148
 QUIMIOTERÁPICOSANTIMICROBIANOSE ANTIBIÓTICOS Silvia Franco Andrade  Rogério Giuffrida  Márcio Garcia Ribeiro  INTRODUÇÃO Os antibióticos são substâncias produzidas por diferentes espécies de microrganismos (bactérias, fungo s, actinomicetos ), que suprimem o cresciment o de outros microrganismos (bactérias -  bacteriostáticos; fungos - fungistáticos), ou po- dem até mesmo destruí-los (bactérias - bacterici- das; fungos    fungicidas). Os antibióticos dife- rem entre si quanto às suas propriedades físicas, químicas, farmacológicas, espectro de ação, me- canismo de ação e toxicidade. CoNCErros GERAIS Quimioterápico Antimicrobiano    É toda a substância química produzida por síntese labo- ratorial, que apresenta propriedades antimicro-  bianas. Por exemp lo, sulf onamidas, nitro furan os, nitroimidazóis, quinolonas.  Antibiótico   É o quimioterápic o antimicro-biano  produzido ou obtido por microrganismos (exemplo: penicilinas naturais).  Antibiótico Semi-sintético - É o quimioterápico cuja porção fundamental da molécula tenha sido obtida a partir de produtos de organismos vivos (exemplo: penicilinas semi-sintéti-cas - ampicilina, amoxicilina, oxacilina).  Antibiótico Biossintético - É aquele obtido a  part ir de cultura de micro rgan ismos, na qual se acrescentam substâncias capazes de alterar a estrutura molecular do antibiótico que está sendo  produzido (exemplo: penicilina V - fenoxi-me til-  pen ici lina ).  Sintobiótico - Antibiótico obtido exclusivamente  por síntese laboratoria l, porém a partir de  precursores obtidos de microrganismos (exem-  plo: clora nfen icol) .  CLASSIFICAÇÃO  Os quimioterápicos antimicrobianos e anti-  biót icos p odem se r clas sific ados de a cord o com a sua estrutura química (Quadro 3-1), seu me- canismo de ação (Quadro 3.2), seu espectro de ação (Quadro 3.3), e ação bactericida, bacterios- tática, fungicida ou fungistática (Quadro 3-4). O conhecimento básico destas classificações é fundamental para o correto uso terapêutico destas substâncias.  Os quimioterápicos antimicrobianos e an- tibióticos podem atuar sobre muitos ou limita- dos grupos de microrganismos, e assim deno- minados:  Amplo Espectro - Atuam sobre um grande grupo de microrganismos. Exemplo: cloranfeni- col, tetraciclinas, ampicilinas, amoxicilina, gen- tamicina, quinolonas, eritromicina.

Livro Manual de Terapêutica Veterinária

Embed Size (px)

DESCRIPTION

QUIMIOTERÁPICOS ANTIMICROBIANOS E ANTIBIÓTICOS

Citation preview

  • QUIMIOTERPICOS ANTIMICROBIANOS E

    ANTIBITICOS

    Silvia Franco Andrade

    Rogrio Giuffrida

    Mrcio Garcia Ribeiro

    INTRODUO

    Os antibiticos so substncias produzidas por diferentes espcies de microrganismos (bactrias, fungos, actinomicetos), que suprimem o crescimento de outros microrganismos (bactrias -bacteriostticos; fungos - fungistticos), ou po-dem at mesmo destru-los (bactrias - bacterici-das; fungos fungicidas). Os antibiticos dife-rem entre si quanto s suas propriedades fsicas, qumicas, farmacolgicas, espectro de ao, me-canismo de ao e toxicidade.

    CoNCErros GERAIS

    Quimioterpico Antimicrobiano toda a substncia qumica produzida por sntese labo-ratorial, que apresenta propriedades antimicro-bianas. Por exemplo, sulfonamidas, nitrofuranos, nitroimidazis, quinolonas.

    Antibitico o quimioterpico antimicro-biano produzido ou obtido por microrganismos (exemplo: penicilinas naturais).

    Antibitico Semi-sinttico - o quimioterpico cuja poro fundamental da molcula tenha sido obtida a partir de produtos de organismos vivos (exemplo: penicilinas semi-sintti-cas - ampicilina, amoxicilina, oxacilina).

    Antibitico Biossinttico - aquele obtido a partir de cultura de microrganismos, na qual se acrescentam substncias capazes de alterar a estrutura molecular do antibitico que est sendo produzido (exemplo: penicilina V - fenoxi-metil-penicilina).

    Sintobitico - Antibitico obtido exclusivamente por sntese laboratorial, porm a partir de precursores obtidos de microrganismos (exem-plo: cloranfenicol).

    CLASSIFICAO

    Os quimioterpicos antimicrobianos e anti-biticos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura qumica (Quadro 3-1), seu me-canismo de ao (Quadro 3.2), seu espectro de ao (Quadro 3.3), e ao bactericida, bacterios-ttica, fungicida ou fungisttica (Quadro 3-4). O conhecimento bsico destas classificaes fundamental para o correto uso teraputico destas substncias. Os quimioterpicos antimicrobianos e an-tibiticos podem atuar sobre muitos ou limita-dos grupos de microrganismos, e assim deno-minados:

    Amplo Espectro - Atuam sobre um grande grupo de microrganismos. Exemplo: cloranfeni-col, tetraciclinas, ampicilinas, amoxicilina, gen-tamicina, quinolonas, eritromicina.

  • 14 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.1 - Classificao dos quimioterapicos antimicrobianos e antibiticos, segundo sua estrutura qumica

    Monopeptdeos: ciclosserina. Dipeptdeos ((3-lactmicos): penicilinas, cefalosporinas.

    Polipetdeos: polimixinas, bacitracina, fusafungina, tirotricina, gramicidina. Glicopeptdeos: vancomicina, bleomicina.

    Cloranfenicol (derivado do propanodiol), aminoglicosdeos, lincosaminas, novobiocina.

    Macroldeos, rifamicinas, anfotericina B, nistatina, cido fusdico, griseofulvina,

    tetraciclina.

    Fosfomicinas.

    QUADRO 3.2 - Classificao dos quimioterapicos antimicrobianos e antibiticos, segundo seu mecanismo de ao

    QUADRO 3.3 - Classificao dos quimioterapicos antimicrobianos e antibiticos, segundo seu espectro de ao

    Penicilinas, cefalosporinas, macroldeos, bacitracina. Aminoglicosdeos, polimixinas.

    Cloranfenicol, tetraciclinas, ampicilina, cefalosporinas, fluorquinolonas.

    Estreptomicina, rifamicina.

    Tetraciclinas, tiamulin, fluorquinolonas, tilosina, eritromicina.

    Tetraciclinas, cloranfenicol.

    Tetraciclinas, eritromicina, fluorquinolonas.

    Penicilinas, eritromicina, cefalosporinas e tetraciclinas.

    Anfotericina B, nistatina, griseofulvina.

    Tetraciclinas, eritromicina.

    Exemplos Estrutura qumica

    Derivados de aminocidos Derivados de acares

    Derivados de acetato e

    proprionato

    Diversos

    Mecanismo de ao Exemplos

    Inibem a sntese da parede

    celular microbiana

    Interferem na atividade da

    membrana celular

    microbiana

    Interferem na replicao

    gentica

    Interferem no cromossomo

    Drogas antimetablicas

    P-lactmicos: penicilinas, cefalosporinas, fosfomicinas. No

    P-lactmicos: bacitracina, vancomicina, ciclosserina.

    Polimixina, anfotericina B, nistatina, colistina.

    Formao de protenas defeituosas: aminoglicosdeos.

    Perturbao da traduo da informao gentica: cloranfenicol, tetraciclinas,

    macroldeos.

    Quinolonas, cido nalidxico, cido pipemdico, novobiocina, griseofulvina. Sulfas,

    nitrofuranos, amprlio, trimetoprim.

    Exemplos Espectro de ao

    Bactrias Gram-positivas

    Bactrias Gram-negativas

    Bactrias Gram-positivas

    e Gram-negativas

    Micobactrias

    Micoplasma

    Riqutsias

    Clamdias

    Espiroquetas

    Fungos

    Protozorios

  • Quimioterapicos Antimiaoblanos e Antibiticos 15

    QUADRO 3.4 - Classificao dos quimioterapicos antimicrobianos e antibiticos segundo a ao bactericida, bacteriosttica, fungicida ou fungisttica

    Exemplos

    Penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosdeos, quinolonas, rifamicinas, polimixinas,

    polipeptdeos.

    Cloranfenicol, tetraciclinas, macroldeos, lincosaminas, sulfas, trimetoprim,

    novobiocina.

    Anfotericina B, nistatina. Griseofulvina.

    Pequeno Espectro - Atuam sobre um limitado grupo de microrganismos. Por exemplo: peni-cilinas naturais (penicilina G cristalina, procana, benzatina), penicilina V, estreptomicina, neomicina, bacitracina, polimixina, espiramicina, oleando-micina, anfotericina B, nistatina, griseofulvina.

    Os principais efeitos txicos dos antibiticos esto listados no quadro 3.5 e as contra-indicaes do seu uso durante a gravidez e lactao esto descritas no quadro 3.6.

    O tempo mnimo, geralmente, de urna antibio-ticoterapia varia em mdia de 5 a 7 dias, porm, muitas patologias requerem uma durao diferen-ciada. Abaixo esto listadas algumas patologias com a sua durao mdia de antibioticoterapia:

    Artrite sptica: 14 dias Brucelose: 30 dias Cistite recorrente: 15 a 30 dias Dermatofitose: 3 a 6 semanas Doena inflamatria plvica: 24 dias

    QUADRO 3.5 - Principais efeitos txicos e reaes adversas dos antibiticos e quimioterapicos antimicrobianos

    1. Necrose tubular aguda.

    2. Obstruo intratubular (cristalria).

    3. Nefropatia tubular aguda.

    4. Nefrite intersticial aguda.

    Degenerao parenquimatosa.

    1. Ototoxicidade (leso do oitavo par do nervo craniano).

    2. Bloqueio neuromuscular.

    3. Tremores (em pacientes suscetveis).

    Leso do revestimento mucoso das vias gastrintestinais

    (ex.: colite pseudomembranosa).

    Depresso da medula ssea (anemia aplsica).

    Eroso da cartilagem articular em ces jovens de

    crescimento rpido.

    Reduo da atividade microssomal heptica.

    Ao

    Bactericida

    Bacteriosttica

    Fungicida

    Fungisttica

    Efeito txico Mecanismo Exemplos

    Nefrotoxicidade

    Hepatotoxicidade

    Neurotoxicidade

    Enterocolo-

    toxicidade

    Toxicidade

    medular

    Artropatia Inibidores do

    metabolismo de

    outras drogas

    Aminoglicosdeos, tetraciclinas, polimixinas.

    Sulfonamidas.

    Cefalosporinas.

    Sulfonamidas.

    Tetraciclinas, eritromicina, griseofulvina.

    Aminoglicosdeos.

    Aminoglicosdeos, polimixina.

    Quinolonas, metronidazol.

    Ampicilina, lincomicina, clindamicina.

    Cloranfenicol. Trimetoprim.

    Quinolonas.

    Cloranfenicol, tetraciclinas.

  • 16 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.6

    - Cuidados com a antJbiotlcoterapia durante a gravidez e lactao

    Antibiticos Seguros Gravidez

    Lactao

    Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina. Penicilinas, cefalosporinas, eritromicina, lincosaminas,

    metronidazol.

    Antibiticos Contra-indicados

    Gravidez

    Lactao

    Tetraciclinas (descolorao e displasia dentria, retardo do crescimento sseo), cloranfenicol (sn-drome

    cinzenta), trimetoprim (teratogenicidade), metronidazol (teratogenicidade), griseofulvina

    (teratogenicidade), aminoglicosdeos (ototoxicidade). Cloranfenicol ( mielossupresso e aplasia de

    medula), tetraciclinas (descolorao e displasia dentria), isoniazida (deficincia de piridoxina).

