia oral Fluidoterapia intrassea Teraputica das afeces respiratrias Teraputica das afeces digestivas Teraputica das afeces urinrias Teraputica das afeces reprodutivas Anticonvulsivantes Teraputica das intoxicaes Antineoplsicos Contrastes radiolgicos Imunomoduladores Nutrio clnica Tranfuses sanguneas (carnvoros) Procedimentos teraputicos especiais Anexo: Roteiro para realizao de casos clnicos

01 21 48 58 66 71 79 83 88 102 119 136 139 142 147 153 164 173 176 180 187 194 201 204 210 212

3

PRESCRIO MDICO-VETERINRIA:

I. CONCEITOS BSICOS:1. FARMACOLOGIA: Estudo da fonte das drogas (farmacgnosia) e da ao e destino das mesmas no organismo (farmacodinmica). 2. TERAPUTICA: Aplicao clnica da farmacologia, ou seja, como administrar determinado medicamento para o tratamento e/ou preveno de doenas. 3. DROGA: Todas as substncias qumicas (exceto alimentos) que sejam utilizadas para promover ou salvaguardar a sade de seres humanos e dos animais. Em outras palavras, pode-se chamar de droga a qualquer substncia qumica pura com atividade teraputica. 4. MEDICAMENTO: a droga devidamente preparada para ser utilizada pelo paciente. 5. FORMA FARMACUTICA: Maneira como os medicamentos so apresentados, ou seja, comprimido, xarope, suspenso e outras. 6. FRMULA MDICO-VETERINRIA: Conjunto de bases com suas respectivas quantidades e instrues para o uso. 7. POSOLOGIA: Estudo da dosagem dos medicamentos. Dose de uma droga a quantidade capaz de provocar uma resposta teraputica desejada no paciente, preferivelmente sem outras aes no organismo.

II. CLASSIFICAO DOS MEDICAMENTOS:1. QUANTO FINALIDADE: Curativos: Tm como objetivo eliminar o agente causal da doena. Ex.: Antibiticos, antiparasitrios e outros; b. Profilticos: Previnem o aparecimento da doena. Ex.: Eimeriostticos (como aditivos de rao) e vacinas; c. Sintomticos: Combatem apenas os sintomas produzidos pela enfermidade. Ex.: Antitrmicos, analgsicos e antinflamatrios; d. Dietticos: Visam a correo de um problema nutricional como causa primria ou secundria de uma doena. Ex.: Suplementos vitamnico-minerais; e. Diagnsticos: Auxiliam a realizao de um procedimento diagnstico. Ex.: Contrastes radiolgicos. 2. QUANTO AO MECANISMO DE AO: a. b. c. a. Etiolgicos: Eliminam o agente etiolgico. Ex.: Antiparasitrios; Fisiopatolgicos: Drogas que estimulam determinadas aes fisiolgicas do organismo quando as mesmas se mostram deficientes. Ex.: Diurticos e cardiotnicos; De reposio: Repem determinadas perdas orgnicas. Ex.: Colerticos e solues hidroeletrolticas. Oficinais: So aqueles medicamentos cuja preparao se faz a partir das informaes obtidas em uma farmacopia, tendo como base droga(s) pura(s). As principais obras consultadas so a Farmacopia Brasileira, a United States Pharmacopea (USP), o New Formulary ingls (NF) e o Martindale - The Extra Pharmacopea, tambm ingls; 1 a.

3. QUANTO AO TIPO DE PREPARAO:

b. c.

Magistrais: Medicamentos onde o clnico elabora a frmula e a prepara ou manda aviar numa farmcia de manipulao. So, portanto, medicamentos individualizados para cada paciente. um tipo de preparao pouco utilizado atualmente, ficando quase que restrito rea de homeopatia veterinria; Especialidades teraputicas: Produtos comerciais j prontos e adquiridos na farmcia, tambm conhecidos como remdios.

4. QUANTO CONSTITUIO: a. Simples: Constitudos somente por base mais veculo ou excipiente, (respectivamente lquido ou slido), que do corpo a esta base, aumentando seu volume. Normalmente so usadas substncias inertes como amido ou gua.; b. Compostos: Alm da base e do veculo, tm outros componentes, que podem ser: Intermedirio: Substncias que melhoram a atuao da base principal nos aspectos qumicos e fsicos, sem interferir com seu efeito teraputico. Ex.: Iodeto de potssio melhorando a solubilidade do iodo metlico no veculo, quando se prepara solues ou tinturas de iodo; Adjuvante: Droga que auxilia de alguma maneira o efeito teraputico da base principal. Ex.: Dimetilsulfxido (DMSO) aumentando a distribuio de outras drogas; Corretivo: Corrige o sabor e/ou odor desagradveis de certas bases. Quando se trata especificamente da correo do sabor, pode-se usar o termo edulcorante. Ex.: Sacarose nos xaropes. 5. QUANTO NATUREZA: De acordo com sua origem, as drogas podem ser animais, vegetais, minerais, sintticas ou semi-sintticas. Podem ainda ser classificadas em alopticas ou homeopticas. 6. QUANTO INDICAO TERAPUTICA: De acordo com sua aplicao teraputica, podem ser antitrmicos, antibiticos, antiparasitrios, analgsicos e outros.

III. PRESCRIO MDICO-VETERINRIA:O xito do tratamento de um paciente est, na maioria das vezes, relacionado qualidade da prescrio que se faz para o mesmo. Assim, precisa o clnico estar atento a certas implicaes que envolvem este instrumento. A receita deve, sempre que possvel, ser sucinta e inteligvel; ao faz-la, entretanto, no se deve privar dos preceitos da terminologia tcnica. Informaes complementares se faro sempre necessrias ao seu bom entendimento e sero fornecidas parte, como esclarecimentos. Todo clnico necessita ter, no decorrer de suas atividades, o seu prprio receiturio, familiarizando-se com determinadas drogas que possam ser usadas em diferentes situaes. Os compndios so bons auxiliares nestas ocasies. 1. FORMATO GRFICO: Uma receita mdico-veterinria no deve ser feita em qualquer pedao de papel. Alm das implicaes legais, tal ato demonstra um enorme descaso do profissional para com o cliente e um atestado de desorganizao. Os blocos de receita devem ser confeccionados numa grfica, em papel ofcio e num padro pr-determinado,. As receitas so constitudas das seguintes partes: Cabealho ou superscrio: Contm os dados do profissional. Obrigatoriamente, devem constar, n de inscrio no Conselho Regional e endereo, podendo ser acrescidos outros dados como CPF/CGC, especialidade do profissional e outros; b. Identificao: Identifica o animal e seu proprietrio; c. Inscrio: Indica a droga com sua concentrao e quantidade prescrita. sempre grifada e, opcionalmente, pode ser precedida de termos que indicam a via de administrao, tambm grifados: Uso interno, uso parenteral, uso tpico e outros; d. Subscrio: Pode estar presente quando se prescreve um medicamento magistral, sendo o local onde se informa a forma farmacutica e a quantidade a ser aviada; e. Instruo ou indicao: Informa ao proprietrio sobre a maneira de se administrar o medicamento. Aconselha-se sempre o uso do tempo verbal imperativo nas instrues de uma prescrio; a.

2

f.

Assinatura: a parte final de uma prescrio. Caso o cabealho no identifique o profissional (p. ex. receiturios de clnicas ou hospitais), esta assinatura deve ser obrigatoriamente seguida de aposio de carimbo com o nome e inscrio no Conselho Regional do mesmo.

Observao: Opcionalmente, os blocos de receita podem ter um canhoto contendo a identificao do animal e um sumrio dos achados clnicos e do tratamento efetuado. Este formato de bloco especialmente til para os profissionais de campo ou para aqueles que erroneamente no mantm um arquivo com os dados de seus pacientes.

EXEMPLO DE UMA RECEITA:

Jos da Silva Mdico Veterinrio CRMV-MG 9999 - CPF 999 999.999/99 Rua Joaquim Tiradentes, 99- Tel. 999-9999 Belo Horizonte - MG

Para um

Co (Tot) Joo de Souza da Silva

Ficha n

5893

Proprietrio

Uso int.:

Plasil comp. __________________________________________ 1 cx. Dar ao animal 1 comprimido a cada 6 horas, dentro de um pequeno pedao de carne, at cessarem os vmitos. Assinatura CARIMBOVoltando consulta, favor trazer esta receita.

2. ASPECTOS A SEREM CONSIDERADOS NA PRESCRIO: a. PARA QUEM SE VAI RECEITAR: Espcie: A ao das drogas nas vrias espcies animais extremamente varivel. Apenas como exemplos, podemos citar a absoluta intolerncia dos felinos maioria dos antinflamatrios no-hormonais e a pouca eficincia da xilazina nos eqinos; Porte e peso: Deve-se considerar que, de maneira geral, a dose por kg inversamente proporcional ao porte e ao peso do animal. Espcies maiores normalmente requerem uma dose proporcionalmente menor e animais obesos podem exigir um ajuste da dose de drogas de baixa lipossolubilidade; Sexo: O sexo do animal importante, sobretudo quando se usa, por exemplo, hormnios ou certas drogas com efeitos teratognicos em animais gestantes; Raa: Algumas drogas podem ter efeitos diversos em diferentes raas, como o caso da extrema toxicidade da ivermectina aos ces Collie; Idade: Animais muito jovens ou muito idosos, por possurem respectivamente mielina em formao e sistema nervoso em processo de desmielinizao, podem sofrer reaes colaterais quando do uso de certas drogas. Da mesma forma, o metabolismo de algumas substncias alterado nestas faixas etrias, devendo ser considerado, em alguns casos, um ajuste da dose utilizada; 3

Tipo de doena: Algumas patologias podem contra-indicar o uso de determinadas drogas ou requerer ajustes em suas doses. A maioria das drogas metabolizadas no fgado e/ou excretadas atravs dos rins devem ser cuidadosamente usadas em portadores de insuficincia renal ou heptica respectivamente. b. OBJETIVO DA RECEITA: Pode ser curativo, sintomtico, profiltico, diettico ou diagnstico. c. APRESENTAO DA DROGA: c.1. Forma do medicamento: As drogas so comercialmente apresentadas sob vrias formas, que podem ser: Lquidas: Solues: Misturas homogneas do soluto (base) com o solvente (veculo). Podem, em alguns casos, apresentar-se sob a forma de gotas; Suspenses: Misturas heterogneas entre soluto e solvente, sendo que o primeiro se deposita no fundo da soluo, necessitando homogeneizao; Emulses: Substncias oleosas dispersas em meio aquoso, tambm apresentando separao de fases; Xaropes: Solues aquosas onde acares, em altas concentraes, so utilizados como corretivos; Elixires / Tinturas: Solues para uso oral onde o lcool atua respectivamente como veculo ou solvente; Colrios: Solues ou emulses para uso nasal, oftalmolgico ou otolgico; Loes: Solues aquosas, alcolicas ou hidro-alcolicas para uso tpico; Linimentos: Similares aos anteriores, mas com veculo oleoso; Pour-On / Spot-On: Forma farmacutica na qual o medicamento aplicado sobre a pele do animal e difunde-se por toda a superfcie corporal ou absorvido atravs da pele. Alguns autores costumam diferenciar as duas formas de acordo com o local de aplicao, respectivamente ao longo da linha dorsal ou em um pequeno ponto (geralmente na cernelha) da mesma. Slidas e semi-slidas: Comprimidos: Mistura de droga(s), aglutinante(s) e excipiente prensados mecanicamente; Drgeas: Similares aos anteriores, mas com revestimento gelatinoso que impede sua desintegrao nas pores superiores do trato digestivo; Cpsulas: Droga e excipiente no prensados e colocados num invlucro gelatinoso; Plulas: Apresentao onde o aglutinante (excipiente) viscoso; Supositrios: Apresentaes semi-slidas para uso retal; vulos e velas: Apresentaes semi-slidas para uso ginecolgico, cuja diferena entre si a forma. Pastosas:

So as gelias, cremes, pomadas, ungentos e pastas, em ordem crescente de viscosidade. Alm disto, estas apresentaes se diferem pelos veculos, que so gelatinosos nas gelias, gordurosos nas pomadas e ungentos e aquosos ou oleosos nos demais. Observao importante: A escolha da forma do medicamento deve sempre levar em conta o tamanho do animal, a espcie e a possibilidade de administrao pelo proprietrio. Pode haver dificuldades, por exemplo, na administrao de grandes comprimidos para animais muito pequenos ou de drogas orais para gatos. Por outro lado, a grande maioria dos proprietrios tem dificuldade em administrao de drogas injetveis. c.2. Concentrao: varivel em funo do porte do animal. Deve-se sempre procurar adequar a apresentao ao porte, para se evitar erros de dosagem que inevitavelmente surgiro pela fragmentao excessiva do medicamento. d. VIAS DE ADMINISTRAO: Vias digestivas: So aquelas cuja aplicao do medicamento se d no tubo digestivo, ou seja, oral (PO ou VO) intra-rumenal e retal. Podem ser indicadas nas receitas como vias internas;

4

Vias parenterais: So as vias onde a administrao se d atravs de injees, como intradrmica, subcutnea (SC), intramuscular (IM), endovenosa (EV), intra-arterial, intracardaca, intra-peritoneal, intraarticular ou epidural; Vias transmucosas ou tpicas: So aquelas onde a aplicao do medicamento se d sobre a pele ou uma mucosa, como nas vias tpica, intramamria, intravaginal e oftlmica.

e. QUANTIDADE A SER ADMINISTRADA: A quantidade de determinada droga a ser administrada varia em funo da dose, peso do animal, espcie e severidade da enfermidade, embora existam medicamentos cuja dose invarivel (Ex.: Vacinas). f. COMO FAZER A ADMINISTRAO: A receita deve conter, de forma clara, a maneira atravs da qual o proprietrio deve administrar determinado medicamento. Expresses como puro, diludo em leite, junto com o alimento, em jejum, intramuscular profunda ou endovenosa lenta iro evitar erros na administrao das drogas. g. INTERVALO DE DOSES: Varia em funo das propriedades farmacolgicas da droga utilizada e, s vezes, tambm em relao severidade do quadro clnico. h. DURAO DO TRATAMENTO: A durao do tratamento varivel de acordo com o tipo de doena. Como exemplos, podemos citar que geralmente os antimicrobianos so utilizados por um mnimo de 7 dias e as drogas para tratamento sintomtico (antitrmicos, analgsicos e outros) administradas at cessarem os sintomas. i. QUANTIDADE FINAL A SER RECEITADA: Varia em funo de todos os fatores citados acima e indica a quantidade de medicamento a ser adquirida pelo proprietrio.

IV. EXEMPLOS DE PRESCRIES:Uso interno: Novalgina Gotas 1 fco.

Dar ao animal vinte gotas a cada 6 horas, dissolvidas em pequena quantidade de gua aucarada, enquanto houver febre. A expresso uso interno opcional e, juntamente com o nome do medicamento, dever sempre estar grifada. Para medicamentos sob a forma de gotas, praxe escrever-se por extenso a quantidade prescrita.

Uso interno: Kaomagma Suspenso 2 fcos.

Dar ao animal 2 colheres das de sopa 3 vezes ao dia. Agitar o frasco antes de usar. Instrues importantes no corpo da receita podem ser grifadas.

Uso interno: Amoxil Cpsulas 250 mg 2 cx.

Dar ao co l cpsula a cada 8 horas, dentro de um pequeno pedao de carne.

5

Medicamentos que possuem mais de uma apresentao devem ter a forma e a concentrao explicitadas. A concentrao pode ser escrita aps o nome do medicamento ou sobre a linha que indica a quantidade do mesmo. Quando h apenas uma apresentao comercial, no necessrio informar a concentrao.

Uso externo: Agrovet 5.000.000 U.I. 14 fcos.

Aplicar 2 frascos ao dia, por via intramuscular profunda, na musculatura posterior da coxa.

Uso interno: Terramicina P para Aves 1 envelope

Dissolver 1 colher-medida em 2,5 litros de gua e fornecer s aves. Trocar a gua diariamente.

Uso Oftlmico: Dexafenicol Colrio medicamento. Em oftalmologia pede-se sempre o retorno do paciente ao fim do medicamento. 1 fco.

Instilar duas gotas em cada olho 6 vezes ao dia. Retornar com o animal ao trmino do

Uso tpico: Furacin Pomada fisiolgica. 1 tubo

Aplicar uma fina camada sobre o ferimento, 3 vezes ao dia, aps lavagem com soluo

Uso int.: Telmin Granulado nica. 1 env.

Dar o contedo do envelope, misturado a uma pequena quantidade da rao habitual, em dose

Uso interno: Meticorten Comp.5 mg

1 cx.

Dar: 2 comp. de l2 em l2 horas nos dias 10, 11 e 12; 6

1 comp. de 12 em 12 horas nos dias 13, 14 e 15; comp. de 12 em 12 horas nos dias 16, 17 e 18; comp. a cada 24 horas nos dias 19, 20 e 21. Este um modelo de receita usada para os corticosterides, que necessitam de regresso gradual da dose para se evitar a insuficincia aguda do hormnio autgeno. Uso int.: Morfina 10 cps. de 10 mg Dar ao animal l cpsula de 10 mg (dez miligramas) a cada 12 horas. Drogas potencialmente perigosas, sobretudo aquelas manipuladas, devem ter suas quantidades escritas por extenso entre parnteses. Tambm para as manipulaes, a concentrao desejada expressa aps o nmero de unidades solicitadas.

V. LEGISLAO:O mdico veterinrio pode receitar, sem restries, medicamentos das linhas veterinria ou humana. Tal poder deve ser judiciosamente utilizado, pois no so poucos os profissionais que se aproveitam dele para receitar ilegalmente drogas controladas para pacientes humanos.

OBSERVAO: Atravs do Decreto Presidencial n 793 de 5 de abril de 1993, instalou-se a Lei dos Nomes Genricos, que obriga a utilizao destes nomes nos rtulos dos medicamentos humanos em maior destaque em relao aos comerciais. Apesar de esgotados os prazos para a execuo da lei, poucos foram os laboratrios que a acataram e, de maneira geral, os nomes comerciais continuam prevalecendo.

LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE PRESCRIO DE DROGAS (APENAS ARTIGOS DE INTERESSE DO MDICO VETERINRIO):SECRETARIA DE VIGILNCIA SANITRIA PORTARIA N 344, DE 12 DE MAIO DE 1998 A Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade, no uso de suas atribuies e considerando a Conveno nica sobre Entorpecentes de 1961 (Decreto n 54.216/64), a Conveno sobre Substncias Psicotrpicas de 1971 (Decreto n 79.388/77), a Conveno Contra o Trfico Ilcito de Entorpecentes e Substncias Psicotrpicas de 1998 (Decreto 154/91), o Decreto-Lei n 891/38, o Decreto-Lei 157/67, a Lei n 6.368/76 e o Decreto n 78.992/76, resolve: Aprovar o Regulamento Tcnico sobre substncias e medicamentos sujeitos a controle especial. CAPTULO I DAS DEFINIES Art. 1 - Para os efeitos deste regulamento e para sua adequada aplicao, so adotadas as seguintes definies: DROGA - Substncia ou matria prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitria. Entorpecente - Substncia que pode determinar dependncia fsica ou psquica relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Conveno nica sobre Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste Regulamento.

7

MEDICAMENTO - Produto farmacutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profiltica, curativa, paliativa ou para fins diagnsticos. NOTIFICAO DE RECEITA - Documento padronizado destinado notificao de prescrio de medicamentos: a) entorpecentes (cor amarela), b) psicotrpicos (cor azul) e c) retinides de uso sistmico ou imunossupressores (cor branca). A Notificao concernente aos dois primeiro grupos (a e b) dever ser firmada por profissional devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina, no Conselho Regional de Medicina Veterinria ou no Conselho Regional de Odontologia; a concernente ao terceiro grupo (c), exclusivamente por profissional devidamente inscrito no Conselho Regional de Medicina. PRECURSORES - Substncias utilizadas para a obteno de entorpecentes ou psicotrpicos e constantes das listas aprovadas pela Conveno Contra o Trfico Ilcito de Entorpecentes e de Substncias Psicotrpicas, reproduzidas nos anexos deste Regulamento. PREPARAO MAGISTRAL - Medicamento preparado mediante manipulao em farmcia, a partir de frmula constante de prescrio mdica. PSICOTRPICO - Substncia que pode determinar dependncia fsica ou psquica relacionada, como tal, nas listas aprovadas pela Conveno nica sobre Entorpecentes, reproduzidas nos anexos deste Regulamento. RECEITA - Prescrio escrita de medicamento, contendo orientao de uso para o paciente, efetuada por profissional legalmente habilitado, quer seja de formulao magistral ou de produto industrializado. SUBSTNCIA PROSCRITA - Substncia cujo uso est proibido no Brasil. CAPTULO V DA PRESCRIO DA NOTIFICAO DE RECEITA Art. 36 - A Notificao de Receita o documento que, acompanhado de receita, autoriza a dispensao de medicamentos base de substncias constantes das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrpicas), C2 (retinicas para uso sistmico) e C3 (imunossupressoras) deste Regulamento e suas atualizaes. 1 - Caber Autoridade Sanitria fornecer, ao profissional ou instituio devidamente cadastrados, o talonrio de Notificao de Receita A e a numerao para a confeco dos demais talonrios, bem como avaliar e controlar esta numerao. 2 - A reposio do talonrio da Notificao de Receita A ou a solicitao da numerao subseqente para as demais Notificaes de Receita se far mediante requisio devidamente preenchida e assinada pelo profissional. 3 - A Notificao de Receita dever estar preenchida de forma legvel, sendo a quantidade em algarismos arbicos e por extenso, sem emenda ou rasura. 4 - A farmcia ou drogaria somente poder aviar ou dispensar quando todos os itens da receita e da respectiva Notificao de Receita estiverem devidamente preenchidos. 5 - A Notificao de Receita ser retida pela farmcia ou drogaria e a receita devolvida ao paciente devidamente carimbada, como comprovante do aviamento ou dispensao. 6 - No ser exigida a Notificao de Receita para pacientes internados nos estabelecimentos hospitalares, mdicos ou veterinrios, oficiais ou particulares, porm a dispensao se far mediante receita ou outro documento equivalente (prescrio diria de medicamento), subscrita em papel privativo do estabelecimento. 7 - A Notificao de Receita personalizada e intransfervel, devendo conter somente uma sustncia das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrpicas), C2 (retinides de uso sistmico) e C3 (imunossupressoras) deste Regulamento e de suas atualizaes, ou um medicamento que as contenham. Art. 37 - A Notificao de Receita conforme o anexo IX (modelo de talonrio oficial A, para as listas A1, A2 e A3), anexo X (modelo de talonrio B para as listas B1 e B2), anexo XI (modelo de talonrio B, uso veterinrio, para as listas B1 e B2), anexo XII (modelo para os retinides de uso sistmico, lista C2) e anexo XIII (modelo para a talidomida, lista C3) dever conter os itens referentes s alneas a, b e c devidamente impressos e apresentando as seguintes caractersticas: a. b. Sigla da Unidade da Federao; Identificao numrica, cuja seqncia ser fornecida pela Autoridade Sanitria competente dos Estados, Municpios e Distrito Federal; 8

c. d. e.

f.

g. h.

i. j. k.

l.