    Antibiticos Utilizados com Cautela Gravidez

    Lactao

    Sulfas (hemlise e kernicterus no recm-nascido), nitrofurantona (hemlise). Quinolonas (eroso da

    cartilagem articular em ces jovens), aminoglicosdeos (ototoxicidade) (hemlise).

    sulfas

    Endocardite bacteriana aguda: 28 a 42 dias Erliquiose: 14 a 30 dias Faringite exsudativa: 10 a 15 dias Gastrite por Helicobacterspp.: 14 21 dias Gastroenterite bacteriana: 7 a 14 dias Leptospirose bovina: l a 3 dias Leptospirose canina: 7 a 14 dias Meningite: 14 dias Osteomielite: 42 dias Pericardite: 28 dias

    Pielonefrite: 14 a 21 dias (casos graves: 4 a 6 semanas) Piodermite superficial: 21 dias Piodermite profunda: 30 a 60 dias

    Pneumonia estafiloccica: 28 dias

    ASSOCIAO DE AIMTIMICRBIANOS

    O uso isolado de um antibitico ou quimio-terpico antimicrobiano especfico a teraputica mais recomendada na maioria dos casos, porm h situaes que requerem a associao de

    antimicrobianos (Quadro 3.7), como infeces graves (exemplo: septicemia); infeces mistas;

    retardar ou evitar o aparecimento de resistncia bacteriana; para obter sinergismo e aumentar a

    eficincia teraputica; no tratamento de pacientes imunossuprimidos, que geralmente apresentam

    resposta teraputica deficiente. A regra bsica de associao de antimicrobianos leva em considerao a sua ao biolgica ou o seu mecanismo de ao, da seguinte maneira:

    Ao Biolgica

    bactericida + _ bactericida

    bacteriosttico + _ bacteriosttico

    bactericida + _, bacteriosttico '

    sinergismo ou efeito aditivo

    antagonismo ou sinergismo

    sinergismo, antagonismo ou efeito aditivo

  • Mecanismo de Ao

    parede celular + _ parede celular

    parede celular +

    membrana

    citoplasmtica

    parede celular + formao de protenas defeituosas

    parede celular + pert. da traduo da informao gentica

    sinergismo

    sinergismo

    sinergismo

    antagonismo

  • Qu/mioterpicos Antimicrobianos e Antibiticos 17

    QUADRO 3.7 - Principais associaes de antimicrobianos

    Bactericida + bactericida

    Bacteriosttico + bacteriosttico

    Bactericida + bacteriosttico

    Bacteriosttico + bacteriosttico

    Bactericida + bacteriosttico

    Penicilinas + aminoglicosdeos

    Cefalosporinas + penicilinas

    Quinolonas + penicilinas

    Quinolonas + aminoglicosdeos

    Sulfa + trimetoprim

    Cloranfenicol + polimixinas

    Sulfas + polimixinas

    Lincosaminas + macroldeos

    Lincosaminas + cloranfenicol

    Macroldeos + cloranfenicol

    Macroldeos + tetraciclinas

    Novobiocina + tetraciclina

    Penicilinas + cloranfenicol

    Penicilinas + tetraciclinas

    Penicilinas + lincosaminas

    Penicilinas + macroldeos

    Cefalosporinas + cloranfenicol

    Cefalosporinas + lincosaminas

    Cefalosporinas + macroldeos

    RESISTNCIA A ANTIMICROBIANOS

    O aparecimento de resistncia a antimicrobianos um dos grandes problemas da Medicina e da Veterinria, e causada basicamente pela evoluo das bactrias, ou seja, pela mutao espontnea e recombinao de genes (reproduo), que criam variabilidade gentica sobre a qual atua a seleo natural aos mais aptos. As drogas atuam como agentes seletivos, favorecendo as raras bactrias resistentes, presentes na populao de um determinado ambiente. O desenvolvimento de resistncia pode se dar por resistncia cromossomal como resultado de mutao espontnea, ou por mecanismos de transferncia de material gentico e plasmdeos, de uma bactria para outra, atravs de transduo, transformao, conjugao ou transposio. Os mecanismos de resistncia bac-teriana incluem: produo enzimtica (produo de enzimas pela bactria que inativam a droga), diminuio da permeabilidade da parede celular, aumento do transporte ativo da droga para fora da clula, alterao do receptor da droga ou do local de ligao, desenvolvimento de vias metablicas alternativas. Os fatores que favorecem a seleo e a disseminao de resistncia aos antimicrobianos so:

    utilizao abusiva das drogas (em hospitais, clnicas, etc.), uso indiscriminado e incor-reto (venda

    livre, automedicao, subdoses, intervalos entre doses errados, no realizao de cultura e

    antibiograma para seleo do antibitico, associao de antibiticos incorreta promovendo

    antagonismo, doenas virais, etc.), pacientes imunossuprimidos, uso de antimicrobianos em rao

    animal.

    A situao preocupante, pois o esforo para descobrir e sintetizar novos antibiticos leva anos, e

    j est sendo utilizada a sexta gerao de penicilinas, a quarta de cefalospori-nas e a terceira de

    quinolonas. Portanto, o uso racional dos antimicrobianos e a pesquisa cada vez maior de novos

    grupos so fundamentais para o controle da resistncia.

    A sugesto de tratamento antimicrobiano apropriado, segundo seu agente etiolgico, est descrita

    no quadro 3.8.

    Tipo de associao Exemplo Efeito

    Sinergismo

    Antagonismo

  • 18 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, sunos, ces e gatos, segundo o agente etiolgico BOVINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 * Escolha

    Droga 2' Escolha

    Actinobacilose

    Actinobacillus

    Penicilina G +

    Tetraciclinas

    lignieresii

    Estreptomicina

    Actinomicose

    Actinomyces bovis

    Penicilina G +

    Tetraciclinas

    Estreptomicina

    Anaplasmose

    Anaplasma marginale

    Tetraciclinas

    Imidocarb

    Diamidinas

    aromticas Antrax

    Baclus anthracis

    Penicilina G

    Eritromicina

    Tetraciclina

    Cefalosporinas Babesiose

    Babesia bigemna

    Imidocarb

    Babesia bovis

    Diamidinas aromticas

    Botulismo

    Clostridium sp.

    Penicilina G

    Clindamicina

    Tetraciclina Borreliose

    Borrelia burgdorferi

    Tetraciclina

    (doena de Lyme)

    Penicilina G

    Ceratoconjuntivite

    Moraxella bovis

    Tetraciclinas

    Cloranfenicol infecciosa

    Penicilina G +

    bovina

    Estreptomicina

    Colibacilose

    Escherichia coli

    Aminoglicosdeos

    Ampicilina

    Sulfa + Trimetoprim

    Cefalosporinas

    Tetraciclinas

    Eimeriose

    Eimeria bovis

    Sulfonamdicos

    Eimeria zuernii

    Sulfa + Trimetoprim

    Eimeria psoidalis

    Nitrofuranos

    Estreptotricose

    Dermatophilus

    Penicilina G +

    Oxitetraciclina cutnea

    congolensis

    Estreptomicina

    Espiramicina (dermatoflose)

    Infeces

    Gram-positivos

    Penicilina G

    Respiratrias

    Gram-negativos

    Ampicilina

    Enrofloxacina

    Cloranfenicol

    Gentamicina

    Leptospirose

    Leptospira pomona

    Penicilina G +

    Tetraciclinas

    Leptospira hardjo

    Estreptomicina

    Ampicilina

    Estreptomicina

    Listeriose

    Listeria

    Penicilina G +

    Sulfa + Trimetoprim

    monocytogenes

    Gentamicina

    Ampicilina

    Tetraciclina

    Necrobacilose

    Fusobacterium

    Penicilina G +

    Tetraciclinas interdigital

    necrophorum

    Estreptomicina

    Clindamicina (podrido dos

    Bacteroides nodosus

    Sulfonamdicos

    Metronidazol cascos)

    (Continua)

  • Qumioterpicos Antlmicrobanos e Antibiticos 19

    QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, sunos, ces e gatos, segundo o agente etiolgico (Continuao) BOVINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 * Escolha

    Droga 2* Escolha

    Onfaloflebite

    Gram-positivos

    Penicilinas

    Enrofloxacina

    Gram-negativos

    Cloranfenicol

    Aminoglicosdeos

    Pielonefrite

    Corynebacterium sp.

    Penicilina G

    Eritromicina contagiosa

    Ampicilina

    Tetraciclina bovina

    Salmonelose

    Salmonella sp.

    Sulfa + Trimetoprim

    Cloranfenicol

    Cefalosporinas

    Ampicilina

    Aminoglicosdeos

    Septicemia em

    Haemophilus somnus

    Penicilina G

    Tetraciclinas bovinos

    Ampicilina

    EQUINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 ' Escolha

    Droga 2* Escolha

    Actinobacilose

    Actnobacillus equuli

    Estreptomicina

    Sulfa + Trimetoprim (septicemia em

    Ampicilina

    potros)

    Borreliose

    Borrelia burgdorfer

    Tetraciclina

    (doena de Lyme)

    Penicilina G

    Broncopneumonia

    Rhodococcus equi

    Eritromicina +

    Penicilina + supurativa em

    Rifampicina

    Gentamicina potros

    Erliquiose

    Ehrlichia equi

    Tetraciclinas

    Cloranfenicol

    Garrotilho

    Streptococcus equi

    Penicilina G +

    Eritromicina

    Estreptomicina

    Ampicilina

    Infeces cutneas

    Staphylolococcus

    Penicilinas

    Cefalosporinas

    aureus

    Enrofloxacina

    Infeces

    Streptococcus equi

    Penicilina G

    Cefalosporinas pulmonares

    Gram-negativos

    Eritromicina

    Infeces renais

    Gram-positivos

    Ampicilinas

    Aminoglicosdeos

    Gram-negativos

    Cefalosporinas

    Sulfa + Trimetoprim Leptospirose

    Leptospira pomona

    Penicilina G +

    Tetraciclinas

    Leptospira hardjo

    Estreptomicina

    Ampicilina

    Estreptomicina

    Linfagite ulcerativa

    Corynebacterium

    Penicilina G +

    Eritromicina

    pseudotuberculosis

    Estreptomicina

    Mormo

    Pseudomonas

    Sulfa + Trimetropim

    mallei

    Nutaliose

    Babesia equi

    Imidocarb

    (Babesiose)

    Babesia caballi

    Diamidinas aromticas

    (Continua)

  • 20 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.8 - Antiboticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, sunos, ces e gatos, segundo o agente etiolgico (Continuao) EQUINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 * Escolha

    Droga 2* Escolha

    Onfaloflebite

    Streptococcus equi

    Actinobacillus equuli

    Penicilina G + Estreptomicina

    Estreptomicina Ampicilina

    Cefalosporinas Sulfa +

    Trimetoprim

    Pododermatites

    Gram-positivos Gram-

    negativos

    Penicilinas Cloranfenicol

    Aminoglicosdeos Tilosina

    Tripanossomase

    Trypanossoma equiperdum

    Diamidinas aromticas

    SUtNOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1* Escolha

    Droga 2S Escolha

    Artrite

    Mycoplasma hyorhinis

    Mycoplasma hyosynoviae

    Tetraciclinas Quinolonas Tiamulim

    Tilosina Lincomicina

    Espiramicina Eritromicina

    Canddiase (monolase)

    Cndida sp.

    Nistatina

    Cetoconazol

    Cistite/Pielonefrite em

    porcas

    Eubacterium suis

    Sulfa + Trimetoprim Penicilina G

    Tetraciclinas

    Colibacilose

    Escherichia coli

    Aminoglicosdeos Sulfa +

    Trimetoprim Tetraciclinas

    Ampicilina Cefalosporinas

    Enterite hemorrgica

    Brachyspira hyodysenteriae

    Diidroestreptomicina Tilosina

    Tiamulim

    FtalilssulfatiaZol

    Erisipela suna

    Erysipeloth rix rhusiopathiae

    Penicilina G

    Tetraciclinas

    Pasteurelose

    Pleuropneumonia em

    sunos

    Pausteurella sp.

    Haemophilus

    pleuropneumoniae

    Sulfa + Trimetoprim Penicilina G

    Quinolonas Sulfa + Trimetoprim

    Gentamicina

    Tetraciclinas Cefalosporinas

    Penicilina G Ampicilina

    Tetraciclina

    Pneumonia enzotica

    Mycoplasma sp.

    Tetraciclina Tiamulin

    Tilosina Lincomicina

    Quinolonas

    Eritromicina Rinite atrfica suna

    Bordetella broncbiseptica

    Pasteurella multocida

    Sulfa + Trimetoprim Penicilina G

    Ampicilina Quinolona

    Tetraciclinas Tilosina

    Cefalosporinas

    Salmonclosc

    Salmonetta sp.