Identificao do emitente: nome do profissional com sua inscrio no Conselho Regional com sigla da respectiva Unidade da Federao ou nome da instituio, endereo completo e telefone; Identificao do usurio: nome e endereo completo do paciente e, no caso de uso veterinrio, nome e endereo completo do proprietrio e identificao do animal; Nome do medicamento ou da substncia, prescritos sob a forma de Denominao Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentrao, forma farmacutica, quantidade (em algarismos arbicos e por extenso) e posologia; Smbolo indicativo: no caso de retinicos dever conter o smbolo de uma mulher grvida recortada ao meio, com a seguinte advertncia: Riscos graves de defeitos na face, nas orelhas, no corao e no sistema nervoso do feto; Data da emisso; Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no campo do emitente, este poder apenas assinar a Notificao de Receita. No caso do profissional pertencer a uma instituio ou estabelecimento hospitalar, dever identificar a assinatura com carimbo, constando a inscrio no Conselho Regional, ou manualmente, de forma legvel; Identificao do comprador: nome completo, nmero do documento de identificao, endereo completo e telefone; Identificao do fornecedor: nome e endereo completos, nome do responsvel pela dispensao e data do atendimento; Identificao da grfica: nome, endereo e C.G.C impressos no rodap de cada folha do talonrio. Dever constar tambm a numerao inicial e final concedidas ao profissional ou instituio e o nmero da autorizao para confeco de talonrios emitida pela Vigilncia Sanitria local Identificao do registro: anotao da quantidade aviada no verso e, quando se tratar de formulaes magistrais, o nmero de registro da receita no livro de receiturio.

1 - A distribuio e controle do talo de Notificao de Receita A e a seqncia numrica da Notificao de Receita B (psicotrpicos) e a Notificao de Receita Especial (retinides e talidomida) obedecero ao disposto na Instruo Normativa deste Regulamento. 2 - Em caso de emergncia, poder ser aviada a receita de medicamentos sujeitos a Notificao de Receita base de substncias constante das listas deste Regulamento e suas atualizaes em papel no oficial, devendo conter obrigatoriamente o diagnstico ou CID, a justificativa do carter emergencial do atendimento, data, inscrio no Conselho Regional e assinatura devidamente identificada. O estabelecimento que aviar a referida receita dever anotar a identificao do comprador e apresent-la Autoridade Sanitria local dentro de 72 (setenta e duas) horas, para visto. Art. 38 - Ser suspenso o fornecimento do talonrio de Notificao de Receita A e/ou seqncia numrica da Notificao de Receita B e da Notificao de Receita Especial quando for apurado seu uso indevido pelo profissional ou pela instituio, devendo o fato ser comunicado ao rgo de classe e demais autoridades competentes. Art. 39 - As prescries por cirurgies-dentistas ou mdicos veterinrios s podero ser feitas quando para uso odontolgico ou veterinrio, respectivamente. Art. 40 - Nos casos de roubo, furto ou extravio de parte ou de todo o talonrio de Notificao de Receita, fica o responsvel obrigado a informar, imediatamente, Autoridade Sanitria local, apresentando o respectivo Boletim de Ocorrncia Policial (B.O.). Art. 41 - A Notificao de Receita A, para a prescrio dos medicamentos e substncias das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrpicos), de cor amarela, ser impressa s expensas da Autoridade Sanitria Estadual ou do Distrito Federal, conforme modelo do anexo IX, contendo 20 (vinte) folhas em cada talonrio. Ser fornecida gratuitamente pela Autoridade Sanitria do Estado, Municpio ou Distrito Federal aos profissionais e instituies devidamente cadastrados. 1 - Na solicitao do primeiro talonrio de Notificao de receita A, o profissional ou portador poder dirigir-se pessoalmente ao Servio de Vigilncia Sanitria para o cadastramento ou encaminhar ficha cadastral devidamente preenchida com sua assinatura reconhecida em cartrio. 2 - Para o recebimento do talonrio, o profissional ou portador dever estar munido do respectivo carimbo, que ser aposto na presena da Autoridade Sanitria em todas as folhas do campo Identificao do Emitente. Art. 42 - A Notificao de Receita A ser vlida por 30 (trinta) dias a contar de sua emisso em todo o Territrio Nacional, sendo necessrio que seja acompanhada de receita mdica com justificativa do uso quando para aquisio em outra Unidade Federativa. 9

Pargrafo nico - As farmcias ou drogarias ficaro obrigadas a apresentar dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas, Autoridade Sanitria local, as Notificaes de Receita A procedentes de outras Unidades Federativas, para averiguao e visto. Art. 43 - As Notificaes de Receita A que contiverem medicamentos base de substncias constantes das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrpicas) deste Regulamento e de suas atualizaes devero ser remetidas at o dia 15 (quinze) do ms subseqente s Autoridades Sanitrias Estaduais ou Municipais e do Distrito Federal, atravs de relao em duplicata, que dever ser recebida pela Autoridade Sanitria competente mediante recibo, as quais, aps conferncia, sero devolvidas no prazo de 30 (trinta) dias. Art. 44 - A Notificao de Receita A poder conter no mximo 5 (cinco) ampolas e, para as demais formas farmacuticas de apresentao, a quantidade correspondente a um mximo de 30 (trinta) dias de tratamento. 1 - Acima das quantidades previstas neste Regulamento, o prescritor dever apresentar, juntamente com a Notificao, a justificativa em forma de CID ou diagnstico e posologia, datando e assinando a mesma. A notificao receber visto prvio da Autoridade Sanitria da localidade do prescritor para ser aviada em estabelecimento farmacutico. 2 - No caso de formulaes, as formas farmacuticas devero conter, no mximo, as concentraes que constam de Literaturas Nacional e Internacional oficialmente reconhecidas (ANEXO XV). Art. 45 - Quando, por qualquer motivo, for interrompida a administrao de medicamentos base de substncias constantes das listas deste Regulamento ou de suas atualizaes, a Autoridade Sanitria local dever orientar o paciente ou seu responsvel sobre a destinao do medicamento remanescente. Art. 46 - A Notificao de Receita B, de cor azul, impressa s expensas do profissional ou da instituio, conforme os modelos anexos (X e XI) a este Regulamento, ter validade por um perodo de 30 (trinta) dias contados a partir de sua emisso e somente dentro da Unidade Federativa que concedeu a numerao. Art. 47 - A Notificao de Receita B poder conter no mximo 5 (cinco) ampolas e, para as demais formas farmacuticas, a quantidade correspondente a um mximo de 60 (sessenta) dias de tratamento. 1 - Acima das quantidades previstas neste Regulamento, o prescritor dever apresentar, juntamente com a Notificao, a justificativa em forma de CID ou diagnstico e posologia, datando e assinando a mesma. A notificao receber visto prvio da Autoridade Sanitria da localidade do prescritor para ser aviada em estabelecimento farmacutico. 2 - No caso de formulaes, as formas farmacuticas devero conter, no mximo, as concentraes que constam de Literaturas Nacional e Internacional oficialmente reconhecidas (ANEXO XEV). Art. 48 - Ficam proibidas a prescrio e o aviamento de frmulas contendo associao medicamentosa das substncias anorexgenas constantes das listas deste regulamento e de suas atualizaes, associadas a substncias simpatolticas ou parassimpatolticas. Art. 52 - Nos estabelecimentos hospitalares, clnicas mdicas e clnicas veterinrias (no que couber), oficiais ou particulares, os medicamentos a base de substncias constantes das listas A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrpicas), C2 (retinicas de uso sistmico) e C3 (imunossupressoras) deste Regulamento e de suas atualizaes podero ser dispensados ou aviados a pacientes internados ou em regime de semiinternato, mediante receita privativa do estabelecimento, subscrita por profissional em exerccio no mesmo. Pargrafo nico - Para pacientes em tratamento ambulatorial ser exigida a Notificao de Receita, obedecendo ao disposto no artigo 37 deste Regulamento. DA RECEITA Art. 53 - O formulrio de Receita de Controle Especial (ANEXO XVII), vlido em todo o Territrio Nacional, dever ser preenchido em 2 (duas) vias, manuscrito, datilografado ou informatizado, apresentando, obrigatoriamente, em destaque em cada uma das vias os dizeres 1 via - Reteno da Farmcia ou Drogaria e 2 via - Orientao ao Paciente. 1 - A Receita de Controle Especial dever estar escrita de forma legvel, a quantidade em algarismos arbicos e por extenso, sem emenda ou rasura e ter validade por 30 (trinta) dias, contados a partir da data de sua emisso, para medicamentos base de substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial), C2 (retinicos para uso tpico) e C5 (anabolizantes) deste Regulamento e de suas atualizaes.

10

2 - A farmcia ou drogaria somente poder aviar ou dispensar a receita quando todos os itens estiverem devidamente preenchidos. 3 - vedada a aplicao do fator de correo em prescries contendo formulaes magistrais. Art. 54 - O aviamento ou dispensao de Receitas de Controle Especial contendo medicamentos base de substncias constantes das listas C1 e C5 deste Regulamento e suas atualizaes, em qualquer forma farmacutica ou apresentao, privativo de farmcia ou drogaria e s poder ser efetuado mediante receita, sendo a 1 via - Retida no Estabelecimento Farmacutico e a 2 via - Devolvida ao Paciente com o carimbo comprovando o atendimento. Art. 55 - A prescrio de medicamentos base de substncias anti-retrovirais (lista C4) s poder ser feita por mdico e ser aviada ou dispensada nas farmcias do Sistema nico de Sade, em formulrio prprio estabelecido pelo programa DST/AIDS, onde a receita ficar retida. Ao paciente dever ser entregue um receiturio mdico com informaes sobre seu tratamento. No caso de medicamento adquirido em farmcias ou drogarias, ser considerado o previsto no artigo anterior. Pargrafo nico - Fica vedada a prescrio de medicamentos base de substncias constantes da lista C4 (antiretrovirais) por mdico veterinrio ou cirurgio dentista. Art. 56 - As receitas que incluam medicamentos base de substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial), C5 (anabolizantes) em os adendos das listas A1 (entorpecentes), A2 e B1 (psicotrpicos) e C2 (retinides para uso tpico) deste Regulamento e de suas atualizaes somente podero ser prescritas por profissionais devidamente habilitados e com os campos abaixo devidamente preenchidos: a. Identificao do emitente: impresso em formulrio do profissional ou da instituio, contendo o nome e endereo do consultrio e/ou residncia do profissional, nmero da inscrio no Conselho Regional e, no caso da instituio, nome e endereo da mesma; Identificao do usurio: nome e endereo completo do paciente e, no caso de uso veterinrio, nome e endereo completo do proprietrio e identificao do animal; Nome do medicamento ou da substncia prescrita sob a forma de Denominao Comum Brasileira (DCB), dosagem ou concentrao, forma farmacutica, quantidade (em algarismos arbicos e por extenso) e posologia; Data da emisso; Assinatura do prescritor: quando os dados do profissional estiverem devidamente impressos no cabealho da receita, este poder apenas assin-la. No caso do profissional pertencer a uma instituio ou estabelecimento hospitalar, dever identificar sua assinatura, manualmente de forma legvel ou com carimbo, constando a inscrio no Conselho Regional; Identificao do registro: na receita mdica dever ser anotada, no verso, a quantidade aviada e, quando se tratar de formulaes magistrais, tambm o nmero do registro da receita no livro correspondente.

b. c.

d. e.

f.

1 - As prescries por cirurgies dentistas ou mdicos veterinrios s podero ser feitas quando para uso odontolgico ou veterinrio, respectivamente. 2 - Em caso de emergncia, poder ser aviada ou dispensada a receita de medicamentos base de substncias constantes da lista C1 (outras substncias sujeitas a controle especial) deste Regulamento e suas atualizaes em papel no privativo do profissional ou da instituio, devendo conter obrigatoriamente o diagnstico ou CID, a justificativa do carter emergencial do atendimento, data, inscrio no Conselho Regional e assinatura devidamente identificada. O estabelecimento que aviar a referida receita dever anotar a identificao do comprador e apresent-la Autoridade Sanitria local dentro de 72 (setenta e duas) horas, para visto. Art. 57 - Nos estabelecimentos hospitalares, clnicas mdicas e clnicas veterinrias, oficiais ou particulares, os medicamentos base de substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial) deste Regulamento e de suas atualizaes, podero ser dispensados ou aviados a pacientes internados ou em regime de semi-internato, mediante receita privativa do estabelecimento, subscrita por profissional em exerccio no mesmo. Pargrafo nico - Para pacientes em tratamento ambulatorial, ser exigida a Receita de Controle Especial em 2 (duas) vias, obedecendo ao disposto no artigo 56 deste regulamento. Art. 58 - A prescrio poder conter, em cada receita, no mximo 3 (trs) substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial) e C5 (anabolizantes) deste Regulamento e de suas atualizaes, ou medicamentos que as contenham. 11

Art. 59 - A prescrio de anti-retrovirais poder conter, em cada receita, no mximo 5 (cinco) substncias constantes da lista C4 (anti-retrovirais) deste Regulamento e de suas atualizaes, ou medicamentos que as contenham. Art. 60 - A quantidade prescrita de cada substncia constante da lista C1 (outras substncias sujeitas a controle especial) e C5 (anabolizantes) deste Regulamento e de suas atualizaes, ou medicamentos que as contenham, ficar limitada a 5 (cinco) ampolas e, para as demais formas farmacuticas, a quantidade correspondente a um mximo de 60 (sessenta) dias de tratamento. Pargrafo nico - No caso de prescrio de substncias ou medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes, a quantidade ficar limitada a at 6 (seis) meses de tratamento. Art. 61 - Acima das quantidades previstas nos artigos 58 e 60, o prescritor dever apresentar justificativa com o CID ou diagnstico e posologia, datando e assinando as duas vias. A Receita de Controle Especial dever ser encaminhada Autoridade Sanitria local para visto prvio. Art. 62 - As substncias de uso proscrito constantes das listas E (plantas que podem originar substncias entorpecentes e/ou psicotrpicas) e F (substncias de uso proscrito no Brasil) no podero ser objeto de prescrio e manipulao de medicamentos alopticos ou homeopticos. CAPTULO XI DAS DISPOSIES FINAIS Art. 90 - proibido distribuir amostras grtis de substncias e/ou medicamentos constantes deste regulamento e suas atualizaes. 1 - Ser permitida a distribuio de amostras grtis de medicamentos que contenham substncias constantes das listas C1 (outras substncias sujeitas a controle especial) e C4 (anti-retrovirais) deste Regulamento e suas atualizaes, em suas embalagens originais, exclusivamente aos profissionais mdicos, que assinaro comprovante de distribuio emitido pelo fabricante. 2 - Em caso do profissional doar medicamentos amostras-grtis instituio a que pertence, dever fornecer o respectivo comprovante de distribuio devidamente assinado. A instituio dever dar entrada no Livro de Registro da quantidade recebida. 3 - O comprovante a que se refere o caput deste artigo dever ser retido pelo fabricante ou pela instituio que recebeu a amostra-grtis do mdico, pelo perodo de 2 (dois) anos, ficando disposio da Autoridade Sanitria para fiscalizao. 4 - vedada a distribuio de amostras-grtis de medicamentos base de misoprostol. Art. 92 - Somente as farmcias podero receber receitas de medicamentos magistrais ou oficinais para aviamento, vedada a intermediao sob qualquer natureza. Art. 94 - Os medicamentos destinados a uso veterinrio sero regulamentados em legislao especfica. Art. 95 - Os profissionais, servios mdicos e/ou ambulatoriais podero possuir, na maleta de emergncia, at 3 (trs) ampolas de medicamentos entorpecentes e at 5 (cinco) ampolas de medicamentos psicotrpicos, para aplicao em caso de emergncia, ficando sob sua guarda e responsabilidade. Pargrafo nico - A reposio das ampolas se far com a Notificao de Receita devidamente preenchida com o nome e endereo completo do paciente ao qual tenha sido administrado o medicamento. Art. 99 - O no cumprimento das exigncias deste regulamento constituir infrao sanitria, ficando o infrator sujeito s penalidades previstas na legislao sanitria vigente, sem prejuzo das demais sanes de natureza cvel ou penal cabveis. Art. 100 - Os casos omissos sero submetidos apreciao da Autoridade Sanitria competente do Ministrio da Sade, Estados, Municpios e Distrito Federal. Art. 102 - As listas de substncias constantes deste Regulamento sero atualizadas atravs de publicaes no Dirio Oficial da Unio sempre que ocorrer concesso de registro de produtos novos, alterao de frmulas, cancelamento de registro de produto e alterao de classificao de lista para registro anteriormente publicado. Art. 105 - A reviso e atualizao deste Regulamento Tcnico devero ocorrer no prazo de 2 (dois) anos.

12

Art. 107 - O rgo de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade baixar instrues normativas de carter geral ou especfico sobre a aplicao do presente regulamento, bem como estabelecer documentao, formulrios e periodicidades de informaes. Art. 108 - Compete aos Estados, Municpios e Distrito Federal exercer a fiscalizao e o controle dos atos relacionados produo, comercializao e uso das substncias constantes das listas deste regulamento, bem como os medicamentos que as contenham, no mbito de seus territrios, bem como far cumprir as determinaes da legislao federal pertinente e deste Regulamento. Art. 110 - Este Regulamento entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. LISTA A1 LISTA DAS SUBSTNCIAS ENTORPECENTES (Sujeitas a Notificao de Receita A) ACETILDIIDROCODEINONA ACETILMETADOL ACETORFINA ALFACETILMETADOL ALFAPROMEDINA ALFAMETADOL ALFAPRODINA ALFENTANILA ALILPRODINA ANILERIDINA BENZETIDINA BENZILMORFINA BENZOILMORFINA BETACETILMETADOL BETAMEPRODINA BETAMETADOL BETAPRODINA BEZITRAMIDA BUPRENORFINA BUTORFANOL CETOBEMIDONA CLONITAZENO CODOXIMA CONC. DE DORMIDEIRA DEXTROMORAMIDA DIAMPROMIDA DIETILTIAMBUTENO DIFENOXILATO DIFENOXINA DIIDROMORFINA DIMEFEPTANOL (METADOL) DIMENOXADOL DIMETILTIAMBUTENO DIOXAFETILABUTIRATO DIPIPANONA DROTEBANOL ETILMETILTIAMBUTENO ETONITAZENO ETORFINA ETOXERIDINA FENADOXONA FENAMPROMIDA FENAZOCINA FENOMORFANO FENOPERIDINA 13 FENTANILA FURETIDINA HIDROCODONA HIDROMORFINOL HIDROMORFONA HIDROXIPETIDINA ISOMETADONA LEVOFENACILMORFANO LEVOMETORFANO LEVOMORAMIDA LEVORFANOL METADONA METAZOCINA METILDESORFINA METILDIIDROMORFINA METOPON MIROFINA MORFERIDINA MORFINA MORINAMIDA NICOMORFINA NORACIMETADOL NORLEVORFANOL NORMETADONA NORMORFINA NORPIPANONA N-OXICODENA PIO OXICODONA OXIMORFONA PENTAZOCINA PETIDINA PIMINODINA PIRITRAMIDA PROEPTAZINA PROPERIDINA RACEMETORFANO RACEMORAMIDA RACEMORFANO SUFENTANILA TEBACONA TEBANA TILIDINA TRIMEPERIDINA

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. 2. Preparaes base de DIFENOXILATO, contendo no mais que 2,5 mg por unidade farmacolgica da substncia como base e uma quantidade de sulfato de atropina equivalente a pelo menos 1% da quantidade de fenoxilato ficam sujeitas prescrio atravs de Receita de Controle Especial em 2 (duas) vias.

LISTA A2 LISTA DAS SUBSTNCIAS ENTORPECENTES DE USO PERMITIDO EM CONCENTRAES ESPECIAIS (Sujeitas a Notificao de Receita A) ACETILDIIDROCODENA CODENA DEXTROPROPOXIFENO DIIDROCODENA ETILMORFINA (DIONINA) FOLCODINA NALBUFINA NALORFINA NALOXONA NICOCODINA NICODICODINA NORCODENA PROPIRAM TRAMANDOL

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. 2. Preparaes de ACETILDIIDROCODENA, CODENA, DIIDROCODENA, ETILMORFINA, FOLCODINA, NICODICODINA, NORCODENA e TRAMANDOL associadas a um ou mais componentes, em que a quantidade de entorpecentes no exceda a 100 miligramas por unidade posolgica e a concentrao no exceda a 2,5% nas formas indivisveis, ficam sujeitas a prescrio da Receita de Controle Especial em duas vias. 3. Associaes medicamentosas contendo DEXTROPROPOXIFENO sob a forma de comprimidos sem outra substncia listada neste Regulamento, em que a quantidade de entorpecentes no exceda a 100 miligramas por unidade posolgica e a concentrao no exceda a 2,5% nas preparaes indivisveis, ficam sujeitas a prescrio da Receita de Controle Especial em duas vias. 4. Preparaes base de PROPIRAM, contendo no mais que 100 mg por unidade posolgica e associados, no mnimo, a igual quantidade de metilcelulose, ficam sujeitos a prescrio da Receita de Controle Especial em duas vias. LISTA A3 LISTA DAS SUBSTNCIAS PSICOTRPICAS (Sujeitas a Notificao de Receita A) ANFETAMINA CATINA CLOBENZOREX CLORFENTERMINA DEXANFETAMINA FENCICLIDINA FENETILINA FENMETRAZINA LEVANFETAMINA LEVOMETANFETAMINA METANFETAMINA METILFENIDATO TANFETAMINA

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. LISTA B1 LISTA DAS SUBSTNCIAS PSICOTRPICAS (Sujeitas a Notificao de Receita B) ALOBARBITAL ALPRAZOLAM AMOBARBITAL BARBEXACLONA BARBITAL BROMAZEPAM

BROTIZOLAM BUTALBITAL CAMAZEPAM CATAZOLAM CETAZOLAM CICLOBARBITAL CLOBAZAM CLONAZEPAM CLORAZEPAM CLORAZEPATO CLORDIAZEPXIDO CLOTIAZEPAM CLOXAZOLAM DELORAZEPAM DIAZEPAM ESTAZOLAM ETCLORVINOL ETINAMATO FENCANFAMINA FENDIMETRAZINA FENOBARBITAL FLUDIAZEPAM FLUNITRAZEPAM FLURAZEPAM GLUTETIMIDA HALAZEPAM HALOXAZOLAM LEFETAMINA LOFLAZEPATOETILA LOPRAZOLAM MEDAZEPAM

MEPROBAMATO MESOCARBO METILFENOBARBITAL METILPRILONA MIDAZOLAM N-ETILANFETAMINA NIMETAZEPAM NITRAZEPAM NORCANFANO NORDAZEPAM OXAZEPAM OXAZOLAM PEMOLINA PENTOBARBITAL PINAZEPAM PIPRADOL PIROVARELONA PRAZEPAM PROLINTANO PROMINAL PROPILEXEDRINA SECOBARBITAL TEMAZEPAM TIAMILAL TIOPENTAL TRIAZOLAM TRIEXIFENIDIL VINILBITAL ZOLPIDEM ZOPICLONA

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. 2. Os medicamentos que contenham FENOBARBITAL, PROMINAL, BARBITAL e BARBEXACLONA ficam sujeitos a Receita de Controle Especial em duas vias. LISTA B2 LISTA DAS SUBSTNCIAS PSICOTRPICAS ANOREXGENAS (Sujeitas a Notificao de Receita B) AMINOREX ANFEPRAMONA DIETILPROPIONA FEMPROPOREX FENDIMETRAZINA FENTERMINA MAZINDOL MEFENOREX

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. LISTA C1 LISTA DAS SUBSTNCIAS SUJEITAS A CONTROLE ESPECIAL (Sujeitas a Receita de Controle Especial em duas vias) ACEPROMAZINA CIDO VALPRICO AMANTADINA AMINEPTINA AMISSULPRIDA AMITRIPTILINA 15 AMOXAPINA AZACICLONOL BECLAMIDA BENACTIZINA BENZOCTAMINA BENZOQUINAMIDA