    Sulfa + Trimetoprim

    Cefalosporinas

    Cloranfenicol Ampicilina

    (Continua)

  • Qutmioterpicos Antimicroblanos e Antibiticos 21

    QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, sunos, ces e gatos, segundo o agente etiolgico (Continuao) CANINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 * Escolha

    Droga 2* Escolha

    Babesiose

    Babesia canis

    Imidocarb

    Diaminas aromticas

    Brucelose

    Brucella canis

    Sulfa + Trimetoprim

    Minociclina +

    Tetraciclinas

    Estreptomicina

    Borreliose (doena de

    Lyme)

    Borrelia burgdorferi

    Tetraciclina Penicilina G

    Eimeriose

    Eimeria sp.

    Sulfonamidas

    Erliquiose

    Ehrlichia canis

    Doxiciclina Tetraciclinas

    Cloranfenicol

    Gengivite

    Gram-positivos Gram-negativos

    Bacteroides sp.

    Penicilinas Clindamicina

    Metronidazol + Penicilinas

    Doxiciclina

    Espiramicina Eritromicina

    Giardasc

    Giardia sp.

    Metronidazol

    Hemobartonelose

    Haemobartonetta

    Tetraciclinas

    canis

    Penicilina G

    Infeces cutneas

    (piodermites)

    Stapbylococcus aureus S.

    pyogenes Streptococcus sp.

    Amoxicilina Enrofloxacina

    Eritromicina Cefalosporinas

    Lincomicina

    Tetraciclinas Doxiciclina Sulfa

    + Trimetoprim

    Infeces respiratrias

    Streptococcus sp. Staphylococcus

    sp.

    Ampicilina Amoxicilina

    Amicacina

    Lincomicina Tilosina

    Cloranfenicol

    Cefalosporinas Enrofloxacina

    Gentamicina

    Cloranfenicol

    Infeces urinrias

    Stapbylococcus sp. Escherichia

    coli Klebsiella pneumoniae

    Pseudomonas aeruginosa

    Gentamicina Quinolonas

    Cefalosporinas Penicilinas

    Nitrofuranos

    Sulfa + Trimetoprim

    Leptospirose

    Leptospira canicola Leptospira

    icterohaemorrbagiae

    Penicilina G +

    Estreptomicina Ampicilina

    Estreptomicina

    Tetraciclinas

    Neosporose

    Neospora caninum

    Clindamicina

    Pirimetamina + sulfonamida

    Nocardiose

    Nocardia sp.

    Sulfa + Trimetoprim

    Ampicilina Amicacina

    Minociclina

    (Continua)

    ,

    j

  • 22 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.8 - Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos, equinos, sunos, ces e gatos, segundo o agente etiolgico (Continuao) CANINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 * Escolha

    Droga 2S Escolha

    Otite externa

    Staphylococcus sp.

    Streptococcus sp.

    Pseudomonas

    Gentamicina Quinolonas

    Tobramicina

    Cefalosporinas Eritromicina

    Cloxacilina

    aeruginosa

    Polimixinas Neomicinas

    Cloranfenicol

    Prostatte

    E. coli Proteus

    Eritromicina Clindamicina

    Sulfa + Trimetoprim

    Staphylococcus sp.

    Streptococcus sp.

    Cloranfenicol Quinolonas

    Tosse dos canis

    Bordetetta bronchiseptica

    Sulfa + Trimetoprim

    Tetraciclinas

    Toxoplasmose

    Toxoplasma gondii

    Clindamicina

    Pirimetamina + sulfonamida

    Sulfadiazina

    FELINOS Patologia

    Etiologia

    Droga 1 ! Escolha

    Droga 2* Escolha

    Eimeriose

    Eimeria sp.

    Sulfonamidas

    Giardase

    Giardia sp.

    MetronidaZol

    Hemobartonelose

    Haemobartonella

    Tetraciclinas

    canis

    Penicilina G

    Infeces cutneas

    Staphylococcus aureus

    Amoxicilina Enrofloxacina

    Tetraciclinas Doxiciclina

    (piodermites)

    S. pyogenes Streptococcus

    sp.

    Eritromicina Cefalosporinas

    Lincomicina

    Sulfa + Trimetoprim

    Infeces respiratrias

    Streptococcus sp.

    Staphylococcus sp.

    Ampicilina Amoxicilina

    Cefalosporinas Enrofloxacina

    Lincomicina Tilosina

    Cloranfenicol Gentamicina

    Infeces urinrias

    Staphylococcus sp.

    Escherichia coli Klebsiella

    pneumoniae

    Pseudomonas

    Gentamicina Quinolonas

    Cefalosporinas Penicilinas

    Sulfa + Trimetoprim

    Pneumonite felina

    Chlamydia psittaci

    Tetraciclina Eritromicina

    Quinolonas Cloranfenicol

    Rifampicina

    Toxoplasmose

    Toxoplasma gondii

    Clindamicina

    Pirimetamina + sulfonamida

    Sulfadiazina

  • Quimioterpcos Antlmicrobianos e Antibiticos 23

    QUIMIOTERPCOS ANTIMICROBIANOS

    SULFONAMIDAS

    Caractersticas Gerais - So quimioterpi-cos derivados da sulfanilamida, que se caracterizam por conter molculas de enxofre e grupamentos amina na molcula. As sulfas so divididas em cinco tipos: sulfas de rpida absoro e excreo (sulfatiazol, sulfadiazina), sulfas de rpida absoro e excreo lenta (sulfametoxazol), sulfas de rpida absoro e excreo lenta com ao prolongada (sulfadimetoxina), sulfas de absoro rpida e excreo muito lenta e ao muito prolongada (sulfadoxina), sulfas no absorvveis via oral (sulfaguanidina), e sulfas de uso tpico.

    Mecanismo de Ao - As sulfas competem com o cido para-aminobenzico (PABA), um precursor do cido flico. O cido flico precursor de substncias que vo formar os cidos nuclicos bacterianos. So quimioterpicos bac-teriostticos.

    Espectro de Ao - As sulfas so ativas frente a bacilos Gram-negativos entricos, cocos aer-bicos Gram-positivos, clamdias, Toxoplasma e outros coccdeos. So drogas alternativas para o tratamento da pneumocistose e infeces causadas por Gram-negativos no fermentadores. Fuso-bacterium, Clostridium perfringens e actinomi-cetos so na maioria sensveis. O efeito das sulfas potencializado pelo trimetoprim.

    Farmacocintica - As sulfas so, na maioria das vezes, absorvidas via oral. Atingem concentraes teraputicas em quase todos os tecidos corpreos, pois so muito lipossolveis. Ligam-se a protenas plasmticas de forma varivel. No SNC, a concentrao do frmaco depende do tipo de sulfa. As sulfas so metabolizadas no fgado e excretadas na forma ntegra ou me-tabolizada plos rins. No atuam em locais ricos em PABA como as infeces piognicas, ou tecidos necrticos contendo sangue.

    Resistncia Bacteriana - A Leptospira, Klebsiella e Pseudomonas aeruginosa so resistentes s sulfas. Atualmente, um largo nmero de bactrias Gram-negativas vem desenvolvendo resistncia a estes frmacos.

    Efeitos Adversos

    Em geral, so relatados em humanos, distrbios das vias urinrias (cristalria, hematria, obstrues) e transtornos hemato-poiticos (trombocitopenia e leucopenia). Em ces, estes efeitos no foram observados em doses teraputicas. Outros efeitos txicos so relacionados com cada tipo de sulfa (diteses hemorrgicas, ceratoconjuntivite seca, catarata). Em felinos, h relatos de insuficincia renal, e em ces, ceratoconjuntivite seca.

    Usos Teraputicos e Doses - As sulfas esto indicadas no tratamento de todos os germes sensveis a elas. Esto indicadas no tratamento de processos respiratrios, infeces renais em ces, e infeces por Gram-negativos aerbicos em geral. Podem ser utilizadas tambm nas cocci-dioses em geral e em especial na toxoplasmose. As sulfas podem ser satisfatoriamente empregadas para tratamento das infeces do trato gastrentrico.

    Ces, gatos, equinos, bovinos e sunos: - Sulfadiazina: 50 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Sulfametoxazol: 50 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas. - Sulfadimetoxina: 27,5 mg/kg, IV, IM, VO, a cada 12 horas. - Sulfadoxina: 100 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 24 ou 48 horas. - Sulfaguanidina: 100 a 250 mg/kg, VO, a cada 12 horas.

    Apresentao - As principais apresentaes de sulfonamidas esto descritas no quadro 3.9-

  • DERIVADOS DO NITROFURANO

    Caractersticas Gerais - So quimioterpicos derivados do 5-nitrofufural, com um grupamento nitroso na poro 5 do anel furano. Pertencem a este grupo a nitrofurazona, a furazoli-dona e a nitrofurantona. Mecanismo de Ao - Os derivados do nitrofurano so substncias bacteriostticas que inibem a acetilcoenzima A do ciclo de Krebs, causando bloqueio no metabolismo bacteriano. Em algumas situaes podem ser bactericidas

  • 24 Manual de Terapulca Veterinria

    QUADRO 3.9 - Principais formulaes das sulfonamidas utilizadas em Medicina Veterinria e disponveis no Brasil

    Apresentao Nome comercial Princpio ativo

    Ibatrin p e ibatrin

    injetvel*(V)

    Sulfadiazina +

    trimetoprim

    Susp. oral: 200 mg de Sulfadiazina + 40 mg de trimetoprim - frascos

    de 20 ml.

    Susp. injetvel (frasco-ampola): 4 g de Sulfadiazina + 0,8 g tri-

    metoprim.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8 g de trime-

    toprim frasco de 15 ml.

    Sol. Injetvel (cada 100 ml - frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8

    g de trimetoprim - frascos de l, 20 e 50 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg tri-

    metoprim/ml.

    Susp. oral com 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg trimetoprim/ml -

    frasco de 200 ml.

    Tabletes com l g de Sulfadiazina + 0,2 g de trimetoprim - caixa

    com 30 tabletes.

    Susp. com sulfametoxazol: 4 g + trimetoprin 0,8 g/100 ml em

    frascos de 100 e 250 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 150 mg de sulfametoxazol e 40 mg

    de trimetoprim - frascos de 20 e 100 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 25 mg de sulfametoxazol + 5 de tri-

    metoprim - frascos de 20 ml.

    Comprimidos de 500 mg de sulfametozaxol + 100 mg de trimetoprim

    caixa com 100 comprimidos.

    Susp. oral com 4g de sulfametoxazol + 0,8 g de trimetoprim/ 100

    ml - frascos com 100 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 200 mg de sulfametoxazol + 40 mg de

    trimetoprim/ml - frascos de 20 e 50 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 20 g de sulfametoxazol + 4 g de tri-

    metoprim/100 ml - frascos de 50 ml.

    Comprimidos de 400 e 800 mg de sulfametoxazol associados a

    80 ou 160 mg de trimetoprim - caixas com 20 comps.

    Susp. oral: sulfametoxazol - 200 ou 400 mg/5 ml + 40 ou 80 mg de

    trimetoprim - frasco com 100 ml.

    Sol. injetvel: 400 mg de sulfametoxazol + 80 mg de trimetoprim 5

    ml.

    Sol. injetvel: 25 g/100 ml - frasco de 100 ml.

    Sol. injetvel: 200 mg/ml - frascos de 100 e 250 ml.

    Sol. injetvel de 20 g/100 ml de sulfadoxina e 4 g de trimetoprim.

    Comprimidos de 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina

    - caixa com 50 comps. Soluo injetvel: ampolas de 2,5 ml com

    500 mg de sulfadoxina

    + 25 mg de pirimetamina.

    Comprimidos de 500 mg - caixas de 200 comprimidos.

    Sulfamax(v) Supertrim

    injetvel,,

    Tribissen injetvel e

    oral18

    ,,,,

    Vetrin velas(v)

    Antiinfeccioso oral(v)

    Diastin(V)

    Sulfametoprim(v)

    Sulfaprim

    comprimidos^

    Sultrin suspenso*(v)

    Tridoxin(v) Trissulfin

    injetvel(v) Bactrim

    Sulfametoxazol

    + trimetoprim

    Bactrim infuso

    venosa(H)

    Sulfadimetoxina In-201%

    Sulfatec injetvel(v)

    Borgal%

    Fansidar,0,

    Sulfadoxina

    Sulfaganidina

    calbos,,,,

    Sulfaganidina

  • Qulm/olerpicos Antimicroblanos e Antibiticos 2 5

    Espectro de Ao - Atuam sobre Gram-po-sitivos, Gram-negativos, Trypanossoma, Giardia, Trichomonas e Cndida.

    Farmacocintica - A nitrofurazona empregada apenas topicamente. A furazolidona absorvida via oral e metabolizada nos tecidos, sendo apenas 5% da dose administrada excretada na urina. A nitrofurantona absorvida via oral e rapidamente excretada via biliar e renal, no apresentando concentraes adequadas nos tecidos extra-urinrios e extra-intestinais.

    Resistncia Bacteriana - A resistncia bac-teriana frequente em Gram-negativos e varivel para Gram-positivos. Pseudomonas, Klebsiella e Proteus so resistentes.

    Efeitos Adversos

    Doses elevadas causam neurotoxicidade perifrica. Em doses adequadas, pode provocar nuseas, vmitos e com menos frequncia discrasias sanguneas e problemas alrgicos.

    Usos Teraputicos e Doses - Em animais de produo, os derivados do nitrofurano devem ser evitados, pois deixam resduos em carne ou leite. A nitrofurazona utilizada topicamente no tratamento de feridas superficiais contaminadas e abscessos. A furazolidona indicada no tratamento de enterites bacterianas. A nitrofurantona, no atua sistemicamente, sendo indicada apenas em infeces urinrias por gram-negativos.

    Ces e gatos: - Furazolidona: 4 mg/kg, a cada 12 horas. - Nitrofurantona: 2,5 mg/kg, a cada 6 horas.

    Apresentao - O quadro 3.10 apresenta as principais formulaes de derivados do nitrofu-rano utilizadas em Medicina Veterinria e dispo-nveis no Brasil.

    QUILONOMAS

    Caractersticas Gerais - As quinolonas so um grupo de agentes antimicrobianos bacterici-das de amplo espectro e grande utilidade tanto na Medicina quanto na Veterinria. Existem atual-mente trs geraes de quinolonas: quinolonas de primeira gerao (cido nalidxico e cido oxonlico) utilizadas antigamente como antisspti-cos urinrios e consideradas de pequeno espectro; quinolonas de segunda gerao (fluorqui-nolonas - norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, pefloxacina, enrofloxacina, danofloxacina, orbiflo-xacina e marbofloxacina) so as mais utilizadas atualmente na veterinria, com amplo espectro de ao, baixa toxicidade e concentraes excelentes no sangue e tecidos; quinolonas de terceira gerao (levofloxacina, esparfloxacina) com espectro de ao similar s de segunda gerao, alm de serem eficazes contra o Streptococcus pneumoniae.

    Mecanismo de Ao - Inibio da DNA girase bacteriana, enzima que controla a direo e extenso do espiralamento das cadeias de DNA.

    Espectro de Ao - Quinolonas de primeira gerao (pequeno espectro): E. coli, Proteus sp., (Pseudomonas); quinolonas de segunda gerao-fluorquinolonas (amplo espectro): bactrias Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma e Chlamydia; quinolonas de terceira gerao: bactrias Gram-negativas, Gram-positivas, micoplasma, Chlamydia e Streptococcus pneumoniae.

    Farmacocintica - A absoro oral rpida, sua distribuio ampla e inclui o SNC, osso e prstata. A excreo ocorre por via renal e biliar. A secreo renal tubular ativa resulta em uma alta concentrao urinria.

    QUADRO 3.10 - Principais apresentaes de nitrofuranos

    Nome comercial Apresentao Princpio ativo

    Nitrofurazona

    Furazolidona

    Nitrofurantona

    Furacin pomadaV Furacin soluo"v,

    Eumetrite-sv

    FurazolidonaH

    Macrodantina*H

    Bisnagas com 0,2 g/100 g - pomada tpica.

    Soluo a 0,2% - frascos de 500 ml.

    Soluo tpica - 0,2 g/100 ml - frascos de 500 ml.

    Comprimidos de 200 mg - caixa com 14 comps.

    Suspenso oral com 50 mg/5 ml - frasco com 70 ml.

    Cpsulas de 100 mg - caixa com 24 cpsulas.

  • 26 Manual de Teraputica Veterinria

    Resistncia Bacteriana - relativamente rara e pode se desenvolver em regimes teraputicos prolongados com subdoses, como no caso da avicultura e pecuria, favorecendo o surgimento de bactrias mutantes que resistem s qui-nolonas em virtude de alteraes no local de ligao na DNA girase.

    Efeitos Adversos - Artropatia por eroso da cartilagem articular em ces jovens de crescimento rpido, portanto deve ser evitado em ces de pequeno a mdio porte nos primeiros 8 meses de vida, e em ces de grande porte nos primeiros 18 meses de vida. Pode causar tremores e convulso em pacientes suscetveis. Ocorre intera-o medicamentosa com drogas antiinflamatrias no-esterides (excitao do SNC), varfarina (aumento do tempo de protrombina), metilxantinas (toxicidade do SNC), anticidos contendo zinco, magnsio, alumnio ou clcio (decrscimo da biodisponibilidade de quinolona). Pode ocorrer reao no local da aplicao subcutnea com aparecimento de paniculite.

    Usos Teraputicos e Doses - Infeces do trato urinrio principalmente as causadas por Pseudomonas aeruginosa; infeces do trato respiratrio por Gram-negativos; infeces do trato gastrintestinal;

    prostatites; otites externas; infeces cutneas como piodermites; osteomielites por Gram-negativos;

    meningoencefalites e endo-cardite estafiloccica. As fluorquinolonas de uso veterinrio incluem a

    enrofloxacina (Baytril, Flotril), danofloxacina (Advocin), orbifloxacina (Orbax) e marbofloxacina

    (Zeniquim) (estas duas ltimas sem apresentao no Brasil). As fluorquinolonas de uso em seres

    humanos, mas tambm utilizadas na veterinria, incluem a norflo-xacina (Floxacin), a ciprofloxacina

    (Cipro) e a ofloxacina (Floxstat).

    Ces e gatos:

    - Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, IM, SC, EV 12/12 ou 24/24 horas. Recentemente, nos Estados Unidos o intervalo entre doses da enrofloxacina foi alterado de 24 para 12/12 horas para ces e gatos, devido a diferenas no pico de concentrao plasmtica da enrofloxacina nessas espcies, e para reduzir o risco de aparecimento de resistncia bacteriana sem induzir toxicidade. - Orbifloxacina: 2,5 a 7,5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. - Marbofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, VO, 24/ 24 horas. - Norfloxacina: 22 mg/kg, VO, 12/12 horas. - Ciprofloxacina: 5 a 15 mg/Kg, VO, 12/12 horas. Bovinos: - Enrofloxacina: 2,5 a 5 mg/kg, IM, SC, 24/ 24 horas. - Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV 24/ 24 horas. Equinos: - Enrofloxacina: 5 mg/kg, IM, IV, SC, 24/24 horas ou 5 a 10 mg/kg, VO, 12/12 ou 24/24 horas. Sunos: - Enrofloxacina: 2,5 mg/kg, IM, SC, VO, 24/ 24 horas. - Danofloxacina: 1,25 mg/kg, IM, SC, IV, 24/24 horas.

    Apresentao - O quadro 3.11 descreve as principais apresentaes de fluorquinolonas utilizadas na veterinria no Brasil.

    NlTROIMIDAZIS

    Caractersticas Gerais - Os nitroimidazis so um grupo de drogas com atividade antibacte-riana e antiprotozoria. O composto mais conhecido deste grupo e mais utilizado na veterinria o metronidazol, outros compostos deste grupo e utilizados na Medicina Humana, so o tinidazol e o nimorazol.

    Mecanismo de Ao - O metronidazol tem sua ao resultante de ligao de produtos intermedirios, originrios de sua reduo intracelular com o DNA formando-se um complexo que inibe a replicao e inativa o DNA.

    Espectro de Ao - O metronidazol um agente bactericida e protozoaricida, atuando contra bactrias anaerbicas obrigatrias, como Clos-tridium, Fusobacterum e Bacteroides, e protozorios, como Trichomonas, Giardia e Entamoeba.

  • Farmacocintica - O metronidazol bem absorvido oralmente e distribudo amplamente pelo organismo com boa penetrao no SNC. A droga metabolizada por oxidao e conjugao no fgado. A excreo ocorre pela urina e fezes.

  • Quimloterpicos Antimicroblanos e Antibiticos 2 7

    QUADRO 3.11 - Principais apresentaes das fluorquinolas utilizadas na Medicina Veterinria

    Comp. 250 mg - frasco com 6, 14 e 50 comps. Comp. 500

    mg frasco com 6, 14 e 50 comps. Soluo para infuso

    0,2% em frasco com 100 e 200 ml.

    Soluo injetvel a 2,5% - frasco de 20, 50 100 e 250 ml.

    P solvel 16,7% - envelopes laminados de 75 e 150 g.

    Soluo injetvel a 5% frasco de 10 ml.

    Soluo injetvel a 10% - frasco de 10 e 50 ml.

    Pig Doser - frasco de 100 ml.

    Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10.

    Soluo injetvel a 10% - frasco-ampola de 10 e 50 ml.

    Soluo injetvel a 2,5% - frasco-ampola de 20 ml.

    Soluo oral 10% - frasco de 500 ml.

    Pig Pump - frasco de 100 ml.

    Comp. 50 mg - caixa com 10; e 150 mg - caixa com 10.

    Soluo injetvel a 10% - frasco de 20, 50 e 100 ml. Comp.

    400 mg - caixa com 14. Comp. 400 mg - caixa com 14.

    Comp. 200 mg - caixa com 6, 10, 14 ou 20. Comp. 400 mg

    - caixa com 10. Frasco-ampola de 400 mg com 10 ml.

    Comp. 5,7 e 22,7 mg - caixa com 10.

    Efeitos Adversos - Doses altas ou tratamentos prolongados podem provocar neurotoxicidade (nistagmo, ataxia, tremores). No deve ser utilizado em animais gestantes, pois apresenta teratogeni-cidade. O animal pode produzir urina de colorao castanho-clara aps a ingesto de metronidazol.

    Usos Teraputicos e Doses - O metronidazol utilizado no tratamento de infeces por bactrias anaerbicas, tricomonase. giardase e ameba-se. utilizado em ces, gatos, ruminantes e equinos.

    Ces: 25 a 65 mg/kg, VO, 24/24 horas ou 22 a 25 mg/kg, VO, 12/12 horas, durante

    5 dias (giardase); 10 mg/kg, VO, 8/8 horas (infeces anaerbicas). Gatos: 22 a 25 mg/kg, VO, 12/12 horas durante 5 dias (giardase); 10 a 25 mg/kg, 24/ 24 horas (infeces anaerbicas).

    Ruminantes: 75 mg/kg, IV, a cada 12 horas/3 aplicaes (tricomonase). Equinos: 7,5 mg/kg, VO, 8/8 horas (giardase); 15 a 25 mg/kg, IV, VO, 8/8 ou 12/12 horas (infeces anaerbicas).

    Apresentao - O quadro 3.12 descreve as principais apresentaes de metronidazol.

    QUADRO 3.12 - Principais apresentaes do metronidazol

    Comp. 250 mg estojo com 20.

    Comp. 400 mg - estojo com 24.

    Peditrico (suspenso oral) - 40 mg/ml frasco com 120 ml.

    Soluo injetvel a 0,5% - frasco e bolsa plastica de 100 ml. (500 mg) ou 300 ml (1500 mg)

    ginecologico tubo com 50 g de gelia

    com nistatina tubo com 50 g de creme + aplicador

    Apresentao Princpio ativo Nome comercial

    Ciprofloxacina

    Danofloxacina

    Enrofloxacina

    Cipro Advocin,, Baytril FlotriL

    Norfloxacina

    Ofloxacina

    Orbifloxacina

    Floxacin(I

    Floxinol([

    Floxtat,,,,

    Orbax,

    Principio ativo Nome comercial Apresentao

    Metronidazol FlagyL

  • 28 Manual de Teraputica Veterinria

    ANTIBITICOS

    ANTIBITICOS P-LACTMICOS

    Os antibiticos p-lactmicos ou p-lactaminas constituem um grupo de frmacos com presena de um grupamento qumico denominado anel P-lactmico. Pertencem a este grupo as penicili-nas, cefalosporinas, cefamixinas, oxicefamixinas, amidinopenicilinas, carbapemnicos, cido clavulnico, sulbactam e os antibiticos mo-nobactmicos.