BIPERIDENO BUSPIRONA BUTAPERAZINA BUTRIPTILINA CAPTODIAMINA CARBAMAZEPINA CAROXAZONA CETAMINA CICLARBAMATO CICLEXEDRINA CICLOPENTOLATO CITALOPRAM CLOMACRANO CLOMETIAZOL CLOMIPRAMINA CLORPROMAZINA CLORPROTIXENO CLOTIAPINA CLOZAPINA DEANOL ACEGLUTAMATO E ACETAMINOBENZOATO DESFLURANO DESIPRAMINA DEXETIMIDA DEXFENFLURAMINA DEXTROMETORFANO DIBENZEPINA DIMETRACRINA DISOPIRAMIDA DISSULFIRAM DEVALPROATO DE SDIO DIXIRAZINA DOXEPINA DROPERIDOL EMILCAMATO ENFLURANO ETOMIDATO ETOSSUCCINIMIDA EXTIL URIA FACETOPERANO FENAGLICODOL FENELZINA FENFLURAMINA FENITONA FENILPROPANOLAMINA FENIPRAZINA FENPROBAMATO FLUFENAZINA FLUMAZENIL FLUOXETINA FLUPENTIXOL FLUPOXAMINA HALOPERIDOL HALOTANO HIDRATO DE CLORAL HIDROCLORBEZETILAMINA HIDROXIDIONA SDICA HOMOFENAZINA IMICLOPRAZINA 16

IMIPRAMINA IMIPRAMINXIDO IPROCLORIZIDA ISOXOCARBOXAZIDA ISOFLURANO ISOPROPILCROTONILURIA LAMOTRIGINA LEVODOPA LEVOFACETOPERANO LEVOMEPROMAZINA LINDANO LISSURIDA LTIO LOPERAMIDA LOXAPINA MAPROTILINA MECLOFENAXATO MEFENOXALONA MEFEXAMIDA MEPAZINA MESORIDAZINA METILPENTINOL METISERGIDA METIXENO METOPROMAZINA METOXIFLURANO MIANSERINA MINAPRINA MIRTAZAPINA MISOPROSTOL MIOCLOBEMIDA MOPERONA NALTREXONA NEFAZODONA NIALAMIDA NOMIFENSINA NORTRIPTILINA NOXPTILINA OLANZAPINA OPIPRAMOL OXCARBAMAZEPINA OXIFENAMATO OXIPERTINA PAROXETINA PENFLURIDOL PERFENAZINA OXIFENAMATO OXIPERTINA PAROXETINA PENFLURIDOL PERFENAZINA PERGOLIDA PERICIAZINA PIMOZIDA PIPAMPERONA PIPOTIAZINA PRIMIDONA PROCLORPERAZINA PROMAZINA

PROPANIDINA PROPERICIAZIDA PROPIOMAZINA PROPOFOL PROTIPENDIL PROTIPTILINA PROXIMETACANA RISPERIDONA SELEGILINA SERTRALINA SEVOLFURANO SIBUTRAMINA SULPIRIDA TACRINA TALCAPONA TETRACANA TIANEPTINA TIAPRIDA

TIOPROPERAZINA TIORIDAZINA TIOTIXENO TOPIRAMATO TRANILCIPROMINA TRAZODONA TRICLOFS TRICLORETILENO TRIFLUOPERAZINA TRIFLUPERIDOL TRIMIPRAMINA VALPROATO DE SDIO VENLAFAXINA VERALIPRIDA VIGABATRINA ZIPRAZIDONA ZUCLOPENTIXOL

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. 2. Os medicamentos base de FENILPROPANOLAMINA e LOPERAMIDA ficaro sujeitos a venda sob prescrio mdica sem reteno de receita. 3. S sero permitidos a compra e uso de medicamento contendo MISOPROSTOL em estabelecimentos hospitalares devidamente cadastrados junto Vigilncia Sanitria para este fim. LISTA C2 LISTA DESUBSTNCIAS RETINICAS (Sujeitas a Notificao de Receita especial) ACITRETINA ADAPALENO ISOTRETINONA TRETINONA

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. 2. Os medicamentos de uso tpico contendo as substncias desta lista ficaro sujeitos a prescrio de Receita de Controle Especial em 2 (duas) vias. LISTA C3 LISTA DE SUBSTNCIAS IMUNOSSUPRESSORAS (Sujeitas a Notificao de Receita especial) FTALIMIDOGLUTARIMIDA (TALIDOMIDA) ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios da substncia enumerada acima. LISTA C4 LISTA DAS SUBSTNCIAS ANTI-RETROVIRAIS (Sujeitas a Receiturio do Programa da DST/AIDS ou Receita de Controle Especial) DELAVIDINA DIDANOSINA (ddl) ESTAVUDINA (d4t) INDINAVIR LAMEVUDINA (3tc) NELFINADIR ADENDO: 17 NEVIRAPINA RITONAVIR SAQUINAVIR ZALCITABINA (ddC) ZIDOVUDINA

1. 2.

3.

Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. Os medicamentos base de substncias anti-retrovirais constantes deste Regulamento devero ser prescritas em receiturio prprio estabelecido pelo Programa de DST/AIDS do Ministrio da Sade, para dispensao nas farmcias hospitalares ou ambulatoriais do Sistema Pblico de Sade. Quando dispensadas em farmcias ou drogarias particulares, estas drogas ficaro sujeitas venda sob Receita de Controle Especial em 2 (duas) vias.

LISTA C5 LISTA DAS SUBSTNCIAS ANABOLIZANTES (Sujeitas a Receita de Controle Especial) DIIDROETILANDROSTERONA ESTANOZOLOL FLUXIMESTERONA FLUXIMETILTESTOSTERONA MESTEROLONA METANDRIOL METILTESTOSTERONA NANDROLONA OXIMETALONA

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. LISTA D1 LISTA DE SUBSTNCIAS PRECURSORAS DE ENTORPECENTES E/OU PSICOTRPICOS (Sujeitas a Receita Mdica sem reteno) 1-FENIL-2-PROPANONA 3,4-METILENODIOXIFENIL-2PROPANONA CIDO ANTRANLICO CIDO FENILACTICO CIDO LISRGICO CIDO N-ACETANTRANLICO EFEDRINA ERGOMETRINA ERGOTAMINA ISOSAFROL PIPERIDINA PIPERONAL PSEUDOEFEDRINA SAFROL

ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima. LISTA D2 LISTA DE INSUMOS QUMICOS UTILIZADOS COMO PRECURSORES PARA A FABRICAO E SNTESE DE ENTORPECENTES E/OU PSICOTRPICOS (Sujeitas a controle do Ministrio da Justia) CLOROFRMIO TER ETLICO ACETONA METILETILCETONA CIDO CLORDRICO PERMANGANATO DE POTSSIO CIDO SULFRICO SULFATO DE SDIO ANIDRIDO ACTICO TOLUENO CLORETO DE METILENO

18

ADENDO: 1. Produtos e insumos qumicos, sujeitos a controle da Polcia Federal, de acordo com a Lei n 9.017 de 30/03/1995, Decreto n 1.646 de 26/09/1995, Decreto n 2.036 de 14/10/1996, Resoluo n 01/95 de 07/11/1995 e Instruo Normativa n 06 de 25/09/1997. 2. O insumo CLOROFRMIO est proibido para uso em medicamentos. LISTA E LISTA DE PLANTAS QUE PODEM ORIGINAR SUBSTNCIAS ENTORPECENTES E/OU PSICOTRPICAS Cannabis sativum Claviceps paspali Datura suaveolans Erytroxylum coca Lophophora Williamsii (cacto peyote) Prestonia amazonica (Haemadictyon amazonicum) ADENDO: 1. Ficam tambm sob controle todos os sais, ismeros e intermedirios das substncias enumeradas acima.

ADENDO I:ABREVIATURAS UTILIZADAS EM TERAPUTICA Na seguinte relao so indicados a abreviatura, a expresso latina entre parnteses e seu significado: ad lib (ad libitum): vontade a.c. (ante cibum): Antes das refeies aa (ana): Partes iguais aq. (aqua): gua b.i.d. (bis in die): Duas vezes ao dia cap (capsula): Cpsula dos. (dosis): Uma dose eq. pts. (equalis partis): Partes iguais ft (fiat): Fazer gtt. (gutta): Uma gota haust. (haustus): Beberragem M. (misce): Misturar sol (solutio): Soluo stat. (statim): Imediatamente n. r. (non repetatur): No repetir o.d. (omne die): A cada dia no. (numero): Nmero p.c. (post cibum): Aps as refeies p.r.n. (pro re nata): Conforme a necessidade Q.R.(quantum rectum):Quantidades corretas q.s.(quantum sufficiat):Quantidade suficiente q 6h (quaque 6 hora): A cada 6 horas q.i.d.(quater in die): Quatro vezes ao dia s.i.d. (simel in die): Uma vez ao dia ss (semisse): Metade s.o.s. (se opus sit): Se necessrio tab (tabella): Um comprimido t.i.d. (ter in die): Trs vezes ao dia

ADENDO II:EQUIVALNCIA DE MEDIDAS 1. MEDIDAS DE PESO: 1 grama (g) = 1.000 miligramas (mg) 1 mg = 1.000 microgramas (g ou mcg) 1 parte por milho (ppm) = 1 mg/kg = 1 g/g 1 gro (gr) = 65 mg.

ATENO: No confundir as abreviaturas em ingls para grama (gm) e gro (gr). 1 ona (ingl.: ounce = oz) = 31.1 g 1 libra (ingl.: pound = lb) = 453,6 g

2. MEDIDAS DE VOLUME: 1 litro (l) = 1.000 mililitros (ml) 1 gota (ingl.: minimum ou drop) 0,05-0,06 ml 1 ml 20-24 gotas (dependendo da densidade do lquido) Soluo a 12,5% = 125 mg/ml (para converter, basta multiplicar a concentrao em porcentagem por 10) Sol. 1:1.000 = 1 mg/ml = sol. 0,1% Sol. 1 ppm = 1 mg/l 1 colher de ch (ingl.: teaspoon = tsp) 4-5 ml 1 colher de sobremesa 10 ml 1 colher de sopa (ingl.: tablespoon = tbp) 15 ml 1 ona lquida (ingl.: fluid ounce = fl.oz) = 29,57 ml 1 xcara (ingl.: cup) 180 ml 1 copo (ingl.: glass) 240 ml 1 pinta (ingl.: pint = pt) = 473,2 ml 1 quarto (ingl.: quart = qt) = 946,4 ml 1 galo (ingl.: gallon = gl) = 3.785 ml (EUA) ou 4.500 ml (Inglaterra)

3. MEDIDAS DE TEMPERATURA (CONVERSO): C para F = (C x 1,8) + 32 F para C = ( F - 32) x 0,555

LEITURA SUPLEMENTAR RECOMENDADA:BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia Sanitria. Portaria n 344, de 12 de maio de 1998. Regulamento Tcnico Sobre Substncias e Medicamentos Sujeitos a Controle Especial. Dirio Oficial da Unio. Braslia, 15 de maio de 1998. Sec. I 1998, pp. 3-27. SPINOSA, H.S. Prescrio e Legislao Brasileira dos Medicamentos. In: SPINOSA, H.S.; GRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia Aplicada Medicina Veterinria. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, pp. 6-11, 1999.

TERAPUTICA DAS INFECES

CONSIDERAES GERAIS:I. TERMOS BSICOS:Os agentes antimicrobianos so, de acordo com sua origem, classificados como antibiticos e quimioterpicos. Os antibiticos so substncias produzidas por diversas espcies de microrganismos, como bactrias, fungos e actinomicetos, ao passo que quimioterpicos so drogas sintticas. Atualmente, entretanto, h uma tendncia a chamar todos os antimicrobianos de antibiticos.

II. CLASSIFICAO GERAL QUANTO AOS MECANISMOS DE AO: Agentes que inibem a sntese da parede celular bacteriana: Antibiticos betalactmicos (penicilinas e cefalosporinas), bacitracina, vancomicina e antifngicos imidazlicos (miconazol, cetoconazol e clotrimazol); Agentes que atuam sobre a membrana celular da bactria, alterando sua permeabilidade: Polimixinas e antifngicos politnicos (nistatina e anfotericina B); Agentes que atuam nas subunidades ribossmicas 30S ou 50S, causando inibio da sntese protica e atuando como bacteriostticos: cloranfenicol, tetraciclinas, macroldeos (eritromicina, tilosina, azitromicina e outros) e lincosamidas (clindamicina e lincomicina); Agentes que atuam nas subunidades ribossmicas 30S, causando inibio da sntese protica e atuando como bactericidas: Aminoglicosdeos (estreptomicina, neomicina, amicacina e outros); Agentes que afetam o metabolismo dos cidos nuclicos: Rifamicinas e quinolonas; Antimetablitos: Sulfonamidas e trimetoprim; Anlogos dos cidos nuclicos: Agentes antivirais (zidovudina, ganciclovir, vidarabina e aciclovir).

III. FATORES QUE DETERMINAM A SENSIBILIDADE DOS MICRORGANISMOS:O resultado teraputico da administrao de antibiticos varivel e depende principalmente da obteno de uma concentrao adequada da droga no local da infeco, defesas ntegras do hospedeiro (sobretudo quando se usa substncias bacteriostticas) e sensibilidade do microrganismo. Testes in vitro de sensibilidade so realizados utilizando-se uma concentrao padro da droga; como todas as substncias apresentam concentraes variveis nas diversas reas do corpo, pode haver resultados diferentes in vivo. Uma determinada droga testada e classificada como sensvel pode no atuar satisfatoriamente em infeces de certas reas onde sua concentrao menor como, por exemplo, lquido cefalorraquidiano e humor aquoso. De maneira inversa, microrganismos considerados resistentes podem responder satisfatoriamente a certa droga em reas onde a concentrao da mesma maior (p. ex. urina).

IV. RESISTNCIA AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS:A resistncia bacteriana se deve a fatores diversos como, por exemplo, inativao do frmaco por enzimas e modificaes em seus receptores na clula. De maneira geral, o aparecimento destes fatores se deve aos seguintes fatores: Mutaes: A seleo de cepas mutantes resistentes droga o principal mecanismo de resistncia das micobacterioses estreptomicina, rifampicina e outros tuberculostticos; Transduo: Transferncia de resistncia atravs de um vrus bacterifago que carrega consigo material gentico de uma bactria resistente a determinada droga. Este material gentico constitudo de plasmdeos (fragmentos de DNA extra-cromossmicos capazes de replicao autnoma) e o principal meio de transferncia de resistncia entre Staphylococcus aureus penicilina, eritromicina, cloranfenicol e tetraciclinas;

Transformao: Consiste na incorporao de DNA livre pela bactria, havendo desta maneira a transferncia de material gentico. a base molecular da resistncia (rara) dos Pneumococcus s penicilinas; Conjugao: a passagem de plasmdeos de uma clula outra, atravs de contato direto por uma fmbria ou ponte sexual. o principal mecanismo de resistncia de vrias bactrias, incluindo-se a maioria dos bacilos Gram-negativos. Pode haver a participao de bactrias da flora saprfita no processo.

QUIMIOTERPICOSOs quimioterpicos constituem uma classe de antimicrobianos de origem sinttica, ao contrrio dos antibiticos, que so produzidos por certos microrganismos. Esta classe de drogas no deve ser confundida com os antineoplsicos, que tambm so conhecidos como quimioterpicos.

I. SULFONAMIDAS:1. INTRODUO:As sulfonamidas foram os primeiros agentes realmente efetivos a serem utilizados contra infeces bacterianas sistmicas, sendo descobertos por acaso, quando se observou que o corante industrial prontosil protegia camundongos contra infeces estafiloccicas. A partir da purificao da sulfanilamida, base do prontosil, mais de 5.000 compostos foram sintetizados, mas apenas uns 30 se mostraram terapeuticamente viveis. Algumas sulfonamidas se mostraram ineficientes como antimicrobianos, mas ainda so utilizadas com outras finalidades, como a acetazolamida (antiglaucomatoso) e a carbutamida (hipoglicemiante oral).

2. MECANISMO DE AO E ESPECTRO ANTIMICROBIANO:Quimicamente, as sulfonamidas constituem um grupo de compostos que se apresentam como ps cristalinos, de sabor amargo e relativamente insolveis em gua, todas derivadas da sulfanilamida (amida do cido paminobenzenossulfnico). A grande maioria das bactrias e alguns outros microrganismos tem a seguinte via metablica:CIDO PARAMINOBENZICO (PABA) CIDO TETRAIDROFLICO CIDO FLICO BASES PRICAS E PIRIMDICAS DNA E RNA

+ PTERIDINA CIDO DIIDROPTERICO CIDO DIIDROFLICO

As sulfonamidas atuam sobre as bactrias atravs de inibio competitiva (ou antagonismo metablico) da diidropepteroato-sintetase, a enzima bacteriana responsvel pela incorporao de PABA ao cido diidropterico. As sulfonamidas so bacteriostticos de amplo espectro, sendo mais eficientes no tratamento das infeces agudas, onde os mecanismos humorais e celulares de defesa se mostram mais ativos, propiciando a remoo dos microrganismos inativados. A sensibilidade bacteriana varivel em funo da resistncia, mas pode atuar contra certos Gram-positivos (Streptococcus, Staphylococcus, Bacillus, Clostridium e Nocardia), Gramnegativos (Salmonella, E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Pasteurella e Proteus), algumas rickettsias, protozorios (Toxoplasma e Eimeria) e Nocardia; so descritos ainda na literatura possveis efeitos sobre actinomicose, actinobacilose e brucelose. Na prtica, as sulfonamidas tm sido primariamente indicadas para o tratamento de infeces cutneas, gastrointestinais e urinrias. A resistncia bacteriana s sulfonamidas , infelizmente, um fato comum e crescente, principalmente decorrente de seu uso indiscriminado ao longo dos anos. Os principais mecanismos desta resistncia so: Resistncia natural: Bactrias que no necessitam sintetizar seu prprio cido flico, podendo utilizar o folato pr-formado. Ex.: Gnero Leptospira; Adaptao enzimtica: Os microrganismos passam a utilizar vias metablicas alternativas para a obteno de metablitos essenciais, inativam a droga ou alteram seus processos enzimticos, determinando um aumento da sntese dos mesmos. A seleo de cepas resistentes e a transferncia mediada pelo fator R so os principais mecanismos desta adaptao.

4. SINRGICOS, ANTAGONISTAS E INTERAES MEDICAMENTOSAS:a. Sinrgicos: O trimetoprim um bactericida que, quando usado conjuntamente com as sulfas, faz com que a associao tenha tambm este carter. o principal sinrgico das sulfonamidas, inibindo a enzima diidrofolase-redutase (responsvel pela converso de cido diidroflico em tetraidroflico) e determinando, em associao com estas, um bloqueio seqencial da via metablica bacteriana. Em outros pases, existe um similar do trimetoprim, o ormetoprim, com caractersticas semelhantes. A pirimetamida outra droga com mesmo efeito, mas menos potente e mais txica, sendo usada atualmente apenas para o combate de certos protozorios. OBS.: A meia-vida plasmtica do trimetoprim varivel de acordo com a espcie: Homem: 10,6 h Eqdeos: 3,8 h Ces: 3,0 h Sunos: 2-2,5 h Bovinos: 1,0 h Caprinos: 0,65 h

Como pode ser visto acima, deduz-se que o uso do trimetoprim em ruminantes pouco efetivo, devido sua rpida sua eliminao do plasma, embora os nveis teciduais permaneam por perodos um pouco maiores. b. Antagonistas: So antagnicas das sulfas todas as drogas que possuam PABA ou molculas similares em suas frmulas, das quais se destacam anestsicos locais, vitaminas do complexo B, derivados da metilxantina (cafena, teofilina e teobromina) e algumas protenas (p.ex. gelatinas e protenas sricas). c. Interaes medicamentosas adversas: Analgsicos e antinflamatrios (indometacina, fenilbutazona e salicilatos): Aumentam a potncia e reduzem a meia-vida plasmtica da sulfa; Anticidos: Diminuem a biodisponibilidade da sulfa se administrados concomitantemente; Anticonvulsivantes e digitlicos: So potencializados pela sulfa por serem deslocados de suas ligaes a protenas plasmticas; Ferro e metais pesados: Incompatibilidade qumica (precipitao); Mandelamina e ciclosporina: Aumentam o risco de nefrotoxicidade das sulfas.

5. CLASSIFICAO:A classificao das sulfonamidas adotada pelos diversos autores extremamente variada. Em linhas gerais, podem ser divididas nos seguintes grupos: Sulfonamidas sistmicas de curta ao: Tm rpida absoro e excreo, exigindo intervalos entre doses de 4 a 6 horas. So utilizadas principalmente em teraputica massal de aves e coelhos (infeces entricas e sistmicas) e em herbvoros (infeces sistmicas). No devem ser usadas isoladamente em carnvoros, pois podem causar cristalria. Como tm atividade bacteriana fraca, devem ser associadas entre si. Bases principais: Sulfametazina, sulfamerazina, sulfaquinoxalina, sulfacloropiridazina, sulfadiazina, sulfanilamida, sulfatiazol, sulfisoxazol, sulfametizol e sulfacetamida; Sulfonamidas sistmicas de ao intermediria: So rapidamente absorvidas e tm eliminao mais lenta que as anteriores, podendo ser administradas, dependendo da base, a intervalos de 8 a 24 horas. So indicadas para o tratamento de infeces urinrias, entricas e sistmicas, sobretudo aquelas que exigem tratamento mais longo. Podem ser usadas em todas as espcies, incluindo carnvoros, pois seu tempo de eliminao prolongado no favorece o aparecimento de cristalria. Neste grupo esto o sulfametoxazol, sulfafenazol, sulfamoxol, sulfametoxina e sulfametonidina; Sulfonamidas sistmicas de ao prolongada: Tm eliminao ultralenta, com meia-vida plasmtica variando entre 17 e 150 horas. Apesar de ideais para carnvoros e cmodas para administrar, pelo grande intervalo entre doses, estas sulfas determinam nveis plasmticos baixos, no penetram no lquido cefalorraquidiano e, na presena de insuficincia renal, podem determinar quadros de intoxicao grave. Bases: Sulfadoxina, sulfametoxipirazina e sulfadimetoxina; Sulfonamidas de uso entrico: So aquelas que, devido a sua baixssima absoro, tm sua ao restrita ao trato gastrointestinal. Aps ingeridas, so hidrolisadas no lmen do clon em sulfanilamida ativa. Bases: Sulfaguanidina, ftalilsulfatiazol, succinilsulfatiazol, ftalilsulfacetamida e nitrossulfatiazol.

Sulfonamidas de uso tpico: So aquelas que, por serem pouco absorvidas e no irritantes para tecidos delicados, so indicadas para uso oftalmolgico (sulfacetamida) ou em queimaduras (mafenida e sulfadiazina argntica).