    Penicilinas e Anlogos As penicilinas constituem um grupo de P-lactaminas com ncleo central composto pelo cido 6-aminopenicilnico, sendo obtidas a partir de culturas de fungos do gnero Penicillium. Pertencem a este grupo as penicilinas naturais (pe-nicilina G, penicilina V), seus derivados semi-sintticos (isoxacilpenicilinas, aminopenicilinas e anlogos, carboxipenicilinas, sulfobenzilpenici-linas e ureidopenicilinas) e seus anlogos (amidinopenicilinas).

    Penicilinas Naturais

    Caractersticas Gerais - A primeira penicilina obtida foi a penicilina G-cristalina ou benzil-penicilina. Sequencialmente, a descoberta de variaes naturais nos radicais da benzilpenicilina originaram as penicilinas, F, K, O, X, e V, sendo estas ltimas pouco utilizadas em Medicina Veterinria. A curta durao do tempo de ao da penicilina G-cristalina levou ao desenvolvimento de steres de penicilina com ao prolongada. Entre estes steres, so utilizados a penicilina G-procana, que obtida pela associao da pro-cana penicilina G e a penicilina benzatina, obtida pela associao da NN'dibenziletileno-diamina penicilina G. Estes steres so pouco solveis em meios lquidos e apresentam tempo de absoro e picos sricos maiores do que a penicilina G-cristalina.

    Mecanismo de Ao - A penicilina G e seus steres so bactericidas. Elas provocam a lise os-mtica celular ao se ligarem e inibirem as enzimas (transpeptidases de membrana) que sintetizam um componente de parede celular bacte-riana denominado peptideoglicam. As protenas em que as penicilinas se ligam so denominadas protenas fixadoras de penicilina (PPB).

    Espectro de Ao - As penicilinas naturais so ativas contra bactrias Gram-positivas aerbi-cas e anaerbicas, cocos Gram-negativos, espiro-quetas e actinomicetos. Os bacilos Gram-negativos aerbicos ou anaerbicos, que ocorrem em animais, so naturalmente resistentes s penicilinas naturais.

    Farmacocintica - A penicilinas naturais so instveis em meios cidos, sendo rapidamente inativadas em pH 2 ou 8, o que impede sua administrao via oral, com exceo da penicilina V. Entretanto, so ativas em pH ligeiramente cido, frequente nos processos inflamatrios. desacon-selhvel o uso de penicilinas naturais por via tpica, pois podem provocar quadros de hipersensi-bilidade. Das penicilinas naturais, apenas a benzilpenicilina pode ser administrada via intravenosa. A penicilina G-cristalina mantm nveis sricos durante 4 horas, limitando seu uso isolado em Medicina Veterinria. A penicilina G-procana utilizada somente por via intramuscular e mantm concentraes sricas por 12 a 24 horas. A penicilina G-benzatina utilizada somente por via intramuscular e mantm concentraes sricas por 2 a 7 dias, dependendo da dose. As penicilinas naturais se difundem bem em quase todos os tecidos corpreos, principalmente em presena de inflamao, na qual a permeabilidade vascular est aumentada. No penetram na prstata e olho, mesmo em presena de inflamao. A penicilina G no apresenta concentraes intracelulares suficientes para combater germes nesta localizao. Do total de penicilina G administrada, 60% se liga s protenas plasmticas, sendo inativa nesta forma. No entanto, esta ligao reversvel, e funciona como reservatrio da mesma, carreando o frmaco para tecidos com exsudao rica em protenas. As penicilinas naturais so metabolizadas no fgado e excretadas por via renal.

    Resistncia Bacteriana - As penicilinas naturais so inativadas por enzimas denominadas p-lactamases. Praticamente 100% das linhagens de Staphylococcus aureus e aproximadamente 80% das outras linhagens de Staphylococcus so produtoras de P-lactamases. A maioria dos bacilos Gram-negativos, principalmente os anaerbicos, so naturalmente resistentes penicilina G, com exceo do gnero

  • Pasteurella.

  • Quimioterpicos Antimicrobianos e Anibiticos 29

    Efeitos Adversos

    Penicilina G capaz de causar paraefeitos irritativos e desencadear quadros de hi-persensibilidade em animais previamente medicados com este frmaco. Distrbios de coagulao foram registrados em humanos. A infuso rpida intravenosa pode causar distrbios neurolgicos e convulses. A fenilbutazona e o cido acetilsaliclico competem plos locais de ligao da peni-cilina, aumentado a concentrao srica destes antibiticos. A benzilpenicilina inativada em solues contendo complexo B e vitamina C. Pacientes com insuficincia renal grave (IRA) devem ter o intervalo entre doses ajustado.

    Usos Teraputicos e Doses - As penicilinas naturais so indicadas no tratamento de infeces por Streptococcus dos grupos A, B, C, D e G de Lancefield (adenite equina - S. equi, pneumonias - S. pyogenes, S. agalactiae, S. bovis, ence-falite dos leites - 5. suis), clostridioses gangre-nosas, infeces por espiroquetas (Brachyspira, Leptospira, Borreli), bacilos Gram-positivos como a Listeria monocytogenes, Erysipelothrix rhusiopathiae e Bacillus anthracis, actinomice-tos do gnero Arcanobacterium actinomyces e pasteureloses. O tempo de durao do tratamento varia de acordo com a afeco envolvida.

    Bovinos, sunos, caprinos e ovinos:

    - Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IM, a cada 2 a 5 dias. - Penicilina G-procana: 20.000 a 40.000 UI/ kg, SC, IM, a cada 12 a 24 horas.

    - Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, SC, IV, IM, a cada 6 horas.

    Ces e gatos:

    - Penicilina G-benzatina: 24.000 Ul/kg, IM, a cada 48 horas.

    - Penicilina G-cristalina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas.

    -Penicilina G-procana: 20.000 a 40.000 Ul/kg, a cada 12 ou 24 horas.

    - Penicilina V: 10 mg/kg, VO, a cada 8 horas.

    Equinos:

    - Penicilina G-benzatina: 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, a cada 24 a 48 horas.

    - Penicilina G-procana: 20.000 a 40.000 UI/ kg, IM, SC, a cada 12 horas.

    - Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20.000 a 40.000 Ul/kg, IM, SC, IV, a cada 4 horas.

    Apresentao - O quadro 3.13 apresenta as principais formulaes das penicilinas naturais utilizadas em Medicina Veterinria e disponveis no Brasil.

    Penicilinas Semi-sintticas

    Isoxazolipenicilinas

    Caractersticas Gerais - As isoxazolipeni-cilinas apresentam uma cadeia lateral isoxazolil no cido 6-aminopenicilnico, o que confere a este grupo resistncia a ao de algumas das P-lactamases. Pertencem a este grupo a oxacili-na, cloxacilina, dicloxacilina e flocloxacilina.

    Mecanismo de Ao - Agem de maneira semelhante s penicilinas naturais, tendo ao bactericida ao inibir a sntese de parede celular.

    Espectro de Ao - So ativas frente a Streptococcus do grupo A, B, C e G, Staphylococcus produtor ou no de P-lactamases, Listeria e clostrdios. So especialmente sensveis a baixas concentraes destas drogas, germes do gnero Staphylococcus. No atuam sobre Gram-negativos.

    Farmacocintica - um grupo de penicilinas, que apresentam estabilidade em pH cido e pode ser

    administradas por via oral ou parente-ral. Sua absoro via oral influenciada por alimentos.

    Distribuem-se amplamente nos tecidos corpreos, mas no atravessam a barreira hemato-enceflica na

    ausncia de inflamao. Liga-se em 90 a 97% s protenas plasmticas e so eliminadas via renal e em

    menor parte pela via biliar. No sofrem acmulo em pacientes com insuficincia renal.

    Resistncia Bacteriana - As isoxazolilpenici-linas no tm ao sobre bactrias Gram-nega-tivas,

    aerbicas ou anaerbicas, pois no penetram em sua parede celular. Os Staphylococcus resistentes a

    oxacilina possuem resistncia cruzada com a meticilina, sendo denominados de Staphylococcus

  • meticilina-resistentes. Este grupo de Staphylococcus caracterizado por apresentar mltipla resistncia a

    diversos antimicrobianos.

  • 30 Manual de Teraputica Veterinria QUADRO 3.13 - Principais apresentaes das penicilinas naturais

    Nome comercial Apresentao

    Agrodel(

    ) Agropen L.A.(V)

    Agrothal(v)

    Agrovet(v

    ) Farmabitico G.A.0

    Multibitico

    Pencivet plus*(v) Penfort(v)

    Pentabitico veterinrio1"^

    Pentacilin(v) Septipen(v)

    Spectrocilin(v)

    Potencilin*(v)

    Prontocilin(v)

    Benzatina,,.

    Benzilpenicilina Benzilpenicilina

    (G-potssica) G-potssica*(H)

    Penicilina V

    Princpio ativo

    Penicilinas

    naturais

    associadas (com

    ou sem

    estreptomiclna)

    - Penicilina G-

    benzatina (pen.

    G-benz.)

    - Penicilina G-

    potssica (pen.

    G-pot.)

    - Penicilina G-

    procana (pen.

    G-proc.)

    Penicilina

    Penicilina G-

    procana +

    estreptomicina

    Penicilina

    Meracilina,,

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 3.750.000 UI, pen. G-

    pot. - 1.250.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg.

    Sol. injetvel (cada 100 ml): pen.G-proc., - 10.000.000 UI pen. G-benz. -

    10.000.000 UI diidroestreptomicina - 20.000 mg. Frasco-ampola de 20 e

    50 ml.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - 4.000.000 UI, pen.G-

    pot. - 1.350.000 UI.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 1.800.000 UI, pen.

    G-pot. - 600.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G-

    pot. - 600.000 UI, pen.G proc. - 600.000 UI.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 3.000.000 UI, pen.

    reforado{v) G-pot. - 1.500.000 UI, pen. G-proc. -1.500.000 UI - frasco-

    ampola.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-benz.- 600.000 UI, pen. G-

    proc. - 300.000 UI, pen. G-pot. - 300.000 UI, estreptomicina

    - 500 mg + diclofenaco associado.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola) - pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen. G-pot. -

    600.000 UI pen.G-proc. - 600.000 UI, Estreptomicina -1.000 g +

    diclofenaco associado.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G-

    pot. - 600.000 UI, pen.G-proc. - 600.000 UI, estreptomicina

    - 500 mg, diidroestreptomicina - 500 mg.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-sd. - 500.000 UI, pen. G-proc.

    - 2.500.000 UI, diidroestreptomicina - 3.000 mg + tripsina e

    quimiotripsina.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI, pen. G-pot. -

    1.500.000 UI, pen.G-proc. - 1.500.000 UI, estreptomicina

    - 2.000 mg.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 2.500.000 UI, pen. G-

    benz. - 2.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg.

    Sol. Injetvel (cada 100 ml): pen.G - proc. 25.000.000 - frasco-ampola de 20 e

    50 ml.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-proc. Sol. Injetvel (cada

    frasco-ampola): pen.G-proc. - frascos de 20 e 50 ml.

    Sol. Injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI.

    Sol.injetvel (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 1.000.000 UI ou

    5.000.000 UI ou 10.000.000 UI.

    Comp. com 500.000 UI, caixa com 12 comps.

  • Quimioterpicos Antimicroblanos e Antibiticos 31

    Efeitos Adversos

    Podem ocorrer superinfeces, efeitos irrita-tivos e de natureza alrgica.

    Menos comum: tromboflebite quando admi-nistradas por via parenteral, vmitos e diarreia nas

    formulaes orais.

    Em humanos, neutropenia foi associada ao uso prolongado da oxacilina.

    Usos Teraputicos e Doses - A oxacilina e seus

    derivados so indicados para o tratamento de

    todos os germes sensveis ao frmaco, sendo

    especialmente indicados nas estafilococcias (pio-

    dermites, osteomielites), em que outros antimicro-

    bianos falharam. So utilizados sistemicamante

    apenas em animais de companhia.

    Equinos:

    - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8

    ou 12 horas.

    Ces e gatos:

    - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 8

    horas.

    - Dicloxacilina: 25 mg/kg, IM, VO, a cada 6

    horas.

    Apresentao - O quadro 3.14 apresenta as

    principais formulaes das isoxazolipenicilinas

    utilizadas em Medicina Veterinria e disponveis

    no Brasil.