6. FARMACOCINTICA:a. Absoro e vias de administrao: Todas as sulfonamidas de uso sistmico so prontamente absorvidas pelo trato gastrointestinal. As principais vias de administrao so: Oral: Usada em teraputica massal ou individual. A administrao de produtos que contenham um corretivo fundamental, pois sabor amargo das bases pode reduzir o consumo de gua pelo animal, acarretando em baixa ingesto da droga e desidratao, o que aumenta o risco de intoxicao. Herbvoros adultos s devem receber sulfas por esta via quando o objetivo teraputico for a reduo da flora do trato gastrointestinal, pois em outros casos esta reduo pode determinar srios problemas ao metabolismo do animal. Nos eqinos, alm da reduo da flora, h tambm pouca absoro, pois a droga se liga a certas molculas do contedo estomacal, tornando-se inabsorvvel; Endovenosa: Os sais sdicos, quando administrados por esta via, determinam nveis plasmticos rpidos, mas de curta durao. A via, pela possibilidade de ocorrncia de efeitos colaterais srios, deve ser reservada somente para infeces graves e apenas para as primeiras administraes, continuando-se o tratamento por outra qualquer. A injeo deve ser lenta (mnimo de 10 minutos) e sempre dentro da veia, pois quando erroneamente aplicada no stio perivascular pode determinar irritao e necrose; Intramuscular: Embora existam apresentaes apropriadas para esta via, quase sempre ocorrem irritao e necrose no stio da injeo, principalmente em sunos e eqinos; Intraperitoneal: Via de boa absoro, mas que deve ser evitada, sobretudo quando a soluo utilizada for muito alcalina.; Intra-uterina: A associao da uria a uma sulfa foi utilizada, durante muito tempo, para tratamentos locais de infeces uterinas. A uria aumenta a solubilidade da droga, inibe sua ligao a protenas e neutraliza certos antagonistas da mesma. Hoje, com o surgimento de novas drogas e mtodos mais adequados, a associao est em completo desuso; Intramamria: A utilizao de sulfonamidas em tratamentos de mamite tem uma eficincia varivel de acordo com a susceptibilidade do agente, mas no geral no constituem a primeira escolha. b. Distribuio: As sulfas sistmicas de ao curta ou intermediria se distribuem, atravs de difuso passiva, por todo o organismo, inclusive lquido cefalorraquidiano, placenta e leite. As demais sulfonamidas tm distribuio restrita no organismo. Observao importante: O fato de determinada droga atingir a glndula mamria quando administrada sistemicamente no significa que a mesma possa ser usada, por esta via, para o tratamento de mamites, como o caso das sulfonamidas. c. Metabolismo: Ocorre em vrios tecidos (principalmente o fgado) e por diversas vias metablicas. O metabolismo apenas parcial e uma parte da droga administrada eliminada inalterada. Alguns autores responsabilizam os metablitos por determinadas reaes txicas das sulfonamidas, como leses cutneas e fenmenos de hipersensibilizao. d. Excreo: As sulfonamidas so eliminadas pela urina, fezes, bile, leite, suor e lgrimas, mas a via renal a principal. A acidificao da urina aumenta a meia-vida plasmtica da maioria das sulfonamidas, mas tambm eleva o risco de cristalria; ao contrrio, a alcalinizao as torna mais solveis e acelera sua eliminao. Observao: Tambm para as sulfonamidas aplica-se a LEI DA SOLUBILIDADE INDEPENDENTE, ou seja, as solubilidades de diversas sulfas so independentes umas das outras. Isto possibilita que associaes de 3 ou mais sulfas sistmicas de curta ao tenham um efeito teraputico aditivo, mas reduzido risco de cristalria.

7. CONTRA-INDICAES E REAES ADVERSAS:As sulfonamidas so contra-indicadas em pacientes com insuficincia heptica ou renal graves, discrasias sanguneas ou sabidamente hipersensveis droga. Devem ser evitadas ou usadas com cuidado em animais com funes heptica ou renal diminudas e naqueles com obstrues urinrias. Em altas doses, podem ser teratognicas e, por isto, devem ser evitadas em gestantes. As sulfonamidas so drogas potencialmente perigosas, determinando efeitos adversos em 5% dos animais que as recebem. As principais alteraes observadas so: Vias urinrias: Sulfonamidas pouco solveis podem cristalizar-se no interior dos tbulos renais, determinando cristalria, hematria e obstrues tubulares renais, sobretudo quando h pH urinrio baixo e reduo no consumo de gua. Clinicamente, observa-se anorexia, depresso, clica e estrangria; Sistema hematopoitico: Podem ocorrer anemia hemoltica aguda, agranulocitose, anemia aplstica e trombocitopenia, com a ocorrncia de hemorragias generalizadas; Intoxicao aguda: Ocorre principalmente com grandes doses ou injees endovenosas rpidas. Pode-se observar sialorria, cegueira, diarria, hiperpnia, excitao, fraqueza muscular, ataxia e rigidez espstica dos membros. Existem relatos de uma eventual susceptibilidade maior em ces da raa Doberman a reaes agudas causadas pelas sulfonamidas; Intoxicao crnica: So descritos na literatura vrios efeitos colaterais de sulfonamidas nas diversas espcies, como: ! Ces: Cianose, opacidade da lente, ceratoconjuntivite seca, reaes de hipersensibilidade, alteraes gastrointestinais e poliartrites; ! Ruminantes: Ictercia e neurite perifrica; ! Aves: Reduo do ganho de peso e da postura, ovos com casca defeituosa e leses renais e hepticas, que determinam aumento na mortalidade do lote.

8. NORMAS GERAIS PARA A PRESCRIO DE SULFAS: Utilizar apenas em infeces agudas produzidas por agentes susceptveis; Fornecer gua em abundncia e, se necessrio, forar seu consumo; Verificar se no existem leses hepticas ou renais que possam dificultar o metabolismo ou a eliminao da droga; Para carnvoros, preferir as sulfas de meia-vida plasmtica longa e alta solubilidade. Se necessrio utilizar sulfonamidas de curta ao, associar pelo menos duas delas. Fornecer doses dobradas nas primeiras 24 horas, visando alcanar mais rapidamente o nvel plasmtico ideal. Suspender imediatamente o tratamento se observados sinais de intoxicao, principalmente mico freqente e urina sanguinolenta.

9. APRESENTAES COMERCIAIS / DOSES: Ftalilsulfatiazol: Anti-Diarrico Valle (V), Ftalil (V), Ftalil (V), Dimicin (H) e Parenterin (H); Mafenida: Otosulf (H); Succinilsulfatiazol: No tem apresentaes no Brasil; Sulfacetamida: Avitrim Antibitico (V), Colrio Farmavet (V), Isopto Cetapred Colrio (H), Oto-Biotic (H), e Paraqueimol (H); Sulfaclorpiridazina: Coxulid Plus (V) e Mictasol com Sulfa (H); Sulfadiazina de prata (= argntica): Dermazine (H), Bactrovet Prata (V); Sulfadiazina: Tribrissen (V), Vetagls Pomada (V), Vetrim Velas (V), e Sulfadiazina (H); Sulfadimerazina = Sulfametazina. Sulfadimetoxina: Sulfatec Inj. (V); Sulfadimidina = Sulfametazina; Sulfadoxina: Borgal (V) e Fansidar (H); Sulfaetoxipiridazina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfafenazol: No tem apresentaes no Brasil; Sulfafurazol: No tem apresentaes no Brasil; Sulfaguanidina: Sulfaguanidina (V); Sulfamerazina: Anti-Diarrico Valle (V) e Kaobiotic (V); Sulfametazina: Biossulfan (V) e Rodissulfa Inj. (V);

Sulfameter: Daimeton (V) e Daiprim (V); Sulfametilpiridina = Sulfametizol; Sulfametina = Sulfameter; Sulfametizol: No tem apresentaes no Brasil; Sulfametonidina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfametopirazina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfametoxazol: Afectrim (V), Sulfaprim (V), Bactrim (H) e Trimexazol (H); Sulfametoxidiazina = Sulfameter; Sulfametoxidina = Sulfameter; Sulfametoxipiridazina: Masti-Frank Pomada Intramamria (V), Sulfinjex (V) Urofen (H) e Uropac (H); Sulfametoxipirimidina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfamezatina = Sulfametazina; Sulfamidina = Sulfaguanidina; Sulfamidodimetilpirimidina = Sulfametazina; Sulfamonometoxina = Sulfameter; Sulfamoxol: Supristol (H); Sulfanilacetamida = Sulfanilamida; Sulfanilamida: Cicatrizantol (V), Ungento Valle (V), Sulfanilamida P (H) e Dermatone (H); Sulfanilamidopirimidina = Sulfadiazina; Sulfanilaminotiazol = Sulfatiazol; Sulfanilguanidina = Sulfaguanidina; Sulfapiridina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfapirimidina = Sulfadiazina; Sulfaquinoxalina: Neo Sulmetina (V), Sulfaquinoxalina Duprat (V) e Vetococ SM (V). Sulfatalidina: No tem apresentaes no Brasil; Sulfatiazol: Anaperan (H), Averol (V), Kaobiotic (V), e Quemisulfan (V); Sulfisoxazol: No tem apresentaes no Brasil.

III. QUINOLONAS:1. MECANISMO DE AOE ESPECTRO ANTIMICROBIANO: As quinolonas so bactericidas por inibio da sntese do DNA. So classificadas em 2 grupos: Primeira gerao: So drogas de espectro reduzido, atuando apenas contra Gram-negativos, principalmente enterobactrias. Neste grupo, esto os cidos nalidxico, oxolnico e pipemdico; Segunda gerao: Tambm chamadas de fluoroquinolonas, so drogas predominantemente ativas contra Gram-negativos, embora algumas delas atuem razoavelmente bem contra Gram-positivos e infeces produzidas por Clamydia, Mycoplasma, Brucella e Mycobacterium. Neste grupo esto enrofloxacina, danofloxacina, norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, rosoxacina, esparfloxacina, lomefloxacina, floroxacina, pefloxacina e aminofloxacina. Como um grupo, as quinolonas de primeira gerao so especialmente indicadas para infeces urinrias e como aditivos de raes de sunos e aves, embora atualmente estejam em desuso. As fluoroquinolonas constituem uma das primeiras escolhas para infeces urinrias e gastrointestinais, onde predominam Gram-negativos, alm de poderem ser usadas como boa alternativa para algumas infeces cutneas, sseas, articulares e de tecidos moles, dependendo do agente envolvido. Existem citaes na literatura de eventual efeito das fluoroquinolonas contra Clamydia e Mycoplasma e, recentemente, est se estudando seu uso em infeces por Erlichia canis. A resistncia bacteriana cruzada entre todas as quinolonas, ou seja, quando uma bactria se torna resistente a uma das drogas, ser tambm a todas as demais. Alguns autores citam a possibilidade de existir tambm uma resistncia cruzada com outros antibiticos, como cefalosporinas, tetraciclinas e cloranfenicol. 2. FARMACOCINTICA: Dependendo da apresentao, podem ser administradas pelas vias oral (exige 2 horas de jejum prvio), SC, IM ou EV. Algumas apresentaes comerciais da enrofloxacina, droga extensivamente utilizada em medicina veterinria, podem causar abscessos se administradas pela via subcutnea, devendo sempre ser aplicadas pela via intramuscular.

A distribuio ampla, embora no atinjam nveis adequados no lquido cefalorraquidiano. A concentrao na urina muito alta, o que faz com que estas drogas sejam especialmente indicadas para o tratamento de infeces do sistema urinrio. As quinolonas sofrem metabolismo parcial e so eliminadas pelos rins. 3. TOXICIDADE: Nusea, vmitos, diarria, dor abdominal, reaes alrgicas cutneas, fotossensibilizao, cristalria (principalmente em animais desidratados) e abortos so reaes que podem ocorrer raramente aps o uso de quinolonas. As drogas devem ser evitadas em portadores de alteraes do SNC e em animais jovens, podendo haver, nestes ltimos, artropatias com leses irreversveis na cartilagem. Estudos realizados em ces indicam que so necessrias doses 2 a 5 vezes maiores que as teraputicas para causar leses nas cartilagens e, de maneira geral, s aparecem sinais clnicos a partir de doses quintuplicadas. De qualquer forma, as quinolonas so contra-indicadas nesta espcie at os 8 meses de idade ou s vezes mais nas raas gigantes, que podem crescer aps este perodo. Nas gestantes, alm do eventual aborto podem haver leses nas cartilagens dos fetos. ATENO: As quinolonas de primeira gerao so extremamente txicas para carnvoros, jamais devendo ser empregadas nestes animais. Alm dos efeitos colaterais comuns a todo o grupo, estas drogas so neurotxicas em ces e gatos, determinando na maioria das vezes o bito do animal. 4. APRESENTAES COMERCIAIS: a. Quinolonas de primeira gerao: cido nalidxico: Nalivet (V), Naluril (H) e Wintomylon (H); cido oxolnico: Oxomid (V) e Oxosol (V); cido pipemdico: Balurol (H) e Uroxina (H). b. Quinolonas de segunda gerao: Aminofloxacina: No tem apresentaes comerciais no Brasil; Ciprofloxacina: Biamotil Colrio/Pomada (H), Ciloxan Colrio/Pomada (H), Ciflox (H) e Cipro (H); Danofloxacina: Advocin (V); Enrofloxacina: Baytril (V), Duotril (V) e Flotril (V); Esparfloxacina: No tem apresentaes comerciais no Brasil; Floroxacina: No tem apresentaes comerciais no Brasil; Levofloxacina: Levaquin (H); Lomefloxacina: Maxaquin (H); Norfloxacina: Bio-Flox (V), Norfloxazol (V), Biamotil Colrio (H), Floxacin (H) e Respexil (H); Ofloxacina: Floxstat (H) e Ofloxan (H); Pefloxacina: Peflacin (H); Rosoxacina: Eradacil (H).

II. NITROFURANOS:Os nitrofuranos so antimicrobianos de amplo espectro, que atuam contra os microrganismos de maneira ainda no muito bem esclarecida, mas provavelmente por inibio de sistemas enzimticos. A maioria deles, quando usado sistemicamente, determina srias reaes adversas, como hipersensibilidade, pneumonite com fibrose, urticria, dermatites, hepatotoxicidade, angioedema, anafilaxia e neurotoxicidade (ataxia e polineuropatias). 1. NITROFURANTONA: Farmacologia: Droga de ao primria bacteriosttica, embora, em altas concentraes, possa atuar como bactericida. Tem como caracterstica importante uma alta atividade em ambientes cidos (p. ex. urina), principalmente sobre bactrias Gram-negativas, mas tambm alguns Gram-positivos. Indicaes: Considerada como um anti-sptico urinrio e no propriamente como um antimicrobiano, a nitrofurantona usada primariamente em ces, embora possa ser empregada em eqinos com infeces baixas do sistema urinrio produzidas por bactrias susceptveis. Seu uso deve ser restrito a infeces de pouca importncia, especialmente as subclnicas.

Farmacocintica: A droga possui rpida absoro no trato gastrointestinal, sobretudo na presena de alimentos, e ampla distribuio no organismo, incluindo lquido cefalorraquidiano e feto. A excreo se d por via renal e os nveis urinrios so muito altos. Contra-indicaes / Efeitos colaterais: A nitrofurantona contra-indicada no tero inicial da gravidez, para recm-nascidos e na insuficincia renal. Raramente, pode causar alteraes hepticas e gastrointestinais, que normalmente so de carter transitrio. Interaes medicamentosas e laboratoriais: As fluoroquinolonas podem ter sua atividade antimicrobiana reduzida quando administradas concomitantemente nitrofurantona. A droga pode ainda alterar exames laboratoriais, causando glicosria e hipoglicemia falsas. Apresentaes comerciais (humanas): Macrodantina, Uro-Furan e Urogen. 2. FURAZOLIDONA (= Furaltadona ou furoxona): Farmacologia / Indicaes: A furazolidona atua, alm da interferncia nos sistemas enzimticos, tambm por inibio da monoamino-oxidase. De maneira geral, no considerada atualmente como droga de primeira escolha em nenhuma situao, mas pode ser usada com algum sucesso em infeces por Trichomonas, Histomonas meleagrides e Giardia, possuindo ainda efeito irregular nas eimerioses; alguns autores propem ainda seu uso como opo para tratamento de enterites causadas por Gram-negativos. A droga freqentemente adicionada s raes como promotora de crescimento e existem apresentaes comerciais para o tratamento das mamites, provavelmente de eficincia duvidosa. Farmacocintica: As caractersticas farmacocinticas da furazolidona no so bem estudadas. Sabe-se apenas que a droga absorvida pelo trato gastrointestinal, mas no atinge nveis adequados para o tratamento de infeces sistmicas. Contra-indicaes / Efeitos adversos: A furazolidona no possui estudos conclusivos sobre qualquer possvel efeito sobre o feto, mas dada sua similaridade com a droga anterior, seu uso na gestao deve ser evitado. Os eventuais efeitos adversos so mnimos e raros, normalmente se limitando a perturbaes gastrointestinais (vmitos, diarrias e outros). Apresentaes comerciais: Giarlam (H), Colestase (H), NF-180 (V), Mastilac (V) e Furalidon-P (V). 3. NITROFURAZONA: usada no tratamento local de feridas contaminadas, tendo como principal vantagem a baixa freqncia de resistncia bacteriana e a inocuidade aos tecidos lesados. Pode tambm ser utilizada para lavagens uterinas e de cavidades externas. Apresentaes comerciais: Furacin (H, V) e Nitrofurazona (H).

ANTIBITICOSI. ANTIBITICOS BETA-LACTMICOS:I.a. PENICILINAS:1. INTRODUO: As penicilinas so os mais antigos antibiticos, mas ainda muito utilizados devido sua grande eficincia para o tratamento de diversas infeces. Inicialmente extradas de cepas do fungo Penicillum notatum, atualmente a maioria semi-sinttica. 2. MECANISMO DE AO, CLASSIFICAO E ESPECTRO ANTIMICROBIANO: As penicilinas so drogas bactericidas por inibio da sntese de mucopeptdeos da parede da clula bacteriana. Podem ser divididas em 2 grandes grupos, as naturais (benzilpenicilinas e derivados) e as semi-sintticas (todas as demais). Quimicamente, podem ser classificadas em: a. Benzilpenicilinas: Drogas de espectro reduzido e, com exceo da penicilina V, no resistentes ao do suco gstrico, devendo ser utilizadas apenas por via parenteral. Neste grupo, temos as penicilinas G sdica, potssica, procana e benzatina, cuja diferena a crescente meia-vida plasmtica, e a fenoximetilpenicilina ou penicilina V. A penicilina G benzatina determina nveis plasmticos muito baixos, s devendo ser utilizada em infeces cujo agente apresente sensibilidade comprovada mesma. Tm atividade contra a

maioria das espiroquetas, cocos aerbicos e bacilos Gram-positivos (gneros Bacillus, Clostridium, Fusobacterium e Actinomyces), podendo ser associadas aos aminoglicosdeos ou s cefalosporinas para aumentar seu espectro; b. Isoxazolilpenicilinas: De espectro similar s benzilpenicilinas, possuem como caracterstica principal a resistncia s beta-lactamases, o que as torna drogas de escolha para o tratamento de infeces cujo agente reconhecidamente produz estas enzimas. Nas demais infeces, seu uso desaconselhado, pois tem uma potncia sabidamente menor que as benzilpenicilinas. Algumas so resistentes ao suco gstrico, podendo ser administradas por via oral. Neste grupo, as representantes so meticilina, nafcilina, oxacilina, cloxacilina e dicloxacilina. So indicadas apenas nas infeces por cocos Gram-positivos, especialmente Staphylococcus produtores de beta-lactamases; c. Aminopenicilinas: Ampicilina, amoxicilina, hetacilina, bacampicilina, pivampicilina, talampicilina, epicilina e ciclaciclina so os representantes deste grupo. Diferem-se das anteriores por apresentarem resistncia ao suco gstrico e terem amplo espectro, atuando contra muitas cepas de aerbicos Gramnegativos, como E. coli, Klebsiella e Haemophilus, embora sem se constituir na droga de primeira escolha nestes casos. Destas drogas, a amoxicilina a mais vivel na medicina veterinria, pois a administrao pode ser feita a intervalos maiores e sua absoro no sofre interferncia do contedo gstrico, como acontece nas demais.

A resistncia bacteriana s penicilinas se d principalmente pela produo de beta-lactamases, enzimas que destroem o anel beta-lactmico da droga, inativando-a. Visando reduzir este processo, elas tm sido associadas ao clavulanato de potssio (=cido clavulnico) ou ao sulbactam, que inativam estas enzimas e ampliam o espectro da associao. Assim, estas penicilinas combinadas passam a ser eficientes contra cepas anteriormente resistentes de E. coli, Pasteurella spp., Staphylococcus spp, Klebsiella, Proteus e outros. d. Penicilinas anti-pseudomonas: Drogas novas e caras, devem ter seu uso evitado em medicina veterinria, pois constituem hoje uma das poucas opes para o tratamento de infeces hospitalares srias em humanos produzidas por Gram-negativos. Neste grupo, esto includas as carboxipenicilinas (ticarcilina e carbenicilina) e as ureidopenicilinas (piperacilina, azlocilina e mezlocilina). Estas drogas tm espectro similar s aminopenicilinas, mas possuem atividade contra vrios Gram-negativos da famlia enterobacteriaceae, incluindo Pseudomonas aeruginosa. Como os bactericidas, as penicilinas so mais ativas contra bactrias em multiplicao. 3. FARMACOCINTICA: a. Absoro / Vias de administrao: A absoro rpida pelas vias parenterais, mas pela via oral incompleta e varivel, exceto para as penicilinas cido-resistentes. Dependendo da apresentao, pode-se usar as vias VO, SC, IM, EV, intra-articular, intramamria e tpica. Embora no descrito em animais, a via tpica pode, no homem, determinar a sensibilizao do organismo droga, fazendo com que ocorra anafilaxia se a mesma for aplicada posteriormente por qualquer via parenteral. Algumas penicilinas tm sua concentrao expressa em unidades internacionais. Quando houver a necessidade de converso, saber que 1 mg = 1.667 UI. b. Distribuio: A distribuio ampla por todo o organismo, embora hajam variaes nas concentraes atingidas nos diversos tecidos e lquidos corporais. Prstata, lquido cefalorraquidiano e humor aquoso apresentam nveis baixos das penicilinas, fazendo com que as mesmas sejam pouco efetivas para o tratamento de infeces nestes locais c. Metabolismo / Eliminao: Apenas 10% da droga circulante no plasma metabolizada por uma via desconhecida, sendo o restante eliminado de forma inalterada pelos rins (90%), bile e leite. A eliminao pode ser retardada pela associao da penicilina probenecida, droga que bloqueia sua secreo tubular; este recurso, entretanto, se tornou desnecessrio com o desenvolvimento das penicilinas de depsito. 4. TOXICIDADE E SADE PBLICA: As reaes colaterais s penicilinas so raras em medicina veterinria, o que permite consider-las como drogas muito seguras. Raramente, podem ocorrer reaes de hipersensibilidade, variveis entre simples erupes

cutneas a choque anafiltico. As formas parenterais so mais passveis de causarem reaes adversas que as orais. Podem ocorrer efeitos colaterais cruzados com outros beta-lactmicos. Algumas espcies exticas (cobras, aves, tartarugas, cobaios e chinchilas) so muito sensveis penicilina G procana. As penicilinas de depsito so potencialmente mais perigosas que as demais, pois uma vez injetadas, permanecem por perodos prolongados no organismo, dificultando o controle das reaes colaterais. Com relao sade pblica, a inobservncia do perodo mnimo entre a aplicao da droga (que varia em funo da meia-vida plasmtica) e o consumo dos produtos do animal pode determinar srias conseqncias para humanos, onde 1 a 5% da populao apresenta sensibilidade mesma. A ingesto de leite com resduos de penicilina por um indivduo hipersensvel pode desencadear um processo anafiltico grave no mesmo. 5. APRESENTAES COMERCIAIS: a. Benzilpenicilinas: Penicilina G: Agrovet (V, procana + potssica + estreptomicina), Benzetacil Veterinrio (potssica + procana + benzatina), Benzetacil (H, benzatina), Propen (V, potssica + procana), Pentabitico (V, potssica + procana + benzatina + estreptomicina), Wycillin (V, potssica + procana) e Despacilina (H, igual ao Wycillin); Observaes importantes: Nas apresentaes comerciais onde se associa mais de uma penicilina G, a dose deve ser sempre calculada a partir daquela que tem maior meia vida plasmtica; A maioria das apresentaes comerciais que veterinrias associam penicilinas estreptomicina contm erros de formulao, que obrigam a administrao de subdoses da penicilina ou doses elevadas da estreptomicina. CUIDADO!!! Penicilina V: Cliacil (H) e Pen-V-Oral (H). b. Aminopenicilinas: Amoxicilina: Amoxicilina (H), Amoxil (H), Clavulin (H, assoc. ao cido clavulnico), Duprancil (V) e Clavamox (V, assoc. ao cido clavulnico); Ampicilina: Ampicilina (V, H), Amplacilina (V, H), e Binotal (H); Hetacilina: No possui apresentaes comerciais no Brasil. c. Isoxazolilpenicilinas: Cloxacilina: Anamastit (V) e Masticilin (V); Dicloxacilina: Dicloxacilina (H); Oxacilina: Oxacilina (H) e Stafcilin-N (H). d. Penicilinas anti-pseudomonas: Carbenicilina: Carbenic