    Aminopenicilinas

    Caractersticas Gerais - As aminopenicilinas so

    resultado da fuso do cido 1-a-aminofe-

    nilactico com o cido 6-aminopenicilnico. Per-

    tencem a este grupo a ampicilina e suas pr-

    drogas (metampicilina) e anlogos da ampicilina

    como a amoxicilina e a ciclacilina. A amoxicilina

    age em sinergismo com o cido clavulnico, um

    inibidor de P-lactamases.

    Mecanismo de Ao - semelhana das

    penicilinas naturais, as aminopenicilinas so bac-

    tericidas e inibem a sntese de parede celular

    bacteriana.

    Espectro de Ao - So ativas frente a bactrias

    Gram-positivas e diversas bactrias Gram-

    negativas.

    Farmacocintica - Quando administrados por

    via oral, os anlogos da ampicilina (amoxicilina)

    so mais bem absorvidos (na presena de

    alimentos) do que a ampicilina. Difundem-se bem

    em todos os tecidos corpreos e a amoxicilina,

    em especial, apresenta concentraes elevadas em

    secrees nasais, seios nasais, bile e ouvido

    mdio. Apresentam baixo percentual de ligao a

    protenas plasmticas (10 a 30%), sendo

    excretados via renal. Pacientes com insufi-

    cincia renal de qualquer grau, ou animais jo-

    vens, devem receber doses em intervalos

    maiores.

    Resistncia Bacteriana - No so ativas contra

    Klebsiella, Proteus indol-positivo e Pseu-

    domonas. A resistncia mediada por P-lacta-

    mases ou mutaes nas PPBs. Amoxicilina e

    ampicilina apresentam resistncia cruzada em

    quase 100% das vezes. A resistncia a ampicilina

    vem aumentando dramaticamente nos ltimos

    anos, em decorrncia da larga utilizao deste

    frmaco na Teraputica Veterinria e Humana.

    Para contornar o problema da produo de p-

    lactamases, a ampicilina e seus anlogos tm sido

    associados a inibidores de P-lactamases, entre os

    quais o cido clavulnico e o sulbactam.

    Efeitos Adversos

    Os principais efeitos so ocorrncia de reaes de hipersensibilidade.

    QUADRO 3.14 - Principais apresentaes de isoxazolipenicilinas

    Sol. injetvel - frasco-ampola de 500 mg + 3 ml de diluente

    estril.

    Susp. injetvel (cada frasco-ampola) - 250 a 500 mg + 3 ml

    de diluente estril.

    Suspenso oral com 62,5 e 125 mg/ml.

    Nome comercial Apresentao Princpio atvo

    Oxacilina

    Dicloxacilina

    Staficilin-N(H)

    Dicloxacilina

    Royton(H)

  • 32 Manual de Teraputica Veterinria

    Em seres humanos, so relatados nefrotoxi-cidade e distrbios de coagulao. Sofrem acmulo em pacientes com insuficincia renal.

    Usos Teraputicos e Doses - A ampicilina e seus anlogos esto indicados para tratar infeces causadas por germes sensveis, sendo teis em infeces renais de ces (leptospirose, Ente-rococcus), gastrenterites em vrias espcies (Sal-monella, E. coli), piodermites (estafilococcias e estreptococcias), pneumonias, encefalites e outras condies infecciosas. A amoxicilina, em especial, indicada para tratamento de otites, piodermites e pneumonias, tendo vantagem por ser melhor absorvida por via oral do que a ampicilina. As aminopenicilinas apresentam si-nergismo com os aminoglicosdeos. Derivados como a hetacilina no so empregados rotineiramente em Medicina Veterinria. A amoxicilina e ampicilina apresentam efeitos potencializados por inibidores de (3-lactamases, sendo comumente empregados o cido clavulnico para a primeira e o sulbactam para a segunda.

    Ces e gatos: - Ampicilina: 10 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a

    cada 8 ou 12 horas.

    - Ampicilina + sulbactam: 10 a 20 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Amoxicilina triidratada: 6 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. - Amoxicilina + cido clavulnico: 12,5 a 25 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Amoxicilina + cido clavulnico: 8,75 mg/ kg, IM, SC, a cada 12 horas. Equinos, sunos e bovinos: -Ampicilina: U a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. -Amoxicilina triidratada: 11 a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. -Amoxicilina + cido clavulnico: 12,5 a 25 mg/kg, VO, a cada 12 horas; 8,75 mg/ kg, IM, SC, a cada 12 horas.

    Apresentao - O quadro 3.15 apresenta as

    principais formulaes das aminopenicilinas uti-

    lizadas em Medicina Veterinria e disponveis no

    Brasil.

    QUADRO 3.15 - Principais apresentaes de aminopenlclllnas

    Princpio ativo Nome comercial Apresentao

    Ampicilina +

    sulbactam

    Amoxicilina

    Amoxicilina + cido

    clavulnico

    Ampicllina

    sdica ou

    benzatina

    Agroplus(v)

    Ampicil%

    Ampicilina

    Veterinriao

    AmPlax%

    Biomicin,,,.

    Ampicil(H)

    Amplotal(H)

    Unasyn injetvel*(H)

    Bactrosina"8^

    Amoxil(H)

    Clamoxyl L.A.(V)

    Clavamox RTU(V)

    Prontoamoxy-L.A.

    Sol. injetvel (cada 100 ml): 10 g de ampicilina + 25 milh. de

    UI de colistina - frascos multidose com 20 e 50 ml. Sol. injetvel

    (cada frasco-ampola): 10.000 mg/250 ml. Sol. injetvel (cada frasco-

    ampola): 2.000 mg/10 ml.

    Sol. injetvel:120 mg/ml - frasco-ampola de 20 e 50 ml.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): de 500 mg de ampicilina + 500 mg de

    estreptomicina.

    Suspenso oral: 250 mg/5 ml fracos de 60 ml.

    Sol. injetvel de ampicilina benzatina (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg.

    Sol. injetvel (cada frasco-ampola): 0,5/1,0 g ou 1/2 g de ampicilina/ sulbactam -

    caixa com 20 frascos.

    Sol. injetvel: 172,2 mg/20 ml - frascos com 20 ml.

    Suspenso oral: 125 e 250 mg/5 ml - frascos de 80 e 150 ml.

    Cpsulas de 500 mg - caixa com 15, 20 e 30 cps.

    Susp. injetvel com 150 mg/ml - frasco-ampola com 100 e 250 ml.

    Susp. injetvel com 140 mg de amoxicilina + 35 mg de cido clavulnico -

    frascos-ampola de 40 e 100 ml.

    Suspenso injetvel: 150 mg/ml - frasco ampola de 20 e 50 ml.

  • Quimioterpicos Antlmicroblanos e Antibiticos 3 3

    Carboxipenicilinas

    Caractersticas Gerais - As carboxipenicilinas resultam da fuso do cido carboxlico com o cido 6-aminopenicilnico. Pertencem a este grupo a carbenicilina e a ticarcilina.

    Mecanismo de Ao - So antimicrobia-nos bactericidas inibindo a sntese da parede celular bacteriana, de maneira semelhante penicilina G.

    Espectro de Ao - Apresentam atividade frente a Gram-positivos e uma gama maior de Gram-negativos, superando a ampicilina. So drogas especialmente ativas frente a Proteus indol-positivo e Pseudomonas.

    Farmacocintica - A carbenicilina e a ticarcilina s apresentam concentraes sricas adequadas e persistentes para combater Pseudo-monas, quando administradas por via parenteral e por gotejamento contnuo, limitando seu uso na Teraputica Veterinria. Estas penicilinas se ligam em 50% s protenas plasmticas e so eli-minadas sob forma ativa pela via renal.

    Resistncia Bacteriana - Klebsiella, em geral, costuma ser resistente a este frmaco, pela produo de (3-lactamases. Mutaes nas PPBs podem conferir resistncia a essas drogas.

    Efeitos Adversos

    Podem ocorrer efeitos irritativos, hipersen-sibilidade e superinfeces.

    Em humanos com insuficincia renal, a droga se acumula podendo causar convulses, distrbios

    de coagulao e hepatite.

    Usos Teraputicos e Doses - A carbenicilina

    indicada nas infeces causadas plos germes

    sensveis, porm sua utilidade em Medicina

    Veterinria limitada pela dificuldade de

    administr-la (gotejamento contnuo). Deve, por-

    tanto, ser utilizada, em especial, no tratamento

    de infeces por Pseudomonas e Proteus mul-

    tirresistentes.

    Ces e gatos:

    - Carbenicilina: 40 a 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 6 ou 8 horas. -Ticarcilina + cido clavulnico: 33 a 50 mg/kg, IV, IM a cada 4 ou 6 horas. Equinos:

    - Ticarcilina + cido clavulnico: 44 mg/kg , IV, a cada 6 horas.

    Apresentao - O quadro 3.16 apresenta as principais formulaes das carboxipenicilinas utilizadas em

    Medicina Veterinria e disponveis no Brasil.

    Cefalosporinas e Anlogos

    Caractersticas Gerais - As cefalosporinas so antibiticos p-lactmicos que apresentam como ncleo central, o cido 7-aminocefalospo-rnico. So obtidas a partir de culturas de fungos do gnero Cephalosporium. Existem atualmente quatro geraes de cefalosporinas. As de primeira gerao so subdivididas em dois grupos: as de absoro parenteral (cefalotina, cefaloridina, cefazolina) e as de absoro oral (cefalexina, cefadroxil cefradina). A segunda gerao de cefalosporinas apresenta maior espectro de ao perante bacilos Gram-negativos que as anteriores, sendo subdivididas em drogas de absoro oral (cefaclor, cefprozila) e parenteral (cefuroxima, cefoxitina). As cefalosporinas de terceira gerao apresentam espectro de ao superior s outras cefalosporinas mais antigas, sendo ativas frente a uma gama maior de bacilos Gram-negativos, inclusive Pseudomonas. So subdivididas em drogas de uso parenteral com potente ao antipseudomonas (cefoperazona, ceftazidi-ma), drogas de uso parenteral com pequena atividade antipseudomonas (cefotaxima, ceftriaxo-na, cefodizima, ceftiofur) e drogas de absoro

    QUADRO 3.16 - Principais apresentaes de carboxipenicilinas

    Princpio ativo Nome comercial Apresentao

    Carbenicilina

    (Royton)(H)

    Timentin

    Carbenicilina

    Ticarcilina + cido

    clavulnico

    Sol. injetvel (frasco-ampola) - l e 5 g.

    Sol. injetvel - Ticarciclina - 3 g + cido clavulnico 0,1 g frascos-ampola

    de 13 ml.

  • 34 Manual de Teraputica Veterinria

    oral (cefixima, cefetamet pivoxil). As cefalospo-rinas de quarta gerao apresentam maior potncia que as anteriores, frente a bacilos Gram-negativos, porm so menos potentes frente a gram-positivos (cefpiroma, cefepima).

    Mecanismo de Ao - semelhana das penicilinas, as cefalosporinas inibem enzimas transpeptidases de membrana que sintetizam os peptideoglicans da parede celular bacteriana, levando-as a lise osmtica.

    Espectro de Ao - Todas as cefalosporinas apresentam boa ao frente maioria das bactrias Gram-positivas e Gram-negativas. Cefalosporinas de gerao mais recente so mais ativas frente a bacilos Gram-negativos, porm so menos ativas frente a Gram-positivos. Pseudomonas so resistentes s duas primeiras geraes.

    Farmacocintica - Algumas cefalosporinas podem ser absorvidas via oral, enquanto outras s podem ser administradas via parenteral. Distribuem-se bem em todos os tecidos, mas especialmente as de primeira e segunda geraes atingem boas concentraes em pele e tecido subcutneo. Em geral, atravessam mal a barreira hematoenceflica. A maioria excretada sob forma ativa na urina e algumas pela via biliar (cefoperazona). A cefalotina inativada pelo Ringer lactato.

    Resistncia Bacteriana - Apenas as cefalosporinas de terceira gerao so ativas frente Pseudomonas. Apesar de serem mais potentes frente s bactrias Gram-negativas, as cefalosporinas mais recentes so menos potentes frente a Staphylococcus. So drogas menos suscetveis as (3-lactamases que as penicilinas.

    Efeitos Adversos

    A maioria das cefalosporinas bem tolerada, ocorrendo, em geral, casos de flebite, alergia e distrbios de coagulao. Discrasias sanguneas, causadas por mie-lotoxicidade em animais tratados por longos perodos, j foram registradas. As cefalosporinas causam nefrotoxicidade quando utilizadas por perodos prolongados em seres humanos. A cefaloridina, em especial, considerada nefrotxica para seres humanos. Sendo a excreo dessas drogas efetuada por via renal, as cefalosporinas sofrem ac-mulo em pacientes com insuficincia renal. A cefoperazona contra-indicada em pacientes com insuficincia heptica. Podem ocorrer reaes de hipersensibili-dade cruzada com as penicilinas.

    Usos Teraputicos e Doses - As cefalosporinas esto indicadas em todos os processos infecciosos causados por germes sensveis a elas. Podem ser utilizadas em infeces renais, respiratrias, genitais, de tecidos moles e osteoar-ticulares. O tempo de durao do tratamento varia em funo da afeco. As cefalosporinas de primeira gerao so as mais utilizadas em Medicina Veterinria. A cefalexina est indicada principalmente em casos de piodermites, dada a boa ao frente a Staphylococcus e boa difuso em tecidos queratinizados. As cefalosporinas de uso exclusivo parenteral tm sido utilizadas na profilaxia de infeces ps-cirrgicas. O ceftiofur est indicado nos casos de pneumonias em animais de produo. O custo um fator limitante utilizao dessas drogas em Medicina Veterinria. Ces e gatos:

    - Cefaclor: 4 a 20 mg/kg, VO, a cada 8 horas. - Cefadroxil: 22 a 30 mg/kg, VO, a cada 12 horas para ces e 22 mg/kg, VO, a cada 24 horas para gatos. - Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a cada 12 horas.

    - Cefalotina: 10 a 30 mg/kg, IV, IM, a cada 4 ou 8 horas. - Cefazolina: 20 a 35 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Cefepima: 50 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. - Cefixima (ces): 10 mg/kg, VO, a cada 12 horas. - Cefoperazona: 22 mg/kg, IV, IM, a cada 8 ou 12 horas. - Cefotaxima: 50 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 12 horas para ces e 20 a 80 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. - Cefoxitina: 30 mg/kg, IV, a cada 6 ou 8 horas. - Ceftazidima: 30 mg/kg, IV, IM, a cada 6 horas. - Ceftiofur: 2,2 a 4,4 mg/kg, SC, a cada 24 horas.

  • Quimioterpicos Antimicrobianos e Antibiticos 3 5

    - Ceftriaxona: 25 a 50 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 12 ou 24 horas. - Cefuroxima: 10 a 30 mg/kg IV, a cada 8 ou 12 horas. 1 Equinos: - Cefalotina: 20 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas. - Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. - Cefadroxil: 22 mg/kg, VO, a cada 21 horas. - Cefoxitina: 30 a 40 mg/kg, IM, a cada 6 ou 8 horas.

    - Cefalexina: 10 a 30 mg/kg, VO, a cada 6 ou 8 horas.

    Bovinos (bezerros):

    - Cefalotina: 10 a 12 mg/kg, IV, IM, a cada

    6 ou 8 horas.

    - Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas. '

    Sunos:

    - Ceftiofur: l a 2 mg/kg, IM, a cada 24 horas.

    Apresentao - O quadro 3.17 apresenta as principais formulaes das cefalosporinas utilizadas em

    Medicina Veterinria e disponveis no Brasil.

    QUADRO 3.17 - Principais apresentaes de

    cefalosporinas

    Princpio atino

    Nome comercial

    Apresentao

    Cefalexina (1*

    gerao)

    Keflex(H)

    Susp. em gotas (1 gota = 5 mg) - frasco com 15 ml. Drgeas de 550 e

    1.000 mg - caixa com 8 e 40 drgeas.

    Rilexine(v)

    Comprimidos de 75 mg - caixa com 16 comps. Sol. injetvel: 10 mg/ml -

    seringas descartveis de 10 ml. Comprimidos de 300 mg - caixa com 12 a

    24 comprimidos.

    Cefadroxil (1

    gerao)

    Cefamox*(H)

    Comprimidos de 1 g, frascos com 10 comps. Suspenso oral: 250 e 500

    mg/5 ml - frasco para 100 ml.

    Cefalotina (1*

    gerao)

    Keflin neutro*(H)

    Soluo injetvel: 1 g - frasco-ampola.

    Cefazolina (1*

    gerao)

    KefaZol*(H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg.

    Cefuroxima (2*

    gerao)

    Cefuroxima sdica 750 mg

    IM/IV%

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg.

    Cefoxitina (2*

    gerao)

    Cefoxitina sdica(H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 500 e 1.000 mg.

    Cefotaxima (3*

    gerao)

    Cefotax(H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 1 g.

    Ceftriaxona (3*

    gerao)

    Rocefin injeo

    intravenosa,,,, (H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 500 mg e 1 g.

    Cefoperazona (3*

    gerao)

    Cefobid-(lo

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 1 e 2 g.

    Ceftazidima (3*

    gerao)

    Fortaz*(H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 1 ou 2 g.

    Cefixima (3*

    gerao)

    Cefix uenx (H) Susp. oral com 100 mg/5 ml.

    Ceftiofur (3*

    gerao)

    Excenel(v)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 1 g/20 ml - frascos com 20 e 80 ml.

    Cefepima (*'

    gerao)

    MaxceP(H)

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 500 mg, 1 g e 2 g.

  • 3 Manual de Teraputica Veterinria

    Outros [3-lactmicos

    Carbapemnicos e Monobactmicos

    Caractersticas Gerais - Antibiticos P-

    lactmicos do tipo imipenem ou imipenema so

    sintetizados por actinomicetos do grupo Strepto-

    myces, e apresentam um anel pentacclico de

    estrutura varivel ligado ao anel P-lactmico. Os

    monobactmicos so antibiticos sintetizados por

    actinomicetos da espcie Nocardia e se

    caracterizam por possuir o anel P-lactmico sem

    ligao a qualquer outro grupo cclico. Pertence a

    este grupo o aztreonam.

    Mecanismo de Ao - O imipenem e o aztreonam se ligam as transpeptidases de mem-

    brana, assim como as outras p-lactaminas, impe-

    dindo a sntese da parede celular e causando lise

    osmtica.

    Espectro de Ao - O imipenem , atual-mente,

    o antimicrobiano de maior espectro de ao

    utilizado na prtica clnica mdica, atuando em

    quase 100% das estirpes bacterianas conhecidas. O

    aztreonam s ativo frente a germes Gram-

    negativos, especialmente as enterobactrias, po-

    dendo tambm atuar frente a Pseudomonas.

    Farmacocintica - O imipenem no

    absorvido por via oral, sendo exclusivamente uti-

    lizado por via endovenosa ou intramuscular. Este

    frmaco atinge concentraes teraputicas em

    todos os tecidos corpreos. A metabolizao

    feita rapidamente por enzimas dipeptidases

    renais, levando associao desta droga com a

    cilastatina, um inibidor dessas enzimas. Aps a

    metabolizao, as drogas so eliminadas por via

    urinria. O aztreonam s absorvido por via

    parenteral, se difundindo bem por todos os te-

    cidos corpreos, menos nos pulmes. A meta-

    bolizao desprezvel, sendo eliminado na forma

    ativa plos rins.

    Resistncia Bacteriana - Mycobacterium, Enterococcus faecium, Staphylococcus metici-

    lina-resistente, clamdias e micoplasmas so resis-

    tentes ao imipenem. Os Gram-positivos so na-

    turalmente resistentes ao aztreonam, que ina-

    tivado por apenas algumas das P-lactamases.

    Estes antibiticos no induzem resistncia em

    Gram-negativos.

    Efeitos Adversos

    Imipenem pode produzir efeitos gastrintestinais, discrasias sanguneas, convulses e flebites,

    alm de induzir resistncia aos outros p-

    lactmicos. Pode ser nefrotxico se no for

    utilizado com cilastatina.

    O aztreonam pode provocar distrbios gastrintestinais em ces e cutneos em

    humanos.

    Usos Teraputicos e Doses - O imipenem est

    indicado nas infeces em que os outros

    antimicrobianos falharam, sendo ativo contra

    Acinetobacter e outros microrganismos multirre-

    sistentes. O aztreonam est indicado nas infec-

    es causadas por Gram-negativos resistentes a

    outros antimicrobianos, especialmente em infec-

    es intra-abdominais.

    Ces e gatos:

    - Imipenem: 3 a 10 mg/kg, IV, IM, a cada 6 ou 8

    horas.

    - Aztreonam: l a 2 g/70 kg (humano) (dose no

    avaliada para ces e gatos), a cada 6 ou 8 horas.

    Apresentao - O quadro 3.18 apresenta as principais formulaes dos carbapemnicos e

    monobactmicos utilizadas em Medicina Veteri-

    nria e disponveis no Brasil.

    QUADRO 3.18 - Principais apresentaes de carbapemnicos

    Princpio ativo Nome comercial Apresentao

    Imipenem Tienam,,

    Aztrconsun Azactam*,

    Frasco para infuso venosa com 500 mg de imipenem + 500

    mg de cilastatina - caixa com l frasco para infuso.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 0,5 a l g.

  • Quimiotepicos Antimicmblanos e Antibiticos 37

    Aminoglicosdeos

    Caractersticas Gerais - Os aminoglicosdeos so antibiticos bactericidas extrados de actinomicetos

    do grupo Streptomyces. So estruturas qumicas complexas, porm pequenas, derivadas de acares e um

    grupo amino. No agem em pH cido e so transportados para o interior das clulas atravs de

    mecanismos ativos, dependentes de oxignio, o que torna este grupo ineficaz contra anaerbios.

    Pertencem a este grupo a gentamicina, neomicina, amicacina, tobramici-na, estreptomicina,

    diidroestreptomicina, netilmi-cina e framicetina.

    Mecanismo de Ao - Os aminoglicosdeos funcionam como chave falsa, se ligando ao ribos-somo

    bacteriano, e causando a produo de protenas defeituosas. So antibiticos bactericidas.

    Espectro de Ao - Os aminoglicosdeos so ativos frente a Gram-positivos e Gram-negativos,

    principalmente enterobactrias, mas falham frente a germes de localizao intracelular como a Sal-

    monella. Com exceo da estreptomicina, so ativos frente a Staphylococcus.

    Farmacocintica - Os aminoglicosdeos no so absorvidos por via oral, sendo mais utilizados por

    via intramuscular ou subcutnea. A neomicina foi utilizada por via oral para tratamento local de

    infeces entricas, porm sua eficcia no foi comprovada. So antibiticos catinicos e pouco

    lipossolveis, atravessando mal as barreiras biolgicas. A estreptomicina a nica que atinge boas

    concentraes em secreo brnquica. So eliminadas por via renal sob a forma ativa.

    Resistncia Bacteriana - As bactrias anae-rbicas obrigatrias e Listeria so naturalmente resistentes

    aos aminoglicosdeos. Pseudomonas so sensveis somente a alguns aminoglicosdeos. A resistncia

    conferida por trs mecanismos: modificao nos locais de ligao, alterao en-zimtica do antibitico

    e impermeabilidade do germe droga. A resistncia conferida por mecanismos genticos. Ampla

    resistncia estreptomicina e neomicina foi documentada, provavelmente pela utilizao em larga

    escala desses antimicrobianos.Efeitos Adversos

    Os aminoglicosdeos so nefrotxicos porque causam diminuio da taxa de filtrao glomerular renal. Em ordem decrescente de nefrotoxicidade: neomicina, gentamicina, tobramicina, amicacina e estreptomi-

    cina. A utilizao contra-indicada em animais urmicos.

    So txicos ao 8a par de nervos cranianos porque se concentram na endolinfa e peri-linfa que banham as clulas ciliadas do ouvido interno.

    A nefrotoxicidade e ototoxicidade ocorrem em dependncia da posologia utilizada, sendo tambm relatada no uso tpico prolongado desses frmacos.

    Podem potencializar os efeitos anestsicos como o fenobarbital e relaxantes musculares.

    So txicos aos fetos em fmeas prenhez.

    Usos Teraputicos e Doses - Os aminoglicosdeos so largamente utilizados na Medicina Veterinria e

    esto indicados principalmente nas infeces por bacilos Gram-negativos entricos. A gentamicina pode

    ser aspergida nas vias respiratrias para tratar pneumonias. A estreptomicina utilizada no tratamento da

    brucelose canina. A estreptomicina e diidroestreptomicina so as drogas de eleio na eliminao de

    Leptospira dos tbulos renais de animais portadores. A neomicina, tobramicina e gentamicina so

    utilizadas topicamente para tratamento da otite canina. A amicacina potente frente a pneumonias

    por Gram-negativos. Os aminoglicosdeos tm efeito sinrgico com os p-lactmicos.

    Ces e gatos:

    - Amicacina: 6,5 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8 horas ou 20 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 24 horas.

    - Estreptomicina, diidroestreptomicina: 10 a 20 mg/kg, SC, IM, a cada 12 horas.

    - Gentamicina: 2 a 4 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 6 ou 8 horas ou 6 a 10 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 24

    horas.

    - Neomicina: 10 a 20 mg/kg, VO, a cada 6 a 12 horas.

    - Tobramicina: 2 a 4 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8 horas.

  • 38 Manual de Teraputica Veterinria

    Bovinos, equinos e sunos:

    - Estreptomicina, diidroestreptomicina: 10 a 20

    mg/kg, SC, IM, a cada 12 horas.

    - Gentamicina: 2 a 4 mg/kg, SC, IM, a cada 8 ou

    12 horas.

    - Neomicina: 10 a 20 mg/kg, VO, a cada 6 a 12

    horas.

    Equinos:

    - Amicacina: 5 a 7 mg/kg, SC, IM, a cada 8 a 12

    horas.

    Apresentao - O quadro 3.19 mostra as principais formulaes dos aminoglicosdeos uti-lizadas em Medicina Veterinria e disponveis no Brasil.

    Tetraciclinas

    Caractersticas Gerais - As tetraciclinas so antibiticos de amplo espectro, bacteriostticos, produzidos por diversas espcies de Streptomyces, e tambm com alguns obtidos semi-sinteticamen-te. So compostos policclicos anfotricos que fluorescem quando expostos luz ultravioleta. Formam quelatos insolveis com alguns ctions, como clcio, magnsio, ferro e alumnio. So clas-sificados em tetraciclinas naturais: oxitetracicli-

    na, clortetraciclina, demecloxiclina; e tetraciclinas semi-sintticas: tetraciclinas, doxiciclina, mino-

    ciclina, metaciclina. De acordo com o tempo de

    eliminao, podem ser classificadas em: ao curta -

    tetraciclina, oxitetraciclina, clortetraciclina; ao

    intermediria - demecloxiclina, metaciclina; ao

    longa - doxiciclina, minociclina.

    Mecanismo de Ao - Inibem a sntese proteica

    ligando-se ao ribossomo 30S da bactria e

    impedindo o acesso do RNAt aminoacil ao local

    receptor (A) no complexo RNAm-ribossomo.

    Espectro de Ao - Bactrias Gram-positi-vas, Gram-negativas aerbicas e anaerbicas, cla-

    mdias, riqutsias (Ehrlichia sp.), espiroquetas,

    micoplasma, e alguns protozorios como Ana-

    plasma sp. e Haemobartonella sp.

    Farmacocintica - Existem variaes quanto a absoro aps a dosagem oral, sendo a clor-

    tetraciclina com pior absoro (35%), a oxitera-

    ciclina, tetraciclina e demecloxiclina (60 a 80%), e

    a doxiciclina (em torno de 90 a 95%) e mino-

    ciclina (em torno de 100%) com a melhor absoro

    oral. Alimentos, produtos lcteos, preparaes

    vitamnicas, catrticos e anticidos prejudi-

    QUADRO 3.T9 - Principais apresentaes de aminoglicosdeos

    Nome comercial Apresentao Princpio ativo

    Diidroestrepto-

    micina

    Estreptomicina

    Gentamicina

    Diidroestreptomicina Sol. injetvel (frasco-ampola): 5 g/20 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 5 g/frasco.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 4 g/100 ml frasco com 100 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 400 mg/100 ml, frascos de 10, 50 e

    100 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): 40 mg/ml, frascos de 10, 50 e 100 ml.

    Sol. injetvel (frasco-ampola): -44 mg/ml, frascos de 10 ml. Sol.

    injetvel: ampolas de 10, 20, 40, 60, 80, 120, 160 e 280 mg.

    P solvel: 700 mg/g - potes de 454 gramas e fibrolatas de 10 kg.

    Bisnagas: 5 mg/1 g - pomada tpica.

    Vela uterina com 700 mg de neomicina e 150 mg de nitrofurazona

    caixa com 24 velas.

    Frasco com 5 ml de soluo oftlmica.

    Sol. injetvel (ampolas): 150 mg/3 ml - ampolas.

    Sol. injetvel: ampolas de 2 ml com 250 e 500 mg.

    Sol. injetvel de 150 mg/1,5 ml - estojo com duas ampolas.

    Estreptomicina(v)

    Gentaflex(v)

    Gentasil*

    Gentocin(v) Gentrin

    injetvel(v)

    Garamicina(H)

    Neobiotic(v) Feridel

    pomada(v)

    Ginosept(v)

    Tobrex(H)

    Tobramina,

    Neomicina

    Tobramicina

    Amicacina

    Netilmicina

    (M)

    Novamin (H)

    Netromicina,,

  • Quimioterpicos Antimicrobianos e Antibiticos 3 9

    cam a absoro. Sua distribuio ampla e inclui todos os tecidos, exceto do SNC. A doxici-clina mais lipossolvel que a tetraciclina, clor-tetraciclina e oxitetraciclina, por isso penetra no SNC, olho e prstata em concentraes teraputicas.

    Resistncia Bacteriana - Pode ser plas-mdeo-mediada e usualmente envolve diminuio do acmulo da tetraciclina em consequncia do declneo do influxo do antibitico ou da aquisio de um caminho de efluxo dependente de energia, ou da diminuio do acesso das tetraci-clinas ao ribossomo devido presena de protenas que protegem o ribossomo, ou ainda da inativao enzimtica das tetraciclinas.

    Efeitos Adversos

    Nefrotoxicidade: So potencialmente nefro-txicas (com exceo da doxiciclina), por isso devem ser evitadas em pacientes com funo renal alterada. Devem ser evitadas em associao com anestesia inalatria com metoxiflurano, devido possibilidade de induo de insuficincia renal aguda. Hepatotoxicidade: Por degenerao paren-quimatosa. Fototoxicidade. Necrose tecidual. Descolorao dentria e inibio da calcificao afetando estrutura ssea. Supra-infeces: Quando se utiliza um antibitico de amplo espectro, sempre existe a possibilidade de ocorrer superinfeces por patgenos no suscetveis, como fungos, leveduras e bactrias resistentes. Diarreia grave: Quando utilizada por via oral em ruminantes por destruio da microflora bacteriana; e em equinos pela destruio da microflora do clon, podendo ser fatal nesta espcie, caso o animal esteja muito debilitado ou estressado.

    Usos Teraputicos e Doses - So utilizadas em tratamento de doenas do trato respiratrio, urinrio, gastrentrico, e doenas oftlmicas bac-terianas dos animais domsticos. Doenas especficas incluem anaplasmose (Anaplasma sp.), Actinobacilose (Actinobacillus lignieresii), Acti-nomicose (Actinomyces bovis), borreliose (Borre-lia burgdorferi - doena de Lyme), brucelose (Brucella sp.), ceratoconjuntivite infecciosa bovina (Moraxella botns), hemobartonelose (Haemobartonella sp.), doenas por Chlamydia eMyco-plama, e erliquiose (Ehrlichia sp.).

    Ces e gatos: - Doxiciclina: 5 nig/kg, VO, 12/12 horas (ces); 2,5 a 5 mg/kg, VO, 12/12 horas (gatos). - Minociclina: 5 a 15 mg/kg, VO, 12/12 horas - Oxitetraciclina: 7,5 a 12 mg/kg, IV, IM, 12/12 horas; 20 a 22 mg/kg, VO, 8/8 ho ras (ces e gatos); 25 mg/kg, VO, 8/8 horas (gatos - hemobartonela). \ - Tetraciclina: 22 mg/kg, 8/8 horas VO; 25 a 50 mg/kg, VO, 6/6 ou 8/8 horas; 7 a 10 mg/kg, IM, IV, 12/12 horas.

    Equinos: - Doxiciclina: 10 mg/kg, VO, 12/12 horas - Oxitetraciclina: 3 a 6,6 mg/kg, IV, IM 12/ 12 ou 24/24 horas. - Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg, IV, IM 12/12 ou 24/24 horas.

    Ruminantes: - Oxitetraciclina: 6 a 11 mg/kg, IV, IM, 12/ 12 ou 24/24 horas. - Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg, IV, IM, 12/12 ou 24/24 horas.

    Sunos: - Oxitetraciclina: 3 a 6,6 mg/kg, IV, IM, 12/12 ou 24/24 horas; 10 a 30 mg/kg, VO, 12/12 horas. - Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg, IV, IM, 12/12 ou 24/24 horas.

    Apresentao - O quadro 3.20 descreve as principais apresentaes das tetraciclinas.

    Cloranfenicol, Tianfenicol e Florfenicol

    Caractersticas Gerais - Os grupos frma-cos anlogos ao cloranfenicol so obtidos por sntese laboratorial, sendo molculas muito similares em tamanho e espectro de ao.

  • Mecanismo de Ao - O cloranfenicol e seus derivados so antibiticos bacteriostticos. Eles se ligam frao 30S do ribossomo bacteriano competindo com o RNA-mensageiro, e impedindo assim a sntese proteica.

    Espectro de Ao - O cloranfenicol e seus derivados possuem boa ao frente a Gram-po-sitivos e Gram-negativos, inclusive anaerbicos, clamdias, riqutsias e micoplasmas. Pseudomo-nas em geral so resistentes.

  • 40 Manual de Teraputica Veterinria

    QUADRO 3.20 - Principais apresentaes das tetraciclinas

    Drgeas de 100 mg - caixa com 3 e 15 drgeas. Xarope com 50

    mg/5 ml - frasco com 60 ml.

    Drgeas de 100 mg - cartuchos com 3 e 15 drgeas. Comprimidos

    de 100 mg - embalagem com 20 comps.

    Comprimidos de 100 mg - cartucho com 9 e 30 comps.

    Soluo injetvel a 60 mg/ml - frasco com 50 ml e ampolas de 3

    ml.

    Cpsulas de 500 mg - embalagens com 100 cps. Xarope 25 mg/ml

    frasco com 120 ml. Soluo injetvel a 50 mg/ml ampolas de

    2 ml. Com sulfato de polimixina B - pomada oftlmica.

    Soluo injetvel a 200 mg/ml frasco de 50 ml.

    Com hidrocortisona - pomada tpica - bisnaga com 15 g.

    Spray - tubo com 74 g.

    Soluo injetvel a 200 mg/ml frasco-stmpola com 20, 50 ou

    100 ml.

    Cpsulas de 250 mg - frasco com 16 cpsulas. Tabletes de 500 mg

    - caixa com 10 envelopes de 2 tabletes. Soluo injetvel de 500 mg

    - frasco-ampola de 10 ml. Soluo injetvel de l g frasco-ampola

    de 15 ml.

    Cpsulas de 250 mg - caixa com 100 cps. Cpsulas de 500 mg -

    caixa com 12 e 100 cps. Suspenso oral 25 mg/ml frasco com

    60 ml. Pomada oftlmica - bisnaga com 3,5 g.

    Cpsulas de 500 mg - caixa cora 8 cps.

    Farmacocintica O cloranfenicol e seus derivados so molculas bastante lipossolveis e pequenas, atingindo elevadas concentraes em todos os tecidos corpreos e no meio intracelular. A ligao protenas plasmticas de 25 a 50%. A droga metabolizada no fgado e excretada via renal e biliar. Equinos metabolizam o cloranfenicol rapidamente, necessitando de in-tervalos mais curtos de administrao.

    Resistncia Bacteriana - Os mecanismos envolvidos na resistncia ao cloranfenicol so a inativao enzimtica de sua molcula e a impermeabilidade dos germes droga. A resis-tncia conferida pela presena de plasmdeos e mutao gentica cromossmica. A resistncia bacteriana ao cloranfenicol e tianfenicol vem aumentando gradativamente, apresentando estes frmacos 100% de resistncia cruzada. O florfe-nicol considerado o mais eficaz do grupo.

    Efeitos Adversos - O cloranfenicol possui um grupamento nitro que desestabiliza o DNA humano levando anemia aplstica. Este efeito no foi observado em ces. Altas doses e trata-mento prolongado com tianfenicol e cloranfenicol causam inibio da sntese mitocondrial de protenas causando efeito supressivo na medula ssea. Este efeito no parece ocorrer com o florfenicol e reversvel nos ces. Os gatos so mai